Upload
rui-sousa
View
223
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
1/54
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
2/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do Porto
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 1
NDICE
O Stio ........................................................................................................................................................... 3
Patrimnio Cultural ..................................................................................................................................... 11
Patrimnio Natural ...................................................................................................................................... 27
Equipamentos ............................................................................................................................................. 29
Acessibilidades ........................................................................................................................................... 30
Bibliografia .................................................................................................................................................. 45
ndice de Mapas:
Mapa 01 Rio Arda | Geologia
Mapa 02 Rio Arda | Hidrografia Principal
Mapa 03 Rio Arda | Hipsometria
Mapa 04 Rio Arda | Patrimnio
Descrio
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
3/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A Sistemas Estruturantes | Arda
ICONOGRAFIAMapa do PR 2 -"Caminhos do Vale do Urtigosa (www.cm-arouca.pt)
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
4/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A Sistemas Estruturantes | Arda
Vale do Rio Arda (Arouca)
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
5/54
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
6/54
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
7/54
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
8/54
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
9/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 2
IDENTIFICAO
Nome: Rio Arda
rea:
Freguesias:Arouca, Burgo, Santa Eullia, Urr, Vrzea, Rossas, Chave, Mansores, Tropeo, Escariz,
Fermedo, So Miguel do Mato (Arouca), Paraso, Raiva e Pedorido (Castelo de Paiva)
Concelhos:Arouca e Castelo de Paiva
DESCRIO
No conheces, leitor, o vale de Arouca... ? Pois, apressa-te a visit-lo; que poucas paragens florescero
no pas to como aquela, deleitosas e amenas, to exuberantes de vida, to prdigas de encantos e de
frescura. A uma e outra margem do pitoresco rio Arda alastram-se feracssimos campos de cultivo, que
na Primavera revestem em massa a cor deliciosa da esmeralda. Ali se aprumam rumorejantes os
salgueiros, com a sua trmula folhagem bicolor, a vinha contorce as suas nodosas varas em mudas
atitudes de desespero; rvores de fruto aos centenares matizam de tons corados, apetitosos vivos,
aquela extensa monotonia verde, longa, vitoriosa e tersa como a fita de uma gr-cruz; e na orla, um
pouco mais elevados, os castanheiros verdenegros ostentam vaidosos a sua corpolncia herclea, com
uma florao ridente a salpicar-lhes a coma de claro, qual se foram marqueses empoados para alguma
solene recepo. E este fecundssimo torro, este riqussimo tesouro rural, to farto de produes
mimosas, to rico de matizes e de perfumes, to fresco, to salutar, guarda-o vigilante e zelosa uma
aprumada serrania, que de perto o cinge pelo Norte, pelo nascente e pelo Sul, erguendo-se em trono
austera, rgida e quase inacessvel, e deixando apenas ao poente um ingresso estreito e mais seguro,
como tomada de justo cime pela sonegao daquela angustiada preciosidade.
Abel Botelho, in "O Occidente. Revista Ilustrada de Portugal e do Estrangeiro", VI, 1884, pp. 268 e 269
O vale de Arouca, esguio e fertilssimo, quase completamente fechado em torno por serrania alterosa,
que o estrangula e cinge de perto, deixando-lhe apenas das bandas de oeste como respiradouro a
fornecer-lhe a comunicao fcil com o pas circunjacente. Ao Norte, a Serra do Gamaro; por leste, o
monte cnico da M, e a Serra da Freita ao Sul, parecem erguer-se aprumadas e vigilantes, como
escoltas ciosos do riqussimo tesouro que na profundidade das suas faldas to galhardamente ocultam.
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
10/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 3
Abel Botelho, in A Frecha da Mizarela, 1883, includo em Mulheres da Beira, 2 edio, 1917
Torneia-se o monte e comea a descida para o vale de Arouca. A encosta e o vale igualam em beleza
Sintra, e excedem-na em vastido. A estrada segue uma lgua debaixo de arvoredos cerrados ou depequenos campos orlados de rvores e videiras, ouvindo-se a espaos o cair das levadas que
atravessam o caminho ou o ladeiam.
Alexandre Herculano, in Apontamentos de Viagem, 1853-1854
O Stio
O rio Arda um afluente da margem esquerda do Rio Douro, onde desagua entre os lugares de
Nogueira do Rio e Alm da Ponte, na freguesia de Pedorido, 35 km a NE do Porto. Percorre em toda a
sua extenso 30 kmnuma rea de bacia de 167,94 km2, seguindo uma orientao predominante Sul -
Norte. A montante, o rio Arda resulta da confluncia de trs linhas de gua: o Ribeiro de Gondimcom
nascentes em Gamaro de Cima e Gondim (cerca de 3 km a NO da vila de Arouca, a 691 m de altitude)
que se junta ao rio Marialvaque nasce na Serra da Senhora da M (1500 m de altitude a NE da vila de
Arouca, atravessando-a no seu percurso), no qual se juntaram as guas da Ribeira de Silvaresque
desagua na freguesia de Burgo. A juno das trs linhas de gua resulta no rio Arda, que adquire esta
designao a poente de Burgo.
Aorigem etimolgicado rio Arda controversa. Pinho Leal descreve-a assim: Se este rio tivesse tanta
abundncia de guas como tem fartura de nomes, certamente seria um grande rio. No lhe conheo
menos de oito nomes: Arda, Alarda, Alardo, Adarda, Arnaldo, Anarda, Pedonde e Pdorido.Os
nomes por que era mais vulgarmente conhecido antigamente, eram Alarda, Adarda e Pedonde: hoje
quasi toda a gente lhe chama Arda, parece que o nome actual deste rio o mais antigo, a que os
rabes juntaram o artigo al-, ficando Al-arda. este o seu nome official nos primeiros tempos da nossa
monarchia; ainda que em alguns papis antigos se lhe chame tambm Adarda e Pedonde. O nome que
alguns escriptores lhe do de Pdorido, talvez por elle morrer na freguezia deste nome e elles lhe no
saberem outro. Sustentam alguns (na minha opinio, com alguns bons fundamentos) que o nome actual
deste rio a palavra rabe rada, que significa apresentar, fazer apparecer, passar mostra aos
soldados. deste verbo que se deriva o substantivo alardo (em rabe, alardi), resenha de gente de
guerra: e tambm um dos nomes deste rio. Ainda outros derivam este nome da palavra rabe adduar;
que significa aldeia feita de tendas ambulantes, de pastores. Deriva-se do verbo duara, cercar ou murar
roda. Sendo assim, vem a significar Rio da Aldeia. Segundo a outra etymologia, vem a ser Rio do
Alardo. (Leal, 1873).
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
11/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 4
Desde as suas nascentes em Arouca, o rio Arda percorre as freguesias de Arouca, Burgo, Santa Eullia,
Urr, Vrzea e Rossas, no chamado Vale de Arouca, uma rea de grande fertilidade de solosdevido
acumulao de sedimentos aluviais arrancados, pela eroso, s rochas granticas e xsticas da regio.
Este vale descrito por vrios autores: Da vertente da Serra da Freita (ou de S. Pedro), descem doisregatos chamados Marialvae Silvares, que se concentram na veiga de Arouca, logo abaixo do mosteiro.
A partir da, o curso de gua toma o nome de rio Arda. A princpio, at ponte do Carvalhal (perto do
lugar com o mesmo nome), o afluente parece querer dirigir-se para poente; mas nesse ponto inflecte para
Norte, sempre, sinuoso e apertado por alcantilados pendores, ora silvestres, ora adustos. (...) (FCG,
1985) e (O rio Arda) move o lagar de azeite do Convento e faz mover vrios moinhos. Rega e fertilisa
este delicioso e feracissimo valle, e nelle mesmo recebe vrios ribeiros anonymos. (...) Desde a villa de
Arouca at Varzea, suas margens so em toda a parte cultivadas: dahi para baixo so s cultivadas em
parte. Tem muitas arvores de vinho. Cria bastante e bom peixe, sobretudo deliciosas trutas. Serve de
motor a quatro boas fabricas de papel, e uma de papellao e a muitos moinhos de milho. (Leal, 1873).
Nas freguesias de Chave, Mansores, Trope, Escariz, Fermedo e So Miguel do Mato (concelho de
Arouca), percorre um vale encaixado e meandrizado at desaguar na sua foz. Nas freguesias mais a
jusante, Paraso, Raiva e Pedorido (concelho de Castelo de Paiva), o rio Arda apresenta pequenas
margens resultantes de depsitos aluvionares, onde se pratica alguma agricultura de subsistncia.
O regime hidrolgico do rio Arda caracteriza-se por uma precipitao mdia de 168 mm, uma
evaporao potencial mdia de 1783 mm e um escoamento mdio de 1031 mm (INAG, 2001). Em termos
de distribuio espacial e nmero de secas, independentemente da severidade, verifica-se que, de um
modo geral, com excepo do trimestre de Inverno, a bacia hidrogrfica do rio Arda uma das menos
afectadas na Bacia Hidrogrfica do rio Douro (INAG, 2001).
O rio Arda tem uma densa rede hidrogrfica, constituda por inmeros ribeiros que nele desaguam em
todo o seu percurso, fruto da geomorfologia das suas encostas. Como principais afluentes, para alm do
rio Marialva e das Ribeiras de Silvares e Gondim, destacam-se a Ribeira da Murteiraque desagua namargem direita do rio Arda em Pedorido (Castelo de Paiva), o Ribeiro de Mosteir e a Ribeira de Vales
que desaguam ambos na margem esquerda do rio Arda em So Miguel do Mato (Arouca), e o Rio
Ortigosa (ou Urtigosa). Este nasce na freguesia de Urr a partir de um conjunto de riachos que escorrem
da encosta norte da Serra da Freita. Percorrendo no sentido Sul - Norte, entra na freguesia de Rossas
onde desagua no rio Arda, depois de se juntar ao Ribeiro de Escaiba.
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
12/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 5
Relativamente geologiada regio da bacia do Arda, esta desenvolve-se em rea montanhosa e de
grande cobertura florestal, sendo as altitudes dominantes situadas entre os 200 e os 600 metros, com
excepo na parte meridional do concelho de Arouca, que abrange a parte mais substancial da serra da
Freita. Com efeito, para sul do Arda, os relevos ultrapassam rapidamente os 600 metros at ssuperfcies aplanadas culminantes da Freita, serra que com do Arestal e da Arada integram as formas de
relevo que limitam ao norte a bacia hidrogrfica do Vouga (o maico da Gralheira). A serra da Freita
ocupa assim, o sector mais ocidental do maico da Gralheira. Pode ser descrita como uma vasta rea de
planaltos pontuada por relevos residuais acima dos 1000 metros de altitude. Esta regio insere-se, do
ponto de vista das grandes unidades morfo-estruturais peninsulares, na orla ocidental do Maico
Antigo, sendo a Gralheira (entre outros relevos vizinhos, como os do Montemuro e, em parte, o
Caramulo) uma das plataformas de eroso que marcam o contacto do bloco hesprico com a orla
mesocenozica de abraso litoral. Do ponto de vista geolgico, a regio do concelho de Arouca divide-se
genericamente entre zonas de xistos e granitos, em zonas do Complexo Xisto-Grauvquico,
usualmente considerado de idade cmbrica e pr-cmbrica superior e zonas formadas por granitos de
orogenia hercinica, alcalinos ou mais geralmente de tendncia alcalina, destacando-se ainda a grande
mancha de quatzitos biotticos que integram o macio de Arouca (Silva, 2004).
A faixa do complexo, gerada durante a 1 fase de deformao Hercnica, constituda por ardsias,
filitos e quartzitos, sendo em toda a sua extenso bastante fossilfera. No ncleo desta faixa, ocorre
uma bacia de idade carbonfera, responsvel, 12 km para NO, pelas minas de carvo do Pejo, e ainda
mais para NO, pelas minas de S. Pedro da Cova. No entanto, na regio de Arouca, as rochas de idade
carbonfera so praticamente escassas. Uma ltima referncia aos ciclos de eroso da serra da Freita,
que se definem em vrios patamares. O nvel inferior (300-350 metros de altitude) de provvel idade
Pliocnica; este nvel est representado, por exemplo, na bacia de Arouca, podendo ser apreciado do alto
da Senhora da M, monte sobranceiro vila (geologia.aroucanet.com).
A explorao da zona carbonfera do Couto Mineiro do Pejofoi de grande importncia na regio da
bacia hidrogrfica do Arda: Ao longo do seu curso, h restos de exploraes mineiras de supostos viles
aurferos. Um pouco antes de alcanar o rio Douro, na velha aldeia fluvial de Pedorido, o rio entra nazona hulhfera do Pejo, cujas galerias antricitosas se situam no vale do Paraso, entre os trs picotos
dominantes de MontAlto (450m), Almanzor (406m) e So Domingos da Queimada (423m). (FCG, 1985).
A explorao oficial das Minas do Pejo iniciou-se em 1886, tendo sido encerrada em 1994 por ordem do
Governo portugus. O couto m ineiro do Pejo incluia as minas de Germunde (freguesia de Pedorido),
Folgoso (freguesia de Raiva)e minas do Pejo e do Fojo(S. Pedro do Paraso), todas no concelho de
Castelo de Paiva. Em S. Domingos de Queimada (Raiva, Castelo de Paiva), nas margens do rio Arda,
ressaltam-se as Fontanhas, um depsito de carvo das minas do Pejo, transportado por uma pequena
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
13/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 6
linha frrea, de 20 km, ao longo das margens do rio Arda (FCG, 1985) desde as minas ao depsito-cais
de Germunde, no rio Douro, um pouco a jusante da confluncia com o Arda. O carvo destinava-se
central da Tapada do Outeiro, na freguesia de Medas,no concelho de Gondomar, para a produo de
energia elctrica.
O Arda, formado na veiga de Arouca pela confluncia de inmeros ribeiros, designadamente, o Marialva e
a ribeira de Silvares, a que se junta pouco depois o Urtigosa, que desce de Sul pelas encostas de
Rossas, apresenta ao longo do seu curso um caudal mais modesto em relao ao Paiva, apesar da
multiplicidade de linhas de gua que a ele afluem. possvel estratificar a natureza dos solos no
concelho de Arouca. O fundo do concelho (incluiu So Miguel do Mato, Fermedo, Escariz, Chave e
Mansores) apresenta solos derivados de granitos e xistos; o vale (que inclui as freguesias de Trope,
Rossas, Vrzea, Urr, Burgo, Arouca, Santa Eullia e vrzea de Moldes) corresponde a terras de meia
encosta e do vale do Arda, com solos derivados de granitos e de aluvio, compactos, fundos e
frteis; a encosta do Paiva (essencialmente Canelas, Espiunca e as zonas baixas de Janarde e Covelo)
possui solos derivados de xistos atravessados por camadas de Silrico e de Carbnico, com terras
geralmente pouco fundas, o planalto de Alvarenga (zonas de menor altitude desta freguesia e Vila
Viosa) apresenta solos derivados de granito e de aluvio, e por fim, a zona serrana, englobando na sua
totalidade, as freguesias de Albergaria e Cabreiros, bem como os patamares superiores de Janarde,
Covelo, Alvarenga e das freguesias do Vale, detm solos relativamente delgados e derivados de xistos e
granitos, com utilizao preferencial para mato e floresta (Silva, 2004).
Este zonamento coincide genericamente com o que decorrer da observao da carta de solos e da sua
aptido respeitantes regio, verificando-se, na verdade, que a maior parte do concelho de Arouca
constitudo por regossolos mbricos sem aptido agrcolae com vocao pouco representativa
mesmo para utilizao florestal ou silvo-pastoril. Significativas manchas de antrossolos cumlicos
permitem uma aptido agrcola moderada ou marginal na bacia do Arda, na concha de Alvarenga e no
Sudoeste do fundo do concelho, restringindo-se a uma estreita faixa na vrzea de Arouca, nos fundos dos
vales sedimentares que marginam o Arda, o Urtigosa e a ribeira de Moldes os solos agrcolas de classe
1, considerados de aptido agrcola para o cultivo. O concelho de Arouca uma bacia interior, fechadaentre duas serras e limitada por vales abruptos onde os solos agrcolas no atingem 10% da rea total,
dos quais alis apenas cerca de 3% so solos de primeira qualidade, possuindo a restante rea
agriculturvel capacidade condicionada, dado tratar-se de socalcos armados em declives com mais de
8% de pendente (Silva, 2004).
A cartografia das Zonas Crticas de Eroso Hdrica do Plano de Bacia Hidrogrfica do rio Douro destaca
todo o percurso do rio Arda como zona crtica de eroso hdrica, susceptveis de provocar maiores
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
14/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 7
taxas de produo de sedimentos, por se situar em zonas de relevo mais acidentado, ao longo das
principais linhas de gua (muito encaixadas) (INAG, 2001).
Relativamente organizao administrativa da bacia do rio Arda, esta atravessa territrios dos
concelhos de Castelo de Paiva e Arouca. O concelho de Arouca, a montante da bacia hidrogrfica,
abrange uma rea de 327 Km2, situa-se no extremo NE do distrito de Aveiro. O concelho composto por
20 freguesias, onde habitam cerca de 24 000 habitantes (Censos 2001). Arouca faz parte da subregio
estatstica (NUT III) Regio de Entre Douro e Vouga, composta por parte da Regio Norte e do Distrito
de Aveiro; por alguns, chamada "Terras de Santa Maria". Confina a Norte com o Grande Porto e o
Tmega, a Este com o Do-Lafes e a Sul e a Oeste com o Baixo Vouga. A regio de Entre Douro e
Vouga abrange os concelhos de Arouca, Oliveira de Azemis, Santa Maria da Feira, So Joo daMadeira e Vale de Cambra, numa rea correspondente a 859 km e uma populao residente de 276 814
habitantes (Censos 2001). Mais recentemente, Arouca integrou a Grande rea Metropolitana do Porto. A
rea Metropolitana do Porto e a Regio de Entre Douro e Vouga integram-se numa regio mais vasta: a
Regio de Entre Douro e Minho, localizada no Noroeste de Portugal Continental e que abrange os
distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto e ainda alguns concelhos dos distritos de Vila Real (Mondim
de Basto e Ribeira de Pena), Viseu (Cinfes e Resende) e Aveiro (Espinho, Feira, Arouca, Oliveira de
Azemis, S. Joo da Madeira e Vale de Cambra).
Por sua vez, o concelho de Castelo de Paiva, a jusante da bacia hidrogrfica do Arda, integra a regio
do Vale do Sousa, subregio do Tmega, com uma rea de 114,67 km e 16 968 habitantes (Censos
2001), subdividido em 9 freguesias. A subregio do Tmega faz parte da Regio Norte e integra
concelhos dos distritos do Porto, Vila Real, Viseu e Aveiro. limitada a Norte com o Ave e Trs-os-
Montes, a Este com o rio Douro, a Sul com o Do-Lafes e o Entre Douro e Vouga e a Oeste com o
Grande Porto. A sub-regio do Tmega abrange uma rea geogrfica de 2 629 km e uma populao de
551 301 habitantes (Censos 2001). Compreende 14 concelhos: Amarante, Baio, Castelo de Paiva,
Cinfes, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Paos de
Ferreira, Paredes, Penafiel, Resende e Ribeira de Pena.
Relativamente histriada regio, a bacia do rio Arda desenvolve-se em terras de Arouca e Paiva.
Segundo Amrico Costa (1930), quando os mouros invadiram a orla ocidental da Pennsula Ibrica, em
716, j em Arouca havia duas parquias: Santo Estevo do Vale de Moldes e S. Pedro do Vale de
Arouca. Durante a ocupao muulmana, possuam em Arouca um acampamento permanente, num
monte chamado Crasto. Repelidos no sc. IX, voltaram de novo em 997, sob a chefia de Almanzor, tendo
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
15/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 8
Arouca sido devastada e dizimada. Logo que a ocupao moura se deslocou para Sul, o convento de
Arouca foi reedificado. Nos comeos do sc. XII, Arouca foi o teatro de novas lutas, desta vez, travada
entre o Conde D. Henrique e o rei mourisco de Lamego. O combate ter-se-ia travado parte no campo
(talvez em Burgo) e parte da Serra Seca), tendo terminado com a derrota das foras agarenas. O rei deLamego, feito cativo, teria sido to agradecido pelo tratamento recebido que se converteu ao cristianismo
e recebeu de novo o senhorio de Lamego, como vassalo do conde. A escritura dessa dvida foi passada
em Guimares em 1102 e foi testemunhada pelos senhores de Coimbra, Viseu, de Santa Maria e Riba
Minho. Este ltimo era Egas Moniz. O primeiro convento, da ordem beneditina, foi fundado no Vale de
Arouca nos princpios do sc. VIII (ou seja, na poca da invaso mourisca) por dois nobres visigodos,
Lederico e Vandilo, como refgio. Nos meados do sc. X, o convento passou a ser pertena do abade
Hermenegildo e, em meados do sc. XIII, entra em corrupo. No seu regresso de Castela, a Rainha
Santa Mafalda,aps a anulao do seu casamento com Henrique I, rei de Castela imposta pela Cria
romana e precocemente viva, solicita ao bispo de Lamego, D. Paio, autorizao para transferir o
convento para outro lugar, mudar-lhe o padroeiro e a disciplina. A nova regra passou a ser de S.
Bernardo, por ordem do Papa Honrio III, desde ento reservado para recolhimento de freiras
cisterciences. Desse segundo mosteiro, romnico, no h seno algumas relquias arquitectnicas
(restos do claustro), posteriormente restauradas j no sc. XX. Durante as Invases Francesas, a defesa
da vila foi confiada a um herico oficial, destacado do quartel guerrilheiro estabelecido em Alvarenga, de
nome Lus Paulino Pinto de Frana. Este oficial, depois promovido a general, organizou a defesa da vila
de Arouca no estrangulamento do rio Arda, desde os pendores de Rossas at Ponte do Carvalhal e
tendo sido bem sucedido, obrigou desistncia do destacamento napolenico enviado pelo Duque de
Dalmcia e posterior abandono das suas tropas do Vale de Arouca (FCG, 1985).
O actual concelho de Arouca resultou da anexao ao velho concelho e couto de Arouca, que constitui o
territrio Arouca (de que j se fala em 1054), formado em volta do castro de Arouca subtus mons Faste
et de alia parte Serra Sica discurrente ribulo Aarda prope castro Arauca ; do concelho de Alvarenga, que
era constitudo pelo territrio Alvarenga; do concelho de Burgo de Vila Me, a que D. Mafalda, em Maio
de 1229 deu foral; de parte do concelho de Fermedo, que pertenceu ao territrio portucalense e dasfreguesias de Covelo de Paiv, do territrio Lafes e de Espiunca, do territrio Paiva (Silva, 2004).
Na Idade Mdia (sc. IX-XI), Castelo de Paivafazia parte do territrio da Angia(actualmente, Vale do
Sousa) que fazia fronteira com os territrios da Feira, Lamego e Portucale. S a partir do sc. XI, e com a
reconquista definitiva da regio que se comea a forjar a verdadeira identidade da desde ento
chamada Terra de Paiva, sob uma mesma autoridade administrativa, judicial e militar. O concelho
herdeiro da antiga honra de Sobrado (Payva de Riba Douro) e D. Manuel I concedeu-lhe o foral a 1 de
Dezembro de 1513. Inicialmente, o concelho era designado apenas por "Paiva". Essa designao vem j
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
16/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 9
de tempos muito antigos, tendo sido encontrada num documento datado do ano de 883 (www.cm-castelo-
paiva.pt).
Na regio de Entre Douro e Minho, a qual integra o concelho de Arouca e Castelo de Paiva, h
predominncia para a prtica da agricultura, em exploraesde dimenso inferior a 1 ha, ou entre 1 e 5
ha. A Superfcie Agrcola Utilizada (SAL) da regio de 232 260 ha, dos quais 41% so terra arvel,
0.9% de hortas familiares, 12% so culturas permanentes e 46% so pastagens permanentes (INE,
2001). No concelho de Arouca, tm maior relevncia as culturas agrcolas temporrias (4172 ha), os
cereais para gro(1076 ha) e as culturas for rageiras(2823 ha) (INE, 2007). As culturas permanentes e
a vinha ocupam 444 ha e 312 ha, respectivamente. No concelho de Castelo de Paiva, as culturas
permanentes ocupam 345 ha de rea plantada e a vinha cerca de 291 ha. Tambm o olival tem umaexpresso significativa neste concelho (45 ha). Quanto s culturas regadas, predominam nos dois
concelhos a plantao de milho regional, milho hbridoe batata. Em Arouca, tambm so abundantes
as plantaes de milho para silagem (INE, 2001). A produo vincola extremamente importante no
concelho de Castelo de Paiva. Em 2006, a produo de vinho foi cerca de 10 420 hl (INE, 2007).
Relacionada com a actividade agrcola, est a pecuria, muito importante na regio de Arouca. No que
diz respeito explorao de bovinos, Arouca tem o maior nmero de exploraes (1264), com cerca de
7357 efectivos, enquanto em Castelo de Paiva, o nmero de exploraes menor (263), com 1028
efectivos. A explorao de ovinos tambm uma actividade significativa na economia dos dois
concelhos: Arouca tem 393 exploraes com 3453 efectivos e Castelo de Paiva 404 exploraes com
3092 efectivos. Em Arouca, a explorao de caprinos tem elevada expresso: cerca de 271
exploraes com 4582 efectivos, comparativamente com Castelo de Paiva (INE, 2001).
Os concelhos de Arouca e Castelo de Paiva tm densas manchas de florestano seu territrio. Arouca
o concelho com maior rea florestal da Grande rea Metropolitana do Porto, o que torna esta regio
mais afecta ocorrncia de incndios florestais. Em 2006, ocorreram em Castelo de Paiva cerca de
109 incndios florestais, com uma rea ardida total de 1 012 ha, na sua quase totalidade povoamentosflorestais. Em Arouca, verificaram-se a ocorrncia de 266 fogos florestais, num total de 8 984 ha, 84%
dos quais povoamentos florestais (INE, 2007).
Nas guas do rio Arda, tm sido frequentes casos de poluio. A poluio industrialdo Arda passa
pelo potencial poluente das serraes e fbricas de papelo que utilizam o rio e nele lanam os seus
efluentes. No que diz respeito poluio urbana, a inexistncia de povoaes importantes ao longo do rio
pe de parte qualquer preocupao neste sentido, exceptuando a vila de Arouca na nascente do rio, fruto
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
17/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 10
da reunio de 3 ribeiros, um dos quais recebe alguns esgotos provenientes da vila e o pequeno
aglomerado junto da sua foz. Ainda no que diz respeito ao rio Arda, destaca-se a poluio do Ribeiro do
Fojo, proveniente das minas do Fojo, com elevados nveis de ferrodepositados no seu leito, tornando-o
incompatvel com a vida aqutica (Afonso e Carvalho, 1990). Algumas descargas foram observadas emPedorido (Castelo de Paiva) com efluentes a ser despejados numa zona a 500 metros da foz do rio no
Douro (www.moliceiro.com).
No que diz respeito qualidade da gua superficial, a estao em Foz do Arda, entre 2000 e 2005,
esteve classificada como classe B (Boa) e C (Razovel), devido a elevadas concentraes de
nitratos, oxignio dissolvido e fsforo total, o que denota a presena de poluio orgnica
(www.inag.pt). No Plano de Bacia Hidrogrfica do rio Douro, so referidas as cargas poluentes mdias
anuais do rio Arda como um dos seus principais afluentes: 130 ton/ano de CBO5, 225 ton/ano de
Carncia Qumica de Oxignio (CQO), 131 ton/ano de Slidos Suspensos Totais (SST), 11,02 ton/ano de
fsforo e 35,77 ton/ano de azoto. Em relao densidade de carga poluente total, o rio Arda tem 7,7
kg/ha.ano de CBO5, 13,4 kg/ha.ano de CQO, 7,8 kg/ha.ano de fsforo e 2,1 kg/ha.ano de azoto (INAG,
2001). Pelos valores apresentados, constata-se a elevada poluio o rgnicadeste afluente.
O tratamento das guas residuaistorna-se assim de capital importncia para a diminuio da poluio
orgnica, atravs de solues adequadas de tratamento. Existem vrias estaes de tratamento de
guas residuais (ETAR) projectadas para a bacia do rio Arda. Uma dessas estaes ser futuramente
localizada no lugar de Ribeira(Rossas, Arouca), com a finalidade de servir uma populao estimada de15 mil pessoas, concentrada no vale de Arouca. Esta ETAR passaria a receber atravs de um emissrio
os efluentes da ETAR da Pimenta (entretanto desactivada) e faria a cobertura de todo o vale de
Arouca, designadamente da vila e das freguesias do Burgo, Santa Eullia, Urr, Rossas e Chave
(www.arouca.biz).
Relativamente a associaes locais de defesa do ambientecom interveno no rio Arda, a UrtiArda
(Clube do Ambiente e Patrimnio do Arda e Urtigosa) uma associao juvenil de mbito ambiental e
local, fundada em 1999, com sede na freguesia de Rssas, concelho de Arouca. De grande interveno
local desde a sua fundao, esta associao promoveu o restauro de trs moinhos tradicionais, nas
margens do rio Urtigosa em parceria com a Junta de Freguesia de Rossas, estabeleceu parcerias para a
criao de uma Zona de Abrigo Temporrio no rio Urtigosa e ribeira da Escaiba, definiu um protocolo com
as escolas locais para a realizao de limpezas peridicas do leito e margens do rio e colaborar no
repovoamento de trutas-frio, promoveu aces pedaggicas junto das populaes ribeirinhas e das
escolas atravs de prospectos, exposies fotogrficas e reunies peridicas e procedeu instalao de
um viveiro provisrio de criao de trutas-frio para apoio ao repovoamento (rossas.aroucanet.com).
Uma referncia ainda para a Associao de Caa e Pesca do Vale do Rio Arda, com sede no lugar de
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
18/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 11
Oliveira do Arda, freguesia da Raiva, do concelho de Castelo de Paiva, responsvel pela gesto da
criao de Zona de Caa Municipal (ZCM) do Vale do Rio Arda (Portaria n 843/2002 de 12 de Julho) que
abrange as freguesias de Raiva, Pedorido, So Pedro do Paraso e Santa Maria de Sardoura, numa rea
de 5 216 ha.
A morfologia dos concelhos atravessados pelo rio Arda proporciona ptimas condies para a prtica
de desporto, como percursos pedestres, BTT, montanhismo, escalada ou rapel, numa perspectiva de
turismo ambiental sustentvel. O rio Arda oferece paisagens de grande beleza, permitindo ainda a prtica
de desportos aquticos, como canoagem e rafting. Com o objectivo de aproveitar todo o potencial
turstico e ambiental das linhas de gua do concelho, a Cmara Municipal de Arouca tem realizado
estudos para a valorizao ambiental do rio Arda, a recuperao de alguns moinhos e a construo deciclovias (www.futurosustentavel.org).
Patrimnio Cultural
Desde tempos remotos, o concelho de Arouca nasceu e foi-se desenvolvendo sombra do seu Mosteiro,
especialmente a partir da chegada a estas terras da Rainha Santa Mafalda, filha de D. Sancho I, neta de
D. Afonso Henriques. Terra de vales frteis e profundos, cortados por vrios rios e abraados pelasserras, desde cedo foram boas razes para a fixao de povoamentos. Para alm de uma terra de
histria, as serras e os rios de Arouca abraam paisagens deslumbrantes, da natureza em estado puro s
aldeias tradicionais, dos monumentos s casas antigas.
As pontes sobre o rio Ardano so um elemento arquitectnico de grande relevncia para o estudo
deste rio, porque tm uma construo simples e funcional, servindo muitas vezes como ligao entre
lugares e freguesias mais inacessveis dispostos nas vertentes abruptas ou margens do rio. A sua
denominao decorre, na maioria dos casos, da proximidade a certas povoaes.
Na vila de Arouca, existiam trs pontes de cantaria, o da Larandeira, o da Praae o da Ribeira.
Proximo vila tem uma ponte de cantaria lavrada, feita sobre a estrada real, em 1862 (Leal, 1873), das
quais se desconhece a localizao actual.
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
19/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 12
Segue-se depois a Ponte de Burgo (Burgo, Arouca), situada num desvio da EN326, liga o centro da
freguesia s povoaes de Eiriz, Cruz das Eiras e Romariz. Localiza-se prximo de um moinho na
margem direita. A montante desta ponte, o rio Marialva recebe as guas do Ribeiro de Gondim.
A Ponte do Areeiro (Burgo, Arouca) uma ponte de cantaria lavrada, construda em 1864. Faz ligao
entre os lugares da Boavista, Barreiros e Areeiro ao centro da freguesia. Encontra-se nas proximidades
de trs moinhos, dispostos nas margens do Arda, em pleno vale de Arouca.
A Ponte do Rossado (Urr, Arouca) uma ponte de cantaria lavrada, datada de 1864, que liga as
povoaes de Cela e Nogueir ao centro da freguesia, com vista sobre o Vale de Arouca e nas
proximidades de dois moinhos. Est prxima da Casa de Rossado, presumivelmente uma casa agrcola
de propriedade privada.
A Ponte de Zendo (Rossas, Arouca) uma ponte de beto ou alvenaria sobre a EN326 no lugar com o
mesmo nome, e nas proximidades da capela de Nossa Senhora do Rosrio. Junto a esta ponte,
desagua outro afluente principal do rio Arda: o rio Urtigosa que tem vrias nascentes e ribeiros
secundrios (o Ribeiro de Escaba, por exemplo) que atravessam os lugares de Pvoa e Merujal daquela
freguesia.
Em troos mais a jusante do rio, fortemente meandrizados e em encostas mais declivosas, podem ainda
encontrar-se a Ponte da Ribeira ou do Bogalho (Chave, Arouca)em beto ou alvenaria sobre um
desvio da EN326 que faz ligao da povoao da Ribeira ao centro da freguesia, atravessando as
margens do rio Arda. Aqui o rio percorre vertentes muito encaixadas e meandrizadas. Tem dois moinhos,
um em cada margem, junto ponte.
APonte do Carvalhal (Mansores, Arouca), situa-se prximo do lugar com o mesmo nome, uma ponte
de pedra sobre o rio Arda, feita em 1760 (metade custa do extinto concelho de Fermedo e metade
custa do concelho de Arouca), de um s arco.
A Ponte de Cela (Mansores, Arouca) uma ponte em beto ou alvenaria sobre a EN326, junto da
povoao com o mesmo nome, num troo muito meandrizado com vertentes de grande declive sobre o
rio Arda.
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
20/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 13
No concelho de Castelo de Paiva, refira-se ainda a Ponte do Arda (Paraso, Castelo de Paiva),
localizada na EN504, liga os lugares de Cela a Almansor, em Castelo de Paiva, num troo meandrizado e
escarpado do rio Arda. A margem esquerda do Arda est coberta por densos matos e em larga extenso.
A Ponte de Oliveira do Arda (Raiva, Castelo de Paiva) uma ponte em beto ou alvenaria situada em
Oliveira do Arda sobre as margens aluvionares do rio Arda.
Finalmente, destaca-se as Pontes da Foz do Arda (Pedorido, Castelo de Paiva)que ligam os lugares
da Costa e Concas, sobre a foz do rio Arda, na EN222, num troo final com margens mais alargadas.
Esta ponte tem vistas sobre a paisagem deslumbrante do rio Douro e, defronte, a povoao de Rio Mau
(concelho de Penafiel) e a foz do rio com o mesmo nome.
Na regio de Arouca, a guatinha um papel determinantena vida das populaes: regava os prsperos
campos do vale do Arda e para o seu aproveitamento foram criados pequenos diques, denominados
audes, para regar os campos de milho, que assumiram nos ltimos quinhentos anos um papel
determinante na sobrevivncia das populaes da regio. Na repartio das guas e na construo das
levadas dos direitos adquiridos pelas famlias, surgiram uma srie de normas jurdicas no escritas que
eram aceites por toda a comunidade. Os consortes tratavam do arranjo das levadas e as guas eram
transportadas a todo o vale num respeito por regras ancestrais tacitamente aceites. Do mesmo modo se
zelava pelos audes que encoravam as guas que tocavam os rodzios dos moinhos. Neles se moa a
farinha, principalmente a de milho, que era ingrediente fundamental para a confeco do po de milho,
designado de broa. Dessa farinha tambm se alimentavam os sunos e se engordava uma das
preciosidades genticas do concelho de Arouca: a vaca de raa Arouquesa. O rio tinha pois um papel
fundamental na vida da comunidade.Esta relao do homem com o rio, por ser to natural e harmoniosa,
fez com que estes cursos de gua de montanha conservassem at aos anos mais tardios do sculo XX
uma riqueza mpar em termos de biodiversidade e riqueza cultural (rossas.aroucanet.com).
Omilho, que constitua a base da alimentao na 2 metade do sculo XX no vale de Arouca, continua a
ser ainda hoje uma das principais culturas, e ao longo das margens dos rios Urtigosa, Marialva e Arda
ainda existem diversas azenhas, umas recuperadas, outras em adiantado estado de degradao, onde
se moa o gro colhido nas vrzeas. Os moinhosso predominantes nas freguesias de Trope, Urr,
Rossas, Vrzea e Burgo, precisamente as freguesias integradas no vale de Arouca, onde se pratica uma
agricultura de minifndio e de subsistncia, em que a cultura do milhose junta a horticultura, a
fruticulturae a vinha. No rio Urtigosa, existiam no passado velhos moinhos de moer cereal, alguns deles
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
21/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 14
ainda em actividade (www.youngreporters.org). A cultura do linhoteve uma importncia fundamental at
aos anos 40 do sc. XX, principalmente na freguesia de Rossas.
Do patrimnio arqueolgico na bacia hidrogrfica do rio Arda, salientam-se o Castro de Monte Valinhas eos monumentos megalticos de Escariz. O Castro do Monte Valinhas (Santa Eullia, Arouca), edificado
no cume do monte que lhe deu nome (448 m de altitude), situado nas proximidades de Santa Eullia, a
Norte da vila de Arouca, um lugar privilegiado em termos estratgicos, com vistas sobre todo o vale de
Arouca, razo pela qual foi elevado por sucessivas comunidades ao longo de vrios sculos, desde a
Proto-Histria at Idade Mdia desta regio. As escavaes arqueolgicas que tm sido ali realizadas,
ainda insuficientes, no deixam dvidas quanto existncia de um castro habitado desde o incio do
primeiro milnio a.C., bem como relativamente existncia de um castelo medieval. Este local estratgico
ter subsistido at ao final do sculo XII e princpio do XIII e as escassas escavaes realizadas tm
posto a descoberto importante esplio arqueolgico de diferentes perodos e ocupaes da ocupao
humana naquele local. O fim das invases levou desocupao deste local estratgico de defesa e a
romanizao foi empurrando as populaes para os vales frteis, pelo que existe no sop do monte um
lugar chamado Crasto, de origem muito antiga, muitas vezes referido em documentao medieval.
Do esplio encontrado no Castro de Valinhas sobressaem, pela quantidade, escrias de ferro que fazem
prever a existncia de uma fundio, de milhares de fragmentos de cermica de vrias pocas, e tambm
de vidro. Pela raridade, sobressaem fragmentos de lminas de facas, pontas de seta e moedas romanas,
contas de colar e ms circulares. O achado arqueolgico mais significativo , no entanto, um alfinete de
vesturio de prata dourada, datado dos sculos I a III. Est em vias de classificao desde 1996
(www.ippar.pt).
O lugar da Malafaia (Vrzea, Arouca) tambm um stio arqueolgico que tem vindo a ser explorado,
com origem num casal agrcola com ocupao tardo-romana e alti-medieval que poder estender-se at
aos scs. VII e VIII.Tambm o lugar de Cividade(Roas/Urr, Arouca) um stio de elevado potencial
arqueolgico, constitudo por um povoado de altura, com grande dominncia visual e controle efectivo
sobre o vale de Arouca. Nele foram detectados vrios vestgios arqueolgicos, como por exemplo,
cermicas datadas do Bronze Final e, ao que parece, o talude de uma muralha, estando a decorrer
estudos que permitam uma melhor caracterizao da cronologia e natureza do stio (Silva, 2003).
A freguesia de Escariz, de todo o concelho de Arouca, aquela onde os monumentos megalticosse
apresentam mais concentrados (cerca de 40). Numa linha de orientao NNW-SSE, com cerca de 10 km,
os monumentos megalticos so tmulos funerrios que datam do 5 milnio at finais do 2 milnio a.C..
As mamoasque compem os vrios ncleos megalticos da regio apresentam, por vezes, pinturas e
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
22/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 15
gravuras(ex: Mamoa I da Aliviada). Dos 40 monumentos j inventariados, procedeu-se, na poca de 80,
escavao dos seguintes: 1983 - Mamoa I da Aliviada; 1984 - Mamoa II da Aliviada; 1985 - Mamoa I de
Alagoas, Mamoa I do Calvrio. Os monumentos estudados revelaram um esplio abundante e de boa
qualidade, compreendendo em pedra lascada, microlitos geomtricos, pontas de seta, lminas e lamelas;em pedra polida, machados. Encontram-se ainda elementos de moinho manual, assim como lascas em
slex e quartzo. A cermica, embora abundante, apresenta-se no geral muito fragmentada, impedindo
qualquer reconstituio das formas. Existem tambm alguns elementos de adorno, constitudos por
pequenas pontas de xisto (www.rotadaluz.pt).
Dos monumentos megalticos de Escariz, salienta-se o chamado Dlmen de Escarizou Dlmen da
Aliviada, construdo durante o Neo-calcoltico desta regio de Arouca. Situado junto EN519, este stio
megaltico apresenta uma cmara sepulcral alongada, de planta sub-rectangular voltada para SSE,
constituda por nove esteios granticos, numa rea onde se erguem duas outras mamoas, ou tumuli. A
principal caracterstica deste dlmen residir, no entanto, na superfcie de sete dos nove esteios que
compem a cmara, por apresentarem gravuras e pinturas com motivos predominantemente ondulados e
geomtricos, enquadradas no que geralmente entendido por arte megalticado Norte de Portugal
originada na primeira metade do III milnio a. C., de difcil interpretao. Os especialistas relacionam
ora com o culto ofioltico(das serpentes), ora com a representao de linhas de gua purificadoras,
como uma fora regeneradora e revivificante. Est classificado como Monumento Nacional desde 1992
(www.ippar.pt).
O vale de Arouca, que abrange as freguesias de Rossas, Vrzea, Burgo, Santa Eullia e Arouca, contm
um patrimnio religioso riqussimo, sobretudo, igrejas, mosteiros e capelascom as suas festas e
romarias, que manifestam a grande religiosidade das suas gentes, ligadas s tradies rurais que se
perdem em tempos imemoriais.
ACapela da M (Arouca), situa-se a 8 km da vila, est implantada no topo de Monte da Senhora da M
a cerca de 700 m de altitude, num recinto denominado Parque Augusto P. Magalhes. No Monte de
Senhora da M, tm nascente vrias linhas de gua afluentes do rio Marialva (mais a jusante, designado
de rio Arda) e do rio Paiv (entre elas, a Ribeira de Moldes). Dominante sobre o vale de Arouca pelo lado
NE, a primeira referncia a esta capela data de 1546, atravs de uma carta do rei D. Joo III sobre a
exclusividade do privilgio da caa concedido ao Mosteiro de Arouca, onde menciona a casa de nosa
senhora damoa (www.roteirosdaagua.com). Surgiu, como conta a lenda, em memria de um cristo,
devoto Nossa Senhora, fugido escravido dos Mouros no Magrebe. Nesta capela, de contornos muito
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
23/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 16
caractersticos e que se presume ser do sc. XVI, destaca-se, no seu interior, a escultura da Virgem com
o Menino, gtica do sculo XVI, e uma pintura do sculo XIX que reproduz a lenda (www.rotadaluz.pt). O
adro pavimentado com pedras de xisto e cimento. As encostas do monte definem declives muito
acentuados e encontram-se revestidas de denso eucaliptal (Eucalyptus globulus), encontrando-se naenvolvente da capela algumas reas agrcolas. A romaria Senhora da M realiza-se a 7 e 8 de
Setembro.
O calvrio, plpito e alminhas de Arouca, localizam-se na Rua Dr. Figueiredo Sobrinho, sobre um
macio grantico, formando numa pequena elevao de cerca de 320 m, isolados em relao ao casario
campestre. Inserem-se num contexto urbano, junto Capela da Senhora do Carmo(tambm conhecida
como a Capela do Esprito Santo), a Norte da vila de Arouca e a poente do Monte e Capela da Senhora
da M. O Calvrio de Aroucadesigna, na realidade, um conjunto de seis cruzeiros seiscentistas, emgranito, erguidos num macio rochoso, no cimo da antiga rua da Arca. Junto das cruzes, esto ainda
implantados um plpito em granito, e um nicho. O conjunto completado por trs outros cruzeiros, de
factura semelhante, dispersos por vrios arruamentos, compondo uma Via Sacra que inclua o vizinho
Mosteiro de Arouca e terminava aqui.
Os cruzeiros so compostos por altos pedestais quadrangulares, sobre os quais se elevam pilastras
encimadas por capitis de seco quadrada, suportando singelas cruzes latinas, em granito. O plpito
cilndrico, assentando numa base tambm cilndrica mais estreita, por sua vez levantada sobre uma
plataforma quadrangular. O acesso faz-se atravs de uma pequena escadaria com cinco degraus. Onicho, ou alminha, possui vo de arco redondo, e rematado por uma pequena cruz. O Calvrio e a Via
Sacra foram erguidos pela Confraria do Senhor dos Passos, instituda na Igreja (hoje Capela) da
Misericrdia de Arouca, em 1621. Esta irmandade organizava, desde 1626, a procisso da mesma
invocao, que partia do referido templo durante as celebraes da Quaresma, terminando na Capela do
Esprito Santo, junto do Calvrio. O cruzeiro central (restaurado) possui a data de 1627 inscrita no
pedestal, estando o plpito, por sua vez, datado de 1643. A procisso saiu nos mesmos moldes at 1855,
ano em que se passou a chamar de Procisso do Senhor Morto. Ainda hoje se efectua este cortejo,
tambm conhecido por procisso dos Fogarus, na Quinta-Feira Santa. As restantes cruzes da Via Sacra
encontram-se junto ao Mosteiro de Arouca, na Rua de Santo Antnio, e na via de acesso ao Calvrio,
junto a uma casa senhorial. No se encontram includas na classificao, embora faam parte do mesmo
conjunto monumental. Est classificado como Imvel de Interesse Pblico desde 1948 (www.ippar.pt).
A Capela de S. Pedro (Arouca), no lugar com o mesmo nome. um simples templo gtico, do sculo
XVI. Foi restaurada em 1988 (www.cm-arouca.pt).
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
24/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 17
O Mosteiro de Santa Maria de Arouca, o tmulo de Santa Mafalda e Igreja Matriz de So Pedro de
Arouca (Arouca) localizam-se no Largo de Santa Mafalda. Segundo a documentao existente, o antigo
Mosteiro de So Pedro data do sculo X (perodo pr-romnico). No ano de 1210, o mosteiro legado a
D. Mafalda, por seu pai, D. Sancho I, Rei de Portugal, atravs de carta de couto, definindo o carcter decentralidade na vida poltica e administrativa da regio.
Materialmente, foram muitas as ddivas do errio de D. Mafalda que transitaram para o domnio do
convento e ter sido por sua vontade que a comunidade monstica adoptou a regra de So Bernardo, j
no sculo XIII, sendo como mosteiro cisterciense da ala feminina que se registaram os principais passos
da sua histria. O mosteiro de Arouca viveu perodo de grande prosperidade econmica que, de algum
modo, se reflectiu na procura de peas artsticas de grande qualidade, boa parte das quais ainda se
mantm.
De fundao medieval crendo-se que ainda romnica, o conjunto, alvo de incndios, reconstrues e
ampliaes, data de finais do sculo. XVII aos ltimos anos do sculo XVIII. Em 1886, com a morte da
ltima freira, o Mosteiro foi extinto e todos os seus bens transitaram para a Fazenda Pblica. Abre-se,
ento, uma era de utilizaes diversas para este amplo conjunto edificado, mantendo-se, contudo, o
esplio artstico, recolhido no Museu de Arte Sacra, entretanto, a instalado.
De edifcio do mosteiro, merecem destaque o claustro, a sala do captulo, a cozinha, a Igreja Matriz de
S. Pedro de Aroucae o coro das freiras(www.ippar.pt). A igreja de nave nica, tem um claustro em
estilo neoclssico que comeou a ser construdo em finais do sculo XVIII. Na igreja, destaca-se o
trabalho de talha dourada do coro,belo exemplar do barroco nacional; o rgo monumental, ao estilo D.
Joo V (www.rotadaluz.pt); o grande cadeiral, o magnfico retbulo, do estilo joanino, e na capela-mor, o
tmulo da Rainha Santa Mafaldae inmeras obras de pintura e escultura. Est classificado o conjunto
como Monumento Nacional desde 1910 (www.ippar.pt).
O Pelourinho de Arouca (Arouca) situa-se no Largo Brando de Vasconcelos, em pleno centro
histrico, junto igreja do Mosteiro e antiga Casa da Cmara. Os pelourinhos eram, por um lado,
smbolos do poder municipal, e por outro, serviriam como locais de aplicao da justia na Idade Mdia. A
construo do pelourinho resultar, muito provavelmente, da concesso da carta de foral de D. Manuel,
em 1513, ao concelho de Arouca. O actual pelourinho de Arouca resulta de uma reconstruo, uma vez
que o monumento foi desmontado em finais do sculo XIX, sendo ento guardado nos claustros
conventuais, onde permaneceu durante cerca de um sculo. O trabalho de reconstruo realizou-se em
1989, tendo sido instalado em local prximo do primitivo.
Sobre soco de trs degraus hexagonais, de parapeito, e de factura moderna, levanta-se o conjunto da
base, coluna e remate. A base da coluna circular, e o fuste cilndrico e liso, sendo ambos igualmente
feitos de novo em 1989. O remate, assente directamente sobre a coluna, aproveita peas originais,
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
25/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 18
constando de um capitel de cesto decorado com dois escudetes ligados por fitas ou cordames, encimado
por esfera armilar de bom tamanho e talhe. O monumento original teria trs escudetes no capitel, a
espaos iguais, e pelo menos duas esferas armilares na base. Est classificado como Imvel de
Interesse Pblico desde 1933 (www.ippar.pt).
ACapela da Santa Casa da Misericrdia de Arouca (Arouca) situa-se no fundo da Praa Brando de
Vasconcelos, mesmo no centro histrico da vila. A importncia do Mosteiro de Arouca foi determinante
para o desenvolvimento da vila, bem como de toda a regio do vale de Arouca. Em 1513, D. Manuel
concedeu foral povoao, que assim se tornava sede de concelho. Cerca de cem anos mais tarde, a
povoao local constituiu a Misericrdia de Arouca, seguindo o exemplo de muitas vilas do pas, que
atravs deste tipo de irmandade constituam mecanismos de assistncia social e religiosa. Fundada em
1610, a confraria iniciou pouco tempo depois, em 1612, a construo de uma igreja prpria, situada na
praa principal da vila. O templo, de planta rectangular disposta longitudinalmente, apresenta uma
estrutura de pequenas dimenses, que contrasta com a riqueza do programa decorativo interior. de
destacar a unicidade do conjunto, uma vez que a estrutura original seiscentista, que inclui o conjunto
azulejar. A campanha barroca executada no final do sculo XVIII, que contemplou o arco do altar do
Senhor dos Passos e a cobertura pintada da nave, integrou-se de forma harmoniosa com a estrutura j
existente. A fachada apresenta ao centro portal de arco pleno, inserido num alfiz com colunelos simples e
pinculos. No friso foi inscrito "DEVOTI - FECERE - AN - 1612", indicando a data de edificao do templo.
O conjunto encimado por um culo, sobre o qual esculpiram o escudo de Portugal. Do lado direito da
fachada foi edificada a torre sineira. O espao interior do templo composto por uma nica nave, cujas
paredes so totalmente revestidas por painis de azulejos de padro azuis e amarelos, executados na 1
metade do sculo XVII. O tecto do templo composto por 45 caixotes de madeira, decorados com
pinturas representando temtica mariana, os Evangelistas, os Apstolos e Doutores da Igreja, e temtica
da vida de Cristo. Do lado do Evangelho, foi edificada a Capela do Senhor dos Passos, em talha
dourada e policromada, e no espao fronteiro foram colocados o plpito, tambm de madeira
policromada, e a tribuna dos mesrios. semelhana do que sucedia em muitas igrejas de misericrdia
edificadas no sculo XVII, o espao da capela-mor diferenciado apenas por um desnvel do cho. O
retbulo-mor, de modelo maneirista, divide-se em dois registos, o primeiro albergando trs tbuas
pintadas com temas marianos, a Anunciao, a Visitao e a Creche, e dois nichos com estaturia, o
segundo com cinco pinturas, a Virgem com So Joo, Santo Antnio, So Francisco, e duas com temas
da Paixo de Cristo, tambm em tbua, e um crucifixo. A estrutura decorada com relevos de motivos de
grotesco. Est classificada como Imvel de Interesse Pblico desde 1959 (www.ippar.pt). Defronte da
capela, existe um fontanrio em pedra trabalhada com quatro bicas e pia octogonal, edificado em 1901.
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
26/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 19
OMemorial de Santo An tnio do Burgo ou Arco d a Rainha Santa (Santa Eullia, Arouca)localiza-se
na EN 326, no lugar de Santo Antnio, na margem direita do rio Marialva. Tambm chamado Arco da
Rainha Santa, de traa romnica e a sua construo deve pertencer ao sculo XII. Ergue-se num
pequeno adro fronteiro capela paroquial, composto de arcada grantica destinada a assinalar o localonde ter sido depositado o corpo da Rainha Santa Mafalda, filha de D. Sancho I. Assente em pedestal,
de planta rectangular, com quase cinco metros de altura, o arco, de volta perfeita simples, com pouco
mais de dois metros de dimetro, apresenta-se rasgado (atravs de duas frestas com besantes)
superiormente e finalizado com cruzes nos flancos e componente cilndrico. Quanto decorao,
predominantemente geomtrica e vegetalista, ela surge nas molduras exteriores e intradorso da
arquivolta, assim como na empena apoiada por duplos colunelos de fuste liso e capitis lavrados com
componentes antropomrficos. Est classificado como Monumento Nacional desde 1910 (www.ippar.pt).
A Capela de Santo Antnio (Santa Eullia, Arouca) uma singela capela na margem direita do rio
Arda, junto EN326, prximo do Memorial de Santo Antnio de Burgo. Diz a tradio que a construo
desta capela foi em celebrao da batalha inventada por Frei Bernardo de Pinto, entre o conde D.
Henrique e Egas Moniz de um lado e Echa Martim, rei de Lamego, em 1102, do outro (Pereira, 1990).
A Torre dos Mouros (Burgo, Arouca) situa-se naQuinta de Lourosaou Quinta da Torre, no lugar de
Lourosa de Campos. uma reconstruo do sculo XIV, com planta quadrangular, de estilo gtico e uma
cisterna (actualmente aterrada), com seteiras e uma inscrio ainda por decifrar. Visava a vigilncia de
terras cultivadas (www.cm-arouca.pt).
OPelourinho do Burgo (Burgo, Arouca)localiza-se na EN326, junto Capela de Santo Antnio, no
lugar com o mesmo nome na margem direita do rio Marialva. Coroando um longo historial de privilgios
concedidos s terras junto do vetusto Mosteiro de Arouca, o pelourinho ter sido mandado erguer depois
da atribuio do respectivo foral em 1229 pela Rainha Santa Mafalda a este lugar, outrora chamado Vila
Me ou Burgo Novo, por oposio ao Burgo Velho, situado volta do Mosteiro. Assim comeou a
autonomia deste pequeno concelho, situado na envolvente. Em Dezembro de 1817, seiscentos anos
depois da atribuio da Carta de Povoao, esse pequeno concelho foi extinto e anexado ao de Arouca.
Este pelourinho o nico legado que ficou de Vila Me de Burgo (www.roteirosdaagua.com). Construdo
em data incerta, foi apeado no incio do sculo XX, na sequncia das obras de alargamento da EN326.
Trata-se de um singelo pelourinho de bola, constitudo por uma base prismtica, de seco octogonal e
com faces lisas, fuste de seco circular liso, capitel composto por trs molduras circulares, boleadas, de
seco crescente, e remate em esfera lisa. semelhante, em linhas gerais, ao vizinho Pelourinho de
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
27/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 20
Cabeais, provavelmente datado da primeira metade de Quinhentos, aps foral manuelino de 1514. Est
classificado como Imvel de Interesse Pblico desde 1933 (www.ippar.pt).
A Igreja de So Miguel de Urr (Urr, Arouca) est inserida no vale de Arouca, em estilo romnico,muito bem conservada (urro.arouca.net). A povoao de Urr era curato de apresentao do Mosteiro de
Arouca, possivelmente desde o sculo XII. Embora se desconhea a data de fundao da Igreja Matriz de
Urr, dedicada a So Miguel, possvel que a sua edificao tenha decorrido entre os ltimos anos do
sc. XII e o incio do sc. XIII. O actual templo resulta de uma reedificao executada na 2 metade do
sc. XVI, embora o programa decorativo do espao interior tenha sido executado j no sc. XVIII. A Igreja
de So Miguel de Urr um pequeno templo maneirista, de linhas simples e austeras. A estrutura exterior
inspirada no estilo medieval. O frontispcio do templo, onde foi edificado um simples portal de moldura
recta sobreposto por uma janela, precedido por um nrtex onde foi edificado o campanrio. Desta
forma, foi criado um espao avanado que antecede o corpo do templo, ligado a este por dois arcos
laterais, formando um balco atrs das sineiras. Interiormente, o espao de nave nica precedido pelo
coro-alto de madeira assente sobre duas colunas jnicas. Destaca-se o conjunto de retbulos de talha
joaninos, dois colaterais e um colocado na capela-mor, possivelmente executados e edificados cerca de
1728, quando foi realizada uma segunda reforma da estrutura da igreja. Tambm de talha dourada o
revestimento do arco triunfal, onde foi colocada no fecho uma tela com a representao de So Miguel, o
padroeiro do templo. Foi declarada Imvel de Interesse Pblico em 1951 (www.ippar.pt).
ACapela de Nossa Senhora da Lage (Urr, Arouca)localiza-se na envolvncia da aldeia de Merujal, a
870 metros de altitude, em plena serra da Freita, onde nascem linhas de gua afluentes do Rio Urtigosa.
Localiza-se numa zona rural, com construes rsticas, um coreto, um cemitrio anexo e um nicho
inserido num penedo com a data inscrita de 1717. Na zona que se estende para Sudoeste e Sudeste,
existem 13 cruzeiros de tipologia simples, representando freguesias dos concelhos de Arouca, Vale de
Cambra e So Pedro do Sul. Provavelmente do sc. XVII (perodo barroco), a capela tem planta
longitudinal, composta por nave nica, capela-mor, sacristia adossada esquerda, do lado Norte e
alpendre adossado fachada principal, do lado Oeste, volumetricamente distintos, com cobertura
homognea na capela-mor e sacristia e diferenciadas nos outros corpos em telhados de 2 e 3 guas
(alpendre). No interior da igreja, destaca-se o arco triunfal ladeado por dois retbulos de madeira pintada
a branco e ouro e o retbulo do altar-mor em talha dourada e branca com decorao de concheados. A
romaria Nossa Senhora da Laje realiza-se 3 vezes por ano a 3 de Maio, 15 de Agosto e a 8 de
Setembro, sendo na primeira data chamada Festa das Cruzes porque os grupos de romeiros de cada
uma das freguesias concentram-se junto do respectivo cruzeiro esperando a vez de se integrarem com as
cruzes aladas na procisso cujo itinerrio percorria os 13 cruzeiros existentes (www.monumentos.pt).
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
28/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 21
A Capela de Nossa Senhora do Campo, Santa Ana, Santo Antnio e Esprito Santo, conhecida
apenas por Capela deNossa Senhora do Campo(Rossas, Arouca)situa-se num pequeno outeiro no
centro do vale de Arouca, atravessado pelo rio Arda. Foi mandada construir por Manuel Jos Ayres, no
ano de 1792 (rossas.aroucanet.com). Segundo conta Antnio de Almeida Brando, no seu livro deMemrias em tempos j distantes, foi a regio de Arouca fustigada por violentos temporais, que
assolaram as culturas e no permitiam que as terras produzissem seus frutos, as chuvas torrenciais
faziam transbordar rios e barrocos, ms aps ms, inundando todos os campos, e os frios intensssimos,
queimavam as plantas que nada produziam e a fome batia j porta de muitos lares e a situao
apresentava-se aflitiva, pois nem os prprios animais escaparam s funestas consequncias desta
calamidade, que durou anos. Foi ento que os crentes no poder de Nossa Senhora, se prostraram a
seus ps, com o corao lanceado pela dor, e Lhe rogaram com muita f e devoo, que os libertasse
deste flagelo. Ao mesmo tempo fizeram o voto de Lhe dedicar uma capela e consagrar uma imagem, sob
o glorioso ttulo de Nossa Senhora do Campo, prometendo mais, fazer-Lhe uma festa no segundo
Domingo de Agosto e distribuir abundantes esmolas pelos mais necessitados. assim que ainda hoje,
no segundo domingo de Agosto de cada ano e em cumprimento da promessa ento feita e que a lenda
consagra, sai da capela de Nossa Senhora do Campo, que sucedeu ao pequeno templo primitivo, uma
majestosa procisso, em que se incorporam as bandas de msica, o povo canta em coro
(rossas.aroucanet.com):
Em tempos que j l vo,
Oxal no voltem mais,
No vale faltou o po,
Crescido em nossos trigais.
Nossa Senhora do Campo,
Dai-nos frutos, dai-nos po;
E do vale aos seus flancos
Escutai nossa orao.
A festa em honra de Nossa Senhora do Campo uma referncia cultural e religiosa e uma das
festividades mais representativas do concelho arouquense.
A Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceio (Rossas, Arouca) localiza-se na margem direita
do rio Urtigosa, afluente do rio Arda. um belo exemplar de construo grantica de caractersticas
romnicas, datada da segunda metade do sc. XVI. Privilegiando a pedra, esta distribui-se pelos panos
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
29/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 22
de forma irregular, que so quase sempre cegos. O portal, clssico, interrompe a monotonia da fachada,
como o campanrio interrompe a linha da cimalha (www.roteirosdaagua.com).
A Capela da Senhora do Rosrio, So Domingos e Santa Brbara, conhecida como Capela daSenhora do Rosrio (Rossas, Arouca)situa-se no lugar de Zendo, na margem direita do rio Arda. Foi
construda nos anos 30 do sc. XX, por iniciativa do Padre Lus de Almeida Aguiar, que paroquiou a
freguesia de 1911 a 1946, e substituiu a primitiva, erguida na mesma encosta, mas a uma altitude
superior, de S. Joo em Provizende (rossas.aroucanet.com).
No vale de Arouca, a tradio agrcolamanteve-se enraizada na arquitectura, usos e costumes das
casas rurais, algumas delas brasonadas, tpica dos scs. XVIII e XIX. Hoje, algumas foram recuperadas
e so utilizadas para turismo rural, perfeitamente enquadradas num ambiente rstico.
A Casa da Lavandeira (Arouca)situa-se na Rua Dr. Teixeira de Brito. Tpica do sc. XIX, uma casa de
rs-do-cho com dois pisos. Tem pilastras em granito, sacada com ferro forjado e escada (em granito)
que d para o primeiro piso. Numa das paredes da casa, existe uma pedra onde est gravada o ano de
1592 (ter vindo de outro local da construo) (www.roteirosdaagua.com).
ACasa dos Malafaias (Arouca), tambm conhecida comoCasa Grande, situa-se na Rua Dr. Figueiredo
Sobrinho (antiga Rua DArca), muito perto da Casa da Lavandeira. uma casa brasonada do sc. XVIII
que foi antiga quinta rural. A pedra de armas coloca-se no cunhal, com escudo francs, construdo em
pedra de Ana e elmo aberto voltado direita, denunciando a posio social dos proprietrios. Conserva
ainda a capela, no flanco, e o cruzeiro (www.roteirosdaagua.com). Pertenceu famlia dos Malafaias,
Pereiras, Mascarenhas e Castros. Actualmente, seu proprietrio Jos Maria de S e Seabra (Pereira,
1990).
A Quinta de Novais (Santa Eullia, Arouca), situada no lugar de Novais, uma antiga casa agrcola de
finais de sc. XVIII, cujos edifcios de apoio foram recuperados e reconvertidos no Hotel Rural Quinta
de Novais. Com cerca de 25000m, mantm uma grande rea de castanheiros, carvalhos e sobreiros,
juntamente com o espao verde e florido do jardim, tendo por horizonte a serra da Freita, formando
um conjunto nico (www.quintadenovais.com).
A Casa de Eiriz (Burgo, Arouca) localiza-se no lugar de Eiriz, uma casa brasonada do sc. XVIII,
construda em granito. Possui um escudo francs, com elmo aberto voltado direita. Foi propriedade das
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
30/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 23
famlias Tavares, Teixeiras, Cabrais e CastelBranco. Pertence actualmente a Alberto Cabral Castelbranco
(Pereira, 1990).
ACasa do Burgo (Burgo, Arouca),situada a 2 kms da vila de Arouca, margem da EN224, uma casabrasonada do sc. XIX, situada na Rua do Burgo. Construda em granito, possui um escudo francs, com
elmo aberto voltado direita. Pertenceu s famlias Barbosa, Teixeira, Pinto e Fonseca. Em 18 de Julho
de 1813, o proprietrio desta casa - Bernardino Antnio Teixeira Vaz da Fonseca Pinto - foi nomeado
Capito-Mor de Arouca. Presentemente, esta casa brasonada pertence ao Dr. Jos Augusto de Vaz Pinto
(Pereira, 1990).
A Casa de Santo Antnio (Burgo, Arouca)situa-se no largo de Santo Antnio. uma casa brasonada
do sc. XVIII com escudo francs, coronel de nobreza, em granito. Pertenceu famlia dos Mascarenhas,
Tavares, Pereiras e Castros. Actualmente, sua proprietria D. Catarina da Costa Dias (Pereira, 1990).
A Quinta de Romariz (Burgo, Arouca)situa-se no lugar de Romariz. uma quinta brasonada do sc.
XVIII. Pertenceu famlia Cies. Actualmente, tem vrios proprietrios (Pereira, 1990).
A Quinta do Pomarinho (Burgo, Arouca)localiza-se no lugar de Romariz, em pleno vale de Arouca.
uma casa agrcola do sculo XIX, que depois de recuperada, est destinada a turismo de habitao. Os
espaos de outrora, deram origem aos quartos das castanhas, dos girassis, das heras, dos miostis e
das rosas, relembrando os aromas e sabores do campo (www.quintadopomarinho.com). Tem mini-golf,
campo de tnis e basquetebol e piscina.
A Casa de Cela (Urr, Arouca) situa-se no lugar de Cela. um solar do sc. XVIII, de valor
arquitectnico, com casa principal, casa rural e capela joanina (www.casadecela.com). O braso tem
escudo francs, em granito, com elmo aberto voltado direita. Pertenceu s famlias Sousa,
Vasconcelos, Melo e Pinto. Actualmente, pertence ao Dr. Albano de Almeida Rebelo (Pereira, 1990).
umaquinta de turismo de habitao.
O vale de Arouca tem grandes tradies ligadas agricultura e a gastronomia. A doaria conventual e
regional de Arouca, ligada ao Mosteiro de Arouca e s suas freiras, um patrimnio riqussimo que
continua a ser transmitido de gerao em gerao, de que so exemplo, as castanhas doces, as
morcelas, opo de S. Bernardo, as barrigas de freira, omanjar da lngua, as roscas, os charutos de
amndoa, o po-de-l e osmelindres (Soares, 2007). A raa bovina arouquesa, de denominao de
origem protegida e certificada desde 1998, criada nas encostas serranas, alimentada base de
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
31/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 24
vegetao natural que cobre essas encostas, facto que confere sua carne, deliciosamente tenra, um
inigualvel sabor. A confeco desta carne feita de vrias formas, como a vitela assada, a posta
arouquesa, a costela arouquesa, obife de Alvarenga, entre outros (Soares, 2007).
A tradio histrico-cultural, associada ao Mosteiro de Arouca e sua padroeira, Rainha Santa Mafalda,
traduz-se em vrias lendas locais. Reza assim a lenda sobre a Rainha Santa Mafalda e a fundao
dos mosteiros de Arouca, Pao de Sousa e Paiva: D. Mafalda, filha de D. Sancho I, nasceu em
Coimbra a 1 de Maio de 1195 e casou com Henrique I de Castela, mais novo do que ela oito anos, em
finais de 1214 ou princpios de 1215, tendo sido anulado pelo Papa Inocncio III, antes dos meados de
Julho de 1216. Dona Mafalda regressou a Portugal e recolheu-se em 1217 no Mosteiro de Arouca que lhe
tinha sido deixado em testamento pelo seu pai. D. Mafalda faleceu em 1 de Maio de 1256, como consta
do Livro dos bitos de Santa Cruz de Coimbra, em Arouca, no obstante a lenda a dizer falecida em Rio
Tinto e o seu cadver transportado numa mula e sempre que ela ajoelhasse, se faria um monumento:
descreveram-se assim, um em Pao de Sousa, hoje identificado como de D. Sousino Alvares, outro, em
Paiva, que tem um espada marcada, devendo ser de um cavaleiro, e outro no Burgo, chamado o Arco da
Rainha Santaque um monumento romnico do sc. XII. Quando D. Mafalda entrou no Mosteiro de
Arouca no lhe agradou a ordem existente, pelo que tratou de conseguir do Bispo de Lamego, D. Paio,
autorizao da mudana da Ordem de S. Bento para outra mais severa como era, nesse tempo, a de
Cister, o que conseguiu em 1224 e por bulas de Honrio III e de Inocncio IV. O seu caixo foi aberto,
pela primeira vez, em 1616, encontrando-se o seu corpo vestido de freira. () Muitas vezes se tem
chamado Infanta a Dona Mafalda, quando lhe pertence legitimamente o ttulo de Rainha. D. Mafalda
nomeou seus testamentrios a irm D. Urraca, a sua parente D. Eldara, a abadessa de Arouca, ao prior
dos dominicanos e ao guardio dos franciscanos e, por ela, se ter mandado sepultar no seu mosteiro de
Arouca. Foi beatificada em 1792 pelo Papa Pio VI. (Pereira, 1990).
Mas existe uma outra verso desta lenda. A Rainha D. Mafalda viveu os ltimos dias da sua vida no
Mosteiro de Arouca, onde recebeu o hbito de monja, morrendo aos 90 anos durante uma cobrana de
foros e rendas em Rio Tinto, segundo reza a lenda no primeiro de Maio de 1256. Nesse mesmo dia, os
habitantes dessa terra queriam que D. Mafalda fosse sepultada nessa mesma terra, mas em Arouca
discordavam, porque era no mosteiro que ela vivia e na sua igreja deveria repousar o seu corpo para
sempre. Estava a discrdia instalada quando algum se lembrou de dizer que, se pusesse o caixo em
cima da mula em que a Infanta costumava viajar, e para onde o animal se dirigisse seria o local onde
seria sepultada. A mula passou por Alpendurada, Castelo de Paiva e pelo lugar de Santo Antnio, na
freguesia de Santa Eullia, j no concelho de Arouca. Durante todo o percurso, a mula no teve dvidas e
apenas parou junto da porta principal do Mosteiro de Arouca, e a aguardou que lhe retirassem a carga.
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
32/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 25
Quando isso aconteceu, o animal caiu para o lado, morto de cansao. Ento, as freiras inumaram o corpo
da que se tornou padroeira de Arouca no cho da igreja e enterraram o cadver da mula no trio
sobranceiro entrada principal do mosteiro. No entanto, o testamento da finada dispunha que as suas
exquias fossem como as da rainha de Espanha, com coroa e ceptro reais. Mas isso era to caro queno foi cumprido(Soares, 2007).
Outras lendas locais do concelho de Arouca incluem a histria das laranjas do Burgo, as pegas nas
lendas de Santa Mafalda, a lenda de Soror Rosimunda Abadessa do Mosteiro de Arouca, a lenda
do lobisomeme a lenda do Rego do Boi(Soares, 2007).
Uma tradio local do concelho que merece referncia a reconstituio histricado quotidiano das
monjas do Mosteiro de Aroucae do seu relacionamento com a vida da populao local. Pelo 5 ano
consecutivo, entre 4 e 6 Julho de 2008, junto ao Mosteiro de Arouca e do Terreiro de Santa Mafalda
camponeses e artesos passam pelo terreiro, convidando a apreciar o cheiro, a cor e o sabor da fruta
dos campos e da doaria conventual. H sons de um povo que trabalha. Ferreiros, sapateiros e
carpinteiros mostram as suas peas. Passam nobres, de carruagem puxada a cavalo, para visitarem
familiares no Mosteiro, deixando a esmola aos mendigos. No interior do espao monstico, as freiras
tecem um silncio devoto, por entre oraes, cnticos e trabalhos, e recebem os filhos da roda. No
mosteiro, pode-se conhecer a vida das monjas: no claustro em orao e recreio, no captulo em reunio
deliberativa, na cozinha a preparar receitas tradicionais, no refeitrio a cear, numa das celas em
isolamento, na porta da caridade a pratic-la, na Roda dos Expostos a acolher as crianas abandonadas,
nos locutrios em contacto com a vida social exterior, na Botica a acumular conhecimento. No terreiro em
frente, entre o Mosteiro e a Antiga Casa dos Padres, desenrolam-se actividades e situaes que
compunham a vida de Arouca daquele sculo: o ferreiro, o carpinteiro, os bonecreiros, os mendigos, os
padres e os frades, o hortelo, o aguadeiro, o cego da literatura de cordel, nobres de charrete ou a cavalo
para visitar monjas parentas que viviam no Mosteiro. Cerca de 200 figurantes, oriundos de 20
associaes do concelho, do vida a este regresso ao passado. (www.aroucanet.com).
Pinho Leal descreve as tradies de explorao do ourono rio Arda desde tempos imemoriais:
tradio que este rio (Arda) trazia muito ouro em suas areias. Ainda no meu tempo de creana, Joo
Marques do Rosario, de Manores, ia muitas vezes, com um preto que tinha, para este rio extrahir ouro, e
chegou a ser muito rico, atribuindo-se a sua riqueza unicamente a este modo de vida. tambm
certssimo que os rabes (e talvez mesmo os romanos) extrahiram ouro do Arda, no s nas suas areias,
mas tambm dos montes que formam as suas margens. No s a tradio, h tambm vestgios em
muitas partes, e prximo deste rio, de antigos poos e galerias, sendo os mais notveis na serra da
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
33/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 26
Carraceira (margem direita deste rio, freguezia de Santa Marinha) onde se vem sete galerias; e por isso
se chama a este stio Os Sete Buracos. Mais abaixo, e prximo ao stio de Laceiras, e em outros stios,
h galerias de extraco de metaes.Tem aqui apparecido, por vrias vezes, nas margens do rio, ou muito
prximo, muitas ms de pedra, com que os rabes moam o cascalho do rio para delle se soltarem aspartculas douro. Estas ms so toscas, feitas de granito e com 0,60m de dimetro e 0,10m de grossura,
tendo as inferiores, no centro um veio feito na mesma pedra, que embutia em um buraco das superiores.
No tem signaes de buraco (nas superiores) onde se mettesse algum torno para as fazer mover, o que
mostra serem impellidas com a mo. Ainda em 1869, um lavrador da Raiva, que mora sobre a margem
esquerda do Douro, me fez presente de dois casaes destas ms. H por aqui quem tenha muitas mais, o
que indica que era grande a extraco do ouro em tempos remotos. (Leal, 1873)
Aextensa rede hidrogrfica do concelho de Arouca, especialmente representada pelos rios Arda, Paiva,
Paiv, Caima, Urtigosa, Ardena, Inha e Insua um plo de atraco turstica e de lazerque, nos
ltimos anos, tem distinguido o concelho.As margens do rio Arda tm condies naturais para a prtica
de desportos de montanha, como o BTT. A Rota do Arda um percurso em BTT desde a praia fluvial
da foz do Arda at ao Monte e Capela de S. Domingos, dominantes sobre a paisagem do rio Douro e o rio
Arda, numa distncia aproximada de 41 km (indy.home.sapo.pt), com passagem por territrios dos
concelhos de Castelo de Paiva e Arouca. A prtica de desporto aventura(rafting, kayake, etc) e os
diversos percursos pedestrespelas serras, vales e margens das linhas de gua so exemplos do
potencial turstico sustentvel do concelho.
Destes, salienta-se o percurso pedestreexistente no concelho de Arouca pelas margens do rio Urtigosa,
afluente do rio Arda chamado PR 2 -"Caminhos do Vale do Urtigosa que atravessa as freguesias de
Urr e Rossas. Inicia-se junto Igreja Matriz de Rossas (prximo da EN224, onde dispe de parque de
estacionamento), atravessa o rio Urtigosa, e termina no local de partida. Atravessa caminhos rurais,
tradicionais e de montanha, num circuito de 13 km, com a durao de cerca de 5 horas. O nvel de
dificuldade baixo/mdio e ao longo da marcha pode contemplar-se a beleza natural do rio Urtigosa,
do ribeiro de Escaiba e da sua cascata, do ribeiro de Souto Redondo, bem como do bosque de
carvalhos, loureiros e castanheirosque acompanham estes cursos de gua doce. Em Urr localiza-se
o chamado Couto do Muro, cume do que se julga ser uma importante estao arqueolgica. Outros
pontos de interesse, com relevncia neste percurso, so os moinhos sobre o ribeiro de Escaiba,
alguns ainda em funcionamento, a antiga e lendria levada, da qual restam apenas alguns vestgios de
canos enterrados no seu leito, os caminhos centenrios de calada de carros de bois, que caracterizam
parte deste percurso, e a ponte de arcoque atravessa o rio Urtigosa e que se localiza junto a um antigo
ncleo de moer cereal e linho (www.cm-arouca.pt).
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
34/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 27
Refira-se ainda a via romana secundriaentre Porto(CALE) S. Pedro do Sul e Viseu (VERURIUM),
atravessando a Serra de Arouca, continuando por Manhouce e S. Pedro do Sul. No atravessa as
margens do rio Arda, mas tem passagem por algumas povoaes prximas do seu percurso, na
envolvncia da serra da Freita. O percurso inicial aproveita a via Porto-Lisboa at Fies (LANGOBRIGA)e a desvia para o interior. Da serra da Abelheira em Escariz (Arouca), seguia pela EM519 at Gestosa,
direita depois para Alvite de Cima at reencontrar novamente a EM519, atravessava mais frente a
EN327 para Arouca em Alagoas e seguia na direco de Nabais. Antes de chegar a esta povoao, saa
desta estrada nacional e seguia por um estrado at Venda da Serra e da at Coval (Chave, Arouca),
depois para entroncar na EN224-1 junto ao Castro de Cambra, onde a estrada de asfalto leva em
direco Farrapa (Chave, Arouca), pelos lugares de Barraco e Borralhal. Chegava depois a Cho de
Ave, onde entroncava na EN224 e daqui sobe serra da Freita pela EM511 at Quintela e depois
Provisende. Nesta povoao, vira direita e ascende serra da Freita at aldeia de Merujal e depois
para Albergaria da Serra (viasromanas.planetaclix.pt). H ainda referncias de um velho caminhoque
embocaria nesta via milenria romana em Albergaria das Cabras, a partir do vale do Rio Arda, utilizado
pelos almocreves(FCG, 1985). Este caminho tinha passagem pelo lugar de Pedra M, um local muito
temido pelos viandantes, por ser uma apertada garganta entre profundas escarpas baslticas sobre o rio
Arda que se julga ser o vestbulo do Vale de Arouca (FCG, 1985).
Patrimnio Natural
Entre as margens do rio Arda e especialmente do rio Urtigosa, seu afluente, regista-se a ocorrncia de
muitos mamferos, rpteis e aves. Entre os mamferos, destaca-se a lontra(Lutra lutra), a raposa(Vulpes
vulpes), ojavali (Sus Scrofa), a geneta(Genetta genetta), o toiro (Mustela putoris), a doninha(Mustela
nivalis) e o ourio-cacheiro (Erinaceus europaeus) (rossas.aroucanet.com). A toupeira-de-gua
(Galemys pyrenaicus) apresenta uma distribuio relativamente regular em toda a bacia do rio Arda,
sendo, no entanto, bastante sensvel qualidade ecolgica do habitat de suporte (INAG, 2001). Esta
espcie, endmica da Pennsula Ibrica e dos Pirinus , est classificada como vulnervel pelaDirectiva Habitats (Directiva 92/43/CE de 12 de Maio) e localiza-se nas zonas mdio-inferiores das bacias
hidrogrficas do rio Inha e Arda.
A toupeira-de-gua uma espcie estritamente associada e dependente dos cursos de gua (corredor
aqutico e ripcola). Vive nos rios e ribeiras de montanha, efectuando na gua a maioria das suas
deslocaes e a recolha de alimento, utilizando os abrigos naturais nas margens para repouso e
reproduo. Prefere guas de correntes fortes, lmpidas, de baixas temperaturas e onde se verifique um
fluxo regular de gua durante todo o ano, da mostrar preferncia pelas regies de clima ocenico, em
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
35/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 28
detrimento das regies de clima mediterrneo. A uma escala mais detalhada, a presena de troos de
gua corrente, maioritariamente de pequena profundidade, e a existncia de abrigos nas margens (e.g.
sistemas radiculares associados a vegetao arbrea e arbustiva, bancos de pedras, muros de pedra
solta ou outras cavidades subterrneas) so apontados como os requisitos mnimos necessrios para asua presena (www.icn.pt). A poluio da gua, a destruio das margens e da vegetao ripcola
natural e a destruio do coberto natural das encostas constituem factores de ameaa muito
significativos sobre esta espcie (www.icn.pt).
Na bacia do rio Arda, destacam-se do grupo das aves o melro-de-gua(Cinclus cinclus), o guarda-rios
(Alcedo athis), a rola(Streptopelia turtur), o pombo-torcaz(Columba palumbus), o chapim-real(Parus
major), o pisco-de-peito ruivo (Erithacus rubecula), o gaio-comum (Garrulus glandarius), a pga-
rabuda(Pica pica), a trepadeira-azul(Sitta europea), a alvola-amarela(Motacilla flava), a gara-real
(Ardea cinerea), o gavio-da-Europa(Accipiter nisus), o mocho-galego(Athene noctua) e a coruja-do-
mato(Strix aluco) (rossas.aroucanet.com). O guarda-rios uma espcie listada no Anexo I da Directiva
Aves (79/409/CEE).
Em relao aos rpteis e anfbios, pode-se assinalar, como exemplos, a cobra-de-gua-de-colar
(Natrix natrix), osardo (Lacerta lepida), a salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra),
a r-verde (Rana perezi), o sapo-comum (Bufo bufo) e o trito-de-ventre-laranja (Triturus boscai)
(rossas.aroucanet.com), este ltimo endmico da Pennsula Ibrica, logo com grande importncia de
conservao.
Entre a fauna pisccola, predominam a truta-frio(Salmo trutta L.), a truta-arco-irs (Oncorhynchus
mykiss), a boga (Chondrostoma polylepis), o escalo (Leuciscus (Squalius) cephalus L.), o barbo-do-
norte(Barbus bocagei) e a enguia(Anguilla Anguilla L.) (rossas.aroucanet.com).O perodo de pesca da
truta-frio e da truta-arco-ris fica compreendido entre o dia 1 de Maro e 31 de Agosto inclusiv, segundo
a Portaria n. 151/79, de 5 de Abril em todo o curso dos rios Rio Arda e afluentes.
A vegetao e a floraassumem particular exuberncia na bacia hidrogrfica dos rios do concelho de
Arouca. Dos rios Arda e Urtigosa, destacam-se o castanheiro(Castanea sativa Mill.), o carvalho-negral
(Quercus pyrenaica), o amieiro(Alnus glutinosa (L.) Gaertn), o salgueiro-branco(Salix alba), o freixo
(Fraxinus angustifolia Vahl), a gilbardeira(Ruscus aculeatus L.), o feto-real(Osmunda regalis L.), o feto-
fmea(Atryrium filix-femina(L.) Roth), o feto-macho(Dryopteris filix-mas (L.) Schott), o hiperico-do-
Gers(Hypericum androsaemum L.), o trovisco(Daphne gnidium L.), etc. (rossas.aroucanet.com).
RIO ARDA
7/22/2019 SistemasEstruturantes ARDA
36/54
Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do PortoRelatrio Final. Fevereiro de 2009.
ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 29
Omilho(Zea mays), o centeio(Secale cereale) e a aveia(Avena sativa), a vinha(Vitis vinifera), ofeijo
(Phaseolus vulgaris) e a batata (Solanum tuberosum) predominam entre os cultivos, enquanto o tecido
florestal, onde tradicionalmente pontuavam largas manchas de castanheiros (Castanea sativa),
carvalhos (Quercus roble) ou sobreiros (Quercus suber), a par de vidoeiro