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UM PROGRAMA DE SEGURANCA DE BARRAGENSNO SETOR ELETRICO PRIVATIZADO
Enga Teresa Cristina Fusaro
Companhia Energetica de Minas Gerais
RESUMO
0 presente trabaiho descreve a metodologia utilizada pela CEMIG para garantir a seguranca estrutural efuncional das instalagoes de geragao , de modo a atender ao mercado de energia e nao apresentar riscosinaceitaveis para as pessoas , propriedades e meio ambiente.
1. INTRODUcAO
A seguranca e o objetivo fundamental no projeto,construcao e operagao de barragens. Este deveser o norte a ser perseguido, uma vez que aruptura de uma barragem pode ter conse-quencias imensuraveis em termos de impactosbcio-econbmico e ambiental.
E_ conveniente relembrar este norte, visto que,neste final de seculo, verifica-se uma reversaonas tendencias ate entao consolidadas. De modoque os criterios adotados nos projetos, quetendiarn a ser cada vez mais rigidos, agoratendem a ser revistos sob o enfoque "retornoeconbmico-financeiro", o mesmo ocorrendo, e emescala major e mais preocupante, com a cons-trugao.
Dadas modificacbes tao significativas nestes doispilares da seguranga de barragens - projeto econstrugao, torna-se ainda mais evidente aimportancia do acompanhamento do comporta-mento das barragens em operagao.
Na CEMIG, esta importancia foi ainda maisenfatizada a partir de 1997, com a venda de 30%do capital votante da empresa para o sbcioestrategico. Este nao sb apoia, mas exige, umprograma de seguranca de barragens bemdefinido e estruturado, buscando assegurar ageracao "ininterrupta" e sera restrig6es e um bomrelacionamento com a comunidade.
Dentro deste cenfirio, consolidou-se o Programade Seguranca de Barragens aqui apresentado,que tem por objetivo definir a metodologia a serutilizada no monitoramento das estruturas civisde geracao, de forma a garantir o controle efetivoe permanente dos riscos envolvidos, dentro decustos e prazos compativeis.
2. SEGURAN(;A DE BARRAGENS
Em um contexto de empresas de geragaoprivatizadas, ha uma cobranga maior de toda asociedade (populagao em geral e brgaosfiscalizadores governamentais) em termos deseguranga de barragens. E, neste ponto, einteressante notar como o termo seguranca epercebido em toda sua amplitude, englobando,desde aspectos ambientais, ate restricoesoperativas impostas pelas estruturas civis.
Sendo assim, 6 natural que as empresaspreocupem-se com a Confiabilidade de seusempreendimentos, pois 6 essencial para suaprbpria existencia a preservagao e melhoria dasua imagem perante o publico. Portanto, noestabelecimento da presente metodologia deseguranca de barragens, foi considerado que asestruturas de barragens devam ser capazes de:
Seguranca estrutural:Suportar todos os esforgos a elas aplicadosdurante a vida util prevista.
Seguranca funcional / operacional:Cumprir todas as suas funcbes e finalidades, deacordo com o desejo daqueles que a utilizam.
Seguranca amblental:Nao prejudicar o meio ambiente ou, atraves des-te, a seguranra de terceiros e , por outro lado,nao ser afetada prejudicialmente por alteracbesdo meio provocadas por atividade humana
Seguranca hidrolbgicaPermitir a passagem da cheia de projeto, semque Pique afetada sua estabilidade estrutural,levando em conta o efeito do amortecimento decheias.
XXIII Seminirlo Naclonal de Grandes Barragens 45
3. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
Muitas tentativas de organizar urn sistema deseguranca de barragens sao dificultadas por faltade experiencia disponivel ou por organizacaoinstitucional deficiente.
Na CEMIG, os departamentos de manuteng5oestao inseridos na Superintendencia de Geracao,ou seja, junto a operagAo. Isto facilitou oestabelecimento e a perseguig6o de meto-dologias de monitoramento e manuteng8o dentrodo conceito de seguranga definido no presentetrabalho, uma vez que cads barragem pode servista coma parte integrante de urn sistema maiore muito mais complexo, que 6 o sistemaenergetico.
Neste enfoque, a barragem no 6 apenas umaestrutura que serve para represar agua, mas urnaestrutura corn fungOes de armazenamento egeragao de energia, controle de cheias, abaste-
cimento de agua, lazer e outras mais exigidaspelo poder concedente, operador e pelas popu-lacbes.
A responsabilidade por todos as aspectosrelacionados corn a seguranga de barragensdeve estar claramente definida. A Figura 1 mostraparte do organograma da CEMIG, onde estioindicados os brgaos cuja esfera de atuagaoimpacta a garantia a confiabilidade destasestruturas.
^ notbrio que a seguranga ao longo da vida dabarragem depende significativamente da quali-dade do projeto e construcao, e o Departamentode Enga Civil de Geracao zela pela minimizagaodos riscos futuros ao atuar nestas duas etapas.
Na fase de operagao, esta responsabilidade eassumida pela Superintendencia de Geracao,atraves dos orgaos indicados na figura, egerenciada pelo Departamento de Manutenc5ode Estruturas Civis de Gerag6o.
PRESIDENCIA
I
DIRETORIA DE PROJETO ECONSTRUcAO
IGR - Superintendencia de
Expansao da Geracao
L GR/EC - Departamento deEngenharia Civil de Geracao
IDIRETORIA DE PRODUQAO E
TRANSMISSAO
IGE - Superintendencia de
Geracao
F GE/CL - Operacao e Manu-tencao da Geracao Central
GE/TA - Operacao e Manu-tencao da Geracao Triangulo
GE/EC
Gerenciamento e Execucaoda ManutenCao Civil
GE/MN - Gerenciamento daManutengao Eletro-Mecanica
GE/EM- Projetos Eletro-Mecanicos
HFigura 2 . Conceito atual de Seguranca Suica(')
GE/PE - PlanejamentoEnergetico
GE/PA - Programacao eAcoes Ambientais
46 Tema I - Aspectos Institucionais . Privatizacao
A Figura 2 6 a traducao do esquema que resumeo conceito atual de seguranga de barragens naSuica, e representa perfeitamente a divisao de
04) (U
Ora UC O c
4, 4)1 N 1ill O
0)0
No E^w
0 U w2
responsabilidades sobre os riscos inerentes aoprojeto, construc o e operagAo de uma barra-gem.
SEGURAN^A
2Projeto
apropriadoControlesadequados
Pianos deEmergencia
tMinimizagaodos riscos
Risco
Esforco
Riscoremanescente
4
0 melhor possivel
Dominio do riscoremanescente
Figura 2 . Conceito atual de Seguranga na Suica (')
5. METODOLOGIA DE SEGURANC;A DEBARRAGENS
O gerenciamento das atividades de manutengaocivil a conduzido segundo a metodologia apre-sentada no ciclo da Figura 3, cujas principaisetapas serao detalhadas nos itens subsequentes.
Apesar de assim representado, o ciclo mostradonao a estanque, e as diversas etapas descritasse permeiam e se completam. Cada uma daspartes nao tem urn fim em si prbpria, mas todasdirecionam-se para o objetivo comum demanutencao da confiabilidade das estrutura civisde geragao.
XXIII Semin&rio Naclonal de GrandesBarragens 47
CLASSIFICAQAO DAS INSTALAQOES
Analise Sistemica dasDeteriorag6es / Manuteng6es
Planejamento e Programacaode Manutencoes
7
Banco de Dados deDeteriorag6es
VULNERABILIDADE
Banco de Dados Tecnicos deProjeto e Construgao
POTENCIAL DE RISCO
A
Observag6es periodicas decampo
Coleta e analise dos dadosda instrumentacao
Monitoramento dasismicidade induzida
Avaliacao da Seguranga dasBarragens e Estruturas
Figura 3 . Resumo esquematico do Programa de Monitoramento de Barragens
5. CLASSIFICAcAO DAS INSTALAcOES
Classificar as barragens surge como uma neces-sidade , a medida que se deseja definir acomplexidade dos sistemas de monitoramento,periodicidades de inspeg6es , estabelecer equantificar equipes de inspegao e manutengao e,principalmente , definir prioridades para alocagaode recursos de manutengao.
Entretanto , esta atividade nao a tao simplesquanto pode parecer em uma primeira analise. "Acomplexidade e individualidade dos casos his-tbricos revelam que o assunto constituiu-se numdos principais desafios ao conhecimento daque-les que operam e mantem tais estruturas".(4)
Ao se desenvolverem os procedimentos refe-rentes a seguranca , verifica-se que todos osvalores estfio associados a incertezas e isto tornadificil sua quantificagao , visto que:
- Cada barragem a uma estrutura unica.Estatisticas de ruptura sao "estatisticamente"um banco de dados pouco confiavel.
- A seguranga de uma barragem depende docomportamento de urn composto complexo emulti-material com interfaces e caracteristicasde fundagao como pontos frageis.
- Combinacbes de carga nao usuais e extremassao as mais provaveis de conduzir a ruptura.Os limites superiores destes carregamentos debaixa probabilidade sao dificeis de quantificar(5)
- Em engenharia de barragens , a perigosopensar em termos de medias . As falhasocorrem onde a barragem ou suas fundaceessao mais fracas e nao onde tern condig6esmedias.
Na elaboracao da metodologia de classificacao,foram criteriosamente selecionados os parame-tros a serem avaliados , tendo sido levadas emconsideragao as informag6es extraidas do bancode dados de deterioracOes do ICOLD, bem comoos histbricos de deteriorag6es das barragens daprbpria CEMIG . Estes nos revelam informag6esde urn universo representativo da nossarealidade, em termos de quantificagao e tipos deacidentes e incidentes ocorridos.
48Tema I • Aspectos Instituclonals . Prlvatlzacio
Na quantificaci o dos riscos, foram utilizadosdados estatisticos de ruptura de barragens, cata-logados e analisados pelo ICOLD, mas ondeestes dados eram omissos ou pouco represen-tativos , houve a necessidade de introdugao deum fator baseado no julgamento de engenharia.
A classificagao das barragens e suas estruturasassociadas foi vinculada ao seu Potencial deRisco (P) - par2metro resultado de constantes, esua Vulnerabilidade (V) - parametro variavel,visando acompanhar a evolug5o com o tempo docomportamento das estruturas e suas conditcoesde contorno, e poder distinguir onde atuar paraincrementar a seguranga de uma dada estrutura.
5.1 Potencial de Risco - P
O parametro P busca quantificar o risco empotencial de uma possivel ruptura da barragem,
tendo em vista caracteristicas intrinsecas aoprojeto , e que determinam " a priori" estruturasmais ou menos seguras.
A classificag5o, segundo o Potencial de Risco(P), 6 dada pela soma dos valores atribuidos aosprincipais parametros fisicos da barragem, con-forme a Tabela 1.
Para definicao do Potencial de Risco, foramestabelecidas as seguintes faixas de valores:
P >_ 25 Potencial de risco elevado
25 > P >_ 20 Potencial de risco si9nificativo
P < 20 Potencial de risco baixo
Altura Volume Tipo da Tipo da(m) Reservatorio
BarragemFundagao
Vazao de Projeto( hm3)
<10 <1 Concreto Rocha s5 H<10 ( PCH H>10
2 (PG,MV,VA) TE/ER Concreto
1 1<_V<50 2 1
105H<30 Concreto Rocha TR_1000 TRz500 TR_10.000Rolado tratada anos anos ou PMF(CCR)
4 2 2 2
3 50sV<500 4 3 TR>500 e TR>250 e TR>1.000 e
30<_H<60 Enrocamento Solo/ TR<1.000 TR<500 TR<10.000
(ER) aluviao
6 tratado
500sV<2000 6 6 6
6 8 8
>_60 8 Terra (TE) Solo/ Inferior ou desconhecida
aluviao
>_2000
10 10 10 10 10
* Classificagao de Pequena Central Hidreletrica - PCH - conforme a Eletrobrbs
Tabela I - Criterios para determinagao do Potencial de Risco
XXlll Semindrlo Naclonal de GrandesBarragens 49
50
40
30
20
10
0
6
26
182019118
36
2423
40
33 33
171620
1612
16
32
18018
O2
O 0 0 C0 0ry _O 0 C6 f6 f0 f0 N O to N f0 O G) m to l9 :• 7 0 P 0 to O N N m l0 O O O N to C) O
C L C CI cO f C C _O C 'p C 'V O C N M 'O l6 f6 ' C N 'gyp '6 t f0 M M C U
10 ca N `m ^ f0 a o m a o L 4) M z v v .- o r o° m co E o com o0:3 E m o `UOw M On 00^ cm̀ u- o^ m c cg E^ E^ "X
v r o00.C m O2 g >a ion. oa w o o f cm ME
ur c mU E C7 v o CL 0 io C7 M ca o cn ( 0-0 COv v w t z a° '(n U) CO M 0G) U cn
0 rnEM
Instalagao = Potencial de risco elevado
Potencial de risco significativo
Potencial de risco baixo
Figural 4. Potencial de Risco das Barragens da CEMIG - Refer@ncia 1997
5.2 Vulnerabilidade - V aos parametros variaveis mostrados na Tabela 2,sendo estabelecidas as seguintes faixas de
A classificag5o, segundo a Vulnerabilidade (V), valores:define as condicoes atuais da barragem e V >_ 25 Vulnerabilidade elevadaprocura medir o quanto as estruturas estaovulneraveis a uma possivel ruptura e a extensao 25> V >_ 20 Vulnerabilidade significativados danos materiais e financeiros dal advindos. ^ V<20 Vulnerabilidade baixaobtida atraves da soma da pontuagao atribulda
Idade Confiabilidade Regras Condicao Atual das Riscos a JusanteExtravasores Operativas Estruturas Civis
> 30 anos Baixo risco
Satisfatbria Existem regras (Area inabitada e naodetalhadas desenvolvida)
2 Nota dada apbs
10< I < 30 1 Insp. Peribdica, 1
Existem regras Conforme criterios Risco significativosimples de (Prejuizos materiais)
4 1 operardo pre-definidos
1<I<10 Nao
satisfatbria 3 6
8 Regras 0 - 20 Alto risco
< 1 ano inexistentes (Perda de vidas huma-nas e Banos materiais)
10 5 5 10
Tabela 2 . Criterios para determinagao da Vulnerabilidade
50 Tema 1- Aspectos Instltuclonals . Prlvatlzacso
A pontuagao para as Condig6es Atuais das quesitos a seguir, julgados deEstruturas Civis 6 dada atraves da avaliagao do seguranca:comportamento das estruturas conforme os
interesse para a
ESTRUTURA ITEM A SER AVALIADO
01 - Percolacao
Estruturas de 02 - Deformag5o
Terra 03 - Condic5o dos taludes
04 - Area a jusante
05 - Infiltrag6es / percolag6esEstruturas de 06- Deformag5o
Concreto 07 - Caracteristicas fisicas do concreto08 - Area a jusante
09 - Caracteristicas fisicas do concretorytravasores 10 - Erosoes a jusante
Tabela 3. Criterios para avaliacao da condigao atual das estruturas
Cada item a pontuado de 0 a 2 , conforme Caso a barragem sb possua estruturas de terraavaliag5o , apbs Inspecao Visual Peribdica e an6- ou de concreto , dobra -se a pontuagao noslise dos dados da instrumental ao, sendo considerado : quesitos correspondentes , de forma que o total
Comportamento Bom = 0Comportamento Razoavel = 1Comportamento Ruim ou Desconhecido = 2
35
30
25
20
15
10
=C 115-9 20 -- B-P& -- 12 -F62O^ -a to !0 c ^ 2 U L F C C j
Co W N A c /0 o C
CCC 575 E 10
de pontos a serem distribuidos seja sempre iguala 20.
O N .22 g o 'm $ E W.4 3m .2 $ 2 2 m to) m 0Or sc-€ ^ a
g maa'^ Sa^^ E din gxbaaa 8^^acz a 4 to 2
a:
Instalacao
Vulnerabiidade elevada
Vulnerabihdade significative
Vulnerabikdade baaa
Figura 5 . Vulnerabilidade das Barragens da CEMIG - Referenda 1997
XXlll Semindrlo Naclonal de GrandesBarragens 51
5.3 Importancia da Usina para o Sistema - I
Este fator foi introduzido para levar-se em conta usina pode ser dado em US$/MW, e que ao custo de reconstrugao no caso de urn perda de geragao, no caso de ruptura, tambemacidente que levasse a barragem a ruptura. Foi a proporcional ao porte da instalagao.considerada a capacidade de geracao instalada, Os indices fixados sao mostrados na Tabela 4:urna vez que o custo de construcao de urna
CAPACIDADE
INSTALADA (MW)
I
500 2,5
100 - 500 2,0
50-100 1,6
10-50 1,3
10 1,0
Tabela 4. Indice de importancia para o sisterna
5.4 Classe das Barragens
A Classe de urna barragern a obtida pelo formula: SCORE _ (P+V) * ISCORE alcangado utilizando-se a seguinte
CLASSE SCORE
A >_ 45
B 20-45
C < 20
D usina desativada
Tabela 5 . Classe de Barragens
52Tema I - Aspectos Instlluclonals . Prlvatlzacao
180
160
140
120
1008060
40
20
0
59 ,61
34n 49
38
123
4040
II............ 88
49
72n58
27
rE N N 2 Uf N f0l0O O O WNN°0
co C 'C O 'N c0 c0 l0 C 0 CO t 0 (0 ` E 07 C Vg^_
c..^ E ca. rD>Zm °Ec9 ' v
„a-^oCommoE '
^o Z 9)0-O Cotn0U) 1N^I=1- ow N U)
0In
148
102
5259 64
424047 71431 !33
r i76
37
I43
34
100
39
iD. 26 00
rA m O y ,C0 00 (Cut.^ O C C ? C O C O R - 00
c O E I C O d'd CC0 . c
0 a O C 0
,oo2 oaa uL Z 0
u(Ti
InstalaFao D BAR RAGEM CLASSE ABARRAGEMCLASSE B
^J BAR RAGEM CLASSE CBARRAGEM CLASSE D
Figura 6 . Classe das Barragens da CEMIG - Refer6ncia 1997
6. ATIVIDADES DE MONITORAMENTO
Dada a classificacao de uma barragem e suasdiversas estruturas associadas, a definido o nivelde monitoramento necessario para garantia daseguranga do empreendimento:
- Observag6es peribdicas de campo: tipos,periodicidade e equipes de inspegao
- Coleta e analise dos dados da instrumentagao:periodicidade de leituras e de analise
- Monitoramento da sismicidade induzida porreservatbrios
6.1 Tipos e Equipes de Inspetao
Sao considerados os tipos de inspegao preco-nizados pelo Comit6 Brasileiro de GrandesBarragens, CBGB:
- Inspeg6es rotineiras ou informais
- Inspeg6es peribdicas
- Inspeg6es formais
- Inspeg6es especiais
- Inspeg6es de emergencia
Sao definidas as equipes de inspegao (formagaoprofissional e conhecimentos especificos), paraque se viabilize a qualidade do monitoramentodas estruturas. Todo o pessoal envolvido recebetreinamento em projeto, construgao, deteriora-96es e causas de ruptura de barragens.
Buscando garantir a correta e imediata identifica-gao de modificag6es ocorridas no comportamentodas estruturas civis, procura-se manter acontinuidade do pessoal encarregado dasinspeg6es e leitura de instrumentagao. E inseridaperiodicamente a vistoria de pessoal externo ainstalagao, para evitar que as pessoas, ficandopor demais familiarizadas com determinadosproblemas, deixem de conferir-Ihes a devidaimportancia.
As inspeg6es formais sao executadas por equipemultidisciplinar de especialistas, preferencial-mente das areas de hidraulica, geotecnia, geo-logia, estruturas, tecnologia de concreto, eletricae mecanica, buscando profissionais comreconhecida experiancia no tipo de barragem emquestao, ou nos tipos de problemas usualmenteencontrados naquela instalagao especifica.
6.2 Frequencias de Inspecoes
A frego ncia com que cada tipo de inspegao deveser executada a fixada conforme a Classe daBarragern.
133 132
575I I r,5 34
XXlll Seminarlo Naclonal de GrandesBarragens 53
As periodicidades consideradas adequadas saoas indicadas na Tabela 6 , e seo as minimasnecessOrias para monitoramento das estruturascivis de barragens.
Quando, durante qualquer uma das inspegOes,for detectada uma deterioragAo que possa por
em risco a integridade da barragem , ou cujacausa seja desconhecida , podera ser necess6riaa execugao de uma inspegao de nivel imedia-tamente superior , para avaliar o problema edever6 ser estabelecida uma rotina especial demonitoramento , ate que este problema sejasanado.
CLASSE DA BARRAGEMTipo de
Inspecao
A B C D
Rotineira ou 12/A 4/A 3/A 2/A
Informal ( Mensal ) (Trimestral ) (Quadrimestral ) ( Semestral)
Periddica 1/A 1/A 1/2A(Relat6rio ( RelatOrio
Simplificado ) 112A Simplificado)
1/2A(Relat6rioCompleto)
Formal 115A 1/10A 1/15A 1/20A
Especial em oportunidades tais como rebaixamento excepcional do NA doreservatbrio e parada de unidades geradoras
de Emergancia apbs eventos de magnitude especial
Tabela 6 . Periodicidades minimas de inspegao
7. AVALIAcAO DA SEGURANC,A DASBARRAGENS E SUAS ESTRUTURASASSOCIADAS
Consta da avaliagao sistemfitica do desempenhodas estruturas , por meio da anfilise pormeno-rizada das informagOes coletadas nas inspeg6esvisuais e dados da instrumentagao , e tem porobjetivo principal o acompanhamento conscientecausa -efeito do comportamento das estruturas aolongo do tempo.
Todas as deterioracOes observadas saoregistradas e codificadas , bem como as causasidentificadas e os reparos propostos , e constamdos relatbrios de inspegao . Estas informag6esficam disponiveis para fiscalizagao da agenciareguladora ( ANEEL ).
8. BANCO DE DADOS TECNICOS E DEDETERIORAcOES
Os dados tecnicos obtidos nas etapas anterioresdevem ser armazenados de forma organizada,
que possibilite sua anfilise e, acima de tudo, umavisao atualizada das condic6es de todas asestruturas civis das instalag6es de geracao.
As informag6es de projeto e construgao encon-tram-se catalogadas no arquivo t6cnico corpo-rativo da CEMIG , e podem ser pesquisadas esolicitadas atraves do sistema IBM.
Todos os dados e leituras da instrumentag o,desde sua instalagao , estao registrados no ADB,Banco de Dados de Auscultagao de Barragens,que possibilita o calculo de medidas, pesquisas etracado de graficos para an6lise . Este software foidesenvolvido em Access e configurado paratrabalho em ambiente de rede, de forma que asprbprias instalag6es podem cadastrar as leiturase tern acesso a todas as informag6es quenecessitarem.
0 DIAG , Diagnbstico de Engenharia Civil deInstalag6es , contem o registro das deteriorag6esexistentes nas diversas estruturas e os servigosde reparos necessarios ao restabelecimento da
54Tema 1- Aspectos Inst/tucionais. Prlvatlzacio
seguranca. Inclui custos, respons6veis, priori-dades e programacbo, e tern por objetivoassegurar o controle efetivo dos riscos envolvidosna operagAo de cada instalag5o. Este banco dedados vislumbra urn horizonte de at6 5 anos etamb6m controla o custo efetivarnente realizadodos servicos de manutenc6o.
9. PLANEJAMENTO E EXECUcAO DEMANUTENCOES
Todo o esforco anterior - classificac6o dasinstalag6es, inspeg6es peri6dicas, coleta ean6lise dos dados da instrumentagao, monito-ramento da sismicidade, an6lise do compor-tamento, cadastramento das deteriorag6es esuas causas e especificag8o de reparos - 6indispens6vel, mas n5o aumenta, por si s6, aseguranga das estruturas.
Provid6ncias devem ser tomadas para que asmedidas corretivas sejam implementadas dentrode prazos aceit6veis e para que sejam restabe-lecidas as condig6es de seguranca desejadas.
Entretanto, um ambiente competitivo no setorel6trico imp6e margens de lucro reduzidas e umcontrole rigido de custos. A pressao para reducaode gastos a visivel quando da previsao deservicos de manutengao civil, cuja importancianem sempre 6 compreendida em toda suaextensao pelos brgaos provedores dos recursosfinanceiros, e cujo risco ou retorno econbmicosao , na maioria das vezes , dificeis de seremquantificados.
A classificagao das instalag6es torna possivel acoer2ncia na alocagao dos recursos demanutencao e melhorias . Anualmente , todas asdeteriorac6es / reparos cadastrados sao analisa-dos e priorizados conforme a classe da instalagaoe conforme a percepgao do risco que represen-tam,
Isto viabiliza a negociagao dos servigos demanutengao a serem executados , incluindo-seaqui as atividades de monitoramento eauscultagao de barragens . As necessidades deengenharia civil sao expostas para cada insta-lagao, contrapondo custos e riscos envolvidos.Ha necessidade desta pactuacao prbvia, vistoque as custos dos servigos a serem executadosserao alocados naquela instalagao especifica eirao impactar no custo da energia gerada pelainstalagao.
Servigos emergenciais, cuja necessidade fordetectada apbs esta negociagao, sao tratadoscomo tal, podendo ser inseridos a qualquermomento no piano de obras de manutengao.
Atrav6s do acompanhamento continuo do pianode manutencbes e melhorias pactuado, asse-gura -se o controle efetivo e permanente dosriscos envolvidos na operacao das estruturascivis de geracbo. As instalacbes, percebidascomo cliente do 6rg21o de manutencbo , recebemmensalmente o Relat6rio de AcompanhamentoFisico e Financeiro dos Servigos em Andamento,e passam tamb6m a agir , indiretamente, comafiscais da seguranga das estruturas civis.
10. ANALISE SISTEMICA DASDETERIORAcOESIMANUTENcOES
Consta do levantamento , sistematizag5o ean6lise das deterioracbes, quantificando-as eestabelecendo correlag6es com as caracteris-ticas hist6ricas, arranjos , sltios, tipos, locais,causas, riscos, pontos positivos e negativos dosprojetos operados e mantidos pela empresa.
Tern por objetivo orientar nos requisitos deprojeto e construgao de novos empreendimentose direcionar estudos para melhoria dos pontosfracos existentes nas instalac6es em operacao.
11. CONCLUSOES
O sucesso dos brgaos de manutengao civil est6condicionado 6 oferta de servigos de qualidade apregos atraentes . Os programas de monitora-mento e manutengao de barragens devern serconsistentes , pois sb serao mantidos caso hajapredisposicao dos concession6rios de energia emarcar com seus custos.
O desenvolvimento e aplicag o de umametodologia clara de classificarao de barragense um trunfo no desafio permanente de seviabilizar a execucao dos servicos demanutencao e de se concretizar a seguranca dasestruturas civis das instalag6es de geragao.Possibilita a negociagao e pactuagao de servigoscorn as brgaos operadores e permite a corretaalocacao de recursos humanos e financeiros.
A concretizagao do ciclo initerrupto de achesdirecionadas para a seguranca, aqui apresen-tado, vem de encontro as necessidades eexig2ncias da sociedade civil e dos brgaosreguladores governamentais , bern coma as daempresa de geragao dentro do amplo conceito deseguranra enfocado.
12. REFERtNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Tema I - Aspectos Instituclonals . Prlvatizacio