26
 8. . . I . I , . ,,,,I,. 11 ,,, I 1 1,. ,tl. ,,I I, , 1. .l i I'ia~i 11 s I r 1111.1 ('~III.,IIII.II ..iilil i* , 1 & V , , . I, I '.lll,,. ,814, ,,o , 1 8 3 , ' !i ' I i , . .! nnSn.n,,a a , 4 . n .I.* n #,I. ,I, I{O,O .I III,~,.I,,NIIII,,", ll:\;y~;. l-:j, 111, 1.1. #tiq Im ',.,i~i 1 ~.I~.II~II:I", >,i!$. li,, O , ' ,!I., I l t /,,,I*11 ,/,I,, /'/1/1/,~111/'11~ fll? l:fAr(: \, , ,,,. 1, 1 *t~,,~f,m I~I,I.I/. 4 s l)r. l't*r~*ir:l í p I I: ,I , 1 1 0 1 , 1ll1i1 .IIII~~I~III 10 iiic~sirio I < , I ' I.,, \iii~ii,-lr I, , Iliii r/r. ]fiiirpiro, , II I. ' I , , I~III~~II~IC~ ~I(#II~~II:I I f(*l)r(! .IIII.II< t i via. III~I~II~IIII~. 9 1 1 l-iil,~i~ini,~ 1.11iii1i. 1, I . ~iliili...II:,I.:. ~iliosdc 1 1 1 1 1 . 1 1 1 . . 1 1 1 I I 8 1 )11 11 11 111 1 1'.1' 111'. illlf'\ll I11 Ijf'kl- 1iÍi.iii I/<I flli~ri~.l~r, 10 IIII~I~ 1~1. 111ii 11,. IIIII~ iti, I!::.', \'i.i~~~~ .I. I.IIII~N'.IIIu ( C ,,i I/[Y A~(IICIC/~I~~~ /11 /J~#,,,il. IIVI . 18'. \ , !st!:,111(1,'.11i,:, !ilf, (;or~.si- il/,rf1(.171*,~ :f*rtli.? n~o/)r~a 1 'l'ol~o~;rfl\i(~;I,~~YI A11;1l/t 1 ,/,I ( J 11 o de Janeiro, por Francisco Lopcs dc Olivcirn Arníijo, Iiiri 111s J:iiii-irii, 1852, Obserwqões sobre a Febre Amarela, por Roberto Lnllcin;iiit, Itio ( 1 ~n- neiro, 1951, e Estudo Cllnico Sôbre as Febres do Ri o de Janeiro, por João Torres Homem, Rio de Janeiro, 1856. ASCENSÃO DO BACHAREL X I - DO MULATO I t impossível defrontar-se alguém com o Brasil de Dom Pe- E dro I, de Dom Pedro 11, da Princesa Isabel, da campanha da Abolição, da propaganda da República por doutores de pince- -mz.os namoros de varanda de ~rimeiro ndar Dara a esauina da &a, com a moça fazendo sinai8 de leque, d e fL r ou de feqo para o rapaz de cartol a e de sobrecasaca, sem atentar nestas duas grandes forças, novas e triunfantes , A vêz es reunidas numa só: Õ bacharel e o mulato. Desde os últimos tempos coloniais que o bacharel e o mulato vinham se constituindo em elementos de diferenciação, dentro de uma sociedade rural e patliarcal que procurava integrar-se '6 pelo equilíbrio, e mais do que isso, pelo que os sociólogos mo- dernos chamam acomodação, entre os dois grandes antagonismos: o senhor e o escravo. A casa-grande, completada pela senzala, representou, entre nós, verdadeira maravilha de acomodação que I o antagonismo entre o sobrado e o mucambo veio quebrar ou perturbar. A urbanizacão do Im~ ér io. conseauente d iminuicão de tanta I ' I casa-grande gorda, em sobrado magro, mais tardc at6 em ~1x116 esguio; a fragmentação de tanta senzala em mucnml)~iri;i, 5o jl í de negro fugido, no meio do mato grosso o11 no alto d o inorro agreste mas de negro ou pardo livre., dcntro da cid:itlc-fcn0meno 1 do 1830 brasileiro que se :iccntiioii roni n c~;iinlxirilinI:i Al)oliçZo- tornou quase impossível o ccliiil íl~iio iiitiqo. tl: i &l>o c.:ilc nscen- 1 dencia quas e abs oliitn cl os sc~iili oic* .:l . c-~c.i.:ivt~;dl)i.(>odos os i oiit ros elementos da socic~tl:i<l($; 6l)ic. os l,i .Op i.i os vir.('- i.(+ c s 6br c

Sobrados e Mucambos - Cap. XI

Embed Size (px)

Citation preview

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 1/30

8. . . I . I , .

, , , , I , . 11

,,, I

1 1,. , t l . ,,I I, , 1. .l i I ' ia~i11 s I r 1 1 1 1 .1 ('~III.,IIII.II ..iilil i*

, 1 & V , , . I, I '.lll,,. , 8 1 4 , ,,o , 1 8 3 , ' !i

' I i , . .! n n S n . n , , a a , 4 . n . I . * n #,I.,I, I { O , O.I III,~,.I,,NIIII,,", l l : \ ; y~; . l - : j ,

1 1 1 , 1 .1 . #t iq Im ' , . , i ~ i 1 ~. I~. I I~I I : I " ,>, i !$.l i , ,

O , ' ,!I., I l t /,,,I*11 ,/,I,, / ' / 1 / 1 / , ~111/ ' 11~ f l l ? l:fAr(:

\, , ,,,. 1 , 1 * t ~ , , ~ f , m I~I,I.I/.4 s l)r. l ' t * r~* ir: l í p

I I: ,I , 1 1 0 1 , 1 l l 1 i 1 .IIII~~I~III10 iiic~sirio

I < , I I ' I . , , \ i i i ~ i i , - l r I,, I l i i i r / r . ]fiiirpiro,

, II I. ' I , , I ~ I I I ~ ~ I I ~ I C ~~I(#II~~II: II f(*l)r(!

. I I I I . I I< t i v i a . I I I ~ I ~ I I ~ I I I I ~ .9 1 1 l - i i l , ~ i ~ i n i , ~1.11iii1i. 1, I . ~ i l i i l i . ..II:,I.:. ~ i l i o sdc1 1 1 1 1 . 1 1 1 . . 1 1 1 I I 8 1 )1111111111 1'.1' 1 1 1 ' . i l l l f ' \ l l I11 I j f 'kl-

1iÍi.iii I/<I f l l i ~ r i ~ . l ~ r ,10 IIII~I~1 ~ 1 . 1 1 1 i i 1 1 , . IIIII~i t i , I!::.', \ ' i . i ~ ~ ~ ~.I. I.IIII~N'.IIIu

(C ,,i I/[Y A~(IICIC/~I~~~/11 / J~# , , , i l .IIVI . 1 8 ' . \ , !st!:,111(1,'.11i,:, ! i l f , (;or~.si-

il/,rf1(.171*,~:f*rtli.? n ~ o / ) r ~ a1 ' l 'o l~o~;rf l \ i (~;I,~~YIA11;1l/t1 ,/,I ( J 11o de

Janeiro, por Francisco Lopcs dc Olivcirn Arníijo, I i i r i 111s J:iiii-irii, 1852,

Obserwqões sobre a Febre Amarela, por Roberto Lnllcin;iiit, Itio ( 1 ~n-

neiro, 1951, e Estudo Cllnico Sôbre as Febres do Rio de Janeiro, por João

Torres Homem, Rio de Janeiro, 1856.

ASCENSÃO DO BACHARELX I - DO MULATO

I

t impossível defrontar-se alguém com o Brasil de Dom Pe-E dro I, de Dom Pedro 11, da Princesa Isabel, da campanhada Abolição, da propaganda da República por doutores de pince--mz.os namoros de varanda de ~rimeiro ndar Dara a esauinada &a, com a moça fazendo sinai8 de leque, d e fL r ou de feqo

para o rapaz de cartola e de sobrecasaca, sem atentar nestas duasgrandes forças, novas e triunfantes, A vêzes reunidas numa só:Õ bacharel e o mulato.

Desde os últimos tempos coloniais que o bacharel e o mulatovinham se constituindo em elementos de diferenciação, dentrode uma sociedade rural e patliarcal que procurava integrar-se

'6 pelo equilíbrio, e mais do que isso, pelo que os sociólogos mo-dernos chamam acomodação, entre os dois grandes antagonismos:o senhor e o escravo. A casa-grande, completada pela senzala,representou, entre nós, verdadeira maravilha de acomodação que

I o antagonismo entre o sobrado e o mucambo veio quebrar ouperturbar.

A urbanizacão do Im~ér io . conseauente diminuicão de tantaI ' I

casa-grande gorda, em sobrado magro, mais tardc at6 em ~1x116esguio; a fragmentação de tanta senzala em mucnml)~iri;i, 5o jlíde negro fugido, no meio do mato grosso o11 no alto do inorroagreste mas de negro ou pardo livre., dcntro da cid:itlc-fcn0meno

1 do 1830 brasileiro que se :iccntiioii roni n c~;iinlxirilinI:i Al)oliçZo-tornou quase impossível o ccliiil íl~iio iiitiqo. tl:i &l>oc.:ilc nscen-1 dencia quase absoliitn clos sc~iilioic*.:l t. c -~c . i . : i v t ~;dl)i.(>odos os

i oiitros elementos da socic~tl:i<l($;6l)ic. os l,i.Opi.ios vir.('-i.(+ c s6brc

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 2/30

A v.iloii,:ic;.iii : : r i c. i : i l ( ~ ~ i i i i i . y : i i . ; ~L I':i/.c~i.-sc:.i11 \ . t i l i ; i I!(: oiiiiosI ~ I I ~ I I ~ ( - I1115: '1 1 I t0iilo CI;L liiirol):~, i1;isIL I I I ;~Surolxi l)iirgiics:i, tloiiclciios foi-nrii clicganclo novos estilos d e vida, coiltráiios iios riiraisc incsmo nos patriarcais: o chá, o gov4rno de gabinete, a cervejainglêsa, a botina Clark, o biscoito de lata. Também roupa dehomem menos colorida e mais cinzenta; o maior gôsto pelo teatro,que foi substituindo a igreja; pela carruagem de quatro rodasque foi substituindo o cavalo ou o palanquim; pela bengala epelo chapéu-de-sol que foram substituindo a espada de capitãoou de sargento-mor dos antigos senhores rurais. E todos êssesnovos valores foram tornando-se as insígnias dc mando de umanova aristocracia: a dos sobrados. De uma nova nobrczn: a dosdoutôres e bacharéis talvez mais que a dos negociantes ou indus-triais. De uma nova casta: a de senhores de escravos c mesmode terras, excessivamente sofisticados para tolerarem a vida ruralna sua pureza rude.

Eram tendências encarnadas principalmente pelo bacharel, fi-lho legítimo ou não do senhor de engenho ou do fazendeiro, qu evoltava com novas idéias da Europa-de Coimbra, de Montpellier,de Paris, da Inglaterra, d a Alemanha-onde fora estudar por in-fluência ou lembrança de algum tio-padre mais liberal ou de

algum parente maçom mais cosmopo~ita.Às vêzes eram rapazes da burguesia mais nova das cidades

qiie se bacharelavam na Europa. Filhos ou netos de "mascates".V:iloiizutlos pela cducação europdia, voltavam socialmente iguaisaos fillicis tl:is mais vcllias c poderosas famílias (le sciihores detciir:is. I ) o iiii~si iio iiotlo (11w igu:iis a C.sl(.s, miiit:ls vczcs seussiil)c~rior.c~s~ t ~ l ; i i i c ~ l l i o i;issiiiiil:i~~olr v:ilorc,s <viropcus e peloc*iit~;iiito ):i i~~ i(~ iiI :ir ,tos I I I I I O S (10 O I I I ~ O I - x i i , qii(: o Iiíl)ri(lo, q uando~?iigc^.iiic~o.xir(-tn(s )ossiiii ~ iii io i ~ ~ i i l i i i i i iiitlivítliio tlc r:iça pura,vo1t:~v:iiii os iiiclst i ~ o s i i os iiiiil:iios c.l;iios. A lgiins deles filhosilegítimos dc grniitlris sciiliorcis 11i;incos; c coiii :I rnfo pequena,o pé bonito, As vEzcs os 1:íbios ou o nariz, (10s pais l'i(1algos.

A ascensão dos bacharéis brancos se fêz rùpid:iinclitc no meiopolítico, em particular, como no social, em geral. O começo doreinado de Pedro I1 é o que marca, entre outras alterações nafisionomia brasileira: o comêço do "romantismo jurídico" no Bra-sil, até então governado mais pelo bom senso dos velhos quepelo senso jurídico dos moços. Com Pedro I, tipo de filho de senhorde engenho dcstabocado, quebrara-se já quase por completo,para o brasileiro, a tradição ou a mística da idade respeitável.

,

Mística ou tradição já comprometida, como vimos, por algunscapitães-generais de vinte e tantos anos, para cá enviados pelaMetrópole, na era colonial, quase como um acinte ou uma pirraçaaos velhos poderosos da terra. Mas foi com Pedro I1 que a nova

ilii,.iii.:i :i I I O 1i:i1~11:11~~~1ii21yo coiii n cliic se sistcin:itizoii, tlcstruii idoI I I I : I \ I . 111. ~ i i t l i i L ;iiilig:t: :L tio capitão-riior velho.

OS 1):icli;irí~is dout6res qu e iam chegando de Coimbra, deIi;ii,is,d ; ~ lemanha, de Montpellier, de Edimburgo, mais tardewos q11c foram saindo de Olinda, de São Paulo, da Bahia, do Riot l t r Jaiiciro, a maior parte dêles formados em Direito e Medicina,:ilgiins em Filosofia ou Matemática e todos uns sofisticados, tra-z(~i~cloom o verdor brilhante dos vinte anos, as últimas idéias

inglesas e as últimas modas francesas, vieram acentuar, nos paisi: avós senhores de engenho, não só o desprestígio da idadelxttriarcal, por si só uma mística, como a sua inferioridade d ematutões atrasados. Ao segundo Imperador, êle próprio, nos seusprimeiros anos de mando, um meninote meio pedante presidindocom certo ar de superioridade européia, gabinetes de velhos aca-boclados e até amulatados, às vêzes matutos profundamente sen-satos, mas sem nenhuma cultura francesa, apenas a latina, apren-dida a palmatória ou vara de marmelo, devia atrair, como atraiu,nos novos bacharéis e doutôres, niío sb a solidariedade da juven-tude, R qiic jli nos rcferimos, mas a solidariedade da culturaeuropLiii. Porqiie ningubm foi mais bacharel nem mais doutorneste Pais que Dom Yedro 11. Nem menos indígena e mais euro-

peu. Seu reinado foi o reinado dos Bacharéis.Em suas Memórias recorda A página 91 Dom Romualdo de

Seixas que "distinto Deputado, hoje Senador do Império" pro-punha que se mandasse para o Pará, com o fim de melhor ajustarao sistema imperial aquela provincia indianóide do extremo Norte,"carne, farinha e Bacharkis". E comentava Dom Romualdo: "Pa-receu com efeito irrisória a medida; mas refletindo-se um poucovê-se que os dois primeiros socorros eram os mais próprios paracontentar os povos oprimidos de fome e miséria e o terceiro nãomenos valioso pela mágica virtude q ue tem uma carta d e Bacharelque transforma os que têm a fortuna de alcançá-la em homensenciclopédicos e aptos para tudo."

De Dom Pedro I1 não será talvez exagero dizer-se que suaconfiança estava mais nos bacharéis que administrnsscm juddica-mente as províncias e distribuíssem corrct:imontc n jristiça, doque em socorros de carne e fariiihii aos "povos oprimidos". So-

1 corros precários e efêmeros.Mas o bacharel não ap:lrrccii no 1lr:isil coiii Doin Pcdro I1

e A sombra das pulmcirns iml>c~ii:iis~l:iiii:itl:isor (4-1ic.i seu av8.Jf i os Jesuítas tinham c1;itlo ' c . c i l t S i i i ; i :iiiitl:i soiiil)r(~:id:iIc matogrosso-n tc,rr:i iiitc1ii.n por tl~~sl ii :i \~ :i r.iitlios iiiis cliinsc <l(,ntro das1igrcjns, tl c ollios :irrc~!~:il:itlos):w:i os I ~ : I ( I I ' ( . s qiit! clizinin missas,ciis;i\~:irii , I):iiiz;iv:iiii, (.olii;is c;iiiitlo tlo tc~lIi:ido por cima das. camas 011 c~r~ro~c: i~ido- s~~13s 1)ot:is dos C~~OI IOS-OS primeiros ba-

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 3/30

t I I , I I I . I ~ . (. os I ) ~ I I I I C ' I S O Sarremedos de doutôres ou mestres em; i1 1 1 . . I': iios s4culos SVII e XVIII, graças aos esforços dos padres,:tos sc,iis ciirsos de latim, Salvador já reunira bacharéis formadosiios pitios da Companhia, como Gregório de Matos e seu irmãoEuzébio, como Rocha Pita e Botelho de Oliveira. Alguns aper-feiçoaram-se na Europa, é certo; mas na própria Bahia, e comos padres velhos, é que quase todos f izeram os estudos de Hu-manidades.

Entretanto, é do século seguinte que data verdadeiramente aascensão do homem formado na vida política e social da colonia.Gonzaga, Cláudio, os dois Alvarenga, Basílio da Gama'marcamêsse prestígio mais acentuado do bacharcl na socicdnclc colonial;a interven;ão mais franca do letrado ou do cl6rigo na

folítica.arcam, ao mesmo tempo, o triunfo político de outro c ementona vida brasileira-o homem fino da cidade. E mais: a ascensãodo brasileiro nato e até do mulato aos cargos públicos e A aris-tocracia da toca.

Nesses bachlréis de Minas se faz, com efeito, antecipar a deca-dência do patriarcado rural, fenômeno que se tomaria tão evi-dente no século XIX. Eles são da aristocracia dos sobrados: mas

uma nova aristocracia de sobrado diversa da semi-rural ou dacomercial. Aristocracia de toga e de beca.Ainda que sentindo-se diferenciados da Europa ou da Metró-

pole, onde estudaram, e querendo um Brasil independente e re-~x~I ) l i c ; ino ,formação européia Ihes tirara o gbsto pela natureza1)riit;i c qii(.ntc: tlo trópico substituindo-o por um naturalismomdriio ;i1)(~11:1ditcr!irio,sorn1)i.a dc m nngriciras de sítio e ent rem:ic;icos ;iiii:iii.;;itlos ~?c.los icbgros (1:i (.n.;;i (% pap;ignios que emvc'z (I(* 1):il;ivr:i.; tiipi.;. rc~pc~~i:i~iii:isvs 1:ilin:is c ;i14 francesasaprcndid:is jií corn C.;sc-s novos sc~iilior~~s.)(. Mor:iis (10 Dicionário,pelo menos, é tradiçao cluc gost;iv:i clv tlivcrtir-sc- ciisinando latime francês a papagaios.

Embora mulatos, alguns dfisscs bacharí.is, quando cscrevemverso para celebrar a paisagem dos trópicos, é sentindo dentrodo peito, inflamando-o, "pastores louros", do doce lirismo ruralda Europa:

"O pastor bu ro que meu peito in fl amDará novos alentos a meu vel'so"

diz Alvarenga Peixoto no seu "Canto Genetlía~o".~Cláudio Manuel da Costa, de volta ao Brasil, depois de cinco

anos de Europa, não contém nem disfarça o desencanto dianteda paisagem tristonha. Não eram estas na v erdad e "as aventu-

rosas praias d a Arcádia" onde "o som das águas inspirava a har-

8 t t I 8 - I h , l t l l , . 1 1 ' 3 t ~ i l l l ~ t lllllJs ( I , ! \~oll l l l l~~s: l0 r l l l : l ~ ; ~ l l ~1 ~ ~ 1 "U , X l i ~ i i i l ~ . ~ : ~ ~ .1, - :ígii;is Lão ~iziiis, ó liic rcstavn

~ I I I O Ii I* . ~ , . I ~ I I I . ~ I . I I : ; ,i iii:lrgcm de rios dc iíguas bar-I I , !:, I I I C . I I I I I )c~~l :cb~[ id ;~omo a paisagem, pela "arnbi-

I I I I 1 . 11 i i i t ~ i . : i i . ; L I imx" "cntregar-se ao Ócio, sepultar-seI , li 1. 1 .- 8 . , I 1 l 1 1 1 11.<~(.oi~010entiriam, depois de Cláudio R4anue1, uma. a I I , I , . I 1 i ; i : ; i litii.os que tcndo estudado fora do Brasil, a ui expe-

91 1 I I , . I I I . I i.iiii, tlc volta h casa, verdadeiro tormento: a di ícil rea-

4 1.1 l~~ ; I ~ - ; I O IO meio, h paisagem, à casa, A própria família: "A des-I , l I ~ ~ ~ , l ; ~ ~ n oe não poder subestabelecer aqui as delícias do Tejo,I 10 I ,iina e do Mondego me faz entorpecer o engenho dentro doI I I ( . I I I.)erço" conclui melancòlicamente o bacharel mineiro; e pelasii:i b6ca parecem falar centenas de outros bacharéis e doutôres,( { "e voltaram formados da Europa, sonhando com Arcádias, para(hncontrarem campos ara êles feios e tristes, a terra acinz entad apelas "queimadas" e cev;istnda pela mineração. Adolescentes quesc eiiropcizaram clo tlil modo e se sofisticaram de tal maneiraqiic o meio briisilciro, sol-)retuclo o rural-menos europeu , m aisI)i.iito-si) IIi(:s cle~i princípio nojo, enjoa físico: aquela vontade

de vomitar aos olhos clc que fala o pregador.E sendo bles os mais moços, por conseguinte os mais incli-nados à libertinagem do corpo, como A da inteligência, tomaram--se, entretanto, os censores dos mais velhos e dos exageros devida sexual que aqui substituíam, para os senhores de escravos,principalmente nos engenhos e nas fazendas, gostos mais finos,preocupações mais intelectuais. De volta A colônia, um dos ba-charéis mais europeizados não esconde a repugnância que lhecausa ver as margens do riacho que banha Vila Rica transfor-madas em lugares de bacanal; e o batuque africano dançado nãoapenas nos mucambos d e negros, mas nos sobrados g randes dosbrancos:

"Oh, dança uentzcrosa! Tu entravasNa s humildes choupaw, onde as negras,Aonde as vis mulatas, apertandoPor baixo do Zlandttllzo, a larga cinta,

Te honravam c'os i n r o t o s c hrcjrir-os,Batendo sdhre o clizo o !I& clr~sctrl~.o.Agora jd roi,argrrrv.r (*r crifwi(l(iNas cti.rn,r irrciis l~oiirstnsc pnlr~rio.r!!!"~

Eiitrr.tniitci t.ssc-s cl~~:~~ii~~:iiii:itlo~iii:iiitlo t1rr:iin p:ira patri ota soi p:ir:~ v torii:ii.cbin i:iti\li.;tiis c-s;il~:i(los,lgiinl; indo at6 ao m ar-írio (1iii3 I ~ ( ~ I I I~stii(l:iii~i~sI( . roin:incc riisso. Passndo o cnjôo dos

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 4/30

I W I I I I I ~ I I ~ U SI I I O: ~ ,sl~,;ic*Ii:iiCis rloiilGiiis Iorinnclns na Europa tcr-ii:ii.;iiii-sc:-nlçrins pclo incno s, porq uc nou tros o dese nca nto duro ua vida inteira, havendo até os que se deixaram reabsorver pelomcio agreste, como o Doutor José de Me10 Franco, sertanejo deParacatu-um elemento de diferenciação criadora, dentro da inte-!ração brasileira que se processava, quas e po r inércia, em voltadas casas-grandes patriarcais. Por um lado, inimigos da aristo-cracia matuta, a cujos gostos e maneiras dificilmente se readap-

tavam, por outro lado, encontraram nela, êsses bacharéis novos,seus aliados naturais para os planos revolucionários de indepen-dência política da colônia e até para as aventuras de ação ro-mântica.

Alvarenga Peixoto, o mesmo que se sentia "pastor louro" diantedêstes "sertões feios e escuros*, seria também o cantor desta

"bárbara te rra mas abençoada"

e at6 dos seus escravos, trabalhadores de campo, homens já d evárias cores, os sangues misturados-pretos, pardos, morenos-tãodiferentes dos tais pastores louros da Europa:

"1. . 1 homens de vários acidentespardos, pretos, tintos e tostados[. .. ] os fortes braços feitos ao f r a b a l l ~ ~ ~ . ~

17 Tos6 Basílio da Gama caaricharia em exaltar no seu estiloJ I

c10 1cti:itlo-c.mhorn qu ere nd o hs vezcs faze r-se de instin tivopiiro-:is !iivoic*s, os l)iclios, as pln nt;is, as frutas mais pic ante-ni(s~it(*~r:tsiI(hir;ix.?l(l (: S;iiit;l 1iit:i lItir5o.

I>c~ii-sc.- i i i V A I ios Ii:i(~li:ii4is cl'rigos (.ssa mcia recon ciliação:om o riic,io ii;i ii\lo. ; i i i i i l : l ( i i i( . "l'caio <: c~sciiro" tornad o não s6

L~ b j e t od c pl;iiios tli: rc~io iiiia polític:i c clc: rcconstruçZo social,como campo dc maior aproxirrinçao do Iiornc-m com a natureza.

Porque os brasileiros que-sc formaram na Europa, principalmentena França, n a segunda m etade do século XVIII, tinliam lido lá,e mais a cômodo do que entre nós os padres e maçons maiscuriosos das novidades políticas-padres e maçons q ue só muitona sombra podiam entregar-se a essas libertinagens intelectuais-os livros franceses em que se exaltava o idílio do homem com a

Inatureza: idílio sôbre o qual vinham se levantando novas teoriasde Liberdade, de Estado, de Direi tos do Homem, de ContratoSocial. Talvez já sob a influência dêsse naturismo revolucionárioé qu e Alvarenga Peixoto vira nos homens "pardos, pretos, tintose tostados", nos negros, indios e mestiços de "fortes braços feitosa o trabalho", os verdadeiros co nstrutores do Brasil: os q ue vinha mmudando as correntes aos rios e rasgando as serras "sempre arma-

,!,i*; ( l i . jtr.viiílrr rrlrrr r r i i r r i ,! lrrro i , r t ~ l / i c i " . I<rii iioss:i Jitc:r:iturn co -I o i i i . 1 1 , (-.;&.:i \ , ( I / . t l í - 1 ~ ; i ~ ~ 1 1 : 1 1 ~ 1 ~ 11 t:ilvc;r. a prim eira q ue exalta oi i,:i l I: I l l i o (lo cbsci:ivn, :I :iváo cri:lilora, brasileiramente criadora,( 11 I I)rol(it;irindo egro, ínclio c principalmente mestiço na formação11:11~iotia1., A Iiiconfidência Mineira foi um a revolução de bacharéis, comoi.cbvoluções de bacharéis-pelo menos d e clérigos qu e eram an tesIi:icli:iri.is de batina do que mesmo padres, alguns educados em

()lind a, no seminário liberal de Azeredo C outinho, "em tod osOS principais ramos da literatura própria não s6 de um eclesiás-tico mas também de um cidadão que se propõe a servir ao es-tado"-foram as duas revoluções pernam bucanas , prepa rada s porliomens ainda do século XVIII: a de 1817 e a de 1824. Essesintelectuais, ansiosos de um Brasil independente e republicano,repita-se que a m elhor aliança q ue encontraram foi a d e pode-rosos senhores de escravos e de terras. Aristocratas já com váriasgerações na América, algiins com sangu e de índio e até de negro:de Silva Alvarcnga sc sabe que era mulato como mulato ouqiiadrarao oii pclo mcnos "morcno" parece ter sido o próprioTiraclcntc:~,clc rlocm o I.';idrc Mnrtinho Freitas diz nas suas Me-

mórins (citadasc10

Sr. Aircs dn Mata Machado Filhoh

página17 do scu TirocEntes, Herói fluinano, publicado em Belo Hori-zonte em 1048) que quisera desposar certa moça de São Joãodel-Rei, "opondo-se o p ai da m esma por ser o pretendente colonoe de côr morena".

Eram, assim, vários dos revolucionários, gente a quem convinhaprecisame nte a Repú blica ou um Brasil independente-pelo menosindependen te d e Portugal. A República, aliás, segundo alguns dosnossos historiadores políticos, já fôra tentada em 1710 por se-nhores de engenho d e Pemambuco, diz-se qu e inspirada no mo-dê10 da d e Veneza. O qu e parece, entretanto, é qu e aqueles revo-lucionhrios, quase todos fidalgos, embora rústicos, faltara justa-mente a direção intelectual de alguma grande figura de bacharel

ou de clérigo mais esclarecido. O qu e não faltaria, antes sobraria,a conspiração mineira e às duas insurreições de Pernambuco, dosprincípios do século XIX.

Mas em qualquer uma dessas, sc porvcntura tivesse triunfadoo ideal revolucionário, teria talvez se verificado, dentr o da vi-

tória, o choque entre os partidários da iidepcn dEncia qu e visavaminterêsses de rodutores de açúcar ou dc mineradores e os par-tidários da ina pendência por motivos mcnos cconôrnicos e mais

nica ou maisdeológicos, ou, pelo menos, de natureza mais psicoló,'sociolbgica do qu e econômica. En tre êstes estariam os bacharkis:grande número dêles. Principalmente os bacliar6is mulatos OU

"morenos". E estariam também os que, sem serem bacharéis nem

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 5/30

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 6/30

1 1 1 , , , , ,I . i , I 8 I I II I 1 1 . IIIIII II I . ~ . ~ ) ; I ~ ~ I IIIII~ *oiii O

I ( s 11,, ,I I ! III II-; 1-111,ios11, "ci[qfies c1c

I . ' * . r 111. I~IIII.I~I:IIIIO. st? d:ircin "ao ne-I

1 1 I I~ I, Ii;';i.ii.o (Ias coricliçócs de raça,.. . . . 11.1 1 I ic.11I:i<=,"10 IinpLrio. 0 s estadistas

1 1 ,I 1 1 1 1 , IIIIIII:I~:.~',zc.s. 11011ic~i;s de feitio opostoI I ,. I I II ,; : "I,,: iiir~iios >r~~l>:inidos".sto scm. .

l ~ ~ . l ~ l ~ ,,,, a 1 . 1 1 1 'I :I ( : 1 1 1 1 ~ ~ ~ i l i ~ * . "I '

. , I , I I ~~ I I I. I, 1111,I t - . ,, II.II,II:III,~*.I~II~I:II~IISI; ~ <11rolx110 fim do

~.I.I~IIIII. I I1 1 1 1 4 . I ~ . I I I I ~ I , I I U .

.IIIIIII/ \ V I 1 i t l : i (

::IIII:I~.:I,:I

tclorin euro-III',~;I ;I I~I I . I I I~I , I I I~.~,II * ~ I I I ; I I I I ~ I ~ ~ I O ~1 0 0 ; IIO-;:;IIS III:I~I-S sociais por~IIX,I-I-,~,I,~,I!.I..I~I.IIII<.,IIIIIIII,. (-\;II~,I.I.;II,:IIII II:I ~ Io i i l r i i i ; ~ .7 foram

E m 1845, jQ em pleno domínio o segundo Imperador e cmpleno funcionamento as Faculdades de Direito do Recife e deSão Paulo, A frente da administracão das províncias e nas maioresresponsabilidades políticas e de govêrno começaram a s6 apa-recer homens formados. Os edifícios onde foram se instalandoas sedes de govêmo e as repartições públicas mais importantes

-uns novos, em estilo francês ou italiano, outros, antigos casarõesde convento ou de patriarca rico adaptados à burocracia do Im-pério-principiaram a avultar na paisagem brasileira. Ao mesmotempo, já indicamos em capítulo anterior ue começaram a irdiminuindo de tamanho as casas-grandes dOs particulares: doscapitães, dos brigadeiros, dos senhores de escravos.

A gente do povo não passou despercebidii a transferência d epodcr de uns cdifícios para outros. Mas dc tal modo se habituaraao prestígio das casas-grandes patriarc~iisqiic, cin algumas pro-víncias, os palbcios dos presidentes ficnr;iin conhecidos pelas"casas-grandes do govêrno"; e em quase t6d;is paiccc: qiie o povocustou a admitir nos bacharéis, nos doiit6rcs c :it6 iios barões

e nos bispos, a mesma importância que nos "capit,rics-inores" ounos "sargentos-mores". Ainda hoje sobrevive a mística popular noBrasil em torno dos títulos militares: para a imaginaçiio da gentedo povo o M essias a salvar o Brasil scrá antes um Scnhor C apitãoou um Senhor General que um Senhor Bacharel ou um SenhorDoutor.

Entr etanto , o prestígio do título de "bacharel" e d e "doutor"veio crescendo nos meios urbanos e mesmo nos rústicos.desdeos começos do Império. Nos jornais, notícias e avisos sôbre "Ba-charéis formados", "Doutôres" e até "Senhores Estudantes", prin-cipiaram desde os primeiros anos do século XIX a anunciar onovo poder aristocrático que se levantava, envolvido nas suas

i i . l - . : ~ i.I., I II II:I.,; XII:IS I)IY':IY I!(- Cc1:i preta, quis iu s uc ic ha r&i~-11 11 I 1 8 . 1 I 1, . I 1I li( .; I 1 )I iic\i.<~s-tosc~1n1~~1rgaciores,ornavam-se becas

I I, .IIIII,I li(. ,III.(I;I(~:Ls"1% inl)ortadas do Oriente. Vestes quase d et t l . ~ ~ I ~ i . ~ ~ ~ i l . ; .I'i.:ijos clii;isc dc casta. E êsses trajos capaz es de aris-1 4 9, I .I I ./:) .< , I~ II~IIICIISc cOr, mulatos, "morenos".

I': \.t~i. iI: itI~ritc, AS vezes, eram avisos indiscretos os que.I I I .l,i:iiii iios jornais sobre bacharéis. Alfaiates que revelavam,q I, H li.. I ,: ;iiios dc pachorrenta espera, que o Senhor BacharelI,',1 III:II~O :iil;iiio, o Scnho r Doutor Sicrano ou o S enhor Estu -

a l . ~ ~ ~ ~ ~ .:c,lti.:ii-io continuava a lhe dever uma sobrecasaca ou umi I I I I I ~ i i o o r medida no mês tal ou no ano qual. Mas os alfaiates1111;liii~ ~ i i i l ~ r cnimigos das aristocracias. Em ar uivos particula-I * . I 1- vc~l1i:iscasas-grandes d e engenho, qu e pu(I mos examinar,I S iIii.:iiiios o incsnio quanto a filhos de barões e de viscondes:

II.I~,IIII:~~II>III111:1s,~S viírins cartas dc alfaiates já de paciênciaI'.I~.I:I ~I,II~I :III.:ISII rio p:i!::ii iic-r i~o <Ias contas. Filhos e netos deIIIII1 I 1% I-II!!I.II~III I I I - i11 s<~ri i l ) i .c~>;~~l~ i i r&is-qucicavam a dever

,~II,;,.,~Y,, I , ~ I ' ~ I I~~ .1 1 5 I.:IIII:I~!I~IIS, (- :i l~ :i s listri~s,a tb que a contai.1 11.u.1 1 ~ 1 i~ - . I O I I I ~ < -11 1 o ;i\.:) I):ir,'io oii siinpicsmente major,I 1 0 . .I,. l l l, l l l l l. l\~~ll ; l !~ ; l l . i l ~ l l l~ l ~ l ~ l ~ ~ ~ s ~ ~ o l l ~ l o l l t - ~ ~ .

\ . I L ~ . I I . . . I ~ ,.iii.i.ii 1 1 1 1 I,:II~~I;II~I-~III~)I.I~~IIC, abandonado aos pr6-I I I I ~ ~ ,, ~ ~ . I I I ~ . ~ ~ . ,1 . 1 1 1 I i i i i l i : i I~ I I . I I I : I~oiiao crois~.r. uços e fatos,.i \ .I I 11 I,., I 11, 1.111 .li,, :,iii~~ii:ii.-si.i iidiscrições de alfaites pelos.I 11 1 , 11 1 11 t II I,, ~III.II:I $: I 111: ~ ~ " ~ l i s p u n l i ae protetores políticosI1.11I I,~II-!!:II.:i :;tii~:~r;i iic3msubir IL diplomacia; que estudara ou..I. IIII II:II.:I, As v,n:s, graças ao esforço heróico da m ãe quita n-lI t, ii: i i 1 1 1 tlo pai iiiiiilciro; a ascensão do bacharel assim, se fêz,I I I I I ~ I : I ~ , Czc>s, pclo casamento com moça rica ou d e famíliaI I 11 Il.l.i,'(;I.

I )i / ,;I- t l ( : algiins moqos inteligentes, mas pobres ou simples-IIII.II~I- rr~iiic~rlinclos,ue não foi de outro jeito qu e chegaram a

#I I ,~ i~ : i t los Chr[-c.s c n ministro d o Impkrio. Uns, de nome bonito,I 11 t . ~ ~ ~ ~ ~ , r ~ ~ ,i (~IICIII sO f : ~ l ~ a v : l calor da riqueza oii do poder1 t . 1 1 . 1 *;I' ~ - ~ i o l ) r ~ * ( ~ ~ ~ r c ~ i n11 ~(:1111i:irc~inlxcstígin. Oiitros, de nome1 III,~,.II., I I I ( ~ ,i~ :: i ii t lo-si~ i r - l o ~ : i : : : i i~ i (~ i i lo'orii inilqns c l ~ om e ilus-1 1 4 . . [I,, IIIIIOX 1 0 c-;I:;:II :II~II~:II~:IIII IIIIIIII~1;i f : i i~ i í I i : ~!:I 11i5e.

III*.I',I : I N:I I~\~~II : I I I I~;I!I~;III~I:I, )11r III~I~II: I I~o.'oi iio IJrasil o1 1 1 u t 1 1 , ) i i i~ . i i l i i i i i~ ;~ . i i :, I I I I * ; I~ : i i~ l i : i i~ '~ i~ :IIIII:IIIV: rliirS h vi11')iia po rIII, III.II.III*, I I I I~~I~I~I: I I I I.I.I~IIII~.I ~I I~ . I I~ I I I I~~:~. . I I~ .:cii s i t~ i iprcim

< I . 1 1 1 1 1 1 ~ 1 \ I 8 1 1 . i i.i,ilI . 1 1 1 ' ;~~III~II. 'II1 1 ".II,I-';:II. I!:IS (111:1-

1 1 ~ 1#Io 1, 1 . # I I * . 111,. 1 , I 1 1 1 1 I:I 11 .11 1111 -. : I I~!*, I I I .11- I'illin tliim

I ? , . Iasi, I , 1 li 1 1 1 1 1 1 1 t 1 . . 3 d 11,. IIIII.I.I~II -.."oi I-III:IO (. sliitl:i r

I i b ~ ~ . i l ,111. I I ~~ ..li, ,. 11I Ii ~i II, .IIIIIII. li\,i.{'". 1' : I ~ I I : I I I ( ~ ~

11-

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 7/30

I)Iic-oii-sc- i scsiitc~iiy;iI( , inort c con tra Clc, clcvido lis sii:is ativi-cladc~sdc revolucionlírio em Pcrnambuco, comentou de Caracasa scntcnça do juiz branco, Mayer, na qual êle, Saldanha, era

chamado de mulato: "[. . êsse tal mulato Saldanha era o mes-mo que adquiri ra prèmios quando êle Mayer tinha aprovação porempenho e quando o tal mulato recusava o lugar de auditorde guerra em Pernambuco êle o alcançava por baj~lação".~

Se no tempo d e Koster, proprietários rurais dos lugares maisafastados ou segregados, encomendavam aos correspondentes, cai-xeiros que fossem brancos e soubesscrn ler e contarI0-evitando,

ainda , bacharéis brilhantes mas mulatos, como Saldanha-com oImpério a exigência aumentou por um lado-o sociológico-e di-minuiu por outro-o biológico. Já não serviam simples caixeiros

brancos-aliás úteis à economia patriarcal e à pureza de raça dasfamílias de engenho. Os desejados agora-mesmo com risco daeconomia patriarcal, de qu e alguns genros se tornariam purosparasitas, e da pureza d e raça das famílias matutas, qu e outros

genros maculariam-eram bacharéis e doutòres, nem sempre fa-zendo-se questão fechada do sangue rigorosamente limpo. Sa-

liente-se, entretanto que a ascensão social do bacharel, quandomulato evidente, só raramente ocorreu de modo menos dramático.

Em mais de um caso de bacharel casado em família rica ou

podcrosa-sobretudo família poderosa, de engenho ou de fazenda-<']c 6 que se tornou o nervo político da família. No caso de JoãoAlfr(*(loCorreia dc Oliveira cm relação com o sogro, o Barão deC;oi;iii;i, scbril(.-sci ssii nscontlbiici~ipolíticii do gcliiro bacha rel sobreo ~):tlr i:irc:i (~1111or (~11goi~111o.o (111c iiclo f;ix supor, no inte-ri'ssc. ( I ; I c;ii.rc,ii.:i pol ít ic :~ lo gc9iii.o 1):1(~1i:ir(~1: qiic: a prúpria sede(1;i l ' ;iiiiili:i ti:iiisf(~riii-SI.l v (~;is:i-gr:iiitl(~ <:oi;iri:t p:ira sobrado,taml)í:iii gr;iiitl(~,10 lic~cifcb,oiitli- o sogro, I)(-lo, alto, olhos azuis,mas um tanto arii;itnt:itlo, sci Loriiiiria f'ig iir;~ i~ci ii i<l á~iao lado

do bacharel de crois6 bcm-feito (! moilos url);iiios, qiic guardavano rosto de mestiço traços de linda e agreste nni<.ríndin que, nameninice, ganhara o apelido de Maria Salta Iliiiclio. Apenas oneto de índia agreste tornou-se ministro do In1pí.rio aos vintee tantos anos.

Tempos depois, já tendo experimentado descngnnos políticos,João Alfredo lamentaria ter deixado a sombra da casa-grande deengenho pelo sobrado de azulejo que ainda hoje brilha ao sol doRecife onde agasalha uma tristonha repartiçáo militar. Mas eratarde. Convém, entretanto, não nos esquecermos que houve ba-charéis formados na Europa que, de volta ao Brasil, preferirama casa-grande de engenho d o pai ou d o sogro à vida na Côrte

ou nas grandes cidades do litoral. O caso do Dr. Antônio de

' i , . ~1 ' . I I \ . I 1 , 1 1 1 , . I . I I I I Ol ~ l i i i 1 1 1 s ~:i i i t~i i~oiiori-c111 < * i i I i i , i ~11 s

a 1 6 % 4 l ~ l l i ~11 1 l'i l l l . l l l l l l l l l ~ l l .

\ a + I I ~ . . I I 1 1 1 1 1 i i ~I . : Ilo*: I~:i~~li:ii.~'~isI(~iil ro ;is famílias, n5o ioia 1. ! : ~ . I I I I I * . :i l i 111iiii~il):iliiic~iitc.lc filhos, como indicamos em

q # i 1 1 1 1 1 . I I I ~ I . I i 11 . . ( I ~ ~ ~ I : I ~ ~ ; I I I ~ o squi a ascensão dos genros éo 1" . 1 1 ' l I - . I . : I ( . ( I I I I I O I I voin maior nitidez o fenômeno da transfe-I o t 1, 1 I I 1 , . 11 11.i..oii <I(:partc considerável do poder, da nobrezaI 11 1 1 1 1 1 . 1 1 . I :I :il.isfo(-r:ici:i ou a burguesia intelectual. Das casas-

$ , I I I I I l t . . I I I I . ; ~*iig(~iihosara os sobrados das cidades.1 1 1. 1 1 , i t : i t 10 I'rol'cssor Gilberto Amado, noutra de suas páginas

11 1 1 i 1 I . - , # , 1 1 1 I ' \ , i-(,S(-re-se influência que alcançou na segunda me-I # ! l , I I I I ~c;c~iilo IS , a "fulgurante plebe intelectual, dos doutores1" 1 1 1 I , , . , i~ii.ii;ilist:is, radores quc de todos os pontos do País sur-, I 1 1 1 1 . 1 1 i i i :i I)ciia, com a palavra e com a ação, em nome do

1 1 1 . . I I I I ~ ~ I1 11 lil)c:r:il, para dominar a opinião". E acrescenta queO 1 a'. 1 1 1 1 1 ~MO i,c:lipse das grandes famílias arruinadas em conse-

f 1 1' 1 .1 1 1 . 1 I - X I iiiy,'lo do tráfico e d e outras causas acumuladas,I I i I. I 11 1 l . 1 1 1 :tos I N ) I I C O S nos prélios partidários, os filhos dos se-

1 1 1 1 ~ 1 (. . 1 1 1. I . I I ~ : O I I ~ ~ O ,S viscondes, marqueses e barões, aparecendot l q O , 1 1 1 i I (!:i ;irc.na à primeira luz da ribalta política".ll

1 . 1 , I ( l i l i a . ~ s tssiliala fenômeno um tanto diverso do que procura-I I I i.I.. Iivcrso e mais recente: o da geração saída das EscolasI I 1 1 1 1 I 1':izc:r a Abolição e a República. Mas essa geração deI l . 1 1 li.ii,i'.is foi um prolongamento da ou tra: acen tuou a substi tuiçáon l 4 1 ~.1~111iorural da casa-grande, não já pelo filho doutor, nemI 1, .~.ii~i~)(.>loenro de origem humilde, mas pelo bacharel estranho1 1 1 1 1 . #.I&'oi impondo de modo mais violento: através de choquesI . ; I i.i~cis om o velho patrici ado rural e com a própria burguesia.~li~l.ili,~:~d:ios sobrados. Entretanto, a geração que fêz a Repú-I ~ l i i , : ~13vu scus meios-têrmos burgueses ent re a velha o rdem eco-I I I < ~ I I I ~ ( . : I C ;I nova. Mesmo alguns dos bacharéis mais evidente-I I I I ~ I I I I ~iiiiliitos e de origem mais rasgadamente plebéia, como Nilo

I 't ,# :I I I I i : i , representaram a acomodação entre os dois regimes.' , l i I I ~ l o se extremaram em radicalismos, embora alguns viessemI I ~! .~I*I I I : I I .(l6ias anticlericais e outros, certo republicanismo jaco-

I V I 11 1 , I I I : I ~ SIC riia do que d e prática domkstica. h4ais d e palavras,1 1 0 1 I li~.r.iirsos,do que de atos ou trajos cotidianos." I 11 1 1'1~~::iiiIi:iicaria a dever a alfaiate do Recife do seu tempo

1 I * 4 .I 11 1 : I I I I I ~ . Fr;iqiie ou sobrecasaca fina como qualquer moçoI 1 I l i 8 1 1 1 ,I 1~ I'rov50 se tornaria célebre pelos seus discursos

1 e 1 1 1 1 I I I I I . I I ~ I . I i~~~ii l~l iennosas também pela sua elegância de1 1 ,I , 1 . 1 1 ~ : l i c . i ; i : ~ r: i e fraque e de monóculo que discursavaI I , , 1 1 11 I ; I 1 . 1 , ; 110 Tmpério. Joaquim Nabuco chegaria quase,., , I l l , l f i i ,; t l ~ , r haver extremado no anticlericalismo e

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 8/30

:iios c , - coiii iiIgiiiis clc-slizcs-i10 trajo , o mais fid:ilgo dos rcci-ftsiii;c.s clc sobrado, o mais elegante dos pernambucanos dc cnsa--grande.

Tá S vlvio R om e ro e screv e ra a u e d e ~ o i s o s ~ r im e i ro s r in t aJ J I

anos do Império, durante os u a h o Brasil-já pa'ís de mestiços-fora -ovcrnado por um resto ! dite de brancos-"resto de genteválida diz êle , identificando como qualquer lapougiano a supe-

rioridade moral e o senso de administraçáo e de govêrno com araça branca-as condições se foram modificand o com "as centenasd e bacharéis e doutôres de raça cmzada",12 atirados no País pelasacademias: a d o Recife, a de São Paulo, a da Rahia, a do Riod e Janeiro. M ais tarde, pela Escola M ilitar, pela Politécnica.

O sagaz sergipano parece ter compreendido, tanto quanto oProfessor Gilberto Amado, o fenômeno qu e nestas piíginas pro-curamos associar ao declínio do patriarcado rural no Brasil: atransferência de poder, ou d e soma considerável d e poder, daaristocracia rural, quase sempre branca, não só para o burguêsintelectual-o bacharel ou douto r As vêzes mulato-como para omilitar-o bacha rel da Escola Militar e da Politécnica. em vários

casos, negróide. Mas aqui já se toca noutro aspecto do problemaqu e foge um pouco aos limites dêste estudo: a farda do Exército,os galões de oficial, a cultura técnica do soldado, a carreira mi-litar-sobretudo a híbrida de militar-bacharel-foi outro meio deacesso social do mulato brasileiro. E é possível que se possaampliar a sugestão: a atividade política, no sentido revolucionário,das mi1íci:is oii do Es crc ito l3rasilciro-Exército ou milícias sem-prc iiin 1:iiiIo iiicliiic,tos c trt.pidantcs dcsclc os dias de Silva Pe-droso, iii:is, 1,riiit-i~~:ilinrri1(.,l(~stl(, Ciicrrn do Paraguai-talvezvcnhn scbiitlo, (%i111 ) : u 1 ~ ,i ii r: i (v íp r( ~ss~ o1 ~l~~sco i i ten tamentouins;itisfiiyiio (10 niiil:iio ii1;iis iii~(~ligc~iitcstbnsiiivo, ainda mal--ajustaclo 30 meio.

A Marinha auc. até rcccntcmcntc. atr:ivCs do tlissimulacões. de, > #

pretextos de ordem técnica os mais sutis, conscrvoii fcchados demod o quase absoluto, ao mulato e mesmo a o cal>oclo mais escuro,os postos de direção, sua aristocracia de oficiais formiindo talveza nossa mais perfeita seleção de quase-arianos, tcm sido, comose sabe, o oposto do Exército. Dominada ainda mais do que aIgreja-entre nós também trabalhada, embora não tanto como noMéxico, pela insatisfação do padre pobre e do padre mestiçocontra o pad re rico ou o pad re fidalgo-pelo espírito de confor-midade social, ou pela mística de respeito à autoridade, sua únicarevolução foi, na verdade, uma contra-revolução. O herói do mo-vimento, um dos brasileiros mais brancos e mais fidalgos do seu

tempo: Saldanha da Gama. Enquanto do lado oposto, um oficialdo Exército, tipo do caboclo sonso e desconfiado, célebre por

. I I . s 9 G I , i I l ~ a ' , , . I I : I > , Im11:is i~ ~ i l i I ; i r (~ s ,oi qtic:ln cnc:lrnou :I

.. I. I 8 1 ~ ~* . i ~ ~ ~ . ~ : ~ I ) ~ ~ l ~ ~ c ~ i i l ; iior 11iicliarí.i~ doutôres unidosb 1 1 B I I 1, I I I ~ I i-iiilo sjtlo poucos, nesse g rup o revolu-1 1 1 1 ~ ~K I l l . 1 i . 1 0 {O tlv sangue como de vocacno: os ca-

i l . iii:ljorcs-cloutdres, os coronéis-doutores. OS

I I I I 4 1 , . 1 I ~ i i i ~ w ( - ( ~ ~ ( l c ratração do mestiçoela farda cheia. I , , l i , l l l . l l l l l , . 1 1 1 - I I~- iv ia lo Exdrcito. Farda agraa ve l a sua vai-

e I I , 1 , 1, I ~ : I I ; I ~ : I I . - S ~ ~io branco pelas insígnias de autoridade e4 1 , l l l . l ~1 1 8 1 I - * ; I ( , iiii:smo tempo, instrumento de poder e elementoI I , I , o 1 4 . ~ I : I ~ ;sii:is iiiiios inquietas. São insígnias q ue d esde os pri-t I l 8 I ~ , ~ , .I I I I I ~ ; tlo s4ciilo XI X passam pelos anúncios de jornal comI I I I 11 1.. I 11 I I - i i 1 il:iyócs sedutoras para os olhos dos indivíduos so-1 I ~ I I I D ~ - I I . : I I I I ~ - ~ I I ( ~iic%iiinos u mulheres a u e se tornam às vêzes os

1

I n l * . I I U , I I , ; I I : I I ' : I s I . t l c : ascensão para os postos de autoridade oui i 1 t 1 . 1 11 11 b 1. 1 I I I < I ~ I . \ J ; I ( ~ O Sor brancos ou quase-brancos como privi-I, ! : I , 1 t I , , I . : I , , I : I siil)(brior identificada com raça pura.

( ) i , , I ~ I I I . 1 1 1 - \':~l:i(liires, em Minas, organizara ainda na era co-

I ,V I I I

1 1 I ~ ~ i ~ i i i i ~ ~ i i i o ' :11 : homens de cor com oficiais mulatos e pretos.13I 1 1 1 1 1 i n . . , l 11 1 . s . 1 i!:io Ixira a melhor aristocracia da terra. Aliás, nosI * 1 1 1 1 0 1 , . 4 . 1 11 1 I I ~ : I#;, licgnra a haver sargento-mor e até capitão-mor1 1 1 1 1 1 . 1 1 ~ : I I I I I ; I I O css<*iiro,té, como o que Koster conheoeii em Per--I 1 . 1 I I I 11 11.1 . R1:is CSSCS poucos mulatos que chegaram a exercer, nosI ~ . I I I ~ I I I . ;-oloiii:iis, postos d e senhores, qu and o aristocratizado s emI ,. I 11 , l i " ; . r~ io r (~ s ,ornavam-se oficialmente brancos, tendo atingido. I I N ~ ~ , i i ; , i oI(: mando po r alguma qualidade ou circunstância excep-1 . 1 1 11 :I 1. '~':IIvc z to de heroísmo, ação brava contra rebeldes. Tal-!.,- ! : i . : i i i t l ( : fort~ina erdada de algum padrinho vigário. Quando1 , iiil:lCs ~)(.rg iintou, m Pernambu co, se o ta l capitão-mor er aI I I I I 1 . 1 1 1 I o ~ I I ( ~ ,~li;ís, altava aos olhos-em vez de lhe respon-1 1 t . 1 , . i 1 1 ( 1 i i i S siiiii, ~c ~rg ~ii~ t;ir: iin- lhcse era possível um capitão-mor,. o I 11111I:110"."'

( 1 i 11110 ( 1 1 ) i ~ ; i ~ ~ i l i i c i ~ i i i c i iiri:iiiii:iv:i os l?rhl,rins miilatos es-, I I , , ~ , I , I I I I I , I . I I I ; Í ! !~ I , I )1 1 1 t - I I ; I I I ~ ~ I I - ! ; ; I ~ : I I I II I I L I . 150 gv:in(1<. s cartas1 I , I I ~ . ~ ~ i ~ II ; I I I ~ . ~ I I I I I I : I I ~ : I . ;. I I I, : I I ~ : I Y 1 1 % ~ ~ . : ~ ~ i ( l i i i t i : i c I t ~ ;icbmmesmo

I , o t l o . ~ ~ , l i , ti..1,11111lt.. 1 1 1 , I I : I I . I I I 11111.; I I : I A I : I ~ I - * ~ ~ : I ( I I >rinperadora . , I , l o 1 1 1 1 . . , ~ I I I , . c , . I I I I . ~ . . I ~ . I ~ ~ I I I ~ . ~ ~ ~11 , I I . I . I . ~ . I ~ I ~ : I * .1 1, iii;ic*iocnbclo

II , , ' l l l ~ o , I I V , , ~ , , I . I I ~ : I , , I I I i ; :1311s III~:IIIIls

I i I i l ~ I 8 , t *. I I I I I , ~ I . , . ~ , I I I , ; ; O I I - S CI I , . . . - . . . . . . . . . . . . J 1 0 # \ V I . I I # l l l l l l l l l . 1 1.; I 1 i~~t~ii1~tl:illios-I ' , . ,. , l i i l q l . 1 1 , I I a 1 1 1 I l i , , , I I O ~ S 6 . ~ . ~ i t .1i:is tlc

I, , , . 8 I i , f i i l c 1 1 . t i i 1 1 1 ~ I I I , .. c ~ ~ ~ I I I ~ I I I : I I C ~ I I I10 g d ~ oI I . .

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 9/30

Ud 5

Cu 

3 C 

C2C

$Cy&E E 

OSk 

.I+g

.k 

2 E 0 

'* ãja 

0% E% 

.- J9 

? 5.- -

- .

 

--- 

.--- 

-

-

 -

-

--

-- 

== 

--

_

- - .--

-

-

 

--

.

 

I

r

:

 

Vi

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 10/30

,I 11 I 1 I , 8, i \ , . . I . , , , ,,

bl.141 . I I I I I I I ~ . I I ' I ~ ; , : I I ~ O I . I , 1 1 1 1 1 ~ I I I ; * ~ I! : I :~:::;o(*i:ii.i I 1vis11~x:i]( * ( O I I -

( , , . I I I I - . 1 ) I . I : ; (I ( , I I I I : , ( , I I ~ , I I ( * ~ : ~ I * 5 1 1 ~ 1 I . ~ ~ I ~ I I I :i1110 (I(: (bscr;iv:i > C:I-

Iii::~. I 1 ' o i i1111 sr.11 col(.g:i c lc Coiiii1)r;i c, mais do que isso, pcsso:~( I ( * sii;i iii:iior ii1iimid:ide-Rodngues Corde iro-que escreve ndo emJ.S72, deu seu depoim ento: a consciência d e fi lho de mulher decor arnigada com português era o que em Gonçalves Dias "nasnoites d e insônia lhe cobria o coração d e nuvens", rebentando empoemas como O Tempo.18

Niío importa que noutros poemas, cm torno de assuntos maispuramente africanos como Escmua, Gonçnlvcs Dias sc conservassea dis tânci :~do negro, scm f;izcr clc sii:i fala aportiigiicsada debacharel de Coirnbr:~, n voz c1;ir;i (i Tr:iiic.:i tl:i r a p (It~gra dad apcln escravidiío cln qual n:isccni tzo tr?igic;iinriit<!pclito. lloçandopelos seus horrores.

Mesmo porque sua consciência não era, nem podia ser, entrenós (País on de o negro Yuase nunc a foi "quem escapa d e branco",com o no dit ad o antigo- 'quem esca pa d e branco, n egro &-depoissubs tituído pelo mais brasileiro-"quem escapa de negro, brancoé")lD a consciência de negro ou a consciência de africano que,noutros países, absorve a consciência d o mulato, mesmo claro. Oressentimento nêle foi, carateristicamente, o do mulato ou "mo-reno", sensível ao lado socialmente inferior de sua origem, emboragozasse, pela sua qualida de de bacharel, vantagens d e branco.O rom antisn~ o iterário no Brasil-vozes de homens gem endo e

se lamuriando até parecerem à s vêzes vozes de mulher-nem sem-p r e f o i o mesmo qu e outros romantismos: aqiiela "rcvolta d o Indi-vídiio" contra o Todo-sociccladc, í.poca, cspí.cic-tlc qu e fala ocrítico fr:iiic$s. Ein :ilgiins c:isos, ~xir<~ccit ~itlo iiic.nos expressãodc iiidivítliios ic~volt:itlos IIIC: ' 1 ~ ioir iv ii s t l ~iic>i:i-i.:i<:a en tin do ,coiiio OS ( 1 ~ ' ~ l ( ~ i o - s ( ~ s o ,I (1isf;liic-i:is o( ~i: il . f ;iI v( ~x ) ~ í ( ~ ~ i i ~ a ,ntre61~s a r: iya ~ l ~ ~ I ' i i i i t l : i i i i c ~ ~ ~ ~ ~ ~) i . : i i i ( ~ : i o11 I M I ~ : I ; o11 o a x o d d e n i -clamentc m:isciiliiio c (Ioinin:itlor.

E o qu e se observ a tnmbLm-n rt:volt;i (? o ioiiic~rii It r meia-raça

consciente, como o de meio-sexo, da distnnciii soc:i;il cntre êle ea norma lidade social do seu meio-no artista csti :ior<linário qu efoi o Aleijadinho. O escultor mu lato da s igre'ns d c hliii:is. Nessemulato doente-distanciado socialmen te dos d minatlorcs brancosnão só pela cor e pela origem como pela doenqa qu e foi lhecomendo o corpo e lhe secando os dedos até só dcixar vivo umresto ou retalho d e homem e de sexo-o ressentime nto tomou aexpressão de revolta social , d e vingança de sub-raça oprimida, d esexo insatisfeito, do donjuanismo inacabado. D e modo q ue naescultura d o Aleijadinho, as figuras de "brancos", de "senhores",de "capitães romanos", aparecem deformados meno s por devoçãoa Nosso Senhor Jesus Cristo e ódio religioso aos seus inimigos,

. , , # . I . , * , , a 1 1 1 0 I I 3 , 1 1 , 1 l , l l , ~ , l 1 1 1 , *, I I l , l l l l ~ l l , l 1 - l l ! , !?,,I. llll~llll~:)O 1

, . , , a 1 t 1 1 1 t t 1 1 1 . 1 i . 1 1 1 1 1 I ; I 4 1 , ; ( I I ) I I I ~ I I : I ( ~ I I I ~ I ~ S I)I . :IIICYIS1;i c.ol<)i~i:~,I

18 1 1 1 . I , , I I ; I ~ I I I I , I I : I I I ~ I > S , *; i r i r : iLi i ro~~11 clc . l \ (~ r ino~~om

1 1 I I 1 1 . I ,- l i ) I I I ( - X I I I O I ( s ~ i ~ ~ ) oística-pois foi um a cspdcica a V 1 1 1 1 I : I I I I : ' ~ ) tt1ii iigiira tcrrivelmcnte feia, exagerando

I I I I ~ ~ I. , ii:iiiz: o maior ponto de contraste somático ouI I t a c , 1 1 1 I 8 . I I ,I iiiiiclos c op rcssorcs, no Brasil d o tem po do Alei-

, .. 1 8 1 ~ , . \ i\;i'I:is :ir f ig iin s de capitães e mesm o de sold ados

1 , l l l 11 4

+.1.11:ilirln fiilar nas d e judeus, q ue s e vêem nos "passos".i , 1 ) I 1 1 : ~ 1111i:isio Campo, se apresentam com narizes caricatures-

. I I 11 I l i : [ o11 o tamanho dos narizes semitas e caucásicos exa-1 . v I . I ~ ~ I Ito 1)011to o ridículo.

r * , , , I I I itlo I~rasileiro, itidame nte brasileiro, ou pelo m enos ex tra-, i , I # I ~ I I ~ I I>-Dcus nos erdoe-até extra-Católico, da obra do Alei-

I I I I I , 1150 passou $e todo desa percebido , emb ora sob o utro. I . . I 1 i . t . 1 0 , :,os críticos mais recentes do escultor mulato. Entrea , 1 1 1 i I::. o Sr. hlanuel Bandeira e Mário de Andrade. O aspectoI 4 , \ I 11 ic.ionhrio, salientou-o o Professor Afonso Arinos d e Me10I " I . , I I ( ~ O ,in artigo sôbre a viagem que fizemos juntos a Minas( :i.i.;ii.; . 3m 1934.-1 O mesmo aspecto procuramos fixar, ao nossoI ~ . ~ I I I ,

mediatamente depois daquela viagem, em trabalho apre-~ . l . ~ ~ ~ ; ~ t l o ,e colaboração com o pintor Cícero Dias, ao Congresso.\ I I I - i lr :~sileiro o Recife, tambkm em 1934, sôbre reminiscências: I I I ic.:iiias na arte popular do Brasil. Incluída a arte das promessas1 ' 1111sCX-votos, arte dos santeiros cujos santonofres e Nossasi;l~iilior:isd e cajá, às vêzes não têm qu e ver iansãs e orixás. O

1. : I ,i I, cm ponto grande, grandioso mesmo, do Aleijadinho, em1.11i:is iguras cristás há evidente d eforma ção em sentid o extra-

I ~ I I ~ O I ~ C I ~ ,xtra-greco-romano, embora não se possa dizer que em

- ; I < I I I clo cnrateristicamente africano. Marginalmente africano, ape-I I:I S. Carateristicam ente brasileiro, isto é, mestiço; ou cultural-I I I ( - I I ~ - ( : pliiral.

Ihsc sentid o e essa expressão artística extra-européia d os san-ii.ilos c dos pintores clc "promessas", sentido e expressão que,1)or mvio d o miilato , for;iiri t:iml>i.m g :inh;indo a músic:i br asile ira(.. 1"" intt~rrn6rlio l;lt. do iit3gi.o, a vi~liii;íri:i, iojc t5o pou co~ - i i i . c ~ ~ i r ' - i : iios soiis qiiiliil(~s i i : i is ~~ ; i i ~ : i I 1~ i~ i ~1 i c~ : i i i i c~ i i l ~~i:ic-ion:iis; Csseg . ~ . ~ ~ l i ~ i o' c ~ : i ~s l ) rc~s : ; : i~. I I ~ . ~ : I I . : I I I I :i s< - I':izor iiot:ir iins arte sI I I I ~ I I ~ * : ~ S ~ ~ ~ I I ~ ? I I I ~ ~ : ~ ~I I : I ~ < ~ l i i . i ; ~ i ~ I ; ~ * ; ,I I : I ~ ~l ' i~ - i : i i c ; , (Iig:ii~los ssim,1 1 , - 1 . 1 1 I I I I I I ~ O i: i I I I I * * : i l ~ ~ ~ ~ l ~ ~ , ~ ~ ~ ~ l ~ ~I ~ ~ ~ , l ~ ~ ~ ~ ~ lI li.:i(Ii(;50 ata-

1 1 , I I I , I , . I I ~ I I I . ~ ~ > I ' ~ ~ ; I ,: I , , - I , I I I , I I I I I ; I I I ; I , I : I ~ I I I : I , I ; I I I ( ~ ~ * ; : I . 1 1 - pi i l t i~ r :~ , e, . , . I i i l 1 1 1 1 . 1 , 111 . I I ~ I I . . . ~ . ~ ,11. . i i ~ ~ i i i l i ~ t t i i : i .

I,; \ < . , , I I , I , , 1 1 1 1, - 1 1 1 I I O I . , . , . I I I I I I ; ~ I , I I I I ~ # , I I I ; , I OI ~ L O r(bxi51i i i >i jii-1 1 1 1 , 1 1 , I I , I , v , , 1 1 , i ~ l 1 8 , . ~ ~ ~ ~ i ~ ~ ~ ~ ~ ~ L .1 1 I I . I ~ , c i ~ ~ ~ : ~ . l i i ~ ~ ~ - :~ \ 1 1 . : 1 ( > I I I . I ) ~ I : ~ : I : ; ( 1 1 1 ~

, I 1 1 1 1 . t I , , , 1 1 . 1 1 , 1 1 1 l i t i I . I I . I I I I I I I I I : I I : I 1 1 l i i i ~ . i i i o )i.:isil~-ii.o:i C , I ) I I V C ~ I ~ < ; ; O

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 11/30

352z 

.-

-,g

C,

F,

- --222 

-.-2 "E; 

--

-2x- 

% .--.=2 

---_

 

2 z

=

-

-= 

- --= 

,- xL - 

-_

-

---? z 

.

----

-- -

-

 

.=;._ \ --- 5---

--

-.

-

-;<=

.----

.------.--

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 12/30

:I í i l 1 1 . 1 1 . 1 1 1 1 I I 11 % A v \ i - , I I I ( ~ I I O Yo :ic:i1111:111iciito ocntio, excessivo;

O I I (-ii~.io1 I )oiiiício da Cama-o "mulato cor-de-rosa", conlo na

iiitiiiii<l:i(lcclinmava o Eça d e Queiroz ao discreto e polido diplo-

mata brasileiro.

Esses mulatos cor-de-rosa, alguns louros, olhos azuis, podendo

passar por brancos em lugares onde não soubessem direito sua

origem, não foram raros no Brasil do século XIX.A favor da trans-

ferência dêles do número dos escravos para o dos livres ou da

sua ascensão social, d e "pretos" para "brancos", houve sempre

poderosa corrente d e opinião, ou antes, d e sentimento. Isto desde

o século XVIII. Em 1773 já um alvará dcl-Rci de Portugal falava

de pessoas "táo fa ltas clc sentimciito de J1iinianid;iclc c de Reli-

gião" que guardavam, nas sii:is casas, cscrnvos m;iis brancos do

que elas, com os nomes dc prctos c dc negros. Wtilsh ficou im-

pressionado com os escravos louros e de ollios aziiis qiie viu no

Brasil nos princípios do século XIX-alguns dêles bastardos, filhos

de senhores estrangeiros qu e os vendiam por excelentes p r e ~ o s . ~ "

E Perdigão Malheiro, no seu ensaio sobre a escravidão no Brasil,

destaca a tendência, qu e foi se acentuando entre os senhores de

escravos mais liberais. Dara alforriarem de referência os mulatos,

mais claros,2"e eram também os escolhidos para o serviço do-méstico mais Tino e mais delicado. Os mais beneficiados pelo

contato civilizador e aristocratizante com os sinhôs e as siihás.

Daí, talvez, o número considerável de mulatos eugênicos-ou,

principalmente, eutênicos-e bonitos, de rosto e de corpo, valori-

zadíssimos pelos senhores, que se encontram nos testamentos e

invcntiírios (10 s6cuIo XIX. Oii qiic pnssai-ii pelos anúncios de

csci:ivos fiigitlos, lias g:izc\t:is coloiiinis c (10 t.cbnipo lo

Uiis (1,: ";ir :ilrgrtl", oiltros (:boili ~)liysioiioriii;i Ic (Iiicin soffre";

ou (?11lao, (:%ornoi (~rii ;iiiIi: i o:iii:i, tlo I I I I I :iiiiíiic~io lc 1835, no

Diúrio tl c I'r~rriciiribrr~:o,I ) ( . I I I :ilv;i, <~:il)(*llosoltos, jit asseme-

lhando-sc :i 11raiicti"-coin : i I~ r i ~ i i i : i c.ois:i tl(:s iiisi(~iioso no seuII - - -

passado q ue o anunciante nao oiis:ivn tlizc:r ( I ( ! ~,íil)lico: 6 emparticular i pessoa que a conservasse crn cas:i. VArios os mulatos

e as mulatas alvas e bonitas, de estatura alta, dc dciitcs perfeitos,

mãos e pés bem-feitos, mas "os braços compridos". Talvez com-

pridos demais em relação ao corpo, o que viria comprovar a idéia

de assimetria do mestiço, particularmente do mulato, siistentada

por alguns antropólogos, entre outros Davenport." Um dêsses

mulatos claros, quase brancos, encontramos, adolescente de de-

zoito anos, alvo, de estatura alta, os tais braços compridos, ca-

. belos corridos e pretos, mãos e pés bem-feitos e cavados, olhos

pardos e bonitos, sobrancelhas pretas e grossas, d e "dedos finos

e grandes, sendo os dois mínimos do pé bastante curtos e finos".

Vários altos, bem-feitos de . corpo, mas os pés, ao q ue parece exa-

,L , 1 l , l l l l l r l , ~ l .~ ~ ~ ~ I ~ ~ I ~ I I I ~ . ,. 8 1 . . 1 1 1 . 1 1 i i . ; t l : i I I I : L I I . ~ ; I I I I I ) ( . I I I .I~: i i i i i : i . ;

l l l i l l . ~ ~ . l ~ .I I I \ , I I I , ~ I II , , , I I , I I : ' I , I . : I I I I - I I I c-:ii~:iI~iiilio~ I I ~ O ,or :llv:icoiil:~,

I , .,I,,.. I ~ I I . ~ . , I l . ~ ~ ~ ) ~. I ~ ) : I I I : I ~ , ~ N ~ ~ I I : I S Cmáos muito finas. I?

. . l , ~ l ~ l;\ ( 1 I I I ' I I I I ~ ' I I I c I t ' ';:ii.:ir;ís, c:ibras, cafuzos, mulatos de

1 B~ l i 1 li.:ir , 1 1 1 c ~ ; i t ~ l i ~ ~ : i t l ~11 c~iic:~rnpinliado, as ruço e até arrui-

c 1 , i a 1 1 1 1 I , I . ~ . I I I I . I I I I I , I ~ I I I * ilssarn pclbs anúncios de jornais, da pri-1 1 1 , 1ii1.i:iti1~io sí~criloSiX. E se alguns são mulatos doentes,

I I I 1, . I . . I I , I ~,!~;'~ic~os-n~iilatasom "boubas nas partes occultas", ca-i , I . I . . I . ~ I I I I sífilis, p:irdos com dentes podres, mulecotes com peitosI I 18 1111 I IO , s:~r:ir;ís om os ombros arqueados dos tuberculoses-a

I l l . ~ ~ ~ ~ ~ i : ~10s in(,stiqos qiie se deixam identificar pelos traços, tão

1 , , . I i i q . 1 : I ? , t l t - c,scr:ivos i'iigidos-As vêzes verdadeiros perfis an tro -

I u 1 1 1 ~ ~ : i i ~ c 4 - I>sir.olhgicos-são figuras eugênicas ou eutênicas: ho-

l l 1 I . i i m . 1 - I I I I I I I I I ~ I Y ~ Siltos, 11cin-feitos de corpo, os dentes bons, alguns,

I I I I I I I I "11 I I I I I ~ ; I ~ O or I I O I I ~ C :Viccntc", qiie aparece num anuncio

I 1 1 I ) i r i i . i i , t 11. I't~r~ri~~rril,irr~o,io inrado (10 s6culo XIX, francamente

, 1 1 1 ~ . 1 l ~ l i ~ . : l ~ ~ : l.~ : I : I I I I I . : I ,. O X I O ~ciinpritlo,nariz mediano, as ventas

1 1 1 1 1 I 1 1 1 ~ 1 1 l l l l ~ ~ ~ : l l ~ . l l ~ : l ~ ; ,. c . l ~ : ~ ~ I ; ~ ~ ' ~ ~ I ~ ~ ~ ,; III : I~(~o-IIIcspenas um dente

11 1 1 i l l l i 11 I 11. 1 1 I ~ I I : I ~ ; I I I I I : I "(-OI.O;I" (11: (b:irr(lgar CSO h cabeça.

P , . I , I ,. I . I I , ~ II, . , .I.II.:II, I - I I O ~ ; I I I I I ~ : I ~ O Siigitlos o tronco grosso, , , I I I I I . I 11 , I 1 .1 I 111.; II(,!~,I.I)I:,. I I I CY I I I ~ I . : I S ( ( ! om os p&spequenos

i ~ l l I i ~ .1 . 1 I I I . ~ ~~ I I I I , ; 1 - e~o~i~j~ri(los,oino OS de quase todos

a . , , . I ~ ~ I I1 I )i .I 11 I ~ . I I I I I ~ \ Ic 111s Y ) I I I O i pvdircm anéis d e doutor OU

I B , I I . I I 1 1 1 . 1 . ( : I I I I I I I ;I ~ , c ~ r l i i ~ c ~ i i i) ~ ' I I : I ~ c c.scriváo, de burocrata e at é1 1 , . I I : I ~ ~ * . I ; I , > ~ ~ ~ l i ~ ) s11 : ctsl>:idnde oficial, agulhas de costureiro

I Ir. I I i : I i : i i i, , :is r.oi.tl;is clc boas violas d e acompanhar modinhas ,

, . , , I ~ I I I ) ~ : I.1 I; i t l ~ >:wariiili:ir, s rédeas de bom carro de cavalo.

( 1 1 11 . i 1 1. . I. c~sl~~ci:il iz:i~óesque alguns dêles conseguiram subir,

1 1 l n ~.I'I l ~ s l ~ ~w(."ígio cl:i inteligência-mais plástica e ágil que a

, I , $ , . I I I . ! : I o.: t l t * ii:i~,;io, erclidos, no Brasil, em meios tão diversos, i I \I I i [ - : i . t ~ i i t l t . ii:isc~c~i;:im se criaram-e das feições do rosto-

t i l 1 1 . . I ) ~ ~ ' ) ~ i ~ l ~ : ~ ~I ; Is (10s I~inncos-como por essas suas mãos de, I , I I I . . I ~ I I I , ~ . - ( T I I I I ~ N . ~ ~ ~ ~ ) : ; .n:iis apt:is que as abrutalhadas e

l l l . I I I ~ . ~ , . ,1 .1 t 1 1 : 1 i 1 1 1 i : i I I I I ~ ; ~i~~yi .os ,):II-:\iof ício s civis, policlos, urba-

I , . I I : I : I - ; I , I I I * ~ : I ~ ; I I * I ~ I ~ : I I I ; I ~ ~ .

c I , , I I , ~ ~ . ,, I l l . l l l l l l . l ~ . ~ I I I I I ~ ; I I O 11111 (~1~~111t~iiIoI(! nscensão

1 1 1 1 1 1 I & , , , I l l ~ l i l ~ , ~ I I ~ ~ ; ,~ I I I I - ; , "111~1~~~111lo~"-i1i~-se

, I . , , , , . , , . . . . . . . , l l l ~ t l i ~ ~ ~ . l ~ ~ ~I I I V I I ~ ~ .~ ~ , l ~ ~ t ,iiii'~iii~ios,in forte

a , # ( 1 1 11 1 1 1 1 4 6 1 I I 1 1, . l l t Y 1 , l I , . : ~~~:~~:lrr:llll:lc1os,

I I , ~ I ~ I I I I . I I I I ~ I I.:IIOIIII)OS,oa-I ) I I I ~ I . . , l I ~ I . I I I ~ ~ ~ I1 tli.tlo i i i i i i -

. I , , . , , , , , , , . . . . . . . . . . I I I I I I I I I I I . j . 1 1 i t ~- o 1 1 1 ;iiisliin.4 I D b I l I 4 1 1 1 l i l i , # 1 1 1 , . l i ~ l i t ~ l i l i ~ . .I I l ' : \:ll):lIOs

. . I . l n 1 q m 1 1 1 1 . 1 ~ . t I I ~ I I ~ ~ I I I I I I : ~ ~ ,,111 ~ I I I I ~<>

II I 1 1 1 1 1 l 1 1 I , 1 1 , l l l ' , l ~ l i O ( ) I ' . ( 1 0 1lllll:ltO

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 13/30

-2

2 "--72F2 

.--

--; =% 

:P -

----

-, --------

=

-v-- 

--

--

----.

d

_

 

-----.-?-

*zL 

-

;

'-,-

-

-

.

_

_

 

-

.-

-

z

-

--

-

i-r-=

=

/.=

 --. _-i .--..

,-

-

--

 --

2 225 

~3 - u -

.%- 

-

 

-

e= 

"; ='I 

d .-.-

d-- 7 

--- 

-

_

-

-

 

-

---z

-

-?

--v 

7

-

-

 

---. -

-

_--

.-

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 14/30

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 15/30

I I I I ~ I . I I : ; c * o i i i o ~ ) ; ~ \~ I - I I I I o I I - - : ~~ I I ~~ : Iia o sc: T<>z * i i l r t : 111)s i i (~111ii111i

<*iiiil:itl~,sobs~iiclo in ti.ol> on~~ trico .pcnas possuímos dados-e Cstcsii~tc:rc~ssantíssimos-sobre relaçáo entre o comprimento do rhdioc o dismctro bicristilíaco (índice radiopélvico de Lapicque) devários grupos de nossa população, recolhidos pelos ProfessôresRoquette-Pinto e Froes da Fonseca, Bastos de Avila e ErmiroLima.

Os cabeleireiros e barbeiros foram outros que nem sempre con-seguiram dar à barba e ao penteado dos bacharéis mulatos, àcabeleira crêspa ou mesmo um tanto zangada das sinhá-donasquadraronas-As vêzes noras d e viscondes-as mesmas flexóes e asmesmas formas que A barba loura, que ao cabelo ruivo, qu e aobigode castanho ou prêto, mas dócil ao ente, dos brancos e dosquase-brancos. Através de retratos e ifnguerrebtipos do séculoXIX, quase se pode afirmar dos cabeleireiros e barbeiros fran-ceses-que desd e o comêço do século foram apar ecendo com lojaselegantes no Rio de Janeiro, no Recife e na capital da Bahia-quedesenvolveram, no Brasil, composições de penteados d e mulhere feitios de corte de barba d e homem adaptadas 2i situação antro-pológica do s mestiços d e indígena e mesm o de african o que, sob

o re inado de Dom Pedro 11, já t inham se tornado niimerososna melhor sociedade. Algumas fotografias da época é o que pa-recem indicar, sendo curioso q ue em certos retratos d e mulhero penteado de cabelo evidentemente ameríndio é composto maisà cxp;iiiliola do que A francesa; ou mais à oriental do que à('iii.ol":i:i Sao sinlih-ni6çns qiie nos s urge m das fot ografias e do st l : i g ~ i~ ~ r rc ~ í~ i i l ' i , swin iirn ;ir c1iini.s oii mnlnio acrntiiado pela formatlo ( ~ : i l , r * l o : I I ~ O 0iii ( ~ I I ( ! V( T ni~illic~rc~soliirí.si:is, o penteado1):1r(-( .1~11(1o- ~ I I I ~ I ~ I I : I ~ .I I I I I ~ : I . S ( - (J III o ol~Ií(.111o10s ollios, em outrasc30 i i i 1~1~r1oi r i ~ ~ ~ ; : i I : ~ r l o10 oI11:ir ( I I I ( . o S : I I I ~ I I PAr;ll)c ou norte--:iTric-:iiio, rc~ i i i i i t l o io í i i t l i o o11 :to I~r:iiir-o, 11 :ios dois, pare ce da r:i nlg~iniiis 'isioiioini:~~)insili~ir;is. lihs o Iiisi-ori:itlor paulista J. F.

dc Alm cida l'rado siirprccnclcii n lgi im :~ oisa c1c v:ignmente m a-laio, como a acusar sangue índio, embora rcmoto, ri:i fotografiade sinliá-dona pernambucana (Wanderley dc 1570) que publi-camos em ensaio anterior.3o

Dia nte d e muitos dos antigos retratos d e sinhli-donas e sinhá--moças de casa-grande ou de sobrado brasileiro S vivíssima aimpressão de estarmos em face não d e europGias, mas d e tipospolinésios, melanésios, malaios, hispano-árabes e indianos de mu-lheres ou de moças de classe ou casta alta. Impressão que noscomunica não só a forma dos olhos, o prbprio modo de olhar-tãopron to a acusar mestiçagens-como o trajo-e não foi peq uen o O

número d e vestidos do O riente importados pelo Brasil dur ante

a primeira metade do século XIX, como já destacamos em capí-

I ~ I I ~ ~I I ~ ~I ~ I I I . I I I I I . I I I I I 1 1 1 1 . I t l i ~ . l ~ ~ ~ . i t . ; . i c ~1 i < ~ i i l : ~ li i ~ c ~ i i i i - i ~ r i c ~ i i l : ~ I

G I , , , . l l n l 1 0 1 X I I 1 1 1 1 . l . i l \ ~ ~ ~ . ~ ,i l I t - ~ v i ~ - ~ ~ ~ ; t *I : i 1 . [ r b (1 0 c*:~!)c!I(~ir(~iror : l i ~ e ~ s ,I I I ) 1 1 4 0 1 1 1 1 I I ~ I I 1 4 . I ~ ~ I ~ I I I I ~ I I ~ ~ ~ : :I I I I l i i i i l i ~ cl)cltl(:s 11estilos ciiropciis, I . I I I Q I I I I I 4 % ~ ) I I ) I , I I I . : I I I I ~ Oi : i r i i i o ~ ~ i~ ; i rcabelo com O rosto. V:i-I, 11 , I , , . I . . \ I ' . . . I .~:l :i ,\si;i p:Ir:t coiii.cnil)orizar com a Africa.

\ ~ I I ~ . I I ; I I ( ) I I : I I I I ~ : ~ ~ ,ii t:riit:itadn e artificializada pela arte do. I I 1 I I I :i 1 ic.t.s, tlo sapateiro inglês, da m odista parisiense, do. I . I I Y I I ~ I I M ~ I I - C crcmos que povo nenhum no mundo che-I ) I I ~ . . I ~ - iiiito de perfumes europeus como o mulato brasi-

10 1 1 I , I . I I \ ./. I): II . ; I combatcr a chamada inhaca ou o odor d e negro,. I i 1 1. . : I ~ I I ~ Y - ~ : I I ~ O certos brancos voluptuosos-sempre teve o seul l ~ ~ ~ ~ ~ t l ~ ~ ~ ~;11.;1 o I~ranco.

I I I 11 I ' , I I I 11 I tbvc para â mulher branca o mulato brasileiro,I I I I: I I i r : ~--:i 1rildiçZo gu ar da a lemb ranç a de crim es rarosi \ * i - , c - : i i l*>:itlos or siiih!is brancas que em m omentos de

i l l l 1 1 , :I I I I I I I . , . I - I ~ I I I. ( ~ ! : : ~ I . ; I I I I :I csci;ivos mülatos-quando aristo-q I 1 1 , . 1 1 l t 1 l ' 4 . l . 1 I - I ~ I I ~ ~ : I I ; . I I I , ol>r(~fiitloi ocliiciiqiio na Europa, como1 . I I I I : i ~ i ~ ~ ~ i ~ ~ ~ ( l o111 ~ O I I I : I I I ( ~ ( ~I<: Aliiísio. A moda euro-1 " I I '1 . 1 " 1 1 1 ~ . 1 * . I . ,11 - I . : I I I ; : I W I ~ V vc.l;lii.-sc., :icc:nhinr ia n o m es-1 1 . I 0 , q 1 1 1 1 1 I , . I ~ I I I I I ~ . I I I I I I I * :I A l i i í s i o Azc*vc-tlo l);ir<:ceu te r su aI

v # I c l i t i . ~ ~ I I I ~ I . 1111 - ~ I : I I . , I 111ii1.o:;-,(: 'I : ; o I ~ r ( ~ ~ ~ i c l oesse modo d e. o b ~ ~ ~ ~I ! , ! 1 4 1 I I I I I O . i(ls. 1 1 1 1 i c i s . I:IO (1 0 iiiiila~o; iio d o "brasileiro1 1 1 1 , l ~ ~ l , t1 4 . 1 1 1 1 1 ~ : 1 1 : 1 11 I'i.ol~*ssor; i l l~ c - r~ omado. T ão d o servo,

Iu 1 1 1 :+ , . I I . 1. 8 1 1 1 1 I ~ ~ I ; I I , : . I ~ II O s ~ ~ i l l ~ o r ,IO S sistcii~as scravocrático~ emi I ~ I I I ~ I I I I . I I I I ) ~ .1 1 ' 1 I :~ ~ ~ o i~ io i l :~ y ;L o~ii11.c s sciis v ários elemen tos.4 1' 1 1 1 I I I ~ I ~ II I ~ ~ . ; - I I \ - O I \ . I ~10s sc-iilioros vozes altas e nos servos falas1 8 i I I I I I I -. : I I ~ : 111:1c*i:1sI I L L S C cmpre acompanhadas de sorrisosI 1 1 1 1 1 1 ~I I 11ti1-r-<.:L7lihs, tanto com relação ao sorriso como i al ao 1 , ) ! q , ~ L s . ~). I ) sisi ~%iii niitrjarcal de escravidão, dominante longoI . 1 , 11 14 1 11" I : i : i : ; i l , 1)iir(~.(:cr desenvolvido no escravo e, por inter-l l t , 11 , I I ~ I : Q . I I . * I I I I ~lc~st~c~iitlcntoiilnto, modos agradáveis que vi-1 , ) I ! 1 1 1 I 11 I i I t - . i ~ i t , (11)s lt rvos t 1 ~(: insinuarem A simpatia , quando0 , 6 I O : I I I I ~ I I .l r i . : sc~iil~r~rc~.;.ssiii~topor iiOs vcrsndo noutro dos

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 16/30

; I I ~ ~ . I I ~ I I ; ~ , I ~ I I ~ I ~I I I { - 1 1 (!:I I I : I I I I . ; I ; ( 10 ~ * I I I . ~ I I )lt ! ~:II-II(-,iI'isn~:iin ccrtos1. 111 1 11 I< ( 1 1 11- Lo(Io ~ S ~ C I C ~ ; I Iin sua provocação-:L mulata, portorlos issc:s inotivos, já sc tem atribuído, um tanto precipitada-mcntc c em nome de ciência ainda tão verde e em comêço comoa sexologia, uma como permanente "superexcitação sexual", quefaria dela uma anormal; e do ponto de vista da moral européiae Católica, uma grande e perigosa amoral. No que chegaram aacreditar entre nds dois homens seriíssimos, um de ciência, outrode letras: Nina Rodrigues e José Veríssimo. O bom senso popular,a sabedoria folclbrica, tantas vêzes cheia de intuições felizes, masoutras vems convicta de invcrdades profundas-cle que a terraé chata e fixa, por exemplo; o bom sciiso popular c a sabedoriafolclórica continuam a acreditar na mulat~idiabólica, superexci-tada por natureza; e não pelas circunstâncias sociais que quasesempre a rodeiam, estimulando-a As aventuras do amor físicocomo a nenhuma mulher de raça pura-melhor defendida de taisexcitações pela própria fixidez de sua situação social, decorrenteda de raça, também mais estável.

Por essa superexcitação, verdadeira ou não, de sexo, a mulataé procurada pelos que desejam colhêr do amor físico os extremosde gozo, e não apenas o comum. De modo qu e também êsse

aspecto psicológico nas relações entre os homens de raça pura e

as mulheres de meio-sangue, deve ser destacado como elemento,em alguns casos, de ascensão social da mulata. Talvez tenha sidoo fator de alguns casamentos de brancos já idosos, cinquentõesdc fainí1i;i iliistre-filhos de barões e bem situados na vida-commiil:itas, qiiaclrnriinns c octorunns bonitas vcstiiido-se com jeitodc l)raiic:~sni:is coin ;i np;irc'i-icia nii :I riiira dc ardência sexuali»r :~10 co~niiin TI(: IIi(-s (1 i1 rirc~~iisi;iii~i:ilc screm mestiças.nsscs c-:isos scb G i i i vc.riíica;itlo ( l i i i iiosso inr.io c talvez neles, oucm nlgiiris tlClrs, c~slivc,ssc:1~c~iis:iiitloJ i . y ~ ~ii;iiitlo comparou oescândalo soci~il cniis:ido csiiti.c n6s l>c;lo cas:iinc.nto d e senhorfino e branco com moça não dc todo branca, sii:~ iiitn de sangue

negro acusando-se nas feições, no cabelo oii na cor, com o escân-dalo que provoca na Inglaterra o casamento de um gentlemancom simples criada.3R Surprêsa a princípio, mas cicpois acomoda-ção à união desigual não só pela diferença de idade como desituação social entre os cônjuges.

Apenas no Brasil, sendo a mestiça clara e vestindo-se bem,comportando-se como gente fina, torna-se branca para todos osefeitos sociais. Sempre, entretanto, ou quase sempre, porém,acompanha-a a aura de mulher mais quente que as outras-queas brancas finas, principalmente-expondo-a a maiores audáciasdo donjuanismo elegante e a maiores riscos de conduta nas suasrelacões com os homens.

I , , . , I H l l ~ l . I ~ I I I I ' I I I I O ; i 1 1 1 10 ; i i i irir. \ :iiit:igcXiisaiiid:, lniiis cori-c I . I I a 1 1 , . I * I 1 1 - I I : I ~ I I I . I ~ ~ : I ,ri,íl)ic:i itiil)iiídas : mulata, cm com-. .I , t

t a n ) I I I ; I I I ~ : I I I I ~ : I 'iil:~, orisiclt:r~~cla ~ ll he rmais fria.. . . I t . 1 i 1 1 I I I I I - I lrtllirka, cm estudo de antropologia compa-

1 l i 1 . I I I 1 1 i l i : I ( ) ii(-gro, cin geral, superioridade no tamanho doso b i j , .. I \ i i ; ~ i ! ; , Isss.is~i~cr ior idadeeni sempre se tem verificado,

I . ). ( 1 1 1 . . I . ; I c~gioiinisempreendidas en tre grupos d e indivíduos, . I i 1 u . I : I c~~l~ip;ir:~:ldosom os de raça branca. Ao contrário:1 1 I I I I ~ . I I I I ) I . I I ' ; I ~ (I(: modo diverso sobre êsse aspecto de compa-o ,. n 1 , . I ; I I : ; IS 11,. (:h u primitivas com a branca ou civili~ada.4~I a , I 1 I * I I , , , . , I 11~~)oislc: investigação realizada na Africa Francesa

I a . 11 1 l i 1 1. 1 1 14 I \ ; I . I I ii:il);ilho "Contribution à i'Étude Anthropolo-' , . 1 1 I ' I 1 1 N I i i I ~ I I i\l'i.iqiie Equatoriale Française", em númeroI q a 1 1 1 , I 1 0 , I . ' \ii/lri~o~)ologictomo XLIV), contesta as alegaçõess 1 , 1 ' 1 I 1 1 1 1 ~ I : I . \ ' ( i i(iO), I>iickworth (1904) e Kopernicki (1871),I 1 1 , I I . I I I I ( 1 I ~ I I I -~it;iisccontribuíram ara a lenda "d'une gran-, I . i , , , I I ,l i 11 ili~~rlil~i-,I I ~ , W L ~ S U T ~ B ,t ~ enis chez le ndgre". Pales

1 q ) I I I ,I I I .. 1 1 1 11 $1 11 , iic.gros de ''peni8 volztm-ineux, Iaors des pro-l . - , l~ ' , I . . /i, i/l;~tr.1lr.s". iilas sem constituírem a média. O t í~ ico .I '

1 1 1 I I I 10 . . I I I I I I I I ~ I I S clc sua cor, tanto mais quanto-lembra oi O 1 1 1 , : l i 11 1 1 "i1 r (1 (1cs Ólancs qtci n'ont rien à leur envier sous. .o I ~ I , I , I O , I". I ) : ~ i ' c ~ i ~ o r to estudo comparativo de pretos e par-a l e i , . I I 1 1 1 1 I I~;II I (Y>S,ue realizou na Jamaica, não se ocupou infeliz-1 1 1 , I 1 1 e % I 11 I ;issiiii o, talvez po r pi indonor anglo-saxônio; entr e nós,1 1 I I I I I ~ : I 1i1.o (10 tcinpo do Império voltado para estudos dêsse

1 1 , 1 1 1 I . I I I * ; : O I I , tnlvca precipitadamente, à conclusão de ser "o

( 1 , 1 I I .. I 11 I :I I I ic-:liio [ . . . . geralmente volumoso, pesado, quando, 1 1 I t l . l ~ , i ~ l t . / ; g:~~~li;iiitlom11cn in tlimciisõcs quando em orgasmo",

t 1 1 1 . ~ i i n ! : i r I " I . I I I I I ~ ~ ~ I ~ ~ : Iil:i(l<bi". Daí ";i fcciinclação qiinse impro-1 I ' I 1 1 1 1 I I I ~ I I I I I ~ ~ : I I I ~ ~ : I I I I I I I, O I I I ;I I ~ I I I I I I ( ~ ~lcb r;lc:l 1)r;inca..

I ' I I I I ~ ~ I . I I I ! I I ) : I ~ , I - ; : I 1 . 1 1 1 11:1rl1, I : I ( a ~ . ~ , ~ ~ ~ , ; : ~I ~ Isi~~>~~rior i~l; t t lcísica, I 4 4 I I I 1 1 I I I I , : I I ~ I I * ~ . I , ~ I ~ : I1 1 s 1 . 1 . 1 1 1 1 ,TC'I, 1 1 1 I ) ~ , I I , 1 l i l " * i ' 1 - 1 1 1 1 ~ . ir-lo I)iz:irroI I I I I ~ , I < ' . : . ~ . - . i . \ ~ ~ : ~ l1. 1 I I I I I I I I ~ . I . 1 1 1 I I I I . . I 1 ) 1 . 1 0 I I I I I ~ : I I O 1 - iiic>smo

1, . I , , 1 1 , $ t ~ t t : I ~ , I I ~ , , I I I I ~ ., , I I I 1 1 , . I I I I I ~ ~ , ~ ~! I I I I ~ I I I I * ~ I I I* : I ~ ~ ~ I I I ~ OI:Is\ \ , I , I ' I I , , I ,\',I;I,v. , . , Y I I ~ I 1 t . 1 I I ' , , I I I O , 1 , 1 1 1 '1'111. ' ~ l ~ ~ ~ ~ ~ / r ~ / i ~ r i ~ !wcn

I . i iII I I . ' . '~Il'"llI1 1 1 1 1 1 i 1 4 1 l l l l ~ ~ l i l1 1 . : l l l : l ~ ~ : i osl~~ii:ll

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 17/30

I I I - I . V I I , ; : I ~ ; I - i i i : i is vigoi.os:i I'isic:irncritc que a sua. Cl mesmo papelt l c ~ s c ~ i i i l ~ ~ ~ ~ I i ; i i . ; ~iicçro, scgundo Sêneca, em carta a Lucílio, navida tlos i.omanos antigos, já muito chegados, os homens, ao cultoda Vênus fusca, as mulheres, à admiração volutuosa pelos ma-chos de côr. De onde o grande número de negros de um e outrosexo introduzidos em Roma.

Para Berkeley Hil l parece evidente que tanto o homem comoa mulher, mas especialmente a mulher, a branca e fina, a fêmea

que êle chama "tipo racialmente superior" ("a racinlly superimt ype ) é "suscetível d e tornar-se presa d a mais forte atração sexual

or indivíduo de t ipo racialmente mais primitivo". Daí, furiosop. ,ciume ou inveja sexual do inacho de raça adiantacla com relaçãoao de raça primitiva, que explicaria, junto com motivos de ordemeconômica, certos ódios de raça. Principalmente da parte do ma-cho branco com relação ao macl-io de côr. Para contrariar o en-canto do macho negro sôbre a mulher branca, o branco civilizadoteria mocurado desenvolver uma aura de ridículo e de grotescoem volta do prêto e da sua primitividade e-pode-se acrescentar-uma aura de ant ipat ia em torno do mulato, tão acusado de falsoou inconstante na afeição, d e incapaz d e igualar-se ao branco

em verdadeiro cavalheirismo e na autêntica elegância masculina;para não falar na inteligência, no seu sentido mais nobre e comtôdas as suas qualidades mais sólidas de equilíbrio, de discerni-mento e de poder de concentração, qu e seriam-para os críticosdo mulatismo -raramente atingidos pelos meio-sangues, ou pelosncgros puros. Os meio-sangues apresentariam sôbre êstcs apenasa vantngcm d c iim brilho mais ihcil na cxprcssno verbal e talvezna pláslica.

Esta riso foi, rntrrst:iiito, ;I 01)sc iv: i~~oos 13ciicditinos, fradesa r p os qu v, rio Ilrasil, niit1;ir:irn s(aniy,i.c: it I,iz<lr c~upc rienciasd egen étic a com os sciis csci:ivos pni:i clicg:ii.c*in I conclusão, nosóculo XVIII, d e q uc os mclliorcs, os m ais tloi:i<los rlc inteligência

e de talento, e ram os miil:itos. Sir Gcorge Stauton, qu e aq ui pas-sou com Lord 3lacartney a caminho da China, nos ineaclos da-quele século, ouviu dos frades do Mosteiro r10 Rio de Janeiroos maiores e lo~ios in te l i~ênciados mulatos Dor Cles instruídos"nas próprias artes liberais. E citavam-lhe o exLinplo de um mu-lato que acabara d e ser escolhido para reger importante cadeiraem Lisboa.43

Os Jesuítas também estimularam o cruzamento nas senzalasde suas fazendas. Cruzamento d e caboclo com escravo. D e índiocom negro. Nas fazen das loyolistas-salienta o historia dor RibeiroLamego-"deu-se o cruzamento mais intenso de etíopes e amerín-dios. t ão d if íc il . dada a re ~u ls a êstes Dor aa uê le~ " . ~W es se sru -

zamentos que encheram i s senzalas dos ~i s uí ta s e cafuzos e

4 I I I I ~ ~ ~ I ~ . . I , . ,I ~ ! ~ , I I I I ~ :~ I ~ I ~ I , O I :1;i I I I ) I , : I (10s ~ ~ : I ~ I I X ~ S111g:iin ~ I I ~ ~ O I I ~ I ~ ; I ~

I I I I I ~ I I . I I I I I I . I ~ ~ l i : ~ ~ i i i i i i l ; i i l : il i . :iiiriicXiil;irc:iiii mass;l cscrnva pc:la1 1 1 1 (;.I11 ( 1 0 L : ; ~ ~ ~ ! : ~ ~ ~ ! i~(lio-s(.i~do índio um elemento mais fácil

I I ~ I ~ . I . I ~ ~ I I . . ; :itlcliliri~'vni o qu c o negro e menos comercializado.i 1 l ~ ~ ~ l x1 t-c,i,~o ciiic não se encontra evidência nenhuma de inte-I i 111sJcsiiítiiY pela elevação intelectual ou social do negroI 1 1 1 1 I I I I I ~ : I I O ,ue os padres parece terem quase sempre evi tado1 1 ~ ~ ~ ., I . I I * ; cqol6gios e até nas suas senzalas. Interêsse demonstrado,c I I I I I . I ; I I I I O ,)clos Bene ditinos.

.I I:~,II-s-rci~ita-se-devemoso Brasi l emeriências de ~enética.I I o

( I I I I I . . I ~ ~ s ~ i l t a d o sêm tido as interpretações mais diversas. Se noI 1 1 1 1 t l o SI'-culoXVIII, Stauton, baseado nas informações dos pró-I ~ I I I I ~ .):itlrcs. desta cava nos mulatos dos mosteiros-alguns dosD1 1 1 1 : t i,: o s religiosos fizeram subir das senzalas a cátedras e a res-I , H 1 8 ; ; I l ~ i lt1;icles intelectuais na própria Metrópole-inteligênciaI I : I I : I I 'I tlos brancos, anos depois, agitado entre os mCdicos do

I I I I M : I io o problema da mestiçagem, um dêles, e dos mais sábios,I ) l ) I , .Nic-ol:iii Joaquim hloreira, em trabalho sôbre o cruzamentoI I. .. I :II,;:I 1.1 ic;iradÔ ao mesmo tempo pelo lado antropológico eI 1, I I I I ' , I i1.11, iivocaria a favor d a degra dação do m ulato o exem ploi 1. 1 ~ . I . / ~ . I I I ~ : II( ' Camvos. tambkm dos Beneditinos-de "~ rol ife rac ãoL ,

I i i i ' . I I 111 1ii1.0 (*xtcnsa"-em contra ste co m o utr a faz end a dos mes-I I I I I ~ . ~ ~ , ~ ~ l i c ~ s ,i de Camorim, "fundada há quase três séculos",1 , . I . I 1. 1 : ~ inc:dico em 1870, e ainda com "uma população negra,11 1 I I 11 I M.:I: vipo~osa, umentando de inteligencia e modificando. I 11 1.1i i i io que se aproxima hoje ao da raça cau~ásica".~"

1 r.ui)c~iic?;iciaefêrida-a conservacão. elos frades. de escra-= ' L

\ . I I 1. 1 I I I ~ ! ! ~ ; I , t:into quanto possível pura, numa das suas grandesI I * I . I I I ~ : I ~ ; ,1.m contraste com as outras, onde se estimulou o cruza-I I 11 I 1 1 I t I r 1 1)i~:iriroom o prêto-é das mais interessantes, sugerindo-

I I ~ , . . . I t t ~ i i v c ~ i ~ i ~ n c i ; ~c sc tentar o estudo dos remanescentes de1 11 t 1 1 1 . 1 ( - 1 11,s I I ( ~ : I S ,iiidn cm 1870 consideradas tão homogêneas.I I I ~ ~ I I I11: i iii:tior :i1ciiq5o 4 o irpnro do Dr. Moreira quanto ao

o I I 1 1 I , I ii. ..I. i i i o t i 1 i r . : i i i r Ir ) tbrn ~iol111l:i~Z oiprcscnt:id:i coino t50. .I I I I > I I I I I ~ ~ I ~ ~ I I I ~ ; I .o I I I I I ~ :11vt../ scs :iiilt*c.il>:lsw iiiin:i tl:is pos -

I! I I I I , ~ I ~ ) I I ~ I : I I ~ I I I ~ ~ ;III \ . I ~ ~ : I I ~ I : I I ~ I I ~ ;1 : i x ( ~ Y I ) I ~ I ~ ~ I ~ I I [ - ~ : I S11, FriinzI I i 1 1 1 1 1 I I I I ~ ~ : I : I I I I I . ~ ,. I I I I I ~ N . I I - :1 1 1 , ; I ' : ~ ; I : I I I O - ; I I i i i i I i i ~ ; .

I, I I I I ,

' I " ' ".I

. . . . . .

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 18/30

'-2 =- v

,2 E5 

z

g95

s

Sg 

-.'v

,-.=-c =50aãQ+E 

,-? -

~

~

;

z

-

~

 

ôvg 

-

c

%

õ

s

z

C

 

-7:

2 g.3 "a &C a $ 

-2a&

: zG m 255.

-_-

---

z5

-

a. 

-

-5 ,-

-

.

c

 E 

--3

r-

3g

*5

 

- ----

=r

m

c

--

c7:--=: 

.- --L;=.J:o 

-. 

-- -

.-

1

.- 

-

-

v

-_-

-

-

-

O

-

.

 

-

.-- 

-- 

-

-

-

-. 

-

.

.

.

.

-- 

-

.

.-

-

-

--

_

_

-

-

 

-

-

-

-

-

-

--

--

-

-

-

 

-

-

-

 

-

-

--

-

-

-

 

I

.zcd 

2Z? 

=

õ 8 

.3

.- 

$

2

 

o-a> 

C

rn

5o 

rn-2 QD 

U"O.2a 8 $E 2 w L2

3 3oE, O 

d-- 

: 2 

22 

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 19/30

"e rcO -e e;: 

õgn$6 4

23r

cj

,r y2.c

kO';:

O

z

C

o

p

i=.=

3

 

22z+?C 

---c2

-

7

-z;~~"

r2d2.

= ,E'

.' ,o

yT.- , 5 7 O

7.-&.

--04 

~

~

~

-c,

~$

-- c

0 j

 

o

c o j

-0.nC

5 L)S%2

C -122 

.=5,

v

a

@

=24 b0.-;

m5 u

E.I5 c

-n

~

zeg E

=;"EE '

7 V

J*

;3a 

=F;d0 m

..-

$2

n?E

0rE

5

*

&

~

 Q

C.0ka p

H a%% 0.ICI vi 6 >

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 20/30

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 21/30

I I I I ~ ~ ~ ~ ; I I c I ~ : ,, I I I ~ ~ I ~ I ~ ~ ; ~ ~ ~ ~ : I I I I I - I I I I ~I I ~ C T : I C ~ O Sor ''tios'' C "pais" fictícios;1 % :is iii;icbs, ls rc~:ilirlndcs.

Iicl(:riino-nos na introdução a êste ensaio ao maternalismo comotraqo caraterístico d a formação social e da formação do caráter("ethos") do brasileiro . Devemos aqui acentuar: do brasileirode mucambo ou de senzala e não apenas do d e sobrado ou casa--grande, isto é, d e zonas socialmente marcadas pelo poder qu aseabsoluto d o pai biológico alongado em pai sociológico.

Naquelas outras zonas (mucam bos e senzalas) caraterizadas mui-tas vêzes pelo desconhecimento d o pai biolbgico, a figura domi-nante como poder familial e, até certo ponto, político, foi a d o"pai" ou do "tio", isto é, do tio sociolbgico, sem quc essa expressãopatriarcalista prcjudicassc o culto da figur:~matcrna encarnadona mãe biológica, em alguns casos alongada em substituto depai, isto é, de provedor das necessidades de alimento, vestuário ,educação, etc., d o filho ou dos filhos de p ai desconhecido ouause nte e d e "tio"-tio sociológico-apenas platônico ou para efei-tos, quase sem pre vagos ou difusos, de cen tro de solidariedadefamilial segundo modêlo ou inspiração africana. O historiadorRocha Pombo, em sua Histdria d o Brasil, ecorda que, entre ne-

gros livres de cidades brasileiras, ou negros, na sua maioria,de mucambos, vigorou êsse tipo de patriarcado de inspiraçãoou modêlo africano, em q ue o negro mais velho da com unidadetomava o nom e de ' 'pai" e os apenas idosos, os nomes de "tios",sendo os ind iv íduos da mesma idade, " i rmãos" ou "mal~ ingos" .~~L. Couty, no seu L'Esclaunçe nu Brbsil, registra o caráter ma-ternal clc f:imílias qiie conhcccii no Brasil, cwtre as mcsmas ca-inat1;is dc popiil:ic5o: filhos qii(! s) cnn11rci:im n mar, ignorandoos pai s 1)iolOgicos."' Er:iin rri:it los l>(al;i i i ~ c b . D r nlgiimas dessassc sal>(: ~ I I ( : 'izor:ini (10s fillios t1oii11'1i.c-s oii I): ic~ li:ir4is ; o c on -seguiram vcwtlcritlo r1oc.c.s o11 Triii:is ( s ~ i inl)iilr~iiooii quitanda,cozinhando cm casas oii sol)r:~<losl(- riros, oii. inrnn s puri tana-

mente, acei tand o o amor d(? 1)r:inccis ol>iil(~iii-osiic as enchiamde regalos. Parte desses regalos í: qiic ns mais profiindamentematernais souberam destinar ?iducaqao dc fillins, principalmentedaque les mais brancos qu e elas, mães. Esses fillios mnis brancosque as mães, Wetherell , na cidad e d e Salvador, notou scrcm objetode orgulho materno das negras.

Tais contradições entre maternalismo-que não devc ser nuncaconfundido com matriarcalismo pròpriamente dito (à maneira doqu e faz, a nosso ver, distinto ensaísta e pesquisador brasileiro,o Sr. Joaquim Ribeiro)-e patriarcalismo, foram frequentes naformação social do Brasil, colorida em suas intimidades por maisde uma sobrevivência africana que a qui se comportou como um aespécie de adjetivo com relação ao substantivo, ou de con teúdo

( I I . I 1 1 1 1 1 1 1

i 1 , I # I , .~ l i i~~ . i i i i s i i io sl;!ssc! gciicsi,o-isto 6 , rc~l;icioi-i:irl~)s. ( I I I I :I

. I ( I I ; i i i i i l i : i l - s i i i~ ) r (~~~~ i ( l i< lo s ,11tr(: Gs, polo o1li:ir :ii.giiit~11.. ii.iic~i.c~ilric;iiiologistas do nosso tcmpo, o .I'rol'c~ssiii

I . . I ii\.iis, que cIct.cndc com vigor a tese cle sobrcvivi:iici:i:;, 1 v 1 3 l l l i l . . 1.111 itos CICuniao de sexos e de organização de famíli;~

I I. e i :I . I , . I I', ' c.oiilr:~ igualme nte no tável africanologista norte-anic*-I 1, . ! I 1 , ) ( 1 1 11 % (1 o Professor F. Frazier." Para o Professor FrazicrI, ~ ~ 8i 1 ,,. i r i i i 1s rlissolveram-se todos no Brasil nos ritos europeus.: I t l , ~ . i I t . , o :ifricanologista brasileiro Professor René Ribeiro, cmI -. ( 1 1 ; * . ; I sAl)rc amasiados-"On th e Amaziado Relationship and1 , I I I I ~ I , A r p ~ t sf the Family in Recife, Brazilnm-encontrou ele-I I I ~ , I I I18 . i';ivorcíveisà tese Herskovits, isto é, a de que o concu-1 I 1 . 1 I I c - i i ir,, gente de cor constitui, de ordinário, família cstAvcl,4 I I , i I I I i i i i 11)-sc assim do concubinato europeu. T ese tamb ém

1 1 1, t l i t a 1. 1 l)(aIo ociólogo francês, já tão familiarizado com assu ntosI I . I ,. I i a , i 1 I

cm geral, e afro-brasileiros, em particular, que é o1 ' 1 t 11 1 - i c . ~ ~ rioger Bastide. Para o Professor Roger Bastidc-e êstea I I 11 1 ~ii io ue especialm ente nos interessa-o negro livre, isto é,

I I I . ; : I . ( I , cliiase sempre, de mucambo, ao deixar as senzalas ruraisi ~ t . I . ~ , .<.i(l:idcs, nclinou-se a refazer a "g rande fa mí l ia d e es ti lo

I 1 I ~ . : I I I O ,om as classes For id ade d e indivíduos: "grande família"I 1 1 1 : l i%uistc^:nciam cidades carateristicamente brasileiras foi recor-# I 1 1 1 : i . (.orno já vimos e como assinala o próprio Professor RogerI: i . . i i i l i * , pdo h is to r iador Rocha Pombo . Para O lúcido sociólogoI I . I I I I . ( : s n que devemos admitir é qu e a família afro-brasileira, aoi*,I.i;.r.r-scnas cidades-isto é, nos mucambos e casas térreas deI 1 , , , l , ~ . ~; livres, artesãos, operários, quitandeiros, etc.-reviveu-OS-. I , I* . i.iir,s africano s d e relações sociais de filh os com "mães", "pais",

L n' I 1 1 I..". "irmãos"-reinterpretados em termos europeus". É a tese,1111.1 I 'i~ofessor Roger Bastide defende no seu recente estudo

I ) . I i 143s A m ériqu es N o ir es : A f r iq u e o u E ~ r o p e ? " ~ ~I s ' i i i , t:ilvcz, no sistema ao mesmo tempo patriarcal, maternal

n I I . I i 1~rii :11 e "grande família", africano, com "pais" e "tios" in-1 . t i l i l l L : ( 1 ~odêres de direção decorrentes da idade, da expe-I I * 1 1 8 I:! i 1 1 1 t l :~ abedoria adquirida com o tempo-e não da con-

rn i I . 1 1. 1 ,I liidiiiica-e irmãos ou "malungos" unido s por solidarie-a i I a 1 , 1 , . i, i t l t. ativa-e não por serem filhos biológicos do mesmoI - I I 1 1 1 . l ~ . c.oiiiiim, ou de ambos-que se inspirou, po r um lado,r 1, 1 1 1 1, I I ~ I t~ i~ i i l i rc idoor insurreição ou revolução dos "alfnin-1 . - I 1 , ,.. ~ :~ r t Io s"ue, no f im do sécu lo XVIII, pretcndrr;im

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 22/30

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 23/30

9H 3 

$

oL O

5.i c3> LP 

,'%Pip*- -aEXY 02

a9 cm 2o' $ gaa7.E 

c

03 og53

$2 c2w;

WQi0";03 LC 

dzz ;- 3?C2 

;5

m

,-~ s2 

3A 

5

az$:z a577 T 

.

2%' 2 4 z

ac3.z-2.2 23 

ogmE. ̂--= i 

-g>zs 5

.

 -?+2

g<z 222TF .ZU 

>E "

-c

a

í : .-?c

'YI'%a

a'm035r:e I

,E

0

="

$LZ,2

C03; '

o

"2% =

GE

G

 

$

2E

S

l2 s 

3-2 5 

= G

Z

 

o -

IaJCd z=.e.2

XWo'EcF='a 

E:au 

,

-

iQm>2-=3+ 

m-5525 <z 2

c

C Y 

<)cRE- 

g$z

yis2z

-*3

z.

op=m X 

.?gE 13

G2g

7s

o çu

?

E.7 5% 0c

&EQi-q 

mi

vm 

0 0-11-. "$7-"<-ieE.1C,+N

a:a

Y 'ma

o,-0.3 

v&."&c.&v

o$56-;Ua

"Q)

0"C$=a2

, 1 , I I " ' I . . I < ,

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 24/30

~ ~ I ~ ~ I I I I ~I I , . I I I 1 1 1 1 " \ , I , I I ~ I ~ * 4 , ~ , ~ ; ~ c l ~ ~ ~ "I ~ : I I I C O i111 I IC~I-o,~ristocr~~tic(~c .

1 1 1 1 l ~ l ~ . l ~ ~ . ~ ~ .) I ~ I I I . ', ~ I I ~ I ~ I . ~ . S S : I I I ~ C10 caso Laura-Alvarcnga é a con-

I ' i i a ; : i ~ t 11 . roiii~iiitisiiios vários e contraditórios que se reun iram

p:irn iipiosi~nar , ao mesmo tempo, sepa rar dois indivíduos, sobre

os quais o sistema patriarcal, aliado antes da Santa Madre Igreja

e do Rei, Nosso Pai e Senhor supremo, que da Raça puramente

branca, acabaria triunfante.

Já se achava o sistema ferido de morte em algumas das suas

raízes. Já começara a desintegrar-se em áreas como a fluminense.

Mas continuava a ser o centro da vida brasileira-admitida, éclaro, a ascensão do mestiço e do bacharel como uma influência

revolucionàriamente poderosa no scntido daquela desintegração.

Náo negamos q ue contra a nscensao d o mestiço e iio resguardo

da ortodoxia patriarcal agissem preconceitos de origem irracional.

Mas evidentemente entre o sistema ~a tr ia rc al a ascensão da-L ~ - - ~ - . .

quele elemento sob a figura não só d e bacharel e de militar como,

principalmente, de mecânico e de mestre artesão, senhor de es-cravos e lavrador e mineiro, também senhor de escravos e de

terras e não apenas empregado d e senhores brancos, havia incom-

patibilidade de ordem econômica que ilustre historiador mineiro,

o Sr. João Domas Filho, em pequeno e sugestivo ensaio, "O Po-

pulário do Negro Brasileiro"," soube surpreender, ao sugerir:". . não sendo [o mulato e o negro forro] escravos, teriam de ser

remunerados e a remuneração era ilógica pela existência do tra-

balho servil". A propósito do que transcreve interessantes do-cumentos coloniais como a carta que a 17 d e março de 1732 Dom

Lourenco d c Almeidn cscrcvia a Antônio do Vale Melo: "Esta mácasta de gciitc tcm sido rlc gr:ivissimos pr(:jiiizos em todas estas

Minas, principalmc~~toicst:i Com:ircn tlo Sciro do frio, porque

as ncgrris forias, coin sii:is vc~iit1:isc t;ivclrn:is c com as mancebias

com os ncgros cnptivos c:iiis:i clo qiic cstcs furtavão os dia-

mantes qu e ti raváo c 1110s dcsscni n cllas n.'io os c1:indo aos seussenhores, e alem dcsta rnzáo, furtavão t5o bcm a scus senhores

diamantes para forrarem negros, por cuja caiisa repetidas vezesos Mineiros .me requererão, que deitasse fora dcssa Comarca todas

as negras forras, e negros, e mulatos forros, porque estes erão os

que por outros caminhos se farião senhores dos diamantes quetiravão os negros captivos. . ."

Enquanto Basílio Teixeira de Sá Vedra, na sua "Ii~formaçãoda

Capitania de Minas Geraes", datada de Sabará em 30 de marçode 1805, dizia : "Os casamentos, e mais ainda as mancebias dos

proprietarios com mulheres pretas, e mulatas tem feito d e tres

partes do povo de gente liberta, sem creação nem meios de ali-

mentar-se, sem costumes, e com a louca opinião de que a gente

forra não deve trabalhar; tal he a mania, que induz a vista da

, , , , , I I ~ ~ , , I ,I t b . . t I$ 1 8 1 . . 1 1 1 ~ ~ 1 1 1~ I I I . I I ~ I I < . . " * ; 1 1 1 : i i . i ; I I I ~ . I I I I I * ; I , : I I t 1 1 1 i . ~ . I . I

, 1 1, l l i l i l i . ~ 1 .,,i. 1" I I I I I I ~ I . ; ( , :I I I, , I I I I I ~ . I ~ I I . :I L , ~ ~ í 3 ~ * ~ h k . b , . ~ ~ ~c,!:il i i i i : i I ~ I I * .

1 1 1 , ,, . I l ~ ~ t 'I I ~ I I I ~ I I ~ ~ ~ ,i i i : i i i c ~ i i : i tios r-slu~rios d ol)livc~ssc*iii

, I , I , ,, , I ~ I I I I ~ ~ I I I I I ~ . .. i i i : i i - ; :~I!;IIIII:I~;)ri*c-:~ii(;i)i~sii:iv<rs 1~ ir ;t 1):~s-

, , I , , t . . , ~ . i , 8 . 1 ~ ~ , i ~ ~ ~ :~ : I I 1 1 1 1 ixc,r:i ( 1 i i t h I'osso ~issigiiadacrrtn porção

, I , I , I l i 1, l . l . l 10 I I I I I I ~ . ~ . ~11: (I;II;Is, p:ir;t qu e elles não pudessem

,,, l l l l 1 t I : l i o i . ~s\t(siisiio;cliiizcra que muitos delles fossem obri-

, a 1 , 1 1 1 . . : I * . I - I - I I I I ) ~ I V ; : W 110s ~ICiciose artes liberaes para o que

, , , . i I I I I . I I 11-r i i i i i t ; ~Ii:il)ilidade; quizera com elles muita attenção,, 8 1 i ~ I I . I I I I 1 I Y I : ~x)( lccr empregada utilmente, e alguma tão bem

a , I I I I I. ; I I I . I - I I IS I'orros, fillios do Paiz, chamados crioulos, que não. . . , I I . l i I I I I , I I I I)o:i f:izcnd;i; e principalmente, proliibir que huns

I ' I ' . I ,.. I ~ ; ~ . , ~ I ' O I I tros cm cscravidáo, nem huns mulatos a outros

i 1~~ I i . 1 1 ~* . , 1. I ~ ~ I ~ I I O S111~ iiI:itos sejno escravos de negros; em cujo

. I I I I I ~ ~ ~l . 1 1 1 I ~ I I I ~ ! ~ : I ~ I I I;il)iiso :i havcr filhos de que comprão seusI * 11 1 1 1 . 1 1 I* . 1 % I I I I . I . : . 1. ~ I I I I - lií~s iao dcis5o p z a r plena liberdade,

, I 1 I , , I I I I , I . I . . I I I ~ I . I I I , I . I . I I I I I ) I ~ : I S~i-c~c.ss:irinsxirn ~il aior egurança

I t I l I I ~ . l . l .:I I, I I I . , I ~ ~ , , : I I . ~ I I I I I I-:I-~:I\JIIS,1 (111í: o~it ros istemas eco-

,,,,,,,,, , . . , 1 1 1 , 1 l j . ~ ~ ~ ~I i t . ; i l i ~ : i i . I Y I I I I iii:;cliiin:is c n5o apenas com

1 1 1 , 1 1 1 . I I , . ~ ~ I . I ~ . ~ I I ~ : I I I . . ~ Ii i . ; ~ r ; i I i ~ i i ~ c ~ili iio inc:stiqo impregnado, I , l I l . . . I I 1 I . I I I I . I . - . ~ : I . ; I I I I I rc~\~c~liii~ioii:I~ri~~abafar ou reprimir.

I # I 4 I 1 I I I I I I . I I , ~ I : I I I I I ) ! , l l i ~ l ~ 8 ; a , ~ ~II(~:III<;:~CIOlc~sde primeira metade

I , . c 1 1 1 1 \ I \ I 1111. I I I I I I I I - I . O S O S~ i ~~ ' ; t i q o sn-i especialidades neces-

I . I . . , 1 1 . 1 i 1 I l i 1 , I I I I I : ; ;I O iI(~s(~~,voIvi~~iento,as à salvação do Brasil

i 10 I 1 1 . 1 i;:" I 11 , c.\i:igii:ir-sc: cm siibnaç50 tri stonhamente arcaica.

I 11 . I * ' i l i l i c , N{*ry Colaço, nascido em Pernambuco e m . 1813, e

I , ~ l ~ . ~ t i l ~. 111 11irc;ito pela F acu ldade do Recife, s e sabe que, ho-

1 1 1 ~ I I . . I ; ~ , tlistiiigiiiii-sc menos por suas francesias de bacharel

o 1 1 1 I l i i c a i i o ( ~ I I ( ~or siins ingresias de curioso da engenharia : foi

1, . I 11,. 11 % l ~II!:I:I iiiglGs:i clo Ginhsio Pernambucano e salientou-se

( ( 3 " ~ ~ , . I ~ I ~ I I I . I I -~ c ~ i i i ( ~ c ~I í 3 ~~rig~111i;iria"ue cstabelcceii na capital

,I I ' i i ~ \ ~ i i i i ~ i : ~ . " ~) r : ~ I - I . \ . ( :ol:ii;o foi :ipcsnas im aiso típico. Comoa I , , I I I * , ~ I ; I I I I , I I : I !) I1 1 l l - i l , ; i I I I I * I : I I ~ I , 11 ) SI 'TII~O l ~ : ~ s s : ~ c l ~ ~ ,~lmcrosos

. . l l i , , J I : ' l l l l . i * : , I . ~ ~ i ; ~ .l l l : ~ l i t l : l ~ l ~ , ' ; O I : I I I I < I ' I I I ~ I I ~ \ I I I ~ ~ : I ( ~ ; I S: ril.>rO-

, l~ 1 ~ 1. : I ~ . ~ . I I I , ~ I , ~I I I I I ~ I , I~ I , I ~ $ ~ , : I ! ~ , ~ + I I II ~ Y I I ~-~~<:iio-l)ornes-

1 1 . 18. I I I ~ . . I I I I ~ - . 1 . 1 . . i ~ 1 t 1 . 1 . . I Y I I I I I I 1 1 . I : ~ I I I . I ~ ~ II I I I .., .

, , , , , 1 1 1 I : i - ~ i i . i l ~ ~ ; ~ ~ o t . .. I I I I ~ I I ' . I I ~ . I I I I ~ : I ~10s (lias

, , I , , e t 1 , I I s ~ , . 1 ~ 1 I , ~ B I I 1 1 1 . I I ~ , ~ I I1 1 1 : i * : i l , * i 1 . 0 sP)I)IY:

~ , l , * l < t c 1 1 1 1 1 1 ~ 0 r t 1 1 4 , 1 1 8 11 , 1.1.. l # l l~lll~/:lllll~lllo

, . , , , I , 1 ,. i , , I , i r , . ,,,. ! i a o I . I ~ I I ~ I .I I I I I ~ ' . I ~ ~ I Y I ;~ I I I I I O

I , I I I , I ( 1 , a , t ~ , , I e 1 1 1 1 , I t l 1 , . I C . , ~ . , , I I I , I ~ ~ , 1 1 1 i ~ -

I > , , I , 3 1 , , 7 1 . 1 I 1 1 1 , I , , I , . , l , l ~ . l ' l ~ l l l l l I \ ;I !::I-

I , ; I , , I . l l , , t / t i , , , : , / t , , / , ~ I / , / / ' , / I , , . / l l / l l l l l t l ~ / . l ' n

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 25/30

\ I I I I I ~ . I \ . I 1 , I I I ~ ~ I I .~ . I , . I . ~ I I ~ I I.111 III YI~I .\ ,: I~O( ~S~ ~ I ; I s~iilrc! 16s. I I I I ( I . I 1 1 . 1 I I I I I I I I ' ~ I : I I I I I~ I . I I I I .1 1 1 s~~t*iiIol X : "l.'odo o inuiiclo sabeI 1 1 1 t . 1 I ,. 1. 1 1.1 111 11 1s I I ( - ~ I . ~ ) s IO I5r;isil diffcrem muito dos Africanos,1 1 1 % I I I I I * 1I~~sc~~~iitl(!iii,anto cm seos characteres physicos como nas<ii;is I';it~~ilcluclcsntellectuaes." E de acordo com D'Orbigny: "Naii~cl:ig:~çáo ue temos feito temos encontrado nesta provincia tresfoinilias descendentes d e Africanos que teein chegado sem se cru-'zarem até a 3.' geração; estes individiios não são mais tão negroscomo seos progenitores e por seos characteres não differem de

zambros ou cabras: o que jh não he $quena modi fi~aq áo."~ ~aalém Prates: antecipava-se aos cultura istas modernos ao afirmar,baseado em seus estudos na Bahia, qiic os liomcns de todas asraças "se mostrão a p t ~ s receber a cultura que dcscnvolve asfaculdades do espirito, a conformar-se com as praticas da religião,com os habitos da vida civilisada; todos teem, em huma palavra,a mesma natureza mental [ . . I . Os homens da raça etliiopica,que se consideram como os mais degradados, podem, entretanto,manifestar as mais excellentes virtudes e elevar-se á altura dassciencias." Era o que sucedia já no Brasil: "Todo o mundo co-

nhece os obstaculos que se oppõem ao negro que intenta dedi-car-se á carreira das lettras ainda sem falar da falta de meiospecuniarios, pois que he esta raça a mais pobre de nosso povo;mas a pezar disto temos muitos exemplos de negros que se teemmostrado muito aptos para a cultura das sciencias, das lettras edas bellas-artes; temos visto em concursos publicos disputarem eobterem n coroa do professorado.. ."'O O mesmo com relaçáoaos nlulntos: "lliii na outra classe luclil~riadantí. pelos seos pro-prios progcnitorcs liri ;i (10s i11111:itosciijn intclligcncia tem sidomuit~isvrzcs :iincscliiiiili:itl:i por linincns cloiniiinclos por precon-ceitos. . ." R4:is viiili:t se* :icc~iitii:iiitloc;i<l:l (lia ni:iis a inteligênciado mulato br;isilviro: "Al>c.z:ir (I(: nlgiin1;i riv:ilitl:ttlc que ha aindaentre os I~rancosc os miilntos, r,sti~, II pr?ln griiriclc parte quetiveráo iia luta da nossii ii~clcpc~idciiciari por sexo iiiimero predo-minante, ou por o que quer q u e fosse, no I3rnsil gosio de consi-

deração; e podem elevar-se a altos logares, quando a fortuna osajuda." Especialmente na Província da Bahia: "I~Iumaprova in-concussa da grande intelligencia dos mulatos podc ser tirada daestatistica desta provincia: aqui he com effeito raro qu e se encon-trem homens, ainda tidos por brancos, que não tenháo tido emseos avós huma tal ou qual mistura de sangue ethiope; e comtudo os Bahianos são distinctos por seos talentos e por seo amorás lettras e ás sciencias e nenhuma outra provincia Brasileira temdado hum tão grande numero de sab io ~. "~ ~particularmente n aFaculdade de Medicina: "Mais de cem estudantes frequentão aEschola de Medicina desta cidade: a metade são incontestavel-

, , I ~ O I , . . . ( I I I . I I I I . I I ~ . 11 .1 I I . I I , I ) : I I I ~ I I I ~ I I I ~ . ! I , I I I I I . : I I I I I , ~ ; . I ~ I . I I I , . I ~ I I ! ~ I . I ,

, I : 1 1 1 ( I , . I I I I I . a . . ~ ~ ~I I I ~ I I I I I I ~ ~ . I . I \ ~ I ~ I ~ I I I ~ I I I I ~I : I I : II , : : I I . : I I I I , : I ~ : ~ I . : I 1 1 1 1 1 . 1 I I . I I I

I I , I ~ : . . I ~ I 1 1 1 % \ . i l i l i ' . "

I , : I I I i c # , 1 1 : 1 1 : ; I ? I I I i i 1 1 1 I I I : I I I ~ ~ ~ I ~ ~ ~ ; I I ~ : I - Y I ~ .I :! I ~ I I * S I ~ I : I1 > ~ ) ( - : ~ , ] . 1'. 11 .

1 1 , . I . I . . ~ I I , : I t 5 i i i i;ii:~s No\c*ssiir I; t I \ ; i ( s i . Noirc* r:t 1 ; ~ i:ic'c\ h 1 i 1 1 ~ 1 1 ~ 1 ~, I 1 1 [ ; I l , , , i l " . l ~ ~ ~ l ) l i ~ ~ : t ( l ; ~ sI I I ':iris, (*i11 18/17:72". . .i! (,,v/ 1~e*rrtri.v118l $ ~ ~ f , / ~ ~ r ~ ./r(fv ' ( r / / ( r i I ) / i , v , ~ ~ ~ ? i ~ ~ t ~ ~~intrl/igc~nccor~nics nCgr(,.v (//ri-

( ,1111~:li rii. ,~.1e.s irtlpr.rfrv:/ions ( I r : Z'htot social dans lcqzrel i/.? ~uii)c.~-tt

( 1 1 \ \ I c,rreo. lrlrritjt qrre cl'lrne d iffer ence importante d'orgn.nisntior?.1, ; I J I I : I I I ~ O ; IOS ~nlililtos:"Att Rrksi!, cbns toutcs Ies c~ns.ses e Ia

i1.1, !i . 11trrmi Ies jirri.scon.sultes ains i que parmi les médecins,I 11, - /I,.Yiorn~ncs u,i s'ncczipent de la politique d t ~ ags comme, . / i r . - . II.Y rcirrrir~í~slc Irt~r c., n rcnlnrqrrc c l ~ s zzlldtrcs d'zrn talent,I 1'1111 ,,~/)t.i/,l 'f li ~r J ( ~ ~ S ~ J ~ V I I ~ . ~ { ( ;T ( 1 ' 1 1 ? 1 ( ! ~in.~fr~rction111i leii r don-I I I , I I I / I ~ ~ I / I I I * ~ I I I / ~l'ir/~/ior/t~t~t-t~.1 ~/'(r.s(~í~t~í/ír~~/".

I, : 1 1 . 1 0 1 1 1 1 ~ ; I ~ ~ ; ( I I I I ~ I , : ; I I I I I I ' ; ( 1 1 . o i i l ~ . ~l~*l~oiiiic~iiloiril>orf:iiitr!, Cste1 1 , . I . I I I I I ~ I I ~ I I . . I ' I ~ , I I . ; I ~ . i I i i : i c : . i o i I ; i "(.I:issi*" 11 rl : t "r;iv:i" i i iri l ; i t : i noI : I . I ~ I I1 1 1 . . I . I , I I ~ I I \ I \ : I I I ~ I ~ ~ ) I I ~ I I I I ~ I I ~ O1 4 3 I~:lis~~i.(c.c*liis c~stiidoI I I I I , I I L I ~ I , I I I : I II ' I .I :III , /I,:; / J t 8 r r v 1\1(111~11~,v.ol) o 1Íl11~o' I , [ > I{r&sil, , I 1. 1 r I I ~ I I I I ~ ~ . . I I I I I I I ,, I . . ; I'i~ii\~iiic~i~.;1 1 1 I ,iiiori il, 11,s Noirs (it Irs CO-

1,, I I I ~ ~ , ,

~ I ~ ~ I I I ; I I I I1- .", I) t - l ) o i * ;

I I I , s ; ~ l i ~ ~ ~ ~ l : i r1Fio Ii:iv(~i,10

13rasil leis f , ~ I I I I ~ I , I I I ~ , I ~ ~ , ~ , I ~< I I ! V I ~O , > ; \ i o l'illio piiw iinpcdir o primeiro: : ~ l ' I c I , ~ ~ ~ ~ ~ ~ l ~ ~ ~ ~ . ~r i o : i i ~ i ~ c - o L I C inha favorecendo a

I ~ I I I . I I I I ~ ~ ~ ~ : I ~ : ; ~lo iiiii1:ito-c-scr(,vi;i o gcósrafo francês: ". . on peut, I ) . , I oir 1 1 3 ioro. ~ ~ ~ ( I L ' I I C I ~ RÙ le snng des anciens esclaves coulerar1111is I . , ~~ri n,cs e torrt Brésilien". E ainda: "Les fils de noirsi ~ i ~ r c ~ i r e ~ i / ~ r ~ , s1~11ien.nen.tifoyens; ils entrent dans Z'armée de terre et(11. irr*r / . . . .] ct pa.vent. a u mdnte titre q ue leurs compagnons11'1,1~1irc~slt? roce cc~ircnsique arler de la cause de lu patrie d de/'/~oirric~rrrlir drnpeau. Quelques-uns montent de grade en gradei .I ,.c ,r~r,ti(rnrlcnt ri dr s blnncs restés leurs inférieurs; d'autres~ ; ' I I I / I I I I I I ~ ~ I ? /ftx profc.s.~ions iberales ef deviennent avocats, mb-i / r . i . i ~ i s . ~rnfr.s.sc,rrrs, rtisics." E acentuando o que poderíamos de-I 11 11 I i r : I I . I ~ ~ ~ ( l o i i iii:lii<.i:i ln c:ir;íi.rr sociológico tl n 1)r:inqiiidade. . l , l i 1 . 1 8 o I)iolOgic-o, 10 I\r;isil tl:~~)riinc.ii.:i iiic~f:itl(i10 s&ciiloXIX:

( . V ! 1.ríri (/,ir I,! 10; I I ' ~ I I ~ I * O ~ I / ( -111,s ( I I I V r~?!;rí-.s 1, (/roi1 d'(,nlrcrI I , I I I Y111~ ,/ II ,Y ,v ~I ~ , , Y~ / ~ ~ ( - / I V I ~ . VII' I / ~ / I I Y~ - / / I * / I , , v ~ ~ / i ~ ~ ! l ~ / c ~ . ~ :)r(ri,~ ~ s

r ~ l l l , 1 / f ~ l , , : ~ : /ll tl/ 11 , ~ c ~ , l l l, , v / ,1/11~; 111 11111i11v 11111111~1~1~11~ ~ 0 ~ 1 1lfrcrll1~I / I / \ ; ~ I / ~ , ( / I . I ~ ~ ~ I ~ I I I I I I I I ~ ~ I ~ ~ ~. ~ ~ I I I I I I I * i l t r i i ~ . ' : I 1 1 r r ~ ; . ~ . r r v / i i i i~cnir/c'nljirpn, , , , / , I , , . / , : ; /V I.III, l , ; , ,~ ,.I I!,,,; , ~ I I / I ; ~ , I , ~r t ~ ~ ~ ( ~ ~ ; ~ ; r r i l ~ e ~ ~ ~)11rrr!!(I-/ * / I I /, , . I / , i r i i . 1 1 1 r , / r / ' i r i i i l i r , r , i i , 1 . 1 irrr I I I I / I ~ ' . / ~ I / ~ / I ~, r / I I I ~ I ' ! I ' ( / c 8 /(-rir

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 26/30

.i G-E c

2-3 y=@ 

d.o .-O "

-i2 2 -+

.z:m 8 O 

- "U

 '

>.ro 

.-V) -G

--b? 

'= r S .

i

-2 -<wcõLi6 

--.--. "

.g: 

., 

.=+ 

m 5 

-* ."W ce 

2

2

 

0 -

/

,

.

c

;

 -72 

z; 5 ?.Z 5

L:= 

u.2 

-

-

a

m

a

.

.

"

 

:2=~& 

?

= -L x.gs 

.

.-

--7- 

...-.- 2 .y 24 

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 27/30

1:itcis o11 iiic.stiyos so li :L 1'01.111;~1,. Ii:lc.li;ii<:is, iiií~tlicos,c~iigcwliciros,iiiilitiircs, industriais. Novos-podciosos, iiovos-cultos ou novos-ricosqu e podiam dar-se ao luxo de fotografias ampliadas ou coloridasno estrangeiro de acordo com as informações que os próprios inte-ressados fornecessem de suas cores: da pele, do cabelo, dos olhos,dos lábios. Um processo cômodo da intitulada "arianização", dateoria de Oliveira Viana.

Os anúncios dessa arte, indústria ou comércio de arianização são

numerosos nos jornais brasileiros dos últimos decênios do séculoXIX. Acentuaram-se nos últimos anos do mesmo século, quando ovantajoso comércio se vulgarizou em atividade de mascates. Pas-saram êstes a percorrer o interior do Brasil, recolhendo dos inte-rcssados dados carnavalescamente antropológicos para o aumentoe sol~rcttidon colornqáo d e fotografias comuns. Um dos anúncios,já (10 fiiii do s6ciilo XIX, clicgn a scr acliniriível do ponto devista da :ii.tc oii <1:1 ~~sicologinln r4clnirzr comercial: "Qualquerpesson qiic t lcsc~ii i r i i i i l i i i t lo (: pcrfcito rc~trato4 bastante mandar;m pccjbcno rc1r : i to cin ~: i r tnõ 1 ~ isit:~, 150 importa qu e sejaantigo, basta dizcr n cor (10s ollios c (10s cabelos para chegarum retrato perfeito e muito lindo parti um presente o11 sala de

visita." Anúncio de que se encontra em jornais da época a va-riante: "Qualquer pessoa pode ter o retrato de iim parente ouamigo em sua sala de visita, ou para fazer um presente, mandand oum pcqiieno retrato em cartão de vizita, não importa que sejaantigo é bastante dizer a cor dos olhos e do cabello para chegarum retrato muito perfeito e a gosto da pessoa que e nc ~r nm en da r. "~ ~

A voga de "fotografias coloridas" entre nós explica o fato de,ainda hoje, encontrarem-se em salas de visitas de famílias reconhe-cidamente negróides nas suas origens retratos de patriarcas j. mor-tos que, tendo sido mulatos ou quadrarões evidentes, nos dão àsvêzes a idéia, nas suas fotografias apologkticas quando não angé-licas, daqueles "europeus degradados pelos trópicos", a que se re-

[I'ríiicipe Mnxiiniliano Ncuwicd, T r a o c l ~ 11 Brtlxil i ~ r 1815. I S l f ; . ,i1i,1

It ' il7,. trnd., Lo ndres, 18 20, pAg. 31.

2Si1l)rc o caráter feudal ou quase-feudal da socied:i tlc ~s sc ~r :~ \ . ~i i . i . i~

I,i.;isilcira, particu larmen te da pernam bucaila-ponto já fcrido c111 i . : i l i i i i i l , t

:iiitcrior-veja-se o Conde de Suzannet, Souuenirs de Voyogcv, ]':[ri$, 1 Ir;.

p ' f i s . 409-412. Leia-se, tambkm, sôbre o assunto, a exccl(:iitc: "lli.vi~.i.i

I~ctrospcctiva" publicada em O Progresso, Recife, novembro dc 1811;. 1i:ii:.

007, po r E. R. e onde se lê sôbre a grande propriedade fclidnl ciii 1 ' i . i

iiambiico: "O proprietario ou rendeiro occupa uma parte dcll;is [l)riil~ia.-

dades] e abandona, m ediante pequen a paga, o direito d e permanccc.r ~ ~ ' ( I I I I II

e de cultivnl-a, a cem, cluzentas e, algumas vezes, a quatrocentas f:iiiiili;is

de pardos ou prctos livres dos quaes se torna protector natural; mas ( I t * I I ~ - :

exige obediencia absoluta e sobre elles exerce o mais completo dcspotis~~iii

[ . . I . Assim, estcs novos barões feudaes, quando as suas propriedndcs SI .

achain mais distantes da capital da provincia, vivem numa independciici;~

comp leta, fazendo justiça a si proprios, e algumas vezes am an d o os s,-ii.;uassallos e em guerra aberta entre si, a despeito das ordens do govcriio

e das sentenças dos juizes.. ." (pág . 208 ) .

:Cláudio Manu el da Costa, citado por Sylvio Romcro, Martins Pcrtfr

(Pôrto, 1901), pág. 142. Alvareaga Peixoto, "Canto Genetlíaco", Ol>rnr

Poéticas de Inácio José rle Aloarenga Peixoto, Rio de Janeiro, 1865.

4Carta.s Chilmas, I , Rio de Janeiro, 1863, pfig. 183. Veja-se tainl>~'.ii~J. Xorberto de Sousa e Silva, Hist6ria da Conju~açúoAfinoira, ccliV;ío t l i i

Instituto Nacional do Livro, Rio de Janeiro, 1948, I.

Embora a autoria das Cartas Chilenas continue objeto de conirii\. i:r~i:i,

um ensaísta da responsabilidade do Sr. Afonso Arinos dc Me10 Fi.:~ii(-ii i l i i

m a: "Toinás Antônio Gonzaga foi o autor . . " ( Critilo-Cnrt,r.r ( ' liil~~ii~ir.

Introdução e notas por Afonso Arinos de Me10 Franco, Rio (11% :iii, . ii<v.' i 11 ,

páç. 26). Veja-se também Caio de Melo Franco, O I t i c ~ o t i ~ i i l ~ ~ i i ~ r ~' l C , i t 8 ~ i 4 ~

Mnnrrcl da Costa, Rio de Janeiro, 1931.

5Na expressão do bacharel-poeta "os fortes hraco.; h.iii~.. I O I i 1 1 ~ i i ~ o ~

encontra-se, talvez, a primeira apologia litergria, c~sc.iii:i I I I I \ I i. i I I I, 8 -1

rário ou do trabalhador manual.

OCarta d e Manu el de &da Câma ra no 1':111it. 4 ~ 4 3 1:11-,,

em 2 de outubro de 1810, transcrita por P(sri.ir:i i1.i ( ' o ~ . I , r .. . ,

gfdlfico de Pornambucanos Célebres, Rccifi.. I?;:i". 1 1 8 1 % i, I Ibacharel mulato e filho ilegítimo, rc~1,r~l:iiiir O I I I I I , 11 i I I I I 1, ,, , , .. , ,. ..Dr. José d a N ativida de S aldanli:~ foi <-.i I I I I i l l t B III . 1 1 1 I I i *l i i i i ,i,

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 28/30

rnc:s~i~oclicio dc independhcia nativa que deve forrar os organismos dosfillios do amo r livre" e caraterizado por "qualidadcs Iiercdithrias que Iliedeviam gritar no sangue de fillio dum sacerdote de Cristo", por Artur

Muniz em "Dr. José da Natividade Saldanha", Almanaqrie de Pemam buco,

Recife, 1908, pág. 15.7Antonio Carlos Ribeiro de Andrada parece ter pertencido ao número

daqueles brasileiros que escandalizaram um aristocrata francês de sentimen-tos já liberais como o Conde de Suzannet pelos seus orgulhos de família

(o p . c i t ., pág. 411).SGilberto Amado, Grão de Areia, Rio de Janeiro, 1919, piigs. 244-245.

Veja-se também A Chave de Salomüo e Outros Escritos, Rio de Janeiro,1947, págs. 176-180.

QGilberto Amado, GrZo de Areia, cit., pfig. 245.10Koster (o p. c it ., pig. 196) recorda que senhores do interior encomen-

davam a seus correspondentes nas cidades rapazes brancos que lhes ser-vissem de auxiliares de escrita e de genros. E possível que alguns anún-cios de jornal dos primeiros decênios do século XIX visassem atrair rapazesbrancos a fazendas ou engenhos do interior, onde não estivesse desenvolvi-do o domínio de grandes famílias não só brancas ou quase-brancas comoendogâmicas.

11A expressão "fulgurante plebe intelectual" é exata e feliz para cara-terizar os bacharhis, tantos dêles de origem humilde e vários, negróides, que,com a fundação dos cursos jurídicos foram aparecendo na sociedade brasi-leira como nova e considerásel élite, compensada pela cultura intelectuale jiirídica nas deficiências de sua posição social e na inferioridade de suacondiç5o htnicn.

I%ylvio T<oincro, hlartins Pena, PGrto, 1001, phgs 163-164.snii(.iitanios, ciii nota n cnpítiilõ :iiitCrior, cliic variou n política por-

tuguêsn no Urnsil coloiii:ií clii:ii~to no :iprovi~il:inicnto tlc nc,gos e mulat oscomo oficiiiis (Ic niilicins. Mrmos, pi>r6iii, no (~ ii c nrccc, por preconceitode raça ou de cor do qiic (Ir: rcg iiio : :I ri-!:i5n c~o lon i:~ lm rclnção com ametro politan a, cujos filhos prct<:ntlinrn inoiropoliz:ir ria col&iiia os postos d e

direção, deixando aos cabras que-dc modo gcrnl-crnni todos os brasi-leiros, os cargos secundários e, principnlmentc, os cncnrgos penosos, daadministração.

1413 bem conhecida a observação de Koster no Norte do Brasil quanto a

certo capitão-mor, homem evidentemente de sangue africano que era, en-tretanto , considerado branco, por força do cargo. Tam bém "brancos", porfôrça dos cargos que ocuparam no Impkrio e de títulos de nobreza quelhes concedeu o Imperador, ficaram vários brasileiros evidentemente ne-gróides, alguns dêles filhos de mestiças cklebres como Maria-vocG-me-mata,

muito malvistas pelas iaiás mais puritanas dos sobrados.Aliás, várias senhoras de sobrados do Brasil imperial tomaram-se famo-

sas pela sua hostilidade a mulatas belas ou sedutoras. Uma dessas senho-

I ; I ~ : , I I I ~ ~ , I . I ~ I I ~ I ~ , I I I I ~10 \ ~ , I I , ~ I I ~ ' ~ ,11 , l':lr:i~tÍ 1: (10 ( ; ( I I I ~ I ( ! (11% I'ArIo Ali-;;r~*,111-

I ~ ~ , \ ~ ~ i i ~ ~ i : ~ i l : i.o111 .r.ri:i I'ig11t.n t i < * iimlatn, pcrsonagcm do (Irnina dc I'i-iili~.iro ;iiiiiinrs5cs, IlislVria de r ! l r i r r Al6ça Rica-representado pcla primeiraVI~X i10 Ilio de Janeiro em 1861-costumava explicar sua ojeriza As mulatas,I > I I ~ eral-ojeriza qu e ia ao ponto de não admiti-Ias na sua casa: "Mulatasna iiiinlia casa? Eu não que ro desgraç:is" (Escragnolle Dória, "Cousas doPassndo", se parata da pa rte I1 do tomo L SX X I I da Reuista do Instituto

Ilistórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 1909, pág. 1 43 ).

lshfais de uma vez, no Parlamento e na imprensa da era imperial,alegou-se contra liomens eminentes sua situação de ncgróides ou de filhosilegítimos. Basta nos recordarmos da violência com que o Baráo de Qua-raim, Pedro Chaves, em pleno Senado do Império, referiu-se, na sessão de4 de maio de 1859, A condição de filho natural do também senador 1).

Manuel, filho do Marquês de S. João da Palma. E caraterística da ten-dência brasileira pa ra retificar por meios suaves-títulos, leis, honras-t:iissituações a resposta do ofendido: "Mas não se sabe que, estando legjti-mado, tenho a nobreza e honras que a lei m e concede? Sôbre o assuntoleiam-se os debates no Parlamento em torno da Resolução n.O 53 de 1846derrogando a Ord. liv. 4, tit. 32 na parte em que estabelece distinçãoentre os filhos naturais dos nobres e dos plebeus, em relação ao direito

hereditário (An ais do Parlamento Brasileiro. Cdmara dos Srs. Deputad os.Sessão de 1846. Coligidos por Antônio Pereira Pinto. Rio de Janeiro,1880. Sessão de 8 de maio).

1 6 0 folclore pemmbucano guarda a tradição de negros amotinados noRecife, nos primeiros anos da Indcpendência, que se vangloriavam deimitar o Rei Cristbvão. Veja-se, sôbre o assunto, Estudos Pernumbucanos,

de Alfredo de Carvalho, Recife, 1907.17Manifestando-se, no século XVIII, sua repulsa a capitães ou fidalgos

indígenas que se casavnm com negras, o Marquês de Lavradio representavao critério daqueles homens de Estado português para os quais os mulatos, noBrasil, deviam ser conservados em "hum certo abatimento" (Car ta de JoséVenâncio de Seixas, para Dom Rodrigo de Sousa Coutinho [ . . ] Bahin,

20 de outubro de 1798, ms., Arquivo Histórico Colonial de Lishon).IsBiografia inicial, Almanack de Lembranças Luso-Brasileiro, I,isl>on, 1873.19James Bryce re parou que no Brasil facilitava-se no iic*;:rOitl<~ i;iss:ir

por bran co, em vez de s e dificu ltar a o inclivírliio cs s: ~ ili~-r:ic.5o oci:il(So uth America, Londres, 1910, pág. 215). A i(li{i:i, ~ i ~ j f -! ~ ~ ~ ~ ~ ~ r :~ I ix : i t l : i ,lcque influem sôbre o status do brasileiro mcnos :I r:i~:i 10 r l i i c . :I c,l:issr- c :i

região, foi por nós esboçada ncstc cns:iir) viii lí)21; I * 1,111 I I ~ I < . ~ ; ~ I . ; .iirsos (I(,

Antropologia e de Sociologia na 1':ic~iilil:itlr~li . I)irc-i i t i i10 I( i . c . i f ( . I, iinUnivcrsidndc do Distrito J'c~<li~r:il.l f - . ;~ l~ -!1:15.

Sôbre O assiinto, :iiii(~c.il>oii-s~..111 iii(.li,:t,nti,.; rI.1~:uiv:. 11t ' , i i i tli- I)i.l~rc,te Kostcr, J. M. J1ii~:i~iiiI:is rliii* c- ~c .r~ ~v c~ ii.111 tr:il~:illio il>:iii~i~iilo- I I I 1H:iT;:"Por mais csir:inli:i qiic ~ ~ X V I , - : I :I :~liriii:iI,-.Zol i i c , \ , ;iiiios f:ixi*r,<.:i11(. iiir.iios

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 29/30

I . I I , , I , l l . l . l , l , , I 1 . , ( a t . 4 1. I 1 1 . O . I . I ~ ~ I I I ~ I I ~ ~ . I I : I ~ ; . I I I. i . \ i ~ l v i ~ i. i ; l ~ r i . ;I

a , I , I 1 1 ,I i t h m I o o , I q t 8 ( 1 ~ I I I , 11.1,'. , I I I 11,. I I I ~ II-!:~.IIi i i i i l o ~>roiiiiii-

< Jq I l . I I * i & I m I I ~ I I 11 1 1114 1 1 . 1 ~ I ~ I ~ ~ I I I I ~ ~ ~ ; I : ~ v I ~ ~s c;ir:ictc~rcs Ic. raça

1 1 , 1 ,II I , a 6 . 1 1 I I I I I O . I ~ I O . 1 ~ 1 i i i r . 1 1 ~ :11 . (vir; potl~sni clc acordo com

,, 1 1 1 1 1 1 1 1 I 8 11 I. i , I* ., i i a * . I I I , . I I I ~ , I I X " (Virrgc7iti Pitoresca Através do

I . a q s ~ ~ i i i i i i ~ ~. u b ~ a l . t ~.(. : 1 , 1 1 i 11 " I . \ ~ W I - ~ : : " ) (.11111:1Ic abcnçoar" recordada

I I ~ ~ I'! I 8 I I I e I I ( '1 ,,.I : ~ . ' I ! ~ , ~ I I : I I : 1111 s1.11 \rocfl/)~~leírio crnamúttcano:

I 1 I I I. I 1 ~ 1Ii C I,

111.1

Il~"11.1Il,..t i . 1 1 . ; l > : i ~ i ~ l i l l ~ s l "

"".I, I I I I . . . L OI , : I ( : I I . ~ , I Ii i i i l . i t i ~ " I I : I ~ : I ~.:w:ii~'ri/.:tr Alcijaclinho-em-

l ~ ~ < - j f , ~ ~ l , ~U > I I I , ' ~ , . , I # ,,#I'. I1 l , i f ~ I I I ~ I I I : I I I I I ~ I I I I ~ ,. 111 llrir:i/: o11 liitor prcta tion

( R I I \ , ; I I I I I I I I I ~ , ,l !) l. '~ ) , I I I ~ ~ I ~ . I : . II, 1 , 1 1 1 1ivr11 ~ I ~ I , I . I I I ( ~ ,1 iI~islr(:~:nsaísta ran-

c;..; Ai i r l~ - i ' , h1;ciiriii.; I ~ I I I ' , ; ~ l i h s , I'l';iz rc~fi.r~iic~i:itos iiossos cstii(los (]ournd

tl'irii 'I'oitr cri. Anil:riqric. Le~titic., ';tris, S. d., píg. 63). O Sr. AntlrS klaurois

rcpete mais do nosso Brazil: an Interpretation: "C'est le méhrige des sangs

qui a sauvd b culture brdsilienne du colonialisme [ . . . I le grand sciilpteicr

úrésilien AleijadinJzo était lui aussi comme un "Greco muliitre" par se.9 aitda-

cieuses distorsions d e b orme humaine. Les plus grands artistes brésiliens

sont extra-européens, ce qui ne les em pêche pa s d e s'intdresse~ avec passion

à la culture européenne".

Sôbre o Aleijadinho prepara interessante ensaio de interpretação o es-

critor Viana Moog.

21Veja-se um resunlo das impressões da viagem a Minas Gerais que

fizemos em companhia do Professor Afonso Arinos de Me10 Franco no seu

Espelho d e Tr&s Faces, Sáo Paulo, 1937.

2"luísio Azcvcdo, O Mulato, 12." ediçáo, Rio de Janeiro, 1945, phg.

133. Aindn qii c Aliiísio Azcvcclo ciicarnas sc cm po rtiinic?ses ou filhos d e

portiiguCs(*s rrsi tlrii tr~s 10s sol>raclos do Mnraiiliun, a maior negrofobia no

Brasil dacliicl;l í.lioc:i, i i i i i ol~sc-rv:itlor ortiigic?~ ii~: tCvc cntão no Brasil,

Silva Pinto, rin soii livro No 13rcisil-Nolns <Ir: Vic~gcna (PO rto , 1879), acusa

do incsmo prcconccito, I~r:isilc~iro<,'io só natos cniiio miilatos, não só liberais

como maçons: ". . h i pcrto dc dois m cscs n loja innçrinica c10 Rio de Ja -

neiro Igualdade e Beneficência repclia uma proposta de admissão do cida-

dão brasileiro Sr. João Pessanha (empregado numa companhia dc seguros

daquela cidade-Rua de São Pedro 122), fundando-se, para n repiilsãol na

cor do citado indivíduo. A í está a maçonaria brasileira, êmula dos sacri-

pantas mitrados a quem fulmina do alto da tribuna e do livro o Sr. Saldanha

Marinho! Aí está a Igualda de brasileira1 Aí está a beneficência brasileira!

Aí tendes a sinceridade dos 'negrófilos' e a sinceridade das suas leis.. ."(pág . 122).

23AIuísio Azevedo, op. cit., pAg. 152.

24Ibid., pág. 52.

2Wecorda-se aqui o caso de um inglês, mencionado por mais de um cro-

nista do Brasil imperial, que "purposely had as many children as 11e could

/ l i / ~ I I I I ~ I 'I , O I I I I . I I /)(.CIIIIS,' f o f r r ~ dlia t /tis chi ldr eii wcr c g.enera!!y ])rr,tt!/

i t i r f r i toilli Ziglrt, curling hair, blues eyes and a skin as liglit as tha t of a

European nnd lie was consequently aùle to seli them d a good price . . "Veja-se noiso Ingleses no Brasil (Rio de Janeiro, 1948), onde vem citado,

a propbsito, Robert Walsh, Notices of Brasil in 1828 an d 1829, Boston,

1831, I, pág. 193.

26Perdigão Malheiro, A Escravidáo no Brasil-Ensaio Jurídico-Histórico-

-Social, Rio de Janeiro, 1866, 11, pág. 187.

2;Veja-se nosso "O Escravo nos Anúncios de Jornal do Tempo do Impé-no", Lanterna Verde, Rio de Janeiro, 1934.

28Veja-se sobre o assunto C. B. Davenport e Morris Steggerda, Race-

-Crossing in Jarnaica, Washington, 1929.

29Já nos referimos ao assunto-pés calçados e pés descalços como afir-

maçóes de classe, raça e região dominantes ou dominadas-em capítulo

anterior.

30Referimo-nos ao fato em introdução a Memórias de uni. Scnhor de

Engenho, de Júlio Bello, 2." ediçáo, Rio de Janeiro, 1947.

31Sobre Clark veja-se Erncito Sena, O Velho Comércio do Rio de

Janeiro, Rio de Janeiro, S. d. Vcjn-sc o anúncio piiblicado pela Cia. Cal-

çado Clark em O C~ nze iro Rio dc Janeiro) julho, 1950 acentuando: "Sò-

mente o novo sistema exclusivo da Clark possui modelos com at6 36 tama-nhos e larguras diferentes. . ." Outras fábricas brasileiras de calçado estão

provàvelmente produzindo modclos com larguras e alturas várias, adap-

tadas aos pés mestiços.

32Em nosso Brazil: an Interpretation (Nova Iorque, 1945) referimo-nos

ao modo brasileiro de jogar foot-ball, como possível expressão do que o

africano comunicou de dionisíaco ao caráter ou ao ethos brasileiro.

33Alfred Mars, Le Brésil, Excursion à travers ses 20 Prouinces, Paris, 1890.

34São numerosos, nos jornais brasileiros da primeira metade do século

XIX, os anúncios de roupas, chapéus e calçados europeus, principalmente

inglêses, franceses e portuguêses. Alguns anúncios típicos: ". . liapeos

[ . . I vindos de Hull no Navio Clarkson" (Gazeta do Rio de Janeiro, 24

de fevereiro de 1809); "... uvas e chapeos de sol . " ( rancescs ) (Gazeta

do Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1815); "botas" (inglesas) (G az da do

Rio de Janeiro, 9 de novembro dc 1808); "çnpntns para homens Inglezes

e Francezes" (Didrio do Rio de Janeiro, 9 dc janeiro de 1830); "fato vindo

de Londres [ .. cazacos de panno fino (lc todas as cores [ . . jaquctasde panno azul e preto fino. . ." (Didrio do Rio de Janeiro, 7 de maio de

1830); "fatos feitos [ . .. ] dc Inglaterra" (Diúrio de Pernumbuco, 23 de

julho de 1829), "vestidos" (franceses) para senhoras (Didrio de Pemam-

buco, 11 de março de 1830).

35Sena, op. cit.

3GDo assunto nos ocupamos no nosso Casa-Gande 6 Senzala.

5/10/2018 Sobrados e Mucambos - Cap. XI - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sobrados-e-mucambos-cap-xi 30/30

, i T ~ ~ ~ I I D ~, . 4 1 3 . t,. I t ~ l - , i a , ) , : I I I I , , lit,r111ilí*111~sLii(I;~rIS vozcs ou fnhsI ( . # I ~ I I I . ( . i . i l I I I : I I . I : I . , ,I : I ~ ~ ; I S ,iinidns, cm contraste com as altas,

: ' ~ . . I " . I . I . .. : I I I ~ I ; : . I I I I ( . Sios sc~iiliorcs. Pretendemos nos ocupar do assunto em

I I I I Y : I t,ilií:;io, :iiiil~linda,do nosso "O Escravo nos An úncios de Jornais do

'I't~iiipo 10 1mpí.rio".

:iHVcja-senossa Sociologia. Introd~cçüoao Estudo dos seus Princípios.

Limites e Posiçüo da Sociologia, Rio de Janeiro, 1945, na qual frequente-

mente nos servimos d e fatos o u recorrências do passado patriarcal e escra-

vocrático do Brasil.

3fJBryce, op. cit., pág. 212.40Veja-se Pires de Almeida, Homossexualismo, cit., especialmente

págs. 74-75.

4lL'Anthropologie, Paris, 1934, tomo XLIX. Pircs de Almeida, op. cit.,

págs. 104-105. Para Almeida os silvícolas eram "em sua gcneralidad e infan-

tilistasW-ao contrário dos africanos-en contrando , por isto, dificu ldade em

satisfazerem suas compa nheiras-as silvícolas-"geralmente dotad as de va-

gina muito ampla" (pág. 103).

42The Spectator, Londres, 15 de setembro de 1931.

43% George Stauton, An Authentic Account of an Embmsy from the

King of Great Britain to the Emperor of China, Londres, MDCCXCVII,

pág. 192.

44Alberto Ribeiro Lamego, Planície do Solar e da Senzala, Rio de Ja-neiro, 1933.

4Wicolau Joaquim Moreira, "Questão Etnica-Antropolbgica: o Cruza-mento das Raças Acarreta Degradaçáo Intelectual do Produto Híbrido Re-

sultnntc?", Anai.9 Rrasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, março d e 1870,

tomo XXII, n." 10, p!g 2G5.

4OErnl)or:i obscrvndorcs como D'Assicr consirlcrcm o mulato brasileiro

produto mais dns ci~1:icl~~siic (lns f:iz(tntlns conví-m n5o nos esquecermos d e

que nas fnzcndns c oiifií:nl~ns ntrinrcnis fo i 1nrg:i n procrinyno de mulatos.

Pires de Alrncidn quc csliiclori niiniic.iosamc~iilc!i lil~crtinngcm no Brasil pa-

triarcal dos últimos dccbnios do Irnpbrio Icmljra quc nlpins scnhores rurais

mantinham em suas propricdades "verclndeiros scrrallios e prostíbulos de es-

cravas"; que vários senhores "entretinham a procriaçzo gcral dos seus do-

mínios rurais designando para cada grupo de quatro escravas um crioulo

que as fecundava"; qu e "para obte r mestiços", mandavam-se negras aos

quartos dos cometas ou mascates à noite, com "água para os pés" ou, de

madrugada, com "mingauzinho dourado a ovos" (op. cit., pág. 75).

47Sbbre o aproveitamento de mulatinhos inteligentes por seus senhores,

que mandavam educá-los pelos profcssôres dos filhos, veja-se \V. H.

Webster, Narrative of a Voyage to the South Atlantic Ocean, Londres,

1834, pág. 43.

48Lisboa, 1822, pág. 11.

rQLisboa, 1821, Quarto Caderno, pág. 14.

b411, i \ l ~ o , ~ .822, ]I,'I!:. 13.

f i l l :«.tos r, ~Il~rridri(ls,iio dc Janeiro, 1904, pág. 131.

fizIli.ec5rio do Brasil, Rio de Janeiro, 1922, 11, pig. 542.

UsL. Couty, L'Esclauage au Brdsil, Paris, 1881, pág. 74.

5a"The Negro in Bahia, Brazil: a Problem in Method", American SO -

ciobgical Reuiew, VIII, 4, 1943.

55''The Negro Family in Bahia, Brazil", American Sociobgical Revkw,

VII, 4, 1942.

66American Sociological Reoiew, X, 1, 1945.

67Cahiers des Annales, na04,

Paris,1949.

58Rio de Janeiro, 1920-21, vol. XLIII-W, pág. 112.

59Loc. cit., pág. 120.

6oLoc. cit., pág. 126.

6iAnai.s da Biblioteca hTacional, Rio d e Janeiro, 1922-23, vol. XLV, ágs.

26 e seguintes.

62Loc. cit., pág. 58.

63J. M. Rugendas, V ia g m Pitoresca Através do Brasil (tra d.) , 4.a edição,

São Paulo, 1949, pág. 99.

Wbid. , pág. 95.

6sHomens do Passado, Rio de Janeiro, 1875, pág. 8.

66Diário de Minas, 19 de fevereiro de 1950.

arSebastião Calváo, Dicionário Corográfico, Hist6rico e Estatístico de

Pernambuco, Letras O-R, Rio de Janeiro, 1921, pág. 142.UsBahia, 1848.

6OMoreira Prates, Identidade da Espécie Humana, pág. 20.

7oLoc. cit., 22.

71Loc. cit., pág. 28.

72Nouvelles An mle s des Voyages et des Sciences Geographiques, dirigidas

por Vivien de Saint-Martin, Paris, 1847, tomo 11, pág. 65.

73Paris, 15 de julho de 1862, tomo 40, pág. 388.

74Estado de Pemambuco, Recife, 1 de julho de 1890.