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Futuros campeões Atletas do futebol amador sonham em se tornar profissionais algum Confira a história do futebol ama no paraná esporte & CIA

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Revista sobre esportes voltada ao publico jovem

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Futuros campeões

Atletas do futebol amador sonhamem se tornar profissionais algum diaConfira a história do futebol amadorno paraná

esporte & CIA

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Paixão pelas gaiolasPor Yan Londero

Edson Henrique Bueno herda de seu pai (ao lado) a paixão pelo esporte.

Foto: Divulgação

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A corrida de Gaiola Cross tem con-quistado cada vez mais adeptos, principal-mente no interior do estado do Paraná.

Por ser um esporte seguro e com mui-ta emoção, a Gaiola Cross tem conquistado cada vez mais espaço entre os jovens no interior do estado, e identificando novos pilotos, que surgem como promessa no au-tomobilismo naciona

Edson Henrique Bueno que se revela um verdadeiro apaixonado por automobi-lismo, e que com apenas 16 anos já conquis-tou o campeonato paranaense de Kart, e também já teve u s resultados expressivos e sendo apontado por muitos como um grande talento de futuro para o automobi-lismo brasileiro.

Edson conta um pouco sobre como tudo começou e sobre como o munda das corridas e da velocidade entrou em sua vida: ‘’Eu sempre quis ser um piloto, e des-de a primeira vez que sentei em um Kart, tive certeza absoluta disso, claro que meu pai como apaixonado por velocidade que é, sempre me deu força e me apoiou em todos os momentos estando do meu lado, isso facilitou muito pra eu chegar até aqui e com certeza me ajudará a em todos as etapas mais difíceis que eu tentarei trilhar em minha vida, ‘’ conta Edson emocionado sobre seu começo e seus maiores sonhos.

Questionado se não tem algum medo ou ressentimento por este ser um esporte que envolve altíssima velocidade e logica-mente sempre os riscos existem, Edson é categórico: ‘’Nunca tive medo nenhum, para mim quanto maior a velocidade mais emocionante e apaixonante fica’’. Ele con-ta ainda que já teve um grave acidente e apesar do drama, jamais pensou em parar: ‘’Quando eu corria de Kart, certo dia em uma corrida meu kart acabou sendo toca-do por um outro e eu perdi o controle, meu carro saiu da pista e acabou capotando, infelizmente acabei tendo uma leve fratu-

ra no braço esquerdo más isso nunca de-sanimou, a única coisa que eu pensava era quando ficaria com logo para voltar a fazer o que mais amo na vida’’, completa o piloto com um sorriso no rosto.

Realmente a Gaiola Cross, tem se re-velado a grande paixão de muitos jovens ultimamente, e começando assim, quem sabe não podemos estar vendo grandes campeões surgindo no estado do Para-ná para depois brilharem mundo a fora nas grandes categorias do automobilismo mundial como a Fórmula 1 e a Fórmula Indy. Vamos ficar de olho nessa nova geração de pilotos paranaenses surgindo na Gaiola Cross.

A Gaiola cross é muito parecida com um bug, mas na prática é totalmente dife-rente. É preparada aos moldes de umc arro de corrida, com motores potentes à base de gasolina, como os carros de Fórmula 1.

Os carros utilizados no esporte, são geralmente reutilizações de carros mais antigos que foram para o ferro velho. Os mais comuns são carcaças de fusca, auto-motivo muito requisitados no começo da década de 70.

Auto Cross ou propriamente Gaiolas, são em sua maioria montados a partir de um veiculo “doador de orgãos” ou seja, de onde vem a maioria dos componentes mecânicos. Como propulsão são utilizados motores de 1000 cc até motores de 4.500 cc com mais 1200 Hp, como nos casos em que as estruturas são montadas para a catego-ria força livre em provas de arrancadas.

Quando projetadas de forma adequa-da, proporcionam um esporte relativamen-te seguro pois, na maioria das categorias de competição automobilística os veículos usam na sua construção básica estruturas tubulares como reforço ou mesmo como estrutura principal do projeto usando ape-nas uma “casca”.

Por Yan Londero

Foto: Divulgação

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Futuros campeões

Jovem judoca pronta para

Foto: Divulgação

Jovens atletas de todo o país trei -nam forte em busca do sonho se se tornar um competidor profissional

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Na última década, crescimento des-se time de brasileiros ajudou a abrir cami-nhos, mudar vidas e formar campeões e cidadãos. Sucesso do investimento no es-porte é comemorado por escolas e alunos.

Em mais de 40 mil escolas do país in-teiro, 3 milhões de crianças e adolescentes estão envolvidos, em 2012, com as Olimpí-adas Escolares, organizadas pelo Comitê Olimpíco Brasileiro com apoio do Ministé-rio do Esporte e governos municipais e es-taduais. Na última década, o crescimento desse time de brasileiros ajudou a abrir ca-minhos, a mudar vidas e a formar campe-ões e cidadãos.

A partir desta segunda-feira (14), o Jornal Nacional vai examinar esse fenôme-no mais perto em reportagens especiais. Na primeira delas, Tino Marcos e Álvaro Sant´Anna mostram duas escolas muito diferentes que se tornaram referência no esporte estudantil.

Os alunos estão sorrindo, mas eles sa-bem o que os espera. Tarefa de cada dia em uma pista em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio: chegar ao limite.

“É um trabalho muito forte, mas que serve para o nosso melhor, para gente me-lhorar”, afirma um velocista.

“Quarta-feira o treino vai ser mais forte, tá?”, diz o treinador Paulo Servo.

A 500 quilômetros do local, em Tatu-apé, na Zona Leste de São Paulo, uma faixa de campeão lembra aos jogadores de um time de basquete que eles são os atuais bicampeões das Olimpíadas Escolares. E o treinador só pensa no tri.

Não é a galeria de troféus de um clube tradicional, mas de uma escola, a que mais conquistou troféus e medalhas na última edição das Olimpíadas Escolares. Em 2011, foram 19 medalhas na competição escolar mais importante do país.

No Colégio Amorim são 1.400 alunos. Mais de 10% deles, 150, são atletas com bol-sa de estudo e alimentação.

“Você deixa de receber uma mensali-dade, mas está recebendo muito mais men-salidades pelo retorno que esses garotos trazem, a satisfação”, diz o diretor da esco-la, Elsio Oliveira.

Além dos professores de educação física, o colégio tem 12 treinadores especia-listas em sete modalidades.

“Se tem criança, tem educação, tem que ter esporte”, acrescenta Elsio.

O diretor em São Paulo e o professor no Rio: a mesma convicção.

“A escola é o local ideal para se come-çar um trabalho”, fala Paulo Servo.

Paulo Servo é professor de educação física aposentado e treinador de atletismo. Em 2004, se dispôs a treinar crianças da Es-cola Municipal Silveira Sampaio como vo-luntário.

“Há oito anos, as crianças treinavam com o tênis todo velho, todo rasgado, pe-gavam o tênis da mãe, do pai para vir trei-nar. Era uma confusão danada”, conta o treinador.

O projeto cresceu como a atleta Bár-bara Leôncio.

“Tinha 12 anos na época, bem novi-nha mesmo”, fala a menina.

Aos 16, foi campeã mundial juvenil e representou os atletas brasileiros no anún-cio das Olimpíadas no Rio, em 2016. A equi-pe ganhou patrocinador e um espaço na Vila Olímpica da Prefeitura. Quem se des-taca, treina lá, mas as origens se mantêm.

A base do projeto continua a ser a escola, que ficou famosa na Zona Oeste do Rio, a Silveira Sampaio do Atletismo. O co-légio das medalhas e da cidadania.

Foto: Divulgação

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A edição de 2012 da etapa de 15 a 17 anos das Olimpíadas Escolares, realizada em Cuiabá entre os dias 25 de novembro e 8 de dezembro, conta com a participação de 220 voluntários, que atuam nos mais di-versos setores da organização do evento. Em sua maioria, são acadêmicos de facul-dades locais, que tem nas Olimpíadas Esco-lares, a oportunidade de participar de uma competição esportiva de grande porte. En-tre os voluntários, estão universitários dos cursos de medicina, fisioterapia, comunica-ção social e educação física.

Um dos voluntários é Heverton San-tos de Oliveira, de 34 anos, acadêmico do segundo semestre do curso de educação física da Universidade de Cuiabá (UNIC). Heverton é conhecido como “Perereca” e foi o goleiro titular do time do Mixto, campeão da Copa Mato Grosso de futebol profissional, encerrada no último dia 15 de novembro. O mixtense está encarregado de acompanhar a delegação da Paraíba, estado em que já atuou, como jogador, de-fendendo o Campinense.

“Estou aprendendo muita coisa aqui nas Olimpíadas Escolares. Tem sido uma experiência maravilhosa para mim, inclusi-ve como jogador. Muita coisa que vi aqui, poderei aplicar dentro dos gramados, sem contar na questão da organização do even-to, além do comprometimento. A estrutura que o Comitê Olímpico Brasileiro montou aqui é enorme. Quero aplicar o que tenho aprendido aqui na minha carreira e pre-tendo não me prender apenas ao futebol, e neste sentido, esta experiência tem sido muito proveitosa”, disse Heverton.

As Olimpíadas Escolares contam tam-bém com voluntários de outros estados, como Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Para-ná, de onde veio a também estudande de educação física da PUC, Andrielle Costa, de 21 anos. A curitibana está no último perío-do e participou da etapa de 15 a 17 anos das

Olimpíadas Escolares em Curitiba, em 2011.

“A proximidade com os atletas olím-picos, além de ver a futura geração de es-portistas brasileiros, é o que me fez partici-par do evento. Fiz muitos amigos na edição de 2011, em Curitiba, e quis participar outra vez, desta vez em Cuiabá. A grandiosida-de do evento me chamou muita atenção, principalmente pela organização. No ano passado, acompanhei a delegação do Piauí e este ano, estou com os embaixadores do evento. Se estiver oportunidade, continu-arei participando das próximas edições, mesmo já formada” declara Andrielle, que mira mais longe ainda. “Meu sonho mesmo é participar em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro”.

No total, são 220 voluntários, sendo 140 de Mato Grosso, além de outros 20, de várias partes do país. Completam a lista ainda 60 militares do Exército Brasileiro. Para Sheila Patrony, coordenadora dos vo-luntários da etapa de Cuiabá das Olimpía-das Escolares, o trabalho dos voluntários é de extrema importância e usa ela própria como exemplo.

“A função do voluntário é de prestar apoio em todas as áreas do evento que ne-cessitem de ajuda. O que mais é gratifican-te neste trabalho, é ver o crescimento das pessoas em relação a sua vida pessoal e em sua carreira profissional. Falo isso por mim mesmo, pois comecei como voluntária em 2007, nas Olimpíadas Universitárias em Blumenau (SC). Gostei tanto do ambiente que participei de outras edições, como nas Olimpíadas Escolares em Poços de Caldas, em 2007 e 2008, e nas Universitárias de Maceió, em 2008. Em 2009 fui contratada para trabalhar nas Olimpíadas Escolares em Londrina (PR), na área de coordenação de voluntários. Tenho orgulho de ter sido voluntária e hoje ter sido contratada para trabalhar na mesma área que comecei” destaca Sheila. “É um sonho real. É a esco-la mais importante da minha vida e eu vou morrer trabalhando nela”, diz Paulo.

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Adrenalina na veia

Foto: Tiago Santos

Para fugir do estresse, longboarders arris-cam-se nas canaletas da cidade em busca de um refúgio para o estresse do dia-a-dial

Por Raphael Ribeiro

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00Foto: Tiago Santos

A prática do Longboard surgiu a partir do Surf. Quando o tempo agitava as marés e os surfis-tas ficavam impossibilitados de pegar onda, não havia alternativas. Com a invenção do ska-te, os praticantes passaram a surfar no asfalto. O Long, como a modalidade é carinhosamente apelidada, é apenas uma adaptação das pran-chas longas utilizadas no mar, em cima das ro-dinhas do skate.

Além do tamanho da superfície, a grande seme-lhança entre o esporte aquático e o terrestre é o estilo das manobras. O pessoal do Longboard se diverte descendo ladeiras e estradas com certa inclinação, com movimentos que imitam o Surf e o Snowboard.

Alguns gostam de descer cruzando a pista de um lado a outro, em um movimento denomina-do carving/freeride, enquanto outros são adep-tos da modalidade Downhill, famosa em outros esportes, quando o praticante desce ladeira abaixo. Alguns tipos de Longboard inventados são o Carve, o Freebord e o MountainBoard.

O material para a fabricação dos Longs muitas vezes é diferente. A prancha (shape), as rodas e os trucks não se diferem apenas no tamanho. Muitas vezes, as rodas e os eixos também são bastante incomuns em relação àqueles usados nos skates de rua. Materiais empregados com durezas diferenciadas, eixos que fazem mais curvas por causa do sistema de amortecedor, rodas bem moles, etc. Não é de hoje que o Long invade as pistas e ruas, deixando de lado o estilo clássico. Mas, como skate é evolução, é natural que os Longboarders queiram mandar manobras de Skateboard, como flips e slides.

O Long vem ganhando espaço no mercado a cada dia que passa e, com isso, a quantidade de praticantes do Skateboard diminui. A grande di-ferença entre as duas modalidades é o tamanho do skate (a partir de 40 polegadas já é conside-rado um Long) e a sua prancha, que varia bas-tante, desde uma réplica do skate em tamanho grande até alguns com o desenho similar ao de uma prancha de surf. Qualquer uma das práti-cas exige o uso de equipamento de segurança (capacete, luvas reforçadas, joelheira e cotove-leiras).

O Brasil conheceu a prática do skate Longboard em 1979. Os diversos praticantes da modalidade

no país não tem certeza sobre a data e o local exato da primeira aparição do Long, mas con-cordam que a “Pracinha do Skate”, no bairro Sumaré, em São Paulo, foi um dos primeiros a abrigar o esporte. O famoso praticante da épo-ca, chamado “Tchap-Tchura”, é considerado o pioneiro do Long no país, após trazer a novida-de dos Estados Unidos.

Heitor Suhong Orsi, longboarder há um ano, diz que começou a praticar por causa da grande in-fluência que teve de seus amigos. Heitor afirma que quando está em cima da prancha de quatro rodas, parece estar voando, só que com os pés no chão. Os sentimentos que vêm são de liber-dade, prazer, alegria e felicidade.

Segundo Orsi, o lugar onde você está pratican-do - ou dropando como os Longboarders gos-tam de falar - é muito importante porque, quan-to mais bonito o lugar, melhor é a sensação.

Outro longboarder, André Santinni, começou a andar por causa do skate convencional, ainda quando era adolescente. Seu irmão começou com esta modalidade, porque considera que o importante é sempre uma ladeira e alta veloci-dade. Decidiu, então, andar também, por ser um esporte que relaxa, libera adrenalina e, se-gundo André, “faz a gente ver a vida um pouco mais rápido”.

Santinni acredita que é preciso divulgar melhor a modalidade e mostrar para as pessoas que quem anda não é louco, vagabundo, ou malo-queiro. “Apenas praticamos um hobby como qualquer ser humano. Realmente é perigoso, mas desestressa, acalma e diverte”.

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Japão Fest

No dia 17 de março, um grupo de longboarders organizou o Japão Fest. O evento foi realizado na Praça do Japão e reuniu cerca de 40 atletas durante todo o sábado. Jonas Zibetti, dono da empresa Orek, que fabrica shapes, e organiza-dor do encontro, falou sobre a importância de disseminar o esporte entre os jovens curitiba-nos.

“Pelo que fiquei sabendo, o primeiro Japão Fest aconteceu no aniversário de um dos prati-cantes. Agora, a gente resolveu oficializar, para reunir a galera e incentivar o pessoal a andar, tendo consciência dos materiais de segurança e transformar um campeonato-treino, em uma competição. Queremos que essa cultura cresça junto com a marca, a modalidade e a prepara-ção dos atletas”.

A maioria dos presentes no encontro utilizava o Longboard e Jonas falou sobre o crescimento do esporte e as diferenças em relação ao ‘ska-tinho’. “A questão do Long é uma cultura to-talmente diferente do skate pequeno, mas ele é tão completo que chega a ser usado como o ‘skatinho’ comum e esse é o lado mais encan-tador, porque o pessoal não acredita que você consegue fazer as mesmas manobras no Long-board”.

O grande número de mulheres praticantes cha-mou a atenção durante o Japão Fest. Conversa-mos com Débora Bucco e Michellyne Ferrucy, a Mica, sobre as diferentes modalidades do Lon-gboard e os materiais de proteção que devem ser utilizados durante a atividade.

“A forma do shape é desenhada para o estilo

no qual você vai andar. Para o speed, que são as decidas de velocidade, a prancha é mais rebaixada, o truck tem mais precisão, é mais largo, facilita para curva, as rodinhas têm uma aderência diferente por causa da pista. O shape é montado com uma aerodinâmica para pegar mais velo-cidade e menos atrito com o ar. Também existem os ska-tes maiores, que são melhores para o free hide.

Este deriva da prancha de surf. Para esse, você não precisa de um truck com tanta precisão. No semi long, você pode fazer o free hide com mais agilidade, pode fazer as curvas de uma forma mais rápida. Tem também o tubarãozinho, que são os old school, são mais largos, o truck é menor e são mais apropriados para andar em pistas, como na Pra-ça do Gaúcho, por exemplo. Este é conhecido para fazer o downhill slide, ou seja, ladeiras e curvas em sequência”.

“Nós sempre recomendamos o uso de capacete, luva, jo-elheira, e cotoveleira. As luvas não são comuns. Elas vão com um casquilho na palma, que é para você poder fazer o slide, encostando a mão no asfalto”, completou Débora.

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Profissão suburbanaAndré Recchia Raphael Ribeiro

André Recchia Raphael Ribeiro

Foto: Divulgação

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O futebol amador do Paraná se con-funde com os grandes clubes do estado, pois desde 1917 já existiam torneios exclu-sivos para times de bairro e que alimenta-vam, em algumas oportunidades, os clubes de massa quando estes levavam para seus elencos, alguns jogadores. Em Curitiba e nas principais cidades do estado, criaram--se varias ligas de futebol. Alguns campe-ões destas ligas chegaram a disputar algu-mas fases do Campeonato Paranaense de Futebol, bem como, vários clubes de vár-zea obtiveram acesso ao campeonato pro-fissional e assim, em 1947,[1] a Federação Paranaense de Futebol (F.P.F.) começou a organizar, oficialmente, o futebol amador. No início da década de 1960, a F.P.F. fez al-gumas tentativas em um torneio estadual, porém, somente em 1964,[2] com a criação da Taça Paraná, a federação obteve suces-so.[3] A Taça Paraná foi criada pelo então superintendente da F.P.F., Hugo Weber (1918-2011),[4] como sendo a principal com-petição amadora do estado, mantendo, até a atualidade, esta condição.

Os troféus da Taça Paraná recebem o nome de grandes personalidades do fute-bol amador do estado e são de posse tran-sitória. Este troféu deixará de ser transitó-rio quando uma mesma equipe for campeã em três ocasiões alternadas ou duas vezes consecutivas.[5]

O primeiro campeão da Taça Paraná foi o Ferroviário Esporte Clube de União da Vitória.[6]

Taça Paraná é a principal competição do futebol amador do estado brasileiro do Paraná. Organizado, anualmente pela Fede-ração Paranaense de Futebol, esta compe-tição tem o objetivo de reunir os campeões das ligas interioranas e também da capital e do litoral do estado em uma tradição que

ocorre desde o ano de 1964. O campeão é o representante do estado em algumas com-petições amadoras no Brasil e na América do Sul, como o Campeonato Sul-Brasileiro de Futebol Amador.

a Vila São Pedro, Xaxim, o Urano, atu-al bicampeão da Suburbana, conquistou po-pularidade não só vencendo títulos. O clube promove jogos beneficentes e o presidente Elias Martins, funcionário do Ministério do Trabalho, garante estar prestes a tirar do papel um projeto para construção de salas de aula dentro do estádio, e ali oferecer cursos a jovens da região. “Meu tesão é ser útil para a comunidade. Os governantes ain-da não tomaram consciência de que lazer é segurança pública”, defende Elias, minutos antes de discutir asperamente e ser impedi-do de partir para os socos com um jogador do visitante Vila Hauer.

VIDA QUE PODERIA TER SIDO E NÃO FOI

Esta revigorada Suburbana atrai três tipos básicos de jogadores. Assim como Gil-mar, o carregador de madeira do Iguaçu, quase a totalidade exerce outra atividade. A maioria joga na Suburbana desde jovem e vê no futebol amador um prazer, aliado a um complemento na renda — ou em alguns raros casos, a maior fonte dela.

André Recchia Raphael Ribeiro

André Recchia Raphael Ribeiro

Foto: Divulgação

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É o sentimento que move Leomar, 39 anos, criado no Atlético-PR e com uma curta passagem pela Seleção Brasileira, a botar a caneleira e se aventurar no futebol brigado da Suburbana. “Aqui mantenho minha forma e crio novas amizades, com gente que trabalha o dia todo e vem jogar com alegria. É um divertimento”, conta o volante, hoje coordena-dor de escolinhas de futebol e, aos sábados, camisa 5 do Iguaçu. Marlon (Santa Quitéria), ex-atacante do Paraná Clube, e Rogério Prateat (Capão Raso), ex-zagueiro do Coritiba, se enquadram nesta categoria.

Mas a Suburbana também é um terreno fértil para os decepcionados da bola. São os que frequentaram categorias de base de grandes clubes, flertaram com o profissio-nalismo e alimentaram o sonho da fama, mas não vingaram no ultraconcorrido mercado do futebol. Parece trocadilho: Salário, do Urano, é um dos jogadores mais bem pagos da competição — o apelido na verdade vem do tamanho diminuto. Em 2002, ele e Hideo, atu-almente no Trieste e outro cobra da Suburbana, assinaram contrato com o Paraná Clube. Mas o talento que sobrava nos campinhos da periferia oprimiu-se no mainstream da bola, e eles logo retomaram a origem. “Eu já tinha 26 anos, não consegui acompanhar o ritmo de quem cresceu no meio profissional”, explica Salário, auxiliar administrativo de profis-são. “Não reclamo do que tenho, mas dói ver o nível de alguns profissionais e saber que você tinha condições de estar lá”.

A sorte também bateu na trave para Peterson, 33 anos, meia do Operário Pilarzinho. Descoberto no Combate Barreirinha, ele profissionalizou-se muito jovem pelo Andradina (SP) e logo migrou para o Rentistas, do Uruguai, time de Juan Figer, um dos maiores em-presários de futebol do continente. “Joguei com o Recoba”, orgulha-se. Se o ex-colega brilhou na Internazionale de Milão e na seleção uruguaia, Peterson seguiu trilha diferente. Segundo ele, a morte do pai “tirou-lhe o centro” aos 20 anos de idade. Não achou mais es-paço no profissionalismo e desde então dedica o suor à Suburbana. “Tem muito frustrado no amador, que vê o sonho desmoronar e se perde por aí. Só não virei um deles porque me realizei como treinador”.

E ele não só é técnico como preparador físico, nutricionista, orientador espiritual e psicólogo dos juvenis do Pilarzinho — a reportagem o abordou enquanto exibia ao time um filme em DVD com mensagem edificante sobre fé e superação, na véspera de um jogo decisivo. O conhecimento bastante empírico e nada acadêmico de Peterson talvez seja mais relevante para um bando de garotos de 15 e 16 anos, cujo futuro, salvo uma ou outra exceção, será longe dos holofotes esportivos. “Dou um foco no moleque pra que traba-lhe com seriedade: se não virar profissional, pelo menos ele fez seu máximo”, diz o “pro-fessor”. Dali podem não surgir craques, mas, ao que tudo indica, sairão homens prontos para renovar a legião de guerreiros que tanto agradam “seu” Joaquim e os demais fãs da Suburbana. “Técnica no amador quase não existe. A gente gosta de ver raça e afinco”, ex-plica o torcedor número 1 do Capão Raso.

AMADOR ATÉ A ALMA

A ditadura monetária da Suburbana transformou a 2ª Divisão em refúgio do futebol amador na acepção mais inocente da palavra. Ainda há resquícios de remuneração, mas a imensa maioria entra em campo sem levar nada em troca. “Não pagamos jogador. Somos estritamente amadores e lutaremos até o fim para manter essa filosofia”, bate no peito o presidente do Barigui/Seminário, Gerson Cirino dos Santos, primo do presidente do Cori-tiba, Jair Cirino dos Santos.

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É comum um time ter direito de subir à 1ª Divisão e continuar na disputa entre “iguais”. Caso do Imperial, do bairro Mossunguê, que abdicou do acesso em 97 e 2000 e seguiu na Segundona. “Você pode até fazer um time barato na 1ª Divisão só para participar, mas não chega a lugar nenhum. Aí perde a graça”, reclama Douglas Campa, diretor de fu-tebol do clube que, ironicamente, tem um dos maiores patrimônios da Suburbana graças à localização do estádio Otávio Nicco, junto ao valorizado empreendimento imobiliário Ecoville. O Imperial, que por enquanto resiste à cobiça dos investidores, licenciou-se em 2010 para se reestruturar, mas promete voltar no ano que vem.

A dificuldade do Osternack Esporte Clube simboliza a distinção entre os dois está-gios.Vice-campeão da 2ª Divisão em 2009, o time, sem sede nem estádio próprios, se vira como pode entre os “grandes”. É numa das mesas de plástico da Lanchonete do Morais, dentro da Vila Osternack ― localidade do Alto Boqueirão que luta para reduzir os índices de criminalidade ― que a diretoria discute a cada sexta-feira, entre outros temas, como re-partir o orçamento de R$ 1.000 mensais. Metade disso, aliás, consumida em carne e cerveja para os jogadores depois das partidas. “Cada um ajuda do jeito que pode. Mas jogador não temos como pagar. O pessoal vem mais por amizade e porque gosta de jogar futebol”, diz José Aparecido de Souza, presidente do clube e motorista de ônibus em Curitiba.

De um modo ou outro, há um preço a ser pago. O artilheiro e o melhor zagueiro do time que subiu para a elite não resistiram à oferta de R$ 150 por partida e agora estão no Urano. Enfraquecido, o Osternack amargava a lanterna da 1ª Divisão até a 7ª rodada.

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O talento de Reginaldo Vital com a bola sobra na Suburbana. Sobrava também no profissional. Muitos percalços são ne-cessários para levar um craque desse quila-te a jogar no amadorismo desde os 31 anos para sobreviver.

Quem viu Vital surgir no Paraná Clu-be, em 1997, sabia estar diante de uma pérola. Cabeça erguida, visão de jogo, im-proviso e chute preciso rapidamente o transformaram em titular e ídolo da torci-da. Cobiçado por vários clubes, foi vendido por boa soma e com ótimo contrato ao fu-tebol japonês dois anos depois.

A esta altura, o sucesso em campo já se misturava com problemas fora dele. O roteiro do menino pobre, que na adoles-cência ajudava o pai como servente de pe-dreiro em Jacarezinho (Norte Pioneiro do Paraná), é recorrente no mundo da bola. Meteu-se em noitadas, exagerou na bebi-da, cercou-se de falsos amigos e mulheres aproveitadoras da fama momentânea. Vol-tou do Japão para o Atlético em 2002, mas já não era o mesmo jogador – tinha fre-quentes lesões e dificuldade em manter o peso. Pouco depois tentou a sorte no Cori-tiba, teve lampejos da velha categoria, mas a inconstância tirou-lhe espaço. Em 2006 foi parar no Joinville (SC), seu último time profissional.

Quando se viu parado, aceitou con-vite pra jogar no Sesp, da liga amadora de São José dos Pinhais, e há dois anos está no Urano, pelo qual foi campeão da Taça Para-ná (principal competição amadora do Esta-do) e bicampeão da Suburbana. Ganha R$ 200 por jogo e não tem outra atividade. A renda é completada pelo aluguel do aparta-mento de três quartos no bairro Bigorrilho, o único que sobrou do patrimônio. Prefere morar numa casa mais simples, alugada, na Vila Lindoia, com a atual esposa e um filho.

Aos 34 anos, o meio-campista reco-nhece ter cometido deslizes. “Não nego. Hoje estou mais maduro e vejo que errei muito, mas foi na empolgação de momen-to, de virar de repente jogador de time grande. Coisa de menino”, falou, de cima da marquise que serve como arquibanca-da no campo do Urano. Ele atribui a espi-ral descendente na carreira a uma lesão na canela sofrida ainda no Japão, da qual diz nunca ter se curado totalmente.

O principal tutor considera a contu-são o menor dos problemas. “O Vital ti-nha bola pra jogar na Seleção, mas não foi atleta. Poderia ser profissional até hoje. Apesar de ter um enorme coração, ele foi ruim para ele mesmo”, resume o comenta-rista Dionísio Filho, técnico do jogador nos juniores do Paraná e desde então uma es-pécie de segundo pai para Vital. “O futuro dele me preocupa”, diz, sério.

Vital ainda não sabe que rumo to-mar quando pendurar de vez as chuteiras. Como de hábito, prefere curtir o presente. “Às vezes vejo antigos amigos ainda jogan-do e tenho vontade de voltar, dá saudade da concentração. Infelizmente não tem mais como. Mas ainda jogo com prazer, es-tou feliz aqui”, diz, mesmo sem muita con-vicção. Se a bola pune, como diz o técnico Muricy Ramalho, Reginaldo Vital já pagou por seus pecados e espera pela redenção. A meticulosidade de Levi Mulford Chres-tenzen surpreende até quem tem mania de organização. O maior exemplo é um cader-no amarelado pelo tempo, mas bem guar-dado, onde o jornalista catalogou todos os 590 jogos de que participou como fute-bolista amador, cada um com escalações, autores dos gols e uma foto ou ilustração desenhada por ele próprio.

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Paixão pelas gaiolas

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