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SÍNDROME DE MUNCHAUSEN: A doença artificial
Maria das Graças Teles Martins*
RESUMO
O objetivo deste texto é descrever sobre a síndrome de Munchausen. A metodologia baseou-se na revisão
da literatura. A síndrome de Munchausen é descrita como uma doença de ordem psiquiátrica, onde o
paciente causa ou simula sintomas de Doenças. Existe outra condição semelhante conhecida
como síndrome de Munchausen por procuração (substituto). Nesse caso, uma criança é utilizada como
paciente passivo, geralmente por um dos pais que lhe provoca persistentemente doenças reais ou
imaginárias a fim de obter atenção médica. É caracterizada como uma forma de abuso físico e emocional
sendo uma grave forma de violência contra a criança e que trás sérios prejuízos psicológicos.
PALAVRAS CHAVE: Síndrome de Munchausen- Psicologia- Saúde
INTRODUÇÃO
Muitas pessoas, geralmente, tentam evitar ficar doente. No entanto, algumas
apreciam a ideia de ir ao médico, submeter-se a exames e, até mesmo, submeter-se a
uma cirurgia dolorosa, mas. na realidade elas sabem que não estão doentes de verdade.
As pessoas portadoras da síndrome de Munchausen fingem estar doentes porque estão
em busca de atenção e compaixão (WATSON, 2010).
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Não fica apenas nessa situação. O Discovery Home & Health estreou, num
domingo, 27 de março de 2011, às 23h, um documentário “MINHA MÃE, MINHA
ASSASSINA” (Munchausen Moms) que investigava o universo de mães que sofrem com
a síndrome de Munchausen, um transtorno psiquiátrico que leva o paciente a provocar de
forma intencional e compulsiva sintomas de doenças em outros sem que haja vantagem
óbvia para tal atitude a não ser cuidar da vítima. No caso de mães que sofrem desta
síndrome, elas propositalmente adoecem seus filhos, mentem e fazem com que eles
sejam considerados gravemente doentes. Sob o efeito desse transtorno, essas mães são
capazes de levar sua mentira até as últimas consequências, havendo casos de mães que
levaram os filhos à morte. Como por exemplo, Petrina Stoker, que matou o filho de nove
anos ao lhe dar uma sopa envenenada.
Assim, quando acontece "por procuração" (um tipo da síndrome de Munchausen),
que será mais detalhadamente descrita neste texto, é a mãe que violenta o filho (na
grande maioria dos casos), provocando nele de forma persistente sintomas de doenças
graves (reais ou imaginárias), mentindo para os médicos. Todo o drama em volta da
criança satisfaz a mãe: da equipe médica ao ambiente hospitalar. "Ela gosta da doença,
do jeito que os médicos e enfermeiros agem, gosta do doente ao lado, do drama... Ela é
personagem de um filme dramático", afirma o Dr. Reynaldo Gomes de Oliveira, pediatra
da Faculdade de Medicina da UFMG (2009).
CARACTERÍSTICA
A característica essencial da Síndrome de Münchausen (Transtorno Factício) é a
produção intencional de sinais ou sintomas somáticos ou psicológicos. A produção
intencional pode incluir a fabricação de queixas subjetivas (por ex., queixas de dor
abdominal aguda na ausência de qualquer dor desta espécie), condições auto infligidas
(por ex., produção de abscessos por injeção subcutânea de saliva), exagero ou
exacerbação de condições médicas gerais preexistentes (por ex., simulação de uma
convulsão de grande mal por um indivíduo com história prévia de transtorno convulsivo)
ou qualquer combinação ou variação destes elementos. A motivação para o
comportamento consiste em assumir o papel de doente e, pior ainda, de doente
misterioso e desafio à medicina.
A síndrome de Munchausen acontece com adultos. O paciente provoca diversos
sintomas e reações no corpo que exigem cuidados médicos, como injetar anticoagulante
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para estimular hemorragias, ou medicamentos para dar febre, ou ainda, se fere e não
permite que a ferida cicatrize. Ele sabe que está se prejudicando, que pode até morrer ou
perder um membro, mas não consegue parar, é uma compulsão. É muito comum o
doente ter o "abdômen xadrez", todo cortado, de tanto que passou por cirurgias para
checar se havia alguma alteração nos órgãos abdominais que justificassem a dor (falsa)
que sentia. Há casos em que o paciente começa a inventar que é psicótico, ele aprende
como se comporta um psicótico e mimetiza suas atitudes. A doença normalmente deixa a
equipe médica desorientada (Lopez, 2011).
Em 1951, o médico britânico Richard Asher descreveu o distúrbio pela primeira vez
na revista de medicina The Lancet. Ele nomeou a doença em homenagem ao Barão von
Munchausen, um oficial militar alemão do século XVIII, que contava histórias muito
exageradas sobre sua vida. De acordo com Watson, 2010:
[...] O Barão Karl Friedrich Munchausen (1720-1797) foi um oficial
alemão que serviu na cavalaria russa em várias investidas militares
contra os turcos. Quando ele retornava, entretinha seus amigos com
histórias de suas façanhas, aumentando muitos dos detalhes. Com o
tempo, suas histórias se tornaram cada vez mais exorbitantes e por
fim elas foram escritas em um livro, em 1785, chamado "The
Surprising Adventures of Baron Munchausen" (As aventuras
surpreendentes do Barão Munchausen). O ex-Monty Python Terry
Gilliam transformou o livro em um filme, em 1988.
A síndrome de Munchausen é um distúrbio mental estranho, mas muito real. É o
tipo mais severo de doença simulada, um conjunto de distúrbios em que as pessoas
intencionalmente exageram, inventam ou causam os sintomas da doença. É difícil saber
exatamente quantas pessoas têm a síndrome de Munchausen, porque a maioria delas é
especialista em esconder seu comportamento. Algumas adotam nomes falsos e vão para
áreas diferentes para evitar serem descobertas.
O DSM-IV Manual Diagnostico e Estatísticos de Transtornos mentais denomina a
síndrome de Transtorno factício. As pessoas com Transtorno Factício em geral
apresentam sua história de forma dramática quando questionados em maiores detalhes,
podem envolver-se em mentiras patológicas, de um modo intrigante para o ouvinte,
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acerca de qualquer aspecto de sua história ou sintomas. Eles frequentemente possuem
um extenso conhecimento da terminologia médica e das rotinas hospitalares.
Vale esclarecer que a síndrome de Munchausen não é a mesma coisa que a
hipocondria, um distúrbio em que as pessoas realmente acreditam estarem doentes.
Aquelas com Munchausen sabem que estão saudáveis, mas querem estar doentes.
Também é diferente do fingimento, em que as pessoas fingem estar doentes para obter
ganhos financeiros (como ganhar um processo judicial) ou para fugir do trabalho.
SÍNDROME DE MUNCHAUSEN POR PROCURAÇÃO.
No final da década de 1970, um pediatra britânico, chamado Roy Meadow, publicou
a descrição de dois casos médicos desconcertantes. No primeiro caso, uma garota de 6
anos, chamada Kay, foi internada no hospital 12 vezes por uma infecção no trato
urinário e medicada com oito antibióticos diferentes, tudo isso sem sucesso. No segundo
caso, um garoto de 1 ano e 2 meses, chamado Charles, foi hospitalizado muitas vezes
com sonolência e vômitos que não tinham uma causa médica aparente. Meadow acabou
descobrindo que os dois casos, apesar de parecerem diferentes, tinham muito em
comum. A mãe de Kay alterou as amostras de urina para parecer que a criança estava
doente. A mãe de Charles induziu a doença dando grandes quantidades de sal ao garoto,
que acabou morrendo (Meadow, 1977; 1995).
Meadow chamou essa doença, em que os responsáveis intencionalmente
falsificam informações ou causam danos a seus próprios filhos para conseguir compaixão,
de síndrome de Munchausen por procuração. Por procuração significa "por meio de um
substituto". O responsável, e não a pessoa doente é quem está fingindo ou causando a
doença. A síndrome de Munchausen por procuração também foi chamada de síndrome
de Polle, por causa do filho do Barão Von Munchausen, chamado Polle, que segundo
relatos morreu sob circunstâncias misteriosas próximo da época em que faria um ano.
Alguns especialistas, no entanto, dizem que as informações históricas estão incorretas e o
termo não é mais usado.
McCLURE et all (1996) diz que:
[...] A síndrome de Munchausen "by proxi" (por procuração) ocorre quando um parente, quase sempre a mãe (85 a 95%), de forma persistente ou intermitentemente produz (fabrica, simula, inventa), de forma intencional, sintomas em seu filho, fazendo que este seja
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considerado doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-a em risco e numa situação que requeira investigação e tratamento. Às vezes existe por parte da mãe o objetivo de obter alguma vantagem para ela, por exemplo, conseguir atenção do marido para ela e a criança ou se afastar de uma casa conturbada pela violência (McCLURE et al, 1996).
Este mesmo autor faz notar que a síndrome de Münchausen por procuração é uma
forma de abuso infantil. Além da forma clássica em que uma ou mais doenças são
simuladas, existem duas outras formas de Munchausen: as formas toxicológicas e as por
asfixia em que o filho é repetidamente intoxicado com alguma substância (medicamentos,
plantas etc) ou asfixiado até quase a morte. Frequentemente, quando o caso é
diagnosticado ou suspeitado, descobre-se que havia uma história com anos de evolução
e os eventos, apesar de grosseiros, não foram considerados quanto à possibilidade de
abuso infantil. Quando existem outros filhos, em 42% dos casos um outro filho também já
sofreu o abuso (McCLURE opcit).
A respeito do abuso infantil Watson (2010) afirma:
[...] O cenário mais comum é uma mãe fingindo que seu filho está doente ou
deixando a criança doente porque ela deseja a compaixão que recebe como
resultado disso. A mãe pode mudar os resultados de exames, por exemplo,
colocando uma substância estranha em um exame de urina, injetar substâncias
químicas na criança, negar comida, sufocar a criança ou dar remédios para causar-
lhe vômitos. Em seguida, a mãe insiste que a criança seja submetida a vários
exames e procedimentos para tratar o suposto problema. Como a vítima é uma
criança, a síndrome de Munchausen por procuração é considerada uma forma de
abuso infantil.
A síndrome de Munchausen por procuração é descrita no DSM-IV de Transtorno
Factício por Procuração. No DSM-IV, 1995, p. 685, o transtorno é caracterizado pelos
sintomas: 1) produção intencional ou simulação de sinais ou sintomas físicos ou
psicológicos em outra pessoa que está sob os cuidados do individuo; 2) a motivação para
o comportamento do perpetrador é assumir o papel de doente através de outra pessoa; 3)
incentivos externos para o comportamento (tais como ganhos financeiros) estão ausentes;
4) o comportamento não é melhor explicado por outro transtorno mental.
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SINAIS DA SÍNDROME DE MUNCHAUSEN POR PROCURAÇÃO
Os sinais da síndrome de Munchausen por procuração incluem:
criança que é frequentemente hospitalizada com sintomas incomuns e
inexplicáveis que parecem desaparecer quando o responsável não está presente;
sintomas que não condizem com os resultados dos exames da criança;
sintomas que pioram em casa, mas melhoram quando a criança está sob cuidados
médicos;
remédios ou substâncias químicas no sangue ou na urina da criança;
irmãos da criança que morreram sob circunstâncias estranhas;
responsável que é preocupado demais com a criança e excessivamente disposto a
obedecer aos profissionais da saúde;
responsável que é enfermeiro ou trabalha na área de saúde.
Na maioria das vezes os médicos não conseguem descobrir o que há de errado
quando o responsável por uma criança sofre de síndrome de Munchausen por
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procuração. As vítimas da síndrome de Munchausen por procuração têm que fazer
exames e tratamentos desnecessários que podem ser dolorosos ou perigosos. Como o
responsável parece estar preocupado de verdade, muitas vezes é difícil para o médico
descobrir o problema antes que seja tarde demais. Essa dificuldade em diferenciar a
síndrome de Munchausen por procuração de uma doença real já resultou em uma série
de alegações falsas contra os pais.
Na década de 1990, o Dr David Southall (1997), da Inglaterra, realizou uma
experiência usando câmeras de vigilância escondidas em quartos de um hospital para
flagrar as pessoas suspeitas de sofrerem de síndrome de Munchausen por procuração.
Suas câmeras de vídeo capturaram imagens horríveis de mães sufocando e
envenenando suas crianças. Dos 39 suspeitos que ele gravou, 34 foram flagrados
machucando seus filhos e os outros cinco admitiram, depois, terem matado as crianças
(Watson, 2010). Embora Southall (1997) tenha sido considerado o defensor das crianças
em alguns círculos, ele foi difamado como inimigo das mães em outros. Muitos pais foram
enviados para a prisão e alguns afirmam terem sido acusados injustamente, com base
nas evidências que ele forneceu. Em 2004, Southall foi considerado culpado por um grave
delito profissional depois de ter feito uma acusação falsa de que um homem havia matado
seus filhos, e foi temporariamente impedido de trabalhar com vítimas de abuso infantil.
Critérios de Meadow (1982) para diagnosticar síndrome de Munchausen por
procuração-SMPP
Estudo detalhado da história clínica atual; Estudo dos prontuários de internações
anteriores, determinando eventos reais e fabricados; Pesquisa judiciosa da história
pessoal, social e familiar da mãe; Entrar em contato com outros membros da família;
Contatar o médico da mãe sobre a possível história de Munchausen ou de doenças ou
mortes na família sem explicação; Vigilância cuidadosa da mãe e da criança, se possível
com câmera de vídeo; Pesquisar a possível compulsão materna ao uso de medicamentos
e Afastar a mãe da criança para observar se ocorre interrupção da sintomatologia.
QUANDO SUSPEITAR
Conforme esclarece o Oliveira (2009), uma vez que síndrome de Munchausen é
considerada uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada
e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem
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óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem, é
preciso atentar para a ocorrência das situações descritas a seguir:
1) Doença prolongada e inexplicável, tão extraordinária que mesmo os especialistas mais
experientes garantam que "nunca viu nada parecido com isto antes".
2) Quadros repetidos, cíclicos ou contínuos que não se encaixa bem em nenhuma
doença, com história, evolução, resultados de exames e repostas terapêuticas estranhas,
incomuns ou inconsistentes e que começam a parecer insolúveis apesar dos esforços
médicos.
3) Sintomas que parecem, impróprios, inverossímeis, incongruentes e que só ocorrem na
presença da mãe.
4) Extensa propedêutica é negativa ou dá resultados pouco consistentes.
5) Os sintomas e eventos principais predominam à noite quando a supervisão é menor.
6) Predominam os casos gastroenterológicos mas qualquer doença pode ser simulada.
7) Tratamento é sempre ineficaz ou não é tolerado ou deixa de funcionar após algum
tempo.
8) Mãe que alega que a criança é alérgica a uma grande quantidade de drogas ou
alimentos.
9) A doença piora quando se cogita da alta hospitalar.
10) Quando determinado evento está sendo extensamente pesquisado por exames que
dão negativos, novos sintomas aparecem e as queixas mudam.
11) Quando se nota uma certa expectativa e ansiedade por procedimentos mais invasivos
e cirurgia
TRATAMENTOS PARA A SÍNDROME
Os médicos necessitam fazer muitas investigações para descobrir que um
paciente sofre de síndrome de Munchausen. Os dois tipos de síndrome de Munchausen
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são difíceis de serem tratados porque as pessoas que têm esses distúrbios não estão
dispostas a admitir que têm um problema. Os médicos têm que investigar o histórico do
paciente e realizar exames para confirmar se o problema é psicológico e não físico. O
tratamento da síndrome de Munchausen geralmente envolve aconselhamento psiquiátrico
para modificar as ideias e os comportamentos que estão causando o distúrbio. Algumas
vezes remédios podem ajudar a diminuir a depressão ou a ansiedade, se elas forem as
causas.
Quando o caso é de síndrome de Munchausen por procuração, é importante
afastar a criança do responsável antes que qualquer outro dano seja causado. A criança
pode precisar de tratamento em razão das complicações físicas por ter se submetido a
exames e procedimentos desnecessários e também pelas cicatrizes psicológicas do
abuso.
Segundo Menezes et. Al (2002), o tratamento da doença se baseia principalmente
em psicoterapia individual ou de grupo e em medidas de suporte físico, psicológico e
social. Tentam-se buscar motivos para o transtorno, conscientização do paciente que
aquilo pode ser prejudicial a ele, conforto para tentar chegar à resolução dos problemas
psicológicos e evitar recidivas. O uso de medicações, como antidepressivos, pode ser
necessário. O confronto com o paciente em relação a suas ações e doença não deve ser
feito em todos os casos, deve ser realizado por pessoa bem treinada nesse tipo de
abordagem, pois pode levar o paciente à negação com consequente evasão do hospital
ou tratamento.
CASOS FAMOSOS DA SINDROME MUNCHAUSEN
1) William McIlhoy conseguiu entrar para o Livro Guinness dos Recordes, mas ele
não tinha muitos fãs no Serviço Hospitalar Nacional da Grã-Bretanha. Depois de
400 operações em 100 hospitais diferentes, McIlhoy acumulou uma dívida de US$
4 milhões em contas médicas. A famosa vítima da síndrome de Munchausen
morreu em um asilo em 1983.
2) Todos os nove filhos de Marybeth Tinning morreram entre 1972 e 1985, muitos
deles sob circunstâncias misteriosas. A cada vez, ela fazia fielmente o papel de
uma mãe atormentada e se aproveitava da compaixão dos outros. Quando ela
finalmente foi presa, em 1986, admitiu ter sufocado suas crianças com um
travesseiro. Como muitas vezes acontece com os cônjuges dos pais com síndrome
de Munchausen por procuração, o marido dela não interveio, apesar de suas
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suspeitas. Quando foi entrevistado, ele disse que "você tem de confiar em sua
esposa. Ela tem as coisas dela para fazer e, enquanto ela as faz, você não faz
perguntas" [fonte: Crime Library]. Marybeth Tinning foi condenada por assassinato
em 1987 e sentenciada há 20 anos na prisão.
3) Quando cinco das seis crianças de Waneta Hoyt morreram entre 1965 e 1971, os
médicos suspeitaram de síndrome da mão súbita infantil. O caso apareceu em
importantes revistas médicas. Quando o promotor William Fitzpatrick, de Nova
York, leu sobre o caso, porém, teve algumas suspeitas. Sua investigação resultou
na prisão de Hoyt, em 1994. Quando ela foi interrogada, sucumbiu e admitiu ter
matado suas crianças em uma tentativa de fazê-las ficarem quietas. Hoyt foi
condenada à prisão perpétua.
NOTAS FINAIS
A Síndrome de Munchausen é um tema diferente e que desperta a atenção dos
profissionais de saúde dentre eles: médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais,
e outros. Algumas pessoas com síndrome de Munchausen costumam causar as próprias
doenças. É difícil saber exatamente quantas pessoas são portadoras da síndrome, talvez
porque algumas delas escondem seu comportamento. A síndrome pode causar
problemas de saúde reais em razão das pessoas tomarem remédios e se submeterem a
tratamentos desnecessários. A síndrome de Munchausen Interfere no trabalho, no
relacionamento familiar e em outras áreas da vida da pessoa.
Existe, também, a síndrome de Munchausen por procuração, que merece a
atenção de estudiosos e pesquisadores, pois como a vítima é uma criança, a síndrome de
Munchausen por procuração é considerada uma forma de abuso infantil. O cenário mais
comum é uma mãe fingindo que seu filho está doente ou deixando a criança doente
porque ela deseja a compaixão que recebe como resultado disso. A mãe pode mudar os
resultados de exames, por exemplo, colocando uma substância estranha em um exame
de urina, injetar substâncias químicas na criança, negar comida, sufocar a criança ou dar
remédios para causar-lhe vômitos. Em seguida, a mãe insiste que a criança seja
submetida a vários exames e procedimentos para tratar o suposto problema.
O entendimento da pessoa que sofre de síndrome de Munchausen por procuração
é que pode estar em busca de atenção porque sofreu abusos ou perdeu um dos pais
quando era criança, por estar passando por problemas sérios no casamento ou outras
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crises existenciais e de estresse. Assim, ser visto como uma mãe ou um pai atencioso
pela equipe do hospital é uma maneira de receber o reconhecimento que ela ou ele pode
não ter recebido de outra maneira.
Notas da autora: Maria das Graças Teles Martins é psicóloga clínica e hospitalar, Mestre
em educação, mestre em saúde coletiva.
Fonte de Imagem: Pública da internet.
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