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Sexta-feira, 17 de agosto de 2012 459 anos Com oportunidades para crescer mais Com oportunidades para crescer mais

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Sexta-feira, 17 de agosto de 2012 459 anos

Com oportunidadespara crescer mais

Com oportunidadespara crescer mais

2 17 de agosto de 2012

Editorial

459 anos e mais ousadia

REPÓRTER DIÁRIO

Rua Álvares de Azevedo, 210Centro – Santo André

Tels.: 4427-7800 / 4436-3965www.reporterdiario.com.br

Comercial: Claudia Polimeni Suporte operacional: Pedro DiogoAdministrativo: Mirella Teixeira

Jornalistas responsáveis: Airton Resende eMaria do Socorro DiogoTextos: Aline Bosio, Camila da Silva Bezerra, Nathália Blanco e Marcelo MeloDiagramação: Flória Napoli - Projeto gráfico: Rubens Justo Fotos: Forlan Magalhães, Pedro Diogo e divulgação

Tiragem auditada por:

Indústria acende sinal de alertaA indústria de São Bernardo representa

atualmente 40% de todo o orçamento municipal (R$ 3,7 bilhões para 2012). Do total, aproximadamente 80% da arrecadação de impostos, principalmente ICMS, vem do setor automotivo. Porém, enquanto as monta-doras recuperam ritmo de produção e vendas, setores como autopeças e ferramentarias demitem funcionários.

A explicação para o cenário contraditório é a concorrência desleal com importados. “Conseguimos reduzir os estoques das monta-doras quase pela metade nos últimos meses, o

que é uma notícia positiva. Por mais que a mon-tadoras estejam num momento confortável, os pedidos de peças não chegam aqui, pois as mon-tadoras estão trazendo tudo de fora”, explica o diretor do Ciesp São Bernardo, Hitoshi Hyodo. São Bernardo concentra atualmente cinco mon-tadoras: Ford, Toyota, Scania, Ford e Volkwagen.

Para amenizar esta situação, o Ciesp aposta, entre outras coisas, no regime automotivo que deverá vigorar entre 2013 e 2017. “Este regime consiste em uma série de dispositivos legais para beneficiar a indústria nacional, como exigência mínima de conteúdo local”, destaca o diretor.

Obra viária divide comerciantesNo comércio, São Bernardo investiu em

melhoria em alguns polos, como no bairro Assunção. Mas a revitalização da avenida João Firmino, concluída em junho, divide a opinião de comerciantes locais. A via de 1,7 km recebeu obras de drenagem, pavimentação, construção de canteiros centrais e ciclovia. Como consequ-ência, lojistas estão confiantes que não haverá mais alagamento nas épocas de chuvas e na reto-mada do ritmo das vendas, mas há aqueles que ainda defendem mudanças.

“Com relação ao aspecto visual a via melhorou muito, está muito bonita. Por outro lado, com asfalto novinho, os carros andam muito mais rápido e isso prejudica os clientes que querem estacionar. Faltou eles (Prefeitura) pensarem em bolsões de estacionamento, que é uma das prin-

cipais necessidades aqui da região”, diz a proprie-tária de loja de roupas, Maria Yassuko Yosoka.

Já Talita Tossi, que possui uma lanchonete, acredita que as melhorias valorizaram a avenida. “Como agora temos uma ciclovia aqui na frente, isso até nos ajudou um pouco com a clientela”, comenta a comerciante.

“Ainda é cedo para sentirmos melhora no movimento, pois o comércio passa por dificuldade de uma forma geral, mas, sem dúvida, ficou muito melhor agora”, completa Silene Ferreira, dona de loja de roupas femininas.

MobilidadeO secretário Jefferson da Conceição acredita que

obras viárias para melhorar a fluidez do trânsito geram impacto direto na economia da cidade. “Isso é impor-tante tanto para o comércio quanto para a indústria, que consegue escoar suas mercadorias”, completa.

Com o objetivo de estimular o desenvolvimen-to de pesquisas, novos produtos e tecnolo-

gias, São Bernardo encaminhará ainda este ano para a Câmara projeto de lei para impulsionar a inovação. O objetivo é incentivar empresas e insti-tuições de ensino a investirem no quesito e contri-buírem para a criação do Parque Tecnológico. O orçamento da pasta para este ano está na casa dos R$ 3 milhões, sem contar recursos externos, valor parecido com o do ano passado.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Jefferson da Conceição, a proposta deverá beneficiar, princi-palmente, as pequenas e médias empresas. “A lei autoriza parcerias e dará benefícios àquelas empre-sas que atuarem com inovação. Entre as vantagens apresentadas no texto estão incentivos tributários e modificações na lei de zoneamento”, explica.

O projeto de lei visa, ainda, apoiar os trabalhos do Parque Tecnológico, que está em fase de desenvolvi-mento de seu estatuto e, portanto, ainda não há prazo definido para iniciar os trabalhos. O Parque terá como função unir poder público, iniciativa privada e univer-sidades em busca de novas tecnologias para fomentar a economia e a qualidade de vida local. Dados da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) apontam que São Bernardo ocupa a 16ª colocação na lista dos 20 municípios mais economica-mente ativos no Estado de São Paulo, exceto a Capital.

Entre as empresas que deverão integrar o espaço – ainda sem local definido – estão as envolvidas na escolha de caças pelo Ministério da Defesa: a sueca Saab, a norte-americana Boeing e a francesa Dassault Aviation. Para garantir investimento no município, São Bernardo estreitou laços com as três empresas. Entre as ações já consolidadas está a criação do Cisb (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro) pela Saab em maio do ano passado. O objetivo é fazer acordos de cooperação em ciência, inovação e alta tecnologia entre Brasil e Suécia. A compra da nova geração de caças, no entanto, foi posta em stand by pelo ministé-rio, em razão da desaceleração econômica no País.

Petróleo e gásOutro setor tido como estratégico para o município

é o de petróleo e gás, que também deverá ter represen-tante no Parque Tecnológico. Entre os atrativos para São Bernardo se tornar parceiro da Petrobras e de seus fornecedores estão a localização e a capacidade indus-trial já instalada. “Não queremos apenas trazer novas empresas, mas diversificar produtos e serviços desen-volvidos nas indústrias locais”, completa Conceição.

Para aproximar a Petrobras e empresas da região, São Bernardo abriu Posto Avançado de Cadastramento no Paço, que tira dúvidas sobre como se tornar forne-cedor da cadeia produtiva. Até julho o espaço foi procurado por mais de 90 empresas. “Sabemos que três delas receberam cotações de serviços, o que já é um avanço”, conta. Diretor do Ciesp São Bernardo, Hitoshi Hyodo, defende o incentivo às empresa, mas afirma que ainda falta materialização das ações. “Já estão todos cientes das oportunidades, o que falta agora é começar a ver tudo isso ser materializado”.

S.Bernardo quer pesquisa e inovação

Indústria representa 40% do orçamento da cidade e deste, 80% é do setor automotivo

São Bernardo completa dia 20 de agosto 459 anos num cenário positivo ao mesmo desafia-

dor. Com um orçamento de R$ 3,7 bilhões em 2012, a cidade avançou em razão, principalmente, das finanças. Apesar de ter pedido há anos o título de polo moveleiro para outras regiões do País, São Bernardo ri à toa com a faminta indústria automobi-lística. São cinco multinacionais operando num setor que bate recordes de produção e vendas. Dos 40% do orçamento proveniente só da indústria, 80% vem do setor automotivo, que só não avança mais por causa da invasão, sem qualquer controle, dos importados.

Como reflexo e, claro, a ajuda de Brasília, São Bernardo tem buscado reduzir as diferenças. Mas ainda há muito a fazer no social para fazer jus às facilidades das quais tem sido alvo. Quarta colocada no grupo dos 20 municípios economicamente mais importantes no Estado, fora a Capital, São Bernardo ocupa, no entanto, o vergonhoso 16º lugar no IDH, o índice de desenvolvimento que mede riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalida-de e outros fatores.

Apenas 88% dos domicílios têm coleta de esgoto, enquanto São Caetano e Santo André possuem 100%. No tratamento de esgoto, a desigualdade é maior: 27% contra 66%, a média na região metropo-litana de São Paulo. Em Educação, a nota obtida no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011, foi 5.8, pontuação 4% acima da meta, mas atrás de São Caetano e Ribeirão Pires. Isso pra não falar da habitação e de que tem criança fora da creche. E o que dizer dos moradores na região após a balsa, que reclamam atenção para o único meio de ligação com o centro da cidade.

Na Câmara, 40% dos 56 projetos apresentados em 2012 foram irrelevantes. Com todo respeito, sugeri-ram criar datas, como Dia da Criatividade, Dia da Merendeira e Dia do Trabalhador Vidraceiro. Sem dúvida, São Bernardo tem de andar muito.

317 de agosto de 2012

Em época de eleição, a maioria dos candidatos a vereador promete dar

mais atenção à saúde, segurança, educa-ção e outras áreas igualmente importan-tes. Com este discurso alguns fazem carrei-ra política e história. Mas em São Bernardo, o discurso não se converte em prática quando o candidato é eleito. Cerca de 40% dos 56 projetos de lei apresentados em 2012 foram pouco significativos para o cotidiano dos munícipes.

Entre os 35 projetos aprovados - 18 do Executivo e 17 do Legislativo -, dois criaram novas vias, 17 eram para denominação de vias e equipamentos públicos e outros três foram sugestões de datas comemorativas: Dia da Criatividade (em 17 de novembro), Dia da Merendeira (30 de outubro) e Dia do Trabalhador Vidraceiro (18 de maio). Nenhum projeto relacionado à educação e segurança, como prometido em campanha eleitoral, foi apresentado ainda em 2012.

“Os vereadores são pouco produtivos e seguem uma política populista. Não fazem sua principal função, que é legislar e fiscali-zar o Executivo. Falei sobre isso pessoalmen-te para pelo menos 80% deles. Eles justificam dizendo que a Constituição Federal engessa o trabalho deles”, comenta o fundador do

40% dos projetos de lei apresentados são banais

633 candidatos disputam vagas no Legislativo

REPÓRTER DIÁRIO

Voto Consciente de São Bernardo do Campo, Paulo Henrique Oliveira. “Retirei há um mês a lista com todos os projetos de lei aprovados por eles. Nessa lista só encontrei projetos de pouco valor, como homenagens e projetos de informação ao munícipe”, diz.

Já a presidência da Câmara considera como projetos de mais relevância para a cidade a Lei de Diretrizes Orçamentárias, já aprovada, e a Lei Orçamentária Anual para 2013. “Esta tem previsão para entrar em pauta entre o final de outubro e o começo de novembro”, comenta o presidente da Casa, Hiroyuki Minami (PSDB).

Além da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estipula orçamento de R$ 4,013 bilhões para 2013, o líder da ban-cada petista, Tião Mateus, ressalta a impor-tância da aprovação do Plano Diretor, que estabeleceu regras e parâmetros para o setor de construção civil, do projeto de recurso do BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) para reforma de UBS (Unidade Básica de Saúde) e a criação de 12 corredores de ônibus, nas principais vias da cidade.

Outro tema que também entrou na pauta foi a Lei Orgânica do Município que deter-mina o reajuste salarial e o número de

vereadores no próximo ano. Atualmente, a Câmara soma 21 vereadores, que recebem R$ 9,2 mil cada. Em janeiro de 2013, serão 28 representantes, com o salário reajustado em 62%. Cada parlamentar vai receber R$ 15 mil por mês.

Com a aprovação da Lei Orgânica, São Bernardo gastará 117,3% a mais apenas para manter a plenária. Em vez de 193,2 mil, os vereadores custarão R$ 420 mil por mês. Isso sem contar a construção da nova plenária, cuja obra custará R$ 28 milhões aos cofres públicos e deve sair em outubro próximo.

A disputa pelas 28 vagas no Legislativo

Municipal será acirrada, já que 633 munícipes se candidataram para se eleger representan-tes da população. São 22,60 candidatos por vaga, relação que se equipara ao vestibular de Arquitetura da USP (Universidade de São Paulo), que em 2011 teve 22,06 candidatos por vaga.

A concorrência deve refletir no trabalho dos atuais vereadores. Para Tião Mateus (PT), o andamento da votação dos projetos de lei na Câmara deve ficar comprometido este ano, porque 19 dos 21 parlamentares trabalham pela reeleição. “Eu mesmo estou trabalhando muito na campanha”, admite Mateus.

Exemplo foi na sessão ordinária de 8 de agosto, em que uma emenda do Plano Diretor para uso do solo deveria ser votada, mas os vereadores interrompiam a sessão com frequ-ência para solicitar tempo e analisar as mudanças. Mas em vez de estudar a proposta, muitos conversavam entre si ou atendiam munícipes. “Eles falam duas palavras e encer-ram a sessão”, criticou um cidadão que acom-panha as atividades da Plenária. Por ter víncu-lo com vários parlamentares, pediu para não ser identificado.

Outro projeto importante que irá entrar na pauta da Casa é a Lei Orçamentária Anual para 2013.

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Cinco candidatos brigam pelo Paço em outubroREPÓRTER DIÁRIO

Cinco candidatos disputam o Executivo de São Bernardo em outubro: Ademir Silvestre (PSC), Aldo Santos (Psol),

Alex Manente (PPS), Lígia Gomes (PSTU) e Luiz Marinho (PT). A pouco menos de dois meses de campanhas, os prefeituráveis não têm poupado energia para convencer o eleitorado de que são as melhores opções para comandar o município pelos próximos quatro anos. Entre as propostas para seduzir o leitor estão tarifa de ônibus a R$ 1, tirar do papel 26 obras de mobilidade urbana (todas integrantes do programa São Bernardo Moderna, de William Dib), investimento no esporte amador, construção de corredores exclusivos para ônibus e criação do programa Remédio em Casa.

Ademir Silvestre (PSC) tem

como principal bandeira o planeja-mento da cidade. O prefeiturável criti-

ca a atual Administração quanto à falta de projetos que visem o futuro do município e, por isso, garante que preparará São Bernardo para as mudanças que ocorrerão pelos próxi-mos 50 anos.

“Atualmente não há ninguém pensan-do no dia de amanhã. Os projetos que

existem são integrantes do São Bernardo Moderna, do governo de William Dib. Das 28 obras de mobilidade previstas no programa, apenas duas foram feitas. Pretendo tirar do papel as outras 26”, diz.

Quanto à educação, Silvestre afirma que vai valorizar o professor e criar esta-tuto para garantir condições de trabalho à classe. “A educação é a base de tudo. Uma sociedade não vai para frente sem educação”, defende. O candidato afirma ainda que municipalizará todo o ensino fundamental e que acabará com a fila de espera nas creches.

ADEMIR SILVESTRE

Candidato ao Paço pelo Psol, Aldo

Santos terá como uma das prioridades a edu-cação. A expectativa do socialista é a apro-

vação do Plano Nacional de Educação com o aumento para 10% do investimento do PIB (Produto Interno Bruto) nacional na área. “Se isso for aprovado em Brasília, consegui-remos elevar o índice de investimento na educação de São Bernardo de 25% do orça-mento para 30%”, garante Santos, que diz ser contra a municipalização do ensino.

Quando o assunto é saúde, o prefeiturável afirma que acabará com os contratos de tercei-rização dos serviços feitos por meio de parceria com a Fundação do ABC. “Não podemos deixar o dinheiro público ser gerenciado por tercei-ros”, defende. Santos também acredita que as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) são ‘elefantes brancos’, pois não possuem médicos.

Aldo Santos pretende fortalecer o esporte amador por meio da revitalização de campos de futebol. “O esporte profissional projeta o nome da cidade para fora, mas é no esporte amador que podemos auxiliar na orientação da vida dos jovens”, explica.

ALDO SANTOS

Lígia Gomes, do PSTU, defende

redução da tarifa do transporte público para R$ 1. Para tornar possí-vel, fará com que o sis-

tema seja totalmente gerenciado pelo municí-pio. “Como objetivo não será o lucro, será pos-sível garantir transporte de qualidade a um preço justo”, defende a candidata, que não acredita que as obras viárias sejam prioridades. “Não é abrindo espaço para mais carros que vamos resolver o problema do trânsito. A solu-ção está no transporte de massa”, completa.

LIGIA GOMES

Candidato à reelei-ção, o prefeito

Luiz Marinho (PT) aposta na continuida-de da gestão feita nos últimos três anos e

sete meses para garantir o desenvolvimento do município. Um dos principais pontos de seu plano de governo é a mobilidade urbana. “Vamos transformar São Bernardo em refe-rência no setor. Iremos construir 12 corredo-res exclusivos de ônibus e avaliar a possibili-dade de criar meios alternativos de transpor-te, como o via cabo, como teleféricos, para os

Uma das priori-dades do depu-

tado estadual Alex Manente (PPS) é a saúde. Uma das ideias do candidato é

reabrir os prontos socorros dos bairros Taboão e Baeta Neves, assim como abrir concurso público para contratar médicos. “Temos diversas UPAs (unidades de pronto atendimento), mas não temos médicos para atender a população”, diz. Investir na tecnologia para agilizar o atendimento e implementar o programa Remédio em

Casa também integram o plano de governo. Para melhorar a eficiência do transporte públi-

co, Manente quer criar terminais de integração e utilizar o corredor ABD, utilizado pela EMTU, para o tráfego de ônibus municipais. Se eleito, Manente também pretende criar a Secretaria de Direito da Pessoa com Deficiência para desen-volver políticas públicas que atendam a popula-ção com mobilidade reduzida.

Quanto à segurança, o candidato quer implementar a Atividade Delegada, progra-ma que permite que o policial trabalhe farda-do e equipado nos dias de folga como meio de evitar ‘bicos’.

ALEX MANENTE

LUIZ MARINHO

Para melhorar a qualidade no atendimento da saúde, Lígia acredita que um bom plano de car-reira pode assegurar médicos suficientes nos equipamentos públicos. “Sou contra a parceria com organizações sociais para gerenciar os hos-pitais”, acrescenta.

A candidata também pretende promover a regularização fundiária para aqueles imóveis passíveis de legalização. “Quanto aos que não puderam ser regularizados, só resolveremos com um plano efetivo de moradias populares. Uma boa saída será a desapropriação dos imóveis vazios por mais de um ano para abrigar aqueles que não têm onde morar”, completa.

bairros mais montanhosos. Também preten-demos investir no transporte fluvial”, diz.

Na área da saúde, o petista quer finalizar a reforma de nove UBSs (unidades básicas de saúde), iniciada neste ano, e construir mais duas unidades, uma na região do bairro Montanhão e outra no Areião.

Quanto à segurança, Marinho pretende dar continuidade ao processo de descen-tralização da GCM (Guarda Civil Municipal), ampliar as rondas cidadã e escolar. Na educação, o candidato quer promover em 2013 e em 2015 a Feira Literária para incentivar a leitura.

517 de agosto de 2012 REPÓRTER DIÁRIO

São Bernardo é a maior cidade do ABC, com 406 km², logo era de se esperar

que sofresse com a construção de inúmeras moradias irregulares e com a construção de uma efetiva política habitacional. Mesmo com o investimento total previsto no Plano Plurianual 2010/2013 para a habitação de R$ 719 milhões, incluindo recursos pró-prios, contratos de repasse e financiamen-tos, o déficit quantitativo de moradias do município, aquele cuja solução demanda a construção de novas residências, atinge 35.341 famílias.

O número é considerado alto, apesar da construção de 2.676 unidades nos últi-mos quatro anos e da previsão que as entregas ultrapassem 5 mil residências até o final de 2013. O mapeamento da Prefeitura também identifica 155 favelas com 55.012 domicílios e 106 loteamentos irregulares com 31.808 casas, totalizando assim 261 assentamentos precários ou irregulares, com 86.820 lares construí-dos. Os dados foram estabelecidos pelo

6 17 de agosto de 2012REPÓRTER DIÁRIO

PLHIS (Plano Local de Habitação de Interesse Social) e fazem referência a estudos realizados até julho deste ano.

Ainda de acordo com o levantamento, 69.624 famílias moram em unidades habita-cionais que necessitam de regularização fundiária e de intervenções pontuais, como rede de abastecimento de água, afastamento e tratamento de esgoto, iluminação e outras melhorias. Integrante dos índices do chama-do déficit qualitativo, parte significativa des-tas moradias demanda obras complexas de urbanização, saneamento integrado e corre-ção de riscos, necessárias para viabilizar a regularização fundiária.

Segundo a Secretaria de Habitação, o enfrentamento do déficit qualitativo se dá por meio de dois programas habita-cionais, que estão em andamento na cidade: o Urbanização Integrada com Regularização e o Regularização Fundiária de conjuntos habitacionais e assentamen-tos consolidados (que não demandam obras para regularizar).

Se São Bernardo ainda busca equili-brar o déficit habitacional, o mercado

imobiliário da cidade há 11 anos não tem do que reclamar. “Em 2011, lançamos cerca de 800 unidades e vendemos tudo rapidamente. Este ano, tivemos certa es-tabilização nas ofertas devido a alguns fa-tores, como a falta de áreas e burocracia na aprovação de projetos, mas as perspec-tivas continuam a ser muito boas”, relata

Déficit na habitação é de 35 mil moradias

Mercado imobiliário continua aquecidoAparecido Viana, diretor responsável pela Viana Negócios Imobiliários.

Milton Bigucci, diretor de uma das maiores construtoras do ABC e presidente da ACIGA-BC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), endossa Viana. “A procura nos plantões de venda con-tinua muito grande e o aumento do poder de consumo da chamada classe C foi fundamen-tal para a elevação nas vendas”, completa.

Mapeamento aponta existência de 155 favelas em São Bernardo

717 de agosto de 2012

O videomonitoramento é outra apos-ta para diminuir os índices de cri-

minalidade. São Bernardo conta com sete câmeras de segurança na região do Alvarenga e uma no Paço Municipal. Como resultado, entre março de 2010 e junho deste ano foram flagradas 168 ocorrências no Paço e 280 no Alvarenga. Ao todo, a meta é instalar 400 equipamen-tos em toda a cidade, como parte de um investimento próprio de R$ 18 milhões.

“Ainda estamos em fase de licitação deste projeto, mas a intenção é tornar isso viável ainda este ano”, adianta o

Crimes de tráfico aumentaram 8% no semestre

Entre as ações para garantir a segurança está a proximidade da GCM com a comunidade

Investimento de R$ 18 milhões prevê 400 câmeras para monitoramento

Levantamento da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São

Paulo) aponta que São Bernardo registrou alta de 8,2% nos crimes de tráfico de entor-pecentes entre os primeiros seis meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento, aliado ao fato de o tráfico estar ligado a outros delitos, é hoje a maior preocupação no município quando o assunto é segurança pública. Para tentar minimizar as ocorrências, São Bernardo investe na aproximação da GCM (Guarda Civil Municipal) com a população e no videomonitoramento.

A preocupação não é à toa. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) divulga-dos em julho deste ano apontam que o crime organizado movimenta cerca de US$ 870 bilhões por ano, sendo que tráfico de drogas é o mais rentável, com custo estima-do em US$ 320 bilhões.

“O tráfico de drogas é o principal crime a ser combatido hoje em dia, pois em qualquer lugar, seja em bairros de classe média ou de periferia, a o problema está sempre presente. Para combater isso é necessário estratégia”, salienta Benedito Domingos Mariano, secretário de Segurança Urbana da cidade.

A preocupação aumenta porque o tráfico desencadeia outros delitos. “Parte do furto e do roubo de carros, por exemplo, está asso-ciada ao tipo de crime organizado”, comple-ta. Neste primeiro semestre o município

registrou pouco mais de 2,8 mil casos de furtos e roubos, 272 menos que no mesmo período do ano passado.

Uma das ações da Pasta para coibir a crimina-lidade e, consequentemente, o tráfico de dro-gas, é a instalação de Inspetorias Regionais nas bases da GCM com efetivo aproximado de 120 policiais em cada unidade em diferentes bair-ros de São Bernardo. O objetivo é aproximar a GCM da população. “Isso gera sensação de segurança muito grande na comunidade. É muito mais difícil uma pessoa cometer um crime quando há policiais nas ruas”, destaca.

O município conta atualmente com três unidades de Inspetorias Regionais (Batistini/Alvarenga, Taboão/Pauliceia e Riacho Grande). A inauguração de uma base no bairro Rudge Ramos está prevista para setembro, e no bair-ro Assunção em 2013.

Cidade de PazHá também o Programa Cidade de Paz que

atua na prevenção da criminalidade em áreas carentes do município. Entre outras iniciati-vas, a ação prevê a capacitação de jovens, a implantação de programas de geração de renda e a promoção de atividades de esporte e lazer. Resultado de parceria com o governo federal, o projeto foi criado no bairro Alvarenga, entre 2010 e 2011, e no Montanhão, em setembro do ano passado. “Na região do Alvarenga registramos uma queda de 40% no índice de homicídio dolo-so”, comemora Mariano.

secretário de Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano. O objetivo é concen-trar o maior número de câmeras em locais de grande circulação de pessoas e de veícu-los, além de garantir monitoramento em todas as escolas da rede municipal.

São Bernardo considera que este é o projeto mais importante do que tange à segurança. “Vamos ver a cidade 24 horas por dia e antecipar situações de crimes e catástrofes naturais, como deslizamentos e inundações, uma vez que a ideia é atuar de forma conjunta com outras secreta-rias”, explica.

REPÓRTER DIÁRIO

População pede mais segurançaNão é difícil encontrar em São

Bernardo quem não reclame da falta de segurança. O corretor Jorge Luis Defavari, que vive na cidade há mais de 25 anos, relata que já foi vítima de assaltos e que ouve muitos relatos de pessoas que tiveram suas casas invadidas por bandidos. “Precisamos de mais policiais nas ruas por meio de rondas ostensivas para coibir assal-tos, principalmente aos carros e invasões às residências”, defende o morador do Parque Espacial.

A dona de casa Roseli Aparecida Moura, do bairro Cooperativa, teme pela seguran-

"Muitas pessoas são assaltadas nos pontos

de ônibus"Roseli Moura

ça dos usuários de transporte coletivo. “Vemos muitos casos de pessoas que são assaltadas nos pontos de ônibus. Temos de aproveitar esta época de campanha eleitoral para cobrar mais ações dos políticos”, diz.

O comerciante Eduardo Stangorlini afirma não ter muitos problemas em sua loja localizada na avenida João Firmino, mas acredita que isso se deve à proximidade do estabelecimento com uma base da Polícia Militar. “Aqui é mais seguro por causa da base, mas sabemos que há assaltos em outros pontos da cidade”, comenta.

"Sabemos que há assaltos em diversos pontos da cidade"

Eduardo Stangorlini

"Precisamos de mais policiais

nas ruas"Jorge Luis Defavari

8 17 de agosto de 2012

Uma das áreas mais afastadas do centro de São Bernardo, a região do pós-balsa,

no bairro Riacho Grande, ainda sofre com o único meio para veículos e pedestres trafega-rem até a região central da cidade. Segundo moradores dos bairros Tatetos e núcleo Santa Cruz, a balsa já não comporta o grande movi-mento de carros na região e se tornou um problema para aqueles que possuem pressa em deixar o local.

“Sofremos com longas filas, principalmente aos finais de semana. Poucos carros podem ser transportados e, em alguns casos, chega-mos a esperar até uma hora”, explica o comer-ciante Dany Clayton. Segundo Clayton, para se chegar a tempo em compromissos previa-mente marcados, os munícipes têm de sair bem mais cedo de suas residências. “Não há como confiar na rapidez da balsa, até porque ela fica mais lenta em algumas oportunidades

e as filas ficam ainda maiores”, relata.Para o vendedor Wilson Machado da Cruz,

além da falta de capacidade do equipamento utilizado para atravessar um dos trechos da represa Billings, a manutenção do meio de transporte também não é feita como deveria. “Todos sabemos que a balsa é pequena e não comporta os carros que precisam utilizá-la, mas ela também quebra constantemente e atrapalha quem tem hora marcada para algum compromisso. Não podemos prever quando isso irá ocorrer e nem sair bem mais cedo de casa adianta”, pontua, ao declarar que as con-dições das vias que levam os carros até a traves-sia também não se encontram no estado ideal.

IlhadosAté mesmo a eficiência dos serviços na

área de saúde, que conta com a UBS Santa Cruz e uma base 24 horas do SAMU, res-

REPÓRTER DIÁRIO

Balsa é motivo de reclamação

"Em alguns casos chegamos a esperar até uma hora pela travessia da represa"Dany Clayton,comerciante

ponsável por encaminhar casos de urgên-cia para a UPA Riacho Grande, localizada após a balsa, é condicionada ao funciona-mento do único meio de ligação. “Se precisarmos, em até 20 minutos chega-mos à UPA, mas de nada adianta se a balsa estiver com problemas. Não posso recla-mar do atendimento na UBS, mas temos de pensar que não podemos ficar ilhados numa situação de emergência”, afirma o aposentado José Maria Teles.

Para melhorar a mobilidade dos mora-dores do pós-balsa, a Prefeitura infor-mou que está com intervenções na estra-da do Rio Acima, principal via da região, que passará a contar com duas faixas de rolamento e acostamento. Orçadas em R$ 16,9 milhões, as obras estão em fase intermediária. Já em relação à balsa, nenhuma proposta foi oficialmente

repassada, mas, nos últimos dias, a pos-sível construção de uma ponte no local foi aventada por alguns candidatos ao Paço Municipal, inclusive pelo atual pre-feito Luiz Marinho.

Distribuição de águaA distribuição de água, que por muito

tempo foi a principal reclamação dos munícipes na região pós-balsa, agora não é tratada como a principal demanda. “Já chegamos a ficar 15 dias sem água e quando ela vinha, chegava preta ou cheia de cloro. Hoje, isso pode até acontecer, mas não com a mesma frequência”, rela-ta a moradora Bruna da Silva Lima, mora-dora da região há 19 anos. Bruna afirma que a situação melhorou após denúncias realizadas no ano passado, que culmina-ram com a visita de técnicos da Sabesp.

“Sabemos que a balsa é pequena e não comporta os carros que precisam utilizá-la"Wilson Machado da Cruz, vendedor

"Em até 20 minutos chegamos à UPA, mas só se a balsa estiver funcionando" José Maria Teles, aposentado

“Já chegamos a ficar 15 dias sem água e quando ela vinha, chegava preta".Bruna da Silva Lima, dona de casa

Moradores se sentem ilhados por depender apenas deste meio de locomoção

917 de agosto de 2012

Município tenta zerar déficit na educaçãoREPÓRTER DIÁRIO

Com orçamento para educação de R$ 660 milhões, R$ 100 milhões a mais

que em 2011, para o atendimento a 82.106 estudantes, São Bernardo corre atrás para melhorar em alguns pontos na educação. No Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011, divulgado esta semana, o município ficou com nota 5.8, pontuação 4% acima da meta projetada para 2011, atrás de São Caetano e Ribeirão Pires. Na pré-escola, se até o início de 2013 conseguir colocar as 522 crianças na sala de aula, com a inauguração dos cen-tros de educação unificada (CEUs) Silvina e Havaí, o município ainda precisará arru-mar creche para outras 4.651 crianças, de 6 meses a 3 anos, que também estão na espera, para então zerar o déficit na área.

Para colocar as 4.651 na escola, Cleuza Repulho, secretária de Educação, afirma que seis creches estão em construção e outras quatro foram aprovadas pelo Ministério da Educação, mas ainda aguar-da a liberação de recursos. Com isso, não há previsão para que o déficit de vagas em creches seja zerado.

“Para cada aluno em creche são gastos R$ 8 mil ao ano. Hoje recebemos R$ 2,6 mil do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação do MEC] e o restante é bancado pelo município”, expõe Repulho ao apontar que a faixa etária de 6 meses a 3 anos é o grande gargalo também em outras partes do Brasil.

Cleuza Repulho diz que não tem condi-ção de atender toda a demanda com o valor que recebe do Fundeb. “E não dá para tratar São Bernardo de forma isolada, por isso que a gente vem brigando pelos 10 % para a educação”, reclama, ao se referir ao projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE), que tem meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na área, a ser alcança-do no prazo de 10 anos.

Para a pré-escola, São Bernardo possui atualmente quatro blocos do CEU Regina Rocco Casa, além CEU Celso Daniel. Juntos atendem 6 mil crianças, com siste-ma período integral e pré-escola e funda-mental em período parcial. A previsão é que o CEU Silvina atenda 1.292 alunos de 6 meses a 10 anos e o CEU Havaí, 1.072 crianças até 5 anos. Não há déficit no ensi-no fundamental.

AlvarengaA reorganização das vagas nas escolas

para evitar o transporte de crianças se tornou uma das principais medidas com as inaugurações dos CEUs. O serviço, porém,

Cidade ganhará mais dois CEUs, responsáveis pela criação de 522 vagas

Universidade faz intercâmbioNo ensino superior a aposta é no intercâm-

bio com outros países para quem valo-rizar o diploma. A UFABC recebe inscrições na graduação para disciplinas e estágio a partir de janeiro, nos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Coreia do Sul, Holanda, Reino Unido e Austrália no âmbito do Programa Ciência sem Frontei-ras. A entidade também possui convênio com universidades da França, México, Taiwan, Índia, Japão, Colômbia e Moçambique.

A FEI, que aguarda apenas a implementação de mais um programa de mestrado (Engenharia Química) para ganhar o título de universidade, segundo a vice-reitora Rivana Basso Marino, em 2013 inaugura o processo de internacionaliza-ção do diploma para alunos de graduação de Administração, Engenharia e Ciência da Com-putação. Alunos do programa vão poder passar um ano e meio da formação acadêmica no New York Institute of Technology e vice-versa.

A Metodista, desde 2009, já possui programa de intercâmbio e tem convênio com 10 univer-sidades presentes na Espanha, Portugal, Chile, Argentina, México e Coreia do Sul.

ainda precisa ser ampliado. Em 2009 eram transportadas 4,7 mil crianças e em 2012 são perto de 10 mil. “Uma região que não é coberta é a do Alvarenga, por exemplo, no qual precisamos fazer investimento em infraestrutura e buscar as crianças mais longe”, diz.

Dos 82.106 estudantes, São Bernardo atende 32.979 na educação infantil, inclusi-ve em creches conveniadas, e 41.721 no ensino fundamental, além dos 4.108 na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e 3.298 na Educação Profissional. Para isso a cidade conta com 185 estabelecimentos de ensino municipal e 71 escolas estaduais, de acor-do com a Diretoria Regional de Ensino de São Bernardo. Ao todo a rede emprega 4.784 professores.

Ideb Para Cleuza Repulho, o ponto forte da

educação em São Bernardo é o professora-do. “Temos bons profissionais e eles fize-ram um trabalho muito importante para o resultado do Ideb”, avalia. A nota do Ideb divulgada esta semana corresponde à ava-liação para a quarta série do ensino funda-mental (5°ano), que no município é 100% municipalizado desde o primeiro ano.

No entanto, a nota do Ideb do ensino estadual, medido com alunos da oitava série, foi de 4.3, ou seja, 0.4 aquém da meta projetada.

10 17 de agosto de 2012

Um hospital de referência para tratar casos de alta complexidade, com 293

leitos e capacidade para realizar 10 mil consultas, 1,5 mil internações e 1,5 mil cirurgias por mês. Marco na saúde regional, o Hospital de Clínicas (HC) que São Bernardo pretende inaugurar parcialmente ainda em novembro somente poderá ser usado totalmente pela população no final de 2013, quando as obras estarão prontas.

Previsto inicialmente para setembro, o hos-pital será entregue em sua primeira fase com 70 leitos, 30 deles para clínica médica e 24 de ortopedia e traumatologia, além de servi-ço de neurocirurgia com seis leitos e mais 10 leitos de terapia intensiva (UTI) adulto. Assim como o Hospital Mário Covas, de Santo André, o HC deverá atender a popula-ção das sete cidades do ABC, mas para isso, ainda precisa firmar convênio com as demais cidades e o governo do Estado.

Com os 18 mil m² de complexo médico na região do Grande Alvarenga, São Bernardo espera reduzir as filas de espera por cirurgias e formar novos especialistas, já que atuará como hospital de ensino. Além disso, tornar os demais hospitais da cidade em centro de especialidade, como

o Hospital Municipal Universitário, que se transformará em Hospital da Mulher, e o Hospital de Ensino Anchieta, que assu-mirá sua vocação no tratamento oncoló-gico e clínicas cirúrgicas. Já o Pronto-Socorro Central deverá virar Hospital de Urgência e Emergência.

A obra do HC vai custar em torno de R$ 150 milhões, repassados pelas três esferas de governo, para atender as principais demandas em especialidades cirúrgicas, diagnóstico por imagem, hemodiálise, medicina nuclear, especialidades clínicas e pediátricas, além de transplantes de órgãos, como rins e córnea, e cirurgias ortopédicas de grande porte.

Além disso, suprir uma de suas prin-cipais carências, o atendimento em patologias de média e alta complexida-de. ”Quando não há urgência, as cirur-gias eletivas, como cálculo na vesícula biliar, são atendidas em até um mês. Mas aquelas que dependem de outros hospitais de referência, como o Mário Covas e Serraria, pode chegar a dois anos. Na consultas especializadas o problema é o mesmo”, afirma o secre-tário de Saúde, Arthur Chioro.

REPÓRTER DIÁRIO

Obra do HC será inaugurada, porém inacabada

Obra de 18 mil m² do complexo médico é construída na região do Grande Alvarenga

Orçamento é de R$ 755 milhõesCom o orçamento de R$ 755 milhões em

2012 (21,5% da receita), contra R$ 610 milhões no ano anterior, São Bernardo mantém nove UPAs (unidades de pronto atendimento), cinco farmácias populares, redes de saúde men-tal, da atenção básica, da urgência e emergência e do complexo hospitalar estruturadas, além dos serviços de saúde bucal ampliados e um Programa de Internação Domiciliar (PID).

“Avançamos muito em saúde da família, em UPAs, reorganizamos a rede de saúde mental e investimos na humanização do atendimento com a contratação de médicos. É inegável o avanço, mas temos muito para fazer ainda”, continua Chioro ao adiantar que o próximo governo deverá construir policlínicas para ampliar o acesso a serviços ambulatoriais especializados e duas unidades de atenção à saúde funcional.

Faltam também a ampliação de cobertura da Estratégia de Saúde da Família para 100%, mais residências e repúblicas terapêuticas e CAPS, construção de nova sede para o CAPS AD Infanto-Juvenil, renovação da frota de ambulân-cias do SAMU e a implantação de novo laborató-rio de saúde pública.

Apesar do forte investimento nas UPAs, os munícipes que vão à unidade do Baeta Neves esperam que o atendimento do HC seja melhor. Inaugurada em outubro, a UPA tem constante falta de médicos e longas filas de espera, segundo

a população. “Já tive cólica renal e esperei mais de uma hora para ser atendida, mesmo sem ter muita gente na frente. Formalizei uma reclama-ção, mas voltei pouco tempo depois, com o mesmo problema e passei pela mesma situação”, afirma a dona de casa Elizabeth Oliveira.

O mecânico Rinaldo da Silva afirma que o número de funcionários não é suficiente para atender a demanda da região. “O atendimento é sempre demorado. O que percebo é que em alguns dias faltam médicos para atender à população”, reclama.

Para Antônio Damasceno, a espera por atendi-mento é um problema que só acontece aos sábados e domingos. “Durante a semana nunca tive problemas, mas nos finais de semana é com-plicado. Já esperei bastante para ser atendido”, conta Damasceno. Mas a comerciante Claudia dos Santos está satisfeita com o atendimento da unidade. “Nas poucas vezes que precisei, nunca tive problemas de atendimento”, conta.

Porém, em Rudge Ramos, a moradora Sonia de Souza se diz inconformada com o atendi-mento ao idoso na unidade. “Levei o meu pai de 82 anos, diabético e que estava com o pé muito machucado, para ser atendido e precisei trazê-lo quase se arrastando da rua, porque o enorme estacionamento, que estava vazio, era exclusivo para os médicos e funcionários, segundo o pessoal da recepção. Achei aqui um absurdo”, reclama a comerciante.

1117 de agosto de 2012 REPÓRTER DIÁRIO

Cidade só terá coleta total de esgoto em 2018A cidade que abriga cinco montadoras

automobilísticas (Ford, Mercedes-Benz, Scania, Toyota e Volkswagen) e outras grandes multinacionais ainda está atrasada em alguns serviços básicos. Apenas 88% dos domicílios de São Bernardo têm coleta de esgoto, índice que coloca o município atrás de São Caetano e Santo André com 100% da rede. Responsável pelo serviço, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informa que a totali-dade somente será alcançada em 2018.

A desigualdade é maior no tratamento do esgoto. O índice de tratamento em São Bernardo é 144% menor do que a média da Região Metropolitana de São Paulo, que tem 66% dos domicílios atendidos contra 27% do município.

Para justificar os índices, a Sabesp aponta evolução nos últimos oito anos, quando assumiu o saneamento básico da cidade. “O índice de esgoto coletado em 2004 era de 73% e em 2011 saltou para 88%. No perío-do, o índice de tratamento passou de 9% para 27%”, afirma Roberval Tavares de Souza, superintendente da Unidade de Negócio Sul da Sabesp. O executivo lembra

que dois grandes programas estão em anda-mento: o Pró-Billings e Projeto Tietê, um investimento de quase R$ 400 milhões.

O programa Pró-Billings existe há mais de quatro anos e conta com investimento de R$ 220 milhões para construção da estrutura necessária para coletar e transportar esgoto domiciliar para a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC. Até 2015, os bairros Esmeralda, Imigrantes, Jardim Laura, Las Palmas, Los Angeles, Parque Hawaii, Pinheirinho, Senhor do Bonfim e Sítio Bom Jesus Represa serão beneficiados, segundo a estimativa da estatal.

Assim como o Pró-Billings, o Tietê irá atender o centro e os bairros Anchieta, Capelinha, Demarchi, Estoril, Finco, Nova Petrópolis, Parque Riacho Grande, Riacho Grande, Santa Terezinha, Tupã, Vila Pelé e Yara Praia, além de indústrias, com verba de R$ 127,5 milhões.

Represa Apesar do quadro, a qualidade das águas

da Billings apresentou melhora. Segundo o relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), o índice na represa passou de bom para ótimo. Em 2001, a medição feita no

braço do Taquacetuba apontava nota 71, frente nota 83 em 2010, número conside-rado ótimo na escala que varia de 0 a 100.

Coordenadora do Núcleo e Agência Ambiental e do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, Waverli Maia Matarazzo Neuberger lembra que a situa-ção da Billings já foi muito pior. “Até mea-dos de 1993, o esgoto do Sistema Tietê vinha para a Billings para gerar energia. Desde então, o envio continua, mas em situações especiais, como enchentes, e mais diluído”, diz.

Nair Alvarenga Zaia, 68 anos e moradora do Riacho Grande há 47, discorda de Waverli. “Era maravilhoso aqui, a gente pes-cava aqui na beirada. Mas agora não dá, porque é só esgoto. E em dia de sol, o chei-ro é insuportável”, reclama a aposentada.

Waverli explica que a sensação de Nair se deve ao fato de que, apesar da melhora da qualidade da água, a represa sofre com ocu-pações irregulares. “Por conta do adensa-mento populacional no Riacho Grande, existe aumento no despejo de esgoto nestas nascentes, fazendo com que ela perceba a poluição que não percebia antes”, comenta.

Município coleta apenas 88% do esgoto

12 17 de agosto de 2012REPÓRTER DIÁRIO