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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO KETRIN CRISTINA MATIAS RUFINO ANÁLISE DOS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NA ORGANIZAÇÃO: O CASO DA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL São José 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

KETRIN CRISTINA MATIAS RUFINO

ANÁLISE DOS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E

SELEÇÃO NA ORGANIZAÇÃO: O CASO DA

AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL

São José 2009

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KETRIN CRISTINA MATIAS RUFINO

ANÁLISE DOS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E

SELEÇÃO NA ORGANIZAÇÃO: CASO DA

AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração

da Universidade do Vale do Itajaí.

Professora Orientadora: Kellen da Silva Coelho

São José

2009

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KETRIN CRISTINA MATIAS RUFINO

ANÁLISE DOS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E

SELEÇÃO NA ORGANIZAÇÃO: O CASO DA

AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, em (dia, mês

e ano constante da ata de aprovação – defesa)

Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José Coordenador(a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof(a) MSc. Kellen da Silva Coelho

UNIVALI – Campus São José Professor Orientador

Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian

UNIVALI – Campus São José Membro

Prof(a) MSc. Ely Teresinha Dionisio

UNIVALI – Campus São José Membro

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Dedico este trabalho ao meu pai Luiz Carlos Matias

que mesmo não estando entre nós, foi o maior

incentivador quanto aos meus estudos, a minha mãe

Maria Isabel Augusto Matias uma mulher guerreira

e batalhadora. Ao meu grande e precioso amor e

amigo Cristiano da Silva Rufino pelo amor,

carinho, afeto, compreensão e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele eu nada seria.

Agradeço a todos aqueles que compartilharam direta ou

indiretamente, contribuindo para o alcance deste objetivo.

Aos meus irmãos Kelcia, Kelia, Jean e Carlos pelo apoio mesmo

distante.

Aos meus amigos sempre presentes e que acompanharam todo o

processo e desenvolvimento do meu trabalho, não deixando com que

eu desanimasse apesar das “cobranças” pela falta de tempo: Netize,

Roberto, Rita e Rosana.

A agroindústria Alpha Brasil, por permitir o desenvolvimento da

pesquisa, e em especial à supervisora de campo Alessandra

Rodrigues de Oliveira, pelo apoio e disponibilidade de fornecer as

informações necessárias, com grande contribuição ao

desenvolvimento da mesma.

A minha GRANDE orientadora Kellen da Silva Coelho, pelo suporte,

dedicação e por ter compartilhado seus conhecimentos.

E aos professores membros pela avaliação e críticas construtivas que

agregam ainda mais meu conhecimento.

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Imaginar é mais importante que o saber, pois o

conhecimento é limitado enquanto a imaginação

abraça o Universo.

Albert Einstein (1879-1955)

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar os processos de recrutamento e seleção na empresa

Agroindústria Alpha Brasil. Para tal, buscou-se considerar a descrição dos processos de

recrutamento, a descrição dos processos de seleção e o apontamento das coerências e

incoerências entre os processos e tendências sobre recrutamento e seleção. O método adotado

nesta pesquisa foi o estudo de caso com caráter predominantemente qualitativo. A população

foi constituída pelos empregados da Agroindústria Alpha Brasil. A amostra foi composta por

vinte e cinco (25) empregados, sendo vinte três (23) empregados entrevistados, que

desenvolvem suas atividades na unidade de São José SC (Frigorífico) como industriários, e

dois (2) empregados que se trata de um gerente de recursos humanos e a psicóloga da

empresa, que também contribuíram respondendo um questionário. Também se utilizou a

observação direta. Após os dados obtidos, foi possível identificar os processos de

recrutamento, os processos de seleção, as coerências e incoerências entre os processos de

recrutamento e seleção e as tendências na literatura. Os processos de recrutamento são

coerentes quanto as suas fontes e incoerentes quanto à política e os canais utilizados. Quanto

aos processos de seleção, são incoerentes tratando-se dos perfis utilizados: o foco está no

cargo e não nas pessoas, há incoerência nas técnicas utilizadas: o predomínio de técnicas é

mais conservador, e a avaliação dos resultados da seleção, também se encontra incoerentes: a

observação direta não recebe um tratamento sistematizado e formalizado. Porém se faz

necessário que haja um aperfeiçoamento nos procedimentos existentes, pois o maior problema

encontrado nesta pesquisa não está ligado diretamente à captação de pessoas e sim na falta de

prioridade que não está sendo dada às reclamações e falta de adaptação dos empregados na

organização, por inúmeros motivos que fogem do foco deste estudo.

Palavras-chave: SELEÇÃO. RECRUTAMENTO. GESTÃO.

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ABSTRACT

This study aimed to analyze the processes of recruitment and selection in Alpha company

Agribusiness Brazil. To this end, we attempted to consider the description of recruitment

procedures, a description of procedures for selection and appointment of consistencies and

inconsistencies between the processes and trends in recruitment and selection. The method

adopted in this research was the case study is predominantly qualitative. The population was

composed of employees of Alpha Agro Brazil. The sample consisted of twenty-five (25)

employees, twenty three (23) interviewed employees who develop their activities in the unit

of St. Joseph SC (Refrigerator) as industrial workers, and two (2) employees who is a

manager human resources and business psychologist, who contributed by answering a

questionnaire. Also used direct observation. The obtained data made it possible to identify the

processes of recruitment, selection processes, the consistencies and inconsistencies between

the processes of recruitment and selection and trends in the literature. Recruitment procedures

are consistent as their sources and inconsistent as to the policy and the channels used. As for

the selection processes, are inconsistent in the case of profiles used: the focus is on the job

and not the people, there is inconsistency in techniques used: the predominance of techniques

is more conservative, and evaluation of results of screening, are also inconsistent : direct

observation does not receive a treatment systematized and formalized. But it is necessary that

there is an improvement on existing procedures, because the major problem encountered in

this research is not directly linked to attracting people, but the lack of priority that is being

given to complaints and lack of adjustment for employees in the organization, by number of

reasons that are beyond the focus of this study.

Keywords: SELECTION. RECRUITMENT. MANAGEMENT.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 - Idade dos empregados...........................................................................................63

Gráfico 2 – Escolaridade dos empregados.............................................................................. 63

Gráfico 3 – Sexo dos empregados........................................................................................... 64

Gráfico 4 – Filhos dos empregados......................................................................................... 65

Gráfico 5 – Tempo de empresa dos empregados.....................................................................65

Gráfico 6 – Função dos empregados entrevistados................................................................. 66

Quadro 1 - Técnicas de recrutamento e seleção na Agroindústria Alpha Brasil..................... 71

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA...................................................................................... 12

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA .................................................................................... 13

1.3 OBJETIVOS................................................................................................................. 13

1.3.1 Objetivo Geral ..............................................................................................................13

1.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................14

1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 14

1.5 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO........................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17

2.1 A GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES................................................. 17

2.1.1 Histórico da Gestão de Pessoas ....................................................................................19

2.2 FUNÇÕES DA GESTÃO DE PESSOAS.................................................................... 24

2.3 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL ...................................................... 26

2.3.1 O Processo de Recrutamento de Pessoas na Organização............................................28

2.3.1.2 ............................................................................................. FONTES DE RECRUTAMENTO 29

2.3.1.3 TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO ...................................................................................... 34

2.3.1 O PROCESSO DE SELEÇÃO DE PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO ........................................... 35

2.3.1.1 TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE PESSOAL............................................................................... 37

2.3.2 Análise e Descrição ......................................................................................................40

2.3.3 Gestão por Competências .............................................................................................43

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 45

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA....................................................................... 45

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA................................................... 47

3.3 TÉCNICA E COLETA DE DADOS ........................................................................... 48

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS................................................................ 49

3.5 LIMITAÇÃO DA PESQUISA.....................................................................................50

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 52

4.1 A EMPRESA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL ................................................ 52

4.2 PROCESSO DE RECRUTAMENTO NA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL ... 54

4.2.1 Processo de Recrutamento na Agroindústria Alpha Brasil ..........................................54

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4.3 PROCESSO DE SELEÇÃO NA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL .................. 58

4.3.1 Processo de Seleção na Agroindústria Alpha Brasil ....................................................58

4.4 AS COERÊNCIAS E AS INCOERÊNCIAS ENTRE OS PROCESSOS DE

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO E AS TENDÊNCIAS NA LITERATURA .......... 68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 72

REFERÊNCIAS 74

APÊNDICES 79

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11

1 INTRODUÇÃO

As organizações mesmo se adaptando aos avanços tecnológicos, encontram grandes

dificuldades no desenvolvimento dos seus processos de gestão. Para sua sobrevivência

precisam ser competentes e estarem preparadas para as constantes mudanças e desafios do

mercado.

Frente a esta situação, as organizações procuram se adequar às novidades que o

mercado lhe traz, atualizando seus processos de gestão que emanam em diversas áreas

científicas, incorporando novas posturas e atitudes a fim de contemplar o desenvolvimento

sustentável, os limites da racionalidade, o planejamento estratégico e a ação futura centrada

em competências essenciais e a inovação constante (DUTRA, 2001).

O departamento de Recrutamento e Seleção de Pessoal ocupa uma grande importância,

por ser responsável pela captação e triagem de profissionais no mercado e pela seleção e

encaminhamento de profissionais para a empresa (MILKOVICH ; BOUDREAU, 2000).

À luz da literatura sobre recrutamento e seleção, nota-se que vários autores

desenvolveram técnicas e procedimentos para facilitar a captação de pessoal, mas que, com o

decorrer dos anos, poucos se aprimoraram de acordo com a necessidade de cada organização

contemplando o caráter contingencial da administração de recursos humanos.

Carvalho (1993, p. 78) comenta que “uma força de trabalho bem recrutada contribui

de maneira decisiva para que a empresa produza bens e serviços com produtividade mais

elevada”. O autor também se refere ao recrutamento como um “elo de ligação” entre o

mercado de trabalho e a organização, se tornando referência inicial entre o candidato e o

cargo oferecido pela empresa.

Diante disso, este estudo procura utilizar o embasamento teórico de autores

renomeados tratando-se da questão dos processos de recrutamento e seleção, como também,

utilizar procedimentos e idéias inovadoras como diferencial nas organizações que visam a

uma melhoria contínua e bem sucedida.

Neste sentido, escolheu-se uma unidade empresarial que neste trabalho será chamada

como Agroindústria Alpha Brasil, diante da solicitação da empresa em questão, que não

autorizou que o nome da empresa fosse divulgado. A empresa está localizada no município de

São José no Estado de Santa Catarina, que em 2008 passou a fazer parte juntamente com mais

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12

duas (2) avícolas, onde uma está situada no município de Itaiópolis no Estado de Santa

Catarina, e outra no município de Campo Mourão no Estado do Paraná, sendo assim, a fusão

das três unidades citadas, desde então, fazem parte de uma companhia norte-americana,

conhecida mundialmente como maior processadora de carne de frango, bovina e suína.

A unidade que servirá como base e objeto desta pesquisa será a unidade São José,

devido às necessidades encontradas por meio da realização do instrumento diagnóstico

aplicado na organização, antes mesmo de ocorrer esta fusão entre as empresas em questão.

Em tal diagnóstico, pode se observar que o processo de Recrutamento e Seleção se encontra

sem definição específica.

Suspeita-se da necessidade de centralizar esse processo de forma que venha a facilitar

tanto a divulgação quanto a captação dos recrutados para a seleção, de maneira que os

captados estejam qualificados com o propósito da organização em questão.

Frente a tais afirmações, o desenvolvimento dessa pesquisa tem o intuito de analisar o

processo de recrutamento e seleção que a empresa Agroindústria Alpha Brasil. tem

desenvolvido, no decorrer de suas atividades, visando avaliar as atividades existentes, como

também buscar melhorias para sua adaptação, para que o desenvolvido venha a suprir as

necessidades que a empresa busca para a aplicação de seus processos e sua finalização.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

A unidade São José (SC), atualmente, encontra grandes dificuldades em identificar a

maneira que deve proceder para o recrutamento e seleção de pessoal. Os processos que

ocorrem atualmente na organização não suprem as necessidades que a empresa busca diante

das vagas que diariamente se encontram a disposição para que sejam preenchidas.

Os recrutamentos que ocorrem internamente proporcionam maior facilidade quanto

aos conhecimentos que o empregado já tem da organização, como também o conhecimento de

quem o recrutou quanto às atividades que veio desenvolvendo até o momento, através de suas

chefias ou até mesmo pela observação dos responsáveis quanto aos processos de

recrutamento.

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13

Já os recrutamentos externos trazem maiores dificuldades desde a forma que se define

tal procedimento de recrutar, seja ele através de anúncios, carros de som, cartazes, e outros,

como o amplo e vasto leque de opções que mediante definições de cargos e experiências,

acabam ocorrendo e fazendo com que a seleção se torne insatisfatória de ambas as partes.

Diante disso, define-se o seguinte problema de pesquisa:

Como estão sistematizadas as atividades de Recrutamento e Seleção na empresa

Agroindústria Alpha Brasil?

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA

Frente ao problema de pesquisa apresentado:

a) Como é o processo de Recrutamento desenvolvido pela empresa Agroindústria

Alpha Brasil?

b) Como é o processo de Seleção desenvolvido pela empresa Agroindústria Alpha

Brasil?

c) Quais as coerências e incoerências dos processos analisados com a literatura sobre

tendências acerca das atividades de Recrutamento e Seleção?

1.3 OBJETIVOS

Para a realização e desenvolvimento deste trabalho foi necessário definir o objetivo

geral como também os objetivos específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do estudo é:

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14

Analisar os processos de Recrutamento e Seleção na Empresa Agroindústria Alpha

Brasil.

1.3.2 Objetivos Específicos

Em termos específicos, os objetivos são:

a) Descrever o processo de Recrutamento na empresa Agroindústria Alpha Brasil.

b) Descrever o processo de Seleção na empresa Agroindústria Alpha Brasil.

c) Apontar as coerências e incoerências entre os processos e as tendências sobre

Recrutamento e Seleção.

1.4 JUSTIFICATIVA

Como já mencionado, o objetivo desta pesquisa é analisar os processos na área de

Recrutamento e Seleção da empresa Agroindústria Alpha Brasil, pois a mesma encontra

dificuldades para a captação de novos empregados para o desenvolvimento das atividades à

organização.

Diante das dificuldades encontradas, a análise do processo que já ocorre dentro da

organização, tende a trazer melhorias aos procedimentos que ocorrem até o momento

facilitando o seu desenvolvimento.

A responsabilidade do recrutamento é muito importante, pois a qualidade de recursos

humanos de uma organização reflete na qualidade de seus candidatos, onde seus recrutadores

devem trabalhar para encontrar e atrair candidatos que sejam capazes de suprir a necessidade

da organização, sem um método ou técnica específica e sim uma situação (WERTHER;

DAVIS, 1983)

Conseguir desenvolver esta pesquisa é algo que está além dos propósitos pessoais da

acadêmica, pois a definição quanto à escolha do tema partiu também da psicóloga da

organização quando ainda estava em busca dos pontos a serem analisados para o

desenvolvimento do TCE, compreende-se então a viabilidade do trabalho em questão,

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15

principalmente pela necessidade de tal desenvolvimento quanto às suas análises, para que se

possam agregar conhecimentos, geraram sugestões quanto às falhas identificadas no processo,

criando oportunidades de melhoria.

Para a acadêmica, a finalização deste trabalho lhe proporcionará realização pessoal e

profissional, pois além de desenvolver sua pesquisa dentro da organização onde desenvolve

suas atividades profissionais, ainda lhe dará a oportunidade de um conhecimento profundo em

uma área que lhe proporcionou transferência da função de auxiliar financeiro para analista de

RH, até mesmo pelo desenvolvimento do trabalho em questão.

Sendo assim, para a universidade, esta pesquisa não será a primeira quanto ao tema

proposto, mas disponibiliza uma nova visão para que outros acadêmicos venham a

desenvolver ou até dar continuidade ao seu desenvolvimento quanto aos processos de

Recrutamento e Seleção nas organizações, visando uma captação realizada com sucesso.

1.5 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO

O trabalho apresenta uma breve introdução, de maneira contextual e delimitando o

tema do estudo, bem como o problema da pesquisa, os objetivos a serem alcançados e a sua

justificativa.

Na seqüência foram abordados na fundamentação teórica, onde se busca correlacionar

assuntos pertinentes ao problema de pesquisa e seus objetivos, visando à interpretação dos

dados que serão obtidos com a coleta posteriormente. Os conteúdos analisados dão início

através do histórico de Recrutamento e Seleção procurando mostrar fatores que de alguma

maneira interferem nos processos como também os pontos de vista dos autores que serão

apresentados.

No terceiro capítulo, encontram-se os aspectos metodológicos utilizados,

estabelecendo assim um roteiro quanto ao trabalho, e a forma de sua aplicação.

No quarto capítulo são apresentados e analisados os dados, quanto aos resultados da

pesquisa desenvolvidos na empresa Agroindústria Alpha Brasil.

O quinto capítulo corresponde às considerações finais sobre o trabalho em questão, em

que são tecidas reflexões sobre os objetivos alcançados.

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16

Após tais apontamentos e reflexões, apresentam-se as referências utilizadas, para o

embasamento e desenvolvimento do mesmo, e por fim são expostos apêndices e anexos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, aborda-se: a gestão de pessoas nas organizações, mais especificamente,

o histórico da gestão de recursos humanos, recrutamento organizacional, o seu processo, suas

fontes e técnicas, bem como seleção de pessoas, conceitos, bases para seleção de pessoal e

técnicas seletivas, que são o objeto maior deste estudo.

2.1 A GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Em decorrência do crescimento das organizações, como também as exigências que se

fazem necessárias mediante a complexidade de se analisar e/ou avaliar os recursos humanos,

surge a administração de recursos humanos que tem como objetivo o aumento da

produtividade e a integração do trabalhador no contexto da organização (GIL, 1994).

O autor também comenta que embora o gestor de pessoas ocupe cargos em unidades

de administração de recursos humanos ou mesmo de administração de pessoal, diferencia-se

pelas práticas e atitudes em relação às que vinham sendo desenvolvidas num passado bem

recente e mesmo na atualidade em muitas empresas. O gestor não deixa de ser administrador

de recursos humanos, porém necessita desenvolver novas atitudes e posturas, pois a definição

do seu papel requer necessariamente o contraste com o que era desenvolvido no passado e no

presente, pois não deixa de ser um profissional do futuro.

Completando tal raciocínio, o autor ainda refere-se à gestão de pessoas como função

gerencial que visa alcançar os objetivos organizacionais e individuais por meio da cooperação

das pessoas quanto às organizações.

Chiavenato (1999) completa o conceito expondo que gestão de pessoas é umas das

áreas que mais ocorrem mudanças e transformações, tem sido a responsável pela excelência

de organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que

tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.

Desta forma o autor acredita que a gestão de pessoas deva contribuir para a eficácia

organizacional que tem como objetivos: ajudar a organização a alcançar seus objetivos e

realizar a sua missão, proporcionar competitividade, organização dos empregados bem

treinados e bem motivados aumentarem a auto-atualização e satisfação dos mesmos no

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18

trabalho, desenvolver e manter qualidade de vida nas atividades, administrar a mudança e

manter políticas éticas de comportamento socialmente responsável.

Stoner (1995) menciona que a gestão de pessoal tem como função lidar com o

recrutamento, com a colocação, com o treinamento e o desenvolvimento dos membros em

uma organização.

Por gestão de pessoas entende-se uma série de decisões integradas que formam as

relações de trabalho; sua qualidade e influencia diretamente a capacidade da organização e de

seus empregados em atingir seus objetivos (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Para Chiavenato (1999) gestão de pessoas baseia-se em três aspectos fundamentais:

pessoas como ativadores de recursos organizacionais com capacidade de renovação constante

e competitividade em um mundo de desafios e mudanças; pessoas como seres humanos de

personalidade própria, diferenciada entre si através de seus conhecimentos a se adaptar a

gestão de recursos humanos; e as pessoas como parceiros da organização, responsáveis pelo

sucesso juntamente com os investimentos, esforços e dedicação diária, que recebem seus

salários, incentivos e crescimento profissional e progresso na sua carreira em retorno disso.

Apenas a competência não garante status profissional, pois os profissionais devem agir

de maneira decisiva, corajosa e independente para utilizar suas competências. A atitude de

grande valia ao profissional de recursos humanos, para que se houver a necessidade de

desafiar gerentes para garantir a escolha correta e fundamentada venha a estar preparado

(ULRICH, 2000).

Contemplando o raciocínio dos autores a pouco citados, percebe-se a importância de

uma administração de recursos humanos conhecedora dos princípios da organização, como

também com empregados inseridos que possuam habilidades para lidar com as constantes

novidades que o mercado e a diferença entre as pessoas nos trazem.

Após a explanação quanto à gestão de pessoas na organização, o tópico seguinte irá

abordar uma perspectiva histórica, ressaltando o que foi e o que representa essa gestão para as

organizações.

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19

2.1.1 Histórico da Gestão de Pessoas

Faz-se necessário, em função do crescimento que ocorre das organizações, que as

empresas implantem uma gestão de pessoas. Sendo assim, aborda-se o histórico da evolução

da gestão de recursos humanos.

A partir da constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores

psicológicos e sociais na produtividade, que surgiu o movimento de valorização das relações

humanas no trabalho (GIL, 1994).

O autor ressalta que por meio de uma experiência desenvolvida pelo psicólogo

americano Elton Mayo, no campo do comportamento humano no trabalho, que houve essa

valorização, pois seu desenvolvimento veio demonstrar a influência de fatores psicológicos e

sociais no produto final do trabalho.

Após uma breve introdução quanto à evolução da gestão de recursos humanos, será

abordado a perspectiva histórica da gestão de recursos humanos, através do seu

desenvolvimento.

De 1890 a 1930, a Administração de Recursos Humanos se identificava com a

existência de uma base industrial sólida, daí então neste período pode se levar em

consideração à representatividade do proletariado industrial no contexto da população

brasileira, período onde foram notáveis os momentos de efervescência trabalhista. Já a

concretização de uma legislação trabalhista surgiu na década de trinta, onde as atividades dos

recursos humanos restringiam-se as tarefas correspondentes a que os trabalhadores faziam jus

em decorrência do trabalho prestado (GIL, 1994).

Na década de 1930, momento em que Getúlio Vargas tomou posse e que ocorreram

amplas intervenções nas questões trabalhistas, questões que começaram a ter sua devida

importância com finalidade de dar maior proteção ao trabalhador. Década marcado pela

criação do Ministério do Trabalho e no ano seguinte, foi criado o departamento nacional do

trabalho com objetivo de promover melhoria quanto às condições de trabalho, segundo o

autor citado anteriormente.

As empresas tiveram que se organizar para atender as crescentes exigências

trabalhistas, incluindo em sua estrutura, a seção de pessoal, para que as rotinas trabalhistas

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20

fossem acompanhadas, tendo em vista tal evolução [diante disso, nota-se que este foi o

primeiro indício de um modelo de gestão das pessoas nas organizações].

A partir de 1937, firma-se o regime ditatorial de Vargas, onde a formalização do papel

do Estado como elemento onipresente no cenário das relações de trabalho foi consolidado. Já

entre 1937 e 1945 desapareceu na clandestinidade o movimento sindical autônomo,

aumentando o poder do Ministério do Trabalho sobre o reconhecimento e funcionamento dos

sindicatos (FLEURY; FISCHER, 1992).

No ano de 1945 ressurgiu o movimento dos operários. O direito de greve da

Constituição de 1946 foi concedido. Durante a década de 50 e 60 ocorreu à expansão da

indústria e o aumento da produção, surgindo novas oportunidades de emprego, e com este

avanço os sindicatos criaram uma central sindical em 1962, chamado de Comando Geral dos

Trabalhadores (GIL, 1994).

A partir de 1956, época de Juscelino Kubitschek, a situação trabalhista se tornou mais

complexa. Aproveitou a infra-estrutura econômica montada por Vargas e planejou o parque

industrial brasileiro, abrindo as portas da nação ao capital estrangeiro e aos grupos

internacionais, que trouxeram ao País maior complexidade tecnológica e organizacional,

assim dadas as exigências da nova tecnologia, o grau de aspiração do trabalhador e o nível de

escolaridade aumentaram consideravelmente, havendo necessidade de se estruturar unidades

de recursos humanos, com qualidade e tecnicamente capazes de enfrentar a nova realidade

(AQUINO, 1980).

Seguindo tal raciocínio o autor menciona a necessidade que se teve em adaptar ao

Brasil o que era conhecido nos Estados Unidos como Industrial Relations (Relações

Industriais) passou a ser denominado como Relações Industriais. Adaptação que foi

distorcida, pela diferença dos problemas que ocorrem nos Estada Unidos comparada aos

problemas no Brasil.

No final da década de 50 e nos anos 60, indústrias de capital multinacional foram se

instalando pela mão-de-obra e mercado interno consumidor. O Estado passou a intervir

preocupando-se com a formação profissional dos trabalhadores, surgindo o SENAI (Serviço

Nacional de Aprendizagem Nacional) na década de 40, com o objetivo de organizar e

administrar as escolas de aprendizagem através de treinamentos para as indústrias. Já em

1946, criou-se o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), para a

aprendizagem no setor comercial. Em 50 as escolas de artífices e de aprendizagem passaram

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por uma reforma, onde formam transformadas em Escolas Técnicas Federais [hoje, chamadas

de Instituições de Educação Federal] (FLEURY; FISCHER, 1992).

As autoras em questão mencionam a necessidade de estas empresas seguirem o

modelo de seção de pessoal, mesmo que em algumas situações não concordem com a alta

diretoria, mas se fazia necessário seguir e cumprir as legislações. As implantações de modelos

de gerenciamento de recursos humanos ocorreram com a instalação das empresas

multinacionais, pois eram mais organizadas e formalizadas do que as já existentes até o

momento.

Em 1963 ocorreu outra fase marcante, o Brasil foi palco de intenso movimento

populista de triste recordação para a História do trabalhismo. Frustrações acumuladas desde

1930 começaram a se manifestar, porém o trabalhador não tinha para quem recorrer para

manifestar sua insatisfação, pois os líderes que ali se encontravam eram falsos, e limitavam

seus trabalhadores para fins eleitorais e pessoais, eram indivíduos oriundos da classe média ou

da alta sociedade, não capacitados a sentir o drama existencial da classe. O padrão de

liderança populista, desenvolvida no Brasil, produziu a figura do pelego, aproveitador e

oportunista das benesses do pode, onde facilmente os trabalhadores nesse período foram

manipulados pelos mesmos resultando em uma revolução (AQUINO, 1980).

O período pós 1964 foi marcado pela expansão da intervenção estatal sobre a vida

civil, onde houve comprometimento entre o governo central e os estaduais caracterizados por

concentração de recursos e centralização das decisões, através de reformas administrativas,

tributária e fiscal e a implantação de estratégias impostas às atividades públicas e aos

respectivos investimentos (FLEURY; FISCHER 1992).

Neste mesmo período aconteceu a Revolução, planejada e deflagrada sob a doutrina da

segurança e do desenvolvimento que sepultou as pretensões de classes, como também as

pseudolideranças sindicais. Os problemas do trabalhador foram abafados e adiados mais uma

vez (AQUINO, 1980).

Posto isso, convém ressaltar, com bastante veemência, segundo o mesmo autor, a

regulamentação da profissão do administrador, que se deu em 09 de setembro de 1965, pela

Lei n. 4.769. A partir de então, este profissional passa a conduzir o gerenciamento das pessoas

por meio de um departamento intitulado de Administração de Recursos Humanos, que se

baseou significativamente na Teoria Geral dos Sistemas, que intercala as diversas atividades

com um foco único de trabalho, que é a estratégia organizacional.

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Para que se atendesse a antiga demanda de multinacionais instaladas no país e

empresas nacionais, criou-se em 1966 o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que

eliminava as possibilidades de estabilidade empregatícia, facilitando a renovação do quadro

de pessoal. Fase onde a repressão sindical foi marcada, pois os empregados eram

impossibilitados de irem atrás de seus interesses e por outro lado às empresas não poderiam

desenvolver suas atividades na área de recursos humanos fora dos marcos normativo da

Legislação e da Justiça do Trabalho (FLEURY; FISCHER, 1992).

A sociedade e a economia brasileira apresentavam sensíveis transformações que

refletiam nos padrões de relações de trabalho vigente, entre os anos de 70 e 80, como também

em nível das políticas públicas e a ação empresarial. Em 70 o Estado procurou incentivar

diretamente a atividade de treinamento pelo Sistema Nacional de Formação profissional, mas

o incentivo foi bastante restrito, beneficiando mais os profissionais de níveis de gerência e

diretoria, e menos os de mão-de-obra operacional, como a Lei nº 6297/75, tinha como

intenção inicial (FLEURY; FISCHER, 1992).

Em 1973, no Governo Médici, o Brasil voltou a respirar outro ar de otimismo e

confiança, pelos estímulos às empresas a investir, gerando novos problemas nas relações de

trabalho. Período que eclodiu a crise do petróleo, com lições e conseqüências, inclusive fez

com que a situação voltasse a ser tensa, pois pela primeira vez houve a preocupação em se

administrar melhor seus recursos, após perceber que não era autônomo, o que incluía recursos

humanos, vistos como um dos fatores fundamentais, apesar de no momento ser raro encontrar

mão-de-obra fácil, principalmente a especializada (AQUINO, 1980).

O autor menciona que em 1978 a conjuntura tornou-se difícil, pois os estados

industrializados foram invadidos pelas greves. Em São Paulo uma média de seis paralisações

por dia e com possibilidades de eventos semelhantes nos próximos anos, principalmente tendo

em vista a abertura política iniciada em 1979, com a luta dos metalúrgicos pela reposição

salarial, onde o mais sintomático é o fato de serem os mais bem pagos da indústria, que prova

que o movimento grevista não se resume apenas nos salários e sim a falta de condições de

trabalho, desejo de participação política, maior autonomia sindical, situação adversa dos

grandes centros industriais; além dessas categorias, várias outras fizeram greve.

Na década de 80, marcada pela recessão, sendo relevante à elevação do desemprego e

o fato de que o ganho dos funcionários passou a ser menor, afetando seriamente as atividades

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de recursos humanos, pois foram desativados, por algumas empresas, sobretudo o de

treinamentos e desenvolvimentos. (GIL, 1994).

O autor relata que, já na década de 90, as eleições diretas para presidente trouxeram

otimismo para a população. Eleito presidente Collor, assumindo com propostas de

modernidade ineficazes, pois submetia a população a sacrifícios. As empresas tiveram que

diminuir seu quadro de pessoal e a quantidade de níveis hierárquicos, além de atribuir

algumas de suas funções a terceiros.

A atual situação trabalhista não é explicada apenas em função de forças históricas

seqüenciadas, como também não é de responsabilidade somente da empresa e do Governo. O

crescimento do Brasil nos últimos anos também é responsável, o processo de industrialização

e urbanização foi muito intenso, como também o sistema de ensino e os novos meios de

comunicação, gerando efeitos comparativos. Fatores que influenciam marcantemente a

conduta do trabalhador brasileiro, mormente os nascidos a partir de 1950, onde se deu o início

da industrialização, por geralmente ter aspirações ascendentes, porque observou os valores da

industrialização e da urbanização, ou seja, nasceu na sociedade de consumo (AQUINO,

1980).

Neste contexto, estudiosos, como Fleury (2002), começam a contestar a situação e as

abordagens, até então, desenvolvidas pela administração de recursos humanos. Passa-se a

questionar a sua essência, ou seja, os elementos organizacionais que a rodeiam, como: a

cultura, a estratégia, o ambiente etc.

Sendo assim, sugere-se um modelo de Gestão de Pessoas, pautado em um redesenho

organizacional (LACOMBE ; TONELLI, 2000). Este redesenho, comporta alguns aspectos já

mencionados no tópico introdutório da gestão de pessoas, mais especificamente, a parceria

entre empregado e empregador.

Após o embasamento quanto à gestão de pessoas na organização e o histórico da

gestão de recursos humanos, segue a explanação sobre o recrutamento e seleção de pessoal, os

processos de recrutamento de pessoas na organização, as fontes e técnicas de recrutamento e

seleção e onde se explicam os fatores que influenciam nesta.

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2.2 FUNÇÕES DA GESTÃO DE PESSOAS

As pessoas são o elemento mais comum em cada organização, são elas que criam os

objetivos, as inovações e as realizações pelas quais as organizações são louvadas. As pessoas

são recursos humanos pela perspectiva de uma organização. Não recursos inanimados, pois

sem elas as organizações não existiriam (WERTHER, 1983).

Administração de pessoas segundo Aquino (1980, p. 76), consiste em:

planejar, organizar, dirigir e controlar as funções procura, desenvolvimento, manutenção e utilização da força de trabalho de forma que os objetivos para os quais a empresa foi estabelecida sejam atingidos econômica e eficazmente, bem como os objetivos de todos os níveis de pessoal e os da sociedade sejam devidamente considerados e atendidos.

Diante tal raciocínio, o autor define administração de pessoas, como o ramo da

administração responsável pela coordenação de interesses da mão-de-obra, como também dos

donos do capital, que visa a proporcionar a empresa um quadro de pessoal produtivo,

integrado e motivado que venha a contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais. A

mesma está voltada a estimular os empregados a alcançar metas de trabalho e por outro para

dar-lhes condições satisfatórias de desempenho, de maneira que suas necessidades sejam

atendidas tanto psicológicas quanto materiais.

Cabe evidenciar que o entendimento quanto à administração de pessoas deve estar

voltada ao desenvolvimento da organização, através das pessoas que nela trabalham, para que

seu envolvimento venha a se tornar indispensáveis a fim de viabilizar as mudanças que se

fizerem necessárias (BERGAMINI, 1990).

O ramo especializado da ciência que envolve todas as ações também se define como

administração de pessoas, que tem por finalidade a integração do trabalhador no contexto da

organização e conseqüentemente o aumento de sua produtividade (GIL, 1999).

Existem algumas funções bem definidas para a administração de pessoal, que

delimitam seu campo de atuação além de atingir diretamente também os recursos que

proporcionam à empresa uma mão-de-obra produtiva, trata-se da função procura, função

desenvolvimento, função manutenção, função pesquisa e a função utilização, as mesmas

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consistem em um meio para a operacionalização das idéias desenvolvidas para a

administração de recursos humanos (AQUINO, 1980).

Segundo o autor seguem alguns dos aspectos essenciais para cada uma das funções,

que consistem o ponto de partida para a elaboração de uma programação na área:

• Função procura, funciona como um elo de ligação entre o mercado de trabalho e a

empresa, e é tipicamente de investigação. O objetivo central trata-se de prover a empresa de

mão-de-obra capaz de desenvolver as tarefas para as quais foi contratada. Se ocorrer um

processo de admissão mal feito, pode vir a gerar efeitos desastrosos e que podem ser

irrecuperáveis para a empresa, ao trabalhador e a sociedade.

• Função desenvolvimento visa combater a obsolescência do quadro de pessoal, de

maneira que o trabalhador seja estimulado e deseje assumir maiores responsabilidades.

Função que é representada pelo treinamento, pelo planejamento de carreira e pela promoção,

que são atividades estimuladoras do progresso permanente do trabalhador. Representa um dos

maiores fatores motivacionais.

• Função manutenção visa a fixar na empresa os melhores empregados, sendo assim

a empresa deve evitar a perda de funcionários eficientes, até mesmo pela dificuldade que se

há em encontrar mão-de-obra de qualidade. Para que seu objetivo seja alcançado se faz

necessário oferecer salários condignos, benefícios e outros incentivos motivacionais de

natureza psicossocial.

• Função pesquisa tem como objetivo conhecer a força de trabalho da empresa. Na

prática envolve as atividades de avaliação de desempenho e o banco de dados. Deve integrar

todas as informações de pessoal, ou seja, do primeiro contato do empregado com a empresa

até seu desligamento. Função de grande utilidade principalmente às chefias.

• Função utilização consiste na capacidade de a empresa saber aproveitar o potencial

de mão-de-obra disponível, através das chefias. Mas para isso as chefias devem estar bem

capacitadas para administrar e liderar pessoas, caso contrário toda a programação de pessoal

será afetada. A importância dada a essa função prende-se ao fato que as práticas de recursos

humanos são conduzidas pelas chefias, sendo assim, devem ser intensamente treinados,

inclusive a alta administração, para a complexa tarefa de administrar pessoas.

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Portanto, a área de administração de pessoal é uma área de progresso, que existe para

melhorar a efetividade dos recursos humanos nas organizações. Academicamente, solicita

uma descrição do que os administradores de recursos humanos fazem e uma prescrição do que

devem fazer. Sendo assim, há exigência que os recursos humanos contribuam direta ou

indiretamente para melhorias efetivas na organização (WERTHER; DAVIS, 1983).

Perante os comentários teóricos acerca das funções da área de gestão de pessoas,

torna-se conveniente destacar que a função que é o objeto deste estudo é a agregação, sendo

esta operacionalizada pelas atividades de recrutamento e seleção.

2.3 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL

O recrutamento e seleção de pessoal é um desafio contínuo para grande parte dos

departamentos de pessoal das organizações. Necessidade que pode ser identificada com

antecedência a partir de um planejamento detalhado desenvolvida pelo setor de recursos

humanos, como também pelos pedidos urgentes que surgem através da substituição que

precisa ser feita tão rapidamente quanto possível. Sendo assim, é uma atividade-chave,

encontrar candidatos qualificados (WERTHER; DAVIS, 1983).

Os mesmos autores mencionam que a descoberta por novos empregados para a

organização é um contínuo desafio para a maioria dos departamentos de pessoal. Já Toledo

(1977, p. 35) afirma que de acordo com sua visão o “recrutamento é uma série de atividades

que trata dos estudos e contatos com o mercado de mão-de-obra, assim como a primeira

convocação dos candidatos”.

Pfeffer (1995, p. 35) salienta que “a segurança no emprego, e a dependência da força

de trabalho para êxito competitivo significam a necessidade de tomar cuidado para escolher as

pessoas certas, de maneira correta”.

As colocações deste autor justificam o que vem a ser recrutamento para Chiavenato

(1999, p. 92) “é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos

potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização”. É

basicamente um sistema de informação por meio do qual as organizações divulgam e

oferecem ao mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que pretendem

preencher.

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De forma mais abrangente pode se dizer conforme Ribeiro (2005, p. 52) que:

Recrutamento é um sistema de informações, que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão selecionados futuros funcionários da organização. Trata-se de um trabalho de pesquisa junto às fontes capazes de fornecer a organização um número suficiente de pessoas.

Em complemento a posição do autor que teceu seu comentário acima Ferreira (1979)

sustenta que o recrutamento de pessoal subentende, sempre, o mercado de trabalho. Sendo

assim, recrutar tem como significado chamar, a atrair, maneira de se ir ao encontro de pessoal

que possua qualidade mínima capaz de atender às necessidades da empresa.

As teorias acerca do processo de recrutamento de pessoal têm por finalidade captar

pessoal seja interna ou externamente à organização. O processo de recrutamento parte

conforme a necessidade interna da organização (MARRAS, 2000).

Milkovich e Boudreau (2000) definem que “recrutamento é o processo de

identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para

posteriormente serem contratados para o emprego”.

Para Limongi-França e Arellano (2002), o recrutamento e seleção de pessoal, é um

processo onde vai estimular e encorajar a procura de empregados a se candidatar à

determinada vaga para a organização, com o intuito do preenchimento de uma vaga em

aberto. Ainda salientam que a captação de pessoas nas organizações, representa a atividade

primordial no gerenciamento das mesmas.

Aquino (1980 apud CARVALHO; NASCIMENTO, 1993, p. 92) afirma que “a melhor

fonte de recrutamento de pessoal é a que atende a empresa sem ferir seus princípios de

eficiência, custo e ética”. Ou seja, as empresas que procura selecionar seus candidatos

conforme os princípios da organização estarão optando pela melhor fonte de recrutamento,

sem prejudicá-la. Pelo menos é o que se espera de um processo que exige tanto da

organização quanto do candidato que esperam ser inseridos.

No entanto, para Chiavenato (1998, p. 196), o recrutamento deve ser “feito a partir das

necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização”. E Aquino (1980)

contempla tal raciocínio se referindo ao recrutamento como uma das fontes que desenha o

perfil do candidato, sendo assim, deve conter todas as informações essenciais para o

desencadeamento do processo, lembrando que são essenciais, mas não suficientes.

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2.3.1 O Processo de Recrutamento de Pessoas na Organização

Para que haja um processo de recrutamento adequado, se faz necessário o

planejamento quanto ao processo de administração de recursos humanos, pois a partir deste

ponto que se descobre à necessidade de contratar mais pessoal através do recrutamento ou, se

dispensar funcionário caso haja excesso de pessoal, conduzindo assim, pessoas ao

desligamento da organização (ROBBINS, 2002).

Contemplando tal raciocínio o autor se refere ao planejamento de recursos humanos

como o processo pela qual a administração certifica-se de que tem o número correto de tipos

de pessoas no lugar certo e na hora certa, com capacidade de concluir as tarefas com

eficiência e eficácia ajudando assim a organização a alcançar seus objetivos. Sendo assim, o

condensa em três etapas: a avaliação dos recursos humanos correntes; a avaliação das

necessidades futuras de recursos humanos; e o desenvolvimento de um programa para

satisfazer necessidades futuras de recursos humanos.

Segundo Gil (1994), e outros autores, em muitos casos as atividades de recrutamento e

de seleção, ficam comprometidas pela ausência de uma sistematização do seu processo.

O processo de recrutamento pode ser representado pelo estudo do perfil de Recursos

Humanos da empresa onde deverá proporcionar à organização uma visão clara quanto aos

números e tipos necessários de funcionários num determinado período; pelo levantamento de

necessidades de Recursos Humanos por meio do preenchimento de formulários específicos de

previsão de vaga, indicação direta, ao nível de direção e pelos contatos diretos com unidades

da empresa; por meio do processo de recrutamento propriamente dito onde se inicia através

do seu planejamento, por meio da “requisição de pessoal”, que envolve a solicitação pelas

unidades interessadas, dos funcionários necessários ao número de vagas oferecidas, pelo

estudo do mercado de trabalho, que se trata de um dos “imputs” externos fundamentais para a

dinâmica e eficiência do sistema de Recursos Humanos, como também fonte de onde afluem

os candidatos ao preenchimento de vagas oferecidas pela empresa, pelas formas de mercado

de trabalho, tais como: ocupado, disponível, fixo, cíclico, limitado/ilimitado, abundante,

suficiente e exíguo, e pela triagem inicial de candidatos (CARVALHO, 1993).

Os processos de recrutamento surgem por meio da necessidade interna da organização.

Surgem por inúmeros motivos, é expressa ou emitida pelo requisitante da área, através de um

documento denominado RP (Requisição de Pessoal). Portanto o processo segue o seguinte

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curso: Emissão da RP (Requisição de Pessoal) pelo setor requisitante, Aprovação chefe

imediato, Aprovação chefe superior (diretoria), Análise/aprovação ARH (Administração de

Recursos Humanos) para assim se dar ao início do processo. (MARRAS, 2000).

Na execução, quanto ao processo do recrutamento existe o questionamento de quem

realmente deve assumir esse papel. Pois os processos ocorrem de maneiras diferentes de

acordo com o tamanho, cultura, e/ou outras definições a cada organização, sendo assim, o

recrutamento poderá vir do próprio gerente de RH (Recursos Humanos), como de algum

recrutador específico da organização (CARVALHO, 1993).

Limingi-França e Arellano (2002) definem o processo de recrutamento e seleção como

atração de candidatos à vaga de forma mais sistematizada. Já Bohlander (2003) afirma que o

processo de recrutamento e seleção para a maioria das organizações é contínuo, onde é

inevitável a rotatividade, deixando vagas a serem preenchidas por indivíduos cujas

qualificações foram avaliadas anteriormente, por candidatos que podem ser de dentro ou fora

da organização.

O processo segue conforme cada organização, e suas decisões dependem do dirigente

de linha, ou seja, o departamento que possui a vaga a ser preenchida deverá consentir o

recrutamento, pois o órgão de gestão de recursos humanos não tem autoridade para efetuar o

mesmo. (MARRAS, 2000).

Para Lodi (1978), o processo de recrutamento indiferente de ocorrer rotineiramente ou

em condições excepcionais, passa por um planejamento sistemático em que deve preceder sua

execução quanto ao recrutamento propriamente dito. Onde inúmeras etapas preparatórias são

envolvidas, desde o mercado e a companhia como a aproximação do candidato qualificado ao

cargo claramente definido.

Para a captação de pessoas as organizações utilizam-se inúmeras fontes de

recrutamento e seleção que é o próximo assunto abordado.

2.3.1.2 Fontes de recrutamento

As organizações estão mais criativas e utilizando fontes alternativas com o intuito de

aumentar a diversidade dos candidatos.

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O propósito do recrutamento seja ele interno ou externo é encontrar um número

relativamente grande, onde haja possibilidade dentre os mesmos uma escolha com pessoas

que tenham qualificação para o que se precisa (STONER, 1995).

a) Fonte interna de recrutamento

Segundo Chiavenato (1999), “o recrutamento interno atua sobre os candidatos que

estão trabalhando dentro da organização, ou seja, os próprios funcionários, já o recrutamento

externo atua sobre candidatos que estão fora da organização, que serão submetidos aos

processos de seleção de pessoal.”

Complementando tal raciocínio Ribeiro (2005, p. 59) enfatiza que “o recrutamento

interno é o primeiro meio de recrutamento. Recrutamento dentro da empresa, você estimula o

bom desempenho profissional”.

O recrutamento interno acaba privilegiando os próprios recursos da empresa, ou seja,

os mesmo funcionários sendo reavaliados e remanejados conforme as necessidades, sendo

assim o melhor caminho a ser utilizado, como importante incentivo motivacional e de

eficiência e baixo custo para o processo de recrutamento (MARRAS, 2000).

Completando tal raciocínio, Robbins (2002) se refere como vantagem em se

privilegiar os próprios funcionários da empresa, o custo baixo: elevação do moral dos

funcionários; pois se trata de funcionários já familiarizados com a organização.

O recrutamento interno pode trazer diversas vantagens à organização, tais como a

economia, pois o anúncio deixaria de existir, rapidez pela proximidade e identificação quanto

ao suposto candidato já sendo funcionário da empresa, proximidade por já estar integrado na

empresa, conhecimento por já fazer parte da organização. Ocorre uma avaliação de

desempenho, promoção podendo assim incentivá-lo à oportunidade de uma possível carreira

na empresa, além do aumento do “Moral” de trabalho que proporciona real oportunidade para

progredir e motivação profissional (CARVALHO, 1993).

Limongi-França e Arellano (2002) se referem ao recrutamento interno como a

procura de candidatos dentro da organização onde o mesmo se encontra inserida, e o

recrutamento externo como a procura de candidatos para o preenchimento de uma vaga de

emprego de fora da organização.

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Ressaltam ainda que o recrutamento interno possa frustrar os que não foram

escolhidos para a vaga disponível, além de causar um clima entre os funcionários de

frustração, mas por outro lado, não deixa de estimular o empregado quanto ao seu

desenvolvimento profissional, dando a ele oportunidade de crescimento para que venha a

seguir carreira dentro da organização.

Algumas vantagens são destacadas pelas mesmas autoras quanto ao recrutamento

interno: valorização do candidato que já está inserido na organização, menos custo, prévio

conhecimento quanto ao perfil do candidato, moral interna reconhecida entre outras.

Para Bohlander (2003), grande parte das organizações procura utilizar os

investimentos utilizados no recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento dos seus

funcionários, preenchendo as vagas através das promoções e transferências que ocorrem

internamente. O recrutamento interno traz vantagens por meio das próprias promoções que

servem como recompensa aos funcionários com bons desenvolvimentos incentivando-os a

continuar os seus esforços melhorando a moral da empresa criando perspectiva aos

funcionários que buscam atingir os mesmos objetivos.

O autor também ressalta algumas desvantagens para o recrutamento interno as quais

devem ser observadas, tais como, a falta de potenciais técnicos e conhecimentos exigidos para

desenvolver as tarefas do cargo a ser ocupado.

Após algumas comparações entre o recrutamento interno e o recrutamento externo

conceituados por diferentes autores, destacam-se a seguir algumas desvantagens que também

devem ser levadas em consideração, quanto ao recrutamento interno.

Segundo Knapik (2006, p. 142) as desvantagens quanto ao recrutamento interno

relacionam-se ao fato de que “não abre espaço para a entrada de novas idéias e experiências,

incentiva a rotina, conserva a cultura já existente na empresa, funciona como um sistema

fechado”.

b) Fonte externa de recrutamento

Tratando-se do recrutamento externo, um dos objetivos a ser citado é o fato de suprir

uma necessidade da empresa no seu quadro de efetivos (MARRAS, 2000).

O recrutamento externo introduz sangue novo e novas experiências a organização,

enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidades, aumenta o capital

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intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas, renova a cultura organizacional e

enriquece com novas aspirações, entre outras. (CHIAVENATO, 1999).

Para Werther e Davis (1983), o recrutamento externo é uma fonte onde possibilita as

organizações a buscar o profissional disponível seja no mercado como também inserido em

outra organização, aguardando nova oportunidade. Para que não ocorra perda de tempo se faz

necessário à definição do perfil do candidato, pois se não houver o planejamento a empresa

poderá ter um custo maior com o tempo perdido no recrutamento.

Chiavenato (2002, p. 212) descreve alguns itens da desvantagem de recrutamento

externo:

através deste tipo de recrutamento tem-se menos seguro do que o recrutamento interno, pois os candidatos externos são desconhecidos e as empresas admitem o pessoal através de um contrato com um período experimental para garantir a relativa insegurança do processo. Quando monopoliza as vagas, pode estar frustrando o pessoal que passa visualizar barreiras, fora de seu controle, para seu crescimento profissional. Os empregados podem perceber o monopólio do recrutamento externo como uma política de deslealdade da empresa com seu pessoal.

A importância do processo de recrutamento e seleção para as organizações além de

fundamental é extremamente importante, para a inclusão de colaboradores, pois através de

inúmeros processos que se consegue identificar o perfil e a qualificação dos mesmos,

facilitando assim a escolha de um membro que poderá agregar-se às atividades necessárias

para o desenvolvimento do trabalho.

Entre diversos conceitos quanto às fontes de recrutamento, pode se observar em um

dos instrumentos de pesquisa um conceito sucinto para dar início a outros que virão, onde as

fontes de recrutamento são as instâncias que devem ser exploradas na busca de recursos

humanos para abastecer o processo seletivo da empresa. Os tipos de fontes de recrutamentos

são inúmeros: anúncios de jornais e revistas especializadas, agência de empregos,

consultorias, entre outros, podendo ser interna ou externamente (MARRAS, 2000).

As fontes de recrutamento é a área explorada pelo mecanismo de recrutamento, ou

seja, fontes diversificadas que devem ser diagnosticadas, e localizadas pela empresa que passa

a influenciá-las, através de uma multiplicidade de técnicas de recrutamento, visando atrair

candidatos que atenda as suas necessidades (CHIAVENATO, 1998).

O autor ainda menciona que a fase preliminar do recrutamento de pessoal é

identificação, escolha e manutenção das fontes que podem ser utilizadas adequadamente

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como origem de candidatos que apresentam probabilidades de atender os requisitos

preestabelecidos pela organização.

Werther e Davis (1983) denominam como canais, a maneira para encontra candidatos.

Onde os recrutadores e candidatos utilizam número de canais limitados para procurarem um

ao outro.

Entre diversas maneiras que se encontram para que seja definida a maneira pela qual a

empresa deva recorrer para atender suas necessidades, essa escolha dependerá da

disponibilidade dos tipos certos de pessoas como também a natureza dos cargos a serem

preenchidos. A atratividade da oferta de trabalho específica como também a reputação que a

empresa se encontra contam muito ao sucesso do recrutamento bem sucedido (STONER,

1995).

Aquino (1980 apud CARVALHO; NASCIMENTO, 1999, p. 92) afirma que “a melhor

fonte de recrutamento de pessoal é a que atende a empresa sem ferir seus princípios de

eficiência, custo e ética”.

Antes de qualquer ação, convém tomar conhecimento quanto aos pré-requisitos os

candidatos que possuem potenciais devem ter para se habilitar a contratação, junto ao

responsável da área que detém o cargo a ser ocupado. Como também se faz necessário

verificar se convém promover o funcionário que já está inserido na organização ou se é

melhor contratar alguém de fora. Pois são pontos que devem ser definidos pela política da

organização. Sabe-se que o recomendável é promover algum profissional de dentro da

organização que esteja apto para ocupação do cargo até mesmo pelo custo e motivação

(BULGACOV, 1999).

Segundo Ribeiro (2005), as fontes de recrutamento se baseiam em quatro pontos:

quantidade de candidatos, qualidade dos candidatos, permanência e custo no recrutamento.

Tendo em vista os quatro pontos pode-se ressaltar que as fontes de recrutamento possuem

uma interligação, onde cada fator depende entre si, sendo assim, fica bem mais simplificado

que se obtenha uma melhor informação e um rumo a seguir, desde que tais fontes precisam

avaliar custos, qualidade dos candidatos, entre outros.

Reforçando o que já se pôde analisar por meio das vantagens quanto ao processo de

recrutamento interno, vale salientar que a incorporação de pessoas, até então, externas na

organização, idéias diferenciadas das atuais, força de vontade de quando se chega na

organização, entre outras inúmeras qualidades, podem contribuir, positivamente, para que a

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organização alcance seus objetivos em agregar membros capacitados para o desenvolvimento

das atividades.

Utilizam-se assim técnicas de recrutamento para que as organizações consigam

encontrar tais qualificações no mercado, que é o próximo assunto abordado.

2.3.1.3 Técnicas de recrutamento

As técnicas de recrutamento são fundamentais para a busca de melhores empregados

para a organização. As organizações utilizam meios internos e externos para esse processo,

tais como: os anúncios de jornais e revistas especializados, como também as agências de

recrutamento. Tratando-se dos anúncios sua construção deve ocorrer de maneira que chame

atenção além de dar opção ao candidato de mandar curriculum vitae, pois dependendo do tipo

do cargo o anúncio poderá ser uma boa opção para o recrutamento (CHIAVENATO, 1999).

Na seqüência do raciocínio do autor, as agências de emprego, servem de

intermediárias para que haja o recrutamento, em caso de empresas que não possuem um órgão

de recursos humanos, podendo ser agências operadas pelo governo no nível federal, estadual

ou municipal, como também agências associadas com organizações não lucrativas, além de

agências particulares ou privadas.

Existem também as empresas que buscam os chamados headhunters (caça-talentos),

que se trata de executivos ou caça-talentos que buscam pessoas certas para o cargo certo. Já as

agências públicas ou privadas ajudam aos que procuram emprego a encontrar o emprego certo

(BOHLANDER, 2003).

Para Werther e Davis (1983, p. 152) “fazer anúncios é um método efetivo de recrutar,

já que o anúncio pode alcançar uma audiência mais ampla do que os encaminhamentos por

empregados ou dos espontâneos não solicitados”.

Além das técnicas citadas pelo autor, podemos citar outras técnicas de recrutamento

abordadas por Bohlander et al. (2003) e Limongi-França e Arellano (2002) como: contatos

com escolas, universidades e agremiações, anúncios e cartazes em lugares de boa

visualização, indicação de funcionários, candidatos e currículo espontâneos, internet,

associações profissionais, entre outras técnicas.

Tratando-se do meio eletrônico, muitas organizações apostam nesta ferramenta para

recrutar, em busca de redução de custos nos processos para a agregação de pessoas. Este

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serviço permite eliminar etapas da agregação como também abrem as portas de muitas

empresas, de maneira que os candidatos obtenham informações sobre as empresas que

procura candidatos e informações sobre uma boa contratação (CHIAVENATO, 1999).

Importante salientar que o recrutamento deficiente ou inadequado traz prejuízos à

Empresa, conforme Carvalho (1993) destaca:

a) Alto giro de índice de pessoal (“turnover”);

b) Aumento substancial dos custos de recrutamento

c) Ambiente de trabalho comprometido com funcionários pouco qualificados para o pleno

exercício de suas funções.

O autor também menciona a importância de uma força de trabalho bem recrutada, pois

a mesma contribui de maneira decisiva para que a empresa produza bens e serviços com

produtividade mais elevada.

No entanto, o que define o recrutamento como um processo de procurar emprego é sua

própria atividade. “Os empregadores competem em termos de salários, condições de trabalho

e benefícios oferecidos. Os candidatos competem em termos de qualificação pessoal, o que

inclui habilidade e conhecimento, experiência e personalidade” (LIMINGI-FRANÇA;

ARELLANO, 2002, p. 64).

O importante é que essas técnicas possam se estender ao maior número de opções

cabíveis aos processos, pois quanto maior este leque se estender, maior a possibilidade de

encontrar candidatos qualificados e capacitados. Porém vale lembrar que a quantidade não é

tudo, o que se faz necessário é a capacidade de se estender nos locais certos para que assim

haja além da qualidade, ocorra a satisfação quanto as técnicas utilizadas.

2.3.1 O Processo de Seleção de Pessoas na Organização

O processo de seleção não é uma tarefa fácil, pois busca prever quais candidatos serão

bem-sucedidos se contratados. Os problemas que podem ocorrer são: quando se rejeita

candidatos que mais tarde teriam desempenhado o cargo com sucesso, como também aceitar

aqueles que posteriormente desempenham mal as funções. Os erros de rejeição podem deixar

a organização vulnerável a acusações de discriminação, como os erros de aceitação poderão

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causar custos para a organização como treinamentos, demissão e nova contratação entre

outros (ROBBINS, 2002).

A seleção de pessoal “é a escolha do candidato mais adequado para a organização,

dentre todos os recrutados, por meio de vários instrumentos de análises, avaliação e

comparação de dados” (LIMINGI-FRANÇA, ARELLANO, 2002, p. 66).

Para Chiavenato (1999, p. 107), “seleção de pessoas serve como um filtro que permite

que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização”. Completa que seleção é o

processo que uma organização escolhe entre diversos candidatos, a pessoa que melhor

alcançar os critérios de seleção para a posição disponível, considerando as atuais condições de

mercado.

Ferreira (1979) afirma que “a seleção de candidatos realmente aptos será, também, a

maior garantia do êxito para os posteriores cursos de treinamento”.

No entanto o mesmo autor Ferreira (1979, p. 27) ainda acrescenta que:

A seleção deve ser obviamente, realizada em função dos cargos a preencher. O selecionador deve conhecer o setor de trabalho para qual seleciona indivíduos, deve conhecer as atribuições básicas que o selecionado vai ter, a descrição do trabalho, ou especificação da função, para que tenha as melhores possibilidades de escolher o homem certo para o lugar certo.

Seleção de pessoal é o processo de escolha do profissional para o preenchimento das

vagas abertas entre os que foram recrutados e consiste em triagem, provas e testes, entrevista

detalhada, entrevista técnica, exame médico e checagem de referências (PONTES, 1996).

O processo de seleção de pessoas permite o ingresso limitado de pessoas quanto à

organização, escolha essa que se dá àquelas que apresentam características desejadas pela

empresa. Para que a seleção tenha maior objetividade e precisão para o preenchimento do

cargo, é necessário que as informações exigidas sobre o mesmo seja preenchida., pois apesar

de termos candidatos diferentes entre si que disputam a mesma posição, fazendo com que o

processo seja caracterizado de maneira comparativa e decisória quanto à escolha

(CHIAVENATO, 1999). O autor ainda menciona que quando se trata de vários candidatos

aprovados para um mesmo cargo, surge o problema de escolher um deles, Sendo assim, além

de compará-los, a seleção deverá também ser um processo de escolha. Porém a decisão final

positiva ou negativa ao candidato caberá ao órgão requisitante.

Quanto à seleção de pessoal, Marras (2000) trata como uma atividade de

responsabilidade do sistema de ARH (Administração de Recursos Humanos), que tem por

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finalidade escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de

recrutamento, para o atendimento das necessidades internas da empresa.

As cinco maneiras que podem ser colhidas as informações a respeito do cargo a ser

preenchido são: Descrições de análise do cargo, Técnicas dos incidentes críticos, Requisição

de pessoal, Análise do cargo no mercado e Hipótese de trabalho. (CHIAVENATO, 1999).

Lodi (1976, p. 18) acrescenta que:

Aumentando-se a proporção de candidatos para uma vaga, aumentam as possibilidades de escolha do melhor. A seleção depende vitalmente do recrutamento. Quando se aumenta a proporção do nível de candidatos aprovados, aumenta-se o índice de seleção, este índice é a proporção existente entre o número de candidatos aprovados e candidatos potenciais. Este índice influencia no custo do processo de seleção, Para isso o recrutamento deve fazer a sua seleção já na fonte de origem.

Pois para o autor de houver apenas um (1) candidato para uma vaga, o recrutamento

será negativo, pois não existe seleção possível apenas com (1) candidato. Quanto maior o

número de candidatos, maior a possibilidade de se escolher um bom funcionário.

A seleção de pessoal é um sistema de comparação e de escolha (tomada de decisão).

Deve apoiar-se em algum padrão ou critério para validar sua comparação. O mesmo deve ser

extraído a partir de informações sobre o cargo a ser preenchido e sobre os candidatos que se

apresentam. Sendo assim, o ponto de partida para o processamento da seleção de pessoal é a

obtenção de informações significativas do cargo (CHIAVENATO, 1999).

Como se pode observar o processo de seleção não é uma tarefa tão simples, portanto

para que seja adequada, a definição quanto à especificação do cargo, e a eficiência e

satisfação do selecionado, o processo deve ocorrer com uma descrição de cargo bem

elaborada e planejada, seja ela já existente na organização, ou desenvolvida pelo selecionador.

2.3.1.1 Técnicas de seleção de pessoal

Através dos inúmeros tipos de técnicas utilizadas nas organizações que se procura

conhecer o perfil dos candidatos.

Segundo Chiavenato (1999), as técnicas de seleção são agrupadas em cinco categorias,

que são as entrevistas, as provas de conhecimentos ou capacidades, os testes psicométricos, os

testes de personalidade e as técnicas de simulação.

Ferreira (1979, p. 35) “aborda que dentre os testes psicológicos existe os testes

psicotécnicos, e afirma que esses têm a importância de averiguar as aptidões técnicas, a qual

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deve ser feita com muito critério, bem como a análise da saúde do indivíduo e sua resistência

física para o trabalho. Esse tipo de teste é importante para determinações sob o ângulo

psicológico da análise de personalidade”.

Conhecer aspectos relacionados à personalidade do candidato é fundamental para

verificar se a contratação será positiva para a organização e para o candidato. Pois todos os

métodos psicométricos prevêem uma margem seja ele acero ou erro. Sendo assim, “A

utilização de diversas técnicas que se complementam pode diminuir a possibilidade de erro na

escolha do candidato” (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002, p. 67).

Os testes psicométricos têm como objetivo constituir uma medida objetiva e

estandardizada de uma amostra do comportamento que se refere às aptidões da pessoa. Estes

testes são utilizados como medida de desempenho e se baseiam em amostras estatísticas de

comparação, os quais são aplicados sob condições padronizadas. (CHIAVENATO, 1999).

Ferreira (1979, p.55), afirma que “as entrevistas constituem o fundamento e o

princípio de todo o trabalho de um órgão de acompanhamento e aconselhamento”.

Chiavenato (1999, p. 120) acrescenta que:

As provas de conhecimento são utilizadas como instrumentos para avaliar o nível de conhecimentos gerais e específicos de cada candidato exigido conforme o cargo a ser preenchido, em que procuram medir o grau de conhecimento profissional ou técnico, como contabilidade, informática, redação, entre outras.

Para Ferreira (1979), as provas de conhecimentos gerais são provas de português e de

aritmética, para verificar se o candidato tem o preparo exigido para o desempenho do cargo

pleiteado, ou de outro que o selecionador precise preencher no momento. Essas provas devem

ser mais ou menos difíceis, conforme o cargo a ser ocupado: se de nível primário (quatro

primeiras séries do 1° grau) ou secundário (séries restantes). Os de nível universitários estão

excluídos dessas provas. Dentro da orientação que se apresenta para os casos anteriores, pode-

se facilmente adaptar o critério de correção e atribuição de pontos a cada questão (ou conjunto

de questões) resolvida. Os testes de conhecimentos gerais devem variar amiúde, a fim de se

evitar que futuros candidatos tomem conhecimento, por meio de amigos já testados, ou em

processos de seleção, das questões que “caem” nos referidos testes.

Chiavenato (1999) acrescenta ainda que as provas de conhecimento sejam utilizadas

testes para medir o grau de habilidade para certas tarefas. Além da enorme variedade de

provas, de conhecimento e de capacidades, em que se classificam quanto à forma de

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aplicação, quanto à abrangência, provas específicas, quanto a organização, provas objetiva,

alternativas simples ou testes dicotômicos, de múltipla escolha, além de outros tipos de provas

de conhecimento para melhor conhecer o candidato.

Esses testes apresentam três características: o preditor, a validade e precisão, que as

provas tradicionais ou objetivas e entrevistas não apresentam que significa a capacidade de

um teste oferecer resultados prospectivos capazes de servir como prognósticos para o

desempenho do cargo. A validade que significa a capacidade o teste para aferir exatamente a

variável humana que se pretende medir. E a precisão que significa a capacidade do teste de

apresentar resultados semelhantes em várias aplicações na mesma pessoa. E também

focalizam principalmente as aptidões com a finalidade de prever o comportamento em

determinadas formas de trabalho. (CHIAVENATO, 1999).

Para Ferreira (1979, p. 43), o teste de personalidade:

consiste numa longa entrevista, durante a qual se aquilata a personalidade do candidato, como: o caráter, moral, relações humanas, curiosidade intelectual e funcional, educação, interesse além da qualidade mínima para ocupar o cargo.

O teste de personalidade é mais que um conjunto de certos aspectos mensuráveis. É

uma integração, uma mistura, um todo organizado. Representa a integração única de

características mensuráveis relacionadas a uma pessoa. As características são identificadas

como traços de personalidade e distinguem a pessoa das demais. Este tipo de teste revela

certos aspectos das características superficiais das pessoas, como equilíbrio emocional,

frustrações, interesses, motivações etc. (CHIAVENATO, 1999).

O autor ainda menciona sobre as técnicas de simulação são utilizadas para o

tratamento em grupo e substituem o modo verbal ou de execução pela ação social. Tendo

como ponto de partida o drama, que significa reconstituir em cima de um palco o contexto

dramático, no momento presente no aqui e agora. As técnicas de simulação são

essencialmente técnicas de dinâmica de grupo, sendo a principal técnica de simulação é o

psicodrama, que se fundamenta na teoria geral dos papéis. As técnicas de simulação são

utilizadas nos cargos em que exigem relacionamento interpessoal, como direção, gerência,

supervisão, vendas, contatos etc.

Frente à explanação das técnicas de recrutamento e de seleção, cabe comentar que os

processos de captação de pessoas no âmbito das organizações podem seguir, tanto uma

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abordagem tradicional pautada nos cargos, como uma mais inovadora, baseada, por exemplo

na gestão por competências. Assim, julga-se interessante à apresentação de pressupostos

teóricos sobre os dois assuntos: análise de cargos e gestão por competências.

2.3.2 Análise e Descrição

A administração, geralmente, começa por realizar uma análise de cargos, que é

conceituado pelo “processo que define os cargos na organização e os comportamentos

necessários para desempenhá-los”. Para que assim, seja avaliada a obrigação cabível a cada

função, como também as aptidões e habilidades necessárias para o adequado desempenho de

determinado cargo, entre outros questionamentos que a análise de cargos poderá responder

(ROBBINS, 2002, p. 233).

A análise de cargos segundo Pontes (1996) refere-se ao estudo das atribuições e

responsabilidade dos cargos, que é composta pela descrição e pela especificação dos cargos

que fornecem o alicerce firme para a avaliação, que resultará a fixação de salários

internamente coerentes, além de servir como instrumentos básicos de programas da

administração de recursos humanos, tais como, administração de cargos e salários, plano de

carreira, avaliação de desempenho, recrutamento e seleção, e outros.

Werther e Davis (1983, p. 104) mencionam que a “descrição de cargos é uma

declaração escrita que explica os deveres, condições de trabalho e outros aspectos de um

cargo especificado”.

Os mesmos autores descrevem a diferença entre uma descrição de cargo e uma

especificação de cargo. “Uma descrição de cargo define o que o cargo faz; é um perfil do

cargo. Uma especificação de cargo descreve o que o cargo exige dos empregados que o

executam e os fatores humanos que são necessários”.

Já para Robbins (2002), à descrição de cargo é definida como “declaração escrita do

que faz o ocupante do cargo e de como e por que seu trabalho é realizado”. Já a especificação

do cargo “estabelece as qualificações mínimas aceitáveis que um funcionário deve possuir

para desempenhá-lo a contento”.

O detalhamento das tarefas que fazem parte dos cargos consiste na descrição de

cargos, quanto a suas atribuições ou tarefas do mesmo, a periodicidade da execução, os

métodos empregados para a execução dessas atribuições ou tarefas, os objetivos do cargo, que

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é basicamente um levantamento escrito dos principais aspectos significativos do cargo, dos

deveres e responsabilidades envolvidas. Ou seja, “a descrição de cargos é um documento

escrito que identifica, descreve e definem um cargo em termos de deveres, responsabilidades,

condições de trabalho e especificações” (CHIAVENATO, 1991, p. 207).

Para completar tal raciocínio, Carvalho e Nascimento (1993, p. 19) definem a

descrição de cargo como “o registro das funções, tarefas e responsabilidades, de forma

organizada, e atribuída a uma ou mais pessoas”.

Após a descrição do cargo, segue-se a análise do cargo, que identificará as

especificações do cargo nos aspectos intrínsecos e extrínsecos, ou seja, aos requisitos que o

cargo impõe ao ocupante do mesmo. A análise tem como objetivo estudar e determinar todos

os requisitos qualificativos, as responsabilidades envolvidas e as condições exigidas pelo

cargo, para que seu desempenho seja adequado. Somente após a análise que os cargos

poderão ser avaliados e devidamente classificados para efeito de comparação

(CHIAVENATO, 2002).

O autor menciona a necessidade que há em se estruturar a análise de cargos para que o

mesmo seja ocupado. Para tanto, é necessário ter os seguintes requisitos: físicos e intelectuais,

sendo que o mental é o que o ocupante deverá ter para desempenhar adequadamente as

funções do cargo. Quanto aos métodos utilizados para a descrição e análise de cargos cita-se o

método da observação direta sendo uma dos mais utilizados, por ser historicamente o mais

antigo e pela sua eficiência, efetuado através da observação direta e dinâmica em pleno

exercício das funções pelo ocupante; o método do questionário que é solicitado ao pessoal que

preencha um questionário de análise de cargo, onde deverão conter indicações sobre o cargo,

sobre o conteúdo e características; o método da entrevista que é mais flexível e produtivo

quando bem estruturado, pois podem obter informações sobre os aspectos, natureza e das

tarefas do cargo e o método misto que são combinações ecléticas de se referem a dois ou mais

métodos de análise.

O autor ressalta que a especificação do cargo é dividida em quatro grandes áreas:

mental, de responsabilidades, física e de condições de trabalho que se subdividem em

requisitos e qualificações, que servem para mensurar isoladamente as diferenças entre os

cargos.

Por meio do instrumento de descrição e análises de cargos que se pode desenvolver e

aplicar melhorias quanto à quantidade e qualidade dos recursos humanos para a organização,

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sendo assim é fundamental para as áreas de recrutamento e seleção de pessoal. A descrição do

cargo relata impessoalmente o conteúdo do cargo, enquanto as especificações do cargo

fornecem a percepção da organização perante as qualificações humanas que se deseja para o

trabalho. Fazem-se necessários para tal instrumento: as estruturas, métodos de observação e

entrevistas e o planejamento de um cargo (CHIAVENATO, 2002).

Para a descrição e análise de cargos é importante que os gerentes entendam os

objetivos, as políticas e práticas utilizadas para a seleção, para que assim haja um

envolvimento desde o princípio do processo. O que ajuda a identificar as competências

individuais que os funcionários necessitam para o sucesso, conhecimentos, habilidades,

aptidões entre outros fatores que são as especificações do cargo (BOHLANDER, 2003).

Frente a tais afirmações, se faz necessário explanar a respeito da gestão por

competências que será o assunto da seqüência, que trará colocações desde os primeiros

debates sobre competência quando ainda era um assunto tratado de maneira superficial, até a

influência que se dá aos processos das organizações nos dias de hoje.

Sabe-se que há uma tendência muito forte em se indagar a efetividade da análise de

cargos, uma vez que se acredita que, em termos de recrutamento e seleção, possa engessar o

perfil do candidato buscado pela empresa, o que tende a obstruir a diversidade de

características, tão importantes à agilidade de resposta aos desafios ambientais.

São muitos os resultados da descrição e análise de cargos, tais como: o recrutamento e

seleção de pessoal, a definição de programas de treinamento, como a identificação de

necessidades dos treinamentos, a avaliação de cargos, os métodos de trabalho entre outros,

mas com o mesmo objetivo: de elaborar anúncios e demarcação de mão-de-obra, onde

recrutar, determinação do perfil do ocupante do cargo, como a avaliação e classificação de

cargos, etc. Sendo assim, são esses os objetivos que se espera alcançar no processo de

descrição e análise de cargos (CHIAVENATO, 2002).

GIL (1999, p. 102), complementa que “análise de cargos é o estudo que se faz para

obter informações sobre as tarefas ou atribuições de um cargo”.

De acordo com as especificações que os autores nos trazem referente à análise e

descrição dos cargos, reforça ainda mais a importância quanto ao levantamento dos dados de

maneira clara e objetiva, pois a partir de uma descrição bem elaborada e uma análise

adequada que se obtém o resultado esperado pela organização.

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43

Após o embasamento sobre a análise de cargos e a descrição de cargos, segue a

explanação sobre gestão por competência.

2.3.3 Gestão por Competências

Hoje as organizações para competir em um mercado globalizado, precisam ampliar

seu escopo de atuação, posicionando-se com uma visão estratégica melhor definida e um

cenário futuramente globalizado (FLEURY, 2002).

De acordo com o mesmo autor, os debates sobre competência deram início em 1973,

entre psicólogos e administradores nos Estados Unidos, após a publicação de um artigo

chamado “Testing for competence rather than inteligence” (Testando por competências em

vez de inteligência). Assim, a competência se diferenciava pelas aptidões, o talento natural ao

qual pode se aprimorar, das habilidades e dos conhecimentos, pois a conceituava como uma

característica subjacente a uma pessoa casualmente relacionada com um desempenho superior

na realização de uma tarefa ou situação.

Nisembaum (2002) complementa que a definição e desenvolvimento de competência

parte dos objetivos e necessidades de mercado para com a empresa. Definição essa que deve

ocorrer de maneira clara quanto à estratégia, pois é a mesma que define onde devo ir, e de que

maneira devo me diferenciar. Após a definição da estratégia, os resultados devem ser

estabelecidos para que a partir disso sejam definidas as performances necessárias para

alcançá-los e que competências são necessárias para desenvolvê-las.

Fleury e Fleury (2001) afirmam que a competência essencial de uma organização está

relacionada diretamente as estratégias do negócio da empresa, além dos capitais de

conhecimento que a empresa dispõe. Torna-se vital que o mapeamento quanto às

competências ocorra, para que haja garantia quanto à sobrevivência da organização e para que

a empresa realmente venha a conhecer seu potencial humano.

O conceito de competência tem relação ao conceito de qualificação, porém a

competência procura ser mais amplo, quando se refere à capacidade das pessoas, de

compreender e dominar situações inovadoras no trabalho, indo além das atividades que a elas

estão estabelecidas. Refere-se à capacidade de ir além do que se está prescrito, se capacitando

em assumir novas iniciativas, segundo Zarifian (1994, apud BALCEIRO; FIGUEIREDO

2004).

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Quanto à competência de maneira individualizada, os profissionais de gestão,

diretamente ligados à gestão de pessoas, adotam competência como o conjunto de

habilidades, conhecimentos e atitudes que afetam o desenvolvimento profissional. Fator que

pode ser mensurado, quando há comparação entre padrões estabelecidos e desenvolvidos

através de treinamentos (FLEURY; FLEURY, 2001).

Para tratar a competência no plano das organizações os autores citados anteriormente

complementam quanto a necessidade de considerar duas outras dimensões, que estão nas

transformações que o mundo dos negócios vem sofrendo: o âmbito de atuação da organização

e a visão estratégica. Há, basicamente, dois tipos de competências organizacionais: as que

garantem a sobrevivência de uma empresa, pois se não possuir essas competências, estará fora

do mercado, consideradas como básicas; e as que permitem a diferenciação de uma empresa

no mercado, chamadas de essenciais. Assim, a gestão da qualidade, para muitas empresas, é

considerada como competência básica, não deixando de ser importante.

Os modelos das competências começam a ser discutido entre as empresas por volta

dos anos oitenta, onde houve a crise estrutural do capitalismo, configurada nos países centrais

no início dos anos setenta.

Segundo Zarifian (2001), um modelo de competências implicaria em novas práticas de

recrutamento, em um novo tipo de compromisso no que se concerne à mobilidade interna,

insistência inédita na responsabilização dos assalariados e na questão da modificação dos

sistemas de classificação e de remuneração. Sendo assim, a adoção do modelo das

competências traz implicações contraditórias ao trabalhador, podendo ser positivamente

tratando-se da valorização do trabalho, como também pontos negativos como a busca

incansável de ser o melhor. Portanto, cabe a empresa pensar nos prós e contras avaliando-os,

pois não são apenas os rendimentos deverão contar à empresa e sim o bem-estar das pessoas

que ali estão inseridas.

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45

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Neste tópico são apresentadas as principais informações sobre os métodos, ou seja, o

caminho traçado para a futura execução da pesquisa. Pesquisa essa que tem como problema o

seguinte questionamento:

Como pode ser analisada a sistematização atual das atividades de Recrutamento e

Seleção na empresa Agroindústria Alpha Brasil?

O método serve para direcionar as estratégias inerentes ao processo de pesquisa

(RICHARDSON, 1999). Objetivam assim, a realização de um estudo com profundidade,

sendo utilizado algumas técnicas de coleta de dados, para obter-se informações correlatas com

a organização em questão.

Posto isso, torna-se conveniente explanar os procedimentos metodológicos desta, em

termos de caracterização da pesquisa, contexto e participantes, bem como técnicas, tratamento

e análise de dados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A metodologia se apresenta como um fator crucial na elaboração de trabalhos

científicos, mesmo de forma instrumental sua condição se faz necessária como condição

científica, pois pelo seu termo de origem significa o estudo dos caminhos e dos instrumentos

para que a ciência seja feita (DEMO, 1995).

A abordagem deste estudo é predominantemente qualitativa, com a finalidade de

garantir a precisão dos resultados evitando distorções da análise e má interpretação, sendo

assim, procura-se identificar a natureza de um fenômeno social (RICHARDSON, 1999).

Barbetta (2007, p. 30), complementa tal raciocínio destacando que “quando os possíveis

resultados de uma variável são números de uma certa escala, dizemos que esta variável é

quantitativa e quando os possíveis resultados são atributos ou qualidades a variável é dita

qualitativa”.

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Conforme Deslandes (1994, p. 22), “o conjunto de dados quantitativos e qualitativos”,

não se opõem. Ao contrário se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage

dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia” .

Um dos conceitos que pode ser levado em consideração tratando-se da pesquisa

qualitativa é que a “abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do

investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de

um fenômeno social” (RICHARDSON 1999, p. 79).

Quanto à finalidade da pesquisa, caracterizou-se como de cunho descritivo, que de

acordo com Vergara (1998, p. 15), “a pesquisa descritiva expõe características de determinada

população ou de determinado fenômeno.” E Gil (1994, p. 45) completa tal raciocínio, desta

forma: “as pesquisas descritivas têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de

uma população”.

Quanto ao delineamento, utilizou-se o método do estudo de caso, que segundo Fachin

(2006) caracteriza-se por ser considerada principalmente a compreensão de todo o assunto a

ser investigado, onde ocorreu uma análise de todos os aspectos do caso.

Entre as vantagens do método do estudo de caso, está o fato de que se pode obter inferência do estudo de todo os elementos que envolvam uma entidade completa, em vez do estudo de vários aspectos selecionados. Um estudo é uma descrição analítica de um evento ou de uma situação in loco. Se bem apreciado, atinge a expressão máxima, sendo de grande valia (FACHIN, 2006, p. 47).

Conforme Vergara (1998), o estudo de caso pode ser efetuado em campo ou não, e

constitui-se em caráter de detalhamento e profundidade. A característica quanto ao estudo de

caso para Gil (1995) trata-se do estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de

maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo. O autor complementa que o

estudo de caso é muito freqüente na pesquisa social, devido à sua relativa simplicidade e

economia, já que pode ser realizado por um único investigador, ou por um grupo pequeno e

não requer a aplicação de técnicas de massa para coleta de dados, como ocorre nos

levantamentos.

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de

poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo (GIL,

1994, p. 78). O autor complementa que o estudo de caso é muito freqüente na pesquisa social,

devido à sua relativa simplicidade e economia, já que pode ser realizado por um único

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investigador, ou por um grupo pequeno e não requer a aplicação de técnicas de massa para

coleta de dados, como ocorre nos levantamentos.

A pesquisa aplicada é apropriada pela necessidade de solucionar problemas concretos,

mais imediatos, ou não Vergara (1998). Desta forma, será reconhecida a realidade atual, para

que diante dos confrontos teóricos, possa ser delineado um novo processo de captação de

pessoal para a empresa Agroindústria Alpha Brasil.

Após a caracterização do estudo em questão se faz necessário considerar a população

da organização e calcular a amostra para posterior entrevista.

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA

Para Richardson (1999), população pode ser o conjunto de indivíduos que trabalha em

um mesmo lugar, e ainda menciona “que o entendimento entre interpretação de população e

amostra não são fixas. O que em uma ocasião é uma população, em outra pode ser uma

amostra ou vice-versa”.

Amostra é também conceituada como qualquer parte de uma população, segundo

Mattar (2001). Assim como ele, Lakatos e Marconi (1992) ressaltam amostra como uma

quantia convenientemente selecionada da população.

Para a definição da amostragem foi utilizada a técnica não-probabilística, que segundo

Gil (1994), conceitua-se pela apresentação não matemática ou estatística, que dependem

unicamente de critérios do pesquisador.

A população da empresa Agroindústria Alpha Brasil, atualmente é formada por dois

mil seiscentos e noventa e dois (2.692) empregados, entre todas as unidades que fazem parte

da organização. Porém destes, cento e noventa (190) encontram-se afastados e novecentos e

trinta e cinco (935) empregados que fazem parte da unidade área industrial em São José onde

está localizado o frigorífico, que se trata da unidade ao qual se deu o levantamento de dados

para o desenvolvimento desta pesquisa.

Desta forma, a escolha se deu por ser o setor que ocorre maior índice de rotatividade

de empregados, desconsiderando outras unidades e outros setores da organização como um

todo.

Para a definição da amostra escolheu-se intencionalmente empregados de diferentes

funções, acreditando que, desta maneira, fosse possível um maior conhecimento em torno das

atividades, da empresa estudada. Utilizou-se o critério de saturação para a determinação da

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amostragem, sendo assim, de acordo com que os depoimentos foram se tornando repetitivos,

o processo de coleta foi sendo finalizado.

Foram vinte e três (23) empregados, dentre eles: dois (2) da máquina de miúdos,

quatro (4) da mesa do cone, um (1) da mesa sassame, dois (2) da garantia da qualidade, um

(1) embalagem secundária, um (1) da mesa IQF (produtos congelados individualmente), um

(1) plataforma, um (1) máquina CMS (carne mecanicamente separadas), um (1) escaldagem,

um (1) mesa retalho, dois (2) montagem de caixa de papelão, dois (2) mesa da asa, um (1)

cortes temperados, um (1) coxa desossada, um (1) limpeza e um (1) secretária das chefias. Os

participantes quando citados no desenvolver da pesquisa, foram identificados como P1 a P23,

substituindo os mesmos sem identificação por nomes.

A escolha quanto aos participantes partiu das chefias de cada setor, de maneira

aleatória e sem interferências, para explicar do que se tratava o estudo, e para definir os

horários e datas da pesquisa sucessivamente para que assim houvesse o levantamento dos

dados.

Na seqüência, são apresentadas as técnicas de coleta utilizadas para o levantamento

dos dados.

3.3 TÉCNICA E COLETA DE DADOS

Para que a pesquisa seja realizada, a coleta de dados se torna indispensável, pois

através da coleta que os dados são elaborados, para serem analisados, interpretados e

apresentados (ANDRADE, 1998).

O trabalho por possuir caráter predominantemente qualitativo, os dados primários para

(MATTAR 1999, p. 134) se referem “aqueles que não foram antes coletados, estando ainda

em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades

específicas em andamento”, sendo assim, serão coletados por entrevistas semi-estruturadas.

Já os dados secundários, segundo o autor tratam-se dos dados que já foram coletados,

tabulados e algumas vezes até analisados, utilizados para dar embasamento teórico formado

por pesquisas documentais, baseadas na consulta a livros, revistas, artigos, sobre o assunto em

estudo, bem como na pesquisa dos materiais fornecidos pela empresa em questão. O autor

ainda ressalta que “são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até

analisados e que estão catalogados à disposição dos interessados”.

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Mediante ao exposto, optou-se por questionário e entrevistas e semi-estruturados, com

perguntas abertas e fechadas, para que o entrevistador tivesse liberdade em desenvolver as

respostas de acordo com o que considera adequado, explorando com flexibilidade e se

aprofundando ao que achar mais necessário e relevante. Facilitando o entendimento dos

entrevistados, quanto às respostas cabíveis a pesquisa.

O questionário pode ser definido como uma técnica de investigação composta por

número alto de perguntas elaboradas em forma de textos às pessoas, para que assim seja

possível conhecer seus interesses, crenças, opiniões, expectativas e outros aspectos (GIL,

1994).

As perguntas abertas, segundo Richardson (1999), se referem a afirmações que levam

o entrevistado a responder com suas palavras. Assim o autor entende que o entrevistador

deseja que as respostas sejam mais elaboradas de acordo com a opinião dos entrevistados.

Para Gil (1994, p. 127) “perguntas fechadas são aquelas que todas as respostas

possíveis são ficadas de antemão”, ou seja, pergunta que já está com as alternativas prontas, o

entrevistador só terá que escolher a que achar mais adequado.

O autor ainda menciona que a escolha pelo questionário é o fato de garantir o

anonimato das respostas, não expõe os pesquisados a serem influenciados por outras opiniões

e do aspecto pessoal do entrevistado.

A entrevista, segundo Goldenberg (1999), possui as seguintes vantagens: maior

flexibilidade para garantir a resposta desejada, permite uma maior profundidade, é um

instrumento mais adequado para a revelação de informação sobre assuntos complexos e

estabelece uma relação de confiança e amizade entre pesquisador-pesquisado, o que propicia

o surgimento de outros dados.

Por conseguinte, são abordados: o tratamento e análise de dados da pesquisa em

questão.

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

A análise posterior à coleta dos dados foi realizada de forma documental e de

conteúdo. A análise documental segundo Caulley (1981 apud LUDKE; ANDRÉ, 1986, p. 38)

“busca identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de

interesse.” Gil (1994), completa tal raciocínio referindo-se a pesquisa documental como

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semelhante à pesquisa bibliográfica, que possuem diferença apenas na natureza das fontes e

ainda menciona que a pesquisa documental vale-se de materiais ainda não tratados

analiticamente, que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

A análise de conteúdo é vista por Bardin (1977 apud TRIVIÑOS, 1994, p. 160) como

um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que tendem a obter indicadores

quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de

produção e recepção das mensagens.

De maneira mais sucinta Berelson (1954 apud RICHARDSON, 1999, p. 223)

conceitua a análise documental como uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva,

sistemática, e quantitativa do conteúdo que se manifesta por meio da comunicação.

Richardson (1999) trata a categorização como um processo que finaliza a

codificação. Etapa que não é obrigatória, porém foi utilizada pelo pesquisador que considerou

este tipo de análise cabível, principalmente por se tratar de uma análise que considera a

totalidade do texto analisado, passando por uma presença ou ausência de itens sentido no

momento da coleta de informações.

3.5 LIMITAÇÃO DA PESQUISA

O fator tempo foi um dos maiores limitadores em relação o desenvolvimento da

pesquisa, pois foi necessário que os chefes dos setores disponibilizassem de um tempo aos

empregados, para a saída no horário de trabalho para participarem da pesquisa, e dessa forma

diminuiria os empregados nas mesas de operação quanto as produções.

Além do teve um fator que foi possível observar, e ouvir através dos próprios

entrevistados, que foi o receio em chegar na sala de treinamento onde foi determinado pelos

chefes que deveria ser o local da coleta da pesquisa, até porque foi passado apenas para que

eles comparecessem em uma sala de reunião, sem ao menos uma explicação razoável do que

se tratava, assim, uns chegavam achando que era demissão, outros muitos ansiosos e ao

mesmo tempo curiosos e preocupados sem ao menos saber do que se tratava.

Sendo assim, ficou dividido o real aproveitamento da pesquisa em: empregados

aliviados e que fizeram questão de responder ao saber do que se tratava, empregados que não

fizeram questão de responder e mesmo assim ficaram tempo suficiente, para responder mas

preferiu matar o tempo de serviço entregando o questionário em branco, outros que sentiram a

necessidade de escrever o que realmente sentiam em relação aos questionamentos na

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esperança de que sua atitude fosse um alicerce para melhorias, e um caso que foi

surpreendente de uma empregada que no final se emocionou ao conversar com o entrevistador

a respeito da importância que tem poder expor sua opinião e ser ouvida.

Mas vale ressaltar que mesmo com todas as limitações citadas, foi possível obter

informações para a construção da pesquisa e observar outros aspectos que serão mencionados

um pouco mais pra frente, no resultado da pesquisa.

Na seqüência são apresentadas as análises dos resultados, como também a empresa

pesquisada.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo trata da apresentação da análise dos dados coletados na empresa

Agroindústria Alpha Brasil, no segundo semestre de 2009, onde são apresentados os dados

obtidos junto aos participantes desta pesquisa

A análise dos dados foi elaborada com base no confronto entre os fundamentos

teóricos e a realidade empírica.

Diante disso, os resultados são apresentados na seguinte ordem: empresa; processo de

recrutamento; processo de seleção; coerências e incoerências entre processos de recrutamento

e seleção e as tendências na literatura.

4.1 A EMPRESA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL

Neste momento, são apresentados os dados coletados no site da empresa, e

contextualizado para a explanação do histórico de toda a organização, desde a fundação da

empresa Agroindústria Alpha, em 13 de julho de 1973, até os dias de hoje, onde a empresa

desde 30 de março de 2009 passou a ser denominada Agroindústria Alpha Brasil.

A empresa Agroindústria Alpha, é uma empresa totalmente catarinense fundada em 13

de julho de 1973 sob a denominação de Frios Agroindústria Alpha. Sua matriz juntamente

com o frigorífico está situada em São José Santa Catarina. (AGROINDÚSTRIA ALPHA

BRASIL, [2008]).

Neste período, sua capacidade produtiva era de trezentos frangos abatidos por dia, com

apenas sete (7) funcionários. Após um ano, em 1974, o grupo Alpha se associa a Frios

Agroindústria Alpha, aumentando assim sua capacidade de abate para três mil frangos por dia.

Momento onde foram construídas as primeiras granjas para frangos de corte.

No site da empresa, foi possível observar as mudanças que ocorreram entre 1980 até

os dias de hoje (2009). Sendo assim, uma atenção maior será despendida ao período que

sucede os anos 80 que foi um período de expansão, com a construção das unidades de

Nutrição Animal (Fábrica de rações), da Central de Distribuição do Norte do Estado de SC e

do Incubatório. Com isso, passou a produzir até 420 mil pintos/mês e o abate subiu para

1.500 frangos por hora.

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Na década de 90, a infra-estrutura da Agroindústria Alpha deu um novo salto. Foram

construídas as Centrais de Distribuição: Em 1992, no Sul (CDSE), localizada em Içara (SC),

Norte (CDNE) localizada em Araquari (SC) e, uma para atender ao Planalto Serrano,

localizada em Lages, denominada de central de distribuição do Planalto Serrano (CDPS),

além da Granja de Matrizes que é localizada em Bom Retiro (SC). (AGROINDÚSTRIA

ALPHA BRASIL, [2008]).

Nesta década, ainda foram iniciados os projetos “Estuda Macedo” que leva o ensino

fundamental e médio aos colaboradores, e o “Programa de Qualidade Total Agroindústria

Alpha Brasil” que busca melhorar o atendimento, a qualidade dos produtos e a satisfação dos

clientes e consumidores. Investimentos que resultaram nos certificados internacionais do ISO

9001 e HACCP – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. A Aroindústria Alpha

Brasil foi a primeira empresa e conquistar os dois certificados ao mesmo tempo, levando a

mesma a terceirizar parte da produção de frangos de corte e iniciar um processo para o seu

crescimento, como também a abertura para o mercado internacional e a primeira venda

fechada com a Europa. (AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL, [2008]).

Em 2007, o casal proprietário de tal empreendimento passaram a presidência da

empresa para um de seus filhos, mas os fundadores continuaram acompanhando a empresa

como membros do conselho de administração

Em 2008, a Agroindústria Alpha juntamente com as Avícolas: de Itaiópolis (SC), e de

Campo Mourão (PR), passaram a fazer parte de uma companhia norte-americana maior

processadora mundial de carne de frango, bovina e suína. Momento que marca uma fase

fundamental na história da Agroindústria Alpha. E assim o filho assume o posto de presidente

da Agroindústria Alpha Brasil. (AGROINDUSTRIA ALPHA BRASIL, [2008]).

Sendo assim, a Agroindústria Alpha assume o desafio de liderar as operações

brasileiras, sendo sua meta principal apoiar as estratégias de expansão internacional da

companhia e colocar a Agroindústria Alpha entre as cinco principais empresas avícolas do

País.

A Agroindústria Alpha Internacional tem clientes e consumidores em todos os Estados

Unidos e em mais de 90 países. A companhia conta com aproximadamente 107 mil

empregadores atuando em mais de 300 unidades norte-americanas e escritórios ao redor do

mundo. Faturou US$ 27 bilhões no ano fiscal de 2008, sendo o segmento avícola responsável

por 33% do resultado. (AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL, [2008]).

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4.2 PROCESSO DE RECRUTAMENTO NA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL

Neste tópico, serão apresentados os procedimentos utilizados e descritos pelo gerente

de Recursos Humanos de uma das unidades, como também, pela supervisora do estágio que

auxiliou na descrição quanto aos processos de recrutamento que ocorrem na organização.

Por recrutamento, de forma mais abrangente Ribeiro (2005, p.52) entende-se que:

é um sistema de informações, que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão selecionados futuros funcionários da organização. Trata-se de um trabalho de pesquisa junto às fontes capazes de fornecer a organização um número suficiente de pessoas.

De acordo com Limongi-França e Arellano (2002), a captação de pessoas nas

organizações, representam a atividade primordial no gerenciamento das mesmas. Neste

sentido, buscou-se junto à empresa Agroindústria Alpha, pesquisar a sistemática adotada com

relação aos processos de recrutamento e seleção dos gerentes e diretores da organização em

questão.

4.2.1 Processo de Recrutamento na Agroindústria Alpha Brasil

Então, no que diz respeito ao modelo de recrutamento na empresa Agroindústria

Alpha Brasil , foram investigados os seguintes indicadores: a política de recrutamento, as

fontes de recrutamento, canais de recrutamento, os meios de avaliação relacionados ao

recrutamento de pessoas.

a) Política de Recrutamento

A empresa possui uma política de recrutamento e seleção, que tem como base um

manual que regulamenta todo o processo, que foi elaborado pela área de recursos humanos e

periodicamente auditado pela área da garantia da qualidade, desde a abertura da vaga até a

finalização da contratação, que no momento está sendo revisado, para melhorar o desempenho

e resultado da área conforme citado pelo gerente da área de recursos humanos. Esta melhoria

requer maior rigor na documentação, e aperfeiçoamento nos procedimentos que até o

momento atual ocorre.

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O critério utilizado para todos os cargos para dar início ao recrutamento trata-se de

uma ficha da vaga devidamente aberta e assinada, confirmando o início do processo de

procura, seleção e escolha do profissional. Mas para cada posição tem um perfil que também

deve ser atualizado, pois é o principal balizador do processo de recrutamento e seleção.

b) Fontes de recrutamento na Agroindústria Alpha Brasil

Após o critério ser estabelecido, procura-se utilizar as fontes de recrutamento, que

segundo Chiavenato (1998), representam a área explorada pelo mecanismo de recrutamento,

ou seja, fontes diversificadas, que devem ser diagnosticadas e localizadas pela empresa, que

passa a influenciá-las, através de uma multiplicidade de técnicas de recrutamento, visando

atrair candidatos que atenda as suas necessidades.

Assim, as fontes utilizadas pela Agroindústria Alpha Brasil, que segundo o gerente

quando questionado quanto ao critério ou premissa utilizada para a captação e atração dos

candidatos, fez a seguinte explanação: primeiramente quando surge uma nova vaga na

empresa, chega à decisão de realizar o recrutamento interno ou externo de maneira

automática, praticamente, já se é sabido se tem pessoas internamente capazes e preparadas, de

acordo com o perfil desejado, para participar do processo seletivo.

Com relação ao processo de recrutamento, o mesmo respondeu que, em ambas as

situações sejam interna ou externamente, são seguidos os roteiros descritos no manual. Pois

mesmo não tendo um programa de recrutamento interno oficialmente implantado, sempre

ocorre a possibilidade de avaliar, com base no perfil definido para a posição, os colaboradores

que possam participar do processo. Não existindo um tempo padrão para poder participar, tem

que ter um perfil desejado e a chefia atual liberar sua participação. Toda a nova oportunidade,

quando é compartilhada internamente é favorável, pois mostra a valorização que a empresa

oferece aos seus empregados. Importante salientar que, o ponto que se deve cuidar é o de se

escolher um empregado que não prejudique a área por tê-lo cedido para a nova vaga.

O recrutamento interno é uma tendência apontada por estudiosos da gestão de recursos

humanos, pois tende a oferecer uma maior motivação aos que fazem parte da organização

(LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002).

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c) Canais de recrutamento na Agroindústria Alpha Brasil

No item que solicitou a informação referente aos canais utilizados na captação de

pessoas na empresa Agroindústria Alpha Brasil, notou-se que após a abertura da vaga, ocorre

a definição do perfil com o chefe solicitante, para que assim seja definido o local ao qual

deverá ocorrer a divulgação da vaga, que se diferencia principalmente se vaga em questão se

refere ao setor administrativo ou áreas mais específicas ou para o operacional que é o foco da

pesquisa.

Sendo assim, vale ressaltar que se tratando do administrativo ou áreas mais específicas

poderá ocorrer por meio de busca no banco de dados da empresa, tais como: currículos

cadastrados no site da empresa, currículos entregues nas unidades, via anúncios em jornais, ou

network, ou também com as consultorias especializadas que são muito úteis em posições mais

complexas e com pouco tempo para contratar. E a vaga se tratando do setor operacional,

poderá ocorrer por meio de currículos entregues nas unidades, (pois para esse tipo de vaga

não ocorre uma captação através do site da empresa), como também por meio de indicação de

empregados da empresa, carro de som que passam em bairros das proximidades das unidades

as quais necessita-se desta captação.

Mas no geral à divulgação de uma vaga de emprego pode ser por meio de anúncio em

jornais, nas rádios ou até carro de som, como já mencionado, vai muito da característica da

região envolvida. Pode-se também fazer via network, contatos com as consultorias, nas

faculdades, etc. Em alguns casos consegue-se gratuitamente, em outros com custos, que são

variados.

Além dos processos citados para dar início a todo o processo de recrutamento, vale

ressaltar que também ocorre um planejamento na época do orçamento anual, onde são

validados o quadro total de empregados, e as respectivas “novas” vagas, quando do aumento

de quadro, e isto tudo é validado pela diretoria. Desta forma, não tem a necessidade de ficar

informando, somente precisa seguir o fluxo de abertura das fichas, coletar as assinaturas e

começar o processo de seleção.

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d) Avaliação dos resultados dos recrutamentos na Agroindústria Alpha Brasil

Quanto aos meios de avaliação, buscou-se identificar se há alguma metodologia

adotada na avaliação dos resultados dos recrutamentos realizados pela empresa Agroindústria

Alpha Brasil.

Posto isso, observou-se que a maioria dos respondentes não conhece os procedimentos

de avaliação realizados pela Agroindústria Alpha Brasil em torno do recrutamento. Sendo

que as pessoas captadas para os cargos de industriário para trabalhar dentro do frigorífico que

é o foco do estudo, são avaliados somente após o período que começam a desenvolver suas

atividades. Assim não é realizado nenhum tipo de avaliação do processo de atração de

candidatos. Apenas observa-se se o desenvolvimento das suas funções, se estão de acordo

com o esperado pela empresa em relação à agilidade e atenção aos procedimentos.

Pode-se observar que para a maioria dos respondentes a questão da avaliação, onde

foram questionadas sobre o conhecimento específico para a execução de suas tarefas, as

avaliações se tornou um ponto fraco na captação de empregados para a Agroindústria Alpha

Brasil. Tratando-se deste posicionamento, Limongi-França e Arellano (2002), além de

discordarem, alertam que a avaliação do candidato é para verificar se o mesmo está ou não

habilitado para o desempenho das suas funções na organização.

Quanto ao modelo de captação na Agroindústria Alpha Brasil anteriormente descrito,

pôde se investigar que a empresa possui um padrão sistematizado de captação, ou seja, de

recrutamento e seleção, porém o fato de recrutar pessoas que só passarão por uma avaliação

após sua contratação propriamente dita poderá comprometer os principais objetivos da

empresa aumentando ainda mais o índice de rotatividade de pessoal.

A não observação das desvantagens ou modelos dificultadores para o recrutamento e

seleção segundo Tachizawa et al. (2001), pode trazer dissabores para a organização, ou seja, a

contratação de uma pessoa não qualificada poderá gerar o re-trabalho de um novo processo de

recrutamento, em que vai gerar novos custos, tempo despendido, entre outros fatores.

O estudo da situação das dificuldades em que a empresa Agroindústria Alpha Brasil

enfrenta para buscar novos empregados para o setor operacional, se faz necessário conhecer o

ponto central ou os pontos mais frágeis a serem trabalhados e que se possa efetuar um

planejamento estratégico adequando-o à necessidade da empresa.

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Diante de suas vantagens e desvantagens, acredita-se que a organização aposta em

recrutamentos inovadores e dispostos a se atualizar, constantemente, de acordo com a

necessidade que o mercado exige em meio à competitividade que cada dia se faz ainda mais

presente no contexto organizacional.

Sendo assim, observando todo o processo de recrutamento anteriormente descrito,

verifica-se que o ponto de partida para que se possa unir a necessidade da empresa e o melhor

andamento dos processos, trata-se do aperfeiçoamento nos procedimentos que até o momento

ocorre.

4.3 PROCESSO DE SELEÇÃO NA AGROINDÚSTRIA ALPHA BRASIL

Neste tópico são apresentados os procedimentos utilizados e descritos pelo gerente de

Recursos Humanos de uma das unidades, como também apontados dados coletados por meio

dos vinte três (23) empregados que foram foco do estudo, quanto aos processos de seleção

que ocorrem na organização e suas observações.

A seleção de pessoal “é a escolha do candidato mais adequado para a organização,

dentre todos os recrutados, por meio de vários instrumentos de análises, avaliação e

comparação de dados” (LIMONGI-FRANÇA, ARELLANO, 2002, p. 66).

O processo de seleção não é uma tarefa fácil, pois busca prever quais candidatos serão

bem-sucedidos se contratados. Os problemas que podem ocorrer são: quando se rejeita

candidatos que mais tarde teriam desempenhado o cargo com sucesso, como também aceitar

aqueles que posteriormente desempenham mal as funções. Os erros de rejeição podem deixar

a organização vulnerável a acusações de discriminação, como os erros de aceitação poderão

causar custos para a organização como treinamentos, demissão e nova contratação entre

outros (ROBBINS, 2002).

4.3.1 Processo de Seleção na Agroindústria Alpha Brasil

Os processos de seleção em geral na empresa Agroindústria Alpha Brasil ocorrem da

seguinte forma: todo processo de seleção é baseado em critérios, que geralmente são

balizados pelo perfil e exigência da posição ou cargo, para que se está selecionando. Começa

sempre analisando o currículo da pessoa, suas experiências, empresas e tempos de trabalho, e

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na entrevista é procurado verificar as competências, pontos fortes e quais não são bem

estruturados, para então continuar com a pessoa no processo.

a) Técnicas de Seleção na Agroindústria Alpha Brasil

No item onde se questionou quanto ao processo de seleção onde envolve dinâmica de

grupo, a explanação se deu em caso de ocorrer no processo de estarem mais de seis (6)

candidatos, ocorrerá sim, dinâmica de grupo, assim como testes psicológicos, paleográficos e

testes técnicos quando solicitado.

Porém, há uma diferenciação neste sentido quando se trata do setor operacional e o

setor administrativo, pois no operacional não ocorre a dinâmica de grupo indiferente do

número de candidatos, fator que não vale ao setor administrativo, pois se o número de

candidatos for superior a seis (6) a dinâmica de grupo trata-se de uma das técnicas

fundamentais para tal seleção.

b) Avaliação dos resultados da Seleção na Agroindústria Alpha Brasil

Quando ocorreu o questionamento quanto à maneira pela qual a empresa avalia o

candidato, quando se tratar de habilidades ou conforme exigência do cargo, e a explicação foi

a seguinte: que além da entrevista com a psicóloga da empresa. Se necessário, a chefia

também entrevistará o candidato, após a primeira seleção feita pelo departamento de Recursos

Humanos, pois há envolvimento dos responsáveis pelos setores e assim, os candidatos pré-

selecionados são apresentados ao gerente da área envolvida para que este faça suas análises e

escolha. E ainda dependendo do nível da posição, poderá levar as entrevistas até o Presidente,

que geralmente são os candidatos com nível superior. Posto isso, observa-se que a empresa

procura verificar tudo que é necessário para garantir o melhor no processo de seleção e

contratação de pessoas.

Tratando-se principalmente do setor administrativo, vale ressaltar que antes da

contratação de um novo funcionário, a empresa busca informações pessoais ou dos lugares em que

o mesmo já trabalhou. Segundo o gerente de uma das unidades, “o mercado já está habituado

com este passo da contratação, por isto é importante construir pontes e não muros, pois

geralmente as pessoas dão nomes e telefones para contato, e os pessoais dos Recursos

Humanos, ou das consultorias fazem este verificação”.

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60

Contemplando as diretrizes do modelo de captação na empresa Agroindústria Alpha

Brasil, a maioria dos participantes afirmaram que as técnicas seletivas em grande parte se

limitam às entrevistas com a psicóloga da empresa e as dinâmicas de grupo (quando

necessárias), pois o que é realmente avaliado trata-se do período de experiência onde pode

mostrar realmente sua capacidade em relação às tarefas estabelecidas e desempenhadas, além

do comprometimento e responsabilidade que deve ter em relação a sua carga-horária.

No questionamento que trata dos envolvido na hora de selecionar os candidatos, varia

de acordo com a posição e importância da mesma, mas geralmente em torno de 3 ou 4

empregados que ficam envolvidos nos processos. Que se dividem entre direcionamento das

atividades que envolvem entrevistas, dinâmicas (quando necessárias), e outros procedimentos

cabíveis de acordo com a necessidade do cargo em questão.

Quando questionado o gerente para relatar os aspectos fortes e fracos de todo o

processo, o mesmo se referiu ao aspecto mais forte é a competência da equipe de ARH

(Administração de Recursos Humanos), envolvida, que conseguem desenvolver os critérios

estabelecidos mesmo com limitações de recursos e em tempos bem restritos, mas que por

outro lado há uma condição bastante desfavorável, que se trata do contínuo aumento de

quadro e a tendência de turnover freqüente, o que traz um desafio complicado, que não é

somente para o processo, mas sim para a forma de gestão das pessoas, que não é o foco do

estudo, mas que também influência.

Sendo assim, segundo o gerente questionado, a sugestão cabível para aprimorar o

processo seria um trabalho bem focado na gestão de pessoas que faria diferença, pois os

resultados são obtidos pelas pessoas, e somente tendo uma boa gestão neste sentido que

poderá obter bons resultados.

O gerente ainda acrescentou que, em termos gerais, quanto à avaliação da empresa em

relação as grandes facilidades e dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, há uma forte demanda

de crescimento quanto às contratações para poder chegar ao nível de produção programado,

mas como tem que lidar com um ajuste de culturas nas três (3) plantas, ainda ocorrerá muitos

problemas operacionais e de gestão, nos quais os responsáveis quanto aos processos, tais

como gerentes e diretores, procuram se concentrar para resolver.

Tratando-se da visão que os dirigentes tem referente aos recursos humanos da

empresa, segundo o gerente questionado, ainda é cedo para se manifestar de maneira mais

detalhada, visto que a Agroindústria Alpha Brasil comprou três (3) empresas diferentes que

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61

viraram as três (3) plantas produtivas e que ainda se encontra em um momento de fusão

extremamente delicado. Ainda assim, ocorreu uma pesquisa de satisfação em julho de 2009,

mas que ainda não houve divulgação dos resultados, mas acredita-se que os dirigentes estejam

satisfeitos, mas alerta para possíveis alterações, caso sintam necessidade para a melhoria

continua dos processos.

Por meio da entrevista observou-se vários aspectos que são relatados na seqüência:

(Gráfico 1) - Quanto ao perfil identificado nas diretrizes: idade, escolaridade, sexo,

número de filhos tempo de empresa, função, e aos questionamentos direcionados as atividades

exercidas, observou-se que:

61%

35%

4%

18 a 30 anos

31 a 45 anos

acima de 45 anos

Gráfico 1 – Idade dos empregados Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

A idade dos empregados em toda a empresa apesar de bastante diversificada, tratando-se

dos entrevistados para o desenvolvimento da pesquisa, foi possível observar que grade parte

trata-se de empregados que estão entre de 18 e 60 anos de idade, mas que de acordo com o

critério da pesquisa, onde 23 empregados foram entrevistados, 4% destes estavam acima de

45 anos de idade, 35% entre 35 e 45 anos de idade e a maioria dos entrevistados que somam

61% estavam entre 18 e 30 anos de idade, que é a idade também da maioria dos empregados

inseridos em toda a organização tratando-se dos industriários que é o foco da pesquisa.

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62

52%

48%

0%

0%

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Técnico

Ensino Superior

Gráfico 2 – Escolaridade dos empregados Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

(Gráfico 2) - De acordo com a pesquisa observou-se que 48% dos entrevistados possuem

apenas o ensino médio, 52% apenas o ensino fundamental, e nenhum dos entrevistados

possuem algum curso técnico ou superior. Fator que segundo os mesmos, não prejudica ou

beneficia a oportunidade de emprego, pois consideram fator desnecessário para a contratação.

Basta que tenham experiências na parte operacional, e em atividades que exijam esforço

físico e além disso mencionam que as atividades dependem principalmente da força de

vontade e da agilidade para o desenvolvimento dos processos.

61%

39%

Feminino

Masculino

Gráfico 3 – Sexo dos empregados Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

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63

(Gráfico 3) - Para as atividades básicas quanto às funções em foco da pesquisa, é

indiferente o sexo. Apenas se faz necessário a escolha pelo sexo masculino quando se trata de

atividades com maior esforço físico, em setores onde envolve carregamento ou

descarregamento, tais como no setor de plataforma, entre outros. Mas de acordo com os 23

entrevistados para o desenvolvimento desta pesquisa 39% dos escolhidos são do sexo

masculino e 61% do sexo feminino.

78%

22%

Sim

Não

Gráfico 4 – Filhos dos empregados Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

(Gráfico 4) - Tratando-se dos empregados que tem filhos, pôde se observar que 22%

não têm filhos, e que 78% dos empregados entrevistados têm filhos, e variam de 1 a 3 filhos

cada. Diante disso, o fator que influência em grande parte dos desligamentos que ocorrem na

empresa, onde os motivos giram em torno de não ter com quem deixar as crianças, por

problemas de saúde da criança, ou até por constantes faltas necessárias por questões que

envolvam o filho.

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64

78%

13%

9%

Até 5 anos

de 6 a 10 anos

Acima de 10 anos

Gráfico 5 – Tempo de empresa dos empregados Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

(Gráfico 5) - Entre os vinte três (23) empregados entrevistados, 9% estão acima de 10

anos na empresa, 13% dos empregados entre 6 a 10 anos na empresa, e 78% dos empregados

até 5 anos que desenvolvem suas atividades na empresa. Fator que por meio da observação

direta do pesquisador, foi possível identificar que se trata de uma situação que ocorre não

apenas entre os entrevistados, mas sim por grande parte de todos os industriários inseridos na

empresa. Existe um pequeno percentual de empregados acima de 5 anos na empresa, onde o

maior percentual trata-se de empregados que não se mantém na empresa por mais de 5 anos,

fazendo com que assim ocorra grande rotatividade de empregados.

10%4%

18%

4%

4%

4%10%

4%

4%

4%

4%

4%

9%

4%

9%4%

Montagem de papelão

Mesa Temperado

Mesa Cone

Máquina CMS

Mesa Coxa Desossada

Auxiliar dos Chefes

Garantia da Qualidade

Escaldagem

Secundária

Plataforma

Mesa Retalho

IQF

Mesa Asa

Limpeza

Máquina de Miúdos

Mesa Sassame

Gráfico 6 – Função dos empregados Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

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(Gráfico 6) - A pesquisa foi desenvolvida com o foco nos industriários da empresa,

porém existe uma grande diversidade de funções e atividades exercidas. Sendo assim, o

gráfico 6 serve apenas para exposição das funções dos industriários entrevistados, já citados

no tópico 3.2 desta pesquisa, onde se encontra o contexto e participantes da pesquisa.

Por meio dos apêndices também foi possível levantar as informações que serão

explanadas na seqüência:

• Descrição das tarefas

Por meio do relato dos entrevistados como também da observação direta de todas as

funções que se encontram nesse estudo, foi possível avaliar que as tarefas descritas pelos

empregados são consideradas simples, pois exigem agilidade e atenção para que sejam

realizadas de maneira adequada.

• Nível de instrução

Não há necessidade de nível de instrução para o desenvolvimento das tarefas a serem

executadas. Apenas é necessário como já mencionada anteriormente que o empregado já

tenha tido experiências em atividades operacionais que pode ou não exigir esforço físico.

• Conhecimento específico / técnico

O conhecimento específico ou técnico para o desenvolvimento das tarefas, não é um fator

que influencie para que as mesmas sejam executadas, pois a qualificação e competência se

desenvolvem com a experiência nas atividades.

• Tempo de experiência

Apesar da empresa já ter um critério quanto ao tempo de experiência que ocorre de 45 a

90 dias, os entrevistados também foram questionados e as respostas foram unânimes, onde se

referiram ao tempo necessário como algo pessoal que depende de cada um, ou seja, depende

de cada um individualmente, às vezes em dias de atividades já estão qualificados, outros em

semanas, da mesma forma que ocorre os que necessitam de maior tempo para se adaptarem.

• Maior dificuldade na função

Foram unânimes as respostas quanto às dificuldades em desenvolver as atividades, pois

todos consideram as tarefas muito fáceis, porém julgam extremamente necessárias a agilidade

e atenção para desenvolvê-las.

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• Controle do superior quanto às tarefas

Esta questão gerou respostas bem distintas, entre elas seguem: empregados que não

sentem que suas tarefas são controladas, outros dizem que suas tarefas são avaliadas pelos

monitores e não pelo chefe, outros relataram não saber como são controladas apenas

percebem que estão sendo observados quando o chefe aparece no setor, e apenas 2

empregados se estenderam mais com sua resposta especificando melhor a preocupação que o

chefe tem em acompanhar suas atividades, perguntando como estão os processos, e

inspecionando se os afazeres estão de acordo com as normas da empresa e se os horários estão

sendo cumpridos corretamente.

• Esforço físico

Neste tópico, os empregados foram questionados em relação ao desempenho de suas

atividades, se as atividades exigiam esforço físico, e as respostas quanto à maioria destacaram

que suas atividades só são mais exigidas nesta questão se o setor não estiver completo, ou pela

repetição dos movimentos contínuos.

• Fatores do ambiente físico

Os empregados foram questionados em relação ao ambiente físico, fatores que possam de

alguma forma prejudicar o desempenho de suas atividades, e grande parte se referiu ao frio e

ao fato de ter que desenvolver suas atividades de pé o tempo todo, e apenas 1 (um) empregado

se referiu ao mau humor dos colegas de trabalho.

• Riscos de acidentes

Os empregados tiveram respostas diversificadas entre elas: fardos que já caíram na cabeça

ou nos pés, piso escorregadio e corte com facas.

• EPI (Equipamentos de Proteção Individual)

Os empregados foram questionados em relação à utilização dos equipamentos de proteção

individual no exercício de suas funções. Essa questão foi interpretada com ambigüidade ao ser

respondida, pois a maioria se referiu aos equipamentos que utilizam como: facas, balanças, e

outros, ao invés de se referir aos equipamentos que realmente devem ser utilizados para a

proteção, como: luvas, fone, roupas adequadas, botas, entre outras. Mas quando o pesquisador

observou a dificuldade dos empregados em responder tal questionamento, ao esclarecer suas

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dúvidas, os empregados conseguiram responder quanto à utilização dos mesmos, e sendo

assim, citaram a utilização e a importância da utilização dos equipamentos.

• Contato com outros setores

Os empregados quando questionados, quanto ao ter ou não contato com outros

departamentos da empresa, foram bem sucintos, e responderam da seguinte forma:

P 9: “sim, porque muitas das vezes tenho que prestar algum tipo de relatório”;

P 7: “sim, para facilitar o serviço e assim garantir a qualidade do produto”.

P 10: “sim, para o pessoal do SIF (Serviço de Inspeção Federal)”. Este não explicou porque e

ainda foi possível observar que não sabe o motivo.

P 6: “sim, porque faço intermediário entre o Recursos Humanos , funcionários e chefia”.

De acordo com as respostas dos empregados anteriormente citados, pode se observar que

o contato com outros setores não ocorre em todos os setores da empresa, como também os

setores que dependem deste contato, são por motivos bem específicos e que não interferem

diretamente no desenvolvimento das tarefas porém quando necessários, influenciam para que

as informações sejam coerentes pois podem influenciar diretamente na qualidade do produto,

e sendo assim, influencia em toda a cadeia de produção, podendo assim ser direta ou

indiretamente.

• Responsabilidade sobre equipamentos ou materiais

Quanto a este questionamento não foram todos os empregados que responderam, e sendo

assim, aos empregados que responderam quanto a este questionamento se referiram ao

computador, luva de aço, montagem e desmontagem de máquinas e a balança. Os demais

deixaram em branco ou responderam que não se sentem responsáveis pelos equipamentos que

utilizam ou aos materiais.

Diante dos processos de recrutamento e seleção apresentados, juntamente com o relato

dos empregados que tornaram foco do estudo, são apontados na seqüência às coerências e

incoerências entre os processos de recrutamento e seleção e as tendências baseadas na

literatura.

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68

4.4 AS COERÊNCIAS E AS INCOERÊNCIAS ENTRE OS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO E AS TENDÊNCIAS NA LITERATURA

Como em todo negócio ocorrem problemas ou situações mais difíceis, porém numa

avaliação geral o trabalho de recrutamento e seleção é muito bom e tem colaborado bastante

com os desafios impostos pelo negócio.

O aspecto mais forte é que equipes competentes que trabalham na área, e que

conseguem fazer o trabalho mesmo com limitações de recursos e em tempos bem restritos,

por outro lado, existem condições bastante desfavoráveis, que é o contínuo aumento de

quadro, e a tendência de turnover freqüente, que traz um desafio complicado e exaustivo, não

somente para o processo, mas para a forma de gestão das pessoas que já se trata de um outro

assunto.

Uma das grandes facilidades e dificuldades enfrentadas pela empresa no dia-a-dia

acredita-se que a forte demanda de crescimento, com muitas contratações para poder chegar

ao nível de produção programado, mas como tem que lidar com um ajuste de culturas nas 3

unidades (Campo Mourão, Itaiópolis e São José), ainda ocorre muitos problemas operacionais

e de gestão, nos quais os gestores procuram estar concentrado par resolver.

Para as atividades desenvolvidas nos setores operacionais que é o foco da pesquisa,

pode se observar mediante as respostas dos questionários, que as tarefas diárias são simples e

que não exigem um grau de instrução para que sejam desenvolvidas. Os empregados sentem

grande preocupação em responder aos questionamentos, e se comprometerem caso a

sinceridade seja direcionada principalmente a chefia, ou até mesmo por aspectos relacionados

a procedimentos que ocorrem na empresa.

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69

RECRUTAMENTO

PROCESSOS DESCRIÇÃO TENDÊNCIAS COERÊNCIAS INCOERÊNCIAS

Políticas de recrutamento

Manual que regulamenta todo o processo, desde abertura da vaga até a finalização da contratação.

Respeito à diversidade de perfis

Perfil rígido.

Fontes de recrutamento

São utilizados meios de recrutamento internos, externos e mistos.

Recrutamento interno

Enfoque primordial no recrutamento interno.

Canais de recrutamento

São efetuados contatos com os interessados pelo qual a empresa divulga as vagas em aberto para serem preenchidas e também por currículos cadastrados no site da empresa, anúncios em jornais, consultorias, etc.

Alta tecnologia Métodos mais tradicionais.

SELEÇÃO

PROCESSOS DESCRIÇÃO TENDÊNCIAS COERÊNCIAS INCOERÊNCIAS

Perfil

Existe um documento desenvolvido pelo departamento de Recursos Humanos da empresa, onde por meio da chefia requisitante quanto à vaga, já está definido o perfil e exigências da posição ou cargo, para que está selecionado. A partir disso os currículos são analisados, suas experiências, as empresas e tempo de trabalho, além das competências que são observadas na entrevista.

Diversidade de perfis

Foco no cargo e não nas pessoas.

Técnicas utilizadas

Além da entrevista, utiliza-se caso necessário das dinâmicas de grupo, entrevistas com a chefia para que haja um envolvimento maior da área solicitante para que seja feita uma análise e escolha pelo próprio chefe.

Alta tecnologia. Predomínio de técnicas mais conservadoras.

Avaliação dos resultados da seleção

Ocorre após o desenvolvimento das atividades, onde através da observação direta, poderá se avaliar se o selecionado realmente se adaptou a função e está desenvolvendo suas atividades, conforme solicitado.

Avaliação qualitativa e quantitativamente.

Avaliação qualitativa.

A observação direta não recebe um tratamento sistematizado e formalizado.

Quadro 1 – Técnicas de recrutamento e seleção de pessoas utilizadas pela empresa Agroindustrial Alpha. Fonte: Elaborado pelo autor.

Diante da apresentação do (Quadro 1), pode se dizer que a empresa Agroindustrial

Alpha Brasil possui:

Uma política de recrutamento e seleção que tem como base um manual que

regulamenta todo o processo, que por um lado segue as tendências do mercado e por outra se

faz incoerente tratando-se de um processo que há um perfil rígido quanto aos seus

procedimentos.

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Fontes de recrutamento internos, externos e mistos, mas com prioridade aos

empregados que já estão inseridos na empresa, sendo assim, está coerente diante das

tendências do mercado considerando e dando enfoque principalmente no recrutamento

interno.

Os Canais de recrutamento, possuem tendências com alta tecnologia, que nos dias de

hoje facilitam o acesso por parte da empresa e por parte dos interessados em fazer parte da

empresa, mas também se encontram incoerentes tratando-se das vagas para o operacional que

é o foco da pesquisa, pois para essas vagas os métodos continuam tradicionais, ou seja, por

meio de entrega de currículos na própria empresa, ou encaminhados por algum funcionário

que já faz parte do quadro de empregados.

Tratando-se da seleção, os procedimentos que ocorrem na empresa Agroindústria

Alpha Brasil, quanto aos perfis estão incoerentes, pois o foco está voltado ao cargo e não as

pessoas que são tendências do mercado em relação a grande diversidade de perfis existentes.

As técnicas que a empresa utiliza estão de acordo com as tendências, onde as mesmas

possuem alta tecnologia quanto aos processos, porém técnicas que ainda possuem predomínio

conservador.

As avaliações dos resultados da seleção diante das tendências deveriam ser de caráter

qualitativo e quantitativo, porém na empresa em questão, a avaliação ocorre de caráter

qualitativo e a através da observação direta, pode-se dizer que está incoerente, pois não recebe

um tratamento sistematizado e formalizado.

Com base nos dados coletados, foi possível conhecer a sistemática atual adotada pela

empresa Agroindústria Alpha Brasil no que diz respeito à captação de pessoas a organização

conforme descritos no quadro e argumentados na seqüência. Além disso, a coleta de dados

possibilitou, por meio da entrevista com o gerente de recursos humanos de uma das unidades,

como também por meio da entrevista com os 23 (vinte três) empregados, e a observação

direta que envolvia todo o processo, vislumbrar uma análise quanto aos processos que

contempla as atividades de recrutamento e seleção na empresa Agroindústria Alpha Brasil.

Como pesquisador do estudo em questão, se faz necessário mudar os seguintes

aspectos: dar maior atenção aos canais de recrutamento, pois todas as vagas sejam elas para o

administrativo ou para o frigorífico poderiam estar disponíveis para cadastros no site da

empresa e não somente através dos métodos tradicionais como mencionados anteriormente.

Focaria no cargo ao qual se tem maior dificuldade de adequar o perfil para tal contratação,

focando nas pessoas e não no cargo como a empresa procede. Tratando-se das técnicas

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utilizadas para a seleção, estar em busca constante de inovações para facilitar e garantir uma

seleção adequada para que se possam atingir os objetivos da empresa em questão, em comum

com os objetivos do selecionado. Outro ponto importante foi e o que mais chamou a atenção

do pesquisador, é a falta de observação direta com tratamento sistematizado, formalizado e

constante para que por meio de seus parâmetros possa corrigir as falhas existentes de maneira

que o empregado sinta-se parte da organização e não apenas mais m entre tantos outros.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos referenciais metodológicos e teóricos utilizados, foram elaboradas

considerações gerais sobre a pesquisa e também sugestões para futuros estudos.

O presente trabalho teve como objetivo geral analisar os processos de recrutamento e

seleção na empresa Agroindústria Alpha Brasil, em períodos do primeiro e segundo semestre

de 2009. Assim, descreveram-se os processos de recrutamento e de seleção na empresa

Agroindústria Alpha Brasil e apontaram-se as coerências e incoerências entre os processos e

as tendências sobre recrutamento e seleção.

Desta forma, diante da apresentação dos dados, constatou-se que a empresa apresenta,

um processo de recrutamento de pessoas engessado, por seguir um perfil específico e já

pronto para a captação de pessoas, assim, não há respeito quanto à diversidade de perfis, que

se trata de uma tendência hoje primordial para tal processo.

As fontes e os canais de recrutamento que a empresa utiliza, estão de acordo com o

que se espera de uma organização que prioriza, primeiramente, os empregados que nela

estejam inseridos, que é o caso da Agroindústria Alpha Brasil, que busca dar oportunidades de

crescimento aos empregados que já fazem parte da organização, antes mesmo de divulgar

externamente suas vagas. Assim, os processos se tornam coerentes quanto se tratam das fontes

de recrutamento; e incoerentes quanto são tratados as políticas de recrutamento que possuem

um perfil rígido; e os canais de recrutamento que utilizam métodos mais tradicionais, apesar

da alta tecnologia;

Tratando-se da seleção verificou-se que a empresa Agroindústria Alpha Brasil, tem

seu foco no cargo e não nas pessoas que a nelas poderão ser adaptadas e inseridas, isso pode

ser visto como um ponto fraco e que deverá ser reavaliado para tais procedimentos, já que

hoje a tendência está voltada à diversidade de perfil, e assim, seu foco maior deverá ser nas

pessoas e não no cargo; a técnica de seleção utilizada tem predomínio mais conservador; e a

avaliação dos resultados apesar de estar parcialmente coerente, não recebe um tratamento

sistematizado e formalizado.Assim, não se tornam totalmente coerentes quanto às tendências

que o mercado inovador oferece, apesar de seus métodos ainda serem tradicionais.

Observando todo o processo de recrutamento descrito, verifica-se que o ponto de

partida para que se possa unir a necessidade da empresa e o melhor andamento dos processos,

trata-se do aperfeiçoamento nos procedimentos que até o momento ocorre.

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73

Um fator que ficou muito claro em relação a todo o estudo em questão, que foi

identificado por meio da entrevista com os empregados da empresa e pela observação direta

do pesquisador, trata-se do receio que os entrevistados demonstravam em responder as

questões e medo em serem identificados, fator extremamente importante para ser levado em

consideração pelos dirigentes da organização, para procurarem saber o real motivo de tal

situação.

Deste modo, entende-se que os processos de recrutamento e seleção, da Agroindústria

Alpha Brasil, neste trabalho chamado de captação de pessoas, são adequados, porém se faz

necessário que haja um aperfeiçoamento nos procedimentos existentes, principalmente na

questão das avaliações relacionadas aos processos de recrutamento que hoje não ocorrem, e

que além disso haja uma preocupação maior em ouvir os empregados, em diferentes

momentos de acordo com suas necessidades, porque somente assim, poderá encontrar o

verdadeiro gerador de grande rotatividade, pois o maior problema encontrado nesta pesquisa

não está ligado diretamente à captação de pessoas e sim na falta de prioridade que não está

sendo dada às reclamações e falta de adaptação dos empregados na organização, por inúmeros

motivos que fogem do foco deste estudo.

Tendo em vista o processo de construção deste estudo apresentam-se sugestões básicas

para o desenvolvimento de pesquisas futuras, tais como: capacitação de pessoas, plano de

cargos e salários, avaliação de desempenho, entre outros.

Por fim, com base nas considerações apresentadas, recomenda-se novas investigações,

que o pesquisador sugere que seja baseada no levantamento de informações captadas através

dos empregados da empresa, em torno de suas reclamações, sugestões e observações, com a

finalidade de maiores contribuições ao desenvolvimento dos estudos na área, pois as

recomendações que foram mencionadas para a empresa em estudo, possuem a intenção de que

seus procedimentos sejam melhorados para o favorecimento e o desenvolvimento,

aperfeiçoando suas etapas para que consiga otimizar o alcance dos seus objetivos e metas

traçados.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário aplicado aos empregados da empresa

Este questionário além de servir como trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo

coletar dados sobre as funções dentro do frigorífico da empresa, com o objetivo de estabelecer

seu sistema de descrição e classificação de cargos. Responda com maior precisão possível.

Descreva suas funções tal como as desempenha atualmente, ou seja, considerando o que faz.

Desde já agradeço a atenção e coloco-me a disposição.

Acadêmica: Ketrin Cristina Matias Rufino

Curso: Administração

UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí

Campus São José

Sua opinião será extremamente importante.

(ATENÇÂO: Não serão divulgados os nomes dos participantes deste questionário e tão pouco

o nome da organização em estudo.)

PERFIL

Idade:

( ) 18 a 30 anos

( ) 31 a 45 anos

( ) Acima de 45 anos

Escolaridade:

( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio

( ) Ensino Técnico

( ) Ensino Superior

( ) Completo ( ) Incompleto

Sexo:

( ) Feminino

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( ) Masculino

Filhos

( ) sim. Quantos? __________

( ) não

Tempo de empresa:

( ) Até 5 anos

( ) de 6 a 10 anos

( ) Acima de 10 anos

Função: ______________________

1. Descreva suas tarefas diárias, respondendo às perguntas o que faz detalhadamente.

2. Qual o nível de instrução que você considera o mínimo necessário para a execução das

tarefas?

( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio

( ) Ensino Superior

3. Que tipo de conhecimento específico (técnico, etc) é necessário para a execução das

tarefas?

4. Para o bom desenvolvimento do cargo você considera necessário quanto tempo de

experiência?

5. O que você considera mais difícil nas suas tarefas?

6. Como seu superior controla seu trabalho?

7. As tarefas que você desempenha exigem esforço físico? Especifique.

8. Há fatores no ambiente físico que prejudica seu desempenho? Especifique.

9. Mencione os riscos de acidentes a que está exposto (mesmo que jamais tenham

acontecido)

10. Quais os materiais, máquinas ou equipamentos utilizados no exercício de suas funções?

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11. A sua função exige contato com pessoas de outros departamentos da empresa? Porque?

12. Seu cargo exige alguma responsabilidade sobre equipamentos ou materiais?

( ) sim _________________________________

( ) não

13. Para um bom desempenho no cargo, aponte 3 (três) características consideradas mais

importantes. Se necessário use a alternativa “outras”, especificando sua resposta.

( ) habilidade, comunicação

( ) destreza, agilidade

( ) facilidade trabalhar em equipe

( ) capacidade de organização do trabalho

( ) concentração acentuada

( ) sentido de limpeza do posto de trabalho

( ) outras

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APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O RESPONSÁVEL PELO RH

1. A empresa possui uma política de recrutamento e seleção? Há algum roteiro/conversa que

os dirigentes têm como norma para o processo?

2. Existe algum critério ou premissa que é utilizada para todos os cargos? Se existir alguma

premissa, informar qual é?

3. Como é informada a diretoria de uma vaga na empresa? Ver detalhadamente como se

inicia o processo.

4. Quando surge uma nova vaga é verificada a possibilidade de algum funcionário fazer uma

indicação? Qual o tempo que leva esta indicação. A experiência destas indicações é favorável

ou desfavorável a empresa. Por quê?

5. Como é realizado o recrutamento?

6. Na empresa é feito recrutamento interno? Se sim, como é realizado? Quais critérios

utilizados?

7. Quando surge uma nova vaga na empresa como é chegado na decisão de realizar o

recrutamento interno ou externo? Informar detalhadamente como é realizado: se interno ou

externo. Se interno, como se é feito dentro da empresa. Se externo, qual técnica que se usa e

qual o retorno?

8. Como é feita a divulgação de uma vaga de emprego? Qual o custo envolvido?

9. Há diferenciação na recompensa dos cargos?

10. Quais critérios utilizados na seleção? Informar detalhadamente (passo a passo).

11. Na entrevista é aplicada alguma técnica ou se utiliza algum critério?

12. Na hora de selecionar é realizada alguma dinâmica ou teste?

13. Como que a empresa avalia o candidato, através de suas habilidades ou conforme a

exigência do cargo? Há envolvimento dos responsáveis pelos setores?

14. Antes da contratação de um novo funcionário, a empresa busca pegar informações

pessoais ou dos lugares em que o mesmo já trabalhou? Como é realizada esta pesquisa?

15. Quantas pessoas ficam envolvidas na hora de selecionar algum candidato?

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16. Quais os cargos que possuem mais rotatividade? Nestes cargos o critério de selecionar

muda alguma coisa perante aos demais?

17. Quais os cargos que possuem mais rotatividade? Nestes cargos o critério de selecionar

muda alguma coisa perante aos demais?

18. Qual a avaliação que os dirigentes fazem do processo de recrutamento e seleção?

19. Quais os aspectos fortes e aspectos fracos de todo esse processo?

20. Que sugestões poderiam ser acrescentadas para aprimorar o processo?

21. Em termos gerais, de avaliação da empresa, quais as grandes facilidades e dificuldades

enfrentadas pela empresa no dia-a-dia?

22. Qual a visão que os dirigentes tem dos recursos humanos da empresa?

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