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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO TECNOLÓGICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA William Maximino da Silva Pessoa Análise da Distribuição Vetorial de Corrente em Sistemas de Aterramento Belém 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO TECNOLÓGICO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

William Maximino da Silva Pessoa

Análise da Distribuição Vetorial de Corrente em Sistemas de Aterramento

Belém

2007

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Análise da Distribuição Vetorial de Corrente em Sistemas de Aterramento.

Este Trabalho foi julgado em ___ /___ /2007, adequado para obtenção do Grau de

Engenheiro Eletricista, e aprovado na sua forma final pela banca examinadora que

atribuiu o conceito__________________.

_____________________________________________

Prof. Dr. Carlos Leonidas da S. S. Sobrinho

(Orientador)

_____________________________________________

MsC. Rodrigo Melo da Silva e Oliveira

(Co-orientador)

_____________________________________________

MsC. Emanuel dos Santos Souza Júnior

(Membro da banca examinadora)

_____________________________________________

Prof. Dr. Orlando Fonseca Silva

(Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO TECNOLÓGICO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

William Maximino da Silva Pessoa

Análise da Distribuição Vetorial de Corrente em Sistemas de Aterramento

TRABALHO SUBMETIDO AO COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA

Belém

2007

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Aos meus pais, William e Carmem e

minha irmã Walquiria, por me apoiarem em

todos os momentos de minha vida.

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v

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por toda a força e disposição que

ele depositou em mim, e por nas horas mais difíceis da minha vida ser sempre uma

presença constante. Gostaria muito de agradecer ao meu orientador Prof. Dr. Carlos

Leonidas da S. S. Sobrinho pelo apoio e paciência que sempre teve comigo, sempre

me ajudando e dando suporte quanto as minhas limitações.

Também tenho muito que agradecer a família Lane (Laboratório de Análise

Numérica em Eletromagnetismo), em especial aos amigos Rodrigo, Yuri, Humberto,

Tiago, Denílson e Mota. E ao grande amigo Tiago Blanco por toda força para a

concretização deste trabalho.

E não poderia esquecer nunca de agradecer aos meus extraordinários pais

William e Carmem juntamente com minha irmã Walquiria pela força e compreensão em

todos estes anos, apoiando-me em todos os sentidos e nunca deixando faltar nada.

Agradecer também pelo apoio da minha namorada Vanessa.

Enfim aqui fica registrado o meu muito obrigado para as pessoas que

contribuíram de maneira direta e indireta para a realização deste trabalho.

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“É melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos

e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila

com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem

muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não

conhece VITÓRIA nem derrota ”

Franklin Delano Roosevelt

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE SÍMBOLOS

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................18

1.1 Referências Bibliográficas..............................................................................21

2 SISTEMA DE ATERRAMENTO...........................................................................22

2.1 Conceitos sobre sistemas de aterramento.....................................................22

2.1.1 Resistividade do solo........................................................................22

2.1.2 Resistência de aterramento..............................................................28

2.1.3 Método de medição da resistência de aterramento..........................36

2.1.3.1 Método da queda do potencial............................................36

2.1.4 Método de medição de resistividade do solo....................................38

2.1.4.1 Medição por amostragem....................................................38

2.1.4.2 Medição pelo método de Wenner........................................39

2.1.5 Conceitos básicos de segurança em aterramento............................40

2.1.5.1 Efeito da corrente no organismo humano...........................41

2.1.5.2 Potencial de passo e de toque............................................42

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2.1.5.3 Resistência do corpo humano.............................................44

2.2 Referências Bibliográficas..............................................................................46

3 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO E MODELAGEM DO PROBLEMA................47

3.1 Método FDTD.................................................................................................47

3.1.1 A célula de Yee.................................................................................47

3.1.2 Dimensões da célula, estabilidade e precisão..................................52

3.1.3 As técnicas de representação de fios finos.......................................52

3.1.4 A Truncagem do Método FDTD por UPML.......................................53

3.2 Processamento Paralelo.................................................................................59

3.3 Referências Bibliográficas..............................................................................62

4 RESULTADOS.....................................................................................................64

4.1 Análises da Distribuição de Corrente em Sistemas de Aterramento..............64

4.2 Simulações utilizando duas camadas.............................................................64

4.2.1 Simulações com resistividades variando de forma crescente..........64

4.2.2 Simulações com resistividades variando de forma decrescente......70

4.3 Simulações utilizando três camadas...............................................................74

4.3.1 Simulações com resistividades variando de forma crescente..........74

4.2.2 Simulações com resistividades variando de forma decrescente......81

4.4 Simulações utilizando apenas uma haste, o modelo fractal e o modelo

fractal com a segunda ramificação............................................................88

4.4.1 Simulação com uma haste................................................................88

4.4.2 Simulação utilizando modelo fractal..................................................91

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4.4.3 Simulação utilizando o modelo fractal com a segunda

ramificação.................................................................................................94

4.5 Simulação utilizando uma malha de terra e o modelo guarda chuva.............98

4.5.1 Simulação com a malha de terra......................................................98

4.5.2 Simulação com o modelo guarda chuva.........................................101

4.6 Referências Bibliográficas............................................................................105

5 CONCLUSÃO.....................................................................................................106

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................108

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – ρ x Umidade Percentual Solo Arenoso.......................................................24

Figura 2.2 – Comportamento da resistividade da água em função da temperatura.....26

Figura 2.3 – Representação do solo estratificado em quatro camadas onde a última camada é considerada infinita.........................................................................................28 Figura 2.4 – Linhas de Correntes Elétricas....................................................................29

Figura 2.5 – Fonte de Corrente I no interior da terra......................................................30

Figura 2.6 – Ponto Imagem............................................................................................31

Figura 2.7 – Haste de aterramento posicionada na origem...........................................32

Figura 2.8 – Esquema de medição da resistência da terra............................................37

Figura 2.9 – Perfil da resistência no método da queda de potencial..............................37

Figura 2.10 – Medição da resistividade em laboratório utilizado em cuba.....................38

Figura 2.11 – Arranjo para medição da resistividade utilizando método de Wenner.....39

Figura 2.12 – Tensão de passo (a) e tensão de toque (b) em estrutura aterrada..........43

Figura 3.1 – (a) Posição das componentes dos campos elétrico e magnético, (b) Célula no interior de uma malha 3-D..........................................................................................48 Figura 3.2 – Célula de Yee com componentes dos campos elétricos e magnéticos no instante n.........................................................................................................................49 Figura 3.3 – Plano paralelo ao plano x-y........................................................................49

Figura 3.4 – Modelo Geral, no plano x-y, do domínio numérico de um problema aberto..............................................................................................................................53

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Figura 3.5 – Modelo de problema de eletromagnético aberto em 2-D, fechado artificialmente pela UPML................................................................................................54 Figura 3.6 – Distribuição do problema em tarefas menores, entre vários processadores.................................................................................................................59 Figura 3.7 – Tempos de processamento de 1 a 4 processadores para o problema da malha Guarda Chuva......................................................................................................61 Figura 4.1 – Solo estratificado em duas camadas..........................................................65

Figura 4.2 – Solo estratificado em três camadas...........................................................65

Figura 4.3 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.1...........................................................................67 Figura 4.4 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.1...........................................................................69 Figura 4.5 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.1...........................................................................71 Figura 4.6 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.1...........................................................................73 Figura 4.7 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.2...........................................................................76 Figura 4.8 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.2...........................................................................78 Figura 4.9 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.2...........................................................................80 Figura 4.10 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.2...........................................................................82 Figura 4.11 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.2...........................................................................84

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Figura 4.12 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.2...........................................................................86 Figura 4.13 – Solo homogêneo com uma haste.............................................................88

Figura 4.14 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Distribuição de potencial na superfície do solo (d) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.13........................................................................................................................91 Figura 4.15 – (a) Modelo Fractal (b) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (c) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (d) Distribuição de potencial na superfície do solo (e) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção.............................................................................................................................94 Figura 4.16 – (a) Modelo Fractal com a segunda ramificação (b) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (c) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (d) Distribuição de potencial na superfície do solo (e) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção......................................................................................97 Figura 4.17 – (a) Malha 5x5 visão x-z (b) Malha 5x5 visão x-y......................................98

Figura 4.18 – (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Distribuição de potencial na superfície do solo (d) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção, referente à figura 4.17......................................................................................................................101 Figura 4.19 – (a) Representação do modelo guarda chuva em 3D (b) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (c) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (d) Distribuição de potencial na superfície do solo (e) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção......................................................104

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Faixa de valores usuais de resistividade de certos tipos de solos.............23

Tabela 2.2 – Influência da concentração de sais na resistividade do solo.....................25

Tabela 2.3 – Valores típicos de resistividade para diferentes períodos geológicos.......27

Tabela 2.4 – Expressões para a relação tensão corrente considerando-se configuração típica de eletrodos de aterramento..................................................................................35 Tabela 2.5 – Resistência do corpo humano com a tensão.............................................44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC Condição de Fronteira Absorvente (Absorbing Bondary Condition)

FDTD Diferenças Finitas no Domínio do Tempo (Finite Diference Time

Domain)

LANE SAGS Software de Análise e Síntese de Sistemas de Aterramento

PEC Condutor Elétrico Perfeito (Perfect Eletrica Conductor)

UPML Camada Uniaxial Perfeitamente Casada (Uniaxial Perfectly

Matched Layers)

TGR Resistência de terra transitória (Transient Grouding Resistance)

IEEE Instituto de Engenheiros Eletricista e Eletrônicos (Institute of

Electrical and Electronics Engineers)

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LISTA DE SÍMBOLOS

Hr

Vetor intensidade de campo magnético [A/m]

Er

Vetor intensidade de campo elétrico [V/m]

Jr

Vetor densidade de corrente elétrica μ Permeabilidade magnética [H/m]

rμ Permeabilidade relativa [H/m] ε Permissividade elétrica [F/m]

rε Permissividade elétrica relativa σ Condutividade elétrica [S] t Tempo [s]

x, y e z Coordenadas do sistema cartesiano

xH , yH e zH Componentes do campo magnético

xE , yE e zE Componentes do campo elétrico

(i, j, k) Endereçamento no espaço discretizado n Índice Temporal

xΔ , yΔ e zΔ Incrementos espaciais [m]

tΔ Incremento temporal [s]

vρ Densidade volumétrica de carga [C/m³]

maxI Corrente de pico da fonte de excitação [A]

fT Tempo de frente de onda do pulso de excitação [µs]

tT Tempo de calda do pulso de excitação [µs]

minλ Menor Comprimento de onda correspondente a maior

freqüência significativa do sinal considerado

maxV Velocidade da luz no vácuo [m/s]

zyx SSS ,, Elementos componentes do tensor diagonal S

zyx KKK ,, Parte real não unitária na expressão do tensor diagonal

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maxxσ Condutividade máxima na equação da UPML

optxσ Condutividade ótima na equação da UPML

d Espessura da UPML

Freqüência

maxU Tensão Máxima

f

η Fator de correção de amplitude

K Constante de proporcionalidade

pJ Densidade de corrente no ponto P

pV Potencial no ponto P ar, Raio da haste de aterramento

cI Valor rms de corrente permitida através do corpo humano em Ampères

st Tempo de exposição ou duração da falta em segundos

cS Constante empírica relacionada com a tolerância ao choque elétrico

para um certo percentual da população

passoV Tensão de passo

toqueV Tensão de toque

oE Gradiente de ionização do solo

fT Tempo de frente de onda

tT Tempo de cauda de onda

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RESUMO

No presente trabalho são apresentadas análises da distribuição vetorial de corrente no solo visando à otimização de sistemas de aterramento. É mostrado que a corrente na superfície do solo é responsável pelo perfil do potencial na superfície do solo. Tal aspecto envolve a segurança de pessoas. Assim, uma nova estrutura é proposta para direcionar a corrente para dentro do solo e reduzir os riscos propiciados pelo potencial na superfície do solo. Para a análise das estruturas consideradas, foi desenvolvido um software em ambiente paralelo no qual as equações de Maxwell são resolvidas numericamente através do método das Diferenças Finitas no Domínio do Tempo (método FDTD - 3D) associado à truncagem do domínio de análise pela técnica UPML e à técnica de fio fino desenvolvida por Baba et Al.

Palavras chave – Aterramento elétrico, distribuição de corrente, potencial de passo, modelo da malha de Terra, modelo guarda chuva.

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CAPÍTULO 1

Introdução

Com o passar dos anos os quesitos qualidade e segurança se tornaram fatores

indispensáveis em qualquer que seja o empreendimento, de forma a garantir uma boa

reputação das empresas prestadoras de serviço. Partindo deste princípio, um

dimensionamento adequado do aterramento elétrico é de fundamental importância,

tanto na construção de prédios, quanto para as concessionárias de energia elétrica, de

forma a oferecer estabilidade aos sistemas conectados ao mesmo, e principalmente,

oferecer segurança pessoal. Embora aparentemente simples, os sistemas de proteção

devem levar em consideração muitas variáveis, com o objetivo de garantir a

continuidade do funcionamento dos sistemas onde são empregados, assim como a

proteção à vida humana. O aterramento consiste fundamentalmente de uma estrutura

condutora, que é enterrada propositadamente ou que já se encontra enterrada, e que

garante um bom contato elétrico com a terra, chamada eletrodo de aterramento, e a

ligação desta estrutura condutora aos elementos condutores da instalação elétrica

responsáveis pela proteção do sistema elétrico.

As diversas técnicas da análise de problemas de eletromagnetismo podem ser

classificadas em três categorias: analíticas, experimentais e numéricas. Os métodos

analíticos nos fornecem resultados exatos e também facilitam a observação do

comportamento das soluções em função da variação dos parâmetros do problema,

contudo, normalmente só são possíveis apenas para problemas com configurações

mais simples. Os métodos experimentais são ensaios laboratoriais, caros, muito

demorados, pouco flexíveis na avaliação dos efeitos da variação de parâmetros, e os

métodos numéricos que são aplicáveis a problemas simples e complexos, que podem

ou não serem resolvidos através de métodos analíticos, ou que se tornam

financeiramente custosos por meio de técnicas experimentais.

Com o avanço da computação eletrônica digital, vários algoritmos foram escritos

para a análise de tensões de toque e de passo gerada por correntes em malhas de

terra. As diversas técnicas de análise de problemas de eletromagnetismo podem ser

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classificadas em três categorias: analíticas [1], experimentais [2] e numéricas [3,4,5]. Os

métodos analíticos nos fornecem resultados exatos e também facilitam a observação do

comportamento das soluções em função da variação dos parâmetros do problema,

contudo, normalmente são aplicáveis apenas em problemas de simples configuração.

Os métodos experimentais são ensaios geralmente dispendiosos, muito demorados, e

pouco flexíveis na avaliação dos efeitos da variação de parâmetros. Por outro lado, os

métodos numéricos são aplicáveis tanto em problemas simples como em complexos,

permitindo análises criteriosas desde o transitório até o estado de regime estacionário

dos resultados. Nesse contexto, a análise da propagação da onda eletromagnética

através do método das diferenças finitas no domínio do tempo (FDTD) é de grande

aplicabilidade. Esse método formulado por Kane Yee [6], em 1966, apresenta-se como

uma técnica eficaz na solução de problemas complexos de interações de ondas

eletromagnéticas com meios materiais e tem sua aplicação expandindo-se em áreas

diversas do conhecimento à medida que o custo computacional inerente decresce. Tal

método associado à técnica de truncagem UPML (Uniaxial Perfectly Matched Layers)

[7] e ao processamento paralelo [8], apresenta-se como uma poderosa ferramenta na

solução das equações de Maxwell, usada nos mais diversos problemas de

compatibilidade eletromagnética, e ainda, com baixo tempo de processamento. A troca

de dados se deu através da placa mãe utilizando a biblioteca LAM/MPI [9].

Desta forma, o ambiente computacional desenvolvido [10] é usado no projeto de

sistemas de aterramento capazes de promover a visualização da distribuição de

corrente no solo. Para este fim, são apresentados alguns casos que envolvem

simulações em um solo estratificado, utilizando resistividades crescentes e

decrescentes, e ainda, a análise da distribuição de corrente na malha de terra, e no

modelo guarda-chuva [11]. Os resultados obtidos serão então usados para o

desenvolvimento de novos sistemas de aterramento, os quais deverão propiciar a

transferência de energia elétrica para a terra de forma a reduzir os transitórios e os

potenciais de passo e de toque. O ambiente computacional (LANE SAGS) desenvolvido

no Laboratório de Análise Numérica em Eletromagnetismo (LANE) [12] é usado neste

projeto, o qual foi adaptado para permitir a visualização da distribuição de corrente no

solo. O LANE SAGS foi desenvolvido em linguagem de programação C. O mesmo

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destina-se, principalmente, a análise de problemas de compatibilidade eletromagnética,

sem a necessidade de conhecimentos profundos dos métodos utilizados (FDTD –

Diferenças Finitas no Domínio do Tempo, Condições de contorno absorventes e

Técnica de Fio Fino).

O texto deste trabalho está organizado da seguinte maneira:

• Capítulo 2 – traz uma abordagem sucinta dos sistemas de aterramento;

• Capítulo 3 – traz a abordagem teórica relacionada ao método FDTD, às

condições de fronteira absorvente, às fontes e a como as implementações

computacionais foram feitas;

• Capítulo 4 – Trata dos resultados obtidos nas simulações envolvendo

vários arranjos em sistemas de aterramento;

• Capítulo 5 – São apresentadas as conclusões e propostas para trabalhos

futuros.

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21

1.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] L. Greev; F. Dawalibi, “An electromagnetic model for transients in grounding systems,” IEEE Trans. On Power Delivery, vol. 5, no. 4, pp. 1773-1781, November 1990. [2] K. Tanabe, "Novel method for analyzing the transient behavior of grounding systems based on the finite-difference time-domain method," CRIEPI Report -Tokio, 2001. [3] A. P. Sakis Meliopoulos, F. Xia, E. B. Joy and G. J Cokkinides, “An Advanced Computer Model for Grounding System Analysis,” IEEE Transactions on Power Delivery, Vol. 8, nº 1, 1993. .

[4] C. S. Desai; J. F. Abel, “Introduction to the Finite Element Method: A Numerical Approach for Engineering Analysis,” New York: Van Nostrand Reinhold. 1972.A. Taflove, “Advances in Computational Electromagnetics – The Finite-Difference Time-Domain Method,” Artech House, Boston-London, 1998. [5] A. Taflove, “Advances in Computational Electromagnetics – The Finite-Difference 3,, Time-Domain Method,” Artech House, Boston-London, 1998. [6] Yee, K. S., “Numerical Techniques in Electromagnetics,” CRC press.

[7] J. F. Almeida, R. O. dos Santos, and C. L. da S. S. Sobrinho, "Computational technique to UPML absorbing boundary conditions by FDTD: A complete approach," IEEE Latin America Transactions, vol. 3, no. 5, pp. 377382, Dec. 2005. [8] Johnny Marcus Gomes Rocha. CLUSTER BEOWULF: Aspectos de Projeto e Implementacao. 2003. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém. [9] www.lam-mpi.org

[10] Tuma, E. T. ; Oliveira, R. M. S. de ; Sobrinho, Carlos Leonidas da S. S., "New Model of Current Impulse Injection and Potencial Measurement in Transient Analysis of Grounding Systems in Homogeneous and stratified Soils Using The FDTD Method," In: VIII International Symposium on Lightning Protection, 2005, São Paulo. VIII InternationalSymposium on Lightning Protection, 2005.

[11] Araújo, H. X. de Oliveira, R.M.S de; Salame, Y. C.; Carlos Leonidas da S. S., "Novel Grounding Structures for reducing step potentials" In: XXVIII Iberian Latin American Congress On Computational Methods In Engineering, 2006, Belém-PA. [12] www.lane.ufpa.br

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CAPÍTULO 2

Sistema de Aterramentos

2.1 Conceitos sobre sistemas de aterramento

O presente capítulo irá abordar tópicos relevantes em sistemas de aterramento.

Os quais fazem com que o sistema de energia elétrica opere corretamente, com uma

adequada continuidade de serviço e com um desempenho seguro do sistema de

proteção. Equipamentos modernos e sistemas que utilizam dispositivos eletrônicos

sensíveis estão cada vez mais aperfeiçoados e presentes no cotidiano das pessoas.

Portanto em muitos casos um dano ou uma pequena falha de funcionamento

comprometem sobre maneira o fabricante. Por isso, a gama de fenômenos elétricos

existentes torna crítico o funcionamento dos equipamentos, o qual depende das

características do solo, e a partir daí surge à necessidade de um aprofundamento, cada

vez maior, das pesquisas em sistemas de aterramento. Esse cuidado deve ser

repetidamente observado na elaboração de projetos específicos, nos quais, com base

em dados disponíveis e parâmetros pré-fixados, sejam consideradas todas as possíveis

condições a que um sistema possa ser submetido.

2.1.1 Resistividade do solo

Informação de suma importância para a inicialização de um projeto de

aterramento recai exatamente nas características do solo. Entre as características mais

importantes se destaca a resistividade, onde os principais fatores que a determinam

são:

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23

• tipo de solo;

• umidade do solo;

• concentração e tipos de sais dissolvidos na água;

• compactação e pressão;

• granulometria do solo;

• temperatura do solo;

• estratificação do solo;

a) Tipo de solo

Os solos de uma maneira geral não são homogêneos, o que implica na

impossibilidade de atribuir-lhe um valor específico de resistividade. Além disso, são

encontrados diferentes valores de resistividades para tipos diferentes de solos. Para

caracterizar esta questão a Tabela 2.1 mostra faixas de valores característicos para os

diferentes tipos de solos, nas suas condições usuais de umidade.

TIPO DE SOLO RESISTIVIDADE Lama 5 a 100

Húmus 10 a 150

Limo 20 a 100

Argilas 80 a 330

Terra de jardim 140 a 480

Calcário fissurado 500 a 1000

Calcário compacto 1000 a 5000

Granito 1500 a 10000

Areia comum 3000 a 8000

Basalto 10000 a 20000

Tabela 2.1 – Faixa de valores usuais de resistividade de certos tipos de solo [1,2]

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24

b) Umidade do solo

A umidade é um fator de estrita relevância para o solo, pois a condutividade do

solo é sensivelmente afetada pela quantidade de água nele contida, pelo fato da

corrente elétrica no solo ser decorrente de uma solução eletrolítica, observando que o

aumento da umidade do solo implicará na redução de sua resistividade.

0

ρ

umidade

Figura 2.1 – ρ x Umidade Percentual Solo Arenoso

A quantidade de água presente no solo é variável com uma série de fatores, tais

como clima, época do ano, temperatura, natureza do solo, existência de lençóis

subterrâneos, dentre outros. A Figura 2.1 mostra a variação da resistividade com o teor

de umidade [1].

c) Concentração e tipos de sais dissolvidos na água

Vimos no item ‘b’ que a água é um fator determinante para o conhecimento da

resistividade de cada solo, e os sais dissolvidos na própria são de considerável

influência para a determinação da mesma. É importante ressaltar que, a resistividade

da água pura, é quase infinita, ou seja, a água seria um isolante perfeito caso não

contivesse sais, pois através da ionização, permite a condução de corrente elétrica. A

Tabela 2.2 mostra a relação entre a quantidade de sal adicionado a um solo arenoso,

com umidade 15% (percentual em peso) e temperatura de 17º C, e sua resistividade

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25

[1,2]. A partir da mesma tabela podemos verificar uma diferença de mais de 100 Ω.m

com o acréscimo de 20% de sal, provando que o mesmo é válido como um bom redutor

de resistividade.

SAL ADICIONADO RESISTIVIDADE (Ω.m) (% em peso) solo arenoso

0.0 107

0.1 18

1.0 1.6

5.0 1.9

10.0 1.3

20.0 1.0

Tabela 2.2 – Influência da concentração de sais na resistividade do solo

d) Influência da temperatura

A temperatura influencia a resistividade do solo com notabilidade. Ressaltando-

se que a resistividade da água possui um comportamento irregular com a variação da

temperatura. Para evidenciar tal fato, na Figura 2.2 temos a influência da temperatura

na resistividade da água. No ponto de temperatura 0º C (água fase liquida), a curva

sofre uma descontinuidade, aumentando o valor da resistividade no ponto 0º C (fase

sólida). Com um aumento na temperatura há uma menor mobilidade dos portadores de

carga, tornando o solo mais seco, e por conseqüência, aumenta sua resistividade.

Já no outro extremo, com temperaturas próximas a 100º C, o estado de

vaporização deixa o solo mais seco, com formação de bolhas internas, dificultando a

condução de corrente, e como conseqüência têm-se a elevação do valor da

resistividade.

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26

'

gelo

água

-40 -30 -20 -10 4 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

ρ

Temperatura ºC

Figura 2.2 – Comportamento da resistividade da água em função da temperatura

e) Compacidade do solo

Um solo mais compacto apresenta uma maior continuidade física, o que resulta

num menor valor de resistividade. Para a realização de medições da resistência de

terra, com a introdução de um sistema de aterramento, onde normalmente se utilizam

de escavações para a inserção de eletrodos e cabos de interligação, é prática comum à

espera de certo tempo para a acomodação do solo, no sentido de se obter maior

compacidade. Um aumento de pressão sobre o solo deixa-o mais compacto, tornando o

mesmo com menor resistividade. Por exemplo: a brita, material de pouca compacidade,

é um material bastante usado na prática para isolamento elétrico em ambientes de

subestações de energia elétrica.

f) Granulometria do solo

A presença de grãos de diversos tamanhos na composição do solo influencia no

valor da resistividade. A presença de material dotado de maior granulometri tende a

aumentar a resistividade em decorrência da menor capacidade de retenção de água no

solo, deixando-a fluir para camadas mais profundas ou evaporar-se, observando

também um menor contato entre os grãos resultando em menor condutividade elétrica.

A existência de grãos de tamanhos variados tende a diminuir a resistividade, pois os

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27

menores preenchem os vazios existentes entre os grãos maiores, ocasionando uma

maior continuidade da massa do solo e maior capacidade de retenção de sua umidade.

g) Estratificação do solo

Os solos normalmente não são homogêneos, mas formados por diversas

camadas com resistividades e profundidades diferentes. Essas camadas, devido à

formação geológica, são em geral horizontais e paralelas à superfície do solo.

Parece lógica a existência de uma correlação entre a resistividade do solo e sua

estrutura geológica, quando são considerados os processos naturais de formação da

crosta terrestre e a natureza dos materiais que a compõem. A Tabela 2.3 mostra as

faixas de valores de resistividade correspondentes a formações predominantes em

determinados períodos geológicos [3,4].

PERÍODO RESISTIVIDADE (Ω.m)

Pré-cambriano e combinações de Pré-cambriano 1.000 a 10.000 e Cambriano

Combinações de Cambriano e Ordovociano 100 a 1.000

Ordoviciano, Devoniano e combinação destes 50 a 600

Carbonífero, Trifássico e combinações do Carbonífero 10 a 300 com períodos mais recentes

Cretáceo, Terciário, Quaternário e combinação 2 a 30 destes períodos

Tabela 2.3 – Valores típicos de resistividade para diferentes períodos geológicos

Existem dois métodos principais para medição de resistividade elétrica para fins

de aterramento elétrico: o método de Wenner, bastante utilizado no Brasil, e o método

de Schlumberger, mais utilizado nos Estados Unidos. Conforme mostra a Figura 2.3, a

terra é modelada como sendo composta de diversas camadas de solo as quais têm

características elétricas diferentes.

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28

2,2

2,3

2,3

2,3

1ª camada

2ª camada

3ª camada

4ª camada

h1

h2

h3

ε1,σ1,μ1

ε2,σ2,μ2

ε3,σ3,μ3

ε ,σ ,μ

h∞∞

∞ ∞ ∞

Figura 2.3 – Representação do solo estratificado em quatro camadas onde a última camada é considerada infinita Observa-se nesta figura, um exemplo de solo estratificado em quatro camadas,

sendo a última camada de espessura considerada infinita. Em muitos casos a

representação do solo é feito em modelo de duas camadas para efeito de projetos.

2.1.2 Resistência de aterramento Em geral para efetuar-se uma correta medição, é necessário o conhecimento das

características da mesma, com o propósito de evitar interpretações erradas quanto ao

significado dos resultados da medição.

Uma conexão à terra apresenta resistência, capacitância e indutância, cada qual

influindo na capacidade de condução de corrente para o solo. Por isso é importante

ressaltar, que a princípio, não se deve pensar apenas numa resistência de aterramento,

mas numa impedância. Na literatura especializada encontram-se várias fórmulas para

cálculo da resistência de aterramento. Os eletrodos de aterramento mais comuns são

as hastes e os cabos de aterramento.

O potencial em um ponto p imerso em um solo infinito e homogêneo, localizado a

uma distância r de uma fonte pontual de corrente (ponto c), da qual emana uma

corrente elétrica I, conforme indica a Figura 2.4, pode ser obtido partindo-se do campo

elétrico Ep, no ponto P [5], como segue,

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29

Figura 2.4 – Linhas de Correntes Elétricas O campo elétrico Ep no ponto p é dado pela lei de Ohm local, abaixo:

pp JE ρ= (2.1)

onde pJ é a densidade de corrente no ponto p.

A densidade de corrente observada sobre a superfície de uma esfera fictícia de

raio r, com centro no ponto “c” é dada por

2pIJ 4 r=π (2.2)

Portanto, substituíndo a equação acima em (2.1) resulta

24 rIEp π

ρ= . (2.3)

Desta forma, o potencial no ponto p, em relação a um ponto no infinito é dado por:

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30

rdEr

V pp .∫∞

= (2.4)

como pE e rd têm a mesma direção e o mesmo sentido, a equação (2.3) pode ser

substituída em (2.4), resultando,

rIVp π

ρ4

= (2.5)

Como a situação mostrada na figura 2.4 não encontra aplicação prática, logo a

seguir (Figura 2.5) temos uma situação real que pode ser encontrada quando a fonte

de corrente I é posicionada no interior da terra, considerada homogênea.

Figura 2.5 Fonte de corrente I no interior da terra

Neste caso, as linhas de correntes se comportam como se houvesse uma fonte

de corrente pontual simétrica em relação a superfície do solo. O que sugere a

substituição do sistema acima por um sistema equivalente. Onde o espaço todo é

considerado como tendo as mesmas características da terra. Como ilustra a Figura 2.6.

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31

solor '

r

Superfície do solo

Figura 2.6 Ponto Imagem

O comportamento é idêntico a uma imagem real simétrica da fonte de corrente

pontual. Portanto para achar o potencial de um ponto p em relação ao infinito, basta

efetuar a superposição do efeito de cada fonte da corrente individualmente,

considerando todo o solo homogêneo, inclusive o da sua imagem. Portanto para

calcular o potencial do ponto p, basta usar 2 vezes a expressão 2.5.

'44 rI

rIVp π

ρπρ += (2.6)

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32

Como I = I’, então:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ +='

114 rr

IVp πρ

(2.7)

Para o caso de uma haste vertical de comprimento L e raio a, localizada no

interior da terra a partir da superfície da mesma, ao ser injetada uma corrente I, pode-

se considerar a densidade de corrente uniforme ao longo do comprimento da haste.

Desta forma, a figura 2.7 apresenta o sistema equivalente para esta haste, onde a

imagem –L está posicionada a partir da origem, ou seja, nas coordenadas x = 0, y = 0

e z = 0. Então, o problema em questão trata do cálculo, em um ponto afastado P0, do

potencial gerado por esta haste, conforme sugerido por Dwight [6].

Figura 2.7 Haste de aterramento posicionada na origem Para calcular o potencial da haste no ponto P0, pode-se considerar a fonte como

sendo constituída de várias fontes de corrente infinitesimais alinhadas ao longo de -L ≤

z ≥ L e produzir a somatória dessas contribuições (superposição).

Alterando os valores de r e r’ conforme a nova situação da haste centrada na

origem (método das imagens), tem-se:

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33

∫⎟⎟⎟⎟

⎜⎜⎜⎜

++−+−+

−+−+−=

l

zzyxzzyxLI

pV0 2

02

02

02

02

02

0)()0()0(

1

)()0()0(

14πρ

(2.8)

Fazendo ,20

20

2 yxb += tem-se:

,)(

1)(

14 0 2

022

02

dzzzbzzbL

IpV

L∫

+++

−+=

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

πρ

(2.9)

Após a integração (integral tabelada), encontra-se

.4

)( 000 ⎟

⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −+

+=

bzL

arcsenhb

zLarcsenh

LIPVhaste π

ρ (2.10)

O primeiro termo representa a contribuição da imagem e o segundo a contribuição da

haste. Para se obter o valor da resistência da haste basta calcular o potencial médio na

superfície da haste e dividi-lo pelo valor da corrente. Como a distância entre a

superfície da haste e sua linha central é o raio da haste, faz-se b = a em (2.10) e

integra-se z0 de 0 até L, onde se obtém a seguinte equação para o potencial:

( )0

00

1 dzPhVL

VL

hm ∫= (2.11)

Após a integração e simplificação da equação acima, tem-se:

,22

122

2

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ ++−=La

La

aLarcsenh

LIV

hm πρ

(2.12)

Substituindo ( ),12 ++= xxlnarcsenh(x) obtém-se:

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34

.22

12

112 22

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎛⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎛⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++−++=

La

La

La

aLln

L2IVhm π

ρ (2.13)

Considerando que o valor de a é muito menor que o de L, os termos a/2L podem

ser desprezados. Após o que, a equação (2.13) é dividida pela corrente I e, o diâmetro

da haste d=2 é considerado. Desta forma, obtém-se a resistência da haste de

aterramento. A expressão (2.14) mostra a conhecida fórmula de Sunde [7].

.18ln2 ⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛ −=dL

LRh π

ρ (2.14)

Dependendo da precisão que se deseja obter nos cálculos da resistência de

aterramento, existe uma fórmula, muito comum na literatura, dada por Tagg [1], a qual é

expressa como a seguir:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=aL

LRh

2ln2πρ

(2.15)

A interligação de hastes em paralelo diminui, sensivelmente, o valor da

resistência de aterramento. Para o cálculo da resistência de uma associação de hastes,

deve-se levar em conta o efeito das resistências mútuas entre as hastes. Este efeito é

devido à elevação do potencial de uma haste gerada pela corrente que flui em outra

haste, reduzindo a eficiência da associação.

Na Tabela 2.4 são apresentadas fórmulas para o cálculo da resistência de

aterramento de algumas configurações típicas de aterramento [8].

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35

2a

L

2a

d

r

r

d

d

d

Eletrodo Tipo/Expressão

Eletrodo Vertical

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −= 14ln2 a

LLTR

πρ

Eletrodo Horizontal

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ ++−+= ...224ln2ln2 L

ddL

aL

LTRπρ

Semi-esfera ao nível do solo

rTRπρ

2=

Esfera colocada a profundidade “d”

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ +=drTR

211ln

4πρ

Disco horizontal a profundidade “d”

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ +=drTR

211ln

4πρ

Disco vertical a profundidade “d”

rTRπρ

2=

Tabela 2.4 – Expressões para a relação tensão corrente considerando-se configurações

típicas de eletrodos de aterramento [8].

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36

2.1.3 Método de medição da resistência de aterramento

Os métodos atuais utilizados com a finalidade de efetuar-se a correta medição

estabelecem que não exista qualquer medição indireta que substitua a medição direta da

resistência de aterramento utilizando técnica adequada. A quantificação da resistência de

um aterramento é realizada pela razão entre o potencial do sistema de aterramento em

relação a um ponto infinitamente afastado e a corrente que se faz fluir através do mesmo

sistema.

2.1.3.1 Método da queda de potencial

O método da queda de potencial é um modo de medida em linha. O aparelho a

ser utilizado para esta medição é denominado de Medidor de Resistência de Terra ou

simplesmente Terrômetro, conforme ilustrado na Figura 2.8. Instrumento que pode ser

provido de 3 ou 4 terminais onde, quando utilizamos 4 terminais, temos que curto

circuitar os terminais P1 e C1. A medição é feita conectando a malha de terra aos

terminais P1 e C1 do equipamento, o terminal C2 é conectado ao eletrodo auxiliar de

corrente e o terminal P2 é conectado ao eletrodo auxiliar de potencial. Na prática, o

eletrodo de corrente C2 deverá ser colocado a uma distância, do centro geométrico do

aterramento, com valor superior a 3 ou 4 vezes a maior dimensão linear do mesmo.

Costuma-se considerar uma distância inferior a 40 metros, para pequenos

aterramentos, e a 100 metros, para o caso de malhas mais extensas [9].

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37

Vt

P , C1 1

P2 C 2

C

Figura 2.8 Esquema de medição da resistência de terra

Com a mudança da distância entre o eletrodo auxiliar de potencial ligado a P2 e o

eletrodo auxiliar de corrente ligado a C2 e proceder a medição de resistência em cada

ponto escolhido no percurso, será possível plotar uma curva do tipo mostrada na Figura

2.9.

0% 61.8% 100%

R

R( )

T

ΩΩ

Figura 2.9 Perfil da resistência no método da queda de potencial

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38

2.1.4 Método de medição de resistividade do solo

Existem basicamente duas formas para a medição da resistividade do solo. A

principal delas é a medição por amostragem, onde os dados coletados são enviados

para laboratórios para a determinação da resistividade do solo. O outro método

existente é o da medição local com auxílio de aparelhos que injetam correntes em

regiões limitadas do solo, através de eletrodos adequadamente posicionados. Como

exemplo deste tipo de procedimento, será citado o método de Frank Wenner.

2.1.4.1 Medição por amostragem

Esse processo baseia-se na medição da resistência entre duas faces condutoras

de uma cuba de dimensões conhecidas, preenchida com amostra do solo. As laterais

da cuba deverão ser de material isolante, assegurando-se que toda a corrente do

ensaio circule pela amostra de solo, conforme mostrado na Figura 2.10.

Figura 2.10 Medição da resistividade em laboratório utilizando cuba

Vale lembrar que, neste caso, a lei de Ohm pode ser aplicada, como segue:

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39

;IVRamostra = onde l

RA=ρ ; e AlR ρ= .

Contudo, este tipo de medição apresenta um grande inconveniente no referente

à incerteza de amostra apresentar no laboratório exatamente as mesmas

características que apresentava no local de origem, tais como: umidade, compacidade

e, principalmente, a fidelidade na composição do solo. Essas possíveis mudanças nas

características do solo original podem acarretar distorções da realidade. Este tipo de

medição se restringe a complementação das informações resultantes de medições

efetuadas em campo ou para fins específicos de pesquisa da resistividade média de

tipos de solo e materiais.

2.1.4.2 Medição pelo método de Wenner

O método de Wenner [8], costuma ser muito utilizado na engenharia para

obtenção da estratificação do solo. Para a sua implementação devem ser cravadas no

solo quatro hastes cilíndricas igualmente espaçadas e dispostas em linha, como

indicado na Figura 2.11. Neste método, o diâmetro das hastes não deve exceder um

décimo do espaçamento.

Terrômetro

C P PC1 1 2 2

a aa Psolo Figura 2.11 Arranjo para a medição de resistividade utilizando o método de Wenner

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40

Pelos terminais das extremidades (C1 e C2), injeta-se corrente no solo. Esta

corrente, passando pelo solo, produz uma diferença de potencial entre as hastes

ligadas em P1 e P2. Então pelo método das imagens para contabilização do potencial

nos terminais P1 e P2, e dividindo este valor pela corrente circulante no solo e

explicitando a resistividade, chega-se á equação (2.16).

2222 )2()2(

2

)2(

21

4

pa

a

pa

aaR

+−

++

= πρ ].[ mΩ . (2.16)

Para um afastamento, entre as hastes, relativamente grande, a > 20p, a fórmula

(2.16) é aproximada por:

aRπρ 2= ].[ mΩ . (2.17)

Dependendo da importância do local de aterramento, e de suas dimensões, as

medidas deverão ser levantadas em várias direções objetivando obter-se informação

sobre a anisotropia do solo. Feitas as medições, uma análise dos resultados deve ser

realizada para que os mesmos possam ser avaliados quanto a aceitação ou não do

local para receber o sistema de aterramento que mais se adapta ao local analisado.

2.1.5 Conceitos básicos de segurança em aterramento

Fundamentalmente as aplicações dos Aterramentos Elétricos estão associadas a

dois fatores:

• o desempenho do sistema ao qual o aterramento está conectado; • as questões de segurança de seres vivos e de proteção de equipamentos.

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41

No primeiro caso situam-se as questões associadas à forma pela qual o

comportamento do aterramento afeta o desempenho do sistema, como por exemplo, na

ocorrência de falha em uma ou várias fases para terra ou ainda a incidência de

descargas atmosféricas em linhas de transmissão, distribuição ou equipamentos de

subestações, originam elevada corrente de seqüência zero e intenso fluxo de corrente

de retorno, respectivamente.

Do ponto de vista da segurança de pessoas nas vizinhanças de um sistema

elétrico, os sistemas de aterramento e condutores de equalização utilizados no

ambiente protegido, têm por finalidade garantir que as mesmas não sejam expostas a

tensões acima da certos limites.

Outra situação bastante corriqueira refere-se aos riscos associados à

implantação de um aterramento destinado especificamente a assegurar um bom

desempenho para determinado sistema elétrico ou eletrônico (aterramento de serviço).

Embora a segurança não seja a primeira finalidade da instalação do aterramento,

também neste caso devem ser garantidas as condições de segurança, quando o

aterramento é solicitado pelo fluxo de correntes pelos seus eletrodos (por exemplo,

corrente de curto-circuito) e diferenças de potenciais são estabelecidas no solo.

2.1.5.1 Efeito da corrente no organismo humano

O sistema de aterramento é projetado de modo a produzir, durante o curto-

circuito máximo com a terra, uma distribuição no perfil dos potenciais de passo e toque

abaixo dos limites de risco de fibrilação ventricular no coração. Os efeitos da corrente

passando através das partes vitais do corpo humano, dependem do percurso da

corrente elétrica pelo corpo, intensidade da corrente, duração, freqüência, valor da

corrente, se a corrente é continua ou alternada, da freqüência da corrente, do estado de

umidade da pele e condições orgânicas do indivíduo, etc. Estudos mostram que o limite

para que não ocorra a fibrilação ventricular (conhecida como conseqüência mais

perigosa) está baseado na expressão (2.18), limitadas ao período de tempo de 0,03s a

3,0s [10].

,)( 2cSstcI = (2.18)

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42

sendo,

cI = valor rms de corrente permitida através do corpo humano em Ampères

st = tempo de exposição ou duração da falta em segundos e

cS = constante empírica relacionada com a tolerância ao choque elétrico para 95%

percentual da população.

Para uma pessoa de tamanho médio com 50Kg ou mais, foi encontrado

empiricamente o valor de cS = 0,0135. Usando-se esse valor em (2.18), tem-se como

máxima corrente, suportada pela pessoa, o valor dado por (2.19) [11].

s

tcI116,0)( = (2.19)

Por exemplo, para um tempo de exposição ts = 1s, tem-se um valor máximo para

corrente suportada de cI = 116mA.

2.1.5.2 Potencial de passo e de toque No que concerne ao aterramento elétrico, é possível caracterizar algumas

situações típicas quando flui corrente pelo corpo humano. Por isso em estruturas

eletrificadas é de suma importância o conhecimento da tensão de toque e de passo,

pois permite um melhor diagnóstico da eficiência de um sistema de aterramento. Desta

forma, uma boa condição de segurança, pode ser obtida por meio de um projeto que

priorize uma geometria adequada da malha de terra, mesmo que a resistência de

aterramento seja alta. A Figura 2.12(a,b) apresenta de forma clara as condições a que

um indivíduo pode se expor em uma instalação de risco [12]. Nesta Figura,

I = corrente produzida pelo transitório elétrico na estrutura metálica em questão;

R0, R1 e R2 = são valores de resistência do solo na região indicada;

Rf = resistência de contato do pé da pessoa com o solo;

Rk = resistência das pernas do indivíduo Figura 2.12(a) e dos membros e tronco na

Figura 2.12(b);

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43

Vtoque = potencial de toque;

Vpasso = potencial de passo.

V toque

R

R

I

R

R

R1

0

Vtoque

k

Distribuição do potencial na terras devido a uma descarga ou curto-circuito

I

k R f/2

1 0

R

R

k

f/2

I

Ik

Vpasso

R

R R

R R

R R

R

R

R

R

R R1

2

0f

f k

Vpasso

kk

f f

21 0

I

Distribuição do potencial na

terras devido a uma descarga ou curto-circuito

(a)

(b)

Figura 2.12 Tensão de passo (a) e tensão de toque (b) em estrutura aterrada

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44

2.1.5.3 Resistência do corpo humano Neste tópico, o primeiro aspecto a ser abordado é que os efeitos da corrente

elétrica no corpo humano são determinados principalmente pela corrente e seu

percurso pelo corpo humano, não sendo uma função direta do nível do potencial que a

originou. Por isso, a resistência elétrica tem um papel fundamental nos acidentes com

eletricidade. Verifica-se que esta resistência é não-linear, podendo considerar-se em

uma aproximação razoável os seguintes valores para a mesma:

TENSÃO RESISTÊNCIA (Volts) (Ohms)

25 3250

50 2625

220 1350

1000 1050

Tabela 2.5 – Resistência do corpo humano com a tensão

A Tabela 2.5 é válida para trajetos de corrente elétrica que atravessem a região

cardíaca, isto é, de uma mão para outra mão ou de uma mão para o pé. Nota-se que se

costuma definir a “resistência do corpo humano” como a soma de três resistências em

série, ou seja:

• resistência de contato, na entrada da corrente, entre a vítima e o condutor tocado;

• resistência do próprio corpo humano e

• resistência de contato na saída de corrente, entre a vítima e a outra superfície

condutora tocada, normalmente o solo.

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45

A resistência de contato entre a vítima e o solo, varia muito com a natureza dos

sapatos e o estado do solo.

• sapatos de sola secos – resistência maior do que 50.000 Ω e

• sapatos úmidos com protetores metálicos – resistência da ordem de centenas de

Ohms.

Geralmente, como os contatos tendem a resistências altas, salvo em condições

especiais de proteção individual, pode-se admitir que a resistência do corpo não desça

abaixo de 2000 Ω . Para tensões acima de 1kV (correntes acima de 5A) a resistência do

corpo humano cai devido à destruição dos tecidos nos pontos de contato.

Considerando a condição de intensidade menos favorável, ou seja, resistências

de contato iguais à zero, e usando a expressão (2.19) para corrente máxima suportada

pelo corpo humano e admitindo-se que a resistência do corpo é da ordem de 1000 Ω ,

tem-se então do ponto de vista do máximo potencial, admitido:

s

tV 116= (2.20)

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46

2.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] G. F. Tagg, Earth resistances, George Newnes Ltd., London, 1964. [2] C. H. M. Markvits, J. A. M. Leon “Critérios de medições, aterramento e segurança em subestações,” Anais do IV-SNPTE (Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica), Rio de Janeiro, 1977. [3] S. J. Pyrson, “Effect of anisotropy on apparent resistivity curves,” Bulletin of the American association of petroleum geologist, Vol.19, nº 1, 1935. .

[4] J. Endrenvy, “Evoluation of resistivity tests design of station grounds in nonuniform soil,” AIEE Transaction, paper 63-159, 1962.

[5] Kindermann, G & Campagnolo, J. M., “ Aterramento Elétrico “, Quinta Edição, 2002. [6] H. B. Dwight, “Calculations of Resistances to Ground,” AIEE Transactions, Vol. 55, pp 1318-1328, 1936. [7] E. D. Sunde Earth conduction effects in transmission systems, Dover Publication Inc. New York, 1968. [8] S. F. Visacro, Aterramentos elétricos – Conceitos básicos, técnicas de medição e instrumentação, filosofias de aterramento, pp. 1-106, ArtLiber Edit., 3ª edição, Brasil, 2002. [9] F. A. Wenner, “Method of measuring earth resistivity,” Bulletin of the National Bureau of Standards, Washington D. C., Vol. 12, 1916. [10] L. C. Zaneta, Transitórios eletromagnéticos em sistemas de potência, Edusp, Brasil, 2003. [11] C. F. Dalziel, “Effects of eletric shock on man,” Electrical Engineering, Vol. 60, No.2, pp. 63-66, 1941. [12] IEE guide for safety in AC substation grounding, ANSI/IEEE Std 80-1986, 1986.

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47

CAPÍTULO 3

Desenvolvimento teórico e modelagem do problema

No presente capítulo será abordado de forma detalhada, a solução numérica das

equações de Maxwell por FDTD, a truncagem da região de análise por UPML e o

processamento paralelo.

3.1 Método FDTD (Diferenças Finitas no Domínio do Tempo)

O método FDTD é baseado no cálculo de diferenças algébricas obtidas a partir

de equações diferenciais. Como o objetivo é simular a propagação de ondas

eletromagnéticas, as diferenças algébricas são aplicadas para a solução das Equações

de Maxwell, que relacionam os campos elétrico e magnético variantes no tempo. Essas

leis são expressas matematicamente pelas Equações 1(a) e 1(b) (leis de Faraday e

Ampère, respectivamente),

,tHEx

∂∂−=∇ μ (3.1)

,EtEHx σε +

∂∂=∇ (3.2)

nas quais E e H representam os vetores intensidade de campo elétrico e magnético,

respectivamente, μ a permeabilidade magnética do meio e ε a permissividade elétrica.

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48

3.1.1 A Célula de Yee

Baseado nas duas leis acima (que relacionam os campos elétrico e magnético),

K. Yee [1] desenvolveu o esquema de distribuição espacial e temporal de seu algoritmo,

criando assim uma ferramenta numérica poderosa na solução de problemas

eletromagnéticos. A Figura 3.1, mostra a célula ortogonal de Yee, a qual corresponde a

uma unidade discreta do espaço tridimensional representada em coordenadas

retangulares por x, y e z. Sendo assim, a célula de Yee é empregada na discretização

do espaço de análise para a obtenção da solução discreta das equações de Maxwell. O

espaço contínuo passa a ser então representado da seguinte forma: as posições x, y e

z são substituídas por

HzEx

Ey(i,j,k)

Ez Hx

Hy(i+1,j,k+1)

(i,j,k+1)

(i+1,j,k)

Δy

Δx

Δz

z

x

y

xi , Δ j yΔ e k zΔ , respectivamente, e o tempo t por n tΔ . Onde i,

j, k e n são valores inteiros enquanto que x, y, z e t são valores reais. Dessa forma, o

espaço e o tempo contínuo são representados em versões discretas, como mostram as

Figuras 3.2 e 3.3.

(a) (b)

Figura 3.1 (a) Posição das componentes dos campos elétrico e magnético, (b) Célula

no interior da uma malha 3-D.

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49

Ex

Ez

Ez

Ey(i,,j,k+1)

Ex H Ex

Ey

z

(i,,j+1,k+1)

(i,,j+1,k)

Ey

Hx

Ez

(i+1,,j+1,k)(i+1,,j,k)

(i+1,,j,k+1)

z

x

y

(n-1/2) (n) (n+1/2) (n+1)

Eixo do Tempo

H E EH

Figura 3.2 Célula de Yee com componentes dos campos elétricos e magnéticos no

instante n.

Ex Ex

Ex Ex

Ex Ex

EyEyEy

Ey EyEy

i-1, j+1 i, j+1

i, j-1 i+1, j-1

i+1, j

i+1, j+1

i-1, j

i-1, j-1

i, j

ΔxΔx

ΔyΔy

Figura 3.3 Plano paralelo ao plano x-y

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50

É importante observar o deslocamento espacial das componentes dos campos

elétrico e magnético, que além de serem alinhados com o sistema de coordenadas

retangulares, se afastam de meio incremento espacial (x, y e z) e de meio incremento

temporal (t). Tal fato é conseqüência das dependências espaciais e temporais entre tais

componentes, como descritos pelas equações de Maxwell (equações 3.1 e 3.2),

caracterizando o fenômeno da propagação da onda eletromagnética. Assim obtêm-se

as seguintes equações de atualização do campo elétrico (3.3, 3.4 e 3.5) e magnético

(3.6, 3.7 e 3.8), respectivamente, considerando σ ≠0.

1

1 12 2

1 12 2

11 1 2, , , ,2 2 1

21 1 1 1, , , ,2 2 2 2

12

1 1 1 1, , , ,2 2 2 2

n nx x

n n

z z

n n

y y

E i j k E i j k t

H i j k H i j kt

t y

H i j k H i j k

z

σε

σε

ε σε

+

+ +

+ +

−⎜ ⎟⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ = + +⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟ Δ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎜ ⎟+⎝ ⎠

⎡ ⎛ ⎞ ⎛+ + − + −⎢ ⎜ ⎟ ⎜Δ ⎝ ⎠ ⎝⎢+Δ Δ⎛ ⎞ ⎢−⎜ ⎟ ⎢⎝ ⎠ ⎣

⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + − + − ⎥⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎥−

Δ ⎥⎥⎦

tΔ⎛ ⎞

⎞⎟⎠

(3.3)

1

1 12 2

1 12 2

11 1 2, , , ,2 2 1

21 1 1 1, , , ,2 2 2 2

12

1 1 1 1, , , ,2 2 2 2

n ny y

n n

x x

n n

z z

t

E i j k E i j k t

H i j k H i j kt

t z

H i j k H i j k

x

σε

σε

ε σε

+

+ +

+ +

Δ⎛ ⎞−⎜ ⎟⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ = + +⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟ Δ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎜ ⎟+⎝ ⎠

⎡ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + − + −⎢ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟Δ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎢+Δ Δ⎛ ⎞ ⎢−⎜ ⎟ ⎢⎝ ⎠ ⎣

⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + − − + ⎥⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎥−

Δ ⎥⎥⎦

(3.4)

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51

1

1 12 2

1 12 2

11 1 2, , , ,2 2 1

21 1 1 1, , , ,2 2 2 2

12

1 1 1 1, , , ,2 2 2 2

n nz z

n n

y y

n n

x x

t

E i j k E i j k t

H i j k H i j kt

t x

H i j k H i j k

y

σε

σε

ε σε

+

+ +

+ +

Δ⎛ ⎞−⎜ ⎟⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ = + +⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟ Δ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎜ ⎟+⎝ ⎠

⎡ ⎛ ⎞ ⎛+ + − − +⎢ ⎜ ⎟ ⎜Δ ⎝ ⎠ ⎝⎢+Δ Δ⎛ ⎞ ⎢−⎜ ⎟ ⎢⎝ ⎠ ⎣

⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + − − + ⎥⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎥−

Δ ⎥⎥⎦

⎞⎟⎠

(3.5)

1 12 21 1 1 1, , , ,

2 2 2 21 1 1, , 1 , , , 1, , ,2 2 2

n n

x x

n n n ny y z z

H i j k H i j k

E i j k E i j k E i j k E i j kt

z yμ

+ −⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + = + + +⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛+ + − + + + − +⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜⎢ ⎥Δ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝⎢ ⎥+ −

Δ Δ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

12

⎞⎟⎠

(3.6)

1 12 21 1 1 1, , , ,

2 2 2 21 1 1 11, , , , , , 1 , ,2 2 2 2

n n

y y

n n n nz z x x

H i j k H i j k

E i j k E i j k E i j k E i j kt

x zμ

+ −⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + = + + +⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛+ + − + + + − +⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜⎢ ⎥Δ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝⎢ ⎥+ −

Δ Δ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

⎞⎟⎠

(3.7)

1 12 21 1 1 1, , , ,

2 2 2 21 1 1 1, 1, , , 1, , , ,2 2 2 2

n n

z z

n n n nx x y y

H i j k H i j k

E i j k E i j k E i j k E i j kt

y xμ

+ −⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + = + + +⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎡ ⎤⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ + − + + + − +⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎢ ⎥Δ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎢ ⎥+ −

Δ Δ⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

(3.8)

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52

3.1.2 Dimensões da célula, estabilidade e precisão. O algoritmo descrito pelas equações (3.3) a (3.8) causa efeitos numéricos (não

físicos), como a dispersão (velocidade de fase diferente de C no vácuo, por exemplo).

Isso se deve ao fato de que as aproximações nos cálculos geram erros que são

propagados, acumula desvios de fase que fazem com que fenômenos não físicos se

manifestem.

Por isso para garantir a estabilidade numérica nos casos gerais, a inequação

(3.9), condição de Courant [2], deverá ser satisfeita, onde v é a velocidade de

propagação das ondas eletromagnéticas no meio com menor permissividade.

,

1111

222 zyxv

t

Δ+

Δ+

Δ

≤Δ (3.9)

Para o caso tridimensional em que as dimensões da célula são iguais, ou seja

zyx Δ=Δ=Δ=δ , a equação (3.9) reduz-se para:

(3.10) .

3ct δ≤Δ

3.1.3 As técnicas de representação de fios finos

O modelo do fio fino tem uma vasta área de aplicação na engenharia, como

antenas e sistemas de aterramento, em que o equacionamento passa pela metodologia

que utiliza a técnica FDTD. A importância da utilização desta técnica se fundamenta na

existência de hastes e fios condutores (cilíndricos), cujos diâmetros são menores, que

as dimensões das células de Yee. Esta representação subcelular de cilindros

condutores evita altos níveis de discretização do domínio de análise, reduzindo o

esforço computacional para a atualização dos campos. Duas técnicas muito importantes

e de extrema utilidade são: a elaborada por Umashankar et al [3], que tem como

principal fundamento a atualização das equações para os campos magnéticos

adjacentes ao fio fino de acordo com o seu raio. A segunda técnica, desenvolvida por

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53

Tako Noda et al. [4] e posteriormente por Yoshihiro Baba et al. [5], propõe mudanças no

sentido de se obter de forma correta a impedância de surto do condutor sob o teste.

Para isto, Noda et al., introduziram a atualização dos campos elétricos e magnéticos

para meios sem perdas e Baba et al., estenderam esta formulação para meios com

perdas.

3.1.4 Truncagem do Método FDTD por UPML

Solo

Ar

Haste de excitação

Malha de Terra

UPML

Quando se parte para solução numérica de equações de campos

eletromagnéticos no domínio do tempo, utilizando técnicas das diferenças finitas em um

determinado meio sem fronteiras, faz-se necessário utilizar uma metodologia que limite

o domínio no qual os campos serão computados através da “truncagem” da malha com

a aplicação de regiões absorventes nos limites numéricos. Contudo uma das grandes

dificuldades na limitação da região de análise é que, em vários problemas, trabalha-se

no espaço aberto (um meio infinito) que tornaria a análise do problema por FDTD, a

princípio, impraticável devido as limitações dos sistemas computacionais. Nesse

sentido, a idéia da UPML (Uniaxial Perfectly Matched Layers) tem grande aplicabilidade,

pois a mesma tem o objetivo de limitar de forma artificial e com grande precisão o

domínio de análise [6] e absorver de forma gradual as ondas que ali incidem com

máxima eficiência, evitando assim a inserção de erros na região de análise. Sendo

assim, o domínio formado pela região de análise e a região da UPML é mostrado na

Figura 3.4.

Região de Análise

Figura 3.4 Modelo geral, no plano x-y, do domínio numérico de um problema aberto.

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54

A UPML em questão é formada por dez camadas, cada uma com uma

condutividade artificial. Quanto mais próxima da PEC (Condutor Elétrico Perfeito) é a

camada, mais intenso é o nível de absorção das ondas eletromagnéticas que ali

chegam. Por fim, a região da UPML é envolvida por um condutor perfeito, para o caso

da uma onda atravessar a última camada e não ter sido absorvida totalmente, sendo

também atenuada no caminho de volta. A estrutura a UPML é mostrada na Figura 3.5.

Região de Análise

Região de Vértice

UPML

PEC

Y

Z X

Figura 3.5 Modelo de problema de eletromagnético aberto em 2-D, fechado artificialmente pela UPML.

Neste caso, o meio absorvente UPML é anisotrópico e condutivo e a lei de Ampère na UPML pode ser expressa, como:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+=

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

∂∂

−∂∂

∂∂

−∂∂

∂∂

−∂∂

00 ωε

σεωεj

j

HH

HH

HH

r

xy

yx

zx

xz

yz

zy

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

z

yx

y

zx

x

zy

SSS

SSS

SSS

00

00

00

,⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

z

y

x

EEE

(3.11)

onde xS , yS e zS são definidos por:

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55

;0

ωε

σ

jkKS

kk += sendo k = x,y,z , (3.12)

e kσ com k

K são funções polinomiais que representam a atenuação ao longo das direções x, y e z. Para a direção x tem-se [7]:

( ) ,max,x

m

dxxx σσ ⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛= (3.13)

e

( ) ,1max,1m

dx

xkxKx ⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛

⎟⎠⎞⎜

⎝⎛ −+= (3.14)

onde d é a profundidade da UPML. Expressões similares podem ser obtidas para as

direções. O procedimento para a obtenção das componentes dos campos elétrico e

magnético, é feito da seguinte forma:

Inicialmente, introduzem-se duas variáveis auxiliares de campo P e P' , as

quais permitem modelar a presença do σ isotrópico, Eq. (3.11), dentro da UPML. Estas

variáveis são definidas como:

;xExSzS

xP = ;yEySxS

yP = ;zEzSyS

zP = (3.15)

;' xPySxP = ;' yPzSyP = ;' zPxSzP = (3.16)

Dessa forma, a equação (3.11) passa a ser dada por:

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56

r

xy

yx

zx

xz

yz

zy

j

HH

HH

HH

εωε 0=

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

∂∂

−∂∂

∂∂

−∂∂

∂∂

−∂∂

.

'

'

'

'

'

'

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

+

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

zPyPxP

zPyPxP

σ (3.17)

Passa-se então ao cálculo de '.Pjω A equação acima pode ser expandida, como segue,

+⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎡=

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

⎟⎟

⎜⎜

⎛+

⎟⎟

⎜⎜

⎛+

⎟⎟

⎜⎜

⎛+

=

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

=

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

x

z

y

KK

Kj

zPj

xxK

yPj

zzK

xPj

yyK

j

zPxSyPzS

xPyS

zPyPxP

j00

0000

'

'

'

0

0

0

ω

ωε

σ

ωε

σ

ωε

σ

ωω (3.18)

.00

0000

1

0 ⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎡+

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

zPyPxP

zPyPxP

x

z

y

σσ

σ

ε

Passando para o domínio do tempo tem-se:

.00

0000

1

000000

'

'

'

0 ⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎡+

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

∂∂

=

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

∂∂

z

y

x

x

z

y

z

y

x

x

z

y

PPP

PPP

KK

K

t

zPyPxP

σσ

ε (3.19)

Na direção x, tem-se de (3.14):

xExSzS

xP = ∴ xEzSxSxP = (3.20)

,00

xz

zxx

x Ej

KPj

K ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+=⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛+

ωεσ

ωεσ

(3.21)

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57

( ) ( ) ,00 xzzxxx EKjPKj σωεσωε +=+ (3.22)

passando a equação acima para o domínio do tempo, resulta:

,00 zzxzxxxx PEKt

PPKt

σεσε +∂∂

=+∂∂

(3.23)

( )00 ε

σε

σ xzxz

xxxx

EEKt

PPKt

+∂∂

=+∂∂

(3.24)

Para o cálculo de ,1+nxE parte-se da equação (3.16) e calcula-se inicialmente

,1+nxP como segue,

=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡ −+⎥

⎤⎢⎣

⎡Δ− ++

2),,('),,('),,('),,(' 11

0kjiPkjiP

tkjiPkjiP n

xnx

nx

nx

r σεε

(3.25)

,)1,,(),1,( 2/12/12/12/1

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

Δ

−−−

Δ−−

=++++

zHkjiH

yHkjiH n

yny

nz

nz

=++Δ

−Δ

++ ),,('2

),,('2

),,('),,(' 1010 kjiPkjiPkjiPt

kjiPt

nx

nx

nx

rnx

r σσεεεε

(3.26)

,)1,,(),1,( 2/12/12/12/1

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

Δ

−−−

Δ−−

=++++

zHkjiH

yHkjiH n

yny

nz

nz

=⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ −

Δ+⎥⎦

⎤⎢⎣⎡ +

Δ+

2),,('

2),,(' 001 σεεσεε

tkjiP

tkjiP rn

xrn

x

(3.27)

,)1,,(),1,( 2/12/12/12/1

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

Δ

−−−

Δ−−

=++++

zHkjiH

yHkjiH n

yny

nz

nz

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58

Assim chegamos a equação:

×

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +Δ

+

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +Δ

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ −Δ=+

2

1

2

2),,('

),,(' 1

σεσε

σε

tt

tkjiP

kjiP

nx

nx

(3.28)

.)1,,()1,,(),1,(),,( 2/12/12/12/1

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

Δ

−−−−

Δ−−

×++++

zkjiHkjiH

ykjiHkjiH n

yny

nz

nz

Logo após, com o objetivo de encontrar 1+nxP , parte-se da equação (3.18) de onde

se conclui que:

,1

0

'xyxyx PPK

tP

ε+

∂∂

=∂∂

(3.29)

,2

12

1'' 111 nxy

nxy

nxy

nxy

nx

nx PP

tPK

tPK

tP

tP σ

εσ

ε++

Δ−

Δ=

Δ−

Δ

+++

(3.30)

Finalmente, a partir da equação (3.39) calcula-se o campo elétrico na direção x

,22

1

0

11

0

1

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −+⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛Δ−

=⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −+⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛Δ− ++++ n

xnxz

nx

nx

z

nx

nxx

nx

nx

xEE

tEEKPP

tPPK

εσ

εσ

(3.30)

,222 0

111

0

1

0

1

εσ

εσ

εσ +++++

−Δ

=++Δ

−Δ

nxz

nxz

nxz

nxx

nxx

nxx

nxx E

tEK

tEKPP

tPK

tPK

(3.32)

,2222 00

1

00

1⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+

Δ−+⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛+

Δ=⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛+

Δ−+⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛+

Δ++

εσ

εσ

εσ

εσ zzn

xzzn

xxxn

xxxn

x tKE

tKE

tKP

tKP (3.33)

.22

2

1

2

2),,(),,(00

1

00

01⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ Δ+−⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛ Δ+×

Δ+

+

⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢

Δ+

Δ−

= ++

εσ

εσ

εσ

εσ

εσ

tKPtKPtKtK

tKkjiEkjiE x

xn

xx

xn

xz

zz

z

zz

nx

nx (3.34)

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59

3.2 Processamento Paralelo A crescente evolução em pesquisas nos setor computacional e os surgimentos

de limites impostos pelas leis físicas têm impulsionado um grande avanço nas mais

diversas áreas da computação. Dessa forma existem dois caminhos disponíveis para a

solução: o primeiro é a utilização de supercomputadores. Contudo, o principal fator

negativo neste tipo de solução está relacionado ao seu alto orçamento, pois sistemas

comerciais de alta capacidade são geralmente dispendiosos e, portanto, inacessíveis a

maioria dos grupos de pesquisa; o segundo é a utilização de microcomputadores

convencionais interligados por rede de maneira a trabalharem em paralelo, de acordo

com a arquitetura Beowulf [8], cujo custo final é bem inferior se comparado com o da

solução comercial, devido, a basicamente dois fatores:

• O hardware é menos dispendioso

• Disponibilidade de softwares livres [9]

O paralelismo é uma técnica utilizada para solucionar problemas complexos e de

grandes volumes de dados no menor tempo possível [10]. Para isso, dividi-se o

problema em tarefas menores que serão distribuídas entre os vários processadores

para serem solucionadas cooperativamente [11], conforme indicado na Figura 3.6.

Tarefa 1

Processador 1

Problema de alta complexidade

Tarefa 2

Tarefa 3

Processador 3

Processador 2

Figura 3.6 Divisão do problema em tarefas menores, entre vários processadores.

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60

Levando-se em consideração o objeto paralelizado [10], pode-se classificar o

paralelismo em paralelismo de dados e paralelismo funcional. No paralelismo de dados

o processador executa as mesmas instruções sobre deferentes dados [10], e pode ser

empregado em algoritmos envolvendo o método das diferenças finitas no domínio do

tempo (método FDTD) [10], onde os processos podem operar independentemente em

uma larga porção de dados, havendo comunicação somente nos limites da divisão dos

subdomínios para a atualização dos campos em cada iteração [12]. No paralelismo

funcional o processador executa instruções que podem ou não operar sobre o mesmo

conjunto de dados, onde as tarefas são distribuídas para um grupo de processos

escravos por um processo mestre que também pode fazer parte da execução da tarefa.

Para superar o problema do alto custo e popularizar o processamento paralelo, o

Centro de Excelência em Dados Espaciais e Informações Científicas (CESDIS), órgão

da NASA, montou a primeira arquitetura paralela de computadores, denominada cluster

Beowulf [8]. O primeiro destes clusters consistia em 16 nós com processadores Intel

486 Dx4 a 100MHz interligados por uma rede de Ethernet a 10 Mbits. Atualmente

existem clusters deste tipo com mais de um milhar de nós. Isso só foi possível devido

ao avanço na tecnologia de hardware que trouxe os preços dos computadores para

níveis mais acessíveis e avanços tecnológicos surgidos no mundo do software,

introduzindo no mercado bibliotecas de comunicação com PVM e MPI. O MPI, Message

Passing Interface, é uma biblioteca de passagem de mensagens, desenvolvida por um

grupo de pesquisadores, para funcionar como um sistema padrão em uma grande

variedade de arquitetura de computadores paralelos, pois possui a eficiência e

facilidade de uso. A padronização define a sintaxe e a semântica das rotinas das

bibliotecas, o que as torna úteis para se escrever programas em C, C++ e Fortran [13].

A idéia básica para implementação paralela do algoritmo FDTD, baseia-se na

divisão do domínio de análise em subdomínios. Nesta técnica, conhecida como técnica

de decomposição de dados ou decomposição de domínios, os dados do problema são

divididos e selecionados para rodar em diferentes processadores, considerando que,

cada processador executa basicamente o mesmo programa (código fonte), porém com

diferentes dados. É uma implementação típica do modelo SPMD (Single Program

Multiple Data) [14]. A distribuição de dados é feita manualmente, o programador define

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61

através de funções de mensagens do tipo enviar/receber a comunicação entre

processadores adjacentes de forma a se manter a continuidade na atualização das

componentes de campo localizadas nas interfaces dos domínios. Neste trabalho, os

tempos de processamento da malha do guarda chuva, foram obtidos a partir de uma

máquina com quatro processadores de 64 bits, clock de 2,6GHz e 4GB de memória

RAM. A implementação do programa foi feita inteiramente na linguagem C. A troca de

dados se deu através da placa mãe utilizando a biblioteca LAM/MPI [15-16]. O domínio

de análise (região de analise + UPML) foi discretizado com 152×143×100 células, nas

direções x, y e z, respectivamente, sendo que foram utilizadas 10 células (camadas)

para cada parede relativa à região absorvente UPML. E para o mesmo caso podemos

ratificar através da Figura 3.7, onde os dados foram provenientes de repetidos testes,

que o processamento paralelo realmente é uma poderosa ferramenta para a otimização

de problemas.

Tempo de processamento (minutos)

Column B

0255075

100125150175200225250275300

Total de

CPUs 1 2

34

Total de CPUs

Figura 3.7 Tempos de processamento de 1 a 4 processadores para o problema da

malha Guarda-Chuva

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62

3.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] K. S. Yee, “Numerical solution of initial boundary value problems involving Maxwell’s equations in isotropic media” IEEE Trans. Antenas and Propagation, Vol. 14, 1966, pp. 302-307. [2] R. Courant, K. O. Friedrichs, and H. Lewy, “Uber die partiellen differenzgleichungen der mathematischen physic”, Mathematische Annalen, Vol. 100, pp 32-74, 1928. [3] K. R. Umashankar, A. Taflove and B. Beker, “Calculation an experimental validation of induced currents on coupled wires in an arbitrary shaped cavity”, IEEE Trans. Antennas and Propagation, Vol 35, 1987, pp. 1248-1257. .

[4] T. Noda, S. Yokoyama, “Thin wire representation in finite difference time domain surge simulation”. IEEE Transactions on Power Delivery, Vol 17, No.3, 2002. [5] Y. Baba, N. Nagaoka, A. Ametani, “Modeling of thin wires in a lossy medium for FDTD simulations”. IEEE Transactions on Electromagnetics Compatibility, Vol 47, No 1, 2005. [6] A. Taflove and S. C. Hagness: Computational electrodynamics: The finite-difference time-domain Method, Artech house, inc., Boston, 2000. [7] S. D. Gedney, “Na anisotropic perfectly matched layer absorbing media for the truncation of FDTD lattices,” IEEE Trans. Antennas an Propagation, Vol. 44, pp. 1630-1639, 1996. [8] J. M. Rocha, “Cluster Beowulf: aspectos de projeto e implementação, “ Master’s thesis, Universidade Federal do Pará/PPGEE, Janeiro 2003. [9] “General public lecense,” The GNU at the Web: http://www.gnu.org/copyleft/gpl.html, 1991. [10] CENAPAD_NE, “Apostila do Workshop MPI”, Fevereiro, 1998. [11] FOSTER, T. lan, “Designing and Building Parallel Programs: Concepts and tools for parallel software engineering”, Addison-Wesley Publishing Company, 1994. [12] University of Illimois, “Introduction to MPI”, 2001. [13] A. Tanenbaun, Network computers. Prentice Hall, 2º edição 1989. [14] G. Andrews, Foundations of multithreaded, parallel and distributed programming, Addison Wesley, 2000.

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63

[15] M. Snir, S. Otto, H. Steven, MPI: The complete reference. The MIT Press, Massachusetts, 1996. [16] R. M. S. de Oliveira, R. O. Santos, C. L. S. Sobrinho, “Numerical scattering analysis in indoor and outdoor environments by applying FDTD method” International Microwave and optoelectronics Conference, Iguazu Falls, 2003.

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64

CAPÍTULO 4

Resultados

4.1 Análises da Distribuição de Corrente em Sistemas de Aterramento

O estudo da distribuição de corrente utilizando características mais próximas

possíveis da realidade pode ajudar bastante no entendimento e na melhor

compreensão de sistema de aterramento. Com esse intuito foram realizadas simulações

utilizando diferentes tipos de solos, com o acréscimo de uma haste como ponto de

injeção. O software utilizado para tais simulações foi desenvolvido no LANE, é baseado

no Método FDTD e analisa o comportamento transitório e estacionário dos parâmetros

dos sistemas de aterramento. As simulações foram realizadas da seguinte maneira:

primeiramente foram escolhidos diferentes tipos de resistividades para casos com

quantidade variada de camadas. Após isso foram feitas comparações bastante

interessantes, a primeira delas foi entre uma estrutura de apenas uma haste com o

modelo fractal e com o modelo fractal com a segunda ramificação, a segunda

comparação foi feita utilizando uma malha de terra 5×5 com o modelo guarda-chuva e

a partir daí aplicou-se as técnicas para a obtenção dos resultados.

4.2 Simulações utilizando duas camadas

4.2.1 Simulações com resistividades variando de forma crescente

Na figura 4.3 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB, tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

caso de solo com duas camadas, com penetração de 0,5 metro da haste de inserção na

primeira camada, onde a primeira camada possui ρ1 = 0,0001 Ω.m, com h1 = 2,5m

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65

enquanto que a segunda camada apresenta ρ2 = 10.000 Ω.m, considerando-se o

modelo de aterramento da figura 4.1.

Figura 4.1: Solo estratificado em duas camadas

Figura 4.2: Solo estratificado em três camadas

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66

z(m)

z(m)

9

Distribuição de Corrente (dB)

6 7 8532

4

46

8x(m

)10

12

ρ1 = 0,0001 Ω.m

ρ2 = 10000 Ω.m

1416

(a)

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67

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

8

7

TGR (Imped. no ponto de injeção)

8

10

8

0

2

4

6

0 62 1484 1816Tempo (us)

1210

TGR (o

hms)

5

6z(m)

5

4

34 6 8 10 12 14 16

x(m)

(b)

(c)

Figura 4.3: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da

distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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68

Na figura 4.4 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-

z, onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para

um solo com duas camadas, com penetração de 3 metros da haste de inserção no

mesmo, onde a primeira camada possui ρ1 = 0,0001 Ω.m, com h1 = 2,5m enquanto que

a segunda camada apresenta ρ2 = 10.000 Ω.m, considerando-se o modelo de

aterramento da figura 4.1. z(m)

3 4 5 6 7 8 9

446

x(m)8888

Distribuição de Corrente (dB)

1012

ρ2 = 10000 Ω.m

ρ1 = 0,0001 Ω.m

1416

(a)

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69

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

8

7

TGR

(ohm

s)

9

0Tempo (us)

TGR (Imped. no ponto de injeção)

8

7

6

5

4

3

2

1

02 4 6 8 10 12 14 16 18

6

5

4

3

z(m)

4 6 8 10 12 14 16x(m)

(b)

(c)

Figura 4.4: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da

distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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70

4.2.2 Simulações com resistividades variando de forma decrescente

Na figura 4.5 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

caso de solo com duas camadas, com penetração de 0,5 metros da haste de inserção

na primeira camada, onde a primeira camada possui ρ1 = 10.000 Ω.m, com h1 = 2,5m

enquanto que a segunda camada apresenta ρ2 = 0,0001 Ω.m, considerando-se o

modelo de aterramento da figura 4.1. z (m)

9

x(m)2

873 4 5 6

46 Distribuição de Corrente (dB)

810

12

ρ2 = 0,0001 Ω.m

ρ1 = 10000 Ω.m

1416

(a)

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71

9

7

8

6

5

4

3

z(m)

4 1086 12 14 16x(m)

Distribuição de Corrente (dB)

0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

(b)

TGR (Imped. no ponto de injeção)

TGR (o

hms)

6000

3000

4000

5000

2000

1000

Tempo (us)10 12

00 14 16 182 4 6 8

(c)

Figura 4.5: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro

colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR –

impedância no ponto de injeção.

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72

97 8

x(m)

6z (m)

Na figura 4.6 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB, enquanto que

na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z, onde z é o

eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um caso de

solo com duas camadas, com penetração de 3 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a primeira camada possui ρ1 = 10.000 Ω.m, com h1 = 2,5m enquanto que a

segunda camada apresenta ρ2 = 0,0001 Ω.m, considerando-se o modelo de

aterramento da figura 4.1.

3 4 5

24

6 Distribuição de Corrente (dB)

810

12

ρ2 = 0,0001 Ω.m

ρ1 = 10000 Ω.m

1416

(a)

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73

TGR (o

hms)

10

Tempo (us)

TGR (Imped. no ponto de injeção)

8

6

4

2

00 2 4 6 8 10 12 14 16

2

14 1612108642x(m)

3456789

Distribuição de Corrente (dB)

-3 -4 -5 -6 -7 -8z(m) -9 -10

(b)

(c)

Figura 4.6: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção.

Comentários:

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74

No caso das simulações com resistividades crescentes com duas camadas (figuras 4.3

e 4.4) observa-se uma distribuição de corrente bastante linear na 1ª camada, por se

tratar de uma camada com alto valor de condutividade em relação à 2ª camada. E

quando a corrente chega à interface com a 2ª camada uma grande parte é refletida por

causa da elevada resistividade da 2ª camada. A principal diferença neste caso foi

exatamente nos quadros da TGR de ambas, onde no caso da figura 4.3 foi maior que

na figura 4.4 por a posição da haste está localizada numa camada com maior

condutividade. Observa-se através da figura 4.5, uma distribuição de corrente mais

vertical na 1ª camada, por se tratar de uma camada com baixo valor de condutividade

em relação à segunda camada. E como a corrente procura sempre a menor resistência

ela passa pela 1ª camada em busca da seguinte por apresentar um alto valor de

condutividade. Já na figura 4.6 percebe-se uma distribuição de corrente bastante

concentrada na 2ª camada, pois há uma reflexão quase total de corrente na 1ª camada

por a haste de inserção está localizada na 2ª camada e esta ter um valor de

condutividade maior que o da 1ª camada. O que explica o brusco decréscimo da TGR

nas Figuras 4.5 (c) e 4.6 (c).

4.3 Simulações utilizando três camadas

4.3.1 Simulações com resistividades variando de forma crescente

Na figura 4.7 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para solo

com três camadas, com penetração de 0,5 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a primeira camada possui ρ1 = 0,001 Ω.m e h1 = 2,5 m, a segunda camada, ρ2 = 1

Ω.m e h2 = 2,5 m e a terceira camada, ρ3 = 1.000 Ω.m., considerando-se o modelo de

aterramento da figura 4.2.

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75

97

z (m)3 4 5 6 8

4

ρ1 = 0,001 Ω.m

ρ2 = 1 Ω.m

ρ3 = 1000 Ω.m

x(m)6

810

1412

16

Distribuição de Corrente (dB)

(a)

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76

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

8

7

TGR (Imped. no ponto de injeção)

TGR (o

hms)

Tempo (us)

8

14

12

16

10

10 12

6

44

2

00 8642 14 16 18

5

4

34 1086 12 14 16

x(m)

z(m) 6

(b)

(c)

Figura 4.7: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da

distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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77

96 7 8543

x (m)4

56

79

810

3

Distribuição de Corrente (dB)

z (m )

Na figura 4.8 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

solo com três camadas, com penetração de 3 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a 1ª camada possui ρ1 = 0,001 Ω.m e h1 = 2,5 m, a 2ª camada com ρ2 = 1 Ω.m e h2

= 2,5 m e a 3ª camada com ρ3 = 1000 Ω.m., considerando-se o modelo de aterramento

da figura 4.2.

ρ1 = 0,001 Ω.m

ρ3 = 1000 Ω.m

ρ2 = 1 Ω.m

(a)

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78

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9

-10

8

7z(m)

6

5

4

3103 4 5 6 7 8 9

x(m)

(b)

TGR (Imped. no ponto de injeção)10

8

TGR (o

hms)

6

4

2

0

Tempo (us)0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

(c)

Figura 4.8: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da

distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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79

96 7 8543

x(m)4

56

79

810

3

Distribuição de Corrente (dB)

ρ1 = 0,001 Ω.m

z ( m)

Na figura 4.9 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

solo com três camadas, com penetração de 5,5 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a 1ª camada possui ρ1 = 0,001 Ω.m e h1 = 2,5 m, a 2ª camada, ρ2 = 1 Ω.m e h2 =

2,5 m e a 3ª camada, ρ3 = 1000 Ω.m., considerando-se o modelo de aterramento da

figura 4.2.

ρ3 = 1000 Ω.m

ρ2 = 1 Ω.m

(a)

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80

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

8

7

TGR (Imped. no ponto de injeção)

TGR (o

hms)

Tempo (us)

8

10

10 12

6

4

2

00 8642 14 16 18

5

4

33 10

6z(m)

4 5 6 7 8 9x(m)

(b)

(c)

Figura 4.9: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da

distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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81

4.3.2 Simulações com resistividades variando de forma decrescente

96

z (m )

Na figura 4.10 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

solo com três camadas, com penetração de 0,5 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a 1ª camada possui ρ1 = 1000 Ω.m e h1 = 2,5 m, a 2ª camada, ρ2 = 1 Ω.m e h2 =

2,5 m e a 3ª camada, ρ3 = 0,001 Ω.m, considerando-se o modelo de aterramento da

figura 4.2.

3 4 5 7 8

46

x(m)8

Distribuição de Corrente (dB)

1012

14

ρ3 = 0,001 Ω.m

ρ1 = 1000 Ω.m

ρ2 = 1 Ω.m

16

(a)

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82

TGR (Imped. no ponto de injeção)

600

400

500

400400400400

100

200

300

TGR (o

hms)

0

Tempo (us)10 120 8642 14 16 18

9

7

8

5

43

4

0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

6

Distribuição de Corrente (dB)

z(m)

6 10 12 14 168x(m)

(b)

(c)

Figura 4.10: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido

da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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83

96 7 8543x(m)

56

104

37

89

Distribuição de Corrente (dB)

ρ1 = 1000 Ω.m

ρ3 = 0,001 Ω.m

ρ2 = 1 Ω.m

z (m)

Na figura 4.11 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

solo com três camadas, com penetração de 3 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a 1ª camada possui ρ1 = 1000 Ω.m e h1 = 2,5 m, a 2ª camada, ρ2 = 1 Ω.m e h2 =

2,5 m e a 3ª camada, ρ3 = 0,001 Ω.m, considerando-se o modelo de aterramento da

figura 4.2.

(a)

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84

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

8

7z(m) 6

5

4

3

TGR (Imped. no ponto de injeção)

10

8

0

2

4

6

0 62 1484 1816Tempo (us)

1210

TGR (o

hms)

4 5 6 10x(m)3 7 8 9

(b)

(c)

Figura 4.11: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido

da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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85

Na figura 4.12 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) a impedância no ponto de injeção. Para um

solo com três camadas, com penetração de 5,5 metros da haste de inserção no mesmo,

onde a 1ª camada possui ρ1 = 1000 Ω.m e h1 = 2,5 m, a 2ª camada, ρ2 = 1 Ω.m e h2 =

2.5 m e a 3ª camada, ρ3 = 0,001 Ω.m, considerando-se o modelo de aterramento da

figura 4.2.

96z (m)

3 4 5 7 83

4

5 Distribuição de Corrente (dB)

6x(m)7

8

ρ1 = 1000 Ω.m

ρ3 = 0,001 Ω.m

ρ2 = 1 Ω.m

9

10

(a)

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86

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10

8

7z(m) 6

5

4

3

6

TGR (Imped. no ponto de injeção)10

8

0

4

0 62 1484 1816Tempo (us)

1210

TGR

(ohm

s)

6

2

4 5 6 10x(m)

3 7 8 9

(b)

(c)

Figura 4.12: (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido

da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) Quadro da TGR – impedância no

ponto de injeção.

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87

Comentários:

Nas simulações de três camadas com a resistividade variando de forma crescente

(Figuras 4.7, 4.8 e 4.9) temos uma mínima e máxima de resistividade logo nas duas

primeiras camadas, o que leva-se ao resultado que a 1ª camada irá conduzir bem a

corrente por causa de sua alta condutividade e passará conduzindo também para a

segunda camada, mas não com a mesma intensidade de condução por apresentar alta

resistividade. A partir desta análise constata-se que para este caso, em que a corrente

encontra uma elevada resistividade na segunda camada, os resultados tanto para duas

como para três camadas são bastante parecidos, visto que a corrente não tem contato

com a terceira camada. A partir dos resultados apresentados nas simulações com

resistividades variando de forma decrescente (figuras 4.10, 4.11 e 4.12), observa-se um

caso de variação máxima e mínima de resistividade logo nas duas primeiras camadas,

o que leva ao resultado que na 1ª camada a corrente encontra certa barreira para

circular por causa de sua baixa condutividade, mas na 2ª camada passará a conduzir

melhor, por causa de sua condutividade ser melhor. Nota-se também neste caso

através dos quadros da TGR, que o valor da resistência da terra assume valores

decrescentes, como é comprovado nos quadros 4.10-c, 4.11-c e 4.12-c, por causa

variável sucessão de profundidade da haste de inserção, encontrando para este caso

camadas cada vez mais condutivas. É de importante relevância ressaltar que com a

variação de profundidade da haste de inserção no solo nos leva a um valor constante

da resistência da terra, isto é, quando chega numa determinada profundidade a mesma

não apresenta variações tão notórias, independentemente da ordem das resistividades.

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88

4.4 Simulações utilizando apenas uma haste, o modelo fractal e o modelo fractal com a segunda ramificação.

4.4.1 Simulação com uma haste.

Na figura 4.14 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) distribuição de potencial na superfície do

solo; (d) a impedância no ponto de injeção. Para um solo homogêneo, com penetração

de 0,5 metros da haste de inserção, onde o mesmo possui ρ = 500 Ω.m. Considerando

o modelo de aterramento da figura 4.13.

Resistência

Fonte Superfície do solo

ρ = 500 Ω.m

Figura 4.13: Solo homogêneo com uma haste

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897,5

z (m)3,5 4,5 5,5 6,53 6 74 5

5x(m)

1015

2025

30

Distribuição de Corrente (dB)

ρ = 500 Ω.m

(a)

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90

7,5 0

-0,5-1

-1,5-2

-2,5-3

-3,5-4

-4,5

z(m)'

x(m)

76,56

5,5

54,54

3,53

5 10 15 20 2525 30

Distribuição de Corrente (dB)

(b)

Distribuição de Potencial na Superfície do Solo

(c)

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91TGR (Imped. no ponto de injeção)

140

120

100TG

R (o

hms)

80

60

40

20

00 0,5 1 1,5 2 2,5

Tempo (us)

(d)

Figura 4.14. (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido

da distribuição da intensidade de corrente em dB (c) distribuição de potencial na

superfície do solo (d) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção.

4.4.2 Simulação utilizando o modelo fractal.

Na figura 4.15 apresentam-se (a) modelo fractal no plano x-z ; (b) distribuição

vetorial de corrente em dB, enquanto que na (c) a distribuição da intensidade de

corrente em dB tudo no plano x-z, onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (d)

distribuição de potencial na superfície do solo; (e) a impedância no ponto de injeção.

Para um solo homogêneo, com resistividade de 500 Ω.m.

(a)

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92z (m) 7,57

x(m)5

3 6,565,543,5 4,5 5

1015

2025

30

Distribuição de Corrente (dB)

ρ1 = 500 Ω.m

(b)

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93

Distribuição de Corrente (dB)

7,5 0

-0,5-1

-1,5-2

-2,5-3

-3,5-4

-4,5

7

6,5

65,5z(m)

Distribuição de Potencial na Superfície do Solo

x(m)

54,54

3,53

5 10 15 20 25 30

(c)

(d)

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94TGR (Imped. no ponto de injeção)

80

70

60

0 0,5 1,5 2 2,5 3Tempo (us)

TGR (o

hms) 50

40

30

20

10

01 3,5

(e)

Figura 4.15. (a) Modelo Fractal (b) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (c)

Quadro colorido da distribuição da intensidade de corrente em dB (d) distribuição de

potencial na superfície do solo (e) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção.

4.4.3 Simulação utilizando o modelo fractal com a segunda ramificação.

Na figura 4.16 apresentam-se (a) modelo fractal com a segunda ramificação; (b)

distribuição vetorial de corrente em dB, enquanto que na (c) a distribuição da

intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z, onde z é o eixo vertical e x o

horizontal; (d) distribuição de potencial na superfície do solo; (e) a impedância no ponto

de injeção. Para um solo homogêneo, com resistividade de 500 Ω.m.

(a)

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95z (m) 7,57

x(m)5

1015

2025

30

ρ = 500 Ω.m

6,565,553,5 4,53 4

Distribuição de Corrente (dB)

(b)

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96

Distribuição de Corrente (dB)

7,5 0

-0,5-1

-1,5-2

-2,5-3

-3,5-4

-4,5

76,5

65,5z(m)

x(m)

54,5

43,53

5 10 15 20 25 30

(c)

Distribuição de Potencial na Superfície do Solo

(d)

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97TGR (Imped. no ponto de injeção)

60

50

TGR (o

hms) 40

30

20

10

00 0,5 1 1,5 2 2,5

Tempo (us)

(e)

Figura 4.16. (a) Modelo Fractal com a segunda ramificação (b) Quadro da distribuição

vetorial de corrente em dB (c) Quadro colorido da distribuição da intensidade de

corrente em dB (d) distribuição de potencial na superfície do solo (e) Quadro da TGR

– impedância no ponto de injeção.

Comentários:

Esta comparação utilizando o no solo apenas uma haste (figura 4.14), o modelo

fractal (figura 4.15) e o modelo fractal com a segunda ramificação (4.16), nos mostram

uma crescente melhoria na distribuição de corrente. Fica evidente a eficácia do modelo

fractal em comparação com uma haste, por este apresentar uma distribuição de

corrente voltada para o interior do solo e fazendo por conseqüência diminuir pela

metade a distribuição de potencial na superfície do solo, e que fica comprovado pelas

figuras 4.14-c e 4.15d. No caso do modelo fractal com o de segunda ramificação não é

bastante expressiva, mas tem muita importância, pois como fica evidenciado pelas

figuras 4.15-d e 4.16-d, temos uma melhoria de 1,5 volts na superfície do solo. Estas

melhorias se dão às crescentes inserções de metais nas comparações, onde as

próprias estavam sempre mais direcionadas para o interior do solo.

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98

4.5 Simulação utilizando uma malha de terra e o modelo guarda chuva

4.5.1 Simulação com a malha de terra

A Figura 4.17 apresenta um esboço da malha de terra modelada (10 m x 10 m),

a qual é instalada a 0,5 m da superfície, onde o eixo z é o eixo vertical. Na figura 4.18

apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB, enquanto que na (b) a

distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z, onde z é o eixo vertical

e x o horizontal; (c) distribuição de potencial na superfície do solo; (d) a impedância no

ponto de injeção. Para um solo homogêneo, com resistividade de 500 Ω.m.

H (a)

aste de Excitação

.

(b)

Figura 4.17. (a) Malha 5x5 visão x-z (b) Malha 5x5 visão x-y.

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99

z(m) 109

Distribuição de Corrente (dB)

6 7 8543

106

412

1416

x(m)8

182 2

ρ = 500 Ω.m

(a)

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100

Distribuição de Potencial na Superfície do SoloDistribuição de Potencial na Superfície do Solo

Distribuição de Corrente (dB)

9 0-0.5-1

-1.5-2

-2.5-3

-3.5-4

-4.5-5

8

7z(m) 6

5

4

34 6 8 10 12 14 16

x(m)

(b)

(c)

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10130

0

TGR (Imped. no ponto de injeção)

Tempo (us)

TGR (o

hms)

00,5

25

20

15

10

5

1

1 ,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

(d)

Figura 4.18 (a) Quadro da distribuição vetorial de corrente em dB (b) Quadro colorido da

distribuição da intensidade de corrente em dB (c) distribuição de potencial na superfície

do solo (d) Quadro da TGR – impedância no ponto de injeção.

4.5.2 Simulação com modelo guarda chuva

Na Figura 4.19 apresentam-se (a) distribuição vetorial de corrente em dB,

enquanto que na (b) a distribuição da intensidade de corrente em dB tudo no plano x-z,

onde z é o eixo vertical e x o horizontal; (c) distribuição de potencial na superfície do

solo; (d) a impedância no ponto de injeção. Para um solo homogêneo, cuja

resistividade é 500 Ω.m, no qual é inserida uma estrutura em forma de guarda chuva

com a distância de 0,5 m de sua superfície.

(a)

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102

z(m)

106

412

1416

8 Distribuição de Corrente (dB)18

18

2 10 12 14 162 4 6 8

2x(m)

ρ = 500 Ω.m

(b)

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103

Distribuição de Corrente (dB)

16 0-0.5-1

-1.5-2

-2.5-3

-3.5-4

-4.5-5

14

12

10z(m)8

6

4

5 10 15 20 25 30x(m)

(c)

Distribuição de Potencial na Superfície do Solo

(d)

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104

TGR (Imped. no ponto de injeção)16

14

12

Tempo (us)

TGR (o

hms) 10

8

6

4

2

010 2 3 4 5 6

(e)

Figura 4.19 (a) Representação do guarda chuva em 3D (b) Quadro da distribuição

vetorial de corrente em dB (c) Quadro colorido da distribuição da intensidade de

corrente em dB (d) distribuição de potencial na superfície do solo (e) Quadro da TGR –

impedância no ponto de injeção.

Comentários:

Nesta simulação obtêm-se resultados bastante perceptíveis onde no primeiro

caso representado pela figura 4.17 tem-se a simulação utilizando uma malha de terra, é

importante ressaltar que este caso é dotado de uma maior superfície de contato com o

solo, o que na teoria seria uma excelente situação. Logo, leva-se ao conceito de que

toda a corrente seria direcionada para baixo. Contudo, percebe-se ainda a existência de

corrente na superfície do solo, as quais provocam quedas bruscas de potencial nos

extremos da malha (figura 4.18-c). Na estrutura do guarda chuva observa-se que

grande parte da corrente é direcionada para o interior do solo, de forma a reduzir de

forma considerável problemas relacionados a potencial de passo (figura 4.19-d), e

implicando conseqüentemente na margem de segurança.

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105

4.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] W. M. S. Pessoa, R. M. S. de Oliveira, H. X. de Araújo, C. L. S. Sobrinho, “Distribuição Vetorial de Corrente em Sistemas de Aterramento”, DEEC/UFPA.

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106

CAPÍTULO 5

Conclusão

O trabalho desenvolveu-se com o objetivo de aprofundar os conhecimentos

referentes à distribuição de corrente em um solo estratificado de diversas estruturas de

aterramento. Para a elaboração deste, foram feitos estudos sobre diversos tipos de

sistemas de aterramento e com o auxílio do método FDTD, que é uma poderosa

ferramenta numérica, devido a sua versatilidade e facilidade de uso, o qual aplicado

conjuntamente com o processamento paralelo mostra-se ser uma ferramenta ainda

mais poderosa para a solução de problemas envolvendo campos eletromagnéticos. O

software LANE SAGS foi utilizado neste trabalho com a intenção de observar o real

comportamento da corrente nas diversas situações que podem existir num sistema de

aterramento, obtendo-se assim um melhor conhecimento sobre cada caso.

Para um bom funcionamento de um sistema elétrico, seja na área de potência ou

na área de telecomunicações, é imprescindível um bom sistema de proteção contra

descargas atmosféricas e desta forma um bom sistema de aterramento. Embora

aparentemente simples, os sistemas de proteção devem levar em consideração muitas

variáveis, com o objetivo de garantir a continuidade do funcionamento dos sistemas

onde são empregados, assim como a proteção à vida humana. Sendo assim o

comportamento transitório dos sistemas de aterramento desempenha papel relevante

na resposta do sistema elétrico frente às solicitações determinadas por diversos

fenômenos de curta duração, sobretudo as descargas atmosféricas. Por outro lado, tais

solicitações representam o fator principal responsável pela interrupção dos serviços das

concessionárias de energia. Estima-se que cerca de 100 milhões de raios (nuvem-terra)

ocorram no Brasil todo ano, sendo considerado a principal causa de interrupções de

energia elétrica através de linhas de energia elétrica aéreas, provocando um aumento

dos custos nos serviços prestados pelas concessionárias de energia. Nesse contexto,

este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de aprofundar os conhecimentos

referentes à visualização da distribuição de corrente em um solo estratificado através da

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inserção de um sistema de aterramento no solo. Os objetivos das simulações se

concentraram em observar não só o transitório dos parâmetros do sistema de

aterramento, mas também na parte estacionária. De uma forma geral, os resultados

obtidos neste trabalho são de suma importância, pois mostram que as simulações

realizadas nos fornecem o comportamento da corrente a partir de sua entrada no solo,

analisando este comportamento para vários casos sempre em busca do sistema de

aterramento mais apropriado para cada tipo de solo.

Como trabalhos futuros, sugerem-se as simulações em três dimensões e com o

mapeamento da distribuição de corrente poderá ser utilizado em projetos de novos

sistemas de aterramento, os quais deverão propiciar redução de transitórios, de

potencial de passo e de toque. Implicando assim na melhoria da qualidade de energia.

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CAPÍTULO 2

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[15] M. Snir, S. Otto, H. Steven, MPI: The complete reference. The MIT Press, Massachusetts, 1996. [16] R. M. S. de Oliveira, R. O. Santos, C. L. S. Sobrinho, “Numerical scattering analysis in indoor and outdoor environments by applying FDTD method” International Microwave and optoelectronics Conference, Iguazu Falls, 2003.

CAPÍTULO 4

[1] W. M. S. Pessoa, R. M. S. de Oliveira, H. X. de Araújo, C. L. S. Sobrinho, “Distribuição Vetorial de Corrente em Sistemas de Aterramento”, DEEC/UFPA.