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Virgem de Guadalupe A FÉ DO POVO MEXICANO PARA O MUNDO EDIÇÃO 01 - DEZEMBRO 2012

Revista Lumen - Dezembro de 2012 - Edição 01

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Revista Digital Lumen, Arquidiocese de Campinas. Ano 01, Edição 01, Dezembro de 2012.

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Virgem de GuadalupeA FÉ DO POVO MEXICANO PARA O MUNDO

EDIÇÃO 01 - DEZEMBRO 2012

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A SUA AGÊNCIA CATÓLICA DE VIAGENS

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CAMPINAS

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CAPA

GuadalupanaImagem da tilma de Juan Diego, na Basílica de Guadalupe, Cidade do Mé-xico, DF, Estados Unidos Mexicanos. Na tilma, foi milagrosamente impressa, em 1531, a imagem da Virgem de Guadalupe.Foto de Bárbara Beraquet

Mãezinha, rogai por nós!

Chegamos ao fim de mais um ano, feli-zes pela certeza de que caminhamos um pouco mais em direção a Jesus Cristo.Tropeços não faltam nesta caminhada, por uma vida mais digna, justa e santa, mas é verdade que podemos também comemorar os passos dados.Perto do nascimento em torno do qual nos reuniremos tão logo, trazemos a você, nesta edição, um pouco mais so-bre nossa mãezinha querida: no dia 08 de dezembro, comemoramos a Padro- eira da Arquidiocese, da cidade e Titular da Catedral Metropolitana, Nossa Sen-hora da Conceição, e, em 12 de dezem-bro, a Padroeira das Américas, Nossa Senhora de Guadalupe.Ainda, já pensou em ser missionário? Inspire-se com a experiência de um pa-dre da Arquidiocese de Campinas na reportagem “Dengue em Nova Iorque”.Essa e outras reportagens, você confere a partir de agora!

SETOR IMPRENSAARQUIDIOCESE DE CAMPINAS

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O antigo prédio da Cúria Metropolitana de Campinas, o Centro de Pastoral Pio XII, teve o prazer de sediar a 4ª edição da Casa Cor 2012. O evento, que ficou exposto

do dia 30 de outubro ao dia 02 de dezembro, exibiu aos 40 mil visitantes que passaram por lá todo o requinte das tendências e destaques do universo fashion da arquitetura e decoração.Com o tema “Moda, Estilo e Tecnologia”, a mostra apresen-tou 36 ambientes elaborados por mais de 45 profissionais da Região Metropolitana de Campinas, São Paulo e interior. A ideia de representar um espaço semelhante a um condomínio trouxe, nos quatro mil metros de área total da sede, espaços intimistas, que se aproximaram aos aconchegantes e acolhe-dores lares.De acordo com a presidente da Casa Cor Campinas, Adriane Sanna, a área útil bem distribuída do prédio de três andares da Cúria tinha as proporções ideais para a realização do pro-jeto. Além disso, a importância histórica do local para a ci-dade, a localização central e de fácil acesso tanto para visi-tantes quanto para profissionais e fornecedores, foram pontos fortes para a mostra. “A Cúria é um prédio extremamente bem centralizado, o que facilitou o acesso de todos ao evento. Isso foi fundamental”, comentou.

O charme e a sofisticação da CASA COR Campinas 2012por MARISTELA DOMINGUES, NATHÁLIA TRINDADE E MARIANA IGNÁCIO

Adriane Sanna

“A Cúria é um prédio extremamente bem centralizado, o que facilitou o acesso

de todos ao evento”

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A simulação de um condomínio atento às novi-dades e às tendências do mundo da arquitetura trouxe inspiração e charme à exposição. Segun-do Adriane, o trabalho das pessoas está cada vez mais próximo aos seus lares, e este foi um ponto decisivo na hora de integrar, em um único local, os lofts e os offices. “As pessoas costumam morar bem próximas de seus locais de trabalho, e ainda há casas e condomínios que já possuem o próprio escritório. Então eu pensei: por que não unir essas duas coisas?”, conta.

O andar térreo da Cúria deu lugar a áreas de con-vivência, lazer, alimentação e entretenimento, re-unindo 20 espaços diferentes entre bares, lounges, restaurantes e até livrarias. O último pavimento mostrou beleza e conforto ao simular os ambientes de um apartamento; e, no andar intermediário, os modernos e espaços corporativos, com lofts e of-fices.

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Inspirações também não faltaram para o ar-quiteto Maxwell Geraldi e para o engenheiro civil e restaurador Herbert Carvente Faustino.

Movidos pela fé, eles empenharam-se em desen-volver um novo projeto para a antiga capela que existia no prédio e que foi desativada pela mu-dança de endereço da Cúria Metropolitana. “Nor-malmente, em todas as mostras, sempre é feito um espaço de meditação, uma capela ecumênica, mas eu não, eu queria fazer uma Capela com cara de Capela... Afinal de contas estamos na Cúria Me-tropolitana”, enfatiza Maxwell.Com apoio e orientação do Arcebispo Dom Air-ton José dos Santos e do Padre Alexandre Moura, os dois resgataram, em um mesmo espaço, e-lementos religiosos, mesclando-os em um ambi-ente contemporâneo, inspirando seus visitantes à meditação e a oração. “Elaboramos esse projeto para mostrar que Deus está para todos”, declara o arquiteto.Um dos grandes destaques da Capela e que atraiu os olhares dos que por lá passaram foi o altar. Vindo parcialmente destruído da antiga capela do Hospital Casa de Saúde Campinas, o retábulo em mármore de Carrara, Rosso Alicante e detalhes em fios de ouro, foi recuperado e restaurado para compor o visual do ambiente. Junto ao retábulo, uma imagem em barro de Nossa Senhora da Conceição, dois painéis bizantinos pintados pelo artista plástico Fernando dos Anjos, cortinas em veludo, lustre de cristal e outros elementos tradi-cionais fizeram parte da composição harmônica do espaço.Além da religiosidade presente, a Capela encan-tou por sua beleza. Com o término da exposição, a Cúria foi presenteada com o projeto de restau-ração e a nova Capela fará parte do prédio.

A CAPELA

Foto de Carolina Grohmann

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Responsáveis pela capela, o engenheiro civil e restaurador Herbert Faustino e o arquiteto Maxwell Geraldi

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Fotos de Carolina Grohmann

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Dom Airton José dos Santos, Arcebispo Metropolitano, Padre Alexandre Moura, encarregado das Construções da Arquidi-ocese de Campinas, e Padre Rodrigo Flaibam, Diretor Executivo do Setor Imprensa da Arquidiocese

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Exposição no Parque do Ibirapuera traz peças do Vaticano

No edifício da Oca, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, capital, desde 21 de setembro, a exposição

“Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da Arte” será prorrogada até o dia 31 de março de 2013. A partir de 11 de dezembro, a exposição tem nova programação: terça-feira a domingo, das 10h às 20h. “Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da Arte” apresenta 200 obras de arte sacra e objetos históricos sig-nificativos, muitos dos quais nunca deixar-am o Vaticano. Cada objeto que compõe a exposição conta sua própria história, for-mando um grande mosaico do legado da Igreja Católica e seu impacto sobre a arte,

história e cultura da civilização Ocidental. As coleções estão organizadas para mos-trar a contribuição do Vaticano para o mundo das artes. A mostra é projetada para levar os visitantes a uma viagem através dos tempos de expressão artística e iconografia religiosa. A curadoria é de Monsenhor Roberto Zag-noli, padre italiano de Ravenna, que tra-balhou no Vaticano durante 15 anos como Diretor do Departamento de Etnologia dos Museus do Vaticano. Os objetos são exibi-dos em onze galerias e ambientes recria-dos e organizados em seções temáticas, que facilitam a compreensão do visitante a respeito de sua importância histórica e artística.

“Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da Arte” apresenta 200 obras de arte sacra e objetos históricos

© Cittá del Vaticano

Casula do Cardeal Vincenzo Vannutelli (1836 – 1930). Segunda metade do século XIX

Retrato de Cristo com a Coroa de Espinhos (A Verônica de Guercino). Giovanni Francesco Barbieri, conhecido como Guercino (1591 – 1666)

A Virgem Maria com o Menino Jesus entre São Pedro e São Paulo. Século XIX

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Coletivamente, ilustram a evolução da Igreja e o início do papado com o primeiro Papa, São Pedro, até o Papa Bento XVI, com ênfase especial na arte e nos objetos históricos que refletem os eventos e períodos significativos relacionados ao Cristianismo. “Um belo passeio pela história da I-greja, com seus conflitos e conquistas, a partir da arte e da liturgia. Muito interessante é que os organizadores conseguiram traduzir conceitos e ter-mos católicos numa linguagem aces-sível a quem não tem familiaridade com a religião. Dois detalhes muito sutis me chamaram particularmente a atenção: o primeiro, na presença de uma seção para mostrar todo o diálo-go intercultural que a Igreja se esforça a fazer no seu trabalho missionário. Outro momento significativo da ex-posição, a meu ver, é a seção dedi-cada ao Beato João Paulo II, repleta de sensibilidade e visão humanista”, opina Felipe Zangari Flor, seminarista da Arquidiocese de Campinas.Zenaide Ignácio, de Campinas (SP), também visitou a exposição. “Para mim, valeu a experiência e eu fiquei muito impressionada com a Pietá. Levei mais de duas horas pra ver a ex-posição e, ao final do trajeto, há uma apresentação a respeito da Capela Sistina que transmite a sensação de que você está dentro dela. Muito bom”, diz.

Pietà, de Michelangelo Buonarroti, molde de 1975, feito a partir do molde de 1930, feito apartir do original de 1499.

Busto do Santificado Papa Beato João Paulo II (1978–2005). Enrico Manfrini (1917–2004). Século XX

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leigos

Em todos os cantos deste país e, creio, também do mundo, o Concílio Vaticano II está sendo comemorado pelos seus 50 anos.

Vi e vivenciei, naquela época, as mudanças que vieram com esse Concílio e pude sentir que ele realmente pretendeu ser e foi uma “primavera na Igreja”. Muitas incertezas? Sim. Muitas resistências? Também. O medo de mudar trazia conflitos: mal sabíamos nós que, como dissera Dom Helder, a I-greja mudava para continuar sendo a mesma I-greja fiel a Jesus Cristo. Lembro-me, ainda menina, numa escola de re-ligiosas, que ouvimos o sino da Igreja anunciar a morte do papa Pio XII. Foi tanta comoção naquele momento e isto me marcou profundamente! Tam-bém acompanhei com minha mãe as notícias da sucessão. Ela comprava a revista Manchete e O Cruzeiro e víamos as fotos dos possíveis escolhidos. E ficávamos torcendo por este ou aquele, mas tí-nhamos quase a certeza de que, segundo os jornais e revistas, o secretário de Pio XII, o então Monse-nhor Montini, era um dos mais cotados. E surpresa! O Cardeal Ângelo Roncalli é quem foi o escolhido pelos cardeais para ser o novo papa. E escolheu o nome de João: João XXIII. E, até hoje, quando se fala dele, lembra-se que o processo da escolha não fora fácil; quem sabe ele poderia ser um papa de transição. E de fato foi! Mas ficou o suficiente para “abrir portas e janelas” de uma Igreja que pre-cisava olhar o mundo e dar respostas aos clamores conseqüentes de uma Modernidade onde Deus não tem importância, onde o EU é a medida de tudo e a Razão humana dará destino e cuidará de tudo. Dará impulso à Ciência que propiciará uma nova vida, construirá o melhor dos mundos, o paraíso aqui e agora. Por que não um Concílio, em que todas as reali-

dades serão colocadas e questionadas e pensa-das por todo um colegiado? Em que a Igreja, Mãe Mestra, ouvirá e acolherá os clamores dos povos e da própria Igreja? E João XXIII convoca o Concílio, será o Vaticano II, por que a História nos conta que o Vaticano I não se concluíra. Na Constituição Apostólica de convocação do Concílio, ele diz: “A Igreja assiste hoje a uma crise que aflige grave-mente a sociedade humana. Enquanto a humani-dade está para entrar num tempo novo, obrigações de gravidade e amplitude imensas pesam sobre a Igreja, como nas épocas mais trágicas da sua história. Trata-se na verdade de por em contato o mundo moderno com as energias vivificadoras e perenes do Evangelho: mundo que se exalta em suas conquistas no campo da técnica e da ciência, mas que carrega também as conseqüências de uma ordem temporal que alguns quiseram reor-ganizar prescindindo de Deus”.De fato, a Modernidade, apesar de seus grandes avanços, levou o mundo à barbárie, à exploração, à exclusão, à morte. Na Gaudium et Spes, n.10, o Concílio dirá: “Todavia perante a evolução atual do mundo, cada dia são mais numerosos os que põem ou sentem com nova acuidade as questões fundamentais: Que é o homem? Qual o sentido da dor, do mal, e da morte, que apesar do enorme progresso alcançado continuam a existir? Para que servem essas vitórias ganhas a tão grande preço?”.Não há, em nenhuma manifestação que o Concílio faça, que não seja de uma riqueza infinda, de pos-sibilidades de avanços, de respeito à pessoa e ao mundo. Lembro-me, com alegria, e disso tenho registrado fatos e fotos, que leigos e leigas desta Arquidiocese se reuniram para estudar a Gaudiun et Spes e a Apostolicam Actuositatem.

MÁRCIA M. D. ALMEIDA SIGNORELLICONSELHO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL

O Concílio Vaticano II e o Laicato

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Muitos de nós, ali presentes, crentes dos caminhos do Concílio, ainda estamos tecendo os planos de pastorais desta Arquidiocese, hoje com bem mais idade e mais artroses - quem sabe -, mas fiéis entusiastas deste Concílio.Como cristã leiga, não poderia deixar de lembrar que foi com o Concílio que leigos e leigas adquiriram a sua maiori-dade como sujeito eclesial. E é deste evento que o laicato emerge como Igreja a pleno tí-tulo. Depois disso, cristãos leigos e leigas vêm con-struindo uma trajetória diferente de eclesialidade: o entendimento de que é co-responsável pela missão do Espírito, a construção do Reino, designada à Igreja e para qual todos os batizados foram escol-hidos sem distinção. Mas, se o Concílio reconstruiu o caráter de sujeito que tinha desaparecido ao longo de mais de 15 séculos, é preciso lembrar que foi neste Concílio que os leigos e leigas começaram a falar. Inicial-mente através dos bispos que acompanhavam a Ação Católica, na qual os leigos e leigas tinham uma atuação primordial. Depois, quando da elabo-ração da “Gaudium et Spes” e da “Apostolicam Actuositatem”, as duas comissões, que às vezes se reuniam, resolveram chamar os leigos e leigas para participarem. E estes e estas entraram no Concílio pela porta da frente, ajudaram a redigir estes dois maravilhosos documentos. A partir daí não mais haveria objeto da cura pastoral dentro da Igreja, como os leigos foram tratados durante séculos. Reafirmam os bispos em Aparecida, que os cristãos leigos e leigas, “discípulos missionários que, encan-tados pela prática de Jesus, o Verbo Encarnado, vivem, anunciam e buscam construir o Reino, quer nas pastorais paroquiais, na sua vida familiar, nos ofícios que desenvolvem”.Como vi e vivenciei as mudanças deste Concílio e tenho acompanhado o seu desenrolar, pessoal-mente creio que, depois de 50 anos, já tivemos um tempo considerável para ver realizadas, de fato e de direito, as suas propostas. Talvez com passos mais rápidos para acompanhar o caminhar rápido dos tempos de hoje. O Concílio foi tão claro ao ler

os sinais dos tempos!Claro que há muita gente lutando nessa linha, se un-indo e car-regando com força, sua fé e sua vida, não

remando contra a maré. Mas ainda temos muito leigo/a, muito padre, que ainda não conseguiu separar a perfumaria da essência. A tendência de ficar muito na perfumaria é que impede a camin-hada, seja ela qual for.A esses anti-Vaticano II - e parece até que há uma movimento contra, ou de reformulação - e que, tímido, a princípio, apresenta-se hoje sem véus, a céu aberto questionando e brecando os passos mais largos que o Concílio ainda pretende dar, a esses lembro que nesta mesma Constituição de convocação do Concílio, no seu final, há um cham-ado e um alerta que reconduz aos seus princípios: “Queremos que a presente Constituição conserve toda a sua eficácia, agora e no futuro, de tal forma que o que por ela foi decretado seja religiosamente observado por todos aos quais diz respeito, e por-tanto, conserve a sua força. Nenhuma prescrição contrária, seja de que gênero for, poderá opor-se à eficácia desta Constituição....Por isso, se alguém, qualquer que seja a sua autoridade, consciente-mente ou por ignorância, agir contra o que esta-belecemos, declaramos tais atos nulos e sem valor. Além disso, que ninguém tire ou altere algo destes nossos documentos da nossa vontade ou desta Constituição.” Ou seja, do Concílio como um todo.Beato João XXIII interceda por nós ao Pai, para que a nossa Igreja, aprendendo do Vaticano II, seja um sinal forte de sua presença na História, tenha coragem de se “Repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias” (DAp 11) toda vez em que for necessário, para responder ao século XXI que ne-cessita da prática de Jesus e de uma Igreja ilumi-nadora a fazer real essa prática.

leigos

“... Encantados pela prática de Jesus, o Verbo Encarnado, vivem, anunciam e buscam construir o Reino, quer nas pastorais paroquiais, na sua vida familiar, nos ofícios que

desenvolvem”

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Uma irmandade que ajuda homens e mulheres a lutar contra o vício do álcool por meio de reuniões em grupo, assim são os Alcoólicos

Anônimos (A.A.). Presente em 150 países e criada há mais de 70 anos, a organização não aceita qualquer tipo de ajuda financeira de pessoas de fora, abrindo espaço apenas para o trabalho voluntário.De acordo com um membro do Comitê Trabalhando com os Outros de Alcoólicos Anônimos de Campi-nas, o CTO, que, pelas tradições da irmandade, não será identificado, a irmandade de A.A. busca ajudar seus membros na recuperação pessoal de cada um deles. “Nós não combatemos o álcool, não fazemos campanha contra ele, nós cuidamos das pessoas que sofrem com o uso dele”, conta.Há inúmeras interpretações do que é realmente con-siderado alcoolismo. Na visão de A.A., é a junção de uma alergia física a uma obsessão mental. Os membros sempre se considerarão alcoólicos, já que a irmandade não acredita que a doença possui uma cura: cada um pode se dizer, apenas, alcoólico só-brio ou em recuperação.O mais importante para que alguém comece seu processo de reabilitação é reconhecer o seu vício e ter o desejo de parar de beber. “Quando uma pessoa chega à reunião pela primeira vez, o que importa é a visão que ela tem do próprio vício”, esclarece o membro do A.A.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

Para que um membro da irmandade possa melhorar sua vida e modificar seus hábitos, a organização criou “Os Doze Passos”, um programa com sugestões para o alcoólico aplicar em seu dia-a-dia, com forte caráter espiritual. “A ajuda dos passos é espiritual, mas não religiosa. Não discutimos religião, cada membro tem a sua e nós respeitamos isso”, disse o entrevistado.Os passos idealizados pelo A.A. são usados por vários outros tipos de organizações e associações que trabalham na luta contra o alcoolismo, como a Pasto-ral da Sobriedade, organismo da Igreja Católica que também ajuda na recuperação contra ao alcoolismo.Junto com “Os Doze Passos”, a irmandade de Al-coólicos Anônimos desenvolveu uma espécie de guia para o comportamento de seus membros, em relação ao relacionamento entre eles e até com as pessoas de fora. Assim, foram criadas “As Doze Tradições”, um conjunto de princípios que deve ser seguido por todo membro de A.A., de qualquer lugar do mundo. “Seguir as tradições é uma forma de nós nos relacionarmos melhor; em nenhum momento isso é colocado como uma regra, uma obrigação. Es-tamos seguindo, porque estamos inseridos na irman-dade e nos sentimos bem assim”, destaca o membro.“As Doze Tradições” também definem a democracia que ocorre na irmandade. Os membros que possuem cargos não possuem nenhuma autoridade oficial,

SOBRIEDADE

por MARISTELA DOMINGUES, NATHÁLIA TRINDADE E MARIANA IGNÁCIO

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eles apenas sugerem atos que podem ser feitos ou não. Não há regras e também não há controle dos membros; qualquer pessoa pode participar e não precisa pagar nada por isso. “Nós não recusamos nenhuma pessoa, por nenhum motivo, aqui é um lugar que está aberto para quem deseja ou necessita de ajuda”, afirma.Uma parte muito importante nas tradições é o anoni-mato. A irmandade acredita que é um ponto funda-mental na recuperação de membros. E, com isso, todos podem estar no mesmo nível, homens e mul-heres de qualquer profissão, histórico de vida, ideo-logias, religião.O membro do CTO diz que a medicina e a religião são elementos que mais apoiam a causa. “Quando um alcoólatra procura um médico ou um padre, por exemplo, eles sempre encaminham para o A.A., e nós ficamos muito felizes com isso, porque significa que eles confiam no nosso trabalho, conta.”

Como surgiu A.A.? A irmandade de Alcoólicos Anônimos nasceu em 1935, em Akron, Ohio, Estados Unidos. Um executivo de Nova York, sóbrio depois de anos de embriaguez, procurou outro alcoólico e foram ao médico.Durante os meses de sobriedade, esse homem perce-beu que enquanto tentava ajudar outros alcoólicos a se libertar do vício, ele estava perdendo a vontade de beber. Esses dois homens, Bill e Dr. Bob, juntos são os co-fundadores de A.A. e descobriram que a capaci-dade de se manter sóbrios estava ligada a ajuda que davam aos outros alcoólicos. Durante quatro anos, o movimento que ainda não tinha um nome, foi crescendo pelo país. Em 1939, com a publicação do livro “Alcoólicos Anôni-mos”, do qual foi tirado o nome da irmandade, o A.A. chamou mais a atenção e ficou conhecido na-cional e internacionalmente. Hoje, são aproximadamente dois milhões de membros em recuperação, espalhados pelo mundo todo.

CRISTO REI

A Paróquia Cristo Rei possui um projeto de apoio à sociedade, em que o objetivo é organizar, acolher e cuidar do ser humano. Todas as atividades oferecidas pela Paróquia são gratuitas, contando com a ajuda de voluntários que se dispõem a trabal-har pelo próximo. No projeto encontramos vários tipos de ativi-dades, como orientação vocacional, alfabetização de adultos, brechó solidário, futebol, coleta de óleo de fritura usado entre outros. O grupo Cantão de Al-coólicos Anônimos também está presente no projeto e se reúne em uma das salas da igreja. Para o pároco da Cristo Rei, o Cônego Luiz Carlos Magalhães, as Paróquias devem se preocu-par com as necessidades do ser humano em geral, e não apenas as ligadas na religião. “Evangelização e Sacramento não são os únicos objetivos da Paróquia, ajudar as pessoas que fazem parte da nossa comuni-dade é muito importante”, afirma o Padre. O grupo Cantão procurou a Paróquia para uti-lizar algum espaço disponível e o Padre Magalhães, que já estava organizando o projeto, apoiou total-mente a causa do A.A. “É um trabalho que valoriza o ser humano e ajuda a pessoa a buscar um equilíbrio pessoal e em grupo”, conta.Muitas outras paróquias em Campinas apoiam esta causa. Basta perguntar em sua secretaria!

Como participar?Existem mais de seis mil grupos de Alcoólicos Anôni-mos no Brasil, em Campinas são 13 grupos. Para ingressar na irmandade é só ir a alguma reunião de qualquer grupo e o processo de reabilitação é total-mente gratuito.O escritório de Serviços Locais em Campinas fica na Rua Proença, 737 – Bosque. Informações pelo tel-efone (19) 3234.8088.

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PEQUENINOS DO SENHOR

A Primavera dos pequeninos está acontecendo!Os frutos estão surgindo!

Olá amigo, olá amiga dos pequeninos,

A Agência Zenit – ‘O mundo visto de Roma’ – me entrevistou em agosto deste ano, e nós vamos publicar, neste

caderno, aquilo que foi divulgado também em espanhol e italiano, promovendo o interesse de mais 7 países pela implantação do Projeto Pequeninos do Senhor.“O que fazer com os filhos pequenos na hora da Santa Missa? Como se concentrar com a garotada gritando e correndo pelo corredor da Igreja? Sem dúvida, toda família com criança pequena sabe da aventura que é cada Missa Dominical. O ‘Pequeninos do Senhor’ é um projeto da Arquidiocese de Campinas, fundado em 1997, na casa de uma catequista, com so-mente 8 crianças no princípio, e que propôs uma solução eficaz para esse problema. (ZE-NIT.org) As atividades da Associação Católica Pequeni-nos do Senhor estão desabrochando na pri-mavera dos seus 15 anos de evangelização. É o Senhor abrindo os caminhos por onde quer que Sua obra floresça. E, neste caderno você encontrará alguns frutos

que estão encantando o jardim do Criador.Nós continuamos semeando sem cessar, para que você tenha sempre algo com que se abas-tecer junto aos pequeninos!Desejamos a você uma boa colheita, ou seja, uma boa leitura!

Um abraço fraterno... : )

Rachel Lemos Abdalla Fundadora e Presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor

Foto: Pequeninos do Senhor

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PEQUENINOS DO SENHOR

Rachel Lemos Abdalla e Fabíola Romano Rocha de Assis

Direção Espiritual: Mons. João Luiz FáveroColaboração Psicopedagógica: Daniela Frattini Colla - [email protected] Corigliano - [email protected]

Colaboração Pedagógica: Beatriz Maria Miranda [email protected]

Quem faz o caderno Pequeninos do Senhor

Foto: Bárbara Beraquet

Contato: 5519 2121.0444 Email: [email protected] Site: www.pequeninosdosenhor.com.br Escreva para o Pequeninos do SenhorEnvie o seu depoimento ou conte-nos a sua história vinculada ao Projeto Pequeninos do Senhor! E se quiser dar alguma sugestão ou fazer alguma crítica, encaminhe para o nosso endereço de email: [email protected] Com certeza sua mensagem será lida e nós lhe responderemos!

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No dia 25 de agosto, o Pequeninos do Senhor completou 15 anos de evan-gelização com uma Missa de Ação de

Graças na Paróquia Nossa Senhora das Dores.A Missa foi celebrada por Dom Airton José dos Santos e contou com a presença do Arcebispo Emérito de Campinas, Dom Gilberto Pereira Lopes, do Monsenhor João Luiz Fávero que é o Vigário Geral da Arquidiocese de Campinas e Pároco da Igreja Nossa Senhora das Dores, e do Monsenhor Waldemiro Caran. Estavam lá também o Cônego José Luiz Nogue-ira Castro; os padres amigosdos pequeninos

Aparecido Donisete Bar-bosa, Cláudio Wilson Müller, Dalmirio Amaral, Francisco Assis Junior, José Eugênio Fávero, Luiz Carlos Magalhães, Odair Costa Nogueira, Silvio Tesche; o Diácono Permanente José Antonio Jorge e o semi-narista Ramon Zólio.

PEQUENINOS DO SENHOR

Novidade:

Comemoração dos 15 anos Pequeninos do Senhor

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PEQUENINOS DO SENHOR

A Missa foi transmitida pela Rádio Brasil Campinas e contou com a presença de muitos amigos da Associação, Coordenadores e Cate-quistas de diversas Paróquias da Arquidi-ocese de Campinas além de muitos pequeni-nos que participaram da procissão de Nossa Senhora depois de uma chuva de pétalas que caíram sobre eles como bênçãos perfumadas das mãos do Pai que conduz a Obra.Dom Airton entregou um terço, como lem-brança deste dia, para seis pequeninos que participaram da procissão das oferendas; deu uma bênçãos aos catequistas presentes e entregou uma medalha de lembrança a cada uma das diretoras.Após a Missa todos se reuniram no Espaço Social do Cambuí para uma confraternização.

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hor

Diretoria e padres presentes à missa.

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PEQUENINOS DO SENHOR

Homilia de Dom Airton José dos Santos

Missa de Ação de Graças pelos 15 anos de Evangelização Pequeninos do Senhor25 de agosto de 2012

Palavra da Igreja

Hoje, nesta Missa, agradecemos a Deus por tudo o que Ele nos concedeu e, de modo muito particular, tudo aquilo que conce-

deu aos catequistas, homens, mulheres, mães de família, pais que dedicaram tempo, energia e esforço para orientar este trabalho de evangeli-zação. Deve estar em cada um de nós a consciência de que devemos evangelizar. É nossa responsabili-dade, como batizados, a de levar a Boa Nova de Cristo aos outros e a de encontrar os meios para que aquilo que o Evangelho traz seja integral-mente assimilado e compreendido.A evangelização das crianças comporta exigên-cias. Criança não é adulto pequeno, mas, às vezes, nós, adultos, assim desejamos e exigimos das crianças aquilo que ainda não podem dar. Devemos, considerando as limitações e caracte-rísticas desta fase da vida, preparar as crianças para o mundo adulto, preparar as crianças para viverem em sociedade, para serem membros da Igreja de Cristo, ativos, fiéis a Cristo e fiéis à Ig-reja. Este trabalho todo não é senão o trabalho de evangelização, de catequese, de orientação e de acompanhamento.

Dom Airton agradeceu a Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito, que, em

sua sabedoria, apoiou e incentivou o trabalho de evangelização,

de modo especial, das crianças e dos pequenos.

Na foto, com criança do projeto Pequeninos do Senhor.

Educar para o mundo novo

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PEQUENINOS DO SENHOR

Precisamos oferecer, integralmente, a verdade da Fé para que as crian-ças tenham segurança no caminho que percorrerão. Muito do que oferecermos, elas somente com-preenderão no futuro, mas, se não lhes for dado agora, neste momento, elas não terão como compreender mais tarde. O que é escrito em nossa vida permanece para sempre! Ninguém consegue apagar uma experiência de vida e as crianças de-vem fazer uma experiência positiva do en-contro com Jesus.Como ouvimos hoje, no Evangelho, Jesus disse aos seus discípulos: “deixai vir a mim as criancinhas” (Lc 18,16). Mais do que deixar, indica-nos a fazer com que as cri-anças venham até Ele. Este é um question-amento que devemos nos fazer: estamos ajudando os pequenos, as crianças, espe-cialmente, a se encontrarem com Jesus? Ou impedimos as crianças de chegarem ao Seu encontro? Fazemos com que as crianças cheguem até Jesus através de nosso testemunho, de nosso exemplo, de nosso modo de ser e de pensar. Organizar um trabalho de evangelização das crianças é tarefa muito importante e séria. Temos que conhecer claramente qual o ensinamento da Igreja e o que ela propõe. Devemos compreender

como o Evangelho deve ser anunciado; não apenas alguns “pedaços”, mas ele todo, para que as cri-anças tenham, então,

os alicerces e parâmetros que as auxiliarão a chegar bem à adolescência, à juventude e à fase adulta. Cumprimentando a todos, hoje, fica, para cada um de nós, esta responsabilidade: a de criar um mundo novo. Precisamos, por-tanto, educar para o mundo novo. Educar para o bem, para a justiça, para a fraterni-dade, para a solidariedade. Educar para a vida em Deus, uma vida que é contrária ao pecado e contrária àquilo que nos afasta de Deus, uma vida que é próxima de Jesus Cristo, que nos conduz a Deus, o nosso Pai. E, assim diz o Evangelho, ninguém chega a Deus senão por Jesus Cristo. Não há outro caminho a não ser este que é Caminho, Ele mesmo, Verdade e Vida para todos nós.Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!Queridos irmãos e irmãs, no silêncio de nossos corações, nos preparemos para que esta Santa Missa produza, em nós, todos os efeitos; que a Eucaristia produza em nós tudo aquilo que é necessário para a nossa Salvação.

“Criança não é adulto

pequeno”

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PEQUENINOS DO SENHOR

Você já parou para pensar na sua dig-nidade e no seu apostolado como catequista de crianças? Isso exige

abertura ao Pai e grande desejo de seguir a Jesus na arte de evangelizar os pequeni-nos, para que, bem instruídos, alcancem a vida eterna!Os catequistas, de modo muito parecido com o anjo da guarda, têm o compromisso com Deus de cuidar daqueles que lhes foram confiados, formando-os na doutrina cristã para o amor.Uma criança é como um barro pronto para ser moldado, e bem orientada se torna um jovem do bem, dócil e gentil na sociedade, porque aprende a amar e caminhar com Jesus por onde quer que vá.Por isso, tenha sempre muita caridade, uma profunda humildade, a máxima paciência e um cuidado contínuo na mis-são que lhe foi dada, de ajudar o Senhor no encaminhamento e evangelização dos seus preferidos. Fazendo isso estará sendo discípulo de Je-sus, que um dia disse: “O que fizestes a um dos meus pequeninos, a mim o fizestes.” (Mt 25,40)

No dia 09 de junho de 2012, foi ao ar pela Rádio Brasil Campinas – Jovem Pan SAT – AM 1270 – da

Arquidiocese de Campinas, o primeiro ‘Programet’ semanal ‘Pequeninos do Senhor’.Desde então, toda terça-feira, no Pro-grama Povo de Deus, das 16h às 17h10min, com o locutor Valdir Cre-masco, o Programet é inserido trazendo uma entrevista feita pela Rachel Abdalla, com catequistas e amigos dos pequeni-nos, oferecendo aos ouvintes uma men-sagem sobre a evangelização das crian-ças em casa e na catequese.

O apresentador do Programa Povo de Deus, Valdir Cremasco assim descreve:

O Pequeninos do Senhor é cativante desde a sua essência, é apaixonante...

Sinto-me honrado em fazer parte, de maneira ínfima, pequena mesmo, dessa história, abrindo espaço no ‘Programa

Povo de Deus’, antes no ‘Igreja em Ação’ na Rádio Brasil de Campinas, com um

quadro semanal, onde objetivamente é exposta a sua filosofia, o seu plano de

trabalho.Sonho, como sonha a Direção do Pequeninos, em ver esse lindo tra-

balho implantado em todas as Paróquias da nossa Arquidiocese... Não façam algo

“parecido”, implantem!

Pequeninos do Senhor agora tem

‘Programet’ na Rádio Brasil Campinas

Por Rachel Lemos Abdalla

Aos catequistas

Você é um anjo aos olhos de Deus

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PEQUENINOS DO SENHOR

O Pequeninos do Senhor acredita que a formação cristã se dá a partir da prática das virtudes, de preferência

desde a primeira infância. E uma das vir-tudes que precisam ser praticadas é a per-severança. Quando nos esforçamos con-tinuamente por fazer, especialmente o que é bom, nos tornamos semelhantes a Deus, o único Bom, a fonte de todo o bem. São Paulo nos convida, na carta aos Romanos, que sejamos alegres na esperança e perse-verantes na oração.

Pequeninos do Senhor: um modo diferente de Evangelizar

PORQUE LEVAR A CRIANÇA À MISSA?

Assim devemos ensinar, também, às nos-sas crianças, a serem perseverantes na oração.Quando levamos as crianças na missa todo final de semana, estamos cumprindo com a nossa responsabilidade de pais cristãos, perseverando no compromisso de um en-contro marcado com Deus.Em consequência, as crianças estão for-mando, no inconsciente, o conceito de louvor e respeito a Deus e aos seus Man-damentos, em especial ao 3º Mandamento que é ‘guardar os domingos e dias de fes-

tas para dar graças a Deus’. É na missa que as crianças aprendem a rezar ‘em comunidade’ e a ou-vir os ensinamentos de Jesus Cristo. Especificamente, no Projeto Pequeninos do Senhor, as cri-anças vivenciam a comunidade encontrando-se, semanalmente, com outras crianças que também vão à missa, partilhando o que aprenderam e o que já sabem; e crescem na fé ouvindo as históri-as da vida de Jesus e aprenden-do a mensagem de amor que Ele deixou para nós.

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PEQUENINOS DO SENHOR

Clique aqui para ouvir o programa sobre este tema gravado na Rádio Brasil Campinas, da Arquidiocese de CampinasPor Rachel Lemos Abdalla

Tudo isso na linguagem delas: brincando!Os pais não deixam os filhos crescerem primeiro para que eles mesmos, quando adultos, escolham a escola que vão fre-quentar. Ao contrário, confiantes, os en-caminham para aquela que melhor lhes convém para a educação e formação cul-tural e social de seus filhos, na certeza de que estão cumprindo com o compromisso de pais na sociedade. Se somos batizados, um dia fomos intro-duzidos numa comunidade cristã e, por isso, temos o compromisso com Deus de

educar nossos filhos também na fé cristã, nesta mesma comunidade. Se não lhes mostrarmos o Caminho para que estejam lado a lado, de mãos dadas, com Jesus desde pequenos, quando crescerem não saberão por onde caminhar e nem terão o discernimento para quem dar as mãos. Pensem nisso! A formação cristã dos pequeninos depende da virtude da perse-verança dos pais que tanto os amam, con-fiantes de que estão agindo coerentemente com a sua fé.

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ZENIT: Já são mais de 100 paróquias que implantaram esse pro-jeto no Brasil e além-fronteiras nacionais. O que é preciso fazer para ter o projeto implantado em uma Paróquia?Rachel Abdalla: Para os encontros semanais com os pequeninos durante as Missas, desen-

volvemos o ‘Missal dos Pequeninos’ a partir do Missal Dominical da Igreja Católica, que é um subsídio pedagógi-co-litúrgico-catequético para evangelizar as crianças de modo lúdico e numa linguagem adequada a elas. Este subsídio oferece, tam-bém, uma formação para os catequistas, para que cresçam espiritualmente, transfor-mando a Palavra de Deus, que é viva, em prática cristã, testemunhando, no dia a dia, a fé e a esperança onde estão.Para ter acesso a este subsídio, é preciso implantar o Projeto

Entrevista

MUITAS FAMÍLIAS DEIXAM DE IR À MISSA PORQUE AS CRIANÇAS NÃO PARAM QUIETAS

PEQUENINOS DO SENHOR

‘Pequeninos do Senhor’ na Paróquia. Para isso, basta que o Pároco ou um catequista, preencha um ‘cadastro’ que se encontra no site www.pequeninosdosenhor.com.br para, em seguida, receber uma instrução por tel-efone ou por email. Atualmente (2012), o projeto ‘Pequeninos do Senhor’ está implantado em mais de 100 Paróquias e Comunidades em vários Estados do Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde e no Canadá, em uma Comunidade de portugueses.ZENIT: Uma das grandes dificuldades das famílias com crianças pequenas é participar da Santa Missa. Por que os pais sentem essa dificuldade? A senhora tem filhos?Rachel Abdalla: Muitas famílias deixam de ir à Missa porque as crianças não param qui-etas, incomodam a comunidade, atrapalham a concentração dos fiéis e, com isso, os pais sentem-se constrangidos de levá-las consigo para a Igreja. E, por não terem com quem deixá-las, acabam não participando, tam-bém, deste compromisso cristão, deste en-contro dos filhos com o Pai.

ZENIT entrevistou Rachel Abdalla, atual presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor, e uma das fun-dadoras. Rachel nos explica a origem do projeto e como é fácil montá-lo na própria Paróquia ou Diocese.Confira trechos da entrevista!

Por Thácio Siqueira

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PEQUENINOS DO SENHOR

Foi por sentir isso dentro de nossas famílias que desejamos, inspiradas pelo Espírito San-to, acolher os pequeninos durante as Missas, nos finais de semana, com o propósito de evangelizá-los com o mesmo Evangelho do Domingo, num espaço adequado e especial-mente preparado para eles, enquanto seus pais participam da Celebração da Eucaristia.Eu tenho duas filhas que hoje já são adultas (23 e 19 anos) e elas participaram do projeto desde bem pequeninas, quando iniciamos os encontros em 1997.ZENIT: Desde 1997 que o projeto está funcio-nando. Como foi a acolhida entre os bispos, sacerdotes, e agentes de pastoral? O projeto tem o apoio de algum bispo do Brasil?Rachel Abdalla: O Concílio Vaticano II, através da Constituição Lumem Gentium (1964) define a Igreja como Povo de Deus, e incentiva e apoia os leigos a trabalharem com todo vigor para Cristo. Porém, com toda razão, a Igreja ainda permanece muito zelo-sa e cautelosa para dar o seu apoio incondi-cional a uma obra evangelizadora, principal-mente àquelas que nascem a partir de leigos. É preciso, antes, que esta obra se consolide, cresça e mostre seus frutos para que seja reconhecida. Mas, nada disso impediu que esta obra de Deus crescesse e avançasse por caminhos tão diversos! E nós não temos noção do tamanho dela, porque somos ap-enas instrumentos capacitados pelo Pai que tudo vê e tudo sabe.O trabalho de evangelização com os pequeninos iniciou em 1997, e somente 13 anos depois, em 2010, foi possível o recon-hecimento oficial através de um ‘Ad Experi-

mentum’ por 5 anos, pela Arquidiocese de Campinas.Por ocasião do ano 2000, o nosso então Arcebispo, Dom Gilberto Pereira Lopes, apro-vou, apoiou de imediato, nos incentivou e abriu as portas da Cúria para a divulgação entre o Clero. E, a partir daí, nós semeamos a ideia dentro da nossa Arquidiocese e, no tempo de Deus, o projeto foi sendo implan-tado e desejado por outras Paróquias.Quando Dom Bruno Gamberini, in memo-riam (+2011), assumiu a nossa Arquidiocese em 2005, ele também nos apoiou, orientou e encaminhou para a apresentação do pro-jeto em outras Dioceses circunvizinhas, o que permitiu também a amplitude da divulgação, além de apoiar a fundação da ‘Associação de Fiéis Leigos’, denominada ‘Pequeninos do Senhor’, em 2010.Em abril deste ano de 2012, Dom Airton José dos Santos assumiu a Arquidiocese e, recentemente, apresentamos a Associação Pequeninos do Senhor a ele que nos acolheu com muito estímulo, focando a obra como uma importante etapa inicial da catequese catecumenal.O ‘Pequeninos do Senhor’ é uma obra Di-ocesana, oficialmente reconhecida pela Ar-quidiocese de Campinas e atualmente, o nosso pastor é Dom Airton José dos Santos; e o nosso Diretor Espiritual é o Mons. João Luiz Fávero, Vigário Geral da Arquidiocese de Campinas. Nosso próximo passo, den-tro da Igreja, nos próximos 3 anos, será en-caminhá-la para a aprovação Apostólica, em Roma.

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Dengue em Nova IorqueMissionariedade à prova

POR BÁRBARA BERAQUET

Incentivado por Monsenhor Nilo Romano Corsi (falecido em 2010) a seguir a vocação sacerdo-tal, Padre José Eugênio Fávero completa, agora

em dezembro de 2012, 25 anos de sua ordenação presbiteral.

Nascido e criado em Pedreira, interior de São Pau-lo, carrega um caminhão de bagagem quando o as-sunto é missionariedade. Este, afinal, foi o primeiro impulso que sentiu quando chamado à vocação que seguiria por toda a vida. “No quintal da minha casa tinha uma goiabeira, e eu subia nessa goiabeira e ficava imaginando o que havia atrás daquele morro, como é que eu faria para conhecer...”, relata.

Ao assistir um filme sobre um missionário na China que recebe a visita de um companheiro – ambos da Escócia – ficou claro para Eugênio, ainda molecote, qual seria seu destino. O visitante perguntava ao outro o que o tinha levado até a China e a ser mis-sionário. Nada, senão a constante curiosidade em saber o que havia depois “daquela” montanha. “E aí, de montanha em montanha, cheguei à China!”, ele respondia.

Era assim que o futuro padre pensava e, a partir da experiência no grupo de jovens, já assumindo responsabilidades, e em um grupo de Pastoral Op-erária, a entrada no seminário foi um passo dado com naturalidade.

Padre José Eugênio Fávero, em missão na África

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A ordenação em 1987 e a nomeação como pároco da Paróquia Nossa Senhora da Pompeia, no mes-mo ano, pelo Arcebispo Emérito Dom Gilberto Pereira Lopes, deram ao jovem padre a sen-sação de que o sonho de partir em missão estava acabado. “Para sair, não vai ser mais possível”, foi o sentimento de então.

Logo, ele descobriria que era um engano sentir-se assim. Mesmo dentro da igreja e dentro da perspectiva de trabalhar com o clero diocesano, e não só com os religiosos, ele percebeu que havia outra maneira, mais abrangente, de enxergar a missão como um chamado, uma decisão própria da pessoa de se colocar a serviço.

Embora o espírito missionário se fizesse presente todo o tempo, a primeira aventura fora de sua Arquidiocese e distante de casa, daquilo que lhe era familiar, foi no Ceará. Na região Nordeste do país, a marca do povo cearense é a devoção

ao Sagrado Coração de Jesus e ao Padre Cícero Romão Batista, o Padim Ciço (mas isto é assunto para uma próxima reportagem). Lá, Padre Eu-gênio assumiu uma paróquia e colocou-se diante das dificuldades daquela realidade particular.

Dessa fase, ele guarda na memória, sempre, a acolhida do povo. “Você vai evangelizar com seu testemunho de presença, mas você acaba também sendo evangelizado pela acolhida das pessoas”, diz. “Aprendi muito com a maneira deles, com a Igreja, com a Diocese de lá e com a maneira deles vivenciarem a fé! Devocional, mas também comprometida com a realidade e com a necessidade. Não havia aquela dificuldade que nós temos aqui – ‘o que é meu é meu, e cada um se vira’”, explica.

Padre José Eugênio chegou à África, em missão, em fever-eiro de 2004 e retornou ao

Brasil em fevereiro de 2007. Ele fala sobre a experiência.

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“Houve muito sofrimento também, muita coisa que eu tive que passar com eles”

Na vida diária, Padre Eugênio mostrava-se de camisa e camiseta, sempre por fora da básica calça jeans. Esse jeito simples de se

vestir, “seu estilo”, como ele define, foi alvo da pre-ocupação das “Madrinhas do Altar”, um grupo de senhoras que cuida das “toalhas, da arrumação da igreja e dos padres, é claro”.

Uma delas foi até ele e comunicou que mandariam fazer uma “farda” para que ele fosse pronto às mis-sas na catedral da cidade. “E eu pensei, Meu Deus, acho que estão me achando mal-arrumado”, conta.

Medidas tiradas e farda pronta, Padre Eugênio confessa que se sentia bem com a roupa. “A alegria delas era eu estar com a farda nessas festas da Dio-cese”, lembra.

Os contos do folclore local e as anedotas de sua passagem pela Terra da Luz não contam, no en-tanto, toda a sorte. Aquela missão, como tantas, tinha seu quinhão de tristeza. “Houve muito sof-rimento também, muita coisa que eu tive que pas-sar com eles, a morte de muita gente, de crianças e de pessoas doentes. Eu estive lá no momento de seca muito forte, e de um surto de cólera, com uma campanha muito bem aceita pelo povo, que, logo, graças a Deus, acabou com o perigo de uma epidemia”, diz o padre, para quem tudo se deve ao trabalho de evangelização e de a população aceitar a pessoa e a presença do padre como alguém que está lá para ajudar.

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Ad gentes em terras africanas

Em seu retorno a São Paulo, com o desmembramento da Arquidi-ocese de Campinas e a criação

da Diocese de Amparo, Padre Eugênio assumiu a coordenação de pastoral da diocese que dava seus primeiros pas-sos. Alguns anos mais tarde, ainda alimentando o desejo de partir para um novo serviço, ele integrou um grupo da Missão ad gentes da CNBB. Faltava um padre para completar a equipe, o que vinha bem a calhar, e lá seguiu Padre Eugênio, para um mês de convivên-cia com os demais integrantes, numa pequena cidade do Maranhão, a cerca de 500 km da capital São Luís, chama-da Nova Iorque.

“Lá eu fui ‘batizado’, contrai o vírus da dengue”, lembra, com risos. “Pas-sei uns dias muito complicados com a saúde, internado... Voltei, fomos nos preparando e fomos para a África”, conta o padre sobre o grupo de seis missionários que partia para o conti-nente da vida selvagem.Padre Eugênio chegou então à provín-cia mais carente de Moçambique. Chamada Niassa, era banhada pelo lago de mesmo nome. A formação prévia, no entanto, não foi suficiente para preparar o grupo para a maneira de conceber Deus, a família e até o rela-cionamento do povo local.“Tivemos que aprender”, diz.

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Durante dois anos, Padre Eugênio acolheu e foi acolhido pelo povo Macua, o mais nu-meroso de Moçambique, mas, ao mesmo

tempo, um dos menos conhecidos. O próprio termo “macua” carregava em si valor depreciativo, já que, na linguagem corrente, macua também era o sel-vagem, que come ratos e que anda nu. A palavra também significa “homem do mato”, aquele que vem do interior do país. Assim, carregavam a pecha de caipira diante de outros grupos do mesmo povo, o povo Bantu.

“A gente foi aprendendo tudo isso com eles; fomos aprendendo a respeitar, a conviver, a celebrar e até aprendemos a língua, que é complicada, bem difer-ente na estrutura de gramática. Trata-se de uma língua oral, e nós tivemos mais ou menos um mês de estrutura de língua com eles, com um padre que é perito em gramática, da Congregação dos Conso-latas, que acabou desenvolvendo tanto a linguagem quanto a gramática para livros, bíblias, livros de oração, livro de cânticos: tudo para facilitar”, ob-serva.

Ao lado do povo Macua, ele também viveu o sofri-mento imposto pela hanseníase, pela guerra civil e pela malária. Este foi seu segundo “batismo”. “Quando nós chegamos, conseguimos ficar um ano sem a malária. Fui o primeiro a contrair a doença, e ela veio forte. Eu não sabia o que era, nem como era, e ninguém de nós sabia lidar com aquilo”, re-memora.

Depois da primeira, Padre Eugênio contraiu ma-lária mais cinco vezes. “Vim curar a ultima malária aqui. Fui direto ao médico, fiz os exames em Val-inhos e o médico disse: ‘Padre, o seu sangue é o mais disputado nesse estado de São Paulo, porque há médicos formados há não sei quantos anos que nunca viram o vírus da malária’. Até nisso eu sou feliz de poder ter ajudado a medicina e, pelo menos, os médicos terem conhecido a malária”, afirma. Para ele, contrair malária seis vezes foi pou-co se comparado a outros, como uma das religiosas que passou pela doença 16 vezes.

“A gente sofria, mas a gente tinha apoio, alimen-tação e oportunidades que nos fortaleciam logo. Mas crianças recém-nascidas e algumas pessoas morriam por causa da malária. E eu não sabia que, assim como a dengue, existia a malária cerebral”, fala, sobre a manifestação fatal da doença.

A malária, ou paludismo, é causada por protozoári-os parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito fêmea do gênero Anoph-eles. Mais de três milhões de pessoas morrem todo ano em decorrência da malária; e as crianças afri-canas são, em grande parte, estas vítimas.

“Toda missão é ad gentes, porque você tem de sair de si para ir até o outro”

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Novos batizadosDurante a missão em Niassa, existiam três au-tomóveis no município em que estava o grupo de missionários: a ambulância, o carro do prefeito e, como você já deve ter imaginado, o carro do pa-dre.

“A ambulância sempre sem combustível, sobrava o carro do padre. Às vezes, de 100 km distantes, uma pessoa se colocava a pé ou de bicicleta para vir me chamar para que eu levasse a parteira para socorrer a esposa, a vizinha ou a filha que estava em trabalho de parto. E, por conta disso, muitas crianças acabaram tendo o meu nome”, conta o homenageado.

“Tenho até a fotografia de uma afilhadinha, a Eugênia – que depois de um parto complicado, a gente levou para o hospital e deu tudo certo. São essas coisas que a gente sente em deixar, mas a vida da gente anda”, considera, e completa: “Não sei se a melhor atitude era voltar ou continuar por lá, mas há uma ligação muito forte, inclusive porque, depois, a gente também continuou den-tro desse ‘esquema de missionário’, de preparar outros missionários. Sempre vem as lembranças,

sempre vem as notícias e sempre vem quem se interessa em saber mais, porque também está se preparando para fazer uma missão ad gentes”.Perto ou longe, a experiência de Padre Eugênio deixa claro que ser missionário é algo possível a qualquer um, desde que se esteja disposto a esta entrega. “Toda missão é ad gentes, porque você tem de sair de si para ir até o outro. A missão é esse laço, nós devemos ter a postura de discípulos missionários, as duas coisas juntas. Você aprende, você adquire a sua identidade cristã católica e já começa a partilhar essa identidade com gestos, aproximação e também com a sua maneira de ser: o testemunho. O testemunho sempre é ad gentes, ou aqui, ou perto, ou longe, precisa sempre ser ad gentes. É essa a maneira pela qual você pode ajudar”, encerra.

Saiba mais sobre como ser e como apoiar os missionários [email protected]

Eugênia e Padre EugênioFotos: Arquivo pessoal

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espiritualidade

Quando alguém sobe uma montanha desfruta da caminhada, da pais-

agem, do esforço e da sensação de sentir-se cheio de vitalidade e livre. Ninguém reserva o prazer apenas para o objetivo de atingir o cume. Cada momento do esforço é prazeroso. Pode ser desfrutado. Cada passo na caminhada e até os tropeços, são fontes de prazer. Para quem resume a caminhada no objetivo final, não há alegria, nem crescimento, nem prazer du-rante sua realização.O mundo e a vida são vistos como um vale de lágrimas. O que vale no vale é a busca da perfeição. Essa atitude perfeccionista, focada absolutamente no resultado final, afeta a vida espiritual. Pessoas per-feccionistas dão a impressão de serem exemplares. Nada deve ser reprovado em seu comportamento, alimentado por critérios de alta perfeição. “Sede perfeitos, como vosso Pai é perfeito” (Mt 5,48) é para eles o suprassumo dos evan-gelhos.

A SATISFAÇÃO DE REALIZAR

EVARISTO EDUARDO DE MIRANDA

Autor do livro “300 razões para batizar” (Ed. Vozes), ministro extraordinário das exéquias

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espiritualidade

Não lhes basta ter uma boa vida, um trabalho satisfatório. Tam-bém seus filhos, seu carro, sua casa, suas férias, sua aparência, sua comunidade, sua paróquia... Tudo deve estar perfeito para que sejam feliz-es. Os perfeccionistas da vida espiritual são pessoas insatisfeitas, angustiadas e insaciáveis. O menor erro já os tira de seu eixo. Um probleminha e esquecem tudo que houve de bom durante o dia ou durante uma mis-sa. Um fato negativo e a paróquia, a pastoral em que participam ou até a diocese, para eles, estão ab-aladas.Preocupados em que tudo seja perfeito em suas vidas, deixam de aproveitar e desfrutar das alegrias cotidianas. Os perfeccionistas du-vidam de seu próprio valor e com-petências. Acham de que devem fazer muito para merecer o amor e o reconhecimento do próximo e de Deus. Fazem grandes esfor-

ços para parecerem perfeitos e, no fundo, são frágeis. Eles se privam dos prazeres cotidianos da vida.

Atingir o topo da montanha é um ob-jetivo, mas a camin-hada é também. O topo talvez nunca será atingido. Alegri-as cotidianas estão ao alcance da mão,

do olhar, do sorriso e do carinho. Deus não compensa, nem recom-pensa. Ele vai muito além de nos-sos merecimentos.A maioria das Bíblias traduz a pa-lavra grega teleio por perfeito. Na realidade, essa expressão significa íntegro, completo e maduro. E, nesse sentido, perfeito. Os chama-dos evangélicos à perfeição são convites, e não imposições, à bus-ca da plenitude. Não há mal al-gum em desejar ser perfeito, mas a perfeição não existe. A sabedoria está em saborear o que realizamos e vivemos, o tempo todo. Desfrutar do dom da vida e dizer, como San-ta Teresinha: Tudo é graça!

“Atingir o topo da montanha é um objetivo, mas a caminhada é

também”

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CONGRESSO ECUMÊNICO HOSPITALAR sugere assistentes espirituais nos hospitais brasileiros

O XIII Congresso Brasileiro Ecumêni-co de Assistência Espiritual Hospi-talar reuniu cerca de 150 pessoas

em Itaici, na cidade de Indaiatuba, para discutir a assistência espiritual em hospitais atualmente.Entre os dias 23 e 25 de outubro, as-

sistentes espirituais, religiosas, padres, pa-stores, diáconos e leigos participaram de palestras a respeito do tema. Organizado pela Associação Cristã de Assistentes Espir-ituais Hospitalares do Brasil (ACAEHB), o encontro teve uma série de palestras com médicos e teólogos que atuam na Uni-camp, USP e Universidade Federal de São Paulo que demonstraram profundidade e seriedade no tratamento à assistência espiritual em hospitais.Segundo o presidente da ACAHEB, o

pastor Luis Carlos Vieira, o objetivo do congresso foi a troca de experiências e in-formações entre os participantes sobre as novidades que quem atua na área está viv-endo, além de oferecer capacitação a rep-resentantes de vários estados brasileiros. O capelão hospitalar do Hospital das

Clínicas da Unicamp, padre Norberto Tor-torelo Bonfim, esteve presente e declarou que “cada congresso, com certeza, é um

POR MARIANA IGNÁCIO

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tijolinho a mais que é acrescido, colocado nesta grande obra que estamos, com a ajuda de Deus, construindo”.Em documento elaborado durante o en-

contro, a chamada Carta de Itaici, a ACA-HEB afirma oferecer formação ecumênica para voluntários a esse trabalho espiritual com os enfermos, visando o ser humano na sua integralidade. Um estudo constatou que os hospitais que acolhem esse trabal-ho de assistência atingem melhores índices de Humanização na Saúde e reconheci-mento social. A carta também sugere aos hospitais

brasileiros que tenham como perspectiva, em curto e médio prazo, um trabalho de capelania hospitalar de forma profissional que atenda ao paciente, a seus familiares e à equipe multiprofissional do hospital. “Estamos entendendo pela nossa história da ACAHEB e pela história da capelania que, quanto mais uma capelania for ca-pacitada, dotada de instrumentos, profis-sionalmente falando, de uma boa for-mação acadêmica, teológica, bíblica, de pessoas que receberam conteúdos nas escolas, nós, com certeza, vamos ter uma evangelização muito mais eficiente”, afir-ma padre Norberto.A senhora Waltraut, da Igreja Luterana,

é assistente espiritual em Joinville, Santa

Fotos gentilmente cedidas por Padre Norberto Bonfim

Catarina e fala a respeito da importân-cia desse profissional no hospital. “É uma companhia para cada um deles ali, que a gente está ao lado daquela pessoa que está precisando de um auxílio. Então, naquele momento ela está fragilizada e um abraço àquela pessoa faz muito bem”, disse ela.

Ao centro, o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, Dom Airton José dos Santos e o Pastor Luís Carlos Vieira, presidente da ACAHEB.

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teologia moral

PROLONGAR A VIDA... ATÉ QUANDO?

Recentemente, o Conselho Federal de Me-dicina editou uma resolução que garante ao paciente ter sua vontade sobre não re-

ceber tratamento em casos de doenças terminais ou estados vegetativos. Deste modo, um doente terminal não precisará mais passar os últimos dias da sua vida sendo submetido a tratamentos técnicos que não irão devolver-lhe a vida. O paciente pode manifestar a sua opinião, reg-istrando-a em cartório ou mesmo dizer a sua família ou ao médico que o acompanha que de-seja que, em caso da terminalidade da vida, não sejam prorrogados seus dias de maneira artificial. Trata-se, na verdade, da defesa da “morte natu-ral’, com os cuidados paliativos necessários ao momento. As regras são as seguintes: o paciente poderá escolher de antemão a quais tratamentos ele não deverá ser submetido, por exemplo, à ventilação mecânica, à cirurgia, ao uso de medicamentos, à reanimação após parada cardíaca e outros. A vontade do paciente só não será respeitada caso o médico entenda que o procedimento efetuado pode contribuir para a cura ou mesmo represen-

tar infração ao Código de Ética Médica. O paciente poderá nomear um representante legal para assegurar o cumprimento de suas von-tades. O desejo da família não se sobrepõe ao do paciente. Esta postura médica não é nova. Nos Estados Unidos, por exemplo, desde 1970, o testamento vital dos pacientes tem valor le-gal. O documento tem validade por cerca de cinco anos. Infelizmente, no Brasil, os desejos dos pacientes, sobretudo, em fase terminal, são pouco ouvidos, tanto por médicos quanto pelos parentes. Para que esta relação de confiabilidade seja real, é preciso muita comunicação e sinceri-dade nas relações entre os profissionais da saúde e os pacientes. É preciso saber acolher com carinho o desejo dos pacientes que estão numa fase considerada terminal do ponto de vista mé-dico. A família também precisa ser preparada para enfrentar este momento com serenidade, acol-hendo e respeitando os últimos desejos daquele parente. O médico não precisa necessariamente perguntar ao paciente qual o seu desejo, mas ele deve registrar no prontuário caso haja uma

POR PADRE JOSÉ ANTONIO TRASFERETTIDoutor em Teologia e em filosofia,

Professor Titular da PUC-Campinas e Avaliador do INEP/MEC

Por nova resolução do Conselho Federal de Medicina, pacientes terminais que não desejarem prolongar tratamento devem ser ouvidos

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teologia moral

manifestação espontânea do paciente em relação à condução dos procedimentos relativos a sua saúde. Esta medida do Conselho Federal de Me-dicina deixa margens para o debate e, inclusive, para reações da família e da sociedade, entre-tanto, é bom deixar claro que não é obrigatória a elaboração documental dos desejos do paciente. Cabe a cada família, ou a cada pessoa, manifestar ou não o seu desejo em caso de terminalidade da vida. Os cuidados paliativos não abreviam a vida de uma pessoa, apenas aceitam que a morte natural é uma dimensão do processo de viver. Também não se suspende o tratamento, apenas os considerados fúteis, que somente prolongam o sofrimento da pessoa. A Igreja Católica em seu magistério defende a ortotanásia, ou seja, a morte natural. É preciso cuidar com muito carinho para que seja analisada corretamente a situação de vida de cada pessoa, para que os procedimentos sejam os mais cor-retos, dentro dos cuidados que a medicina exige. A defesa da vida sempre em primeiro lugar. A Igreja Católica não aprova a eutanásia, que leva à morte antecipada, nem a distanásia, que prolon-ga a vida por meios artificiais e desproporcionais. O importante é o cuidado com a saúde e com a vida, respeitando cada ser humano, não importa em que momento ou em que circunstâncias ela está vivendo. Em casos graves, como a eminente terminalidade da vida, cabe o bom senso e o correto discernimento para a plenificação do ser humano.

“Para que esta relação de confiabilidade seja real, é preciso muita

comunicação e sinceridade nas

relações entre os profissionais da saúde e

os pacientes”

A IGREJA DEFENDE

ORTOTANÁSIA

A IGREJA NÃO APROVA

EUTANÁSIADISTANÁSIA

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Foi com o intuito de reunir fiéis, compartilhar momentos de devoção e, principalmente, conhecer o projeto de construção da Casa

de Acolhimento “Nossa Senhora da Esper-ança”, que a PUC-Campinas, a Arquidiocese de Campinas e o Hospital e Maternidade Celso Pierro realizaram a Romaria para cidade de Aparecida.Na manhã do dia 6 de outubro, três ônibus e diversos carros reuniram cerca de 200 pessoas entre alunos, professores, funcionários da PUC e voluntários, rumo ao Santuário de Nossa Senho-ra Aparecida. A missa, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Airton José dos Santos, teve início às 16h30 e contou com a presença dos padres João Batista Cesario o e Rafael Cape-lato.Segundo a presidente da Associação Beneficente Nossa Senhora da Boa Esperança, Irmã Ele-onor, a construção da Casa de Acolhimento vem como apoio ao Hospital da PUC-Campinas, visando abrigar e acomodar os acompanhantes e pacientes que estiverem no hospital, além de ajudar àqueles que necessitarem de assistência médica para si ou para seus familiares.

ROMARIA PARA APARECIDACaminhada de Fé e Esperança

POR MARISTELA DOMINGUES E NATHÁLIA TRINDADE

“Nós colocamos tudo isso nas mãos de Nossa Senhora, pois ela, que apoiou seus filhos e filhas, com certeza vai nos ajudar e possibilitar a construção da Casa de Acolhimento Nossa Senhora da Esperança”. Irmã Eleanor

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“Esse é só o primeiro ano. Se Deus quiser, no próximo nós vamos voltar e agradecer Nossa Senhora”.

Antônio Celso Guimarães

“Buscamos, através da Romaria, aproximar as pessoas de Deus e de Nossa Senhora, nossa maior intercessora; e com todas as orações podemos ajudar os mais necessitados e con-tribuir para a construção de um sonho que é a Casa de Acolhimento,” declara.O superintendente da PUC e um dos organiza-dores da Romaria, Antônio Celso Guimarães, afirma a importância dessa peregrinação e caminho de fé tanto para os romeiros, quanto para o projeto. “No hospital, a gente não só acolhe as pessoas como também evangeliza, mostrando o lado humano de todos. Foi por isso, e em prol da Casa de Acolhimento, que procuramos, através da Igreja, a fé que pre-cisamos para continuar superando todos nos-sos obstáculos”.

Durante a celebração no Santuário de Nossa Senhora, Dom Airton fez reflexões sobre a im-portância da palavra de Deus, que nos inspira e ajuda; deixa nossos corações engrandecidos e nos impulsiona a vivermos como irmãos. Ele também agradeceu a presença de todos da Arquidiocese de Campinas e ressaltou a im-portância dessas pessoas que dedicam grande parte de seu tempo para ajudar os enfermos do Hospital Celso Pierro.“Acredito que essa iniciativa de organizar a Ro-maria para Aparecida foi um gesto muito bo-nito e uma novidade muito importante para a Arquidiocese de Campinas. Isso mostra que o trabalho dos voluntários é um trabalho de vo-cação. A gente espera que não fique só nisso e que tenhamos outras romarias como esta”, ressalta Dom Airton.Tanto para o superintende, quanto para a Irmã Eleanor, essa foi apenas a primeira Romaria de muitas a serem realizadas. O plano é de abrir espaço não só para o Hospital da PUC e para a Arquidiocese de Campinas, mas tam-bém para que muitas outras instituições pos-sam compartilhar esse momento de fé e de-voção.

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Associação Beneficente Nossa Senhora da EsperançaLegalmente constituída em julho de 2011, a As-sociação Beneficente Nossa Senhora da Esper-ança é formada por voluntários, que se uniram com a finalidade de promover serviços assisten-ciais gratuitos para a comunidade, em especial aos pacientes do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) e seus familiares. Em atividade há dois anos, a Associação já ofereceu aos pacientes do Hospital vestimentas, materiais de higiene pessoal, cadeiras de rodas, andadores, entre outros, além de realizarem um importante trabalho humanitário de acolhi-mento e acompanhamento a esses pacientes. Atualmente, a Associação conta com o apoio de sócios voluntários, sócios contribuintes, doações e eventos para atrair e coletar recursos, além de auxiliar nas ações. O terreno onde será construí-da a Casa de Acolhimento Nossa Senhora da Esperança já existe, e o grande desafio é erguer essa morada, contando com as doações, partici-pação e o envolvimento das pessoas sensibiliza-das com a importância social dessa obra. Para os interessados em conhecer a Associação e seus projetos, o portal é www.hospitaldapuc-campinas.com.br. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones: (19) 3343.8655/ 3343.8554/ 3343.8332, ou ainda pelo e-mail [email protected].

Padre Rafael Capelato, Dom Airton e Padre João Batista Cesário.

“Atualmente, a Associação conta com o apoio de sócios voluntários,

sócios contribuintes, doações e eventos para atrair e coletar

recursos”

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“Dom Airton fez reflexões sobre a importância da

palavra de Deus, que nos inspira

e ajuda”

Momentos especiais durante a Romaria

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Livro sobre Dom Helder Camara

propõe caráter humano e divino de

evangelização

Considerado uma das pessoas mais importantes da Igreja Católica, sendo um dos fundadores da Confederação Nacional dos Bispos do Bras-il (CNBB), Dom Helder Camara tem muito mais

que um título. Pregando uma Igreja simples, voltada aos pobres e a não-violência, foi ganhador de muitos prê-mios nacionais e internacionais de direitos humanos e foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz.“Dom Helder Camara – profeta-peregrino da justiça e da paz” é um livro que vem afirmar e mostrar em detal-hes as atitudes e pensamentos deste grande homem.

A única guerra legítima é aquela que se declara contra a miséria e a

ignorância.

por MARIANA IGNÁCIO

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O livro tem como objetivo conhecer Dom Helder, falecido em 1999, que propôs um sentido humano e divino de evange-lização, missão e justiça, com coragem,

paixão pelo que faz e amor a Deus e conhecer também suas dificuldades e privações, conduzindo sua vida em favor da verdade e da luta pela vida plena.Uma parte fundamental na história do livro foi a maneira como Dom Helder evangelizava, encar-nado na realidade, buscando transformar a história dos menos favorecidos socialmente através dos valores de Deus.Para o padre Edvaldo Araújo, autor do livro, Dom Helder tinha o dom de reunir pessoas e grupos aglutinando forças para que os direitos humanos fossem restabelecidos. “Uma característica que sempre me impressionou foi a sua inquietação em buscar fazer da Boa Nova uma Boa Realidade para

todos, principalmente os empobrecidos pela in-justiça social”, declara o autor.O nome da obra representa o que foi a caminhada de Dom Helder. Ele tinha coragem de entregar a vida pelo evangelho. “[Dom Helder] Correu riscos para defender a vida humana, e isso durante o pe-ríodo da ditadura militar”, diz padre Edvaldo.Dom Helder buscava intensamente ser fiel a Deus e ao povo. Dizia que a fé cristã deve ser vivida de forma esclarecida. No livro, o autor deixa explicito o exemplo de Dom Helder e a vontade que ele tinha de que todos pudéssemos ter um olhar crítico diante da realidade que vivemos.Ao mesmo tempo, tinha uma mensagem de es-perança que fazia com que o povo fosse capaz de acreditar e lutar por uma realidade melhor.“O livro resgata a voz de alguém que foi voz para muitos”, conclui padre Edvaldo Araújo.

Não me resigno: A fome será vencida.

DOM HELDER CAMARA: PROFETA-PEREGRINO DA JUSTIÇA E DA PAZ

Este livro tem como objetivo resgatar a memória sobre Dom Helder, percorrendo sua vida, suas obras, seus pensamentos, seus ideais e suas lutas.Dom Helder Camara é considerado um grande protagonistas da Igreja Católica no século XX. Seu protagonismo foi construído por meio da luta pela justiça social e pela paz, inspirada nos princípios do cristianismo. Por meio da não violência ativa mostrou a necessidade de promover revoluções com propostas concretas para transformar as estruturas e possibilitar uma vida humana mais digna para todos, construindo uma sociedade, mais justa e mais humana.

Não podemos e nem temos o direito de ser ingênuos.

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DESDE EL CIELOuna hermosa mañanaVisita à Guadalupana, no alto do Tepeyac e no coração do México

“Aqui se narra, em ordem” são as palavras que dão início e título ao primeiro relato impresso das aparições que, em 1531, interromperam o caminho do índio Juan Diego pelas colinas do Tepeyac e mudaram a história de toda uma nação. O Ni-can Mopohua, obra-prima da literatura náhuatl, foi publicado mais de cem anos após as aparições da Guadalupana, a Virgem Nossa Senhora de Guadalupe. Na antiga Tenochtitlán, onde os deuses se alimentavam de sangue humano e onde, hoje, está a Cidade do México, Nossa Senhora apareceu para seu povo e, nela, “tudo é milagroso”, como declarou o Papa Bento XIV, em 1754, ao explicar que “uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno to-talmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”. Ao revelar-se para Juan Diego, quando os nativos do Mé-xico ainda se debatiam com a presença espanhola, por vezes amigável - no rosto de religiosos como os franciscanos-, e, por vezes, violenta, La Morenita carregava em si o voto de uma convivência harmoniosa entre dois povos que assistiam, juntos, o fim uma era de sacrifícios humanos em honra aos deuses venerados pelos astecas.

POR BÁRBARA BERAQUET

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Escrita por volta de 1545, possivelmente por Antonio Valeriano, indígena de Atzca-potzalco, a crônica das aparições foi trazi-da ao público em 1649, por Luis Lasso de la Vega. Nem por isso, hoje, mais de 350 anos depois, perde seu brilho.

“Sabe e guarda seguro em teu coração,

Que eu sou a sempre Virgem, Santa Maria,

Mãe do Deus de Grande Verdade, Téotl,

Daquele por quem vivemos,Do Criador de Pessoas,

Do Dono de tudo o que está Próximo e Longe,

Do Senhor do Céu e da Terra”

(Nican Mopohua n.22)

O náhuatl, ou náuatle, era o idi-oma dos astecas, população mesoamericana dominante no

México central até a chegada dos con-quistadores espanhóis, no início do século XVI. Tenochtitlán, hoje Cidade do México, era considerada a capital do Império Asteca e o berço do diale-to, que se tornou uma língua literária com a chegada do alfabeto latino, por mãos europeias. A queda da cidade, em 1521, marca historicamente a con-quista da Mesoamerica pelos espanhóis, liderados por Hernán Cortés. O Nican Mopohua é todo escrito em náuatle.

Padre Carlos José Nascimento, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Campinas (SP) ao lado do Cônego Juan Raymundo Paz. Abaixo, com grupo de peregrinos brasileiros.

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Primeiro santo indígena americano, San Juan Diego foi canonizado pelo papa João Paulo II em 31 de julho de 2002, portanto, a Igreja no México festejou

recentemente o décimo aniversário da canonização de São Juan Diego Cuauhtlatoatzin. Juan Diego foi canonizado pelo Beato João Paulo II em sua quinta e última visita ao México. Na homilia dessa Eucaristia, João Paulo II disse: “Ao acolher a mensagem cristã, sem renunciar à sua identidade indígena, Juan Diego descobriu a profunda verdade da nova humani-dade, em que todos são chamados a ser filhos de Deus em Cristo. Desta forma, facilitou o encontro fecundo de dois mundos e transformou-se num protagonista da nova identidade mexicana, intimamente vinculada a Nossa Senhora de Guadalupe”.

Mais de 20 anos antes, no dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Santo Padre João Paulo II, em visita ao Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, consagrou à Mãe Santíssima toda a Amé-rica Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira. Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII a 12 de outubro de 1945.

A Rainha do México tem sua celebração em 12 de dezembro.

Pintura retrata o índio Juan Diego. Exposta na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México.

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O que o Nican Mopohua traz em suas páginas é uma promessa de amor de Deus aos homens por in-

termédio de Maria; são os diálogos carin-hosos entre Juan Diego e a Virgem; e o retrato em gravação indelével da própria Virgem na manta do índio, prova solici-tada e aceita pelo primeiro arcebispo da Cidade do México, o frei espanhol Juan de Zumárraga.No Monte Tepeyac, a Virgem surgia resp-landescente, com traços que o índio recon-hecia como seus, e pedia que lá, no topo da colina, fosse construída uma casinha para si. “É a história que está plasmada no documento chamado Nican Mopohua. Ali se narra como, a princípio, Juan Diego ficou impactado, impressionado ante esta maravilha, esta aparição”, comenta Cô-nego Juan Raymundo Maya Paz, pároco de Capuchinhas, templo no recinto guadalu-pano.Sem hesitação, Juan Diego soube, de ime-diato, quem era aquela que lhe falava. Era sua Tonantzin, sua mãezinha, como se referiam os astecas à deusa mãe e às deidades femininas. E como sua mãe ela se apresentou: “Acaso não sou eu a tua Mãe?” (Nicam Mopohua n. 76)

Para os antigos mexicanos, o verdadeiro e o divino eram conhecidos por meio da inspiração poética, chamada de xóchitl in cuícatl, que significa “flores e cantos”. Sab-er disso assinala ainda mais incisivamente a beleza do encontro da Virgem com o índio.Depois de ouvir o canto melodioso de um pássaro, ele escutou uma voz feminina que o chamava por seu nome e o convidava a subir até onde ela estava. Era um sábado, 9 de dezembro de 1531, e o índio Juan Diego, de origem asteca, batizado, seguia pelo Monte Tepeyac para ir à missa. Ele foi ao encontro daquela que o chamava, e ela, a Virgem de Guadalupe, apresentou-se ao índio como a perfeita sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus. Na aparição, um pedido: que ele que fosse até Frei Juan de Zumárraga e, encontrando-o, deveria contar o que havia se passado e pedir que ali, no Tepeyac, se construísse um pequeno templo dedicado a ela.

Aparições

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O bispo, Frei Juan de Zumárraga, não acreditou no índio. Nova-mente, Juan Diego foi interpelado

em seu caminho pela Morenita, que in-sistia para que retornasse à presença de Zumárraga, para que sua vontade fosse cumprida. Desta vez, o bispo pediu ao ín-dio um sinal. A Senhora do Céu, em nova aparição, disse a Juan Diego, a quem ela chamava pelo carinhoso nome de “Juant-zin”, “Juan Diegotzin”, que retornasse na manhã seguinte ao Tepeyac, quando o sinal seria revelado.No entanto, na manhã combinada, Juan Bernardino, ancião e tio de Juan Diego, caía em grave enfermidade. Juantzin seguiu para a cidade, em busca de um padre que confessasse ao ti, desviando, no Tepeyac, daquele local em que lhe apare-cia a Virgem. Esperava assim fugir dela para atender ao tio agonizante e, por isso, tomou outro caminho.

O desvio não foi suficiente para escapar aos olhos de Nossa Senhora. Ela apare-ceu novamente e disse ao índio que não se afligisse. Que subisse até onde ela sempre aparecia e, ao avistar diversas flores, as colhesse e trouxesse novamente até ela.Foi um espanto para Juan Diego encon-trar tantas flores frescas fora de época. As rosas, enroladas no ayate de Juan Diego, eram o sinal pedido e deveriam ser aber-tas somente para o bispo.“Logo abriu sua manta branca, pois em sua dobra trazia recolhidas todas as flo-res, e no mesmo instante caíram por terra todas as variadas flores de Castela. Nesse momento estampou-se, apareceu de repente a preciosa imagem da sempre Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, Téotl” (Nican Mopohua n. 107)A imagem permanece intacta e tal como surgiu se conserva na Basílica de Guada-lupe. Mais tarde, soube-se que, naquele mesmo dia, ela havia aparecido ao tio doente de Juan Diego, curado-o e apre-sentado-se a ele. “Na aparição a Juan Bernardino, ela mesmo se define: ‘Eu sou Guadalupe, eu sou a Mãe de Deus, Santa Maria de Guadalupe”, explica Cônego Juan Raymundo.

O sinal

“Juanito, meu pequeno filho, eu sou a sempre Virgem Maria, Mãe do Filho de Deus, por quem se vive. De-sejo muito que me construa aqui um templo, para

nele mostrar e expandir todo meu amor, compaixão, auxílio e defesa a todos os que habitam sobre a terra e a todos os que me invocarem e se confiarem a mim. Vá ao Senhor Bispo e lhe diga que desejo um templo neste lugar. Anda e ponha nisso todo seu esforço”.

Imagens: Arquivo

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A civilização asteca era feita do sangue, das flechas e dos escudos da guerra. Por meio dela e dos sac-

rifícios humanos era que a ordem mantin-ha-se no Universo, que havia sido criado, antes, pelo sacrifício dos deuses. Em suas investidas contra outros povos, os astecas, também conhecidos como mexicas, assimi-lavam divindades de outras culturas mes-oamericanas.Em sua chegada ao vale do México, os astecas haviam incorporado Quetzalcoatl, “A Serpente Emplumada”, deus do Sol, a seu panteão. Em seu culto estava banido o banho de sangue, no entanto, a proibição à imolação não foi assimilada pelos mexi-cas.O sangue humano ofertado, que jor-rava, era uma forma de contribuir para que o Sol, identificado como nume, fosse alimentado e fortalecido. As imolações, em que o coração da vítima, ainda viva, era extirpado, também serviam a outros deuses e outros propósitos e partes dos cadáveres, em seguida, eram servidos em rituais antropófagos. Quando a expedição de Hernán Cortés aportou na Península de Yucatán, em 1519, foi esse o cenário en-contrado (embora a civilização asteca não mais estivesse em seu auge).

Não foi difícil conquistar o Império Aste-ca, liderado por Montezuma. Mesmo em menor número, os espanhóis traziam con-sigo armamento desconhecido pelos in-dígenas. Traziam consigo doenças como catapora, para as quais a população local não estava imunizada. Mas, ainda, con-tavam com o apoio de tribos vizinhas que não mais suportavam pagar pesados tribu-tos à Montezuma, bem como dispor de sua própria carne – de sua gente - para ali-mentar os sacrifícios que o Império Asteca exigia.Acredita-se, ainda, que Montezuma tenha visto no conquistador espanhol a person-ificação de Quetzalcoatl, que, contava a lenda, havia desaparecido no mar com a promessa de um dia, retornar.Com o declínio e fim das guerras e dos sacrifícios, a civilização asteca deixava de existir e uma nova fé encontrava seu es-paço.Guadalupe é, como frisa o pároco Juan Raymundo, um catecismo, uma enciclopé-dia por meio da qual se entendia estar na presença de Deus. “Aí está o sinal de Cristo também. E, por isso, todos os indígenas, ao vê-la, ao conhecer a imagem, desco-briram o catecismo”, diz. Para os índios, construir o templo de Nossa Senhora de Guadalupe era fundar uma nova nação. Tinham, agora, uma mãe em comum, entre si e com os espanhóis. Eram todos irmãos.

Os deuses astecas e um novo tempo

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O Santuário

Nada prepara o peregrino para o que encontrará na chegada ao San-tuário. São seis templos, seis distintas casas de Nossa Senhora de Gua-dalupe. São elas a Capela de Cerrito, construída em 1666 no local em

que a Virgem apareceu a primeira vez; a Capela do Pocito, erguida próxima a um manancial de águas curativas e onde possivelmente a Virgem teria en-tregue as rosas a Juan Diego; a Paróquia de Indios, o templo mais antigo no recinto guadalupano, construído em 1649 e onde está enterrado Juan Diego, na primeira ermida em honra a Nossa Senhora; a Paróquia de Capuchinas, originalmente erigida com a finalidade de ser convento das irmãs capuchinhas; a Antiga Basílica, hoje Templo Expiatorio a Cristo Rey, fechada ao público com a construção da Nova Basílica, em 1976, o quinto templo levantado para Nossa Senhora de Guadalupe, com capacidade para mais de dez mil pessoas.“Nosso povo, mexicano, ele mesmo, popularmente, chega a se identificar: so-mos mexicanos guadalupanos. E, em cada casa, está a imagem de Guadalu-pe”, observa o pároco Juan Raymundo.

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Passaram-se 481 anos e o manto de Juan Diego mantém-se intacto. O tecido, feito de cacto, deveria ter se

corrompido aos cerca de 20 anos de ex-istência. Ainda, durante anos, a imagem esteve totalmente desprotegida.Nem atentados foram capazes de desfazer esse milagre mariano. Foram dois. Em 1921, um anarquista espanhol deixou ao lado da imagem um arranjo de flores que escondia uma bomba. Com a explosão, tudo o que cercava ficou danificado, como uma cruz metálica que se dobrou. No entanto, nada aconteceu à imagem da Virgem.Mais tarde 50 anos, em 1971, peritos acidentalmente deixaram cair água ré-gia, mistura de ácidos corrosivos, sobre a pintura, mas não houve dano senão uma pequena mancha.A imagem milagrosa da Virgem apresenta em si os símbolos mais íntimos da cultura indígena e espanhola e, convergente, en-trega a mensagem do Evangelho.

O Códice Guadalupano

A imagem aquiropita, em cuja confecção não houve intervenção da mão humana, é um códice, um livro sem palavras.

Os olhos da virgem

Maria veste as cores da realeza e olha para baixo, indicando que não é uma deu-sa. Em seus olhos, por meio de fotografias ampliadas, em 1929, descobriu-se o que parecia ser um rosto humano. Mais re-centemente, com o auxílio da tecnologia, é possível encontrar imagens humanas, num total de 13, nos olhos da virgem. Entre as minúsculas imagens, revelam-se o índio Juan Diego e o bispo Zumárraga.

Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe

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ROSTOSuas feições não refletem nem to-

talmente um índio, nem totalmente um espanhol, mas um

mestiço, símbolo do nascimento de um

novo povo.

NUVENSPara os índios, as

nuvens estavam as-sociadas à elevação do espírito e à che-gada de uma nova

era.

CABELOOs cabelos soltos indicam a virgin-

dade. As mulheres casadas usavam os cabelos trançados.

BROCHESimilar ao óvalo de jade que su-

postamente dava vida aos ídolos

indígenas. A Cruz, símbolo cristão da verdadeira vida,

indica a síntese das duas culturas.

LUAEm náhuatl, México significa “umbigo

da Lua”. É onde ela aparece e de onde olha com carinho

especial e envia sua mensagem univer-

sal.

MANTORepresenta o céu. São 46 estrelas que, de acordo com pesquisa-

dores, represen-tam a posição das estrelas no

firmamento em 12 de dezembro de

1531.

CINTAO lenço negro anuncia a ma-ternidade. As

mulheres indíge-nas, durante a

gestação, atavam a cinta escura

a suas cinturas, deixando o ventre

livre.

FLOR DE QUATRO PÉTALAS

É a única flor neste estilo e in-dica os quatro movimentos do

Sol, unidos por um quinto elemento que garante o equilíbrio. Para

os indígenas, rep-resentava a pre-sença de Deus, o centro do espaço

e do tempo. A localização desta flor, conhecida

como nahui ollin, assinala onde está o menino em seu

ventre.

Fonte: Santuário de Nossa Senhora de

Guadalupe

O Códice Guadalupano

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Padres da Arquidiocese de Campinas tem ampliado

sua formação acadêmica e investido seu tempo na pós-

graduação em diversas áreas do conhecimento.Nos últimos sete

anos, 10 padres tiveram seu mestrado ou

doutorado concluídos. Qualificados e atualizados, estes

padres encontraram na pós-graduação mais uma forma de

aprimorar seu múnus.

Padres investem na pós-graduação

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PADRE ANTONIO DOUGLAS DE MORAES

MestradoAtualmente é doutorando no Laboratório de Psicologia Genética, na Faculdade de Educação da UNICAMP e desenvolve pesquisa sobre as relações do Desenvolvimento Cognitivo com o Desenvolvimento Religioso e da Fé.Área de conhecimento: Educação – Psicologia EducacionalData da titulação: 21 de setembro de 2011Instituição de ensino: Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMPTítulo: Um Estudo sobre a Espiritualidade da Ação Pedagógica dos Professores

O objetivo da presente pesquisa foi veri-ficar se o perfil espiritual do professor se manifesta no relato dos professores

pesquisados sobre o seu fazer pedagógico. O marco teórico que fundamenta este tra-balho permitiu entender a espiritualidade como uma dimensão inerente ao psiquismo humano. Para responder ao problema for-mulado utilizou-se de uma metodologia de pesquisa quantitativa e qualitativa. A metod-ologia quantitativa foi utilizada para avaliar o perfil espiritual de 30 professores da escola A (confessional) e 30 professores da escola B (pública). A abordagem qualitativa constou de uma entrevista com 10 professores que apresentaram o perfil espiritual mais elevado em cada uma das escolas, com o objetivo de verificar se eles admitem que a sua espir-itualidade se revela no seu fazer pedagógico e como ocorre essa manifestação. O trata-mento estatístico e a análise qualitativa das respostas às entrevistas permitiram constatar que a espiritualidade dos professores entre-vistados manifesta-se na maneira pela qual interagem com seus alunos, trabalham os

conteúdos curriculares e no ambiente sócio-afetivo propiciados em suas salas. Diferente-mente do que era esperado o perfil espiritual dos professores não foi influenciado pelo tipo de escola em que atuavam, nem pela idade dos participantes e, tampouco, pela religião que professam. A formação acadêmica dos professores entrevistados também não influ-enciou os resultados que os mesmos apresen-taram no instrumento PEP (Perfil Espiritual Pessoal). Os fundamentos teóricos da pesqui-sa, bem como a análise e discussão dos resul-tados encontrados possibilitaram que fossem feitas inferências sobre como a manifestação da espiritualidade do professor pode assegu-rar a criação de um ambiente sócio-afetivo que se caracteriza pelo respeito mútuo, trocas por reciprocidade entre os alunos, tomada de decisão conjunta, professor e aluno, por promover a autonomia moral e intelectual do aluno. Os futuros estudos poderão superar as limitações desta pesquisa e corroborar para o entendimento da relação entre Espirituali-dade e Educação.

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MestradoData da titulação: Junho de 2010Área de conhecimento: Teologia dogmática - Cris-tologiaInstituição de ensino: Pontifícia Universidade Gre-goriana – RomaTítulo: O “princípio misericórdia”: acesso a Jesus Cristo e elemento sistemático da cristologia de Jon Sobrino

PADRE EDEMILSON EUCLIDES LOVATTO

A pesquisa teve por objetivo oferecer dupla con-tribuição: primeira, evidenciar como o princí-pio misericórdia elaborado por Jon Sobrino se

constitui fundamento de atividade de Jesus e, portanto, via de acesso à significação cristológica. Segunda, mos-trar como tal princípio vem incorporado como catego-ria epistemológica e elemento sistemático de sua re-flexão teológica. Sobrino entende que a misericórdia de Jesus não é mero sentimento e, por isso, não se trata de tema cristológico, mas princípio de seu agir humano-divino. Desse modo, o mesmo princípio se amplia como princípio hermenêutico, teologal, cristológico e soteriológico. Fundamentado em (Hb 2,17) propõe seu modelo soteriológico: “Jesus, o agradável a Deus, fiel e misericordioso”. Estabelece o nexo entre sua ativi-dade e a cruz, levando-o à afirmação de continuidade: o crucificado não é outro, senão o Nazareno, “aquele que passou fazendo o bem” (At 10,38). Em direção à transcendência, Jesus revela sua obediência pela fi-delidade ao Pai e em direção à imanência revela sua solidariedade com pathos de compaixão e misericórdia. O verdadeiro conhecimento de Deus na cruz de Jesus, ortodoxia, se dá a partir do horizonte de sua práxis em favor do reino, ortopraxia, radicalmente fundada na sua fidelidade ao Pai, e na sua misericórdia para com a humanidade, isto é, na sua ortopatia. A consequência da relevância teológica se revelou profícua, sobretudo na sua aplicabilidade. Primeiro como elemento de sua própria elaboração teológica. Isto permite acesso à compreensão ao seu modo de refletir cristologicamente como forma sistemática de um teólogo afetado por esta realidade. Segundo, o princípio misericórdia ajuda fun-damentar uma proposta de ética e antropologia cristãs,

as quais podem contribuir para maior humanização. Terceiro, em âmbito eclesial, na perspectiva ad-intra, o princípio misericórdia pode contribuir para aprofundar aspectos eclesiológicos, sobretudo da práxis pastoral e da teologia da missão decorrente da consciência do ser eclesial radicado na configuração em Jesus Cristo. Quarto, diz respeito ao aspecto ad-extra da Igreja no que tange ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso. O princípio misericórdia, assumido pelas Igrejas cristãs como um mais entre todos os que nutrem “os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5) pode ser elemento comum no diálogo ecumênico. E, quanto ao empenho do diálogo inter-religioso, a parte cristã, ao assumir o princípio misericórdia, pode oferecer algo que eficazmente contribua para a construção de um mundo mais humano que corresponda à vontade do único criador. Quinto, ainda em âmbito eclesial, cor-responde à indicação de que o princípio misericórdia pode se constituir via mistagógica de atualização per-manente à realidade de Jesus Cristo, configurando-se a ele não só na sua morte e ressurreição pelo sacramento do batismo, mas como empenho de buscar essa con-figuração na totalidade de sua vida. A relevância teológica do tema aponta para o princípio misericórdia mais no seu aspecto teológico-dogmático como acesso na busca do sentido cristológico da to-talidade da pessoa de Jesus Cristo e a sua obra de salvação. Já a pertinência, para o aspecto teológico-pastoral, ao fazer indicações da atualidade do tema e suas implicações práticas. Por fim, queremos destacar que ao propor o princípio misericórdia como elemento sistemático da cristologia de Sobrino, o mesmo se rev-elou com uma vitalidade profícua e mostrou suavidade e leveza diante da rigidez teológico-especulativa. A partir do princípio misericórdia, encontramos uma via de acesso em sentido duplo: uma em direção ao signifi-cado a Jesus Cristo e outra na forma de fazer cristolo-gia. Ambos se remetem mutuamente no horizonte da realidade de Jesus de Nazaré porque no princípio de sua vida estava a misericórdia.

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Mestrado Data da titulação: 22 de novembro de 2011Área de conhecimento: Teologia PastoralInstituição de ensino: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)Título da tese: ‘Do coração da Igreja’ – Elemen-tos histórico-pastorais da Universidade Católi-ca: reflexões sobre a ação da Igreja na PUC-Campinas.

PADRE JOÃO BATISTA CESÁRIO

Este estudo reflete a Universidade Católica como espaço de ação evangelizadora da Igreja e como essa ação se desenvolve

concretamente no interior de uma Instituição de Ensino Superior, explicitando suas potenciali-dades, limites e contradições. Numa abordagem qualitativa, enfocando a pesquisa bibliográ-fica, percorre a história da Universidade para demonstrar como essa Instituição nasceu ‘do coração da Igreja ’(Ex Corde Ecclesiae) e sem-pre participou do múnus educativo e da missão evangelizadora da Igreja. Busca, igualmente, compreender o longo caminho percorrido até o nascimento da Universidade Católica no Brasil e os interesses conflitantes em torno desse nasci-mento.Em seguida, o estudo percorre textos do Magis-tério Pontifício, do Concílio Vaticano II, do Con-selho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e da Conferência Nacional dos Bispos do Bra-sil (CNBB), investigando como o pensamento oficial da Igreja enfocou a Universidade em diferentes períodos da história e quais as expec-tativas depositadas pela Igreja na Instituição

Universitária. Por fim, reflete teologicamente acerca de aspectos concretos da ação da Igreja numa Instituição de Ensino Superior Católica, a PUC-Campinas; avalia seus limites e poten-cialidades e acena com novas perspectivas de presença e ação pastoral no complexo ambiente universitário. Trata-se de estudo pertinente, porquanto o Doc-umento de Aparecida (nº 491-500) afirma que o mundo da cultura é um dos modernos areópa-gos a desafiar a ação evangelizadora da Igreja. Assim, essa pesquisa poderá subsidiar a ação pastoral dos agentes empenhados na evangeli-zação do mundo universitário, bem como aux-iliar no desenvolvimento de novas estratégias pastorais para a abordagem desse ambiente.

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MestradoNota: Atualmente no segundo ano do Doutorado de Teologia Sagrada em Novo Testamento (“Sacred Theology Doctorate”, S.T.D.) no Boston College. A licenciatura (S.T.L.), que obteve em maio de 2011, é pré-requisito para o doutorado (S.T.D.).Data da titulação: 23 de maio de 2011Área de conhecimento: Teologia BíblicaInstituição de ensino: Boston College, EUA (Universi-dade Jesuíta).Título da tese: “Disciples and Discipleship in the Gos-pel of Mark – A study of Mark 10:23-31 in relation to the concept of discipleship in the Markan narrative” (Discípulos e Discipulado no Evangelho de Marcos – Estudo de Marcos 10, 23-31 e sua relação com o conceito de discipulado na narrativa de Marcos).

PADRE JONAS DUARTE CHRISTAL

Estudos mais recentes do Evangelho de Marcos usam teorias literárias para mel-hor compreender o desenvolvimento da

narrativa, a caracterização das personagens, a retórica e a mensagem do primeiro evangelho escrito. Contudo, estes estudos quase sempre terminam enfatizando uma visão muito nega-tiva dos discípulos, que depois de muitos desen-tendimentos com Jesus acabam abandonando-o no momento da sua paixão, morte e sepulta-mento. Embora a história contada por Marcos se de-senrola para um desfecho trágico, ela não deixa de narrar as atitudes positivas dos primeiros seguidores de Jesus. Neste sentido, meu estudo propõe uma visão mais complexa e nuançada dos discípulos e cita Marcos 10, 23-31 como exemplo. Nela, Marcos justapõe a atitude do homem rico (10, 17-22) com a atitude dos dis-cípulos e faz um alerta para o perigo das riquez-as. Aqui, os discípulos aparecem como verdadei-ros modelos a serem seguidos pelos ouvintes/leitores do Evangelho. Esta visão positiva dos discípulos está em plena sintonia com outras passagens que retratam a renúncia de bens ma-

teriais como exigência para o discipulado cristão (1,16-20; 2, 13-17; 10:50-52; 12; 44), um aspecto também enfatizado pelo meu trabalho.Num mundo marcado de um lado pelo consumo excessivo de alguns, que chega até a colocar em risco a vida do planeta, e de outro, pela miséria de muitos, que não usufruem dos bens básicos para uma vida digna, a leitura de Marcos a par-tir da renúncia dos bens materias (10, 23-31), do serviço e da auto-entrega (10:45), não é ap-enas fiel a mensagem central da salvação, mas também essencial e urgente. Além disso, está também em sintonia com Aparecida, que critica a “idolatria dos bens terrenos” (109), o “con-sumismo hedonista e individualista” e “obcessão por acumular” (357) e afirma que, ”O destino universal dos bens exige a solidariedade com as gerações presentes e as futuras. Visto que os re-cursos são cada vez mais limitados, seu uso deve estar regulado segundo um princípio de justiça distributiva, respeitando o desenvolvimento sustentável” (248).

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DoutoradoData da Titulação: 2007Área do Conhecimento: Educação e ReligiãoInstituição de Ensino: Unicamp – Universidade Estadual de CampinasTítulo: Trabalhadores da Vinha: Estudo sobre a formação do Clero – O Seminário Católico antes e depois do Concílio Vaticano II

PADRE JOSÉ EDUARDO MESCHIATTI

A tese aborda o tema da formação do cle-ro, fazendo um olhar sobre “formando” e “clero”, sujeitos que não se dissociam.

Para a compreensão dos objetivos do processo atual de formação dos novos padres, busca-se entender quem é o padre, qual sua origem, mo-tivações e identidade; como se deu a compreen-são histórica dessa identidade e qual o perfil das pessoas que se interessam por ingressar no seminário e fazer parte do Clero.Através dos vieses das análises de cunho so-ciológico, histórico e pedagógico, a pesquisa investiga a formação presbiteral em três fases: a primeira, que vai do Concílio de Trento (1545-1563) até meados do século XX; a segunda que aborda a experiência tópica de pequenas co-munidades formativas, no breve período do entorno do concílio Vaticano II (1962-1965) e, a terceira analisa a formação do clero no período pós-Concílio Vaticano II, sobretudo no pontifi-cado do Papa João Paulo II (1978-2005).O primeiro capítulo tem como tema: “Um mod-elo persistente” e faz um percurso na história para compreender a identidade do presbítero

plasmada e forjada pelo Concílio de Trento, a partir das concepções de ‘instituições totais’ de Michel Foucault e Erving Goffman. O segundo capítulo, “Um modelo em luta”, analisa a ten-tativa de superação da identidade tridentina no que diz respeito à formação do Clero inspirada pelo Concílio Vaticano II, apontando para uma nova eclesiologia e para a renovação das estru-turas da Igreja. Como caso concreto de análise, estuda-se neste capítulo a experiência do Semi-nário de Campinas, quando os seminaristas passam a estudar na Puc-Campinas. O terceiro capítulo, intitulado “O velho no novo”, descreve os desdobramentos da renovação eclesiológica proposta pelo Vaticano II e as tendências da for-mação do clero em tempos de Pós Modernidade, sob a luz da Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis, de João Paulo II e também na perspec-tiva de análise eclesial feita pelo teólogo João Batista Libânio em sua obra “Volta à Grande Disciplina”.

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MestradoData da Titulação: 26 de setembro de 2005 Área do Conhecimento: UrbanismoInstituição de Ensino: Pontifícia Universidade de Campinas – PUC-CampinasTítulo: “O Papel da Igreja na configuração do espaço urbano no Brasil Colônia – (A presença dos Jesuítas e dos Beneditinos em Salvador e São Paulo)”

Resultado da pesquisa desenvolvida para o programa de mestrado em Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de

Campina, o projeto teve por objetivo explicitar a relevância da Igreja Católica Apostólica Romana na construção do espaço urbano no Brasil colo-nial. Acoplada a esse objetivo, está a ideia de que a Igreja é efetivamente representada nas Ordens Religiosas durante todo o período de colonização brasileira. Cada Ordem possuía seu carisma especí-fico e o projeto de colonização do Brasil está aliado ao projeto de evangelização, próprio da Igreja. Para isso faço dois cortes epistemológicos: a escolha de duas Ordens - A Companhia de Jesus, (pela sua específica contribuição no desenvolvimento da língua portuguesa, no ensino do latim, na formação catequética dos indígenas, na formação dos aldea-mentos com arquitetura peculiar na construção de casas e na edificação de colégios) e a Ordem de São Bento (pela sua contribuição significativa no cam-po da educação, na construção de casas e expansão das cidades) – e a escolha de duas cidades - Salva-dor e São Paulo. A presença das Ordens Religiosas na colonização do Brasil não ocorreu em função de que elas teriam sido aparelhos ideológicos do Esta-do, mas, expressão de um projeto de evangelização oriundo da Cristandade.

A fé robusta e empreendedora do povo lusitano era visível em todos os seus atos, públicos e particu-lares, sendo o espírito apostólico um dos motivos confessos das suas conquistas nos séculos XV e seguintes. Pode-se dizer que a Igreja, na primeira parte do pe-ríodo colonial brasileiro, se resume à presença das Ordens. Apesar de alguns padres seculares terem vindo a essa terra conquistada, todo o arcabouço religioso e político se deu com as Ordens. Primeiro com os franciscanos, mas tiveram uma participação incipiente neste processo de organização social, urbano e eclesial. Foi mesmo com a chegada dos Jesuítas, em 1549, e sua índole missionaria con-soante ao projeto evangelizador da cristandade, que esse processo tomou forma e passou a ser efe-tivamente implantado juntamente com o primeiro Governo Geral de Tomé de Souza. Esse processo se intensificou com a chegada dos Beneditinos na Bahia e posteriormente em São Paulo, justamente pelas implicações sócio-urbanas provenientes do carisma da Ordem que partiam da relação com figuras importantes da história brasileira, passando pelo desenvolvimento de regiões agrícolas que se tornaram gradativamente urbanas, como é o caso de São Caetano do Sul, e sua arquitetura denotativa do movimento místico de elevação.Por fim, a teologia messiânica trazida pelos mis-sionários a esta terra de Santa Cruz apresentando a afirmação da Cristandade, especificamente no sistema do padroado, constituiu o espaço urbano no Brasil colonial. Este é resultado da ação de seus agentes sociais, cuja incidência é efetivamente histórica.

PADRE MARCELO DONIZETTI PREVIATELLI

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MestradoData da titulação: 21 de março de 2011Área de conhecimento: Bioética - EspiritualidadeInstituição de ensino: Centro Universitário São Camilo -SPTítulo: “Um olhar bioético sobre a espiritualidade como fator de saúde para o ser humano em fase terminal”.

A realidade de dor, sofrimento e até da própria morte, inerente à vida é um espaço de mistério que abarca diver-

sos pensamentos, reflexões e sentimentos. A chegada da morte, em seu estágio terminal, desencadeia ações dos mais diversos matizes para com todos os que com ela se envolvem. Em minha experiência sacerdotal, sobretudo ao nos últimos 16 anos junto às enfermarias do HC e CAISM da UNICAMP, como Capelão Hospitalar, pude constatar o poder impactante da morte sobre pessoas, familiares e profission-ais da área da saúde. Por conta desta realidade sinto uma inquietação quanto ao papel da As-sistência Espiritual, por meio de um Serviço Religioso, junto às áreas públicas e privadas que cuidam da saúde do povo. Um dos fundamen-tos deste trabalho visa ressaltar a importância da Assistência Espiritual, analisando a partir de uma perspectiva bioética, como fator de saúde, de respeito à dignidade humana e de qualidade de cuidados para o paciente em fase terminal. A partir da revisão bibliográfica, seguida da apre-sentação de conceitos ligados à área e funda-mentos legais para esta Assistência, abordou-se fenomenologicamente casos destacados entre inúmeros atendimentos realizados. Estes e, so-bretudo, o caso motivador, me provocaram a es-crever sobre a importância da assistência espir-itual-religiosa a pacientes em fase terminal, seus familiares e acompanhantes. O que se percebeu

e confirmou-se nesta prática, a partir destes e tantos outros casos ocorridos, é que o ser hu-mano está fadado a questionar sobre o que está além do corpóreo. Ele possui fortemente dentro de si a dimensão espiritual como elemento con-stitutivo de sua existência. Uma Espiritualidade bem vivida fornece à pessoa as condições e o su-porte necessários para compreender os dilemas da natureza humana, apresentando elementos suficientes para dar sentido ao que se passa em torno de si. Pude atestar a incidência positiva e salutar que a presença de um Serviço Religioso produz na área da saúde pública. Não cuidar da dimensão espiritual de quem está enfermo, através de um Serviço Religioso qualificado e inteirado com o horizonte de valores que a Bioé-tica aponta, é fadar os vivos ao sofrimento e à morte sem sentido. Impelido por esta experiên-cia, intensamente vivida, acredito que o Serviço de Saúde em geral, público e privado, deve im-plantar a Assistência Espiritual em seus quad-ros de atendimento, com capelães e voluntários devidamente preparados, tendo-a como parceira no tratamento dos pacientes.

PADRE NORBERTO TORTORELO BONFIM

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MestradoData da titulação: 22 de junho de 2011Área de conhecimento: História da IgrejaInstituição de ensino: Pontifícia Universidade Gregoriana – RomaTítulo: “Francisco de Campos Barreto: uma re-senha biográfica. Fontes e crítica historiográfica”

PADRE RAFAEL CAPELATO

O argumento principal da tese é a vida de Dom Francisco de Campos Barreto, primeiro bispo de Pelotas/RS, segundo

bispo de Campinas/SP e fundador da Congre-gação das Missionárias de Jesus Crucificado. Trata-se de uma resenha biográfica destinada a elencar os eventos mais significativos ligados à pessoa do bispo tendo em vista apresentar o itinerário de fontes, principalmente aquelas não publicadas, conservadas nos seguintes ar-quivos: Cúria Metropolitana de Campinas, Cúria Metropolitana de Pelotas e Casa Generalícia das Missionárias de Jesus Crucificado. Os docu-mentos referendados são de tipologias diversas, dentre os quais: processo De genere et moribus (documentos do período do seminário reunidos com as consultas diversas exigidas para a com-provação da idoneidade do candidato antes de receber as Ordens Sacras), registros nos livros de tombo das dioceses em questão e da Congre-gação religiosa, cartas do bispo trocadas com seu diretor espiritual, com o Núncio Apostólico e com os Dicastérios de Roma. Dentre as fontes publicadas, especial destaque mereceram as

suas cartas pastorais. Desse modo, o trabalho representa um instrumento de trabalho destina-do a facilitar a pesquisa de cunho histórico para posteriores estudos referentes a D. Barreto e seu contexto.Além da indicação das fontes pertinentes às diversas fases da vida e ministério de D. Bar-reto, a tese propõe uma crítica de caráter his-toriográfico, na medida em que problematiza o conceito de «ultramontanismo», comumente reduzido pelo trabalho historiográfico no Brasil e na América Latina ao termo «Romanização», oferecendo elementos para, se não uma revisão conceitual, ao menos uma tratativa mais pru-dente e equilibrada dos referidos conceitos, su-perando juízos de valor precipitados e o risco de anacronismo. Cerne da problemática é a con-statação de que uma vertente social do catoli-cismo nas duas primeiras décadas do século XX, nasceu do seio mesmo do ultramontanismo, salvaguardados, de qualquer modo, os limites de uma Igreja que vivia um processo interno de reorganização, sobretudo jurídica, nos primei-ros anos da Republica Brasileira. D. Barreto, especialmente com o Instituto das Missionárias, manifestou interesse e preocupação não medío-cres com as questões sociais ligadas ao operari-ado, ousando formas novas de abordagem pas-toral e de vida religiosa, pelo menos trinta anos antes do Concílio Vaticano II.

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MestradoData da titulação: 2008Área de conhecimento: EducaçãoInstituição de ensino: Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-CampinasTítulo: Ensino Superior em Educação

Especialização ProfissionalData da titulação: 16 de setembro de 2011Área de conhecimento: PsicossomáticaInstituição de ensino: Faculdade de Ciências da Saúde de São PauloTítulo: Psicossomática, Psico-oncologia e Câncer

PADRE ROGÉRIO CANCIAM

O estudo de mestrado procurou ar-ticular à linha de pesquisa Universi-dade, Docência e Formação de Pro-

fessores. Com esse intuito foram adotados procedimentos metodológicos derivados da História Oral, sendo efetuadas entrevis-tas, e eixos foram tematizados a partir das entrevistas com os mais velhos professores da PUC-CAMPINAS.

O estudo em nível de Especialização procurou fazer uma reflexão sobre psicossomática, psico-oncologia

e câncer tendo como esteio subsidiário a apreciação de características históricas a ele imputadas. Discutindo algumas proposições dessa ordem, com o objetivo de levantar indagações consideradas de relevância, foi feita uma opção de, com o apoio da fundamentação discutida e proposta, verificar tanto quanto possível o papel de algumas afirmações estatuídas a respeito de relações entre a Psicossomáti-ca, Psico-oncologia e o Câncer como enfer-midade, causa e sintomas, de modo que as observações mais conclusivas elaboradas pudessem se efetivar no interior de um contexto específico. E que tudo na vida, é possível relacionar mente e fé.

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MestradoData da titulação: 14 de agosto de 2012Área de conhecimento: BioéticaInstituição de ensino: Centro Universitário São Camilo Título: Um olhar da Bioética sobre a importância da Espiritualidade em mulheres no final da vida

PADRE WILSON ENÉAS MAXIMIANO

O sofrimento e a morte são realidades que fazem parte do desenvolvimen-to do ser humano e o acompanham

durante toda sua trajetória. Essas duas realidades afetam a pessoa em diversas dimensões, especialmente naquilo que se convencionou chamar de espirituali-dade – a saber, a capacidade de diálogo consigo mesmo, com o próprio coração, na via de se harmonizar na relação com o transcendente. O serviço de capelania hos-pitalar, desenvolvido com mulheres em situação terminal de câncer, se revela um elemento de conforto e esperança no en-frentamento das diversas fases da relação das pacientes com a sua enfermidade. A espiritualidade envolta pela fé religiosa pode se tornar elemento aglutinador na dinâmica dos cuidados paliativos em pa-cientes terminais. Pode-se ligar sem medo e com propriedade Espiritualidade e Bioé-tica.

Ambas buscam o bem do ser humano. Elas não se contrapõem, apesar dos caminhos diversos que adotam. A espiritualidade entendida como local das inspirações e sopros não precisa necessariamente de uma religião, o que a torna mais aceitável no universo bioético. Mas a espiritualidade envolta pela fé religiosa (palavras e ritos) produz efeitos na vida dos homens, sobr-etudo junto ao paciente e em fase terminal, dá a ele um sentido de vida. Através de uma bibliografia relacionada ao tema, são apresentados conceitos ligados à morte, vida, saúde, terminalidade, cuidados pali-ativos, espiritualidade e outros mais, ou seja, preocupações da Bioética para os dias atuais. Este trabalho visa a apresentar a importância da espiritualidade junto às pacientes e à equipe de profissionais. O enfoque é o da espiritualidade cristã, sem deixar de considerar outras filosofias e tradições espirituais e místicas.

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Professor de Ciências Contábeis da PUC-Campinas dá dicas de como se organizar financeiramente

De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), 61% dos bra-sileiros vão usar o décimo terceiro salário para pagamentos de dívidas. Neste caso, o professor orienta a pagar as dívidas que têm a maior taxa de juros.

POR ANA PAULA MOREIRA

Estamos encerrando o ano e as férias estão por vir. Antes, porém, teremos as comemorações de Natal e Ano

Novo. Nesta época, é comum as tradicio-nais trocas de presentes e aproveitar o re-cebimento do 13º para comprar o produto desejado ou realizar a viagem dos sonhos. Mas é importante que saibamos controlar as finanças pessoais para evitarmos prob-lemas financeiros ao longo do ano. Para o professor da Faculdade de Ciências Contábeis da PUC-Campinas, Eli Boro-chovicius, ao receber o 13º, a pessoa não deve apenas pensar em pagar dívidas ou adquirir bens. O ideal é investir parte do valor que recebeu. “Se a sua saúde fi-nanceira é estável durante o ano, reserve uma parcela do 13º salário para investir. A diferença pode ser utilizada para as com-pras de Natal e Ano Novo. Se o valor for insuficiente é porque a festa está superdi-mensionada. Reduza os custos e faça as ceias dentro dos padrões que o seu bolso comporte, afinal de contas, o mais impor-tante é reunir a família e amigos para cel-ebrar”, explicou o professor.

PUC-CAMPINAS

Como ficar no azul o ano inteiro

“É importante que saibamos controlar as

finanças pessoais”

Page 68: Revista Lumen - Dezembro de 2012 - Edição 01

Ao receber o 13º o trabalhador deve também se organizar financeira-mente para começar o ano sem

dívidas. A partir de janeiro, é necessário realizar o pagamento de alguns impostos como IPVA e IPTU, que geralmente pesam no bolso. “Para ficar no azul, a principal dica é tomar cuidado com o crédito fácil nesta época do ano e a facilidade de se encantar com as ofertas que saltam aos olhos. Endividar-se com as festas de final de ano é um passo para iniciar o ano no vermelho. Recomendo que as pessoas de-finam um limite de valor a ser gasto antes de saírem às compras. Ter um “teto” exige reflexão e tomada de decisão consciente, evitando desperdício e mau uso do dinhei-ro. Para a definição do valor a ser gasto, é importante que considere os custos fixos mensais e as variáveis, especialmente os sazonais, como o IPVA e IPTU, comuns no início dos anos”, conclui o docente.

PUC-CAMPINAS

Professor Eli Borochovicius. Fotos de Rafael Lima

“Para ficar no azul, a principal dica é tomar

cuidado com o crédito fácil nesta

época do ano”

“Como normalmente as taxas de juros do mercado são superiores às possibilidades de receitas financeiras com investimen-tos de curto prazo, é aconselhável que se utilize o 13º salário para a amortização das dívidas e consequentemente para a redução dos juros. As dívidas que devem ser priorizadas são aquelas que apresen-tam as maiores taxas. É natural que as pessoas busquem quitar as dívidas meno-res, especialmente aquelas de curto prazo, pois causam a falsa sensação de liber-dade financeira. Além de ser uma decisão matematicamente equivocada, ela poten-cializa a tomada de novos créditos”, afir-mou Borochovicius.

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Utilize parte do seu 13º sa-lário para investimentos. As reser-vas financeiras são importantes para suprir momentos emergen-ciais. A recomendação é que pelo menos 30% seja poupado.

Veja 10 dicas simples que o professor de Ciências Contábeis, Eli Borochovicius,

dá para evitar problemas no mês de Janeiro

Cuidado com o uso do cartão de crédito. Empurrar a dívida é uma forma fácil de se livrar do problema no curto-prazo, mas não significa que ela não exista.

PUC-CAMPINAS

Faça um levantamento completo do que pretende fazer nos eventos comemorativos. Planeje bem o número de convi-dados para evitar gastos exces-sivos com as ceias.

Em caso de viagem, faça um planejamento completo, incluin-do despesas com combustível, pedágio, estacionamento e ali-mentação.

Evite a compra por impulso. É uma época do ano em que as pessoas normalmente fi-

cam mais abertas aos gastos

com supérfluos. Questione-se quanto a real necessidade de

aquisição do bem.

Vendedores são comissio-nados e bem treinados para vender mais. Cuidado com as armadilhas do crédito fácil e parcelamentos.

Não ande com muito dinheiro e evite abrir a car-teira recheada em público.

As distrações são co-muns no período de férias. Ficar atento é uma forma de evitar dissabores com peque-nos furtos.

Negocie suas compras, pois as empresas geralmente estão mais abertas à concessão de descontos para fazer caixa.

Lembre-se que no início do ano, impos-tos como IPVA e IPTU precisam ser pagos. Faça esforços para que haja uma reserva financeira para quitação do imposto à vista, ge-ralmente o desconto é compen-satório.

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Page 70: Revista Lumen - Dezembro de 2012 - Edição 01

SOBRIEDADE

Criada há cerca de um ano na Paróquia

São Geraldo Magela, a Pastoral da

Sobriedade já atende cerca de 20 pes-

soas em suas reuniões semanais. Além dos

indivíduos que procuram ajuda, é realizado

um importante trabalho com os chamados co-

dependentes - famílias que necessitam de apoio

– fazendo orações nas próprias casas.

As reuniões, que seguem os mesmo ideais

propostos pela CNBB para as Pastorais da So-

briedade de todo o Brasil, adotam os “12 Pas-

sos da Pastoral da Sobriedade” na tentativa de

prevenir e recuperar os que possuem vícios,

não apenas em álcool ou drogas, mas qualquer

dependência que necessite de ajuda. O coorde-

nador pastoral da Paróquia São Geraldo Ma-

gela, João Contri, afirma que o objetivo é, além

de recuperar viciados e dar apoio às famílias,

promover um acompanhamento contínuo ao

tratamento e a esses indivíduos, para que esta

recuperação não seja perdida.

“A gente tem que estar bem, sóbrio e nunca cair

em tentação, pois a carne é fraca e o vício é

passado, e a Pastoral da Sobriedade ajuda ni-

sso”, diz.

Com reuniões abertas a todos e realizadas às

segundas-feiras, a partir das 19h30, a equipe

conta com sete agentes voluntários, que trazem,

além de terços e leituras de evangelhos, re-

flexões sobre a importância da vida.

O coordenador, que iniciou sua relação com a

Pastoral da Sobriedade pela necessidade de aju-

da, é considerado um exemplo de superação.

Foram os anos lutando contra os vícios que o

motivaram a participar e poder contribuir com a

recuperação daqueles que anseiam por ajuda.

por MARISTELA DOMINGUES, NATHÁLIA TRINDADE E MARIANA IGNÁCIO

PASTORAL PAROQUIAL NO

COMBATE AO VÍCIO

Page 71: Revista Lumen - Dezembro de 2012 - Edição 01

Coordenador pastoral da Paróquia São Geraldo Magela,

João Contri.

“De 1974 a 1987, eu sofri muito. Eu fumava,

bebia, só não usava drogas. Chegava em casa

de madrugada, bêbado, e agora já são quase

26 anos de sobriedade. Para mim, fazer parte

da recuperação dessas pessoas e limpá-las dos

vícios é, além de felicidade e gratificação, um

reforço”, declara João.

Apesar do pouco tempo, João Contri já percebe

os resultados positivos que a Pastoral da Sobrie-

dade realiza na vida das pessoas. Hoje, com o

apoio dos voluntários, da igreja e, em especial,

dos Padres Thiago Ruiz Bernardes e Alexandre

de Moura, os próximos projetos são de am-

pliação da Pastoral, que inclui uma nova casa

para realizar os trabalhos.

“A nossa Pastoral ainda é pequena e não temos

uma estrutura adequada. Se conseguíssemos

uma casa, teríamos mais apoio e, com isso,

seria possível acolher as pessoas para ajudá-las

melhor”, conta o coordenador.

Para ajudar a Pastoral da Sobriedade, os inter-

essados podem se voluntariar e participar dos

Cursos de Formação e Capacitação de novos

agentes da Pastoral. A próxima preparação já

tem data marcada e será realizada nos dias 14,

15 e 16 de dezembro.

“O meu recado para as pessoas que ainda es-

tão no vício é para que busquem por ajuda, não

apenas na Pastoral ou Igreja Católica, mas que

procurem Deus de alguma forma. Deus não

esquece o dependente químico, ele é que se es-

quece de Deus”, encerrou.

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O Dia Nacional da Juventude (DNJ) teve um brilho diferente este ano na Arquidiocese de Campinas. O evento, que aconteceu no dia 21

de outubro, recebeu cerca de 4 mil jovens no período das 8h as 17h.Abordando o tema “Que vida vale a pena ser vivida?”, encontro se fundiu com a final do Vocare Festival, o festival vocacional, fazendo do dia uma grande festa cultural da juventude.Organizado pela Pastoral Vocacional juntamente com a Área Juventude, o Vocare Festival abriu espaço para que os jovens das foranias se mostrassem a toda a Ar-quidiocese. Assim, os jovens apresentaram suas ideias através da arte, envolvendo dança, música e teatro. As seletivas já tinham acontecido em cada forania, sepa-rando as categorias concorrentes.A movimentação da juventude para esse dia foi tão grande que o impacto nas redes sociais foi imediato, com vários comentários a respeito do dia, realizado de maneira diferente em Campinas. Jovens de várias partes do país puderam acompanhar o festival ao vivo pelo Cast Jovem, um site criado pela juventude para a juventude.Também não era para menos. Com toda a criatividade e animação provenientes da juventude, o hit da inter-net “Oppa Gangnam Style”, do músico coreano Psy, se transformou na paródia “Jovem Anunciai”, criada pelo grupo Javé.Além disso, os animadores do evento não perderam o fôlego um só minuto.

JUVENTUDE

POR MARIANA IGNÁCIO

Dia Nacional da Juventude reúne cerca de 4 mil jovens em Campinas

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JUVENTUDE

Pulando, cantando e alegrando a plateia jovem, distribuíram brindes e Youcats (o catecismo da Igreja Católica para jovens).Ao final do dia, a Santa Eucaristia foi cel-ebrada por Dom Airton José dos Santos em sua primeira celebração com a juventude arquidiocesana. Dom Airton se mostrou contente com a participação dos jovens. Como forma de homenagear o arcebispo, os jovens dançaram a música “Eu acredito na Juventude”, de Nilton Júnior.O resultado esperado por meses pelos concorrentes ao prêmio se tornou uma sur-presa e alegria para todos os presentes. Os concorrentes ganhariam como prêmio uma viagem para um hotel fazenda, mas abriram mão deste benefício e mostraram que a competição não era importante, mas a partilha do amor e da arte. Todos foram campeões em humildade e respeito, não aos adversários, mas aos irmãos.

RESULTADOS DO FESTIVAL VOCAREPREMIAÇÃO

Música1º Lugar. Banda Sacramento2º Lugar. Canaã3º Lugar. Banda Eixo da Fé

Dança1º Lugar. Banda ADV Reflexos da Alma 2º Lugar. Luz da Essência 3º Lugar. Criai

Teatro1º Lugar. Santos de Calça Jeans

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Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

08 DE DEZEMBRO

No dia 08 de dezembro, a Igreja comemora a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, uma das mais altas e preciosas festas dedicada a Maria Santíssima, chamada a Rainha de Todos os Santos, a

Mãe do Salvador.

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Em Campinas, Nossa Senhora da Conceição é Padroeira da Arquidiocese, da cidade e

Titular da Catedral Metropolitana. Por isso, no dia 08 de dezembro, às 08h00, as Comunidades e Paróquias das nove cidades da Ar-quidiocese de Campinas se encon-traram na Basílica Nossa Senhora do Carmo, de onde saíram em Procissão até a Catedral Metropol-itana para a Celebração da Missa Solene da Padroeira, às 09h00, presidida por Dom Airton José dos Santos, Arcebispo Metropolitano.Cerca de 3 mil pessoas participar-am da procissão e da celebração.Dom Airton salientou momentos antes da procissão: “há três cir-cunstâncias que lembramos hoje: a Cidade, a Arquidiocese e a Cat-edral. Estamos no Ano da Fé, que vai até novembro de 2013, e a procissão não é nada mais do que celebração dessa fé. Vamos pro-movê-la”, afirmou o Arcebispo.

Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

Fotos: Bárbara Beraquet

“Estamos no Ano da Fé, que vai até novembro de 2013, e a procissão não é nada mais do

que celebração dessa fé”

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Ao final da celebração, Dom Airton fez a nomeação dos novos Coorde-nador de Pastoral, Coordenadores

Regionais e Vigários Forâneos, que for-mam os conselhos para a ação pastoral na Igreja de Campinas.

Padre Bruno Alencar Alexandroni Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

Padre João Augusto Piazza Coordenador da Região Pastoral Campinas

Padre Marcelo Donizetti Previatelli Coordenador da Região Pastoral Norte-Sul

Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi Vigário Forâneo da Forania Bom Pastor

Padre Wilson Enéas Maximiano Vigário Forâneo da Forania Coração de Maria

Padre Paulo César Gonçalves Ferreira

Vigário Forâneo da Forania Cristo ReiPadre Paulo Roberto Emiliano

Vigário Forâneo da Forania Nossa Senhora Aparecida

Padre Marco Antonio Amstalden Vigário Forâneo da Forania Nossa Senhora do Rosário

Padre Moacir de Ávila Lima Vigário Forâneo da Forania

Padre José de AnchietaPadre Rogério Canciam

Vigário Forâneo da Forania Santa CruzPadre João Aparecido Passadori

Vigário Forâneo da Forania Santos Apóstolos

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REVISTA DIGITAL LUMENA Revista Lumen é uma publicação digital da Arquidiocese de Campi-nas - SP. Disponível gratuitamente nas plataformas web online, aplica-tivo para tablets e download para computadores no portal da Arquidi-ocese de Campinas. Seu formato, propriamente digital, favorece a leitura em telas de computadores e tablets: com tipos e espaçamento maiores, imagens tratadas para web e links para recursos multimídia. A pequena tiragem impressa serve para fins de arquivo, pesquisa e divulgação. Acesse e divulgue a Revista Digital Lumen!

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