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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
EM 974 Métodos Computacionais em Engenharia Térmica e Ambiental
Prof. Responsável: Eugênio Spanó Rosa
IDENTIFICAÇÃO
NOME RA Eduardo Nogueira Pavan 081210
Lucas Rompato Vargas e Souza 081989
TURMA: GRUPO:
TÍTULO DO TRABALHO Estudo do Escoamento através de um Canal do rotor de Bomba Centrífuga Submersa
Utilizando Software PHOENICS
AVALIAÇÃO ETAPA IV
1.
(20%)
Apresentação e Organização: o texto é claro e objetivo, a formatação
do trabalho apresenta o trabalho de forma organizada e de fácil leitura,
as tabelas e gráficos complementam as informações, os gráficos são
claros e objetivos, as variáveis utilizadas foram definidas
propriamente, as variáveis possuem definição das dimensões.
Bom Médio Fraco
2.
(10%)
Introdução: apresentar a motivação que levou a desenvolver o
trabalho, em que área ele se aplica e o objetivo do trabalho, isto é, o
que o grupo pretende alcançar.
Bom Médio Fraco
3.
(10%)
Revisão da Literatura: tomar conhecimento se há trabalhos similares
na literatura, se há dados experimentais disponíveis.
Bom Médio Fraco
4.
(20%)
Implementação no Phoenics: anexar o arquivo Q1 e destacar em texto,
os grupos do Q1 que contêm as maiores contribuições do
desenvolvimento do projeto. Deixar claro o domínio computacional,
as condições de contorno empregadas e as propriedades dos materiais.
Bom Médio Fraco
4.
(20%)
Resultados numéricos: apresentar teste de malha e os resíduos
numéricos. Apresentar os resultados numéricos em termos de gráficos
do problema juntamente com um texto explicando o significado dos
gráficos.
Bom Médio Fraco
5.
(20%)
Análise: nesta seção o grupo vai interpretar os resultados obtidos para:
fundamentar como se comporta o fenômeno estudado e tirar
conclusões de projeto. Por último é apresentado uma conclusão geral
do trabalho.
Bom Médio Fraco
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1) INTRODUÇÃO
Este trabalho contempla o estudo do escoamento de fluidos viscosos através de um canal do rotor
empregado na bomba REDA SCHLUMBERGER GN-7000, do tipo centrífuga submersa (em siglas, BCS -
Bombeio Centrífugo Submerso - ou ESP - Electrical Submersible Pumping). Serão realizadas simulações
computacionais da passagem de fluido entre duas pás por meio do software PHOENICS a fim de investigar o
comportamento e a relevância de diferentes propriedades inerentes à operação de bombeamento.
Desenvolver esse tema de pesquisa apoia-se na principal motivação de complementar um projeto de
iniciação científica acerca da curva de elevação de BCS. Atualmente esse tipo de equipamento corresponde a
um dos métodos de elevação artificial mais difundidos no Brasil para transportar óleo pesado dos
reservatórios de petróleo até a superfície. Tal importância se deve à possibilidade de produzir com vazões
elevadas, de modo a compensar os altos investimentos necessários para a exploração e o menor valor
agregado dessa categoria de óleo. Portanto, o engenheiro responsável por instalar uma BCS deve conhecer
muito bem as características dessa máquina de fluxo, sendo capaz de determinar o seu desempenho, prever
tendências e avaliar o melhor ponto de projeto. Com esse fim, pode-se recorrer a diversas metodologias
diferentes, como colher dados experimentais para encontrar relações empíricas, deduzir modelos
matemáticos que descrevam o fenômeno, utilizar ábacos padronizados ou empregar ferramentas
computacionais - esta última é a abordagem adotada no presente trabalho.
Feitas essas considerações, nossos objetivos principais são:
- Verificar o ganho de pressão e velocidade depois de o fluido atravessar um canal do rotor
(área entre duas pás indicada na figura 1) e usar esses dados para estimar o resultado do
funcionamento do rotor inteiro;
- Analisar a disposição do campo de velocidades e visualizar os fenômenos físicos envolvidos;
- Identificar a possível ocorrência do fenômeno de recirculação;
- Comparar os resultados obtidos nas simulações com os dados experimentais colhidos durante
pesquisa de iniciação científica já concluída; analisar similaridades ou possíveis divergências;
- Comparar o viés computacional com a teoria desenvolvida sobre bombas centrífugas em
disciplinas anteriores de mecânica dos fluidos.
Figura 1.1: representação do volume de controle no canal do rotor de bomba centrífuga
2-) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1) Definição de bomba
As turbomáquinas dividem-se naturalmente naquelas que adicionam energia (bombas) e aquelas que
extraem energia (turbinas). O prefixo turbo é uma palavra latina que significa “rotação” ou “giro”,
apropriada para dispositivos rotativos.
As máquinas que fornecem líquidos são simplesmente chamadas de bombas, mas se gases estão
envolvidos, três diferentes termos são usuais, dependendo da elevação de pressão alcançada. Se a elevação
de pressão é muito pequena (alguns centímetros de água), uma bomba de gás é denominada ventilador; até 1
atm, é geralmente designada de soprador; e acima de 1 atm é frequentemente denominada de compressor.
No caso das bombas centrífugas, sua configuração básica consiste em um rotor que gira dentro de uma
carcaça. O fluido entra axialmente através do flange de entrada da carcaça, é aspirado pelas pás do rotor, gira
tangencialmente e escoa radialmente para fora, até que sai através de todas as partes periféricas do rotor para
dentro da parte difusora da carcaça. O fluido ganha velocidade e pressão quando passa através do rotor. A
seção da carcaça difusora em formato de caracol, ou voluta, desacelera o escoamento e, com isso, aumenta
ainda mais sua pressão.
2.2) Parâmetros fundamentais de saída
Admitindo escoamento permanente, a bomba basicamente aumenta a altura de carga (altura total de
elevação) do escoamento, dada pela equação de Bernoulli, entre o ponto 1, no flange de entrada, e o ponto 2,
no flange de saída da carcaça. Desprezando o trabalho viscoso e a transferência de calor, essa variação é
designada por H:
H = ( p2/(ro*g) + V2^2/(2*g) + z2) - ( p1/(ro*g) + V1^2/(2*g) + z1) = hb - hp (2.2.1)
onde hb é a altura de carga fornecida pela bomba e hp as perdas de carga. A altura de carga líquida H é
um parâmetro fundamental de saída para qualquer turbomáquina. Uma vez que a equação (2.2.1) é para
escoamento incompressível, ela deve ser modificada para compressores que operam gases com grandes
variações de massa específica - o que não é o caso deste trabalho.
Em geral, V2 e V1 têm aproximadamente os mesmos valores, (z2 - z1) não é mais que um metro ou
dessa ordem, e a altura de carga líquida da bomba é essencialmente igual à variação na altura de pressão:
H = (p2 - p1)/(ro*g) (2.2.2)
A potência fornecida ao fluido iguala-se simplesmente ao peso específico multiplicado pela vazão e
pela altura de carga líquida. Em símbolos:
Ph = ro*g*Q*H ` (2.2.3)
Essa é tradicionalmente denominada potência hidráulica. Em comparação, a potência necessária para
acionar a bomba é a potência de eixo (Pe):
Pe = w*T (2.2.4)
onde w é a velocidade angular do eixo e T o torque de eixo. Se não existissem perdas, Ph e Pe seriam
iguais, mas evidentemente Ph é menor, de modo que podemos definir o rendimento da bomba como:
n = Ph / Pe = (ro*g*Q*H)/(w*T) (2.2.5)
O principal objetivo do projetista de bombas é tornar n tão alto quanto possível em uma faixa de vazão
Q tão ampla quanto possível. Esse rendimento pode ser entendido como resultado da multiplicação de três
componentes: a parte volumétrica, a hidráulica e a mecânica.
O rendimento volumétrico é
nv = Q / (Q + Qf) (2.2.6)
onde Qf é a perda de fluido devido à fuga de fluido nas folgas entre o rotor e a carcaça.
O rendimento hidráulico é
nh = 1 - (hp/hb) (2.2.7)
onde hp, por sua vez, se compõe de três outras partes: (1) perda de choque na entrada do rotor devido
à incidência imperfeita entre os ângulos do escoamento e da pá, (2) perda por atrito nas passagens internas da
bomba e (3) perda por circulação devido à orientação imperfeita entre os ângulos do escoamento e da pá na
saída do rotor.
Finalmente o rendimento mecânico é:
nm = 1 - (Pm/Pe) (2.2.8)
onde Pm é a potência perdida por causa do atrito mecânico nos mancais, na caixa de gaxetas e em
outros pontos em contato na máquina.
Assim, por definição podemos escrever:
n = nv * nh * nm (2.2.9)
O engenheiro precisa trabalhar em todas as três áreas para compreender e aperfeiçoar a bomba.
2.3) Teoria ideal de bombas
Considerando que o rotor tenha um número infinito de pás e sendo desprezíveis as diversas perdas, a
aplicação do princípio da quantidade de movimento angular em um volume de controle finito fornece a
equação de Euler para bombas centrífugas. Uma forma dessa expressão é dada por:
H = (u2^2)/g - (u2*cot(beta2) / 2*pi*r2*b2*g) * Q (2.3.1)
onde u2 = w*r2, que é igual à velocidade periférica da saída do rotor; r2 é o raio externo do rotor;
beta2 é o ângulo da pá na saída. Analisando a equação acima, pode-se inferir que a forma idealizada da
variação da altura de carga em função da vazão é linear e decrescente para pás curvadas para trás (beta2 <
90º).
No entanto, os dados reais de altura de carga diferem consideravelmente da teoria ideal, o que é um
indicativo de perdas irrecuperáveis: (1) perdas por recirculação no rotor; (2) perdas por atrito nas superfícies
das pás; (3) perdas por choque.
Esses são efeitos tridimensionais complexos do escoamento e, em consequência, é difícil calculá-los.
Por isso o uso de modelagem do fluxo em turbomáquinas por meio da dinâmica dos fluidos computacional
(CFD) tem grande importância nessa área da engenharia, sem excluir a experiência profissional e as
correlações empíricas.
Considerando todos esses desvios, o desempenho real de uma bomba centrífuga é dado pela curva H x
Q representada esquematicamente na figura 2.1
Figura 2.1: Curva de altura de carga para bomba centrífuga e suas perdas (Monte-Verde, 2011).
2.4) Curvas de desempenho de bombas
Uma vez que a teoria é um tanto qualitativa, o único indicador real do desempenho de uma bomba
encontra-se nos testes extensos. Os gráficos de desempenho são quase sempre plotados para a velocidade de
rotação constante do eixo (geralmente em rpm). A variável independente básica é tomada como sendo a
vazão Q. As variáveis dependentes, ou de “saída”, são tomadas como sendo a altura de carga H, a potência
de eixo Pe, e o rendimento n.
A figura a seguir mostra as curvas de desempenho típicas para uma bomba centrífuga. A altura de
carga é aproximadamente constante em vazões baixas e depois cai para zero em Q = Qmáx. A essa
velocidade e nesse tamanho de rotor, a bomba não pode fornecer mais qualquer fluido do que Qmáx. Em
vazões muito baixas, a altura de carga não está representada porque nessa região há muita instabilidade.
Figura 2.2: Esboço das curvas de desempenho para bomba centrífuga
O rendimento n é sempre zero na vazão nula e em Qmáx e alcança um valor máximo, talvez 80 a 90%,
em torno de 0,6*Qmáx. Essa é a vazão de projeto Q* ou ponto de máximo rendimento (PMR), n = nmáx. É
desejável que a curva de rendimento seja plana próxima de nmáx, de tal modo que uma ampla faixa de
operação eficiente seja obtida.
Como a figura 2.2 mostra, a potência de eixo necessária para acionar a bomba geralmente aumenta de
maneira monotônica com a vazão. Às vezes, há um grande aumento de potência além do PMR, em especial
para pás com saída radial e pás curvadas para a frente. Isso é cosiderado indesejável porque um motor muito
maior é então necessário para fornecer vazões altas. Pás curvadas para trás têm seu nível de potência de eixo
inferior àquele do PMR.
2.5) Dados experimentais
O BCS é um método de elevação artificial utilizado e consagrado pela indústria de petróleo. Seu
princípio consiste na utilização de uma bomba centrífuga como elemento motriz da mistura de fluidos
produzida pelo reservatório. A bomba incrementa a energia de pressão disponível no reservatório em
quantidade suficiente para transportar a mistura até uma plataforma ou uma unidade de pré-processamento.
Esta bomba tem múltiplos estágios - algumas possuem até centenas - constituídos de um difusor e um rotor,
e o uso convencional a instala dentro do poço, a uma determinada profundidade do leito marinho. O
acionamento da BCS é feito por um motor elétrico, através de acoplamento com selos protetores, podendo
girar em elevada rotação, controlada por meio de inversores de frequência. A energia elétrica necessária ao
funcionamento da bomba é transferida por cabo elétrico, da superfície até o motor (Amaral, 2007).
Figura 2.3: vista geral da montagem do sistema de testes de bombas centrífugas implantado no
LABPETRO - UNICAMP
O modelo de BCS estudado nesta pesquisa é a GN-7000, de fabricação Reda-Schlumberger, com
vazão ótima de 7389 bbl/d (49 m3/h), altura de elevação de 95 pé (29 m). Esta bomba tem 3 estágios. Outras
características das BCS GN-7000 estão descritas, a seguir:
Rotor: Dimensões principais
Dimensão Símbolo Valor
Número de aletas - 7
Espessura mínima da aleta - 2 mm
Espessura máxima da aleta - 3 mm
Diâmetro interno Din 51 mm
Diâmetro externo Dex 89 mm
Ângulo de entrada β1 28°
Ângulo de saída β2 36°
Altura de canal na entrada b1 17,3 mm
Altura de canal na saída b2 15,7 mm
Tabela 2.1: Dados geométricos do rotor
Difusor: Dimensões principais
Dimensão Símbolo Valor
Número de aletas - 7
Espessura mínima da aleta - 3 mm
Espessura máxima da aleta - 4 mm
Diâmetro interno na entrada Din_e 83 mm
Diâmetro externo na entrada Dex_e 108 mm
Diâmetro interno na saída Din_s 42 mm
Diâmetro externo na saída Dex_s 74 mm
Ângulo de saída β2 90°
Tabela 2.2: Dados geométricos do difusor
Figura 2.4: desenho do rotor da bomba BCS
A seguir, apresentamos as curvas da altura de elevação total da bomba em função da vazão, obtidas na
bancada de teste, juntamente com informações dadas pelo fabricante (as tabelas relativas a essas curvas
podem ser consultadas no Apêndice). Essas informações servirão de base para ajustarmos nosso modelo e o
validarmos.
Gráfico 1: comparação das curvas de altura de elevação, obtidas a partir dos pontos dados nas tabelas
do apêndice. Em azul, a curva do fabricante; em vermelho, a obtida em laboratório
2.6) Trabalhos anteriores na área
Um artigo que serviu como referência para nosso grupo é um estudo de caso publicado pela CHAM,
entitulado “Induced Draft Rotor”. Nele, a análise CFD foi realizada em duas fases: em primeiro lugar se
desenvolveu um modelo 2-D axi-simétrico (polar) do rotor num sistema de coordenadas estático, o qual
simulou o fluxo induzido pelo equipamento, gerando a força de turbulência induzida e a distribuição de
velocidade abaixo da entrada e da subida de pressão, considerando uma taxa de volume de fluxo conhecida.
Em seguida, fez-se um modelo 3-D de uma passagem única entre duas pás do rotor, utilizando malha
equipada em um sistema rotativo de coordenadas, com objetivo de prever o aumento de pressão.
A ilustração a seguir foi retirada do próprio artigo e ilustra melhor o procedimento descrito.
0123456789
101112131415161718192021
0 10 20 30 40 50 60
Alt
ura
de
ele
vaçã
o [
m]
Vazão [m3/h]
Bomba GN 7000 - curva H(Q) para água a 2400 rpm
Curva do fabricante
Curva experimental
Figura 2.5: modelo 2D - Induced Draft Rotor
Figura 2.6: modelo 3D - Induced Draft Rotor
Além disso, outro material que nos foi muito útil é o TR 326 – PHOENICS 2010 VR – Reference
Guide, no qual pudemos compreender melhor os parâmetros ajustávei no simulador e como ele interpreta as
entradas do problema.
3) IMPLEMENTAÇÃO NO PHOENICS
O problema foi montado em coordenadas polares e seguindo as dimensões do rotor real já testado
(diâmetros interno e externo, além de altura média entre os valores de b1 e b2 apresentados anteriormente).
As propriedades do fluido foram as da água à 20 °C (RHO = 998,22998 kg/m³ e ENUT(viscosidade
cinemática) = 1,006E-6 m²/s) e o modelo de turbulência escolhido foi o mais simples, o LVEL. Tentou-se
primeiramente montar o problema mais parecido com o real, com a entrada no plano xy e a saída no plano
zx. O programa, no entanto não convergiu e a montagem foi simplificada. Decidiu-se por colocar a entrada
também no plano zx. As coordenadas foram configuradas para girar na velocidade do rotor real, 2400RPM
ou 251rad/s, isso foi realizado configurando o comando Rotating Coordinate System no setor Source do
phoenics. Foi simulado 1/7 do rotor (0,9 rad), o espaço entre duas pás (pás inclusas). As pás foram simuladas
por Blockages de 0,03 rad. Foram usadas plates na parte superior e inferior do rotor para simular as paredes
do rotor. Os dados experimentais que temos são de vazão mássica e diferença de pressão entre a entrada e a
saída. A primeira proposta foi fixar a vazão mássica e comparar a diferença de pressão. Os primeiros testes
apresentaram valores satisfatórios e são apresentados nas figuras 3.1 e 3.2. Entretanto, nos testes seguintes
percebeu-se que não daria certo dessa forma, pois, ao aumentar a vazão mássica na entrada, a diferença de
pressão também aumentava o que não condiz com a realidade encontrada no experimento. Optou-se então
pela outra abordagem, a diferença de pressão foi fixada e a vazão mássica foi comparada. Isso foi realizado
substituindo o INLET da entrada por um OUTLET com pressão atmosférica e a diferença de pressão foi
definida no OUTLET da saída. A vazão mássica foi obtida através da variável R1 calculada que aparece no
arquivo result. A montagem final é apresentada na figura 3.3. Os grupos do q1 que mais influenciam a
simulação é o grupo 19 onde é definida a velocidade angular das coordenadas (ANGVEL =251.) e o grupo
24 onde é definida a diferença de pressão no outlet (OBJ, PRESSURE, 5.3E+04).
Figura 3.1 – Campo de pressão para Vazão definida
Figura 3.2 – Campo de velocidade em Y para vazão definida
Nome Tipo Size – x Size – y Size – z Place - x Place - y Place - z Atributos
Domíno Cyl-Pol 0.9276 0.02 0.0157 - - - R inner = 0.0255 w = 251 rad/s
Parede1 Plate 0.9276 0.02 0.00 0 0 0
Parede2 Plate 0.9276 0.02 0.00 0 0 0.0157
PA1 Blockage 0.03 0.02 0.0157 0 0 0
PA2 Blockage 0.03 0.02 0.0157 0.8976 0 0
Inlet OUTLET 0.8676 0 0.0157 0.03 0 0 P = Ambient
Outlet OUTLET 0.8676 0 0.0157 0.03 0.02 0 P = 53kPa Tabela 3.1 - Objetos na simulação no Phoenics
Figura 3.3 – Montagem final do problema
4) RESULTADOS NUMÉRICOS
O passo seguinte foi fazer um teste de malha para determinar a melhor para o problema. Dada a
montagem simplificada do problema o grupo escolheu simular o problema em uma malha 2D.
Primeiramente experimentou-se uma a malha fina (50x50) e o solver acabou tendo problemas para convergir
(figura 4.1).
Figura 4.1 e 4.2– Solver para malha 50x50 e 30x30
Com uma malha muito pequena (10x10) a diferença da vazão mássica entre a entrada e a saída ficou
muito grande, aproximadamente 0,02, um valor considerável. Em testes posteriores percebeu-se que o valor
de vazão era mais sensível ao tamanho da malha em y, mas que o problema convergia mais facilmente com
uma malha maior em x. Dessa forma, a melhor opção encontrada foi uma malha intermediária de 30x30 que
resultou na tela de solver da figura 4.2.
Esse resultado foi encontrado para uma diferença de pressão de 53kPa, a figura 4.3 mostra o campo de
pressões para essa simulação, a figura 4.4 mostra o campo de velocidade em y e a figura 4.5 mostra as linhas
de corrente.
Figura 4.3 – Campo de pressão para pressão
Figura 4.4 – Campo de Velocidade em Y para pressão definida
Figura 4.5 – Linhas de corrente para pressão definida
As figuras 4.6, 4.7 e 4.8 mostram os mapas de resíduos para a pressão, velocidade-y e velocidade-x
respectivamente.
Figura 4.6 – Mapas de resíduos para Pressão, velocidade em X e velocidade em Y
A figura 4.3 mostra que a distribuição de pressão foi parecida com a esperada com a pressão
aumentando radialmente e maior próximo da pá que empurra o fluido. A figura 4.4 mostra que a velocidade
radial é maior também próximo à pá que empurra o fluido. A figura 4.5 mostra que as linhas de corrente
começam espaçadas regularmente e terminam se aproximando muito na saída o que gera o aumento da
velocidade. Os mapas de resíduos da figura 4.6 mostram que o resultado convergiu bem já que os valores
máximos de resíduos encontrados foram bem mais baixos do que os valores reais das variáveis.
Para comparar a simulação com os valores reais obtidos em laboratório, foram escolhidos seis valores
de diferença de pressão aplicada no rotor. Os resultados são apresentados na tabela 4.1, já com a conversão
para unidades mais usuais (m3/h para a vazão e m para a elevação, segundo a fórmula 2.2.2). Outro aspecto
importante é que além de calcular a vazão que passa pela sessão do rotor implantada no PHOENICS,
também calculamos a vazão total que passaria pelo rotor, que é sete vezes maior; e a altura de elevação total
que seria gerada pela bomba toda, a qual é três vezes maior que a altura gerada por um rotor (por possuir três
estágios em série).
Tabela 4.1 – Resultados encontrados no Phoenics para rotor a 2400 rpm
Diferença de Pressão
no rotor (kPa)
H
(m)
Vazão Mássica
(kg/s)
Vazão
(m³/h)
Vazão no rotor inteiro
(m³/h)
Altura de elevação total
(kPa)
0 0 2,23 8,04 56,31 0
5 0,51 2,03 7,32 51,26 1,53
10 1,02 1,82 6,57 45,96 3,06
20 2,04 1,33 4,80 33,58 6,13
30 3,06 0,72 2,60 18,18 9,19
43 4,39 0,01 0,02 0,13 13,18
A pressão na saída foi variada até que a vazão mássica ficou perto de zero, isso ocorreu para uma
altura de elevação de 4,39 m no rotor, gerando 13,18 m para a bomba toda. Com uma pressão maior o fluxo
muda de sentido e o fluido começa a entrar pelo outlet de maior pressão. Dessa forma, a pressão máxima
desse rotor simulado é de 43 kPa.
Graficamente, temos:
0
2
4
6
8
10
12
14
0 10 20 30 40 50 60
Alt
ura
de
car
ga [
m]
Vazão [m3/h]
GRÁFICO 4 - Altura de elevação total da bomba GN 7000 simulada no PHOENICS com água a 2400 rpm
Gráfico 4: curva obtida a partir dos pontos gerado no PHOENICS para a altura de carga total da
bomba
5) ANÁLISE E CONCLUSÃO
Comparando o Gráfico 4 com 1, vemos que a simulação atingiu um bom resultado qualitativo. Isso se
comprova porque a curva gerada a partir dos pontos calculados no PHOENICS apresenta, como esperado,
um comportamento semelhante a uma parábola decrescente, dada pela equação:
y = -0,0008x^2 – 0,1852x + 13,101
Como vemos na figura 5.1, esse ajuste polinomial representa os dados com excelente fidelidade, visto
o parâmetro R^2 = 0,9988.
Figura 5.1 – ajuste polinomial da curva gerada a partir dos resultados computacionais
Outra semelhança que confirma o caráter qualitativo do modelo criado pode ser vista comparando-se a
figuras 2.6, que mostra a variação da pressão no rotor simulado do Case Study – Induced Draft Rotor, com a
figura 4.3 referente à mesmas propriedade obtidas na nossa simulação. Em ambas, nota-se um aumento
progressivo da frente de pressão, conforme o fluido atravessa o rotor. Em relação às velocidades, também
percebemos a existência de zonas bem definidas, mas cujo comportamento é fortemente influenciado pela
geometria do objeto. Não há zonas de recirculação, apesar da queda de velocidade sofrida em alguns pontos
próximos à saída do rotor.
Por outro lado, quantitativamente, percebe-se que os resultados diferem dos dados experimentais e
daqueles fornecidos pelo fabricante da bomba, no que se refere ao intervalo de vazão volumétrica
considerado. Para valores de vazão entre 30 e 50 m3/h, aproximadamente, os resultados são próximos,
porém, na condição de shutt off (em que a vazão é nula) a divergência é grande:
Valor da altura de carga total da bomba GN 7000 na condição de Shutt off
Curva Altura de elevação (m) Diferença
Fabricante 19,502 -
Experimental 19,782 + 1,5%
y = -0,0008x2 - 0,1852x + 13,101 R² = 0,9988
0
2
4
6
8
10
12
14
0 10 20 30 40 50 60
Alt
ura
de
car
ga [
m]
Vazão [m3/h]
Ajuste Polinomial da curva de altura de carga total vs. vazão
PHOENICS 13,101 - 33%
Euler 31,684 + 62% Tabela 5.1 – comparação entre as modelagens para a condição de shutt-off (Q = 0)
Lembrando que a curva de Euler segue a fórmula 2.3.1 com os dados do rotor mostrados na tabela 2.1.
Essa curva, quando simplificada para a condição de Q = 0, fornece a altura de carga para um rotor da
seguinte maneira:
Hs = (u2^2)/g
Considerando a bomba GN 7000 toda operando em shutt off, temos:
Htotal = 3*Hs = 3*[(w*R2)^2]/g
Onde w = rotação em rad/s e R2 é o raio na saída (raio externo do rotor).
Analogamente, para o PHOENICS, a altura de elevação para o rotor, quando Q = 0, pode ser calculada
fazendo-se:
Hs = (w^2)*(Raio médio)*(diferença dos raios)/g
Isto é:
Hs = (251^2)*(0,035)*(0,019)/9,81 = 4,27 m
Gerando...
Ht = 3*4,27 = 12,81m, que é próximo do valor mostrado na tabela 4.1.
Para comparar melhor os resultados do PHOENICS com os apresentados na revisão bibliográfica,
podemos plotar todas as curvas juntas, obtendo o gráfico a seguir:
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
0 20 40 60 80 100 120
Alt
ura
de
ele
vaçã
o [
m]
Vazão [m3/h]
Curva da altura de elevação total da bomba GN 7000 rodando com água a 2400 rpm, 3 estágios
Curva experimental
Curva do fabricante
Curva do Phoenics
Reta ideal de Euler
Gráfico 5: comparação gráfica entre os resultados do Phoenics, a curva do fabricante, a curva
experimental e a curva de Euler. Essa imagem, além de ilustrar melhor as diferenças entre as abordagens,
ajuda a compreender o efeito das perdas que afastam a teoria idealizada dos resultados práticos.
Essa diferença de comportamento pode ser explicado pela combinação das várias simplificações feitas
na implementação computacional, como:
- A geometria do rotor criado no software não contempla a inclinação das pás, o que corresponde ao
parâmetro beta, cuja importância é essencial para o funcionamento real da bomba e para a descrição teórica
ideal de Euler, representada na equação 2.3.1. Ou seja, nosso rotor possui pás retas;
- No modelo incrementado no PHOENICS, não existe variação na altura do canal, uma vez que
adotamos um valor médio para simplificar o problema. Já no rotor real, essa variação existe, o que pode ser
visto na tabela 2.1 (parâmetros b1 e b2). Esse parâmetro altera a área de entrada e saída de fluido,
interferindo, portanto, na relação entre vazão e velocidade;
- Nosso grupo não representou o difusor na saída do rotor. Esse dispositivo desacelera o fluido,
fazendo com que o ganho de pressão seja ainda maior, para a mesma vazão considerada;
Logo, para melhorar o presente estudo, alguns desenvolvimentos futuros podem ser feitos, com intuito
de otimizar a semelhança geométrica entre o modelo e o rotor real, sem que isso implique em custos
computacionais muito altos. Um ideia seria implementar um blockage com formato triangular junto às pás,
de modo a simular a curvatura delas. Outra opção pode ser importar um objeto de Softwares como o Pro-E,
tomando o cuidado para ajustar nele uma malha polar. Outra investigação que pode ser feita diz respeito à
variação das propriedades do fluido: melhorando o modelo, será possível predizer o comportamento de
fluidos viscosos dentro do rotor, o que é muito difícil de ser feito analiticamente para casos tridimensionais.
Para finalizar, deve ser ressaltado que o projeto de turbomáquinas tradicionalmente tem sido muito
experimental, com teorias simples. Correlações adimensionais são muito úteis, mas requerem extensos
experimentos. Por outro lado, uma teoria unidimensional, mais simples e fácil de ser aplicada, não fornece,
na maioria dos casos, previsões quantitativas seguras, uma vez que o escoamento em uma bomba pode ser
não permanente (tanto periódico quanto turbulento), pode envolver descolamento e recirculação, esteiras
não-permanentes das pás passando através do difusor e das folgas na raiz/periferia do rotor, entre outros.
Nesse sentido, análises computacionais são capazes de fornecer resultados realistas e, cada vez mais,
se tornam ferramentas imprescindíveis para o engenheiro. Neste trabalho, percebemos como esse tipo de
estudo é trabalhoso, em comparação com a facilidade de visualizar os resultados e compreender melhor os
fenômenos físicos envolvidos.
5) REFERÊNCIAS
Amaral, G. D. L., “Modelagem do Escoamento em Bomba Centrífuga Submersa Operando com
Fluidos Viscosos”. Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 233
p. Dissertação (Mestrado)
Monte Verde, W., “Estudo Experimental de Bombas BCS Operando com Escoamento Bifásico Gás-
Líquido”. Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 129 p.
Dissertação (Mestrado)
FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T. Introdução à mecânica dos fluidos. 4. ed. Rio de Janeiro:
LTC
CHAM Case Study – Induced Draft Rotor
TR 326 – PHOENICS 2010 VR – Reference Guide
APÊNDICE A
Tabela A1 - GN 7000 - Dados fabricante com água a 2400 rpm
elevação [m] vazão [m³/h] potência [W] Pot. Hidráulica [W] Rendimento [%]
19,75 0,0000 1282,00 0 0
19,75 4,1667 1307,00 224 17,10544539
18,78 8,3333 1359,00 425 31,28592511
17,95 12,5000 1436,00 610 42,44965278
16,8 16,6667 1487,00 761 51,15654188
15,77 20,8333 1564,00 893 57,06999355
14,74 25,0000 1615,00 1001 61,98963536
13,71 29,1667 1666,00 1086 65,20837418
10,68 37,5000 1743,00 1088 62,4251004
8,07 41,6667 1718,00 914 53,1732554
4,25 45,8333 1718,00 529 30,80358971
1,53 50,0000 1692,00 208 12,28330378
Tabela A2 - GN 7000 – Dados experimentais com água a 2400 rpm
Vazão [m³/h] ∆P [Pa] H [m] Potência eixo [W] Potência hidráulica [W] Rendimento [%]
44,40 7051,444 0,720977056 1955,795993 86,96044512 4,446294267
41,62 31982,643 3,27007515 1957,112949 369,7846804 18,89439649
39,16 52871,132 5,40582512 1964,055869 575,1595745 29,28427769
36,45 75026,076 7,671064169 1917,083781 759,7209756 39,62899187
32,90 97285,657 9,947001861 1928,851935 889,0537254 46,09237801
30,11 111028,146 11,35210687 1903,298975 928,5707808 48,78743661
27,18 125505,214 12,83231913 1827,777852 947,7227249 51,85108923
24,28 139896,27 14,30373707 1787,418691 943,3710519 52,77840367
20,72 154678,761 15,8151774 1755,681316 890,1740635 50,70248542
17,66 165833,453 16,9556923 1671,235306 813,3001496 48,66461035
15,19 177808,653 18,1801003 1525,101987 750,1425037 49,18638294
11,18 187736,079 19,19513302 1365,014217 583,0693096 42,71525545
6,57 193547,081 19,7892807 1370,058861 353,38595 25,7934867
3,38 193316,311 19,76568555 1291,738202 181,6122997 14,05952843
0,72 191794,498 19,61008732 1188,298122 38,16142301 3,211435102
0,72 191775,085 19,60810243 1250,467979 38,09656901 3,046584931
1,90 192806,469 19,7135566 1244,687197 101,8655113 8,184024996
4,47 193334,448 19,76753998 1328,049986 239,7939072 18,05609049
7,55 192289,711 19,66072052 1380,85463 403,1117828 29,19291967
10,49 187244,83 19,14490512 1438,435248 545,8610691 37,94825453
13,08 182114,982 18,62040223 1492,808174 661,738102 44,32840826
19,70 158449,395 16,20070703 1631,863359 867,2295948 53,14351782
22,41 146424,788 14,97124739 1747,522223 911,3379648 52,15029329
25,80 132810,583 13,57925882 1779,028125 951,8622758 53,50462212
28,25 120995,201 12,37119146 1858,441807 949,4204958 51,08691014
31,17 106504,984 10,88963478 1905,729059 922,093326 48,38533166
34,33 86792,103 8,874085211 1917,051611 827,6870998 43,17500349