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7ºCLE 2ºAno, 1ºSemestre Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica H. Santa Cruz Estudo de Caso, Família Figueiredo Novembro 2008 Madalena Passeiro Página 1 Licenciatura em Enfermagem Estudo de caso da Criança e Família Figueiredo Elaborado por Madalena Passeiro Aluno nº 200791562 Carnaxide Novembro 2008

Trabalho estudo de caso ensino clinico pediatria (reparado)

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Licenciatura em Enfermagem

Estudo de caso

da Criança e

Família

Figueiredo

Elaborado por Madalena Passeiro

Aluno nº 200791562

Carnaxide

Novembro 2008

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Licenciatura em Enfermagem

Objectivos:

- Estudar a família Figueiredo

-Prestar cuidados a RF

-Perceber a importância dos cuidados de enfermagem no serviço de cardiologia

pediátrica.

Elaborado por Madalena Passeiro

Aluno nº 200791562

Orientador: Enfª Angela e Professora Rita Kopke

Carnaxide

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Índice

0. Introdução _______________________________________________ 5

1. Desenvolvimento ___________________________________________ 6

1.1. Histórico Clínico de Enfermagem ________________________________________ 6

1.1.1. Dados de Identificação ______________________________________________________ 6

1.1.2. Agregado Familiar _________________________________________________________ 7

1.1.3. Genograma _______________________________________________________________ 8

1.1.4. Ecomapa _________________________________________________________________ 9

1.2. História Familiar _____________________________________________________ 10

1.3. Condições da Habitação _______________________________________________ 10

1.4. Antecedentes familiares ________________________________________________ 11

1.5. Vigilância de saúde Infantil ____________________________________________ 11

1.6. História de Saúde e Historia Clínica Actual _______________________________ 11

1.7. Internamento ________________________________________________________ 13

1.7.1. Diário do Internamento ____________________________________________________ 13

1.7.2. Notas gerais de Internamento _______________________________________________ 17

1.8. Exame Físico _________________________________________________________ 20

1.8.1. Aspecto geral ____________________________________________________________ 20

1.8.2. Pele ____________________________________________________________________ 20

1.8.3. Cabeça _________________________________________________________________ 20

1.8.4. Cabelo _________________________________________________________________ 21

1.8.5. Face ___________________________________________________________________ 21

1.8.6. Olhos __________________________________________________________________ 21

1.8.7. Nariz ___________________________________________________________________ 21

1.8.8.Ouvidos _________________________________________________________________ 22

1.8.9. Boca ___________________________________________________________________ 22

1.8.10.Pescoço ________________________________________________________________ 22

1.8.11. Tórax e abdómen ________________________________________________________ 22

1.8.12. Órgãos genitais externos __________________________________________________ 23

1.8.13. Membros superiores e inferiores ____________________________________________ 23

1.8.14. Unhas _________________________________________________________________ 23

1.8.15. Sinais Vitais ____________________________________________________________ 24

1.9- Actividades de vida ___________________________________________________ 24

1.9.1 – Manutenção de um ambiente seguro _________________________________________ 24

1.9.2 – Comunicação ___________________________________________________________ 25

1.9.3. Respiração ______________________________________________________________ 26

1.9.4. Alimentação _____________________________________________________________ 27

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1.9.5. Eliminação ______________________________________________________________ 28

1.9.6. Controlo da temperatura corporal ____________________________________________ 28

1.9.7- Mobilidade ______________________________________________________________ 29

1.9.8. Higiene e vestuário ________________________________________________________ 29

1.9.9. Expressão da sexualidade __________________________________________________ 29

1.9.10. Jogos e Brincadeiras _____________________________________________________ 30

1.9.11. Sono e Repouso _________________________________________________________ 30

1.9.12. Morte _________________________________________________________________ 31

1.10- Diagnósticos de Enfermagem __________________________________________ 32

2. Conclusão_______________________________________________38

3. Bibliografia ______________________________________________________ 39

4. APENDICE I ______________________________________________________ 40

5. APENDICE II ______________________________________________________53

Índice figuras

Figura 1 – Genograma família Figueiredo ______________________ Página 8

Figura 2 –Ecomapa família Figueiredo _________________________ Página 9

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0. Introdução

No âmbito de Ensino Clínico II em Saúde Infantil e Pediatria, que está a decorrer

no Hospital de Santa Cruz, foi me pedida a realização do presente estudo de caso a uma

criança/família, internada neste Hospital.

O Hospital encontra-se dividido em vários sectores, e o serviço em que está a

decorrer este Ensino Clínico é o Serviço de Internamento de cardiologia Pediatria.

O serviço de Internamento Pediátrico tem por missão prestar cuidados de saúde

hospitalares de Pediatria no respeito pela dignidade da criança e adolescente/ pais e

utilizando de forma eficiente os recursos disponíveis.

O Enfermeiro Pediatra deve ser capaz de fornecer uma assistência competente e

habilidosa para a criança, mantendo uma atitude carinhosa e holística. É por isso

importante salientar que nunca podemos ver a criança isolada, mas sim inserida numa

família.

Este estudo foi realizado a uma adolescente de 17 anos. A adolescência é um

período de experimentação marcado por grandes mudanças a nível psicológico, é altura

em que o indivíduo transita de criança para adulto, desta forma considero que a

existência de uma patologia nesta fase bem como o período de internamento são

experiencias importantes, tentei assim promover o mínimo de impacto negativo do

internamento sobre esta criança.

Para que este estudo de caso fosse possível, fez-se um acompanhamento diário ao

internamento do R.F., uma colheita de dados no processo clínico da criança e uma

entrevista à mãe e à adolescente para completar os dados recolhidos.

Este estudo de caso teve como objectivos:

Mobilizar conhecimentos teóricos e teórico-práticos inerentes às

intervenções de Enfermagem Pediátrica;

Observar a relação criança/família durante a hospitalização;

Planear os cuidados segundo metodologia científica;

Prestar cuidados de Enfermagem à criança/família hospitalizada;

Realização do exame físico;

Orientar e ajudar nas diferentes actividades de vida diárias.

A metodologia utilizada para a realização deste estudo de caso foi baseada no

modelo de vida de Nancy Roper , sendo por isso o estudo de caso focalizado nas

actividades de vida e nos procedimentos inerentes às mesmas.

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1. Desenvolvimento

1.1. Histórico Clínico de Enfermagem

1.1.1. Dados de Identificação

Identificação da Criança:

Dados pessoais:

Nome: RF

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 08/11/1991 (17 anos)

Nacionalidade: Portuguesa

Local residência: Carnaxide

Vive com a Família, total de 4 pessoas ( pai, mãe, irmão e RF)

Profissão: Estudante

Escolaridade: Frequenta o 12º ano.

Grupo Sanguíneo: ARh+

Raça: Caucasiana

Serviço: Internamento de Pediatria cardio-torácica Cama: 5

Data de internamento: 25/11/2008 Data Alta: 26/11/2008

Procedência: Domicilio

Motivo de admissão: Cateterismo de intervenção

Diagnóstico médico: HTA secundária por estenose da artéria renal

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Conhece o diagnóstico e o prognóstico

RF e a Família estiveram ansiosos face ao pré-cateterismo e pós-cateterismo.

1.1.2. Agregado Familiar

Dados família:

Pai Mãe Irmão

Nome F.F. M.T.F M.F

Idade 49 anos 44 anos 10 anos

Raça Caucasiana Caucasiana Caucasiana

Nacionalidade Portuguesa Portuguesa Portuguesa

Profissão Engenheiro

técnico de

segurança

Analista

clíninca

Estudante

(5º Ano)

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1.1.3. Genograma

O genograma é um diagrama que detalha a estrutura e o histórico familiar,

fornece informações sobre os vários papéis dos seus membros e das diferentes gerações.

Figura 2 – Genograma família Figueiredo

Legenda Genograma:

- Mulher - Morte

- Homem - Casamento

F.F.

49 Anos

Engº técnico de

segurança

M.A

66 Anos

Reformada

J. A.

67 Anos

Reformado

M.F

10 Anos

Estudante.

M.T.F

44 Anos

Analista

Clinica

R.F

17 Anos

Estudante

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1.1.4. Ecomapa

O Ecomapa é um diagrama das relações entre a família e a comunidade e ajuda a

avaliar os apoios disponíveis e sua utilização pela família.

Figura 2 –Ecomapa família Figueiredo

Legenda- Ecomapa:

Escola Trabalho

Igreja

Supermercado

Hospital de Santa

Maria e Santa Cruz

Ginásio

Centro

comercial F. F.

47 Anos

Engº

M.F.

44 Anos

Analista Clínica

R.F

17 Anos

Estudante

M.F

10 Anos

Esudante

Família e

amigos

Relação muito forte

Relação forte

------------- Relação Fraca Intensidade

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1.2. História Familiar

A família de R.F. é uma família com uma estrutura do tipo nuclear, ou seja, é

uma unidade familiar que engloba o conjugue e filhos biológicos do casal, vivendo

todos juntos num domicílio comum.

A adolescente relaciona-se adequadamente com a mãe, pai e os irmão.

Podemos observar, através do ecomapa, que a família em estudo apenas

frequenta o supermercado onde realiza semanalmente as compras para a casa de

necessidade primária. Por outro lado, a família estabelece uma relação forte com o

Hospital de Santa Cruz e com a família, estando com ela frequentemente. Os pais de

R.F. trabalham e mantêm uma boa relação com o trabalho apresentando um rendimento

e emprego fixo

R.F. e o irmão M.F. estudam e têm uma boa relação com a escola, R.F. diz ser uma

aluna exemplar e M.F. também bom aluno mas por vezes com mau comportamento.

1.3. Condições da Habitação

A família F. habita num prédio no 8º andar com elevador, o apartamento possui 3

quartos, uma sala, uma cozinha, dois WC e uma despensa. A habitação tem água

canalizada, electricidade e está equipada com alguns sistemas de segurança.

R.F. tem quarto próprio, com televisão e computador.

A zona que rodeia a habitação é preenchida por alguns espaços verdes e também

por algum tráfego automóvel. Nas imediações existem várias lojas comerciais e

farmácia.

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1.4. Antecedentes familiares

. Irmão 10 anos – Nasceu com sopro cardíaco e é seguido em cardiologia do Hospital

de Santa Cruz.

Pai – HTA (Hipertensão Arterial).

Avô Paterno - EAM (enfarte agudo do miocárdio).

1.5. Vigilância de saúde Infantil

Tendo em conta o seu desenvolvimento/ crescimento, o R.F. nasceu dia

08/11/1991. Durante a gestação a mãe foi a 8 consultas e teve uma gravidez normal até

às 40 semanas, altura pela qual a R.F. nasceu por parto eutócico no Hospital S.Francisco

de Xavier. À nascença pesava 3,700 Kg, tinha 50 cm de comprimento, 35 cm de

perímetro cefálico e apresentava um índice de Apgar de 10/10 (1º e ao 5º minuto). Fez

rastreio de doenças metabólicas dia 13-11-1991.

1.6. História de Saúde e Historia Clínica Actual

A família F. trata-se de uma família saudável, embora o irmão (M.F.) tenha

nascido com um sopro cardíaco e o pai F.F. tenha hipertensão arterial, ambas situações

as situações estão controladas e vigiadas.

E como antecedentes pessoais têm:

- 1994-1995- Teve otites serosas pelo que foi operada duas vezes, para colocação

de drenos com sucesso.

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- Sinusite/ Rinite Recorrentes.

- Dores menstruais

-ACNE

-Quistos nos ovários

- 2008- Enxaquecas (devido à hipertensão artéria provocada pela estenose da

artéria renal direita)*1

- 2008- HTA *1

- 2008- Estenose da artéria renal direita.*1

- 2008- HVE (Hipertrofia do ventrículo esquerdo, relacionada com a estenose da

artéria renal direita) *1

- Nefropatia por IgA (ainda não confirmada à espera de biopsia). *1

*1- Diagnostico médico feito e 2008

A HTA secundária foi diagnosticada acerca de 6 meses (Junho de 2008) por

procurar o médico ao apresentar com enxaquecas frequentemente. Após se avaliar a

T.A. detectou-se uma anomalia, pois surgiram valores elevados que davam indícios

HTA, através de outros exames complementares diagnosticou-se uma hipertensão

secundária a estenose da artéria renal direita. Dia 25 de Novembro de 2008 fez então

cateterismo de intervenção para dilatação da estenose da artéria renal direita, com

sucesso.

A Rita desceu para a sala da hemodinâmica cerca das 18.30 e subiu as 20.45

para o serviço de Internamento pediátrico de cardiologia pediátrica – HSC

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Após o procedimento registaram-se valores de T.A. mais controlados.

1.7. Internamento

1.7.1. Diário do Internamento

Executou-se

12:00 – Executou-se acolhimento.

15:30 – Executou-se tratamento no local de inserção do cateter.

Turno: 08h-16:30h

22:30 – Executou-se tratamento à ferida cirúrgica.

Dia/Turno: 26-11-2008 – 08h-16:30h

Geriu-se

11:54 – Geriu-se regime medicamentoso

Turno: Sem horário

15:29 – Optimizou-se cateter periférico

Turno: Sem horário

22:28 – Optimizou-se penso compressivo

Turno: Sem horário

Informou-se

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12:04 – Explicou-se os procedimentos.

Turno: Sem horário

Observou-se

11:53 – Vigiou-se dor

Turno: Sem horário

11.53 – Monotorizou-se temperatura, T.A, Pulso

Turno: 01:00; 07:00; 15:00; 18:00; 22:00; 09:00.

Data de Inicio Intervenções de

Enfermagem

Horário Avaliação

25-11-2008 11:53 – Monitorizou-

se temperatura

corporal.

07.00; 9:00; 15:00;

18:00; 22:00.

---------------------

11:53 – Monitorizou-

se frequência cardíaca.

07.00; 9:00; 15:00;

18:00; 22:00;

---------------------

11:54 - Supervisionou-

se auto-cuidado: com

o vestuário.

Turnos: 08h-16:30h

16:00h – 23:30h

É independente

nesta tarefa e

apresenta-se

adequadamente

vestida.

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11:54 - Supervisionou-

se auto-cuidado: com

o uso do sanitário

Sem Horário É independente

nesta tarefa.

Usou o W.C.

11:54 - Supervisionou-

se auto-cuidado:

Higiene

Turno: 08h-16:30h É independente

nesta tarefa.

11.54 - Supervisionou-

se a dieta

Turnos: 08h-16:30h

16:00h – 23:30h

Bebeu chá as 11,

faz dieta ligeira

até a 13.00 e

depois da 13.00

jejum até ao

cateterismo.

11:54 - Supervisionou-

se a deambulação

Turnos: 08h-16:30h

16:00h – 23:30h

Independente e

sem queixas.

11:54 – Vigiar Bem-

Estar

Sem horário Bem-estar

alterado.

12:45 - Supervisionou-

se a dieta

Turnos: 08h-16:30h

16:00h – 23:30h

Bebeu copo de

leite ao 12:45 e

fica em jejum

após esta

refeição.

15:29 – Vigiou-se

sinais inflamatórios no

local de inserção do

Turno: 08h-16:30h

Sem sinais

inflamatórios no

local de inserção

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cateter do cateter.

15:29 – Vigiou-se

Penso cateter

Sem Horário Penso

externamente

limpo e seco.

25-11-2008 22:27 – Vigiou-se

ferida Cirúrgica

26-11-2008: Turno

08h-16:30h

Ferida cirúrgica

Presente na

Inguinal direita.

22:27 – Vigiou-se

penso da ferida

cirúrgica.

Sem Horário Penso

externamente

limpo e seco,

penso

compressivo.

22:27- Vigiou-se Pulso

periférico

Sem horário Pulso periférico

forte.

22:27 – Vigiou-se

perfusão tecidular

periférica

Sem horário Perfusão dos

tecidos não

diminuída.

Coloração das

extremidades:

Rosadas

Temperatura das

Extremidades:

quentes.

Sensibilidade:

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Não alterada

22:44 - Supervisionou-

se a deambulação

Sem horário Não se observou,

faz levante às

2:30

22:45 - Supervisionou-

se auto-cuidado: com

o uso do sanitário

Sem horário Urinou na

arrastadeira,

actividade de

vida eliminação

alterada.

1.7.2. Notas gerais de Internamento

Turno da manha (8.00h – 16.30h): R.F tem cateterismo programado para 3º tempo

para dilatação da artéria renal direita. Fica colocado cateter periférico no membro

superior esquerdo heparinizado, Está em jejum desde as 12.45h, em que bebeu um

copo de leite. Está acompanhada pela mãe. Aguarda chamada para a hemodinâmica.

T.A Frequência Cardíaca Temperatura

15:00h 112/66 56 36,4 Timpânica

Turno da tarde (16.30h – 23.30h): R.F. desceu para a sala hemodinâmica cerca das

18.30 e subiu cerca das 20.45 onde foi submetida a dilatação da estenose da artéria

renal direita por cateterismo de intervenção. O acesso foi feito pela inguinal direita e

dado ter ficado com um hematoma trazia saco de areia que manteve. O

procedimento decorreu sem intercorrências. À chegada mostrou-se ansiosa e

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chorosa que ficou mais calma ao longo do turno. Esteve um pouco queixosa ao nível

da inguinal direita, por isso fez analgesia que surtiu algum efeito às 20:45. Esteve

com hipertensão à chegada e passado uma hora ficou normotensa sendo comunicado

aos médicos. Encontra-se na companhia da mãe ficando um pouco ansiosa no final

do turno.

Hemodinâmica

Dilatação percutânea da estenose da artéria renal com balão powerflex p3 7/20 mm até

10 atms. No final estenose residual menor que 10%

Sucesso primário angiografia com balão da artéria renal direita

Duração – 57 m tempo Rx- 14 min

Total contraste – 100 ml ( visipaque)

Fármacos utilizados na sala hemodinâmica

Midazolan 3+1 mg EV 17.45

Rapifen 0,2 + 0,1 mg EV 17.20

AAS 250 mg EV 20.15

Hora T.A./ Frequência cardiaca

20:45 (chegada da sala hemodinâmica) 135-83/72

21:00 136-80/86

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21:15 151-99/73

21:45 115-74/64

22:00 110-60/70

22:00 – Temperatura: 36,8 Timpânica

Turno da noite e manhã (23.30h – 16.30): Durante a noite dormiu longos períodos

com um sono tranquilo na companhia da mãe, já no turno da manhã a R.F. esteve

um pouco ansiosa devido aos procedimentos. Feito levante na manhã de dia 26 de

Novembro de 2008 sem intercorrências às 9:30h. Alimentou-se com apetite e

tolerou. Retirou o cateter periférico e o penso compressivo tendo sido dada

indicação médica para alta clínica. Feito ensino para alta relativamente ao penso,

cuidados a ter e sinais de alerta. Têm alta clínica.

Posição T.A

Pré-levante (9:30h) 97/57

Sentada (9:32h) 88/48

Em pé (9:34h) 84/42

Não foi possível colher mais dados por só ter acompanhado o caso até ao

turno da tarde de 25 de Novembro de 2008 e a R.F. ter tido alta na manhã seguinte,

de dia 26 de Novembro de 2008.

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1.8. Exame Físico

O exame físico foi realizado no decorrer da entrevista, no dia 25 de Novembro

de 2008.

1.8.1. Aspecto geral

A R.F. apresenta-se bem nutrida e hidratada. Demonstra uma boa postura e

comportamento adequado para o estádio de desenvolvimento. (adolescente). Tem um

aspecto cuidado e limpo.

1.8.2. Pele

A pele foi avaliada quanto à sua coloração, textura, turgor tecidual/elasticidade,

através da palpação, hidratação e temperatura.

Quanto à coloração, R.F. apresentava uma pele rosada. Relativamente à textura

esta apresentava-se com um aspecto liso e suave, firme, integra e com um pouco de

oleosidade natural da pele do adolescente. Em relação à elasticidade, puxando a pele do

abdómen de R.F. o tecido elástico rapidamente voltou ao seu estado normal. Apresenta

também pele e mucosas coradas e hidratadas. Em relação à sua temperatura corporal é

de 36,4º C no turno da manhã.

1.8.3. Cabeça

Na avaliação da cabeça, foram observados o formato e simetria, postura e

simetria facial.

Em relação ao formato e simetria da cabeça, verifiquei que esta tem um formato

normocefálico, aparentando ser simétrica e forma oval. Não apresenta nenhuma cicatriz.

Relativamente à simetria facial, R.F. apresenta movimentos simétricos.

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1.8.4. Cabelo

Em relação ao cabelo analisamo-lo quanto à cor, textura, qualidade, e

distribuição.

R.F. tem cabelo de cor loiro escuro, fino, liso, brilhante e comprido. Apresenta-

se distribuído homogeneamente por toda a cabeça. O couro cabeludo apresentava-se

limpo e sem qualquer sinal de lesões, descamação, infecções e cicatrizes.

1.8.5. Face

A avaliação da face foi feita através da observação da sua simetria. R.F. apresenta

simetria facial e não tem anormalidades.

1.8.6. Olhos

A avaliação dos olhos é feita em relação à cor, inspecção das pálpebras, das

fendas palpebrais, da conjuntiva palpebral, das pupilas (redondas, claras e iguais), da

simetria e tamanho, da distância.

R.F. tem olhos castanhos brilhantes, simétricos e grandes. As pálpebras bem como as

pestanas que lhe estão associadas encontram-se bem posicionadas.

As fendas palpebrais situam-se horizontalmente entre as duas pálpebras. O saco

conjuntival da pálpebra encontra-se rosado e hidratado. Os olhos bem distanciados.

R.F. apresenta boa acuidade visual.

1.8.7. Nariz

Observou-se o nariz quanto ao seu posicionamento, alinhamento e septo nasal.

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O nariz encontrava-se bem posicionado e alinhado. Narinas íntegras e septo

nasal dividindo igualmente os dois vestíbulos.

1.8.8.Ouvidos

Avaliaram-se os ouvidos quanto ao alinhamento, superfície cutânea e higiene.

Os ouvidos encontram-se alinhados e simétricos.

A superfície cutânea do ouvido não aparenta qualquer anomalia.

Em relação a higiene esta é adequada não estando presente cerúmen no canal

auditivo externo. Apresenta boa acuidade auditiva.

1.8.9. Boca

Apresenta uma boa higiene oral e não tem dentes cariados. Possui 32 dentes. O

palato, de cor rosado, não apresenta quaisquer lesões ou malformações. A língua

apresentava-se rosada e hidratada.

1.8.10.Pescoço

Relativamente ao pescoço, observamos o seu tamanho, forma e mobilidade, os

quais se apresentaram dentro dos padrões normais.

1.8.11. Tórax e abdómen

Observei o tórax em relação à sua forma e simetria, bem como das glândulas mamárias.

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Tórax simétrico e sem deformações ósseas, ausência de pêlos, abaulamentos e de

cicatrizes Os mamilos são bem formados e simétricos. A expansão torácica é

igualmente simétrica. O seu perímetro torácico é de 70 cm.

No abdómen avaliamos a sua forma, formato, simetria, movimentos, ruídos e

massas. Pudemos observar uma pele lisa sem pêlos. O umbigo apresenta um tamanho e

posicionamento adequado, sem evidência de qualquer anomalia. A distensão abdominal

é normal e simétrica. O seu perímetro Abdominal é de 62 cm.

1.8.12. Órgãos genitais externos

Não foram observados.

1.8.13. Membros superiores e inferiores

Para a avaliação dos membros superiores e inferiores, observamos o tamanho,

comprimento, simetria e número de dedos.

Tanto os membros superiores como os inferiores apresentam um tamanho,

simetria e comprimento normais para a idade de R.F., bem como o número normal de

dedos (cinco em cada extremidade).

1.8.14. Unhas

R.F. apresenta unhas aparadas, fortes e lisas, com uma coloração rosada e

limpas.

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8.1.15. Sinais vitais

Frequência cardíaca: 56 batimentos/minuto – Acordada (valor padrão: 60 a 80

batimentos/minuto)

Frequência Respiratória: 16 ciclos/minuto (valor padrão: 12-20 ciclos/minuto)

Tensão arterial: 112/66 mmHg

Temperatura: 36.4ºC

Dor: 0. R.F. não tem queixas álgicas. Avaliado pela escala numérica

Avaliado no turno da manhã

Já no turno da tarde referiu ter dor 6 no local do cateterismo (zona inguinal

direita) e dores lombares devido à posição em que se encontrava deitada.

1.9- Actividades de vida

1.9.1 – Manutenção de um ambiente seguro

Como já foi referido, a R.F. apresenta antecedentes pessoais relevantes como a

HTA secundária, episódios de enxaquecas, rinite/sinusite.

R.F. refere ter dores menstruais e para estas dores faz Clonix, Buscopan ou

Brufen por indicação médica.

Como terapêutica habitual fazia:

Atenolol 100mg comp. 50 mg +25mg PO 12h/12h ( 9.00/21.00)

Amlodipina 2,5 mg PO 19h

E pós-cateterismo passou a fazer:

Atenolol 100mg comp. 25 mg PO 1x dia

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AAS 100mg PO Almoço

A R.F. têm o boletim de vacinas em dia conforme o plano nacional de

vacinação.

Durante o internamento, houve risco de infecção bem como do

comprometimento da circulação devido aos procedimentos invasivos efectuados, devido

à colocação do cateter periférico e cateterismo de intervenção.

Contudo e apesar os riscos evidenciados não houve alteração nesta actividade de

vida.

1.9.2 – Comunicação

Os pais e R.F. no início mostraram-se receptivos à avaliação inicial, sendo parte

essencial deste estudo de caso.

Verbal

Audição- Boa

Visão- Boa

Compreensão- Boa

Sabe ler e escrever. Frequenta o 12º ano

Não verbal

Expressão facial – R.F. encontrou-se um pouco nervosa antes do cateterismo

mas receptiva e colaborante (durante o turno da manhã) , embora tenha estado ansiosa e

com medo, após o cateterismo, já no turno da tarde chegou ao internamento de cirurgia

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pediátrica do Hospital de Santa Maria muito chorosa e ansiosa. Na manhã do dia 26

teve alta e já estava mais animada quanto aos resultados do procedimento.

Avaliação da dor

Verbalização da dor - após o cateterismo por volta das 20.45 até as 24.00 verbalizou

sentir dor na zona lombar devido á posição em que se encontrava, dor na zona do cateter

periférico que se encontrava no membro superior esquerdo e na zona inguinal direita

onde foi feito o cateterismo,tinha o penso compressivo e saco de areia devido a um

possível hematoma, mais tarde verificado. Foi dada analgesia (paracetamol 1000mg) às

20.45 via endovenosa que surtiu algum efeito. Dor 6 avaliada escala numérica.

1.9.3. Respiração

Apresenta uma respiração, predominantemente toraco-abdominal, simétrica,

normal, com uma frequência respiratória regular, tendo em conta a idade da criança e o

seu desenvolvimento e que, compreende o intervalo de frequência respiratória entre os

12/20 ciclos por minuto.

Durante o internamento, inicialmente foi avaliada a saturação de oxigénio que

foi de 100%. Houve alteração da respiração e mesmo posteriormente houve o risco de

compromisso das trocas gasosas.

Avaliação FC: 56- 70bmp variou (durante o turno da manhã e tarde de dia 25de

Novembro de 2008), com um pulso forte e rítmico (sem alterações), constatou-se que

quando R.F. ficava mais nervosa a frequência cardíaca aumentava.

TA: No turno da manhã durante a avaliação inicial registou-se 112-68, embora

quando chegou do cateterismo tenha estado hipertensa tendo tensões de 151-99 às

21:15H que normalizou no final do turno.

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Constatou-se, que a Actividade de Vida Respiração ficou alterada durante o

internamento.

1.9.4. Alimentação

Peso - 56,6 kg

Percentil peso – 90-75

Altura - 1,69

Percentil altura – 90-75

IMC – 19,8 Aprox. 20 = Estado nutricional normal

Percentil IMC – 50-25

A mãe da criança referiu que R.F fez alergia ao leite de transição pelo que fez

leite de soja.

A alimentação da V.R encontra-se adequada à sua idade, faz 6 refeições diárias,

neste momento não tem restrições alimentares, fazendo uma dieta equilibrada e variada.

Aprecia - peixe grelhado, chá e torradas Não aprecia – Peixe cozido

Durante a hospitalização, a R.F fez em jejum cerca de 6 horas (cerca do 12.45h)

antes de ser submetida ao cateterismo e após a intervenção teve de fazer uma pausa

alimentar devido ao efeito dos anestésicos que poderiam fazer com que ficasse

nauseada.

Posteriormente iniciou com dieta líquida (chá às 23:00h) que tolerou.

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Esta pausa alimentar fez com que se verificasse uma alteração nesta actividade de vida

diária.

1.9.5. Eliminação

A criança urina cerca de 5 vezes por dia e faz cerca de 1 dejecção por dia

autonomamente.

R.F. refere a sua urina é amarela clara e sem cheiro fétido e que as fezes são moldadas e

com cheiro sui generis.

Devido a imobilização a que esteve submetida no pós-cateterismo esta actividade de

vida encontrou-se alterada pelo que teve que urinar duas vezes na arrastadeira.

1.9.6. Controlo da temperatura corporal

A temperatura corporal normal da criança é de 36,4-36,8ºC (temperatura

timpânica). Não se verificam alterações ao nível da temperatura corporal da criança.

As extremidades mantiveram-se sempre quentes, rosadas e com pulso palpável.

Não houve alteração desta actividade de vida, embora existisse o risco de má

perfusão periférica devido ao cateterismo que causaria uma diferença de temperatura

nas extremidades dos membros inferiores, com a possibilidade de se encontrarem frios.

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1.9.7- Mobilidade

No que se refere à mobilidade a R.F. é independente e a sua actividade motora

está de acordo com a idade.

Normalmente desloca-se a pé até à escola ou transportes publicos, pois está

próxima de casa e por vezes de carro com a mãe.

No pós-cateterismo teve que ficar deitada em decúbito dorsal e com a perna

direita imobilizada para prevenção de hematomas e hemorragias na zona inguinal, a que

foi sujeita ao cateterismo. Fez levante às 9.30 que tolerou. Habitualmente o levante é

feito passado 6 horas da cirurgia, mas visto que se encontrava a dormir só foi feito de

manhã.

Actividade de vida alterada durante o internamento.

1.9.8. Higiene e vestuário

A R.F. toma banho diariamente e é independente nesta actividade de vida.

Apresenta uma pele hidratada e, realiza higiene oral duas vezes por dia e as suas

unhas estavam limpas e cortadas.

Tanto a mãe como a criança apresentam um aspecto cuidado e limpo. A nível do

vestuário apresentam vestuário adequado, utilizando roupas limpas, e adequadas à

estação ano.

Conclui-se assim, que esta actividade de vida diária não se encontra alterada.

1.9.9. Expressão da sexualidade

Adolescência (12-18 Anos)

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Teve a menarca aos 11 anos. Não teve comportamentos de risco e ainda não

iniciou vida sexual.

Neste momento não a está a tomar a pílula devido à HTA causada pela estenose

da artéria renal.

Espera recomeçar a tomar a pílula em breve pois diz sentir uma melhoria ao

nível das dores menstruais. Foi prescrita a pílula a R.F. pois teve ACNE e tem quistos

nos ovários .

Já tomou a Diane 35 com a que não tolerou, pois passou o mês inteiro

menorreica. Visto não ter tolerado a Diane 35 optou por tomar Yasmin, que se deu bem.

1.9.10. Jogos e Brincadeiras

A R.F. é uma adolescente e como tal gosta de sair à noite, estar com os amigos,

ver filmes, estar no computador, ler, ver televisão.

Vai 2 a 3 vezes ao ginásio por semana.

Existe alteração nesta actividade de vida por não puder frequentar o ginásio as

próximas semanas.

1.9.11. Sono e Repouso

A RF costuma dormir cerca de 8,5 horas/ noite, tem um sono calmo e tranquilo,

demora cerca de 5 a 10 minutos para adormecer.

Os factores que interferem com a qualidade do sono são a dor, barulho,

ansiedade, local.

Durante o internamento devido à agitação do serviço, bem como as dores que

tinha ao adormecer alterarão esta actividade de vida.

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1.9.11. Morte

RF é católica não praticante, acha que a morte é inevitável, universal e irreversível.

Sabe o prognóstico da sua patologia e a sua família também, mas devido a fase

em que se encontra tem algum receio mostrando medo da morte.

Encara mal o processo da morte, pois já morreram os seus dois avós paternos e a

sua bisavó materna que era muito próxima e gostava muito.

Quando a sua bisavó morreu passou por processos de culpa, negação, choque até

que acabou por aceitar e compreender embora ainda não esteja completamente

ultrapassada.

Esta actividade de vida está alterada durante o internamento devido ao medo e

receio que mostrou ter da morte relacionado com o cateterismo.

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1.10- Diagnósticos de Enfermagem

Diagnósticos de

enfermagem

Objectivos Intervenções Data

Medo/Ansiedade pré e pós

cateterismo (individual e

familiar) relacionado com

procedimento de

angioplastia e resultado

manifestado por choro e por

comunicação verbal.

Reduzir ansiedade

Promover segurança

e confiança.

Incluir a família

neste processo.

Deu-se apoio

Explicou-se

procedimentos

Proporcionou-se

o apoio da família

Promoveu-se

conforto

Permitiu-se que

expressasse as suas

emoções

Deu-se livro do

serviço onde a

família e a criança

tem acesso a

informações uteis

sobre a sua

patologia e

contactos e horários

25/11/08

A Rita

esteve

sempre

bastante

ansiosa,

mas ao

longo

dos

turnos a

equipa e

a família

foram

capazes

de a

auxiliar

neste

processo.

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Diagnósticos

de

enfermagem

Objectivos Intervenções Data/

Avalição

Dor Aguda

relacionada à

lesão do

tecido e à

imobilização

prescrita

após o

procedimento

manifestada

pela

expressão

facial, choro,

comunicação

verbal.

Descobrir

proveniência

da dor.

Reduzir a

dor.

Despistar

complicações

do pos-

cateterismo

Fez-se Avaliação da dor

Administrou-se Analgesia

Proporcionou-se conforto

Observou-se pensos e locais de

inserção de cateterismo e cateter

periférico.

Avaliou-se Sinais Vitais

25/11/08

Ao longo

dos turnos

Ao longo

dos turnos

R.F.

apresentou

dores, mas

rapidamente

se

conseguiu

minimizar a

dor.

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Diagnósticos

de

enfermagem

Objectivos Intervenções Data/Avaliação

Risco de

infecção

relacionado

com as vias

invasivas.

Reduzir o

risco de

infecção

Usou-se assepsia

Manipulou-se o menor número

de vezes possível o material,

feridas e cateteres.

Procedeu-se sempre à lavagem

das mãos

Usou-se luvas esterilizadas

Retirou-se o penso compressivo

no dia seguinte à cateterização

Cobriu-se o cateter periférico e

local de cateterismo com penso

simples protector. ( no local do

cateterismo após se retirar o penso

compressivo)

Avaliou-se SV

Vigiou-se possíveis sinais de

infecção, localizados

Optimizou-se catéter;

Vigiou-se penso do cateter

Ensinos

Fez-se ensino da manutenção do

penso do local da cateterização

nos dias subsquentes.

25/11/08

Não houve

infecção

durante o

período de

internamento.

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Diagnósticos de

enfermagem

Objectivos Intervenções Data/

Avaliação

Risco perfusão

tecidular ineficaz

relacionada com

traumatismo ou à

compressão dos vasos

sanguíneos devido ao

cateterismo no membro

inferior direito.

Identificar

factores que

melhoram a

circulação

periférica.

Identificar

factores

inibidores da

circulação

periférica.

Prevenir a

má perfusão

tecidular.

Manteve-se a

extremidade do

membro aquecida.

Foi-se verificando

frequentemente a

temperatura do

membro,

sensibilidade a cor e o

pulso pedial.

Mobilizou o

membro que foi

sujeito a cateterismo.

Ensinos

Pediu-se para que

comunica-se caso

sentisse dor na perna

ou virilha

25/11/08

A perfusão foi

eficaz pois nem

a cor,

temperatura,

sensibilidade e

pulso pedial

estiveram

alterados.

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Diagnósticos de

enfermagem

Objectivos Intervenções Data/Avalição

Risco de

hemorragia

relacionado com

presença de catéter

venoso periférico no

membro superior

esquerdo ,

heparinização e

traumatismo arterial e

ferida do cateterismo

no menbro inferior

direito.

Evitar

que ocorra

hemorragia

Vigiou-se os sinais

vitais: TA, Pulso,

temperatura dos

membros, e cor

Vigiou-se o local de

inserção do cateter

/ferida do cateterismo

para despiste de

hemorragia e

hematoma;

Esteve-se atento a

sinais de hemorragia;

- Vigiou-se o penso

compressivo de 15 /15

minutos durante a 1ªH,

colocar penso simples

no dia seguinte. Vigiar

pensos e fazer marcação

caso apresentem

sangue.

Ensinos

Obter a sua

colaboração da familia

na observação do penso,

mobilização do membro

puncionado,

proporcionar conforto à

criança e alertar o

enfermeiro de qualquer

alteração. Ensinou-se

25/11/08

Não houve

hemorragia, embora

R.F. tenha

apresentado uma

ligeira equimose na

zona inguinal

esquerda (local do

cateterismo)

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que deveria colocar gelo

em casa caso tenha

ficado com equimose

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2. Conclusão

Com este estudo de caso foi possível verificar os vários aspectos holísticos da

criança e da família. Foi possível organizar uma metodologia de cuidados a serem

prestados à família da R.F. para que de uma forma óptima o seu internamento pudesse

ocorrer sem grandes alterações ao nível das actividades de vida diárias.

A importância da utilização do genograma, e ecomapa ficou bem assente, e

através destes instrumentos, do exame físico, e da aplicação do modelo de Nancy Roper

à família estudada posso concluir que esta família tinha grandes potencialidades que

foram desenvolvidas no período de internamento, onde predominam relações saudáveis

e satisfatórias. R.F. encontra-se nos parâmetros de normalidade relativamente às

actividades de vida.

É com grande satisfação que posso dizer que cumpri os objectivos a que me propus

e mais do que isso consegui fazer com que uma criança tivesse um internamento pouco

traumatizante e conseguisse mesmo evoluir física e psicologicamente durante o mesmo.

Os cateterismos estão em internamento 48 horas apenas, o que dificultou o

acompanhamento de R.F. ,visto que só tive oportunidade de falar com R.F. no turno da

tarde de dia 25 de Novembro de 2008.

Senti-me à vontade em termos comunicacionais, pois R.F. e a familia mostram-se

bastante receptivos.

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3. Bibliografia

CARPENITO, Lynda Juall; Manual de Diagnósticos de Enfermagem; Artmed

Editora S.A. 9ª edição; Porto Alegre; 2003; ISBN: 85-363-0188-0.

LOGAN, Winifred W., ROPER, Nancy, TIERNEY, Alison J.; Modelo de

Enfermagem; McGraw Hill Portugal, Lda. 3ª edição; Alfragide; 1995; ISBN: 972-

9241-98-8.

WONG, Donna L.; Enfermagem Pediátrica, Elementos Essenciais à Intervenção

Efectiva; Guanabara Koogan; 5ªedição; Rio de Janeiro; 1999; ISBN: 85-277-0506-

0.

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APENDICE I Fármacos:

AAS

Atenolol

Amlodipina

paracetamol

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Ácido acetilsalicílico (Aspirina®)

Grupo Fármaco – Terapêutico: anticoagulante, antitrombótico, analgésico

não-opiáceo, anti-inflamatório não-esteróide e antipirético.

Acção: - Produz analgesia e reduz a inflamação e a febre inibindo a

produção de prostaglandinas.

- Diminui a agregação plaquetária.

Indicações Terapêuticas: Inibição da agregação plaquetária nas seguintes

situações:

- Na angina de peito instável;

- No enfarte agudo do miocárdio;

- Na profilaxia do reenfarte;

- Após cirurgia vascular ou intervenções cirúrgicas;

- Para prevenção de acidentes isquémicos transitórios e trombose cerebral após

manifestação de estádios precursores;

- Para prevenção de trombose venosa e embolia pulmonar;

- Profilaxia prolongada da enxaqueca.

Via de Administração e Posologia: Per-os

Analgésico e Antipirético: - Adulto: 325-500 mg de 3/3 h ou 325-650 mg de 4/4

h ou 600-1000 mg de 6/6 h (não exceder as 4 g/dia).

- Crianças dos 2-11 anos: 65 mg/kg/dia repartidos em 4/6 doses.

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Anti-inflamatório: - Adulto: 2,4 g/dia inicialmente; aumentar para a dose de

manutenção de 3,6-5,4 g/dia dividido em doses.

- Crianças: 80-100 mg/kg/dia dividido em doses.

Prevenção de crises isquémicas transitórias: - Adulto: 1-1,3 g/dia divididos em

2-4 doses.

Prevenção de enfarte do miocárdio: Adulto: 300-325 mg/dia.

Contra Indicações:

- Hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico ou a outros salicilatos.

- Úlceras gástricas.

- No último trimestre de gravidez.

Reacções Adversas e Efeitos Secundários:

Perturbações gastrointestinais: náuseas, diarreia, vómitos, pirose e ligeiras

perdas sanguíneas gastro-intestinais. Úlceras gastrointestinais, com risco de perfuração

e hemorragia.

- Hepatoxicidade.

- Anemia.

- Tonturas e zumbidos – sintomas de sobredosagem, especialmente em crianças e

idosos.

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Interacções Medicamentosas:

São intensificados:

- A acção de anticoagulantes

- O risco de hemorragia gastrointestinal em caso de tratamento concomitante com

corticosteróides

- Os efeitos dos anti-inflamatórios não esteróides

- A acção das sulfonilureias

- Os efeitos do metotrexato

- As concentrações plasmáticas da digoxina, barbitúricos e lítio

- Os efeitos das sulfonamidas

- Os efeitos do ácido valpróico.

São reduzidos os efeitos de:

- Antagonistas da aldosterona e diuréticos da ansa

- Anti-hipetensores.

Cuidados de Enfermagem: Os comprimidos são ingeridos com líquidos e de

preferência após as refeições ou com alimentos. É aconselhável beber seguidamente

uma quantidade apreciável de líquido (meio copo a um copo de água).

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Atenolol

Grupo Fármaco – Terapêutico: Antianginoso, antihipertensor

Acção:

- Bloqueia a estimulação dos receptores adrenérgicos beta1 (miocárdio);

- Diminui a pressão arterial e a frequência cardíaca;

- Diminui a frequência de crises de angina de peito;

Indicações Terapêuticas:

- Tratamento da hipertensão;

- Prevenção do enfarte do miocárdio;

Via de Administração e Posologia (Adultos):

- Dose média diária por via Oral: 25 a 50 mg/dia que pode ser aumentada após duas

semanas para 50 a 100 mg/dia.

Contra – Indicações:

- Insuficiência cardíaca não compensada;

- Edema pulmonar;

- Choque cardiogénico;

- Bradicardia ou bloqueio cardíaco;

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Precauções:

- Disfunção renal;

- Insuficiência hepática;

- Doentes geriátricos;

- Doença pulmonar;

- Diabetes mellitus (pode mascarar os sinais de hipoglicemia);

- Tirotoxicose (pode mascarar sintomas);

- Doentes com história de reacções alérgicas severas;

- Gravidez, lactação ou crianças;

Reacções Adversas e Efeitos Secundários:

- fadiga, fraqueza, ansiedade, depressão, tonturas, sonolência, insónias, perda de

memória, alterações do estado mental, nervosismo, pesadelos;

- Visão turva, congestão nasal;

- Broncoespasmo, crepitações;

- Bradicardia, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar, hipotensão,

vasoconstrição periférica;

- Obstipação, diarreia, anomalias da função hepática, náuseas e vómitos;

- Impotência, diminuição da libido, aumento da frequência urinária;

- Erupções cutâneas;

- Hiperglicemia, hipoglicemia;

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- Artralgias, dor nas costas, dor articulares;

- Lúpus induzido por fármacos.

Interacções Medicamentosas:

- Anestesia geral, fenitoína IV e verapamil podem provocar depressão aditiva do

miocárdio;

- Pode ocorrer bradicardia aditiva com glicosídeos digitálicos;

- Pode ocorrer hipotensão aditiva com outros fármacos anti-hipertensores, ingestão

aguda de álcool ou nitratos;

- O uso simultâneo com anfetamina, cocaína, efedrina, adrenalina, noradrenalina,

fenilefrina ou pseudoefedrina pode resultar em estimulação adrenérgica alfa sem

oposição (hipertensão excessiva, bradicardia);

- A administração de hormonas da tiróide pode diminui a eficácia;

- Pode alterar a eficácia das insulinas ou de fármacos hipoglicemiantes orais;

- Pode diminuir a eficácia da teofilina;

- Pode diminuir o efeito cardiovascular beta1 benéfico da dopamina ou da dobutamina;

- Usar com precaução durante o período de 14 dias depois da terapêutica com inibidores

da MAO, da qual pode resultar hipertensão.

Cuidados de Enfermagem: Avaliação da tensão arterial, frequência

cardíaca e glicémia capilar antes da administração da terapêutica;

Despistar sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva:

- dispneia;

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- crepitações;

- ganho de peso;

- edema periférico;

- distensão da veia jugular.

Despiste de sinais de sobredosagem:

- bradicardia;

- tonturas severas ou desmaios;

- sonolência severa;

- dispneia;

- unhas e palmas das mãos azuladas;

- convulsões.

Validar e reforçar as medidas para o controlo da hipertensão:

- perda de peso;

- restrição de sódio;

- redução do stress;

- exercício regular;

- moderação do consumo de álcool;

- parar de fumar.

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Amlodipina

Grupo Fármaco - Terapêutico: Antianginoso; Anti-hipertensor (bloqueador

dos canais de cálcio)

Acção: Inibe o transporte de cálcio para o miocárdio e para as células do

músculo liso vascular, resultando na inibição do acoplamento e excitação – contracção e

subsequente contracção – vasodilatção sistémica resultando na diminuição da pressão

arterial; vasodilatação coronária resultando na diminuição da frequência e severidade

das crises de angina.

Indicações terapêuticas: Isoladamente ou com outros fármacos no

tratamento da hipertensão, angina de peito, angina vasoespástica.

Via de administração e Posologia: Per-os.

Per-os:

- Adultos: 5-10 mg/dia; Anti-hipertensor em doentes frágeis ou de pequena estatura ou

doentes com outra terapêutica anti-hipertensora – começar em 2,5 mg/dia, aumentar

conforme for necessário e tolerado (até 10 mg/dia) como na terapêutica anti-

hipertensora em doentes com insuficiência hepática.

- Doentes geriátricos: Anti-hipertensor – iniciar a terapêutica com 2,5 mg/dia, aumentar

conforme for necessário e tolerado (até 10 mg/dia); Ant-anginoso – iniciar a terapêutica

com 5 mg/dia, aumentar conforme for necessário e tolerado (até 10 mg/dia).

-Insuficiência hepática (Adultos): Anti-hipertensor – iniciar terapêutica com 2,5 mg/dia,

aumentar conforme for necessário e tolerado (até 10 mg/dia); Antianginoso – iniciar

terapêutica com 5 mg/dia, aumentar conforme for necessário/tolerado (até 10 mg/dia)

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Contra-indicações:

- Hipersensibilidade.

- Pressão arterial < 90 mmHg.

Precauções:

- Insuficiência hepática severa (recomenda-se redução da dose).

- Doentes geriátricos (recomenda-se redução da dose; risco de hipotensão aumentado).

-Estenose aórtica.

- História de insuficiência cardíaca congestiva.

- Gravidez, lactação, ou crianças (segurança ainda não estabelecida)

Reacções Adversas e Efeitos Secundários:

- Cefaleias, tonturas, fadiga.

- Edema periférico, angina, bradicardia, hipotensão, palpitações.

- Hiperplasia gengival, náuseas.

- Rubor.

Interacções medicamentosas: Pode ocorrer hipotensão aditiva quando usada

concomitantemente com fentanil, outros fármacos anti-hipertensores, nitratos, ingestão

aguda de álcool, ou quinidina.

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Os efeitos anti-hipertensores podem ser diminuídos pelo uso concomitante com anti-

inflamatórios não esteróides.

Pode aumentar o risco de neurotoxicidade com lítio.

Cuidados de Enfermagem:

Monitorizar a pressão arterial e o pulso antes da terapêutica, durante a

determinação laboratorial da dose e periodicamente durante a terapêutica. Monitorizar o

ECG periodicamente durante terapêutica prolongada.

Monitorizar a ingestão e as taxas de excreção e os pesos diários. Avaliar sinais

de insuficiência cardíaca congestiva (edema periférico, crepitações pulmonares,

dispneia, ganho de peso, distensão jugular venosa).

Angina: Avaliar a localização, duração, intensidade e factores de precipitação

da angina do doente.

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PARACETAMOL

Grupo Fármaco - Terapêutico: Analgésico não opiáceo e Antipirético

Acção: Inibe a síntese de prostaglandinas que podem servir como mediadores da dor e

da febre, no SNC. Não possui propriedades anti-inflamatórias ou toxicidade

gastrointestinal significativa.

Indicações Terapêuticas:

- Dores ligeiras ou moderadas.

- Febre.

Via de administração e Posologia: Per-os, rectal e endovenosa.

Nos adultos a dose varia entre 0,5 a 1g em cada 3 a 4 vezes por dia (nunca

exceder os 4g/dia). A via é per-os.

Nas crianças a dose vai depender muito da idade, sendo as vias utilizadas, a via

rectal (supositórios) ou per-os.

Contra-indicações: Hipersensibilidade conhecida.

Precauções/Advertências:

- Doença hepática grave.

- Doença renal.

- Abuso crónico de álcool.

- Mal-nutrição.

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Reacções adversas e efeitos Secundários:

- Insuficiência hepática e hepatotoxicidade (sobredosagem).

- Insuficiência renal (altas doses ou uso crónico).

- Erupções cutâneas e urticária.

Interacções medicamentosas:

O uso combinado com salicilatos ou AINE’s aumenta o risco de efeitos adversos

renais.

O risco de hepatotoxicidade pode ser aumentado se se usar outras substâncias

hepatotoxicas, incluindo o álcool. E também o uso concomitante de Isoniazida,

rifampicina, fenitoína, barbitúricos, carbamazepina, diflusinal, rifabutina.

Varfarina e o uso crónico de doses elevadas de paracetamol podem aumentar o risco

de perda de sangue.

Cuidados de Enfermagem:

Se for utilizado como analgésico há que avaliar o tipo, localização e intensidade

da dor antes e após 30 a 60 minutos da administração;

Se for utilizado com antipirético, avaliar a temperatura e a presença de sinais

associados (diaforese, taquicardia, mal-estar);

Ter em atenção que os utentes mal-nutridos ou casos de alcoolismo crónico

possuem um risco mais elevado de desenvolverem hepatotoxicidade com as doses

normais deste fármaco;

Avaliar a dose, frequência e tipo de fármaco habitualmente tomado pelos utentes

por auto-medicação, pois o uso prolongado de acetominofeno, salicilatos ou AINE’s

aumentam o risco de efeitos renais adversos.

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APENDICE Ii Patologia

Hipertensão Arterial

Hipertensão secundária

Estenose da artéria renal

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Hipertensão arterial

A hipertensão arterial é, geralmente, uma afecção sem sintomas na qual a elevação

anormal da pressão dentro das artérias aumenta o risco de perturbações como o AVC,

a ruptura de um aneurisma, uma insuficiência cardíaca, um enfarte do miocárdio e

lesões do rim.

A palavra «hipertensão» sugere uma tensão excessiva, nervosismo ou stress. No

entanto, em termos médicos, a hipertensão refere-se a um quadro de pressão arterial

elevada, independentemente da causa. Chama-se-lhe «o assassino silencioso» porque,

geralmente não causa sintomas durante muitos anos (até que lesiona um órgão vital).

A hipertensão arterial afecta muitos milhões de pessoas com uma diferença notória

conforme a origem étnica. Por exemplo, nos Estados Unidos, onde afecta mais de 50

milhões de pessoas, 38 % dos adultos negros sofrem de hipertensão, em comparação

com 29 % de brancos. Perante um nível determinado de pressão arterial, as

consequências da hipertensão são mais graves nas pessoas de raça negra.

Nos países desenvolvidos, calcula-se que só se diagnostica esta perturbação em dois de

cada três indivíduos que dela sofrem, e só 75 % deles recebem tratamento

farmacológico, e este só é adequado em 45 % dos casos.

Quando se mede a pressão arterial, registam-se dois valores. O mais elevado produz-se

quando o coração se contrai (sístole); o mais baixo corresponde à relaxação entre um

batimento e outro (diástole). A pressão arterial transcreve-se como a pressão sistólica

seguida de uma barra e, em seguida, a pressão diastólica [por exemplo, 120/80 mmHg

(milímetros de mercúrio)]. Esta medição seria lida como «cento e vinte, oitenta».

A pressão arterial elevada define-se como uma pressão sistólica em repouso superior ou

igual a 140 mm Hg, uma pressão diastólica em repouso superior ou igual a 90 mmHg,

ou a combinação de ambas. Na hipertensão, geralmente, tanto a pressão sistólica como a

diastólica estão elevadas.

Na hipertensão sistólica isolada, a pressão sistólica é superior ou igual a 140 mmHg,

mas a diastólica é menor que 90 mmHg (isto é, esta última mantém-se normal).

A hipertensão sistólica isolada é sempre mais frequente na idade avançada. Quase em

todas as pessoas a pressão arterial aumenta com a idade, com uma pressão sistólica que

aumenta até os 80 anos pelo menos e uma pressão diastólica que aumenta até aos 55 a

60 anos, para depois estabilizar-se e inclusive descer.

A hipertensão maligna é uma pressão arterial muito elevada que, se não for tratada,

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costuma provocar a morte num período de 3 a 6 meses. É bastante rara e produz-se

somente em cerca de uma em cada 200 pessoas com hipertensão arterial, embora os

índices de frequência mostrem variações em função de diferenças étnicas (maior

frequência em doentes de raça negra), de sexo (sendo mais frequente nos homens) e de

condição socioeconómica (com maior incidência em doentes de classe baixa). A

hipertensão maligna é uma urgência médica.

Controlo da pressão arterial

A elevação da pressão nas artérias pode dever-se a vários mecanismos. Por exemplo, o

coração pode bombear com mais força e aumentar o volume de sangue que expulsa em

cada batimento. Outra possibilidade é que as grandes artérias percam a sua flexibilidade

normal e se tornem rígidas, de modo a não poderem expandir-se quando o coração

bombeia sangue através delas. Por esta razão, o sangue proveniente de cada batimento

vê-se forçado a passar por um espaço menor do que o normal e a pressão aumenta. Isto

é o que acontece aos idosos cujas paredes arteriais se tornaram grossas e rígidas devido

à arteriosclerose. A pressão arterial aumenta de forma similar na vasoconstrição

[quando as artérias minúsculas (arteríolas) se contraem temporariamente pela

estimulação dos nervos ou das hormonas circulantes]. Por último, a pressão arterial

pode aumentar se se incrementar o afluxo de líquido ao sistema circulatório. Esta

situação verifica-se quando os rins funcionam mal e não são capazes de eliminar sal e

água em quantidade suficiente. O resultado é que o volume de sangue aumenta e, como

consequência, aumenta a pressão arterial.

Pelo contrário, se a função de bombeamento do coração diminui, se as artérias estão

dilatadas ou se se perde líquido do sistema, a pressão desce. As modificações destes

factores são regidas por alterações no funcionamento renal e no sistema nervoso

autónomo (a parte do sistema nervoso que regula várias funções do organismo de forma

automática).

O sistema nervoso simpático, que faz parte do sistema nervoso autónomo, é responsável

pelo aumento temporário da pressão arterial quando o organismo reage diante de uma

ameaça. O sistema nervoso simpático incrementa a frequência e a força dos batimentos

cardíacos. Produz também uma contracção da maioria das arteríolas, mas, em

contrapartida, dilata as de certas zonas, como as dos músculos, onde é necessário um

maior fornecimento de sangue. Além disso, o sistema nervoso simpático diminui a

eliminação de sal e de água pelo rim e, como consequência, aumenta o volume de

sangue. Deste modo, produz a libertação das hormonas adrenalina (epinefrina) e

noradrenalina (norepinefrina), que estimulam o coração e os vasos sanguíneos.

Por outro lado, os rins controlam a pressão arterial de vários modos. Se a pressão

arterial se eleva, aumenta a eliminação de sal e de água, o que faz descer o volume de

sangue e normaliza a pressão arterial. Ao contrário, se a pressão arterial diminui, os rins

reduzem a eliminação de sal e de água; em consequência, o volume sanguíneo aumenta

e a pressão arterial volta aos seus valores normais. Os rins também podem aumentar a

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pressão arterial, segregando um enzima denominado renina, que estimula a secreção de

uma hormona chamada angiotensina, a qual, por sua vez, desencadeia a libertação de

aldosterona.

Dado que os rins são importantes para controlar a pressão arterial, muitas doenças e

anomalias renais elevam a pressão arterial. Por exemplo, um estreitamento da artéria

que alimenta um dos rins (estenose da artéria renal) pode causar hipertensão. De igual

modo, inflamações renais de vários tipos e a lesão de um ou de ambos os rins também

causam efeitos similares.

Sempre que, por qualquer causa, se verifique um aumento da pressão arterial,

desencadeia-se um mecanismo de compensação que neutraliza e mantém a pressão a

níveis normais. Portanto, um aumento do volume de sangue bombeado pelo coração que

tende a aumentar a pressão arterial faz com que os vasos sanguíneos se dilatem e que os

rins aumentem a eliminação de sal e de água, o que tende a reduzir a pressão arterial.

No entanto, em caso de arteriosclerose, as artérias tornam-se rígidas e não podem

dilatar-se, e por isso a pressão arterial não desce aos seus níveis normais. As alterações

arterioscleróticas nos rins podem alterar a sua capacidade para eliminar sal e água, o que

tende a aumentar a pressão arterial.

Causas

Para cerca de 90 % das pessoas com pressão arterial elevada, a causa é desconhecida.

Essa situação denomina-se hipertensão essencial ou primária. A hipertensão essencial

pode ter mais de uma causa. Provavelmente, uma combinação de diversas alterações no

coração e nos vasos sanguíneos produz a subida da pressão arterial.

Quando a causa é conhecida, a afecção denomina-se hipertensão secundária. Entre 5 %

e 10 % dos casos de hipertensão arterial têm como causa uma doença renal. Entre 1 % e

2 % têm a sua origem numa perturbação hormonal ou no uso de certos fármacos, como

os anticoncepcionais orais (pílulas para o controlo da natalidade). Uma causa pouco

frequente de hipertensão arterial é o feocromocitoma, um tumor das glândulas supra-

renais que segrega as hormonas adrenalina e noradrenalina.

A obesidade, um hábito de vida sedentária, o stress e o consumo excessivo de álcool ou

de sal são, provavelmente, factores de risco no aparecimento da hipertensão arterial em

pessoas que possuem uma sensibilidade hereditária. O stress tende a fazer com que a

pressão arterial aumente temporariamente, mas, de um modo geral, regressa à

normalidade uma vez que ele tenha desaparecido. Isto explica a «hipertensão da bata

branca», na qual o stress causado por uma ida ao consultório do médico faz com que a

pressão arterial suba o suficiente para que se faça o diagnóstico da hipertensão em

alguém que, noutros momentos, teria uma pressão arterial normal. Julga-se que, nas

pessoas com esta tendência, estes breves aumentos da pressão causam lesões que,

finalmente, provocam uma hipertensão arterial permanente, inclusive quando o stress

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desaparece. No entanto, esta teoria segundo a qual os aumentos transitórios da pressão

arterial podem dar lugar a uma pressão elevada de forma permanente não foi

demonstrada.

Regulação da pressão arterial: o sistema renina-

angiotensina-aldosterona

Quando a pressão arterial diminui (1) liberta-se

renina (um enzima renal). A renina (2), por seu

lado, activa a angiotensina (3), uma hormona que

contrai as paredes musculares das artérias pequenas

(arteríolas) e, como consequência, aumenta a

pressão arterial. A angiotensina também estimula a

secreção da hormona aldosterona da glândula

supra-renal (4), provoca a retenção de sal (sódio)

nos rins e a eliminação de potássio. Como o sódio

retém água, expande-se o volume de sangue e

aumenta a pressão arterial.

Sintomas

Habitualmente, a hipertensão arterial é assintomática, apesar da coincidência no

aparecimento de certos sintomas que muita gente considera (erradamente) associados à

mesma: cefaleias, hemorragias nasais, vertigem, ruborização facial e cansaço.

Embora as pessoas com uma pressão arterial elevada possam ter estes sintomas, eles

também podem aparecer com a mesma frequência em indivíduos com uma pressão

arterial normal.

No caso de uma hipertensão arterial grave ou de longa duração que não receba

tratamento, os sintomas como cefaleias, fadiga, náuseas, vómitos, dispneia,

desassossego e visão esfumada verificam-se devido a lesões no cérebro, nos olhos, no

coração e nos rins. Às vezes, as pessoas com hipertensão arterial grave desenvolvem

sonolência e inclusive coma por edema cerebral (acumulação anormal de líquido no

cérebro). Este quadro, chamado encefalopatia hipertensiva, requer um tratamento

urgente.

Diagnóstico

A pressão arterial determina-se depois de a pessoa ter estado sentada ou deitada durante

5 minutos. Uma leitura de 140/90 mmHg ou mais é considerada alta, mas o diagnóstico

não pode basear-se numa só medição. Às vezes, inclusive várias determinações elevadas

não são suficientes para efectuar o diagnóstico. Quando se regista uma medição inicial

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elevada, deve determinar-se de novo e depois mais duas vezes em dias diferentes, para

se assegurar de que a hipertensão persiste. As leituras não só indicam a presença de

hipertensão arterial, como também permitem classificar a sua gravidade.

Quando se tiver estabelecido o diagnóstico de hipertensão arterial, habitualmente

avaliam-se os seus efeitos sobre os órgãos principais, sobretudo os vasos sanguíneos, o

coração, o cérebro e os rins. A retina (a membrana sensível à luz que reveste a

superfície interna da parte posterior do olho) é o único lugar onde se podem observar

directamente os efeitos da hipertensão arterial sobre as arteríolas. Julga-se que as

alterações na retina são semelhantes às dos vasos sanguíneos de qualquer outra parte do

organismo, como os rins. Para examinar a retina, utiliza-se um oftalmoscópio (um

instrumento que permite visualizar o interior do olho). O grau de deterioração da retina

(retinopatia) permite classificar a gravidade da hipertensão arterial.

As alterações no coração (particularmente uma dilatação devido ao aumento de trabalho

requerido para bombear sangue a uma pressão elevada) detectam-se com um

electrocardiograma e uma radiografia do tórax. Nas fases iniciais, é mais útil o

ecocardiograma (um exame que utiliza ulta-sons para obter uma imagem do coração).

Um ruído anómalo, denominado o quarto ruído cardíaco, que se ausculta com um

fonendoscópio, é uma das primeiras alterações cardíacas causadas pela hipertensão.

As lesões iniciais do rim detectam-se através de uma análise da urina. A presença de

células sanguíneas e albumina (um tipo de proteína) na urina, por exemplo, pode indicar

a presença de tal afecção.

É, igualmente, necessário procurar a causa da pressão arterial elevada, sobretudo se o

doente é jovem, mesmo quando a causa é identificada em menos de 10 % dos casos.

Quanto mais elevada for a pressão arterial e mais jovem for o doente, mais aprofundada

deve ser a pesquisa da causa. A avaliação inclui radiografias e estudos dos rins com

isótopos radioactivos, uma radiografia do tórax e determinações de certas hormonas no

sangue e na urina.

Para detectar um problema real, toma-se como ponto de partida a história clínica,

insistindo em problemas renais prévios. Durante o exame físico, explora-se a zona do

abdómen por cima dos rins para detectar a presença de dor. Com um fonendoscópio

sobre o abdómen, tenta-se localizar a presença de um ruído anormal (som que o sangue

produz ao atravessar um estreitamento da artéria que alimenta o rim). Por último, envia-

se uma amostra de urina para o laboratório para a sua análise e, se for necessário,

efectuam-se radiografias ou ecografias com o fim de conhecer o grau de fornecimento

de sangue ao rim, assim como outras provas renais.

Quando a causa é um feocromocitoma, aparecem na urina os produtos de decomposição

das hormonas adrenalina e noradrenalina. Habitualmente, estas hormonas também

produzem várias combinações de sintomas, como cefaleias intensas, ansiedade,

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sensação de batimentos rápidos e irregulares (palpitações), suor excessivo, tremor e

palidez.

Podem detectar-se outras causas raras de hipertensão arterial com certos exames

sistemáticos. Por exemplo, a medição da concentração de potássio no sangue facilita a

detecção do hiperaldosteronismo (Ver secção 13, capítulo 146) e a determinação da

pressão arterial em ambos os braços e pernas ajuda a detectar uma coarctação da aorta.

Medição da pressão arterial

Prognóstico

Quando a pressão arterial elevada não é tratada, aumenta o risco de se desenvolver uma

doença cardíaca (como a insuficiência cardíaca ou um enfarte de miocárdio), uma

insuficiência renal e um AVC (acidente vascular cerebral) numa idade jovem. A

hipertensão arterial é o factor de risco mais importante de AVC e é também um dos três

factores principais de risco de enfarte do miocárdio, juntamente com o hábito de fumar

e os valores de colesterol elevados. Os tratamentos que fazem descer a pressão arterial

elevada diminuem o risco de AVC e de insuficiência cardíaca. Também diminui o risco

de enfarte, embora não de forma tão clara. Menos de 5 % dos doentes com hipertensão

maligna sem tratamento sobrevivem mais de um ano.

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Principais «órgãos-alvo» da hipertensão arterial

Os principais «órgãos-alvo» são o cérebro, o

coração, as grandes artérias e os rins. O exame

adequado da retina através de um oftalmoscópio

permite observar alterações secundárias à

hipertensão.

Tratamento

A hipertensão essencial não tem cura, mas o tratamento previne as complicações.

Devido ao facto de a pressão arterial em si mesma não produzir sintomas, o médico

procura evitar tratamentos incómodos, trabalhosos ou que interfiram com os hábitos de

vida. Antes de prescrever a administração de fármacos, é recomendável aplicar medidas

alternativas.

No caso de excesso de peso e de pressão arterial elevada, aconselha-se reduzir o peso

até ao seu nível ideal. Deste modo, são importantes as alterações na dieta em pessoas

com diabetes, que são obesas ou que têm valores de colesterol altos, para manter um

bom estado de saúde cardiovascular em geral. Se se reduzir o consumo de sódio para

menos de 2,3 g ou de cloreto de sódio para menos de 6 g por dia (mantendo um

consumo adequado de cálcio, de magnésio e de potássio) e se se reduzir o consumo

diário de álcool para menos de 750 ml de cerveja, 250 ml de vinho ou 65 ml de whisky,

pode não ser necessário o tratamento farmacológico. É também muito útil fazer

exercícios aeróbicos moderados. As pessoas com hipertensão essencial não têm de

restringir as suas actividades se têm a sua pressão arterial controlada. Por último, os

fumadores deveriam deixar de fumar.

É aconselhável que as pessoas com pressão arterial elevada controlem a sua pressão no

seu próprio domicílio. Essas pessoas provavelmente estarão mais dispostas a seguir as

recomendações do médico em relação ao tratamento.

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Tratamento farmacológico

Em teoria, qualquer pessoa com hipertensão arterial pode conseguir controlar-se dado

que se dispõe de uma ampla variedade de fármacos, mas o tratamento tem de ser

individualizado. Além disso, é mais eficaz quando ambos, doente e médico, têm uma

boa comunicação e colaboram com o programa de tratamento.

Os especialistas não se puseram de acordo sobre quanto se deve diminuir a pressão

arterial durante o tratamento ou sobre quando e quanto se deve tratar a hipertensão no

estádio 1 (ligeira). Mas há, na verdade, um acordo geral sobre o facto de que, quanto

mais elevada for a pressão arterial, maiores serão os riscos (inclusive quando os níveis

se encontram dentro da escala normal). Por isso, alguns especialistas sublinham que

qualquer aumento, mesmo pequeno, deve ser tratado e que quanto mais se conseguir

fazer descer a pressão, melhor. Em contrapartida, outros sustentam que o tratamento da

pressão arterial abaixo de um certo nível pode fazer aumentar os riscos de enfarte e de

morte súbita em vez de reduzi-los, sobretudo no caso de doença das artérias coronárias.

Diversos tipos de fármacos reduzem a pressão arterial através de mecanismos

diferentes. Por isso, alguns médicos costumam utilizar um tratamento escalonado.

Inicia-se com um fármaco ao qual se juntam outros quando for necessário. Também se

pode efectuar uma aproximação sequencial: prescreve-se um fármaco e, se não for

eficaz, interrompe-se e administra-se outro. Ao escolher um fármaco, consideram-se

factores como: a idade, o sexo e a etnia do doente, o grau de gravidade da hipertensão, a

presença de outras perturbações, como diabetes ou valores elevados de colesterol, os

efeitos secundários prováveis (que variam de um fármaco para outro) e os custos dos

fármacos e das análises necessárias para controlar a sua segurança.

Habitualmente, os doentes toleram bem os fármacos anti-hipertensivos que se lhes

prescrevem. Mas qualquer fármaco anti-hipertensivo pode provocar efeitos secundários.

Deste modo, se estes aparecerem, dever-se-á informar disso o médico para que ajuste a

dose ou mude o fármaco.

Os diuréticos tiazídicos são, com frequência, o primeiro fármaco que se administra

para tratar a hipertensão. Os diuréticos ajudam os rins a eliminar sal e água e diminuem

o volume de líquidos em todo o organismo, reduzindo desse modo a pressão arterial. Os

diuréticos também dilatam os vasos sanguíneos. Devido ao facto de provocarem uma

perda de potássio pela urina, às vezes devem ser administrados conjuntamente

suplementos de potássio ou fármacos que retenham potássio. Estes fármacos são

particularmente úteis em pessoas de etnia negra, de idade avançada, em obesos e em

pessoas que sofram de insuficiência cardíaca ou renal crónica.

Os bloqueadores adrenérgicos (um grupo de fármacos que incluem os bloqueadores

alfa, os betabloqueadores e o bloqueador alfa-beta labetalol) bloqueiam os efeitos do

sistema nervoso simpático, o sistema que responde rapidamente ao stress aumentando a

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pressão arterial.

Os bloqueadores adrenérgicos mais utilizados, os betabloqueadores, são especialmente

úteis nos indivíduos de etnia branca, nas pessoas jovens e nas que sofreram um enfarte

de miocárdio ou que têm ritmos cardíacos acelerados, angina de peito ou enxaqueca.

Os inibidores do enzima conversor da angiotensina diminuem a pressão arterial

dilatando as artérias. São particularmente úteis nos indivíduos brancos, nas pessoas

jovens e nas que sofrem de insuficiência cardíaca, nas que apresentam proteínas na

urina devido a uma doença renal crónica ou a uma doença renal pela diabetes e nos

jovens que manifestam impotência como resultado de um efeito secundário produzido

pela ingestão de outro fármaco.

Os bloqueadores da angiotensina II diminuem a pressão arterial através de um

mecanismo semelhante (mas mais directo) ao dos inibidores do enzima conversor da

angiotensina. Devido ao modo como actuam, os bloqueadores da angiotensina II

parecem causar menos efeitos secundários.

Os antagonistas do cálcio provocam a dilatação dos vasos sanguíneos por um

mecanismo completamente diferente. São particularmente úteis nas pessoas de etnia

negra, de idade avançada e nas que sofrem de angina de peito (dor no peito), de certos

tipos de arritmias ou de enxaqueca. Relatórios recentes sugerem que a administração de

antagonistas do cálcio de acção curta aumenta o risco de morte por enfarte, mas não há

estudos que sugiram esse efeito para os antagonistas do cálcio de acção prolongada.

Os vasodilatadores directos dilatam os vasos sanguíneos através de outro mecanismo.

Um fármaco deste tipo quase nunca se utiliza isolado; costuma utilizar-se como um

segundo fármaco quando o outro sozinho não diminui suficientemente a pressão

arterial.

As urgências hipertensivas, como, por exemplo, a hipertensão maligna, requerem uma

diminuição rápida da pressão arterial. Existem diversos fármacos que diminuem a

pressão arterial com rapidez; a maioria administra-se por via endovenosa. Estes

fármacos compreendem o diazóxido, o nitroprussiato, a nitroglicerina e o labetalol. A

nifedipina, um antagonista do cálcio, é de acção muito rápida e administra-se por via

oral; no entanto, pode causar hipertensão, de modo que é necessário controlar

rigorosamente os seus efeitos.

Tratamento da hipertensão secundária

O tratamento da hipertensão secundária depende da causa do aumento da pressão

arterial. O tratamento de uma doença renal pode, por vezes, normalizar a pressão arterial

ou ao menos reduzi-la, de modo que neste último caso o tratamento farmacológico seja

mais eficaz. Uma artéria obstruída que chega ao rim pode dilatar-se através da inserção

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de um cateter com um balão que depois se enche. Também pode solucionar-se através

de uma cirurgia derivativa do segmento estreitado; este tipo de cirurgia cura, com

frequência, a hipertensão. Os tumores que provocam a hipertensão arterial, como os

feocromocitomas, geralmente podem extirpar-se cirurgicamente.

Variações da pressão arterial

A pressão arterial varia ao longo da vida. Geralmente, os bebés e as crianças têm uma

pressão muito mais baixa do que as dos adultos. A actividade também afecta a

pressão arterial: aumenta durante o exercício e diminui durante o repouso. A pressão

arterial varia, além disso, conforme a altura do dia, já que é mais elevada à noite

durante o sono.

Causas principais de hipertensão secundária

Doenças renais

Estenose da artéria renal

Pielonefrite

Glomerulonefrite

Tumores renais

Doença poliquística renal (geralmente hereditária)

Lesões do rim

Radioterapia que afecta o rim

Perturbações hormonais

Hiperaldosteronismo

Síndroma de Cushing

Feocromocitoma

Fármacos

Anticoncepcionais orais

Corticosteróides

Ciclosporina

Eritropoietina

Cocaína

Abuso de álcool

Alcaçuz (em quantidades excessivas)

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Outras causas

Coarctação da aorta

Gravidez complicada por pré-eclampsia

Porfiria intermitente aguda

Intoxicação aguda por chumbo

Classificação da pressão arterial nos adultos

Quando a pressão sistólica e diastólica de uma pessoa caem em categorias diferentes,

opta-se pela mais elevada para classificar a pressão arterial.

Por exemplo,160/92 mmHg classifica-se como hipertensão fase 2 e 180/120 mmHg

como hipertensão fase 4.

A pressão arterial óptima para minimizar o risco de perturbações cardiovasculares

situa-se abaixo de 120/80 mmHg.

Devem avaliar-se, no entanto, as medições demasiado baixas.

Categoria Pressão arterial

sistólica

Pressão arterial

diastólica

Pressão arterial normal Inferior a 130 mmHg Inferior a 85 mmHg

Pressão arterial nomal-alta 130-139 85-89

Hipertensão (ligeira) fase 1 140-159 90-99

Hipertensão (moderada)

fase 2 160-179 100-109

Hipertensão (grave) fase 3 180-209 110-119

Hipertensão (muito grave)

fase 4 Igual ou superior a 210 Igual ou superior a 120

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Estenose da artéria renal

Tratamento:

O tratamento varia em função da extensão e gravidade dos sintomas. O segundo

rim poderá assumir a produção e filtragem de urina para o corpo se a estenose provocar

a insuficiência do primeiro, e o reparo cirúrgico da área com estenose também possível.

A angioplastia com balão (procedimento radiográfico durante o qual um cateter com um

pequeno balão na ponta é conduzido através da artéria) pode ser um método alternativo

de desobstruir a área com estenose em lugar da cirurgia.

Medicamentos anti-hipertensivos podem ser necessários para controlar a pressão

sanguínea alta.

Expectativas (prognóstico):

A estenose da artéria renal pode provocar uma eventual insuficiência do rim se o

bloqueio for progressivo. Essa condição pode resultar em insuficiência renal crónica se

houver somente um rim funcional ou se ambas as artérias renais estiverem afectadas.

A hipertensão renal provocada pela estenose da artéria pode ser difícil de tratar.

O reparo cirúrgico ou por meio de cateter com balão quase sempre dão resultados

satisfatórios ao abrirem a área com estenose. A condição, entretanto, pode recorrer.

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