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A CASA DO PEIXE RESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 PUBLICIDADE POLÍTICA PÁGINA 10 VÍTOR PROENÇA EM NICÓSIA NO CONGRESSO EUROPEU DOS MUNICÍPIOS Vítor Proença, presidente da câmara de Alcácer do Sal, vai representar a Associação Nacional dos Municípios Portugueses no Congresso do Conselho dos Municípios e Regiões da Europa. No evento, o autarca vai fazer a única intervenção oficial portuguesa. CADERNO PÁGINA 14 ROMARIA A CAVALO EM FORÇA UNE MOITA A VIANA DO CASTELO A iniciativa, que é uma das maiores a nível na- cional na área equestre, é também uma tradi- ção com forte pender religioso. Este ano, vai contar com cerca de 700 romeiros. Nas últi- mas edições tem crescido a adesão e espera-se a internacionalização. Sábado 16 | Abril | 2016 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 898 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais ALTA VELOCIDADE AVANÇA MAS SÓ ATÉ BADAJOZ O projeto vai aumentar duas vezes e meia a capacidade dos comboios de mercadorias que partem do porto de Sines para a fronteira. O presidente da Infraestrutura de Portugal, António Ramalho, prevê que o empreendimento esteja concluído em 2020. A obra vai ainda obrigar à melhoria dos acessos tanto da plataforma portuária de Sines como a de Setúbal. NEGÓCIOS PÁGINA 15 ESPECIAL PÁGINAS 18 A 20

Semmais 16 abril 2016

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Edição do Semmais de 16 de Abril

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A CASA DO PEIXERESTAURANTE SETÚBAL PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167

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POLÍTICA PÁGINA 10VÍTOR PROENÇA EM NICÓSIA NO CONGRESSO EUROPEU DOS MUNICÍPIOSVítor Proença, presidente da câmara de Alcácer do Sal, vai representar a Associação Nacional dos Municípios Portugueses no Congresso do Conselho dos Municípios e Regiões da Europa. No evento, o autarca vai fazer a única intervenção oficial portuguesa.

CADERNO PÁGINA 14ROMARIA A CAVALO EM FORÇA UNE MOITA A VIANA DO CASTELOA iniciativa, que é uma das maiores a nível na-cional na área equestre, é também uma tradi-ção com forte pender religioso. Este ano, vai contar com cerca de 700 romeiros. Nas últi-mas edições tem crescido a adesão e espera-se a internacionalização.

Sábado 16 | Abril | 2016

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 898 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmaisALTA VELOCIDADE AVANÇA MAS SÓ ATÉ BADAJOZ

O projeto vai aumentar duas vezes e meia a capacidade dos comboios de mercadorias que partem do porto de Sines para a fronteira. O presidente da Infraestrutura de Portugal, António Ramalho, prevê que o empreendimento esteja concluído em 2020. A obra vai ainda obrigar à melhoria dos acessos tanto da plataforma portuária de Sines como a de Setúbal.

NEGÓCIOS PÁGINA 15

ESPECIAL PÁGINAS 18 A 20

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SEMANA

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A Biblioteca Pública Muni-cipal de Setúbal reabriu as portas na sexta-feira de

manhã, após um período de en-cerramento no qual beneficiou de intervenções de requalifica-ção que a transformaram num equipamento cultural mais mo-derno, cómodo e com nova or-ganização funcional. As obras, com início em no-vembro, num investimento do município superior a 350 mil euros, resultaram, em larga es-cala, da intervenção direta da autarquia, o que possibilitou que tivesse de recorrer apenas a pequenas prestações de ser-viços para trabalhos mais es-pecíficos. «Queremos que esta biblioteca esteja sempre assim, cheia como hoje», começou assim a presiden-te da CMS, Dores Meira, o discurso oficial de reabertura do espaço, proferido no átrio, pequeno para acolher a multidão, entre convida-dos e curiosos, que fez questão de assistir ao primeiro dia desta nova etapa do edifício público.

Biblioteca de Setúbal reabre mais moderna e cómoda

«Quem conheceu esta biblio-teca há quarenta anos e quem a conhece hoje terá, com toda a cer-teza, dificuldade em encontrar se-melhanças», sublinhou a autarca. «O velho edifício renovado oferece ainda melhores condições aos seus utentes e aos que nele trabalham».

O público, de resto, é o prin-cipal beneficiário desta inter-venção nos Serviços Centrais da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal. Praticamente todo o mobiliário foi renovado e os es-paços de utilização foram alvo de reorganização.

Homem de 65 anos detido em flagrante pela PJ

A Polícia Judiciária deteve um homem de 65 anos de idade, na zona de Grândo-

la, pelos crimes de detenção ile-gal de armas e falsificação de veículo automóvel. «Na sequência de uma busca domiciliária realizada na zona de Grândola, verificou-se que o ar-

guido possuía duas viaturas da mesma marca e modelo, com a mesma cor e matrícula, uma das quais alterada nos seus elemen-tos identificativos», esclareceram. Na operação foram ainda apreendidas duas armas de fogo, o silenciador de uma delas e uma centena de munições.

Homem sofre ferimento após ser atingido por tiro de caçadeira

Um homem de 37 anos foi atingido com tiro de caça-deira, na noite da última

terça-feira, quando se encontra-va dentro do carro acompanha-do por uma mulher, numa estra-da em Alcochete, sofrendo ferimentos em várias zonas do corpo. A vítima dirigiu-se ao Hospital do Barreiro, tendo sido apenas

neste local que a polícia tomou conhecimento da ocorrência. O homem foi depois trans-

ferido para o Hospital de S. José, em Lisboa, para ser ob-servado por um especialista de oftalmologia, por ter um chum-bo de caçadeira alojado peri-gosamente junto a um dos olhos. A Policia Judiciária interro-gou o suspeito a fim de tentar perceber de onde partiram o disparo e o respetivo autor.

Incêndio numa casa em Setúbal deixa duas pessoas desalojadas e uma intoxicada

Uma casa ardeu na quarta--feira à noite em Setúbal, deixando duas pessoas de-

salojadas e uma intoxicada por inalação de fumos, informou o Comando Distrital de Operações de Socorro. O incêndio ocorreu numa moradia, na Rua Joaquim José Santana, perto do Hospital São Bernardo. Duas pessoas ficaram desa-lojadas e uma foi transportada para o hospital, devido a inala-

ção de fumos. No combate às chamas esti-veram envolvidos os bombeiros sapadores e voluntários de Setú-bal, com 17 elementos, apoiados por seis viaturas.

Mulher detida em Santiago do Cacém por furto e permanência ilegal no país

Uma mulher de 44 anos foi detida na terça-feira, pela GNR de Santiago do Ca-

cém, pelos crimes de furto e permanência ilegal em territó-rio nacional, informou fonte policial. A detenção surgiu no segui-mento de uma busca domiciliá-ria realizada na casa da suspeita,

tendo sido recuperadas seis pe-ças de ouro furtadas do interior de uma residência, avaliadas em mais de 1 000 euros, e diversas peças de vestuário furtadas. A polícia informou ainda que verificaram que o passaporte da detida se encontrava caducado, tendo contactado o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que

confirmou que a mulher “se en-contrava em situação irregular no Território Nacional, tendo já sido notificada para abandonar voluntariamente o país no início do ano de 2011”. Depois de ser presente a tri-bunal, foi aplicada à suspeita a medida de coação de termos de identidade e residência.

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SOCIEDADE

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

Proporcionar convívio, um ombro amigo e a oferta de medicamentos é a principal intenção do novo espaço do grupo de apoio da Liga Contra o Cancro que já está a funcionar no Bairro Salgado, em Setúbal, graças a um protocolo celebrado com a Miseri-córdia na cedência do alojamento.

Setúbal já tem a funcionar em pleno, desde janeiro, as novas instalações do grupo de apoio

da Liga Portuguesa Contra o Can-cro. Localiza-se nos números 6 e 8, na rua Gama Braga, ao Bairro Salgado, onde um corpo de mais de 30 voluntários está disponível para receber toda a população. De segunda a sexta-feira, das 9 às 17h30, as portas do novo espaço estão abertas para apoiar os doen-tes oncológicos e seus familiares.

Grupo de apoio de Setúbal da Liga Contra o Cancro já tem espaço para acolher doentes oncológicos

Os serviços disponíveis para os doentes oncológicos são rei-ki, psico-oncologia, chi-kung (tai-chi), costura, grupo de ani-mação, biblioteca, fisioterapia, apoio social, prevenção primá-ria, sorrisos mágicos e apoio ju-rídico. Além destas valências, vai ser instalado no espaço o movi-mento “Vencer e Viver”, destina-do a apoiar as mulheres que so-frem de cancro da mama. «Seis voluntárias tiveram uma forma-ção específica no IPO para fazer o atendimento deste movimento.

É uma atividade extremamente importante para Setúbal, com-plementada com o apoio a do-entes carenciados. Mediante um protocolo celebrado com uma farmácia, doentes oncológicos carenciados, devidamente iden-tificados, podem levar para casa medicamentos sem custos. É algo que fazia muita falta em Se-túbal e que está a ganhar uma dimensão cada vez maior», su-blinhou José Manuel Sousa, o responsável por este grupo de apoio.

Voluntários são devidamente formados

«Queremos que os doentes on-cológicos, que necessitam de apoio, venham conhecer e usu-fruir deste espaço. Aqui podem conviver, ler um livro e falar com as psicólogas», sublinhou, recor-dando que os voluntários são de-vidamente preparados, através de formação. «Não é qualquer pessoa que presta apoio a doen-tes oncológicos. É preciso, terem, acima de tudo, bom senso e mo-déstia. Têm de saber ouvir e falar o mínimo possível».

A mesma fonte realçou que o novo espaço foi cedido atra-vés de protocolo estabelecido com a Santa Casa da Misericór-dia de Setúbal por 8 anos reno-váveis. Já o investimento, em termos de obras estruturais, fi-cou a cargo da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Também ouve ofertas de várias empresas, como o sistema de iluminação e o mobiliário. O projeto de apoio da Liga Portuguesa Contra o Cancro de Setúbal está a funcionar desde junho do ano passado, mas o re-crutamento e adesão de volun-tários arrancou em 2013. «Te-mos vindo a fazer vários peditórios em Setúbal, com a colaboração de um crescendo de voluntários. Entrámos agora na área da formação. Vamos fa-zer apoio não hospitalar e rece-ber nestas instalações apenas os doentes oncológicos», explicou José Manuel Sousa. Quanto ao futuro, além do grupo de Alcácer do Sal, está a ser estudada a hipótese de abrir outros espaços do género em Sines, Azeitão, Barreiro e Montijo.

ELOGIOS AO MENTOR DO GRUPO SETUBALENSE

O voluntário Miguel Viegas enalteceu o empenho de José Manuel Sousa na criação de um espaço próprio em Setúbal para acolher os doentes onco-lógicos. «Ele tem o perfil ade-quado para a função que está a desempenhar. Sabe coorde-nar, tem conhecimentos e sou-be fazer os contatos necessá-rios para que este espaço fosse conquistado», vincou.

ETPM É A ÚNICA ESCOLA PROFISSIONAL DO PAÍS A ASSINAR DOCUMENTO

Escola Técnica Profissional da Moita assina Carta Portuguesa para a Diversidade

A conceituada escola da Moita faz parte dos 75 signatários a nível a empreender este projeto da União Europeia no dia-a-dia dos alunos. A cerimónia contou com a presença da secretária de Estado da Cidadania e da Igualdade, Catarina Marcelino.

A Escola Técnica Profissional da Moita fez parte integran-te, numa Cerimónia que de-

correu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, da Carta Portu-guesa para a Diversidade, consti-tuindo-se como um dos seus 75 signatários a nível nacional. Trata-se, segundo os seus responsáveis, da única escola profissional do país «a assumir este compromisso como um princípio basilar do seu funcio-namento e da sua prática peda-gógica, que já integrava o seu Projeto Educativo na sua essên-cia, toda a comunidade escolar sente-se orgulhosa de colaborar neste processo» Esta iniciativa da União Eu-ropeia pretende promover uma sociedade mais igualitária, di-versa e coesa, com práticas in-clusivas dos empregadores e ações que potenciem a aprendi-zagem e desenvolvimento de ex-periências positivas. A cerimó-

nia oficial reuniu representantes de 40 entidades empregadoras e contou com a presença da Se-cretária de Estado para a Cida-dania e Igualdade, Dr.ª Catarina Marcelino e da Secretária de Es-tado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Dr.ª Ana Sofia Antunes.

Valores do projeto educativo lida com alunos

Será através dos valores e pila-res do Projeto Educativo da Es-cola que a Carta Portuguesa para a Diversidade se materiali-zará no dia-a-dia dos jovens alunos, na sala de aula, numa vi-

vência constante e também com a responsabilidade de cada um se sentir como mensageiro e percursor. A Carta para a Diversidade, iniciativa da União Europeia, re-sulta também de uma parceria entre o GRACE - Grupo de Refle-xão e Apoio à Cidadania Empre-sarial, a Fundação Aga Khan e as entidades públicas responsáveis pela igualdade de género e igualdade de oportunidades: Alto Comissariado para as Mi-grações (ACM), Instituto Nacio-nal para a Reabilitação (INR,

I.P.), Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) e Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). A participação da Escola nesta cerimónia, ficou completa com o serviço de um Coffee Bre-ak pelos alunos - futuros Técni-cos de Restauração – numa pos-tura muito profissional que, mediante as individualidades presentes, teve uma resposta muito positiva. Uma atividade dotada de enorme importância pela iniciativa em si e pela impo-nência do próprio espaço.

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SOCIEDADE

A colocação de um dispositivo num ATM da vila sesimbrense permitiu que um grupo copiasse cartões multibanco e pro-cedessem a levantamentos em outros concelhos no litoral alentejano. A PJ acabou com a burla numa operação relâmpago.

Acusada de ter burlado nove homens num valor superior a um milhão de euros, Elisabeth Saraiva viu o tribunal com mão pesada. Os lesados não deverão ser ressarcidos, uma vez que a arguida não detém bens para penhorar.

TRÊS SUSPEITOS, COM IDADES ENTRE OS 37 E OS 41 ANOS DE IDADE, COPIARAM 116 CARTÕES E FIZERAM 320 TRANSAÇÕES

Clonagem de cartões em multibancos de Sesimbra rendeu 20 mil euros

ARGUIDA NÃO ESTEVE PRESENTE NA LEITURA DA SENTENÇA ALEGANDO PROBLEMAS DE SAÚDE

“Burlona do amor” condenada a 12 anos de cadeia por nove burlas

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O «modus operandi» consis-tia em colocar numa caixa multibanco (ATM), em Se-

simbra, um dispositivo que per-mitiu a um grupo de três suspei-tos copiarem elementos de segurança de 116 cartões bancá-rios, cujas cópias contrafeitas fo-ram utilizadas num total de 320 transações, de valor que ascende a 43.570,00 euros. Foram con-cretizadas 153 dessas transações. O grupo ter-se-á apropriado de 20.440,00 euros, através de le-vantamentos realizados depois em concelhos alentejanos, como Sines ou Santiago Cacém. Foi o que apurou a investiga-ção realizada pela Polícia Judici-ária (PJ) de Setúbal, que anun-ciou ter detido os três homens suspeitos desta burla informáti-ca e clonagem de cartões bancá-rio. Ficaram os três em prisão preventiva, a medida de coação mais pesada. A operação teve ca-

rácter transnacional, tendo sido iniciada em agosto de 2015, por suspeita da prática dos crimes de contrafação de títulos equipara-dos a moeda. Segundo a PJ, os três argui-dos, de idades compreendidas entre os 37 e os 41 anos, foram detidos quando tentavam fazer um levantamento numa caixa multibanco no Montijo. No âm-bito da operação policial, foi identificado um quarto indivi-duo, que foi constituído arguido. A investigação, com o nome de código «Operação Relâmpa-go», contou com a colaboração da SIBS/PAYWATCH permitiu «desmantelar uma rede organi-zada com carácter transnacional dirigida à prática deste tipo de crime» e apreender «diverso ma-terial informático e ferramentas, viaturas, centenas de cartões, di-versos telemóveis, comprovati-vos de transferências efetuadas através da Western Union e ele-mentos indiciadores de idênticas práticas no estrangeiro».

Elisabeth Saraiva, a mulher que ficou conhecida como a ‘burlona do amor’, foi con-

denada a 12 anos e quatro meses de prisão tendo o Tribunal de Se-túbal dado como provado que a

Como evitar clonagem de cartões

As autoridades alertam a popu-lação em geral que os cartões de débito e de crédito podem ser valiosos aliados, já que são mais cómodos e seguros do que andar com muito dinheiro nos bolsos. Mas é preciso muito cuidado na sua utilização de forma a preve-nir que seja roubado ou alvo de clonagem. Ou seja, sempre que os usar para efetuar pagamentos não os perca de vista, dizem as autori-dades. Caso suspeite que este possa ter sido clonado ou se aperceba de movimentos anor-mais na conta deverá contactar imediatamente o banco para o cancelar. A legislação determina que fraudes que ocorram após a comunicação do roubo ou extra-vio do cartão passam a ser impu-tadas ao banco emissor. Ainda assim, é possível que a próxima geração de cartões de crédito possa ser imune a clona-gens, pois está a ser desenvolvida

uma forma de impedir que tal cri-me aconteça. Segundo explica o Extreme Tech, este sistema é de-nominado Quantum-Secure Au-thentication e utiliza partículas individuais de luz para codificar os dados contidos no cartão. Para desenvolver este projeto, os cien-tistas basearam-se na física quân-tica. A banda magnética que agora os cartões têm vai ser substituída

por uma tinta que contém milhões de nanopartículas. Depois, as par-tículas individuais de luz serão projetadas nas nanopartículas com a ajuda de um laser, criando desta forma um padrão que será utilizado para que um cartão seja autenticado. Por outras palavras, este sistema impede que os falsifi-cadores de cartões consigam des-cobrir a ‘chave-padrão’.

arguida burlou nove homens num total de 1,2 milhões de euros entre 2001 e 2012. O seu pai An-gelino Saraiva, julgado por cum-plicidade, apanhou três anos e dois meses mas ficou com pena suspensa, depois do Ministério Público (MP) ter pedido a conde-nação da mulher e a absolvição

do pai, hoje com 80 anos.O advogado de Elisabeth limi-tou-se a avançar, após a leitura da sentença, que vai agora anali-sar o acórdão para avaliar se vai interpor recurso, mas até trânsi-to em julgado a mulher deverá em prisão domiciliária com pul-seira eletrónica. A arguida reside

no Algarve e, segundo o MP, há perigo de fuga e o risco de conti-nuar a cometer crimes. Apesar da condenação, tanto os lesados como os advogados das nove vítimas estão resigna-dos ao facto de haver lugar a qualquer ressarcimento dos pre-juízos, uma vez que Elisabeth Sa-raiva «não tem bens suscetíveis de penhora que sejam visíveis». Os queixosos asseguram que a arguida «mantém algum requin-te na roupa que veste e no perfu-me que usa».

Aguarda trânsito em julgado com pulseira electrónica

A arguida, de 47 anos, chegou ao julgamento indiciada por vários crimes, onde se contam nove burlas, quinze falsificações e ain-da dois furtos. Tem estado sem-

pre em liberdade, sendo acusada de ter burlado vários empresá-rios, um gerente bancário e até um agente da Polícia Marítima com a oferta de propostas de bons negócios, garantindo ser a proprietária de terrenos que es-taria disponível para vender às suas vítimas a preços bastante aliciantes. Depois falsificava do-cumentos de títulos de proprie-dade pedindo às vítimas que si-nalizassem os negócios com verbas sempre avultadas. Elisabeth dava garantias so-bre os supostos 15 milhões de euros que a sua família detinha sobre propriedades e maquina-ria na África do Sul onde nasceu e viveu até início da década de 80. Dizia às vítimas que era cre-dora dessa verba relativa a su-postas patentes de invenções da autoria do seu pai.

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

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SOCIEDADE

Segundo o Instituto Nacional de Medecina Legal e Ciências Forenses, a barreira dos 30 por cento de cadáveres com consumo de álcool tem sido frequentemente superada na região. É uma tendência dos últimos anos.

34 POR CENTO DOS CORPOS DAS VITIMAS APRESENTAVAM TEORES DE ÁLCOOL IGUAIS OU SUPERIORES A 1,2 G/L

Aumentam os mortos nas estradas do distrito com álcool no sangue

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O número de vítimas mor-tais nas estradas do distri-to que tinham álcool no

sangue aumentou em 2015. As autópsias realizadas às 45 víti-mas de acidentes fatais na re-gião revelaram que mais de 34% dos corpos exibiam consumo de álcool, superando os 32% de 2014, enquanto metade dos ca-dáveres com álcool registavam já uma taxa equivalente a crime. Ou seja, igual ou acima de 1,2 g/l. Segundo João Pinheiro, vice--presidente do Instituto Nacio-nal de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), trata-se, no fundo, de «mais uma subida, apesar de ser ligeira», acarretan-do por isso maior preocupação,

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uma vez que confirma a tendên-cia dos últimos anos. É que os dados disponíveis do INMLCF mostram que a bar-reira dos 30% de cadáveres com consumo de álcool tem sido fre-quentemente superada na re-gião, com a agravante da taxa ser elevada em vários casos. O médico legista sublinha que os condutores que bebem fazem--no de forma muito significati-va, ingerido bastante álcool, pelo que quando os acidentes ocorrem «acabam por ser de maior gravidade»

Condução sob efeito de psicotrópicos

Nos testes solicitados pela Au-toridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) a sobrevi-

ventes de acidentes e conduto-res fiscalizados que pedem con-traprova, o INMLCF detetou igualmente uma presença sig-nificativa de álcool: 65,8% das pessoas que passaram pelos testes, onde metade apresenta-va uma taxa de álcool igual ao superior a 1,2 g/l. Voltando às vítimas mor-

tais, no seu total, é possível concluir que 10% estavam sob efeito de substâncias psicotró-picas, mas os dados não permi-tem perceber se os consumos envolviam várias drogas ou eram simultâneos com álcool. A canábis continua a ser a que ganha maior relevância, à se-melhança do ano passado.

Automobilistas de Santo André organizam marcha lenta no dia 30 de abril

O Movimento de Utente de Vila Nova de Santo André está a preparar uma mar-

cha lenta, para o próximo dia 30, entre a localidade e Sines, por for-ma a exigir do Governo e à em-presa Infraestruturas de Portugal e Estradas da Planície a retirada imediata dos pinos das obras da Estrada Regional (ER) 261-5, que liga as duas localidades. Trata-se de um traçado de 13 quilómetros com perfil de auto--estrada, previsto no contrato de concessão do Baixo Alentejo, a par da A26 entre Sines e Beja. A concentração está marca-da para a rua em frente ao Hotel Vila Parque, sendo antecedida de uma reunião com a popula-ção feita no mesmo local. O Movimento queixa-se de que “diariamente e há quase 6 anos”, os automobilistas são obrigados a fazr gincana entre os pinos, que dividem as faixas de rodagem, arriscando ultra-passagens em zonas proibidas.

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MOITA ADJUDICADA A EXPLORAÇÃO DO RESTAURANTE/BAR DO PARQUE Na reunião de 6 de abril, o município aprovou, por unanimidade, no âmbito do “Programa de Hasta Pública” para a cessão de exploração do restaurante e bar do parque da zona ribeirinha da Bai-xa da Banheira, a adjudicação definitiva da cessão e a autorização da celebração de contrato. Este complexo de piscinas municipais, restaurante e bar de apoio às mesmas, é um equipamento de grande relevância para o município e regista grande procura e afluência por parte dos munícipes durante toda a época balnear.Na reunião foi ainda aprovado, por una-nimidade, uma verba de 600 euros, ao Centro de Atletismo da Baixa da Banhei-ra, no âmbito da VII Milha Ribeirinha da Baixa da Banheira.

SINES CÂMARA E REPSOL AJUDAM COLETIVIDADES A Repsol Polímeros, a Câmara e 22 cole-tividades assinaram, no dia 11, protocolos de colaboração. O montante dos apoios é de 48 mil euros, destinado a apoiar as coletividades e instituições do desporto, cultura e solidariedade social. Na cerimó-nia, o edil Nuno Mascarenhas agradeceu o apoio da Repsol e salientou o esforço que tem feito para aumentá-lo, quer em montante global, quer em número de coletividades abrangidas. Já o diretor da Repsol Sines, Joaquín García-Estañ, agradeceu ao município o papel que desempenha como via para a empresa chegar aos agentes culturais, desportivos e sociais locais e disse que os apoios são uma «obrigação ética e moral».

SETÚBAL BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CARA LAVADA A biblioteca de Setúbal reabriu ontem ao público com música, literatura, poesia e uma exposição, após obras de requali-ficação que dotaram o equipamento de melhores condições para os utilizadores. Mais atrativa, moderna e dotada de melhores condições de utilização e conforto para o público, a biblioteca, instalada naquele edifício no centro histórico desde 1992, foi requalificada e beneficiada numa operação impulsiona-da pela autarquia. As obras incluíram a instalação de climatização e a criação de sanitários para pessoas com mobilidade reduzida, além do embelezamento do exterior e do interior, a redistribuição espacial de vários serviços disponíveis e a colocação de mobiliário novo.

BARREIRO ARQUITETOS PARISIENSES VISITARAM A CIDADE A equipa de arquitetos parisiense, vence-dora do Concurso Internacional de Ideias – Europan para o sítio do Barreiro, esteve, no dia 11, de visita ao concelho. Lucie Weber, Remy Girardin e Arnaud Casema-jor-Loustau realizaram uma reunião de trabalho, nos Paços do Concelho, com representantes da CMB e Infraestruturas de Portugal, entidades com responsabili-dades no território submetido a concurso.O Barreiro colocou a concurso a área da Antiga Estação Ferro-Fluvial do Sul e Sueste e espaços contíguos. Os elemen-tos sublinharam o potencial de um sítio, já com uma «identidade», onde «podem mesmo acontecer coisas». No seu projeto, tiveram como objetivo tornar o espaço mais atrativo.

ALCÁCER DO SAL CÂMARA ADQUIRE NOVA VIATURA PARA A RECOLHA DE LIXOO município adquiriu uma nova viatura para a recolha de resíduos sólidos urba-nos no concelho. Esta viatura permite a recolha dos contentores enterrados existentes na zona da marginal da cidade de alcácer, o que até ao momento não era possível apesar da existência destes contentores no âmbito do projeto RUAS. Este investimento de cerca de 190 mil euros permite otimizar o serviço presta-do no âmbito da recolha de resíduos in-diferenciados. Os motoristas e a equipa de cantoneiros de limpeza encontram-se atualmente a efetuar ensaios para que a curto prazo se inicie a operacionalização efetiva da recolha.

GRÂNDOLA

DECLARAÇÃO DE TROIA APROVADA Sob o lema “É o Amor ao Alentejo que nos une e motiva” o congresso Amalen-tejo reuniu no passado dia 2 de Abril em Troia, concelho de Grândola, mais de 400 congressistas, dos quais apenas dois se abstiveram na votação da Declaração de Troia que foi aprovada por maioria.O congresso manifestou a unidade, a coesão, a vontade, a determinação e o apoio a AMAlentejo e aos seus transpa-rentes objetivos. Uma resposta de grande maturidade democrática de todas e todos os que amam o Alentejo.De acordo com a comissão organizadora o congresso AMAlentejo foi um sucesso. O próximo objetivo é a construção do projeto-lei de iniciativa popular para a criação da comunidade regional do Alen-tejo o que exige a recolha de pelo menos 35 mil assinaturas.

ALMADA HOMENAGEM A DIAMANTINO PARREIRA DA SILVAA Câmara e a União de Freguesias do La-ranjeiro/Feijó homenageiam Diamantino Silva, primeiro presidente da Junta do Laranjeiro, ao atribuir o seu nome à rua 38, compreendida entre a rua António Elvas e a rua Borges do Rego, no Laran-jeiro. É este sábado, às 19 horas, junto à paragem Laranjeiro - do Metro Sul do Tejo. Além da atribuição de topónimo, há distribuição de cravos à população, atua-ção de vários grupos e leitura de poemas.Nasceu em Odemira, a 10 janeiro de 1941. Mudou-se para Almada em maio de 1970, com 29 anos, tendo com a sua esposa fixado residência no Laranjeiro. Diaman-tino Silva foi eleito o primeiro presidente da Junta do Laranjeiro, em 1986. Foi reeleito em dezembro de 1989. Foi eleito para a Assembleia Municipal de Almada, em 1993 e em 1997.

PALMELA MERCADO CARAMELO EVOCA IDENTIDADE CULTURAL O Mercado Caramelo, que vai decorrer em Pinhal Novo, entre 6 e 8 de maio, é apresentado ao público este sábado, no jardim José Maria dos Santos, junto ao Coreto. Esta apresentação tem início às 19 horas, seguida de oferta de sopa cara-mela e de animação musical com “Tá o Baile Armado”. Promovido pela Con-fraria da Sopa Caramela e pela Junta de Freguesia de Pinhal Novo, com o apoio do município, o evento pretende recriar o antigo mercado de Pinhal Novo, com origem no século XIX, aliando animação sociocultural e evocação histórica das raízes culturais da freguesia, bem como a dinamização do comércio tradicional e a promoção dos produtos locais, com des-taque para a tradicional Sopa Caramela.

MONTIJO AVIÃO MILITAR É TEMA DE EXPOSIÇÃO A exposição documental e informativa “Génese da Aviação Militar: 1908-1920” continua patente na biblioteca Manuel Giraldes da Silva. A mostra vai estar patente até 16 de Maio. Inserida nas comemorações 1.º Centenário da Guerra Mundial, a exposição, assinala também, o Dia Nacional do Combatente (9 de Abril). A mostra evidencia os principais marcos do desenvolvimento aeronáutico e a sua consolidação, que remontam aos primórdios da militarização de aerona-ves. O comandante da Base Aérea n.º 6, Coronel António Temporão, referiu que a exposição inaugurada é prova dos «laços que unem, a terra do Montijo à força aé-rea e que nos permitem divulgar a Força Aérea e um pouco da nossa história».

LOCAL

SANTIAGO DO CACÉM CAMPANHA CONTRA A OBESIDADE INFANTIL O município leva a cabo, até 7 de maio, a campanha de sensibilização contra a obesidade, com o mote “Vai uma maçã?”, para alertar para a urgência em travar este problema, em particular junto das crianças. Ao longo de um mês, a Câmara disponibiliza, gratuitamente, maçãs para todos os utentes dos serviços de educa-ção e saúde, piscinas, museu municipal, auditório António Chainho, bibliotecas Manuel da Fonseca e Manuel José “do Tojal” e espaço internet – pólo de leitura do Cercal do Alentejo. De acordo com a OMS, em Portugal, 33,3 por cento das crianças, dos 2 aos 12 anos, têm excesso de peso, das quais 16,8 por cento são obesas. A obesidade infantil está asso-ciada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, asma, entre outras.

SESIMBRA TERRA DE PEIXE JUNTA--SE AO PROJETO FLORIR PORTUGAL “Sesimbra é Peixe em Ondas de Flo-res” é o nome do novo projeto que tem como objetivo embelezar as varandas e janelas da vila com flores. A iniciativa, que decorre no âmbito do projeto “Florir Portugal”, é apresentada dia 22, às 16.30 horas, no Conde de Ferreira, e conta com a presença da atriz Adelaide de Sou-sa, madrinha da ideia em Sesimbra. O projeto consiste na distribuição de vasos, plantas e terra à população, por parte da Câmara, de forma a envolver os muníci-pes nesta ação que, numa numa primeira fase, arranca nas ruas da República, 31 de Janeiro, Serpa Pinto e largo José Antó-nio Pereira. A inscrição é gratuita e pode ser efetuada no Posto de Turismo e na Fortaleza de Santiago.

SEIXAL FEIRA DO LIVRO ANIMA O JARDIM DO FOGUETEIRO O jardim do Fogueteiro, na Amora, volta a ser palco de mais uma edição d’O Livro em Festa, a decorrer de 15 a 30 abril, com várias sugestões de atividades culturais e educativas, entre elas, encontros com es-critores, ateliês, iniciativas de animação de leitura e escrita criativa. A abertura oficial do evento decorreu, ontem, sexta--feira, ao som do grupo de percussão Tocá Rufar. Do programa fazem parte teatro, concertos musicais com o Grupo de Cavaquinhos da Unisseixal, Tuna da Unisseixal, não esquecendo o lançamen-to de diversos livros.

ALCOCHETE ASSEMBLEIA MUNICIPAL PROMOVE SESSÃO SOLENE DO 25 DE ABRIL No âmbito do 25 de abril e 1.º de maio, a assembleia municipal promove no dia 25 de abril à noite, com início às 21h00, no salão nobre dos paços do concelho, a sessão solene evocativa desta data histórica para Portugal. Constituindo-se como o momento mais institucional das comemorações, durante esta cerimónia os representantes das quatro bancadas representadas neste órgão municipal discursam refletindo sobre esta data comemorativa e sobre a conjuntura eco-nómica, política e social nacional, assim como os presidentes da assembleia e da câmara municipais de Alcochete.A atriz Luísa Ortigoso, acompanhada pelo músico e sonoplasta João Balão apresen-tam ao público “Uma noite em abril”.

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CULTURA

TEXTO ANTÓNIO LUISIMAGEM SM

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Joana Lança brilha em concursos de fado Canta e encanta mas o fado não é a sua prioridade. Re-conhece que o meio artístico não é fácil pelo que não perde de vista os estudos na Faculdade para arranjar emprego. Este é o sonho de Joana Lança, filha da também fadista Carla Lança.

Joana Lança, de 18 anos, natural de Setú-bal, já venceu três con-

cursos de fado. Desta vez, saiu vitoriosa da 1.ª gala de fado da zona Oriental de Lisboa, tendo o júri fi-cado rendido com o fado “Silêncio, deixem ouvir as guitarras”. De recordar que Joana Lança venceu, em feverei-ro do ano passado, um concurso de fado, em Lis-boa, organizado pelo Clu-be Lisboa Amigos do Fado, e em Setúbal alcançou o 2.º lugar num concurso de fado amador organizado

pelo município sadino. No que diz respeito ao concurso de fado mais re-cente, Joana Lança con-fessa que «não estava mesmo nada à espera. Foi uma vitória inesperada. Eram todos concorrentes muito bons e fortes e a competição era renhida». A jovem artista, filha da também fadista Carla Lan-ça, admite que aceita bem as cíticas da mãe. «Ela co-menta no bom sentido, pois sei que todas as observa-ções que me faz são para a minha evolução enquanto fadista. Se hoje já canto por alguns lados, se ganho con-cursos e se sou um pouco conhecida pelo povo setu-balense, posso agradecer-

-lhe, mas também a toda a minha família».

«Não quero fazer da música a minha profissão»

Quanto ao seu grande so-nho, Joana Lança diz que «nunca quis fazer da músi-ca a minha profissão», uma vez que os estudos estão em primeiro lugar. E con-fessa: «Tenho os pés assen-

tes na Terra e sei bem que este meio não é fácil, pelo que não crio grandes expe-tativas. Gosto de dar um passo de cada vez e que ti-ver de acontecer, aconte-cerá. Sempre quis tirar um curso superior e arranjar emprego na área e se pu-der cantar nos tempos li-vres será maravilhoso, pois é algo que me dá grande prazer». A jovem fadista está a estudar em Beja, na Escola Superior de Saúde, no pri-meiro ano da licenciatura de Terapia Ocupacional. Ricardo Ribeiro é o seu fadista preferido, uma vez que tem uma voz «estron-dosa e única». No femini-no, as suas fadistas predi-letas são a Raquel Tavares e a Kátia Guerreiro, duas fadistas «bonitas, expres-sivas e com grande vozei-rão».

CANTIGAS E PIANO Nos tempos livres, a Joana gosta de estar com os amigos, ir ao café e sair com eles. Adora passear e estar reunida com a sua família. Passa a vida a can-tarolar e gosta de tocar piano. Considera-se uma pessoa humilde, com fácil interação com o público e muito comunicativa.

Grupo Desportivo Independente acolhe teatro de luxo

O Grupo Desportivo Independente, de Setúbal, recebe este

sábado, às 21h30, a revis-ta à portuguesa: “É uma Revista À Portuguesa com certeza”, com ence-nação de Tiago Isaac . Trata-se de uma es-treia em Setúbal de um grupo bastante jovem e talentoso de teatro ama-dor com atividade inten-sa na Sociedade Filarmó-nica Operária Amorense, Amora, que vai trazer duas horas de muito hu-mor, intervaladas de muita música e dança.

O espetáculo faz uma sátira social, política e reli-giosa, fala-nos da educação e das escolas do nosso país, tem conversas de casa de banho, freiras pecadoras, vendedeiras, regateiras, ga-ranhões, muita dança, can-ção e gargalhada. No domingo, no âmbi-to das comemorações dos 250 anos do nascimento de Bocage, o palco do In-dependente recebe, às 11 horas, o Grupo de Teatro e Animação Espelho Mági-co, com a peça “O mundo Fabuloso de Bocage”, com entrada livre.

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CULTURA

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SETÚBAL16SÁBADO21H30“PLAZA SUITE” COM ALEXANDRA LENCASTREFÓRUM LUÍSA TODI

Alexandra Lencastre, Diogo Infante, Helena Costa e Ricardo Sá trazem a Setúbal as desventuras de dois casais muito diferentes e que enfrentam momentos cruciais nas suas vidas. Trata-se de um espetáculo para maiores de 12 anos, a cargo da Força de Produção.

GRÂNDOLA16SÁBADO22H00ANA BOLA SEM FILTRO CINE-TEATRO GRANADEIRO

Com 40 de profissão, fez teatro, fez televisão, foi autora de séries de sucesso, apresentadora de programas, jurada de concursos, etc.. Aos 62 anos de idade vê-se confrontada com falta de trabalho, apesar de continuar no ativo, em forma e acarinha-da pelo público. Apresenta propostas, tem reuniões com as direções de programas, mas não consegue ver nada aprovado.

SEIXAL16SÁBADO21H30CAMANÉ APRESENTA ÚLTIMO CDFORUM CULTURAL O fadista Camané apresenta o seu último CD, “Infinito Presente”, um disco inspirado no poema de David Mourão Ferreira, que sucede a “Do Amor e dos Dias”, de 2010, e que conta com a produção, arranjos e direção musical de José Mário Branco. Contém temas de José Júlio Paiva, bisavô de Camané, um inédito de Alain Oulman, Vitorino Salomé, Manuela de Freitas e José Mário Branco.

ALMADA16SÁBADO16H00 ÓPERA PARA OS MAIS NOVOS TEATRO JOAQUIM BENITE “Verdi que te quero Verdi”, a partir de Giuseppe Verdi, com encenação de Teresa Gafeira, regressa aos palcos. Estará em cena na sala experimental hoje, às 16 horas, e domingo, às 11 horas. O espetáculo é uma produção da Companhia de Teatro de Almada, com André Alves, João Farraia, Pedro Walter e Vera Santana. Estreado em 2011, “Verdi que te quero Verdi” põe os mais novos em contacto com o mundo da ópera.

SINES16SÁBADO21H30CANTO CORAL ANIMA SINES CENTRO DE ARTES DE SINES

O Coral Atlântico recebe a Associazione Coro “Antonio de Vecchi”, no âmbito de um intercâmbio musical Itália / Portugal. Este coro, oriundo da comuna de Cinto Caomaggiore, é um dos coros mais importantes da província de Veneza. Criado em 1986, apresenta um repertório onde se fundem as músicas sacra e popular, sob a direção de Luciano Bertuzzo.

BARREIRO16SÁBADO16H00OBJETOS DE INDFÂNCIA AUDITÓRIO AUGUSTO CABRITA

“Guarda Mundos”, pelo Teatro Didascália, é um espetáculo construído sobre um objeto muito particu-lar, o guarda- fatos. Este objeto é na infância símbolo de refúgio e de portal para outra dimensão, capaz de atrair a curiosidade das crianças e as catapultar para o universo da imaginação.

AGEN

DA

CONVITES DUPLOS PARA O ARTEVIVA,PARQUE MAYER E INDEPENDENTE Temos convites duplos para oferecer aos nossos leitores para o es-petáculo “Hotel da Bela Vista” às sextas e sábados, às 21h30, que continua em cena no teatro municipal do Barreiro, sob a batuta da companhia ArteViva. No Grupo Desportivo Independente, às 21h30, sobe este sábado ao palco o espetáculo “É uma revista à Por-tuguesa com certeza”, pelo Grupo de Teatro Tiago Isaac, com textos de Carlos Jorge Español e Tiago Isaac. A atração no fado é Diana Santos. No Teatro Maria Vitória, ao Parque Mayer, está em cena o espetáculo “Revista quer… é Parque Mayer”, com Mariema, Paulo Vasco e Alice Pires. Temos convites para as 5.ª feiras e domingos, às 21h30. Para se habilitarem aos papelinhos mágicos, os nossos leito-res terão de ligar para o 918 047 918 ou o 969 431 0 85 e manifesta-rem interesse em assistir a esta produção de qualidade.

António Chaínho lança livro “Rabiscos, memórias e afetos”

António Chaínho, pro-fessor e ex-presiden-te da Assembleia Mu-

nicipal de Grândola apresenta no próximo dia 28, pelas 21 horas, no audi-tório da biblioteca munici-pal, a sua 12.ª obra, “Rabis-cos, memórias e afetos”, num registo sobre Grân-dola, sua terra, agora, num quadro a partir da obser-vação atenta de pessoas, lugares e emoções de um Alentejo repleto de nostal-

O primeiro romance sobre Eusébio

Museu Sebastião da Gama fecha para obras

A companhia de dança residente no teatro S. João, DançArte, e o

município de Palmela assi-nalam o Dia Mundial da Dança 2016 com um pro-grama que pretende conti-nuar a afirmar a dança no concelho, motivar públi-cos e realçar os benefícios da prática desta forma de expressão artística. As comemorações abrem este sábado, às 21h30, no teatro S. João, com a apresentação do espetáculo “ARCHÉ | no Princípio era eterno”, pela companhia Matri-dança, com repetição dia 17, às 16h30. Também este domingo, às 16 ho-ras, mas no auditório da biblioteca municipal de Palmela, haverá baile de

danças tradicionais eu-ropeias, dinamizado por Leónia de Oliveria e o “B´rbicacho”. Dia 29, às 21h30, o Cen-tro Cultural de Poceirão recebe o espetáculo “ Acordes de Dança”, com João Vitorino, na guitarra e Edite Van-Zeller, na dança. A fechar as comemo-rações, no dia 30, a com-panhia “Armazém 13” apresenta o espetáculo “Forgotten Fog”, no teatro S. João, em Palmela, às 21h30, uma recriação com inspiração na obra “Play” de Samuel Beckett e encenação de Diana Niepce. Esta peça traduz--se numa fusão multidis-ciplinar de sete mulheres – atrizes, acrobatas e bai-larinas.

Comemorações afirmam dança e motivam públicos em Palmela

gias e encantamentos. Segundo o autor, os edifícios, geralmente enor-mes e vazios, os lugares muitas vezes silenciosos, assumiriam um significa-do inquietante se não fos-sem fontes de memórias vividas e de afetos ininter-rompíveis. É esse quadro telúrico de um Alentejo que se vive em Grândola, que o autor procura trans-por num ambiente de li-berdade criativa.

Eusébio – O Romance”, da autoria de Sónia Louro, que também

escreveu “O Cônsul Deso-bediente”, é o primeiro ro-mance sobre Eusébio já disponível nas livrarias. Sónia Louro, com a mesma mestria com que nos contou a vida de Aristi-des de Sousa Mendes ou Fernando Pessoa, relata--nos agora a vida do ho-mem que, durante os anos cinzentos do Estado Novo, conseguiu, com o seu ta-lento, fazer dos portugue-ses um povo orgulhoso. O livro mostra-nos que a história de Eusébio não é apenas uma história de vi-tórias e glória. Além dos mais de 800 golos, Botas de Ouro, Bolas de Prata, cam-peonatos e título de melhor

do mundo, há a história de um menino assustado que apenas queria jogar futebol. E algumas derrotas doloro-sas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias sal-varam e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.

O museu Sebastião da Gama, localizado em Azeitão, vai encerrar

a partir de segunda-feira, por três meses, para obras de requalificação. A intenção é tornar o es-paço mais acessível aos ci-dadãos, pelo que o polo da biblioteca é transferido do 1.º andar para o piso térreo. O rés-do-chão, que in-clui o wc, é também parti-lhado pela sala da exposi-ção permanente. Com esta solução, o projeto procura aumentar a luminosidade dos espa-ços interiores, tornando-os mais confortáveis dentro

de padrões térmicos, acús-ticos e de acessibilidade. O vão voltado para pátio do edifício vai ser aberto, o que permite a entrada de luz natural do lado sul. Pretende-se que o pátio confira continui-dade ao espaço do polo da biblioteca e que possi-bilite, inclusivamente, a realização de atividades infantis. Também para facilitar a deslocação de pessoas com mobilidade reduzida no edifício de dois andares, está contemplada a insta-lação de uma plataforma elevatória.

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POLITICA

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, no conce-

lho do Barreiro, assinou um pro-tocolo em 2008 com o INEM para a instalação de um Posto de Reserva (PR) no quadro do Sis-tema Integrado de Emergência Médica (SIEM), mas ambiciona a constituição de um Posto de Emergência Médica (PEM). A Associação afirma que «tem condições para assumir um Posto de Emergência Médica – têm 30 tripulantes de ambulância de so-corro (re)certificados e estão mais duas bombeiras em formação». No ano de 2015, o Posto de Re-serva atingiu o rácio de 99,92 por cento de integração de pelo me-nos um tripulante de ambulância de socorro; teve um acréscimo de 21,3 por cento na resposta aos pe-didos do CODU totalizando 2.709 episódios, o que corresponde a uma média de 7,4 por dia, ultra-passando o número mínimo con-

siderado pelo INEM para atribuir um Posto de Emergência Médica em meio urbano. Ao número total de serviços, acrescem ainda mais 203 serviços de emergência pré--hospitalar efetuados fora do âm-bito do SIEM, o que totaliza 2.912 serviços. Os deputados do PCP, Paula Santos, Francisco Lopes e Bruno Dias, quiseram saber se o Gover-no pondera a possibilidade de instalar um Posto de Emergência Médica no Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste e, em caso afir-mativo, qual a calendarização para a sua concretização.

PCP exige posto de emergência médica nos bombeiros do Sul e Sueste

O CDS-PP de Almada esteve reunido recentemente, em Cacilhas, com a comissão

de trabalhadores da Transtejo por causa da suspensão do transporte fluvial de automó-veis entre a Trafaria e Belém. Segundo a mesma comissão de trabalhadores, a medida é «prejudicial para os utentes e mesmo para operacionalidade da empresa que presta este ser-viço público» A comissão de trabalhado-res informou o PP que em cau-sa está «não só a manutenção do serviço de transporte fluvial entre as duas margens, como a necessidade de otimizar as me-lhores condições para servir os milhares de utentes que usam os barcos diariamente». A concelhia dos populares irá agendar, em breve, uma reu-nião com o conselho de admi-nistração da Transtejo para que esta possa apresentar os seus

considerandos relativamente ao plano de funcionamento da empresa e a prestação de servi-ço público às populações. De realçar que as instalações da estação fluvial de Cacilhas, são «manifestamente antigas estando desadequadas quer às necessidades para as operações diárias dos seus profissionais,

PP Almada está preocupado com suspensão fluvial de automóveis entre Trafaria e Belém

quer para utilização daqueles que escolhem o transporte flu-vial, como o seu meio de trans-porte quotidiano». Além disso, o PP sublinha que «O transporte fluvial é muito mais que um meio de transporte, pois, faz ao mesmo tempo, parte da identidade das nossas gentes e da história de Portugal».

PRESIDENTE DA CÂMARA DE ALCÁCER DO SAL INTERVÉM NO CONGRESSO DO CONSELHO DOS MUNICÍPIOS E REGIÕES DA EUROPA

Vítor Proença vai a Nicósia em nome dos municípios portuguesesA convite da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) para participar e intervir, o presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal vai estar no Congresso do Conselho dos Municípios e Regiões da Europa que se realizará na cidade de Nicósia, capital do Chipre entre os dias 20 e 22 de abril.

Vítor Proença será um dos representantes da ANMP tendo sido convidado a in-

tervir atendendo ao facto de ser presidente da Câmara Munici-pal de Alcácer do Sal, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), presidente da Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública no Alentejo (AM-GAP) e membro do Conselho Diretivo da ANMP. O Congresso, organizado pelo Conselho dos Municípios e Regiões da Europa contará com mais de mil delegados da União Europeia e vai debater o tema “O Amanhã começa Hoje! Uma Visão Local e Regional para a Europa em 2030” Vítor Proença, representan-te da Associação Nacional dos Municípios Portugueses vai in-tervir no dia 21 de abril sobre os Serviços Públicos Locais em 2030 – Desafios e Oportunida-des. Em declarações ao Sem-mais, o autarca considera que «é importante dar voz a respos-tas públicas de serviços locais

no momento em que a agenda da União Europeia e de muitos Governos tem sido o encerra-mento de escolas, o encerra-mento de tribunais, o encerra-mento de estações de correios e

telecomunicações, extinção de 1.200 freguesias em Portugal e o encerramento de muitos ser-viços públicos a par da privati-zação ou concessão a grupos privados de numerosos servi-

PREPARAR A EUROPA A CAMINHO DE 2030O Conselho dos Municípios e Regiões da Europa é a entida-de promotora do Congresso. Trata-se de uma federação de 60 Associações de Municípios e Coletividades Territoriais Europeias que representa cerca de 150.000 governos locais e regionais em 41 países da Europa.

Subordinado ao tema geral: “O Amanhã começa Hoje! Uma Visão Local e Regional para a Europa em 2030”, o Congresso das Cidades, Mu-nicípios e Regiões da Europa está estruturado em torno de sete grandes temas conduto-res da Europa em 2030: Inte-gração da EU; Governação e liderança; Sociedade e Cultu-ra; Economia e Finanças; Am-biente, Clima e Energia; Ne-gócios, Tecnologia e Inovação e Cooperação e Parcerias.

ços públicos». Por isso, o autar-ca vai defender no Congresso que «é tempo de inverter estas políticas e apostar nos poderes locais e regionais com recursos financeiros adequado».

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XVI ROMARIA A CAVALO: MOITA-VIANA DO ALENTEJOBERNARDINO BENGALINHA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE VIANA DO ALENTEJO, EM ENTREVISTA

«O objetivo final é continuar a manter o desenvolvimento sustentado do concelho»

ENTREVISTA RAUL TAVARESIMAGEM SM

UM CONCELHO COM AUTENTICIDADE QUE CONVIDA À DESCOBERTA DA NATUREZA

O concelho de Viana do Alentejo tem cerca de 5700 ha-bitantes (Censos 2011) distribuídos por três freguesias – Aguiar, Alcáçovas e Viana do Alentejo. Tem uma área aproximada de 393 km2 e está a hora e meia de Lisboa e Espanha, perto da costa alentejana e do grande lago de Alqueva. É um concelho rico em património edifica-do – Castelo e Igreja Matriz de Viana do Alentejo, San-tuário de N.ª Sr.ª D’Aires, Igreja Matriz de Alcáçovas, Palácio dos Henriques, Fonte do Paço e Anta, em Aguiar - e cultural que merece uma atenção especial e visita, sem esquecer também a beleza da paisagem natural que convida à descoberta da natureza.

Qual a importância estratégica que o evento tem vindo a ter na eco-nomia do concelho?A Romaria a Cavalo Moita – Via-na do Alentejo é um dos princi-pais eventos do concelho, tendo, em meu entender, alguma mar-gem para poder crescer. Reves-te-se de grande importância para a economia local, dado que traz milhares de visitantes ao concelho, que acabam por to-mar as suas refeições e adquirir os nosso produtos locais, como a doçaria, os queijos, o pão, a massa de pimentão e os chás, e ainda o artesanato, com desta-que para a olaria de Viana do Alentejo, os chocalhos de Al-cáçovas e a joalharia sustentável de Aguiar. Para além da restau-ração, o alojamento também sai beneficiado devido à grande procura. Em resumo, o que se pretende é potenciar todo o nos-so património: tradicional, cul-tural, natural, imaterial, etc.. e que essas ações tragam benefí-cios para a economia local, para que o nosso concelho seja um território atrativo, não só para os residentes mas também para quem nos visita. O objetivo final será sempre o desenvolvimento sustentado do concelho com o apoio à econo-mia local, no caso em apreço, através da promoção de eventos de cariz cultural e turístico, de qualidade reconhecida, como é o caso da Romaria a Cavalo.

Face ao crescimento do número de romeiros e tudo o que está a mon-tante destas festividades, quais têm sido os fatores decisivos que o município tem tido em conta? Vários fatores têm contribuído para o crescimento da Romaria a Cavalo, quer em número de vi-sitantes, quer em número de ro-meiros. A Comissão Organiza-dora procura, de ano para ano, melhorar o evento através de um investimento criterioso mas cada vez mais eficaz, não só nos aspetos mais técnicos, nomea-damente os referentes ao per-curso e logística respetiva, mas também à sua promoção e di-vulgação. Este ano são esperados mais de 600 cavalos e a participação de cerca de 2000 romeiros de vá-rios pontos do país. Temos indi-cação que um grupo de romei-ros proveniente da vizinha Espanha vai participar nesta edição da romaria.

A abertura a romeiros espanhóis era um desejo antigo ou a senda de um caminho para a internacio-nalização do evento?Penso que é o percurso natural da romaria que tem vindo a ser bem divulgada e promovida pela Comissão Organizadora em conjunto com os nossos patro-cinadores e parceiros.No ano passado, por exemplo, tivemos a presença de turistas estrangeiros, nomeadamente belgas, apreciadores de ativida-des equestres e que tomaram conhecimento da romaria atra-vés da internet.

e que maneira podemos aferir a relação com a Câmarada Moita e a importância dos patrocinado-res?A Romaria a Cavalo é organiza-da por uma Comissão Organiza-dora da qual fazem parte as Câ-maras Municipais da Moita e de Viana do Alentejo, a Associação dos Romeiros da Tradição Moi-tense e a Associação Equestre de Viana do Alentejo. Evidente-mente que, tendo em conta as características das duas associa-ções equestres, é aos municípios que cabe o suporte financeiro do evento, com o apoio dos patro-cinadores, os quais têm feito uma conjugação de esforços para que a romaria seja uma re-alidade, com a dimensão e qua-lidade a que já nos habituou. De entre os patrocinadores e de-vido a vários fatores, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) tem uma im-portância extrema, tendo em conta essencialmente o cariz do evento, enquadrado na estraté-gia da ERTAR para o Turismo Equestre. No entanto, a Comissão Organi-zadora agradece muito a todos patrocinadores a sua participa-ção, nomeadamente: Jornal “Di-ário do Sul”; Caixa de Crédito Agrícola do Guadiana Interior; Hidrauviana, Lda.; Vangflor – Produção e Comércio de Flores, Lda. e Delta Cafés.A Comissão agradece também os apoios das Paróquias da Moita e de Viana do Alentejo, das Juntas de Freguesia de Al-cáçovas e de Viana do Alentejo,

bem como dos proprietários e gestores das várias herdades por onde passa a Romaria e, de uma maneira geral, a todos aqueles que contribuem para a sua realização.É, sem dúvida, com a ajuda de todos que este evento com ca-racterísticas únicas no país tem vindo a ganhar, cada vez mais, importância na região, e não só. Esperamos que, no futuro, se torne o principal evento eques-tre do país.

Falemos então do concelho. Peço um pequeno balanço da atividade dos seus mandatos. O Município de Viana do Alente-jo, à semelhança de todos os ou-tros, tem sentido as enormes restrições que se impõem, no-meadamente em termos finan-ceiros e administrativos. O iní-cio dessas restrições coincidiu mais ou menos com o início do nosso 1.º mandato, ou seja, te-mos gerido o Município num período difícil de crise financei-ra, económica e social, mas ao longo destes dois mandatos tudo temos feito para que os nossos munícipes sejam afeta-dos o menos possível por todos esses condicionalismos. Apesar desta dura crise, o Muni-cípio tem mantido a situação fi-nanceira equilibrada, o movi-mento associativo ativo, apoiado, dentro do possível, o tecido empresarial, não esque-cendo a divulgação do nosso pa-trimónio. O investimento tocou em todas as áreas com apostas fortes na reabilitação urbana, educação, património, apoio à atividade económica e promo-ção do concelho, apoio social, organização administrativa, apoio ao desporto, cultura e tempos livres. No nosso 1.º man-dato realizámos o maior investi-mento de sempre no Concelho, num mandato autárquico.Destaco algumas obras impor-tantes para o concelho que fo-ram realizadas até então: cons-trução do novo Centro Escolar

de Viana do Alentejo, criação do Balcão Municipal em Alcáçovas e em Viana do Alentejo, remode-lação do Estaleiro Municipal em Viana do Alentejo, requalifica-ção do Centro Histórico de Via-na do Alentejo, requalificação do complexo do Paço dos Henri-ques em Alcáçovas. De referir, ainda, a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) e, no passado ano, a classificação do Fabrico dos Chocalhos como Patrimó-nio Cultural Imaterial com Ne-cessidade de Salvaguarda Ur-gente pela UNESCO.

Quais os constrangimentos que o município ainda enfrenta?Os reflexos da grave crise eco-nómica e social que o país atra-vessa espelham-se nas nossas ações e no nosso concelho, uma vez que estamos inseridos numa região pobre e com um tecido empresarial extrema-mente frágil.Como em qualquer concelho da região, nomeadamente os do in-terior, o desemprego e as conse-quentes repercussões ao nível familiar, social e de saúde são constrangimentos que a popula-ção enfrenta.

Há também o problema da deser-tificação do Alentejo, no caso, o concelho também padece deste mal ou nem por isso?Relativamente à desertificação, o concelho de Viana do Alentejo, segundo os Censos de 2011, foi um dos cinco concelhos de todo o Alentejo que viu a sua popula-ção aumentar face aos Censos de 2001, porém, o fenómeno de migração acentuou-se com a re-ferida crise, havendo tendência de crescimento negativo de 2011 até então.De qualquer modo, é com atitu-de positiva e determinação que continuamos a trabalhar com seriedade a pensar no futuro e a acreditar na retoma económica do país, que será positivo para o nosso Concelho e para toda a re-gião do Alentejo.

O presidente da Câmara de Viana do Alentejo, Bernardino Bengalinha, alude à importância estratégica para o concelho deste evento que tem galgado um êxito a cada ano que passa. Em jeito de balanço de mandato, fala de um concelho com tradições, de uma terra onde a natureza é ponto-chave, da força dos apoios sociais e dos projetos que faltam implementar. Com contas equilibradas, Bernardino Bengalinha, tem obra para mostrar.

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XVI ROMARIA A CAVALO: MOITA-VIANA DO ALENTEJO

O ORGULHO PELO FABRICO DO CHOCALHO TER “VENCIDO” NA UNESCO

O presidente da Câmara de Viana do Alentejo conside-ra que «os valores patrimoniais são um fator decisivo para o progresso e para a afirmação de qualquer re-gião». Por isso, orgulha-se da consagração do Fabrico dos Chocalhos ter sido inscrito, no final do ano passa-do, na Lista da Salvaguarda Urgente do Património Cultural Imaterial da UNESCO. «Pensamos que o pro-cesso de preservação e revitalização desta tradição ini-cia agora uma nova fase, onde os desafios serão maio-res, onde a responsabilidade é, igualmente maior, de modo a conseguirmos manter esta atribuição»Foi um processo muito árduo, iniciado em 2010 mas, su-blinha, o autarca, «a conquista do selo da Unesco irá permitir a continuidade e salvaguarda desta arte secu-lar, apostando também na inovação e promoção junto de novos mercados turísticos, sabendo nós que a identi-dade é determinante na diferenciação de um destino ou até mesmo de novos mercados e produtos». E acrescen-ta: “há uma série de medidas de salvaguarda, que natu-ralmente apresentarão um carácter dinâmico, entre elas a criação de um centro interpretativo do chocalho, as-sim como um centro de documentação, o desenvolvi-mento de uma rede de parcerias institucionais desde logo, o incentivo à transmissão de conhecimentos / téc-nicas envolvidas nesta arte, a criação de linhas de apoio para a promoção e marketing , entre muitas outras…».

Em termos sociais, que medidas a Câmara tem desenvolvido para os minimizar, sobretudo no quadro da atual crise financeira, que cer-tamente também apoquentou as famílias e as empresas do conce-lho…Sabendo que o emprego é o grande fator de estabilidade so-cial, procuramos ter ações junto dos empregadores e da popula-ção. No que diz respeito aos em-pregadores, o Município tem prestado aos empresários locais um apoio constante através do Gabinete de Apoio ao Desenvol-vimento Económico. Em parce-ria com outras entidades procu-ramos auscultar as necessidades dos empresários e, dentro das nossas competências, disponi-bilizamos alguma informação, nomeadamente sobre novas oportunidades de financiamen-to comunitário.No que respeita à derrama, o Município tem uma taxa muito reduzida para microempresas com um volume de negócios in-ferior a 150.000 euros / ano (0,25%). Pretendemos, assim, dar resposta às dificuldades económicas que as empresas atravessam. Quanto ao IMI (Imposto Muni-cipal sobre Imóveis), introduzi-mos o desconto familiar: des-conto de 10% para famílias com um filho, 15% para famílias com dois e 15% para famílias com três ou mais filhos. De referir que a taxa de IMI é a mínima, ou seja, 0,3%. Com estas medidas, pretende-mos apoiar as empresas exis-tentes, atrair novas empresas e novos residentes, tendo em con-ta as várias potencialidades do concelho, e atenuar, na medida do possível, a carga fiscal sobre famílias, sobretudo as mais nu-merosas. Na área da educação, no âmbito da Ação Social Escolar, o Muni-

cípio presta auxílios económi-cos aos alunos do pré-escolar e 1º ciclo, de agregados familiares mais desfavorecidos para fazer face aos encargos relacionados com o prosseguimento da esco-laridade, o mesmo acontecendo com os alunos que frequentam o ensino superior, com a atribui-ção de bolsas de estudo por ca-rência económica. Já na área social, os nossos seniores dis-põem de descontos através do Cartão Sénior e criámos, ainda, a Loja Social do Concelho de Via-na do Alentejo que presta apoio a famílias carenciadas económi-ca e socialmente, bem como o Banco Local de Voluntariado.

O que diria se lhe perguntassem sobre as especificadas turísticas do concelho?Por exemplo, que, tal como em todo o Alentejo, também aqui a gastronomia é um cartaz de visi-ta e convida à descoberta de sa-bores bem tradicionais. A doçaria, um dos ex-libris do concelho, é motivo para a reali-zação de uma Mostra em Alcáço-vas que todos os anos, em de-zembro, nos leva por uma viagem à doçaria de cada região do país, com os afamados Bolo Conde de Alcáçovas, Bolo Real, Sardinhas Albardadas e Amores de Viana, a fazerem as honras da casa. O artesanato tradicional, choca-

lhos e olaria, feito por quem há muito guarda o segredo desta arte, é muito apreciado, tendo o chocalho ganhado outra dinâ-mica através da classificação de Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguar-da Urgente, pela UNESCO.

Que projetos podemos antever a médio e longo prazo?O Município de Viana do Alentejo está a trabalhar em alguns proje-tos (municipais e intermunicipais), tendo sempre em conta o desen-volvimento integrado do conce-lho. São exemplos, entre outros: o Centro Social de Aguiar, a requali-ficação dos Centros Históricos (2.

ªfase, em Viana do Alentejo), a re-qualificação da envolvente ao Santuário de N.ª Sr.ª D’Aires, o Projeto Cultural do Paço dos Hen-riques / Fabrico dos Chocalhos, a Candidatura do Montado a Patri-mónio da Humanidade da UNES-CO, a constituição da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Ce-râmicas, o alargamento do Perí-metro de Rega do Alqueva, os Per-cursos Pedestres – Grande Rota do Montado e os Centros Inter-pretativos e de Acolhimento Tu-rístico, entre outros. Evidente-mente que para a concretização da sua maioria, será necessária a obtenção de fundos comunitários para o efeito.

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XVI ROMARIA A CAVALO: MOITA-VIANA DO ALENTEJO

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM DR

JOSÉ ARTUR ESTRELA, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA DO GUADIANA INTERIOR E APOSTA NA INICIATIVA

«Evento tem prestado enorme contributo ao desenvolvimento, tradições e gentes locais»

Qual a importância do evento no contexto da estratégia de expan-são da CCAM no concelho e zonas adjacentes?O primeiro objectivo deste apoio tem a ver com a forma de estar e de actuar que distingue o Crédito Agrícola do Guadiana Interior, próximo das pessoas, das asso-ciações e clubes locais, escolas, autarquias e com elas desenvol-ver estratégias de parcerias direc-tas para a viabilização de projec-tos de interesse local / regional.

É sabida da visão da CCAM relati-va ao apoio às tradições das gen-tes ligadas ao mundo rural, é nes-te contexto que se insere o vosso apoio?

O Crédito Agrícola é um grupo financeiro de âmbito nacional, e motor de desenvolvimento lo-cal. Conhecemos a fundo o teci-do empresarial das várias regi-ões onde actuamos, e temos como missão contribuir em di-versos níveis – económico, so-cial, cultural e desportivo – para o progresso das comunidades locais em que somos uma insti-tuição de referência.Neste sentido, e numa linha de proximidade, o mundo rural e as suas gentes constituem uma prioridade de actuação.

Há quanto tempo a CCAM apoia a iniciativa e como tem acompanha-do o crescimento da mesma?

A Romaria a Cavalo Moita – Via-na do Alentejo é uma tradição secular que nos dias de hoje tem uma projecção nacional, envol-vendo participantes de todo o país. Assim com o passar dos anos tem delineado um impor-tante contributo para o desen-volvimento socio-económico e turístico do concelho de Viana do Alentejo. Este crescimento sustentado, assente nas nossas tradições e costumes, com o qual nos identificamos, foi desde sempre apoiado pela nossa ins-tituição.

Quais as novidades que destaca do evento e de que forma a CCAM vai manter a sua presença?Este ano destacamos a referência feita à arte chocalheira e à sua distinção como Património Cul-tural Imaterial da UNESCO, fun-damental para garantir este pa-trimónio no futuro. Esta tradição, passada entre gerações, propor-ciona um sentimento de identi-dade e continuidade histórica que permite às comunidades lo-cais perceber essa arte como uma herança cultural colectiva.Em relação à nossa presença, mantemos a dinâmica usada ao longo dos anos, principalmente reforçando a nossa imagem ins-titucional aquando da passagem dos Romeiros no concelho de Viana do Alentejo.

Um dos principais patrocinadores da iniciativa é a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Guadiana Interior. O presidente do Conselho de Administração, José Artur Estrela, explica o porquê desta aposta e da importância da CCAM no apoio ao mundo rural

ROMARIA A CAVALO UNE OS CONCELHOS DA MOITA E DE VIANA DO ALENTEJO, NUMA TRADIÇÃO QUE CONTINUA A CRESCER

A cavalgada que é romaria confunde-se com um western

São esperados algumas centenas de romeiros e dezenas de charretes. São 150 quilómetros de um colorido especial que mantém uma tradição com grande carga religiosa. A romaria procura agora a internacionalização.

São às centenas os cavalos e os cavaleiros. Dezenas de char-retes dão um colorido espe-

cial à aventura. Como se de um western se tratasse perfilados por esses campos fora. A romaria que une fés e tradições, entre a Moita e Viana do Alentejo, volta a pisar a

antiga Canada Real quarta-feira para cruzar 150 quilómetros (mais ou menos) de caminhos de terra batida e quintas. Sábado, lá para a tarde, os romeiros chegam a Viana do Alentejo, recebidos pela habitual multidão (assim o tempo ajude). Em ambiente de festa mas com o sentimento da missão cumprida. A tradição segue domingo

rumo à célebre missa campal, em pleno Santuário de Nossa Senho-ra d´Aires. O mesmo que exibe uma singular monumentalidade para ser o palco privilegiado da Romaria a Cavalo. Com uma ar-quitetura sublime, o templo pare-ce desligado do mundo, distante da vila, mas entre as terras agríco-las da região. O local de culto nas-ceu em 1748, devido a uma epide-mia que grassou na região.

Padroeira Nossa Senhora de Aires

E eis que por aí está a 16.ª edição da romaria que continua a cres-cer, depois de Viana do Alentejo e Moita ousarem «desenterrar» uma secular tradição dos agri-cultores, que anualmente faziam deslocar centenas de romeiros, acompanhados pelos seus ani-mais, até ao concelho alenteja-no. Por ali benziam o gado du-rante a procissão em Honra de Nossa Senhora d´ Aires, a padro-

eira dos animais, aproveitando ainda os homens da terra para pedirem boas colheitas. Como nos 15 anos que ficam trás também quarta-feira a con-centração se fará à primeiras horas da manhã no Largo da Feira, onde os participantes ulti-mam os preparativos da viagem, com o respetivo aparelhamento dos animais, atrelagem e aco-

modação de pessoas e bagagens. A partida segue dentro de mo-mentos da Igreja de Nossa Se-nhora da Boa Viagem, cuja ima-gem vai acompanhar a comitiva. É no campo que os romeiros comem e pernoitam, bem à ma-neira antiga, mas quem não se adaptar ao modelo rural é livre de escolher uma alternativa por sua conta e risco.

CRISE NA AGRICULTURA TERMINOU TRADIÇÃOA romaria entre Moita e Viana do Alentejo funcionou durante largos anos como uma espécie de ritual dos agricultores, que percorriam os 150 quilómetros pela antiga “canada real” – também conhecida como estrada dos espanhóis – para participarem na procissão de Nos-sa Senhora d’Aires, a quem pediam a bênção dos seus animais. Há 70 anos a tradição era interrompida, para “ressuscitar” em 2001. Foi o crescente abandono da ati-vidade agrícola, que conduziu ao abandono da terra, que levou ao desaparecimento da tradição. Hoje, os romei-ros deslocam-se de todo o país para participarem no evento, que termina com festa no Alentejo.

CEIA DA SILVA REALÇA IMPORTÂNCIA DO TURISMO EQUESTRE E GARANTE PLANO PARA O FUTURO DO CLUSTER

«A Romaria prova de que a conjugação de esforços é o melhor caminho»

Para a Entidade Regional de Turismo do Alentejo/Riba-tejo, a Romaria a Cavalo

Moita-Viana do Alentejo é, como acontece neste tipo de iniciativas, «um click que leva o turista a sair do sofá para fazer uma visita a um território, ao mesmo tempo que permite au-mentar a taxa de permanência média e projetar o território». Quem o afirma é Ceia da Silva, o líder do turismo alentejano, cuja acção tem colocado o Alen-tejo no mapa nacional e inter-nacional. De forma abrangente, e se-guindo o mesmo raciocínio, Ceia da Silva considera que a importância deste tipo de even-tos são, pois, «catalisadores na promoção de visitas» e gerado-res de novas dinâmicas nos di-versos territórios.

Eventos não são um custo,mas sim investimento

Mas mais importante, afirma, ca-tegoricamente o líder do turismo do Alentejo, é pensar que os even-tos «não são um custo, mas sim um investimento com retorno». Embora, segundo o próprio, se te-nha que distinguir uns dos outros, porque «nem todos apresentam esse papel. «É necessário que se-jam diferenciadores, porque a identidade é decisiva», sublinha. Ceia da Silva, referindo-se especificamente à Romaria, rea-firma a importância do turismo equestre nas duas regiões. «Te-mos um plano operacional con-cluído para este cluster e esta-mos a pensar avançar com uma candidatura para a sua imple-mentação», disse. E acrescentou: «Esta é a prova de que ninguém faz sozinho, pelo que a conjuga-ção de esforços entre as várias entidades é fundamental».

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NEGOCIOS

O investimento ronda os 310 milhões de euros e vai ser comparticipado pelo Fundo para o Desenvolvimento Regional Europeu. A intenção do governo é ganhar competitividade.

PROJETO ALUDE À MELHORIA DA LIGAÇÃO FÉRREA ENTRE MADRID E LISBOA, MESMO COM PORTUGAL FORA DO TGV

Alta velocidade avança mas só até Badajoz

Colóquio sobre micro, pequenos e médios empresários

“Open Day” de Ciências na ESCE do Instituto Politécnicode Setúbal

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

A Comissão Europeia apro-vou o projeto para o desen-volvimento da linha de alta

velocidade que vai ligar Madrid à fronteira portuguesa do Caia, com passagem pela Extremadu-ra espanhola. O investimento ronda os 310 milhões de euros e vai ser comparticipado pelo Fundo para o Desenvolvimento Regional Europeu com 205 mi-lhões. Mas há uma curiosidade: o projeto fala da melhoria da liga-ção férrea entre «Madrid e Lis-boa», apesar de se saber que Por-tugal está fora do TGV. O assunto é citado no último parágrafo do anúncio publicado no site oficial da Comissão Euro-peia, onde é assumido que a li-nha de alta velocidade vai per-mitir melhorar a ligação entre as duas capitais ibéricas. Isto ape-

sar do Governo português já ter manifestado que não tem a in-tenção de dar asas ao projeto. De resto, foi o próprio ministro do Planeamento e das infra-estru-turas, Pedro Marques, que o ga-rantiu numa recente entrevista ao Jornal de Negócios, deslocando o foco nacional para a qualificação do “transporte ferroviário de mer-cadorias”, tencionando apostar forte nesta valência, conferindo--lhe «competitividade».

Obra de Bruxelas liga Lisboa-Madrid-Lisboa

Recorde-se que esta obra apro-vada agora por Bruxelas faz parte de um sistema ferroviário de alta velocidade que pretende criar um corredor atlântico, como lhe chama a Comissão Europeia, ligando Lisboa, Ma-drid, Paris e outras linhas inter-nacionais francesas e alemãs,

Questões de interesse para o funcionamento das em-presas são discutidas num

colóquio, de participação gra-tuita, a realizar no dia 28, à tarde, no Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal. O encontro, organizado pela CPPME – Confederação Portu-guesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, em parceria com a Câmara Municipal e a APERSA – Associação dos Pe-quenos Empresários da Região de Setúbal e Alentejo, é aberto, às 14h30, com intervenções da presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, e do presidente da CPPME, João Vicente. A iniciativa, a decorrer até às 17h30, destina-se a micro, pe-quenos e médios empresários, que contam com apresentações de especialistas em assuntos económicos e empresariais. Os economistas Eugénio

mas o projeto português con-templa a construção de uma nova linha ferroviária entre Évora e o Caia, com 92 quilóme-tros, orçada em 626 milhões de euros – 257 milhões cabem ao

esforço nacional – que vai au-mentar duas vezes e meia a ca-pacidade dos comboios de mer-cadorias que partem de Sines para a fronteira, além de melho-rar os acessos ferroviários aos

portos de Sines e de Setúbal, se-gundo foi avançado pelo presi-dente da Infraestruturas de Por-tugal, António Ramalho. O executivo prevê que o projeto esteja concluído em 2020.

Rosa e Afonso Luz abordam, respetivamente, o “Orçamento do Estado 2016 – Consequên-cias nas Empresas” e a “Fiscali-dade e Sustentabilidade das Em-presas”. O colóquio, moderado por Emídio Simões, da Mediaction,

empresa instalada no Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, prossegue com “Fun-dos Comunitários – Portugal 2020”, por Nuno Paulo, especia-lista em estudos do trabalho e organização empresarial, se-guindo-se um debate.

No dia 28 de abril, a Escola Superior de Ciências Em-presariais do Instituto Po-

litécnico de Setúbal (ESCE/IPS) abre as suas portas aos alunos do ensino secundário e profis-sional para participarem no “ESCE/IPS Open Day”, onde por um dia podem desempenhar o papel de gestores e empreende-dores. Os alunos vão ter a oportu-nidade de participar em ativida-des práticas e de conhecer a di-nâmica da escola, a oferta formativa, as saídas profissio-nais e projetos, num dia que pre-tende ser de descoberta e co-nhecimento com a realização de várias iniciativas pedagógicas e lúdicas. Sob o tema “Vive hoje o teu

futuro”, os alunos têm a possibili-dade de viver experiências reais através de atividades de simula-ção em que podem gerir uma or-ganização de sucesso, organizar um evento ou desempenhar o pa-pel de empreendedores. Durante este dia os alunos podem tam-bém contactar com o quotidiano de diferentes áreas profissionais como Gestão, Contabilidade e Fi-nanças, Marketing, Recursos Hu-manos, Sistemas de Informação, Distribuição e Logística, desen-volvendo competências na área do trabalho em equipa, gestão do tempo, resolução de problemas e comunicação. As inscrições decorrem até 20 de abril no portal do IPS, sendo que os alunos podem participar individualmente ou em grupo.

Vale dos Barris Branco 2015 conquista medalha de ouro em França

O Vinho Vale dos Barris Bran-co 2015, da Adega Coope-rativa de Palmela, acaba de

conquistar mais uma medalha em França, no Concurso Interna-cional Challenge du Vin. Desta vez foi uma medalha de Ouro. Trata-se de um vinho especial composto a partir da casta mos-

catel que lhe dá um intenso aro-ma floral com algumas notas de flor de laranjeira e pétalas de ro-sas. Pode ser servido como aperi-tivo ou a acompanhar pratos de peixe grelhado ou assado no for-no e marisco cozido ou grelhado. No concurso realizado entre os dias 1 e 2 de Abril, mais de 5

mil vinhos originários de 38 paí-ses foram provados ao longo de dois dias em Bordeaux, França, por 700 profissionais, consumi-dores e amantes de vinho. O concurso Challenge du Vin é o maior concurso internacio-nal de vinhos realizado em Fran-ça, sendo regido por rigorosos padrões de alta qualidade.

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NEGÓCIOSPLATAFORMA PORTUÁRIA TOTALIZOU NOS PRIMEIROS TRÊS MESES DO ANO 11,3 MILHÕES DE TONELADAS

Porto de Sines aumenta 13,4 por cento na movimentação geral no primeiro trimestre

Okasa está celebrar 10 anos de atividade

A plataforma portuá-ria de Sines movi-mentou nos primei-

ros três meses do ano mais 13,4 por cento de mercadorias comparati-vamente ao período ho-mólogo do ano passado, totalizando 11,3 milhões de toneladas. Segundo dados forne-cidos pela Administração do Porto de Sines e Algar-ve, nos principais seg-mentos de carga registou um crescimento de 29,4

A Okasa, mediação imobiliária, sedeada no shopping Aran-

guês, em Setúbal, celebrou no passado dia 8, o seu 10.º aniversário. No cocktail, onde não faltou o bolo de aniversário, marcaram presença de diversos re-presentantes de entidades bancárias, notários e clien-tes. A gerente Vanda Fer-reira afirmou que há 10 anos que a empresa «tenta satisfazer os sonhos de muita gente de Setúbal e arredores». Apesar da cri-se financeira, Vanda Fer-reira garante que «a firma conseguiu vender casas e dar a volta por cima. Esta-mos, novamente, a vender bem». A empresária explica que o negócio, que dá emprego a 5 pessoas, abrange o concelho de Setúbal, nomeadamente no arrendamento e co-mercialização de imóveis da banca e de particula-

por cento nos granéis só-lidos, 25,2 por cento na carga geral e 1,7 por cento nos granéis líquidos. No mesmo período, a área da contentorização atingiu um movimento de 309.822 TEU (medida-pa-drão equivalente a con-tentores com 20 pés de comprimento), o que re-presenta mais 10,9 por cento face a 2015. Contentores de Sines va-lem metade do setor Neste segmento im-porta sublinhar que o porto de Sines, segundo os dados divulgados pela

TEXTO ANABELA VENTURAIMAGEM SM

Os movimentos no porto de Sines aumentaram em todos os segmentos, desde os contentores, à carga geral, graneis sólidos e líquidos. O número de entrada de navios também cresceu. A tendência é para continuar a subir.

res. «Vendemos produtos em mais em conta, até ao médio alto», sublinha a gerente. Vanda Ferreira reco-nhece que não foi fácil chegar aos 10 anos de ati-vidade, devido a um «perí-odo complicado» devido à crise económica, o que obrigou ao fecho de algu-mas delegações mas, re-conhece que 2015 já foi um «bom ano» e 2016 também está «no mesmo caminho». Questionada sobre a

prenda que gostaria de receber em dia de festa, Vanda Ferreira revelou que em dia de aniversá-rio a empresa fechou ne-gócio e fez escrituras, o que é «muito positivo». Quanto a perspetivas para o futuro, Vanda Ferreira realça que a empresa faz questão de «continuar a crescer» e, eventualmente, até «abrir mais lojas». Existem várias pessoas in-teressadas em entrar no projeto, através de «fran-chising da marca».

Autoridade da Mobilida-de e dos Transportes, ór-gão regulador do sector, Sines mantém posição cimeira, valendo mais de metade do sector”, subli-nhou a AMT em comuni-cado. Já no que diz respeito às embarcações foi regis-tado um crescimento de 20,7 por cento nos navios recebidos naquela estru-tura portuária, a par do aumento do porte dos mesmos, mais 24,1 por cento no Gross Tonnage, que significa a arqueação bruta dos navios.

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Os municípios da região con-vidam a população a sair à rua para festejar, com músi-

ca, foguetes e outras iniciativas, para recordar e comemorar a data histórica em que a Liberdade foi devolvida ao povo português e iniciado o processo que viria a terminar com a implantação do regime democrático. Em Grândola, a estrela é Sér-gio Godinho, um dos nomes

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maiores da música portuguesa de intervenção. O cantor atua no palco montado junto ao com-plexo desportivo José Afonso, às 23 horas. À 0h20 há fogo-de-ar-tifício e às 0h30 o DJ Josef Jor-dão entra em ação. O destaque em Almada vai para o concerto no dia 24, às 22 horas, dos UHF e dos Diabo na Cruz, na praça S. João Baptista. À meia-noite há fogo-de-artifí-cio. No dia 25, às 9 horas, há desfile da liberdade, entre a pra-ça do MFA e a de S. João Baptis-

ta, e às 21h30, no auditório Fer-nando Lopes-Graça, tem lugar um espetáculo a partir das pala-vras de João Monge, André M. Santos e José Peixoto. Em Alcácer do Sal, o cantor António Zambujo dá um concer-to na noite do dia 24, às 22 horas, seguindo-se fogo-de-artifício à meia-noite. Pela noite dentro há animação a cargo da DJ Olga Ryazanova. No Montijo, a Escola de Artes Sinfonias & Eventos e João da Ilha promove o espetáculo co-

memorativo do 25 de Abril, no dia 24, às 21h30, no teatro Joa-quim D´Almeida. Após 42 anos, a revolução ganhará vida através da Música, da Dança e da Poesia, numa noi-te em que as palavras de ordem serão “Memória” e “Liberdade”. O destaque no Seixal vai para os concertos de Carminho, às 22 horas, e dos D.A.M.A, às 0h30, na noite em que se come-moram os 42 anos da Revolução dos Cravos. À meia-noite é lan-çado o fogo-de-artifício.

Barreiro acolhe o desfile da Liberdade no dia 24, a partir das 21 horas, desde a Av.ª de St.ª Ma-ria até ao parque da cidade. A partir das 22 horas realiza-se o concerto com Jorge Palma e, à meia-noite, sobe ao palco Capi-cua, no parque da cidade. Celina da Piedade dá um concerto no castelo de Sines, no dia 24, a partir das 21h30. Além do concerto de Celina da Pieda-de, a noite da liberdade inclui a estreia do documentário “Mar de Sines”, sobre os pescadores

25 Abrilde

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

Municípios celebram liberdade com concertos e fogo-de-artifício Os treze municípios da região prepararam um vasto programa para celebrar, no dia 24, os 42 anos do 25 de Abril de 1974, data importante para a conquista e garantia dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos portugueses.

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de Sines, e um espetáculo de fo-go-de-artifício. Em Santiago do Cacém, a partir das 22 horas, no dia 24, no parque verde da Quinta do Cha-fariz, tem lugar o concerto com Carlão e os convidados, Sara Ta-vares e Sam The Kid. A partir das 24 horas há fogo-de-artifício e animação pela noite dentro com o DJ Dadão.

Concertos com cantores de luxo

Em Palmela os Virgem Suta atu-

am, dia 24, às 22 horas, nos bom-beiros de Pinhal Novo. No dia 25, às 11 horas, a biblioteca de Pal-mela acolhe a sessão solene da Assembleia Municipal, às 16h30, na SIM de Qt.ª do Anjo há con-certo com a banda da SIM, e às 21h30, no teatro S. João, tem lu-gar o espetáculo “Canto a Can-to”, pela Orquestra Palmela En-core. Um concerto com os Cor-vos, às 22 horas, na Praça de Bocage, é o ponto alto dos fes-tejos, no dia 24, em Setúbal.

Antes do concerto, é projetado um filme alusivo aos 42 anos do 25 de Abril e a distribuição de cravos. Às 23h30, decorre apontamento musical da Ca-pricho Dixie Band e às 0 horas, na Doca dos Pescadores, há fogo-de-artifício. Na Moita, no dia 24, às 22h30, a fadista Raquel Tavares dá um concerto, na Praça da República. No dia 25, às 10h30, a popula-ção, o movimento associativo e os representantes das autar-quias saem à rua para participar

no Desfile da Liberdade, que co-meça no Largo do Mercado e culmina na Praça da República, com largada de pombos. Em Sesimbra, no dia 24, a fortaleza de Santiago recebe a Ala dos Namorados, às 22h30. Na Qt.ª do Conde, a noite é ani-mado com “Contos Velhos, Ru-mos Novos”, um espetáculo com canções de abril. Segue-se fogo--de-artifício às 0 horas. No dia 25, em Sesimbra, às 10.30 horas, há arruada pela banda da Socie-dade Musical, a que se seguem

várias atividades na Praça da Califórnia. Uma noite popular, com música, febras, pão e vinho, no Largo de S. João, celebra a li-berdade em Alcochete. A partir das 22 horas atua o grupo de percussão Batucando, seguin-do-se às 23h30, a distribuição de febras, pão e vinho, música de intervenção pelos Insígnia e a distribuição de cravos ao som das canções/senhas “E Depois do Adeus” e “Grândola Vila Morena”.

25 Abrilde

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25 Abrilde

Comemoramos este mês os 42 anos do 25 de Abril, um dos mais importantes acontecimentos da história do nosso país, que operou profundas

transformações, sendo o poder local democrático, que celebra 40 anos, umas das suas maiores conquistas.

Contudo, Portugal continua a adiar uma solução regional prejudicando deste modo o país, as suas populações e em particular o Alentejo. Continua a faltar a criação das Regiões Administrativas – o pilar intermédio que falta no triângulo do Poder Constitu-cional e que fará a ligação entre os dois níveis de administração pública já existentes (Administração Central e Administração Municipal).

A Declaração de Tróia, aprovada no Congresso AMA-lentejo no passado dia 2 de abril, traduz a determina-ção de todos os que Amam o Alentejo em colocar em prática este importante objetivo, consagrado na Constituição da República Portuguesa. O próximo pas-so será a construção do Projeto-lei de iniciativa popular para a criação da Comunidade Regional do Alentejo o que exige a recolha de pelo menos 35 mil assinaturas e que será um passo intermédio, que contribuirá para minimizar a situação anómala existente na organização democrática do Estado.

De todos os meses do ano, Abril tem um brilho especial, expresso nos olhos de quem nos rodeia e que vivencia a Liberdade conquistada há 42 anos.

A Revolução dos Cravos, uma das revoluções mais bonitas da história da humanidade no século XX, faz-nos recuar a um tempo negro da vida dos portu-gueses, um tempo sem direitos, sem liberdades e garantias, um tempo que selecionava para poucos aquilo a que todos temos direito: à igualdade, ao trabalho, à habitação, à educação, à segurança social, à justiça, à cultura, a um país que funcione sem vetos, que seja decidido por todos nós, na base da legitimi-dade democrática conquistada com o voto.

Neste ano em que assinalamos o 40.º aniversário da Constituição da República Portuguesa, cumpre-nos ler, reler e dar a conhecer o texto da nossa Constitui-ção, recordar as lutas travadas ao longo de décadas por milhares de mulheres e homens para que esse texto fosse uma realidade, e lembrar que as sucessi-vas revisões constitucionais não foram benéficas para os trabalhadores e para o povo, que urge continuar a lutar por um tempo novo!

Viva o 25 de Abril!

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Continuar a lutar por um tempo novoConstruir Abril:Implementar as Regiões Administrativas

Mensagens de Abril

ANTÓNIO MENDES

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA

RUI GARCIA

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA MOITA

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SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE ABRIL | 2016 | 21

DESPORTO

Município almadense candidata-se a cidade europeia do desporto 2018

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

Almada vai estar ao rubro este sábado com o arranque do Troféu Almada, com mais de 30 modalidades desportivas, entre abril e junho, e a apresentação pública da candidatura de Almada a “Cidade Europeia do Desporto 2018”.

O presidente do muni-cípio de Almada, Jo-aquim Judas, for-

maliza publicamente, este sábado, às 18 horas, a can-didatura de Almada a Ci-dade Europeia do Despor-to 2018. A cerimónia realiza-se na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, em Almada. Na ocasião, será en-tregue ao presidente da Associação Portuguesa das Cidades Europeias do Desporto, Nuno Pedro Santos, o documento que formaliza a candidatura almadense. Esta é uma candidatu-ra promovida pela edilida-de e procura traduzir pu-blicamente “o esforço que tem sido feito no concelho no incentivo ao desporto e à atividade física”. Segundo uma nota de

imprensa da autarquia, Almada “apresenta ele-vados índices de prática desportiva, cerca de 10 por cento acima dos ní-veis nacionais, aproxi-mando-se mesmo dos valores de referência eu-ropeus”. Para estes índices, su-blinha, contribui “uma ampla rede de equipa-mentos desportivos, à qual se soma uma forte atividade de mais de 120 associações, clubes e cole-tividades”.

Boa oferta de equipa-mentos desportivos

Entre oferta municipal e associativa, no concelho existem 17 grandes cam-pos de jogos, 117 pequenos campos de jogos, 28 cam-pos de ténis, 28 pavilhões desportivos, 99 salas de desporto, nove complexos de piscinas e uma pista de atletismo. Através dos diversos programas municipais de prática desportiva, assim como no apoio ao movi-

mento associativo, “pro-move-se, em Almada, o desporto inclusivo e gra-tuito, com ofertas diferen-ciadas para crianças, adul-tos, idosos e cidadãos portadores de deficiên-cia”. A Associação das Cida-des Europeias do Despor-to distingue, anualmente, a Capital e as Cidades Eu-ropeias do Desporto. O título “Capital Euro-

MAIS DE 30 MODALIDADES NO TROFÉU ALMADA O Complexo Municipal dos Desportos “Cidade de Almada”, no Feijó, recebe este sábado, a partir das 21 horas, a cerimónia de abertura do Troféu Almada, com entrada livre. A sessão terá início com um desfile dos clubes e entidades participantes e inclui demonstrações gímnicas.O Troféu Almada realiza-se de abril a junho, com mais de 30 modali-dades desportivas a decorrer em diversos locais do concelho. É um programa que proporciona a prática da atividade física e desportiva através da participação em encontros de modalidades com carácter competitivo, de demonstração e convívio. É promovido pelo municí-pio, em parceria com as Juntas de Freguesia do concelho, entre outras entidades e associações.

peia do Desporto” é atri-buído a uma capital de um país europeu ou cidade com mais de 500 mil habi-tantes e o de “Cidade Eu-ropeia do Desporto” a ci-dades europeias entre 25 mil e 500 mil habitantes. Além do incentivo à vertente competitiva, esta iniciativa europeia procu-ra promover o desporto informal e os estilos de vida saudáveis.

Palmela recebe Campeonatos Nacionais de Orientação

O concelho de Palmela acolhe, nos dias 14 e 15 de maio, o 1.º Mee-

ting de Orientação de Pal-mela - Campeonatos Na-cionais de Distância Longa e de Sprint, numa organi-zação da Associação de Deficientes das Forças Ar-madas (ADFA)/Delegação de Évora, Federação Por-tuguesa de Orientação e Município de Palmela. As provas decorrem em Ma-rateca, no dia 14, e no Cen-tro Histórico de Palmela, a 15, locais que foram palco dos últimos campeonatos europeus, realizados em 2014. É esperada a partici-pação de mais de meio mi-lhar de atletas, com idades compreendidas entre os 10 e os 80 anos, neste Meeting que prevê, também, a reali-

zação de uma prova de Orientação de Precisão, vertente inclusiva da mo-dalidade. Paralelamente à ver-tente competitiva, a or-ganização preparou per-cursos abertos para quem quiser iniciar-se na Orientação. No total, se-rão quatro percursos, com extensões entre os dois e os cinco quilóme-tros, adaptados a todos os graus de experiência e preparação física. Todos os percursos poderão ser feitos individualmente ou em grupo. As inscri-ções têm o valor de seis euros (com isenção do pagamento do aluguer do cartão eletrónico) e de-vem ser realizadas até 9 de maio.

III Corrida e Caminhada da Liberdade no Montijo

O desporto vai marcar presença nas come-morações do 42.º

aniversário do 25 de Abril no Montijo. No dia 25 de abril, a partir das 9h15, a Praça da República vai re-ceber a III Corrida e Cami-nhada da Liberdade. As inscrições são gratuitas. O evento é organizado pelo município e pela Jun-ta de Freguesia da União das Freguesias de Monti-jo/Afonsoeiro e pretende aliar os benefícios relacio-nados com a atividade fí-sica ao convívio de um dia de festa desportiva para

O atleta de xadrez do Independente Fute-bol Clube Torrense,

André Ershov, com 9 anos, sagrou-se vice-campeão nacional de Rápidas, no Campeonato Nacional de Jovens Individuais de Par-tidas Rápidas, que decor-reu em Leiria, no passado dia 9 de abril.

todas as idades. A corrida terá uma ex-tensão de cinco quilóme-tros e a caminhada será realizada num percurso de três quilómetros. Am-bas as atividades terão início na Praça da Repú-blica, às 10h30. Antes das provas, haverá uma gran-de aula de zumba, a partir das 9h45. O evento tem o apoio dos Bombeiros Voluntá-rios do Montijo, do Nú-cleo do Montijo da Cruz Vermelha Portuguesa, da PSP e do Serviço Munici-pal de Proteção Civil.

ATLETA DE XADREZ DO INDEPENDENTE FUTEBOL CLUBE TORRENSE

André Ershov sagrou-se vice-campeão nacional em Leiria

A prova, organizada pela Federação Portugue-sa de Xadrez, contou com a participação de 240 atle-tas de todo o país. O Independente Fute-bol Clube Torrense foi re-presentado com duas formações no escalão de sub 8,10 e 12 e outra for-mação no sub14 a 20.

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OPINIAO

POLÍTICA MESMO

VITOR RAMALHOADVOGADO

ESPAÇO ABERTO E LIVRE

ZEFERINO BOALCONSULTOR DA SITEL PORTUGAL

Raul TavaresDiretorED

ITORIA

L

Este ano comemoram-se os vinte anos de uma estrutura internacional

única na qual têm assento Estados apesar de se denominar “Comunidade”. Recordemos os objetivos gerais da CPLP:Artigo 3º“a) A concertação político-diplo-mática entre os seus membros em matérias de relações interna-cionais, nomeadamente para o reforço da sua presença nos fora internacionais;b) A cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comuni-cações, justiça, segurança pública, cultura, desporto e comunicação social;c) A materialização de projetos de promoção e difusão da Língua Portuguesa, designada-mente através do Instituto Internacional de Língua Portuguesa.”Não pretendemos analisar os estatutos mas sim o funciona-mento da CPLP mas de forma pragmática e teceremos considerações sobre os objeti-vos gerais que são de tal modo tão alargados que por vezes pode pressupor que a estrutura da CPLP tem capacidade de intervir em todas as áreas, o que na realidade não acontece porque existe a autonomia dos Estados que compõem a CPLP.È neste emaranhado de contra-dições e /ou desilusões entre a conceção teórica da CPLP e a sua prática que por vezes é linguagem corrente que a CPLP não serve para nada e torna-se inútil no apoio aos povos. Os portugueses têm como modelo comparativo a estrutu-ra da União Europeia. Será injusto tecer esta comparação ou não? Digamos que em parte o comum do cidadão tem razão.

Entendemos que a CPLP surgiu num momento oportuno após a independência dos países africanos de língua portuguesa e como aglutinador do fecho do ciclo colonial e promover a identidade comum consolidan-do as convergências, na busca da paz que tanto se desejava e hoje estendida a quase todos os territórios. Também outras organizações internacionais surgiram para consolidar processos de paz entre povos.Na CPLP ao invés de outras estruturas internacionais as decisões são tomadas por unanimidade na maioria das decisões e o peso de voto é igual “interpares”. Mas, tenhamos consciência que o mundo tem mudado ao longo destas duas décadas, países como Angola tem um envolvimento interna-cional como não ocorria no passado devido a diversos fatores internos e externos.São muitos os cidadãos com dupla nacionalidade no espaço lusófono. E não nos esqueçamos que num futuro próximo, existirão no mundo 400 milhões de falantes em língua portugue-sa e dois terços viverão no Brasil e Angola. Como tal, o eixo de relevância é deslocalizado para o hemisfério sul.Em 2016 o centro do mundo industrial e do desenvolvimento não está centrado na Europa, mas sim descentralizado, e como tal urge introduzir dinâmicas unificadoras entre os povos membros da CPLP. Se assim não acontecer, os interes-ses económicos e financeiros do mundo global que vivemos facilmente destruirão este sonho de irmandade que tanto apregoamos como exemplo para o Mundo, apesar de todos os focos de conflitos que existiram e outros que surgirão.Com muito pragmatismo

defendemos a existência de um acordo ortográfico único, seja ele qual for, só assim haverá contributo para que se cumpra o papel da língua portuguesa em diferentes áreas que vão desde o direito internacional ao reconhecimento de patentes, porque há força económica também para isso.Não esqueçamos o espaço marítimo internacional que é controlado ou deve ser contro-lado pelos Estados lusófonos e subindo no ar, tem implicações no espaço aéreo porque, tenhamos consciência e assumamos infelizmente alguns dos nossos países lusófonos delegaram esta autonomia e responsabilidade em Estados vizinhos; daqui advém a perda recursos financeiros e questões de defesa vulneráveis.Há um longo caminho ainda a percorrer no reconhecimento de competências profissionais e curriculares, entre Estados, quando assistimos a constância de preletores nomeadamente portugueses a deslocarem-se por exemplo a Angola leciona-rem matérias que depois não são reconhecidas em Portugal.Há um imenso número de questões do âmbito social, económico, cultural e desporti-vo, entre outras pelo que há a fazer no âmbito da CPLP. Acreditemos na cidadania lusófona idêntica à livre circula-ção de pessoas e bens na União Europeia, porque hoje o dinheiro já circula de uma forma fácil e legalmente entre os Estados da CPLP, apesar dos

casos ilegais e nefastos que são públicos. Tal como sempre afirmamos é preferível capital proveniente de Angola e injetado numa empresa portu-guesa e o inverso também, ao invés capital vindo de Espanha ou de outras paragens.Para aqueles que pensam o contrário e que respeito, olhem para a História da humanidade e constatem onde está o progresso e desenvolvimento em crescimento. Não esqueça-mos de ter uma leitura bíblica para encontrar referências a povos que saíram do agora denominado médio-oriente e estacionaram no planalto angolano, onde por acaso existem as então denominadas “Minas de Salomão”.Acreditamos na CPLP como estrutura de suporte à cidadania lusófona, mas é necessário envolver as comunidades e não apenas as estruturas dos Estados.Vivemos um tempo em que as politicas têm que ser mais exigentes e transparentes e os cidadãos contribuírem para influenciar os decisores políticos.Temos que dar sinais significati-vos para a plena cidadania lusófona, criando nos curricula do ensino nos diversos Estados conhecimentos sobre a lusofonia.A união faz a força! Apesar das divergências, muitas resultantes das questões pontuais dos interesses a convergência é bem maior, e no caso angolano – português é um exemplo pragmático dos casos de amores e zangas existentes.Está na hora! Estamos juntos!

Vinte Anos Da CPLP: Contributos para o futuro

Draghi falou sobre o que já sabiamos

Limpeza na banca é urgente

O veículo de resolução do crédito malparado proposto pelo primeiro-

-ministro para retirar pressão do sistema financeiro deveria ser acarinhado.Não se entende que os responsá-veis partidários não se entendem sobre esta questão central e decisiva para acabar, de vez, com o sorvedouro bancário de dinheiros públicos, via contri-buinte. Pelo contrário, como se viu esta semana, inclusive no debate no Parlamento, há lugar apenas para gincana política.Na verdade, se bem geridos, um controlo do Estado sobre estes ativos pode ser positivo. Normal-mente, fica a sensação de que são perdas irremediáveis, para além dos efeitos que este lixo tóxico detém nos balanços das instituições bancárias e na sua solvabilidade.Por outro lado, e não é despi-ciendo, talvez Costa tenha razão em relação ao facto de com este instrumento de limpeza a banca possa exercer de uma vez por todas a sua função de apoio constante e linear à economia.Mas, há a questão central da necessária capitalização da Caixa Geral de Depósitos e essa é uma guerra com as instâncias da União Europeia e com as autoridades da concorrência. Parece ridículo que, em defesa do setor financeiro privado, o Estado esteja impedido de injectar dinheiro público no seu banco, quando o pode e é chamado a fazer de forma recorrente na banca privada.

O Conselho de Estado é o órgão constitucional de consulta do Presidente

da República. Após a tomada de posse do atual Presidente da República, a primeira reunião deste órgão teve a original participação de uma personali-dade estrangeira, no caso Mário Draghi, Governador do Banco Central Europeu,. Pese embora o facto da intervenção de Draghi ter sido feita como se tratasse de um ponto prévio aos da ordem de trabalhos sobre os quais os conselheiros deveriam pronunciar-se, a presença desta personalidade no Conselho de Estado suscita várias interroga-ções de natureza política, de legitimidade e de conteúdo.De natureza política porque revela a essência do mundo dos nossos dias, de sobreposição do domínio financeiro sobre o económico e sobre o político. A

primeira personalidade estran-geira que o Presidente da República convocou para tomar a palavra no Conselho de Estado é, nada mais nada menos, que um técnico que governa o Banco Central Europeu.A circunstância da Constituição da República estabelecer a subordinação do poder econó-mico ao poder político, na alínea a) do artigo 80º, consigna um princípio constitucional que justificaria, a meu ver, que a primeira personalidade a ser convidada para o Conselho de Estado fosse uma personalidade nacional e consensual, pelo simbolismo dessa presença.Quanto à legitimidade do Presidente da República proceder – como procedeu – fa-zendo participar Draghi, como personalidade estrangeira, no primeiro Conselho de Estado, não se pondo em causa essa

legitimidade, ela não deixa de ser estranha por ocorrer logo na primeira reunião do órgão de consulta do atual Presidente. É que a circunstância de Portugal pertencer a um espaço económico e político suprana-cional, no caso a UE, como aliás refere o artigo 1º da Constitui-ção, não anula a soberania do país. Assim, parecia adequado que, a ter lugar a presença de alguém na primeira reunião, fora das personalidades que integram o Conselho de Estado, fosse um português que merecesse consenso geral.É que a prioridade no país, como bem se ensina na arte militar, é agora a de mobilizar todas as vontades para o êxito da batalha que temos contra o empobreci-mento e com a qual estamos confrontados. Só essa mobiliza-ção gerará confiança, reforçando a coesão. Há entre nós historia-

dores de economia politica, personalidades de sobra.Por isso, o conteúdo da inter-venção de Draghi não pode deixar de ser analisado sem reparo. Não tendo legitimidade política democrática, o Gover-nador do Banco Central Europeu acabou por se pronun-ciar sobre a política seguida pelo anterior e pelo atual gover-no de Portugal. Ao fazê-lo, pôs em causa a vontade soberana do povo português, por mais voltas que se deem, e não contribuiu para uma atitude mobilizadora do país. Não

contribuiu, nem poderia contribuir. É que Draghi coloca como prioridade o domínio do financeiro sobre o económico e sobre o político, não tendo em atenção que os primeiros são meros instrumentos do último.É exatamente a subversão, pela EU, do princípio que as finanças e a economia devem subordi-nar-se à política que tem conduzido à Europa do empo-brecimento. Daí que Draghi não pudesse trazer nada que não soubéssemos, com as conse-quências conhecidas. Falou sobre o que já sabíamos.

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OPINIÃO

GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA

PAULO LOURENÇOINVESTIGADOR SOCIAL

À PARTELEVI MARTINS

DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS

CIDADANIAS

ELISABETE CAVALEIROCOORDENADORA PEDAGÓGICA

Diretor Raul Tavares | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

No Domingo passado estivemos com alguns amigos na Praça da Repúbli-

ca, Montijo, a fazer uma leitura encenada da mensagem do Dia Mundial do Teatro, de Anatoli Vassiliev. Embora não tenhamos tido a possibilidade de divulgar esta iniciativa da forma que gostaríamos, apareceram algumas pessoas. Ficámos a conversar no final. Foi bom. A certa altura senti um toque no ombro e, quando olhei, já tinha passado o dono de um pequeno espaço de restauração chamado Döner Time, que partia dali com o seu sempre amigável sorriso. Chegado a casa, reparei que tinha feito um post no Facebook sobre o que tinha visto: “Pessoas especiais com um objetivo comum, são poucas as pessoas que carregam uma mensagem do coração, mas hoje eu tenho experimentado isso, você também?”. O rapaz é turco, vindo da Holanda para o Montijo com a sua mulher, portuguesa e de cá. Pela história que me contaram, ela não queria assim tanto voltar. Ele, farto da Holanda e do tempo cinzento, é que propôs virem para o Montijo. Ainda fala pouco portu-guês, mas a sua simpatia é conta-giante e o seu inglês muito bom. O Döner Time situa-se muito perto do Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida. O Adelino Lourenço, nosso director técnico, cenógrafo, desenhador de luz, etc., foi o primeiro a lá ir. Na preparação do nosso espectáculo, Toda a gente e ninguém, acabámos por ir todos algumas vezes. Conversámos, explicámos o que estávamos a fazer. Ele ficou interessado, fez uma série de perguntas, quis ir ver – mesmo depois de avisarmos que talvez não fosse fácil enten-der o que era dito. No dia 4 de Março, colocou um aviso na montra: “Amanhã, Sábado, fecho às 21h00”. No final veio dar-nos um abraço – tinha gostado muito, achava importante estarmos a fazer espectáculos aqui, agora. E, pelos vistos, decidiu acompanhar o nosso trabalho a partir desse momento.Depois dos atentados que se têm sucedido um pouco por todo o Mundo, é importante perguntar-mo-nos o é que estamos a fazer enquanto representantes de uma espécie capaz do melhor e do pior. Para cada gesto extraordinário, parece existir um contraponto assustador. Sem ser ingénuo ao ponto de achar que se poderá erradicar todos os conflitos da face da terra, a pergunta que penso que temos de nos colocar é: estou a contribuir para alguma coisa mudar para melhor, ou para que tudo fique na mesma, ou pior?Estes encontros entre pessoas vindas de locais muito diferentes ajudam, por vezes, a colocar as coisas em perspectiva. E se, em vez de andarmos armados em parvos uns com os outros, fôssemos comer um kebab?

E se fôssemos comer um kebab?

Empreendedorismo Social à boa maneira portuguesa

Doce Liberdade

O modelo atual do ensino secundário, força os alunos aos 16 anos de

idade a tomarem uma decisão se querem estudar ciências exatas, humanas ou biológicas. Esta decisão tem subjacente uma perspetiva relacionada com o futuro, associada à velha questão “ o que queres ser quando fores grande”.Chegado ao 12.º ano de escolari-dade, o aluno que pretenda continuar os estudos e obter uma Licenciatura – 1º Ciclo, encontra em Portugal uma oferta formati-va composta por 10 Áreas de estudo, nas quais existem à escolha 635 cursos superiores. Da oferta de Licenciaturas existem na Área de Ciências (47), Área da Saúde (34), Área das Tecnologias (147), Áreas de Agricultura e Recursos Naturais (25), Áreas de Arquitetura, Artes Plásticas e Design (69), Áreas de Ciências da Educação e Forma-ção de Professores (11), Áreas de Direito, Ciências Sociais e Serviços (110), Áreas de Econo-mia, Gestão e Contabilidade (73), Áreas de Humanidades, Secreta-riado e Tradução (55) e na Área da Educação Física, Desporto e Artes do Espetáculo (64). Em resumo, temos uma oferta de Licenciaturas, muito criativa, para todos os gostos e feitios.

Perante o vasto número de Licenciaturas existente, não tenho a menor dificuldade em perceber a criatividade de um Licenciado no âmbito da iniciativa “ Se fosse Eu”, para levar na mochila enquanto refugiado, um Smartphone, o Tablet, todas as jóias, um caderno, os lápis e as lãs. Confesso que quando era miúdo nunca pensei ser um refugiado, e aos 53 anos de idade não consigo imaginar-me numa situação idêntica. Penso e acredito que a condição de refugiado tem contornos brutais de violência e desrespeito pelos valores humanos, que não deve ser sujeita a ensaios sociais mediáti-cos do tipo “ E se fosse Eu”.Acredito que há outras formas de sensibilizar a opinião pública sobre o drama dos Refugiados, sobretudo junto de crianças e jovens adolescentes. Quando se escolhem figuras públicas para vestirem a “ pele do refugiado” corre-se o risco de ridicularizar os protagonistas e fazer cair no descrédito um dos principais problemas sociais do mundo, passando-se uma mensagem da realidade social totalmente inadequada.O século XXI é a época do “vale tudo”, em que a criatividade não tem limites para se chamar à

atenção. O direito à opinião justifica todos os pontos de vista, mesmo aqueles que corrompem valores que deveriam ser intocáveis.Quando os estrategas do Marketing Social embarcam na opção comercial do “chocar a opinião pública”, para obter mais clientes para a campanha, demonstram inequivocamente uma total falta de conhecimen-to real dos problemas sociais e um desrespeito por todos aqueles que se encontram involuntariamente na condição de desfavorecido socialmente.Chegamos a um ponto sem retorno. Só falta a campanha de brincarmos aos pobres e contratar uma figura pública para ir jantar à “sopa dos pobres”, estacionando à porta um carro topo de gama, debaixo dos holofotes da comunicação social, ou então levar os meni-nos do Jardim de Infância em fila indiana, para comerem uma sandes nos pontos de distribui-

ção de comida aos Sem Abrigo.Perante estes exemplos do “vale tudo”, do brincar à caridade, em que os modernos empreendedo-res sociais deveriam dar o exemplo e promovem uma causa social, com a prática de um “candidato a refugiado” que coloca na mochila um Smartpho-ne, o Tablet, todas as jóias, um caderno, os lápis e as lãs, estamos claramente a banalizar, a ridiculi-zar um problema social gravíssi-mo que nos vai custar muito caro a curto prazo, o qual vai compro-meter ainda mais o “meio milhão de jovens portugueses que têm o futuro suspenso”.Há um ditado português que diz “ quem boa cama fizer nela se há-de deitar”. Por isso, quando os nossos jovens candidatos a licenciados estiverem a escolher uma das 635 Licenciaturas, devem ponderar muito bem qual é o grau de empregabilida-de e de credibilidade do curso que vão escolher, ou se prefe-rem pegar na mochila.

A poucos dias da revolução de abril, nunca é de mais relembrar o valor da

liberdade. Nada na vida com-pensa o preço de ser livre. Como é bom poder fazer o que se quer, escolher o próprio caminho, traçar os próprios planos. Infelizmente muitas vezes deixamo-nos escravizar pelos desejos dos outros, pelos nossos medos, pela não aceitação perante o outro, ou ainda pela possibilidade de não ser amado ou admirado, sem perceber que isso, no final, nos afasta ainda mais da ideia e do valor da liberdade. Outrora com outros afazeres, percorri corredores sombrios, frios, húmidos e desumanizados onde a palavra de ordem era a liberdade. A pergunta que soava era quase sempre a mesma: “Quando é que eu volto a ser livre?…”. Vulgari-zar é desvalorizar a liberdade, esse bem extremo, composto por um ideal supremo, isto é o desejo de quer ser livre. Mas o que é ser livre? É a limitação de

poder circular no espaço público sem restrições? É ousar ler entre amigos livros, que para alguns menos letrados, poderão parecer uma ameaça, como se de um ataque bioquímico se tratasse? Como se ganha a liberdade? Ganha-se enfrenta-do às cegas as ondas do medi-terrâneo numa batalha desigual entre o mar e o homem, numa espécie de The Hunger Games, em versão europeia ? A liberdade sempre foi tema e inspiração - ”Liberdade querida e suspirada, que o despotismo acérrimo condena… “ de poetas, pintores ou músicos. Ela tem servido de argumento e legiti-mação para os diversos cenários políticos, justificando revoltas ou até mesmo atos de violência da humanidade sobre si própria. Esse bem metafórico de valor incalculável que só alguns são detentores é um poderoso agente de mudança. É algo que se multiplica ou que se subtrai, que tem valor mas não preço. Outros há, que se julgam ser

donos da liberdade, uma espécie de seres superiores aos demais, que servem de modelo ideal para elevar a humanidade. Também existe os Srs. da liberdade dos outros, aqueles que se julgam donos de outro ser: Veja-se o 3.º maior negócio do mundo o tráfico de seres humanos, 90€ é o preço de custo da liberdade de um outro ser. Dispor da vida de alguém por 90€ é no minino ridículo. Quantos de nós já compramos vestuário, comida ou simples-mente qualquer bugiganga por 90€? Parece que o valor da vida, o preço da liberdade pode-se comparar a um par de sapatos ou a um jantar num restaurante qualquer. Aí liberdade, liberdade será que por seres do género

feminino condicionas os teus adeptos? Aí liberdade, que tens o poder de moveres o mundo, aí liberdade que tens a teus pés a democracia, aí liberdade que prendes nas tuas amarras a segurança dos povos e das nações. Sem ela só há tristeza, sem ela só há frustração e conformismo. Sem ela não há luz, há guerra e inveja. Mais do que lembrar abril importa cultivar os seus valores, importa perpetuar as motivações da revolução dos cravos. Importa semear a sua existência, progredir na sua essência e alargar a liberdade. Esta é a condição para que haja solida-riedade, amor, respeito, felicida-de e prosperidade. Que bom que é viver em liberdade!

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