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Projeto Educativo
Quadriénio 2008/2012
«Todo o conhecimento implica uma experiência de
valor: Conhecer implica Valorizar!»
Projeto Educativo
Quadriénio 2008/2012
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
1 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO ........................... 6
2 – CONCEITO DE ESCOLA ............................................................................ 7
3 – PRINCÍPIOS E VALORES ........................................................................... 9
4 – MODELO EDUCATIVO .............................................................................. 11
5 – FUNÇÕES DA ESCOLA ............................................................................ 13
6- METAS ......................................................................................................... 14
7 – CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DA AÇÃO EDUCATIVA ................. 16
7.1 – BREVE HISTÓRIA DA ESCOLA ......................................................... 16
7.2 – CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ENVOLVENTE .................................. 16
7.3 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ...................................................... 17
7.4 – CLIMA DE ESCOLA ............................................................................ 18
8- IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS ......................................................... 20
9- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: ................................................................... 22
10 – PLANO DE AÇÃO: ................................................................................... 25
11 – FINALIDADES EDUCATIVAS .................................................................. 31
1. ALUNOS ................................................................................................... 31
1.1 Dimensão Humana.............................................................................. 31
1.2 Dimensão Académica ......................................................................... 32
1.3 Dimensão para a Cidadania ................................................................ 34
2. CORPO DOCENTE .................................................................................. 35
3. PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO ............................................ 36
12 – CALENDARIZAÇÃO................................................................................. 38
13 – AVALIAÇÃO ............................................................................................. 39
14- BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 40
Projeto Educativo
Quadriénio 2008/2012
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Uma Educação sem valores é impossível, pois ela realiza-se em
todos os momentos - «sempre que alguém seleciona ou se manifesta a favor
ou contra qualquer comportamento, situação, pessoa ou objeto» (cf.
VALENTE):Está presente no currículo, na organização da escola, nas
relações interpessoais que se estabelecem dentro e fora dela.
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Quadriénio 2008/2012
INTRODUÇÃO
A Escola pensa-se a si própria através do Projeto educativo que elabora,
instrumento de gestão estratégica ajustado à realidade, e que contém, por
definição, uma ideia de futuro perfilada por toda a comunidade educativa,
constituindo a expressão da sua identidade.
O que caracteriza um sistema inteligente – e uma escola tem,
necessariamente, de o ser – é a adequação de um projeto original, próprio às
condições do tempo e do espaço em que se situa, e não a mera repetição de
modos de fazer ou pensar. Neste âmbito, a EB1/PE das Figueirinhas após
larga reflexão decidiu que para o quadriénio 2008/2012 será trabalhado a
dimensão social dos valores.
Portanto é necessário quase que “sonhar primeiro com aquilo que
pretendemos” para depois podermos agir com a intenção de realizar o “sonho”
pretendido, passando pela organização dessa ação.
Todo o professor, no seu dia a dia, sente que há uma ligação forte entre
uma educação afetiva e a aprendizagem dos saberes. Sendo assim, a escola
deve ceder lugar, cada vez mais, a um ensino onde os valores, atitudes e
comportamentos morais constituem objetivos essenciais no processo educativo
e , como tal, elementos básicos do currículo sujeitos à avaliação. É assim que a
escola pode, não só ultrapassar a velha função repetitiva dos saberes e
conhecimentos, como também preparar os educandos para a sociedade de
rápida transformação ou de evolução acelerada, que os espera no futuro.
Antes de qualquer formação, a formação do pensamento deve ser o
objetivo essencial da tarefa do educador. Contar, ler e escrever, já não chega.
Pensar com ordem, clareza e rigor, com respeito pelos outros é algo que
também se aprende e ajuda a desenvolver a identidade pessoal.
Assim, educar para a cidadania deve contemplar o desenvolvimento das
competências de autonomia, de cooperação e de participação, que embora
sendo interdependentes, também o são complementares.
Uma educação para a autonomia assenta em objetivos pedagógicos de
dimensão pessoal. Uma educação para a cooperação social tem como base a
dimensão do ser em inter – relação com o outro e uma educação para a
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participação pública situa-se na dimensão do cidadão em evolução perante a
vida.
“O Projeto Educativo de Escola, enquanto expressão da identidade e
autonomia da escola, comunidade educativa, é um importante documento
orientador, destinado a assegurar a coerência e a unidade de ação educativa
de uma escola”. Pode ser também “o ponto de partida para uma ação
educativa caracterizada por uma unidade e uma clara intencionalidade dirigida
necessariamente para a consecução do sucesso educativo dos alunos”.
Neste Projeto Educativo encontram-se princípios e linhas orientadoras
gerais, servindo de referência para a tomada de decisões relacionadas com a
escola.
O Projeto permite a delegação de responsabilidades, favorecendo a
implicação de diversos participantes. É um documento de planificação da ação
educativa a longo prazo, distinguindo-se dos documentos de planificação
operativa, sendo caracterizados em períodos de tempo mais curtos:
Regulamento Interno
Projeto Anual de Atividades
Projeto Curricular de Escola
Projetos Curriculares de turma
Todos constituem um instrumento de Autonomia da Escola vigente no Regime
de Autonomia, Administração e Gestão, aprovado pelo Decreto Legislativo
Regional nº 4/2000/ M tendo como objetivo incrementar um maior sucesso
educativo dos alunos.
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1 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
Nome: Escola básica de 1.º Ciclo c/ Pré das Figueirinhas
Código: 3108105
Morada: Rua da Escola
Freguesia: Caniço
Código postal: 9125 – 131
Concelho: Santa Cruz
Telefone: 291936582
Fax: 291936581
Email: [email protected]
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2 – CONCEITO DE ESCOLA
Uma Escola é uma organização dinâmica, aberta ao meio que a envolve
e do qual participa, e em que, por isso, a capacidade de adaptação é a
principal garantia de estabilidade.
A Escola pensa-se a si própria através do Projeto Educativo que elabora,
instrumento de gestão estratégica ajustado à realidade, e que contém, por
definição, uma ideia de futuro perfilhada por toda a comunidade educativa,
constituindo a expressão da sua identidade. O que caracteriza um sistema
inteligente - e uma escola tem, necessariamente, de o ser - é a adequação de
um projeto original próprio às condições do tempo e do espaço em que se
situa, e não a mera repetição de modos de fazer ou pensar. A Escola,
enquanto organização, constitui, seguramente, uma das áreas de reflexão do
pensamento educacional que se tornou mais visível nos últimos tempos.
«A escola é o instrumento e o espaço que as sociedades culturalmente
complexas encontraram para proporcionar educação.» Marques .
Entendemos a escola não apenas como lugar de desenvolvimento das
funções de instrução, mas também como espaço privilegiado para o
desenvolvimento da função educativa em geral, o local que, em parceria e
articulação sistemática com outras instituições da comunidade se torna espaço
de referência da vida educativa.
Educar é proporcionar as condições para que cada um atinja o máximo
das suas potencialidades, permitindo que cada um conheça as suas finalidades
e seja capaz de encontrar e mobilizar os meios para concretizar essas
finalidades. Educar é também formar o cidadão em todas as vertentes da
cidadania.
Pretendemos que a escola seja um espaço de igualdade de
oportunidades, dando sempre que possível resposta às necessidades dos
alunos. Melhorando a qualidade do serviço educativo, tendo como meta
principal o sucesso dos alunos, através de estratégias alternativas, criando
condições favoráveis ao desenvolvimento global dos alunos.
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A escola manterá uma relação com o meio envolvente de reflexão, de
análise, de entreajuda, tendo em conta a especificidade da comunidade, as
suas potencialidades culturais, sociais, económicas e os seus interesses.
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3 – PRINCÍPIOS E VALORES
Educar é formar o cidadão em todas as vertentes da cidadania.
A ação Educativa deverá ser no sentido de que a criança cresça e se
torne um adulto saudável, capaz de estimar e de se sentir estimado pelas suas
capacidades morais, pelos princípios que se regem a sociedade onde se
integra.
A Educação é um processo complexo constituído pela interação destas
três dimensões: Instrução, Socialização; Personalização ou Estimulação.
Instrução na transmissão de conhecimentos e técnicas.
Socialização na integração dos indivíduos na sociedade através
da transmissão de valores, padrões de comportamento e no
favorecimento da aquisição de atitudes e hábitos socialmente
considerados “bons” ou “normais”.
Personalização no desenvolvimento das potencialidades dos
alunos, no sentido de favorecer a sua autoestima.
A Educação deve ser orientada para produzir mudanças nos indivíduos,
o que implica a aquisição de comportamentos novos, bem como a modificação
dos comportamentos já existentes.
A educação tem o papel fundamental de clarificar os valores, levando o
aluno à conquista da autonomia e à responsabilidade, garantido a vivência
desses valores, que devem ser partilhados por todos.
Os valores têm uma profunda influência no desenvolvimento das
personalidades e estão na base de inúmeras atitudes e comportamentos da
vida pessoal e escolar.
« A educação, para além da sua faceta individual, possui uma dimensão
social que se manifesta na interação entre gerações própria do ato educativo e
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na existência de diversos agentes sociais com funções educativas ( família,
escola, meios de comunicação social, grupos e associações diversificadas ).
A educação deve ser orientada para produzir mudanças nos indivíduos,
o que implica a aquisição de novos comportamentos, bem como a modificação
dos comportamentos já existentes.
Aprender a ser cidadão, utilizando regras de boa convivência na escola
e fora dela;
Proporcionar a aquisição de atitudes autónomas, visando a formação de
cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente intervenientes
na vida comunitária;
Contribuir para a igualdade de oportunidades num acesso à escola e
para o sucesso da aprendizagem;
Estimular o desenvolvimento global da criança pelas suas características
individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens
significativas;
Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens
múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização
estética e de compreensão com o mundo, valorizando a Língua Materna
em todas as suas vertentes.
É para a nossa escola fundamental contribuir ativamente para a
superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, para o
desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de
compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o
progresso social e para a participação democrática na vida coletiva.
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4 – MODELO EDUCATIVO
A Educação não se restringe ao ensino, mas engloba uma educação
para os valores, em que o respeito pelo outro, pela diferença e a tolerância e
solidariedade são essenciais.
Promove a educação para a cidadania. Ser cidadão responsável e
consciente dos seus direitos e deveres, valorizando a dimensão
ética, é fundamental para uma vida harmoniosa em sociedade.
Defende a autonomia e independência. Aliados a um espírito de
grupo e de família, onde a afetividade impera, distinguem-se os
valores de expressão individual, de liberdade de pensamento e
autonomia no processo de ensino – aprendizagem, como pedras
basilares para o desenvolvimento harmonioso e responsável.
Valoriza a responsabilidade, disciplina e participação. A
expressão da individualidade de cada aluno é enquadrada pelo
respeito das regras de funcionamento coletivo, no sentido da
responsabilização e interiorização dos valores.
Considera a Língua Portuguesa como uma das prioridades na
formação
Adota as novas tecnologias ao serviço do ensino-aprendizagem.
Numa perspetiva de globalização da informação e do
conhecimento, mas valorizando a dimensão do contacto entre
culturas, a troca de experiências e o enriquecimento mútuo.
Defende a globalidade da formação do indivíduo. Escola com
grandes tradições culturais, aposta na dimensão plural da
realização criativa e da inovação, valorizando as vertentes de
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expressão plástica, a formação musical, desportiva, científica e
tecnológica.
Promove a construção autónoma da aprendizagem, enquadrada
pela comunidade educativa. Com base na experiência e nas
vivências pessoais, valoriza-se o saber fazer e as metodologias
ativas - aprender a aprender -, centrando o processo de ensino -
aprendizagem no aluno.
Defende a continuidade e complementaridade na formação dos
alunos. A Escola preconiza a complementaridade dos agentes
educativos - família, comunidade educativa, meio social - na
partilha e defesa dos princípios e valores que regem a educação,
alicerces da realização pessoal, afetiva, académica e profissional.
A Escola é a principal instituição complementar da família na garantia do
direito à educação e um dos pilares fundamentais da vida em sociedade. A
educação traduz a linguagem partilhada da família e da escola, na formação de
indivíduos responsáveis, e cidadãos conscientes e participativos.
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5 – FUNÇÕES DA ESCOLA
Atualmente a escola é chamada a desempenhar intensivamente um
conjunto de funções. Para além da função de instruir e avaliar tem de orientar
(pedagógica, vocacional e socialmente), de guardar e acolher as crianças em
complementaridade com a família, de se relacionar ativamente com a
comunidade, de gerir e adaptar currículos e coordenar atividades.
Os professores têm de desempenhar as funções de ensinar e educar,
são os agentes dessas funções que têm de estar articuladas entre si.
A educação assentará em três pilares:
Aprender a conhecer;
Aprender a fazer;
Aprender a ser.
O perfil do professor deverá ser o profissional do desenvolvimento
humano, mobilizador de conhecimentos e competências, criador de sinergias,
cultivador de atitudes e valores.
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6- METAS
O que realmente se pretende com este projeto, é aproximar cada vez
mais as práticas ao ideal educativo, para que com isto se possam combater (na
sua maioria) as lacunas detetadas.
Este é um documento importante de orientação, enquanto expressão da
identidade e autonomia da Escola – Comunidade Educativa, que deve
“assegurar a coerência e a unidade de ação educativa de uma Escola”.
A Escola terá em conta todo o meio envolvente, tornando-se cada vez
mais autónoma e próxima da comunidade onde está inserida, de modo a poder
através de toda a ação escolar (letiva ou não) corresponder o melhor possível
às suas necessidades, levando consequentemente ao sucesso educativo
daqueles que serão a razão de ser de todas as escolas – os alunos. Assim, em
linhas gerais pretendemos:
Criar condições facilitadoras da formação integral do aluno e do seu
sucesso.
Criar condições para uma vida escolar de qualidade.
Proporcionar a aquisição de experiências que favoreçam a sua
maturidade cívica e sócio-afetiva, criando nela atitudes e hábitos
positivos de relação e cooperação, quer no plano dos seus vínculos de
família, quer no da intervenção consciente e responsável na realidade
circundante.
Favorecer as atividades que promovam o desenvolvimento do espírito
de iniciativa, de organizações, de autonomia e de solidariedade, aspetos
fundamentais da formação integral do aluno.
Melhorar as competências dos alunos em todas as áreas curriculares
disciplinares e não disciplinares e ainda nas atividades de complemento
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curricular, tanto em termos de trabalho com os alunos, como na entre
ajuda e troca de experiências
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7 – CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DA AÇÃO EDUCATIVA
7.1 – BREVE HISTÓRIA DA ESCOLA
A EB1/PE das Figueirinhas, em 28 de setembro de 1998, foi inaugurada,
sob a tutela da Secretaria Regional da Educação, funcionando inicialmente em
regime duplo e a meio do ano letivo a tempo inteiro.
7.2 – CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ENVOLVENTE
A escola fica situada a poucos minutos do Funchal, é um
estabelecimento de ensino relativamente recente, que funciona num edifício
com espaços cuidados e amplos. A população escolar é originária, na sua
maioria, da população residente, a grande maioria dos alunos tem uma
situação sócio cultural característica da classe média.
A zona circundante da escola é ocupada por prédios de habitação.
Mais ou menos recentes e por moradias do tipo unifamiliar. Não está bem
equipada do ponto de vista de infraestruturas sociais e económicas, nem é
servida por uma boa rede de transportes. Existem algumas infraestruturas
como: mini-mercado, pastelarias, snack-bar, peixaria, restaurante, estufa de
plantas, várias oficinas de mecânica. Ainda existe uma Igreja e um
Estabelecimento Prisional.
A escola encontra-se no sítio da Abegoaria, freguesia do Caniço, possui
cerca de 18 (dezoito) a 20 (vinte) mil habitantes, confrontando a norte com a
Camacha e a leste com a freguesia de S. Gonçalo. Distando 7 (sete)
quilómetros do Funchal, esta localidade é essencialmente uma zona
residencial, com vários complexos habitacionais. A cidade do Caniço pertence
ao Concelho de St.ª Cruz e é uma das zonas mais turísticas da ilha. O seu
nome deriva de uma planta que se chama Caniço e que existia nesta freguesia
em abundância.
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Antigamente a população dedicava-se à agricultura. Atualmente, a
grande maioria da população exerce a sua atividade profissional no Funchal. É
uma zona considerada “dormitório”.
Esta freguesia possui algumas associações de índole cultural (grupo
musical “Reis Magos” e a Banda Filarmónica do Caniço e Eiras) e desportiva
(Grupo Recreativo Cruzado Canicence), organizando alguns eventos, tais
como: Festas de verão, da Cebola; Festas religiosas (do Santíssimo e do
Livramento).
Fazem parte da zona pedagógica deste estabelecimento de ensino os
sítios: Figueirinhas, Ribeira dos Pretetes, Quinta e Abegoaria.
7.3 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
Apresentando uma área bruta de construção com 1110 (mil cento e dez)
metros quadrados, é composta por rés do chão e primeiro piso e ainda por
outros espaços nomeadamente, o campo desportivo descoberto, ginásio, um
espaço circundante, um pátio coberto, um parque infantil e jardim.
No rés do chão existe: uma cantina, uma cozinha com dispensa e bar,
três salas para o Pré-Escolar, um gabinete de direção, um gabinete
administrativo e instalações sanitárias.
No 1.º piso existem cinco salas de aulas curriculares, uma de Expressão
Musical e Dramática, Informática, Biblioteca e Inglês.
Existe ainda, num anexo da escola, uma sala de Expressão Plástica,
uma sala destinada ao Ensino Especial e uma sala de professores construídos
no ano letivo 2007/2008.
O espaço de recreio, espaçoso e cuidado, tem espaços cobertos para
os dias de chuva e um amplo ginásio para a prática do desporto e de educação
física.
A escola possui diversos materiais: Computadores ligados à Internet,
Data - show, tela de projeção, Vídeo, Televisão, DVD, fotocopiadora, fax e
vários materiais didáticos que se encontram no centro de Recursos, recém
criado e ao dispor de todos os docentes mediante requisição.
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Funciona em regime de escola a tempo inteiro (Portaria 110/2002 de 22
de junho) das 8h30 às 18h30, com Aulas Curriculares, de Enriquecimento
Curricular e Ocupação de Tempos Livres, integrando o Pré-Escolar.
Serve uma população escolar de 293 alunos (218 do 1º Ciclo – 9 turmas;
e 75 do Pré-Escolar – 3 turmas).
A Escola possui um Diretor, 33 docentes (25 professores do 1º Ciclo e 8
Educadores) que fazem parte do Conselho Escolar e um representante da Liga
de Pais, que são os responsáveis pela gestão do estabelecimento.
A escola conta com um quadro de professores de quadro de escola
ocupando cerca de metade dos lugares existentes, sendo que os restantes são
professores do quadro de zona pedagógica ou contratados. Destes constata-se
a existência de um grupo de docentes em permanência durante largo período
de tempo.
Fazem parte da escola, ainda, um professor do Ensino Especial, uma
Técnica Superiora de Biblioteca, dois assistentes técnicos, um encarregado de
pessoal auxiliar, quinze assistentes operacionais, três ajudantes da ação sócio
educativa e cinco cozinheiras.
7.4 – CLIMA DE ESCOLA
Existe uma relação positiva entre professores e alunos, caracterizada
por uma implicação pedagógica e por uma responsabilidade do professor face
ao êxito de todos os alunos, em especial para com os que apresentam maiores
dificuldades de aprendizagem.
Como escola interativa, está aberta a todos e recetiva a novas ideias em
estreita colaboração com os pais, apresentando uma dinâmica de organização
dos espaços e de utilização destes pela comunidade envolvente.
De uma forma geral, os professores interagem com os colegas,
trabalham em colaboração, potenciam um clima de comunicação nas relações
interpessoais, aconselham-se e relacionam-se com outros profissionais e com
a comunidade educativa.
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A generalidade dos docentes reconhece a importância da partilha de
meios, energias e ideias para a construção dum ambiente educacional
promotor de cada vez melhores aprendizagens.
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8- IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS
Cada vez mais as pessoas tendem a virar-se para si próprias, cada vez
mais os VALORES materiais se sobrepõem aos VALORES morais. Dia a dia
vemos as máquinas a dominarem o Mundo, a luta pelo poder e pelo dinheiro
vencerem os sentimentos e as emoções que fazem de nós “SERES
HUMANOS”.
Acreditamos que enquanto professores devemos agir para tornar o
presente agradável visando um futuro satisfatório. Assim sendo, devemos ter
sempre consciência do que é importante e fundamental para as crianças
promovendo a capacidade de iniciativa e fazendo com que seja eles próprios a
dirigirem-se, a tomar um rumo.
Ou seja, tão importante quanto o saber ser, será o saber estar com os
outros, aproveitando as suas próprias experiências. Princípios como a
amizade, companheirismo, o respeito, começam a ser aprendidos nas relações
daqueles que nos estão mais próximos, para depois sermos capazes de
generalizar a todos e ao mundo que nos rodeia. Sabemos que, enquanto
adultos, existem poucas coisas na nossa vida quotidiana que não envolvem
interação com os outros, sendo que a capacidade para iniciar e manter
relações é uma causa de angústia e solidão, mesmo na infância (Ladd, 1990).
Capacidades como comunicar, discutir, negociar, dar a vez , cooperar,
exprimir preferências e razões que estão por trás das suas ações, empatizar
com os outros e aceitar compromissos, desempenham um papel importante na
interação social. Por outro lado, são competências que, tal como correr, saltar,
comer sozinho, ler e escrever, se começam a desenvolver desde que
nascemos como membros da raça humana e indivíduos de uma sociedade.
Muitas crianças pequenas aprendem estratégias sociais ao observarem as
interações de outros, seja na família ou na escola, prestando atenção aos
vários acontecimentos e ao que deles resulta: o que dá bom resultado, quem é
mais prestável, hostil ou cooperante, etc.
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Neste processo nós adultos com funções educativas temos uma enorme
importância, pois a investigação demonstra que a imitação das atitudes dos
adultos é um dos instrumentos mais úteis na aprendizagem social. Por outro
lado, na maior parte das situações conversar com a criança acerca do que
envolve a sua vida social, seja das atitudes corretas, seja daquelas menos
aceitáveis, será melhor do que punir.
Outro papel do professor será o de promover a reflexão, provocar, indagar
as crianças quanto a sentimentos ou comportamentos que exibam e quanto a
atitudes que tomem, não fazendo juízos de valor sobre estes aspetos, mas
valorizando o que a criança sente e faz. Esta aprendizagem não se reporta a
ensino, mas as relações pessoais baseadas na empatia e na amizade.
Observar, registar e planear são atitudes significativas, para se conhecer e ir ao
encontro dos interesses das crianças. Foi nesta perspetiva que refletimos e
pensamos no projeto deste ano letivo, ao qual demos o nome de “EDUCAR
PARA A CIDADANIA”. Pretendemos com ele ajudar cada criança na
construção da moralidade, não apenas na perspetiva do grupo em que está
inserida, mas de uma forma mais vasta, dando-lhe, a conhecer um pouco do
mundo que a rodeia.
Com base nestes pressupostos e no quotidiano escolar, identificámos
múltiplos problemas que urge resolver:
Indisciplina e dificuldade no cumprimento de regras elementares;
Carência de valores na relação interpessoal e social;
Níveis insuficientes de participação, motivação e envolvimento de muitos
pais e encarregados de educação.
Falta de motivação, hábitos de estudo, perseverança no trabalho e
responsabilidade dos alunos.
Escassez de valores de convivência cívica, de respeito pelo outro e pela
diferença, de tolerância e diálogo.
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9- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Educar para a cidadania impõe a utilização de conhecimentos sobre a
organização e o funcionamento das sociedades. O que quer dizer que o
sistema educativo deve ser encarado como meio ao serviço de um processo
transformador para criar sociedades equitativas e sustentáveis do ponto de
vista dos seus pilares axiológicos.
Hoje em dia, os “dilemas morais”, a necessidade de obedecer a normas,
a tomada de consciência e reflexão sobre as hierarquias de obrigação são
competências fundamentais para enfrentar os problemas do quotidiano.
A escola como instituição educativa, criadora e difusora do saber, não
passa de um “ laboratório” onde se fazem ensaios, se experimentam regras, se
discutem observações, se difundem valores e se tiram conclusões.
Como os conflitos e problemas da sociedade estarão sempre refletidos
na escola, a dinâmica social requer uma escola em permanente mudança. Não
obstante só haverá essa mudança se, na realidade, se mudar a forma de estar
e de encarar o processo educativo.
A escola deve assumir que a construção de conhecimento constitui
apenas um meio para se atingir algo de mais valioso. E tem o dever de apostar
nos indicadores de excelência humana, como a justiça, a sabedoria, a
perspicácia, a coragem, a desenvoltura e a originalidade, em detrimento da
brutalidade, da violência, do aborrecimento, da competição descuidada e da
estratificação social e económicas forçadas.
Torna-se, pois, urgente repensar a Educação no domínio dos valores
sociais, complementando-os com o desenvolvimento de uma sensibilidade
moral e com mecanismos de criação e consolidação de atitudes democráticas.
Para isso, deve promover-se a adaptação de experiências pedagógicas
que combatam a rotina e que vão para além dos “programas” e das “diretivas”
emanadas a partir de instâncias superiores. Mas que tenha também em
atenção a necessidade de estabelecer um compromisso entre formação dos
indivíduos e organização e difusão de saberes apontados às necessidades da
vida em sociedade.
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As escolas não deverão estar centradas só em fatores de motivação
externos nem atingir objetivos definidos por outros. Têm de ser mais tolerantes
em relação à variação dos interesses individuais e devem apostar nas
especificidades e atividades de cada um. É tempo da escola não temer os
alunos diferentes, e é tempo de ser capaz de respeitar e estimular as suas
aptidões individuais.
A educação nos dias de hoje deve apontar em direção ao «bem
pensar». O mesmo é dizer que é preciso aprender, em conjunto o local e o
global, o ser e o seu ambiente, o homem e a sociedade, o texto e o contexto, o
multidimensional e o complexo, quer dizer as condições objetivas e subjetivas
do comportamento humano.
Por isso, todo o indivíduo tem de compreender-se a si mesmo e ser
compreendido. Ele não existe sem o outro. Apesar de ser único e solitário, o
individuo tem necessidade de ser reconhecido, na sua diferença e na sua
particularidade, pelos demais.
É na relação com o outro que cada um se forma. Daí a pertinência de
uma educação para a cidadania estar, também, voltada para a
multiculturalidade e para o ambiente em seu redor. Uma vez que os valores se
evidenciam na relação com os outros, o respeito pela diferença e a sua
posterior aceitação levam à assimilação efetiva de novas culturas e assim a
novos saberes.
Se educar para a cidadania é também, alertar para os direitos
fundamentais da pessoa humana, é igualmente importante que a escola se
debruce sobre questões vitais para todas as sociedades como, por exemplo,
questões relativas à democracia, à ecologia, à solidariedade entre os povos, à
construção da paz e à própria vida na Terra.
Educar para a cidadania e para os desafios da sociedade de informação
e do conhecimento é, também, educar para a saúde, para a solidariedade, para
as questões ambientais, para o desenvolvimento das populações, para a
multiculturalidade e para a construção da Paz no mundo.
Nesta linha de ideias, um projeto educativo deve ser flexível e
fundamentado numa perspetiva ampla individual, social, ambiental e
multicultural. Deve responder às necessidades socioculturais do meio, de modo
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a transformar e dinamizar a coesão social. Mas deve estar projetado para fazer
dos alunos o tema principal da sua educação, ensinando a aprender, a pensar
e a agir, de modo a libertá-los da dependência das pessoas que os rodeiam.
A dimensão formativa da escola, cuja valorização encontra suporte no
campo da psicologia, surge associada à preocupação com aspetos do
processo educacional que têm a ver com sentimentos, valores, crenças,
atitudes e o bem – estar emocional dos alunos. Se estas preocupações forem
assumidas pela escola, estamos a caminhar para um desvendar do currículo
oculto e uma sujeição do mesmo à crítica e ao debate.
Portanto, nos dias de hoje o reconhecimento das emoções ganha
bastante proeminência como fator determinante, não só em todo o processo de
conflito e da sua resolução, em particular, como também em todo o processo
da aprendizagem em geral. Urge, pois, incutir hábitos de auto - respeito, auto –
confiança, coragem, firmeza, lealdade e democracia na escola – valores que
uma vez assumidos, originam bons cidadãos.
Sendo assim, a escola, ao preparar alunos que saibam justificar as suas
opções, encontrar consensos por via das suas argumentações racionais e a
empenhar-se em decisões coletivas com respeito pela regra da maioria (tendo
plena consciência sobre a importância do planeta em que habitam) está a
contribuir para a formação dos seus cidadãos, preparando-os para enfrentarem
os desafios do futuro e para assumiram em plenitude, a sua cidadania.
Como dizia alguém, «A formação da cidadania será, essencialmente,
ensinar a amar». Mas para isso torna-se obrigatório definir previamente o
objeto amado e a intensidade do sentimento. O mesmo quer dizer, por outras
palavras, colocar no centro do processo educativo o Homem na sua dupla
dimensão de ser individual e de ser social.
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10 – PLANO DE AÇÃO:
A grande aposta da clarificação de valores é evitar a doutrinação, mas
levar as pessoas a refletir e terem consciência dos seus valores.
O plano de ação desenvolve-se essencialmente na área de formação
pessoal e social de cada discente:
Encorajar as crianças a fazerem escolhas e a fazê-las de modo livre e
acertado;
Ajudá-las a descobrir alternativas quando se confrontam com as suas
escolhas;
Ajudá-las a pesar alternativas pensando e refletindo as consequências
de cada uma;
Encorajar as crianças a considerar aquilo que apreciam e acarinham;
Dar-lhes oportunidade de afirmarem as suas escolhas;
Encorajá-las a agirem, comportarem-se e viverem de acordo com as
suas opções;
Ajudá-las na tomada de consciência dos comportamentos
sistematicamente repetidos nas suas vidas;
Alertar o aluno para as grandes causas, como o combate à violência e
às desigualdades económicas e sociais, a injustiça, a desumanização
das sociedades competitivas e consumistas, a destruição do património,
a defesa do meio ambiente, e envolvê-lo em projetos de solidariedade
nacional e internacional, são os pontos fulcrais da educação para os
valores.
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Formar cidadãos conscientes, responsáveis e participativos numa
sociedade democrática é, neste domínio, o principal objetivo. O
intercâmbio entre a escola e a comunidade envolvente proporciona a
partilha de experiências e a concretização de vivências, projetos e ideias
que relacionam a aprendizagem e a descoberta de valores numa
perspetiva de compromisso com os outros e com o meio. É no
cumprimento e na interiorização das regras da Escola que se
complementa a educação cívica iniciada na família.
Procurar fomentar nas relações entre os alunos e os restantes
elementos da Escola, a prática de valores de convivência cívica, de
respeito pelo outro e pela diferença, de tolerância e diálogo.
Deste modo, na Área de Formação Pessoal e Social, desenvolveremos
o projeto tendo em linha de conta os seguintes conteúdos e objetivos:
CONTEÚDOS:
Desenvolvimento harmónico da afetividade:
Confiança e segurança básicas;
Iniciativa própria;
Autoestima e estabilidade afetiva;
Tolerância à frustração;
Manejo e controle dos afetos;
Desenvolvimento e expressão dos afetos;
Capacidade individual de ir assumindo responsabilidades;
Compreensão e aceitação de regras;
Autonomia (aprender a escolher, a preferir, a tomar decisões e a
encontrar critérios e razões para as suas escolhas e decisões).
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OBJETIVOS:
Adquirir confiança nas próprias possibilidades e atuar em segurança;
Desenvolver a iniciativa e a tomada de decisões em atividades usuais;
Desenvolver uma estabilidade afetiva e uma autoestima adequadas;
Atribuir valor a comportamentos e atitudes seus e dos outros
conhecendo, reconhecendo e diferenciando modos de interagir.
CONTEÚDOS:
Autocontrole:
Sentido da responsabilidade;
Técnicas específicas de autocontrole.
Vivência de valores democráticos:
Tomada de consciência de valores espirituais e éticos;
Tomada de consciência de perspetivas e valores diferentes;
Tomada de iniciativa de atividades;
Soluções de conflitos e confronto de opiniões.
OBJETIVOS:
Adquirir a coordenação e o controle gerais adequados para a execução
de tarefas da vida quotidiana e de atividades lúdicas, de acordo com as
exigências da realidade;
Tomar a iniciativa, planificar e sequenciar a própria atividade para
resolver tarefas simples e problemas da vida quotidiana;
Desenvolver o sentido da responsabilidade;
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Desenvolver condutas específicas de autocontrole que permitam ajustar
o próprio comportamento às exigências, necessidades e apelos…de outras
crianças e adultos;
Adquirir autonomia nas suas decisões e ser capaz de se auto disciplinar;
Ser capaz de lutar pelos seus direitos e de respeitar os direitos dos
outros.
CONTEÚDOS:
Procura da própria identidade:
Autoconhecimento;
Expressão criativa de si mesmo.
Desenvolvimento da identidade:
Reconhecimento das características individuais;
Compreensão das capacidades e limitações próprias de cada um;
Independência;
Educação para os valores.
OBJETIVOS:
Adquirir uma imagem positiva e ajustada de si próprio, identificando as
características e qualidades pessoais;
Identificar progressivamente as próprias possibilidades e limitações,
valorizá-las de forma adequada e atuar de acordo com elas;
Identificar-se como “um só mesmo”, em relação aos outros e com o
meio, e reconhecer-se como autor dos próprios atos e comportamentos;
Desenvolver a capacidade criativa própria, com expressão de si próprio;
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Estimular o desenvolvimento global da criança, no respeito pelas suas
características individuais;
Promover atitudes e valores que lhes permitam tornarem-se cidadãos
conscientes.
CONTEÚDOS:
Socialização:
Comunicação;
Integração grupal;
Respeito;
Cooperação;
Solidariedade;
Assimilação de normas e valores sociais;
Atitudes de tolerância.
OBJETIVOS:
Tomar consciência dos outros e estabelecer com eles relações de
comunicação e integração grupal;
Desenvolver atitudes de respeito, colaboração, ajuda e cooperação;
Assimilar as normas e valores culturais da própria comunidade,
fomentando a solidariedade;
Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em
experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a
cidadania;
Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito
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pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência
como membro da sociedade.
Consequentemente, a formação pessoal e social não passa apenas pelo
que cada disciplina tem expresso nos seus programas mas também, e talvez,
sobretudo pelo ambiente que se cria na instituição educativa e que vulgarmente
chamamos currículo oculto: diremos, de outro modo se impõe considerar a
importância da escola como «sistema ecológico».
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11 – FINALIDADES EDUCATIVAS
As finalidades educativas da escola, enquanto escola autónoma e
independente com preocupações culturais e Projeto Educativo próprio,
concretizam os objetivos anteriormente delineados e visam proporcionar a
todos uma igualdade de oportunidades.
1. ALUNOS
No que respeita aos alunos, a prática educativa da escola assenta na
conceção global do desenvolvimento humano e complementaridade da
formação pessoal e social do indivíduo. Neste contexto, destacam-se as
dimensões humana, académica e cívica na formação dos nossos alunos.
1.1 Dimensão Humana
Favorecer o conhecimento de si próprio, alicerçado na interação positiva
com os outros e na interiorização dos valores de justiça e de
solidariedade.
Reforçar a autoestima e a autoconfiança, com vista à plena expressão e
desenvolvimento das capacidades individuais.
Estimular e desenvolver as capacidades cognitivas e sensoriais,
permitindo uma realização mais integrada e autêntica do indivíduo no
seu meio.
Proporcionar áreas diversificadas que permitam a expressão de aptidões
e interesses distintos, promovendo a afirmação das características
pessoais, no respeito pela diversidade.
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Desenvolver atitudes de reflexão metódica e de abertura de espírito,
condições de um pensamento dinâmico e exigente.
Promover o sentido crítico e a capacidade de análise e de encontrar
soluções alternativas para os problemas do meio envolvente.
Estimular a criatividade, a iniciativa e a realização autónoma, para uma
melhor adaptação à mudança, numa atitude de abertura à novidade e de
vontade transformadora.
Incentivar as manifestações culturais, artísticas, científicas e literárias,
expressões diferenciadas da condição humana e social.
Implementar o espírito de entre-ajuda e cooperação, aliado aos valores
do trabalho em grupo, organização, autodisciplina e persistência.
1.2 Dimensão Académica
Promover a compreensão da estrutura e funcionamento da Língua
Portuguesa, e favorecer a sua utilização com correção e fluência nos
diversos modos de comunicação.
Fomentar e desenvolver o interesse pela leitura e pela escrita, associado
ao prazer da comunicação, da descoberta e da atividade criadora.
Favorecer o conhecimento dos valores relacionados com a língua,
história e cultura, permitindo uma aproximação crítica à realidade
envolvente e à sociedade em geral.
Assegurar a aprendizagem de uma língua estrangeira, contextualizada
social e culturalmente, com o objetivo de permitir a expressão fluente.
Reconhecer e acompanhar os ritmos individuais de aprendizagem de
todos os alunos, promovendo a adaptação dos espaços, metodologias e
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materiais, em particular no que respeita a necessidades educativas
especiais.
Assumir que todos os conhecimentos, quer associados às áreas
científicas puras, quer às áreas humanísticas e sociais, deverão
desenvolver nos alunos as capacidades de compreensão, expressão,
interpretação, raciocínio lógico e hipotético, aplicação e solução de
problemas, iniciativa, sentido crítico e gosto pela investigação.
Afirmar a importância dos avanços científicos e tecnológicos, e
reconhecer a capacidade dos alunos em integrar novos conhecimentos
e metodologias, implementando a sua aplicação e desenvolvimento
numa perspetiva transdisciplinar.
Incentivar o interesse pela descoberta e pela investigação nos diversos
campos do saber, com o recurso quotidiano à experimentação.
Basear o processo de ensino - aprendizagem na aquisição de
conhecimentos úteis e significativos, valorizando uma perspetiva
dinâmica, isto é, assente em estratégias que permitam ao aluno
organizar, selecionar e integrar a informação, no sentido de "aprender a
aprender".
Fomentar métodos e hábitos de trabalho que permitam o melhor
conhecimento de si próprio e das suas características, promovendo a
flexibilidade de metodologias e abordagens dos temas e materiais,
valorizando os modos autónomos e construtivos do processo de ensino -
- aprendizagem.
Estimular os contactos com o mundo do trabalho através de visitas de
estudo, conferências e debates, fortalecendo a relação entre a Escola e
a Comunidade, numa conceção global e integradora do projeto de vida
dos alunos.
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Selecionar a informação e promover a orientação escolar e profissional,
integrada na realidade social e cultural da comunidade, em colaboração
com as famílias.
Promover a educação musical e a expressão plástica, para uma melhor
compreensão das manifestações estéticas e culturais, e
desenvolvimento das capacidades individuais.
Constituir um espaço privilegiado de respeito pelo outro e pelas regras
de convívio social, de estímulo à competitividade e espírito de equipa, na
prática desportiva diversificada.
1.3 Dimensão para a Cidadania
Implementar atitudes e hábitos positivos que favoreçam a maturidade
sócio-afetiva, e que auxiliem a compreensão dos mecanismos de
organização e funcionamento dos diferentes grupos sociais.
Fomentar o trabalho em equipa, favorecendo a realização de projetos
individuais ou coletivos de interesse social e cívico, e a participação em
grupos de debate e análise de problemas de interesse geral.
Promover uma educação para a saúde, que contemple as regras
básicas de higiene pessoal e coletiva, o desenvolvimento de valores e
atitudes positivas em relação à sexualidade, e uma ação responsável e
criativa na defesa e melhoria da qualidade de vida.
Criar as bases de uma atitude consciente face aos papéis de produtor e
consumidor na sociedade atual, e promover opções esclarecidas e
responsáveis.
Promover o conhecimento da complexidade das inter-relações do
indivíduo com o meio ambiente, e incentivar o envolvimento pessoal na
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solução e prevenção dos problemas ambientais, através de ações
geradoras de responsabilização individual e coletiva.
Garantir o acesso à informação que permita a compreensão adequada
dos significados e implicações das relações com outros espaços e
culturas, nomeadamente a comunidade europeia, os países de língua
oficial portuguesa e outros organismos e instituições internacionais.
Formar cidadãos empenhados na defesa dos valores permanentes da
cultura portuguesa e da sociedade em geral, com base em práticas
quotidianas na comunidade local, regional e nacional.
Promover a consciência individual e coletiva, no acompanhamento da
expansão global das novas oportunidades culturais, sociais, científicas e
tecnológicas, atualizadas na perspetiva do humanismo universalista, da
solidariedade internacional e da defesa dos direitos humanos.
2. CORPO DOCENTE
A escola acredita que um corpo docente estável, profissionalizado, com
dedicação exclusiva e que se identifica com o seu Projeto Educativo, constitui
um fator de equilíbrio primordial para o bom funcionamento da mesma.
Procura-se reunir condições de trabalho que fomentem um bom
ambiente e nas quais as relações interpessoais sejam valorizadas. O espírito
de diálogo e de trabalho em equipa de toda a comunidade educativa é, neste
sentido, particularmente incentivado, e pretende-se que haja um envolvimento
ativo e crítico no planeamento, execução e avaliação das atividades
desenvolvidas.
Sublinhamos a importância, valor e o prestígio que os professores
devem ter na formação dos seus alunos, enquanto modelos de identificação e
de referência. Neste contexto, valoriza-se a comunicação e a partilha de
linguagens entre Pais, Encarregados de Educação, Professores e Direção da
Escola, no sentido de uma prática pedagógica coerente, estável e segura.
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Na relação professor/aluno é estimulado o conhecimento aprofundado
das crianças, das suas características pessoais e de vida, num regime de
acompanhamento personalizado de tipo tutorial.
Reconhece-se a importância de uma atualização permanente dos
professores, e nesse sentido, promove-se o acesso a meios de formação
contínua. Incentiva-se a participação em ações de formação, a frequência em
seminários e cursos de cariz científico e pedagógico que permitam ao
Professor valorizar-se profissionalmente e melhorar o seu desempenho.
A aquisição e consequente divulgação das mais variadas publicações
sobre as diversas estratégias de ensino-aprendizagem, gestão curricular,
didática das disciplinas e novos conteúdos programáticos são também
impulsionadas, contribuindo para a atualização de técnicas e metodologias,
assim como para o aprofundamento de conhecimentos e saberes.
A dinamização dos grupos disciplinares e a implementação do trabalho
multidisciplinar são, igualmente, práticas constantes fomentadas pela Escola.
A aquisição, produção e conservação do material didático são, tanto
quanto possível, assegurados pela Escola o que permite ao Professor adequar
os instrumentos de trabalho às exigências programáticas e aos avanços
tecnológicos.
3. PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
A Escola considera essencial a participação das Famílias na educação
dos seus filhos e educandos. Neste contexto, envolve e implica os Pais e
Encarregados de Educação no seu Projeto Educativo.
A Direção, os professores titulares de turma, os professores das
atividades de enriquecimento do currículo afiguram-se como entidades
privilegiadas no permanente diálogo Escola/Família.
Enquanto Escola, integrada no sistema educativo nacional, a EB1/PE
das Figueirinhas, divulga a sua organização, o regulamento interno e
características específicas de funcionamento, no sentido de uma opção
esclarecida e participada dos Pais e Encarregados de Educação.
A partilha de informação entre os vários agentes educativos é atualizada
ao longo do ano e complementada com o enquadramento constante do
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percurso escolar do aluno nos diversos contextos de vida em que se insere, no
sentido de uma formação plural e integradora.
A ação conjunta Escola/Família permite desenvolver o conceito de
formação global dos indivíduos, articulando a informação mútua de aspetos
específicos do processo de ensino-aprendizagem, com o conhecimento
partilhado e fundamental de aspetos mais gerais do desenvolvimento dos
alunos, nomeadamente os seus interesses, atitudes e motivações.
A participação das Famílias em diversos eventos culturais e desportivos,
festas escolares e ações de sensibilização, constituem momentos privilegiados
para o estreitamento dos laços entre toda a comunidade educativa, sendo, por
isso, amplamente incentivados.
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12 – CALENDARIZAÇÃO
Nesta tabela encontramos, de forma sintética, os problemas que nos
propusemos trabalhar neste quadriénio. Estruturamos os mesmos com
diferentes graus de execução como a seguir se demonstra:
2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012
Indisciplina e dificuldade
no cumprimento de
regras elementares.
Carência de valores na
relação interpessoal e
social.
Níveis insuficientes de
participação, motivação e
envolvimento de muitos
pais e encarregados de
educação
Falta de motivação,
hábitos de estudo,
perseverança no trabalho
e responsabilidade dos
alunos.
Escassez de valores de
convivência cívica, de
respeito pelo outro e pela
diferença, de tolerância e
diálogo.
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13 – AVALIAÇÃO
Na nossa conceção, o projeto educativo de uma escola deve também
ajustar-se às transformações e exigências da realidade envolvente e da
sociedade em geral, pelo que se afirma essencialmente como um documento
dinâmico, aberto a periódicas revisões e atualização.
Na elaboração anual do Plano de atividades são contemplados os
princípios, objetivos e finalidades delineados no Projeto Educativo e
programadas múltiplas iniciativas e ações que os concretizam.
A avaliação será permanente, permitindo uma retroação contínua no
sentido de redefinir a análise da situação, reelaborar os objetivos, repensar a
ação, a escolha dos meios e analisar os resultados.
Através da ação reflexiva e partilhada por todos os intervenientes, será
uma avaliação qualitativa e atenta aos processos.
Periodicamente, a Escola reúne um grupo de trabalho e reflexão,
expressão das diversas sensibilidades e vivencias do universo escolar, que
elabora a revisão e atualização do Projeto Educativo de Escola.
Desejamos, assim, uma escola frequentada e acessível a todos
independentemente das suas motivações e capacidades, pré – requisitos,
contexto sócio – económico, raça ou cultura.
Assim, a Escola apresenta-se como um espaço dinamizador de cada ser
humano, num clima de civismo que se quer máximo e acolhedor.
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14- BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, J. V., Os valores da Formação Pessoal e Social, Texto
Editora, Lisboa
BELTRÃO, L. e NASCIMENTO, H. (2000), O desafio da Cidadania na
Escola. Barcarena: Editorial Presença
CAMPOS, B.P. (1991). Educação e Desenvolvimento Pessoal e Social.
Porto: Edições Afrontamento
FONSECA, A.M. (1999). Uma aproximação psicológica ao estudo dos
Valores Humanos, Perspetiva Educação
MARQUES, R. (1988). Ensinar valores: Teorias e Modelos. Porto: Porto
Editora
MARQUES.R. (2003). Valores Éticos e Cidadania na Escola. Lisboa:
Editorial Presença
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, (2001), Currículo Nacional do Ensino
Básico – Competências essenciais. Lisboa: Departamento de Educação
Básica.
VALENTE, O. (1989). A Educação para os Valores in O Ensino Básico
em Portugal, Rio Tinto: Edições Asa
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Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.