38
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” GESTÃO EMPRESARIAL A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CONFLITOS NO AMBIENTE CORPORATIVO Por: Luiz Felipe Teixeira Borges Orientadora Profª. Alexandra Sliwowska Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ ...Este estudo baseou-se na pesquisa bibliográfica em livros, revistas acadêmicas e sítios da Internet, com textos de diversos autores,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

    GESTÃO EMPRESARIAL

    A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CONFLITOS NO

    AMBIENTE CORPORATIVO

    Por: Luiz Felipe Teixeira Borges

    Orientadora

    Profª. Alexandra Sliwowska

    Rio de Janeiro

    2012

  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

    GESTÃO EMPRESARIAL

    A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CONFLITOS NO

    AMBIENTE CORPORATIVO

    Apresentação de monografia ao Instituto

    A Vez do Mestre – Universidade Cândido

    Mendes como requisito parcial para

    obtenção do grau de especialista em

    Gestão Empresarial.

    Por: Luiz Felipe Teixeira Borges

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Deus pela vida, hoje e

    sempre, e pelo auxílio em mais um projeto

    de minha vida.

  • DEDICATÓRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais, José

    Antonio e Vera, pelo amor, educação,

    amparo e formação do meu caráter, à

    minha esposa Ferluciana, pelo amor e por

    estar sempre presente na minha vida, e às

    minhas filhas Cecília e Laís, pelo amor e

    paz que me trazem, e pelo desejo que me

    dão de me tornar melhor a cada dia.

  • RESUMO

    Divergências de pensamentos sempre existiram e muitas dessas

    divergências tomam proporções maiores do que deveriam se não forem

    tratadas com rapidez e qualidade, principalmente no ambiente corporativo,

    onde é cada vez mais acirrada a disputa pelos melhores resultados entre os

    concorrentes. Essas atitudes ou interações podem ter resultados indesejáveis,

    pois dependem diretamente da maneira com que são feitas e como são

    percebidas pela outra parte. Como nem sempre a troca de informações é feita

    de maneira correta, torna-se evidente o surgimento de algum tipo de

    divergência e essas divergências necessitam do tratamento adequado para

    gerarem resultados positivos para a empresa. Assim, este estudo tem como

    objetivo destacar a importância de compreender e aprender com os conflitos

    gerados no ambiente corporativo, sejam eles espontâneos ou estimulados

    (quando causados pelo administrador), para que a gestão desses conflitos

    possa contribuir no crescimento das empresas.

  • METODOLOGIA

    Este estudo baseou-se na pesquisa bibliográfica em livros, revistas

    acadêmicas e sítios da Internet, com textos de diversos autores, dentre os

    quais se destacam Chiavenato (1999) e Carvalhal (2008).

  • SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 8

    CAPÍTULO I

    A IDENTIFICAÇÃO DE CONFLITOS 11

    CAPÍTULO II

    TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS CONFLITOS 15

    CAPÍTULO III

    FERRAMENTAS QUE AUXILIAM NA RESOLUÇÃO DE

    CONFLITOS 19

    CAPÍTULO IV

    ATÉ QUE PONTO OS CONFLITOS SÃO PREJUDICIAIS PARA OS

    RESULTADOS? 24

    CAPÍTULO V

    O LÍDER COMO FATOR CRÍTICO PARA A SOLUÇÃO DOS

    CONFLITOS 27

    CONCLUSÃO 37

    BIBLIOGRAFIA 40

  • INTRODUÇÃO

    Qualquer tema abordado por nós, seres humanos, em nossos

    relacionamentos interpessoais, é historicamente repleto de divergências de

    idéias, sendo que, em muitas ocasiões, tais diferenças evoluem, se

    transformando em argumentações, discussões e até mesmo em situações mais

    próximas de um confronto físico.

    Ao longo do tempo, entretanto, percebeu-se que essas diferenças

    geravam perdas consideráveis ao relacionamento entre os envolvidos e

    consequentemente ao meio em que viviam.

    A partir da evolução tecnológica e cultural da humanidade, os conflitos

    domésticos e corporativos tomaram proporções cada vez maiores, uma vez

    que a quantidade de pessoas envolvidas nesses conflitos aumentou, bem

    como a freqüência com que surgiam. Assim, o convívio social e o

    desenvolvimento individual tornaram-se cada vez mais difíceis, com a presença

    de constantes divergências.

    Em um passado recente, identificava-se como principal característica de

    um bom ambiente de trabalho a inexistência de conflitos. Nas organizações, os

    conflitos eram vistos de maneira negativa, eram um sinal de que pessoas

    indesejáveis estavam naquele ambiente e que essas pessoas eram nocivas ao

    clima organizacional. Esse tipo de pensamento estava presente na maioria dos

    gestores que, por não saberem como lidar com situações conflituosas,

    tomavam a decisão aparentemente mais fácil e prática, que era eliminar o

    gerador de conflito.

  • Porém, nos dias de hoje, podemos perceber que a gestão de conflitos é

    fundamental para o crescimento das empresas, e saber como efetuá-la é

    essencial para o gestor. Em alguns casos, inclusive, gerar conflitos é uma

    ferramenta que poderá ser utilizada como um artifício para buscar novas idéias,

    atingindo, assim, objetivos maiores para a empresa. Esse tipo de gestão não

    se utiliza de ferramentas ou regras a serem seguidas, sendo necessário que o

    gestor tenha sensibilidade para analisar cada caso e saber administrá-lo.

    Finalizando esta introdução, identificaremos a seguir, de forma

    resumida, os assuntos a serem abordados neste trabalho.

    No capítulo I (A Identificação de Conflitos), constataremos que os

    conflitos existem e sua ocorrência se dá tanto nas relações afetivas, cotidianas,

    quanto nas relações profissionais. Além disto, os conflitos serão identificados e

    classificados em níveis, para melhor mensuração de acordo com sua

    importância e intensidade.

    Em relação ao capítulo II (Tipos e Características dos Conflitos), será

    verificado que os conflitos surgirão em todo e qualquer ambiente corporativo,

    mas que sua complexidade está ligada diretamente ao clima organizacional da

    empresa. Segmentaremos o corpo funcional em grupo e equipe, onde nos

    remeteremos à qualidade da gestão de pessoas, e onde verificaremos menor

    incidência nas equipes. Serão, ainda, estabelecidos critérios para avaliar se os

    funcionários de uma determinada empresa compõem uma equipe ou um grupo.

    Detalharemos os quatro tipos de indivíduos envolvidos em um conflito

    organizacional. Tendo em vista que os conflitos são oriundos de diferenças

    culturais, serão, por fim, definidos os motivos que causarão tais conflitos, a

    saber: etnocentrismo, uso impróprio da prática gerencial, percepções diferentes

    e comunicação errônea.

    O capítulo III (Ferramentas que Auxiliam na Resolução de Conflitos) tem

    como seus principais aspectos a definição das habilidades que um gestor

    deverá possuir para ser mais bem sucedido na resolução de conflitos, tais

    como sensibilidade, experiência, senso crítico, etc. Serão identificados os cinco

    estilos que poderão ser adotados para superar os conflitos, que são

    competição, colaboração, evitação, acomodação e compromisso. Serão

  • definidos, ainda, alguns passos que o gestor deverá seguir, conhecer e aplicar

    para que sua empresa seja eficaz na resolução das divergências.

    Ao longo do capítulo IV (Até que ponto os conflitos são prejudiciais para

    os resultados?), será mostrado que os conflitos eram indesejados nos modelos

    tradicionais de gestão, sendo enxergados como um tipo de arruaça, e os

    envolvidos nele, eram mal vistos, tal como se fossem pessoas descontroladas.

    Além disto, será detalhado como vem aumentando o número de gestores que

    enxergam o lado positivo dos conflitos, que seria oxigenar a equipe,

    estimulando e motivando ao atingimento dos resultados esperados pela

    empresa.

    Por fim, no capítulo V (O Líder como Fator Crítico para a Solução de

    Conflitos), explanaremos sobre o gestor / líder. Definiremos os modos de

    solução de conflitos (retirada estratégica, “panos quentes”, negociação,

    colaboração e a atitude de forçar), e em que tipo de situação conflituosa cada

    modo deverá ser utilizado. Serão verificados os diversos tipos de planejamento

    utilizados pelo gestor na solução de problemas de relacionamento. Serão

    também abordadas as competências emocionais básicas do líder, a

    importância da inteligência emocional no ambiente organizacional, e como o

    líder atua como gestor das emoções de sua equipe.

  • CAPÍTULO I

    A IDENTIFICAÇÃO DE CONFLITOS

    Os ambientes, sejam eles domésticos ou corporativos, são formados por

    pessoas com diversos tipos de comportamento. Neste cenário, é praticamente

    impossível que não existam conflitos entre estas pessoas.

    Pode se dizer, ainda, que se torna de certa maneira utópico esperar que

    nestes ambientes não se observem situações conflituosas e turbulentas, onde

    todos os envolvidos têm a certeza de que seus pontos de vista são os corretos

    e que seus pensamentos são aqueles que devem ser seguidos.

    É neste momento que inicia a responsabilidade dos gestores em

    visualizar o cenário, identificar os impasses e decidir a melhor solução para o

    problema criado.

    Deve-se ressaltar que a melhor solução nem sempre é atrelada àquela

    tomada com maior rapidez ou com a definição de que uma das partes está com

    a razão. Em certos casos, a existência do conflito permite o crescimento e

    desenvolvimento de idéias, assim como das partes envolvidas, o que

    acarretará em melhores e maiores benefícios para as empresas. Em outros

    momentos, os lados conflitantes possuem razão em determinados tópicos,

    devendo-se, então, aproveitar o que de melhor cada um oferece, visando

    sempre o desenvolvimento e crescimento dos funcionários individualmente,

    assim como da empresa.

    É vital para as empresas e seus gestores que a resolução de conflitos

    não se baseie somente no melhor resultado para a empresa, mas também no

    aprendizado que seus funcionários obtiveram com aquelas situações e a

    maneira com que as soluções tomadas foram absorvidas por eles.

    Até meados do século XX, a existência de conflitos no ambiente

    corporativo era vista de forma negativa, por serem consideradas prejudiciais,

    devendo, portanto, ser evitadas a todo custo.

  • Porém, é possível identificar que há um lado positivo a cada surgimento

    de um novo conflito, onde se procura absorver o que de benéfico os entraves

    têm a oferecer, seja por enxergar determinadas situações por outro ponto de

    vista, seja pelas diferentes opiniões que surgem sobre um determinado tema.

    Normalmente, quando se fala de conflito nas empresas, a visualização

    mais comum e a de duas pessoas com opiniões distintas sobre determinado

    assunto, duelando para saber qual opinião sairá como vencedora.

    Na verdade, os conflitos podem acontecer entre grupos dentro de uma

    corporação, ou entre um grupo e uma determinada pessoa na empresa, ou

    ainda entre uma corporação e um grupo de outra empresa, dentre outros. Mas

    lembrando sempre que as resoluções dessas situações conflituosas podem ter

    uma fim melhor ou pior para as partes, dependendo da forma como são

    conduzidas.

    Segundo Dante P. Martinelli e Ana Paula de Almeida: “Outras causas

    dos conflitos podem ser as diferenças de personalidade, a existência de

    atividades interdependentes no trabalho, metas diferentes, recursos

    compartilhados, diferenças de informação e percepção, dentre outras”

    (Martinelli, 2006, p.47).

    Podemos verificar que o maior causador de conflitos nas empresas são

    as diferenças de personalidade entre seu corpo funcional, seguido de perto

    pela interdependência de atividades. Estes são observados quando há fluxos

    ou rotinas de atividades, onde uma das equipes envolvidas depende da

    finalização da parte do trabalho de outra equipe. Quando os passos

    combinados internamente não são seguidos ou não são claros, acabam por

    gerar desentendimentos e desgastes, que deverão ser controlados.

    Outro fator relevante na administração de situações conflituosas é a

    magnitude que esses conflitos possuem ou que adquirem se não forem

    corretamente tratados.

    É importante destacar Eunice Maria Nascimento e Kassem Mohamed El

    Sayed (2002, p.49), que apresentam o modelo abaixo, descrevendo diferentes

    níveis de conflito, mostrando claramente como os conflitos podem evoluir:

  • “Níveis de Conflito:

    Nível 1 Discussão – normalmente é racional, aberta e

    objetiva.

    Nível 2 Debate – neste estágio, as pessoas podem começar

    a fazer generalizações e buscar padrões de

    comportamento. Percebe-se a diminuição do grau de

    objetividade.

    Nível 3 Façanhas – as duas partes envolvidas demonstram

    uma grande falta de confiança no caminho escolhido

    pela outra parte.

    Nível 4 Imagens fixas – são estabelecidas imagens

    preconcebidas da outra parte. É mostrada uma

    pequena objetividade e as posições começam a se

    tornar fixas e rígidas.

    Nível 5 “Loss of face” (“ficar com a cara no chão”) – situação

    caracterizada pela atitude de “lutar até o fim, custe o

    que custar”.

    Nível 6 Estratégias – surgem as ameaças na comunicação,

    assim como aumentam as possibilidades de

    punição. O processo de comunicação, fundamental

    para a resolução de conflitos, vai ficando mais

    restrito.

    Nível 7 Falta de humanidade – surgem os primeiros

    comportamentos destrutivos. Os grupos começam a

    sentir-se como se desprovidos de sentimentos.

    Nível 8 Ataques de nervos – a autopreservação passa a ser

    a única motivação. Neste ponto, a motivação passa

    a ser a preparação dos Indivíduos ou grupos para

    atacarem ou serem atacados.

  • Nível 9 Ataques generalizados – o conflito chega às vias de

    fato, não restando outro caminho a não ser a

    desistência de um dos lados, ou um lado vencendo e

    o outro perdendo.

    Para que seja melhor verificada a importância dos níveis acima, se

    classificarmos o nível 1 como o mais importante na geração de idéias com o

    menor desgaste da instituição e de seus funcionários, teremos o nível 9 como o

    menos importante, ou o mais complicado, já que neste haverá grande

    desgaste, tanto dos envolvidos diretamente no conflito, como do gestor para

    reverter a situação, podendo acarretar impacto negativo para a empresa.

    Observa-se então, com o modelo acima, que não importa qual seja o

    tamanho ou relevância do conflito: se este não for tratado ou se for

    simplesmente deixado de lado, poderá crescer, se agravar e tomar proporções

    bem maiores do que aquelas que o originou.

    Encontrar-se diante de enormes problemas de relacionamento dentro da

    equipe, atrelados à falta de crescimento da empresa, sem que seja percebido

    como tais situações se originaram é bem mais comum do que se imagina.

    Em algumas situações, o fato gerador de um grande entrave na

    empresa, pode ter sido algo ridiculamente pequeno e que, na época, passou

    despercebido pelos gestores, e, já que não foi tratado da maneira correta,

    evoluiu e envolveu mais e mais pessoas.

    E agora, como encontrar a melhor solução? Como identificar a raiz do

    problema para que o conflito seja tratado da melhor maneira possível? Como

    passar para a equipe tudo o que se aprendeu com a administração desse

    conflito para que o mesmo não volte a atrapalhar o bom desenvolvimento das

    atividades? E como reconquistar a confiança da equipe, diante da falta de

    capacidade em tratar com rapidez o problema?

    Certo é que, quaisquer conflitos desviarão as atenções do foco principal

    da empresas (o atingimento de seus resultados) e mesmo que sejam tratados

    de maneira a acrescentar algo à instituição ou ao corpo funcional, pode se

    dizer que seria bem mais produtivo e menos desgastante, se esses acréscimos

    fossem conseguidos de outras maneiras, mais naturais.

  • CAPÍTULO II

    TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS CONFLITOS

    Para que se possa explicitar quais os tipos e características dos

    conflitos, faz-se necessário uma reflexão sobre, principalmente, o ambiente

    corporativo existente.

    Como dito anteriormente, os conflitos surgirão em qualquer ambiente de

    trabalho, mas a sua complexidade e magnitude dependerão diretamente do

    clima organizacional.

    Assim, nas empresas onde todos estão envolvidos com as atividades

    que realizam, estão focados nos objetivos das empresas e em um ambiente

    que permita que todos possam atingir seus objetivos pessoais, nota-se

    claramente a existência de uma equipe.

    Ao contrário do cenário descrito acima, se em um ambiente corporativo

    os funcionários estão preocupados apenas em autopromoção, se não há

    qualquer preocupação com os objetivos e resultados da empresa e onde o

    importante para o indivíduo é não fazer nada além do que possa ter sido

    determinado para ele, percebe-se que não há qualquer preocupação com o

    todo, e neste caso, vê-se que a empresa possui apenas um grupo heterogêneo

    de funcionários, que realizam suas atividades sem qualquer comprometimento,

    e onde cada um pensa apenas em si.

    Diante dessas duas classificações para um conjunto de pessoas que

    trabalham em uma mesma empresa (equipe e grupo) torna-se mais fácil

    identificar que nas empresas que agregam seus funcionários em grupos, é

    maior a incidência do surgimento de conflitos do que nas empresas onde

    existem verdadeiras equipes de trabalho, atuando sinergicamente.

    Trabalhando com equipes, é possível aproveitar ao máximo as aptidões,

    valores e diferenças entre os indivíduos, aproveitando-se dessa

    heterogeneidade de habilidades para maximizá-las e otimizá-las, visando um

    crescimento maior para a empresa.

  • Identificados, de maneira geral, o ambiente corporativo que se pode

    encontrar em uma empresa, é necessário avaliar a composição de cada grupo

    ou equipe para que se possa entender quais são as características individuais

    que compõem estes conjuntos de funcionários (agregados como grupos ou

    equipes).

    Conforme descrito por Hardinghan (2000), os fatores utilizados para

    elaborar uma avaliação de um grupo ou equipe são: produtividade, empatia,

    regras e objetivos, flexibilidade, objetividade, reconhecimento e moral. Abaixo,

    são descritas as características desses fatores.

    Produtividade: avalia se a equipe está realizando o trabalho

    em quantidade e em tempo suficientes.

    Empatia: os componentes da equipe apresentam

    empatia uns pelos outros.

    Regras e Objetivos: as pessoas seguem o princípio da direção, ou

    seja, cada um dos indivíduos sabe o que se

    espera dele, assim como o que deve fazer.

    Flexibilidade: os integrantes da equipe possuem aptidões

    variadas para diversas tarefas ou aplicações.

    Objetividade: os indivíduos dizem o que pensam sobre

    determinados assuntos.

    Reconhecimento: os integrantes do grupo ou equipe se admiram

    e valorizam o trabalho que foi feito.

    Moral: onde as pessoas desejam fazer parte daquele

    grupo ou equipe.”

  • Após determinar quais são características a serem necessárias a um

    grupo ou equipe, faz-se necessário identificar quais são as principais

    características comportamentais de cada um dos indivíduos envolvidos.

    Segundo Guillen (2001), podem ser definidos 4 (quatro) tipos de

    comportamentos, que são: agressivo, passivo, passivo/agressivo e assertivo.

    Abaixo, detalharemos as características de tais fatores:

    “Agressivo: é o indivíduo que anseia fervorosamente a vitória,

    mesmo à custa do fracasso de outra pessoa.

    Tendência a ser individualista, uma vez que está

    mais interessado nos próprios desejos do que com

    os dos outros. Esse comportamento apresenta voz

    alta e máximo contato.

    Passivo: indivíduo que procura evitar conflitos, mesmo que

    sofra com isso. Em via de regra, apresenta voz

    hesitante, atitude defensiva, contato visual mínimo,

    demonstrando insegurança e geralmente é uma

    pessoa quieta.

    Passivo/Agressivo: indivíduo que apresenta um comportamento

    misto. São pessoas que desejam se firmar, mas, no

    entanto, não possuem estrutura para isso. Este

    comportamento apresenta muita irritação, postura

    fechada, geralmente em pessoas lacônicas.

    Assertivo: é o indivíduo que aspira defender seus direitos,

    entretanto, aceita que as outras pessoas também os

    tenham. Este comportamento apresenta tom de voz

    moderado e as pessoas desse tipo de

    comportamento são neutras, possuindo uma postura

    de prudência e de segurança.

  • Chegando então à análise individual de cada integrante do grupo ou

    equipe na empresa, podemos constatar que esta é a principal fonte de geração

    de conflitos.

    As diferenças pessoais são inesgotáveis fontes de conflitos e devem ser

    acompanhadas e tratadas sempre de perto pelos gestores, para que o clima

    organizacional do ambiente fique sob controle e para que eventuais conflitos

    possam ser tratados de maneira rápida e eficaz.

    Segundo Megginson, Mosley (1986), os motivos da geração dos

    conflitos estão baseados na diversidade cultural dos indivíduos envolvidos e

    podem ser classificados como etnocentrismo, uso impróprio da prática

    gerencial, percepções diferentes e comunicação errônea. Visando a melhor

    compreensão destes motivos, seguem as características de cada um deles:

    “Etnocentrismo: ocorre quando uma pessoa, de determinada

    etnia, recorre a seus próprios valores culturais

    como parâmetro para resolver algum

    problema em um ambiente cujos padrões

    culturais sejam distintos do seu.

    Uso impróprio da pratica gerencial: ocorre quando se aplica

    uma determinada prática gerencial de uma

    cultura em outra, levando-se em conta apenas

    sua eficiência e eficácia.

    Percepções diferentes: ocorre pelo fato de que cada cultura

    possui um conjunto de valores distintos, assim

    como pessoas de diferentes culturas

    apresentam valores e entendimentos

    distintos.

    Comunicação errônea: existe quando diferenças culturais

    como idioma, costumes e sentimentos geram

    uma comunicação equivocada (“erro de

    interpretação”)”.

  • CAPÍTULO III

    FERRAMENTAS QUE AUXILIAM NA RESOLUÇÃO DE

    CONFLITOS

    Como podemos supor, não há uma fórmula mágica que, se aplicada no

    ambiente corporativo no contexto de uma situação conflituosa, modificará o

    clima, gerando harmonia e perfeição.

    Situações de conflitos requerem mais que a aplicação de uma fórmula,

    sendo necessária criteriosa análise para que se possa identificar o método

    mais adequado para sua resolução.

    Deve-se ressaltar que a sensibilidade e as experiências vividas pelos

    gestores são ferramentas importantíssimas, podendo / devendo ser utilizadas

    na resolução dos conflitos.

    Esses métodos também não têm regras rígidas a serem seguidas, mas

    possuem características marcantes que, seguramente, serão de fundamental

    importância quando estiver diante de conflitos. Segundo Eunice Maria

    Nascimento e Kassem Mohamed El Sayed (2002, p.55), podem ser

    identificados cinco estilos que podem ser adotados para superar os conflitos,

    que são: competição, colaboração, evitação, acomodação e compromisso.

    Abaixo, ainda de acordo com os autores supracitados, são apresentadas

    algumas das características destes estilos:

    “Competição

    Busca satisfação dos interesses próprios,

    independentemente do impacto que isto possa causar na

    outra parte envolvida;

    Por imposição faz a outra parte achar que sua conclusão

    está correta e a dela está equivocada, levando, ainda, a

    outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer.

  • Colaboração:

    Contempla os interesses das partes envolvidas no conflito;

    Busca um resultado benéfico para ambas as partes

    envolvidas.

    Evitação

    Trata-se de estilo considerado não-assertivo e não-

    cooperativo;

    Evita todo e qualquer envolvimento com o conflito,

    chegando a negar sua existência e o contato com as

    pessoas que podem vir a causá-lo.

    Acomodação

    Pode ser considerado como um estilo não-assertivo e

    cooperativo;

    A parte que utiliza este estilo tem uma tendência tão forte

    com vistas a apaziguar a situação, que pode chegar a

    colocar as necessidades e interesses da outra parte acima

    dos seus.

    Compromisso

    Este estilo encontra-se no padrão médio de assertividade e

    cooperação, em que uma das partes envolvidas no conflito

    desiste de alguns pontos ou itens, levando a distribuir os

    resultados entre ambas as partes.”

  • Analisando os estilos acima, podemos considerar como o mais salutar

    para o ambiente corporativo a colaboração, já que minimiza o desgaste entre

    as partes, possibilitando maior comprometimento, e, consequentemente, maior

    possibilidade de sucesso no atingimento de resultados.

    Sejam quais forem os estilos utilizados para nortear a administração de

    conflitos, é importante que acima de qualquer coisa, todas as atitudes e ações

    sejam baseadas na honestidade e sinceridade tanto por parte do administrador

    quanto das partes envolvidas, para que o sucesso das ações seja atingido.

    O processo de gerenciamento de conflitos, em outras palavras é um

    processo de negociação, onde a figura do mediador se confunde com a do

    responsável por gerenciar essas situações conflituosas.

    Negociar a resolução de um conflito requer muita habilidade e precisão

    nas atitudes, já que é necessário administrar pelo menos dois grupos com

    pensamentos distintos, que imaginam ter razão e esperam que seus pontos de

    vista sobreponham os outros. Uma negociação mal-conduzida ou precipitada

    pode gerar conseqüências ainda piores, ou com maior dificuldade de solução,

    podendo ainda interferir na auto-estima dos envolvidos nos conflitos.

    Nesse processo de mediação das negociações, além de um senso

    crítico bem apurado, é de suma importância saber ouvir, saber se comunicar e

    saber perguntar, pois estes são requisitos essenciais para se fazer uma boa

    análise, com qualidade. Além disso, com estas características, o mediador

    consegue obter informações confiáveis e que subsidiarão de maneira mais

    consistente a tomada de decisão.

    Quando se fala que é preciso saber ouvir, significa que deve existir um

    verdadeiro interesse tanto pela pessoa que fala, quanto pelo que ela fala. É

    fundamental para a correta assimilação do assunto tratado, evitando a

    transformação de qualquer assunto em um mal entendido.

    Saber perguntar está diretamente ligado a saber ouvir, já que a melhor

    audição gera melhor compreensão dos fatos, e assim, as perguntas poderão

    ser melhor formuladas, atingindo os objetivos desejados, sem a existência de

    ruídos desnecessários na conversação.

  • No entanto, não basta apenas perguntar. Por mais interado que se

    esteja do assunto, e por mais que se ouça tudo o que as pessoas têm para

    falar, é necessário que se tenha diálogo. Permitir que as outras partes se

    expressem, que mostrem seus pontos de vista e seus possíveis

    desdobramentos faz com que o problema seja observado sob vários ângulos,

    permitindo ao mediador que encontre novas soluções para o caso e o mais

    importante, transmitindo confiança às partes envolvidas nos conflitos, fazendo

    com que recebam e aceitem com muito mais facilidade a decisão tomada, seja

    ela a seu favor ou não. Todas essas características são de um moderador ou

    gerenciador de conflito que sabe se comunicar.

    Cabe ressaltar que a maioria dos conflitos, omissões ou qualquer outro

    tipo de irritação entre grupos está diretamente ligado a uma comunicação

    inadequada.

    Conforme Eunice Maria Nascimento e Kassem Mohamed El Sayed

    (2002, p.54), para uma eficaz resolução de conflitos é necessário que alguns

    passos sejam seguidos, conhecidos e aplicados, os quais estão descritos e

    analisados a seguir:

    - Criar uma atmosfera afetiva – se traduz diretamente na melhoria do

    clima organizacional, que, por sua vez, diminui as barreiras na

    comunicação, e consequentemente, eventuais conflitos;

    - Esclarecer as percepções – se faz necessário para que se reduza a

    possibilidade de mal-entendidos, que podem ser o estopim para um

    conflito;

    - Focalizar em necessidades individuais e compartilhadas – permite à

    empresa um tratamento mais humano, assim como auxilia o

    gerenciamento estratégico dos seus recursos humanos. Além disto, o

    relacionamento com os funcionários poderá ser mais longo e verdadeiro;

  • - Construir um poder positivo e compartilhado – instrumento de

    motivação para os funcionários. Geralmente eleva o grau de

    conhecimento de toda a equipe, colaborando para a redução das suas

    diferenças, e também da possibilidade de surgimento de conflitos;

    - Olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado – tal

    prática faz com a incidência de erros no processo seja cada vez menor,

    reduzindo, assim, a frustração, fator relevante na geração de conflitos;

    - Gerar opções de ganho mútuo – quando tanto o corpo funcional quanto

    os gestores percebem que não há alguém levando vantagem, aumenta

    consideravelmente a possibilidade de entendimento na empresa, e todos

    trabalharão sem foco na vaidade individual, e sim nos resultados como

    um todo;

    - Desenvolver passos para a ação a ser efetivada – tal postura pode ser

    verificada normalmente em equipes mais experientes, onde a

    organização não é considerada como “perda de tempo”, e sim como um

    investimento que irá possibilitar maior chance de sucesso no final;

    - Estabelecer acordos de benefícios mútuos – tal atitude demonstrará

    confiança no corpo funcional, melhorando o ambiente de trabalho.

  • CAPÍTULO IV

    ATÉ QUE PONTO OS CONFLITOS SÃO PREJUDICIAIS

    PARA OS RESULTADOS?

    Conforme já foi dito anteriormente, os conflitos fazem parte do cotidiano

    de todos nós, ocorrendo tanto em nossa vida pessoal quanto em nossa vida

    profissional.

    Nos modelos clássicos de gestão houve uma visão de que os conflitos

    deveriam ser evitados ou abafados quando fossem percebidos no ambiente

    corporativo, sendo que estes modelos predominaram durante muito tempo nas

    corporações (ainda podendo ser percebidos em algumas delas). A ausência de

    conflitos fazia com que uma empresa fosse considerada como sinônimo de um

    local com ótimo clima organizacional, ou que as pessoas tinham boas relações,

    ou mesmo que os membros da equipe eram “amigos” entre si.

    Havia ainda profissionais que enxergavam os conflitos como algum tipo

    de arruaça, ou seja, os conflitos eram sempre oriundos de pessoas agressivas

    ou descontroladas, e teriam ligação com agressões físicas ou verbais, afetando

    diretamente o clima interno e os resultados da empresa.

    Ainda que existam aqueles que pensam que um ambiente corporativo

    que apresenta alguma situação conflituosa é indicativo de que a empresa está

    fadada ao insucesso, é importante frisar que novas idéias surgem através da

    exposição e discussão de pensamentos, que, por serem quase sempre

    diferentes de pessoa para pessoa, são aperfeiçoadas a cada nova troca de

    idéias e novas discussões.

    Podemos perceber que, ainda hoje, existe em algumas empresas a

    distorção do sentido de conflito, já que, muitas vezes, os conflitos de

    relacionamento são confundidos com conflitos de processo.

  • Segundo Robbins (2002), as evidências indicam que enquanto os

    conflitos de relacionamento, na maioria das vezes, são prejudiciais aos grupos

    ou organizações, baixos níveis de conflito de processo (condução racional de

    uma atividade) e tarefa (execução de um trabalho específico), no geral, são

    benéficos.

    A experiência não é adquirida somente com o passar dos anos, mas

    principalmente pela troca e exploração de conhecimento, idéias e valores entre

    as pessoas, assim como de diferentes pontos de vista.

    Quando se busca fazer efetivamente uma troca de conhecimentos, seja

    em qualquer setor ou momento da vida de cada um, é sabido que haverá um

    fluxo de informações, ou seja, as informações deverão ser repassadas e

    recebidas entre as partes envolvidas. É neste exato momento que os conflitos

    surgem, pois nem sempre as informações e pensamentos são passados de

    maneira clara e objetiva entre as partes, gerando interpretações equivocadas e,

    consequentemente dúvidas, que, por sua vez se não forem bem expressas,

    aumentarão o ruído na comunicação, trazendo informações distorcidas. Neste

    caso, verifica-se um verdadeiro congestionamento de informações, onde não

    se consegue avançar ou retroceder uma etapa para que aquela troca de

    informações e experiências citada anteriormente possa fluir da maneira mais

    adequada possível.

    Toda essa confusão traz um problema para a empresa, já que atrasa o

    desenvolvimento interpessoal das partes envolvidas, assim como do ambiente

    corporativo, já que após a geração do conflito, faz-se necessário que os

    gestores atuem prontamente, no sentido de entender e mediar o conflito,

    aparando todas as arestas porventura existentes. Somente após o

    cumprimento destas etapas, a equipe poderá retomar o rumo correto, ou seja,

    a busca dos objetivos e metas da empresa.

  • Entretanto, há a outra face da moeda: tanto gestores quanto os

    funcionários não devem temer existência de conflitos em seu ambiente de

    trabalho. Ao observarmos pela ótica positiva da questão, deverá haver

    primeiramente a correta percepção e conhecimento do cenário no qual a

    empresa está inserida, assim como o conhecimento das características

    individuais de cada membro da equipe e de seus potenciais.

    Desta maneira, o estímulo de conflitos no ambiente corporativo poderá e

    deverá ser utilizado pelo gestor como ferramenta de oxigenação de seu

    ambiente (onde florescerão novas idéias), de aumento da produtividade de sua

    equipe. Tal atitude ainda auxiliará na correção de problemas, promovendo

    tanto o desenvolvimento pessoal de cada um dos envolvidos quanto da

    corporação como um todo.

    Entendemos que o gestor deverá se mostrar conectado a tudo que

    acontece na sua empresa, mas também em sua equipe, já que deverá ser ele o

    responsável por analisar o melhor momento para fomentar os conflitos no

    ambiente organizacional, mas também será parte de sua avaliação para onde

    estes conflitos estão levando a equipe, assim como as conseqüências de tais

    conflitos. E o impacto causado nas relações, no clima interno da equipe e nos

    resultados esperados pela empresa em relação a esta equipe fará parte do

    parâmetro utilizado por este gestor em sua decisão.

  • CAPÍTULO V

    O LÍDER COMO FATOR CRÍTICO PARA A SOLUÇÃO

    DOS CONFLITOS

    De acordo com o que há de mais moderno em termos de Administração

    de Empresas, os gerentes devem possuir, cada vez mais, o perfil de líderes /

    gestores, e não de “chefes”. A diferença entre estas duas categorias é a de que

    o gestor moderno, entre outras habilidades, é uma pessoa que entende a

    importância de seus funcionários, suas qualidades e diferenças, e sabe como

    trabalhar com isto. Portanto, torna-se cada vez mais visível a importância do

    papel que o líder / gestor deve ter na administração de suas equipes, assim

    como de seus eventuais conflitos.

    Deve-se creditar toda essa relevância dada à gestão de equipes ao fato

    de que as pessoas, elementos formadores dessas equipes, são também a os

    recursos mais valiosos dentro das organizações, pois possuem a capacidade

    de pensar, agir e controlar atividades e ações implementadas pelas empresas,

    analisando todos os cenários que as cercam, viabilizando, desta forma, o

    atingimento de resultados.

    Imaginar que pessoas com pensamentos e personalidades distintos

    sempre chegarão a um consenso sobre todos os assuntos que as envolve,

    será pura ilusão. Conforme já explanado anteriormente, a essência das

    individualidades de cada ser, por si só, fará com que surjam os conflitos.

    Assim, o papel do gestor torna-se fundamental para as empresas, pois

    devem ter a sensibilidade e poder de análise para tomar a decisão mais

    adequada para os objetivos do grupo, seja através da utilização de sua

    inteligência emocional, ou seja, através de sua capacidade de administrar suas

    próprias emoções e também as emoções do grupo que se administra, ou

    atuando como mediador entre as partes em conflito.

  • Quando é necessário administrar uma situação conflituosa, por menor

    que pareça, é preciso que o líder tenha consciência que não se trata apenas da

    resolução de mais um entrave dentro da organização, mas sim de uma busca

    para não permitir que tais divergências contaminem o ambiente corporativo e,

    consequentemente, o desempenho da empresa, como também de visualizar o

    surgimento de uma possibilidade de crescimento de cada indivíduo participante

    daquelas equipes e das atividades que desempenham, através da troca de

    experiências e das constantes buscas por novas soluções e idéias para as

    empresas.

    A maneira com que os líderes gerenciam os conflitos e buscam seus

    resultados, revelam como está ou no que irá se tornar aquele ambiente

    corporativo sob sua responsabilidade.

    Se mal geridos ou mal estimulados, os conflitos são potencializados,

    nem sempre de imediato, mas com o passar do tempo os resíduos deixados

    pela má condução do líder na resolução das relações conflituosas se

    acumulará e, como uma bola de neve, crescerá gradativamente com o tempo,

    ganhando cada vez mais força, saindo do controle de qualquer gestor, por mais

    habilidoso ou experiente que seja.

    Observa-se então como resultado dessa má gestão de conflitos, um

    ambiente corporativo desconexo, sem foco e principalmente sem comando e

    credibilidade. Com isso, não é difícil constatar que, para uma empresa que

    busca sobreviver em um mercado tão competitivo como o que estamos

    inseridos atualmente, essas são características que conduzem qualquer

    organização ao insucesso.

    Vislumbrar que o líder de uma equipe seja apenas uma pessoa capaz de

    conduzir o bom andamento dos processos que envolvem sua equipe,

    gerenciando apenas quem é mais indicado, ou em certos casos o menos

    inadequado, para executar determinadas atividades faz parte do passado.

  • Hoje não cabe apenas ao líder observar se as rotinas estão sendo

    cumpridas dentro dos padrões pré-determinados ou substituir aqueles

    funcionários que não se adéquam às atividades, mas já faz algum tempo que

    passou a ser uma exigência do mercado que o líder saiba, não só gerenciar

    relações conflituosas objetivando o crescimento da empresa, mas também

    fomentar o surgimento e desenvolvimento de novas idéias através da indução

    de conflitos no grupo.

    Portanto, os líderes conectados aos novos modelos de gestão praticam

    a gestão emocional, devendo, para tanto, possuir competências emocionais

    básicas. Por competência emocional entende-se a capacidade do indivíduo em

    gerir as suas próprias emoções e também gerir as emoções da equipe

    (GOLEMAN, 2001).

    Segundo Goleman (2001), estas competências podem ser divididas em:

    - Auto-percepção - Saber o que estamos sentindo em determinado

    momento e utilizar as preferências que guiam nossa tomada de decisão;

    fazer uma avaliação precisa e realista de nossas próprias capacidades e

    possuir uma sensação bem fundamentada de autoconfiança.

    - Auto-regulamentação - Lidar com as próprias emoções de forma que

    facilitem a tarefa que temos pela frente, em vez de interferir com ela; ser

    consciencioso e adiar a recompensa a fim de perseguir as metas;

    recuperarmo-nos bem de aflições emocionais.

    - Motivação - Utilizar nossas preferências mais profundas para

    impulsionar-nos e guiar-nos na direção de nossas metas, a fim de nos

    ajudar a ter iniciativa e sermos altamente eficazes, e a perseverarmos

    diante de reveses e frustrações.

    - Empatia - Pressentir o que as pessoas estão sentindo, ser capaz de

    assumir sua perspectiva e cultivar a sintonia com ampla diversidade de

    pessoas.

  • - Habilidades sociais - Lidar bem com as emoções nos relacionamentos

    e ler com precisão situações sociais e redes; interagir com facilidade;

    utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar

    divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em equipe.

    Outro fator contido nas competências emocionais básicas de um líder é

    a inteligência emocional (I.E.). Pela definição, inteligência envolve equilíbrio e

    conhecimento de causa, fatores fortemente vinculados a capacidade de

    liderança, cujos processos principais de gestão de pessoas envolvem a

    capacidade de negociação, de influenciar e de cativar membros das equipes de

    trabalho, utilizando-se de padrões lingüísticos, lógico e de relacionamento

    interpessoal para atingir estas pessoas (Goleman, 2001). Para Daniel Goleman

    (2001), inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar nossos

    próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar

    bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos, utilizando os

    sentimentos para guiar o pensamento e a ação.

    O líder - gestor de pessoas definido nos parágrafos anteriores é cada vez mais

    importante na administração de emoções no ambiente corporativo. Esta

    importância está associada ao fato de que pessoas são os recursos mais

    importantes dentro de um sistema produtivo, pois pensam, agem e monitoram

    seus procedimentos levando em consideração o ambiente em que vivem. O

    líder atua em uma organização, tal qual em uma família. É designado gestor e

    precisa conscientizar-se da sua importância à medida que executa ações que

    são aceitas por todos os membros (Goleman, 1999). A idéia da evolução da

    liderança como gestor das emoções, criando o gerente emocional é defendida

    por Pescosolido. Como argumento desta premissa, o autor explica que esta

    forma emergente de liderança requer que o gestor ajude a equipe a resolver

    seus problemas, com bom senso, administrando suas reações em cada

    situação Pescosolido (2002).

  • Diversas teorias de conflito têm nos mostrado diferentes tipos de componentes

    neste processo, como o comportamento do indivíduo, características das

    equipes com relação a seus líderes e a forma pela qual estes gerenciam as

    emoções dos membros destas equipes. Pelo fato das teorias de liderança

    estarem, historicamente, focadas em resultado e tarefas, as modernas práticas

    de gestão de pessoas, relacionam os estados afetivos associados a estas

    variáveis como fatores condicionantes para avaliação do desempenho

    organizacional e da liderança (Pescosolido, 2002).

    Os eventos afetivos são avaliados levando-se em consideração a

    relevância e a importância de um evento para o bem-estar do indivíduo.

    “Pesquisas sobre comportamento, reconheceram as reações, baseadas em

    emoções, como um componente fundamental para o sucesso organizacional”

    (KIDA et al 2001). Para os mesmos autores, como reações emocionais

    envolvem, por exemplo, raiva, frustração e alegria, a percepção da liderança na

    administração destes processos se faz de grande importância para a

    performance das equipes e dos indivíduos.

    Para Pirola-Merlo (2002) “o gerenciamento das emoções é um

    importante elemento da liderança efetiva, uma vez que a afetividade é um

    importante mecanismo pelo qual a liderança inspiradora pode afetar a

    performance de uma equipe de trabalho”.

    A capacidade emocional do líder assim como sua capacidade de

    administrar conflitos, objeto deste estudo, é determinada por suas habilidades

    individuais e capacidade de influenciar os membros de sua equipe de trabalho.

    Por inteligência emocional especificamente aplicada ao trabalho, entende-se a

    capacidade primordial de saber se relacionar, em contraponto a exclusividade

    premissa de conhecer bem o que se faz (Goleman, 2001).

  • Segundo Quinn (2003), as responsabilidades gerenciais dependem do

    nível de hierarquia organizacional em que se situam, pois à medida que vão

    sendo promovidos de um escalão organizacional para outro, os gerentes têm

    que identificar quais comportamentos precisam ser aprendidos e quais terão

    que ser remodelados uma vez que compreender as similaridades e diferenças

    entre os cargos dos vários patamares hierárquicos pode servir de ponto de

    apoio para que os indivíduos cresçam e se desenvolvam por ocasião dessas

    transições. Para o mesmo autor, sem o aprendizado do que envolve a

    complexidade comportamental, as virtudes do profissional podem tornar-se

    justamente as causas de seu fracasso.

    Havendo a necessidade de intervenção por parte do gestor, faz-se

    necessário planejamento como solução do conflito. Os tipos de

    planejamento poderão divergir entre si, conforme definiremos a seguir:

    - Planejamento preventivo - Aqui a idéia é de provocar conflitos

    “benéficos” na ocasião oportuna. O planejamento leva a um programa de

    “manutenção preventiva”. É a chave para manter o conflito em níveis

    administráveis.

    - Planejamento técnico - Programações, prioridades e recursos de mão-

    de-obra são fontes comuns de conflito nas empresas. Portanto, se as

    funções de planejamento e programação forem executados da forma

    correta, aumentará a probabilidade de cumprir metas e

    consequentemente haverá diminuição dos níveis de conflito.

    - Planejamento de integração - O comportamento humano é grande

    fonte de conflito; estes conflitos também podem ser administrados por

    meio de planejamento. Um “plano de integração” bem implantado

    aumenta substancialmente a capacidade das equipes de trabalho lidar

    com o conflito.

  • - Processo do planejamento - Ao administrar conflito, o “processo” de

    planejamento é tão importante quanto o próprio plano, pois obtém-se

    assim o comprometimento pessoal através do envolvimento dos

    participantes no plano. Esta abordagem de consenso resulta num plano

    unificado que resulta em implementação com menos conflito. O nível

    mais baixo de conflito existe porque prováveis diferenças são eliminadas

    durante o planejamento, quando os recursos ainda não estão totalmente

    comprometidos.

    Por fim, podemos citar as técnicas gerais de solução de conflitos de

    Blake e Mouton, apresentadas na obra “The Managerial Grid”, já que oferecem

    uma base para analisar situações conflitantes. Esses modos de solução de

    conflito se resumem conforme segue:

    - Retirada estratégica - significa evitar o problema, fugir ou desistir. Pode

    ser utilizada como tática em curto prazo para ganhar tempo ou como

    abordagem estratégica para períodos mais prolongados. A retirada é

    uma maneira passiva de tratar do conflito e geralmente não consegue

    resolver o problema. É antes uma solução temporária.

    - “Panos Quentes” - poderia também ser chamado de abordagem de

    apaziguamento. Inclui a busca de pontos comuns para acordo e ao

    mesmo tempo foge dos pontos de desacordo. A técnica de “panos

    quentes” pretende manter a paz e evitar situações de conflito aberto.

    Como tem natureza apenas provisória, também não proporciona uma

    solução duradoura.

    - Negociação – pode ser entendida como barganha. O objetivo é atingir

    um acordo aceitável. Mesmo quando o acordo está aquém da solução

    ideal para cada uma das partes, presume-se que representa o melhor

    entendimento que se pode atingir. São discussões baseadas no princípio

    “toma-lá-dá-cá”. Quando se chega a um acordo aceitável pelas partes, a

    negociação proporciona soluções definitivas para situações de conflito.

  • - Colaboração ou confronto - esta abordagem é a de “solução objetiva de

    problemas” para resolver conflitos. Aqui, a filosofia que predomina é:

    delinear o problema e resolvê-lo de maneira objetiva. O confronto requer

    diálogo aberto entre os participantes, que devem ser competentes do

    ponto de vista técnico e administrativo. O confronto proporciona

    soluções definitivas para situações de conflito e, em última análise,

    resolve o problema em questão.

    - “Forçar” - significa o recurso ao poder para resolver um conflito. O

    resultado desta abordagem é a situação de “vencedor/vencido” em que

    uma das partes supera claramente a outra. A força, normalmente, requer

    menos tempo do que o confronto e a negociação, mas tem o efeito não

    desejado de deixar sentimentos feridos. Assim, o conflito resolvido à

    força pode voltar em forma de sombra posterior. A despeito deste

    aspecto, a força é uma maneira de resolver muitos conflitos em caráter

    definitivo.

    Tendo em vista as exposições anteriormente efetuadas neste último

    capítulo, podemos então perceber que o líder / gestor atual é muito mais do

    que meramente um “chefe”, como costumavam ser retratados até as décadas

    de 70 e 80 do século XX, e sim, membros atuantes de uma equipe,

    responsáveis pela manutenção da sinergia de sua equipe, pelo melhor

    entendimento de cada individualidade para assim obter o melhor rendimento de

    cada um e, consequentemente, alcançar os resultados definidos pela gestão

    estratégica da empresa.

    Há ainda a necessidade de este gestor ter a sensibilidade e a

    inteligência emocional, fundamentais para sua melhor interação junto aos seus

    funcionários, percebendo a existência de conflitos e utilizando sua habilidade

    para resolvê-los.

    Considerando que os líderes supracitados têm sido cada vez mais

    procurados e valorizados pelas empresas, podemos entender que esta será

    uma mudança sem volta para as corporações, desde que estas desejem se

    manter no mercado cada vez mais competitivo de hoje.

  • CONCLUSÃO

    Todos os indivíduos, em algum momento de suas vidas já passaram por

    um momento delicado, onde suas idéias e pensamentos não foram

    compreendidos da maneira que imaginavam ou não tiveram sequer a

    oportunidade de explicá-los.

    Seja pela falta de compreensão ou simplesmente com o intuito de

    explicarem suas idéias, começam a surgir divergências. Essas divergências,

    muitas vezes, não são tratadas logo quando surgem e aquilo que era uma

    simples divergência pode se transformar num grande conflito, envolvendo não

    só duas pessoas, mas todo um grupo de funcionários dentro de uma empresa.

    É sabido que nos dias de hoje as empresas fazem parte de um cenário

    cada vez mais competitivo, onde a concorrência é cada vez mais acirrada.

    Desta maneira, torna-se importante saber como agir diante dos conflitos, para

    que esses conflitos não gerem quaisquer desvantagens para as empresas

    diante de seus concorrentes.

    Conhecer e entender o corpo de funcionários da empresa, identificar

    suas particularidades e aproveitar o que cada um tem de melhor para construir

    um resultado melhor para a empresa é fundamental.

    No entanto, é inevitável em um ambiente corporativo, onde existam

    pessoas com personalidades, temperamentos e idéias diferentes, o surgimento

    constante de conflitos e divergências de pensamentos.

    Por isso, torna-se cada vez mais importante saber como agir diante de

    um conflito e saber como aproveitá-lo no crescimento da empresa.

    Identificar uma fórmula única de agir diante de diversas situações

    conflituosas é impossível, pois cada conflito, cada divergência tem

    características distintas, assim como os atores presentes nessas situações, o

    que torna cada relação conflituosa diferente da outra.

    No entanto, é possível identificar alguns padrões e alguns métodos a

    serem seguidos pelas empresas e principalmente, pelo mediador desses

    conflitos.

  • Torna-se então, importante ressaltar o papel do mediador de conflitos. O

    mediador ou administrador ou ainda gerenciador de conflitos, deve possuir

    habilidades para conduzir o processo de mediação.

    Seja ele o gerente da área de Recursos Humanos da empresa, ou o

    gerente da área envolvida no conflito, ou ainda uma comissão formada

    exclusivamente para solucionar esses entraves, é de extrema importância que

    essas pessoas saibam ouvir as partes envolvidas para que possam extrair

    todas as informações de todos os envolvidos no processo, recolhendo todos os

    subsídios necessários para auxiliá-los na melhor e mais adequada solução

    para a empresa.

    Saber perguntar é outra habilidade que o mediador tem que possuir, pois

    nem sempre todas as informações e justificativas foram passadas pelos grupos

    envolvidos no conflito. Extrair as informações que estavam somente no

    pensamento de cada um é extremamente importante para compreender melhor

    o pensamento de todos os envolvidos.

    Outra habilidade crucial para realizar uma administração de conflitos é

    saber se comunicar. Após ouvir e extrair mais informações dos envolvidos no

    conflito, saber se comunicar é fundamental. Saber transmitir às partes tudo o

    que foi compreendido e todas as questões que originaram o conflito, assim

    como saber repassar de maneira clara e objetiva todas as conclusões e os

    desdobramentos provenientes da gestão dos conflitos é de suma importância

    não só para o desenvolvimento da empresa, como também para o

    desenvolvimento dos funcionários, que aprendem com os acontecimentos e

    enriquecem seus pensamentos quando se tem o correto entendimento do fator

    gerador de uma situação conflituosa e sues desdobramentos.

  • Verifica-se então que o papel desempenhado pelo gerenciador de

    conflitos não se resume apenas a intermediar uma relação ou situação de

    divergência. Esse gerenciador tem grande responsabilidade no crescimento e

    desenvolvimento dos envolvidos nos conflitos, pois não basta dizer apenas que

    um lado está certo e o outro errado e quais serão as medidas tomadas pela

    empresa. As justificativas para a tomada de decisão são fundamentais para

    que a credibilidade do mediador e da própria empresa seja mantida ou até

    melhorada, não perdendo assim, o foco da empresa nos seus resultados e

    desempenhos.

    Diferentemente do que se pensava em meados do século passado, os

    conflitos não são uma indicação de um ambiente corporativo ruim, ou que

    determinada empresa não está tão bem diante da concorrência ou de seu

    mercado.

    Hoje em dia os conflitos não são vistos como algo de ruim, mas sim

    como uma possibilidade de crescimento, se bem administrados.

    Em determinados momentos, em situações onde a empresa necessita

    de novas idéias e de alcançar novos patamares de crescimento, mas, no

    entanto, encontra-se de alguma forma estagnada, estimular o surgimento de

    conflitos pode ser uma boa opção para retirar a empresa dessa inércia e de

    maneira forçada, aguçar e atiçar seu corpo funcional a produzir novas ideias e

    soluções para o desenvolvimento corporativo diante da concorrência.

    Podemos concluir então que os conflitos possuem papel importantíssimo

    dentro das empresas atualmente, fornecendo ferramentas para o

    desenvolvimento do corpo de funcionários, mas também para o crescimento e

    desenvolvimento das empresas, já que obriga a ambos a lidar constantemente

    com questões de grupo, buscando sempre a superação, dando-lhes maior

    experiência e conhecimento, fatores essenciais para o fortalecimento e

    consequente sucesso das organizações.

  • BIBLIOGRAFIA

    BEE, Roland. Feedback. São Paulo, Nobel, 2000.

    CARVALHAL, Eugenio do, ANDRÉ NETO, Antônio, ANDRADE, Gersem

    Martins de, ARAÚJO, João Vieira de. Negociação e administração de

    conflitos. Rio de Janeiro, FGV, 2008.

    CHALVIN, Dominique, EYSSETTE, François. Como resolver pequenos

    conflitos no trabalho. São Paulo, Nobel, 1989.

    CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Recursos Humanos:

    Fundamentos Básicos. São Paulo, Atlas, 1999.

    CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos

    recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro, Campus, 1999.

    DIMITRIUS, Jo-Ellan, MAZARELLA, Mark. Decifrar Pessoas: Como

    entender e prever o comportamento humano. São Paulo, Allegro, 2000.

    FOWLER, Alan. Resolvendo conflitos, São Paulo, Nobel, 2000.

    GILLEN, Terry. Assertividade. São Paulo, Nobel, 2001.

    HARDINGHAM, Alison. Trabalho em equipe. São Paulo, Nobel, 2000.

    MARTINELLI, Dante P., ALMEIDA, Ana Paula de. Negociação: Como

    transformar confronto em cooperação. São Paulo, Atlas, 1997.

    MARTINELLI, Dante P., ALMEIDA, Ana Paula de. Negociação e

    Solução de Conflitos. São Paulo, Atlas, 2006.

    MEGGINSON, Leon C., MOSLEY, Donald C., PIETRI JR, Paul H..

    Administração: Conceitos e Aplicações. São Paulo, Harbra, 1986.

    MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal – Treinamento em

    Grupo. Rio de Janeiro, José Olympio, 2008

    NASCIMENTO, Eunice Maria, SAYED, Kassem Mohamed El. Gestão do

    Capital Humano - Administração de Conflitos. São Paulo, Gazeta do

    Povo, 2002.

    URSINY, Tim. Como evitar conflitos. São Paulo, Futura, 2007.