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Apontamentos de ALGAN
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Apontamentos de lgebra Linear e Geometria
Analtica ISEP - Licenciatura em Engenharia Mecnica
Maria da Graa Marcos;Marisa Oliveira;Pedro Guedes
2015-2016
2 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
CONTEDO
Captulo 1 Matrizes Reais ................................................................................................................................................. 5
1.1 Conceitos gerais ........................................................................................................................................................... 5
1.1.1 Definio e representao de uma matriz .............................................................................................. 5
1.1.2 Alguns tipos de matrizes ................................................................................................................................ 6
1.2 Operaes com matrizes e suas propriedades ............................................................................................. 9
1.2.1 Adio de matrizes ............................................................................................................................................ 9
1.2.2 Multiplicao de uma matriz por um escalar .................................................................................... 10
1.2.3 Multiplicao de matrizes ........................................................................................................................... 11
1.3 Operaes elementares ......................................................................................................................................... 13
1.4 Inversa de uma matriz quadrada ..................................................................................................................... 14
1.4.1 Definio de matriz inversa ....................................................................................................................... 14
1.4.2 Propriedades da matriz inversa ............................................................................................................... 16
1.4.3 Clculo da matriz inversa ............................................................................................................................ 17
1.5 Caracterstica de uma matriz ............................................................................................................................. 20
1.5.1 Definio .............................................................................................................................................................. 20
1.5.2 Clculo da caracterstica de uma matriz .............................................................................................. 23
1.6 Exerccios ..................................................................................................................................................................... 25
1.6.1 Operaes com matrizes .............................................................................................................................. 25
1.6.2 Matriz inversa ................................................................................................................................................... 28
1.6.3 Equaes envolvendo matrizes ................................................................................................................ 31
1.6.4 Caracterstica de uma matriz..................................................................................................................... 33
1.6.5 Exerccios de concluso do captulo....................................................................................................... 35
Captulo 2 Determinantes ............................................................................................................................................. 38
2.1 Permutaes ............................................................................................................................................................... 38
2.2 Determinantes - definio e representao ................................................................................................ 40
2.3 Teorema de Laplace ................................................................................................................................................ 41
2.4 Propriedades dos determinantes ..................................................................................................................... 44
2.5 Exerccios ..................................................................................................................................................................... 50
2.5.1 Clculo de determinantes de 2 e 3 ordens ...................................................................................... 50
2.5.2 Teorema de Laplace ....................................................................................................................................... 51
2.5.3 Clculo de determinantes usando propriedades ............................................................................. 53
2.5.4 Exerccios de concluso do captulo....................................................................................................... 60
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 3
Captulo 3 Sistemas de Equaes Lineares ........................................................................................................... 63
3.1 Definio e representao matricial ............................................................................................................... 63
3.2 Classificao de sistemas...................................................................................................................................... 66
3.3 Resoluo de sistemas ........................................................................................................................................... 68
3.3.1 Equivalncia de sistemas............................................................................................................................. 68
3.3.2 Mtodo de Gauss e de Gauss-Jordan ...................................................................................................... 69
3.3.3 Procedimento para a resoluo de sistemas ...................................................................................... 70
3.4 Sistemas homogneos............................................................................................................................................ 76
3.5 Sistemas de Cramer ................................................................................................................................................ 78
3.5.1 Definio .............................................................................................................................................................. 78
3.5.2 Resoluo matricial de sistemas de Cramer....................................................................................... 80
3.5.3 Resoluo pelas frmulas de Cramer .................................................................................................... 81
3.6 Discusso de sistemas com parmetros ....................................................................................................... 82
3.7 Exerccios ..................................................................................................................................................................... 88
3.7.1 Resoluo de sistemas na forma matricial .......................................................................................... 88
3.7.2 Sistemas Cramer .............................................................................................................................................. 93
3.7.3 Sistemas homogneos ................................................................................................................................... 96
3.7.4 Discusso de sistemas com parmetros............................................................................................... 98
3.7.5 Exerccios de concluso do captulo.................................................................................................... 106
Captulo 4 Espaos Vetoriais Reais ........................................................................................................................ 110
4.1 Definio e propriedades .................................................................................................................................. 110
4.2 Subespaos vetoriais ........................................................................................................................................... 115
4.3 Combinao linear e conjunto gerador de um espao vetorial....................................................... 117
4.4 Dependncia e independncia linear de vetores ................................................................................... 123
4.5 Bases, coordenadas e dimenso de um espao vetorial ..................................................................... 129
4.6 Exerccios .................................................................................................................................................................. 140
4.6.1 Espaos vetoriais .......................................................................................................................................... 140
4.6.2 Subespaos vetoriais .................................................................................................................................. 142
4.6.3 Combinao linear e conjunto gerador; dependncia e independncia linear .............. 145
4.6.4 Base e dimenso de um espao vetorial ............................................................................................ 150
4.6.5 Exerccios de concluso do captulo.................................................................................................... 157
Captulo 5 Transformaes Lineares .................................................................................................................... 160
5.1 Definio e propriedades .................................................................................................................................. 160
5.2 Ncleo e imagem de uma transformao linear .................................................................................... 164
5.3 Matriz de uma transformao linear ........................................................................................................... 169
5.4 Valores prprios e vetores prprios ............................................................................................................ 173
4 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
5.5 Exerccios .................................................................................................................................................................. 178
5.5.1 Transformaes lineares .......................................................................................................................... 178
5.5.2 Ncleo e imagem de uma transformao linear ............................................................................ 180
5.5.3 Matriz de uma transformao linear .................................................................................................. 182
5.5.4 Valores prprios e vetores prprios ................................................................................................... 184
5.5.5 Exerccios de concluso do captulo.................................................................................................... 186
Captulo 6 Geometria Analtica ................................................................................................................................ 189
6.1 Vetores ....................................................................................................................................................................... 189
6.1.1 Definio e conceitos gerais .................................................................................................................... 189
6.1.2 Operaes com vetores ............................................................................................................................. 191
6.1.3 Vetores em sistemas de coordenadas ................................................................................................ 193
6.2 Produto interno ou produto escalar ............................................................................................................ 196
6.3 Produto vetorial ou produto externo .......................................................................................................... 201
6.4 Equaes da reta e do plano ............................................................................................................................ 208
6.4.1 Equaes da reta........................................................................................................................................... 208
6.4.2 Equaes do plano ....................................................................................................................................... 211
6.5 Posies relativas de retas e planos ............................................................................................................. 215
6.5.1 Interseo de dois planos ......................................................................................................................... 215
6.5.2 Interseo de trs planos ......................................................................................................................... 218
6.5.3 Interseo duma reta com um plano .................................................................................................. 220
6.5.4 Interseo de duas retas ........................................................................................................................... 222
6.6 Distncias .................................................................................................................................................................. 224
6.6.1 Distncia entre dois pontos ..................................................................................................................... 224
6.6.2 Distncia de um ponto a um plano ...................................................................................................... 224
6.5.3 Distncia de um ponto a uma reta ....................................................................................................... 226
6.7 Exerccios .................................................................................................................................................................. 228
6.7.1 Produto escalar e produto vetorial num referencial ortonormado ..................................... 228
6.7.2 Equaes de retas e de planos ............................................................................................................... 230
6.7.3 Intersees e posies relativas de retas e planos. Distncias. ............................................. 234
6.7.4 Exerccios de concluso do captulo.................................................................................................... 242
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 5
CAPTULO 1 MATRIZES REAIS
1.1 CONCEITOS GERAIS
1.1.1 DEFINIO E REPRESENTAO DE UMA MATRIZ
Sejam ,m n e ija , 1, ,i m , 1, ,j n .
Definio 1.1 [Matriz sobre ]
Chama-se matriz do tipo m n , a todo o quadro que se obtm dispondo mn nmeros reais
segundo m linhas e n colunas.
Representao
A matriz A do tipo m n ser representada como
11 12 1
21 22 2
1 2
n
n
m m mn
a a a
a a a
a a a
A (1.1)
podendo tambm ser representada abreviadamente por
ij m na
A (1.2)
ou por
1, , ; 1, ,ij i m j na
A (1.3)
O elemento ija , da matriz indica o elemento situado na linha i coluna j .
O conjunto m nM representa o conjunto de todas as matrizes com m linhas e n colunas
em que todos os elementos da matriz representam nmeros reais.
6 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Exemplo 1.1 [Definio]
Seja 1 0 1
2 3 6
A . A matriz A uma matriz real do tipo 2 3 porque tem duas linhas
e trs colunas. Ento, 2 3M A . O elemento de A situado na linha 2 coluna 3 o
elemento 23 6a .
1.1.2 ALGUNS TIPOS DE MATRIZES
Sejam , , ,i j m n .
Definio 1.2 [Matriz linha]
A matriz ij m na M A diz-se matriz linha ou vetor linha se 1m , isto ,
11 11ij nna a a A (1.4)
Definio 1.3 [Matriz coluna]
A matriz ij m na M A diz-se matriz coluna ou vetor coluna se 1n , isto ,
11
1
1
ij m
m
a
a
a
A (1.5)
Definio 1.4 [Matriz retangular]
A matriz ij m na M A diz-se matriz retangular se m n .
Definio 1.5 [Matriz quadrada]
A matriz ij m na M A diz-se matriz quadrada se m n .
Definio 1.6 [Diagonal principal]
Seja ij n na M A . Chama-se diagonal principal da matriz sequncia dos elementos
11 22, , , nna a a de A .
Definio 1.7 [Matriz diagonal]
Seja ij n na M A . A matriz diz-se diagonal quando todos os elementos acima e
abaixo da diagonal principal so iguais a zero e pelo menos um elemento da diagonal
principal diferente de zero, isto ,
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 7
11
22
0 0
0 0
0 0 nn
a
a
a
A e 0iia , para algum i . (1.6)
Definio 1.8 [Matriz triangular superior]
Seja ij n na M A . A matriz diz-se triangular superior quando todos os elementos
abaixo da diagonal principal so nulos, isto ,
11 12 1
22 20
0 0
n
n
nn
a a a
a a
a
A (1.7)
Definio 1.9 [Matriz triangular inferior]
Seja ij n na M A . A matriz diz-se triangular inferior quando todos os elementos
acima da diagonal principal so nulos, isto ,
11
21 22
1 2
0 0
0
n n nn
a
a a
a a a
A (1.8)
Definio 1.10 [Matriz nula]
Seja ij m na M A . A matriz diz-se matriz nula e representa-se por m nO , se todos
os seus elementos so nulos, isto ,
0 0
0 0
O (1.9)
Definio 1.11 [Matriz identidade de ordem n ]
Seja ij n na M A . A matriz diz-se matriz identidade de ordem n e representa-se por
nI , se uma matriz diagonal em que todos os elementos da diagonal principal so iguais a 1,
isto ,
8 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
1 0 0
0 1 0
0 0 0 1
n
I (1.10)
Definio 1.12 [Matrizes do mesmo tipo]
Sejam A e B duas matrizes. As matrizes dizem-se do mesmo tipo se tm igual nmero de
linhas e de colunas.
Definio 1.13 [Elementos homlogos]
Sejam , m nM A B duas matrizes do mesmo tipo. Os elementos homlogos das duas
matrizes so os elementos que ocupam a mesma posio nas duas matrizes.
Definio 1.14 [Matrizes iguais]
Sejam A e B duas matrizes. As matrizes dizem-se iguais se so do mesmo tipo e os seus
elementos homlogos so iguais.
Definio 1.15 [Matriz transposta TA de A ]
Seja ij m na M A . Chama-se matriz transposta da matriz A matriz
T ij n mb M A em que ij jib a , 1, ,i n , 1, ,j m .
Exemplo 1.2 [Matriz transposta]
Seja 2 31 0 1
2 3 1M
A . Ento, trocando as linhas com as colunas na matriz A
obtemos a matriz 3 2
1 2
0 3
1 1
T M
A .
Definio 1.16 [Matriz simtrica]
Seja n nM A . Diz-se que A uma matriz simtrica quando coincide com a sua
transposta, isto , TA = A .
Exemplo 1.3 [Matriz simtrica]
A matriz 1 2
2 3
A uma matriz simtrica uma vez que 1 2
2 3
T
A = A .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 9
1.2 OPERAES COM MATRIZES E SUAS PROPRIEDADES
1.2.1 ADIO DE MATRIZES
Definio 1.17 [Adio de matrizes]
Sejam ij m na M A e ij m nb M B . A soma da matriz A com a matriz B
uma matriz ij m nc M C , que se obtm somando os elementos homlogos das duas
matrizes, isto , C A + B se
, 1 , , 1, ,ij ij ijc a b i m j n (1.11)
Note-se que a adio de matrizes uma operao apenas possvel para matrizes do mesmo
tipo.
Exemplo 1.4 [Adio de matrizes]
Sejam 2 31 0 1
2 3 1M
A e 2 32 1 1
1 2 0M
B . Ento, usando a
igualdade (1.11) obtemos a matriz 1 2 0 1 1 1
2 1 3 2 1 0
A + B = , ou seja, a matriz
2 33 1 2
3 5 1M
C = .
Propriedades [da adio de matrizes]
Sejam , , m nM A B C . Ento, verifica-se
A1.1 A + B B + A (comutatividade da adio);
A1.2 A + B C A + B + C (associatividade da adio);
A1.3 m n m n A +O O A = A (elemento neutro);
A1.4 m n A + A A A O onde , 1, , ; 1, ,ija i m j n A =
(elemento oposto ou simtrico);
A1.5 T T T A + B A B .
10 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
1.2.2 MULTIPLICAO DE UMA MATRIZ POR UM ESCALAR
Definio 1.18 [Multiplicao de uma matriz por um escalar]
Sejam ij m na M A e . Da multiplicao do escalar pela matriz A , resulta
uma matriz ij m nb M B , que se obtm multiplicando cada elemento da matriz pelo
escalar , isto , B = A se
, 1 , , 1, ,ij ijb a i m j n (1.12)
Exemplo 1.5 [Multiplicao de uma matriz por um escalar]
Seja 2 31 0 1
2 3 1M
A . Ento, usando a igualdade (1.12) obtemos a matriz
2 1 2 0 2 12
2 2 2 3 2 1
A = , ou seja, a matriz 2 32 0 2
4 6 2M
B = .
Propriedades [da multiplicao de uma matriz por um escalar]
Sejam , m nM A B e , . Ento, verifica-se
E1.1 A + B A + B ;
E1.2 A A + A ;
E1.3 A A ;
E1.4 1 A A ;
E1.5 T T A A .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 11
1.2.3 MULTIPLICAO DE MATRIZES
Definio 1.19 [Multiplicao de matrizes]
Sejam ij m pa M A e ij p nb M B . Chama-se produto da matriz A pela
matriz B e representa-se por A B , ou simplesmente por AB , matriz
ij m nc M C em que cada elemento obtido da seguinte forma
1
21 2 1 1 2 2
1linha de
coluna de
j
pj
ij i i ip i j i j ip pj ik kj
ki
pj
j
b
bc a a a a b a b a b a b
b
A
B
(1.13)
Exemplo 1.6 [Multiplicao de matrizes]
Sejam 2 31 0 1
2 3 1M
A e 3 3
1 0 2
1 1 0
0 1 1
M
B . O produto A B est
definido uma vez que o nmero de colunas da matriz A igual ao nmero de linhas da
matriz B , sendo igual a 3. Ento, a matriz A B uma matriz do tipo 2 3 porque a
matriz produto tem o nmero de linhas da matriz A e o nmero de colunas da matriz B .
Usando a igualdade (1.13) obtm-se
2 3
1 0 21 0 1
1 1 02 3 1
0 1 1
1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 2 0 0 1 1
2 1 3 1 1 0 2 0 3 1 1 1 2 2 3 0 1 1
1 1 1
1 2 5
A B
M
No entanto, o produto B A
no est definido, uma vez que B uma matriz do tipo 3 3
e A uma matriz do tipo 2 3 , ou seja, o nmero de colunas da matriz B no igual ao
nmero de linhas da matriz A .
12 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Propriedades [da multiplicao de matrizes]
Sejam m pM A , p nM B , n mM C , p nM D , n qM E e
. Ento, so vlidas as seguintes igualdades
Definio 1.20 [Matrizes permutveis ou comutveis]
Duas matrizes , n nM A B dizem-se matrizes permutveis ou comutveis quando
AB = BA .
Exemplo 1.7 [Matrizes permutveis]
Sejam 1 2
0 1
A , 2 1
0 1
B e 1 2
3 4
C . As matrizes A e B so permutveis uma
vez que 2 3
0 1
AB BA = . No entanto, as matrizes A e C no so permutveis pois
AC CA . Tem-se 7 10
3 4
AC e 1 0
3 2
CA .
Observao: A partir do Exemplo 1.7 conclumos que o produto de matrizes no
comutativo, isto , no se verifica sempre AB = BA .
M1.1 AB C A BC ;
M1.2 A B D AB + AD ;
M1.3 B D E BE + DE ;
M1.4 AB A B = A B ;
M1.5 p mAI I A = A ;
M1.6 T T TAB B A .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 13
Definio 1.21 [ k sima potncia de uma matriz]
Seja n nM A e k . Ao produto
vezesk
A A A (1.14)
chama-se k sima potncia da matriz A e representa-se por kA .
Verifica-se
T k
k TA A (1.15)
Exemplo 1.8 [ k sima potncia de uma matriz]
Seja 1 1
2 1
A . Ento, como a matriz A uma matriz quadrada possvel o clculo
da matriz 3A . Usando a igualdade (1.14) obtemos 33 3
6 3
A A A A = .
1.3 OPERAES ELEMENTARES
Definio 1.22 [Operaes elementares sobre as linhas da matriz]
Designam-se por operaes elementares sobre as linhas da matriz as seguintes operaes:
1. Troca entre si de duas linhas da matriz. A troca das linhas il e jl vai ser representada
por i jl l .
2. Multiplicao de uma linha da matriz por um escalar no nulo. A multiplicao da
linha il pelo escalar 0 vai ser representada por i il l .
3. A substituio de uma linha pela sua soma com outra linha multiplicada por um
qualquer escalar. A substituio da linha il pela sua soma com a linha jl
multiplicada pelo escalar vai ser representada por i i jl l l .
De forma anloga podemos definir as operaes elementares sobre as colunas da matriz.
14 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Definio 1.23 [Matrizes equivalentes]
As matrizes , m nM A B dizem-se matrizes equivalentes quando se pode obter uma
atravs da outra realizando um nmero finito de operaes elementares. Simbolicamente
escrevemos A B .
Exemplo 1.9 [Operaes elementares]
Seja
0 0 3
1 1 0
1 0 2
A . A matriz A equivalente matriz
1 0 2
0 1 2
0 0 1
B uma vez que a
matriz B pode ser obtida da matriz A fazendo as seguintes operaes elementares
1 3 2 2 13 3
1
3
0 0 3 1 0 2 1 0 2 1 0 2
1 1 0 1 1 0 0 1 2 0 1 2
1 0 2 0 0 3 0 0 3 0 0 1l l l l l
l l
A
1.4 INVERSA DE UMA MATRIZ QUADRADA
1.4.1 DEFINIO DE MATRIZ INVERSA
Definio 1.24 [Matriz invertvel, no singular ou regular]
Seja n nM A . A matriz A diz-se invertvel, no singular ou regular quando existe uma
matriz n nM X que verifica a condio
nAX XA = I (1.16)
Verifica-se que
Se a matriz A no tem inversa, dizemos que A singular ou no invertvel.
No entanto,
se uma matriz for invertvel a sua inversa nica.
nem todas as matrizes quadradas so invertveis.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 15
A matriz X que verifica a condio (1.16) chamada matriz inversa da matriz A e ser
representada por 1A .
Exemplo 1.10 [Matriz invertvel]
Seja 2 1
0 3
A e
1 1
2 6
10
3
X . Se fizermos os produtos AX e XA , obtemos
1 1
2 1 1 02 6
0 3 1 0 10
3
AX =
e
1 1
2 1 1 02 6
1 0 3 0 10
3
XA =
Conclui-se ento que a matriz A uma matriz invertvel uma vez que existe uma matriz
que verifica a condio (1.16), sendo a sua inversa a matriz 1
1 1
2 6
10
3
A .
Exemplo 1.11 [Matriz no invertvel]
Seja 1 0
1 0
A . Facilmente se verifica que no existe qualquer matriz 2 2M X
para a qual se verifique 2AX XA = I , ou seja, a matriz A no invertvel, ou singular.
De facto, seja 11 12
21 22
x x
x x
X e faamos o produto AX . Obtm-se
11 12 11 12
21 22 11 12
1 0
1 0
x x x x
x x x x
AX =
Igualando matriz identidade tem-se
16 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
11
1111 12
11 12 12
12
1
01 0
0 1 0
1
x
xx x
x x x
x
que um sistema impossvel, uma vez que 11x no pode verificar simultaneamente as
condies 11 1x e 11 0x .
1.4.2 PROPRIEDADES DA MATRIZ INVERSA
Sejam ,n m e \ 0k .
P1.1 Seja n nM A uma matriz invertvel e n nM B uma matriz que verifica
nAB I (respetivamente, nBA I ). Ento, 1B A e nBA I (respetivamente,
nAB I );
P1.2 Sejam , n nM A B duas matrizes invertveis. Ento, AB uma matriz invertvel
e 1 1 1 AB B A ;
P1.3 Seja n nM A uma matriz invertvel. Ento, 1
A uma matriz invertvel e
1
1
A A ;
P1.4 Seja n nM A uma matriz invertvel. Ento, m
A uma matriz invertvel e
1
1m
m
A A ;
P1.5 Seja n nM A uma matriz invertvel. Ento, T
A uma matriz invertvel e
1
1T
T
A A ;
P1.6 Seja n nM A uma matriz invertvel. Ento, 1
k
A uma matriz invertvel e
1 11
kk
A A .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 17
1.4.3 CLCULO DA MATRIZ INVERSA
Seja n nM A . Sabendo que a matriz A admite inversa como proceder ao seu clculo?
1. A matriz inversa pode ser obtida pela definio 1.24 resolvendo a equao nAX = I
(ou nXA = I ) reduzindo-se dessa forma o clculo da inversa resoluo de um sistema de
equaes lineares.
Exemplo 1.12 [Clculo da inversa de uma matriz invertvel pela definio]
Seja 2 1
0 3
A uma matriz invertvel. Calcular a inversa 1
A da matriz A .
Resoluo
Pretendemos obter uma matriz X que verifique a igualdade 2AX I ou, alternativamente,
a igualdade 2XA = I (pela P1.1).
Seja 11 12
21 22
x x
x x
X . Ento,
11 12 11 21 12 222
21 22 21 22
2 22 1 1 0 1 0
3 30 3 0 1 0 1
x x x x x x
x x x x
AX I
Temos, ento, que resolver o sistema de equaes lineares
11 21
21
12 22
22
2 1
3 0
2 0
3 1
x x
x
x x
x
cuja soluo ,
11
21
12
22
1 2
0
1 6
1 3
x
x
x
x
Ento, 1 1 2 1 6
0 1 3
A = X = .
18 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2. A matriz inversa pode ser obtida usando um processo designado por condensao de
matrizes.
Na prtica, este processo consiste em ampliar a matriz n nM A com a matriz nI
direita de A , e aplicar em simultneo as mesmas operaes elementares sobre as linhas das
duas matrizes. Isto ,
1
operaes elementares
sobre linhas
A I I A
Exemplo 1.13 [Clculo da inversa de uma matriz invertvel por condensao]
Seja 2 1
0 3
A uma matriz invertvel. Calcular a inversa da matriz A pelo mtodo de
condensao.
Resoluo
Comeamos por ampliar a matriz 2 1
0 3
A com a matriz 2I direita e de seguida
realizamos operaes elementares sobre linhas at que a matriz identidade surja do lado
esquerdo. A matriz 1A a matriz que se encontra do lado direito.
2 2 1 1 2
3 3
1 1
2 21
3
2 1 1 0 1 1 2 1 2 0 1 0 1 2 1 6
0 3 0 1 0 1 0 1 3 0 1 0 1 3
l l l l l
l l
Ento, 1 1 2 1 6
0 1 3
A = .
Se a matriz n nM A invertvel ento existe uma sequncia finita de operaes
elementares que tornam a matriz A igual matriz identidade nI . Esta mesma sequncia de
operaes aplicadas em nI transformam nI na matriz 1
A .
Vamos designar este processo por clculo da matriz inversa por condensao.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 19
Exemplo 1.14 [Clculo da inversa de uma matriz invertvel por condensao]
Seja
1 2 3
1 1 3
0 0 1
A uma matriz invertvel. Calcular a inversa da matriz A pelo mtodo
de condensao.
Resoluo
2 2 1
1 1 2 1 1 3
2 2 3
2 96
1 2 3 1 0 0 1 2 3 1 0 0
1 1 3 0 1 0 0 1 6 1 1 0
0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
1 0 9 1 2 0 1 0 0 1 2 9
0 1 6 1 1 0 0 1 0 1 1 6
0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
l l l
l l l l l ll l l
Ento, 1
1 2 9
1 1 6
0 0 1
A .
Nota: Muitas vezes no se sabe de antemo se uma dada matriz A ou no invertvel. No
entanto, se A no for invertvel ento ser impossvel reduzir A a nI por operaes
elementares sobre linhas. Isso ser evidente durante o processo de condensao (por exemplo,
com o aparecimento de uma linha de zeros). Se isso acontecer paramos o processo de
condensao e conclumos que A no invertvel (mais frente ser visto como verificar se
uma matriz invertvel).
Exemplo 1.15 [Mtodo de condensao quando a matriz no invertvel]
Seja
1 2 3
1 6 9
1 2 3
A . Calcular 1
A , se possvel, pelo mtodo de condensao.
Resoluo
2 2 1 3 3 1
3 3 1
1 2 3 1 0 0 1 2 3 1 0 0 1 2 3 1 0 0
1 6 9 0 1 0 0 4 6 1 1 0 0 4 6 1 1 0
1 2 3 0 0 1 0 4 6 1 0 1 0 0 0 2 1 1l l l l l ll l l
Como obtivemos uma linha de zeros conclumos que a matriz A no invertvel uma vez
que, nestas condies, impossvel reduzir A a 3I usando operaes elementares sobre as
linhas da matriz A .
20 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
1.5 CARACTERSTICA DE UMA MATRIZ
1.5.1 DEFINIO
Definio 1.25 [Combinao linear das linhas de uma matriz]
Seja ij m na M A e tomemos k m linhas. Vamos formar com elas as matrizes-
linha
1 11 12 1 2 21 22 2 1 2n n k k k kna a a a a a a a a A A A
Chamamos combinao linear destas k linhas, a qualquer matriz 1 nM C definida
como
1 1 2 2 k k C A A A
onde, 1 2, , , k .
Definio 1.26 [Linhas linearmente dependentes]
As linhas 1 2, , , kA A A dizem-se linearmente dependentes se existirem escalares
1, , k , no todos nulos, tais que 11 1 2 2 nk k A A A O .
Definio 1.27 [Linhas linearmente independentes]
As linhas 1 2, , , kA A A dizem-se linearmente independentes se a igualdade
11 1 2 2 nk k A A A O , s for vlida quando 1 2 0k , 1, , k .
NOTA: estes conceitos so aplicveis s colunas de qualquer matriz ij m na M A .
Basta para isso utilizar as matrizes-coluna:
11 12 1
21 22 21 2
1 2
k
kk
m m mk
aa a
aa a
aa a
A A A
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 21
Exemplo 1.16 [Linhas linearmente independentes/dependentes de uma matriz]
Consideremos a matriz
1 1 2
3 1 1
2 1 1
2 2 3
A . Verificar se so linearmente independentes:
a) as trs primeiras linhas da matriz;
b) as 1, 2 e 4 linhas da matriz.
Resoluo
a) Faamos a combinao linear das trs primeiras linhas da matriz e igualemos matriz
linha nula.
1 2 3 1 2 31 1 2 3 1 1 2 1 1 0 0 0 , , ,
Resolvendo, obtemos
1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 2 3 1
1 2 3 2
31 2 3
3 2 2 0 0 0
3 2 0 0
0 0
02 0
ou seja, a igualdade s valida para 1 2 3 0 e, portanto, as linhas so linearmente
independentes.
b) Faamos a combinao linear das 1, 2 e 4 linhas da matriz e igualemos matriz linha
nula.
1 2 3 1 2 31 1 2 3 1 1 2 2 3 0 0 0 , , ,
Resolvendo, obtemos
1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 2 3 1 3
1 2 3 2 3
1 2 3
3 2 2 2 3 0 0 0
3 2 0
2 0
2 3 0 0 0
ou seja, a igualdade admite vrias solues para alm da soluo 1 2 3 0 e,
portanto, as linhas so linearmente dependentes.
22 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Definio 1.28 [Caracterstica de linha (ou de coluna) de uma matriz]
Seja ij m na M A . Chama-se caracterstica de linha da matriz A , lcar A ,
(respetivamente, caracterstica de coluna, ccar A ) ao numero mximo de linhas
(respetivamente, colunas) linearmente independentes de A .
Definio 1.29 [Caracterstica de uma matriz]
Seja ij m na M A . A caracterstica da matriz A , car A , corresponde sua
caracterstica de linha ou de coluna.
Tem-se ento que o nmero mximo de linhas linearmente independentes sempre igual ao
nmero mximo de colunas linearmente independentes que coincidem com a caracterstica da
matriz, ou seja,
l ccar car car A A A (1.17)
A caracterstica de linha e a caracterstica de coluna de uma matriz nula so iguais a zero.
Exemplo 1.17 [Clculo da caracterstica]
Calcular a caracterstica da matriz
1 1 2
3 1 1
2 1 1
2 2 3
A .
Resoluo
No Exemplo 1.16 verificamos que as trs primeiras linhas da matriz so linearmente
independentes. Logo, 3Alcar ou 4Alcar , uma vez que a matriz tem 4 linhas. Por
outro lado, 1 3ccar A , uma vez que no se trata da matriz nula e a matriz tem 3
colunas. Como a caracterstica de linha sempre igual caracterstica de coluna (1.17),
conclumos que 3car A .
Teorema 1.1
A caracterstica de linha e a caracterstica de coluna de uma matriz so iguais.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 23
Consideremos a matriz quadrada n nM A . As seguintes afirmaes so equivalentes
1. car nA ;
2. A invertvel ou no singular;
3. as linhas de A formam um conjunto linearmente independente;
4. as colunas de A formam um conjunto linearmente independente.
1.5.2 CLCULO DA CARACTERSTICA DE UMA MATRIZ
Naturalmente que a caracterstica de uma matriz pode ser obtida calculando o nmero de
linhas ou de colunas linearmente independentes (ver Exemplo 1.17). Vamos ver uma forma
alternativa.
Teorema 1.4
Seja ij m na M A uma matriz no nula. Ento, aps a aplicao sucessiva de um
nmero finito de operaes elementares sobre as linhas/colunas da matriz A , esta pode
transformar-se numa matriz da forma
0
0 0
r
I
A
Ento, car rA .
Teorema 1.3
Para qualquer matriz ij m na M A , verifica-se Tcar carA A .
Teorema 1.2
A caracterstica de linha (respetivamente, de coluna) de uma matriz no se altera quando se
efetuam na matriz operaes elementares.
24 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Definio 1.30 [Caracterstica da matriz usando condensao]
A caracterstica de uma matriz pode ser obtida fazendo a sua condensao, que consiste em
realizar uma sequncia finita de operaes elementares at que se obtenha uma matriz na qual
figure uma submatriz triangular cujos elementos da diagonal principal so no nulos e da
maior ordem possvel. A caracterstica da matriz igual ordem dessa submatriz.
Na prtica, comeamos a resoluo do problema com a escolha de uma das diagonais da
matriz, normalmente a diagonal que contm os elementos 11 22, , , rra a a , anulando-se, a
seguir, todos os elementos situados abaixo dessa diagonal. Qualquer linha nula deve ficar
abaixo das linhas no nulas. Assim,
0 0
S S
A ,
11 12 1
22 20
0 0
0 0 0 0
r
r
rr
s s s
s s
s
S = , 0, 1, ,iis i r e S uma matriz
qualquer que resulta do processo de condensao. Ento, car rA .
Exemplo 1.18 [Clculo da caracterstica de uma matriz por condensao]
Calcular a caracterstica da matriz
1 1 2
3 1 1
2 1 1
2 2 3
A usando o mtodo de condensao.
Resoluo
Comeamos por condensar a matriz efetuando operaes elementares.
2 2 1 2 3 4 4 3
3 3 1 3 3 2
4 4 1
32 42
1 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 2
3 1 1 0 4 7 0 1 5 0 1 5
2 1 1 0 1 5 0 4 7 0 0 13
2 2 3 0 4 7 0 4 7 0 0 0
l l l l l l l ll l l l l ll l l
A
A caracterstica da matriz igual ordem da submatriz assinalada, ou seja, 3car A .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 25
1.6 EXERCCIOS
1.6.1 OPERAES COM MATRIZES
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Seja 1 2 3 2 A ,
1 3
1 2
2 1
1 1
B e 2 5C . Calcule:
1.1 3 A B C ;
1.2 B AT T .
Resoluo:
1.1 Verificar se possvel efetuar o produto: :1 4A , : 4 2B . Logo o produto possvel
e :1 2 A B . Verificar se possvel efetuar a soma: :1 2 A B e :1 2C . Logo a soma
possvel e 3 :1 2 A B C
1 3
1 21 2 3 2
2 1
1 1
A B
1 1 2 1 3 2 2 1 1 3 2 2 3 1 2 1 9 0
3 3 2 5 6 15 C
Ento 3 9 0 6 15 3 15 A B C .
1.2
1 mtodo:
1 1 2 1
3 2 1 1
BT
e
1
2
3
2
AT .
Como : 2 4BT , : 4 1AT tem-se : 2 1 B AT T
1
1 1 2 1 2 9
3 2 1 1 3 0
2
B AT T
26 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2 mtodo:
Usando a propriedade M6 e o resultado obtido na alnea anterior obtemos
9
9 00
B A A B
T TT T
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Seja 1 0 2 1
0 1 0 2
A ,
1 0
2 1
0 1
1 1
B e In a matriz identidade de ordem n . Calcule, se
possvel:
1.1 A B 1.2 A BT 1.3 B AT 1.4 A BT
1.5 AT
T 1.6 A B
TT
1.7 A BT T 1.8 2AT
1.9 2A BT 1.10 4A I e 2 I A 1.11 B A 1.12 A B
1.13 A BT
1.14 A BT T 1.15 B AT T 1.16 2 I A B
1.17 A A B 1.18 2A 1.19 3
B AT T 1.20 20
5I
1.21 Que concluses se podem tirar dos problemas anteriores?
2. Seja 2 1 1
0 1 3
A ,
3 1
1 1
0 2
B e 3 1
2 1
C .
2.1 Determine a matriz 22 3 M A B C I .
2.2 Determine a matriz X que verifica 2 X C I .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 27
EXERCCIOS SUPLEMENTARES
1. Seja 1 2 1 3
0 1 1 3
A , 0 1 2 1
1 1 0 0
B e 2 1
1 1
C .
1.1 Calcule B AT ;
1.2 Determine 13
X A B CT .
2. Sendo A e B duas matrizes quadradas da mesma ordem, em que condies se verifica a
igualdade 2 2 22 A B A AB B ?
Solues:
1.1 No possvel. 1.2 2 2 2 0
0 2 1 3
1.3 2 2 2 0
0 2 1 3
1.4
2 0
2 2
2 1
0 3
1.5 A 1.6 2 2 2 0
0 2 1 3
1.7 No possvel. 1.8
2 0
0 2
4 0
2 4
1.9 1 4 2 3
0 1 2 0
1.10 A 1.11
1 0 2 1
2 1 4 0
0 1 0 2
1 1 2 1
1.12 0 3
4 3
1.13 0 4
3 3
1.14
1 2 0 1
0 1 1 1
2 4 0 2
1 0 2 1
1.15 0 4
3 3
1.16 1 3
4 2
1.17 No possvel. 1.18 No possvel. 1.19 36 12
9 45
1.20 5I
2.1 4 5
5 4
M 2.2 1 5 1 5
2 5 3 5
X
28 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
3. Sejam U e V duas matrizes de ordem n simtricas. Prove que UV simtrica se U e V
so permutveis e vice-versa.
1.6.2 MATRIZ INVERSA
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Calcule a inversa da matriz 3 6
1 4
A = , recorrendo definio de inversa de uma matriz.
Resoluo:
Vamos usar a Definio 1.24: 12
A A I .
3 6 1 2 3
3 6 1 0 3 6 3 6 1 0 3 6 0 1
1 4 0 1 4 4 0 1 4 0 1 6
4 1 1 2
a c a
a b a c b d b d b
c d a c b d a c c
b d d
Logo 12 3 1
1 6 1 2
A .
2. Calcule a inversa da matriz
0 0 2
2 1 1
1 1 1
B pelo mtodo da condensao.
Resoluo:
Para utilizarmos este mtodo devemos ampliar a matriz B com a matriz identidade e de
seguida aplicar operaes elementares sobre as linhas da matriz assim obtida at que a
matriz do lado esquerda seja a matriz identidade. A matriz inversa corresponde matriz
que surge do lado direito.
Solues:
1.1 3 0
3 1
1.2 3 0
1 4 3
X
2. Se A e B forem permutveis.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 29
3 1
0 0 2 1 0 0 1 1 1 0 0 1
2 1 1 0 1 0 2 1 1 0 1 0
1 1 1 0 0 1 0 0 2 1 0 0
l l
22 2 1 1 1 2
1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1
0 1 1 0 1 2 0 1 1 0 1 2
0 0 2 1 0 0 0 0 2 1 0 0
l l l l l l
13
22 2 33
1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1
0 1 1 0 1 2 0 1 0 1 2 1 2
0 0 1 1 2 0 0 0 0 1 1 2 0 0
l l ll l
Ento, 10 1 1
1 2 1 2
1 2 0 0
B
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Sejam 1 2
3 2
A e 2 1
1 1
B . Determine a matriz X que verifica 14 B X A .
2. Determine, se possvel, a matriz inversa das seguintes matrizes:
2.1
1 2 0
2 4 1
2 3 1
A 2.2
1 1 1
1 1 0
2 1 2
B 2.3
2 1 12
1 0 3
3 1 4
C
2.4
0 1 1
1 1 1
1 0 1
D 2.5
2 1 1
0 2 1
3 0 1
E 2.6
1 2 1
1 0 1
2 4 2
F
3. Seja 4A I e 42B I . Calcule 1
A e 1B .
30 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
EXERCCIOS SUPLEMENTARES
1. Considere a matriz
2 1 1 1
3 2 0 1
1 1 3 2
0 1 2 1
A .
1.1 Mostre que 1
1 1 32
2 2 2
1 3 75
2 2 2
0 1 3 5
1 1 54
2 2 2
A a matriz inversa da matriz A .
1.2 Obtenha a matriz 1A pelo mtodo da condensao de matrizes.
Solues:
1. 5 3
8 4
X
2.1 1
7 2 2
4 1 1
2 1 0
A 2.2 1
2 3 1 1 3
2 3 0 1 3
1 1 0
B 2.3 1
3 16 3
5 28 6
1 5 1
C
2.4 1
1 1 2
0 1 1
1 1 1
D 2.5 1
2 1 31
3 1 25
6 3 4
E 2.6 No possvel.
3. 1
4 A I e 1 4
1
2
B I .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 31
1.6.3 EQUAES ENVOLVENDO MATRIZES
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Seja 1 1
3 2
A uma matriz invertvel.
1.1 Calcule 2A .
1.2 Resolva em ordem a X , matriz regular, a seguinte equao matricial:
1
2 1
A A X AT .
Resoluo:
1.1 2 1 1 1 1 4 3
3 2 3 2 9 7
A A A .
1.2 Como A uma matriz regular ento as matrizes 2
A e AT so tambm regulares e,
portanto existem 1
2
A e 1
AT .
1
2 1 1 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2T T T T
P1.2 1.16 1.16 M1.5
A A X A A X A A A X A A A A A X I A A
1 1 1 1
1 1 1 1T T T T T T
1.16 1.16 M1.5 P1.3
A X A A A X A A IX A A X A A
1
11
T T
P1.2
X A A X A A .
Calculando 1A , obtm-se 1 2 1
3 1
A .
Fica ento: 2 1 1 3 1 4
3 1 1 2 2 7
X .
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Resolva em ordem a X as seguintes equaes matriciais, supondo que todas as operaes
so vlidas e que as matrizes envolvidas so regulares:
1.1
1 1
A X AB AT
T ;
1.2 2 14 2 B BX O ;
1.3 X A A BT ;
32 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
1.4 XAB B CX IT
T , sendo X uma matriz simtrica;
1.5 X A B B IT T .
EXERCCIOS SUPLEMENTARES
1. Resolva em ordem a X as seguintes equaes matriciais, supondo que todas as operaes
so vlidas e que as matrizes envolvidas so regulares:
1.1 1 XA B BA IT ;
1.2 1
1
F D XE FT
;
1.3 1 1
1 1
A X X A X A IT
T T T.
2. Mostre que sendo A e B matrizes regulares tais que AB C ento 1 1 A CB I .
Solues:
1.1 2 1 X A BT T
1.2 11
2
X B
1.3 1 X I A BT
T
1.4 1
1
X B A CT , se TA C admite inversa.
1.5 1 X B A BT T
Solues:
1.1 1 1 X A AB B AT
1.2 1
X EDT
1.3 1
X AT
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 33
1.6.4 CARACTERSTICA DE UMA MATRIZ
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Calcule a caracterstica da matriz
1 2 0 3
2 3 1 2
1 1 1 0
1 0 2 1
A .
Resoluo:
Para o clculo da caracterstica da matriz pelo mtodo da condensao, vamos anular todos
os elementos que esto abaixo da diagonal principal.
22
2 2 1 3 3 23 3 1 4 4 24 4 1
1 2 0 3 1 2 0 3 1 2 0 3
2 3 1 2 0 1 1 4 0 1 1 4
1 1 1 0 0 1 1 3 0 0 0 1
1 0 2 1 0 2 2 2 0 0 0 6
l l l l l ll l l l l ll l l
Sempre que aparecer um zero na diagonal devemos, se possvel, troc-lo por um valor no
nulo e as linhas nulas devem aparecer depois de todas as linhas no nulas.
63 4 4 4 3
1 2 0 3 1 2 3 0 1 2 3 0
0 1 1 4 0 1 4 1 0 1 4 1
0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0
0 0 0 6 0 0 6 0 0 0 0 0
c c l l l
A matriz est agora condensada uma vez que temos uma submatriz triangular da maior
ordem possvel sem zeros na diagonal e as linhas de zeros aparecem depois de todas as
linhas no nulas. Como a ordem dessa submatriz 3 conclui-se que 3Acar .
2. Sendo
1
1 1 1
1 1
M
a b
b
, calcule a e b de modo que 2Mcar .
Resoluo:
Comeamos por condensar a matriz M .
1 2 2 2 1 2 33 3 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 0 1 1 0 1 1
1 1 1 1 0 1 0 0 0 1
l l l l l c cl l l
a b
a b a b b a
b b b b
Vamos ento determinar a caracterstica da matriz em funo de a e de b .
34 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Se 1b ento 3, Mcar a , uma vez que temos uma submatriz triangular de
ordem 3 sem zeros na diagonal.
Se 1b obtemos a matriz
1 1 1
0 0 1
0 0 0
a . Condensando esta matriz temos
2 3
1 1 1 1 1 1
0 0 1 0 1 0
0 0 0 0 0 0
c ca a .
Neste caso, se 1a ento 2Mcar . Por outro lado, se 1a ento 1Mcar .
Finalmente, podemos dizer que para termos 2Mcar temos de fazer 1 1 b a .
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Calcule a caracterstica das seguintes matrizes:
1.1
1 3 1 3
2 8 3 4
3 3 8 16
A 1.2
3 2 1 4
2 2 1 2
5 4 2 6
B
1.3
2 1 3 3
4 3 8 4
6 18 3 16
C 1.4
2 3 1
5 6 3
3 3 2
1 0 1
D
1.5
2 1 3 4 3 2
1 2 0 5 2 1
1 0 3 2 1 1
1 3 3 5 3 1
E 1.6
1 0 2
2 1 1
1 2 0
1 1 0
F
2. Sem efetuar clculos, diga qual a caracterstica das seguintes matrizes:
2.1 5A I 2.2
1 1 1
2 2 2
3 3 3
A 2.3
1 1 0
2 1 0
7 3 0
C 2.4
1 1 1
1 2 1
1 2 1
D
3. Seja
1 2 1 5
0 3 5 2
2 2 2
3 0 2 1
Ak
. Determine k de modo que 4Acar .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 35
1.6.5 EXERCCIOS DE CONCLUSO DO CAPTULO
1. Considere as matrizes 1 1 0 0
2 1 3
3 1 1
AT
e
2 1 0
1 0 1
1 1 0
B .
1.1 Dada a seguinte equao matricial DYC I , sabendo que matriz D tem quatro linhas
e trs colunas e a matriz C tem cinco linhas, diga justificando, qual o tipo da matriz Y e
o nmero de colunas da matriz C .
1.2 Determine a matriz A , usando condensao.
1.3 Resolva a seguinte equao matricial 1 1 1( ) (3 ) BX A I T em ordem a X , supondo
que todas as operaes so vlidas e que as matrizes envolvidas so regulares.
2. Considere as matrizes
1 2 3
1 1 3
0 0 1
AT
e 1
2 1 0
1 0 1
1 1 0
B .
2.1 Dada a seguinte equao matricial DYC I , sabendo que a matriz D tem cinco
colunas, a matriz C tem trs linhas e quadrada, diga justificando, o tipo da matriz Y e
o nmero de linhas da matriz D .
2.2 Determine a matriz 1
A , usando condensao.
2.3 Resolva a seguinte equao matricial 11 3T A XB I em ordem a X , supondo
que todas as operaes so vlidas e que as matrizes envolvidas so regulares.
Solues:
1.1 3Acar 1.2 2Bcar 1.3 3Ccar
1.4 2Dcar 1.5 3Ecar 1.6 3Fcar
2.1 5Acar 2.2 1Bcar 2.3 2Ccar 2.4 2Dcar
3. 1k
36 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
3. Considere a seguinte matriz:
1 1 2
1 1
1 1
A a
b
.
3.1 Determine os valores de ,a b , para os quais a matriz regular.
3.2 Para 1a e 0b calcule, por condensao, 2A .
4. Considere as matrizes
1 0 1
1 1
2 4
A
k k
k k k
k k
e
1 0 2
2 1 1
1 2 0
1 1 0
B , k .
4.1 Discuta a caracterstica da matriz A , em funo da variao do parmetro k .
4.2 Para 0k , determine a matriz M , que verifica: M A B A B M I .
4.3 Resolva a equao matricial em ordem a X :
E X I I ECDT TT , supondo
que todas as operaes so vlidas e que as matrizes envolvidas so regulares.
5. Considere a matriz 1
2 1
Dp
.
5.1 Calcule a matriz C , permutvel com D e cujos elementos da 1 linha so todos iguais
a 1.
5.2 Faa 1p e calcule 1D .
6. Seja
0 1
1 0 1
1 0
A
a
a
, a ;
6.1 Determine o valor do parmetro a de modo que A seja regular.
6.2 Suponha 2a .
6.2.1 Sem efetuar clculos, indique a caracterstica de 1
7A . Justifique.
6.2.2 Resolva a equao matricial: 1
1 1
A X B I A B
TT
em ordem a X ,
supondo que todas as operaes so vlidas e que as matrizes envolvidas so
regulares.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 37
7. Seja 1
1
Ap
q, ,p q .
7.1 Determine os valores de p e de q para os quais a matriz A singular.
7.2 Para 0p q , resolva em ordem a B a equao matricial: 1
22 3
B A I A AT T ,
supondo que todas as operaes so vlidas e que as matrizes envolvidas so regulares.
Solues:
1.1
: 3 5; :5 4 Y C 1.2
4 7 51
0 1 14
0 3 1
A 1.3 1
9 12 6
3 6 3 3
6 3 9
X A B
2.1 : 5 3; :3 5 Y D 2.2 11 1 0
2 1 0
9 6 1
A 2.3
1 1 3 1 3
5 3 2 3 1 3
4 3 4 3 1
X
3.1 2 1a b 3.2 2
2 1 2
1 2 1
1 0 2
A
4.1 3, Acar k 4.2 4 2 1 2
3 2 0
3 1 1 2
M 4.3 1 X CD E I
5.1 1 1
2 1
Cp
, \ 0p 5.2 11 1
2 1
D
6.1 \ 0a 6.2.1 1
37
Acar 6.2.2
1 X A B A I B
TT T
7.1 1
qp
, 0p 7.2 3 2
2 3
B
38 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
CAPTULO 2 DETERMINANTES
2.1 PERMUTAES
Sejam n e 1, 2, , nN n .
Definio 2.1 [Permutao]
Chama-se permutao do conjunto nN a toda a aplicao bijetiva : n np N N .
Designamos o conjunto de todas as permutaes de nN por nP . O nmero de permutaes do
conjunto nN dado por !n . Assim, 1 2 !, ,n nP p p p , onde , 1 ! ip i n , representa uma
permutao de nN .
Representao
Representamos a permutao ip de nN , 1 !i n , como
1 2
1 2i
i i i
np
p p p n
(2.1)
Exemplo 2.1 [Permutao]
i) Seja 2 1,2N . Existem 2! 2 permutaes de 2N .
Ento, 2 1 2,P p p onde
1
1 2
1 2p
, 21 2
2 1p
.
ii) Seja 3 1,2,3N . Existem 3! 6 permutaes de 3N .
Ento, 3 1 2 3 4 5 6, , , , ,P p p p p p p onde
1
1 2 3
1 2 3p
, 21 2 3
2 3 1p
, 31 2 3
3 1 2p
,
4
1 2 3
1 3 2p
, 51 2 3
2 1 3p
, 61 2 3
3 2 1p
.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 39
Definio 2.2 [Sinal ou paridade da permutao]
Seja
1 2
1 2
np
p p p n
uma permutao de nN . Seja r o nmero de pares
ordenados ,i j com 1 i j n tais que p i p j . Chama-se sinal ou paridade da
permutao p ao nmero inteiro representado por sgn p , onde
1 se par
sgn1 se mpar
rp
r
(2.2)
Se sgn 1p a permutao diz-se par e se sgn 1p a permutao diz-se mpar.
Exemplo 2.2 [Sinal da permutao]
i) Seja 21 2
2 1p N
. Existe apenas um par ,i j com 1 2i j para o qual
p i p j que 1,2 . Logo 1r e, consequentemente, a permutao mpar.
ii) A permutao 31 2 3
1 2 3p N
par, porque no h nenhum par ,i j com
1 i j n que satisfaa p i p j . Logo 0r .
iii) Seja 31 2 3
3 2 1p N
. Os pares ,i j com 1 3i j para os quais p i p j
so 1,2 , 1,3 e 2,3 . Logo 3r e, consequentemente, a permutao mpar.
iv) No Exemplo 2.1i) a permutao 1p par e a permutao 2p mpar.
v) No Exemplo 2.1ii) as permutaes 1p , 2p e 3p so pares. As permutaes 4p , 5p e
6p so mpares.
40 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2.2 DETERMINANTES - DEFINIO E REPRESENTAO
Definio 2.3 [Determinante]
Seja ij n na M A . Chama-se determinante da matriz A e denota-se por A ao
nmero assim definido
!
1 1 2 2
1
sgn i i i
n
i p p np n
i
p a a a
A (2.3)
onde ip uma permutao do conjunto nN .
O determinante de uma matriz A de ordem n representa-se por
11 12 1
21 22 2
1 2
A
n
n
n n nn
a a a
a a a
a a a
(2.4)
Assim,
Se 11aA ento 11aA
Se 11 12
21 22
a a
a a
A ento (ver o Exemplo 2.2iv))
1 1 2 21 2 11 22 12 211 1 2 2 1 1 2 2sgn sgnp p p pp a a p a a a a a a A
Se
11 12 13
21 22 23
31 32 33
a a a
a a a
a a a
A ento (ver o Exemplo 2.2v))
1 1 1 2 2 2
3 3 3 4 4 4
5 5 5 6 6 6
1 21 1 2 2 3 3 1 1 2 2 3 3
3 41 1 2 2 3 3 1 1 2 2 3 3
5 61 1 2 2 3 3 1 1 2 2 3 3
11 22 33 12 23 31 13 21 32 11 23 32 12 21 33 13 22 31
sgn sgn
sgn sgn
sgn sgn
p p p p p p
p p p p p p
p p p p p p
p a a a p a a a
p a a a p a a a
p a a a p a a a
a a a a a a a a a a a a a a a a a a
A
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 41
Para o clculo do determinante de ordem trs pode recorrer-se a uma regra prtica
denominada regra de Sarrus, que se encontra esquematizada a seguir.
11 12 13
21 22 23 11 22 33 21 32 13 31 12 23 13 22 31 23 32 11 33 12 21
31 32 33
11 12 13
21 22 23
a a a
a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a
a a a
a a a
a a a
A
Exemplo 2.3 [Clculo do determinante pela regra de Sarrus]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . Vamos calcular o determinante da matriz A usando a regra de
Sarrus.
Comeamos por ampliar o determinante acrescentando as duas primeiras linhas no fim e de
seguida fazemos o produto das diagonais.
1 0 2
1 1 0 1 1 1 1 1 2 0 0 0 2 1 0 0 1 1 1 0 1 3
0 1 1
A
1 0 2
1 1 0
2.3 TEOREMA DE LAPLACE
Definio 2.4 [Menor complementar]
Seja ij n na M A , 2n . Define-se menor complementar ijM do elemento ija como
sendo o determinante que se obtm suprimindo a linha i e a coluna j de A .
Definio 2.5 [Complemento algbrico]
Seja ij n na M A , 2n . Define-se complemento algbrico ijA do elemento ija da
seguinte forma
1 i jij ijA M
(2.5)
onde ijM representa o menor complementar do elemento ija .
42 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Exemplo 2.4 [Menor complementar e complemento algbrico]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A .
i) O menor complementar do elemento 11a 111 0
1 1 0 1 11 1
M
. O
complemento algbrico do elemento 11a 1 1
11 11 111 1A M M
.
ii) O menor complementar do elemento 12a 121 0
1 1 0 0 10 1
M
. O
complemento algbrico do elemento 12a 1 2
12 12 121 1A M M
.
Teorema 2.1 [Teorema de Laplace (TL)]
O determinante de uma matriz ij n na M A , igual soma dos produtos que se
obtm multiplicando cada um dos elementos de uma das suas linhas (ou colunas) pelo
respetivo complemento algbrico.
Exemplo 2.5 [Teorema de Laplace (TL)]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . Calcular o A , usando o Teorema de Laplace, desenvolvido
atravs da
i) 1 linha;
ii) 3 coluna.
Resoluo
i) 11 12 13TL 1 linha
1 0 2
1 1 0 1 0 2
0 1 1
A A A
A
1 1 1 311 131 1 2 1M M
1 1
1 0 1 11 1 2 1 1 2 3
1 1 0 1
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 43
ii) 13 23 33TL 3 coluna
1 0 2
1 1 0 2 0 1
0 1 1
A A A
A
1 3 3 313 33
1 1
1 1 1 02 1 1 1 2 1 1 1 2 1 3
0 1 1 1
M M
Observao
A matriz inversa de uma matriz quadrada, caso esta exista, pode ser calculada usando o
determinante, da seguinte forma:
11 T
Adj A AA
onde Adj A representa a matriz adjunta da matriz A , que se obtm de A pelo seguinte
processo:
1) Calculam-se os complementos algbricos de todos os elementos de A ;
2) Substitui-se cada elemento de A pelo seu complemento algbrico.
Exemplo
Seja 1 2
3 4
A . Vamos calcular a matriz inversa de A usando a matriz adjunta.
1 24 6 2 0
3 4 A
1 111 1 4 4A
; 1 212 1 3 3A
; 2 121 1 2 2A
; 2 222 1 1 1A
Logo, 4 3
2 1Adj
A .
Ento, 12 1
4 313 1
2 122 2
T
A .
44 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2.4 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES
Sejam , , n nM A B C , k e m . Ento, so vlidas as seguintes propriedades
P2.1 O determinante da matriz A e o da sua transposta so iguais, isto , TA A ;
P2.2 Se a matriz A possui uma linha (ou coluna) nula ento 0A ;
P2.3 Se a matriz A tem duas linhas (ou colunas) proporcionais ento 0A ;
P2.4 Se uma matriz B resulta da matriz A pela troca da posio relativa de duas
linhas (ou colunas) de A ento B A ;
P2.5 Se uma matriz B resulta da matriz A quando uma nica linha (ou coluna) de A
multiplicada por k ento kB A ;
P2.6 Se as matrizes A , B e C diferem somente numa linha (ou coluna), por exemplo,
na m sima linha (ou coluna), e se a m sima linha (ou coluna) da matriz A puder
ser obtida somando as entradas correspondentes das m simas linhas (ou colunas) das
matrizes B e C , ento
A B C (2.6)
P2.7 Se uma matriz B resulta da matriz A quando um mltiplo de uma linha (ou
coluna) de A somado a uma outra linha (ou coluna) de A ento B A ;
P2.8 O determinante de uma matriz A triangular superior, inferior ou diagonal igual
ao produto dos elementos da diagonal principal.
11 12 1 11 11
22 2 21 22 2211 22
1 2
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0
n
nnn
nn n n nn nn
a a a a a
a a a a aa a a
a a a a a
(2.7)
P2.9 A matriz A invertvel se e s se 0A ;
P2.10 AB A B ;
P2.11 1 1 A
A, se A for uma matriz invertvel;
P2.12 car nA se e s se 0A .
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 45
Exemplo 2.6 [P2.1]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . No Exemplo 2.5 verificamos que 3A . Vamos verificar que
3T A .
1 1 0
0 1 1
2 0 1
T
A . Ento 11 12 13TL 1 linha
1 1 0
0 1 1 1 1 0
2 0 1
T A A A
A
1 1 1 2
1 2
1 1 0 11 1 1 1 1 2 3
0 1 2 1
Exemplo 2.7 [P2.2]
Seja
1 0 2
0 0 0
0 1 1
A . Vamos verificar que 0A .
21 22 23TL 2 linha
1 0 2
0 0 0 0 0 0 0
0 1 1
A A A
A
Exemplo 2.8 [P2.3]
Seja
1 0 2
2 0 4
0 1 1
A , onde se verifica que 2 12 l l (isto , a linha dois proporcional
linha um). Vamos verificar que 0A .
1 1 1 311 12 13 11 13TL 1 linha
4 2
1 0 2
2 0 4 1 0 2 1 1 2 1
0 1 1
0 4 2 01 1 2 1 4 4 0
1 1 0 1
A A A M M
A
46 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Exemplo 2.9 [P2.4]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . No Exemplo 2.5 verificamos que 3A . Vamos verificar que
3 A , onde A resulta da matriz A trocando a primeira linha com a segunda, isto ,
1 1 0
1 0 2
0 1 1
A .
31 32 33TL 3 linha
1 1 0
1 0 2 0 1 1
0 1 1
A A A
A
3 2 3 3
2 1
1 0 1 11 1 1 1 2 1 3
1 2 1 0
Exemplo 2.10 [P2.5]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . No Exemplo 2.5 verificamos que 3A . Vamos verificar que
5 3 15 A , onde A resulta da matriz A multiplicando a segunda linha por cinco,
isto ,
1 0 2
5 5 0
0 1 1
A .
13 23 33TL 3 coluna
1 3 3 3
5 5
1 0 2
5 5 0 2 0 1
0 1 1
5 5 1 02 1 1 1 10 5 15
0 1 5 5
A A A
A
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 47
Exemplo 2.11 [P2.6]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . No Exemplo 2.5 verificamos que 3A .
Sejam
1 1 2
1 1 0
0 2 1
B e
1 1 2
1 0 0
0 1 1
C , ou seja, duas matrizes cuja soma dos
elementos da segunda coluna igual segunda coluna da matriz A e as restantes colunas
so iguais. Ento,
1 0 2 1 1 2 1 1 2
1 1 0 1 1 0 1 0 0
0 1 1 0 2 1 0 1 1
A B C .
Confirmemos,
1 3 3 313 23 33TL 3 coluna
2 2
1 1 21 1 1 1
1 1 0 2 0 1 2 1 1 1 60 2 1 1
0 2 1
A A A
B
1 3 3 313 23 33TL 3 coluna
1 1
1 1 21 0 1 1
1 0 0 2 0 1 2 1 1 1 30 1 1 0
0 1 1
A A A
C
Ento, 6 3 3 A B C .
Exemplo 2.12 [P2.7]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . No Exemplo 2.5 verificamos que 3A . Seja B a matriz que se
obtm da matriz A multiplicando a primeira linha de A por quatro e somando com a linha
trs, isto , 3 3 14
1 0 2 1 0 2
1 1 0 1 1 0
0 1 1 4 1 9
A Bl l l
. Calculemos o determinante de B .
2 2 3 212 22 32TL 2 coluna
1 2
1 0 21 2 1 2
1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 34 9 1 0
4 1 9
A A A
B =
Ou seja, B A .
48 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Exemplo 2.13 [P2.8]
Seja
2 1 3 4
0 1 2 0
0 0 5 1
0 0 0 1
A , uma matriz triangular superior.
1 111 21 31 41
TL 1 coluna
1 111 21 31 11
TL 1 colunaTL 1 coluna
1 111
2 1 3 41 2 0
0 1 2 02 0 0 0 2 1 0 5 1
0 0 5 10 0 1
0 0 0 1
1 2 05 1
2 0 5 1 2 1 0 0 2 1 2 1 10 1
0 0 1
2 1 5 2 1 5 1 1 2 1 5
A A A A
A A A A
A
A =
1 10
O determinante corresponde ento ao produto dos elementos da diagonal principal.
Exemplo 2.14 [Clculo do determinante usando as propriedades]
Seja
1 0 2
1 1 0
0 1 1
A . No Exemplo 2.5 verificamos que 3A . Vamos transformar o A
no determinante duma matriz triangular superior usando as propriedades dos determinantes
e de seguida aplicar a propriedade P2.8.
2 2 1 3 3 2
P2.7 2.7 2.81 0 2 1 0 2 1 0 2
1 1 0 0 1 2 0 1 2 1 1 3 3
0 1 1 0 1 1 0 0 3
P P
l l l l l l
A
Exemplo 2.15 [Clculo do determinante usando as propriedades]
Seja
5 0 1 3
2 3 1 1
4 1 2 1
3 3 1 1
A . Vamos transformar o A no determinante duma matriz
triangular superior usando as propriedades dos determinantes e de seguida aplicar a
propriedade P2.8.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 49
1 3 2 2 1
3 3 1
4 4 1
4 4 2 2 3 3 3 2
2.4 2.7
2
2.7 2.4 2.7
3
5 0 1 3 1 0 5 3 1 0 5 3
2 3 1 1 1 3 2 1 0 3 7 4
4 1 2 1 2 1 4 1 0 1 6 5
3 3 1 1 1 3 3 1 0 3 8 2
1 0 5 3 1 0 5 3 1 0 5 3
0 3 7 4 0 1 6 5 0 1 6 51
0 1 6 5 0 3 7 4 0
0 0 1 2 0 0 1 2
P P
c c l l ll l ll l l
P P P
l l l l l l l l
A
4 4 3
3 3
2.5 2.7 2.8
1
11
0 11 11
0 0 1 2
1 0 5 3 1 0 5 3
0 1 6 5 0 1 6 511 11 11 1 1 1 3 33
0 0 1 1 0 0 1 1
0 0 1 2 0 0 0 3
P P P
l l ll l
50 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2.5 EXERCCIOS
2.5.1 CLCULO DE DETERMINANTES DE 2 E 3 ORDENS
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Calcule os determinantes:
1.1 2 1
3 5
1.2
3 1 2
1 1 0
2 4 1
Resoluo:
1.1 Determinante de 2 ordem. Regra prtica.
2 1
2 5 3 1 133 5
.
1.2 Determinante de 3 ordem. Vamos calcular o determinante usando a regra de Sarrus.
Comeamos por ampliar o determinante acrescentando as duas primeiras linhas no fim e de
seguida fazemos o produto das diagonais.
3 1 2
1 1 0 3 1 1 1 4 2 2 1 0 1 1 1 3 4 0 2 1 2 10
2 4 1
3 1 2
1 1 0
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Calcule os determinantes:
1.1 12 3
4 5
1.2 2
1 2 1
2 0 3
1 1 1
1.3 3
1 4 0
3 1 2
1 0 1
Solues:
1.1 1 22 . 1.2 2 7 1.3 3 3
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 51
EXERCCIOS SUPLEMENTARES
1. Calcule os determinantes:
1.1 11 2
3 4 1.2 2
1 0 0
0 1 0
0 0 1
1.3 3
2 0 0
0 2 0
0 0 2
2.5.2 TEOREMA DE LAPLACE
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Calcule
1 2 1 0
2 3 1 1
1 1 4 2
1 1 1 0
, aplicando o teorema de Laplace.
Resoluo:
Aplicando o Teorema de Laplace 4 coluna vem:
14 24 34 44TL 4 coluna
1 2 1 0
2 3 1 10 1 2 0
1 1 4 2
1 1 1 0
A A A A
2 4 3 424 34 24 341 2 1 1 2 1
A A M M
11 11
1 2 1 1 2 1
1 1 1 1 4 2 1 2 3 1 11 2 11 33
1 1 1 1 1 1
Solues:
1.1 1 2 . 1.2 2 1 1.3 3 8
52 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Considere a matriz
4 1 0
1 2 3
2 3 4
A .
1.1 Indique o menor complementar e o complemento algbrico do elemento 32a de A .
1.2 Calcule A utilizando o teorema de Laplace.
2. Seja o determinante
1 1 2 3
0 3 2 0
2 1 3 0
4 2 1 1
. Calcule , aplicando o teorema de Laplace:
2.1 2 linha;
2.2 4 coluna.
3. Calcule o determinante
5 0 1 3
2 3 1 1
4 1 2 1
3 3 1 1
aplicando o teorema de Laplace.
EXERCCIOS SUPLEMENTARES
1. Considere a matriz
3
2
32
A
nx nz ny n x
x y y n x
ny nx ny nx n x
.
1.1 Indique o menor complementar e o complemento algbrico do elemento 32a de A .
1.2 Calcule o valor do complemento algbrico do elemento 31a de A .
Solues:
1.1 324 0
1 3
M e 3 2
32 321A M
1.2 6
2.1 105 2.2 105
3. 33
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 53
2. Calcule os seguintes determinantes aplicando o teorema de Laplace:
2.1 11 2
3 4
2.2 2
0 2 5
1 0 2
1 2 3
2.3 3
2 1 0 3
0 2 1 4
2 2 1 1
0 1 3 1
2.5.3 CLCULO DE DETERMINANTES USANDO PROPRIEDADES
EXERCCIOS RESOLVIDOS
1. Considere o seguinte determinante
1 2 3 4
1 7 8 9
0 3 2 4
1 6 11 6
.
1.1 Sem calcular o determinante, represente um determinante de 3 ordem igual ao
determinante dado.
1.2 Calcule o determinante, aplicando apenas propriedades.
Resoluo:
1.1 Se aplicarmos o Teorema de Laplace a qualquer uma das linhas (colunas) do
determinante dado, obtm-se sempre uma soma de vrios determinantes e no um nico
como pretendido. Ento, vamos aplicar as propriedades dos determinantes de forma a
obtermos uma coluna com apenas um elemento no nulo.
7
1 1
TL 1 coluna2 2 14 14
1 2 3 4 1 2 3 45 5 5 5 5 5
1 7 8 9 0 5 5 51 1 3 2 4 3 2 4
0 3 2 4 0 3 2 44 8 2 4 8 2
1 6 11 6 0 4 8 2
P
l l ll l l
Solues:
1.1
3
32 2
nx nz n xM
x y n x e
3 2
32 321A M
1.2 31 0A
2.1 1 2 2.2 2 0 2.3 3 22
54 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Ento
5 5 5
3 2 4
4 8 2
um determinante de 3 ordem igual ao determinante dado.
1.2 Vamos transformar o determinante no determinante duma matriz triangular superior
usando as propriedades dos determinantes e de seguida usar a propriedade P8.
2 2 1 2 2 4 3 3 2
4 4 1 4 4 2
4 4 33 3
2.7 2.7 2.7
34
2.5 2.7
1 20
11
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 7 8 9 0 5 5 5 0 1 3 3 0 1 3 3
0 3 2 4 0 3 2 4 0 3 2 4 0 0 11 5
1 6 11 6 0 4 8 2 0 4 8 2 0 0 20 10
1 2 3 4 1 2 3 4
0 1 3 3 0 1 3 311 11
0 0 1 5 11 0 0 1
0 0 20 10
P P P
l l l l l l l l ll l l l l l
P P
l l ll l
2.8 1011 1 1 1 10
5 11 11
0 0 0 10 11
P
2. Mostre, utilizando apenas propriedades, que
1 5 4 2 1
2 1 3 5 1
04 9 11 1 3
0 2 1 0 0
1 1 1 1 1
.
Resoluo:
2.7 2.3
22 2 1
1 5 4 2 1 1 5 4 2 1
2 1 3 5 1 4 9 11 1 3
04 9 11 1 3 4 9 11 1 3
0 2 1 0 0 0 2 1 0 0
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
P P
l l l
.
3. Resolva a seguinte equao:
1 1
1 1 0
1 1
b
b
b
.
Resoluo:
Pela regra de Sarrus obtemos 3
1 1
1 1 0 3 2 0
1 1
b
b b b
b
, ou seja, temos que
determinar as razes de um polinmio do 3 grau.
Para evitarmos este mtodo, vamos usar propriedades para o clculo do determinante.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 55
2.7 2.7 2.5
2
11 1 2 1 1 3 1
1 1 1 1 2 1 1 1
1 1 2 1 2 1 2 1 1
1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1
P P P
cc c c c c cc
b
b b b b b b
b b b b b b
b b b
2.7 2.7 2.8
2 2 1 3 23 3 1
1 1 1 1
2 0 1 1 2 0 1 1 2 1 1
0 1 0 0 0 1
P P P
l l l c cl l l
b b
b b b b b b b b b
b b
A equao a resolver ento:
2 1 1 0 2 1b b b b b (raiz dupla).
EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Sem efetuar clculos, diga qual o valor dos seguintes determinantes, indicando as
propriedades utilizadas:
1.1 1
1 2 1
0 0 0
9 7 3
1.2 2
1 0 0
0 2 0
0 0 3
1.3 3
1 0 0
10 2 0
20 30 3
2. Sabendo que
1 2 3
2 1 4 5
0 3 5
, diga, justificando qual o valor dos determinantes:
2.1 1
1 2 6
2 1 8
0 3 10
2.2 2
1 2 3
2 1 4
0 6 10
2.3 3
2 4 6
4 2 8
0 6 10
2.4 4
2 1 3
1 2 4
3 0 5
2.5 5
2 1 4
0 3 5
1 2 3
3. Calcule os seguintes determinantes, utilizando apenas as propriedades:
3.1 1
1 2 5
1 0 2
1 2 3
3.2 2
1 1 0 3
2 1 2 1
2 1 1 1
0 1 3 1
3.3 3
2 1 0 3
0 2 1 4
2 2 1 1
0 1 3 1
56 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
3.4 4
4 0 1 3
0 2 2 1
2 2 1 1
0 1 0 1
3.5 5
1 0 0 0 0
2 1 0 0 0
0 2 1 2 0
0 0 2 1 2
0 0 0 2 1
4. Seja
2 2 3
6 0 2
2 1 1
A e
6 3 2
4 4 2
4 4 4
B . Sabendo que 1 10 A e que 2 24 B ,
diga qual o valor de:
4.1 3 A B 4.2 4 B A 4.3 1
5 A 4.4 Bcar
5. Seja
5 0 1 3
2 3 1 1
4 1 2 1
3 3 1 1
.
5.1 Calcule o determinante aplicando propriedades.
5.2 Com base no determinante dado encontre:
5.2.1 um determinante de 5 ordem sem elementos nulos e igual a ;
5.2.2 um determinante de 3 ordem, cujos elementos da 2 linha sejam todos iguais a
1 e igual a 2 .
6. Calcule os seguintes determinantes, utilizando apenas propriedades:
6.1 1
a b c
c a b
b a c
6.2 2
a b c d
a b c d
a b c d
a b c d
7. Decomponha o determinante
2
1 3
2 4
2
x x
x x
x x x
num produto de fatores.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 57
8. Resolva as equaes:
8.1 1
02 1
3 2 1
x x x x
x x x
x x
x
8.2
1 1 1
2 1 0
6 1 11
x x
x x x
x
EXERCCIOS SUPLEMENTARES
1. Sabendo que 3 0 2 1
1 1 1
x y z
calcule:
1.1 1 3 3 3 3 2
1 1 1
x y z
x y z
x y z
1.2 2
1 1 1
4 1 3
1 1 1
x y z
Solues:
1.1 1 0 1.2 2 6 1.3 3 6
2.1 1 10 2.2 2 10 2.3 3 40 2.4 4 5 2.5 5 5
3.1 1 4 3.2 2 30 3.3 3 22 3.4 4 22 3.5 5 7
4.1 3 240 4.2 4 240 4.3 51
10 4.4 3Bcar
5.1 33 5.2.1 Por ex.
1 2 4 2 2
5 5 5 1 3
2 2 5 1 1
4 4 3 2 1
3 3 6 1 1
5.2.2 Por ex.
0 10 24
1 1 1
0 5 3 13 5
6.1 1 a b c a b c b 6.2 2 8abcd
7. 1 2 2x x x x
8.1 0 1x x 8.2 5 3 1x x x
58 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2. Decomponha os determinantes seguintes num produto de fatores:
2.1 1
2a a a
a b b a
a c b a
2.2 2
1 2
1 2
1 2
2 1
x y
x y
x y
y x
3. Com base no determinante 1 dado e sem o resolver, encontre um outro determinante 2 ,
apenas com elementos inteiros tal que 2 1k , com k real, e determine o valor de k .
1
2 3 1 6 2
1 2 3 4 1
1 3 4
4. Com base no determinante dado e sem o resolver, encontre um outro determinante de 4
ordem com valor simtrico do dado e apenas com elementos positivos.
2 3 1
1 2 4
4 1 2
5. Sem aplicar a regra de Sarrus nem o teorema de Laplace, mostre que:
2 3 2 2
2
8 4 7 1 4 7
2 4 2 8 2 1 2 2 8
3 2 1 9 3 1 9
x x x x
x x x
x
6. Sem calcular os determinantes 1 e 2 , escreva um outro determinante , de modo que
1 2 :
1
1 2 3 4
1 7 8 9
0 3 2 4
1 6 11 6
2
3 4 2
3 2 4
4 8 2
7. Recorrendo apenas s propriedades dos determinantes, demonstre que constante, sendo
2
2
2
1 0 2
2 4 4 4
3 5 6 5 1
y
y y
y y
.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 59
8. Considere
1 2 1
1 4 3
1 2 1
. Sem calcular , escreva uma matriz A de ordem 4 tal que A
tenha um tero de , com elementos todos negativos e em que os elementos da terceira linha
sejam iguais a -3.
9. Mostre, utilizando propriedades, que 0x raiz da equao:
0
0 0
0
x a x b
x a x c
x b x c
, , ,a b c .
10. Considere o determinante:
1 1 0 1
1 3 1 2
1 3 2 1
1 1 4 0
. Mostre que 1 , aplicando o
teorema de Laplace terceira coluna.
11. Sendo
2 2
2 21
2 2
2
3
4
a a a
b b b
c c c
e
2 2
2 22
2 2
3 4
4 6
5 8
a a a
b b b
c c c
, verifique, sem resolver os determinantes,
que 2 12 .
12. Seja A uma matriz ortogonal, isto , 1 A AT . Mostre que 1 A .
60 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
2.5.4 EXERCCIOS DE CONCLUSO DO CAPTULO
1. Seja
1 0 1 1
2 1 1 3
0 1 1 2
1 1 2 1
A = e A .
1.1 Calcule , aplicando propriedades.
1.2 Com base no determinante escreva um determinante ' de 2 ordem que seja o
triplo de e com os elementos da 2 coluna iguais a 1.
2. Aplicando as propriedades dos determinantes, calcule:
1 2 3 4
2 2 3 4
2 3 2 1
2 3 4 1
.
Solues:
1.1 1 1 1.2 2 1
2.1 1 a a b c b 2.2 2 3 1 2 2x y x y x
3. 2
4 1 12
2 3 4
1 3 4
; 24k
4. Por ex:
1 4 4 4
1 2 1 3
1 3 3 7
1 6 2 5
6.
8 9 7
3 2 4
4 8 2
7. 4
8. Por ex:
4 9 1 3 7 9 2 3
3 3 5 7
3 3 3 3
5 3 5 5
A 10. 6 logo 66
11
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 61
3. Aplicando as propriedades, prove que
1 2 0 6
5 3 8 2
0 1 2 6
0 0 5 4
mltiplo de 3.
4. Seja
1 1 1
0 2 1
1 0 1
A e A . Com base no determinante escreva um determinante
1 de 4 ordem, que seja igual ao triplo de e sem elementos nulos.
5. Seja 1
1 5 2
3 0 2
0 3 4
e 2
1 1 1
3 0 2
0 3 4
. Com base nos determinantes 1 e 2 e sem
calcular os determinantes, escreva um determinante de 4 ordem tal que: 1 2 .
6. Considere a seguinte matriz:
3
3
3
a b
b a
b a
A , ,a b .
6.1 Calcule A utilizando apenas propriedades.
6.2 Com base na alnea anterior, condicione os valores de a e de b para que a
caracterstica da matriz A seja 3.
7. Seja
1 0 1 1
0 2 1 0
1 1 2 1
3 1 1 0
A e A .
7.1 Calcule aplicando propriedades.
7.2 Com base na alnea anterior e em , escreva um determinante de 3 ordem tal que
2 .
7.3 Utilizando o teorema de Laplace confirme que de facto 2 .
62 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
Solues:
1.1 32 1.2 Por ex. 126 1
30 1
2. 20
4. Por ex:
7 2 3 4
1 1 1 1
2 1 1 2
8 1 3 5
5. Por ex.
1 2 3 4
0 0 6 3
0 3 0 2
0 0 3 4
6.1 3 3a b b b a 6.2 3 0 3a b b a b
7.1 15 7.2 Por ex.
4 2 0
1 4 3
1 3 0
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 63
CAPTULO 3 SISTEMAS DE EQUAES LINEARES
3.1 DEFINIO E REPRESENTAO MATRICIAL
Sejam , , ,n m i j e ija , 1, , , 1, ,i m j n .
Definio 3.1 [Equao linear]
Chama-se equao linear nas incgnitas 1 2, , , nx x x , a uma equao do tipo
11 1 12 2 1n na x a x a x b (3.1)
onde 11 12 1, , , ,na a a b .
Os nmeros 11 12 1, , , na a a , so chamados coeficientes das incgnitas 1 2, , , nx x x e b o
termo independente da equao linear.
Exemplo 3.1 [Equao linear e no linear]
So lineares as equaes
1 0x ;
1 22 3x x .
No so lineares as equaes
21 0x ;
1 22 3x x .
Definio 3.2 [Soluo da equao linear]
Uma sequncia ordenada de nmeros reais 1 2, , , ns s s uma soluo da equao linear
(3.1) se se verificar 11 1 12 2 1n na s a s a s b .
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Exemplo 3.2 [Soluo da equao linear]
A sequncia 1, 2 soluo da equao linear 1 22 0x x pois 2 1 2 0 .
Definio 3.3 [Sistema de equaes lineares]
Um sistemas de equaes lineares, S , com n incgnitas, um conjunto de m equaes
lineares consideradas simultaneamente,
11 1 1 1
21 1 2 2
1 1
n n
n n
m mn n m
a x a x b
a x a x bS
a x a x b
. (3.2)
Temos, ento, um sistema de m equaes lineares a n incgnitas, 1 2, , , nx x x , com
coeficientes ija , 1, , , 1, ,i m j n e com termos independentes ib , 1, ,i m .
O sistema S pode escrever-se na forma matricial como
AX B (3.3)
onde
11 12 1 1 1
21 22 2 2 2
1 2
, ,
n
n
m m mn n m
a a a x b
a a a x b
a a a x b
A X B = . (3.4)
A matriz A a matriz do sistema ou matriz dos coeficientes, a matriz X a matriz das
incgnitas e a matriz B a matriz dos termos independentes.
A matriz
11 12 1 1
21 22 2 2
1 2
n
n
m m mn m
a a a b
a a a b
a a a b
A A B (3.5)
chama-se matriz completa do sistema.
EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP 65
Exemplo 3.3 [Sistema de equaes lineares na forma matricial]
O sistema
1 2 3 4
1 2 3 4
1 3
1 2 4
1
1
2 0
2
x x x x
x x x x
x x
x x x
, escreve-se na forma matricial como
1
2
3
4
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
1 0 2 0 0
1 1 0 1 2
x
x
x
x
AX B .
A matriz completa do sistema a matriz
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
1 0 2 0 0
1 1 0 1 2
A = .
Definio 3.4 [Soluo e conjunto soluo do sistema de equaes lineares]
Diz-se que 1 2, , , ns s s uma soluo do sistema de equaes lineares (3.2) se satisfaz
todas as m equaes do sistema em simultneo. O conjunto de todas as solues de um
sistema de equaes lineares denominado conjunto soluo, CS .
Exemplo 3.4 [Soluo de um sistema de equaes lineares]
Dado o sistema 1 2
11 2
2 0
1
x xS
x x
, ento 1
1 2,
3 3s
uma soluo do sistema 1S uma
vez que
1 22 0
3 3
1 21
3 3
.
66 EMECAN 2015/2016 ALGAN - ISEP
3.2 CLASSIFICAO DE SISTEMAS
Considere-se o sistema definido na forma matricial AX B .
A classificao de um sistema de equaes lineares com n incgnitas, representado
matricialmente por (3.3), pode fazer-se da seguinte forma
Tabela 3.1 Classificao de sistemas.
Sistema de
Equaes Lineares
AX B
Possvel
(tem pelo menos
uma soluo)
Determinado
SPD
(tem uma nica
soluo)
car car n