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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA UMA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TRANSFORMAÇÃO POR MARA CRISTINA PALUMA CALILE ORIENTADOR NILSON GUEDES DE FREITAS Niterói 2007

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA UMA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL EM

TRANSFORMAÇÃO

POR MARA CRISTINA PALUMA CALILE

ORIENTADOR NILSON GUEDES DE FREITAS

Niterói 2007

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA UMA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL EM

TRANSFORMAÇÃO

APRESENTAÇAO DE MONOGRAFIA À UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES COMO REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇAO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM ORIENTAÇAO EDUCACIONAL. ORIENTADOR NILSON GUEDES DE FREITAS.

POR MARA CRISTINA PALUMA CALILE

Niterói 2007

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, irmãos que me incentivaram em

todos os momentos da minha caminhada. Acreditando

que é no estudo que me realizo enquanto pessoa e

profissionalmente. Também a Gabriel e Gisele, meus

filhos, e José Henrique e Vitória, os meus sobrinhos, que

sempre estiveram presentes, compreendendo a

importância deste momento na minha vida.

Dedico a Deus por conceder-me força para superar as

dificuldades encontradas.

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AGRADECIMENTO

Agradeço este trabalho imensamente ao meu orientador

Nilson Guedes de Freitas, que se envolveu totalmente e

pacientemente, abraçando o projeto com toda a sua

atenção para orientar e estimular.

A todo corpo docente do instituto “A Vez do Mestre”, que

direta e indiretamente contribuíram para o

desenvolvimento desse trabalho.

Agradeço à Jonilson, meu esposo, e Carla, minha irmã,

por tudo que vocês representam para mim e por me

ajudarem diretamente na confecção deste trabalho

acadêmico.

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EPÍGRAFE

“Saber que ensinar não é transferir conhecimento,

mas criar as possibilidades para a sua própria

produção ou a sua construção”. Freire (2002, p. 52)

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RESUMO

A presente pesquisa surgiu da questão: Qual é a função do Orientador Educacional numa escola onde os professores estão com dificuldades em auxiliar sua prática com a teoria construtivista? O tema abordado trata sobre o papel e importância do Orientador na educação. Abrange questões relacionadas às dificuldades encontradas pelos professores ao transmitirem seus conhecimentos a partir da concepção Construtivista, numa escola privada, no Município de São Gonçalo, relacionado à primeira etapa do ensino fundamental. Nesta perspectiva, este estudo objetiva refletir e investigar a função do Orientador Educacional numa escola que trabalha com o Construtivismo, buscando fundamentos na pesquisa bibliográfica. No referencial teórico, foram destacados obras de Abreu, Alves e Garcia, Ferreiro, Franco, Gadotti, Grinspun, Libâneo, Lück, Maia e Garcia, Piaget, Saul e Vygotsky que propiciam diversas maneiras para a mediação entre os conhecimentos, pois a Orientação passou de Orientação Vocacional para uma dimensão mais ampla. Atualmente esse trabalho está voltado para uma ação integradora que abrange todo universo escolar, priorizando igualdade de condições e mantendo relações com os protagonistas da escola. Na tentativa de formular atribuições teóricas para os docentes que utilizam a concepção Construtivista, foram destacadas, na pesquisa, as tendências pedagógicas. A partir desses conhecimentos, os professores devem avaliar as diferentes concepções que envolvem suas práticas pedagógicas. O Orientador precisa realizar um trabalho interdisciplinar, criando condições para o desenvolvimento do educando e o professor deve criar metodologias para a transmissão do conhecimento, evitando transmitir conteúdos prontos e acabados, pois atividades diversificadas desenvolvem a criatividade, autonomia e produtividade do aluno.

Palavras-chave: Orientador Educacional, Construtivista, tendências pedagógicas, professores e aluno.

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ABSTRACT

This research began from the question: What is the roll of an Education Advisor in a school, where it’s teachers presents difficulties applying the constructivism theory? The subject in question, the roll and importance of Education Advisor, the difficult in teaching applying the constructivism theory in a school in São Gonçalo, in the first grade. Under this perspective, this research will study the work of an Education Advisor inside a school that applies the constructivism theory. Looking for this specific knowledge in several books. Such as: Abreu, Alves and Garcia, Ferreiro, Franco, Gadotti, Grinspun, Libâneo, Lück, Maia and Garcia, Piaget, Saul and Vygotsky. Which provides several point of reflection since they transcend the Vocational Orientation to a wider dimension. Nowadays, this subject meant to convert into an integral action in the entire educational universe. Trying to keep the same values and conditions with the principal characters in the school. Trying to formulate attributions from the theory for those who apply the Constructivism conception, we indicate the pedagogical tendencies. From these knowledge, the teachers must be considering several conceptions that involve his pedagogical practice. The Advisor must provide a multi-skill work, creating conditions for the development of the educated. The teacher should create the methodology for transmitting the knowledge. Avoiding standard, ready and finished contents. After all several activities will develop creativity, autonomy e productivity of the student.

Keywords: Education Advisor, Constructivism, Pedagogical Approaches, teachers and student.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

1. A TRAJETÓRIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 12

2. AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA

ESCOLAR

21

3. O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NUMA ESCOLA COM

CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA

33

CONCLUSÃO 44

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 49

ANEXO 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇAO 54

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende discutir a função da Orientação

Educacional e as atividades realizadas a partir da concepção Construtivista,

pelos professores de uma escola privada no Município de São Gonçalo. A

intenção deste projeto é entender o papel do Orientador Educacional, que

trabalha diretamente com os alunos, auxiliando-os em seu desenvolvimento

pessoal e em parceria com os docentes, para compreender melhor o

comportamento dos estudantes e o seu processo de ensino-aprendizagem.

Nesta perspectiva, saber qual é a função do Orientador Educacional em

relação à instituição escolar, à organização e realização da proposta

pedagógica, enfatizando um trabalho coletivo e transformador, é premissa

básica desse trabalho.

A tendência construtivista com ênfase nas idéias interacionistas tem

como abordagem principal ver o aluno como construtor de seu conhecimento,

integrando as descobertas, as invenções e a valorização dos conceitos que são

elaborados com um processo importante para o seu aprendizado.

A partir da análise do método Construtivista adotado por uma instituição

de ensino, ficou constatado que parte dos professores encontra dificuldades

em compreender efetivamente a teoria que embasa a prática construtivista e

sua aplicação no cotidiano escolar. Por esse motivo, a utilização do material

construtivista sem um treinamento prévio tem sido alvo de descontentamentos

e frustrações relacionados ao desenvolvimento do docente, pois a

aprendizagem nesta instituição escolar ainda é avaliada numericamente por

meios de provas, trabalhos e testes. Com isso, os professores consideram que

não têm teoria suficiente para utilizar um novo material e acreditam que os

resultados não satisfazem as necessidades da comunidade e da escola.

Neste sentido, cabe ao Orientador Educacional buscar uma relação com

os professores, com o compromisso de sanar os problemas encontrados, pois,

seu trabalho não implica somente numa atuação centrada no aluno, devendo

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exercer uma atuação voltada para o contexto mais imediato como um todo (a

escola).

Partindo desta concepção é que emergiu o problema: Qual é a função

do Orientador Educacional numa escola onde os professores estão com

dificuldades em auxiliar sua prática com a teoria construtivista? Assim sendo, o

objetivo desta pesquisa é refletir e investigar sobre a função da Orientação

Educacional em uma escola que trabalha com o método construtivista. A partir

desses pressupostos, a metodologia adotada foi à pesquisa bibliográfica,

englobando a área de ciência estudada a Pedagogia e a Psicologia.

O tema em estudo tratará diretamente sobre o papel do Orientador

Educacional e sua importância no campo educacional. Abrangerá questões

relacionadas às dificuldades que alguns professores vêm encontrando ao

transmitir seus conhecimentos a partir da concepção Construtivista, numa

escola privada no Município de São Gonçalo, com relação a primeira etapa do

ensino fundamental.

Procurará, no decorrer dos capítulos deste trabalho de pesquisa, relatar

a função do Orientador numa mediação entre o passado e o presente,

acompanhando as principais tendências pedagógicas e o papel do Orientador

Educacional numa escola Construtivista.

Para tanto, a primeira parte deste trabalho, capítulo um, enfatizará a

trajetória do Orientador Educacional no Brasil, possibilitando uma reflexão

sobre o papel do Orientador e suas contribuições ao longo da história. Para

uma melhor reflexão, alguns autores foram convidados para serem parceiros

neste capítulo como: Alves e Garcia, Grinspun, LücK, Maia e Garcia, Milet,

Piaget.

O segundo capítulo recebeu contribuições de importantes teóricos

como: Abreu, Ferreiro, Gadotti, Grinspun, Libâneo, Lima, Luckesi, Paulo Freire,

Piaget, Vygotsky e, a partir desses conhecimentos, compreenderá as diferentes

tendências pedagógicas empregadas no cotidiano escolar e a teoria

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Construtivista. Observa-se que a prática envolvida pelos professores implica

em diferentes pontos de vista entre a sociedade e o meio que o indivíduo vive,

porém os conhecimentos dessas tendências darão condições aos educadores

em perceber o sentido amplo do seu trabalho, modificando sua prática sem se

preocupar com as dúvidas. Todavia, o Construtivismo ganhou espaço nas

escolas, nas quais o professor é mediador desta concepção pedagógica e os

alunos são direcionados a encontrar seus próprios percursos.

Por fim, o terceiro capítulo, foi desenvolvido com as contribuições de

Franco, Grinspun, Libâneo, Luckesi, Maia e Garcia, Piaget, Pimenta, Santiago

e Zasso, Saul e Silva. Neste sentido, a investigação da teoria sócio-

construtivista a partir da prática pedagógica dos docentes tem o objetivo

primordial de esclarecer alguns aspectos pedagógicos relacionados com a

contribuição do Orientador no processo de desenvolvimento do educando,

ajudando a alcançar o melhor meio de ensino-aprendizagem. É importante

destacar que o Orientador deve estar envolvido com o Projeto Político

pedagógico da escola, para auxiliar os docentes a planejar suas ações,

estabelecendo uma relação solidária para que ocorra a construção do

conhecimento através da integração, pois o professor precisa criar situações

interessantes para a transmissão do conhecimento.

Na concepção Construtivista, o professor orienta o aluno através da

aula expositiva, de maneira que ele seja o próprio interlocutor da sua

aprendizagem. Todavia, alguns professores vinham encontrando dificuldades

em auxiliar suas práticas pedagógicas com a teoria Construtivista, pois a

prática tradicional está presente no cotidiano da escola. É a partir desses

pressupostos que os professores precisam valorizar a descoberta e a

experiência dos educandos.

Espera-se que o presente trabalho possa contribuir para a evolução do

Orientador Educacional, servindo como base para a ampliação dos caminhos,

para a compreensão da aquisição do conhecimento relacionado com a

concepção Construtivista, ou seja, levar os professores a refletir sobre sua

prática pedagógica.

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1. TRAJETÓRIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Ao buscarmos o contexto atual do Orientador Educacional foi necessário

resgatar a trajetória da Orientação Educacional no Brasil, analisando suas

atribuições no decorrer da história. De acordo com Grinspun (2006, p.10), “à

medida que a Orientação passou do campo específico da Psicologia para uma

abordagem mais pedagógica, foram gerados novos conhecimentos (...)”.

No final do século XIX, apresentam-se diferentes abordagens sobre o

Orientador Educacional, pela igreja e pela família, revestidas de caráter

religioso ou moral. Nesta perspectiva, a Orientação Educacional obteve uma

característica marcante, que era a escolha da profissão ou ocupação,

preponderando os fatores internos do indivíduo.

No Brasil, mais precisamente em 1924, o Orientador Educacional surgiu

nas escolas numa época de muitas agitações e descontentamentos no campo

político-econômico. A partir daí, o Orientador surgiu como concepção de base o

psicológico, o terapêutico e o corretivo, para tentar resolver os problemas com

os quais se defrontava o indivíduo, relacionado à saúde e ao desenvolvimento

físico, problemas de sexo, sociais, econômicos e principalmente, à escolha da

profissão. Segundo Grinspun (2006, p. 23), “a Orientação reforçaria a ideologia

das aptidões naturais, fazendo crer que todos teriam a mesma oportunidade

nas escolhas efetuadas e nas decisões tomadas”.

É fundamental destacar que o Manifesto dos pioneiros em 1932, reagindo

ao desinteresse político pela Educação, explicação a implementação e a

importância do Orientador Educacional nas escolas. Neste sentido, o

Orientador tinha que lidar com questões que envolvia principalmente o aluno-

problema. Uma das questões principais reivindicadas era que todas as crianças

deviam ter direito a escola, sendo obrigatoriedade do Estado à manutenção

desse direito.

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A partir desses pressupostos, cabe ao Orientador preparar as futuras

gerações, permitindo, desta maneira, ao indivíduo o desenvolvimento pleno de

suas capacidades. Não só contribuindo para o desenvolvimento da conduta

relacionada ao indivíduo isoladamente, mas orientando-os na escolha

profissional.

Todavia, no âmbito da Educação, já comentavam-se reformas

educacionais visando a qualidade do ensino, numa perspectiva de

reconstrução da escola no contexto social. Neste sentido, enquadrar-se-ia o

papel do Orientador no contexto político, econômico das reformas estruturais

da educação, preparando as futuras gerações para vivenciar esta democracia

na sociedade.

Mediante isto, a Orientação Educacional evoluiu de Orientador Vocacional

para uma dimensão mais ampla. Nesta concepção, o comprometimento é com

a transformação social, conquistando o seu espaço institucionalmente de

acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1971.

A Lei 5.692/71 afirma a obrigatoriedade da Orientação Educacional nas

instituições de ensino, com o objetivo de dar assistência ao educando,

individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus. O objetivo

básico da Orientação é o desenvolvimento integral do educando, no sentido de

prepará-lo para o mercado de trabalho, de maneira realista e a sondagem de

aptidões no 1º grau. Nota-se que o trabalho do Orientador sempre esteve

voltado para o ajustamento do indivíduo ou a escolha da profissão, mantendo

uma integração com a família e a escola, como afirma o artigo 10 desta Lei,

“será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo

aconselhamento vocacional, em cooperação com os professores, a família e a

comunidade”.

Nesta perspectiva, a Lei definiu claramente a capacitação do Orientador

Educacional em cursos de formação em nível superior de graduação ou de

pós-graduação, com duração plena ou curta, para atuar nas áreas da

psicologia, familiar, profissional, recreativa e de saúde, contribuindo na

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formação do aluno. No entanto, a maioria dos Orientadores trabalha em prol do

sistema, resolvendo problemas que defrontava o aluno, que ia de problemas

relacionados à saúde e ao desenvolvimento físico, social e econômico, levando

a refletir sobre suas possibilidades para atender o mercado de trabalho.

O papel do Orientador era fazer com que o indivíduo se interessasse, se

esforçasse e escolhesse um caminho profissional e principalmente contribuindo

para a melhoria da educação. Nesta perspectiva, o aluno deve acreditar que

todos têm oportunidades iguais nesta sociedade. Segundo Maia e Garcia

(1984, p. 30),

(...) uma tendência marcante na ação do orientador: a de enfocar o aluno, a aprendizagem, a escola e de certa forma, a própria sociedade sob uma ótica psicologizante, uma vez que se perceba “problemas” e suas possíveis soluções como questão de caráter individual.

Como função disso, o Orientador propunha atividades ao indivíduo

cuidando de prepará-lo para tomar decisões consideradas racionais, ou seja,

corrigir os prováveis desvios, orientando-o a respeitar os valores, os costumes

e a se relacionar com essa diferença para adaptar-se com o meio social.

A partir dessa concepção, a trajetória do Orientador resulta num lugar de

destaque na Educação, pois, a Orientação Educacional e a Pedagogia

reuniram-se para atuarem juntas com a equipe pedagógica, planejando,

executando e avaliando toda a ação educativa. De acordo com Grinspun (2005,

p.21), os Orientadores encontram-se “(...) inseridos no planejamento, no

desenvolvimento e na avaliação do processo educativo”.

Nos dias atuais, o Orientador Educacional pode opinar, sugerir, prevenir,

propor, intervir, participar de toda ação educativa através do planejamento,

sendo, mais adaptado à realidade da comunidade escolar e do aluno, onde ele

pode estar inserido neste contexto educacional. Com isso, a atribuição do

Orientador Educacional consiste em manter um posicionamento dentro e fora

da instituição escolar.

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A Orientação Educacional, a partir da mudança do contexto social,

percebeu a valorização do seu perfil através dos conteúdos que estão sendo

transmitidos ao educando, como instrumentos de transformação na sociedade.

Assumindo um comprometimento com as causas sociais e um papel mais

político, tendo uma linha de trabalho voltada para as questões sociais,

econômicas, políticas e culturais como fontes fundamentais da sua prática,

contribuindo para os interesses reais das classes populares. Para Garcia (apud

ALVES e GARCIA, 2004, p. 14), “a escola transforma-se quando todos os

saberes se põem a serviço do aluno”.

Por isso, a escola tem como função promover assessoria na comunidade

através de programas, métodos e técnicas, mantendo uma ação integradora,

cabendo ao Orientador manter uma relação equilibrada e harmoniosa.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 5.692/71, a

Orientação propunha-se a atender as necessidades da comunidade local com

base nos dados coletivos. Para Lück (2005, p.35 e 36), “os aspectos de

assistência, inter-relacionamento pessoal e comunicação constituem-se em um

processo de consultoria”.

Para isso, a Direção, a Supervisão e a Orientação Educacional precisam

atuar em forma de apoio com o professor, participando do processo educativo

de maneira integradora. O papel do Orientador é manter um relacionamento

com o aluno, a família e a comunidade, a partir de um plano de ação, pois é

direcionado através do trabalho coletivo que se estabelece uma atuação

harmoniosa com os profissionais da educação.

A função do Orientador atualmente é desenvolver, junto com a equipe

pedagógica, um trabalho participativo, cujo currículo possa ser construído em

conjunto. Para compreender melhor o processo pedagógico, o Orientador

Educacional deve aproximar o projeto pedagógico da escola, através de um

trabalho integrado, abrangendo significativamente o universo escolar. Além

disso, o Orientador deve ajudar o educando a construir o conhecimento,

promovendo interação e envolvendo o sujeito ao meio social.

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As ações através das quais muitos Orientadores procuram atuar é através

de uma metodologia dinâmica e ativa, que contribua para a construção do

saber, vinculado aos erros e acertos dos educandos, favorecendo uma

integração no processo ensino-aprendizagem, estimulando muitas vezes a

troca de opiniões. Por muita das vezes, os Orientadores não possuem um

currículo a seguir, seu comprometimento é com a formação permanente com

que diz respeito a valores, sentimentos e atitudes, sempre analisando,

discutindo e, se preciso, criticando o que está sendo abordado. Cabendo a eles

trazer a realidade do aluno para o currículo escolar.

Todavia, os Orientadores são profissionais da equipe gestora (entende-se

como diretor ou dirigente escolar e os Orientadores e Supervisores) da

instituição escolar. Trabalham diretamente com alunos, ajudando-os em seu

desempenho pessoal, em parceria com professores, para compreender o

comportamento dos alunos e agir de forma adequada em relação a ele, seja na

instituição escolar, na organização e realização da proposta pedagógica, na

comunidade, orientando, dialogando e respeitando os pais e responsáveis.

A atuação do Orientador nos dias atuais, não pode ser mais tão somente

trabalhar o aluno, considerando-o problemático ou indisciplinado

individualmente, cabe a ele atuar de forma dialógica, contextualizada, coletiva,

comprometida com o cotidiano da escola, dos estudantes e de todos aqueles

que estejam envolvidos com a instituição escolar, realizando um trabalho que

engloba aspectos políticos, pessoais e sociais de cada cidadão.

É importante ressaltar que muitas pessoas, ainda nos dias atuais,

possuem uma visão fragmentada sobre o papel da Orientação Educacional no

Brasil, pois acreditam que estes devam trabalhar somente com alunos

problemáticos ou desajustados para adequá-los a escola e a sociedade que

estão inseridos, tendo em vista que o serviço prestado pelo Orientador esteve

sempre voltado para uma sociedade desigual, injusta e excludente.

À medida que o Orientador Educacional transmite seus conhecimentos

necessários para ajudar o educando na compreensão do mundo, ele atua com

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probabilidade de transformá-lo, mantendo a realidade do aluno presente nos

momentos da vida escolar. Segundo Milet (apud ALVES e GARCIA, 2004,

p.47),

todas as atividades que se realizam no espaço escolar devem ter como referência experiências significativas para os alunos em sua comunidade.

O Orientador Educacional, através de um sistema estruturado e

organizado de observação, registro e análise dos acontecimentos, deve

investigar a comunidade e o aluno, para ter elementos básicos que possibilitem

a transmissão de conhecimentos, que aproximam da realidade do educando,

tendo cuidado com os procedimentos que serão utilizados. Este procedimento

está relacionado à prática transformadora, que possibilita um trabalho coletivo,

em que todos os profissionais cooperam de acordo com a sua área de

conhecimento. Esta função integradora facilita a mudança social do indivíduo,

proporcionando uma relação recíproca nas suas atribuições com a comunidade

escolar.

Através do planejamento, o Orientador pode analisar as necessidades do

aluno, permitido focalizar uma ação específica, para compreender a realidade

social em que o processo pedagógico esteja inserido e como deve atuar. Neste

sentido, a prática do Orientador Educacional está relacionada em oferecer a

melhoria da qualidade do ensino, mantendo uma relação de ajuda,

promovendo uma transformação no contexto pedagógico, ou seja, em grupos

ou individualmente, ampliando-se uma interação mais plena na possibilidade

do indivíduo.

É fundamental que os Orientadores, através de reuniões pedagógicas,

estimulem os docentes a participarem das dinâmicas, discutam as experiências

obtidas, para compreender qual é a sua função dentro do contexto educacional.

Esta conscientização favorece o escutar e concede o direito a novas idéias,

pois, muitos docentes perdem seu interesse em conhecer o “novo”, mantendo

um padrão político e social, impedindo-os de enriquecer as práticas

pedagógicas. De acordo com Milet (apud ALVES e GARCIA, 2004, p.49),

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é tarefa do orientador educacional buscar elementos que propiciem debates sobre questões que, direta ou indiretamente, dizem respeito ao aluno, em relação ao processo ensino-aprendizagem, com o propósito de contribuir para a reflexão de escolar, que inclui professores, supervisores e equipe de direção.

À medida que o Orientador propicia uma conscientização no

comprometimento com a formação da cidadania do educando, prioriza a

igualdade de acesso e a qualidade do ensino. Cabe a ele também interiorizar a

incorporação de novos processos de ensino-aprendizagem na construção do

conhecimento, mantendo uma relação com os demais protagonistas da

instituição escolar. Assim, é possível desenvolver coletivamente um trabalho

pedagógico, compreendendo criticamente as diferenças que se tem no

processo educacional.

Deste modo, o Orientador precisa se manter num trabalho harmonioso e

coletivo na equipe pedagógica e os demais profissionais da escola. Neste

trabalho participativo, a construção do currículo parte do apoio de todos,

compreendendo as relações que se estabelecem com as pessoas, sabendo

que cada um tem funções específicas na área que exerce dentro da escola.

Portanto, cada um deve cumprir seu papel de ensinar/educar, promovendo

condições necessárias na formação da cidadania do aluno.

O Orientador Educacional como mediador deve buscar conhecimentos

necessários às fundamentações teóricas, para entender a evolução do tempo,

competindo com as transformações sociais que vêm ocorrendo no cotidiano

escolar, procurando explicar as contradições necessárias, as mediações

concretas, para ter uma educação justa e democrática, pois o avanço no

campo da Psicologia da Aprendizagem mostrou a autonomia da escola na

construção da sua Proposta Pedagógica. Estas são alternativas de que a

escola dispõe-se para um trabalho aliado com a formação do cidadão.

Segundo Piaget (apud Grinspun, 2003, p.148), “o sujeito é ativo na sua

essência e que ele se constitui como o é pela assimilação e acomodação que

realiza ao longo de seu desenvolvimento”.

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Cabe ressaltar, que a Orientação Educacional busca uma ligação entre a

teoria-prática, pois envolve não só os aspectos cognitivos, mais os valores da

própria prática. Partindo do cotidiano escolar, o Orientador procura a melhor

maneira de passar o conhecimento e de avaliar as relações escolares e como

pode intervir nesta relação. Portanto, cumpre o papel de ensinar/educar,

favorecendo as condições necessárias na formação da cidadania do educando.

Este posicionamento corresponde às expectativas que o Orientador

precisa para assumir em relação à participação das pessoas no processo

educativo, viabilizando um melhor relacionamento na prática do

aconselhamento, diante da prática, que era freqüente, de enviar o aluno para

ser modificado ou corrigido por causa do seu comportamento.

Atualmente, o Orientador vem atuando num trabalho interdisciplinar entre

fatos, situações, ações e emoções que ajudam a entender o que leva o

indivíduo a agir de maneira considerada imprópria, buscando desta maneira os

meios necessários que envolvam toda equipe pedagógica na relação do

processo ensino-aprendizagem, consubstanciando-os no papel de ensinar da

melhor maneira o aluno.

O perfil da Orientação Educacional tem como referência a de mediador,

cabendo analisar, investigar, discutir, refletir com todos aqueles que estejam

envolvidos no processo de construção do ensino-aprendizagem do educando,

socializando o conhecimento na formação do indivíduo enquanto um ser

integral. Tendo a preocupação e o comprometimento com a formação do aluno

no aspecto político, viabilizando as suas relações sociais.

Uma das concepções do Orientador é ajudar o educando a ter um nível de

expectativa referente à sua qualidade de vida. Resgata-se a realidade cultural-

popular, através dos costumes, regras e valores, para criar condições que

favoreçam o desenvolvimento das ações relacionadas à história, contribuindo

para a obtenção do sucesso e a ascensão social, partindo da responsabilidade

de cada indivíduo.

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A Lei 9394/96 valoriza o papel do Orientador Educacional no que se refere

à atuação como profissional da Educação, dando condições para atuar de

maneira crítica e em consonância com a escola/sociedade, como afirma o

artigo 2º desta lei. Por isso, as atribuições do Orientador Educacional devem

estar sempre relacionadas para a tarefa de ajudar o aluno a compreender as

complexidades da sociedade em que vive refletindo diante das mesmas, bem

como situar-se dentro da sociedade.

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2. AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR

Este capítulo apresenta os pressupostos de aprendizagem empregados

pelas diferentes tendências pedagógicas no cotidiano escolar, numa tentativa

de sistematizar a contribuição, teoricamente, para a formação dos professores

relacionada ao posicionamento que assumem em relação às finalidades

sociais.

A prática escolar está envolvida a condicionante de ordem sóciopolítico

que implica diferentes pontos de vista entre o homem e a sociedade e,

consequentemente, no modo como os professores realizam o seu trabalho e

sobre o papel da escola e da aprendizagem.

Diante isto, Libâneo (2006) analisa alguns modelos educacionais e

identifica algumas raízes que formam a prática pedagógica do Brasil, pois a

descrição das tendências pedagógicas pode influenciar como o educador

analisa e avalia o cotidiano e a prática escolar.

Dessa forma, as tendências pedagógicas foram classificadas em liberais

e progressistas. No primeiro grupo, está a tendência tradicional, a renovada

progressista, a renovada não-diretiva e a tecnicista. No segundo, a tendência

libertadora, a libertária e a crítica social dos conteúdos. Através do

conhecimento dessas tendências, o educador tem condições de avaliar os

fundamentos teóricos, considerando as diferentes concepções de linguagem

que perpassam cada uma. De acordo com Libâneo (2006, p.19),

(...) parte dos professores, provavelmente a maioria, baseia sua prática em prescrições pedagógicas que viraram senso comum, incorporadas quando de sua passagem pela escola ou transmitidas pelos colegas mais velhos.

Entretanto, há professores interessados numa prática mais conseqüente,

capazes de perceber o sentido amplo do seu trabalho e explicitar suas

convicções, pois se apegam às novas tendências e não se preocupam em

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refletir se essas tendências responderão as suas dúvidas. Sendo assim, o

Construtivismo tornou-se conhecido como uma nova linha pedagógica, que

vem ganhando espaço no cotidiano escolar. Essa linha pedagógica é um

método de ensino imprescindível para o processo de ensino-aprendizagem,

que vem ganhando espaço nas salas de aulas por mais de uma década,

contudo, alguns teóricos consideram como apenas uma proposta de trabalho e

outros como uma tendência pedagógica.

2.1. A relação entre Educação e Política

No contexto escolar, evidencia-se a necessidade de verificar os

pressupostos das diferentes tendências pedagógicas na prática docente,

refletindo sobre a implementação de política educacional diante a aquisição do

conhecimento numa sociedade que exige do aluno a capacidade de aprender e

assumir novos conceitos. As propostas de mudanças que acontecem na escola

ao longo do tempo vêm gerando novas estratégias educacionais mediante o

processo de ensino-aprendizagem. Para Lima (apud Grinspun, 2005, p. 99),

é interessante, lembrar que na atualidade o homem vive num tempo que também tem que saber lidar com as contradições, em que suas idéias são condicionadas por necessidades de variações e avanços, porém a rapidez dessas mudanças não representa qualitativamente uma evolução social.

A prática escolar consiste em transmitir diferentes concepções sobre a

evolução do comportamento do indivíduo e da sociedade. Estes pressupostos

estão inseridos nas relações professor-aluno e nas técnicas pedagógicas,

numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada dos

docentes.

No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações, revelam-se as

diversas tendências pedagógicas, considerando as diferentes concepções de

linguagem que perpassam o pensamento pedagógico dos brasileiros. Sendo

assim, os conhecimentos dessas tendências pedagógicas e dos pressupostos

de aprendizagem fornecem ao docente a condição de avaliar os fundamentos

teóricos empregados no cotidiano escolar. Segundo Grinspun (2006, p.108),

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a escola é o espaço de ensinar e aprender de forma sistematizada, constitui o acesso as fontes de produção do conhecimento cientifico e tecnológico e, portanto, é o espaço de formação da cidadania.

Mediante isto, os programas educacionais priorizam a igualdade de

acesso e a qualidade do ensino, desenvolvendo uma conscientização de

interiorizar uma educação que obtenha como desafio a incorporação de novos

processos de construção do conhecimento. Assim, a educação moderna surge

para configurar os confrontos sociais e políticos, como instrumento de

conquista da liberdade.

Sem dúvida, a educação adquiriu novas formas e novas construções na

ordem política e social, estabelecendo um ideal de democracia e de cidadania

vinculada às diversas lutas populares pela escola e também pelo saber,

ocorridas ao longo do tempo, dando sentido ao verdadeiro processo de

formação e constituição do cidadão.

A educação tem um papel fundamental na sociedade que é de formar

um ser social. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do

nascimento das pessoas, pois, são a elas impostas por mecanismo de coerção

social. Os fatos manifestam-se de maneira coletiva, como as formas de

habilitação, de comunicação, os sentimentos e a moral. Nesta perspectiva, os

diversos fenômenos que ocorrem na sociedade têm como finalidade o

equilíbrio social.

2.1.1. Conhecendo as Tendências Pedagógicas Liberais

A Pedagogia Liberal surgiu no sistema capitalista para defender a

predominância da liberdade e dos interesses individuais da população. De

acordo com Libâneo (2006, p.21), “a pedagogia sustenta a idéia de que a

escola tem como função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis

sociais, de acordo com as aptidões individuais”.

Assim, pressupõe-se que o aluno precisa adaptar-se aos valores e

normas vigentes na sociedade, através da cultura do indivíduo. Essas

diferenças culturais não são consideradas pelo sistema educacional, pois a

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escola passa a difundir a idéia de igualdade de oportunidades, sem considerar

a desigualdade de condições do educando.

A educação liberal fundiu-se na Pedagogia Tradicional, acentuando-se

no ensino humanista. Nesta tendência pedagógica, o discente é educado para

atingir sua plena realização, através unicamente do seu esforço. Neste sentido,

a prática escolar não contém relação com o cotidiano do aluno, pois a função

da escola é prepará-lo para o desempenho de papéis sociais de acordo com as

suas aptidões.

O ensino-aprendizagem da Pedagogia Tradicional consiste em repassar

os conhecimentos para o espírito da criança, pois ela tem a capacidade

idêntica do adulto em assimilar o conteúdo, sem levar em consideração as

características próprias de cada um. A criança é vista como um adulto em

miniatura, sendo menos desenvolvida.

Os seguidores desta corrente baseiam-se na organização lógica do

pensamento, o que presume a necessidade de regras, do bem falar e do bem

escrever. No ensino de Língua Portuguesa, predomina o uso da gramática,

com ênfase nos exercícios repetitivos e de recapitulação da matéria, exigindo

uma atitude receptiva e mecânica do aluno, a avaliação é realizada através de

exercícios de casa e de provas.

A tendência Liberal Renovada Progressista continua a preparar o aluno

para assumir sua função na sociedade, adaptando as necessidades do

educando ao meio social. Segundo Libâneo (2006, p.22), “a escola renovada

propõe um ensino que valorize a auto-educação (o aluno como sujeito do

conhecimento)”.

Nesta tendência, defende-se a idéia de aprender fazendo, centrada no

aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o

estudo do meio natural e social, levando em conta os interesses do educando,

sendo o ambiente escolar apenas um meio estimulador. O aprender torna-se

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fundamentalmente uma atividade de descoberta. Para Piaget (apud Franco,

2004), é a tomada de consciência.

Na tendência Renovada não-diretiva, acentua-se todo um esforço na

mudança dentro do educando, ou seja, há uma adequação pessoal às

solicitações do ambiente. Nessa tendência, a escola tem a função na formação

de atitudes, por esse motivo à escola está mais preocupada com os problemas

psicológicos do que os pedagógicos e os sociais. O processo de ensino-

aprendizagem dá-se na relação com o “eu”, sendo o educador apenas o

facilitador, o que torna a avaliação um processo sem sentido, privilegiando-se a

auto-avaliação.

A escola Tecnicista atua diretamente produzindo indivíduos competentes

para o mercado de trabalho (o sistema capitalista), não se preocupando com as

mudanças sociais. Ela articula diretamente com o sistema produtivo,

empregando a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia

comportamental.

Essa escola é baseada na teoria de aprendizagem, vê o aluno como

depositório passivo dos conhecimentos, sendo acumulados na mente através

de associações. De acordo com Libâneo (2006, p.23), “(...) o essencial não é o

conteúdo da realidade, mas as técnicas (forma) de descoberta e aplicação”.

Os processos empregados vão da instrução programada e molde

sistêmico ao controle que assegurarão a transmissão/recepção de

informações. A relação professor-aluno é técnica, pois a aprendizagem é vista

como mudança de comportamento, no mecanismo de estímulo e resposta. A

avaliação é feita através de provas escritas, que verifica o que o aluno

aprendeu.

A Pedagogia Tradicional foi implantada no Brasil a partir da Reforma do

Ensino, com a Lei 5.692/71, prevalecendo às influências do estruturalismo

lingüístico e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação.

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Sob a ótica de Luckesi (1994) o principal objetivo da Pedagogia Liberal

Tecnicista é preparar os indivíduos para o mercado de trabalho.

2.2. Tendências Pedagógicas Progressistas

A Pedagogia Progressista parte de uma análise crítica das realidades

sociais, mantendo implicitamente as finalidades sócio-políticas da educação.

Na sociedade capitalista, constitui-se como instrumento de luta dos docentes

ao lado de outras práticas sociais e com isso não tem como estabelecer-se.

A escola Libertadora, conhecida como Pedagogia de Paulo Freire, é

vinculada à luta e organização de classe do oprimido, pois o saber é mais

importante que a descoberta. Por isso, que a Pedagogia Libertadora ultrapassa

os limites da Pedagogia, situando-se no campo da política, da economia e das

ciências sociais. Para Gadotti (1988), Paulo Freire no conhecimento não pode

ser reelaborado e reordenado, pois os próprios conhecimentos dos indivíduos

vão se apropriando de outros.

O processo de aprendizagem deve decorrer da codificação de uma

situação-problema que será analisada, envolvendo exercício abstrato, por meio

de representações da realidade concreta para alcançar as razões dos fatos. De

acordo com Libâneo (2006), “(...) aprender é um ato de conhecimento da

realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo aluno, e só terá sentido

se resultar de uma aproximação crítica da realidade”.

Todavia, o conhecimento que o indivíduo transfere representa uma

resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de

compreensão, crítica e reflexão.

A ênfase na aprendizagem informal, via grupo é realizado na Pedagogia

Libertária. O pressuposto desta tendência é vivido somente pelo educando,

sendo utilizadas situações novas, pois o saber sistematizado somente é

possível se for prático.

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Esta Pedagogia visa favorecer o desenvolvimento do educando,

procurando valorizar a produção textual, além da negociação dos sentidos na

leitura, tendo a preocupação em formar indivíduos livres e conscientes,

capazes de revolucionar a sociedade. É fundamentado na obra dos

pensadores anarquistas.

Diferentemente da Libertadora e da Libertária, a Pedagogia Crítico-social

dos Conteúdos consiste na preparação do indivíduo para o mundo das pessoas

mais velhas e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumento, por meio da

aquisição de conteúdos e da socialização, para participar de uma sociedade

organizada e ativa na democratização.

O papel da instituição escolar tem como propósito integrar os aspectos

material e formal do ensino, transmitindo conteúdos que sejam significativos

para o aluno, partindo do que ele já sabe, adquirindo uma visão mais clara e

unificada. A escola como mediadora cumpre o papel de transmissão e

assimilação dos conhecimentos, inseridos no mundo social dos homens, que é

objetiva e histórica.

Nesta pedagogia, considera-se que a instituição de ensino na sociedade

não é mera casualidade, mas a resposta das necessidades e exigências

sociais de cada modalidade e ação formativa existentes.

2.3. Uma nova linha pedagógica: o Construtivismo

O Construtivismo desenvolveu-se após a Lei 9.394/96, revalorizando as

idéias de Piaget (2004), que foi um dos seus precursores. Ele pesquisou

cientificamente como se estrutura o conhecimento do pensamento, da ação ou

da linguagem do sujeito e sua interação com o meio social e físico. Vygotsky e

Wallon, através da psicologia cognitiva, também conceberam que o

conhecimento resulta da ação que se passa entre o sujeito e o objeto. Nesta

concepção pedagógica, o professor é o mediador, direcionando os alunos a

encontrarem os seus próprios caminhos.

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A teoria de Piaget (2004) partiu da Biologia, pois era biólogo, passando

pela psicologia para chegar à epistemologia genética, apesar de não ser

psicólogo. A ligação entre a biologia e a psicologia deu-se de fato quando

começou a ver a inteligência como o principal meio de adaptação do indivíduo

com o meio, ele definiu sua pesquisa em três conceitos fundamentais:

interação, assimilação e acomodação.

Conforme mencionado anteriormente, a epistemologia genética é uma

fusão das teorias existentes, pois Piaget (apud Davis e Oliveira, 1994) não

acreditava que todo conhecimento seja a priori, inerente ao próprio indivíduo

(apriorismo), nem que o conhecimento provenha totalmente das observações

do meio em que vive (empirismo). Sendo assim, em vários lugares do mundo

até os dias atuais, as teorias de aprendizagem dividem-se em duas grandes

correntes: o empirismo e o apriorismo.

Na psicologia Gestalt, encontra-se o apriorismo, cujo conhecimento

produz-se no indivíduo como uma capacidade interna inata. As práticas

pedagógicas dão importância à motivação, possibilitando ao professor a mexer

com o interior do aluno, tornando possível o processo de ensino-aprendizagem.

O empirismo é encontrado no behaviorismo representado pelos

pensadores J. Watson e B. F. Skinner (apud, Franco, 2004). Sob a ótica desta

teoria, o conhecimento é produzido através da experiência, na relação sujeito-

objeto. Essa prática pedagógica tem o objetivo primordial de transmissão dos

conteúdos do professor para o aluno. Sendo o professor o verdadeiro sujeito

da aprendizagem, pois ele planeja o ato de ensinar. O trabalho do educador se

resulta no aluno como um mero objeto.

Piaget (2004) afirmou em seus estudos que os conceitos espaciais vão

sendo construídos progressivamente a partir das experiências de

deslocamento das crianças, pois o desenvolvimento é construído pelo sujeito

em sua interação com o meio.

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A origem do Construtivismo fundamentou-se, principalmente, a partir dos

estudos da psicóloga Emilia Ferreiro (1992) na Suíça com Jean Piaget. Nessa

experiência com o mestre, analisando a construção do conhecimento da

criança, Ferreiro procurou observar como a criança realiza a construção da

linguagem escrita. De acordo com Ferreiro, (1992, p. 102), “(...) entender que a

aprendizagem de um código de transcrição: é a construção de um sistema de

representação”.

Para maior compreensão, Ferreiro (1992) pesquisou a fundo, e

especificamente, o processo intelectual pelos quais as crianças aprendem a ler

e a escrever, batizando de construtivismo sua própria teoria. Com isso, muitos

professores estão renovando a sua prática pedagógica, enfatizando o processo

de leitura e escrita como fenômenos sociais que ultrapassam os limites da

escola.

No Brasil, o Construtivismo começou a ser divulgado a partir da metade

do século XX, quando foram criadas algumas escolas experimentais,

procurando dar prioridade à maneira que o aluno compreende o mundo. Neste

ponto de vista, a aplicação do Construtivismo possibilitou a formação de alunos

capazes de irem além do mero conhecimento assimilado, pois o

desenvolvimento intelectual deve ser considerado através da capacidade que

cada aluno ao se adaptar ao meio.

O processo de ensino-aprendizagem na perspectiva construtivista

enfatiza que o aluno fique bom no raciocínio, com mais senso crítico, pois o

construtivismo estimula a descoberta do conhecimento pelo aluno, evitando

afogá-lo com informações prontas e acabadas. De acordo com Abreu (2000,

p.40),

(...) perspectiva construtivista, o conhecimento não é concebido como uma cópia do real, incorporado diretamente pelo sujeito: pressupõe uma atividade, por parte de quem aprende, que organiza e entrega os novos conhecimentos aos já existentes. Isso vale tanto para o aluno quanto para o professor em processo de transformação.

Assim, o educador pode criar situações interessantes para transmitir

esses conhecimentos, fugindo assim da rigidez da prática tradicional. Neste

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caso, o professor deve evitar transmitir conteúdos preparados, mas se for

necessário não hesita em valer-se do processo de mecanização, mais o

professor deve escolher o momento oportuno e criar situações interessantes

para transmitir esses conhecimentos.

Cada discente tem um processo particular de aprendizagem, cabendo

ao docente acompanhá-lo e fazer interferência no momento adequado. Além

disso, o construtivismo valoriza o trabalho em grupo, em que o docente tem

uma presença motivadora e menos impositiva. O professor precisa ter uma

mentalidade aberta, atitude investigadora, senso crítico e tendo sensibilidade

para tornar as aulas significativas aos olhos do educando, sustentar uma

relação que se baseia na qualidade e não no autoritarismo. Assim, é

fundamental ter um Orientador Educacional junto com o docente para servir de

interlocutor, que possa refletir a sua prática pedagógica.

O Projeto Pedagógico de uma escola tradicional não favorece o trabalho

do professor que resolva trocar a sua prática, tornando extremamente difícil

manter a proposta construtivista, pois essa concepção não oferece ao

professor instrumentos tão seguros e precisos no que diz a respeito ao seu

trabalho no cotidiano escolar.

Nesta proposta, o aluno é avaliado permanentemente, pois a avaliação é

compreendida como um processo contínuo, diferente de outras tendências

pedagógicas. No construtivismo, a avaliação tem um caráter de diagnóstico,

não possui o certo e nem o errado. O professor também se auto-avalia e,

quando necessário, toma outro rumo.

No Construtivismo, a prova tem um peso inferior do que no ensino

tradicional, pois não é o único instrumento que verifica o rendimento do aluno,

que é avaliado pelo desempenho no dia-a-dia. Quando ocorre o erro, o

professor toma-se como um valioso indicador para chegar até o acerto, tendo o

cuidado de que a correção se transforme numa situação de aprendizagem e

não de censura.

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Numa escola Construtivista, a sala de aula é um espaço físico com

regras de funcionamento para trabalhar com muitos jogos de encaixe e outros

materiais diversificados. O ritmo da sala de aula é dado pelos alunos, cabendo

ao educador manter o equilíbrio entre a liberdade e a bagunça, de maneira que

não iniba o aluno. Segundo Franco (2004, p.36),

possibilitar que ela construa conhecimentos novos, e não só a partir dos objetos, mas a partir das ações que ela exerce sobre os objetos, enriquecidas pela participação de outras crianças nesse processo de interação.

A aprendizagem é algo intrínseco, que se passa no interior do aluno,

levando em conta suas capacidades, suas aptidões, seus interesses e suas

necessidades. O professor deve desenvolver aulas bem planejadas,

considerando o aluno como o centro de suas atividades, tendo em vista o

desenvolvimento de sua personalidade de forma integral, pois na medida em

que o aluno efetiva uma nova aprendizagem, aumenta seu conhecimento,

modificando sua maneira de perceber, adquirindo outros comportamentos.

Para Vygotsky, a perspectiva Construtivista ressalta um movimento

permanente que se faz presente na ação pedagógica dos professores entre a

teoria e a prática, isto é, entre conceitos e princípios teóricos, tendo a

necessidade de transformá-lo em ações práticas realizadas em sala de aula.

Assim, Vygotsky (1991) elaborou o conceito de Zona de

Desenvolvimento Proximal, que se entende naquilo que o aluno é capaz de

realizar com o apoio de outro, neste momento poderá ser realizado de forma

independente, tornando-se então desenvolvimento real. Segundo Vygotsky

(1991, p.112),

a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.

Todavia, a escola deve propiciar à criança a chance de aprender, tendo

um ambiente construtor que possibilite uma conscientização da importância do

educador - educando, e que todos os processos de ensino-aprendizagem

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passam por uma interação muito forte entre o sujeito da aprendizagem e o

objeto. A partir disto, pode-se dizer que estamos construindo novos

conhecimentos.

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3. O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

NUMA ESCOLA COM CONCEPÇÃO

CONSTRUTIVISTA

Este último capítulo tem como finalidade investigar alguns aspectos

pedagógicos sobre o papel do Orientador Educacional, fundamentado numa

abordagem Construtivista, promovendo meios para compreender a aquisição

do conhecimento por parte do aluno.

Nesta concepção de educação, cabe ao Orientador Educacional

procurar resgatar através do meio social, a realidade cultural, para ajudar o

aluno a ultrapassar suas necessidades. Para Grinspun (2006, p.49),

o orientador procura ser um mediador nessa busca, ajudando o aluno a ultrapassar suas necessidades e criar outras, para que ele ganhe autonomia, ajudando-o, dessa forma, a compreender as realidades sociais e sua própria experiência.

Neste sentido, o processo de ensino-aprendizagem dá-se a partir do

contato com a realidade social do educando, com as pessoas e com o meio

ambiente no qual se adquirem valores, atitudes e habilidades, resgatando

dessa maneira a realidade do educando. Cabe ao Orientador promover o

processo de ensino-aprendizagem que seja significativo. Isto é, o

conhecimento precisa fazer sentido para o educando.

Assim, o Orientador Educacional deve propor atividades práticas,

aplicadas ao contexto atual, para serem desenvolvidas individualmente ou em

grupos. Orientar o educando para o desenvolvimento de suas capacidades no

sentido amplo. A partir daí, o aluno compreenderá o porquê e para que

aprende, desenvolvendo expectativas positivas em relação à aprendizagem,

podendo melhorar a qualidade do ensino. De acordo com Silva (2000, p.32),

o modo como cada criança constrói o conhecimento é muito diverso, e provavelmente envolve diferentes caminhos: percepção, ação, memória, imitação, classificação, ordenação, significação.

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Nesta perspectiva, cabe ao Orientador Educacional buscar meios

necessários para que a instituição escolar cumpra seu papel em relação ao

processo de ensino-aprendizagem, promovendo condições básicas para a

formação da cidadania. Contudo, o Orientador precisa procurar conhecimentos

necessários para compreender o novo tempo que vivemos na sociedade

através das tendências pedagógicas classificadas por Libâneo (2006).

Na educação tradicional, o papel do Orientador está caracterizado numa

abordagem terapêutica e psicológica, destinada aos alunos-problemas. Neste

sentido, o objetivo do Orientador era ajustá-los aos modelos apresentados pela

escola, comunidade e família.

O papel do Orientador na educação renovada progressista era buscar

auxiliar o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Segundo Piaget (1994, p. 36),

“para a criança, a construção desse conhecimento exige elaboração, ou seja,

uma ação sobre o mundo”.

A partir desses pressupostos, o Orientador Educacional precisa estar

centrado na realidade do aluno, envolvido com o Projeto Político Pedagógico

(PPP) da instituição escolar, garantindo assim a qualidade de ensino, e

conhecendo o cotidiano da comunidade local com o apoio de todos aqueles

que trabalham na instituição.

O PPP deve ter como premissa básica o alcance de objetivos que

correspondam aos interesses e necessidades do educando, garantindo-lhes

igualdade de condições de acesso e permanência na instituição. Segundo

Santiago e Zasso (apud Veiga, 1996, p.180):

é importante salientar que os aspectos mais significativos que caracterizam a experiência aqui relatada são a identificação com a comunidade local, buscando alternativas que imprimem dimensão política à ação pedagógica, e o processo de “abertura” da escola, construindo parcerias que auxiliam o grupo na teorização de suas práticas (...).

Por isso, o PPP auxilia na busca de novos percursos para ajudar os

professores a planejar ações de mudanças. Esta proposta estabelece na

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instituição uma relação mais solidária no cotidiano escolar, superando o

autoritarismo na organização disciplinar da escola. Neste sentido, o trabalho

exige o comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo, tendo

uma interação, através da reflexão, às ações necessárias à construção da

realidade.

Na educação não-diretiva, a função do Orientador é de facilitador de

mudanças, pois ele precisa estar preocupado com os problemas psicológicos

do que o pedagógico. Assim, estabelecer uma harmonia favorável à mudança

que ocorre dentro do sujeito, ou seja, adequação pessoal às solicitações do

meio social. Para Luckesi (2005, p. 59), “o resultado de uma boa educação é

muito semelhante ao de uma boa terapia”.

Na educação tecnicista, o papel do Orientador Educacional possui uma

abordagem técnica em seu processo. Isto é, o Orientador precisa identificar as

aptidões dos alunos para um determinado mercado de trabalho,

acompanhando o desempenho dos alunos nos estágios.

O perfil do Orientador na educação libertaria era assessorar o docente,

na medida em que ele desenvolva seu trabalho como um orientador dos seus

alunos. Neste sentido, caberia ao Orientador questionar a forma de poder e

autoridade, pois o que interessa é crescer dentro da vivência grupal. Esta

educação é denominada como “bancária”, sendo visada apenas em depositar

informações, daí uma educação crítica.

Na educação libertadora, o trabalho do Orientador está relacionado em

procurar captar o mundo real do educando, enfocando o histórico, o concreto e

o real, questionando as relações do indivíduo com a natureza e com os outros

sujeitos. A partir desse pressuposto, o Orientador deve desenvolver estratégias

para facilitar o diálogo entre os protagonistas do processo educacional,

procurando que evidencie o que foi aprendido, sem decorrer da memorização,

mas chegar a um nível crítico de conhecimento.

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O papel do Orientador na educação crítico-social dos conteúdos,

consiste em atuar na preparação do educando para o mundo do adulto e suas

contradições. Nesta perspectiva, o Orientador precisa ser um mediador,

ajudando o educando a ultrapassar suas necessidades e criar outras, para ele

alcançar autonomia para compreender as realidades sociais.

Na evolução teoria-prática da Educação, uma tendência que atualmente

se destacou foi o Construtivismo. A partir daí, o Orientador Educacional precisa

ter uma visão clara da construção do conhecimento, pois é através do processo

dinâmico que o aluno se sente estimulado. Como função disso, a concepção

Construtivista corresponde um processo mútuo no qual ambos aprendem.

Segundo Libâneo (2006, p. 25), “(...) integração se dá por meio de experiências

que devem satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as

exigências sociais”.

Neste sentido, a prática pedagógica precisa suprir as necessidades do

discente num processo ativo na transmissão/assimilação do conhecimento.

Todavia, a concepção do Orientador está vinculada às descobertas de aptidões

individuais, ajustamento do comportamento e informações sobre algumas

profissões, ajudando-o a se estabelecer na sociedade.

A prática pedagógica irá contribuir através de conteúdos relacionados

com as experiências do educando, articulados a partir de uma prática social,

valorizando a cultura e, sobretudo a experiência concreta dos alunos. Neste

percurso, o Orientador necessita trabalhar com o professor e integralmente

com o aluno, pois a concepção Construtivista resulta da interação do sujeito

com o ambiente. De acordo com Piaget, (apud Grinspun, 2006, p. 43) “(...) os

estudos mostram que cada criança constrói, ao longo do processo de

desenvolvimento, seu próprio modelo de mundo”.

A partir daí, o Orientador deve buscar desenvolver o processo de

ensino-aprendizagem, valorizando o conhecimento do educando. Neste

sentido, deve considerar a aprendizagem como um processo de interação, que

se constitui com a realidade sócio-histórica.

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O Orientador Educacional deve estar sempre voltado na tarefa de ajudar

o aluno a compreender as complexidades da sociedade em que vive,

analisando a proposta contida na lei 9.394/96, para contribuir da melhor

maneira possível.

A partir desses pressupostos, o Orientador deve trabalhar o meio

externo do educando para atingir a aquisição do conhecimento, adquirindo um

movimento que propicia o saber organizado, que informará uma nova prática e

assim sucessivamente.

É a partir de uma reflexão que o Orientador consegue entender as

dificuldades dos educandos, facilitando assim uma organização antes de agir,

tendo tempo para detectar o problema, para reorganizar-se de acordo com o

sistema de ensino. Por isso, o Orientador precisa conhecer a comunidade local

como um todo, identificando os diversos percursos da atualidade do aluno, pois

a instituição escolar é o principal meio de relações disciplinares que constroem

o aluno. Segundo Santiago e Zasso (apud Veiga, 1996, p.188),

(...) toda a ação pedagógica da escola num espaço-tempo suficiente para que haja construção do conhecimento, conscientização e envolvimento da comunidade na busca de soluções para seus problemas.

Dessa maneira, dentro da instituição escolar o Orientador Educacional é

responsável em realizar uma prática pedagógica que mobilize a comunidade

como um todo, contribuindo para socializar o saber do aluno, para que ocorra a

construção do conhecimento através da integração e envolvimento da escola

com a sociedade.

Desempenhando esta integração o resultado será um conhecimento

amplo, que busca adequar as realidades às orientações dadas, visando o

ajustamento do educando à sociedade, levando a descoberta de novos

métodos de produção e criação de novos produtos. Mediante isto, a educação

é uma prática social que vem ultrapassando barreiras através das atividades

orientadas pelo Orientador. Neste sentido, ele é visto como um agente de

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mudança, pois possui um pensamento em relação ao seu trabalho dentro e

fora da escola, comprometido com a formação da cidadania do educando.

Para compreender o desenvolvimento do educando, o Orientador

precisa manter uma relação com o meio social, compreendendo o exercício da

cidadania. Neste sentido, o processo de aprendizagem precisa ser criativo e

inovador na prática pedagógica do professor. Sendo assim, é necessário que o

Orientador assuma um posicionamento reflexível em relação ao

desenvolvimento do aluno. De acordo com Maia e Garcia (1995, p.52), “o

conhecimento é resposta aos desafios que a prática coloca e possibilita uma

nova prática, enriquecida pelo novo conhecimento”.

A construção do conhecimento progride devido às representações da

realidade, consequentemente, quando o aluno usufrui experiências concretas.

A aprendizagem deve ser centrada através de projetos, permitindo o

experimentador verificar suas abordagens sobre o conhecimento,

compreendendo a formação que se concebe no seu desenvolvimento. A partir

daí, o Orientador precisa compreender que o aluno possui uma lógica de

funcionamento mental que se diferencia do pensamento de um adulto.

Nesta integração com o adulto, o Orientador necessita criar um

entrosamento envolvendo professor/aluno num processo contínuo de trocas

entre o organismo vivo e o meio ambiente. Contudo, procurando englobá-lo

num processo de reflexão coletiva, pois este entrosamento é fundamental para

a construção do conhecimento. Sob a ótica de Grinspun, (2005, p. 93)

a Orientação Educacional tem um compromisso com os alunos – em primeiro lugar, buscando que eles refletem e compreendam o mundo de valores – em especial a ética – que circunda o nosso meio.

A partir desses pressupostos, o Orientador precisa resgatar através

dessa integração a realidade cultural do educando, acompanhando sua

evolução, ajudando-o a identificarem as suas aptidões, compreendendo sua

própria realidade. Neste sentido, o papel da instituição escolar é buscar meios

necessários para suprir a função de ensinar/educar, favorecendo condições

necessárias na formação da cidadania dos alunos.

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A escola transmite amplamente conhecimentos que são produtos de

uma construção dinâmica, que opera na interação constante entre o saber e os

demais saberes, entre o que o discente aprende na instituição escolar e o que

ele traz. Neste sentido, o Orientador precisa observar o que ele representa

nesse processo de ensino-aprendizagem contínuo e permanente, sendo

interferido com os fatores políticos, sociais, psicológicos e culturais. Para

Grinspun, (2003, p.154),

a escola tem um papel muito importante no desenvolvimento dessas ações, e sua função social enfatizada pela interação social assume relevância na questão da formação do indivíduo. A partir da interação social, como diz Vigotsky, o indivíduo internalizará os elementos de sua cultura, construindo seu universo intrapsicológico a partir do mundo externo.

Nessa fase, o Orientador precisa trabalhar para alcançar o

desenvolvimento integral do educando, no entanto é preciso fazer com que o

aluno se interesse, se esforce e escolha o caminho a trilhar. Essa atribuição

deve ser voltada para a difícil tarefa de ajudar o aluno a entender as

complexidades da sociedade em que vive refletindo diante das mesmas, bem

como situar-se dentro desta sociedade. O aluno certamente dará contribuições

e, portanto, dará valor.

Para entender o trabalho em toda a sua especificidade, o Orientador

precisa entender a concepção Construtivista e suas relações sociais, sendo

necessário conhecer a sociedade como um todo, nas dimensões econômicas,

políticas, culturais, psicológicas, sociais e pedagógicas. Neste sentido, a função

do Orientador é mobilizar o meio externo do educando propiciando o contato

com a realidade.

A partir desses pressupostos, o Orientador identifica os diversos

percursos da atualidade para que o aluno possa reconhecer o local que vive e

suas implicações. Diante desta realidade, ele precisa estar preparado para

desempenhar uma formação critica e reflexiva buscando percursos adequados

para o local vivido.

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3.1. O desafio do docente relacionado à teoria

Construtivista

O Construtivismo estimula a descoberta do conhecimento pelo o

educando, cabe ao professor escolher o momento oportuno e criar situações

interessantes para a transmissão do conhecimento. Neste sentido, o professor

precisa fugir da prática tradicional, para isso ele deve articular as diversas

práticas pedagógicas, permitindo que o aluno aprenda interagindo com o meio

que o rodeia.

É importante ressaltar que as práticas pedagógicas adotadas pelos

professores numa tentativa de compreender os métodos de ensino são

essenciais para o desenvolvimento do indivíduo. A partir daí, a prática docente

tem uma função fundamental no processo de transformação da sociedade ao

longo do tempo. A seguir, identificaremos o papel do professor, tomando como

base as tendências educacionais destacadas por Libâneo (2006), relacionadas

às teorias da educação tradicional, na educação liberal renovada progressista.

Percebe-se na educação tradicional que a escola transmite

conhecimentos acumulativos, preparando o lado intelectual e moral do

educando. O professor transmite os conteúdos como forma de verdade

absoluta, impondo disciplina de estudo e de comportamento a fim que o

processo de ensino-aprendizagem seja receptivo e mecânico, o aluno deve

apenas aprender os conhecimentos e os valores sociais acumulados pelas

gerações adultas. Sendo assim, a avaliação é feita por verificações de curto e

longo prazo através de exercícios, interrogações orais, provas escritas.

A escola que atua com princípios da educação liberal renovada

progressista tem como questão fundamental o eixo no sentimento

racionalizado, no aspecto cognitivo. Os processos pedagógicos estão

vinculados ao interesse, na espontaneidade, sendo referidos nas contribuições

da biologia e na psicologia do desenvolvimento.

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Diante de uma Pedagogia inspirada na epistemologia genética, o

Construtivismo trouxe um entendimento da capacidade intelectual do indivíduo,

ou seja, como se evolui o raciocínio nas diferentes etapas do desenvolvimento

cognitivo do sujeito. Para Luckesi (1994, p.58), “(...) aprender se torna uma

atividade de descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas

o meio estimulador”.

Assim, o docente que atua com princípios da Pedagogia Liberal

Renovada Progressista, no cotidiano escolar, deve valorizar as tentativas

experimentais, a descoberta, a pesquisa que favoreça a iniciativa, a

curiosidade no perguntar e no responder junto com os alunos, porém a prática

do professor é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo do educando e

intervindo quando for necessário.

O professor deve orientar o processo construtivo do aluno, cuja

valorização só seria possível se descoberta no cotidiano. A aula é meramente

expositiva, o educador precisa planejar um trabalho didático pedagógico de

maneira que o aluno seja interlocutor de sua própria aprendizagem. De acordo

com Franco (2004, p. 19),

(...) na medida que o sujeito interage (e portanto age sobre si e sobre ação do objeto) que ele vai produzindo sua capacidade de conhecer e vai produzindo também o próprio conhecimento.

O percurso para obter o significado da aprendizagem reflete-se numa

prática pedagógica com estratégias, adotadas para trabalhar conteúdo

específico, a avaliação deverá ser de maneira permanente com materiais a

serem utilizados com motivação constante, na organização sistemática do

processo.

Mediante isso, deve-se considerar o fato que é difícil uma instituição

escolar modificar o seu trabalho pedagógico, pois o Construtivismo exige que o

professor seja um agente social, pois não basta saber que o processo de

ensino-aprendizagem constrói-se na interação do indivíduo com o objeto. As

dificuldades que alguns docentes encontram ao adotarem esta concepção são

inúmeras, como por exemplo, numa escola tradicional, não há favorecimento

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ao trabalho do professor, pois quando ele abandona sua concepção a respeito

do processo de conhecimento e de aprendizagem dificulta o seu desempenho

profissional. Libâneo (2006) destaca a importância da apropriação e produção

de teorias como marco para melhorar as práticas de ensino.

O professor precisa assumir o Construtivismo como referencial teórico,

no que diz a respeito ao processo de transformação na construção de

significados por parte dos alunos e suas interpretações do mundo. Sendo

assim, cada aluno possui o seu processo particular de aprendizagem, cabendo

o professor conhecê-lo, acompanhá-lo e intervir como for necessário. Sobre o

olhar de Piaget (1994, p.39), “cada etapa defino um momento de

desenvolvimento ao longo do qual a criança constrói certas estruturas

cognitivas”.

O desenvolvimento do aluno passa-se no interior, levando em

consideração a capacidade de suas aptidões, seus interesses e suas

necessidades, cabe ao professor desenvolver aulas interessantes e bem

planejadas. Portanto, é fundamental que o professor coordene atividades de

formação continuada, tornando-o um dinamizador da formação do aluno. De

acordo com Pimenta (2002, p. 36), é importante

(...) realizar pesquisas para se compreender o exercício da docência, os processos de construção da identidade docente, de sua profissionalidade, o desenvolvimento da profissionalização, as condições em que trabalham, de status e de liderança.

Todavia, a educação deve acontecer com preferência no próprio espaço

de trabalho, facilitando o acesso a todos os educadores, tendo como referência

básica as realidades dos alunos. Cabendo ao professor criar uma situação

reflexível sobre as práticas pedagógicas, analisando os aspectos e

características das necessidades e anseios da comunidade local.

Esta concepção teórica coloca os professores numa perspectiva de

inovações e mudanças. Contudo, alguns educadores não conseguiram refletir

sobre esta mudança, pois estão condicionados aos conteúdos acumulados

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pelos adultos e repassados ao educando como forma de verdades absolutas,

predominando a autoridade do professor.

Todavia, cabe ressaltar que o professor impõe a violência simbólica na

relação exercida entre ele e os alunos, através da sua dificuldade com a

concepção Construtivista. Mesmo quando ela não é observada, a coeção pode

estar presente, nas suas avaliações e nas relações entre professor/aluno. Para

Saul (1988, p.5),

o objetivo principal de avaliar-se é: diagnosticar como o aluno está e pode através desse diagnóstico, analisado de diferentes pontos de vista, superar o que está ocorrendo no processo ensino-aprendizagem, no sentido de rever o que se está fazendo, dos pontos de vista do professor, aluno e da relação ensino-aprendizagem.

O professor deve valorizar o que o aluno conseguiu avançar, o que ele

ainda vai superar, dando importância ao planejamento das aulas e devendo

ainda compreender o processo de avaliação numa concepção globalizada,

levando-o a progredir no sentido de que a prática educacional deve estar

vinculada a necessidade de uma formação duradoura e constante dos

profissionais. Dentro desta dialética, deve procurar uma maneira de executar

quantidade e qualidade no contexto escolar.

Percebe-se que a concepção Construtivista é importante quando

utilizada corretamente, permitindo ao professor ou o avaliador obter dados que

lhe serão úteis para uma profunda reflexão sobre a sua prática pedagógica, e

confirmador da situação em que se encontram os elementos envolvidos no

contexto escolar.

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CONCLUSÃO

O estudo realizado nesta monografia buscou destacar a

importância da trajetória do Orientador Educacional num contexto histórico

evoluindo para o contexto atual. A partir daí, a Orientação Educacional, surgiu

com diferentes enfoques, por exemplo: relacionado ao campo psicológico,

tendo como característica marcante à escolha de uma profissão ou tentar

resolver os problemas com os quais se defrontava o educando. Neste sentido,

destacava o ajustamento do aluno dando condições necessárias de

conhecimento no processo de ensino-aprendizagem, assessorando na sua

escolha profissional.

A figura do Orientador apareceu pela primeira vez no Brasil nas

escolas, num tempo de muitas agitações no cenário político-econômico,

surgindo com o intuito principal de tentar resolver os problemas pelo qual o

aluno passava relacionado ao desenvolvimento físico ou a saúde,

principalmente na escolha de uma profissão.

O Orientador passou de Orientador Vocacional para uma dimensão mais

ampla, ou seja, buscando uma aproximação no Projeto Político Pedagógico da

instituição escolar para atender a todos os profissionais que estão inseridos no

processo educacional, não focando somente os alunos com problemas. Porém,

a questão do papel do Orientador leva ao problema principal da pesquisa: qual

é a função do Orientador Educacional numa escola onde os professores estão

com dificuldades em auxiliar sua prática com a teoria construtivista?

É importante ressaltar, que a hipótese levantada, através desse estudo,

foi mais que conhecer o papel do Orientador Educacional e sua relação com a

instituição, e sim conhecer e conceber formas que propiciem a mediação entre

os conhecimentos da escola e o seu novo objetivo, o que justifica a escolha do

material didático, por exemplo. Por essa razão, investigar os processos de

ensino utilizados pela equipe de docentes foi fundamental nesta pesquisa.

Além disso, a pesquisa bibliográfica também foi primordial para compreender e

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aprofundar em questões relacionadas à teoria Construtivista e à Orientação

Educacional.

Neste sentido, esta hipótese sustentada torna-se válida, sendo

confirmada no terceiro capítulo, pois é importante que o Orientador alie-se aos

demais protagonistas da escola para realizar um trabalho que enriqueça as

práticas pedagógicas, favorecendo assim, a aquisição do conhecimento e a

transformação social. A função do Orientador é promover atividades práticas,

para serem desenvolvidas com o indivíduo ou em grupo, para o

desenvolvimento de suas capacidades, proporcionando um entrosamento entre

professor-aluno num processo contínuo de trocas.

A partir desses pressupostos, o Orientador num contexto atual está

voltado para desenvolver um trabalho participativo, no qual o currículo seja

construído em conjunto, compreendendo assim o processo pedagógico. A ação

integradora abrange uma significância no universo escolar, de maneira que o

processo educativo evolua, demonstrando que Orientador Educacional ganhou

um lugar de destaque na educação.

Cabe ressaltar, que ao longo da pesquisa surgiu à necessidade de

apresentar as diferentes tendências pedagógicas, numa tentativa de formular

atribuições teóricas para a formação dos professores, que atualmente vêm

trabalhando com a concepção Construtivista.

As tendências foram classificadas em liberais e progressistas. A

tendência liberal é conhecida como a tradicional, que envolve a renovada

progressista, a renovada não-diretiva e a tecnicista. A tendência libertadora

engloba a libertária e a crítica social dos conteúdos. Por meio dessas

tendências, o professor terá conhecimentos para avaliar as diferentes

concepções que envolvem cada uma.

Entretanto, os sistemas educacionais priorizam igualdade de condições

para o educando, estabelecendo um ideal democrático vinculado na

conscientização de cidadania, priorizando a igualdade de acesso e a qualidade

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no ensino, porém mantendo uma relação com os demais protagonistas da

escola.

Cabe ressaltar, que o Orientador Educacional necessita manter um

trabalho coletivo e harmonioso com a equipe da instituição escolar para a

construção do currículo da escola. Sabendo lidar com a realidade,

compreendendo a relação que se estabelece com os sujeitos, sendo um

mediador necessário para buscar uma ligação entre teoria-prática envolvendo

os aspectos cognitivos, também os valores da própria prática.

O Orientador deve viabilizar um processo educativo favorecendo as

condições necessárias para a formação do cidadão, ou seja, realizar um

trabalho interdisciplinar que crie condições no desenvolvimento do educando

no aspecto político, viabilizando suas relações com o meio social, resgatando a

realidade cultural-popular, através dos hábitos.

O papel da escola é transmitir conteúdos que sejam significativos,

partindo do que o aluno já conhece no meio social. Para Piaget (1994), o

desenvolvimento é a interação do indivíduo com o meio. Com isso, o

Construtivismo estimula a descoberta do conhecimento pelo educando,

cabendo ao professor criar condições interessantes para a transmissão do

conhecimento evitando transmitir conteúdos prontos e acabados.

Apesar das dificuldades encontradas por alguns professores em

relacionar sua prática com a concepção Construtivista, esta concepção visa

promover o desenvolvimento das habilidades cognitivas das crianças, pois

através dessas atividades diversificadas as crianças são estimuladas a

desenvolver a sua autonomia, criatividade e produtividade. Além disso, o

processo de ensino-aprendizagem propicia condições para que o educando

continue a desenvolver seus conhecimentos e habilidades possibilitando

alcançar o nível de letramento.

Assim, cabe ao professor perceber que mesmo embasado na teoria

Construtivista encontrará algumas crianças com dificuldades, pois cada uma se

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desenvolve em períodos diferentes de acordo com o seu meio social. Por isso,

o professor precisa ficar atento e dar as crianças o espaço necessário para que

a mesma desenvolva as suas hipóteses e seus raciocínios.

O presente trabalho tem como intuito de servir de material de apoio para

os Orientadores fundamentarem suas práticas. No entanto, é imprescindível

enfatizar que, no decorrer da análise das fontes bibliográficas e da execução

desta pesquisa, diversos temas destacaram-se para dar continuidade às

pesquisas na educação. A partir daí, surgiram algumas sugestões de temas

para serem analisado.

O primeiro tema surgindo foi Alfabetizar na perspectiva Construtivista,

alfabetizar é mais do que manejar a correspondência entre sons e letras

escritas. Reveste-se de um caráter social, promovendo o desenvolvimento das

habilidades cognitivas das crianças através de atividades diversificadas. Neste

sentido, as crianças devem ser estimuladas para desenvolverem a sua

autonomia, criatividade e produtividade para alcançar níveis mais elevados de

letramento.

Arte-Educação é o segundo tema proposto, pois é um trabalho educativo

que estimula a inteligência e contribui para a formação da personalidade do

indivíduo, desenvolvendo a percepção, a imaginação, a observação, o

raciocínio e a capacidade psíquica que influem no processo de ensino-

aprendizagem. A Arte-Educação visa desenvolver a consciência histórica no

que diz a respeito as circunstância política que orientam o conhecimento da

arte no Brasil, sendo obrigatória nos ensinos Fundamental e Médio de acordo

com a LDB 9.394/96.

O terceiro tema é a prática pedagógica, pois refletir sobre o que

significam, na prática, os princípios educacionais são imprescindíveis para

compreender como o professor reflete sobre o processo de ensino-

aprendizagem. A parti daí, temos como objetivo identificar as relações que

existem entre os conteúdos do ensino e as situações de aprendizagem,

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estabelecendo uma relação ativa entre o educando e o objeto do

conhecimento.

Todavia, espera-se que essa pesquisa possa contribuir para o

desenvolvimento de cada indivíduo. A partir daí, é necessário atribuir

importância ao que constitui a criança como indivíduo ativo no seu processo de

ensino-aprendizagem. Sendo indispensável respeitar o aluno como um ser

singular, tendo o Orientador Educacional uma visão clara das experiências e

limitações do educando.

Cabe ressaltar que o Orientador Educacional nas escolas tem um

compromisso com a ação pedagógica competente, pois um trabalho integrado

oferecer a comunidade local meio que facilitem o repensar sobre a

transformação de uma educação de qualidade.

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ATIVIDADES CULTURAIS

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ÍNDICE

CAPA 1

FOLHA DE ROSTO 2

DEDICATÓRIA 3

AGRADECIMENTO 4

EPÍGRAFO 5

RESUMO 6

ABSTRACT 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

1. A TRAJETÓRIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 12

2. AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA

ESCOLAR

21

2.1. A relação entre Educação e Política 22

2.1.1. Conhecendo as Tendências Pedagógicas Liberais 23

2.2. Tendências Pedagógicas Progressistas 26

2.3. Uma nova linha pedagógica: o Construtivismo 27

3. O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NUMA ESCOLA COM

CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA

33

3.1 O desafio do docente relacionado à teoria Construtivista 40

CONCLUSÃO 44

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 49

ANEXO 51

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇAO 54

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FOLHA DE AVALIAÇAO

Mara Cristina Paluma Calile, matrícula N200934, matriculada no curso

de Orientação Educacional. Título da monografia: A Orientação Educacional e

sua importância para uma escola do Ensino fundamental em transformação.

Avaliado por Nilson Guedes de Freitas.

Avaliação:________________________________________________ Data da entrega: 27/01/2007