Sandra Fontes 2011

Embed Size (px)

Citation preview

  • CONDIES TCNICAS DE APLICAO DE TECTOS FALSOS SUSPENSOS EM

    GESSO CARTONADO

    SANDRA MARIA MOTA FERREIRA FONTES

    Dissertao submetida para satisfao parcial dos requisitos do grau de

    MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAO EM CONSTRUES CIVIS

    Orientador: Professor Doutor Jos Manuel Marques Amorim de Arajo Faria

    JUNHO DE 2011

  • MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2010/2011

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Tel. +351-22-508 1901

    Fax +351-22-508 1446

    [email protected]

    Editado por

    FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

    Rua Dr. Roberto Frias

    4200-465 PORTO

    Portugal

    Tel. +351-22-508 1400

    Fax +351-22-508 1440

    [email protected]

    http://www.fe.up.pt

    Reprodues parciais deste documento sero autorizadas na condio que seja

    mencionado o Autor e feita referncia a Mestrado Integrado em Engenharia Civil -

    2010/2011 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da

    Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2011.

    As opinies e informaes includas neste documento representam unicamente o ponto de

    vista do respectivo Autor, no podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou

    outra em relao a erros ou omisses que possam existir.

    Este documento foi produzido a partir de verso electrnica fornecida pelo respectivo Autor.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    i

    AGRADECIMENTOS

    Obrigada,

    por me ouvir calada,

    por me suportar chateada...

    Obrigada,

    pela sua sabedoria

    pelo seu conhecimento..

    Obrigada,

    pela sua fidelidade,

    pela sua sincera amizade...

    Obrigada,

    por estar sempre presente,

    quando estou to carente...

    Obrigada,

    por me emprestar o seu ombro,

    a sua vida,

    o seu abrao...

    Obrigada,

    por existir,

    pois hoje,

    isso o que me faz sorrir!!!!

    Obrigada!

    Professor Doutor Jos Manuel Marques Amorim de A. Faria

    Antnio Duarte

    Dr. Rui Oliveira

    Sr. Srgio Rocha

    Sr. Francisco Soares

    Ana Lcia Fontes

    Arq. Daniela Santos

    Ana Pinto

    Vnia Faria

    Helena Faria

    Belinha Quina

    Aos meus PAIS, pelo seu amor, carinho, dedicao e pacincia!

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    ii

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    iii

    RESUMO

    A presente dissertao insere-se no programa curricular do Mestrado Integrado em Engenharia Civil Especializao Construes Civis da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no ano

    lectivo 2010/2011 e tem como objectivo principal o estudo das Condies Tcnicas de Aplicao de

    Tectos Falsos em Gesso Cartonado.

    A pesquisa realizada teve como objectivo principal a preparao de fichas de inspeco e ensaio

    referentes execuo de trabalhos e ao controlo de materiais a aplicar em obra. Elas descrevem as

    principais tarefas a ter ateno na realizao de um trabalho de fiscalizao e encontram-se divididas

    em: Fichas de Recepo do Suporte, Fichas de Verificao dos Trabalhos, Fichas de Controlo de

    Recepo de Materiais e Check-List de Anomalias.

    Para alm das fichas, a investigao inclui ainda, a descrio de todos os materiais relacionados com a

    execuo dos tectos falsos, as solues construtivas correntes e a metodologia construtiva vulgarmente

    utilizada em Portugal.

    A parte final do trabalho inclui um caso de estudo real, onde se apresenta o projecto de um tecto falso

    em gesso cartonado e a aplicao das fichas de inspeco e ensaio elaboradas no captulo cinco. O

    tecto falso em questo diz respeito a uma farmcia localizada na rea metropolitana do Porto.

    Por fim, apresentam-se as principais concluses deste trabalho, onde se descrevem os objectivos

    atingidos.

    PALAVRAS-CHAVE: placas de gesso cartonado, solues construtivas, metodologia construtiva,

    caso de estudo, inspeco e ensaio.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    iv

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    v

    ABSTRACT

    This dissertation is part of the curriculum for the integrated Masters in Civil Engineering specialization in Civil (Building) Constructions at the University of Porto in the 2010 /2011 school

    year. Its main goal is to study technical conditions to apply plasterboard on suspended ceilings (The

    technical application of plasterboard on false ceilings).

    The surveys main purpose was to carry out a set of inspection and testing records (sheets) to check the performance on the assigned jobs and the control of the materials to be used in the building

    process.

    All these records (sheets) emphasize the main tasks one has to attend to on a surveillance work. They

    cover the following topics: Reception of the Support, Checking the Performance (Work), Controlling

    (Verifying) the Reception of Materials and Check-List for Irregularities.

    The research includes not only the above mentioned records (sheets) but also the description of all the

    materials used to build suspended ceilings and the most common building solutions and methods used

    in Portugal.

    At the end of this essay theres a real case study: the project of a false ceiling made of plasterboard and the corresponding testing records (sheets) referred to on chapter 5. This project belongs to a drugstore

    (pharmacy) in the city of Porto.

    And at last the major conclusions and achieved goals of this research work have also been presented.

    KEY - WORDS : plasterboard, building solutions, building methods, case study, surveillance, testing.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    vi

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    vii

    NDICE GERAL

    AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i

    RESUMO ................................................................................................................................. iii

    ABSTRACT ............................................................................................................................................... v

    1. INTRODUO .................................................................................................................... 1

    1.1. OBJECTO, MBITO E JUSTIFICAO .................................................................................. 1

    1.2. OBJECTIVOS .................................................................................................................... 2

    1.3. BASES DO TRABALHO DESENVOLVIDO .............................................................................. 2

    1.4. ORGANIZAO DA DISSERTAO ...................................................................................... 2

    2. MATERIAIS E ACABAMENTOS....................................................................... 5

    2.1. PROCESSO DE PRODUO DE PLACAS DE GESSO CARTONADO .......................................... 6

    2.1.1. TRITURAO DO GESSO .................................................................................................................... 6

    2.1.2. PRENSAGEM ..................................................................................................................................... 7

    2.1.3. CALCINAO .................................................................................................................................... 7

    2.1.4. PRODUO DE PLACAS ..................................................................................................................... 7

    2.1.5. ARMAZENAMENTO, CARREGAMENTO E LOGSTICA .............................................................................. 8

    2.2. CARACTERIZAO DAS PLACAS DE GESSO CARTONADO.................................................... 8

    2.2.1. ASPECTO GERAL .............................................................................................................................. 8

    2.2.2. DIMENSES ...................................................................................................................................... 8

    2.2.3. TIPO DE BORDOS .............................................................................................................................. 9

    2.2.4. PROPRIEDADES FSICAS E MECNICAS DAS PLACAS ........................................................................... 9

    2.2.5. TIPOS DE PLACAS ........................................................................................................................... 11

    2.3. CARACTERIZAO DOS ELEMENTOS DE SUPORTE ............................................................. 14

    2.3.1. FIXAES ....................................................................................................................................... 14

    2.3.2. PENDURAIS E VARES ROSCADOS .................................................................................................. 14

    2.3.3. SUSPENSES ................................................................................................................................. 15

    2.3.4. PERFIS METLICOS ......................................................................................................................... 15

    2.3.5. PEAS E ELEMENTOS AUXILIARES ................................................................................................... 17

    2.4. CARACTERIZAO DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO ........................................................ 19

    2.4.1.CARACTERIZAO DAS MASSAS ....................................................................................................... 19

    2.4.2. CARACTERIZAO DAS FITAS .......................................................................................................... 20

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    viii

    2.5. ACESSRIOS .................................................................................................................. 21

    3. SOLUES CONTRUTIVAS............................................................................. 23

    3.1. OBJECTO ....................................................................................................................................... 23

    3.2. TECTOS CORRENTES .................................................................................................................... 23

    3.2.1. TECTOS FIXOS OU DIRECTOS.......................................................................................................... 23

    3.2.2. TECTOS SUSPENSOS ...................................................................................................................... 24

    3.2.3. TECTOS REGISTRVEIS .................................................................................................................. 26

    3.2.4. COMPORTAMENTO MECNICO ........................................................................................................ 26

    3.2.5. TRATAMENTO DA CAIXAS DE AR EM TECTOS SUSPENSOS ................................................................ 26

    3.2.6. ESPESSURAS MNIMAS DE ACORDO COM O TIPO DE APLICAO ....................................................... 27

    3.2.7.DIMENSIONAMENTO ........................................................................................................................ 27

    3.3. TECTOS ESPECIAIS ....................................................................................................................... 28

    3.3.1. SISTEMAS DE PROTECO CONTRA FOGO ....................................................................................... 29

    3.3.2. SISTEMAS ANTI-RADIAES ........................................................................................................... 29

    3.3.3. SISTEMAS DE TECTOS DESENHADOS............................................................................................... 30

    3.3.4. SISTEMAS DE ISOLAMENTO ACSTICO ............................................................................................. 30

    3.4. MERCADO ...................................................................................................................................... 30

    4. METODOLOGIA CONSTRUTIVA ................................................................. 35

    4.1. INTRODUO ................................................................................................................................. 35

    4.2. ESTRUTURA METLICA ................................................................................................................. 35

    4.2.1. TECTOS CONTNUOS FIXOS ............................................................................................................ 35

    4.2.2. TECTOS SUSPENSOS CONTNUOS SIMPLES ..................................................................................... 38

    4.2.3. TECTOS SUSPENSOS CONTNUOS COMPOSTOS ............................................................................... 43

    4.3. MONTAGEM DE PLACAS E APARAFUSAMENTO .......................................................................... 44

    4.4. ACABAMENTO ............................................................................................................................... 48

    4.4.1. TRATAMENTO DE JUNTAS COM FITA ................................................................................................ 49

    4.4.2. TRATAMENTO DE JUNTAS SEM FITA ................................................................................................. 50

    4.5. NVEIS DE ACABAMENTO .............................................................................................................. 51

    4.5.1. QUALIDADE NVEL 1 (Q1) ............................................................................................................... 51

    4.5.2. QUALIDADE NVEL 2 (Q2) ............................................................................................................... 52

    4.5.3. QUALIDADE NVEL 3 (Q3) ............................................................................................................... 52

    4.5.4. QUALIDADE NVEL 4 (Q4) ............................................................................................................... 53

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    ix

    4.5.5. RECOMENDAES PARA O PROJECTO E APLICAO ......................................................................... 53

    4.5.6. FASE DO PROJECTO ........................................................................................................................ 53

    5. CONTROLO DA QUALIDADE ........................................................................ 55

    5.1. INTRODUO .................................................................................................................................. 55

    5.2. FICHAS DE CONTROLO DA QUALIDADE ........................................................................................ 56

    5.3. FICHA DE RECEPO DO SUPORTE (FRS) ........................................................................ 56

    5.4. FICHA DE VERIFICAO DOS TRABALHOS (FVT) ............................................................... 58

    5.5. FICHA DE CONTROLO DE RECEPO DE MATERIAIS (FCRM) ................................................... 60

    5.6. CHECK-LIST DE ANOMALIAS ......................................................................................................... 61

    5.7. SNTESE .......................................................................................................................................... 64

    6. Estudo de Caso ............................................................................................................. 65

    6.1. INTRODUO .................................................................................................................................. 65

    6.2. DESCRIO DO LOCAL E DA OBRA .............................................................................................. 65

    6.3. PROJECTO DO TECTO FALSO ........................................................................................................ 67

    6.3.1. PLANTAS ........................................................................................................................................ 67

    6.3.2. MATERIAIS ...................................................................................................................................... 68

    6.4. EXECUO DA OBRA .................................................................................................................... 69

    6.4.1. CONTROLO DA QUALIDADE .............................................................................................................. 69

    6.4.2. REPORTAGEM FOTOGRFICA........................................................................................................... 70

    6.4.3. RECEPO DA OBRA - CHEK-LIST DE ANOMALIAS ............................................................................. 70

    7. Concluso ............................................................................................................................ 71

    7.1. AVALIAO DA REALIZAO DOS OBJECTIVOS E LIMITAES SENTIDAS ............................... 71

    7.2. DESENVOLVIMENTOS FUTUROS.................................................................................................... 72

    Bibliografia ................................................................................................................................ 73

    Pginas da Internet .......................................................................................................... 75

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    x

    Anexos

    A1 - FICHAS DE CONTROLO DA QUALIDADE (CAPTULO 5)

    A2 - REPORTAGEM FOTOGRFICA COMPLETA DA - OBRA EXEMPLO (CAPTULO 6)

    A3 - FICHAS DE CONTROLO DE QUALIDADE PREENCHIDAS OBRA EXEMPLO (CAPTULO 6)

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xi

    NDICE DE FIGURAS

    Fig. 2.1 Placas de gesso cartonado. ..................................................................................................... 5

    Fig. 2.2 Triturao do gesso .................................................................................................................. 6

    Fig. 2.3 Lminas de carto contnuo ..................................................................................................... 7

    Fig. 2.4 Pasta de gesso sobre lmina de papel .................................................................................... 7

    Fig. 2.5 Sala de monitorizao .............................................................................................................. 7

    Fig. 2.6 Paletizao e armazenamento das placas .............................................................................. 8

    Fig. 2.7 Tipos de bordos das placas ..................................................................................................... 9

    Fig. 2.8 Placas tradicionais ................................................................................................................. 12

    Fig. 2.9 Placas transformadas............................................................................................................. 14

    Fig. 2.10 Exemplos de fixaes .......................................................................................................... 14

    Fig. 2.11 Exemplos de pendurais ........................................................................................................ 15

    Fig. 2.12 Exemplos de suspenses simples e com amortecedor ....................................................... 15

    Fig. 2.13 Perfis metlicos .................................................................................................................... 15

    Fig. 2.14 Perfis especiais .................................................................................................................... 16

    Fig. 2.15 Esquema tipo de ligao em cruz ........................................................................................ 17

    Fig. 2.16 Pea de cruzamento de perfis e exemplo de ligao .......................................................... 17

    Fig. 2.17 Pea de empalme ................................................................................................................ 18

    Fig. 2.18 Parafusos auto-roscantes .................................................................................................... 19

    Fig. 2.19 Parafusos auto-perfurantes .................................................................................................. 19

    Fig. 2.20 Parafusos para ligao metal/metal ..................................................................................... 19

    Fig. 2.21 Tipos de massas .................................................................................................................. 20

    Fig. 2.22 Tipos de fitas ........................................................................................................................ 20

    Fig. 2.23 Alapo ................................................................................................................................ 21

    Fig. 3.1 Tectos fixos directos ............................................................................................................... 24

    Fig. 3.2 Tectos suspensos .................................................................................................................. 24

    Fig. 3.3 Tectos suspensos simples suspenso com varo ............................................................. 25

    Fig. 3.4 Tectos simples compostos ..................................................................................................... 25

    Fig. 3.5 Tectos suspensos simples com montantes ........................................................................... 25

    Fig. 3.6 Fixaes de tubagens ............................................................................................................ 26

    Fig. 3.7 Tratamento da caixa-de-ar e isolamento em manta .............................................................. 27

    Fig. 3.8 Lafarge no mundo .................................................................................................................. 32

    Fig. 3.9 Exemplo de placas do tipo PLAtec ........................................................................................ 32

    Fig. 3.10 Delegaes Knauf na Pennsula Ibrica .............................................................................. 33

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xii

    Fig. 4.1 TCF (Corte) ............................................................................................................................ 36

    Fig. 4.2 TCF (Planta) .......................................................................................................................... 36

    Fig. 4.3 Fixaes de testas perimetrais/ extremos de mestras .......................................................... 37

    Fig. 4.4 Aplicao de mestras testeiras em partes ou contnuas ....................................................... 37

    Fig. 4.5 TSCS (Corte) ......................................................................................................................... 38

    Fig. 4.6 Fixao de TSCS com e sem perfil perimetral ...................................................................... 39

    Fig. 4.7 Fixao dos pendurais perpendicularmente ao suporte e estrutura .................................. 39

    Fig. 4.8 Altura da caixa-de-ar ............................................................................................................. 40

    Fig. 4.9 Distncia mnima das tubagens s placas de gesso ............................................................ 40

    Fig. 4.10 Distncia mnima de fixao dos perfis perimetrais ............................................................ 41

    Fig. 4.11 Distncia mnima de fixao entre perfis perimetrais.......................................................... 41

    Fig. 4.12 Interrupo do perfil perimetral situao incorrecta ......................................................... 41

    Fig. 4.13 Continuidade dos perfis com e sem pea de empalme ..................................................... 42

    Fig. 4.14 Distncia parede do perfil secundrio .............................................................................. 43

    Fig. 4.15 Fixao da estrutura secundria primria ........................................................................ 44

    Fig. 4.16 Aparafusamento das placas de gesso ................................................................................ 45

    Fig. 4.17 Fixao correcta dos parafusos .......................................................................................... 45

    Fig. 4.18 Distncia mnima entre parafusos ....................................................................................... 46

    Fig. 4.19 Distncia mnima de aplicao de parafusos (com e sem perfil perimetral) ....................... 46

    Fig. 4.20 TCF com 2 placas de gesso (posicionamento das juntas) ................................................. 47

    Fig. 4.21 TSCS com 2 placas de gesso (posicionamento das juntas) ............................................... 47

    Fig. 4.22 Junta de dilatao para armaduras de iluminao.............................................................. 47

    Fig. 4.23 Fixao de mestras testeiras (Planta) ................................................................................. 48

    Fig. 4.24 Fixao de testas contnua (Planta) .................................................................................... 48

    Fig. 4.25 Cruzamento de juntas ......................................................................................................... 50

    Fig. 4.26 Tratamento da junta ............................................................................................................ 50

    Fig. 5.1 Excerto do cabealho das fichas .......................................................................................... 56

    Fig. 5.2 Excerto da Ficha de Recepo do Suporte ........................................................................... 56

    Fig. 5.3 Ficha de Recepo do Suporte ............................................................................................. 57

    Fig. 5.4 Excerto da Ficha de Verificao dos Trabalhos .................................................................... 58

    Fig. 5.5 Ficha de Verificao dos Trabalhos ...................................................................................... 59

    Fig. 5.6 Excerto de um Plano de Inspeco de Recepo ................................................................ 60

    Fig. 5.7 Ficha de Controlo de Recepo de Materiais ....................................................................... 61

    Fig. 5.8 Cablagem apoiada directamente na placa de gesso cartonado ........................................... 62

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xiii

    Fig. 5.9 Check-List de Anomalias........................................................................................................ 63

    Fig. 6.1 Planta do rs-do-cho ............................................................................................................ 66

    Fig. 6.2 Planta da cave ........................................................................................................................ 66

    Fig. 6.3 Imagens 3D da zona de pblico ............................................................................................. 67

    Fig. 6.4 Planta do tecto falso visto pelo exterior ................................................................................. 68

    Fig. 6.5 Planta do tecto falso visto pelo interior .................................................................................. 68

    Fig. 6.6 Diversos materiais aplicados em obra ................................................................................... 60

    Fig. 6.7 Diversas fotografias da execuo da obra ............................................................................. 70

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xiv

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xv

    NDICE DE QUADROS (OU TABELAS)

    Quadro 2.1 Caractersticas fsicas e mecnicas das placas de gesso cartonado. ............................. 10

    Quadro 2.2 Tipos de placas transformadas ........................................................................................ 13

    Quadro 3.1 Recomendaes desejveis de acordo com o tipo de placa ........................................... 28

    Quadro 4.1 Tipos de fixaes em funo do suporte (TCF) ............................................................... 36

    Quadro 4.2 Tipos de fixaes em funo do suporte (TSCS) ............................................................ 38

    Quadro 4.3 Comprimentos dos parafusos .......................................................................................... 46

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xvi

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xvii

    SMBOLOS E ABREVIATURAS

    BA Bordos Afinados

    BB Bordos Biselados

    BC Bordos Quadrados

    BR Bordos Redondos

    BSR Bordos Semi-Arredondados

    BSRA Bordos Semi-Arredondados Afinados

    BV Barreira Vapor

    C Conforme

    CLA Check-List de Anomalias

    FCRM Ficha de Controlo de Recepo de Materiais

    FRS Ficha de Recepo do Suporte

    FVT Ficha de Verificao dos Trabalhos

    LR L de Rocha

    LV L de Vidro

    NC No Conforme

    PGC Placa de Gesso Cartonado

    PTC Perfil de Tecto Contnuo

    RX Raio-X

    STD Standard

    TCF Tectos Contnuos Fixos

    TNC Tratamento da No Conformidade

    TSCC Tectos Suspensos Contnuos Compostos

    TSCS Tectos Suspensos Contnuos Simples

    XPE Expandido

    XPS Extrudido

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    xviii

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    1

    1 INTRODUO

    1.1. OBJECTO, MBITO E JUSTIFICAO

    Hoje em dia, o gesso cartonado aplicado em diversas situaes, sejam obras de restauro ou obras

    realizadas de raiz. J no se recorre ao gesso cartonado, apenas como uma forma rpida de resoluo

    de questes pontuais, mas sim, como um material que faz parte de um todo e usado em muita larga

    escala.

    usado normalmente em obras de interior, devido sua reduzida resistncia em contacto com gua,

    resultando da a expresso obras a seco, designao vulgarmente utilizada pelos fabricantes de gesso

    cartonado, para caracterizarem este tipo de sistemas.

    Com a crescente necessidade de conforto, o mercado viu-se obrigado a atender a vrias questes, que

    at h pouco pareciam ser desvalorizadas, desenvolvendo uma panplia de solues construtivas e

    tecnolgicas, que visam acima de tudo assegurar as necessidades correntes do dia-a-dia.

    Veja-se o caso das habitaes, onde h uma necessidade crescente na melhoria das exigncias

    acsticas. Os rudos oriundos dos vizinhos ou das zonas de passagem comuns do edifcio, os rudos

    das condutas e cisternas e as manifestaes meteorolgicas (chuva, vento e granizo) que incidem sobre

    os telhados, provocam incmodos, principalmente noite, nas zonas de descanso.

    A necessidade de proteco contra o vapor de gua em zonas hmidas, como o caso de casas de

    banho e cozinhas, o isolamento trmico e a resistncia ao fogo, integram tambm, um conjunto de

    preocupaes que mereceram a criao de solues que minimizem os seus efeitos negativos.

    Aliada componente tcnica, temos ainda a questo esttica, que no foi deixada ao acaso. Foram

    criadas solues para revestimentos de tectos, que visam assegurar o compromisso funcionalidade

    versus decorao, possibilitando a aplicao de iluminao, sistemas elctricos e saneamento.

    Nesse contexto, o presente trabalho, intitulado de Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos

    Suspensos em Gesso Cartonado, pretende apresentar as diversas tecnologias disponveis quer no

    mercado portugus, quer no mercado europeu, bem como definir um conjunto de normas, regras e

    cdigos de boas prticas inerentes fabricao e aplicao deste tipo de sistemas construtivos.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    2

    1.2. OBJECTIVOS

    Os objectivos principais desta dissertao so:

    Apresentar uma lista de materiais e acabamentos disponveis no mercado portugus, de acordo

    com as normas associadas a cada um;

    Descrever todas as solues construtivas disponveis para a execuo de tectos falsos em gesso

    cartonado correntes e especiais;

    Descrever sucintamente o mercado portugus e europeu no domnio estudado;

    Apresentar a metodologia construtiva correntemente utilizada quer para tectos falsos contnuos

    fixos quer para tectos falsos suspensos;

    Elaborar fichas de inspeco e ensaio de trabalhos e materiais, assim como uma check-list de

    anomalias;

    Apresentar um estudo de caso, aplicando todos os conceitos, normas e mtodos desenvolvidos

    at ento e devidamente enquadrado em termos de projecto e ilustrado atravs de reportagem

    fotogrfica.

    1.3. BASES DO TRABALHO DESENVOLVIDO

    Este trabalho foi desenvolvido, tendo por base diversas pesquisas e documentos relacionados com o

    tema.

    Destacam-se os seguintes documentos:

    Documentao tcnica, comercial e corporativa de empresas que comercializam e fabricam

    gesso cartonado e acessrios (atravs de acesso WEB);

    Consulta de catlogos;

    Contacto directo com fornecedores e instaladores;

    Bibliografia bsica sobre gesso cartonado;

    Trabalhos realizados na FEUP no mbito da disciplina de Tecnologias de Sistemas

    Construtivos;

    Normas relacionadas com a produo de placas de gesso cartonado e a execuo dos trabalhos

    (EN 520:2004+A1 e DTU 58.1).

    1.4. ORGANIZAO DA DISSERTAO

    Este trabalho encontra-se dividido em sete captulos e um anexo.

    No primeiro captulo feita uma breve introduo, onde se define o tema base da dissertao e os

    objectivos estabelecidos.

    A descrio dos materiais que fazem parte de um sistema de tectos falsos em gesso cartonado, como as

    placas, perfis, massas, fitas, parafusos e acessrios efectuada no segundo captulo.

    O terceiro captulo diz respeito apresentao das diversas solues construtivas correntes e

    descrio sumria do mercado.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    3

    O quarto captulo, apresenta de uma forma exaustiva a metodologia construtiva aplicada na construo

    de tectos falsos em gesso cartonado, desde a fase de implantao da estrutura at fase de

    emassamento das juntas e placas.

    O quinto captulo refere-se ao controlo da qualidade, materializado atravs da elaborao de fichas de

    recepo do suporte, fichas de verificao dos trabalhos, fichas de controlo de recepo de materiais e

    check-list de anomalias.

    O sexto captulo diz respeito aplicao prtica dos conceitos e mtodos investigados, concretizada

    atravs de um estudo de caso real.

    Para finalizar, no stimo captulo resumem-se os principais resultados obtidos e algumas propostas de

    desenvolvimentos futuros para a execuo de tectos falsos em gesso cartonado.

    A dissertao inclui ainda um anexo com uma reportagem fotogrfica sinttica da obra exemplo, mais

    detalhadamente descrita no captulo seis, bem como todas as fichas de Inspeco e Ensaio produzidas

    no mbito desta dissertao, na sua verso no preenchida e como resultado da sua aplicao ao caso

    de estudo.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    4

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    5

    2 MATERIAIS E ACABAMENTOS

    O gesso um material muito utilizado na construo devido s suas propriedades de aderncia. um

    bom isolante trmico e acstico. Possui uma baixa condutibilidade trmica e um bom desempenho

    acstico. incuo e extremamente fcil de trabalhar.

    O gesso um material ecolgico em todas as suas fases de aproveitamento, desde a minerao da

    gipsita, sua matria-prima, at aplicao final nos sistemas de construo a seco.

    Fig. 2.1 - Placas de gesso cartonado

    Uma das configuraes mais utilizadas em todo o mundo

    sob a forma de placas, compsito gesso - carto e

    respectivos mtodos construtivos, destacando-se de seguida,

    as suas principais vantagens em relao aos sistemas

    convencionais:

    Leveza As paredes e os tectos de gesso cartonado so muito leves. Enquanto uma parede de

    tijolos comuns com aproximadamente 10 cm de espessura pesa entre 155 e 165 kg/m2, uma parede em

    gesso cartonado da mesma espessura pesa menos de 25 kg/m2;

    Resistncia a impactos - O gesso cartonado resiste aos impactos normais de uso do dia-a-dia,

    porm, impactos de objectos ou elementos com pontas podem provocar danos superficiais, como

    riscos e perfuraes, similares aos que causariam nas paredes comuns;

    Conforto ambiente - O gesso tem uma propriedade natural muito interessante, ou seja actua

    como regulador, mantendo o grau de humidade em equilbrio. Por outras palavras, retira humidade do

    ar, quando esta est elevada e devolve-a quando o ar est seco, atenuando as variaes da humidade.

    Resumindo, mantm o equilbrio hidromtrico relativamente humidade ambiente, criando uma

    atmosfera saudvel e agradvel;

    Conforto trmico - A utilizao de l mineral e outros isolantes trmicos no interior de paredes,

    tectos e revestimentos promove o conforto trmico nos ambientes;

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    6

    Rpida execuo - A simplicidade de execuo uma das maiores vantagens da construo a

    seco. Um tecto pode ser instalado em muito menos tempo (apenas algumas horas) do que um tecto

    executado com sistemas convencionais;

    Execuo simplificada de instalaes elctricas e hidrulicas - Ao contrrio do que ocorre

    com a construo em alvenaria convencional, no necessrio abrir roos para execuo de pequenos

    reparos ou ampliaes em redes elctricas ou hidrulicas;

    Qualidade de acabamento - As paredes, os revestimentos e os tectos apresentam nivelamento

    superficial, o que permite que, imediatamente aps a sua instalao, recebam pintura ou outro tipo de

    acabamento;

    Ausncia de resduos e desperdcios - A construo mais limpa, reduzindo drasticamente o

    entulho.

    Nesta dissertao, iremos debruar-nos apenas sobre as questes relacionadas com tectos falsos em

    gesso cartonado, mais concretamente nos sistemas correntes e sistemas especficos como o caso da

    absoro acstica, isolamento trmico, proteco contra fogo e humidade.

    2.1. PROCESSO DE FABRICAO DE PLACAS DE GESSO CARTONADO

    As placas de gesso cartonado obtm-se em fbricas automticas, atravs de um processo contnuo de

    laminao, com produo contnua. Apresentam comprimentos, larguras e espessuras standardizadas,

    sendo que as mais usuais so 1.20m de largura e 3.0m de comprimento.

    Este processo envolve vrias fases, que passamos a descrever:

    Triturao do gesso;

    Prensagem;

    Calcinao;

    Produo das placas;

    Armazenamento, carregamento e logstica;

    2.1.1. TRITURAO DO GESSO

    O minrio gipsita extrado de jazidas seleccionadas que

    garantem o grau de pureza mnima adequada ao padro de

    qualidade. Aps a extraco da pedra do gesso, a matria-

    prima base, introduzida em tremonhas, depois triturada

    mecanicamente, atingindo mximos de 35mm. A triturao do

    gesso realizada custa de moinhos de impacto e de

    mandbulas.

    Em seguida armazenado em silos. Para alm do

    armazenamento, os silos permitem tambm a homogeneizao

    das variaes da qualidade do gesso.

    Fig. 2.2 - Triturao do gesso

    Fonte: www.knauf.es

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    7

    2.1.2. PRENSAGEM

    Na zona de prensagem, o gesso submetido a uma compresso entre cilindros e um prato de

    prensagem, que reduz o seu tamanho progressivamente at uns 200 microns, tamanho indicado para a

    calcinao (remoo das molculas de gua atravs de calor).

    As instalaes de triturao e prensagem trabalham em depresso, pelo que no existe sada de p,

    nem de ar para o exterior. O p existente arrastado por uma corrente que passa atravs de uns filtros

    que retm o p, deixando passar apenas o ar limpo para o exterior.

    2.1.3. CALCINAO

    Atravs da calcinao, o gesso aquecido at uma temperatura de 160C durante cerca de 30 minutos.

    A adquire a propriedade hidrulica, ou seja, amassado com gua torna-se duro passados alguns

    minutos. esta propriedade que permite a fabricao do gesso em placas.

    2.1.4. PRODUO DE PLACAS

    Depois de calcinado, ao gesso em p acrescentado gua e aditivos, que formam uma pasta que

    solidifica ao fim de poucos minutos. Esta pasta introduzida de forma automtica e em processo

    contnuo entre duas lminas de carto, atravs da maquinaria da linha de produo.

    Fig. 2.3 - Lminas de papel contnuo

    Fonte: www.rfbengesso.com.br

    Fig. 2.4 - Pasta de gesso sobre lmina de papel

    Fonte: www.rfbengesso.com.br

    A sala de controlo como que o crebro da

    fbrica, onde todo o processo fabril

    integrado, desde a alimentao das matrias-

    primas at paletizao das placas. Tudo

    monitorizado e continuamente ajustado. A

    tecnologia de ponta instalada no s optimiza o

    fluxo produtivo, como tambm assegura a

    qualidade.

    Fig. 2.5 - Sala de monitorizao

    Fonte: www.rfbengesso.com.br

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    8

    Uma vez formado e endurecido, o tapete de gesso cartonado cortado em placas nos comprimentos

    programados e seco num secador de doze estgios, responsvel pela eliminao da gua excedente

    existente nas placas e onde se conclui tambm o processo de aderncia papel/miolo de gesso.

    Ao deixar o secador, as placas so transferidas para o acabamento, onde so esquartejadas,

    identificadas e paletizadas.

    2.1.5. ARMAZENAMENTO, CARREGAMENTO E LOGSTICA

    Aps terminado o processo de fabrico, as paletes de placas passam para o armazm de produto

    acabado.

    Fig. 2.6 - Paletizao (esquerda) e armazenamento das placas (direita) Fonte: www.rfbengesso.com.br

    2.2. CARACTERIZAO DAS PLACAS DE GESSO CARTONADO

    O gesso cartonado apresenta-se sob a forma de placas de forma rectangular, com dimenses e

    espessuras variveis. As placas so um produto composto por um ncleo envolto de gesso,

    intimamente ligado a duas pelculas de origem celulsica.

    As placas so fabricadas de acordo com o processo de laminao regulamentado pela Norma UNE

    102.023, por exemplo.

    A alma da placa pode conter aditivos, que so incorporados durante o processo de fabricao, como

    por exemplo endurecedores, espumas, fibras minerais e vegetais, que conferem propriedades

    especficas e melhoradas ao produto final, originando assim a grande variedade de produtos que o

    mercado dispe.

    Segundo a Noma UNE 102.023, as placas so caracterizadas com base nas seguintes caractersticas

    fsicas, que passamos a descrever.

    2.2.1. ASPECTO GERAL

    As placas dispem de duas faces, superior ou cara e inferior ou dorso, constitudas por duas pelculas

    de origem celulsica, que no devem apresentar manchas nem amolgaes, assim como abrases ou

    laceraes.

    2.2.2. DIMENSES

    Tomemos como dimenses, o comprimento da placa ou dimenso longitudinal, a largura e a

    espessura. A dimenso longitudinal varia entre 2000mm e 3600mm, sendo admitidos desvios na

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    9

    ordem dos 100mm. A largura apresenta geralmente os valores de 600, 625, 900, 1200 e 1250mm. As

    espessuras mais frequentes so 6, 6.5, 9.5, 12.5 e 15mm, no sendo admitidas espessuras inferiores a

    6mm. Para o caso de espessuras superiores a 15mm, estas tero que obedecer aos critrios

    estabelecidos na norma UNE 102.023, por exemplo.

    Geralmente, as placas com 6 mm de espessura so usadas apenas, para fins decorativos.

    2.2.3. TIPOS DE BORDOS

    As placas tm diferentes tipos de bordos em funo da sua aplicao final, conforme se pode verificar

    nas imagens seguintes.

    Fig. 2.7 - Tipos de bordos das placas

    2.2.4. PROPRIEDADES FSICAS E MECNICAS DAS PLACAS

    As principais caractersticas e propriedades das placas, esto indicadas no quadro 2.1, seguidamente

    apresentado.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    10

    Quadro 2.1- Caractersticas fsicas e mecnicas das placas de gesso cartonado

    Peso

    O valor mdio da

    densidade da

    generalidade das placas

    produzidas na Europa

    varia entre 750 e

    800Kg/m, podendo ser

    de 1000 Kg/m nas

    placas de caractersticas

    especiais.

    Peso aproximado das placas Tipo A ou STD

    Espessura Peso m2

    6.5 5.25

    9.5 7.7

    12.5 9.7

    15 11.7

    19 15.7

    Estabilidade e

    Durabilidade

    As placas de gesso so 100% naturais e inorgnicas e conservam-se

    indefinidamente em instalaes adequadas utilizao pretendida. So

    estveis fsica e quimicamente e tm um coeficiente de dilatao linear de

    15x10-6

    m/mC, que deve ser tido em considerao nas grandes superfcies

    contnuas.

    Res

    ist

    nci

    a e

    Fle

    xib

    ilid

    ad

    e

    Resistncia

    Flexo

    A carga mdia de rotura,

    determinada segundo

    ensaio especificado na

    norma UNE 102.035,

    no deve ser inferior aos

    valores apresentados na

    norma UNE 102.023 e

    so os seguintes:

    Espessura

    (mm)

    Carga de Rotura

    Sentido longitudinal - A

    (N)

    Carga de Rotura

    Sentido Transversal - B

    (N)

    6.5 280 100

    9.5 400 160

    12.5 550 210

    15 650 250

    19 817 319

    Outras espessuras 43 x t 16,8 x t

    t representa a espessura nominal em mm.

    Resistncia

    ao Choque

    Quando submetida a um impacto de 2.5 J, no apresenta nem ruptura, nem

    fissurao e a marca deixada no poder ter um dimetro superior a 20mm

    em placas do tipo A ou STD e menor que 15mm em placas do tipo AD.

    Curvatura

    De acordo com o tipo e espessura, as placas de gesso possuem um raio de

    curvatura natural que oscila entre os 600 e os 1500mm. Exemplos:

    Espessura igual a 6.5mm, raio maior ou igual a 600mm

    Espessura igual a 9.5mm, raio maior ou igual a 1000mm

    Espessura igual a 12.5mm, raio maior ou igual a 1300mm

    Condutividade Trmica = 0,18 W/m oC (0,16 Kcal/h.m.

    oC)

    Classificao ao Fogo

    As placas de gesso so compostas por mineral inerte e incombustvel. A

    Norma UNE 23-727-90 define-as como material no inflamvel, isto M1

    ou A2 s1 d0 (B) .

    Isolamento Acstico

    A elevada densidade de uma placa de gesso aliada sua baixa espessura,

    provoca o efeito de membrana face fonte emissora do som. As placas

    associadas a isolamentos, devidamente dimensionados e executados,

    permitem obter solues de condicionamento e isolamento acstico

    altamente eficientes.

    Higroscopicidade

    Quer as caractersticas das faces celulsicas, quer da alma, permitem a

    absoro da gua em excesso at ao equilbrio com o ambiente regulando de

    forma natural o conforto termo - higromtrico.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    11

    2.2.5. TIPOS DE PLACAS

    A descrio dos vrios tipos de placas que abaixo apresentamos, tem por base a norma europeia

    EN520:2004+A1.

    a) Placas Tradicionais

    So concebidas numa mesma linha de produo, com variaes ligeiras ao nvel do processo de

    fabrico e dividem-se nos seguintes tipos apresentados de seguida.

    a1) Placa tipo A ou STD

    Placa de gesso cartonado formada por duas lminas de papel com gesso de alta qualidade no interior.

    Normalmente apresenta a face superior cor bege, e a inferior cor cinza. Os bordos longitudinais so

    afinados e os transversais so quadrados.

    a placa de uso geral, recomendada para zonas interiores e sem especificaes especiais.

    a2) Placa tipo A ou STD 4BA

    Placa com todas as caractersticas da Placa STD, exceptuando o acabamento dos bordos. A Placa STD

    4BA possui os 4 bordos afinados.

    a3) Placa tipo H

    Placa de gesso cartonado formada por duas lminas de papel com gesso de alta qualidade no interior,

    tratada com um agente hidrofugante para diminuir a absoro da gua. Geralmente apresenta a face

    superior cor verde-claro, e a inferior cor cinza. Os bordos longitudinais so afinados, e os

    transversais so quadrados.

    Adequada para ambientes hmidos e sujeitos ao ar livre.

    Caractersticas principais deste tipo de placas:

    Absoro de gua superficial

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    12

    a5) Placa tipo F

    A placa tipo F formada por duas lminas de papel com gesso de alta qualidade no interior, reforada

    com fibra de vidro para melhorar a reaco ao fogo da alma do gesso. Geralmente apresenta a face

    superior cor rosa, e a inferior cor cinza. Os bordos longitudinais so afinados, e os transversais so

    quadrados.

    Adequada para zonas onde se necessrio uma maior resistncia ao fogo.

    Os produtos com base em gesso so inorgnicos e incombustveis. Para alm da alta resistncia ao

    fogo que naturalmente o gesso possui, as placas resistentes ao fogo, contm retardadores de chama na

    sua frmula.

    a6) Placa tipo M0

    Placa de gesso especial, visto ser uma placa completamente ignfuga. Numa das faces possui uma fina

    cobertura de fibra de vidro incombustvel, ao mesmo tempo que no seu interior possui tambm fibras

    de vidro agrupadas entre si, formando uma espcie de armadura, o que lhe confere uma qualidade

    superior.

    Todas as placas de gesso cartonado esto classificadas no mnimo como material M1 (No

    inflamvel), segundo ensaios realizados de acordo com a norma UNE 23-727-90.

    Fig. 2.8 Placas tradicionais

    b) Placas Transformadas

    Entende-se como placas transformadas todo o tipo de placa qual incorporada aps a sua fabricao

    uma configurao especial base de cortes, perfuraes, ou at uma determinada curvatura. Podem

    apresentar tambm, diferentes tipos de decoraes.

    As placas transformadas subdividem-se em placas laminares, com isolamento e especiais, conforme se

    pode verificar no quadro 2.2.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    13

    Quadro 2.2 - Tipos de placas transformadas

    PLACAS TRANSFORMADAS

    Laminares

    Apenas a espessura da placa afectada,

    por colocao de elementos laminares

    diferentes da sua constituio base, que

    apenas afectam a sua espessura.

    Placa BV

    colocada uma lmina especial que

    funciona como barreira vapor, no dorso

    da placa tipo A ou Standard.

    Placa RX

    Placa do tipo A ou STD, qual se

    incorpora no dorso uma lmina de

    chumbo, para blindagem radiolgica

    (radioproteco).

    Placa VTR

    Placa do tipo A ou STD, qual se

    incorpora uma lmina de PVC de

    diversas cores para as diferentes

    configuraes de tectos registrveis.

    Placa PVP Placa idntica VTR, mas aplicada

    apenas em paramentos verticais.

    Com Isolamento

    So incorporados painis de diferentes

    tipos e espessuras

    Placa XPE

    Placa do tipo A ou STD, qual se

    incorpora no dorso uma placa de

    poliestireno expandido, de diferentes

    espessuras. Usada para isolamento

    trmico.

    Placa XPS

    Placa do tipo A ou STD, qual se

    incorpora no dorso uma placa de

    poliestireno extrudido, de diferentes

    espessuras. Usada para isolamento

    trmico.

    Placa LR

    Placa do tipo A ou STD, qual se

    incorpora no dorso uma placa de l de

    rocha, de diferentes espessuras. Usada

    para isolamento trmico e acstico.

    Placa LV

    Placa do tipo A ou STD, qual se

    incorpora no dorso uma placa de l de

    vidro, de diferentes espessuras. Usada

    para isolamento trmico e acstico.

    Especiais

    As placas so sujeitas a cortes, perfuraes

    e at dobragens.

    Placa Perfurada

    Placa do tipo A ou STD, sujeita a

    perfuraes e ranhuras, usadas para

    tratamento acstico local.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    14

    Fig. 2.9 Placas transformadas

    Fonte: www.lafarge.com

    2.3. CARACTERIZAO DOS ELEMENTOS DE SUPORTE

    Existem diversos elementos de suporte que tm como principal funo o apoio da placa e a absoro

    de tenses dos elementos prprios, sem qualquer suporte de carga no exterior. Estes elementos

    dependem tambm do tipo de tecto a utilizar.

    Os elementos de suporte esto divididos em:: Fixaes; Vares Rocados; Suspenses, Perfilaria

    Metlica; Elementos Auxiliares.

    2.3.1. FIXAES

    So elementos de unio entre perfis, pendurais e peas de suspenso estrutura portante. Existem

    diferentes tipos dependendo da natureza do suporte.

    Fig. 2.10 Exemplos de fixaes

    2.3.2. PENDURAIS E VARES ROSCADOS

    So elementos metlicos pr-fabricados que se se fixam superiormente estrutura portante atravs das

    peas descritas anteriormente e inferiormente suportam a estrutura primria dos tectos, directamente

    ou atravs de peas de suspenso.

    Devem ser colocados no centro de gravidade do perfil de apoio e so regulveis em comprimento para

    nivelar a estrutura.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    15

    Fig. 2.11 Exemplos de pendurais

    2.3.3. SUSPENSES

    So peas utilizadas na ligao da estrutura primria aos pendurais. Devem situar-se no centro de

    gravidade dos perfis a suportar. Existem peas de suspenso que possuem tambm funo de pendural

    ou at de fixao. Algumas suspenses incluem elementos amortecedores.

    A escolha das suspenses feita em funo da natureza dos suportes e da altura do tecto que se deseja

    obter.

    Os dispositivos de suspenso (suspenses e perfis) devem receber sem deformao as cargas de

    trabalho: peso prprio do tecto (placas e estrutura).

    Fig. 2.12 Exemplos de suspenses simples (esquerda) e com amortecedor (direita)

    2.3.4. PERFIS METLICOS

    Toda a estrutura metlica que serve de suporte s

    placas de gesso cartonado, composta por perfis

    de chapa de ao galvanizado do tipo DX51D,

    revestimento Z-275 e espessuras com valores

    nominais iguais a 0.6mm ( 0.05mm) para a

    estrutura primria e secundria e 0.55 mm (

    0.05mm) para a estrutura perimetral.

    Fig. 2.13 Perfis metlicos

    A estrutura metlica dos tectos suspensos contnuos com placas de gesso cartonado, agrupa-se em

    estrutura primria, secundria e perimetral como a seguir melhor se explica.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    16

    a) Estrutura Primria

    A que liga ao suporte existente, ou seja no caso dos tectos falsos laje de tecto, atravs de pendurais e

    fixaes e no caso de existirem at suspenses.

    b) Estrutura Secundria

    a esta estrutura que se aparafusam directamente as placas de gesso cartonado. Est unida estrutura

    primria atravs de peas especiais de cruzamento em nmero suficiente para proporcionar o seu

    correcto nivelamento. Nestas ligaes no permitido o uso de parafusos.

    c) Estrutura Perimetral

    Tem como funo base delinear o permetro do tecto e serve como o arranque do mesmo.

    d) Elementos fundamentais das estruturas primria e secundria

    d.1) Montantes

    Elementos metlicos em forma de C, onde so aparafusadas as placas, utilizados normalmente como

    estrutura primria.

    d.2) Mestras

    So elementos de suporte em forma de , utilizados na construo dos tectos fixos. Podem ter

    larguras variveis, mas as mais usuais so: 70, 72, 80, 82, 90 e 95mm.

    d.3) Perfis de Tectos Contnuos

    Perfis em forma de U, utilizados como estrutura primria nos tectos contnuos, atravs de forquilhas.

    As larguras mais usadas so: 47 e 60mm.

    d.4) Perfis Primrios Especiais

    So perfis com uma configurao diferente, dotados de reentrncias ou formas especiais de tal forma

    que se encaixam perfeitamente nos perfis que compem a estrutura secundria.

    Fig. 2.14 Perfis especiais

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    17

    e) Elementos fundamentais da estrutura perimetral

    e.1) Canais

    So elementos horizontais em forma de U, que servem de ponto de partida e fecho lateral do tecto e

    cujas larguras mais correntes so: 20, 30, 36, 48, 70, 90, 125 e 150mm.

    e.2 )Angulares

    So elementos horizontais em forma de L, e possuem as mesmas funes dos canais e cujas

    dimenses mais correntes so: 24x24, 20x30, 24x30e 34x23 mm.

    2.3.5. PEAS E ELEMENTOS AUXILIARES

    Existem diversos tipos de peas, que fazem o interface entre a estruturas primria, secundria e

    perimetral, que vulgarmente se denominam de elementos auxiliares, e podem ser do tipo:

    a) Ligaes em Cruz

    So peas utilizadas na ligao dos perfis da estrutura secundria estrutura primria. Podem ser

    colocadas ou no, ao mesmo nvel da estrutura primria. Existem peas que incorporam nelas prprias

    peas de suspenso.

    Fig. 2.15 Esquema tipo de ligaes em cruz

    Fig. 2.16 Pea para cruzamento de perfis (esquerda) e exemplo de ligao (direita)

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    18

    b) Peas Auxiliares

    So diferentes elementos metlicos, com funes diversas, que so normalmente utilizados para

    assegurar a correcta montagem dos tectos, como por exemplo, a pea de empalme.

    Fig. 2.17 Pea de empalme

    c) Parafusos

    Podem ser de vrios tipos e tm como principal funo ligar elementos distintos que compem os

    sistemas de tectos falsos.

    Os parafusos utilizados para fixao dos componentes dos sistemas de tectos em gesso cartonado

    devem possuir resistncia corroso e o seu comprimento deve ser definido pela quantidade e

    espessura das chapas de gesso a fixar. Devem fixar todas as camadas e ultrapassar o perfil metlico em

    pelo menos 10mm.

    O comprimento dos parafusos que fixam os perfis metlicos entre si, devem ultrapassar o ltimo

    elemento metlico, no mnimo em trs passos de rosca.

    Os parafusos dividem-se em dois grupos, consoante o tipo de ligao que lhe est destinada, ou seja,

    dividem-se em Placa/Metal e Metal/Metal.

    c.1) Placa/Metal

    So usados para ligar placas de gesso a metal e nunca devem ser utilizados para ligaes metal/metal.

    Podem ser auto-roscantes ou auto-perfurantes, com a ponta em forma de prego ou de broca

    respectivamente e cabea de trombeta. Os primeiros so usados para espessuras de perfis inferiores a

    1mm e os segundos para espessuras superiores a 1 mm. Tm uma proteco base de fosfatos e

    cdmio.

    Possuem comprimentos variveis, oscilando entre 25 e 110mm e 8mm de dimetro da cabea, em

    geral.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    19

    Fig. 2.18 Parafuso auto-roscante Fig. 2.19 Parafuso auto-perfurante

    c.2) Metal/Metal

    So usados para ligar metal com metal. Possuem uma

    ponta normal ou de broca e cabea gota de sebo. Tm

    uma proteco base de fosfatos e cdmio.

    Os comprimentos mais comuns so: 9, 9.5, 13, 16 e

    25mm.

    Fig. 2.20 Parafuso para ligaes

    metal/metal

    2.4. CARACTERIZAO DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO

    As juntas so a parte integrante e determinante da obra e podem ser transversais e longitudinais.

    O perfeito acabamento das juntas, faz-se custa de fitas e massas, que so concebidas para garantir no

    tempo de permanncia das prestaes das obras, a continuidade do aspecto da superfcie.

    Em seguida apresenta-se a caracterizao das massas e juntas disponveis no mercado, adequadas a

    cada tipo de acabamento.

    2.4.1. CARACTERIZAO DAS MASSAS

    a) Massas de Junta

    So produtos indicados para o tratamento de juntas entre placas consecutivas, ou entre placas e outros

    elementos de contacto ou suporte (alvenaria ou estruturas de beto). Fazem tambm o tratamento das

    cabeas dos parafusos e devem ser utilizadas juntamente com fitas de papel apropriadas.

    Geralmente so constitudas base de gesso, conforme o tempo de presa, classificam-se em massas de

    secagem normal, lenta ou rpida. Esto disponveis em p ou prontas.

    b) Massas de Acabamento

    So massas indicadas para revestimentos. Apresentam-se em p ou prontas a utilizar.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    20

    c) Massas Polivalentes

    So massas com funes de fixao e tratamento de juntas. Apresentam-se apenas em p.

    Fig. 2.21 Tipos de massas

    2.4.2. CARACTERIZAO DAS FITAS

    A fita parte integrante e essencial para o tratamento das juntas. Em conjunto com as massas,

    destinam-se a fortalecer o tratamento das juntas de qualquer tipo e do ao conjunto uma

    imprescindvel continuidade fsica.

    a) Fitas para juntas

    So fitas base de papel especial microperfurado para tratamento de juntas em paredes, tecto e

    revestimentos.

    b) Fitas para isolamento

    So fitas base de resina auto-adesiva para utilizao em isolamento entre os perfis perimetrais e a

    estrutura.

    c) Fitas para cantos

    So constitudas por duas tiras de papel reforado com alumnio, destinadas a proteger cantos vivos.

    Fig. 2.22 Tipos de fitas

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    21

    2.5. ACESSRIOS

    O mercado disponibiliza ainda alguns tipos de

    acessrios que permitem e facilitam a visita ao

    interior das caixas-de-ar dos tectos falso,

    permitindo assim a sua a manuteno das infra-

    estruturas a alojadas, como o caso dos

    alapes.

    Fig. 2.23 Alapo

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    22

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    23

    3 SOLUES CONSTRUTIVAS

    3.1. OBJECTO

    A evoluo da construo civil caminha em direco racionalidade, procurando cada vez mais

    utilizar sistemas construtivos modulares, que visam a reduo dos custos, reflectidos no s na

    reduo dos custos financeiros, como tambm na reduo do tempo de execuo.

    Neste contexto enquadram-se os tectos falsos que, por utilizarem materiais pr-fabricados e pela sua

    produo em larga escala, possuem um custo menor que aqueles produzidos artesanalmente.

    A montagem de elementos modulares atinge velocidades de execuo muito altas e a quantidade de

    desperdcio muito baixa.

    Os sistemas construtivos podem ser definidos como um conjunto de obras tipo estudadas e ensaiadas

    pelos fabricantes de placas de gesso cartonado e resultam da mais correcta concepo e execuo das

    diferentes combinaes passveis de serem executadas com os materiais atrs referidos.

    3.2. TECTOS CORRENTES

    Os tectos falsos em gesso cartonado adaptam-se a todo o tipo de obras, sejam obras novas, ou obras de

    reconstruo. A utilizao destes tectos permite a sua suspenso independentemente do material que

    constitui o suporte, podendo ser de madeira, metal, beto ou at abobadilha cermica. O tipo de tecto

    escolhido em funo das exigncias de uso e das condies do suporte.

    Os sistemas construtivos de tectos falsos correntes, permitem executar tectos falsos com estrutura

    portante oculta, ou com a estrutura vista, sendo nestes casos, designados por tectos registrveis.

    Os tectos correntes dividem-se essencialmente em dois grupos, os tectos contnuos e os registrveis,

    incluindo-se ainda no primeiro grupo os tectos fixos ou directos e os tectos suspensos.

    3.2.1.TECTOS FIXOS OU DIRECTOS

    Resultam da fixao directa da estrutura primria ao suporte e s podero ser aplicados nos casos em

    que a estrutura de suporte esteja correctamente nivelada e no seja necessria a existncia de uma

    caixa-de-ar. Neste caso, a estrutura primria constituda por mestras, que se fixam directamente ao

    suporte atravs de fixaes e peas especiais.

    As placas aparafusam-se directamente aos perfis metlicos, de acordo com as condies

    recomendveis de aparafusamento.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    24

    Legenda:

    (1) PGC

    (2) Suporte

    (3) Mestra

    (4) Mdulo

    Fig. 3.1 - Tectos fixos directos

    3.2.2.TECTOS SUSPENSOS

    Os tectos contnuos suspensos podem ser horizontais ou inclinados e caracterizam-se pela inexistncia

    de juntas aparentes. Resultam da aplicao da estrutura primria ao suporte, atravs de pendurais,

    criando-se assim uma caixa-de-ar. Os tectos falsos suspensos podem ser ainda do tipo Simples ou

    Compostos usando-se, nos dois casos, perfis metlicos em forma de C.

    Legenda:

    (1) Fixao

    (2) Pendural

    (3) Suspenso

    (4) PTC

    (5) PGC

    Fig. 3.2 - Tectos suspensos

    a) Tectos Suspensos Simples

    So formados exclusivamente por uma estrutura primria, devidamente suspensa da estrutura de

    suporte, qual se aparafusam as placas de gesso cartonado em nmero e tipo variveis.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    25

    Fig. 3.3 Tectos suspensos simples Suspenso com varo

    b) Tectos Suspensos Compostos

    So formados por uma dupla estrutura, primria

    e secundria, ao mesmo nvel ou a nveis

    diferentes, realizando a primeira a funo de

    suporte geral e a segunda de distribuio e

    repartio de cargas das placas de gesso

    cartonado, como se pode verificar na figura 3.4.

    Fig. 3.4 - Tectos suspensos compostos

    Segundo o nmero de placas a aparafusar, subdividem-se em Tectos Simples e Tectos Mltiplos, isto

    se dispem de uma ou duas placas respectivamente.

    Para o caso dos tectos compostos, a estrutura primria pode realizar-se com os perfis de tectos

    contnuos ou com perfis primrios especiais.

    No primeiro caso utilizam-se peas de cruzamento, e no segundo caso, as peas que formam a

    estrutura secundria (perfis de tecto contnuo), unem-se estrutura primria atravs de encaixe directo.

    Os tectos suspensos podem realizar-se ainda custa de montantes que formam a estrutura portante da

    placa de gesso cartonado. Esto ligados a suspenses e estas a vares roscados que fazem a ligao ao

    suporte. As suspenses so do tipo abraadeiras e os vares podem ter diversos dimetros.

    Podem ter uma s estrutura e dizem-se Simples, ou Compostos se possuem estrutura primria e

    secundria.

    Fig. 3.5 - Tectos suspensos simples com montantes

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    26

    3.2.3.TECTOS REGISTRVEIS

    Os tectos registrveis so formados por uma estrutura modular, sobre a qual se colocam as placas de

    gesso, formando modelaes de 1200x1200 mm e 600x600mm, sendo a estrutura composta por perfis

    angulares, primrios e secundrios, assumindo cada um deles uma funo caracterstica. O perfil

    angular define o nvel do tecto, o primrio adopta a funo portante, e o secundrio define a

    modulao da estrutura, possuindo dois comprimentos, 600 e 1200mm.

    Os tectos registrveis so de fcil conservao, proporcionando superfcies higinicas, uma vez que

    no h acumulao de poeiras. So utilizados normalmente em edifcios pblicos, como por exemplo

    hospitais e clnicas, onde o acesso s instalaes (electricidade, ar condicionado, ventilao, etc.), so

    constantes.

    Neste tipo de tecto o perfil metlico fica visvel, e depende do tipo de bordo da placa.

    3.2.4.COMPORTAMENTO MECNICO

    Os tectos suspensos contnuos com placas de gesso cartonado, independentemente da sua composio,

    devero comportar-se correctamente mediante as solicitaes que lhes so requeridas e no devero

    deformar-se em nenhum sentido fora das tolerncias estabelecidas.

    3.2.5.TRATAMENTO DAS CAIXAS DE AR EM TECTOS SUSPENSOS

    A altura da caixa-de-ar ou plnum, como tambm designada, depende do tipo de pendural utilizado,

    sendo a sua altura definida como a distncia entre o paramento contnuo do tecto existente e o dorso da

    placa de gesso cartonado ou, no caso de existir, a face interior do isolamento.

    de todo aconselhvel que as tubagens das redes de infra-estruturas sejam fixadas ao suporte ou tecto

    real atravs de acessrios destinados ao efeito, nunca devendo situar-se a uma distncia inferior a

    5mm.

    Legenda:

    (1) Suporte

    (2) Pendural

    (3) Placa de gesso cartonado

    Fig. 3.6 - Fixaes de tubagens

    Caso haja necessidade de se recorrer a isolamentos conveniente que estes se apliquem sob a forma

    de manta, pois facilitam o seu espalhamento. O revestimento da caixa-de-ar deve ser efectuado em

    todo o seu permetro e a manta deve contornar os perfis metlicos, conforme se ilustra na fig. 3.7.

    Geralmente as mantas so constitudas por ls minerais em rolo.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    27

    Legenda:

    (1) Suporte

    (2) Pendural

    (3) Material de isolamento

    (4) Placa de gesso cartonado

    (5) Parede

    (6) Caixa-de-ar ou plnum

    Fig. 3.7 - Tratamento da caixa-de-ar (esquerda). Isolamento em manta (direita)

    O aparecimento de condensaes no seio da caixa-de-ar um fenmeno muito vulgar, que pode ser

    colmatado custa do uso de uma placa do tipo barreira pra-vapor, ou ento atravs da colocao de

    uma manta de l mineral com lmina pra-vapor sobre a placa. Esta lmina dever ficar em contacto

    com a face da placa.

    3.2.6.ESPESSURA MNIMA DAS PLACAS EM FUNO DO TIPO DE TECTO

    A espessura mnima das placas de gesso cartonado de 12,5 mm para o caso dos tectos fixos ou tectos

    suspensos simples de 25 mm (duas placas de 12,5 mm) para o caso dos tectos mltiplos.

    As placas de 9,5 mm no so permitidas para o caso dos tectos falsos e as placas de 6 e 6,5mm, so

    usadas exclusivamente para uso decorativo.

    3.2.7.DIMENSIONAMENTO

    a) Solicitaes

    Os tectos falsos devem ser dimensionados de acordo com as seguintes solicitaes:

    Peso prprio (placas, estrutura, isolamento);

    Uma sobrecarga de 10kg/m2, que tenha em conta as possveis cargas adicionais, como por

    exemplo a iluminao;

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    28

    Outras cargas adicionais, como o caso das ls minerais, ou outros isolamentos, e revestimentos

    posteriores.

    b) Recomendaes Mnimas a Assegurar Durante a Construo de Tectos Falsos

    Devido enorme diversidade de tectos que se podem construir, difcil indicar quais as

    recomendaes desejveis para cada local, pelo que se dever escolher a soluo mais ajustada a cada

    caso.

    As condies mnimas a cumprir durante a execuo dos tectos falsos contnuos em zonas interiores,

    zonas interiores com ambientes hmidos e zonas ao ar livre so as indicadas no quadro 3.1.

    Quadro 3.1 Recomendaes desejveis de acordo com o tipo de tecto

    Tipo de Placa

    Espaamento

    da Estrutura Tipo

    Tectos em zonas interiores

    A ou STD com

    12.5mm 500mm Tecto fixo do tipo simples

    A ou STD com

    12.5mm 500mm

    Tecto suspenso com perfis

    de tecto contnuo ou com

    montantes (simples e

    compostos) do tipo simples

    Tectos em zonas interiores,

    expostos a ambientes hmidos

    H com 12.5mm 400mm Tecto fixo do tipo simples

    H com 12.5mm 400mm

    Tecto suspenso com perfis

    de tecto contnuo ou com

    montantes (simples e

    compostos) do tipo simples

    Tectos expostos ao ar livre

    H com 15mm 400mm Tecto fixo do tipo simples

    H com 15mm 400mm

    Tecto suspenso com perfis

    de tecto contnuo ou com

    montantes (simples e

    compostos) do tipo simples

    3.3. TECTOS ESPECIAIS

    O desenvolvimento cultural dos cidados, os quais esto cada vez mais conscientes do seu direito

    qualidade de vida, tem produzido um aumento crescente das exigncias de conforto.

    A evoluo centrada essencialmente nos conceitos de funcionalidade, versatilidade e conforto, fez com

    que se exigisse uma srie de funes aos sistemas construtivos utilizados no mercado que nada tm a

    ver com os exigidos pelos tradicionalmente utilizados.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    29

    Da simples decorao ou encobrimento de simples instalaes ou estruturas, passou-se a exigir

    prestaes muito mais complexas e importantes tais como o isolamento trmico e acstico e a

    resistncia ao fogo e s radiaes.

    O isolamento acstico sem dvida a rea que mais interesse desperta visto que todas as empresas

    dedicadas construo de sistemas em gesso cartonado dispem de variadssimas solues que vo

    desde placas perfuradas, com diversas percentagens de perfuraes at s placas ranhuradas que visam

    cobrir um amplo campo de absoro sonora, sobretudo em locais de grande superfcie onde se espera

    grande acumulao de pessoas.

    Um bom condicionamento acstico, deve conjugar o reflexo do som numas zonas e a absoro

    noutras. Os nveis de absoro variam em funo da percentagem final de perfurao das placas, da

    altura da caixa-de-ar ou plnum e da incorporao no dorso da placa de uma manta de l mineral.

    J para o caso da resistncia ao fogo, o mercado dispe tambm de placas no inflamveis e at

    incombustveis, que possuem no seu interior gesso especial, sendo as ltimas recobertas por fibra de

    vidro incombustvel, podendo alcanar resistncias ao fogo considerveis.

    Outros sistemas no menos importantes tambm foram desenvolvidos de acordo com as necessidades

    emergentes, como o caso dos sistemas anti-radiaes e os sistemas de tectos decorativos.

    Em seguida, apresenta-se um breve resumo dos diferentes sistemas de tectos especiais comercializados

    pela marca KNAUF, visto esta ser a marca mais completa e diversificada existente no mercado.

    3.3.1. SISTEMAS DE PROTECO CONTRA FOGO

    Os sistemas de proteco contra fogo so constitudos por placas de gesso compostas por uma alma

    especial, revestidas por lminas de fibra de vidro incombustvel.

    Os quatro sistemas de proteco contra fogo da marca KNAUF, utilizam placas do tipo Fireboard, e

    so os seguintes:

    Sistema K219 bi-apoiado EI 90

    Sistema K219 EI 90

    Sistema K214 EI 120

    Sistema K224 EI 120

    3.3.2.SISTEMAS ANTI-RADIAES

    Os sistemas anti-radiaes tm tido um grande campo de aplicao em hospitais, clnicas,

    universidades, laboratrios e institutos de investigao. As placas anti-radiaes so fabricadas de

    forma especial, integram na fase de fabrico uma lmina de chumbo, resultando um conjunto

    extremamente seguro, uma vez que no h a possibilidade desta se descolar, colocando o sistema em

    risco. So indicadas para reas de diagnstico por raios-x e terapia por radiao de baixa intensidade,

    como salas de radiologia em hospitais e consultrios mdicos e odontolgicos. Nessas salas

    obrigatria uma proteco contra a passagem de radiaes para ambientes contguos. A espessura da

    lmina depende da potncia do aparelho a ser instalado no local.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    30

    3.3.3. SISTEMAS DE TECTOS DESENHADOS

    No que diz respeito decorao de espaos, a marca no deixou este tema ao acaso, criando uma gama

    de produtos vocacionados essencialmente para a execuo de tectos desenhados e sistemas de cpulas,

    que visam essencialmente a realizao de tectos decorativos de uma forma fcil, rpida e segura, sem

    sujidades e com a utilizao de poucos materiais. A combinao da arte tcnica o seu lema.

    Os seus principais produtos comercializados em Portugal so:

    Placas Knauf Multiform Consiste no uso de placas fresadas em forma de V, que atravs de

    um processo de colagem permitem uma grande variedade de trabalhos;

    Placas Curvadas As placas curvadas podem ser de dois tipos, as pr-curvadas e as curvadas

    em situ. As primeiras resultam de um processo de curvatura, ou moldagem realizado em fbrica,

    enquanto as segundas podem ser curvadas em seco e em obra, custa do seu humedecimento;

    Sistema de Cpulas A marca dispe de dois sistemas de cpulas; a Cpula Berlin, e a Cpula

    Munich, que utilizam placas de gesso cartonado do tipo Techniform, apropriadas para

    superfcies curvas.

    3.3.4.SISTEMAS DE ISOLAMENTO ACSTICO

    De todos os sistemas especiais comercializados pelas diferentes marcas de sistemas tectos falsos em

    gesso cartonado sem dvida alguma a rea do isolamento acstico a mais desenvolvida.

    Apresentando diferentes padres de geometria e integrando design tcnico e arquitectura, possibilita

    um grande nmero de hipteses criativas e de decorao.

    As principais diferenas entre os diversos produtos, assentam essencialmente na geometria das suas

    perfuraes, podendo ser de trs tipos: redondas, quadradas e longitudinais, com bordos afinados ou

    quadrados. O dorso da placa possui normalmente um vu de fibra de vidro para melhorar a absoro

    acstica criando uma barreira contra o p. Est indicado para espaos pblicos, tais como hotis,

    cinemas, restaurantes, auditrios, etc.

    Os sistemas de tectos acsticos disponibilizados pela Knauf, so:

    Danoline

    Cleaneo

    4BA

    3.4. MERCADO

    As placas de gesso cartonado, so um produto que se estima ter mais de 120 anos, atribuindo-se a sua

    origem a Agostine Sackett, nos Estados Unidos, no ano de 1890. A sua gnese teve como principal

    objectivo a proteco contra o fogo das construes em madeira, muito correntes nos EUA.

    Em 1917 foi introduzido na Europa, mais precisamente na Inglaterra, em 1948 foi criada a primeira

    fbrica em Frana e pouco depois na Alemanha. S no ano de 1978 que se comeou a fabricar em

    Espanha.

    Na Europa, o mercado est nas mos de trs multinacionais, que extraem e preparam o gesso para as

    mais variadas aplicaes. A BPB British Plaster Board detm uma quota de mercado de

    aproximadamente 50%, a Lafarge uns 20% e a Knauf Westdeutsche Gipswerke com cerca de 10%.

    Os 20% restantes correspondem produo de pequenas empresas.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    31

    Em Portugal as marcas principais so, a Knauf, a Pladur e a Iberplaco, havendo duas fbricas

    nacionais (a Fibroplac e a Gyptec), ambas na zona centro.

    Em seguida, apresenta-se um breve resumo histrico sobre as marcas mais mediticas no mundo do

    gesso cartonado e tambm as mais utilizadas Portugal.

    a) Placo

    Em 2002, duas empresas dedicadas produo de gesso e seus derivados, dotadas da mais avanada

    tecnologia de ponta, fundiram-se, e deram origem Iberplaco. Uma delas a Iberyeso, dedicava-se

    sobretudo ao fabrico e comercializao de escaiola, e a outra, a Placosa, era especialista em sistemas

    construtivos base de gesso cartonado.

    Em 2006, a Iberplaco foi integrada na multinacional francesa, Saint Gobain, adoptando a denominao

    social de Saint Gobain Placo Ibrica, como filial espanhola da Diviso Internacional Saint Gobain

    Gyproc.

    O grupo Saint Gobain est implantado em 57 pases e emprega mais de 200.000 pessoas em todo o

    mundo. Ocupa posies de liderana europeia ou mundial na maioria das suas actividades, e est

    radicada em Espanha desde 1904, contando com cerca de sessenta sociedades em toda a pennsula

    Ibrica.

    Segundo dados recolhidos na sua pgina da www.Placo.pt, a Placo Saint Gobain:

    lder de vendas em gesso em Espanha e Portugal;

    Gerou vendas de 250.000.000 em 2008;

    Emprega cerca de 800 pessoas em Espanha e Portugal;

    Abriu uma segunda fbrica de gesso cartonado em Madrid, que se estreou com sucesso em

    Novembro de 2006;

    Em 2007 foi lanado o gesso leve para a regio do Mediterrneo aps os significativos

    investimentos feitos na rea;

    lder em vendas e fabricao de tectos de gesso na Europa, Espanha e Portugal.

    Um dos produtos mais mediticos da marca a Placo Phonique, placa acstica que reduz o rudo

    para metade.

    b) Lafarge

    A Lafarge lder mundial em materiais de construo e teve incio em 1833 na regio de Ardche,

    num local chamado Lafarge, perto da aldeia de Teil. Joseph-Auguste de Lafarge foi o fundador da

    empresa e mais tarde, j em 1848, os seus filhos Edouard e Len seguiram-lhe os passos, adoptando a

    designao de Irmos Lafarge para nome da empresa.

    O primeiro grande projecto da Lafarge ocorreu em 1864, com o contrato do sculo, que consistia em

    fornecer 200.000 toneladas de cal hidrulica em barris de madeira para o Canal do Suez.

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    32

    A partir desse data desenvolveram diversos projectos relacionados sobretudo com cal hidrulica e

    cimento e s no ano de 1931 que o negcio da Lafarge se expandiu para o ramo do gesso, com a

    aquisio da Gypses and Platrs de France, empresa sediada no sul de Frana.

    Esta compra marcou a entrada da Lafarge num mercado promissor, uma vez que mais tarde veio a

    tornar-se no terceiro maior produtor de gesso do mundo.

    A Lafarge est implantada na Europa Ocidental, Central e Oriental, no Mdio Oriente, Amrica do

    Norte e Amrica latina, na sia e em frica.

    Na Europa Ocidental, possui 16.410 empregados, 34 centros de produo de cimento, 219 pedreiras de

    agregados e 566 fbricas de mistura pronta.

    Fig. 3.8 - Lafarge no mundo

    Fonte: www.lafarge.com

    Um dos objectivos da Lafarge optimizar a pesquisa, proporcionando a melhor resposta possvel s

    necessidades dos mercados locais. Possui um centro de investigao com cerca de 200 investigadores,

    que se concentram na investigao fundamental e aplicada e diversos centros tcnicos e laboratrios

    que trabalham sob a responsabilidade das empresas locais desenvolvendo e industrializando solues.

    Em 2000 tornou-se partner da World Wide Fund for Nature (WWF) e em 2009 assumiu os seguintes

    compromissos ambientais:

    Reduo de emisses de CO2;

    Reduo de poluentes persistentes;

    Reduo do consumo de gua;

    Promoo de produtos de construo sustentvel e sistemas de toda a cadeia da construo civil.

    De toda a gama de produtos Lafarge Gypsum, destacam-se as seguintes inovaes:

    Synia - Placa de gesso cartonado com os quatro bordos afinados;

    PLAtec - Placas feitas medida, utilizadas para fins decorativos (Ver figura 3.9).

    Fig. 3.9 Exemplo de placas do tipo PLAtec

    Fonte: www.lafarge.com

  • Condies Tcnicas de Aplicao de Tectos Falsos Suspensos em Gesso Cartonado

    33

    c) Knauf

    A Gerb. Knauf Westdeutsche Gipswerke, foi fundada em 1932, com sede em Iphofen (Alemanha).

    Esta no s uma empresa lder no fabrico de materiais de construo na Europa, mas tambm uma

    companhia que opera a nvel mundial, cujas actividades no se limitam s ao fabrico de matrias de

    construo base de gesso.

    Apesar da enorme expanso da empresa, a Knauf continua a ser uma empresa familiar cuja

    propriedade se encontra nas mos dos herdeiros dos fundadores Alfons e Karl Knauf.

    Os actuais directores da grande famlia Knauf so os primos Baldwin e Nicolaus Knauf, que trabalham

    desde a sede central da empresa em Iphofen (entre Nuremberga e Wurzburg) e os restantes membros

    da cpula directiva da empresa (tambm famlia Knauf) dirigem parte das actividades da empresa nas

    sucursais distribudas por todo o globo.

    Em 2003 a empresa passou a chamar-se Knauf Gips Kg, dispondo actualmente de mais de 60 fbricas

    distribudas por 30 pases, com mais de 20.000 funcionrios. A fabricao anual alcanada ultrapassa

    os 5.000 milhes de euros.

    Os principais mercados encontram-se no Nordeste da Europa assim como em toda a regio

    mediterrnica sobretudo a Espanha, a Itlia, a Grcia e a Turquia. Os antigos pases da Unio

    Sovitica e a China dispe actualmente de trs fbricas, onde a Knauf foi pioneira no investimento das

    suas modernas instalaes. Estes pases tm um papel muito importante no desenvolvimento e

    expanso da marca.

    As delegaes da Knauf na Pennsula Ibrica esto representadas no mapa seguinte. Em Espanha

    possui duas fbricas, uma em Lr