Texto de pesquisa de fabrícia matos de jesus puc go
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As repúblicas de Ouro Preto e suas histórias 1- IDENTIFICAÇÃO Título do Plano de trabalho: A cidade Patrimonial: Memórias, Identidades e Tecidos Sociais em Ouro Preto (MG) Nome do Bolsista: Fabrícia Matos de Jesus Nome do Orientador: Manuel Ferreira Lima Filho Local de execução: Goiânia - Go / Ouro Preto - MG Vigência do plano de trabalho: Julho de 2007 a Julho de 2009 Apoio: BIC/UCG 2- INTRODUÇÃO O plano inicial de minha pesquisa inserida no projeto "A cidade Patrimonial: Memórias, Identidades e Tecidos Sociais em Ouro Preto (MG)", sob a orientação do Professor e Dr. Manuel Ferreira Lima Filho, criador e orientador do projeto, era trabalhar com crianças de sete a doze anos e analisar o olhar dessas com relação a Ouro Preto patrimonial. Como elas percebiam a cidade patrimônio em que elas moram, como esse conhecimento lhes era transmitidos, se por meio da escola, se pelos pais, e se por meios desses, de que forma era abordado a história de sua
Texto de pesquisa de fabrícia matos de jesus puc go
1. As repblicas de Ouro Preto e suas histrias1-
IDENTIFICAOTtulo do Plano de trabalho: A cidade Patrimonial:
Memrias, Identidades eTecidos Sociais em Ouro Preto (MG)Nome do
Bolsista: Fabrcia Matos de JesusNome do Orientador: Manuel Ferreira
Lima FilhoLocal de execuo: Goinia - Go / Ouro Preto - MGVigncia do
plano de trabalho: Julho de 2007 a Julho de 2009Apoio: BIC/UCG2-
INTRODUOO plano inicial de minha pesquisa inserida no projeto "A
cidade Patrimonial:Memrias, Identidades e Tecidos Sociais em Ouro
Preto (MG)", sob a orientao doProfessor e Dr. Manuel Ferreira Lima
Filho, criador e orientador do projeto, eratrabalhar com crianas de
sete a doze anos e analisar o olhar dessas com relao aOuro Preto
patrimonial. Como elas percebiam a cidade patrimnio em que
elasmoram, como esse conhecimento lhes era transmitidos, se por
meio da escola, sepelos pais, e se por meios desses, de que forma
era abordado a histria de sua
2. cidade, e principalmente qual a relao direta que tinham com
o patrimniohistrico e cultural, e qual a contribuio que essas
crianas ofereciam para aconservao desse patrimnio.No entanto em
viagem para a cidade de Ouro Preto, para que fossem realizadas
aspesquisas de campo, percebi alguns empecilhos que dificultaram a
execuo dotrabalho em relao ao tema por mim escolhido. Primeiro, no
perodo em quefomos para cidade, as crianas se encontravam de frias
e, por esse motivo, notive contato com elas, o que impossibilitou e
muito a minha investigao, sem queeu pudesse prosseguir com o tema
da pesquisa.Segundo, deparei-me com as questes burocrticas, no que
diz respeito autorizao dos pais das crianas, para coleta de
entrevistas, o uso de suasimagens, e at mesmo a compreenso que elas
teriam do assunto, de sua cidadecomo patrimnio cultural em sua
essncia, pois o tema exigia um tempo maior paraque essas
compreendessem bem o assunto. Trabalhar com crianas exige
dopesquisador habilidade e qualificao para que possa obter xito em
sua pesquisa,elas exigem um tempo maior, para que possam
compreender, entender e captar ocerne da mensagem de um trabalho de
pesquisa. E o tempo que eu tinha na cidadepara trabalhar o assunto
escolhido no era o suficiente para trabalhar com elas,pois era de
apenas sete dias nessa primeira visita de campo. E com toda
certezaprecisaria de mais tempo para isso, uma vez que esse tipo
abordagem requer maistempo, preciso e pacincia. Crianas precisam
ser respeitadas em seu limite, seutempo, espao e compreenso, eis a
razo da mudana do meu tema de pesquisa.As escolas nesse perodo
estavam fechadas e no consegui contato com nenhumprofessor, a
maioria se encontrava de frias, como a maior parte de seus alunos.
Aparticipao desses profissionais na minha pesquisa era algo
primordial, uma vezque estes possuam a qualificao e habilidade para
lidar com eles, primeiro porconhecer cada um de seus alunos e o
ritmo, segundo pela qualificao profissional,possuem a habilidade
para lidar com eles em sua relao diria. E sem ajudadesses
professores no tinha como prosseguir com o trabalho de pesquisa.Na
cidade de Ouro Preto realizvamos reunies todas as noites para
discutimos ostrabalhos que tnhamos feito durante o dia e para
planejarmos o roteiro do diaseguinte. Em um dos nossos primeiros
encontros, apresentei a minha dificuldade aomeu orientador,
professor Manuel Ferreira e, tambm aos colegas que l seencontravam
e, pedi que me ajudassem na escolha de um novo tema, que pudesseser
tratado dentro da proposta do projeto de pesquisa.
3. O professor Manuel me orientou a trabalhar com as repblicas,
uma vez quepercebeu que o assunto era bom, e por ser polmico na
cidade, seria um bom temapara eu abordar, e tambm pelo fato de ter
material suficiente para a pesquisa,mesmo que o assunto fosse muito
abrangente e complexo. Alguns dos estudantesse encontravam na
cidade mesmo sendo perodo de recesso da universidade, porcausa da
greve havia acontecido no ano de 2007, por essa razo eles teriam
aulasnos meses de janeiro e fevereiro, por esse motivo tive
facilidade em encontr-los eassim, prosseguir com a investigao da
pesquisa.O fato de ter ficado hospedada em uma repblica, me
permitiu um maior contato econvivncia com eles e, dessa forma,
perceber o modo de vida desses estudantes esua relao com a cidade
patrimnio cultural.Alguns estudiosos e pesquisadores haviam tratado
o tema sobre as repblicas, cadaum de seu prisma, mas procurei
abordar o tema das repblicas de um ngulodiferente das diversas
temticas do assunto por eles analisado.O meu ponto de partida foi
tratar a questo, como os atuais e ex-moradores dasrepblicas se
relacionam com a cidade de Ouro Preto e, qual a influncia que
osegressos tm sobre as repblicas e tambm sobre a cidade que os
acolheu duranteos seus estudos de graduao. Esses ex-alunos no esto
presentes na cidade nemnas repblicas constantemente, mas o respeito
e admirao por esses ex-moradores algo inegvel e ao mesmo tempo
admirvel. A representatividadedesses ex-moradores nas repblicas
ntido, eles podem ser lembrados o tempotodo pelas fotos penduradas
em lugares de destaque nas paredes da sala da casa,por suas
histrias, seus apelidos e memrias. A relao de
cumplicidade,companheirismo, amizade algo admirvel entre eles, o
respeito e autenticidadepor eles vivida, muito parecido como a
administrao de um governo, onde hdeveres, direitos regras e que
devem ser respeitados e, onde tem at a presenade um presidente, que
geralmente o estudante que est h mais tempo na casa,que o
"decano".O vnculo que existe entre os ex e os atuais estudantes to
forte, que no dia 12de outubro de todo ano, realizada uma homenagem
aos ex-republicanos e suasfamlias, a festa "Dos 12", como chamada
pelos seus adeptos e amantes, paraque ex-moradores das repblicas,
possam retornar ao passado e reviver o seutempo de acadmicos, rever
os amigos, a casa onde moraram por tanto tempo,uma forma de passear
novamente pelo seu tempo de estudantes. A festa "Dos 12"
4. pra a cidade, e quase todos participam desse momento
nostlgico para essacomunidade republicana.O respeito pelos
ex-moradores republicanos algo inquestionvel, eles tmcontrole sobre
os atuais residentes da casa, mesmo que eles no se faampresentes
diariamente, mas a autonomia que foi conquistada pelos anos de
cuidadocom a repblica que os acolheram por tanto tempo, por isso o
amor incondicionalque sentem pela mesma, e tambm por sua preservao.
Por isso tamanho aadmirao com que so devotados, pelo o cuidado que
esses expressaram eexpressam pela sua repblica. como se esse elo
entre eles jamais deixasse deexistir, o cordo umbilical nunca fosse
cortado, mesmo que estes estejam distantesda sua madre
republicana.A forma como abordei o assunto, foi s repblicas como
tecidos sociais e suaidentidade no mundo universitrio dessa cidade.
Os estudantes dessas repblicasso todos discentes da Universidade
Federal de Ouro Preto (UFPO), e estestransitam pela cidade como
componentes participativos da sociedade ouro-pretana,ao mesmo
tempo, que de certa forma no se comprometem com ela,
masconseqentemente, hoje seria impossvel imaginar essa cidade sem
esse mundouniversitrio.H de se lembrar que Ouro Preto no uma cidade
comum como s demais, masuma cidade que tem vida prpria e por si
mesma conta a sua histria de quase 200anos de vida. A cidade foi
tombada como patrimnio histrico no ano1933, noprimeiro governo de
Getlio Vargas, quando ele declara Ouro Preto CidadeMonumento
Nacional, e em 1980, "Patrimnio Cultural da Humanidade"
declaradopela Unesco, portanto, carrega em si sua essncia de uma
cidade patrimonial, seja,pelas igrejas com seu estilo Barroco, seja
pela histria de seus inconfidentes oumesmo por si prpria.No projeto
de pesquisa busco contribuiu na construo do saber de uma"instituio"
paralela prpria Universidade Federal de Ouro Preto e, que ainda
notinha sido objeto de preocupao no tocante aos seus aspectos
histricos e arelao que esses estudantes mantm com o patrimnio
cultural, o respeito delespara com esse monumento histrico.As
repblicas estudantis que esto em sua maioria localizadas nos
casares dacidade. O trabalho visa dissecar a histria das repblicas
e sua correlao com acidade e, principalmente a sua contribuio para
a mesma ao longo do tempo.
5. A ausncia de trabalhos histricos de relevncia sobre a vida
estudantil e asrepblicas j justificam a realizao de uma pesquisa
com esta temtica, noprocesso de relao dessa cidade universitria e a
cidade patrimnio.Irei trabalhar com os ex-alunos das repblicas que
tm muita influncia no s nasnas suas antigas casas estudantis, mas
tambm na cidade, pois mesmo distanteseles mantm um forte contato
com seus atuais moradores republicanos e com aprpria Ouro Preto. A
contribuio financeira para ajudar os atuais estudantes umdos traos
mais visveis e marcantes desse de vnculo que existe entre a
repblica eseus ex- moradores. Vnculo esse que no se desfaz nem pelo
tempo e nem mesmocom a distncia, pois o carinho e zelo que os
egressos tm por sua ex-repblica somuito fortes e contribuir seja de
que forma for, uma maneira de preservar essecordo umbilical.
Percebe-se que esse carinho pode ser comparado com um
vinculofamiliar, uma vez, que esses passam de quatro a seis anos
nesse mundorepublicano e longe de suas famlias. O processo de
investigao o nico quecapacita a participar desse mundo de
estudantes com caractersticas to diferentesde outras instituies de
ensino no pas, por isso em meu projeto, o esforo inicialfoi o de
coletar dados que pudesse me auxiliar ao mximo na pesquisa
dessasrepblicas e sua relao com a cidade de Ouro Preto.Nossa
estadia em Ouro Preto e nas repblicas foi fundamental para levar o
trabalhoadiante. A aceitao da proposta por parte dos republicanos
no foi difcil, uma vezque estes esto abertos para tratar de vrios
assuntos, mesmo aqueles que elesconsideram desconfortveis de se
falar. Tratei com eles assuntos que vo desdedrogas, sexo, bebidas,
religio e principalmente, como vem a cidade de OuroPreto, mas no a
cidade comum, como as demais, mas a Ouro Preto patrimniocultural e
de que forma conseguem conciliar suas atividades dirias com esse
fatoreal e constante.H uma conjugao de fatores histricos e
geogrficos que tornaram o ambienteuniversitrio de Ouro Preto
reconhecidamente peculiar entre as instituies deensino superior do
Brasil.Em primeiro lugar importante lembrar, em retrospectiva
histrica, que a idia deuma universidade em Vila Rica (renomeada
Ouro Preto em 1808), apareceu notempo da Colnia com o iderio da
rebelio conhecida como Inconfidncia Mineira,de 1789. Nesta poca, a
ento Vila Rica era capital da Provncia de Minas Gerais.No Sculo
XVIII a Vila Rica chegou a concentrar o apogeu do Ciclo do Ouro e
poresta razo se tornara, economicamente, a mais importante cidade
brasileira.
6. Depois da Independncia, ao tempo do Imprio, que surgiram as
primeirasescolas profissionais: a Escola de Farmcia em 1839, a
Escola de Minas em 1876, ea Escola Livre de Direito, em 1892. A
Escola de Farmcia e a de Minas forampioneiras no Brasil nas suas
respectivas reas cientficas. Tal pioneirismo reforou aimagem de
cidade culturalmente significativa.Em 1897, a capital de Minas
Gerais foi transferida para a cidade planejada de BeloHorizonte,
construda exclusivamente com o propsito de abrigar a
sedeadministrativa dadas as limitaes do stio geogrfico de Ouro
Preto, notadamentea acidentalidade do terreno. A Escola Livre de
Direito foi transferida para BeloHorizonte, mas as Escolas de Minas
e de Farmcia permaneceram em Ouro Preto.Sofreram forte esvaziamento
de professores e recursos financeiros, massobreviveram. As atas das
respectivas congregaes chegaram a discutir a hiptesede fechamento e
de transferncia; discusses sempre proteladas e hipteses
noconcretizadas. Entre 1930 e 1961 a Escola de Minas permaneceu
vinculada Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio
de Janeiro. A Escola deFarmcia, estadual, foi federalizada em 1950.
Mesmo distantes dos novos centroseconmicos e de poder, todavia,
estas duas instituies sobreviveram, contandocom o peso do
significado de Ouro Preto, como cidade palco de passagenshistricas
importantes, smbolo representativo da nacionalidade.Em 1933, Getlio
Vargas, que fora estudante em Ouro Preto nos ltimos anos doSculo
XIX, declarou-a primeira Cidade Monumento Nacional.A partir da
dcada de 60 passou a haver uma febril criao de universidadespblicas
no Brasil. A burguesia transnacional delegou ao Estado nacional a
tarefa depreparar mo de obra para emprego no processo de acumulao
de capital,estratgia plenamente exeqvel em regime de ditadura
militar. Assim, em 21 deagosto de 1969, o General Presidente Costa
e Silva assinou o Decreto-Lei decriao da Universidade Federal de
Ouro Preto, a qual passava a ser integrada pelaEscola de Farmcia,
de Minas e o Instituto de Cincias Humanas de Mariana, esteat ento
pertencente Universidade Catlica de Minas Gerais enfim.Segundo
estudo realizado atravs de depoimentos de pessoas que participaram
dafundao da UFOP, levado a cabo pelo seu professor Romerio Rmulo, a
integraoem Universidade foi pensada como estratgia de sobrevivncia,
de salvaomesmo, para as instituies. Mas, segundo aquele
pesquisador, o fato de OuroPreto ser, desde 1933, "Monumento
Nacional", exerceu contribuio decisiva noconvencimento do Ministrio
da Educao, atravs de ex-alunos junto ao Ministro
7. Tarso Dutra, no sentido de manter vivas as instituies,
instalando-as numa nicauniversidade.Em qualquer hiptese,
efetivamente, no se pode considerar a trajetria do ensinosuperior
em Ouro Preto de uma forma desvinculada da condio de insero
emcidade "Patrimnio Cultural Nacional" (a partir de 1933), e,
"Patrimnio Cultural daHumanidade", por declarao da UNESCO (a partir
de 1980). Este status que lhe foiconferido econmica e culturalmente
importante para Ouro Preto na medida emque contribui para atrair
turistas, fazer pulular eventos culturais, ser visitada
porintelectuais renomados, afluir excurses de alunos do Brasil e
exterior, chamarateno de autoridades que a convertem em cenrio de
espetculos polticos, etc...Esta atmosfera cosmopolita, aliada
presena de milhares de estudantes, ligados aUFOP, gera um ritmo
frentico ao cotidiano e cria uma efervescncia cultural maisou menos
permanenteA institucionalizao das repblicas ocorre no perodo em que
a ideologiadesenvolvimentista a predominante. A Escola de Minas de
Ouro Preto reconhecidamente um foco nacionalista e seus ex-alunos
eram absorvidosprincipalmente pelo servio pblico, que "tendiam a
considerar-se servidorespblicos responsveis pela conduo do pas pela
rota do progresso"(Schwartzman, 2001).Por isso, a compra de
repblicas, oficialmente estabelecida em 1953, seguidaparalelamente
por entidades privadas de assistncia ao estudante, como a Casa
doEstudante da Escola de Minas, ou do apoio da Fundao Gorceix, a
partir de 1960,so investimentos dos estudantes e uma forma
encontrada pelas elites acadmicasde possibilitar a vinda e a
permanncia de um maior nmero de estudantes emOuro Preto, e tambm,
para aproveitar o dinamismo dos estudantes vindo destesincentivos
ou investimentos.Como em nenhum outro lugar no Brasil, as
"repblicas" de moradia estudantil deOuro Preto so permanentes, no
sentido de que no se dissolvem quando um grupode alunos conclui os
estudos. Os ex-alunos, por tradio, visitam-nas, em
retorno,regularmente, mesmo depois de dcadas de formados. H esforos
organizativoscom o propsito de manter proximidade entre formados e
no formados,desenvolvendo compromissos de entrosamento na vida
profissional.
8. Com uma trajetria de mais de um Sculo, as "repblicas
estudantis" adquiriram,no Brasil, visibilidade em razo dos seus
fortes traos caractersticos, tipificados emmodus vivendi especfico,
e citados frequentemente na imprensa nacional:"A histria das
repblicas de Ouro Preto nica no Brasil, e s em Coimbra,Portugal, se
tem notcia de algo parecido. Geridas pelos estudantes,
estoinstaladas em casares comprados pela Universidade, e tem at
presidente. Alifunciona uma rgida hierarquia comandada pelo decano,
o morador mais antigo".(Revista Semanal Isto de 21/10/98: pp.
70-71).A direo da UFOP reconhece as "repblicas" como territrio
estudantil autnomo.Em boletim oficial divulgado em 1999, por ocasio
dos 30 anos de UFOP, assim seexpressa:"As repblicas estudantis so
autogovernadas (res publica = coisa pblica). Em1897, quando a
capital do Estado de Minas Gerais transferiu-se para BeloHorizonte,
muitas casas do centro histrico de Ouro Preto foram abandonadas
pelosseus moradores em conseqncia do esvaziamento econmico, e,
ento, osestudantes das Escolas de Minas e de Farmcia ocuparam-nas e
conservaram-nas.A partir dos anos 50, integraram-se ao patrimnio
das instituies e hoje 72 delaspertencem Universidade. (
UFOP:1999).Lembramos que a UFOP e este mundo das "repblicas" formam
uma unidadecontextual indissocivel, tantas so as interpenetraes de
influncias entre si.Modificaes em quaisquer elementos de uma ou de
outra trazem implicaes sobreo contexto do sistema
educacional.Pode-se aventar a hiptese de que a "REPBLICA", res
pblica, coisa pblica -fenmeno tpico de Ouro Preto - um espao onde
podem acontecer processosvariados de aprendizagem, que vo desde
aquisio de sociabilidade, passando porsolidariedade, capacidade de
subordinao s regras de grupo, capacidade derenncia a certos
interesses individuais para lograr adequar-se a
ordenamentoshierrquicos coletivos. Embora no tenham sido criados
com propsitospedaggicos, elas existem em funo de uma instituio
pedaggica.Atitudes e valores como a direo das vontades, exerccio
repetido de esforosvolitivos, conhecimento de si, autodeterminao,
autorregulao, no soensinados diretamente nas salas de aula da UFOP,
mas podem ser aprendidas nomundo das "repblicas". (Sardi,
2001).
9. Segundo o historiador Otvio Luiz Machado Silva, coordenador
de pesquisa de"Reconstruo Histrica das Repblicas de Ouro Preto", em
2000, acredita que a"repblica" "um lugar de grande aprendizagem, um
dos poucos na vidauniversitria que permitem o debate e uma vivncia
cultural, e onde oindividualismo reduzido e os projetos coletivos
estimulados". E acredita ainda quea "repblica" constituda de
estudantes que carregam uma histria de rebeldia, deluta, de sonhos,
aprendizagens, ousadias, e, acima de tudo, cidadania, pois ali
seaprende o sentido da democracia, com todos os conceitos e
atitudes que comporta:participao, dilogo, reivindicao, busca de um
consenso, respeito pelo outro epela diferena". (O TEMPO;
2000).Segundo as palavras do prefeito da cidade de Ouro Preto
impossvel imaginar acidade sem esse mundo universitrio, uma vez que
os estudantes e as repblicascompem de forma peculiar a cidade
ouro-pretana e fazem parte do patrimniohistrico.O atual prefeito de
Ouro Preto, ngelo Oswaldo, fez importantedeclarao em 2002:"Entre o
excesso de som e a falta de tom no12 deOutubro, -as
repblicas-.precisam firmar um novo pacto com a comunidade que
asacolhe. inimaginvelque Ouro Preto possa perd-las, recolhidos os
estudantesa prdios novos noCampus do Morro do Cruzeiro. Os
estudantes fazem partedo patrimnio vivo deOuro Preto. Seria
inconcebvel a paisagem sem que eles aatravessassem, com
10. as fantasias do trote, o batuque do carnaval,
asbrincadeiras jocosas, aalegria da vida que comea a ganhar o
mundo".(OSWALDO, 2002).3- MATERIAIS E MTODOSO projeto comeou o seu
trabalho de pesquisa no incio com do ms de Agosto de2007. Tivemos
uma reunio inicial com o orientador da pesquisa, professor
ManuelFerreira, para acertarmos todos os detalhes do projeto e
iniciarmos as pesquisas equal seria o nosso referencial para a
investigao de nosso tema.O professor Manuel Ferreira Filho,
orientador do Projeto "A Cidade Patrimonial:Memria, Identidades e
Tecidos Sociais em Ouro Preto (MG)", viajou para osEstados Unidos,
para a cidade de Virgnia, Eua, no segundo semestre do ano de2007,e
l trabalhou por um perodo de trs meses, para a investigao de um
outroprojeto de pesquisa, semelhante ao tema de Ouro Preto.
Retornou no final do anopassando, quando fomos convocados para
reunio no Ateneu Dom Bosco paradecidirmos a viagem para Ouro Preto
e para darmos incio a pesquisa de campo efundamentar o nosso
trabalho a respeito do tema de cada um dos integrantes doprojeto de
pesquisa.
11. Por isso, ficamos sob a orientao da professora Las, que
tambm faz parte doprojeto e, que ficou responsvel por nos auxiliar
durante o perodo que o professorManuel estivesse ausente. A
professora Las nos orientou com relao delimitaode nossos temas, a
melhor forma de abordarmos o assunto, composio,bibliografias,
mtodos de pesquisas e etc.Em nossos encontros, estudamos a associao
de tcnicas e como elas soimportante para os estudos antropolgicos
na busca de uma viso mais efetiva darealidade, do estranhamento
diante das novas realidades, pois na pesquisa serealiza um
movimento dialtico no entendimento entre pesquisador/
pesquisado,que precisa ser conhecido e levado em conta na anlise
das informaestransmitidas. Dessa forma, a associao de diversas
fontes de dados s poderiaenriquecer o trabalho e permitir ao
pesquisador apreender da forma mais objetivapossvel a realidade.Os
mtodos utilizados nesta investigao foram a pesquisa-ao e a histria
oral. Oprimeiro passo foi criar um campo de dilogo e envolvimento
com os atoresenvolvidos, ou seja, com os moradores de repblicas da
universidade. Fiz leituras arespeito do assunto em questo e busquei
auxlio de alguns pesquisadores quehaviam trabalhado com tema a
respeito de repblicas, como o professor JaimeAntnio Sardi, que fez
uma tese de doutorado, que trabalhou a questo"Estratgias de
Auto-Regulao Desenvolvidas por Estudantes Universitrios emAmbiente
de Exacerbao do Prazer" (SARDI, 2001), praticado nas repblicas.
Etambm com o historiador e pesquisador Luiz Otvio Machado, autor do
livro, quefoi aluno da UFOP e morador de repblica, que trabalhou
com o tema sobremoradias dos alunos da UFOP. Eles me auxiliaram com
os seus materiais a respeitodo tema abordado.A metodologia de
pesquisa-ao foi uma das formas de demonstrar que aimportncia desses
atores, nesse caso os estudantes para a cidade de Ouro Preto,pois
com eles pude privilegiar todas as vises existentes sobre as
repblicas, gerarum debate sobre elas o seu contexto cultural e
histrico com a cidade patrimnio.O professor Manuel retornou no
final do ms de Dezembro, tivemos reunies comele para apresentar a
ele os relatrios do que tnhamos feito durante o perodo emque ele
estava fora e o que a professora Las nos havia passado. Nesses
encontrosmarcamos nossa viagem de pesquisa de campo, que aconteceu
logo aps o seuretorno.
12. O nosso tempo de estadia na cidade durou sete dias. Nesse
perodo visitamos asigrejas da cidade, museus, fizemos entrevistas,
realizamos nossas investigao,cada qual com o seu tema.Ns tambm nos
reunamos todas as noites para discutirmos as aes do dia,
asdificuldades, as investigaes, material coletado, estratgias,
resultados e fazernossos planejamentos para dar solidificao para
nossas pesquisas. Fazamostambm o nosso dirio de campo com as
anotaes do dia, como tinha sido, osresultados, as entrevistas, tudo
que pudesse nos auxiliar posteriormente aps onosso retorno para
Goinia.Busquei durante minha estadia na cidade de Ouro Preto
trabalhar com umametodologia mais participativa, na qual pudesse
obter as respostas para o tema pormim escolhido. Por meio de
entrevistas, de desenhos, nos quais os atores por meiode desenho
descreviam como via a cidade de Ouro Preto, Patrimnio.O objetivo
foi, enfim, buscar uma melhor relao entre o conhecimento
dopesquisador e a realidade circundante desses alunos, e dessa
forma permitir, queesses no fossem vistos apenas como meros
receptores, e sim, como atores dentrode um processo, onde h a
necessidade da participao de todos, e assimconseguir atingir o alvo
da pesquisa, que anlise da relao desses estudantes edos ex- alunos
com a cidade de Ouro Preto patrimnio. Dessa maneira,
utilizeiprocedimentos detalhados, para que eu pudesse reproduzir na
integra, todomaterial de investigao por mim utilizado, bem como
tambm os mtodos eequipamentos.As fitas de udio que foram utilizadas
durante algumas das entrevistas que foramrealizadas, as mesmas esto
no processo de transcrio e sero arquivadas, tantona forma original,
como tambm em arquivos digitados, e tambm na
formadigitalizadas.Desta forma, a metodologia da pesquisa-ao (que
permite tornar os fenmenosobjetivos inteligveis, mesmo diante da
complexidade, capaz de incidir luz sobre arealidade estudada) me
permitiu construir um conhecimento com uma forteinterao com os
estudantes dessas repblicas, em um esforo nico parareconstituir
esta histria dessa relao, entre estudantes e moradores da cidade
deOuro Preto. Como o planejamento do trabalho cientfico, em
qualquer rea, impeao pesquisador que descobre algo e faa uma
reflexo contnua sobre o seu objeto,neste sentido a metodologia
utilizada auxiliou a intensidade da ponderao.
13. Com esse procedimento visei aproximar-me da relao sujeito
(pesquisador) eobjeto (pesquisado). uma relao intersubjetiva, que
dialoga, que relativizapontos de vista existentes, que nesse caso,
vejo como algo imprescindvel e desuma importncia. A troca de
"olhares" e saberes que completa esta forma depesquisa forneceu a
mim, pesquisadora e aos grupos participantes, meios que setornaram
capazes de responder com maior eficincia aos problemas de todos
osenvolvidos nessa delicada relao, em que convivem diariamente,
moradores dasrepblicas e a sociedade ouro-pretana com seus cidados
no entendimento dacidade de Ouro Preto como patrimnio cultural.A
pesquisa tinhs como objetivo analisar as relaes de memrias,
identidades etecidos sociais dessas repblicas com a cidade de Ouro
Preto, patrimnio e, analisarde que forma essa relao contribui para
a cidade mineira e de que maneira ela sed. A minha inteno ao
pesquisar o tema era somar com os demais pesquisadoresque j
trabalharam com esse assunto, e dessa forma agregar mais valor a
cidadeouro-pretana, no que diz respeito, ao patrimnio cultural e
histrico, eprincipalmente na sua conservao patrimonial.Ao chegar na
cidade para a pesquisa de campo, percebi que a vida universitria
deOuro Preto tem um forte elo com toda sociedade local, mesmo que
nessa relao seperceba fortes conflitos entre ambos, existe uma
relao de amor e dio por eles,percebi, porm que os mesmos compem
tambm esse universo cosmopolitanochamado Ouro Preto.Comeo a
integrar mais em relao ao novo tema que irei tratar. O tema sobre
asrepblicas um timo, uma vez que o assunto abrange vrios aspectos
dosproblemas da cidade e sua comunidade. A investigao comea com os
estudantesda republica onde estou hospedada, com entrevistas e
desenhos para que possammostrar o que de fato acham cidade de Ouro
Preto, patrimnio. Como eles a veme o que eles podem fazer por ela.
Aproveito o momento que no estamos emoutros lugares, para fica mais
prxima dos estudantes e ver como funciona o seudia-a-dia., o
cotidiano de cada um dos moradores da repblica.O estudo sobre as
repblicas muito interessante e ao mesmo tempo intrigante,haja
vista, que a favor delas tudo conspira, a universidade, as festas,
os casares,os seus moradores, seus trotes, suas rebeldias. As
repblicas exalam no ar, o
14. tempo todo o seu perfume de irreverncia e rebeldia, uma vez
que so a marcaregistrada desses estudantes, assim como eles tambm o
so da cidade. OuroPreto tambm muito conhecida como a cidade dos
estudantes, alm, claro desuas famosas igrejas, ladeiras e obras
artsticas de Aleijadinho e outros artistas quecompem esse cenrio
artstico e histrico.O mundo dos estudantes uma cidade parte, que se
cruza com Ouro Preto e aomesmo tempo no, so como se eles no se
envolvessem com ela, com sua histriae sociedade e tambm com os seus
moradores e comunidade, como se fizessemparte dela apenas
fisicamente, ocupando somente o seu espao fsico, uma vez queeles no
se envolvem nos problemas sociais dela, e ali apenas estivessem
paradesfrutar do que a cidade lhes pode oferecer, sem contudo lhes
retribuir o favor dosmoradores locais, quando estes os acolhem
durante seu perodo de universidade,sem quase nada receber em
troca.Eles que vagam por suas ruas e ladeiras, mas ao mesmo tempo
como se noandassem por elas, como se l no estivessem, no tocante ao
esprito latente dacapital dos estudantes, como assim pode ser
definida tambm, Ouro Preto.O aluno que estuda na UFOP, no se
identifica como um integrante da cidade, quefaa parte da identidade
do Patrimnio Cultural Mundial, mas sim,um passageirocom uma rpida
estadia pela cidade, de aproximadamente de cinco a seis anos,que
passa muito rpido e, que l querem levar apenas as boas lembranas
dasfestas que fizeram durante os seus anos de estudos e farras.O
professor Adlson Pereira dos Santos Pr-reitor adjunto de graduao da
Pr-reitoria de Graduao Pro - grade da UFOP, me orientou um pouco a
respeito dasrepblicas e de seus estudantes. Como a universidade se
inteira dos fatos e atonde ela vai com suas responsabilidades para
com elas, uma vez que so rgosquase que autnomos, criadas em funo da
comunidade universitria. Quais soas obrigaes para com as repblicas
e quais so os direitos e deveres dasmesmas. Ele me informou ainda
que o modelo das repblicas ouro-pretana, sooriginrias das de
Coimbra, em Portugal, que foi estudado por um dos ex- alunosda UFOP
e tambm ex-morador de uma das repblicas da cidade, Luiz
OtvioMachado, que hoje mora no Estado do Pernambuco e faz parte do
corpo depesquisadores da UFPE ( Universidade Federal do
Pernambuco), e que s em OuroPreto que encontra este tipo de modelo
de repblicas no Brasil. Existe umuniverso diferente neste mundo que
circunda a cidade de Ouro Preto. Elas sodetestadas de certa forma,
pelos moradores da cidade, por causa de suas festas e
15. rebeldia, e ao mesmo tempo amadas e admiradas por aqueles
que desfrutam delasou partilham algo em comum.Encontrei algumas
teses de mestrado e doutorado de pesquisadores que j tinhamabordado
a respeito das repblicas, com isso me foram e o sero de suporte
para otema que eu escolhi para trabalhar. Uma seria a tese de
doutorado do professorJaime Antnio Sardi, que trabalhou com o tema
na cidade de Ouro Preto, naseguinte temtica: "Estratgias de
Auto-Regulao Desenvolvidas por EstudantesUniversitrios em Ambiente
de Exacerbao do Prazer".O seu trabalho objetivou levantar
estratgias atravs das quais estudantesuniversitrios logram
conciliar o estudo com a prtica pessoal dos prazeres. Trata-se de
um estudo de caso dentro do contexto da Universidade Federal de
OuroPreto, o qual conhecido como espao de amplas possibilidades de
exacerbao doprazer. Na sua tese pude encontrar informaes a sobre a
origem das repblicas eo modelo adotado pelos os estudantes da
cidade.A outra tese foi do pesquisador chamado Otvio Luiz Machado,
que por ser ex-aluno da UFOP e morador de uma das repblicas de Ouro
Preto e organizador deum livro que trata sobre o tema, agregou
muita ajuda minha pesquisa.A Universidade Federal de Ouro Preto tem
hoje aproximadamente 8.377, dos quais4.466 so alunos que estudam na
cidade de Ouro Preto, 720 em Mariana, 259, emJoo Monlevade, que d
num total de 5.445 s nessa regio, sem contar com osalunos que fazem
o Cead, que o ensino distncia, que contam com mais 2.932.(Dados da
UFOP).Hoje a universidade disponibiliza de um alojamento na prpria
Ufop. Que usacritrios scio-econmicos para avaliarem a entrada dos
estudantes nosalojamentos da universidade, neles os estudantes no
tm despesa alguma, comoenergia, telefone, por exemplo. A Ufop tambm
tm 280 repblicas federais, nasquais os alunos no pagam aluguel,
apenas energia, internet, tv a cabo ou outrascomodidades que eles
colocarem na casa para usufruto prprio, e as quais eles
soresponsveis por seus pagamentos.O processo de procura pelas
repblicas da cidade comea mesmo antes dovestibular, quando os
alunos comeam a procurar suas futuras moradias. No dia damatrcula,
os moradores das repblicas particulares costumam ficar nas
filasentregando panfletos das suas repblicas, para os futuros
estudantes e tambmmoradores, uma vez que as repblicas particulares,
precisam dividir as despesas
16. para conseguir se manterem. Mas, a maioria dos estudantes
costumam batalharprimeiro, uma vaga nas republicas federais, e
quando no conseguem vo para asparticulares, pelo fato do critrio de
seleo dessas serem menos rgidas do que asdas federais.As despesas
que esses alunos-moradores tm na casa so muitas, mas isso
vaidepender dos servios e produtos que eles utilizam na casa, como
por exemplo, tva cabo, internet, a "cumadre", como eles chamam a
secretria que arruma acasa, isso tudo so servios, que pesam no
oramento desses estudantes, que sodivididos em partes iguais entre
eles.Mas em ambas elas tm que passar pelo o processo de aceitao,
todos oscalouros, ou melhor bixos como eles so chamados, so
submetidos aos trotes etambm passam pelo o processo de aceitao na
repblica, na qual eles sosubmetidos aos mais diversos tipos de
atividades, durante um determinado perodopara serem aceitos por
estas e seus moradores.Estudar as repblicas e estudantes da cidade
de Ouro Preto algo muito intrigantee, que exige um ouvir e olhar
crticos, ateno e muita observao para no se tirarconcluses
precipitadas, por causa da muitas circunstncias, com as quais
nosdeparamos todo instante. O mundo dos universitrios oferece vrios
prismas paraser tratados, no se deve deixar passar nenhum detalhe
que possa construir oparalelo desses estudantes com a cidade de
Ouro Preto.Por isso, creio que o caminho que tenho a trilhar ainda
muito longo, para que eupossa conseguir as respostas de minhas
indagaes pessoais e da pesquisa.Alguns dos mtodos utilizados no
campo:Entrevistas com os atores envolvidos em nossa investigao, no
meu caso, com osestudantes- moradores das repblicas; cidados que
nasceram e vivem na cidade,mas que tm uma viso diferente da dos
estudantes, e por isso a vem com umolhar diferente e de outro
ngulo. Todas as entrevistas foram todas gravadas. Pediautorizao dos
entrevistados para fazer a entrevista. Esses materiais no
momentoesto sendo transcritos para o arquivo do projeto de
pesquisa, para que a prximavez, que for cidade, possa apresentar a
eles o material transcrito e ter o aval
17. desses atores para inserir e divulgar esses documentos, de
suma importncia parao projeto e para mim.Utilizei tambm o mtodo dos
desenhos, eu fazia uma pergunta aos estudantescomo eles viam a
cidade de Ouro Preto, que a seguinte pergunta:"Como voc vera cidade
de Ouro Preto, patrimnio"? E pedia ao estudante que a
desenhassemnuma folha de papel em branco o que lhes viesse cabea,
que eu fornecia a eles,utilizando as canetinhas de desenho, sem em
momento algum, interferir comsugestes ou indues.Pesquisa-ao e a
histria oral, que foram mtodos que utilizei na pesquisa decampo.
Por ter um maior contato com esse mundo universitrio, eu pude
levantarindagaes de como eles se relacionavam com a cidade
patrimnio e qual acontribuio que eles oferecem para essa cidade que
os acolhe. Esse tipo demtodo permite uma melhor aproximao e
abordagem dos questionamentos quesurgiram no processo da pesquisa
de campo.Aplicao de questionrios qualitativos e quantitativos; com
o objetivo de conhecerde fato quem eram os nossos atores, isso no
caso dos questionrios qualitativos. Enos quantitativos, queria ter
a noo de quantos eram os nossos estudantes. Esseprocesso ir
continuar, nesse segundo semestre, quando eu e os demaisintegrantes
do projeto, pretendemos ir novamente cidade de Ouro Preto
paradarmos continuidade pesquisa, uma vez que o tempo que tivemos
na cidade, nofoi suficiente para nenhum de ns.A leitura do material
foi de suma importncia para a compreenso dessa realidadetotalmente
diferente da que eu vivo aqui, at mesmo tambm como
universitria.Pois o estranhamento foi relevante para entender de
que forma ele se dar, e comorespeitar as diferenas circundantes.
Tive acesso a sites, blogs, teses dedoutorados, de mestrado, livros
que foram escritos a respeito do tema, entrevistascedidas por
outros pesquisadores que j haviam investigado questes
semelhantessobre o mesmo tema, ou seja, as repblicas. Tudo isso
contribuiu de formaexpressiva na investigao da minha pesquisa.4-
RESULTADOS
18. Tive um resultado relevante diante do tempo disponvel que
tinha, que foi apenasde uma semana, perodo que no suficiente para
responder todas as indagaesque foram levantadas por mim durante
minha estadia na cidade. A pesquisa decampo requer um perodo maior,
para se analisar e investigar as questes darelao desses estudantes
com a cidade de Ouro Preto, ainda mais quando setrabalha um assunto
to complexo, que preciso uma anlise mais crtica epaciente diante
situaes e processos apresentados.A relao dos moradores de Ouro
Preto com os estudantes no muito confortvel,uma vez que os
ouro-pretanos se sentem afrontados pelas atitudes rebeldes
dessesalunos, que muitas vezes extrapolam os limites dessa
sociedade que to bem osacolhe.Para se ter o resultado desejado para
responder todas as minhas indagaes etambm as do projeto de
pesquisa, faz-se necessrio, pelo menos mais uma ouduas visitas de
campo. Pelo fato do assunto ser muito complexo e para no cair
naquesto das respostas induzidas pelas circunstncias e aparncias.
Pois a princpio,o que eu pude perceber que a relao dos estudantes
com os moradores dacidade muito delicada, para no usar o termo
conflitante, antes de uma melhoranlise da questo, em que eu possa
afirmar tal.Alguns dos resultados que tive na pesquisa foi o acesso
aos estudantes, e suaabertura que me ajudou em muitos dos meus
questionamentos:Fazer contatos com pesquisadores que trabalharam o
tema e, que esto meajudando at o presente momento na pesquisa e,
com previses de mais ajuda nofuturo.Entendimento de como funciona o
processo de moradias das repblicas e suahierarquia.Acesso s
repblicas para dar continuidade pesquisa.Conhecimento e experincia
ao trabalhar com esse tema.
19. 6- DISCUSSO E CONCLUSOAs respostas que tive para minhas
indagaes foram poucas, porm, profundas, oque mostra que esse tema
merece uma ateno toda especial ao trat-lo, uma vezque preciso saber
como conduzir bem, a relao que terei com os estudantes,moradores
das repblicas, e os moradores da cidade.A relao dos atores dessa
cidade que patrimnio, uma relao desuperficialidade, esses
estudantes no se envolvem nas questes sociais da cidade,o que
incomoda os moradores de Ouro Preto. Que se sentem afrontados
pelodescaso como esses estudantes tm pela cidade que os acolhem, no
mnimo seisanos de suas vidas, enquanto l esto para os seus estudos
de graduao.O que percebi que a relao entre esses estudantes e
moradores da cidade muito delicada. Os moradores de Ouro Preto,
muita vezes se sentem maisestranhos em sua prpria terra,
principalmente em relao aos universitrios eturistas. como se Ouro
Preto ao se tornar patrimnio cultural, tivesse sim os
seusbenefcios, mas tambm as suas desvantagens. como se o lugar do
morador ouro-pretano, fosse desrespeitado, ignorado, e como se eles
que no pertencessem cidade de Ouro Preto. As festas, os trotes,o
carnaval, o 12 de Outubro, as suas rebeldias, tudo isso como se
fosse umaafronta para os ouro-pretanos, tamanho a fora motora
desses estudantes.Mas como afirmei anteriormente, essa uma questo
que no posso afirmar, comtoda nfase e convico, uma vez que preciso
de mais argumentos para confirmarminha argumentao. O que pude
concluir, que uma anlise mais precisa eobservadora para se afirmar
todas as impresses que percebi na cidade. Issoporque, se trata de
relaes humanas, e no apenas de simples objetos comum,que so
facilmente definidos. H de respeitar o lugar do outro, de onde ele
fala,para que se possa, determinar as falas de cada um desses
autores.Por isso considero de suma importncia uma investigao mais
profunda.E isso s ser possvel com mais uma ida cidade de Ouro
Preto, tenho a intenode voltar cidade para mais investigaes, que me
possibilitem afirmar tal e ficarpelo menos quinze dias para
continuar as minhas avaliaes a respeito do tema,dos estudantes das
repblicas.
20. A nica coisa que posso afirmar que um precisa do outro, os
moradores precisamdesses moradores e vice-versa. Ambos so
importantes nesse cenrio chamadoOuro Preto, para a sua preservao e
conservao.7- BibliografiaOSWALDO, ngelo. "Reproclamao das
Repblicas". In: texto para aExposio Ouro Preto, Juventude, Tradies
e Movimentos Sociais, Museu CasaGuignard, 2002. (Exposio organizada
por Otvio Luiz Machado que ficou.aberta visitao pblica de 09 a 30
de setembro de 2002).FILHO, Michel Zaidan, e MACHADO, Otvio Luiz-
organizadores Movimentoestudantil brasileiro e a educao superior/
organizadores Michel Zaidan Filho,Otvio Luiz Machado. Recife: Ed.
Universitria da UFPE, 2007.MACHADO, Otvio Luiz. As repblicas de
Ouro Preto. O Tempo, Belo Horizonte,abril, 2000.SARDI, Jaime Antnio
Sheffler- Estratgias de Auto-Regulao Desenvolvidas porEstudantes
Universitrios em Ambiente de Exacerbao do Prazer, 2001. Tese
deDoutorado8- Perspectivas de continuidade oudesdobramento do
trabalhado
21. As perspectivas de continuidade em relao ao projeto so
grandes. Eu meencantei com o projeto, principalmente quando fui
para o campo, e l percebialguns fatores semelhantes com as
disciplinas estudadas no meu curso deJornalismo.No curso temos uma
matria que se chama jornalismo investigativo e livro-reportagem,
que tm caractersticas fortes e expressivas de um trabalho de
campo.E veio reforar ainda mais o desejo, de engajar mais ainda no
projeto de pesquisa.Tais semelhanas despertaram em mim, um desejo
de investigao ainda maior,haja vista, que o tema das repblica, ser
o meu projeto experimental de conclusode curso, que fazer um
livro-reportagem tratando sobre esse tema, ou seja, Asrepblicas. As
caractersticas tm tudo a ver para dar continuidade no meutrabalho e
tambm no meu projeto de concluso de curso na faculdade
deJornalismo.Esse fator s refora, que a universidade e seus
pesquisadores apresentampropostas e projetos de pesquisas, que
abrem horizontes para os seus alunos,permitindo a estes alunos ir
bem mais alm das salas de aula, e de uma simplesprofisso no trmino
do curso. Com isso podemos alar vos muito mais altos.O tema
realmente me agradou e muito, pelo estranhamento da realidade
existentena cidade de Ouro Preto, que no meu ponto de vista muito
interessante eintrigante e o encantamento que tive pela cidade e
seus moradores. Outro fatorseria tambm a inteno, que tenho em
futuramente tratar de temassemelhantes a esses em outras partes do
pas, que tenham tambm repblicas ecasas estudantis e tambm no
exterior, na elaborao de uma tese de mestrado eat mesmo doutorado.E
o fator mais importante, que preciso de mais tempo para conseguir
responder atodas as indagaes, que levantei nas minhas investigaes
sobre as repblicas esua relao com Ouro Preto, patrimnio. As
respostas que obtive durante aspesquisas realizadas na cidade no
trabalho de campo e por meio de material, noforam suficientes para
responder minhas indagaes e questionamentos. E isso,principalmente
pelo tempo que tive na cidade que foi extremamente curto parauma
investigao de tamanha relevncia para a pesquisa. Esse tipo de
estudorequer mais tempo, principalmente para que eu possa afirmar
com toda exatido as
22. respostas encontradas e, dessa forma pode afirma e
reafirm-las no contextoanalisado.Como j mencionei no texto, tive
minhas impresses pessoais e tambm comopesquisadora sobre a cidade
de Ouro Preto, seus moradores, os estudantes e asrepblicas, mas
pelo fato de o tema ser polmico e de um nvel alto decomplexidade,
no poderia nesse exato momento, afirmar com exatido asimpresses que
tive nas investigaes de campo.Faz-se necessrio a continuidade da
pesquisa, at mesmo, porque tive que alteraro meu tema, que
inicialmente era trabalhar com as crianas. E pelo fato tambmque o
meu material de estudo era voltado para essa temtica direcionada
paracrianas, com leitura infantil, sobre como trabalhar com elas e
etc, tendo dessamaneira, depois da mudana do tema, comear uma
bibliografia nova e com umanova argumentao e olhar.Eu quero muito
continuar no projeto, pois sei da importncia dele no meu
currculoacadmico, mas principalmente pelo o aprendizado que esse me
oferece, que degrande relevncia. E tambm, por gostar do projeto de
pesquisa, e do tema queestou trabalhando na pesquisa.9-
AgradecimentosGostaria em primeiro lugar de agradecer a Deus, que
em todos os momentos foi omeu sustentador e brao forte, pois sem
Ele, muitas coisas no me seriam possvel. minha famlia, amigos que
acreditaram no meu trabalho e me deram apoio nesseprojeto.E um
agradecimento todo especial ao Professor Manuel Ferreira Lima Filho
pelapessoa que ,principalmente pelo educar que existe nele. Pela
sua garra edeterminao em acreditar, que por meio da educao possvel
mudar essanao. E tambm por acreditar em ns, seus alunos
pesquisadores, que sempreesteve presente, nos incentivando, seja
por meio de cobranas, de broncas,
23. correes, que nos ajudaram no s como alunos, mas tambm como
pessoas,aonos ensinar que cada dia podemos ser seres humanos
melhores.O meu muito obrigado de corao, ao professor e amigo Manuel
Ferreira, que Papaido cu cuida sempre de ti e sua famlia.A
agradecer tambm a Universidade Catlica de Gois, que sempre
acreditou emseus alunos, e sempre nos deu oportunidades de
conquistar novos horizontes. Fabrcia Matos de Jesus