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Análise dos padrões de acessibilidade para desenvolvimento de sites com objetivo de melhorar a experiência na WEB para pessoas com deficiência visual. Daiane M Albuquerque, Rafael Cavassin, Ricardo H. J. dos Santos Willy H. K. Aumann Universidade Positivo Rua Prof. Pedro Viriato P. de Souza, 5300, Campo Comprido Curitiba PR, Brasil, 81280-330. RESUMO Já existem várias discussões sobre desenvolvimento web com foco no usuário e como é possível melhorar a experiência de cada um tornando as interfaces mais intuitivas e práticas. Estas mesmas interfaces precisam atender todos os tipos de usuários prevendo não apenas o cotidiano, costumes, gostos e etc., mas também deficiências. Esta pesquisa pretende abordar como o desenvolvimento web se comporta quando as interfaces são submetidas a testes de acessibilidade, de leitores de tela, se preveem este tipo de acesso e quais seriam as principais práticas que podem melhorar consideravelmente a utilização das mesmas para os usuários com deficiência visual. ABSTRACT There are already many discussions about user focused web development and how it is possible to improve one's experiences by making user interfaces more intuitive and practical. However, those interfaces need to attend all kinds of users, taking into account not only daily needs, culture, preferences, etc. but also disabilities. This research intends to approach how web development behaves when interfaces are submitted to accessibility tests. For example with screen readers, if the interfaces are prepared to handle this type of media access and what would be the main practices to considerably improve screen readers utilization for user with visual disabilities. Palavras-chave / Keywords Design Centrado no Usuário / Desenvolvimento Web / Acessibilidade para desenvolvimento Web / Usabilidade Web para deficientes visuais / Leitores de tela. 1.0 INTRODUÇÃO Tecnologias de informação são essenciais no cotidiano da sociedade e a cada avanço se tornam mais indispensáveis, o fato é que o acesso a estas tecnologias interfere diretamente na participação e inclusão social dos indivíduos. Este acesso não está restrito só a limitações econômicas e sociais, mas também em decorrência de alguma deficiência. Neste sentido, Silveira e Batista (2011), destacam que proporcionar acesso ao uso destas tecnologias, garantindo a participação social dos indivíduos, permite a inclusão digital. A parcela da população que tem maior impacto quanto à acessibilidade digital são os deficientes visuais, considerando que grande parte da representação de informação é feita através de imagens (SONZA et al., 2013). Sendo assim, faz-se necessário o uso de ferramentas que permitam o uso dos equipamentos, como por exemplo, o sistema Braille e os softwares de locuções verbais utilizados pelos deficientes visuais (SILVA, 2012). Além disso, destaca-se que o uso destas ferramentas depende de sistemas adequados e de conteúdo acessível, cabendo, portanto aos desenvolvedores de conteúdos virtuais o conhecimento destas tecnologias, bem como as formas e implicações de seu uso, de modo a garantir a inclusão digital das diversas parcelas da população (SILVA, 2012). Com isso nosso objetivo é identificar as principais dificuldades e limitações dos usuários deficientes visuais durante a navegação em sites, a partir do uso de leitores de tela, e, então, propor um guia de boas maneiras para o desenvolvimento de sites acessíveis, permitindo a estes usuários autonomia e facilidade de acesso, tanto com relação à navegação, quanto à escolha de conteúdos. 1.1 DEFICIÊNCIA VISUAL E ACESSIBILIDADE DIGITAL A deficiência visual é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como privação, em parte, segundo critérios pré-estabelecidos, ou total, da capacidade de ver (SONZA et al., 2013). Ainda, o Decreto nº 5.296/04, em seu artigo 5º, define: Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo

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Análise dos padrões de acessibilidade para desenvolvimento de sites com objetivo de melhorar a

experiência na WEB para pessoas com deficiência visual. Daiane M Albuquerque,

Rafael Cavassin, Ricardo H. J. dos Santos

Willy H. K. Aumann Universidade Positivo

Rua Prof. Pedro Viriato P. de Souza, 5300, Campo Comprido Curitiba PR, Brasil, 81280-330.

RESUMO Já existem várias discussões sobre desenvolvimento web com foco no usuário e como é possível melhorar a experiência de cada um tornando as interfaces mais intuitivas e práticas. Estas mesmas interfaces precisam atender todos os tipos de usuários prevendo não apenas o cotidiano, costumes, gostos e etc., mas também deficiências. Esta pesquisa pretende abordar como o desenvolvimento web se comporta quando as interfaces são submetidas a testes de acessibilidade, de leitores de tela, se preveem este tipo de acesso e quais seriam as principais práticas que podem melhorar consideravelmente a utilização das mesmas para os usuários com deficiência visual. ABSTRACT There are already many discussions about user focused web development and how it is possible to improve one's experiences by making user interfaces more intuitive and practical. However, those interfaces need to attend all kinds of users, taking into account not only daily needs, culture, preferences, etc. but also disabilities. This research intends to approach how web development behaves when interfaces are submitted to accessibility tests. For example with screen readers, if the interfaces are prepared to handle this type of media access and what would be the main practices to considerably improve screen readers utilization for user with visual disabilities.

Palavras-chave / Keywords Design Centrado no Usuário / Desenvolvimento Web / Acessibilidade para desenvolvimento Web / Usabilidade Web para deficientes visuais / Leitores de tela.

1.0 INTRODUÇÃO Tecnologias de informação são essenciais no cotidiano da sociedade e a cada avanço se tornam mais indispensáveis, o fato é que o acesso a estas tecnologias interfere diretamente na participação e inclusão social dos indivíduos. Este

acesso não está restrito só a limitações econômicas e sociais, mas também em decorrência de alguma deficiência. Neste sentido, Silveira e Batista (2011), destacam que proporcionar acesso ao uso destas tecnologias, garantindo a participação social dos indivíduos, permite a inclusão digital.

A parcela da população que tem maior impacto quanto à acessibilidade digital são os deficientes visuais, considerando que grande parte da representação de informação é feita através de imagens (SONZA et al., 2013). Sendo assim, faz-se necessário o uso de ferramentas que permitam o uso dos equipamentos, como por exemplo, o sistema Braille e os softwares de locuções verbais utilizados pelos deficientes visuais (SILVA, 2012). Além disso, destaca-se que o uso destas ferramentas depende de sistemas adequados e de conteúdo acessível, cabendo, portanto aos desenvolvedores de conteúdos virtuais o conhecimento destas tecnologias, bem como as formas e implicações de seu uso, de modo a garantir a inclusão digital das diversas parcelas da população (SILVA, 2012).

Com isso nosso objetivo é identificar as principais dificuldades e limitações dos usuários deficientes visuais durante a navegação em sites, a partir do uso de leitores de tela, e, então, propor um guia de boas maneiras para o desenvolvimento de sites acessíveis, permitindo a estes usuários autonomia e facilidade de acesso, tanto com relação à navegação, quanto à escolha de conteúdos.

1.1 DEFICIÊNCIA VISUAL E ACESSIBILIDADE DIGITAL

A deficiência visual é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como privação, em parte, segundo critérios pré-estabelecidos, ou total, da capacidade de ver (SONZA et al., 2013). Ainda, o Decreto nº 5.296/04, em seu artigo 5º, define: Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo

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visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores (BRASIL, 2004, p.1).

De acordo com Antônio João Menescal Conde, professor do Instituto Benjamin Constant, a deficiência visual compreende cegos e portadores de visão subnormal, condições delimitadas pela “acuidade visual, aquilo que se enxerga a determinada distância e campo visual, a amplitude da área alcançada pela visão” (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, s/d). Ainda, pode ser congênita ou adquirida, de modo que seu impacto será determinado por diversos fatores, como idade em que ocorre, grau da deficiência, dinâmica geral da família, dentre outros.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010) 35.774.392 pessoas declararam ter dificuldade para enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato, o que equivale a 18,8% da população brasileira. Desse total, 6.562.910 pessoas apresentaram deficiência visual severa, sendo que 506.337 eram cegas (0,3% da população) e 6.056.533 tinham grande dificuldade para enxergar (3,2%). Uma vez que a visão é o principal sentido da relação do homem com o ambiente, Sonza et al. (2013) apontam que a cegueira interfere na condição de vida plena e autônoma dos indivíduos, a qual vem sendo retomada com o auxílio de tecnologias que lhes garantam função em suas atividades.

GRÁFICO 1 – ASPECTOS PARA MELHORIA DA ACESSIBILIDADE

WEB FONTE: Os autores (2015)

Portanto, é necessário que existam recursos que garantam a acessibilidade às tecnologias digitais e de comunicação, as quais vêm se desenvolvendo ao longo do tempo. Neste aspecto, Silva (2012) aponta o sistema Braille e as locuções verbais como principais recursos de tecnologia assistiva para o deficiente visual, ressaltando que o sistema Braille apenas transcreve textos, ignorando gráficos, desenhos e imagens.

As tecnologias assistivas referem-se às ajudas técnicas e recursos que promovem vida independente e de qualidade, através da promoção e manutenção de habilidades, com o objetivo de “ampliar a comunicação, a mobilidade, o controle do ambiente, as possibilidades de aprendizado,

trabalho e integração na vida familiar, com os amigos e na sociedade em geral” (SONZA et al., 2013, p. 199).

Dentre esses recursos, tem-se, para o uso de computadores e navegação na web, os leitores de tela. De acordo com Sonza et al. (2013, p. 215) “os leitores de tela são programas que interagem com o sistema operacional, reproduzindo, de forma sonora, os eventos ocorridos no computador”, lendo para o usuário todas as informações apresentadas na tela do computador em forma de texto ou equivalentes.

Os principais leitores de tela utilizados são o Virtual Vision, o Jaws e o NVDA, softwares desenvolvidos para a verbalização dos conteúdos e eventos do computador (CONFORTO et al., 2010a; SILVEIRA; BATISTA, 2011; SONZA et al., 2013). Para os deficientes visuais, o surgimento destes programas é tão importante quanto ao sistema de escrita Braille, permitindo acesso à informação e participação social (CONFORTO et al., 2010a).

FIGURA 1 – USO DO COMPUTADOR ATRAVÉS DE LEITOR DE

TELA FONTE: Site pessoas com deficiência (2015)

Tem-se, de acordo com Queiroz (2008), que os leitores de tela fazem a leitura dos códigos espelhados na tela, ou seja, não exatamente o que se observa, de modo que, caso esses códigos sejam fechados, o software é incapaz de sintetizar sonoramente a informação. Assim, quando se tem códigos abertos e estruturados conforme os padrões estabelecidos, a leitura da web será mais acessível, ampliando o número de informações sonorizadas e de funções através do teclado (QUEIROZ, 2008).

Apesar, destes recursos, ainda são encontradas diversas barreiras, tanto pelo equipamento utilizado, quanto pela

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apresentação dos conteúdos virtuais. Com relação ao uso da internet, observam-se como principais barreiras ao deficiente visual cego no acesso à web a existência de imagens sem texto alternativo, gráficos e imagens complexas indevidamente descritas, imagens dinâmicas sem áudio-descrição ou sem texto complementar, formulários e tabelas complexas que não permitem uma leitura linear ou perdem o sentido, ‘frames’ sem nomes ou com nomes imperceptíveis, ferramentas de autor ou browsers que não permitem ativação de todos os comandos ou instruções por teclado, ferramentas de autor ou browsers que não utilizam programas ou aplicações com interface normalizada, dificultando a leitura e interpretação ao leitor de tela. (FRANCISO, 2008, p. 52).

Entende-se por acessibilidade “a capacidade de um produto atender às necessidades e preferências das pessoas, sendo também compatível com tecnologias assistivas” (DIAS, 20071 REINALDI; CAMARGO JÚNIOR; CALAZANS, 2011). Assim, quando se trata do uso de tecnologias de informática e comunicação por deficientes visuais, a interação com dispositivos diferentes do teclado, distinção de links de um documento e navegação através de conceitos espaciais pode ser comprometida se os recursos disponíveis não forem acessíveis (REINALDI; CAMARGO JÚNIOR; CALAZANS, 2011). A acessibilidade digital, portanto, refere-se à eliminação de barreiras e impedimentos do uso das tecnologias de informação, de modo que estas possam estar disponíveis e acessíveis a todo tipo de usuário, englobando, também, a acessibilidade virtual, ou seja, da disposição de páginas acessíveis na web (SONZA et al., 2013).

A acessibilidade digital para deficientes visuais é garantida por padrões estabelecidos pelo consórcio internacional World Wide Web Consortium (W3C). Trata-se de um comitê internacional que coordena a elaboração e padronização de regras de acessibilidade, cujo objetivo é promover o avanço e evolução operacional e potencial da web, encorajando e auxiliando no desenvolvimento de páginas acessíveis (REINALDI; CAMARGO JÚNIOR; CALAZANS, 2011, SILVA, 2012; SONZA et al., 2013), assim todo e qualquer usuário, independentemente de suas condições, poderá ser beneficiado, uma vez que as páginas se apresentarão de maneira mais simples e adequadas, considerando a premissa dos padrões estabelecidos no que se refere ao uso de um código semântico e à separação entre conteúdo, apresentação e comportamento (QUEIROZ, 2008).

Nesse aspecto destaca-se a importância do uso de landmarks ou pontos de referência, possibilitando pontos de acesso rápido na página como navegação, busca, conteúdo principal, entre outros, sem a necessidade de percorrer a ordem natural dos itens dispostos nela (ALMEIDA, 2014). 1 DIAS, Claudia. Usabilidade na WEB. Rio de Janeiro: Alta Books, 2007.

Uma vez que a escolha das páginas pelos usuários se dá pelas experiências anteriores, Nielsen e Loranger (2007) afirmam que os sites com maiores chances de seleção são os de alta usabilidade, ou seja, os que mantêm uma estrutura navegacional consistente, minimizando suposições e auxiliando os usuários a visualizarem a localizarem os conteúdos.

Para tanto, Nielsen (1995, tradução livre) propõe princípios gerais de usabilidade para design de interface ou, como as chama, heurísticas. São 10 princípios a serem observados:

1) Visibilidade do status do sistema: este deve sempre manter os usuários informados sobre o que está acontecendo, através de feedback apropriado num prazo razoável; 2) Correspondência entre sistema e mundo real: o sistema deve falar a linguagem dos usuários, com palavras, frases e conceitos familiares para o usuário, em vez de termos orientados ao sistema; 3) Controle e liberdade para o usuário: usuários costumam escolher as funções do sistema por engano e vão precisar de um marcador claro de "saída de emergência" para deixar o estado indesejado sem ter que passar por um extenso diálogo; 4) Consistência e padronização: os usuários não deveriam ter que se perguntar se diferentes palavras, situações ou ações significam a mesma coisa; 5) Prevenção de erros: melhor do que boas mensagens de erro é um projeto cuidadoso que impede que um problema ocorra em primeiro lugar ou eliminar as condições passíveis de erros ou buscar por eles e apresentar aos usuários uma opção de confirmação antes que eles cometam à ação; 6) Reconhecimento ao invés de recordação: minimizar a carga de memória do usuário, fazendo com que objetos, ações e opções sejam visíveis, de modo que o usuário não tenha que se lembrar de informações a partir de uma parte do diálogo para outro, assim, as instruções para utilização do sistema devem estar visíveis ou facilmente recuperáveis sempre que adequado; 7) Flexibilidade e eficiência de uso: aceleradores - invisíveis pelo usuário iniciante - podem frequentemente acelerar a interação para o usuário experiente de modo que o sistema possa atender a ambos os usuários, inexperientes e experientes, permitindo que os usuários possam customizar as interfaces para acionar ações frequentes; 8) Design estético e minimalista: diálogos não devem conter informações que são irrelevantes ou raramente relevantes, uma vez que cada unidade extra de informação em um diálogo compete com as unidades de informação relevantes e diminui a sua visibilidade relativa; 9) Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar-se de erros: mensagens de erro devem ser expressas em linguagem simples (sem códigos), indicando com precisão o problema e sugerindo uma solução construtiva; 10) Ajuda e documentação: o sistema deve oferecer ajuda para o usuário em todas as ações e atividades.

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“De certo modo, a usabilidade é uma preocupação estreita em comparação com a maior questão da aceitabilidade do sistema, que, basicamente, é a questão de saber se o sistema é bom o suficiente para satisfazer todas as necessidades e exigências dos usuários e outras partes interessadas, tais como os clientes e gestores usuários. A aceitação global de um sistema de computador é novamente uma combinação da sua aceitabilidade social e sua aceitabilidade prática” (NIELSEN, 1993, tradução livre, p. 24).

Nota-se a existência de esforços empreendidos para maior acessibilidade digital de usuários deficientes visuais, contudo, para que este acesso seja atingido é necessário que, cada vez mais, os desenvolvedores de páginas para web se conscientizem das normas e padrões estabelecidos, conheçam seu público e contribuam gerando páginas acessíveis.

2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratória descritiva, com o objetivo de identificar as principais dificuldades e limitações dos usuários deficientes visuais durante a navegação em sites, a partir do uso de leitores de tela. Portanto adotou-se uma metodologia com base em pesquisa documental e de campo, relacionando questões teóricas, para fornecer dados concretos acerca do tema, bem como, embasamento conceitual para posterior análise dos resultados e desenvolvimento do guia.

2.1 COLETA DE DADOS

Para análise do tema e relevância da proposta foram realizadas entrevistas abertas com usuários deficientes visuais, no Instituto Paranaense de Cegos (IPC), e com um professor de informática, também deficiente visual, conforme roteiro abaixo.

FIGURA 2 – ENTREVISTA FONTE: Os Autores (2015) Os resultados das entrevistas receberam tratamento descritivo simples e sem interferências, portanto, não constando de opiniões dos pesquisadores, permitindo retrato real da vivência destes usuários, elencando suas dificuldades e limitações.

Noutro ponto, foram verificados os layouts de alguns sites, observando a estrutura semântica do HTML, incluindo o quão frequente foram utilizadas as especificações de acessibilidade pesquisadas. Também foram realizados experimentos de navegação utilizando os leitores de tela NVDA e Jaws. Por fim, foi realizada uma análise bibliográfica, dentre livros, dissertações e artigos, acerca do uso de softwares leitores de tela, os quais descrevem suas características, formas de uso e análise de qualidade.

2.2 DADOS DAS ENTREVISTAS

As entrevistas foram essenciais para entender o comportamento e utilização dos principais leitores de tela. Com base nas respostas dos usuários ao roteiro levantamos dois principais pontos evidentes: a) os aplicativos de leitores de tela que têm custo não são financeiramente acessíveis, b) os mais acessíveis não apresentam o melhor desempenho para utilização dos usuários.

O porquê cada usuário escolhe o leitor de tela “x” ou “y” difere pelas necessidades e objetivos de cada um, já que as diferenças apresentadas entre eles, resume-se na naturalidade das vozes sintetizadas e dos atalhos de navegação, embora esses possam ser totalmente reprogramados.

Fundamentalmente, os sintetizadores têm a mesma premissa de leitura de dados e navegação por marcações. Existem atalhos que permitem a navegação por áreas de marcação do site, por hiperlinks e por cabeçalhos sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo.

2.2 RESULTADOS No que se refere aos sites observou-se a necessidade de respeitar a semântica do código HTML (hierarquias de elementos, marcações, textos alternativos, etc. [webstandard no geral]) para o correto comportamento dos leitores de tela, bem como manter a densidade de informação da página mais minimalista, conforme propõe Nielsen (1995).

Ainda, notou-se que é essencial, também, a utilização de landmarks para que o usuário consiga abstrair de que maneira o site está estruturado, pois, visualmente esse entendimento é instantâneo. O leitor de tela identifica a estrutura sequencialmente após a leitura dessas marcações, dessa forma o usuário consegue navegar no site e entre sessões com uma facilidade muito maior.

Além disso, destaca-se que, com relação ao mobile, os conjuntos de componentes para o desenvolvimento de aplicativos já são elementos preparados para os sintetizadores dos aparelhos, ou seja, o rigor é maior, pois, os componentes são fixos e suas funções são claramente definidas, ao passo que no HTML vários elementos podem ter o mesmo comportamento. Ou seja, pode existir um link que tem a função de um botão, um botão propriamente dito

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fazendo o papel de botão, ou mesmo elementos visuais que podem fazer o papel de botão, por exemplo.

Com o propósito de capacitar as organizações, para tornar seu conteúdo web acessível às pessoas com deficiência e dentro dos esforços em desenvolver e promover sites acessíveis, a WebAIM organização sem fins lucrativos, oferece diversos serviços, tais como treinamento, assistência técnica, certificação de acessibilidade web, bem como, avaliação e relatórios de suporte para adequação de páginas. Além disso, realiza constantes pesquisas na área, com o intuito de verificar o desenvolvimento, adequação e aceitação de diversos aspectos de acessibilidade. Com isso, é possível realizar, através de seu site, a avaliação de páginas desenvolvidas e verificar as adequações necessárias, garantindo soluções de acessibilidade (WebAIM. s/d).

De acordo com pesquisa realizada pela WebAIM (2014b) com 900 profissionais de acessibilidade web, a maioria entre 30 e 44 anos, com curso superior completo e autodeclarados sem deficiência, tem-se que a maioria destes utiliza o sistema operacional Windows e o navegador Chrome. Acerca dos aspectos mais importantes para melhoria da acessibilidade web, a maioria dos participantes apontou como mais importante a existência de sites acessíveis em comparação às tecnologias assistivas.

GRÁFICO 2 – ASPECTOS PARA MELHORIA DA ACESSIBILIDADE

WEB FONTE: WebAIM (2014b)

Ainda, quando questionados a respeito da principal razão de muitos sites não serem acessíveis, a maioria destacou a falta de sensibilização para a acessibilidade web e a falta de habilidades ou conhecimento de acessibilidade web.

GRÁFICO 3 – RAZÃO DA FALTA DE ACESSIBILIDADE WEB FONTE: WebAIM (2014b)

A motivação moral, de que a acessibilidade web seja a coisa certa a fazer, foi a principal motivação pessoal para a implementação de acessibilidade por parte da maioria dos profissionais. A amostra foi composta, em sua maioria, por

profissionais de corporações ou indústrias, seguidos por profissionais de instituições educacionais e entidades governamentais, despendendo, no caso da maior parte dos respondentes, em torno de 9 horas por semana em esforços de acessibilidade web.

Noutro ponto, acerca da pesquisa com 1465 usuários de leitores de tela, dos quais 95% são usuários destas ferramentas, conforme a WebAIM (2014a), se declararam, a maioria, avançados no uso dos leitores de tela, bem como da Internet. Os participantes indicaram o uso de computadores, laptops e celulares como dispositivos de acesso e como sistema operacional e navegador a maioria apontou o Windows e o Internet Explorer 9+, respectivamente

GRÁFICO 4 – DISPOSITIVOS DE ACESSO FONTE: WebAIM (2014a)

Quanto aos leitores de tela, a maioria citou o uso do Jaws, seguido do NVDA, bem como do uso de leitores de tela no celular, o qual, na maioria, é da plataforma Apple e com o uso do leitor de tela VoiceOver.

GRÁFICO 5 – LEITOR DE TELA FONTE: WebAIM (2014a)

GRÁFICO 6 – LEITOR DE TELA PARA CELULAR FONTE: WebAIM (2014a)

Do mesmo modo que os profissionais, acerca dos aspectos mais importantes para melhoria da acessibilidade web, a maioria dos participantes apontou como mais importante a existência de sites acessíveis em comparação às tecnologias assistivas.

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GRÁFICO 7 – ASPECTOS PARA MELHORIA DA ACESSIBILIDADE

WEB FONTE: WebAIM (2014a)

Quando questionados o quão confortáveis se sentiriam se os sites reconhecessem o uso de leitores de tela, mais da metade dos respondentes afirmou que se sentiria muito confortável, ampliando este número se considerada a oportunidade de uma experiência acessível no uso destes sites.

A percepção destes usuários sobre razão que muitos desenvolvedores não criam sites acessíveis destaca a falta de sensibilização para a acessibilidade web e a falta de habilidades ou conhecimento de acessibilidade web, destacada, inclusive, por parte dos profissionais, e traz, também, o receio de que a acessibilidade irá dificultar o olhar, sentir ou a funcionalidade da página.

GRÁFICO 8 – RAZÃO DA FALTA DE ACESSIBILIDADE WEB FONTE: WebAIM (2014a)

Por fim, quando questionados sobre a busca de informações, a maioria destacou utilizarem de navegação por headings, e quanto ao uso de landmarks, as respostas foram bastante divididas desde nunca até sempre que elas estão disponíveis, sendo às vezes a resposta mais frequente. Ainda, quanto ao número adequado de landmarks em uma página, a maioria não respondeu ou não soube responder, seguido da resposta de 4 a 6 landmarks.

Com base nas entrevistas e nas experiências de navegação, foi observada uma despreocupação no desenvolvimento de um site, tanto em relação aos padrões descritos na W3C como também sobre a acessibilidade. O custo de manutenção em sites já prontos, para torná-los minimamente acessível é alto. O tempo gasto na construção de um novo site incluindo as especificações de acessibilidade pode também sofrer impacto. Esses aspectos explicam a quantidade de sites que possuem pouca ou nenhuma estrutura acessível para leitores de tela.

Para contornar ambos os problemas (tanto para sites existentes, como para novos desenvolvimentos) analisaram-

se todas as boas práticas de desenvolvimento web, especificações WCAG voltada para a acessibilidade, bem como soluções para contornar o carregamento assíncrono de conteúdo e de elementos dinâmicos nas páginas. Foi possível obter, com base na utilização dos usuários entrevistados e na experiência de uso de leitores de tela por parte da equipe, um pequeno conjunto de itens de boas práticas para tornar os sites mais acessíveis, onerando minimamente tanto no desenvolvimento quanto na manutenção de sites.

Tornar um documento HTML acessível segundo as diretrizes de acessibilidade para conteúdo web (WCAG) não se refere apenas a tecnologia utilizada para o seu desenvolvimento, mas também a forma como a página é estruturada, como os seus elementos/textos/formulários/imagens são disponibilizados.

Procurar implementar o conteúdo que for meramente ilustrativo de uma forma que possa ser ignorado pelas tecnologias assistivas para que a página possa ser adaptável, e seja apresentada de diferentes maneiras, com um layout simplificado, mas sem perder informação ou estrutura lógica do texto apresentado.

A tecnologia atual oferece alternativas textuais para conteúdo que não são textuais. Uma imagem em uma página web não pode ser ‘vista’ por uma pessoa com deficiência, logo é inserida uma alternativa textual para fornecer uma identificação descritiva do conteúdo, em um formulário que possua CAPTCHA, utilizar uma saída sensorial para verificar se o conteúdo é acessado por um computador ou uma pessoa possibilitam o progresso no formulário.

Informar ao usuário que existe a possibilidade da utilização do teclado como forma de locomoção na página, não somente através das setas direcionais e sim o utilizando todo, com letras representando sessões, blocos de elementos, etc.

A WCAG frisa a importância da utilização das tags de programação ou marcação de forma correta e relacionada ao conteúdo que será apresentado, para que o leitor de tela possa entender facilmente o que deve ser feito com o texto que está lendo, caso seja um inserido um link em uma tag que não foi criada para isto a navegação na página fica comprometida.

Com o advento do HTML5, também é possível utilizar o conceito de microdata nos elementos, ou seja, informações representadas por um vocabulário específico no documento. Esse vocabulário especifica as propriedades em utilização bem como o tipo da informação representada. Lista de vocábulos: (http://www.data-vocabulary.org/).

A especificação WAI-ARIA utiliza o conceito de microdata para auxiliar a acessibilidade em documentos HTML uma vez que identifica os elementos que necessitam de algum tipo de interação para exibir uma informação (um clique,

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por exemplo), contribuindo para a interpretação de conteúdo assíncrono ou para a exibição de elementos dinâmicos (janelas modais, calendários, área de upload, etc.).

Incluindo os atributos nos elementos HTML, permite-se que as tecnologias assistivas os interpretem e forneçam ao usuário a possibilidade de manipulá-los e interagir com esses elementos ricos.

Acerca da análise bibliográfica, com relação ao uso de softwares leitores de tela e acessibilidade na web ficou evidenciada a dificuldade de acesso e navegação quanto à poluição de dados e/ou propagandas, exigindo maior número de ações para realizar uma tarefa, bem como, da memorização das teclas de atalho dos sintetizadores de voz; a não padronização na construção de páginas da web no padrão W3C, de modo que cada página construída possui uma disposição de itens diferente, não identificados e lidos pelos leitores de tela; o custo e aprendizado de uso dos softwares; e a constante atualização de algumas páginas (CÂMPELO; JÚNIOR; TABOSA; CARNEIRO, 2011; REINALDI; CAMARGO JÚNIOR; CALAZANS, 2011; SILVEIRA; BATISTA, 2011).

Portanto, tem-se, com base nas pesquisas observadas e no que apontam Conforto et al. (2010b), que as principais barreiras na web se referem principalmente à estrutura da página e ao uso extensivo de informações gráficas sem alternativa equivalente em texto, dificultando e impedindo o acesso de deficientes visuais a estes conteúdos.

3.0 RECOMENDAÇÕES

1 – Landmarks para delimitar as áreas do site

As tecnologias assistivas utilizam de recursos fundamentais para facilitar a navegação como um todo. Um desses recursos é caminhar entre elementos através de atalhos no teclado. Partindo desse princípio, surgiram as landmarks para definir seções ou áreas em um documento HTML. Uma vez definidas as áreas do site através dessas marcas de referência, o usuário deficiente visual consegue abstrair de que maneira o site está dividido, pois o leitor de tela é capaz de identificar e navegar entre essas seções. O recurso ganha maior relevância caso seja utilizado apenas para delimitar os blocos mais importantes da página, mantendo o princípio de densidade informacional. Por exemplo, por intermédio do atributo role no elemento HTML, identifica-se algumas áreas do site, como:

<ul role=’navigation’></ul> - identifica menu de navegação.

<div role=’main’></div> - identifica a área da página onde está contido o conteúdo principal

<form role=’search’></form> - identifica o formulário de busca na página

FIGURA 3 – ESTRUTURA DE UM SITE SEGUINDO O CONCEITO

DE PONTOS DE REFERÊNCIA FONTE: Os autores (2015)

2 – Utilização constante de cabeçalhos <h1><h2><h3>

Assim como as landmarks, os leitores de tela navegam entre cabeçalhos de título. Porém, ao invés de delimitar áreas, esses elementos representam blocos de conteúdo de maneira hierárquica. É possível, portanto fornecer a navegação por blocos de conteúdos aninhados bem como listagem de conteúdo (blogs, sites de notícia, etc.). O exemplo abaixo conceitua a separação de conteúdo de um blog, utilizando a hierarquia dos cabeçalhos.

<div role=’main’>

<h1>Título 1</h1>

<p> Texto 1</p>

<h2> Comentários </h2>

<h1>Título 2</h1>

<p> Texto 2</p>

<h2> Comentários </h2>

</div>

3 – Conteúdo dinâmico para todos

A especificação WAI-ARIA permite que o usuário de tecnologias assistivas consiga compreender o comportamento de elementos dinâmicos pós-carregamento da página. Esses elementos ricos (no sentido de fornecer uma melhor experiência) conseguem ser destacados conforme ações realizadas na página (exibição de um input “calendário”, janelas modais, imagens imitando comportamento de botões, menus que expandem e encolhem, conteúdo assíncrono carregado do servidor após o carregamento da página, ou a partir de uma ação dada pelo usuário, barras de progresso, etc.). Exemplificando uma barra de progresso que pode dinamicamente ter seu valor alterado via Javascript:

<div role="progressbar" aria-valuenow="0" aria-valuemin="0" aria-valuemax="100"></div>

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4 – Identificação e contexto de elementos

Identificar o propósito dos links de uma página para facilitar a navegação, permitindo ao usuário saber exatamente para qual página ou seção do site ele está navegando. Além de evitar que o destino dos links se torne confuso ou duvidoso, permite o conhecimento prévio de outras sessões do site sem a necessidade de utilização do mecanismo de pesquisa. Existem várias maneiras de situar o usuário acerca das âncoras da página.

Pode-se indicar o propósito do link através do texto contido no elemento:

<a href=”/contato”>Acesse o formulário de contato</a>

Outra maneira de indicar a ação de um link é torná-lo parte do contexto de outro elemento, por exemplo, um link para navegar ao conteúdo completo de uma área de conteúdo parcial: <p> Conteúdo parcial <a href="/conteúdo-completo">[Leia mais...]</a>

</p>

5 – Formulários para submeter informações

Páginas que possuem formulários poderão fornecer uma boa experiência de acessibilidade uma vez que identifiquem corretamente os campos de preenchimento. Utilizando o elemento HTML label corretamente, é possível facilitar a interpretação da estrutura do formulário. O uso correto dos labels implica em referenciar o campo de formulário através de seu id ou inserindo o elemento input na tag label, conforme exemplo:

<form action=”/submit” method="post">

<label for="nome">Nome: </label>

<input type="text" id="nome">

</form>

Também, com as diretrizes do HTML5, ficou mais fácil definir propriedades dos campos de preenchimento, como por exemplo, obrigatoriedade e formato da informação de entrada. Aliado com os outros atributos já disponíveis nas versões anteriores do HTML, esse conjunto de dados permite que o usuário saiba qual a informação que deve ser preenchida, a quantidade de caracteres disponíveis para digitação, tipo de dado a ser preenchido (e-mail, data, URL, somente números, etc.) e se o campo é obrigatório ou opcional:

<form>

<label for="qtde">Quantidade: </label>

<input required=”true” type="number" id="qtde" min="1" max="5">

</form>

6 – Elementos visuais descritos

Por fim, oferecer ao usuário deficiente visual a possibilidade de ter a ciência do significado de conteúdos visuais na página (fotografias, gráficos, etc.), descrevendo com textos alternativos a representação desses. Para tal, incluindo o atributo alt na tag correspondente já será adequado para essa situação.

<img src="coruja.jpg" alt="Coruja branca com olhos amarelos" />.

3.1 APLICATIVO RSS READER

Com base nas premissas destacadas, bem como, dentro dos esforços em aproximar a teoria à prática, desenvolveu-se, a exemplo, um aplicativo leitor de RSS, ilustrado nas figuras abaixo.

FIGURA 4 – TELA 1 - INICIAL FONTE: Os autores (2015)

FIGURA 5 – TELA 2 - LOGIN FONTE: Os autores (2015)

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FIGURA 6 – TELA 3 – ÚLTIMAS POSTAGENS DOS SITES ASSINADOS FONTE: Os autores (2015)

FIGURA 7 – TELA 4 - POSTAGENS DE UM DETERMINADO SITE FONTE: Os autores (2015)

FIGURA 8 – TELA 5 - PÁGINA DE UMA DETERMINADA POSTAGEM FONTE: Os autores (2015)

4.0 CONCLUSÃO

O objetivo principal deste projeto sempre foi semear a inclusão, criando bases para estudos mais aprofundados da interação do deficiente visual com a web. O estudo inicial com os usuários mostrou-se extremamente satisfatório, pois foi possível mapear as formas de interação que podem ocorrer através da utilização das tecnologias assistivas. Uma vez com os dados coletados, recriou-se o ambiente cotidiano de um deficiente visual para entender de forma mais pessoal quais são os desafios enfrentados na web. A leitura da documentação da W3C foi a parte mais extensa e desgastante da pesquisa, devido ao volume de informações e a necessidade de filtragem para resgatar o conteúdo técnico de maior relevância, que trouxesse impactos na navegação para os deficientes visuais e sem gerar custo extra no desenvolvimento do projeto. O modelo das recomendações, adquirido após o término da pesquisa, apresentou-se de grande importância com resultados positivos na navegação. Como sugestão para trabalhos futuros nestes moldes, medir a aderência que as recomendações propostas estão tendo em sites de volume de tráfego alto e assim aperfeiçoar a lista de boas-práticas.

Agradecimentos: Agradecemos à todas as pessoas que se dispuseram a conversar conosco voluntariamente, expondo seu dia-a-dia e propondo soluções, ao nosso orientador e a todos os envolvidos no projeto.

REFERÊNCIAS

1. ALMEIDA, L. D. A. (Coord.) Construindo aplicações web interativas acessíveis. Curitiba: UTFPR. 2014. (PROGRAD – Apoio à produção de recursos educacionais digitais do Programa de Bolsas de Fomento às Ações de Graduação – Edital 32/2014). Disponível em: <http://dainf.ct.utfpr.edu.br/~leonelo/aria/nodes/node-3-4.html>. Acesso em: 11/08/2015.

2. BRASIL. Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm#art70 >. Acesso em: 23/07/2015.

3. CAMPÊLO, R. A.; JUNIOR, J. A. F. M.; TABOSA, M. M.; CARNEIRO, A. H. Inclusão digital de deficientes visuais: o uso da tecnologia assistiva em redes sociais online e celulares. In: COMPUTER ON THE BEACH, 2011. Florianópolis. Anais...

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Florianópolis: Univali, 2011. p. 109-18. Disponível em: <http://www6.univali.br/seer/index.php/acotb/article/viewFile/6329/3566>. Acesso em: 22/07/2015.

4. CONFORTO, D. et al.; SANTAROSA, L. M. C. (Org.) Tecnologias assistivas: ampliando e instituindo espaços de interação. In: _____. Tecnologias digitais acessíveis. Porto Alegre: JSM, 2010a. p. 289-341.CONFORTO, D. et al.; SANTAROSA, L. M. C. (Org.) Web acessível: internet para todos. In: _____. Tecnologias digitais acessíveis. Porto Alegre: JSM, 2010b. p. 163-195.

5. FRANCISCO, M. M. A. S. Contributos para uma educação online inclusiva: estudo aplicado a casos de cegueira e baixa visão, 2008. Dissertação (Mestrado em Pedagogia do Elearning) - Universidade Aberta, Lisboa, 2008. Disponível em: <http://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/1273>. Acesso em: 23/07/2015.

6. INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT. Site. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/?itemid=94>. Acesso em: 22/07/2015.

7. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010: resultados gerais da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/99/cd_2010_resultados_gerais_amostra.pdf>. Acesso em: 23/07/2015.

8. NIELSEN, J. 10 usability heuristics for user interface design. 1995. Disponível em: <http://www.nngroup.com/articles/ten-usability-heuristics/>. Acesso em: 11/08/2015.

9. NIELSEN, J.; LORANGER, H. Usabilidade na web: projetando websites com qualidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

10. QUEIROZ, M. A. de Navegação via teclado e leitores de tela. 2008. Disponível em: <http://www.acessibilidadelegal.com/33-leitores.php>. Acesso em: 11/08/2015.

11. REINALDI, L. R.; CAMARGO JÚNIOR, C. R.; CALAZANS, A. T. S. Acessibilidade para pessoas com deficiência visual como fator de inclusão digital. Univ. Gestão e TI, Brasília, v. 1, n. 2, p.35-61, jul./dez. 2011. Disponível em: <http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/gti/article/download/1292/1483>. Acesso em: 22/07/2015.

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14. SITE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Curso gratuito de Assistente Administrativo em Associação de Deficientes Visuais. 2015. Disponível em: <http://pessoascomdeficiencia.com.br/site/2015/01/20/curso-gratuito-de-assistente-administrativo-em-associacao-de-deficientes-visuais/>. Acesso em: 07/10/2015.

15. SONZA, A. P. et al. (Orgs.) Acessibilidade e tecnologia assistiva: pensando a inclusão sócio digital de PNEs. Instituto Federal do Rio Grande do Sul: Bento Gonçalves, 2013. Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/conteudo_referencia/acessibilidade-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 22/07/2015.

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17. WebAIM. Screen Reader User Survey #5 Results. 2014a. Disponível em: <http://webaim.org/projects/screenreadersurvey5/#progress>. Acesso em: 11/08/2015.

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