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Revista Interação - Edição 11 - Ano 8 nº 1/2015

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Nesta edição a Revista Interação traz como matéria de capa o prêmio estadual de Direitos Humanos concedido ao CEAD/UFPI; o dossiê dessa edição sobre o tema "Processo de recepção e aprendizagem na Educação a Distância: sujeitos e suportes de mídia”. O professor Mike Stricklin fala sobre a educação a distância nos Estados Unidos e no Piauí em uma entrevista exclusiva à Interação. Além das seções tradicionais: “Perfil do Aluno”, “Giro nos Polos” e “Dicas de Livros”. Desfrute do universo de informação em EaD com a nossa revista, boa leitura!

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Comunidade acadêmica com cerca de , sendo 1.858 profes-sores, 720 doutores, 771 mestres, 1.086 servidores técnicos, 41.452 alunos de graduação e 1.590 de programas de pós-graduação.

47.000 pessoas

Em 10 anos, o número de vagas para estu-dantes passou de 2.345 presenciais para mais de 6304

Em 2002 eram oferecidos nove cursos de pós-graduação, hoje são 44 cursos

de graduação, entre eles do Ensino a Distância107 cursos15

Entre as universidades do país

39 melhores

UFPI em números:

Universidade

Federal do PiaUí

O CEAD possui mais de matriculados, distribuídos em 31 polos no Piauí e dois na Bahia.

10 mil alunos

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Expediente

É com satisfação que apresentamos mais uma edição da Revista Interação, um veículo de informação e de formação acadêmica, relacionado às demandas da Educação a Distância – produzida pela Universidade Federal do Piauí. Além do caráter informacional, a Revista é um suporte de troca de conhecimento entre professores e alunos, por meio da divulgação dos resultados produzidos pelos projetos desenvolvidos junto à comunidade da Universidade Aberta do Brasil (UAB) no âmbito da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Nesta edição, o conteúdo abordado possibilitará aos leitores o acesso à dinâmica produtiva dessa modalidade online de Educação, na qual o tempo, como sua concepção, será um bem administrado e concebido por cada sujeito do conhecimento . Cada um atualizará as informações a partir da significação que desejar, compreendendo-se como protagonista do processo de ensino e aprendizagem.

O leitor encontrará nesta publicação ensaios, notícias, relatos e dicas de livros, dentre outros. Os assuntos desta edição giram em torno da participação de aluno no Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância; o Perfil do Aluno, o 8° Fórum Nacional de Coordenadores do Sistema Universidade Aberta do Brasil; o Giro dos Polos: o que acontece nos polos de atividades científico-cultural; o relato do Núcleo de Estudo e Pesquisa em educação a distância (NEPEAD); e a informação sobre o Prêmio Direitos Humanos na categoria Ações e Experiências, recebido pelo CEAD. A entrevista deste Número é com o professor Mike Stricklin, falando da EaD nos Estados Unidos e no Piauí. E, ainda, a crônica do professor Arnaldo Oliveira.

Esperamos que nossos leitores usufruam das matérias aqui publicadas e que elas sirvam também de estímulo e inspiração para suas próprias iniciativas acadêmicas, utilizando nossa revista como uma ferramenta pedagógica e acadêmica na tarefa de ensinar e de aprender, sempre!

Boa Leitura!

EditorialINTERAÇÃO - EDIÇÃO 11

ANO 8 - N. 2015.1

Publicação semestral produzida pela Assessoria de Comunicação e pelo Setor de Produção de Material

Didático do Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD/UFPI

Reitor da UFPIProf. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes

Vice-reitora da UFPIProf.ª Dr.ª Nadir do Nascimento Nogueira

Diretor do Centro de Educação Aberta e a Distância/Coordenador da UAB na UFPI

Prof. Dr. Gildásio Guedes Fernandes

Vice-diretor do CEAD/UFPIProf. Dr. Milton Batista da Silva

Coordenadora Adjunta da UAB na UFPILiana Rosa Brito

Coordenadoras da RevistaFernanda Ito Ota da Purificação

Indira Ilana Vanderlei do Vale

Equipe ResponsávelFernanda Ito Ota da Purificação

Indira Ilana Vanderlei do ValeNalton Luiz Silva Parente de Pinho

Projeto Gráfico e DiagramaçãoAntônio Kerignaldo Moura JúniorNalton Luiz Silva Parente de Pinho

FotografiasFernanda Ito Ota da Purificação

Indira Ilana Vanderlei do Vale

Arte e CapaNalton Luiz Silva Parente de Pinho

RevisãoMaria da Conceição de Souza Santos

PareceristasDavi da Silva

Gustavo Fortes SaidJosé Elielton de Sousa

Nilsângela Cardoso Lima

Conselho EditorialArnaldo Oliveira Souza JuniorGildásio Guedes Fernandes

José Vanderlei CarneiroLeila Lima de Sousa

Lívia Fernanda Nery da Silva

UFPI em números:

Universidade

Federal do PiaUí

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Sumário

Ensaios

6 Limites e Possibilidades do

Ensino a Distância Por Clari Terezinha Hahn

10 Educação a Distância e seu importante papel para a

formação dos profissionais de saúdePor Denise Glenda Gomes da Silva

14 A modalidade EaD no curso de formação continuada

“Fundamentos da Educação: Práticas Pedagógicas

Interdisciplinares”: relato de experiência em tecno-

logias educacionaisPor Carolina Cavalcanti Bezerra / Laércia Maria Bertulino de Medeiros

20 Educação a distância e as novas mídias tecnológicas:

um mundo de possibilidades, centrado na autonomia

Por Márcia Keilany Albuquerque Moura

24 Contextualização e Mobilização: etapas introdutórias

no processo de recepção e aprendizagem na Educa-

ção a Distância: interação de sujeitos em suportes de

mídiaPor Cláudia Leão de Carvalho Costa

28 A tecnologia da informação superando as barreiras

de espaço e de tempoPor Márcia Danielly de Araújo Ferreira / Swéle Rachel da Silva

Seções

5 Fórum UaB

8 Núcleo de Pesquisa

12 Perfil do Aluno

13 Congresso

18 WorkTec

22 Entrevista

26 Obras UFPI

30 Giro nos Polos

32 Dicas de livros

33 Crônica

CEAD/ UFPI recebe prêmio de Direitos Humanos

CAPA19

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8° Fórum Nacional de Coordenadores do Sistema UaB

Nos dias 9 e 10 de julho, no edifício-sede da Coorde-nação de Aperfeiçoamen-

to do Pessoal de Nível Superior (CAPES), foi realizado o 8° Fó-rum Nacional de Coordenadores do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UaB), que reuniu mais de 90 coordenadores UaB.

Estiveram presentes na aber-tura a presidente do Fórum de Coordenadores UaB, Maria Luísa Furlan Costa, o vice-presidente do Fórum UaB, Carlos Rinaldi, e os coordenadores da Diretoria de Educação a Distância da Capes, Maria Cristina Mesquita da Sil-va, Luiz Alberto Rocha de Lira e Aloísio Nonato.

Na solenidade de abertura, o diretor de Educação a Distância da Capes, Jean Marc Georges Mutzig, ressaltou a importância dos coordenadores no crescimen-to do programa, que engloba mais de cem universidades parceiras e 170 mil alunos ativos, distri-buídos em 650 polos. “Nosso trabalho avançou e continuará avançando com a contribuição de vocês. Este é o momento de ana-lisar a conjuntura atual e de traçar metas para o futuro”, disse.

Durante o encontro foi reali-zada a eleição para a presidência e vice-presidência do Fórum de Coordenadores UaB para 2015.

A professora Nara Maria Pi-mentel, da Faculdade de Educação e diretora de Ensino de Gradua-ção a Distância da Universidade de Brasília, assumiu a presidên-cia, e as professoras Maria Apare-cida Crissi Knuppel, da Universi-dade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), e Eronilma Barbosa da Silva, do Instituto Fe-deral de Alagoas (IFAL), assumi-ram a vice-presidência do Fórum Nacional de Coordenadores do Sistema Universidade Aberta do

Por Indira do Vale

Fórum UaB

Brasil (UaB). Representando a UaB no

Piauí, estiveram presentes o dire-tor do Centro de Educação Aber-ta e a Distância da Universidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI), Prof. Dr. Gildásio Guedes; o di-retor geral do Núcleo de Ensino a Distância da Universidade Es-tadual do Piauí (NEAD/UESPI), Prof. Vinícius Oliveira e o diretor adjunto do NEAD/UESPI, Pro-fessor Arnaldo Brito.

Eleições

Maria Aparecida Crissi Knuppel (Unicentro), Eronilma Barbosa da Silva (IFAL), Gildásio Guedes (CEAD/UFPI) e Nara Maria Pimentel (EaD/UnB)

Arnaldo Brito (NEAD/UESPI), Gildásio Guedes (CEAD/UFPI), Jean Marc (diretor/CAPES), e Celso Costa (ex-diretor/UAB-Brasil)

Revista Interação ● Edição 11

Núcleo de Pesquisa

CAPA

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Revista Interação ● Edição 116

Este ensaio versa sobre as facilidades e os entraves do ensino a distância. Ini-

cialmente, buscou-se, em cinco instituições de ensino a distância, a base primária para a investiga-ção de campo. Foi entrevistado um percentual de estudantes so-bre as facilidades e as dificulda-des para ingresso e permanência, com sucesso, dos alunos nessa modalidade de ensino. As entre-vistas aplicadas foram do tipo se-miestruturadas e fundamentadas em Gil (1999).

O material coletado constituiu a base para a análise dos proble-

mas da pesquisa, das hipóteses e do referencial teórico, pois é na análise dos diversos olhares que aparece a verdade que pode cer-tificar as atitudes e apontar novos rumos para os que pretendem tra-balhar ou estudar por essa modali-dade de ensino.

O grupo inquirido foi compos-to aleatoriamente a partir da pos-sibilidade de se localizar pessoas que estudaram ou estudam pela metodologia EaD nos cursos ofer-tados pelas entidades pesquisa-das e a disponibilidade desses de preencher o questionário propos-to. Foram entrevistados 50 sujei-tos, entre alunos e ex-alunos, das já referidas entidades de ensino.

Desenvolvimento

A primeira questão direcionada aos estudantes pedia que apontas-sem “Em que estudar por essa mo-dalidade o(a) beneficiou?”. 100% dos entrevistados apontou a não exigência da frequência diária, e 92%, a flexibilização e a realiza-ção do curso no tempo disponível.

Afirmaram também que, du-rante o curso, auxiliaram-nos: au-las bem preparadas (32%); aulas e atendimento presencial (20%); interatividade do sistema (36%); possibilidade de ampliação dos conhecimentos (52%); menor custo (22%); possibilidade de an-

tecipar (ou ampliar) o cronogra-ma de estudos (16%).

A busca, porém, não se limita-va a confirmar a importância do ensino a distância como possibi-lidade de formação e de aperfei-çoamento, mas, e principalmente, compreender como transformá--lo em um sistema mais eficiente pela compreensão das falhas que ainda apresenta. Por isso, quis--se saber de cada entrevistado quais foram as dificuldades que enfrenta(ou) durante seu curso e as asseverações informaram que, com relação à organização: 28% apontaram a demora de entrega do material on line; 20% recla-maram da demora na entrega dos resultados das avaliações; 62% indicaram como dificuldade a falta de orientação clara por parte dos tutores, 53%, a necessidade de materiais didáticos mais peda-gógicos e de fácil entendimento e que sejam disponibilizados em um prazo razoável em relação à postagem das tarefas; 20% recla-maram de aulas pouco didáticas ou fora do nível de compreensão dos alunos, insuficientemente es-clarecedoras e com poucas ativi-dades práticas; e 8% da dificul-dade para se deslocar até o polo.

Sobre o funcionamento do curso, 21% falaram da pouca pos-sibilidade para tocar experiências com outros estudantes já que o

Limites e Possibilidades do Ensino a Distância

Clari Terezinha HahnGraduada em Pedagogia (UNINTER/2013)Especialista em Docência do Ensino Superior (UFRJ)Mestra em Ciências da Educação pela Universidade Internacional de Lisboa

[email protected]

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Revista Interação ● Edição 117

chat funciona no horário em que trabalham; 16% queixam-se da falta de preparo pessoal para esse tipo de estudo; 24% reclamam da demora das respostas em relação às atividades postadas; e 12 % do pouco esclarecimento de dúvidas em relação ao tema e ao problema dos trabalhos; 28% acham pouco tempo para as atividades; 29% têm dificuldade em compreender os conteúdos; e 16% reclamam da forma de recuperação.

Contudo, os quesitos mais as-sinalados como entraves do en-sino a distância e das grades res-ponsáveis pela alta desistência de alunos desses cursos foram: a falta de clareza e de orientação para o manuseio do portal AVA, indicado em 87% das entrevis-tas; e a má qualidade da internet, apontada em 94% das enquetes; 72% dos entrevistados assina-laram também a necessidade de melhoria no atendimento para solucionar dúvidas e orientar aos alunos durante as atividades e, principalmente, durante o período de recuperação.

Alegam encontrar grande di-ficuldade para entrar em contato com o tutor a distância ou orien-tador pedagógico: 60% frisaram que demoram muito para esclare-cer as dificuldades que encontram na hora da postagem das ativida-des e não conseguem conversar com o tutor a distância ou coorde-nador pedagógico

Moran (2004, p. 44) afirma que o computador é uma excelen-te ferramenta para uso da internet na sala de aula, pois “[...] nos per-mite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, luga-res, ideias.”

Justino (2011, p. 16) adverte que o computador sozinho não basta, pois

O termo ensino remete-se ao professor, e aprendizagem, está relacionada ao aluno. A educação se dá na relação de seus participantes: professor, aluno e o ambiente, bem como o material didático utilizado, que facilita o bom andamento desse processo, no qual intera-ção e integração dos primeiros são relevantes para a manuten-ção dos interesses dos alunos. Outro aspecto importante a ser considerado está relacionado a diferentes situações didáti-cas que permitam aos sujeitos envolvidos interagirem com o objeto utilizado para o proces-so de aprendizagem, ou seja, os materiais didáticos.

Ao se requerer sugestões para melhoria nos cursos frequentados, os perquiridos, além de citarem o progresso no acesso à internet, que foi sugestão geral, 63% suge-riram melhoria na comunicação via telefone, chat, e-mail a fim de agilizar a interação aluno X tutor; 52%; pediram tutores que saibam orientar melhor e de maneira mais clara; 54% também apontaram a necessidade de mais pessoal para atendimento e tira-dúvidas, es-pecialmente na postagem e no período de recuperação, aconse-lhando, inclusive, atendimento via webcam, pois, segundo eles, essa funcionaria como um “que-bra-barreiras do desconhecido”; 92% indicaram simplificação e melhor orientação no manuseio do AVA; e 28% sugeriram mate-riais didáticos mais interessantes, com uma linguagem adequada à clientela, com atividades práticas

e significativas que motivem o aluno a aprender.

Conclusão

Ficou claro que as falhas que demandam em abandono dos cur-sos sobrevêm dos quatro níveis envolvidos – alunos, tutores, ins-tituição e disponibilização da in-ternet.

Demo (2007) indica ser fun-damental a compreensão de que ofertar ensino a distância deman-da grande investimento em alter-nativas técnicas e pedagógicas; que o relacionamento técnico/pe-dagógico deve ser feito por pes-soal capacitado e com perfil para o tipo de atividade que desempe-nha.

O intercâmbio entre alunos e tutores deve acontecer de modo que ambos aprendam e ensinem e que haja esforços no diálogo entre todos: alunos, tutores e ins-tituição, no sentido de diminuir a solidão do processo, de despertar o aluno para a mudança na ação do ensino e da aprendizagem.

Referências

DEMO, Pedro. O porvir: desafio das linguagens do século XXI. Curitiba: Ibpex, 2007.GIL, Antonio Carlos. Método e Técnica de Pesquisa Social. 6. ed. S. Paulo: Atlas, 1999. JUSTINO, Marinice Natal. Pes-quisa e recursos didáticos na formação e prática docentes. Curitiba: IBPEX, 2011. MORAN, J. M. Ensino e apren-dizagem inovadora com tecno-logias audiovisuais e telemá-ticas. 8. ed. Campinas: Papirus, 2004.

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8Revista Interação ● Edição 11

NEPEAD completa um ano de criação

O Núcleo de Estudos e Pesquisa em EaD (NE-PEAD) foi criado em

2014 por professores do Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI), tendo sua primei-ra reunião no dia 8 de outubro da-quele ano. No decorrer desse pri-meiro ano de criação, o grupo já desenvolveu projetos que foram aprovados em congressos e apre-sentados em eventos nacionais.

Segundo o Coordenador do Núcleo, Prof. Dr. Arnaldo Oli-veira, a iniciativa de criação do grupo surgiu da tentativa de reu-nir os pesquisadores em torno de uma organização, concentrando a produção bibliográfica que se en-contrava dispersa.

“Devido à necessidade de se

criar um grupo que pudesse con-centrar as pesquisas relacionadas à educação a distância, fruto do CEAD, eu e a professora Lívia tivemos esse intuito, tomando o cuidado de criar duas linhas de pesquisa. Dessa forma, reunimos professores de várias áreas distin-tas e geramos uma diversidade de pesquisas relacionadas a EaD”, afirma o coordenador.

Linhas de Pesquisa

O NEPEAD possui as linhas de pesquisa “Educação, gestão e formação de professores” e “Práticas educativas, tecnologias e linguagens”. A primeira linha foca-se nos processos de educa-ção e de formação de professores na área de educação a distancia, abordando aspectos sócio-histó-ricos, políticos e de gestão peda-

Por Fernanda Ito Ota gógica e avaliação na didática da EaD.

Uma das responsáveis por essa linha, a Prof.ª M.ª Elvia Torres Ximenes, desenvolve o projeto de pesquisa com o tema “Inserção da tecnologia na Educação, uma por-ta para uma maior flexibilidade no trabalho docente?”, que tem o objetivo de estudar o cotidiano do profissional em EaD, especifica-mente o professor.

“Muitos professores que traba-lham com o ensino a distância fo-ram formados dentro de uma rea-lidade presencial. Minha pesquisa estuda justamente esses conflitos entre a nossa formação e o que a gente precisa exercer como edu-cadores, inserindo a tecnologia na educação e a flexibilidade que essa tecnologia pode proporcio-nar ao profissional de EaD”, ex-plica Elvia.

Para a professora, os resulta-dos da pesquisa irão auxiliam no processo de gerir os profissionais do CEAD, pois o uso da tecnolo-gia ainda é difícil para algumas pessoas e são muitas as ferramen-tas tecnológicas oferecidas pelo sistema que não são usadas. “A necessidade de treinamento é evi-dente, creio que essa pesquisa vai orientar os treinamentos e o que precisa se investir para desenvol-vê-los”, conclui a pesquisadora.

A segunda linha de pesquisa trata de experiências e práticas educativas com uso de Tecnolo-

Núcleo de Pesquisa

Prof.ª M.ª Elvia Torres Ximenes, Cleanny Area Leão, Prof. Dr. José Vanderlei Carneiro e Prof. Dr. Arnaldo Oliveira

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9Revista Interação ● Edição 11

gias da Informação e Comunica-ção (TIC), desenvolvendo temá-ticas relacionadas à midiatização das práticas educativas, utilizan-do dispositivos tecnológicos-mi-diáticos, os usos e as apropriações de tecnologias digitais no âmbito do cenário da EaD piauiense e o estudo das linguagens, das narra-tivas e das circulações discursivas em ambiências presenciais e digi-tais.

As discussões desse eixo de pesquisa geram produtos que ga-nham visibilidade em eventos ex-ternos. O trabalho sobre a Midia-tização das práticas educativas foi apresentado pelo Prof. Dr. Arnal-do Oliveira e pela Prof.ª M.ª Clei-dinalva Barbosa no IV Workshop em Tecnologias na Formação de Professores (WorkTec), realizado em setembro em Teresina.

Em novembro, o artigo “A im-portância do uso das tecnologias no ensino de química da moda-lidade EaD: um estudo sobre as práticas educativas midiatizadas de professores e professores tuto-res” será apresentado no Congres-so Brasileiro de Ensino Superior a Distância (ESUD) que acontecerá em Salvador, na Bahia. O arti-go foi produzido pela Prof.ª M.ª Cleidinalva Barbosa e pela aluna Cleanny Area Leão, sob orienta-ção do professor Arnaldo.

Chamada Universal

Os produtos gerados com a criação do NEPEAD continuam. Um projeto desenvolvido pela Prof.ª Dr.ª Lívia Nery recebeu financiamento do Conselho Na-cional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico (CNPq) por

meio da Chamada Universal, que visa o apoio financeiro a projetos que contribuam significativamen-te para o desenvolvimento cientí-fico e tecnológico e para a inova-ção no país.

“Os usos e as apropriações co-municacionais dos alunos de Le-tras Inglês da UFPI na modalidade a distância” é o tema da pesqui-sa que tem duração de três anos, desenvolvida por Lívia e seus alunos. A pesquisa se divide em três partes, com o estudo de seis Polos da Universidade Aberta no Piauí. Na primeira fase, iniciada no ano passado, foram estudados os Polos de Inhuma e São João do Piauí. Neste ano, os Polos de Gilbués e Oeiras. Na terceira fase, que será em 2016, os municípios de Água Branca e Buriti do Lopes serão os objetos de estudos.

“Nossa pesquisa procura sa-ber o que os alunos de Educação a distância usam para se comu-nicar e aprender. Ao final da ter-

ceira fase, que tem previsão para dezembro de 2016, teremos um grande apanhado de dados que nos dará essa visão mais geral. No momento, temos os resultados parciais com dados dos achados específicos de alguns polos. Es-ses levantamentos já se tornaram artigos que são apresentados no decorrer deste ano e também pa-lestras ministradas acerca dessa temática”, afirma Lívia.

A pesquisa se solidifica no CEAD por meio do NEPEAD. Para o professor Arnaldo, as duas linhas de pesquisa, apesar de di-vergentes, acabam se encaixando e contribuindo para as diversas pesquisas em EaD. “Enquanto al-gumas pesquisas estão ancoradas nas práticas educativas com uma visão mais ampla dos processos de formação da EaD, outras se desenvolvem do ponto de vista mais técnico de como trabalhar esse processo a partir de suas prá-ticas”, conclui.

Coordenadora Adjunta do NEPEAD, Prof.ª Dr.ª Lívia Nery

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10Revista Interação ● Edição 11

Educação a Distância e seu importante papel para a formação

dos profissionais de saúde

A educação a distância possui, hoje, grande notoriedade como nova modalidade educacional no Brasil. Nos últimos anos, após a implantação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394, aprova-da em 20 de dezembro de 1996, que a colocou como modalida-de regular integrante do sistema de educação nacional –, ela vem sendo, na maioria das vezes, a primeira escolha de estudo entre os profissionais de saúde.

A EaD pode ser definida como a modalidade de ensino que fa-cilita a autoaprendizagem, com ajuda de recursos didáticos orga-nizados, apresentados em diferen-tes suportes de informações, po-dendo ser utilizada por diversos meios de comunicação, por inter-médio de interação via platafor-mas digitais e produção digital de conteúdo integrado (os mesmos materiais para as mesmas disci-plinas).

Segundo a Lei Orgânica de Saúde, e de acordo com a Re-forma Universitária, as Diretri-zes Curriculares Nacionais para a Graduação de Profissionais de Saúde (MEC 2001/02) reco-mendam a articulação interseto-rial para assegurar o diálogo e a orientação compartilhada entre saúde e educação para a formação dos profissionais, no sentido de melhorar a prestação de serviços, a produção de conhecimentos e a construção de relevância social no campo da saúde.

Nesse contexto, qual seria a importância da EaD na formação e no aperfeiçoamento dos profis-sionais de saúde no seu campo de atuação?

Desenvolvimento

Com o surgimento de dife-rentes modelos de tecnologias, e

pela abrangência dos sistemas de comunicação digital, a EaD está cada vez mais complexa, porém com uma grande acessibilidade entre seus usuários. A sua expan-são é nítida tanto nacional quanto internacionalmente, atendendo cada vez mais a uma grande quan-tidade de alunos, em diferentes cidades, ofertando custos diluí-dos e disponibilizando modelos de ensino adaptados, por meio de plataformas, CD-ROM, material impresso, videoconferências, fó-runs, chats, dentre outros.

A EaD vem se popularizando devido à sua facilidade de aces-so à informação rápida e atuali-zada, além de proporcionar bai-xos custos para sua obtenção. O profissional de saúde, mais que qualquer outro, deve procurar constantemente atualizar suas competências técnicas, tecnológi-cas, sociais e culturais dentro da ética do seu campo de atuação. Nessa perspectiva, a modalidade de ensino a distância atua como válvula de escape para esses pro-fissionais, que hoje não têm tem-po para frequentar as aulas con-vencionais de ensino presencial.

A EaD, inicialmente, foi en-carada como forma de superação de lacunas educacionais na qua-lificação profissional, no aperfei-çoamento ou na atualização de conhecimentos. Porém, no con-

Denise Glenda Gomes da SilvaGraduada em Bacharelado em Fisioterapia – UFPIPós-Graduanda em Fisioterapia Neurológica – Estácio CEUTFisioterapeuta Voluntária da FundaçãoNinho em Parnaíba/PI

[email protected]

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11Revista Interação ● Edição 119

texto atual, ela vem sendo opção de complemento da educação presencial, e é vista por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode até substituir parte do sistema presencial.

A principal vantagem da EaD é permitir a flexibilidade em tor-no da proposta de ensino, vez que hoje, como resultado do de-senvolvimento da tecnologia da comunicação, as interações entre docentes e alunos são favoreci-das, encurtando as distâncias na modalidade. Porém, ainda são muitos os obstáculos a serem en-frentados, como a utilização de diferentes veículos do saber, que poderiam ser usados desde que o aluno tivesse condições de pos-suí-los para uso individual ou que o acesso fosse fácil.

Ser profissional da saúde nos dias atuais é um desafio, em espe-cial, devido ao bombardeamento de informações. A todo o momen-to surgem técnicas novas, uma doença nunca vista antes, além da expectativa de vida da popula-ção que aumenta a cada ano que passa. Para manter-se atualizado, é necessária a utilização de re-cursos rápidos e interativos que a qualquer lugar e horário se possa consultar e estudar. E é nesse con-texto que o ensino a distância en-tra como recurso alternativo que permite o estudo e a atualização rápida, sem se preocupar com o deslocamento para uma sala de aula ou a perda de um dia de tra-balho para poder assistir uma aula convencional e interagir com o docente.

Com o aparecimento de tecno-logias e de mídias novas, a EaD ganha mais espaço, conquistan-do públicos diversos, oferecendo

modelos de ensinos adaptados à sua rotina e ainda variados planos de pagamentos a baixos custos.

Conclusão

A EaD se encaixa perfeitamen-te na rotina de um profissional da saúde, porém, como exposto neste texto, esse modelo de ensi-no enfrenta grandes desafios que devem ser superados para que: primeiro, se consiga um melhor acesso por parte desses profissio-nais; e, segundo, para atingir uma grande quantidade de alunos. Por essas dificuldades e por ser consi-derado, por muitos governos, um caminho mais barato de qualifica-ção profissional, o ensino a dis-tância deve superar esse paradig-ma para poder se consolidar como modalidade de ensino e aprendi-zagem na área da saúde.

O ideal seria que o ensino con-vencional e a educação a distân-cia interagissem de forma que um complementasse as falhas do outro, favorecendo a mobilidade dos alunos de um ensino para o outro sem que houvesse qualquer problema, permitindo, também, a estes, a escolha do modelo de ensino que mais lhe interessas-

se, proporcionando, desse modo, maior aprendizagem. Além do que, as instituições poderiam ofe-recer ensino de qualidade, moder-no e dinâmico, a um custo com-petitivo.

Por fim, a modalidade de ensi-no a distância deve ser encarada como segunda opção de ensino, como método de qualificação e não de substituição do sistema educacional que está vigente no Brasil, mesmo que, segundo vá-rios autores, esse esteja em situa-ção deficiente.

Referências

OLIVEIRA, Marluce Alves Nu-nes. Educação a Distância como estratégia para a educação perma-nente em saúde: possibilidades e desafios. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2007.

MORAN, José Manuel; VALEN-TE, José Armando. Educação a Distância: Pontos e Contrapontos. Summus Editorial, 2011.

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Revista Interação ● Edição 1112

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Educação a Distância

Laiane de Brito Machado

Aprovada em 2º lugar pela 3ª

Gerência Regional de Educação para

lecionarMatemática

Portal UAB - Universidade Aberta do Brasilwww.uab.capes.gov.br

Unirede - Universidade Virtual Pública do Brasilwww.unirede.br

UOL Educação

Laiane de Brito Machado, natu-ral de Cocal da Estação, sempre foi muito determinada e estudiosa. Li-cenciada em História, pela Uespi, começou o curso de licenciatura em Matemática pelo CEAD/UFPI, no polo de Piracuruca, ainda em 2010.

Dividida entre o trabalho, a reta final na graduação de História e o amor pela Matemática, a educação a distância proporcionou à Laiane a realização de um sonho. Assim, ela assistia às aulas presenciais aos sá-bados, e, as demais atividades, reali-zava no Ambiente Virtual de Apren-dizagem.

Muitos obstáculos foram en-frentados até chegar à tão sonhada formatura, principalmente quan-to à organização dos horários de estudo, pois era preciso conciliar trabalho, família, vida social e, ao fim de tudo isso, ser aprovada por média em cada período, o que não foram suficientes para que a

palavra “DESISTIR” chegasse ao seu caminho. A relação com pro-fessores-tutores e colegas de clas-se foi peça-chave para a formação dos grupos de estudo que, além do conhecimento compartilhado, tor-naram-se grandes amizades.

Assim, em junho de 2014, essa trajetória foi concluída com a soleni-dade de formatura, e, com mais uma grande realização, a aprovação no concurso da Secretaria de Educação do Estado do Piauí (SEDUC/PI), em 2º lugar pela 3ª Gerência Regional de Educação (GRE), na área de sua paixão: Matemática.

Hoje Laiane de Brito é profes-sora de Matemática na cidade de Piripiri-PI, especialista em Mate-mática Financeira e Estatística pelo Instituto Prominas/Universidade Cândido Mendes, faz especializa-ção em Matemática do Ensino Mé-dio pela UESPI/EaD e atribui seu sucesso à educação a distância.

Perfil do Aluno de EaD

educacao.uol.com.br

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Revista Interação ● Edição 1113

Congresso Brasileiro

XII ESUD Discute Tecnologia Educacional e Dispositivos Móveis

O XII Congresso Brasilei-ro de Ensino Superior a Distância aconteceu en-

tre os dias 30 de novembro e 03 de dezembro, na cidade de Salva-dor, com o tema: “Cultura Digital e Inovação: tecnologia educacio-nal e dispositivos móveis”.

O evento teve como principal objetivo promover e incentivar a pesquisa acadêmica na área de Educação a Distância (EaD) no Brasil.

Durante o congresso, o Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI) apresentou cinco trabalhos, são eles:

- “Aplicação dos Softwares Geogebra e Scilab no Curso de Licenciatura em Matemática na Modalidade de Educação a Dis-tância da UFPI” (Gildásio Fer-nandes, Conceição de Maria

Rocha Ceyça Rocha e Marlívia Borges);

- O uso das tecnologias da in-formação e comunicação móveis e sem fio (TIMS) nas atividades em EaD na UFPI e UFCG; (Con-ceição de Maria da Rocha Ceyça Rocha, Edjane Dias, Gildásio Fer-nandes e Sulamita Dias da Silva);

- Acompanhamento dos egres-sos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, modalida-de ensino a distância; (Maria da Conceição Prado de Oliveira, Conceição de Maria da Rocha Ceyça Rocha e Liana Rosa Brito Cardoso);

- A importância do uso das tec-nologias no ensino de química da modalidade EaD: um estudo so-bre as práticas educativas midia-tizadas de professores e profes-sores tutores. (Arnaldo Oliveira Souza Júnior, Cleidinalva Maria

Barbosa Oliveira e Cleanny Area Leão);

-Educação a distância na for-mação: um diferencial na ação do docente (Maria Francinete Da-masceno e Dannielle Borges);

Durante o evento o diretor do CEAD/UFPI, Gildásio Guedes, apresentou o Workshop III - Práti-cas Pedagógicas Inovadoras, jun-tamente com a Pós-Dra Teresinha Fróes Burnham (UFBA) que foi coordenado pela Pós-Dra Tânia Maria Hetkowski (UNEB). Na sua participação o Prof. Dr. Gil-dásio Guedes abordou a formação de professores na EaD para o en-sino fundamental.

Desde 2002, a Associação Universidade em Rede (UNIRE-DE) realiza o Congresso Brasilei-ro de Ensino Superior a Distância (ESUD). O CEAD/UFPI partici-pa desse evento desde 2009.

Por Indira do Vale

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A modalidade EaD no curso de formação continuada “Fundamentos da Educação: Práticas

Pedagógicas Interdisciplinares” - relato de experiência em tecnologias educacionais

Este ensaio traz a temática “Processo de recepção e aprendizagem na Educa-

ção a Distância: sujeitos e supor-tes de mídia” a partir de resulta-dos observados durante a oferta de um curso de especialização oferecido entre os anos de 2013 e 2014, parceria entre a Universi-dade Estadual da Paraíba e a Se-cretaria de Estado da Educação.

Ações puderam ser tomadas no decorrer do curso após obser-vações realizadas por meio de aplicação de questionário visan-do compreender o baixo acesso a plataforma de ensino a distân-cia pelos alunos do curso. Po-rém, o ensaio destacará, a partir das experiências dos educandos, como a modalidade foi encarada pela grande maioria de primei-ros “usuários” da internet como

veículo, meio de aprender e en-sinar. Os sujeitos dessa pesquisa inicial foram professores da rede de educação pública do Estado da Paraíba, com anos de experiência em sala de aula e, pouca, com as tecnologias da informação e co-municação.

Para concatenarmos a prática com a teoria destacamos que a compreensão de Educação a Dis-tância – EaD é vasta e se funda-menta a partir de pelo menos três características: 1) como processo de ensino e aprendizagem me-diado por tecnologias; 2) quan-do docentes e discentes conec-tam-se por meio de ferramentas tecnológicas, a exemplo do Am-biente Virtual de Aprendizagem –“AVA”; 3) a comunicação bidi-recional na perspectiva dialógica (BELLONI, 2006).

Do ponto de vista legal, no Brasil, a EaD se consolida e é ins-taurada a partir da Lei nº 9.394/96 que oficializou na política nacio-nal a normatividade da modalida-de da educação a distância equi-valendo e validando para todos os níveis de ensino, dentre eles cursos de formação continuada oferecidos por instituições cre-denciadas pela União, que foi dis-ciplinada pela resolução nº 01, da câmara de Ensino superior (CES), do Conselho Nacional de Educa-ção (CNE), em 3 de abril de 2001 (BRASIL, 1996).

Nitidamente no Brasil, nas três últimas décadas, principalmente a partir das políticas para a Edu-cação em todos os níveis, houve e há um incentivo para os profis-sionais da Educação continuarem aprendendo sobre seu campo pro-

Prof.ª M.ª Carolina Cavalcanti BezerraGraduada em Comunicação Social (PUC-CAMPINAS/1997)Mestra em Educação (UNICAMP/2008)Especialista em Novas Tecnologias na Educação (UEPB/2010).Coordenadora Pedagógica na modalidade a distância (EaD) na UEPB desde 2008

[email protected]

Prof.ª Dr.ª Laércia Maria Bertulino de MedeirosLicenciada em Psicologia (UEPB/1991)Mestra em Ciências da Sociedade (UEPB/2002)Doutora em Ensino, História e Filosofia das Ciências (UFBA/2012).Professora Titular da UEPB

[email protected]

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fissional. Podemos considerar que a formação continuada passou a ser um caminho fundamental para o processo de construção de um novo perfil profissional de profes-sor.

No entender de Pimenta (1995, p. 14), a formação do docente não se esgota nos cursos de formação, pois um curso não é a práxis do futuro professor, ou seja, “um curso não é a prática docente, mas é a teoria sobre a prática docente e será mais formador à medida que as disciplinas todas tiverem como ponto de partida a realidade”. Diante disso, a formação conti-nuada baseia-se em um processo sucessivo do desenvolvimento profissional do professor perante uma interligação entre sua forma-ção inicial.

Nesse sentido, o Curso de Formação Continuada em “Fun-damentos da Educação: Práticas Pedagógicas Interdisciplinares”, parceria entre a Secretaria de Es-tado da Educação (SEE/PB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), teve como proposta ca-pacitar professores da rede esta-dual de educação da Paraíba. Para tanto, foram elaborados especial-mente nove módulos presenciais e na modalidade a distância vi-sando atender não somente um público específico, como também modernizar a discussão sobre a educação que temos e a que de-sejamos, aprimorando e compar-tilhando possibilidades de ressig-nificar o ensino, como também a construção de novas aprendiza-gens.

Dentre os nove módulos ofer-tados na especialização, quatro foram oferecidos na modalidade a

distância, tendo 40 horas de carga horária cada: Tecnologias Educa-cionais, Processos de Cidadania e Relações Sociais, Comunicação e Linguagens e Trabalho e Socieda-de.

Debruçamo-nos aqui sobre a experiência com o componente curricular “Tecnologias Educa-cionais” e seu percurso metodo-lógico, os desafios, algumas ob-servações pertinentes verificadas após seu encerramento decorren-tes da primeira experiência com a modalidade a distância por boa parte dos cursistas2.

O processo inicial de contato com a modalidade a distância se deu de forma intensiva pelos es-tudantes. Para tanto, utilizamos como plataforma virtual o moodle por poder ser adquirida de forma gratuita, inclusive pelos alunos da especialização3.

Metodologia

Tendo em vista que a pesquisa quantitativa “é aquela [...] onde é importante a coleta e a análise quantificada dos dados” inten-tamos conhecer as dificuldades

2Partindo dessa premissa, a primei-ra disciplina na modalidade teve caráter instrumentalizador, isto é, o estudante da especialização pode conhecer e/ou se aprimorar na mo-dalidade e nos conteúdos do módulo a partir do uso do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).3Vale ressaltar que o público da especialização é composto de pro-fessores da rede estadual de ensino que estando ou não em sala de aula poderão usar a ferramenta como recurso pedagógico.

e expectativas dos mesmos com a metodologia de aprendizado a partir da análise dos resultados alcançados com os resultados da aplicação de questionários, e “de cuja quantificação, resultados au-tomaticamente apareçam” (SAN-TOS, 2001, p. 30).

A disciplina a qual se refere este artigo teve início no dia 1º de abril de 2013 com proposta de cinco semanas de atividades entre leituras e exercícios práticos no AVA4. Para coleta de dados, foi aplicado presencialmente junto aos alunos do curso um questio-nário estruturado, contendo cinco perguntas com o objetivo de ve-rificar e avaliar o impacto da mo-dalidade a distância na atuação dos estudantes na especialização. O instrumento foi construído pela coordenação do curso e professo-res ministrantes da disciplina.

A análise de dados foi desen-volvida a partir da estatística des-critiva. A estatística descritiva é a área da Estatística que aplica técnicas capazes de descrever e sumarizar informações de uma amostra de dados. Para tanto, os dados foram codificados direta-mente nos questionários, digita-dos em planilha Excel a partir de variáveis das respostas em termos percentuais.

Num segundo momento, o mesmo componente curricular foi ofertado para a segunda turma que teve início em 10 de março de

4Dadas as dificuldades encontradas pelos cursistas para a prática na sala de aula virtual, algumas pror-rogações foram necessárias para a conclusão de um maior número de alunos nessa primeira experiência.

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2014, com pequenas modificações no seu planejamento feitas a par-tir de inferências da primeira ex-periência. Porém, os dados desse segundo momento não fazem par-te dos resultados e discussões ini-cialmente apontados nesse ensaio.

Resultados e Discussão

Após um mês de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) disponível aos estudantes foram tabulados alguns dados aos ques-tionamentos realizados para os 1.137 cursistas da primeira entra-da. Analisamos da seguinte forma os resultados dos questionários aplicados em todos os polos5:

A primeira pergunta quis saber sobre o primeiro acesso ao AVA tendo em vista problemas com in-ternet especialmente em algumas regiões mais distantes da capital do Estado. Apenas quatro alunos de Monteiro afirmaram ainda não terem acessado o AVA até aquela data.

Na sequência, quisemos saber se existiam dificuldades mesmo após o(s) primeiro(s) acesso(s). Do total de respostas 615 (54,1%) disseram que SIM e responderam que NÃO, 522 (45,9%) à pergunta “Caso tenha acessado, permanece com dificuldades?”. O resultado em si já era esperado sabendo-se que grande parte dos estudantes

5O curso foi realizado em 12 polos que representam as Regionais de Ensino do Estado, sendo os muni-cípios: Araruna, Campina Grande, Catolé do Rocha, Cuité, Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Monteiro, Patos, Princesa Isabel e Sousa.

estava pela primeira vez em con-tato com o ensino a distância, mas, vale ressaltar a expressividade dos resultados negativos nos dois maiores polos: Campina Grande com 40,1% e João Pessoa com 63,9% dos estudantes com dificul-dade na modalidade. O polo que apresentou o menor índice de di-ficuldades foi o de Monteiro com 4%, seguido do polo de Araruna, com 10% de dificuldade após o primeiro acesso.

Na subsequência questionou--se o motivo pelo qual o acesso ao ambiente virtual não era realiza-do, ou seja, “qual” ou “quais di-ficuldades” apresentaram-se como entrave para o acesso a modalida-de. Foram dadas quatro possibi-lidades para resposta e os alunos poderiam optar por mais de uma resposta.

Os dados apresentados apon-tam que, para todos os doze polos de atuação, a maior dificuldade apresentada para acesso à plata-forma virtual foi a “Falta de ha-bilidade”, seguido de problemas com a “Internet” (quantificado das respostas dada a opção Outros) e por fim, por não possuírem com-putador para realizar os estudos. Sobre a falta de interesse os resul-tados são inexpressíveis e corres-pondem as respostas dadas por um grupo de alunos que não aceitava a modalidade desde o início, pois o edital de convocação para a es-pecialização informava que as au-las seriam apenas presenciais.

Para os 12 polos os resultados assim se apresentaram: 58,3% apontaram a falta de habilidade, 25,9% apontaram outras razões, 25,8% responderam não ter com-putador, 7,9% responderam não

ter interesse na modalidade e ape-nas 1,9% marcaram a opção “não gostam” como razão da dificulda-de de acesso a plataforma de ensi-no em EaD.

Chamamos a atenção para o alto índice de respostas em todos os 12 polos apontando para a fal-ta de habilidade com a ferramenta (381) e o não acesso simplificado a internet (246). A título de curio-sidade, pouquíssimos são os estu-dantes que não têm computador (52).

Também foi questionado aos alunos se já haviam entrado em contato com a professora media-dora da disciplina de “Tecnologias Educacionais” e, apenas 34% dos alunos dos doze polos já tinham realizado o primeiro contato após pouco mais de um mês de início do primeiro componente em EaD.

Por fim, foi questionado como os mesmos realizavam seu aces-so, se sozinhos ou com a ajuda de alguém. Os números assim se apresentaram para aqueles que necessitavam de auxílio para en-trar no ambiente virtual de apren-dizagem e realizar suas ativida-des: Araruna 23,08%, Campina Grande 14,55%, Catolé do Rocha 16,33%, Cuité 14,23%, Guara-bira 14,68%, Itabaiana 18,75%, Itaporanga 14,02%, João Pessoa 26,88%, Monteiro 33,68%, Patos 26,04%, Princesa Isabel 14,24% e Sousa 12,63%6.

Ressalta-se a importância dos

6Como resposta ao questionamento “de quem viria esse auxílio?”, em sua grande maioria, os estudantes afirmaram ter ajuda de parentes, outros colegas e da professora/coor-denadora do módulo.

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resultados apresentados tendo em vista o porte da especialização e o número de pessoas envolvidas desde a concepção do projeto até as defesas de monografia ao final do curso.

Corroborando com os dados encontrados, Moore e Kears-ley (2010, p. 175) afirmam que “a maioria dos alunos adultos a distância se sente muito ansiosa quanto ao estudo, especialmente quando iniciam um novo curso”. Ainda mais quando sua maioria tem o primeiro contato com o ‘mundo virtual’ de uma hora para outra.

Conclusão

Esse ensaio teve como objeto de estudo analisar a experiência com a disciplina “Tecnologias Educacionais”, seu percurso e desafios, no Curso de Formação Continuada em “Fundamentos da Educação: Práticas Pedagógicas Interdisciplinares”, parceria entre a Secretaria de Estado da Educa-ção (SEE/PB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Os sujeitos da pesquisa foram 1.137 professores da rede estadual de ensino, distribuídos em doze polos que representam as Regio-nais de Ensino do Estado da Pa-raíba.

Apesar de um número expres-sivo de estudantes da primeira turma que não acessaram em ne-nhum momento a disciplina num primeiro contato com a modali-dade a distância e de algumas de-sistências durante o percurso, não entendemos como única e exclusi-vamente resultado do desinteresse na modalidade em si ou na inefi-

cácia da metodologia adotada pela disciplina em questão.

Verificamos no início do curso em Abril, que foram 1.946 estu-dantes matriculados no módulo de Tecnologias Educacionais, pri-meiro acesso à modalidade para grande parte dos alunos. Após um mês, os “não acessos” e/ou “desis-tências” contabilizavam 495 pes-soas (25,43%), resultado aceitável se apontarmos que “nas universi-dades públicas a taxa de evasão beira os 70% e, segundo o INEP, a evasão média nos cursos de graduação é de 58%” (MALUF, 2012, p. 2).

Como resultado, em um pri-meiro momento de levantamento de dados foram 1.349 aprova-dos, ou seja, 93% dos estudantes atuantes na modalidade concluí-ram suas atividades em T.E7.

Nesse sentido, a disciplina “Tecnologias Educacionais” con-tribuiu como experiência, e, so-bretudo como mediadora na inser-ção de uma nova modalidade de aprendizagem.

Outrossim, foi gratificante ve-rificar que o desafio requerido pela modalidade não só foi su-perado, mas também arrebanhou novos professores-pesquisadores para a área dentre os nossos alu-nos. Foram muitos os interessados em compartilhar o aprendizado que tiveram com a ferramenta du-

7Inicialmente esse resultado foi pro-visório, haja vista que muitos estu-dantes foram recuperando suas notas com atividades extras. E outros, ainda não estavam sendo considera-dos como desistentes, pois tiveram mais uma oportunidade de retornar ao Curso de Formação Continuada.

rante o curso e que concluíram a especialização com trabalho mo-nográfico sobre a temática tecno-logia(s) educacional(is).

Referências

BELLONI, M. L. Educação a Distância. 4.ed. Campinas: Auto-res Associados, 2006.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em 08 set. 2015.

MALUF, R. A evasão escolar e o ensino a distância. Observatório do Trabalho de Minas Gerais, julho de 2012. Disponível em < http://www.abed.org.br/media/textoevasao.pdf>. Acesso em 02 out. 2015. MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a Distância: uma vi-são integrada. São Paulo: Cenga-ge Learning, 2010.

PIMENTA, S. G. (coord.). O está-gio na formação de professores: unidade teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1995.

SANTOS, A. R. Metodologia Científica: a construção do co-nhecimento. 4.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

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O IV Workshop em Tecnologias na Formação de Professores (WorkTec) foi realizado nos dias 22, 23 e 24 de setembro, em Teresina,

e foi organizado pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) e pela Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia da Universidade Federal Ru-ral de Pernambuco (UFR-PE), em parceria com o Centro de Educação Aber-ta e a Distância da Univer-sidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI) e o Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual do Piauí (NEAD/UESPI).

No dia 23, o CEAD/UFPI e o NEAD/UESPI realizaram o Encontro de Coordenadores UAB e Agentes EaD, fechado, no au-ditório do Centro de Tecnologia, para discutir a EaD no Estado.

CEAD/UFPI Participa do IV WorkTec

Além de o Encontro de Coordenadores UAB e Agentes EaD, a Prof.ª Dr.ª Lívia Nery representou o CEAD/UFPI em uma mesa-redonda, no auditó-rio Maestrina Clóris, no IFPI Central, para discutir

Os Modelos de EaD em seus variados Contextos. A mesa foi mediada pela Dr.ª Márcia Karina da Silva Luiz.

Paralelo à mesa redon-da, a palestra: Midiatiza-ção das Práticas Educati-vas foi abordada pela Ma. Cleidinalva Oliveira e pelo Dr. Arnaldo Oliveira ambos do CEAD/UFPI.

Segundo o diretor do Centro de Educação Aber-ta e a Distância, Prof. Dr.

Gildásio Guedes, “a participação do CEAD no IV WorkTec serve para capacitar os professores que trabalham com as mais diversas formas de tecnolo-gia e para consolidar a EaD no Piauí”.

WorkTec

Coordenadores UAB; Prof. Dr. Paulo Lima (IFPI); Prof. Dr. Gildásio Guedes(CEAD/UFPI) durante abertura do WorkTec

Encontro de Coordenadores UaB e agentes EaD

Mesa-redonda mediada pela Dr.ª Márcia Karina da Silva Luiz

Palestra: Midiatização das Práticas Educativas foi abordada pela Ma. Cleidinalva Oliveira e pelo Dr. Arnaldo Oliveira

Por Indira do Vale

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A Universidade Federal do Piauí, por meio do Centro e Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI), recebeu, no dia 24 de setem-

bro, o prêmio Estadual de Direitos Humanos na cate-goria Ações e Experiências.

O Prêmio de Direitos Humanos, instituído em 1988, ocorre a cada dois anos com o objetivo de ho-menagear, de promover e de dar visibilidade às ins-tituições e às pessoas que, pelo compromisso, pela dedicação e pelo testemunho, destacam-se na cami-nhada de luta pela dignidade e pelo respeito aos di-reitos humanos no Brasil e no Mundo.

Existem três categorias de premiação: Personali-dades; Organizações; e Ações e experiências.

A categoria “Ações e Experiências” é destinada a valorizar ideias inovadoras de ação em Direitos Hu-manos, podendo ser desenvolvida em nível micro, mas com potencial de replicação.

As ideias inovadoras apresentam resultados so-ciais relevantes e aspectos metodológicos partici-pativos, eficientes, e capacidade de integração com parceiros.

O diretor do CEAD/UFPI, Prof. Dr. Gildásio Guedes Fernandes, durante sua palestra sobre os Dez anos de Educação a Distância no Piauí, no IV Worktec (Workshop em Tecnologias na Formação de Professores), recebeu das mãos do coordenador do Comitê Estadual de Educação e Direitos Huma-nos, Dr. Arnaldo Eugênio, o Prêmio de Direitos Hu-manos na categoria Ações e Experiências.

Para o Prof. Dr. Gildásio Guedes, “o prêmio re-presenta o reconhecimento a uma educação de qua-lidade ofertada nos mais extremos municípios do Piauí, que vem mudando a realidade educacional, econômica e social do interior do estado por meio do curso superior”.

CEAD/ UFPI recebe prêmio de Direitos Humanos

Capa

Dr. Arnaldo Eugênio entrega o prêmio ao Diretor do CEAD/UFPI

Por Indira do Vale

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A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino que tem como

suportes pedagógicos os meios virtuais tecnológicos e oferece um legado de possibilidades para quem quer estudar de forma au-tônoma, crítica e, acima de tudo, com qualidade.

A EaD surge para o fortaleci-mento do ensino, em decorrência da necessidade social de disse-minar a educação a todos aque-les que não têm ou não tiveram

oportunidade de acesso ao ensino superior e/ou que não têm dispo-nibilidade para participar de um curso na modalidade regular. Ela oferece vantagens, tais como: fle-xibilidade de tempo e horário de estudos, comodidade, praticidade etc; e desvantagens, como o con-tato pessoal e constante com pro-fessores e alunos que acontecerão raras vezes, por meio dos encon-tros presenciais.

No ensino a distância, uma fer-ramenta que será utilizada como recurso pedagógico é o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), um instrumento didático relevan-te, diria até essencial, num curso desse gênero, pois se apresenta como ambiente de característi-cas sociointerativas, por serem concebidas a partir das concep-ções pedagógicas mais abertas, flexíveis e construtivas, que re-fletirão no desenvolvimento da aprendizagem.

E, para aproveitar de forma efetiva o curso, o aluno deverá se planejar, organizando os seus ho-rários de estudo, uma vez que terá que cumprir prazos estabelecidos. Nesse sentido, terá que dispor de duas características consideradas relevantes para tal processo, que o ajudarão no desempenho du-

rante o curso: determinação e res-ponsabilidade.

Portanto, o objetivo deste en-saio é refletir sobre as novas tec-nologias aplicadas na área educa-cional na modalidade de ensino a distância, analisando a aplicabili-dade das novas mídias tecnológi-cas utilizadas em tal.

A utilização das tecnologias de informação e de comuni-cações (TICs) na Educação a Distância

O cenário educacional atual traz exigências para o ensino, em função da globalização, no senti-do de redimensionar ações capa-zes de atender toda a demanda. A tecnologia teve um avanço consi-derável nos últimos anos. Nesse sentido, as Tecnologias da Infor-mação e de Comunicações (TICs) trouxeram novos desafios para a atualidade, como, por exemplo, o aumento da produtividade e a criação de novas políticas educa-cionais e sociais. Elas são utiliza-das em vários ramos de atividade. E, na Educação a Distância, são essenciais, uma vez que estão entre os principais instrumentos didáticos utilizados em tal moda-lidade.

[email protected]

Educação a Distância e as novas mídias tecnológicas: um mundo de possibili-

dades, centrado na autonomia

Márcia Keilany Albuquerque MouraGraduada em Licenciatura Plena em Letras-Português (UESPI)Pós-graduada em Língua Portuguesa e Inglesa (FLATED)Graduanda em Língua Inglesa (UFPI) Tutora a Distância do IFPI - Polo Valença/PI

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21Revista Interação ● Edição 11

Nesse sentido, a incor-poração de novas tecnologias de comunicação possibilita o acesso aos ambientes virtuais de aprendi-zagem (AVA), que correspondem a softwares destinados a apoiar as atividades educacionais. Sil-va (2003) conceitua sala virtual como uma designação do am-biente virtual de aprendizagem. Na concepção de Alves (2009), trata-se de um ambiente online integrador, que possibilita maior interatividade entre os usuários com os conteúdos e as atividades disponibilizadas.

Assim, com a internet, a edu-cação a distância torna-se mais atrativa, dinâmica e interativa, em que é possível a interação entre professores e alunos, bem como entre alunos e alunos, facilitando, dessa forma, o processo de ensi-no-aprendizagem.

De acordo com Levy (1996), os ambientes virtuais oferecem inúmeras possibilidades para quem busca um ensino mais dinâ-mico, interativo, eficiente e com objetividade.

Logo, as TICs são ferra-mentas de aplicação essenciais, pois servem como elemento fa-cilitador nas maiores dificulda-des encontradas na Educação a Distância, além de ser uma forma atrativa e dinâmica de aprendiza-do.

Conclusão

Diante do estudo, podemos perceber que as perspectivas edu-cacionais voltadas para as diver-

sas aplicações da tecnologia da informação e da comunicação po-dem estar ligadas diretamente às práticas pedagógicas, oferecen-do uma aprendizagem aliada às experiências reais do educando, oportunizando o seu crescimento e desenvolvimento profissional na perspectiva da construção do conhecimento.

Assim, a Educação a Distância surge como uma possibilidade de autoaprendizagem do educando, cujo ensino é mediado por inter-médio das novas tecnologias de informação, que podem ser utili-zadas como um recurso de desen-volvimento educacional sistemá-tico e interacional.

Referências

ALVES, L. R. G. Um olhar peda-gógico das interfaces do Moodle. In: ALVES, L.; BARROS, D.; OKADA, A. (Org.) Moodle: Es-tratégias Pedagógicas e Estudos de Caso. 2009.

LEVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Ed. 34, 1996.

SILVA, M. Criar e professorar um curso online: relato de ex-periência. In: SILVA, M. (Org.). Educação online: teorias, práti-cas, legislação, formação corpo-rativa. São Paulo: Edições Loyo-la, 2003.

A Educação a Distância sur-ge como uma possibilidade de autoapren-

dizagem do educando, cujo ensino é media-do por intermé-

dio das novas tecnologias de

informação, que podem ser utili-zadas como um recurso de de-senvolvimento

educacional sis-temático e inte-

racional.

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22Revista Interação ● Edição 11

Desenvolvimento e História da EaD nos Estados Unidos

Em entrevista para a Revista Interação, Mike nos conta sua experiência com a Educação a Distância nos Estados Unidos e nos traz um comparativo em relação ao ensino piauiense.

Revista Interação – Professor, como se desenvolveu a Educação a Distância nos Estados Unidos?Stricklin – A Educação a Distância não é coisa nova. Nos Estados Unidos, começou no século XIX, nas universidades agrícolas rurais. Naquela época, as matérias eram distribuídas no papel usando correios. As provas eram enviadas aos alunos nas fazendas das zonas rurais e, depois, eles as mandavam de volta.Tudo isso foi feito como resultado de um grande movimento após a Guerra Civil Americana, em 1865. O Governo Federal, juntamente com os Estados, trabalharam unidos nessa política. A região que compreende os estados de Nebraska, Oklahoma, Texas,

Dakota do Sul, Dakota do Norte, Minnesota, Wisconsin, Illinois, Iowa, Missouri e outros é rica em qualidade de solo e em chuva e, naturalmente, espaço para o desenvolvimento da agricultura. Por meio desse movimento bem abrangente e planejado, que acompanhou a expansão das ferrovias, desenvolveu-se a região e a educação para a população.

RI – Conte-nos um pouco da sua trajetória na Educação a Distância.Stricklin – A Universidade de Nebraska, onde trabalhei, alugou um satélite em cima dos Estados Unidos que nos permitia mandar 16 aulas ao mesmo tempo, do Canadá até a Guatemala, mais ou menos. Eu e meus colegas de Comunicação Social ficamos pensando como poderíamos explorar essas novas tecnologias. Na região, havia muitas pessoas com grande vontade de estudar, mas com poucos recursos para abandonar a fazenda e ir para

cidade estudar. Pensamos: vamos usar a televisão para distribuir aula via satélite! E, paralelamente, usamos o telefone, por meio de ligações gratuitas pelo 0800, para os alunos nas fazendas e nas cidades pequenas participarem da aula. Lembro que o programa ao vivo começou em 1999. Foi uma novidade. Eu tinha alunos no Canadá, no Japão, na Malásia, na Dinamarca, na Noruega e nos Estados Unidos. O rapaz na Malásia assistia à aula no outro dia, devido ao fuso-horário, enquanto que a moça na Noruega assistia no dia anterior. Foi interessante esse encontro com várias regiões e culturas, mas ninguém era da América Latina ou da África porque nosso sinal não chegava abaixo da linha do Equador. Mas era terrível essa problemática de horários, então, gravamos todas as aulas e o aluno acompanharia de acordo com sua vontade e disponibilidade. A partir daí, fui eleito o vice-

Entrevista

Mike Stricklin

Graduado em Letras Inglês e Jornalismo pela Universidade de Baylor (1966),

mestre em Jornalismo pela Universidade da Califórnia (1971) e doutor em

Comunicação de Massa pela Universidade de Iowa (1977). O professor é

texano (EUA), mas desde janeiro de 2005 mora em Teresina com a esposa

Chere, onde atua como professor colaborador do Programa de Pós-

Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Piauí (PPGCom-

UFPI). Juntamente com o professor Dr. Gustavo Said, também do PPGCom,

conquistou o prêmio Donald Brenner Best Paper Award, conferido pela –

International Society for the Scientific Study of Subjectivity (ISSSS) –, pelo

melhor trabalho apresentado no congresso realizado por essa instituição no

ano de 2013, em Amsterdã.

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presidente da Faculdade de Pós-Graduação da Universidade, porque eu tinha essa experiência na Educação a Distância e o pró-reitor de pós-graduação tinha uma grande vontade de explorar os vários cursos.Na UFPI, fui chamado também devido essas experiências. O pró-reitor de extensão naquela época, Dr. Noé Fortes, visitou nosso Campus e viu nossas facilidades e ficou encantado, pois um território tão grande como o Piauí poderia desenvolver grandes oportunidades para novos alunos, principalmente rurais e distantes.

RI – Qual a sua visão sobre a educação no Piauí?Stricklin – Dei aula sobre Educação a Distância para tutores da Universidade Aberta aqui em Teresina e percebi uma química dentro da aula igual aquela que eu sentia há mais de 20 anos em Nebraska. O coração do curso foi

discutir como o aluno de Educação a Distância poderia explorar as informações, especialmente pela internet. Somente depois, quando uma aluna começou a falar das dificuldades de usar a internet que eu percebi que estava falando somente na teoria. Moro em Teresina há 10 anos. Pelo meu computador tenho acesso a quase todas as bibliotecas do mundo, toda burocracia do governo americano e brasileiro, enfim, todas as riquezas da internet. Mas muitos alunos das cidades pequenas e dos interiores não têm acesso à internet de qualidade e a essas bibliotecas e buscas. Aqui, faço não uma reclamação, mas uma oração para que todos os Polos no Piauí tenham as capacidades iguais àqueles que tinham em Nebraska 25 anos atrás. É preciso investir. Teresina não é remota, nós temos as ligações tecnológicas para “matar” a distância e isso é fundamental na Educação a Distância. Eu sei que existem jovens nessas cidades procurando oportunidades e que têm capacidade de fazer muito mais.

RI – O senhor acredita que as novas mídias e tecnologias contribuem realmente com o desenvolvimento da educação?Stricklin – Sim. As tecnologias auxiliam muito aos alunos. O problema é que o aluno não sabe o que é que ele não sabe. Nesse momento, entra o professor para orientar e o aluno segue em frente

em busca de suas finalidades. Esse é o resultado do processo de educação, não é o processo de decorar. O papel do professor é de orientar, e o do aluno, aprender. Nesses 31 anos dando aula, a maioria dos alunos nunca pensava nessa questão: o que é que eu quero saber? Muitos estão como bezerros procurando a mãe com a expectativa de que ela vá salvar o filhote. Muitos alunos não têm ideia de onde estão e para onde vão.

RI – Qual mensagem gostaria de deixar para os alunos dos cursos de Educação a Distância?Stricklin – Na minha experiência com alunos de Educação a Distância, não existe nível de capacidade mais alto. O aluno de EaD está fazendo o programa por quê? Para melhorar a vida dele/dela. As capacidades, às vezes, são muito maiores do que as oportunidades. Então, a Universidade Aberta, por exemplo, oferece oportunidades para um foco, um alvo, desse pessoal. Eu agradeço sempre, em minha carreira, na oportunidade de trabalhar com alunos, claro, com capacidade, mas a coisa mais importante, com determinação moral: Eu vou me educar! Meu papel como professor é ajudá-lo, orientá-lo, dizer: cuidado aqui... Acompanhar este movimento valoriza minha vida muito mais do que a compensação monetária.

Professor Dr. Gustavo Said e professor Dr. Mike Stricklin

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Contextualização e Mobilização: etapas introdutórias no processo de recepção e aprendizagem na Educação a Distância:

interação de sujeitos em suportes de mídia

Cláudia Leão de Carvalho Costa1

Graduada em Direito e Letras (UNIFEMM/2005)Especialista em Direito Civil e Processual Civil (Fadipa/2009) Especialista em Direito Mat. e Processual Trabalho (CNP/2011)Especialista em Docência para Educação Profissional (SENAC)Mestranda em Educação Tecnológica (CEFET Minas)

Orientadora de Curso do SENAC Minas

A aprendizagem a distância exige um grau de empe-nho maior do aluno no

sentido de dedicação e de disci-plina mais eficientes. A instituição educadora também se torna sujei-to no desafio de interação inicial do aluno. Faz-se necessário que seja traçado um caminho para o

desenvolvimento desse processo de aprendizagem, de forma siste-matizada, desde o início do cur-so, com desenho de situações de aprendizagens que conduzam o aluno a atingir o objetivo de de-senvolver as competências educa-cionais da aprendizagem a distân-cia na área educacional à qual se propõe a estudar.

Para tanto, a aprendizagem a distância deve utilizar metodo-logia de aprendizagem como es-tratégia para condução da aqui-sição do saber. O primeiro passo metodológico para se conseguir a adaptação do educando a apren-dizagem a distância seria a con-textualização e a mobilização do conhecimento. E, para se adaptar, contextualizar o educando que inicia o processo de educação a distância, deve-se pensar inicial-mente em retirá-lo da condição de expectador passivo, estabelecen-do entre ele e a plataforma maior interação, além de despertar o in-teresse, a reciprocidade e a parti-cipação com atividades próximas de sua realidade.

A contextualização deve pro-vocar no educando visualização geral da área, a dimensão do co-nhecimento específico que se está propondo no âmbito de sua vida pessoal, social e cultural, mobili-zando as competências cognitivas já adquiridas. Contextualizar se-

ria criar uma ponte entre a teoria e a prática, ou seja, essa seria a fun-ção da atividade de aprendizagem mobilizada do aprendizado.

O aluno não inicia a aprendiza-gem escolar partindo do zero, mas com uma bagagem formada por conceitos já adquiridos esponta-neamente, em geral carregados de afetos e de valores por resultarem de experiências pessoais. Ao lon-go do desenvolvimento, deve-se aprender a abstrair (observar o que já se conhece, avaliar) e a ge-neralizar, ou seja, criar enuncia-dos gerais desses conhecimentos apreendidos para envolver o alu-no no processo de aprendizagem despertando e valorizando esse conhecimento.

Um exemplo dessa contextua-lização: em um curso de Comuni-cação, Publicidade e Propaganda, em que o educando deve estabele-cer um diagnóstico do seu conhe-cimento na área, um contato com material de comunicação que ele já tenha observado, como recebeu esse material, se houve uma efi-caz transmissão da mensagem do material, quem veiculou a infor-mação, onde veiculou e quando. Assim, a contextualização deve evocar aprendizagem significa-tiva ao longo da transposição di-dática e que mobilize o aluno a estabelecer entre ele e o objeto intimidade, interação e relação de

1Sob orientação do Professor Dr. TOMASI, Antônio de Pádua Nunes – CEFET Minas

[email protected]

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proximidade para melhor com-preensão dos objetivos do estudo. As dimensões de vida, os pontos de contato ou os contextos de conhecimentos prévios já adqui-ridos devem ser já mapeados de início para a aprendizagem seja facilitada.

Um segundo passo seria criar situações de aprendizagem foca-das nas atividades dos participan-tes do curso. A partir do diagnós-tico dos conhecimentos de cada participante, elaborar situações como fóruns, seminários, chats para socializar as interações, as habilidades, os conhecimentos de cada um dos alunos.

Em sequência, um terceiro passo seria apresentar ativida-des propostas que garantam que as competências em desenvolvi-mento sejam mobilizadas, reque-ridas, exercitadas e avaliadas. Um exemplo bom para desenvolver a competência de escrever, é criar situações de aprendizagem em que os participantes sejam solici-tados a escrever, a refletir sobre a escrita e a modificá-la.

Conforme José Antônio Küller (2008, p. 2):

Neste passo, Contextualiza-ção e Mobilização, o partici-pante do curso compreende a essência e a importância da situação de aprendizagem e a situa no conjunto de suas aprendizagens anteriores e no seu itinerário formativo. Na contextualização, referências e articulações com situações concretas de vida e trabalho são realizadas e a importân-cia da competência a ser de-senvolvida é explicitada. Na mobilização são utilizado recursos tais como: dinâmi-

cas, apresentações, músicas, poesias, vídeos, cenas de fil-me, representações artística-se teatrais, que mobilizem os participantes... O aquecimento pode ser específico,quando é diretamente relacionado com a competência que vai ser de-senvolvida, ou inespecífico, quando objetiva apenas des-pertar a atenção ou provocar, no estudante, o estado de espí-rito favorável ao aprendizado.

Os suportes de mídia se in-serem, então, como plataformas eficazes no passo metodológico de contextualização e de mobili-zação por trazerem o caráter de recursos que tornam a aprendiza-gem mais significativa e associam as experiências em contextos que podem colaborar com o aprendi-zado.

Emerenciano, Souza e Freitas (2001, p. 11) explicitam a impor-tância de um projeto responsável de educação a distância:

[...] a tutoria na educação a distância é marcada pelo tra-balho de estruturar os com-ponentes de estudo, orientar, estimular e provocar o partici-pante a construir o seu próprio saber, partindo do princípio de que não há resposta feita, a cada um compete “criar” um pronunciamento marcadamen-te pessoal.

As instituições de educação a distância comprometidas com a responsabilidade de formar cida-dãos melhores visam o conheci-mento acessível a todos pela pro-moção da inclusão educacional e social de maneira sistemática e intencional por meio do processo de contextualizar e de mobilizar

saberes, englobando de modo in-dissociável o educando e o edu-cador.

Assim, esse envolvimento de mobilização dos saberes contex-tualizados com as vivências do aluno está diretamente interligado com o processo de aproximação e de aproveitamento das compe-tências já desenvolvidas em prol da interação social comunicati-va, princípio basilar na educação a distância. Essa interação como princípio educativo deve estar presente, de forma pró-ativa, na parceria entre professores e alu-nos.

E, ainda, mobilização dos alu-nos no sentido de construir sig-nificados para os conhecimentos para que se sintam motivados a trocar suas experiências, registrar suas descobertas e compartilhar impressões e experiências com toda a turma, tornando-se parti-cipantes ativos na dinâmica da aprendizagem, protagonistas em seus processos de formação.

Referências

M. S. J. Emerenciano, C. A. L. de Souza e L. G. de Freitas. Ser Presença como Educador, Profes-sor e Tutor. Colabora, Curitiba, v.1, n.1 - p. 4-11, agosto 2001. Disponível em http://www.ricesu.com.br/colabora/n1/artigos/n_1/id02.pdf

KÜLLER, J. A. Como trab-alhar metodologias na educação profissional. Blog Germinal – Educação e Trabalho, jul.2008. Disponível em: http://www.senac.br/media/6613/artigo1.pdf-Consulta em: 20 Agosto. 2015.

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Com o objetivo de desen-volver um Ensino Supe-rior de qualidade e, assim,

contribuir para o desenvolvimen-to sócio, econômico e cultural da sociedade piauiense, a Universi-dade Federal do Piauí (UFPI) tem avançado a passos largos para o melhor desempenho dos serviços prestados à comunidade. Inaugu-rada em 1971, a Instituição pos-sui comunidade acadêmica de cerca de 47.000 pessoas, distri-buídas em cinco câmpus por todo o Estado.

Ao longo dos últimos dois anos, a UFPI concluiu 15 obras, entre reformas e construções. Dentre as mais importantes, des-tacam-se a ampliação e a reforma dos Restaurantes Universitários de Bom Jesus e Teresina, a cons-trução de novas salas de aula no Colégio Técnico do Centro de Ciências Agrárias (CCA) e refor-mas no estacionamento do Centro de Ciências da Educação (CCE).

Somente este ano, já foram empenhados R$ 24.765.381,30 milhões em obras. Atualmente, a Instituição apresenta 25 obras em andamento que, juntas, totalizam o montante de R$54.291.096,32

milhões. A pista de atletismo; as construções das Faculdades de Medicina, em Parnaíba e em Pi-cos; o Departamento de Biofísica e Fisiologia; e o Núcleo de Pes-quisa em Computação formam as principais obras em andamento nos diversos câmpus.

Segundo o Reitor da UFPI, Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes, é importante frisar que,

apesar das dificuldades finan-ceiras que o país enfrenta, do contingenciamento de recursos de capital que também atingiu o orçamento das universidades federais, a UFPI está conseguin-do dar continuidade a todas as obras e reformas iniciadas e tem a garantia da conclusão de todas elas. “Nesta área próxima à Rei-toria, por exemplo, temos quatro

UFPImantém cronograma de

execução de obras

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IReitor, Vice-Reitora e representantes da PREUNI visitam obras na UFPI

Por Coordenadoria de Comunicação Social UFPI

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obras importantes que estão em andamento: a primeira etapa do LIB, o Departamento de Biofí-sica e Fisiologia, o Departamen-to de Morfologia e o Núcleo de Pesquisa em Computação. São obras de grande porte, que juntas, somam R$16.000.000,00 milhões de reais. É importante destacar esse valor, porque nós estamos em um ano difícil, todos nós te-mos conhecimento das dificul-dades financeiras que o país está passando, consequentemente, os repasses para a Universidade es-tão reduzidos, mas, mesmo assim com um esforço muito grande de todos que fazem a Administração Superior, estamos conseguindo manter o andamento e com a ga-rantia da conclusão de todas essas obras”, afirmou.

Para o Prefeito Universitário, Pedro José Gomes Rodrigues, a

Administração Superior da UFPI tem se empenhado na intenção de garantir os recursos necessários a serem investidos, cumprindo, assim, o cronograma de todas as suas obras. “O Reitor sempre tem se empenhado em nos ajudar, dando suporte, sempre quando precisamos, principalmente, em relação aos recursos. Sabemos que hoje a situação financeira do país não é fácil, mas com relação a pagamentos, estamos em dia com os nossos empreiteiros para que as nossas obras não paralisem. A UFPI tem 25 contratos, em Tere-sina, Picos, Parnaíba, Bom Jesus e Floriano, e não temos nenhuma obra parada por falta de pagamen-to, todas as obras estão em anda-mento cumprindo o cronograma previsto de entrega”, destacou.

O cumprimento de prazos e a excelência do serviço estão entre

os principais objetivos da Coor-denadoria de Obras da PREUNI. “Apesar de o momento externo influenciar internamente, a UFPI, em particular, com relação à situa-ção dos seus contratos de obras, está regular, pois nós não temos atrasos significativos, não temos problemas de ordem técnica, en-tão, assim, de maneira geral, os contratos das obras estão andando de forma regular. A grande maio-ria tem previsão para conclusão no final deste ano e meados de 2016, cumprindo-se o crono-grama, que é a grande meta da Coordenação de Obras: fazer com que todos os contratos cumpram o prazo, garantindo a excelência dos serviços oferecidos à comuni-dade acadêmica”, frisou o Coor-denador de Obras da PREUNI, Marcos Vinicius Nunes Sampaio.

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Obras UFPI

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A tecnologia da Informa-ção e Comunicação, jun-tamente com as mídias

interativas vem dando um novo sentido à Educação a Distância, no que diz respeito às possibilida-des da realização de um curso no exterior, Com a EaD, as opções atuais se expandem para além das fronteiras do Brasil. Pesquisas realizadas mostram que brasilei-ros podem assistir aulas de forma virtual em países como Estados Unidos, Canadá, Espanha, Reino Unido e França, obtendo, dessa forma, título de graduação, pós--graduação, mestrado ou douto-rado, facilitando trocas sociais e culturais. [1]

A mediação da aprendizagem em Ambientes Virtuais, auxiliada pela Tecnologia da Informação e Comunicação, representa o ponto central do presente trabalho, ou seja, a especificidade do proces-

A tecnologia da informação superando as barreiras de espaço e de tempo

so da EaD online como método que visa, primordialmente, à su-peração de barreiras de espaço e de tempo, num desafio de superar horas de viagem de avião, gastos e o não abandono da terra natal para estudar nas melhores univer-sidades estrangeiras. [2]

Apesar de a EaD no Brasil ain-da estar em fase de desenvolvi-mento, a modalidade no exterior já adquiriu maturidade. As prin-cipais universidades do mundo, bem como as instituições de en-sino a distância, incluíram em sua grade curricular opções de cursos a distância nas mais variadas áreas de conhecimento e nos diversos níveis de ensino. Há oportuni-dade inclusive para estrangeiros. Podemos citar umas das opções para os brasileiros interessados em estudar nos Estados Unidos pelo sistema da EaD, a American World University. Essa institui-

ção oferece para os brasileiros 76 cursos de graduação, mestrado, doutorado. Nesses cursos, segun-do o presidente da divisão latino--americana, Gilberto Fontes, os programas da instituição respei-tam o sistema de ensino america-no, no entanto, são adaptados aos brasileiros. Os cursos são traduzi-dos para o Português e podem ser realizados 100% a distância, sem que o estudante tenha que ir aos Estados Unidos. [3]

Desenvolvimento

A mediação pedagógica na EaD é entendida por educadores como um processo de produção de conhecimento que envolve suportes mediadores e tecnoló-gicos, auxiliada por interfaces interativas como e-mails, chats, fóruns e videoconferências. Tais ferramentas permitem mediatizar

Márcia Danielly de Araújo FerreiraGraduada em Letras - Português/Francês (UFPI/2015)Professora da Escola Santa Clara

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Swéle Rachel da SilvaGraduada em Física (UFPI/2014)

Especializanda em Ensino de Física (UFPI)Professora da Escola Santa Clara e Projeto Mais

Educação - MEC

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a comunicação entre emissor-re-ceptor e efetivar trocas sociais. [4]

Os novos paradigmas educa-cionais da EaD conduzem à uma prática educativa que anuncia uma cibercultura e elege a comu-nicação, o diálogo, a colaboração como aspectos importantes de estratégias pedagógicas e iguali-tárias para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem. [5] [6]

Dessa maneira, o cenário da EaD, possibilita que pessoas si-tuadas em espaço e tempo diferen-tes possam construir e melhorar sua formação estimulando o exer-cício cognitivo, adquirindo novos conhecimentos com a orientação de outros professores, partindo da interação entre diferentes países.

Entretanto, na era da informa-ção e em tempos de comunicação digital, o ato de obter uma forma-ção acadêmica vem sendo modi-ficada e facilitada pela a Educa-ção a Distância, permitindo novas formas de explorar o saber, crian-do oportunidades para que todos sejam incluídos nessa nova pers-pectiva, e eficaz forma de apren-dizagem que circunda o século XXI. Dessa forma, a Educação a distância vem ganhando um espa-ço promissor.

Conclusão

As possibilidades que a EaD pode propiciar são: a flexibili-zação de espaço e de tempo; o acesso a um grande número de in-formações; a possibilidade de co-municação em tempo real; a troca de experiências entre pessoas que vivem em espaços físicos dife-renciados e distantes; a chance de

uma inclusão educacional, social e digital; a construção do conhe-cimento de maneira partilhada; e o protagonismo dos participantes do processo de ensino-aprendiza-gem. [6]

É notório que há necessidade de abertura de espírito, envolvi-mento, responsabilidade, organi-zação, pesquisa e, principalmen-te, criticidade para saber optar pela melhor e mais adequada ma-neira de ensinar e de aprender, de-pendendo do contexto em que nos situamos.

Podemos constatar que a EaD é também possibilitadora de so-nhos, a partir do momento em que se deseja fazer um curso fora do Brasil. Oportunizando, para tanto, a obtenção de uma graduação, es-pecialização, mestrado ou douto-rado em universidades conceitua-das tendo como modo facilitador a tecnologia. [7]

Referências

[1] LUIS, B. Blog. Faculdade a distância no exterior. Existe EaD em outros países? Disponí-vel em: <http://www.luis.blog.br/faculdade-a-distancia-no-exte-rior-existe-ead-em-outros-paises.aspx>. Acesso em: 9 set. 2015.

[2] ABED. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Dis-tância. A aprendizagem media-da por TIC: interação e cogni-ção em perspectiva. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2012/artigo_07_v112012.pdf>.Acesso em: 9 set. 2015.

[3] MACEDO, N. Revista Ciên-

cias da Informação. Interfaces digitais na educação: alucina-ções consentidas. São Paulo: Escola do Futuro da USP, 2007. Disponível em: <http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/959>. Acesso em: 7 ago. 2015.

[4] LÉVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999. Dispo-nível em: <http://www.unifai.edu.br/upload/aula/Cibercultura--Pierre-Levy%20.pdf>. Acesso em: 8 set. 2015.

[5] KENSKI, V. M. Tecnologias e Ensino Presencial e a Distân-cia. Campinas: Papirus, 2003. Disponível em: <http://www.umcpos.com.br/centraldoaluno/arquivos/10_02_2014_164/tec-nologias_e_esnsino.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2015.

[6] SEAD. Secretária de Edu-cação a Distância. Educação a Distância: Fenômeno Global. Disponível em: <http://ead.uepb.edu.br/noticias,270>. Acesso em: 9 set. 2015.

[7] LOPES, M. C. L. P. Forma-ção Tecnológica: um fenômeno em foco. Série-Estudos: Perió-dicos do Mestrado em Educação da UCDB, n. 19, p. 127-136, jan./jun. 2005. Disponível em: <http://www.serie-estudos.ucdb.br/in-dex.php/serie-estudos/article/view/452>. Acesso em: 7 ago. 2015.

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No dia 3 de agosto, no Polo de Simões, foi realizada uma reunião com os representantes de empresas instaladoras do Complexo Eólico Chapada do Piauí - Contour Global, Queiroz Galvão, Casa dos Ventos e Geoconsult-PI, com o intuito de elaborar um projeto para a instalação de cursos técnicos, visando a formação de mão de obra que atenda as necessidades dessas empresas.

Simões

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Giro nos Polos

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Em 27 de junho, foi realizado a III Feira das Tradições Culturais dos Países de Língua Inglesa - From London to New York City, organizado pelo Curso de Letras Inglês. A III Feira das Tradições apresentou à co-munidade peças teatrais, danças, músicas e comidas típicas.

Gilbués

No dia 17 de outubro, aconteceu o I Seminário da Especialização de Alfabetização e Letramento. Os alunos se reuniram para discutir a ques-tão da inclusão digital e os processos de aquisição da escrita por meio da leitura. O seminário foi mediado pelas professores-tutores Jecicleide de Sousa Silva e Paiva Dias.

Campo Maior

FlorianoEntre os dias 14 e 17 de setembro, a coordenadora do Polo da UaB-

-Floriano, professora Dr.ª Maria Francinete Damasceno, participou do VIII Colóquio da Associação Francofone Internacional de Pesquisa Científica em Educação (AFIRSE) Secção Brasileira, promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em Natal – RN, quando coordenou o Ateliê “Educação e Tecnologia da Informação e da Comunicação” e apresentou os trabalhos “Educação a Distância em sua relação com a ação docente presencial” e “O fazer da Educação a Distância e a autonomia do docente em formação”. No evento, a pro-fessora apresentou aspectos da prática pedagógica da EaD da UFPI na formação do docente, a partir dos sentidos atribuídos pelos docentes em formação nessa modalidade.

No dia 21 de março, alunos do curso de Bacharelado em Adminis-tração realizaram visita técnica à Fazenda Chapada Grande, localizada no município de Regeneração, em atividade da disciplina Gestão Am-biental.

Simplício Mendes

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DICAS DE LIVROS

Ética Profissional - Antônio Lopes de Sá

O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota – Olavo de Carvalho

Web 2.0 e Redes Sociais na Educação – João Mattar

Em O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota, estão compilados 20 anos de trabalho jornalístico do professor Olavo de Car-valho. Sistematicamente organizada e repleta de inúmeras notas explicativas, esta edição, reali-zada por Felipe Moura Brasil, tem a virtude de oferecer um corpo bem organizado, procurando introduzir o leitor no universo filosófico de Ola-vo de Carvalho.

O título pode parecer ofensivo a um olhar de-satento, mas se trata de um convite para que as pessoas saiam de seu mundo fechado e subam ao encontro da realidade. Como explica o próprio Olavo, “em grego, idios quer dizer ‘o mesmo’.

Idiotes, de onde veio o nos-so termo ‘idiota’, é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo, que julga tudo pela sua própria pequenez”. As 615 páginas desta ótima edi-ção são apenas a superfície do pensamento de Olavo de Car-valho. Vale a pena conferir! pessoa em constante busca de seu aperfeiçoamento pessoal.

João Mattar é doutor em Letras pela Universidade de São Paulo e pós-doutor pela Universidade de Stanford, Califórnia. É autor de diversos artigos e livros, dentre eles Web 2.0 e Redes Sociais na Educação. Neste livro, o autor faz um resgate das teorias pedagógicas clássicas com o objetivo de avaliar suas contribuições para a compreensão das novas formas de aprendizagem.

A obra traça um relato, carregado de reflexão, sobre a utilização das tecnologias da Web 2.0 como ferramenta educacional, levando-nos a fazer reflexões como: as plataformas específicas de ensino e aprendizagem são mesmo tão necessárias diante da expansão das redes sociais e toda sua interatividade? Quais são as dificuldades no uso das tecnologias da Web 2.0 e das redes sociais como ferramentas pedagógicas? Há uma ferramenta ou uma rede social mais adequada, ou deve-se pensar no uso conjunto de todas?

Seguindo a atual tendência das ciências, de se embasarem não só na lógica, mas também na metafísica, o livro estuda a consciência ética e o dever ético sempre com base em filósofos clássicos e modernos – significativos no que diz respeito à ética profissional na sociedade.

Antônio Lopes de Sá foi doutor em Ciências Contábeis pela Universidade do Brasil, doutor em Letras, H. C., pela Samuel Benjamin Thomas University, de Londres -Inglaterra. Administrador, economista, professor universitário e escritor com 183 livros publicados no Brasil e no exterior, com aproximadamente 10 milhões de exemplares vendidos e mais de 13.000 artigos, possui diversos prêmios internacionais de mérito e de literatura científica.

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CRÔNICA

O professor-tutor no ato de ensinar com uso das tecnologiasArnaldo Oliveira Souza Júnior1

1 Doutor em Ciência da Comunica-ção – processos midiáticos, profes-sor do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI). E-mail: [email protected]

Em uma das viagens para ministrar a disciplina His-tória da Educação – jun-

tamente com os professores –, iniciamos conversas sobre os de-safios do ato de ensinar na EaD. Conversamos muitas vezes sobre o papel do professor-tutor e, de forma consensual, refletimos que

o ato de ensinar não era mais uma prerrogativa limitada à função do professor, pois, em face ao desen-volvimento de novos aplicativos, dispositivos de interação, propor-cionados pela internet via seus buscadores – o Google e outros –, os dispositivos tecnológicos da internet têm assumido o papel de ensinar, mesmo considerando que atrás de cada aparato tecnológico (vídeo, texto, áudio etc) há diver-sas pessoas envolvidas como pro-dutores desses.

Esqueço a quantidade de vezes

que recorri ao buscador Google e aos repositórios de vídeos para acessar informações acerca de como otimizar minhas apresen-tações no PowerPoint; de acessar conceitos sobre educação, ou sa-ber como devo colocar uma linha de multifilamento em uma carreti-lha (molinete). Sempre há um ví-deo ou um tutorial para dar conta dessas necessidades. Esses exem-plos mostram como a internet e seus dispositivos têm proporcio-nado o ato ensinar! E nós, profes-sores? Qual seria a nossa tarefa?

Ser ou não ser professor

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Revista Interação ● Edição 1134

Ser professor-tutor como aquele que ensina ou será que há outra função do professor?

O ser professor-tutor, como ato de ensinar, especificamente como transmissor de informações, não tem dado conta da complexida-de da perspectiva da educação, se considerar as novas possibili-dades de informação e de conhe-cimento disponibilizados pela internet atualmente (mostramos com exemplos de que o Google tem assumido esse papel). Creio que o desafio do professor-tutor é provocar, ajudar o aluno a pensar por si mesmo. A sua função é ofer-tar – com sua experiência de vida acadêmica e cotidiana – possibili-dades e estratégias para que os alu-nos possam: buscar informações, refletir, dialogar, produzir e socia-lizar conhecimentos. Para que isso ocorra, é necessário que ele possa ser consciente de seu papel social, de estar aberto às novas expecta-tivas tecnológicas, de ser sujeito autônomo, de conhecer e aplicar os saberes necessários à prática educativa e de ser aprendiz cons-tante2. É na condição de sujeito que o professor-tutor deixa de ser um mero executor de atividades, para tornar-se capaz de proporcio-nar mediações e provocações. De fato, o professor, como um sujei-to provocador, por meio de uma pergunta simples pode despertar e mobilizar a curiosidade de alunos para pesquisa em livros, materiais

2 Sobre função de autônoma de pro-fessores e alunos, sugiro o livro de FREIRE, Paulo. Pedagogia da auto-nomia.: saberes necessários a práti-ca educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996.

didáticos, bibliotecas presenciais ou digitais (com intuito de bus-car respostas às perguntas). Ou-tra função, do ser professor-tutor, é ensejar discussões e reflexões, junto aos alunos, sobre as temáti-cas e os conhecimentos; seja por meio de encontros presenciais ou da plataforma, das redes sociais, dos blogs e de outros dispositivos.

Creio que não é função do pro-fessor-tutor tutoriar... tomar conta de alguém! A função de ser pro-fessor-tutor é muito mais comple-xa, pois abrange vários cenários: ministrar aulas, ofertar estratégias para que os alunos possam buscar informações, possibilitar constru-ção de conhecimentos, estar dis-ponível para oferecer apoio peda-gógico, técnico, tecnológico etc.

Ser professor-tutor na Educa-ção a Distância é ter plena cons-ciência de que seu papel vai além de “ser um mero executor” daquilo que os coordenadores de discipli-

na definem como planejamento e estratégia para o desenvolvimento do curso. É ter o papel – dentro do cenário pedagógico –, de aju-dar ao aluno, em seu processo de aprendizagem: criar fóruns de dis-cussão, listas, páginas Web (redes sociais, blogs) e outros dispositi-vos. Além disso, elaborar pergun-tas e estratégias pedagógicas vi-sando a aprendizagem dos alunos; criar aplicações pedagógicas para que possam participar e socializar respostas de seus colegas. O pro-fessor-tutor deve, além dos recur-sos disponibilizados pelo curso, procurar conhecer e oportunizar vídeos, animações, jogos, arqui-vos de áudio e outros dispositivos midiáticos que a internet oferece. Ainda assim, deverá orientar os alunos no processo pedagógico. Isso é função natural de ser pro-fessor-tutor. Ser professor-tutor é ser professor!

Creio que o desafio do professor-tutor

é provocar, ajudar o aluno a pensar por si

mesmo.

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