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JAN-MAR 2012 # 6 ZAHAR SEM MEDO DE ERRAR Como aprender com os erros NUNCA HOUVE UM HOMEM COMO HELENO A fascinante história de um craque-problema do futebol brasileiro O FILTRO INVISÍVEL O que a internet esconde de você

Revista Zahar #6

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Sexta edição da revista Zahar

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Page 1: Revista Zahar #6

JAN-MAR 2012

#6ZAHAR

SEM MEDO DE ERRARComo aprender com os erros

NUNCA HOUVE UM HOMEM COMO HELENOA fascinante história de um craque-problema do futebol brasileiro

O FILTRO INVISÍVELO que a internet esconde de você

Page 2: Revista Zahar #6

NESTA EDIÇÃO

zahar.com.br @editora_Zahar facebook.com/zahar.editora [email protected]

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Além das informações aqui, há muito mais em zahar.com.br e em nossas redes sociais. Basta ficar atento aos ícones que estão nas páginas da revista. Conecte-se à Zahar.

ZAHAR rua Marquês de São Vicente 99 - 1º andar, Gávea 22451-041 Rio de Janeiro, RJ tel (21) 2529-4750 Vendas e depósito: rua Cotia 35, Rocha 20960-100 Rio de Janeiro, RJ tel (21) 2108 0808 / fax (21) 2108 0809

EXPEDIENTE

O seu livreiro:

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Errar é humano, mas ai de quem falhar. Ao contrário do ditado popular que diz ser errando que se aprende, erros são frequentemente malvistos e punidos. Depois de cometer um engano em sua coluna no New York Times – e ficar mal por isso –, Alina Tugend resolveu pesquisar essa tensão entre o que nos é dito e a realidade. Sem medo de errar mostra que podemos sim melhorar com os erros. E evitar outros.

A primeira revista Zahar de 2012 traz ainda a história de um dos maiores e mais controversos craques do futebol brasileiro, em Nunca houve um homem como Heleno; as contradições e os interesses dentro das Forças Armadas durante o regime militar brasileiro, em A política nos quartéis; como a personalização na web controla e limita a informação que consumimos, em O filtro invisível. E mais: paixão, cultura, redes sociais, cartas chinesas, literatura clássica americana. Boa leitura!

ZAHARDireção editorial Cristina Zahar / Direção executiva Mariana ZaharConselho editorial Cristina Zahar, Mariana Zahar, Rodrigo Lacerda, Ana Paula RochaREVISTA Coordenação Isabela Santiago / Edição Priscila Corrêa / Redação e entrevistas Renata Magdaleno Colaboração editorial Juliana Freire, Clarice Zahar, Kathia FerreiraProdução Leonardo NascimentoProjeto Gráfico Chris Lima, Evolutiva Estúdio / Design Lais Célem, Lucas Campoi, Evolutiva Estúdio

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O ANDAR DO BÊBADOCOMO O ACASO DETERMINA NOSSAS VIDAS

Leonard Mlodinow

MENOS É MAISBest-seller internacional, livro sobre como o acaso interfere em nossas vidas agora em versão de bolso

Quantas vezes um técnico de futebol foi despedido depois de perder partidas seguidas? Quem garante que não ganharia todas as outras? Claro que técnica, experiência e estratégia são fundamentais para a garantia do sucesso, mas uma boa dose de sorte também conta.

Com mais de 90 mil exemplares vendidos no Brasil, tendo ficado 36 semanas na lista de best-sellers, O andar do bêbado, do físico e matemático Leonard Mlodinow, cita pesquisas e exemplos presentes em diferentes setores – do mercado financeiro aos esportes, do cinema à medicina –, para mostrar como nossa vida é determinada em larga escala por eventos imprevisíveis.

Essa nova edição de bolso – com preço mais acessível – traz o texto integral deste que foi considerado livro notável do New York Times.

324ppNas livrarias: 16 de janeiro

R$24,90R$24,90

LEONARD MLODINOW ensina as teorias da aleatoriedade no Instituto de Tecnologia da Califórnia, e trabalhou como roteirista em famosas séries de TV. Sua própria vida

é cercada pelo acaso: ele estava no World Trade Center em 11 de setembro de 2001 durante os ataques terroristas e, também por puro acaso, sobreviveu.

Um guia maravilhoso e acessível sobre como o aleatório afeta nossas vidas.

Stephen Hawking

Uma bem-humorada síntese de recentes pesquisas numa área limítrofe, provisoriamente designada como ‘ciência da incerteza’.

O Estado de S. Paulo

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O andar do bêbado trata ainda do modo como tomamos decisões e dos processos que nos levam a julgamentos equivocados e escolhas ruins quando confrontados com a aleatoriedade ou a incerteza. Segundo o autor, em sua palestra na Bienal do Livro do Rio no ano passado, “algumas pessoas abençoadas tiveram bons acasos. O importante não é o que se faz para atrair coisas boas ou ruins, mas o que as pessoas fazem com essas coisas”.

Em julho, a Zahar, em parceria com a editora Sextante, lança War of Worldviews: Science vs Spirituality (ainda sem título em português), escrito por Mlodinow com o médico indiano Deepak Chopra, em que debatem sobre a fascinante fronteira entre o conhecimento e o mistério, além de suposições sobre a vida, Deus e o universo.

Page 4: Revista Zahar #6

O FILTRO INVISÍVELO QUE A INTERNET ESTÁ ESCONDENDO DE VOCÊ

Eli Pariser

NA ERA DO PENTE FINOComo o aumento da personalização na web controla e limita a informação que consumimos

O Google oferece resultados de busca de acordo com as preferências de cada usuário; o Facebook oculta atualizações de amigos com quem interagimos pouco; a Amazon expõe produtos que nos interessam quando entramos no site. Baseada na análise de nossos cliques, a internet está cada vez mais feita sob medida. Mas esse reflexo de nossos desejos tem um custo: se tudo se tornar pessoal, podemos ser impedidos de entrar em contato com ideias que mudam o modo como vemos o mundo e nós mesmos.

Em O filtro invisível, Eli Pariser, presidente do conselho da MoveOn, um dos principais portais de ativismo on-line, alerta para o que chama de bolha dos filtros: a partir da navegação de cada usuário na web, gigantes como Google, Facebook, Apple e Microsoft criam filtros formados por algoritmos que personalizam o resultado das buscas na internet. Só nos é mostrado o que aparentemente queremos ver. Nos bastidores, uma indústria florescente de empresas de dados rastreia nossas preferências e as vende a anunciantes.

Pariser conta como a internet, um meio criado em torno do fluxo livre de ideias está se fechando sobre si mesma. O autor mostra os riscos de vivermos confinados a um universo pessoal único de informações, uma espécie de bolha, e explica o que cada um de nós, assim como as empresas, pode fazer para tornar a web mais democrática.

Esse livro é leitura obrigatória sobre uma das questões

centrais da cultura contemporânea: a

personalização.

Caterina Fake, cofundadora dos sites Flickr e Hunch

264ppNas livrarias: 15 de março

R$49,90R$35

Page 5: Revista Zahar #6

As empresas da internet nos mostram uma porção cada vez menor do mundo, deixando-nos na vizinhança do que já conhecemos. O risco, como demonstra Pariser, é que, sem sabê-lo, todos passemos a habitar um gueto pessoal.

Clay Shirky, autor de A cultura da participação e Lá vem todo mundo

ELI PARISER é presidente do conselho diretor e ex-diretor executivo do portal MoveOn, que conta com 5 milhões de assinantes. É também cofundador da Avaaz.org, uma das maiores organizações de ativistas do planeta, e membro do Roosevelt Institute. Em entrevista à revista Zahar, o autor reflete sobre como escapar do filtro invisível que controla o que acessamos na internet.

“Eu acredito que seja possível escapar dessa bolha, mas, para fazer isso, a pessoa precisa compreender como ela funciona – como os sites nos veem, como eles tomam decisões sobre o que devemos ou não ver, e o que isso significa em relação a como percebemos o mundo. Isso é o que eu tento explicar em termos gerais. O que desemboca em outra questão: nós usamos essas ferramentas – Google, Facebook, e sites como esses – ou elas nos usam? Tudo isso depende do quanto os entendemos e como compreendemos o funcionamento deles.”

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Page 6: Revista Zahar #6

NUNCA HOUVE UM HOMEMCOMO HELENO

Marcos Eduardo Neves

328ppIlustrado

Nas livrarias: 15 de marçoR$44 R$31

Rodrigo Santoro interpreta Heleno

em filme de José Henrique Fonseca,

com lançamento previsto para março.

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GÊNIO INDOMÁVELDa praia aos estádios, da boate ao hospício. A história de um dos melhores e mais controversos jogadores do futebol brasileiro

Foram 39 anos de vida, 305 jogos como profissional e 251 gols. Heleno de Freitas era um turbilhão dentro dos campos – o grande ídolo do Botafogo na era pré-Garrincha, tendo jogado também pelo Fluminense, Vasco da Gama, Boca Juniors e pela Seleção Brasileira. Fora do gramado era um sedutor irresistível. De um amigo tricolor do Clube dos Cafajestes ganhou o apelido Gilda, que remetia à personagem de Rita Hayworth no filme homônimo de Charles Vidor: linda, glamourosa e temperamental. Atributos que se encaixavam perfeitamente em Heleno.

O jogador, que acaba de ser interpretado por Rodrigo Santoro no cinema, teve uma vida intensa. Ídolo nos gramados e frequentador da alta sociedade carioca, era boêmio, perfeccionista, impulsivo e viciado em lança-perfume e éter. No fim da vida, sofrendo de sífilis e consumido pela doença, foi internado em um hospital psiquiátrico em Barbacena, Minas Gerais. Morreu, em 1959, em um sanatório, considerado louco. Nunca houve um homem como Heleno é a fascinante história de um craque-problema do futebol nacional.

Page 7: Revista Zahar #6

Leia a entrevista na íntegra em zahar.com.br

Marcos Eduardo Neves resgata um ser humano que teria sido patético e marcante em qualquer atividade. O acaso quis que Heleno jogasse futebol, daí o ineditismo dessa narrativa: um drama quase cinematográfico, estrelado por um galã de calções e chuteiras.

Ruy Castro

MARCOS EDUARDO NEVES é jornalista e trabalhou nas redações do Jornal do Brasil e do Jornal dos Sports. É autor das biografias de Renato Gaúcho e Roberto Medina, entre outros livros.

OS GOLS DO CRAQUE

1939-1948 Botafogo: 235 jogos – 206 gols

1948 Club Atlético Boca Juniors: 17 jogos – 7 gols

1949 Vasco da Gama: 24 jogos – 19 gols

1951 América: 1 jogo – Nenhum gol

1944-1948 Seleção brasileira: 18 jogos – 14 gols

ENTREVISTA COM O AUTOR

Marcos Eduardo Neves fala sobre um dos personagens mais fascinantes do futebol brasileiro

Heleno de Freitas foi o primeiro craque-problema do futebol nacional?O primeiro foi Leônidas da Silva, o Diamante Negro. Porém, Heleno era um caso mais complexo, emblemático. Porque, diferentemente do Leônidas e da grande maioria dos jogadores, ele era de família rica, era chique, elegante, formado em Direito. Ficava difícil para os cartolas lhe chamarem a atenção. Na realidade, até mesmo os dirigentes sentiam-se inferiorizados socialmente diante dele. Por conta disso, seu gênio intempestivo o levava a extremos. Ele não se rebelava só com os adversários, mas também com os próprios companheiros. Era expulso jogo sim, jogo não.

O que o levou a pesquisar a vida de Heleno, um personagem que andava esquecido?O jornalista Luiz Mendes, falecido há pouco tempo, me sugeriu escrever sobre o Heleno. Brincando, disse que era o caminho do ouro. Confesso que pouco sabia sobre o craque-galã. Apenas que jogara na seleção e era ídolo do Botafogo. Numa rápida pesquisa pela internet, descobri que Heleno pertencia ao mítico Clube dos Cafajestes; tinha Cadillac na garagem; só usava ternos de casimira inglesa, seu alfaiate era o mesmo do presidente Getúlio Vargas; que frequentava as boates mais glamourosas e os grandes cassinos; que sua personalidade forte seduziu nomes como Gabriel García Marquez, Evita Perón, Nelson Rodrigues; e que morreu num manicômio aos 39 anos. Acabei me debruçando numa pesquisa de fôlego a fim de resgatar esse grande personagem, que realmente se via esquecido na poeira do tempo.

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Page 8: Revista Zahar #6

SEM MEDO DE ERRARAS VANTAGENS DE ESTAR ENGANADO

Alina Tugend

É ERRANDO QUE SE APRENDEAcolher nossos erros pode nos fazer mais inteligentes, saudáveis e felizes

Na vida pessoal, nas interações sociais, nos locais de trabalho – hoje erros são quase sempre malvistos. Ao contrário do ditado popular “é errando que se aprende”, somos frequentemente punidos quando falhamos, e isso nos faz evitar riscos e desafios.

A colunista do New York Times Alina Tugend analisou essa tensão, mostrando que quando reconhecemos um erro, identificamos sua causa e o aceitamos – em vez de negá-lo –, podemos melhorar a nós mesmos, assim como nossas relações profissionais e pessoais. “Isso não significa necessariamente que os erros em si sejam bons”, diz a autora, “mas suas consequências – descobrir as razões por que os cometemos e o que aprendemos com eles – podem ser muito úteis para que se evitem erros no futuro.”

Num texto claro e descontraído, a jornalista conta experiências pessoais e apresenta resultados de estudos de ponta e entrevistas com especialistas. Mostra as vantagens e desvantagens da repressão a erros; o peso dos equívocos em áreas nas quais um deslize

254ppNas livrarias: 13 de fevereiroR$44 R$29,90

A melhor maneira de se tornar um especialista em seu campo é concentrar-se nos próprios erros.

Alina Tugend

pode custar vidas, como a medicina e a aviação; o que e como podemos aprender com os erros, entre outras conclusões.

Page 9: Revista Zahar #6

ALINA TUGEND assina a coluna sobre consumo “Shortcuts”, da seção de negócios do New York Times,

desde 2005. Mestre em direito pela Yale Law School, escreveu sobre educação, meio ambiente e a cultura

de consumo para diversos periódicos, como New York Times, Los Angeles Times, The Atlantic e Parents.

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ENTREVISTA COM ALINA TUGEND

A jornalista explica como a busca pela perfeição resulta em um pânico

generalizado de errar. Para Alina, é preciso aceitar as falhas como um processo

inevitável da vida e trocar o medo por crescimento individual.

Você acredita que hoje somos menos flexíveis com nossos erros do que no

passado?Achamos que temos mais controle sobre as coisas – mesmo que a realidade mostre que

não. Muitos acreditam que se tentarem bastante, trabalharem bastante e forem bons o

bastante, a vida será perfeita. Claro que nunca é. Então, quando os erros acontecem, e

eles acontecem inevitavelmente, não aceitam isso como algo que faça parte da vida. No

passado, as pessoas admitiam mais a falta de controle e a possibilidade do erro. Também

há muito mais opções agora e, com isso, mais oportunidades de fazer escolhas erradas.

Vivemos em uma sociedade cada vez mais competitiva. Você acredita que por

isso as pessoas estejam mais perfeccionistas?

As pessoas estão com um medo incrível de falhar. Para muitos, todo e qualquer erro é

desastroso. Slogans como “Falhar não é uma opção” reforçam a ideia de que a perfeição

é desejada. E já que não podemos ser perfeitos, achamos que sempre falhamos.

É possível mudar esse cenário?

Sim, apesar de não ser fácil. Pelo menos nos Estados Unidos, as pessoas estão se cansando

desse constante direcionamento para a perfeição. Professores, pais, empregados têm se

dado conta de que a meta não é fazer tudo certo, mas poder cometer erros, levantar-se e

tentar de novo. Na verdade, todos com quem conversei afirmam que estão interessados

em alunos e empregados que não tenham sempre a resposta certa, mas que sejam flexíveis

– saibam o que fazer quando algo dá errado, e não desmoronem, simplesmente. Toda a

sociedade precisa trabalhar para mudar essa visão sobre o erro. Sem novas tentativas,

riscos em busca de inovação – o que significa inevitavelmente cometer erros –, a vida seria

muito mais segura e muito mais aborrecida. Quando saímos de nossa zona de conforto,

temos mais chance de acertar. Isso frequentemente envolve falhar em algum ponto. Mas

os benefícios superam o lado negativo.

Page 10: Revista Zahar #6

LÁ VEM TODO MUNDOO PODER DE ORGANIZAR SEM ORGANIZAÇÕES

Clay Shirky

LÁ VAMOS NÓSComo a revolução tecnológica produz mudanças na forma como pensamos, trabalhamos e vivemos Uma mulher esquece seu moderno celular em um táxi em Nova York. Para seu azar, o aparelho era onde guardava informações sobre a produção de seu casamento. Depois da tentativa frustrada de reavê-lo, a moça compra um novo celular e resgata a cópia dos arquivos do antigo. Nos registros há imagens da nova “proprietária”, que, contatada, não quis devolvê-lo. Um amigo resolve, então, levar a história a público em seu site, pedindo ajuda para os leitores espalharem a notícia. Dez dias – e milhares de posts – depois, a mídia e a polícia se envolveram, o celular foi devolvido e a jovem “ladra” detida.

O episódio acima demonstra o grau impressionante de conexão que temos uns com os outros atualmente. Pela primeira vez na história, os indivíduos têm nas mãos os meios para se organizar sem a intermediação de empresas, partidos e instituições, compartilhando informações, produzindo de maneira colaborativa e até planejando ações coletivas de grande porte – como os protestos organizados virtualmente que derrubaram ditaduras no Oriente Médio em 2011.

Clay Shirky, um dos mais influentes pensadores da web, não celebra apenas os benefícios dessa revolução social e tecnológica. Apresenta também os dilemas que emergem quando os grupos deixam de ser controlados por organizações, como quando as novas ferramentas virtuais tornam mais ágil a comunicação entre redes terroristas.

CLAY SHIRKY, professor do Programa de Telecomunicações Interativas da Universidade de Nova York, tem artigos publicados em periódicos como New York Times, Wall Street Journal, Times, Business 2.0 e Wired. É autor do livro A cultura da participação, celebrado pelo jornal britânico Independent como “um manifesto para o futuro”.

296ppNas livrarias: 16 de janeiro

R$54 R$41

Lia

Bula

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PARA LER TAMBÉM

A cultura da participaçãoCriatividade e generosidade no

mundo conectadoClay Shirky

De onde vêm as boas ideiasSteven Johnson

Como surgem tendências e opiniões?Ninguém pode explicar isso melhor que Clay Shirky

Chris Anderson, autor de A cauda longa

Page 11: Revista Zahar #6

O QUE FAZEM E COMO PENSAM OS GOVERNANTESA primeira análise sistemática da mentira como ferramenta de governo

No século XIX, o diplomata britânico sir Henry Wotton definiu o embaixador como um enviado honesto para mentir no exterior pelo bem de seu país. A afirmação vai ao encontro do senso comum de que política e mentira são indissociáveis. O professor de ciência política, John J. Mearsheimer, porém, chegou a uma conclusão surpreendente depois de investigar a questão: os políticos mentem pouco quando confrontados com questões internacionais. A razão é simples, mentir para outro estadista em assuntos cruciais é muito arriscado, e quase sempre traz resultados desastrosos. Mas, afirma o autor, durante momentos de crise a mentira pode ser um instrumento estratégico.

Mearsheimer explica as diferenças entre mentir para a população do próprio país e para outras nações, e em que casos o emprego de mentiras pode ser útil – como, por exemplo, para evitar uma guerra. Para ilustrar seus argumentos, utiliza casos históricos e dá grande destaque à política americana recente, como as mentiras

148ppNas livrarias: 1° de marçoR$38 R$27

POR QUE OS LÍDERES MENTEMTODA A VERDADE SOBRE AS MENTIRAS

NA POLÍTICA INTERNACIONAL

John J. Mearsheimer

Uma questão debatida desde sempre pelo pensamento ocidental e que hoje (...) ganhou

uma dimensão maior: o direito de o cidadão estar informado sobre as ações de seus governantes.

Merval Pereira, na apresentação

catastróficas contadas pelo governo Bush a fim de convencer a população norte-americana a apoiar guerras no Iraque e no Afeganistão. Ao destrinchar assunto tão polêmico de maneira clara e sem preconceitos ideológicos, o autor fornece instrumentos essenciais para compreender melhor a esfera política.

JOHN J. MEARSHEIMER é professor de ciência política e codiretor do Programa de Política de Segurança Internacional na Universidade de Chicago. Tem inúmeros artigos publicados em revistas acadêmicas e em veículos como New York Times, Los Angeles Times, Chicago Tribune e London Review of Books. É autor de A tragédia política das grandes potências, vencedor do Joseph Lepgold Book Prize, e coautor de The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy, best-seller traduzido para dezenove línguas.

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A POLÍTICA NOS QUARTÉISREVOLTAS E PROTESTOS DE OFICIAIS NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA

Maud Chirio

MAUD CHIRIO, historiadora francesa, é professora da Universidade de Marne La Vallée e doutora em história contemporânea pela Universidade Paris I – Sorbonne. É autora de artigos em publicações especializadas na França, Espanha, Argentina e no Brasil.

POR TRÁS DOS PANOSHistoriadora desfaz mitos e revela um novo ponto de vista do regime militar brasileiro

Capitães amotinados e coronéis conspiradores; generais que caíram em desgraça e políticos golpistas dissidentes. A historiadora francesa Maud Chirio revela segredos, contradições e interesses de bastidores ao retratar a intensa vida política que fervilhava dentro das Forças Armadas durante a ditadura militar brasileira. Seu foco são os oficiais de patentes médias ou inferiores – uma “primeira linha dura” muitas vezes situada ideologicamente mais à direita que seus superiores –, que foram a favor do golpe de 1964, mas terminaram sendo politicamente derrotados em seu sonho “revolucionário” de rejeição da democracia.

Para escrever o livro, Maud Chirio utilizou uma extensa bibliografia, além de realizar entrevistas inéditas com antigos participantes do regime, o que lhe possibilitou a leitura de documentos muitas vezes secretos ou pouco acessíveis. O panorama que traça revela uma fina compreensão sociológica da instituição militar, num contexto marcado por manifestos, pressões, protestos, revoltas e até atentados promovidos por oficiais que influenciaram diretamente as escolhas políticas e econômicas do regime.

Em março, a autora estará no Brasil para promover o lançamento do livro. Mais informações em zahar.com.br.

264pp, coleção Nova Biblioteca de Ciências SociaisNas livrarias: 15 de março

R$49,90R$35

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Escrita clara e precisa, sem jargões desnecessários,

o que torna a leitura agradável a todos que se interessam pela história

recente do Brasil.

Celso Castro, professor da Fundação Getulio Vargas e

diretor do CPDOC/FGV

Page 13: Revista Zahar #6

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Maud Chirio já viveu no Brasil, onde cursou mestrado e morou por mais de um ano. Nessa entrevista, a historiadora conta detalhes da pesquisa que resultou em A política nos quartéis.

Por que optou por pesquisar o regime militar brasileiro?Por um acaso da vida: meu marido foi estudar no Brasil e resolvi fazer minha pesquisa de mestrado no mesmo lugar. Eu não tinha nenhuma conexão familiar com o país, nunca havia estudado sua história, e não falava português. Meses antes de minha partida, nem sabia que o Brasil tinha vivido sob um regime militar. Descobrir isso me levou a perguntar por que essa ditadura era tão esquecida na França, enquanto as imagens dos golpes, do Exército no poder, das vítimas da repressão nos países vizinhos, em particular na Argentina e no Chile, eram tão presentes no espaço público e na memória coletiva.

Como foi a pesquisa e quanto tempo foi necessário para traçar o perfil da época?Não foi fácil. Como se sabe, o Exército brasileiro disponibilizou pouquíssimos documentos produzidos nessa época. E historiador precisa de arquivos! Tive que procurar em todos os cantos: escolas, unidades, bibliotecas militares; arquivos do SNI e dos ministérios; documentos pessoais depositados em centros de arquivos; imprensa da época, civil e militar; etc. Consegui também fazer muitas entrevistas com oficiais, provavelmente porque minha identidade (jovem, mulher e estrangeira) gerou menos desconfiança.

Por que retratou o período a partir do ponto de vista dos oficiais de baixa patente?Porque fiquei intrigada por algumas expressões que sempre lia nos estudos e testemunhos sobre o período: “jovem oficialidade radical”, “linha dura”, “pressão” ou “efervescência dos quartéis”. Parecia que explicavam algumas das inflexões mais importantes do regime, mas nunca tinham sido escolhidas como objetos de pesquisa. Quis entrar nessa “caixa-preta” da ditadura, a própria oficialidade do Exército. Além disso, acredito que a história política deva ser escrita também a partir de espaços e atores que parecem não políticos. A maioria dos oficiais do Brasil se considera profissional e apolítica, mas eles não são. O que quis demonstrar é que, até sob uma ditadura, até num exército profissional, disciplinado e hostil a qualquer forma de mobilização política, existe uma vida política.

Você acredita que muitos dos oficiais envolvidos na ditadura militar brasileira achavam que faziam o melhor para o país?O fato de um regime ou um movimento político ser condenado pela história não implica que seus artesãos tenham sido sistematicamente hipócritas ou interesseiros nas suas ações. Podem ter sido ou não. Obviamente, a ausência de qualquer controle democrático ou judiciário sobre um poder de Estado aumenta as possibilidades de corrupção e o uso da autoridade pública para fins pessoais ou de um grupo. Mas o que define, fundamentalmente, esses atores é que eles foram moral e politicamente errados, porque desconsideraram certos valores, oriundos das Luzes e das revoluções do final do século XVIII: soberania popular, direitos humanos, liberdade de opinião e expressão.

Page 14: Revista Zahar #6

A PAIXÃOMarcus André Vieira

MARCUS ANDRÉ VIEIRA, psicanalista e psiquiatra, é professor do Departamento de Psicologia da PUC-Rio e autor, entre outros, de A ética da paixão, lançado pela Zahar.

AMOR À VISTALivro mostra que a paixão, por mais desmedida e irracional, tem sempre uma ética própria

Quem já vivenciou uma paixão sabe o quanto esse sentimento parece incontrolável e desmedido. Na psicanálise não é diferente. Longe de tentar disciplinar o destempero da emoção, e sem tampouco resignar-se a ela, a clínica analítica joga o jogo da paixão até chegar a outro destino. O psicanalista Marcus André Vieira percorre esse caminho seguindo os passos de Freud e Lacan.

Esse livro não busca chegar a nenhuma sabedoria ou receita para lidar com as paixões, mas inaugurar a possibilidade de uma responsabilidade nova: a de aceitar e compreender que a vida será sempre habitada por um excesso que surpreende, provoca riso ou escândalo.

88pp, coleção Psicanálise Passo-a-PassoNas livrarias: 1° de fevereiro

R$19,90R$12,90

O amor explora os limites do saber. Sei que amo, mas nunca esgoto a lista de razões do porquê. Fazer análise, para começar, muitas vezes é acreditar que existe uma verdade sobre nosso amor e que o analista a tornará realidade.

Trecho de A paixão

O autor concedeu entrevista para o site da Zahar. Confira!

Page 15: Revista Zahar #6

ANTONIO QUINET, psicanalista, psiquiatra e doutor em filosofia, é pesquisador convidado

do Instituto de Psiquiatria/UFRJ e professor adjunto do Mestrado de Psicanálise, Saúde

e Sociedade/UVA. Publicou seis livros pela Zahar, entre eles A estranheza da psicanálise e A Lição de Charcot.

OS OUTROS EM LACANAntonio Quinet

Leia entrevista na íntegra em zahar.com.br

‘NÃO HÁ SUJEITO SEM O OUTRO’Psicanalista aborda o pensamento lacaniano acerca da alteridade

“O inferno são os outros”, afirmou Sartre na peça Entre quatro paredes. O psicanalista Antonio Quinet, seguindo a teoria desenvolvida por Jacques Lacan, vai além: os outros também são o purgatório, o céu, a terra, o ar e a água. A metáfora é usada por Quinet para acentuar a diversidade e a multiplicidade do que constitui o outro para o humano. Em qualquer ponto da teoria de Lacan, a relação do sujeito com a alteridade está constantemente presente. “Esse atrelamento do sujeito com a alteridade é o que constitui a dor e a delícia de cada um na sua relação com os outros – tão complexa e tão fundamental”, afirma Quinet, em entrevista exclusiva ao site da editora.

Segundo o autor, a imagem vem do outro e o sujeito a toma para si. “A autoimagem é constituída pelos ideais paternos que vão moldando a criança conforme seu próprio narcisismo – para que os filhos sejam o que não conseguiram ser, ou que sejam a cópia fiel deles mesmos. Quando vira adulto, os pais não estão mais presentes, mas seus ideais sim, pois foram incorporados”, conclui.

84pp, coleção Psicanálise Passo-a-PassoNas livrarias: 1° de fevereiro R$19,90 R$12,90

Page 16: Revista Zahar #6

NAS FOLHAS DO CHÁO SEGREDO DAS CARTAS CHINESAS

Flávia Lins e Silva e Liu Hong

116pp, coleção Quatro MãosNas livrarias: 13 de fevereiro

R$32R$22,50

DE: / PARA:Uma emocionante correspondência além-mar

Gabriela mora no Rio de Janeiro, tem treze anos e sua avó está doente. He Juhua mora em Pequim, tem a mesma idade e seu avô também não está nada bem. Elas não se conheciam até que Gabi decide enviar uma carta a uma casa de chá chinesa em busca de ajuda para o mal de sua avó. As duas meninas começam uma comovente e curiosa correspondência, substituindo, logo de início, o envelope pela rapidez do e-mail. Um clima de suspense invade suas vidas, quando descobrem que podem estar mais ligadas do que imaginam.

Flávia Lins e Silva e Liu Hong mostram nessa delicada trama como a tolerância e o diálogo podem ser as palavras-chave para a superação das dificuldades de relacionamento, das barreiras culturais e até das distâncias geográficas. As autoras – uma brasileira e outra chinesa – também não se conheciam quando criaram a história, ao longo de intensa troca de e-mails.

Nas folhas do chá abre a coleção Quatro Mãos, idealizada por Flávia Lins e Silva para que o jovem leitor entre em contato com

escritores e ambientes de outras culturas. O próximo título fará uma ponte entre Brasil e África.

LIU HONG nasceu no noroeste da China, estudou literatura inglesa e escreveu diversos romances, entre os quais Startling Moon, Magpie Bridge, The Touch e Wives of the East Wind, publicados na Inglaterra, onde vive com o marido e três filhas. Com Nas folhas do chá, faz sua estreia no romance juvenil.

FLÁVIA LINS E SILVA nasceu no Rio de Janeiro e é autora de vários livros infantojuvenis, entre eles Diário de Pilar na Grécia e Diário de Pilar na Amazônia – lançados pela Zahar. Foi vencedora do Prêmio de Melhor Livro Juvenil de 2010, da FNLIJ, por Mururu no Amazonas, que integra o acervo da White Raven, em Munique.

Leia entrevista exclusiva com Flávia Lins e Silva em zahar.com.br

Page 17: Revista Zahar #6

Mais vendidos 2011

Seleção ZaharA volta às aulas pode ser um período muito divertido: uma seleção de livros de história, ciência e matemática que estimulam a criatividade.

PEQUENAS MARAVILHASComo os micróbios governam o mundo

Idan Ben-Barak

Uma viagem fantástica e cheia de humor ao mundo dos microrganismos. Passando por temas inusitados, o livro mostra como essas criaturas invisíveis a olho nu estão por toda parte. Surgidos há 3,8 bilhões de anos, esses seres ajudaram a criar a atmosfera terrestre, oferecendo as condições para existirmos e até hoje têm papel de destaque em nossa vida, ou morte.

INVENÇÕES DA IDADE MÉDIAÓculos, livros, bancos, botões e outras invenções geniaisChiara Frugoni

Muitas vezes nem paramos para pensar sobre a origem de coisas tão incorporadas à nossa vida cotidiana como os óculos, os livros e os bancos. Com belas ilustrações e um texto cativante, essa obra mostra um período luminoso da história, um tempo de progressos e descobertas notáveis.

ALMANAQUE DAS CURIOSIDADES MATEMÁTICASIan Stewart

O bom humor de Ian Stewart, um dos mais famosos divulgadores de ciência, é a porta de entrada para simplificar temas que poderiam ser espinhosos, mas que se transformam em deliciosas narrativas. Um conjunto de casos notáveis: da explicação de por que não se pode dividir um número por zero e da história de Pitágoras (e seu teorema) até exemplos da teoria da complexidade. Os assuntos, mesmo os mais complexos, parecem tão fáceis quanto as anedotas que pontuam o livro. 316pp, ilustrado

R$39,90 R$29,90

264ppR$39,90R$29,90

184ppR$42 R$34,90

1. Alice (série Bolso de luxo), de Lewis Carroll2. Cleópatra, de Stacy Schiff3. O andar do bêbado, de Leonard Mlodinow4. Contos de fadas, de Perrault, Grimm, Andersen & outros5. Cultura: um conceito antropológico, de Roque de Barros Laraia6. Amor líquido, de Zygmunt Bauman7. Os três mosqueteiros (série Bolso de luxo), de Alexandre Dumas8. As Aventuras de Sherlock Holmes (série Bolso de luxo), de Arthur Conan Doyle9. Guia ilustrado Zahar da história mundial, de Philip Parker10. Incríveis passatempos matemáticos, de Ian Stewart

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ENSAIOS SOBRE O CONCEITO DE CULTURA

Zygmunt Bauman

CULTURA E SOCIEDADESociólogo polonês analisa a produção teórica das ciências sociais sobre a cultura

A cultura – ensina Zygmunt Bauman – é um inimigo natural da alienação, um audacioso movimento humano para se libertar da necessidade e conquistar a liberdade de criação. Nesse livro, um dos maiores teóricos sociais do Ocidente faz uma revisão crítica do conceito de cultura nas ciências sociais, percorrendo um longo caminho, que vai dos gregos antigos ao pós-estruturalismo.

Em cada um dos três ensaios, Bauman examina as principais correntes de pensamento que estudaram o significado da cultura na sociedade e apresenta uma proposta inovadora: alinhar os fenômenos e manifestações culturais no campo da práxis – a atividade livre, universal, criativa e autocriativa pela qual os homens transformam o mundo em que vivem.

Ensaios sobre o conceito de cultura ganhou uma rica introdução elaborada pelo autor, acrescentando tudo o que, em sua opinião, faltava ser dito sobre o tema na primeira edição da obra, publicada originalmente em 1975. O resultado é um livro que reflete Bauman no que ele tem de melhor em termos de profundidade, sutileza e perspicácia.

Em entrevista exclusiva ao site da Zahar, Bauman afirma que a cultura está constantemente desafiando o status quo. “Cultura, nós podemos dizer, é uma faca pressionada contra o futuro. Dificilmente cultura e realidade estão plena e verdadeiramente em paz.”, diz o sociólogo. E completa: “É a atividade em

curso de reformular, simultaneamente, os padrões das ideias e das práticas humanas.”

ZYGMUNT BAUMAN nasceu na Polônia e mora na Inglaterra desde 1971. Professor emérito das universidades de Varsóvia e de Leeds, é autor de vasta obra que analisa as transformações socioculturais

e políticas de nosso tempo. Bauman tem cerca de trinta títulos publicados no Brasil pela Zahar, com enorme sucesso de público.

328ppNas livrarias: 16 de janeiro

R$54 R$35

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Leia entrevista na integra em zahar.com.br

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ESTUDOS SOBRE A LITERATURA CLÁSSICA AMERICANA

D.H. Lawrence

REFLEXÕES DE UM ARTISTALawrence expõe a alma americana evidenciada em algumas das mais importantes obras literárias daquele país

“Há um sentimento ‘diferente’ nos velhos clássicos americanos. É a passagem da velha psique para uma coisa nova, um deslocamento. E deslocamentos doem.” A afirmação é do escritor inglês D.H. Lawrence, autor de obras polêmicas como O amante de Lady Chatterley e Mulheres apaixonadas, que foram julgadas imorais por apresentarem o sexo como algo natural. Para ele, autores como Edgar Allan Poe, Herman Melville, Nathaniel Hawthorne, Benjamin Franklin e Walt Whitman realizaram uma ruptura na história da literatura e inauguraram uma nova linguagem.

Com perspicácia, inteligência, ironia e um viés extremamente pessoal, Lawrence analisa a obra desses escritores clássicos, expondo o âmago da alma americana tal como ela se evidencia em obras como Moby Dick, A letra escarlate e A queda da Casa de Usher.

Nessa coletânea de ensaios publicada pela primeira vez em 1923, considerada um clássico da crítica literária, Lawrence aponta o que gosta e o que deprecia no estilo e na visão de cada um desses autores, a fim de explicitar sua própria concepção do mundo e da literatura.

D.H. LAWRENCE (1885-1930) foi um escritor inglês, pintor

e ensaísta. Escreveu romances, contos, poemas, peças

de teatro e livros de viagem.

É maravilhoso ler a ousada interpretação para o simbolismo da luta entre o estranho navio e a solitária baleia branca no Moby Dick, de Melville. Momentos que esclarecem com argúcia e coragem a posição de Lawrence a respeito de uma relação nova entre os homens.

Roberto Machado, diretor da coleção Estéticas

PARA LER TAMBÉM

O escritor e sua missãoThomas Mann

Literatura e políticaGeorge Orwell

189pp, coleção EstéticasNas livrarias: 1° de março

R$49,90 R$35

Page 20: Revista Zahar #6

O QUE VEM POR AÍ

Remetente ZAHAR rua Marquês de São Vicente 99 – 1º andar, Gávea 22451-041 Rio de Janeiro, RJ

A Casa da Seda: O novo romance de Sherlock HolmesAnthony Horowitz

O mais famoso detetive da literatura está de volta. Com o aval dos herdeiros de Conan Doyle, o renomado escritor Anthony Horowitz presenteia os fãs do mestre do suspense com um novo e eletrizante caso de Sherlock Holmes, narrado por seu fiel escudeiro, Watson, um ano após a morte do companheiro.

A balada de Bob Dylan: Um retrato musicalDaniel Mark Epstein

A partir de quatro concertos marcantes da carreira de Bob Dylan, e baseando-se em entrevistas reveladoras e em uma rica análise de suas músicas, o aclamado biógrafo Daniel Mark Epstein oferece um olhar intimista e sutil de um dos artistas mais influentes do século XX.

Persuasão: Edição definitiva – comentadaJane Austen

Um dos grandes clássicos da literatura ganha edição especial, com quase cem notas explicativas e mais duas novelas inéditas em português. Na trama, Anne Elliot se apaixona por um pobre, mas ambicioso capitão da marinha, e é persuadida pela família a romper com ele. Com a ironia característica de sua narrativa, Jane Austen apresenta a vida social da burguesia do século XIX.