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SANTO ANHANGÁ 01 REVISTA SOBRE O BAIRRO VALE DO ANHANGABAÚ COM OLHAR FOCADO NAQUILO QUE VOCÊ GERALMENTE NAO VÊ SANTO ANHANGÁ, JÁ! POR UMA VIDA SEM CATRACAS MEU CORPO MEU PROTESTO BODY MODYFICATION, MIND TRANSFORMATION PASSE LIVRE, JÁ!

Sänto Anhangá

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A revista Sänto Anhangá foi realizada enquanto trabalho de sala de aula no 3o Semestre de Design Gráfico no Istituto Europeo de Design – IED, e teve como proposta abordar o bairro do Anhangabaú enquanto um cenário de lutas paulistanas, que recebe por ano diversas manifestações, tanto culturais quanto políticas. Um ano depois de sua única edição ter sido impressa, o viaduto do chá localizado no coração do Anhangabaú recebeu em baixo de sua ponte o movimento Ocupa Sampa, que lá permaneceu por cerca de três meses.

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SANTOANHANGÁ01

REVISTA SOBRE O BAIRROVALE DO ANHANGABAÚ COM

OLHAR FOCADO NAQUILOQUE VOCÊ GERALMENTE NAO VÊ

SANTO ANHANGÁ, JÁ!

POR UMA VIDA SEM CATRACAS

MEU CORPO MEU PROTESTO

BODY MODYFICATION,

MIND TRANSFORMATION

PASSE LIVRE, JÁ!

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SIGNIFICADO E FORMAS DE APARIÇÃO

Anhá-Angá, “anhang” do tupi-guarani. “Ang” significan-do Alma e “Anhá”, correr, ou seja, uma alma que corre. Pode ser traduzido por alma errante dos mortos, som-bra, espírito ou, como fala o caboclo, visagem, que é o mesmo que espectro, fantasma e assombração.Como alma é invisível, entretanto pode assumir diversas formas. As formas nas quais se apresenta depende para quem aparece.

A sua forma mais comum de aparição é como um portentoso veado branco, com chifres cobertos de pêlos, olhos de fogo e com uma cruz na testa.

SANTO ANHANGÁ

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MISTO FRIODE NOVOBODY ARTPOLÍTICA

SESSÃO VARIADA, DE ACORDO COM A VIAGEM DO REDATOR, ÚNICO FIO CON-DUTOR É O ANHANGABAÚ.

SESSÃO QUE ABORDA OS PROJETOS DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO, NOVA UTILI-ZAÇÃO DO ESPAÇO ANTIGO.

ESPAÇO DESTINADO A DISCUTIR A ARTE E O CORPO QUE OCUPAM A CIDADE.

ANHANGABAÚ É PALCO DE LUTA POLÍTICA, ESTE ESPAÇO BUSCA EVIDENCIÁ-LA.

INDEX

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MARMORE

MISTO FRIO

O LAMPIÃO - VIVO

A DAMA DA FONTE

CARNE

Um passeio entre as estátuas, vivas ou “mortas” na paisagem urbana do vale do anhangabaú

Bernati doloritas eos eum nihit quame num as et labo. Itas sandam, offic torerfero quiam, nis doluptatem abo. Pudit, qui dunt, quate dolorep udiosse quibus.Abo. Ritatiae excerum sitas vellit quatur sequia volenihilis quoditibus, comnis asi doloribus aliquam ilis re volora cusae lab imolore sequas et, sam aperferum facea volut exceped explab ipsunt volor ma que porehe-nime occae verunt quiam restia vo-loreste lant.

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ENTRE A

E O

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ONDE ESTAO? Tas repudia vendam rest, con none et dolorestium, audam ut assequid quo bero earum am, si ulparum quasperum rem earunt fuga. Ut laccupt iasperc hictatque modionse dolore dionsed que nonsecti aut et aliquiande sed modi conse sita eiur se-quia nobis perspitamet alit, volupiet idi se-cabor erferum nientotam lat.Ra porrovi debitatus rest magnimos nis etur alicilla quae ipic tem expliqui te labo-

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Volorem alitisita sequodis illiae elitectur, ut doluptata voluptam aut exernam, occullibusam inctore pellabor sinit, offici cusanda eptate venim latur modicatio et faccus sit duciumque nestis ipsam reperum esciure parchitas quam, id quissim oluptatectem es di as que prae re con non renecatiore plicide lenist, cuptaquam, quis re pariae laccatem sinctur?Parchil idit odi re sitia dic

AMOR CINZA

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COMO ERADE NOVO

HOJE texto do boxTorum voluptae incia qui op-tatem vollibus, cullaut qui voluptatiae comnis idel illendi conse cum nobit es dolectu rectur? Ta dis simi, quiaecta comnimi llestium consed maione pliberios dolorrum quo maior asiti-at uriatquassum unt is pratur miniet et etur, solessi taquis modistis quaspiene nectur aut volorerupta vAceribus ius quisque inienia idero quiat hita non-sendiscil evelis ut poreper iasit.

quis mos et, volupidem es eatisquam ad quaecum eate nis quiae et dolupic iaeprae nonse-ditio consedic to beruntur moloria doluptation plit eliquo beatum essimodis nimus magnis acium ac-cus.It volest vita nia autem sandunt, quod quid maxi-

PRÉDIO VELHO É NOVIDADE

ILUSTRA CARINA BUENO

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TOWERTRACKERS

Harunt, soluptu reriat volessi dolum vellaut ad et aut veles et as vo-luptatiume el est velicia veribus il iu-met repudit ullor mi, culpa non conem sequi omnienit quia qui sequibus ma ati officid erferum venimagnim eatur?Itiaerum rae. Solorem porendero modipie nihilluptam, que por re repu-dicto eos si nos dolo te nobis dolorpo ritat.Udis elibusciis as id modisi comnimp elestint aboritas erspe inimuscilit in-velent, a conestiunt, sitenim poreperio vent fugiatusciis experorecum faccu-sandem hicabo. Hil inci aces expel-laut es re nessimu scipienis a alitate susa et, es earum et officillum eribus-

Ibuscitatur aperum, volessequam, siti denet exerferem et essi a es-tem sam aboremporem viduciur?Les venditio quaepel esciasitibus ea dis eserro ipsus rerupta doluptatem essimporum dit quid quatur, ipsa consequia velluptat voluptat ame pos aut poribea rchilib uscillab illorum alictas que landia sa cone con eumquo vo-lorehentis maiosaerios moluptate nihiliquo blat ullanihiciis rempore ptatiae. Nam facipsam, quis cuptatem fugia que venest volo que enis iunturion res assed quid et es de niet fugit, si dis sit ea nonetur, officius eum is debit expel invelec ullorerum, volorep ernatem quo coreria verum ressit, cus, quuntibu-sae et volorep eruptat laborum experum faciet aceatem lam nostiate non rereni torerruptat ent, volent enihiciassus denducit illacero et essinisquunt

EM VELHAS CONSTRUÇÕES, NOVAS INSTALAÇÕES A TRANSFORMAÇÃO DE PRÉDIOS NO ANHANGABAU

À ARTEDO ABANDONO

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PROTESTO

CORPO

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PROTESTO

MEU MEU

CORPO

BODY ART

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Na história da Filosofia, localizamos deter-minados eventos que foram responsáveis pelo modo como a Psicologia apreendeu a consciência, o corpo e a experiência de si. Tanto do ponto de vista reducionista, quanto universalista, a Psicologia se valeu do per-curso filosófico para formular o psíquico e sua relação com a

A história da filosofia moderna foi mar-cada pelo norte da prerrogativa cartesiana, assim como pela tentativa de resolver os problemas criados por ela. Este problema, conhecido como o problema de Descartes, como apresenta Abbagnano (1991), marcou o início da Filosofia Moderna e serviu de ponto de partida para desdobramentos que nortea-ram muitas reflexões filosóficas, bem como inspirou determinadas correntes psicológi-cas. Descartes fundou a oposição entre na-tureza e cultura, que serviam de apoio para delimitar o Consciente do Não-consciente. Neste sentido, a consciência deixou de fazer parte do corpo, passando a se definir como uma propriedade do espírito.

Keleman (1985) afirma que não há distin-ção entre o corpo e o eu. Assim sendo, não existe um eu sem um corpo. Essas afirma-ções buscam compreender a imbricada re-lação entre soma, psiquismo e consciência. Ele sinaliza que diferentes estados de ten-são e sofrimento emocional vividos por um indivíduo definem padrões de organizações somáticas.

Freud, no prefácio à edição alemã de Scatologic Rites of All Nations, de John G. Bourke, recordando as aulas dadas pelo pro-fessor Brouardel, em Paris, no ano de 1885, comenta que uma vez, enquanto ele ilustrava

O CORPO E A CONSCIÊNCIA

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BODY ART

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O CORPO É

UM PROCESSO VIVOO corpo não é um ente, mas um processo vivo, através e a partir do qual a experiên-cia de si mesmo acontece. Enquanto rea-lidade somática, o corpo demonstra como a vida pessoal foi e está sendo continua-mente organizada, afirma Keleman (1985), através de sua Psicologia Formativa.

O CORPO NA FILOSOFIAA filosofia moderna prosperou a partir da

oposição entre corpo e espírito (psiquismo e mente). Descartes (1637) foi o respon-sável pelo abandono do conceito de cor-po como um instrumento7. Segundo este autor, todo movimento e calor existentes no humano pertencem exclusivamente ao corpo, não dependendo em absoluto do pensamento. Descartes afirma que o cor-po de um homem vivo difere do corpo de um morto do mesmo modo que um relógio ou outro autômato que está carregado. Ele complementa dizendo que o corpo contém em si o princípio corpóreo dos movimen-tos para os quais foi projetado, juntamente com todos os requisitos para agir; todavia difere do mesmo relógio ou da mesma máquina, quando estes estão avariados ou quando o princípio do movimento deixa de agir.

A tese cartesiana se manteve ao longo da história como um pressuposto teóri-co que norteou durante muito tempo as investigações científicas sobre os corpos vivos.

No que diz respeito à filosofia, a for-mulação cartesiana trouxe um problema até então desconhecido pela filosofia clás-sica que definia o corpo como instrumen-to. Este problema se refere à relação entre corpo e alma.

Para estas formulações, a filosofia mo-derna e contemporânea produziu quatro “soluções”.

BODY ART

SARA PANAMBY MEU CORPO É MEU

PROTESTO TEXTO E FOTOF. ESPINDOLA

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POR UMA VIDA

Costuma-se dizer que no Brasil o ano só começa depois da folia do Carnaval. Há, exatamente em função desse mito, a re-produção de uma ilusão – sustentada pela idéia de um imaginá-rio coletivo – de que o novo ano que se inicia só começa a valer de fato após o esperado feriado de Carnaval. Essa assertiva tem uma dose de realidade, especialmente quando deixamos aqueles compromissos ou tarefas perfeitamente adiáveis para final de fevereiro, ou no caso deste ano de 2011, parameados de março. Mas, a obviedade dos fatos nos faz sublinhar que ano começou em um sábado, dia 1º de janeiro (data na qual nem todos são agra-ciados com o direito ao merecido descanso após as festividades de Reveillon). Em São Paulo, já no dia 05 de janeiro, fomos lem-brados pela experiência cotidiana posta pela necessidade de mo-bilidade placidade de que nem todos nossos “compromissos

ou tarefas” po-

deriam ser adiados para de-pois do Carnaval. Isso porque no dia 05 de janeiro de 2011 as passagens de ônibus em São Paulo chegaram ao exorbitante patamar de R$ 3,00, em um reajuste de 11,11%, que tornou a tarifa em São Paulo a mais cara do país; irracional do ponto de vista social, mas perfeitamente racionali-zável quando levamos em conta o imbri-camento complexo que envolve o plano do econômico com o político. Esse assombro aparece como uma espécie de “déja-vu” do ano de 2010, quando em 04 de janei-ro, também na gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM), houve um reajuste da tari-fa de ônibus que aumentou a passagem de R$ 2,30 para a já inviável tarifa de R$ 2,70 . TARIFA ABUSIVA A insatisfação gene-ralizada pela conjunção de uma tarifa

A LUTA PELA MOBILIDADE URBANA

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POR UMA VIDA SEM CATRACAS

POLÍTICA

prensa, inten-cionalmente relapsa na

cobertura dos fatos, insista em afirmar que o número nunca ultrapasse a casa das cen-tenas de manifestantes. Ao todo, já foram realizados nove grandes atos chamados pelo Movimento Passe Livre, concentra-dos na região central da cidade, alguns dos quais com grande repressão policial. Os atos tem tido alguma repercussão e, diante das sucessivas mobilizações, uma Audiên-cia Pública foi realizada em 12 de feverei-ro para discutir o aumento das passagens, cujo resultado foi a ão (mal explicada) de fraudes nas planilha.

NADA EXPLICA O REAJUSTE sobre o aumento. O escancaramento do reajuste como decisão política e econômica e não estritamente econômica, como se quer fazer supor, além das dificuldades de ne-gociação com a população interessada na

abusiva e não con-

dizente com os rendimentos da maioria da população trabalhadora, das péssimas condições nos ônibus (marcada especial-mente pela superlotação), que colocam cotidianamente a humilhação e a explo-ração que pode ser sentida no corpo e na mente daqueles que precisam acordar cada vez mais cedo para que possam che-gar a tempo no emprego, sob o risco de perdê-lo, fez com que um número expres-sivo de paulistanos, sobretudo estudantes, não esperasse o Carnaval chegar e fosse às ruas protestar a urgência da redução .

-Desde o dia 13 de janeiro do presente ano – apenas uma semana após a valida-ção do reajuste – milhares de pessoas tem se manifestado nas ruas contra o aumen-to da passagem, ainda que a grande im-

MOVIMENTO PASSE LIVRE EM BUSCA DO

TARIFA ZEROPOR RAFAEL XAVIER

PACCHIEGAFOTOGRAFIA

LUIZA MANDETTA

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A ESCASSEZ DACOBERTURA séria e aprofundada desses acontecimen-tos por parte da mídia dominante, procu-ra emudecer mais de dois meses de inin-terruptas mobilizações que colocam no centro do debate a questão do transporte, mas acima de tudo refere-se às questões da mobilidade urbana e das possibilidades de apropriação da cidade, negada de ante-mão pelo próprio processo de produção capitalista do espaço urbano, que coloca uma necessária contradição entre produ-ção social (ou socializada) da cidade e sua apropriação privada. As coberturas midi-áticas de massa procuram deslegitimar e subestimar a radicalização, ou melhor, a potência dessas mobilizações, ao relacio-nar sugestivamente tais protestos como iniciativas de um número reduzido de jo-vens estudantes (a maioria universitários) e, portanto, sem legitimidade (numérica) social. Procuram associar inconseqüência e juventude como binômio inquebran-tável, cuja expressão mais significativa seria aquela relacionada aos transtornos que tais mobilizações causam no trânsito da cidade, afetando o “direto sagrado do

ir e vir” do paulistano médio. Quem nun-ca ouviu em algum noticiário variações da máxima: “não somos contra o direito que o povo tem de se manifestar, desde que isso não afete o direito de ir e vir do cidadão”.

O DIREITO DE IR E VIR Acontece que o sagrado direito de ir e vir já foi ne-gado de antemão pela lógica que priorizou o espaço como o “espaço livre da mercado-ria”, nas palavras de Guy Debord, e prio-rizou o transporte individual (baseado no automóvel) em detrimento do transporte coletivo, público e de qualidade. A prova mais dramática da negação desse direito de ir e vir não pode ser representada pelos transtornos causados na Avenida Paulis-ta e no Centro da cidade em hora de rush pelos manifestantes em luta pela redução da tarifa de ônibus, ou como costuma di-zer o Movimento Passe Livre, pela luta de uma “vida sem catracas”, mas pelo último acontecimento na Estrada do M’Boi Mirim, onde no dia 04 de março, trabalhadores precisaram dar vazão a uma insatisfação que os acomete todos os dias nas filas dos pontos de ônibus, na superlotação esmaga-dora dos transportes, nas incontáveis ho-ras despendidas nos congestionamentos

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gigantescos em todo o trajeto em direção a um trabalho degradante, na maioria dos casos. A falta de perspectiva de melhora no transporte urbano – na verdade o que se vê é uma crescente piora – fez com que mais de dois mil trabalhadores, cujo direito de ir e vir lhes é negado pelos congestiona-mentos e alto pelo preço das passagens, interditassem a já interditada Estrada do M’Boi Mirim na tentativa de chamar al-guma atenção do poder público para a si-tuação insuportável que se transformou o deslocamento pela cidade de São Paulo.

MENOS CARROS O que está co-locado tanto nas manifestações na região central quanto na realizada na Estrada do M’Boi Mirim é mais do que um grito de so-corro por mudanças no sistema de trans-porte urbano a um desacreditado poder público como agente significativo na pro-dução de uma cidade justa socialmente. O que também está colocado é a potência posta na e pela vida cotidiana de trans-gressão a um cotidiano extremamente di-lacerado e degradado, inclusive em função da situação dos transportes, mas que não

se resume estritamente por ela. Caberia em outro espaço uma crítica mais apro-fundada e negativa envolvendo a lógica do processo de produção capitalista da cidade que nos levaria certamente a discutir em termos mais amplos a questão da mobili-dade, dos transportes e dos movimentos sociais urbanos. Aqui, nos limitaremos apenas ao início de uma discussão que pretende sugerir outras de maior fôlego.

REDUÇÃO DA TARIFA Nossa intenção é colocar na pauta de discussões desta semana, “curando-se” da ressaca do Carnaval, o assunto que vem ocupando as mentes envolvidas na luta pela redução da tarifa (na construção de uma luta ampliada pela Tarifa Zero) e o pensamento dos mi-lhares de trabalhadores que desembolsam uma quantidade expressiva de seu redu-

“Nossa intenção é

colocar em pauta o projeto Tarifa

Zero”

zido salário com passagens de ônibus--trem-metrô, e que vem ganhando espaço crescente nas redes sociais desde o início do ano. Com a grande mídia destinando um pequeno espaço de informação e refle-xão sobre essas mobilizações, enfatizando mais os transtornos causados pelos protes-tos do que explicitando os conteúdos das reivindicações (além dos controversos nú-meros de participação e informações sobre os atos), esperamos que este pequenino texto possa contribuir com a divulgação dessas mobilizações. A expectativa é a de que espaços como este na internet possam servir para a explicitação e para a reflexão crítica de outras tantas mobilizações que envolvem a luta cotidiana pela apropria-ção (ainda que residual, mas certamente significativa do ponto de vista do cotidia-no) da cidade.

Nesta próxima quinta-feira, dia 24 de março de 2011, um novo ato em defesa da redução da tarifa de ônibus em São Paulo está chamado para às 17h, com concentra-ção na Praça Oswaldo Cruz, Metrô Briga-deiro (em frente ao Shopping Paulista). Em Santo André, no ABC Paulista, a luta

POLÍTICA

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