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    Texto sobre Transgênicos (OGMs)

    Conheça 10 transgênicos que já estão na cadeia alimentarThomas PapponDa BBC Brasil em LondresAtualizado em 8 de fevereiro, 2013 - 06:04 (Brasília) 08:04 GMT

    No final de dezembro passado, a agência que zela pela segurançaalimentar nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration(FDA) aprovou para consumo um tipo de salmão geneticamentemodificado, reacendendo o debate sobre a segurança dostransgênicos e suas implicações éticas, econômicas sociais epolíticas.

    É a primeira vez que um animal geneticamente modificado é aprova-do para consumo humano.

    Salmão geneticamente modificado é primeiroanimal do tipo a ser liberado para o consumo

    Mas muitos consumidores nos Estados Unidos, Europa e Brasil, regiões em que os organismos geneticamente modifica-dos (OGMs) em questão de poucos anos avançaram em velocidade surpreendente dos laboratórios aos supermercados,

     passando por milhões de hectares de áreas cultiváveis, continuam desconfiados da ideia do homem cumprindo um papel

    supostamente reservado à natureza ou à evolução - e guardam na memória os efeitos nocivos, descobertos tarde demais,de "maravilhas" tecnológicas como o DDT e a talidomida.

    Boa parte do público ainda teme possíveis efeitos negativos dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente.

    Pesquisas de opinião nos Estados Unidos e na Europa, entretanto, indicam que a resistência aos OGMs tem caído,refletindo, talvez, uma tendência de gradual mudança de posição da percepção pública.

    As principais academias de ciências do mundo e instituições como a Organização das Nações Unidas para a Alimenta-ção e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são unânimes em dizer que os transgênicos sãoseguros e que a tecnologia de manipulação genética realizada sob o controle dos atuais protocolos de segurança nãorepresenta risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas.

    O salmão transgênico, que pode chegar às mesas de jantar em 2014, será o primeiro animal geneticamente modificado(GM) consumido pelo homem.

    Vários produtos GM já estão nos supermercados, um fato que pode ter escapado a muitos consumidores - apesar da(discreta) rotulagem obrigatória, no Brasil e na UE, de produtos com até 1% de componentes transgênicos.A BBC Brasil preparou uma lista com 10 produtos e derivados que busca revelar como os transgênicos entraram, estãotentando ou mesmo falharam na tentativa de entrar na cadeia alimentar.

    MILHO Com as variantes transgênicas respondendo por mais de 85% das atuaislavouras do produto no Brasil e nos Estados Unidos, não é de se espan-tar que a pipoca consumida no cinema, por exemplo, venha de um tipode milho que recebeu, em laboratório, um gene para torná-lo tolerante a

    herbicida, ou um gene para deixá-lo resistente a insetos, ou ambos.Dezoito variantes de milho geneticamente modificado foram autorizadas

     pelo CTNBio, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que aprovaos pedidos de comercialização de OGMs.

    O mesmo pode ser dito da espiga, dos flocos e do milho em lata que vo-Dezoito variedade de milho transgênicosão aprovadas para consumo no Brasil

    cê encontra nos supermercados. Há também os vários subprodutos – amido, glucose – usados em alimentos processados(salgadinhos, bolos, doces, biscoitos, sobremesas) que obrigam o fabricante a rotular o produto.

    O milho puro transgênico não é vendido para consumo humano na União Europeia, onde todos os legumes, frutas everduras transgênicos são proibidos para consumo – exceto um tipo de batata, que recentemente foi autorizado, pelaComissão Europeia, a ser desenvolvido e comercializado. Nos Estados Unidos, ele é liberado e não existe a rotulação

    obrigatória.

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    ÓLEOS DE COZINHAOs óleos extraídos de soja, milho e algodão, os três campeões entre as culturas geneticamente modificadas – e cujassementes são uma mina de ouro para as cerca de dez multinacionais que controlam o mercado mundial – chegam às

     prateleiras com a reputação manchada  mais pela sua origem do que pela presença de DNA ou proteína transgênica. No processo de refino desses óleos, os componentes transgênicos são praticamente eliminados. Mesmo assim, suasembalagens são rotuladas no Brasil e nos países da UE.

    SOJA No mundo todo, o grosso da soja transgênica, a rainha das commodities,vai parar no bucho dos animais de criação - que não ligam muito se ela

    foi geneticamente modificada ou não. O subproduto mais comum paraconsumo humano é o óleo (ver acima), mas há ainda o leite de soja,tofu, bebidas de frutas e soja e a pasta misso, todos com proteínastransgênicas (a não ser que tenham vindo de soja não transgênica). NoBrasil, onde a soja transgênica ocupa quase um terço de toda a áreadedicada à agricultura, a CTNBio liberou cinco variantes da planta,todas tolerantes a herbicidas – uma delas também é resistente a insetos. Óleo de soja é o principal subproduto do

    cultivo transgênico para o consumidor

    MAMÃO PAPAYAOs Estados Unidos são o maior importador de papaya do mundo – a maior parte vem do México e não é transgênica.Mas muitos americanos apreciam a papaya local, produzida no Havaí, Flórida e Califórnia. Cerca de 85% da papaya doHavaí, que também é exportada para Canadá, Japão e outros países, vem de uma variedade geneticamente modifica paracombater um vírus devastador para a planta. Não é vendida no Brasil, nem na Europa.

    QUEIJOAqui não se trata de um alimento derivado de um OGM, mas de um alimento em que um OGM contribuiu em uma fasede seu processamento. A quimosina, uma enzima importante na coagulação de lacticínios, era tradicionalmente extraídado estômago de cabritos – um procedimento custoso e "cruel". Biotecnólogos modificaram micro-organismos como

     bactérias, fungos ou fermento com genes de estômagos de animais, para que estes produzissem quimosina. A enzima éisolada em um processo de fermentação em que esses micro-organismos são mortos. A quimosina resultante deste

     processo - e que depois é inserida no soro do queijo – é tida como idêntica à que era extraída da forma tradicional. Essaenzima é pioneira entre os produtos gerados por OGMs e está no mercado desde os anos 90. Notem que o queijo, emtodo seu processo de produção, só teve contato com a quimosina - que não é um OGM, é um produto de um OGM.Além disso, a quimosina é eliminada do produto final. Por isso, o queijo escapa da rotulação obrigatória.

    PÃO, BOLOS e BISCOITOSTrigo e centeio, os principais cereais usados para fazer pão, continuamsendo plantados de forma convencional e não há variedades genética-mente modificadas em vista. Mas vários ingredientes usados em pão e

     bolos vêm da soja, como farinha (geralmente, nesse caso, em proporção pequena), óleo e agentes emulsificantes como lecitina. Outros compo-nentes podem derivar de milho transgênico, como glucose e amido.Além disso, há, entre os aditivos mais comuns, alguns que podem ori-ginar de micro-organismos modificados, como ácido ascórbico, enzimase glutamato. Dependendo da proporção destes elementos transgênicos

    no produto final (acima de 1%), ele terá que ser rotulado.

    Bolos e pães têm componentes derivados

    de milho e soja transgênicos

    ABOBRINHASeis variedades de abobrinha resistentes a três tipos de vírus são plantadas e comercializadas nos Estados Unidos eCanada. Ela não é vendida no Brasil ou na Europa.

    ARROZUma das maiores fontes de calorias do mundo, mesmo assim, o cultivo comercial de variedades modificadas fica, porenquanto, na promessa. Vários tipos de arroz estão sendo testados, principalmente na China, que busca um cultivoresistente a insetos. Falou-se muito no golden rice, uma variedade enriquecida com beta-caroteno, desenvolvida porcientistas suíços e alemães. O "arroz dourado", com potencial de reduzir problemas de saúde ligados à deficiência devitamina A, está sendo testado em países do sudeste asiático e na China, onde foi pivô de um recente escândalo: dois

    dirigentes do projeto foram demitidos depois de denúncias de que pais de crianças usadas nos testes não teriam sidoavisados de que elas consumiriam alimentos geneticamente modificados.

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    FEIJÃOA Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conseguiu em 2011 a aprovação naCTNBio para o cultivo comercial de uma variedade de feijão resistente ao vírus domosaico dourado, tido como o maior inimigo dessa cultura no país e na Américado Sul. As sementes devem ser distribuídas aos produtores brasileiros - livre deroyalties – em 2014, o que pode ajudar o país a se tornar autossuficiente no setor.É o primeiro produto geneticamente modificado desenvolvido por uma instituição

     pública brasileira.Feijão transgênico deve ser

    distribuído no Brasil em 2014

    SALMÃOApós a aprovação prévia da FDA, o público e instituições americanos têm um prazo de 60 dias (iniciado em 21 dedezembro) para se manifestar sobre o salmão geneticamente modificado para crescer mais rápido. Em seguida, a agêncianalisará os comentários para decidir se submete o produto a uma nova rodada de análises ou se o aprova de vez.Francisco Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa, disse à BBC Brasil quetem acompanhado o caso do salmão "com interesse", e que não tem dúvidas sobre sua segurança para consumo humano"A dúvida é em relação ao impacto no meio ambiente. (Mesmo criado em cativeiro) O salmão poderia aumentar sua

     população muito rapidamente e eventualmente eliminar populações de peixes nativos. As probabilidades de risco para omeio ambiente são baixas, mas não são zero...na natureza não existe o zero".

    E ESTES NÃO DERAM CERTO…A primeira fruta aprovada para consumo nos Estados Unidos foi um tomate modificado para aumentar sua vida útil após

    a colheita, o "Flavr Savr tomato". Ele começou a ser vendida em 94, mas sua produção foi encerrada em 97, e a empresaque o produziu, a Calgene, acabou sendo comprada pela Monsanto. O tomate, mais caro e de pouco apelo ao consumi-dor, não emplacou. O mesmo ocorreu com uma batata resistente a pesticidas, lançada em 95 pela Monsanto: a New LeaPotato. Apesar de boas perspectivas iniciais, ele não se mostrou economicamente rentável o suficiente para entusiasmarfazendeiros e foi tirada do mercado em 2001.http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/02/130207_transgenicos_lista_tp 

    Embrapa promete lançar primeiro feijão transgênico domundo em 2016; técnico criticaO feijão, que teve comercialização autorizada em 2011, ésuscetível a uma praga não identificada nos estudos iniciais; issomostra que as pesquisas para liberação dessas sementes sãoinsuficientes

     por Cida de Oliveira, da RBA publicado 29/08/2015 16:00

    São Paulo – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra- pa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, deverá lançar em 2016 o primeiro feijão geneticamente modifica-

    do do mundo – o primeiro também totalmente desenvolvido por umaempresa pública. A promessa é de uma planta capaz de resistir aovírus do mosaico dourado, transmitido pela mosca branca. A libera-ção comercial já tinha sido aprovada pela Comissão Técnica Nacio-nal de Biossegurança (CTNBio) em setembro de 2011.

    De acordo com a empresa, durante o desenvolvimento do feijão foiidentificado o ataque de um outro vírus, o Carlavírus, que afeta tam-

     bém o feijão convencional. Sua incidência era ofuscada pelo vírus do

    Arquivo/Embrapa Rondôni

    A Embrapa pretende continuar investindo napesquisa de novos tipos de feijão

    geneticamente modificadomosaico dourado, que é muito mais agressivo. E que para garantir a qualidade da produção, foram feitos novos testes,inclusive de práticas de manejo, capazes de reduzir os danos causados pela nova virose.

    Para o dirigente da Associação Brasileira de Agroecologia, o agrônomo Leonardo Melgarejo, a descoberta do ataque de

    um novo vírus ao feijão transgênico demonstra a insuficiência das pesquisas realizadas para liberação dos organismosgeneticamente modificados.

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    “Se a posteriori o feijão veio a ser afetado por uma nova praga, invalidando a vantagem conseguida contra o primeirovírus, significa que foi pouco estudado a priori, quando teve liberação para comercialização pela CTNBio. Se essasuscetibilidade não era conhecida, é porque os estudos foram insuficientes”, diz Melgarejo.

    De acordo com ele, a Embrapa falava em milhões de toneladas a mais pela perspectiva de zerar a perda com base nasexperiências. "Porém, no campo, o feijão depara com outras condições além daquelas em que foram testadas."

    A Embrapa defende-se. Segundo norma técnica distribuída pela assessoria de comunicação, a CTNBio aprovou aliberação comercial do feijão transgênico resistente ao mosaico dourado em setembro de 2011, antes da conclusão doseu desenvolvimento.

    Com a liberação, segundo a empresa, foi possível avançar no desenvolvimento, finalizado neste ano, com ensaios de

    valor de cultivo e uso. Exigidos pelo Ministério da Agricultura, esses testes são essenciais para o conhecimento e seleçãdo material genético. Um pedido de proteção e registro do feijão está sendo analisado pelo Serviço de Registro Nacionalde Cultivares do Mapa. Os critérios de avaliação e validação para uso comercial são os mesmos das sementesconvencionais.

    A empresa ressaltou que há diferenças entre os processos de pesquisa envolvendo transgênicos de empresas privadas e públicas. Ao contrário das privadas, que avançam nas pesquisas em campo mesmo antes da aprovação, as empresas públicas, que contam com recursos públicos, só desenvolvem os grãos quando há liberação comercial pela CTNBio.

     Na segunda-feira (24), o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) protocolou ofício no gabinete da ministra da AgriculturaKatia Abreu requerendo informações sobre o atraso no lançamento do feijão. Na carta, de cinco páginas, o senadortucano requer os “reais motivos que impediram, até o momento, que uma tecnologia genuinamente brasileira fossedisponibilizada para milhares de agricultores de todo o Brasil, muitos do Paraná, maior produtor do país”.

    O tucano afirma que “a introdução do feijoeiro geneticamente modificado, cultura largamente praticada por pequenosagricultores, desde o seu trâmite na CTNBio, sofre fortes ataques de grupos com orientação ideológica contrária ao usode transgênicos. Especialmente pelo fato de se tratar de uma biotecnologia nacional destinada a pequenos agricultores, oque fragiliza o argumento de ser a biotecnologia moderna um produto de multinacionais direcionado aos grandesagricultores”.

    Soja transgênicaEsta semana, a Embrapa lançou uma variedade de soja transgênica desenvolvida com tecnologia totalmente nacional. Avariedade Cultivance, resistente a um grupo de herbicidas, é uma parceria com a Basf.

    O agrônomo Leonardo Melgarejo avalia como positiva a volta da Embrapa à liderança na produção de sementes.Entretanto, critica a opção por organismos geneticamente modificados. "Pode liderar com sementes amigáveis ao meio

    ambiente, adaptadas às mudanças no clima nesse período, que ocorreram rapidamente. E mais produtivas, o que seconsegue com manejo, e não combate químico a esta ou aquela erva daninha."

    Outra crítica é quanto à promessa de a semente poder ser cultivada em todo o país. "É como se admitir que todo o paístem o mesmo clima. Por isso, não é possível plantar macieira na Amazônia e cupuaçu no Rio Grande do Sul. Umavariedade que dá em São Paulo não dá em todos os cantos do país. Uma soja boa para o Sul não é boa para o Centro-Oeste."

    http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2015/08/embrapa-deve-lancar-primeiro-feijao-transgenico-do-mundo-em-2016-1465.html 

    Plantas geneticamente modificadas, problema ou solução?  Data 13.11.2012   Autoria Kamila Rutkosky

    O uso de transgênicos ainda causa divergências, no entanto,cada vez mais produtos utilizam organismos geneticamentemodificados. O "Futurando" conversou com especialistassobre o tema.

    Organismos geneticamente modificados (OGMs) foram tema deuma das matérias da nona edição do Futurando. No programa,mostramos que plantas do Himalaia têm a capacidade de sobrevi-

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    ver em condições extremas, como frio e seca. Cientistas tentam agora reproduzir esta característica em outras plantas. No Brasil, existem pesquisas semelhantes, mas transgênicos e biossegurança ainda são temas polêmicos no país.

    A modificação genética permite que plantas adquiram outras características a partir de cruzamentos com outras espéciesO resultado são exemplares mais fortes, resistentes a secas e a insetos, por exemplo. A preocupação gira em torno dosaspectos relacionados à segurança alimentar e ambiental.

     No Brasil, é permitido plantar milho, soja, algodão e feijão transgênicos. Todas essas plantas passaram pela avaliação daComissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Esta comissão presta apoio técnico na atualização e imple-mentação da Política Nacional de Biossegurança e no estabelecimento de normas de segurança para a proteção humana as atividades que envolvam produtos transgênicos e derivados.

    Um dos requisitos estudados é o risco de cruzar com espécies nativas. Por enquanto, apenas estes OMGs foram liberada para o uso comercial. Mas já existe a perspectiva de que outras plantas, como cana-de-açúcar, sejam liberadas.

    Para informar o consumidor se ele está consumindo um alimento geneticamente modificado, os rótulos possuem um selode identificação. O símbolo, um T preto sobre um triângulo amarelo, precisa estar nos rótulos de produtos que conte-nham mais de 1% de matéria-prima transgênica. Até alimentos como mingau para bebês já são produzidos com orga-nismos geneticamente modificados.

    Para Cassio Franco Moreira, coordenador do Programa Agricultura e Meio Ambiente do WWF-Brasil, é preciso ter pru-dência com este tema. "As pesquisas sobre o assunto ainda não são conclusivas e a ciência ainda não mostra exatamentequais os problemas trazidos pelo consumo dos transgênicos. A nossa posição é cautelosa, precisamos aguardar posicio-namentos mais claros da ciência no que se refere aos riscos no uso destes produtos", diz Moreira.

    As discussões Recentemente, a revista Food and Chemical Toxicology publi-cou um estudo que mostra que ratos alimentados por milhotransgênico morrem mais cedo e sofrem de câncer com maisfrequência do que os demais. O estudo utilizou 200 ratos eacompanhou o desenvolvimento deles por dois anos. No entan-to, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos(EFSA, na sigla em inglês) desqualificou o estudo, afirmandoque a metodologia foi falha.

    "O grande problema é que para o consumidor final destes ali-mentos as pesquisas ainda são inconclusivas. E por isso mesmodeveríamos ter cautela por não ter certeza dos problemas tra-

    O uso do milho geneticamente modificado érotina em vários países

    zidos à saúde e ao meio ambiente", esclarece.De acordo com Moreira, no caso do milho modificado, resistente à lagarta-do-cartucho (Spodoptora frugiperda), foi ve-rificado que, do primeiro ao terceiro ano de cultivo, o uso de agrotóxicos é reduzido, o que pode ser benéfico. No entan-to, algumas pesquisas mostraram que com o tempo há um ganho de resistência e depois dos três anos os produtores

     precisam usar os transgênicos junto com o inseticida, já que a praga se adapta às novas condições. "Nossa preocupação usar a semente modificada com a mesma quantidade de inseticida usado normalmente. Aí perde-se a vantagem do usodo transgênico", explica.

    As conquistas Marie-Anne van Sluys, professora titular do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade deSão Paulo, tem uma visão completamente diferente sobre o tema. Para a pesquisadora, é preciso principalmente umacertificação do uso. "É preciso uma análise sobre a qualidade, a equivalência e a liberação no meio ambiente que seja

    adequada, mas isso é igual para qualquer alimento. Não há uma diferença associada ao fato da transgenia, até porquemuitas plantas domesticadas também são resultado de cruzamentos que não aconteceriam normalmente e são geradosorganismos que só existem porque nós acompanhamos", diz.

    "Atualmente, quando produzimos uma planta por melhoramento clássico, ela é resistente até que o patógeno se adapte edesenvolva outra estratégia de atacar a planta e aí o agricultor irá tentar produzir uma nova linhagem que seja maisresistente. Esse é um processo que existe em todo e qualquer ser biológico", explica a professora.

    A pesquisadora liderou um dos grupos de pesquisa que fez o sequenciamento dos genes da bactéria Xylella, causadorada doença Clorose Variegada (popularmente conhecida como amarelinho) que ataca plantações de laranja. Os frutoscontaminados pela bactéria endurecem e não podem ser usados para a indústria de sucos. Com o mapeamento, foi

     possível buscar soluções para prevenir e combater a Xylella.

    Outro produto destacado pela pesquisadora é o feijão. "A produção de feijão no Brasil, que é resistente à mosca branca,foi uma conquista importante. Essa é uma doença local que tem um impacto sobre um produto, que é a base da alimen-

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    tação brasileira." Segundo ela, garantir a produção do feijão que vai chegar à mesa do consumidor com um valor senãoigual, mas talvez até um pouco mais barato devido à menor demanda de insumos para a produção, "pode ser consideradouma conquista fantástica".http://www.dw.com/pt/plantas-geneticamente-modificadas-problema-ou-solu%C3%A7%C3%A3o/a-16375934 

    Estudo conclui que transgênicos são tão saudáveisquanto os outros alimentosUma grande revisão científica nos EUA conclui que organismos geneticamente modificados são inócuosPesquisa aponta, porém, para efeitos colaterais considerados preocupantes sobre a agricultura

     Nuño Domínguez18 MAI 2016 - 14:47 BRTA maior revisão sobre o impacto dos organismos genetica-

    mente modificados (OGM) feita pela Academia Nacional deCiências dos EUA acaba de concluir que essas plantas sãoindistinguíveis do resto e que não há nenhuma prova de quetenham um impacto negativo sobre a saúde das pessoas. AAcademia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina,

     principal órgão consultivo do país em assuntos científicos,

    não encontrou provas “conclusivas” de que este tipo de va-riantes agrícolas cause problemas ambientais. Reconhece,entretanto, que a resistência dos transgênicos a certos herbi-cidas está causando “um grande problema agrícola” porqueoutras plantas e insetos estão desenvolvendo imunidade aosherbicidas usados nos campos de OGM.

    Um agricultor examina milho transgênico no Paraguai. AFP O relatório, apresentado nesta terça-feira numa conferência de imprensa em Washington, é uma revisão abrangente deestudos científicos publicados nos últimos 30 anos, quando se começou a usar milho, soja e outros cultivos transgênicosaté o momento.

    Embora os transgênicos tenham um enorme potencial para desenvolver vegetais com inúmeras características, por em-quanto só chegaram ao mercado algumas variantes comerciais de milho, soja e algodão com duas características princ.-

    ipais: serem resistentes aos herbicidas e tóxicos para alguns insetos. O trabalho se concentrou na análise de 900 estudoscientíficos sobre o impacto destes cultivos e foi supervisionado por um painel de especialistas independentes liderados por Fred Gould, um entomologista da Universidade Estadual da Carolina do Norte. Estas são as principais conclusões:

    Efeitos na saúde humanaO comitê analisou todos os estudos disponíveis sobre o assunto e não encontrou “nenhuma evidência” de que os trans-gênicos causem mal à saúde, segundo o comunicado divulgado pela Academia. Os estudos com animais e de composi-ção química não revelam nenhuma diferença para a saúde entre o consumo de um vegetal transgênico e outro que não é.

    Por outro lado, há evidências de que os OGM resistentes a pragas significaram um benefício para a saúde humana, aoreduzir as intoxicações por pesticidas. O trabalho também destaca que existem variantes de transgênicos que podem terum impacto devastador sobre a saúde global e cita o caso do arroz dourado, uma variante modificada para conter altosníveis de betacaroteno e continua em um beco sem saída, apesar de poder evitar milhões de casos de cegueira e mortes

    de crianças por desnutrição nos países em desenvolvimento.

    O impacto no ambienteO uso de transgênicos não reduz a diversidade nem vegetal nem de insetos nos campos onde são plantados e às vezes

     pode até aumentá-la, diz o relatório. O trabalho reconhece que os genes dos transgênicos acabam invadindo campos quenão são, mas que isso não causou nenhum impacto no meio ambiente. O estudo reconhece que “a dificuldade dedeterminar mudanças de longo prazo às vezes dificulta chegar a conclusões definitivas”.

    Efeitos sobre a agriculturaEste é o único aspecto em que a Academia detecta impactos preocupantes e questiona mais seus supostos benefícios,enaltecidos por multinacionais como Monsanto, principal empresa do setor. O relatório confirma que há insetos que es-tão criando resistência ao tipo de pesticidas utilizados nos campos de OGM. Isso só acontece em lugares onde as regras

    de gestão não são seguidas para evitar que estas resistências apareçam. Do mesmo modo, o trabalho confirma que exis-tem ervas daninhas que desenvolveram resistência ao glifosato, o polêmico herbicida utilizado nestes cultivos.

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    O relatório dá uma versão agridoce dos supostos benefícios destes produtos aos agricultores. Os transgênicos trouxeram benefícios econômicos, reconhece. Mesmo pequenos agricultores se beneficiaram deste tipo de cultivo durante os pri-meiros anos de adoção. Mas para manter os lucros esses produtores agora precisam de apoio das instituições, acesso aocrédito, fertilizantes a um preço acessível e acesso aos mercados locais e globais, destaca a análise.

    O estudo analisou os índices de produção de soja, milho e algodão antes da chegada dos OGM. De acordo com os resul-tados, não há evidências de que os transgênicos aumentaram a produção destes produtos. Em seu site, a Monsanto con-tinua afirmando o contrário e classificou como “simplesmente falsas” afirmações similares às emitidas pela Academia

     Nacional.

    O que é um transgênico?O relatório recomenda que as regulamentações de novos tipos de cultivos sejam feitas com base nas características do

     produto (maior conteúdo de vitaminas, por exemplo) e não no processo pelo qual foram desenvolvidos (modificaçãogenética versus seleção convencional de variantes). Segundo o relatório, a linha divisória entre um transgênico e o quenão é está desaparecendo com a chegada de novas técnicas de edição genética, como o CRISPR . Uma variante agrícoladesenvolvida por este método não seria considerada transgênica pelas leis de muitos países, segundo o relatório. Alémdisso, as mesmas características que poderiam ser alcançadas por esse método são alcançadas agora bombardeando comradiação as sementes e, em seguida, selecionando as mais adequadas, um processo que é considerado como desenvolvi-mento “convencional” na maioria dos países, afirma o trabalho.

    Baseando-se na evidência científica, o trabalho desaconselha marcar no rótulo dos produtos que contenham OGM comosuposta salvaguarda da saúde pública. No entanto, reconhece que neste caso, como em outros relacionados aos OGM,não depende apenas de questões técnicas, mas também jurídicas e sociais.

    http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/17/ciencia/1463506219_758061.html 

    Transgênicos: mais uma trapaça Por Redação - – on 24/05/2016 Categorias: Meio Ambiente,Mundo, Posts  Mídia deu, em todo o mundo, vasta repercussão a

    relatório norte-americano que atesta suposta

    “segurança” dos OGMs. Mas agora sabe-se quem

     financiou o estudo… Por Nadia Prupis | Tradução: Gilberto Schittini 

    Cresce o ceticismo público sobre um novo relatório que afirma ser seguro o consumo dos organismos geneticamente

    modificados (OGMs). A desconfiança cresce à medida em que vêm à tona informações de que a organização que

    produziu o relatório tem relações com a indústria de biotecnologia.

    O relatório Genetically Engineered Crops: Experiences and Prospects (pdf ), lançado em 17 de maio pela Academia

    Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos, afirma que não apenas os OGMs são seguros para a

    alimentação, como também não têm impactos ambientais negativos e levaram à redução no uso de pesticidas. Essa

    publicação é lançada no momento em que o Congresso norte-americano – que fundou a instituição – estuda tornar

    obrigatória a rotulagem de transgênicos.“Claramente existem fortes argumentos sobre os riscos e uma pressão considerável da opinião pública para a

    rotulagem obrigatória de produtos contendo material geneticamente modificado. Já o comitê não considera que a

    obrigatoriedade de rótulo seja justificável para proteger a saúde pública”, afirma o relatório.

    Entretanto, um dia após a publicação o grupo de defesa ambiental Food & Water Watch (FWW) divulgou em nota (pdf

    que o Conselho Nacional de Pesquisa (National Research Council, NRC) – braço da Academia Nacional de Ciências –

    tem relações fortes com as indústrias agrícolas e biotecnológicas, o que, diz o FWW, “criou conflitos de interesse em

    todos os níveis da organização”.

    O NRC e a Academia Nacional de Ciências recebem milhões de dólares de financiamento de corporações como a

    Monsanto, a DuPont e a Dow Chemical, relatou o FWW em sua publicação Under the Influence: the National Research

    Council and GMOs (pdf ).

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    Representantes dessas companhias – e também da Cargill, General Mills e Nestlé Purina, dentre outras empresas que

    apoiam os OGMs – também têm assento no conselho do NRC que supervisiona os projetos sobre OGMs. O NRC não

    revelou publicamente esses laços, disse o FWW. Na verdade, mais da metade dos autores convidados para o novo

    relatório tem relações com essa indústria.

    De acordo com o FWW, não só o NRC tem um histórico de relações com a indústria, como também vem trabalhando

    para silenciar críticos dos OGMs e das companhias com assento no conselho.

    “Enquanto companhias como a Monsanto e seus parceiros acadêmicos estão fortemente envolvidos no trabalho do

    NRC sobre OGMs, os críticos vêm sendo marginalizados há muito tempo”, disse Wenonah Hauter, diretora executiva

    do FWW. “Muitos grupos já solicitaram inúmeras vezes ao NRC que reduza sua influência da indústria, pois percebem

    que o conflito de interesses reduz, claramente, sua independência e integridade científica”.

    A publicação do FFW afirma que:

    Os resultados fracos, diluídos ou viciados do NRC terão um impacto bastante real no nosso sistema alimentar.

    Formuladores de políticas públicas desenvolvem regras e regulações com base em “conhecimento científico” sobre

    OGMs, no que a ciência diz – especialmente o que o NRC diz, porque ele é parte da Academia Nacional de Ciências,

    criada pelo Congresso para prover recomendações científicas para o governo federal.

    E é aqui que a ciência se torna politizada. Companhias como a Monsanto precisam de aliados favoráveis na ciência e

    na academia para empurrar seus produtos controversos através da aprovação regulatória até as fazendas américa-

    nas. Corporações do agronegócio despejam milhões de dólares nas nossas universidades públicas, agem com mão

    pesada na revisão de artigos em revistas científicas e procuram influenciar entidades científicas de prestígio como o

    Conselho Nacional de Pesquisa – NRC.

    Apesar dessas críticas, o NRC continuou a encobrir suas conexões com o agronegócio e a verdadeira influência que a

    indústria exerce sobre suas pesquisas.

    “De acordo com a legislação específica, o NRC precisa formar comitês equilibrados de cientistas para conduzir suas

    pesquisas – e revelar quaisquer conflitos de interesses”, disse Hauter. “Ainda assim o NRC não revelou nenhum

    conflito de interesses dos membros desse comitê profundamente desequilibrado”.

    Em sua publicação, o FWW propôs mudanças específicas para combater a influência da indústria:

    > o Congresso norte-americano deveria expandir e fortalecer a legislação para garantir que as recomendações

    científicas produzidas pelo NRC para o governo sejam livres de conflitos de interesses e desvios;

    > o Congresso deveria interromper todo o financiamento público de projetos do NRC em agricultura até que políticas

    significativas de redução de conflitos de interesses sejam postas em prática;

    > o NRC não deveria mais acionar financiadores, diretores, autores ou revisores que tenham interesses financeiros nosresultados de qualquer trabalho do NRC; e

    > o NRC deveria proibir a citação de referências científicas financiadas ou elaboradas pela indústria, devido à óbvia

    possibilidade de desvios.

    “Empresas do agronegócio como a Monsanto têm um papel desproporcional nas nossas universidades públicas e

    revistas científicas, e no NRC”, concluiu Hauter. “Enquanto esses escandalosos conflitos de interesses não forem

    expostos, não teremos boas políticas públicas sobre novas tecnologias, tais como os OGMs”.

    http://outraspalavras.net/posts/transgenicos-mais-uma-trapaca/ 

    Órgãos da sociedade civil alertam sobre fim da rotulagem de transgênicosCriado em 07/06/15 13h27 e atualizado em 07/06/15 14h05 Por Andreia Verdélio Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil 

    A aprovação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 4.148/2008, que propõe mudanças nos rótulos de embalagende alimentos transgênicos, gerou reações de entidades da sociedade civil, segundo as quais a proposta tira da populaçãoo direito de escolha de consumir ou não produtos cuja matéria-prima foi geneticamente modificada.

    Segundo a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ana Paula Bortoletto, doutora emnutrição e saúde pública, a retirada do símbolo de transgênicos fere totalmente o direito do consumidor à informaçãoclara, correta e precisa em relação aos produtos que estão no mercado.

    Para a presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Maria Emília Pacheco, a rotulagem detransgênicos abre portas para a regulamentação de laboratórios e da rastreabilidade dos alimentos, e esse projeto dá um

  • 8/15/2019 Texto para Redação 7 - Da Revolução Verde aos transgênicos.2016.pdf

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     passo atrás sobre isso. “O consumidor tem direito de saber se aquele produto contém o DNA de outra espécie. Por razõede ordem ética ou religiosa, as pessoas têm o direito de ser informadas e decidir não consumir. Esses projetos queflexibilizam as normas também vão anulando as nossas outras conquistas”, disse.

    O projeto do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) altera a redação do Artigo 40 da Lei nº 11.105/2005 e, na prática, revoga o Decreto 4.680/2003, que regulamenta o assunto. Com a nova lei, as embalagens que contêm produ-tos geneticamente modificados não precisariam mais trazer o símbolo do triângulo amarelo com um T na corpreta no meio. Em vez disso, seria grafada a frase “contém transgênico”. Apenas os produtos que contêm 1% oumais de componentes transgênicos em sua formulação seriam obrigados a informar a transgenia ao consumidor, sedetectada em análise específica.

    Heinze explica que a rotulagem vai permanecer, apenas o símbolo será retirado, pois, segundo o deputado, a letra T não

    informa e sim amedronta o consumidor, já que se assemelha a símbolos de produtos venenosos e inflamáveis, porexemplo.

    A pesquisadora do Idec diz que, na prática, o projeto acaba com a rotulagem. “O argumento é que vão ser obrigados ainformar no rótulo os produtos que tiverem a identificação de transgenia em laboratório. É um detalhe técnico quedificulta ter essa informação porque, como a detecção só acontece se tivermos o DNA, o material genético do alimentotransgênico, quase nenhum alimento processado, industrializado, vai ter o DNA inteiro para fazer essa análise. Então, no

     produto final, não necessariamente, vamos encontrar a prova laboratorial de que ele é transgênico. E o que importa parao consumidor é saber se a matéria prima usada no produto é ou não transgênica”, explicou Ana Paula.

    Para o deputado Heinze, os transgênicos são produtos seguros para consumo. “Os alimentos liberados para consumohumano passam por análise da CTNBio [Comissão Técnica Nacional de Biossegurança], composta por representantes dnove ministérios – como da Saúde, do Meio Ambiente e da Agricultura –, tem seis especialistas e 12 doutores nas áreas

    de saúde animal e humana, vegetal e ambiental. Portanto, se é liberado por esse colegiado de 27 membros, acredito quesão seguros”, disse o deputado.

    Mas, segundo o biomédico Luiz Maranhão, as consequências dos transgênicos na saúde humana são absolutamentedesconhecidas e incontroláveis. “Nós só vamos saber na nossa terceira geração humana usuária de transgenia. Até lá,estamos sendo cobaias dos grandes aglomerados internacionais financeiros. O princípio que baseou o conceito de defesaà transgenia é que o gene animal no grão geraria uma reação que não haveria mais necessidade de agrotóxicos, mas issofoi uma enganação para convencer a população”, disse.

    A presidenta do Consea disse que é preciso investimentos na agricultura familiar, na agroecologia e no estudo desementes que vêm da seleção natural e da experiência de agricultores. “Essa ideia que o transgênico chega com maior

     produtividade, que vai reduzir o uso de agrotóxico e que vai matar a fome do mundo não é verdade, porque essatecnologia foi liberada e a fome do mundo é enorme – são 800 milhões de famintos. Não são as forças de mercado e ess

    tecnologia que vão resolver o problema. O Brasil saiu do mapa da fome em razão da valorização do salário mínimo edos programas de distribuição de renda”, disse ela.

    Segundo a pesquisadora do Idec, estudos internacionais dizem que o uso de transgênicos trazem impactos negativos aomeio ambiente e à saúde humana, como o desenvolvimento de tumores e de alergias alimentares. “No Brasil, quemapresenta os estudos para comprovar se é seguro ou não para consumo humano são as próprias empresas que têminteresse comercial. Então, há um conflito de interesse. Para o Idec, nós deveríamos adotar o princípio da precaução: nãohavendo nenhuma comprovação que não faz mal, não deveríamos consumir. Mas aqui os interesses econômicos e o

     poder do agronegócio são tão grandes, que isso [a liberação de transgênicos] acontece, inclusive, com respaldo demuitos pesquisadores”, argumentou Ana Paula.

    O biomédico Luiz Maranhão explicou que não é contra estudos genéticos, mas acha que eles estão sendo aplicados semcontrole. “O estudo da transgenia não pode fugir das universidades e empresas públicas, não pode fugir do controle doEstado. Nos países da Europa – como França, Bélgica, Inglaterra, Espanha, Itália – esse conhecimento fica seguro e écontrolado pelo Estado. Uma empresa de biotecnologia não tem idoneidade para comandar o que vamos colocar nanossa mesa. Mas, infelizmente, vemos o Estado brasileiro frágil diante desses avanços. É preciso que ele esteja presentede uma forma mais firme, assim como a sociedade organizada, para fiscalizar o Estado inclusive”, acrescentou.

    Segundo a CTNBio, existem 39 tipos de plantas transgênicas aprovadas para comercialização no Brasil.

    O projeto de lei do deputado Heinze está agora no Senado Federal, para análise das comissões de Assuntos Sociais e deMeio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação Informática enviou requerimento, solicitando que também seja ouvida sobre a matéria. O Idec encabeça uma campanhaem seu site contra o fim da rotulagem de produtos transgênicos, e espera que os senadores rejeitem o projeto.

    http://www.ebc.com.br/noticias/2015/06/orgaos-da-sociedade-civil-alertam-sobre-fim-da-rotulagem-de-transgenicos