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PARA QUEM SABE VIVER SONIA AGITA A CASA REVISTA CYRELA • ANO I • N O 3 IDÉIAS DE FERNANDA MARQUES E SIDNEY QUINTELA ANTONIO BERNARDO CHINA DE NAVIO COM UM DISCURSO FORA DO PADRÃO, NOSSA BELA ESTRELA INTERNACIONAL SURPREENDE... GASTRONOMIA SOCIAL

Revista Cyrela #03

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Revista da Construtora Cyrela

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Page 1: Revista Cyrela #03

P A R A Q U E M S A B E V I V E R

SONIA AGITA A CASA

REVISTA CYRELA • ANO I • N O 3

REVISTA CYRELA• AN

O I • NO

3 . DISTRIBUIÇÃO GRATU

ITA

IDÉIAS DE FERNANDA MARQUES E SIDNEY QUINTELA

ANTONIO

BERNARDO

CHINA

DE NAVIO

COM UM DISCURSO FORA DO PADRÃO, NOSSA BELA ESTRELA INTERNACIONAL SURPREENDE...

GASTRONOMIA

SOCIAL

capasonia1 9/15/06 12:42 PM Page 3

Page 2: Revista Cyrela #03

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Page 3: Revista Cyrela #03

Mariella LazarettiDiretora Responsável

[email protected]

Rua Andrade Fernandes, 297 CEP 05449-050 - São Paulo-SP

Tel/Fax.: (11) 3023-5509E-mail: [email protected]

Projeto Editorial: 4 Capas Editora

É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realtycom distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400100 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000

www.cyrela.com.br

R E D A Ç Ã OEditor: Sergio [email protected]

Repórter: Rosane Aubin - [email protected]ção de Arte: Fábio Santos e Nina Franco

Assistente de Arte: Eduardo Galdieri

Colaboraram nesta edição:T E X T O

Alice Carta, Janaina Medeiros, Marta Barbosa,Ricardo Castilho, Ricardo Gallupo, Silvia Lakatos

F O T O SJoseti Capusso, Marcos Corazza, Murillo Meirelles,Priscila Prade, Roberto Valverde, Rogério Voltan

P R O D U Ç Ã OLuana Prade (moda)

R E V I S Ã OPaulo Roberto Pompêo

Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457

P U B L I C I D A D EDiretores

Doron M. [email protected] Schnyder

[email protected]

ContatosAuxi AraújoGisele Ávila

Estela BrussoloSadako Sigematu

Silvia SantosAssistente

Patrícia Teodoro

P R O D U Ç Ã O G R Á F I C ADoron Central e Compras Gráficas

I M P R E S S Ã OProl Gráfica

A revista Cyrela é uma publicação distribuída exclusivamente pela CyrelaBrazil Realty.Dúvidas, críticas e sugestões pelo email:

[email protected]

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nosartigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não

estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirarqualquer tipo de material sem prévia autorização emitida

pela redação ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citadosnesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

Aterceira edição da revista Cyrela chega às suas mãos com o sabor de vitória da equi-

pe de jornalistas e profissionais que a fazem.Em muito pouco tempo ganhamos os

aplausos de um público altamente qualificado.Isto,em se tratando de uma revista

com um nome empresarial na capa,não é fácil.Mais fácil seria produzir uma folheto vende-

dor mascarado de revista,que acolhesse amontoados de matérias semi prontas sobre cons-

trução,design e desfiasse auto elogios.Mas não é este o objetivo da revista Cyrela.Os assuntos,

os personagens,os roteiros de viagem,os objetos - cada item que preenche uma página de

nossa revista deve passar por um crivo de qualidade editorial.Afinal temos uma marca pode-

rosa a zelar – Cyrela,e mais precioso ainda,temos um público leitor crítico a cativar.Para que

uma revista seja confiável,lida,apreciada e aguardada deve oferecer algo de interesse.Não

necessariamente do interesse de construtores,mas do público que lê – médicos,profissio-

nais liberais,banqueiros,executivos,artistas...Pessoas que vivem e trabalham em um Cyrela.

Daí nós a produzirmos dentro das altas exigências que regem o jornalismo.Com pro-

fissionais que vieram da grande imprensa e prezam o bom gosto e a inteligência.A esco-

lha de assuntos,o desenvolvimento dos temas,a imparcialidade,o tratamento dos entre-

vistados,a seleção de fotos,os títulos,as legendas – tudo respeita uma série de regras que

visam um único interesse final: seduzir o leitor.Ou seja,queremos que você,definido co-

mo uma pessoa exigente,que lê inúmeras outras publicações nacionais e internacionais,

que está conectado com o mundo e tem pouco tempo para si,pare aqui nesta bela revis-

ta um instante.Estas páginas devem merecer seu precioso tempo.E para isto esprememos

os miolos para lhe oferecer boas idéias,beleza em fotos e páginas,assuntos nobres,atua-

lidade cultural,oferta de diversão e de serviços.

Procuramos destacar na capa personagens consagradas que acrescentem algo novo à

imagem que fazemos delas.Assim é com Sonia Braga,assim é com Antonio Bernardo,nes-

ta edição.Queremos ver nosso leitor divagar e sorrir.Uma viagem à China,por exemplo,

considerado o país do momento, tornou-se tema desta edição.E asseguramos: vale a pe-

na atravessar o mundo para ver suas transformações de perto.Também procuramos trazer

textos feitos por gente consagrada no mundo das letras como o escritor Ricardo Galuppo

que neste número publica sua segunda história familiar,nos dividindo entre os risos e as

lágrimas.Ou as dicas da experiente Alice Carta,que expõe as boas maneiras à sua moda

– com um jeito muito sincero de ser.

Nós queremos que você tenha ciúme do seu exemplar...mas que goste de recomen-

dá-lo a amigos.

Tratar você como leitor exigente que é,fará com que a marca Cyrela seja lembrada co-

mo a propiciadora de tudo isto em sua casa e escritório.É nisto que acreditamos.

Boa leitura.

MARIELLA LAZARETTI

Para falar com a redação escreva para [email protected]. Será um prazer publicar sua opinião.

Cartadoeditor

CyrelaLEITORES EXIGENTES,REVISTA INTELIGENTE

carta 9/15/06 5:21 PM Page 4

Page 4: Revista Cyrela #03

ORNARE E CYRELA

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Page 5: Revista Cyrela #03

Sumário8 | Grande Estilo |OS SAPATINHOS DE CRISTAL SWAROVSKY, CRUZEIROS QUE FOGEM DO ÓBVIO

E A ARTE DA DUPLA PAULISTANA OSGEMEOS

16 | Muitos Mimos |A CADEIRA DE BALANÇO DE NIEMEYER, MÓVEIS COM LINHAS

CUBISTAS E UM SOFÁ QUE MUDA DE TAMANHO

32 | Tecnopop |SOM, IMAGEM, REFRIGERAÇÃO: O QUE HÁ DE NOVO PARA O LAR

34 | Ponto de Fuga |É HORA DE VISITAR A CHINA, PAÍS QUE ABRE AS PORTAS

PARA O TURISMO, A DIVERSÃO E O CONSUMO

| Saladeestar |SONIA BRAGA VOLTA AO BRASIL, FALA

SOBRE TRABALHO, CONQUISTAS, AMORES... ECONTINUA QUEBRANDO CONVENÇÕES

| R E V I S T A C Y R E L A • A N O I • N O 3 |

20

sumario 9/15/06 12:45 PM Page 2

Page 6: Revista Cyrela #03

C O L U N I S T A S

50 | Espaço e Idéias |A SALA DE VISITAS DE SIDNEY QUINTELA E A CASA

MULTIFUNCIONAL DE FERNANDA MARQUES

60 | Closet |PREPARE-SE PARA NAVEGAR: A MODA NAVY É TENDÊNCIA NO VERÃO

70 | Eu Prefiro |A CANTORA E COMPOSITORA FERNANDA PORTO FAZ UM GIRO PELA SÃO PAULO QUE AMA

72 | Esboços |OS TRAÇOS IMPREVISÍVEIS DO JOALHEIRO ANTONIO BERNARDO

80 | Garfo e Taça |OS BISTRÔS MAIS CHARMOSOS DE SAMPA E OS SABORES DA TAILÂNDIA

84 | Social Já |PROGRAMAS PROFISSIONALIZANTES REVELAM NOVOS TALENTOS

NO MUNDO DA GASTRONOMIA E DA HOTELARIA

90 | GiraGira |A FESTA DE LANÇAMENTO DO CONDOMÍNIO RESERVA JARDIM

92 | Caravela |TODA A OBRA DE MARIA BETHÂNIA EM CD, O LADO OCULTO DE CLARICE LISPECTOR E AS

JÓIAS DE RAINHA DE CLEMENTINA DUARTE

104 | Cyrela |JARDIM AVELINO, CAMPO BELO E IPIRANGA: O MELHOR DESTES BAIRROS

TRANQÜILOS, ARBORIZADOS E ENCANTADORES

102 • PONTO DE VISTA . HÁBITOS MAL EDUCADOS: COMO EVITÁ-LOS, POR ALICE CARTA

114 • PONTO FINAL . SOBRE HOMENS, CACHORROS E SAPOS, POR RICARDO GALUPPO

sumario 9/15/06 12:45 PM Page 3

Page 7: Revista Cyrela #03

08 09 C Y R E L A

GrandeestiloLUXOS , COMPORTAMENTO E ARTE | POR ROSANE AUB IN

grandestilo3 9/14/06 7:08 PM Page 8

Page 8: Revista Cyrela #03

Não existe nada mais ultrapassado do que a antiga Cinderela,mas um bom sapatinho

enfeitado com cristais continua fazendo a cabeça das mulheres no século XXI.Prova

disso é o sucesso da exposição que a indústria austríaca Swarovski exibiu durante a Fran-

cal,em São Paulo,e em breve aterrissará em Londres e Paris.A convite da empresa,designers

do mundo inteiro criaram peças enfeitadas com os coloridos e famosos cristais,calçados

capazes de tirar qualquer princesa do sério.O brasileiro Fernando Pires,por exemplo,apli-

cou pedrinhas num sapato de saltos altíssimos,sua marca registrada.Costança Basto criou

uma peça digna do pezinho de qualquer princesa,com um desenho que abraça o tornoze-

lo com graça e colorido.A ambientação da mostra é um atrativo à parte:as criações foram

separadas de forma a representar tentações.As que lembram a vaidade são exibidas sobre

chapéus do britânico Philip Tracy.Na seção que ilustra a gula,os sapatos aparecem dispos-

tos dentro dos pratos sobre uma mesa elegantemente posta.Na tentação do poder,botas fa-

zem as vezes das pernas de uma cadeira estilo Louis XVI.A luxúria é representada por per-

nas de manequins e a liberdade por uma gaiola dourada.E agora o que interessa:algum des-

ses modelos vai chegar ao mercado? A criação da mineira Luiza Barcelos com certeza.“Al-

guns clientes viram o sapato na exposição e pediram”,adianta ela,que deverá entregar o pri-

meiro lote de calçados finamente bordados com cristais Swarovski já em outubro.

Representação da luxúria:delicadeza insinuante

Criações de Jorge Bischoff,Studio TMLS,Vanessa Noel e Rene Caovilla, da esquerda para a direitaSAPATOS

DE CRISTALD

ES

IG

N

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Page 9: Revista Cyrela #03

Grandeestilo

A tela Pescadores de Ilusões (abaixo) e os muraisda exposição O Peixe Que Comia Estrelas Cadentes:

cultura popular, universo urbano e atmosfera onírica

LUXOS , COMPORTAMENTO E ARTE

EX

PO

SI Ç

ÃO

10 11 C Y R E L A

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Page 10: Revista Cyrela #03

DAS RUAS PARA ASGRANDES GALERIAS

Eles começaram pintando os muros do Cambuci, na zona sul da cida-

de,onde nasceram e cresceram.Agora,vinte anos depois,as telas dos

gêmeos, os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, são vendidas em galerias

por preços que rivalizam com os de obras de conceituados artistas.No pe-

ríodo que separa a época em que os dois eram contínuos de um banco e

sua primeira exposição numa galeria de arte,eles fizeram mui-

tas obras em áreas abertas e exibiram seu trabalho nos Estados

Unidos,na Europa e no Japão. Recentemente, realizaram uma

exposição de sucesso na Galeria Fortes Vilaça,Vila Madalena.A

mostra, intitulada O Peixe Que Comia Estrelas Cadentes, trans-

formou a fachada da galeria,pintada com um grande rosto ama-

relo com olhos separados,marca registrada da dupla.No andar

térreo, uma grande instalação com bonecos que se moviam e

som de caixinhas de música teve como cenário pinturas em es-

tilo mural nas paredes. As telas, à venda por U$ 19 mil, podem

indicar um bom investimento.Mas só no futuro será possível sa-

ber se a trajetória dos irmãos Pandolfo seguirá a mesma trilha

de outros artistas que começaram nas ruas,como Jean Michel

Basquiat, morto em 1988, que teve uma obra leiloada na So-

theby’s por € 800 mil recentemente.

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Page 11: Revista Cyrela #03

Àbeira do rio Richelieu,na província canadense do Quebec,a possibilidade de

tomar um verdadeiro banho de tratamentos estéticos não exclui os prazeres

da boa cozinha. Essa é a principal atração do hotel Les Trois Tilleuls, situado na

cidade de St-Marc-Sur-Richelieu, a menos de 50 quilômetros de Montreal.Além de

poder deliciar-se com as inventivas criações do chef Jean-François Méthod, os vis-

itantes contam com o seleto time de terapeutas do spa Givenchy,especializados em

técnicas rejuvenescedoras,massagens especiais,hidratação e relaxamento.Entre as

opções,destacam-se as sessões de massagem com essência de Ylang-Ylang ou com

pedras aquecidas trazidas de cânions americanos, e os famosos tratamentos de

beleza suíços.Tudo num cenário que mistura com harmonia tradição e modernidade:

a antiga casa de fazenda que abriga o hotel se localiza a poucos passos das mod-

ernas suítes do spa, construídas com base na mais moderna arquitetura.

HO

TE

L/

SP

A

O hotel Les Trois Tilleuls e o spa Givenchy

NO CORAÇÃO DO QUEBEC

12 C Y R E L A

Instalações do hotel Les Trois Tilleuls:conforto no inverno e no verão

Quarto e piscinado spa Givenchy;vista aérea dohotel, à beira dorio Richelieu

GrandeestiloLUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

grandestilo3 9/14/06 7:14 PM Page 12

Page 12: Revista Cyrela #03

A Artigiano produziu os armarios de alguns dos belissimos apartamentosdecorados CYRELA. O primeiro foi o Mandarim, depois o Dakota, seguidopelo Atmosfera, HLI, Çiragan, VivaiMoema, Vereda Paraíso, Vereda Ipiranga,Ventana, Beladdock, Gran Life Bosque da Saúde, Paulistânia,Walk Vila Nova e The Colony.

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Page 13: Revista Cyrela #03

GrandeestiloLUXOS , COMPORTAMENTO E ARTE

1 | Rotas do Alasca 2 | Vistas do Continente gelado do Sul

3 | O Cruceros Australis: tesouros doJapão 4 | Passeios na Antártida

5 | A exclusivo Portofino, na Itália, está nosroteiros da Silversea

6 | Vinhos com o auxílio luxuoso de enólogos

TU

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MARES POUCO NAVEGADOSCansou-se de navegar pelo litoral brasileiro, fazendo o popular roteiro Rio–Bue-

nos Aires–Montevidéu? Ou de fazer o island-hopping pelos mares gregos? As li-

nhas internacionais de cruzeiros superam a monotonia de roteiros batidos e con-

vencionais.Feitos para agradar aos viajantes que buscam emoção e paisagens pou-

co exploradas, passeios exóticos podem ser encontrados em quase todas as gran-

des companhias.Quem quiser visitar recantos inusitados do Alasca sem sofrer com

as intempéries do clima, por exemplo, poderá fazer a viagem a bordo do iate Ab-

sinthe,que acomoda até 12 pessoas a partir de U$ 42 mil ao dia.Os tesouros da cul-

tura nipônica são uma das atrações dos navios Cruise West — um de seus trajetos

vai de Kobe a Niigata, passando por castelos do século XVII, ruínas de templos de

mais de 2 mil anos,palácios e jardins.As vistas geladas do extremo sul do continen-

te americano podem ser apreciadas a partir dos decks e janelas das embarcações

do Cruceros Australis, que também contam com botes infláveis para a explora-

ção de lugares como a baía de Ainsworth.No roteiro,visitas a colônias de ele-

fantes-marinhos,pingüins,glaciares e a passagem pelo Cabo Horn,o encon-

tro dos oceanos Pacífico e Atlântico.As linhas Silversea e Crystal Cru-

isers também são especializadas em passeios temáticos.Entre os

preferidos,estão os dedicados ao cinema e ao teatro,com pas-

sagens por Edimburgo e Invergordon (Escócia), Tórsh-

van/Faroe Islands (Dinamarca),Reykjavik (Islândia) e

Nuuk (Groenlândia);e os focados em vinhos e cu-

linária,que contam com o luxo de ter enólogos

e chefs de cozinha consagrados a bordo.

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Firstar Representações: (11) 3253-7203 ou [email protected] • Píer 1: (11) 3078-2474 ou www.pier1.com.brInterpoint: (11) 3087-0094 ou www.interpoint.com.br • Vivere: (11) 3124-7100 ou www.vivere.com.br

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Page 15: Revista Cyrela #03

MUITOSMIMOS

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PEÇAS CHE IAS DE EST ILO

BLUE VELVETA elegância das linhas clássicas e a comodidade juntam-se na

versão em veludo azul da poltrona Trevo, criada pelo francês

Pierre Paulin. Com pés em aço inox, concha em acrílico e

estofamento, é feita para puros momentos de ócio criativo.

Largura: 82 cm. Profundidade: 82 cm. Altura: 65 cm.

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CRISTAL SEM LIMITESAs criações do designer israelense Ron Arad já ganharam vários

prêmios e foram expostas em renomados museus pelo mundo.

O porta-CDs Onda Rádio, em cristal curvo canelado e pés em metal, faz

parte de uma série de peças no mesmo material, todas dignas de ocupar

um lugar de destaque nas melhores decorações.

Profundidade: 26 cm. Largura: 40 cm. Altura: 155 cm

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Page 16: Revista Cyrela #03

A cadeira Marì, desenhada por Luigi Baroli para a grife italiana Baleri, é um exemplo

de que é possível levar em conta a ergonomia sem cometer atentados contra o senso

estético. Confortável, ela tem braços e espaldar dobráveis, e é feita em alumínio

com revestimento em tecido. Profundidade: 56 cm. Largura: 52 cm. Altura: 82 cm.

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CENÁRIOFUTURISTA

Mesmo quem procura manter a vaidade em níveis toleráveis não vai resistir

ao aparador Hayden, com tampo em espelho e acabamento em aço inox

polido. Comprimento: 200 cm. Largura: 60 cm. Altura: 74,5 cm.

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Criada por Marcus Ferreira, vencedor de vários prêmios nacionais e internacionais em

concurso de design de móveis, a mesa de jantar Onda tem base em madeira e tampo

de vidro pintado. Comprimento: 230 cm. Profundidade: 120 cm. Altura: 75 cm.

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COMO UMA ONDA

TENTAÇÃOPARA NARCISO

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Page 17: Revista Cyrela #03

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MUITOSMIMOS

PEÇAS CHE IAS DE EST ILO

SURPRESA!A Flipt, criada por Jeff Miller para a marca italianaBaleri, reúne as principais características do trabalhodo designer: uma boa idéia, tecnologia avançada elinhas simples e elegantes. Aberta, é uma chaiselongue. Fechada, uma poltrona. Na versão maisrelaxante, ela não guarda nenhuma marca dadobradura, graças à inclinação. Em couro preto eareia, tem estrutura cromada. Comprimento (aberta):314 cm. Largura: 75 cm. Altura: 22 cm.

P R E Ç O S O B C O N S U L T ATEL.: (11) 3068-0377 | WWW.FIRMACASA.COM.BR

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Page 18: Revista Cyrela #03

CONFORTO AOS PEDAÇOSO sofá Shadow, revestido em couro, pode ter a medida pessoal do seu bem-estar. O dono pode montar a peça

com o número de módulos e pufes que quiser. Medidas do módulo: 95 cm largura por 95 cm de profundidade.

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À MODA CUBISTASe o pintor Pablo Picasso tivesse desenhado móveis em sua fase cubista,

muito provavelmente eles lembrariam um pouco as linhas traçadas pelaarquiteta Juliana Llussa. A mesa de jantar Billar é uma amostra do

consistente trabalho da designer, que usa madeira maciça e técnicas deencaixe: suas peças de linhas retas e harmônicas não têm parafusos nem

pregos. Comprimento: 360 cm. Largura: 145 cm. Altura: 73 cm.

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NINGUÉM DIZA luminária de piso Arco, criada em 1962 pelos irmãosCastiglioni, é uma prova de que o design, quando é bom,não envelhece. Feita em alumínio, aço inox e mármore, temum arco telescópico de longo alcance, para iluminaçãodescendente. Largura: 200 cm. Altura 250 cm.

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BALANÇO MODERNISTAA chaise Niemeyer, do arquiteto Oscar e de Ana Maria Niemeyer, é um dosclássicos do mobiliário brasileiro. Com estrutura em madeira multilaminada,pintura laqueada e assento em palhinha natural, renova a antiga cadeira debalanço. Comprimento: 175 cm. Largura: 60 cm. Altura: 81 cm.

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Page 19: Revista Cyrela #03

20 21 C Y R E L A

Saladeestar

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Page 20: Revista Cyrela #03

P O R J A N A I N A M E D E I R O S | F O T O M U R I L L O M E I R E L L E S

ara entender Sonia Braga é preciso livrar-se de preconceitos.É difícil conceber,

por exemplo,porque uma estrela no auge da carreira larga tudo para o alto pa-

ra fazer trabalhos esporádicos nos Estados Unidos.Ou a razão da demora de

vinte anos para retornar às novelas brasileiras,depois de incessantes convites.Mais ain-

da,porque nunca quis se prender a marido ou filhos.Mas nem arrependimento ou so-

lidão fazem parte de seu vocabulário. Tudo isso faz muito sentido se pensarmos com as

duas palavras que a movem:liberdade e curiosidade.Foi isso que a fez ir tão longe.

Como ela mesma diz, sua vida daria um folhetim. Nascida em Maringá (Paraná)

em 1950, foi criada em São Paulo com seis irmãos, perdeu o pai aos 8 anos e tro-

cou colégio particular Notre Dame pela escola pública.Sua família foi morar num

apartamento em cima de uma padaria,negócio de onde tirava seu sustento.Aos 15,

Sonia, teve de parar os estudos para trabalhar. Era praticamente improvável que a

menina magricela,muito branca e com 1,60 metro fosse se tornar um furacão que

mexeria com a libido masculina por décadas.

Mas Sonia estava na hora certa, no local certo e, quando se deu conta, já domi-

nava a TV brasileira.Por causa da eterna Gabriela,que encarnou na novela de Wal-

ter George Durst, em 1975, virou musa do escritor Jorge Amado, a quem conside-

rava um pai.Teve ex-amantes famosos e cobiçados,entre eles Caetano Veloso (que

compôs para ela Tigresa) e Clint Eastwood (que a dirigiu em Rookie).Hoje ela se

limita a falar apenas dos seus dois relacionamentos mais longos: com o ator e di-

P

AS

FELINAgarras

DA

Excêntrica,ativista,chique e bicho-grilo.Musa de Caetano,ex deRedford,Sonia Braga volta ao lar rindo das formalidades e de si

mesma: “Tigresa,eu? Sou um macaquinho...”

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Page 21: Revista Cyrela #03

22 23 C Y R E L A

Saladeestar

retor americano Robert Redford,que durou três anos,e com o músico americano

Mark Lambert, com quem viveu por quatro.

Durante os vinte anos em que morou nos Estados Unidos, não colecionou só

amores. Foi indicada ao Globo de Ouro por O Beijo da Mulher Aranha (1985) e

Amazônia em Chamas (1994),e é uma das poucas brasileiras a fazer parte dos qua-

se 6 mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que votam

para o Oscar.Principalmente,continuou a conquistar o que sabe melhor: grandes

amigos. Entre eles o ator Chris Noth (o Mr. Big de Sex and The City), responsável

por sua badalada participação no seriado americano.

Sonia Braga é autêntica e gosta mesmo é de gente. E foi saudade da gente da-

qui que a trouxe de volta ao Brasil. Cidadã americana desde 2001, quando re-

paginou o visual com uma lipoaspiração e um lifting facial assinados por Ivo

Pitanguy, este ano ela recebeu o convite do autor Manoel Carlos para interpre-

tar a artista plástica Tonia Werneck na novela Páginas da Vida, da Globo. Depois

de quase trinta anos do sucesso de Dancin’Days,de Gilberto Braga,é o seu gran-

de retorno ao horário nobre brasileiro.Trocou seu apartamento em Nova York –

quase ao lado do Marco Zero, onde existiam as torres gêmeas do World Trade

Center – por uma casa em Niterói (RJ). Mas tem feito sua base na zona sul do

Rio, onde alugou um apartamento no Alto Leblon e tem ido diariamente prati-

car aulas de tai chi chuan no Jardim Botânico.Foi lá,cercada pelo que mais gos-

ta – verde e gente – que a nova Sonia nos falou sobre sensualidade, vaidade,

amores, desbunde, carreira e vida. Muita vida.

O tai chi chuan ajuda a domar a tigresa dentro de você?Não.A tigresa existe,sempre existiu.Olha,todo mundo acha que eu sou uma tigresa,mas

eu sou um macaquinho! (risos)

Essa prática ajuda você a se autoconhecer?Quando se fala de autoconhecimento parece que vai dar sono,né? (risos) O tai chi chu-

an é uma arte interna de grande vitalidade,vem de uma concentração de poder interno

que explode numa potência incrível.É mais uma interação sua com todo o universo.

Em Nova York você também tinha bastante contato com a natureza?Eu andava pelo rio Hudson,7 ou 8 quilômetros por dia.E não era só em Nova York.Eu ia

para Utah,que é um estado perto do Novo México.Sabe aquelas montanhas de filme de

caubói? Bem aquilo.Eu ficava lá às vezes dois meses,fazia escaladas.

Como você foi parar em Utah?Foi por causa do Robert (Redford). Ele é o dono do Sundance Resort lá.Tem uma

montanha onde, no verão, você pode

fazer caminhadas,no inverno você es-

quia.Quando eu era amiga dele,a gen-

te nem namorava ainda,ele me levou

para as caminhadas.

A amizade com oRobert Redford continua?Os meus amigos são os meus amigos,on-

de eles estejam.As pessoas permanecem

nos seus lugares.Se eu não tenho nenhu-

ma formação acadêmica para a vida,não

é nenhuma formalidade humana que vai

me conduzir também,certo? Isso de “vo-

cê vai perder os seus amigos se você não

encontrá-los todos os dias” também é

uma forma de aprisionamento.

Não se deixar aprisionar foi um dos mo-tivos por não ter tido marido e filhos?Foi.E nunca me arrependi.

Nos primeiros anos nos Estados Uni-dos você nunca sentiu solidão?O que é solidão? Solidão é mais um

aprisionamento.Se você me pergun-

ta se eu sou feliz, respondo:“Sou mui-

to feliz”. Só que você entende a feli-

cidade de uma maneira e eu de ou-

tra.O ser humano está fazendo sem-

pre análise para entender. Não para

se entender,mas para decodificar as

palavras do mundo.

Você já fez análise?Fiz algumas vezes e gostei muito.Aqui,

em Nova York e em Los Angeles.Foi mais

por curiosidade.Sempre tive muita curi-

osidade também por medicina alterna-

tiva.Às vezes você está com muita coisa

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Page 22: Revista Cyrela #03

pesada na cabeça e só precisa se equili-

brar fisicamente para que internamente

isso possa fluir.Olha,pode ser até vodu:

se me faz bem,eu faço!

Você é muito curiosa, talvez por isso aescola não a atraía tanto quanto a vida?O Brasil não é um país de pessoas de

dom, mas de oportunidades.Acho um

absurdo que ainda se diga que dinheiro

não traz felicidade.Não tenho uma for-

mação acadêmica porque a minha mãe

não tinha dinheiro.Se tivesse,eu teria con-

tinuado no colégio pago,teria feito facul-

dade e sabe Deus o que eu teria sido.Só

que o destino não foi esse.

O que você fez depois que largou a escola?Fazia os orçamentos de um bufê de um

primo meu.Depois trabalhei na Compa-

nhia de Entrepostos e Armazéns Gerais

do Estado de São Paulo (Ceagesp) e num

escritório de arquitetura.Nesse tempo,co-

nheci muita gente porque no bufê tinha

desfiles,eu conhecia cabeleireiros e pes-

soas das revistas de moda.Aí fiz fotos e

fui modelo de comercial.Minha primei-

ra vez na TV foi ao vivo,no programa Jar-

dim Encantado,do Vicente Sesso,que é o

pai do Marcos Paulo.Eu trabalhava com

o Marcos Paulo, nós dois tínhamos 15

anos.Fazia tudo que pintava,aproveitava

as oportunidades.Dom eu não sei se te-

nho,se tive ou se terei.

Aos 17 você foi morar numa comuni-dade hippie. Como foi a experiência?A festa nunca terminava,eu ia a festas

todas as noites. Foi a época do des-

bunde. Eu estava desbundando, mas

Não ligo para críticas efofocas. O que tira meusono é a miséria na África!

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Page 23: Revista Cyrela #03

24 C Y R E L A

Saladeestar

estava feliz, morando com pessoas mais velhas e de nível intelectual fantástico. Eu

aprendia muito, era uma escola avançada. Mas nada que nenhum outro adolescen-

te não tenha feito em nenhuma outra escola.

Você já tinha ansiedade de ganhar o mundo?Olha,desde os 9 anos eu me lembro de estar sentada sozinha no fundo da padaria da mi-

nha família,tinha um balancinho que o meu avô colocou.Eu ficava horas sentada ali,pen-

sando,lia os livros que o meu pai tinha deixado,o Tesouro da Juventude,poemas árabes...

Poemas árabes aos 9 anos?É,era o que tinha ali para ler.Na primeira parte dessa novela,nas Páginas da Minha Vida,

a minha mãe estudava piano e era uma dona-de-casa da classe média indo para a alta,ti-

nha livros lindos de pintura,às vezes pintava.Aí o papai morreu e veio a segunda fase da

novela.Fomos morar em cima da padaria,todo mundo trabalhando,carregando lenha.

Fazendo um salto no tempo, nesta novela Páginas da Minha Vida, é verdade que,durante seu período nos Estados Unidos, você continuava recebendo convites masnão voltava ao Brasil por causa do salário?Por muitas vezes me ofereceram menos do que eu ganhava antes.Diziam que eu

estava fora da realidade. Aí eu falava:“Gente, só pode ser uma realidade parale-

la!”Vamos supor que uma emissora, nos anos 80, ganhasse 100 por uma inserção

comercial e hoje ganha 1.000.Por que um salário que custava 100 hoje custa 10?

Era isso que eu não podia admitir!

E você gerou inimizades ou antipatia por causa disso?Da minha parte, nunca! Amigos, amigos; negócios à parte. Disse para eles que

não ia fazer, muitas vezes também porque eram papéis que eu não quis ou por-

que achei que não estava pronta.

Você se sentia muito cobrada de voltarpara o Brasil ou de ganhar um Oscar?Eu mesma me cobro.Quero ganhar um

Oscar.Acho que seria bacana,por que não?

O que determinou sua mudança paraos Estados Unidos?Aconteceu O Beijo da Mulher-Aranha,

fui para os Estados Unidos para pro-

mover o filme. Eu estava contratada

para fazer Eu Sei que Vou te Amar do

(Arnaldo) Jabor, aqui no Brasil.Só que

o Jabor desistiu de fazer comigo e eu

estava demitida. Sempre quis apren-

der uma outra língua, então decidi fi-

car nos Estados Unidos. Eu nunca fui

para Hollywood, fui para a escola

aprender inglês! (risos)

Uma atitude ousada em pleno augeprofissional, não?Na realidade,acho que fui egoísta.Eu

queria aprender inglês e esse foi meu

objetivo. Mas nunca na minha cabe-

ça eu estaria trabalhando lá. Sempre

a minha idéia era que eu estaria

aprendendo inglês até aparecer um

novo projeto no Brasil.

Mas você acabou se envolvendomais do que imaginava, não é? Nes-ses vinte anos você lutou pelos di-reitos dos latinos nos Estados Uni-dos e até ajudou a fundar a Natio-nal Hispanic Foundation for theArts. Fale sobre isso.A fundação foi criada em 1997 por

Jimmy Smits,Esai Morales,Felix San-

chez e por mim. Ela dá bolsas de es-

tudo para latinos se formarem em ar-

Se eu morasse em Los Angeles,talvez eu fosse mais amiga dosjardineiros do que das estrelas

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Page 24: Revista Cyrela #03

SOFÁSSOFÁSSOFÁS

Page 25: Revista Cyrela #03

tes.Quanto mais latinos se formarem

nos Estados Unidos, mais latinos vo-

cê vai ter no business e mais roteiros

vão ser escritos para latinos.Aumen-

ta a indústria. Os hispânicos são ho-

je a maior minoria dos Estados Uni-

dos. E é a minoria que mais gasta di-

nheiro em entretenimento.Fomos ao

Congresso Americano exigir da in-

dústria que se abrisse mais campo

para os latinos.Dessa maneira é que

eu acho que vamos ganhar mercado,

através de mais leis.

Você enfrentou alguma dificuldade financeira nos Estados Unidos?Não,nunca parei de trabalhar.Desde que aconteceu de eu ficar lá,comecei a namo-

rar e fui trabalhando.Nunca conseguia voltar ao Brasil porque eu trabalhava muito.

Mas era uma média de quê? Dois trabalhos por ano?Às vezes três, às vezes mais, às vezes menos.

Era suficiente para viver?Nossa, muito mais do que se estivesse aqui fazendo novela o ano inteiro.

Morar em Nova York te afastou de um grupo de amigos mais ligado à indústria do cinema?Se morasse em Los Angeles talvez eu fosse mais amiga dos jardineiros do que das es-

trelas.(risos) Em Nova York nunca parou de ter trabalho.E Nova York é mais chique,né?

Uma première em Nova York é chiquíssima.Em termos de cultura,então,nem se fala!

Saladeestar

Em cena da novela Páginas da Vida, atuando com Ana Paula Arósio

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Page 27: Revista Cyrela #03

Você teve algum choque cultural nessa volta ao Brasil?Eu não sou culta,então nunca tenho choque cultural! Quem é cul-

to é quem tem choque cultural.Não sou culta,gosto de gente.E vo-

cê encontra em todos os lugares as mesmas pessoas com as mes-

mas roupas.Em todos os lugares do mundo você tem pessoas lin-

das e pessoas horrorosas.

Ter se permitido engordar e envelhecer incomodou muita gente?Incomodou,por exemplo,o Ocimar Versolato,que fez o figurino Ti-

eta do Agreste (filme de Cacá Diegues estrelado por Sonia em 1996).

Ele foi a Nova York e me disse:“Sonia,vou fazer um pedido.Você ema-

grece uns 6 ou 7 quilos?”. E eu falei:“Claro, porque é para fazer um

trabalho”. Em três meses, emagreci exatamente o que

ele quis. Ele queria 66 centímetros de cintura. Deu cer-

to.Sou muito disciplinada.

Mas você não é tão vaidosa no dia-a-dia, né?Depende.Sou muito vaidosa em relação à minha saúde,

mas como é que vai refletir na minha aparência não im-

porta tanto.Profissionalmente,sou muito vaidosa.

E a opção de fazer plástica foi para ficar em pazcom o espelho?Foi para não brigar com o Pitanguy (risos).Eu só que-

ria fazer as pálpebras,a pele estava crescendo e me atrapalhando.

Fui procurar o Pitanguy e ele disse:“Sonia,queria te deixar com o

rosto descansado”.Se eu não respeitar o Pitanguy,quem mais tem

títulos nessa área? Aí pensei:“Poxa,se ele puder me devolver algu-

mas horas de sono, por que não?”

Ele te devolveu também os convites para papéis mais sensuais?Uma coisa vem com a outra.Segundo os cientistas,a vida não existe e

você é que a programa,depende do espectador.

Críticas e fofocas tiram o seu sono?O que tira o meu sono é a miséria na África, por favor! Cada

coisa no seu lugar! Se existe alguma coisa que tira o meu sono

é não ter água aqui no Nordeste. Imagina! A miséria na África,

um continente em que 99% da população têm Aids, crianças,

mulheres, homens. Uma civilização que provavelmente vai de-

saparecer daqui a pouco.

28 C Y R E L A

Saladeestar

Acima (com Armando Bógus),e, ao lado, na pele de Gabriela,

personagem eterna, vividaem 1975. Abaixo, contracena

com Lídia Brondi na novelaEspelho Mágico, de 1977

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Page 28: Revista Cyrela #03

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Page 29: Revista Cyrela #03

Saladeestar

30 C Y R E L A

Você chegou a fazer um movimentoligado à ecologia e as pessoas acha-ram que você estava ficando louca. Oque foi isso?A gente se deu o nome de Loucos

Varridos. Um dia resolvi com o meu

cunhado varrer uma praça desenha-

da pelo Burle Marx,em frente ao Ae-

roporto Santos Dumont (Rio).Virou

uma campanha em 1998.Mas não era

uma ONG,não era nada, foi uma coi-

sa da família. Uma vez o Mark (Lam-

bert, músico americano, ex-namora-

do) e eu chegamos no aeroporto,mi-

nha irmã foi nos pegar e fomos dire-

to para Ramos (zona norte do Rio).

Foi o primeiro lugar que o Mark co-

nheceu no Brasil. Ele foi lá varrer a

praia de Ramos!

Você transita tão bem na praia deRamos quanto em festas chiquesde Nova York?Acho que gente é gente.Ostentação eu

não gosto. Mas as decisões das pesso-

as de como se vestir ou o que fazer, is-

so não me incomoda.

Há quanto tempo está sem namorado?Desde ontem à noite (risos). Essa

noite sonhei que estava namorando.

Quem sabe se esse sonho não é uma

premonição?

O que mais te faz falta num relacio-namento? O sexo, o amor ou o com-panheirismo?Se eu sentisse falta em qualquer um

desses setores, eu teria um relaciona-

mento com alguém,não é verdade? O mais importante são os amigos,são com eles

que você conta, são eles as pessoas com as quais você se emociona. E isso, graças

a Deus,eu tenho.Tenho bastante.Uns estão lá nos Estados Unidos,outros estão aqui.

Você nunca planeja o futuro?Tudo está em aberto. Uma vez me perguntaram:“Você é homossexual?”, e eu res-

pondi:“Acho que não”. É ou não é, eu não sei. Se me perguntarem se sou uma ár-

vore, vou dizer:“Acho que não”. Nem isso eu sei.

A novela Dancin’ Days,de 1978, foi um dos maioressucessos de Sonia, como aex-presidiária Júlia Matos

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Page 30: Revista Cyrela #03

Sofisticação acessível

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Page 31: Revista Cyrela #03

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O QUE HÁ DE NOVO EM TECNOLOGIA

32 33 C Y R E L A

1MÚSICADE BOLSOA dinamarquesa Bang & Olufsen está reeditando com nova tecnolo-gia a idéia da antiga fita K7.O Beo-Sound 4 traz a possibilidade de gra-var músicas de CDs ou de rádiosFMs direto em cartões de memóriaSD (de 128 MB a 1GB),eliminandoa chateação de ter de carregar CDs.O aparelho,que explora todas aspossibilidades da era digital,ofere-ce outras vantagens: pode ser transportado com facilidade paraaquele fim de semana na monta-nha e permite ligações com qual-quer caixa acústica da marca,sonorizando até 16 ambientes.Na internet:www.bang-olufsen.comPreço: sob consulta

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Page 32: Revista Cyrela #03

3EFEITO ESPECIALO futuro já chegou:os novos aparelhos de TV que a Philipsestá lançando têm um exclusivo recurso que permite quea iluminação em volta da tela mude automaticamente deacordo com as imagens exibidas.É o Ambilight,disponívelem alguns modelos como o de plasma de 42 polegadas.Além de ampliar o ambiente e proporcionar maior confor-to para os olhos,porque reduz os esforços de visualização,essa nova tecnologia melhora a percepção de cor,contras-te e detalhes. O modelo 42PF9630 também conta com Pi-xel Plus 2,Active Control e tela dupla cheia.Na internet: www.philips.com.brPreço médio: R$ 9.999

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COMO NASCAVES FRANCESASOs apreciadores de bons vinhos têmum bom motivo para brindar:Aca-bam de chegar ao mercado as no-vas adegas da LG,com capacidadepara 41 e 81 garrafas.Elas têm triplaproteção ultravioleta no vidro daporta,amortecedores de vibraçãono compressor e na adega,e con-trole de temperatura eletrônico.Na internet: www.lge.com.brPreço médio:R$ 3.399 (41 garrafas) eR$ 5.399 (81 garrafas)

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Page 33: Revista Cyrela #03

Pontodefuga

34 35 C Y R E L A

A China abre as portas para o turismo, o consumo e a diversão. Conhecê-la

Cena da Ópera de Pequim

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Page 34: Revista Cyrela #03

OP O R M A R I E L L A L A Z A R E T T I | F O T O S G E O R G E S S C H N Y D E R

Avoz da aeromoça soava pontilhada de reticências, em um doce poema de

consoantes chocando-se em “txins-txans-txins” incompreensíveis: pela pri-

meira vez na vida escutava o aviso de chegada do avião em mandarim.Ao des-

cermos em Xangai percebemos que não bastava entender e falar mandarim –

era preciso ler também.As poucas palavras em alfabeto romano com as quais

tive contato no aeroporto estavam nos guichês de táxi. E eram para a compre-

ensão de marcianos – o letreiro indicava o logotipo dos principais hotéis da ci-

dade – Pudong Shangri-La era o nosso. O atendente nem precisava falar inglês

(o que ocorria realmente): sob aquela placa, e com o valor da corrida mostra-

da numa máquina de calcular, fomos levados até o hotel. Havia a possibilidade

de tomar o trem-bala – um show da tecnologia.Mas após 24 horas em aviões e aero-

portos,meus neurônios dormiam o sono dos justos,só eu estava acordada.

P O R L E T I C I A R O C H A | F O T O S TA D E U B R U N E L L I

é uma experiência inesquecível e muito mais barata do que se imagina...DRAGÃOANO DO

viagem_alteracoes.qxd 9/15/06 12:55 PM Page 35

Page 35: Revista Cyrela #03

Chegamos dois dias antes do previs-

to em Xangai. Fomos para juntar-nos a

um grupo organizado pela operadora

Viking Cruises, para uma excursão de

dez dias pela China.Seguiríamos de avi-

ão até Yichang, onde tomaríamos um

ônibus até Maoping,de onde zarparía-

mos em um navio para navegar por qua-

tro dias pelo rio Yang-Tsé,passando pe-

las Três Gargantas até Chongquing. En-

tão voaríamos até Xian para ver o exér-

cito de terracota e finalmente chegarí-

amos a Beijing,para conhecer a Cidade

Proibida e a Muralha.Chegar dois dias

antes da turma foi muito bom:pudemos

utilizar todos os códigos de sinais já in-

ventados pela humanidade pra nos co-

municar,comer,comprar...

Xangai é um assombro, um deslum-

Pontodefuga

36 37 C Y R E L A

bramento.Logo na entrada da cidade é possível divisar em cada quarteirão se-

te ou oito guindastes ladeados por gigantescos edifícios recém-construídos.Lá

está o terceiro maior edifício do mundo,a Jinmao Tower em formato de pago-

de chinês – e lá estará o maior do planeta até 2007.A cidade treme sob a fe-

bre renovadora da construção.Xangai,diz o Partido Comunista,deve ser o re-

trato do futuro da China,fazendo frente a Hong Kong, que voltou a pertencer

ao país em 1997.Avenidas grandiosas,como a Century Avenue,cruzam a nova

Xangai, levantada à margem direita do rio Huang Pu com dez pistas.E lindos

jardins indicam,mais do que os grandes edifícios,que os dias de terror de Mao

Tsé- tung terminaram.Nos anos de chumbo,o Grande Timoneiro decretara que

jardins e gramados eram “burgueses”,e assim hordas de estudantes foram obri-

gadas a matar plantas e arrancar gramados,deixando Xangai e Pequim (reno-

meada para Beijing) com a face triste das cidades bombardeadas.

Hoje, Mao já não é mais visto como o salvador do povo. Lentamente o

partido passou a solapar a imagem santificada do comandante comunista pa-

ra o bem da nova diretriz do capitalismo em marcha. Diz, por exemplo, que

O novo bairro de Pudong, à margem direita do rio Huang Pu, visto do lado da velha Xangai: cenário futurista de Blade Runner e luminosos de quem manda no mundo

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Page 36: Revista Cyrela #03

Mao “foi 70% bom e 30% ruim”. Trata-

se de um notável avanço, porque em-

bora o mercado esteja aberto,o totali-

tarismo e a censura grassam. O capita-

lismo na China é o mercantilismo mais

furioso que pude presenciar, o que ge-

ra um clima de festa permanente em

Xangai. No lado antigo da cidade, mi-

lhares de pessoas caminham pela Nan-

jing Dong, a grande rua do comércio,

atordoadas com sua própria capacida-

de de consumir e produzir.Se o bairro

do lado novo da cidade,à margem di-

reita do rio chamado Pudong, é uma

visão acabada do filme Blade Runner

– futurista e impessoal –, a velha Xan-

gai é um sábado de sol rutilante, com

ondas de pessoas, bicicletas, guarda-

chuvas e dezenas de shoppings.

As casas são minúsculas, a cota de-

cretada pelo partido é de 6 metros qua-

drados por pessoa,motivo pelo qual to-

dos correm para a rua.É gente que não

acaba mais. No sábado à noite, a The

Bund, grande avenida com lindos edi-

fícios antigos,é o local do footing à bei-

ra rio Huang-Pu. Trata-se de um passeio

fundamental, que deve ser feito à noi-

te, quando todos os luminosos do mundo parecem se concentrar nas duas

margens do rio.Da parte antiga,onde está a Bund,os chineses e os forasteiros

assistem à pujança crescendo como um King Kong do outro lado, tendo co-

mo porta-estandarte a antena de TV futurista Pérola Oriental.Nas águas escu-

ras,barcarolas coloridas de luzes levam turistas como os bateaux franceses.

No alto dos edifícios construídos nos anos 40 à moda européia, funciona

o restaurante M on the Bund – ambiente sofisticado, vinhos bons e comida

média,com uma vista imperdível.De lá de cima,você vê as marcas que man-

dam no mundo – Nestlé,Eprom,Toyota,Nikon,Osim,Lenovo,Aurora – e mal

repara nas sentinelas bandeiras vermelhas com quatro estrelas amarelas que

ainda tremulam ao lado.Mas é bom pôr reparo...

Xangai que já foi chamada de Prostituta do Oriente, por seus cabarés e voca-

ção notívaga,sente a veia pulsar novamente.Os Starbucks crescem como mamo-

na em terreno baldio. Há bairros boêmios com bares enfileirados em Xintiandi,

o mais novo reduto pop construído sob a nova cartilha da cidade.Nesse quartei-

rão,as antigas casinhas Shikumen (vilas fechadas por portões de ferro) foram

abertas e ganharam fachadas com beirais e varandas floridas. Ali entre shows de

jazz,vinherias,restaurantes e cafés,chineses e estrangeiros tentam comunicar-se.

Fomos jantar no Crystal Jade,um tradicional restaurante freqüentado por chine-

ses,onde depois de tentar falar inglês,sem sucesso,e lutar com um cardápio de

40 páginas,decidimos apontar as mesas ao lado para indicar o que imagináva-

mos desejar comer.Foi a melhor comida chinesa que provei na vida.

Curiosamente todos os chineses são esbeltos.Alguns são esquálidos,sobre-

tudo no interior do país.Mas de modo geral a comida chinesa é relativamen-

te gorda. Na verdade, os hábitos chineses ainda prescindem das facilidades

modernas.Usa-se mais o corpo para tudo – o veículo da maioria ainda é a bi-

cicleta ou os pés. Ainda se vê muitos velhinhos que carregam água nas cos-

tas com aquele cabo com dois baldes na ponta,e até os vasos sanitários fei-

tos no chão exigem mais preparo físico do que os em estilo ocidental.

Meninas em Beijing e os jardins bemcuidados do Museu de Xangai: sinais de

que Mao foi “70% bom e 30% mau”

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Page 37: Revista Cyrela #03

Pontodefuga

38 C Y R E L A

Nos restaurantes “familiares” onde estivemos com o grupo, nunca gira-

vam sobre a mesa menos do que sete pratos. Sempre sobrava muita comi-

da – que eu esperava sinceramente que a brigada de garçons levasse pa-

ra a família no fim do expediente.Reza a história que a mãe de um dos im-

peradores tinha 47 chefs, que cozinhavam para ela todos os dias numa

quantidade que daria para alimentar 2 mil pessoas.A tensão ali era acer-

tar o prato que ela queria comer, enquanto do lado de fora do palácio, a

fome rondava. Depois não entendem por que o comunismo vingou!

Todos esses detalhes soubemos ao longo da viagem,com a entrada de nos-

so guia James em cena. Quero deixar claro que todos os comentários mal-

dosos que provavelmente farei sobre o comunismo não me foram inspira-

dos por ele, ao contrário, nesse aspecto ele era um túmulo de cautela. Co-

nhecer a China sem guia exige mais tempo – talvez a vida inteira. E James

foi de extrema habilidade, atenção e presteza com o grupo de 36 america-

nos e neozelandeses aos quais nos unimos. Para brasileiros,é quase natural

contornar as malandragens que um sistema como o burocrático chinês cos-

tuma semear. Identificar notas de yuan falsas sacudindo-as ao lado do ouvi-

do, por exemplo. Se fizerem barulho são verdadeiras.Também recomenda-

se evitar sorvetes de todos os tipos – a água não é confiável. Mas ao contrá-

rio daqui, o turista raramente deve preocupar-se com roubos na rua. Se há,

é nas compras e com o aval sorridente do turista.

Tudo é barato.Muito,muito barato.Uma corrida de táxi de meia hora custa al-

go como R$ 10. As compras são momentos delirantes.E barganhar,um vício.Os

preços baixam 100,200 vezes,se você for

incisivo.A maquininha de calcular é o

idioma de negociação entre chineses e

o planeta.Não precisa falar – faça cara

feia e indique o que quer pagar na ma-

quininha.A vendedora rebate com ne-

gativas, cara feia e outro preço na ma-

quininha,dizendo “last price,last price”.

Quando você ameaça ir embora,ela vol-

ta atrás e diz: “Your price, madam, your

price”. O golpe de misericórdia é tirar o

Loja de doces no mercado de Yu Yuan, onde centenas de doces são objetosindecifráveis para o ocidental e, abaixo, chinesa em loja de suvenires

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Page 39: Revista Cyrela #03

Pontodefuga

40 C Y R E L A

dinheiro da carteira e deixá-lo à mostra.Fecha-se negócio na hora.É divertido no

começo,depois torna-se exaustivo,porque não há um preço;há vários.America-

nos pagam mais,brasileiros,menos. Além de sermos mais pobres,temos um fu-

tebol que eles amam.De modo geral, são educados,simpáticos e embora con-

tidos encantam-se com a chance de conversar com ocidentais.

Há artigos falsos e verdadeiros,há lixo e tesouros.É preciso perseverar pelos

mercados e shoppings das cidades.De qualquer modo,saiba: eles estão tendo

lucro.Sempre.A força da China é a população – a mão-de-obra barata e sua for-

ça de consumo.Não que isso seja justo,mas... Se os artigos não fossem baratos,

com custo de poucos cents de dólares, nenhum chinês conseguiria comprar

com o salário médio que ganha e de nada serviria abrir o mercado.

O primeiro programa feito em grupo foi uma visita oficial do partido, no esti-

lo socialismo realista ao Palácio das Crianças.É algo como levar turistas a conhe-

cer o grêmio popular da Rocinha.As crianças são invariavelmente lindas.Assim

como as moças chinesas: miúdas,meigas e com pele de porcelana.No interior

ainda há o hábito cruel de livrar-se das meninas.Esse costume hediondo gerou

um problema social grave:a falta de mulheres para casamento.Outro problema

As compras sãomomentos

delirantes ebarganhar, um

vício.Tudo émuito barato

Uma das alas do jardim de Yu Yuan: gente por toda parte onde, há 400 anos, um rico chinês fez seu escritório

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Page 40: Revista Cyrela #03

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Page 41: Revista Cyrela #03

do controle ferrenho de natalidade é que os filhos únicos ficavam sobrecarre-

gados com o sustento dos pais e avós.Hoje há novas regras – se um filho único

casa-se com uma filha única,pode ter duas crianças.Se a primeira filha é meni-

na,pode-se ter uma segunda chance.As mulheres,ao que tudo indica,continu-

am sendo o rebotalho da família em vários pontos da China.

Visitamos Yu Yuan Garden – um jardim construído há 400 anos pelo então

homem mais rico de Xangai,que fez ali seu escritório.No belo mercado com

construções típicas,ao lado,foi a primeira vez que vimos chineses comendo

algo que parecia um galeto mirrado em um espeto.Depois soubemos que se

trata de um passarinho,uma espécie de pardal.Não,não comi – havia coisas

maravilhosas para se comer. O café-da-manhá chinês conta com macarrão,

peixes e os divinos dumplings, bolinhos cozidos recheados. Há lindas lojas

de doces,onde milhares de embrulhinhos coloridos ficam soltos em balcões

e que jamais saberemos do que se trata.E nas farmácias,em mais de um lu-

gar vimos um vidro enorme com cobras e lagartos boian-

do em água esverdeada,cujas propriedades,segundo cons-

ta,curam reumatismo e conferem energia sexual.

Pulemos para a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas,situ-

ada numa região do rio Yang-Tsé onde estão as homônimas

cadeias monumentais de montanhas.Trata-se da maior usi-

na hidrelétrica do mundo,com 2 quilômetros de largura,que

consumiu o dobro do concreto usado na Itaipu.A grande

Pontodefuga

À direita, orancho no rio

Daning,construído

para a paradadas barcas.

Abaixo, aHidrelétrica deTrês Gargantas

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Page 42: Revista Cyrela #03

usina produzirá 18,200 megawattz de

energia e terá custado U$ 21,68 bilhões.

Quando estiver funcionando plenamen-

te,em 2009,o rio subirá algo como 170

metros, 1,1 milhão de pessoas terão si-

do removidas e todas as vilas estarão

submersas. Nessas cidades que desce-

mos, ao longo do rio, um guia devida-

mente treinado pelo governo tomava a

dianteira.Eram ótimos.Todos fizeram o

mesmo discurso pró-partido.Diziam-se

nativos da região que tiveram de aban-

donar suas casas para ocupar novas ci-

dades reconstruídas pelo governo em

pontos mais altos.E cada um deles ga-

rantia: “Estou muito feliz, pois o gover-

no me deu uma casa nova de 100 me-

tros quadrados com lavanderia”. Pare-

ce que a usina gerou muitos debates –

isso num país totalitário tem seu peso.

Do ponto de vista estético as novas cons-

truções dessas cidades são um desas-

tre:fileiras de prédios blocados brancos,

sem nenhum adorno ou charme.

Embarcamos no navio Century Sky

para percorrer o leito do Yang-Tsé,on-

de ele se torna sinuoso e estreito, ser-

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Page 43: Revista Cyrela #03

Pontodefugapenteando entre paredões colossais de montanhas que chegam a 1.200 me-

tros de altura, no trecho das Três Gargantas. São elas a Qutang, a Wushan e

a Wu. É realmente uma paisagem exótica e quase melancólica. Há famílias

morando nessas encostas inacreditavelmente íngremes, ao lado de cabri-

tos e pés de milho. Nessas casas, a lei permite a instalação de antenas pa-

rabólicas,porque não há diversão alguma por perto.Nada a fazer a não ser

se equilibrar na ribanceira e ver as barcas passarem.No alto das montanhas,

olhando com vontade, a mais de 600 metros de altura, enfiados em nesgas

da montanha,estão caixões de madeira seculares.Ali os antepassados cos-

tumavam levar seus mortos. Como faziam isso em lugares tão inacessíveis,

ainda hoje é um mistério para os arqueólogos.

A vida por quatro dias dentro do navio Century Sky,novíssimo,para 300 pas-

sageiros,foi edificante: todas as manhãs praticamos tai chi chuan;aprendemos

a contar até dez em chinês usando a fala e os dedos das mãos (sim,é diferente

do jeito ocidental),disputamos partidas de um jogo chamado mahjong e tive-

mos algumas aulas sobre a China de ontem e de hoje, sempre estarrecedoras.

44 45 C Y R E L A

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Page 44: Revista Cyrela #03

Em um dos dias fizemos um piquenique no rio Daning numa espécie de rancho

no alto de uma enseada.Nas escadarias,mulheres da região vendiam milho,o

pobre pardalzinho e batatas assadas.Ao ameaçarmos fotografá-las gritavam“on

dóla,on dóla”.Já aprenderam a mercantilizar seu lado pitoresco.

A última parada do navio, antes de chegar a Chonqing, foi em Feng Du,

conhecida como a Cidade Fantasma, onde descemos para conhecer a

organizadíssima gruta Snow Jade. Nossa guia regional nos avisa que a ci-

dade tem fantasmas, cuja convivência com os vivos parece ter chegado

a um equilíbrio se amparada em algumas precauções.“É preciso ter cui-

dado: eles costumam aparecer no fim do dia, se passam por gente, mas

não são e seu dinheiro não é real.” Hummm... Outro dos nossos guias,

Stewart, avisa-nos que o povo chinês não é religioso, mas extremamente

supersticioso. Sabemos também que só quem é membro do partido não

pode declarar religião – isto é, 10% da população. Em compensação, es-

tes têm facilidades para comprar casas e arrumar empregos.

Chonqing, onde deixamos o navio, é uma impressionante cidade de 30 mi-

lhões de habitantes,a mais populosa do planeta,desde que em 1997 se tornou

província abraçando uma multidão de vilarejos.Sentimos na pele a força de seu

apelido – “Fornalha”.Lá,ninguém anda de bicicleta – os morros não permitem.

As motocicletas são o meio de locomoção mais popular,seguidos de motos com

cobertura e lugar para três no formato da velha Romi-Isetta.Em seguida fomos

para Xian onde tudo é antigo,e lar do grande imperador Qing Xian,que criou os

5 mil ideogramas usados até hoje e a

moeda da China,400 anos antes de Cris-

to. É a ele que o exército de terracota

protege. O exército teria sido feito sob

suas ordens: ele queria muita gente vi-

giando sua tumba.As maldições para

quem abri-la são tantas que até agora

ninguém se atreveu.Documentos indi-

cam que há nela um teto cravejado de

diamantes,mas também um rio de mer-

cúrio e dezenas de armadilhas mortais.

O que se vê num pátio coberto do ta-

manho do Anhembi são impressionan-

tes 1.400 soldados com seus cavalos e

charretes de bronze,uma maravilha.Mas

há ainda 6 mil soterrados,aguardando

algum produto ou técnica que impeça

a perda das suas cores originais dez mi-

nutos após terem contato com oxigênio.

Ao chegarmos em Beijing,visitamos

a alameda guardada por animais de

pedra que leva às tumbas da dinastia

Ming, boa parte destruída a martela-

das e fogo por estudantes histéricos na

Revolução Cultural. A capital da Chi-

na tem um clima mais tenso no ar.Ali

No alto, os soldados de terracota em Xiang; acima, a seção deBadaling, da Grande Muralha; à esquerda, a Cidade Proibida, sob a vigilância do Grande Timoneiro e, à direita, o Circo de Xangai

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Page 45: Revista Cyrela #03

está o centro nervoso do partido. Na

praça da Paz Celestial há soldados far-

dados e à paisana. Nosso guia avisa:

“Não fotografem nenhuma manifesta-

ção caso haja uma, porque as câme-

ras serão tomadas”.Na praça fazia um

calor infernal e havia uma cidade do

México inteira nas ruas.Um fila de du-

as horas levava até o mausoléu onde

Mao está embalsamado. Do outro la-

do,a foto do Grande Timoneiro ainda

protege a entrada da Cidade Proibida,

onde viveu o último imperador Pu Yi,

cuja vida foi retratada no filme de Ber-

tolucci.Pu Yi terminou sua vida como

jardineiro em Beijing usando o mes-

mo uniforme imposto a todos os chi-

Pontodefuga

46 47 C Y R E L A

viagem_alteracoes.qxd 9/15/06 12:56 PM Page 46

Page 46: Revista Cyrela #03

neses.O palácio onde ele ficou aprisionado desde a infância levaria 27 anos

para ser usado, caso seu habitante passasse um dia em cada um dos 9.999

cômodos. E enfim fomos conhecer a Grande Muralha, que é realmente um

colosso. Entramos na seção de Badaling, construída na dinastia Ming, que

chega a uma elevação de 1.000 metros.Com 67 metros de altura e 6.600 qui-

lômetros, a Muralha teve recentemente nova seção descoberta dentro do

deserto de Gobi, inteirando 7.000 quilômetros. Em alguns pontos da Mura-

lha, a inclinação deixa o tronco dos transeuntes numa posição de 45

graus em relação às pernas, tamanho o esforço da subida.

Ficamos um dia a mais na cidade,enquanto nosso grupo ia em-

bora.Também recomendamos esse dia extra.A excursão é corri-

da e intensa, e não deixa espaço para o dia de compras. Prepare-

se para percorrer o Mercado da Seda ou o Ya Xuy Market.Você vai

sentir-se um milionário. Só tome cuidado para não cair das nuvens na

hora do excesso de bagagem, que continua sendo cobrado em dóla-

res americanos.Você irá embora com a certeza clara de que não viu

tudo que há para se ver, que não comeu todas as delícias que que-

ria, nem comprou tudo o que havia para comprar. E, não obstante

seja uma viagem longa e cansativa, fica a certeza de que é preciso

voltar ao planeta China para entendê-lo um pouquinho mais.

Aos chineses, nosso “xiexie”pela inesperada experiência. Obrigado!

SERVIÇOSQUEM LEVAA Viking Cruises organiza excursões para vários bolsos.Esta, dura dez dias, com todas as refeições incluídas, contando comquatro dias dentro de um navio pelo interior da China e dois vôos,além de hospedagem em hotéis cinco estrelas: U$ 1.979 por pessoa,sem as passagens. Excelente custo/benefício, organização nota deze guias bem preparados.Passagens aéreas: preços a partir de U$ 2.300 por pessoa, pela Lufthansa ou Air France.A agência Píer 1 representa a Viking Cruises no Brasil. Tel..: (11 ) 3078-2474 - Fax: (11 ) 3071-4511 www.pier1.com.br

PROGRAMAS FORA DA EXCURSÃOTente chegar dois dias antes da saída do grupo.Para ir a estes lugares, peça ajuda ao concièrge. Ele escreverá em umpapel o lugar, em mandarim, para onde você deseja ir, para que o tá-xi entenda. Na volta, o papel (já timbrado para isso) dirá em chinês–“leve-me para o hotel X”. É assim que funciona.

EM XANGAIPasseiosAnde muito a pé. Há shoppings em todo canto, mas prefira as lojas mi-núsculas da região antiga e da Nanjing Dongu a rua do comércio, onde hápôsteres de Mao Tsé-tung à venda, carimbos de pedra onde o vende-dor grava seu nome na hora, em chinês e português; pincéis chineses,caixinhas entalhadas.Há muitas barracas de comida boa, sobretudo dum-plings e Starbucks em cada esquina.

The Bund, a avenida mais animada da cidade à noite, exige um fo-oting pela região.Museu de Xangai, onde estão as peças de porcelana mais anti-gas da humanidade. Tel.: 6372-3500; Renmin Dadao, 201.Yuyuan Garden, você visita em duas horas, (está na excursão) edepois segue a pé até o mercado Dongtai Lu, ao lado. Faça comprasnos mercados Dongjiadu ou Xiangyang.

COMER E BEBERM on The Bund – Restaurante de comida internacional. A comidaé média, mas a vista e os bons e baratos vinhos são o máximo. Cer-ca de US$ 50 por pessoa. Tel.: 6350-9988; Zhongshan Dong YiLu, 5. www.m-onthebund.comXintiandi – Nos calçadões estão os bares e restaurantes maismodernos da cidade. Crystal Jade – Comida chinesa tradicional excepcional. Res-taurante relativamente simples. Se conseguir, peça de so-bremesa a sopa quente de amêndoas. Gastam-se US$ 20 porpessoa. No Xintiandi. A entrada é pela rua de trás; casa 6-7. Tel.: 6385-8752.

EM BEIJINGComprasFique ao menos um dia a mais do que o previsto pela excursão. Bei-jing exige uma exploração apurada.

Silk Market – apesar do nome, nesse shopping se encontra oinimaginável em termos de vestimentas em seus cinco andares:roupas, casacos, seda, cashmere, bolsas, tênis e bijuterias e ca-carecos variados. Barganhe muito. Lá, já se fala espanhol. Ave-nida Zhongguó Dàfandiàn. Não se preocupe em encontrar, os chi-neses que andam na rua o abordarão e indicarão o caminho, pormais estranho que pareça.

Shopping China World – Na mesma avenida, funcio-na um shopping dentro do hotel China World, onde

estão as grifes mais famosas e caras do planeta.As originais, claro.

ComerAria – O hotel China World, onde nos hospeda-

mos, tem um dos melhores restaurantes da cidade.Elegantérrimo, comida excelente tocada pelo chef An-

drew McKee. Na carta de 280 vinhos, só constam acima de 87pontos Wine Spectator e Robert Parker. Cerca de US$ 50 por

pessoa. Tel.: 6505-2266

Courtyard – Moderninho, clean e comida internacionalboa. 95, Donghuamen Dajie. Tel.: 8511-5556.

Quan Ju De – O mais tradicional e antigo restaurante pa-ra se comer pato de Pequim. Com menu em inglês. 9, Shuai-

fuyuan Hutong. Tel.: 6525-3310.

DICAS RÁPIDAS* É preciso tirar visto para ir à China.

Tels.: (11) 3082-9877 ou 3891-1282. *A moeda está cotada a 8 yuan ou RMB para 1 dólar.

*Não viaje sem o guia de viagem da China, da editora Lo-nely Planet. É uma ajuda valiosa e está à venda no aeropor-to de Guarulhos.* Palavras úteis:Olá = Ni hao. Obrigada = Xiexie. Até logo = Zaijiàn.

À esquerda, guarda-chuvas, gente e compras na rua do comércio na antigaXangai. Acima, um casal de Feng Du, em motocicleta chinesa. Abaixo, àesquerda, mapa com roteiro da viagem organizada pela Viking Cruises

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Project1 9/15/06 10:05 AM Page 2

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Project1 9/15/06 10:05 AM Page 3

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Espaçoeidéias

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Luz,amplitude e boa comunicação entre os ambientes são os

espaco_ideias-fernanda 9/18/06 1:52 PM Page 50

Page 50: Revista Cyrela #03

No projeto de reforma desta casa nosJardins, Fernanda Marques integrou a salade estar, a de jantar e até um espaçofitness (situado ao lado direito da grandejanela) . Espelhos (como o da sala de jantar,ao lado) dão maior sensação de amplitude

Para a arquiteta paulistana Fernanda Marques,uma casa,antes de tudo,

tem de ser funcional. Os cômodos devem se comunicar, o que facilita

a vida dos seus habitantes e propõe dinamismo nas relações. É assim seu

escritório,uma ampla cobertura no bairro de Vila Olímpia.Ao optar por di-

vidir os ambientes apenas com vidro transparente, ela acredita ter feito a

escolha certa.“Nosso rendimento cresceu depois da reforma,simplesmen-

te porque nos comunicamos com mais facilidade”, diz Fernanda. Um lar

com paredes de vidro seria impensável, uma vez que precisamos de mo-

mentos de privacidade. Mas Fernanda trata de aplicar o mesmo conceito

de fluidez em seus projetos, especialmente na casa que mostramos nesta

edição de Cyrela, com idéias que, segundo ela, podem ser executadas em

um apartamento de bom tamanho. Bastam criatividade e bom gosto.

No caso específico desta casa de 300 metros quadrados — na praça Mo-

rungaba, Jardim Paulistano —, Fernanda contou com a vantagem de ter

um pé-direito duplo,de 5 metros,o que fez questão de ressaltar com os fei-

xes de bambu que sobem do chão ao teto, ladeando a janela da sala de

estar.“Esse truque pode e deve ser usado por quem não tem um pé-direi-

to tão grande,pois os objetos verticais,como os bambus,ajudam a ampli-

ar a sensação de altura”, indica.“Outra maneira de ‘alongar’ o ambiente é

escolher móveis baixos e lustres pequenos.Aqui,usei uma bela luminária

Pierre Ou Paul,desenhada por Ingo Maurer,mas é bom lembrar que ela só

combina com espaços realmente generosos.”

traços da arquiteta Fernanda Marques

A CASAQUE FLUI

espaco_ideias-fernanda 9/14/06 6:25 PM Page 51

Page 51: Revista Cyrela #03

Espaçoeidéias

52 53 C Y R E L A

Na linha da comunicação, vários

ambientes foram integrados:a sala de

estar com home theater,a de jantar,a

da lareira, o hall de entrada e ainda

um espaço para fitness. Outra carac-

terística fundamental do estilo de Fer-

nanda é o aproveitamento intensivo

da luz natural, o que a fez ampliar ja-

nelas e lançar mão de espelhos que

multiplicam a noção de amplitude.

Um dos espaços mais bem resolvidos

da casa, ela acredita, é o quarto das

Truques de Fernanda paraganhar espaço: móveisbaixos, lustres pequenos,

espelhos e muita luz natural

No hall deentrada, mosaico

em mármoresbranco e negro.

Na sala da lareira(ao lado), efeito de

simetria com otravertino.Poltronas

italianas ABC garantem o

conforto

espaco_ideias-fernanda 9/14/06 6:26 PM Page 52

Page 52: Revista Cyrela #03

crianças,nascido da fusão de dois cô-

modos que faziam parte da planta ori-

ginal.Os donos da casa estão em seu

segundo casamento e convivem com

uma população flutuante: três crian-

ças de suas uniões anteriores.Pensan-

do nisso,a arquiteta criou um quarto

reversível, com beliche e sofá-cama,

que se transforma em sala de televi-

são,espaço para jogos e estudo e,oca-

sionalmente,pousada para hóspedes.

Ou tudo isso ao mesmo tempo.

Para decorar,Fernanda buscou obje-

tos de linhas simples e materiais nobres,

como os mármores branco e negro que

revestem o piso do hall de entrada,e o

travertino usado na moldura da lareira,

cortado de maneira a formar um dese-

nho simétrico com seus veios.Dos ob-

jetos que selecionou,destaca o par de

cadeiras brancas ABC, de fabricação

italiana,que colocou ao pé da lareira.

“São reclináveis,confortabilíssimas,pois

se adequam à posição do corpo”,diz.

Abaixo, dois ângulosdo quarto infantilmultifuncional criadopor Fernanda. Além dedormitório, ele pode sersala de TV ou lugarpara jogos ou estudos

espaco_ideias-fernanda 9/14/06 6:26 PM Page 53

Page 53: Revista Cyrela #03

Espaçoeidéias

Luxo e aconchego dão as mãos neste projeto de Sidney Quintela,

54 55 C Y R E L A

espaco_ideias 9/14/06 6:38 PM Page 54

Page 54: Revista Cyrela #03

pensado para um casal experimentado na arte de bem receberESPAÇO GOURMET

Na ampla área social doapartamento de Feira de Santana, oarquiteto Sidney Quintela integrou

ambientes e criou um lugar perfeitopara reunir família e amigos

espaco_ideias 9/14/06 6:38 PM Page 55

Page 55: Revista Cyrela #03

Espaçoeidéias

56 57 C Y R E L A

Oarquiteto baiano Sidney Quintela

define seu estilo como orgânico.

Ele considera importante ter olhos pa-

ra o futuro, observar os novos hábitos

da sociedade ao criar ou reler espaços.

Mas também acredita que não se deve

perder de vista as influências da cultu-

ra local,o entorno,a natureza e,sobre-

tudo, o estilo de vida e os desejos de

quem vai ocupar este espaço — tradi-

ção e vanguarda caminhando juntas.

Para se ter uma idéia melhor do que

ele quer dizer com isso,basta lembrar

de um de seus projetos mais comen-

tados recentemente, o fumoir criado

para a última edição da Casa Cor em São Paulo. Sidney inspirou-se

nas salas do século XIX, presente nas casas francesas requintadas,

que serviam de espaço de leitura e de conversas íntimas, e onde o

dono da casa apreciava seus tabacos.Na Casa Cor,o conceito de fu-

moir foi repaginado em estilo high tech,com livros e revistas substi-

tuídos por laptops,e formas geométricas luminosas em branco e ver-

melho criando um ambiente de night club.

Quando foi encarregado da reforma do apartamento em Feira de

Santana, que Cyrela mostra em primeira mão, o desafio de Sidney

era outro — assumia também um compromisso com a arte de rece-

ber.Um casal de anfitriões buscava transformar a área social da ca-

sa no lugar perfeito para encontros e jantares. Como seus quatro fi-

lhos moram na capital baiana,a 108 quilômetros,e volta e meia vão

a Feira de Santana para visitá-los, os donos da casa queriam que o

cenário da festa já estivesse pronto quando eles chegassem.

Abaixo, o bar e aadega climatizada

são ocultos porportas de vidrojateado, que se

mimetizam comas paredes. Olounge (à dir.)

decorado comorquídeas:

convite para umaboa conversa

espaco_ideias 9/14/06 6:40 PM Page 56

Page 56: Revista Cyrela #03

espaco_ideias 9/14/06 6:40 PM Page 57

Page 57: Revista Cyrela #03

Espaçoeidéias

58 C Y R E L A

O clima de aconchego,de “seja bem-

vindo”, já se percebe na entrada do

apartamento, onde Sidney desenhou

um pequeno lounge para leituras e

conversas.“Aproveitei um pilar que

marcava uma das paredes do hall e

selecionei filetes de pedra São Tomé,

revestindo as faces da estrutura no tra-

dicional formato canjiquinha”, expli-

ca.Para esse lounge,Sidney escolheu

poltronas de fibras naturais, nas quais

os visitantes podem apreciar a coleção

de orquídeas do casal.

Boa festa é sinônimo de boa bebi-

da, e Sidney teve a idéia oportuna de

usar um nicho existente na estrutura

do imóvel para acomodar o bar, com

prateleiras para copos, cristais, garra-

fas e uma adega climatizada que com-

porta os vinhos. Quando não está em

uso,o bar é oculto por portas de vidro

jateado e moldura em alumínio, que

se mimetizam com as paredes. Na sa-

la de jantar,optou por uma iluminação

quase teatral, garantida pelas luminá-

rias AR70, de foco mais fechado, que

define bem as cores.“Foi a forma que

encontrei para ressaltar o bom gosto

da dona da casa,que tem pratos,taças,

talheres e prataria magníficos. Nesta

sala de jantar, até uma refeição trivial

vira banquete de luxo.”

A sala dejantar ganhou

iluminaçãoespecial, que

ressalta abeleza dos

pratos, cristaise taças,

elementoscapazes de

transformarqualquer

refeição embanquete

de luxo

O apartamento parece dizerao visitante: “Seja bem-vindo”

espaco_ideias 9/14/06 6:41 PM Page 58

Page 58: Revista Cyrela #03

Project1 8/30/06 1:42 PM Page 1

Page 59: Revista Cyrela #03

SOLCloset MODA: USE SEM MODERAÇÃO

60 61 C Y R E L A

POR TESTEMUNHA

Oinverno chega ao fim e, com a onda de

calor se aproximando,vem a vontade de

ganhar a rua, viver intensamente cada

momento de lazer e deixar para ama-

nhã os problemas que você não conseguiu resolver

ontem. Se os seus planos de aproveitar a tempora-

da mais sensual do ano incluem doces passeios pe-

lo mar — em ótima companhia —,prepare-se.Filtro

solar e óculos escuros são essenciais para o suces-

so de qualquer veraneio. Mas não se esqueça de le-

var na bagagem a elegância que você esbanjou nos

dias mais frios. Só que agora a palavra de ordem é

a liberdade de movimentos, emoldurada por teci-

dos fluidos e confortáveis, cortes largos e genero-

sos, cores claras, acessórios clean. No píer, na praia

ou em alto-mar, deixe-se levar pelo espírito de leve-

za que a moda da estação pede. Padrões como os

xadrezes e os listrados — clássico dos marinheiros

— estão em alta.Para enfrentar a temperatura,apos-

te em tecidos como a malha,o algodão,o laise,a vis-

cose.O charme fica por sua conta.Temos certeza de

que este será mais um verão inesquecível.

Tecidos leves e liberdade de movimentos:é tudo o que você precisa paraviver o verão dos seus sonhos

FOTOS: PRISCILA PRADE - WWW.PRISCILAPRADE.COM.BR | COORDENAÇÃO E EDIÇÃO DE MODA: LUANA PRADE - WWW.LUANAPRADE.COM.BR | MAQUIAGEM E CABELO:

ANDREA BRAGA (AGENCIA FIRST) | MODELOS: RICARDO CICILIANO E LARISSA KERKHOFF - LEQUIPE AGENCE | AGRADECIMENTO (LOCAÇÃO): MARINAS NACIONAIS (13) 3305-1421

Ocloset.qxd 9/15/06 8:14 AM Page 60

Page 60: Revista Cyrela #03

Ela usa short jeans, bata de algodão, faixa de seda estampada, colar de cristas e pedras e sandália ZoompEle veste calça estampada, cordão Mario Queiroz, camiseta de manga longa em tricot soft e pulseira Zoomp

closet.qxd 9/15/06 8:14 AM Page 61

Page 61: Revista Cyrela #03

62 63 C Y R E L A

Closet MODA: USE SEM MODERAÇÃO

Ela usa vestido tela com gesso craquelado e sandália Zoomp, óculos Emporio Armani/Safilo Grop e bolsa couro de peixe Darhjan

closet.qxd 9/18/06 1:56 PM Page 62

Page 62: Revista Cyrela #03

Ela usa vestido Osklen. Ele veste calça de sarjaZoomp e camiseta de malha fria Mario Queiroz.Óculos Emporio Armani/Safilo Group

closet.qxd 9/15/06 8:15 AM Page 63

Page 63: Revista Cyrela #03

64 65 C Y R E L A

Closet MODA: USE SEM MODERAÇÃO

closet.qxd 9/15/06 8:16 AM Page 64

Page 64: Revista Cyrela #03

Ele vai de bermuda, camiseta de malha, blazer e sapato de palha Mario Queiroz. Óculos Mormaii Eyewear

closet.qxd 9/15/06 8:16 AM Page 65

Page 65: Revista Cyrela #03

Closet MODA: USE SEM MODERAÇÃO

Ela usa maiô de paetês frente única,capa de laise branca e sandália Iódice

66 C Y R E L A

closet.qxd 9/15/06 8:16 AM Page 66

Page 66: Revista Cyrela #03

Project1 9/15/06 9:35 AM Page 1

Page 67: Revista Cyrela #03

Closet MODA: USE SEM MODERAÇÃO

Ele veste calça bege, bata viscose, colares,faixa e chinelo de couro Ricardo Almeida,

e chapéu de palha Mario Queiroz

68 69 C Y R E L A

closet.qxd 9/15/06 8:17 AM Page 68

Page 68: Revista Cyrela #03

AGRADECIMENTOS | DARHJAN - (11) 5056-0813 • GLORIA COELHO - (11) 3083-1079 • IÓDICE - (11) 3085-931 • MARIO QUEIROZ - (11) 3062-

3982 • MORMAII EYEWEAR - (48) 3216-2000 • OSKLEN - (11) 3083-7977 • POKOPANO-(11) 3082-0799 • REDLEY - (21) 3294-9100 • RICARDO

ALMEIDA (11) 3812-6947 • SAFILO GROUP - (11) 2173-9900 • TNG - (11) 3083-7350 • ZOOMP - (11) 3664-1556

Regata, sapato e bolsa TNG. Biquíni branco Pokopano.Óculos Alexander MQueen/Safilo Group

closet.qxd 9/15/06 8:18 AM Page 69

Page 69: Revista Cyrela #03

NAS ASAS LARGAS DA PAULISTA

ATÉ PERCO DE VISTA O MEU AMOR

AVENIDA, AVE NADA MAIS PARECE UMA

SERPENTE LUXO DE PAULICÉIA NASCEU

DESVAIRADA ME DEIXA DEITAR NA SUA

CAMA CARA E PESADA E VER ESTRELAS

TRECHO DA MÚSICA AVE PAULISTAFERNANDA PORTO/LINA DE ALBUQUERQUE

70 71 C Y R E L A

Euprefiro...

Famosa em pistas de dança de todo o mundo,a cantora e compositora Fernanda Por-

to mistura ritmos regionais,MPB e bossa nova com beats e timbres eletrônicos.Anda-

rilha – faz shows tanto no exterior quanto pelo Brasil –,ela conta que já se encantou por

várias cidades.“Mas não adianta,São Paulo é o lugar em que quero ficar mesmo.Às ve-

zes até faço um exercício emocional e me imagino fora,mas sempre chego à conclusão

de que não estou aqui por acaso.” Esse amor pela cidade que a acolheu ainda bebê –

ela nasceu em Serra Negra,mas se mudou com poucos dias e foi registrada na capital –

inspirou duas canções, Ave Paulista e Saudades do que Não Tive,ambas com música de-

la e letras de Lina de Albuquerque e Vitor Bellis. A lembrança mais impactante de Fer-

nanda sobre a cidade é a de um passeio que fez com os avós,que moravam na rua Au-

gusta,até o Masp, aos 9 anos.“Fiquei impressionada,porque o prédio me parecia futuris-

ta,e era muito diferente do bairro em que vivia (City Boaçava), mais residencial”,diz.De-

pois de adulta,viveu no Pacaembu e em vários outros endereços,até mudar-se para um

apartamento em Pinheiros.“Moro no quarto andar,então tenho uma proximidade com

a rua,ouço os pássaros e as folhas das árvores quase entram pela janela.”E aproveita pa-

ra uma provocação:“Muita gente acha que sou carioca,daí pergunto:‘Só porque sou fe-

liz?’Tento brincar com esse preconceito...”

Em duas andanças,a cantora já se apaixonou por váriascidades,mas não troca São Paulo por nenhuma delas

DE FERNANDA

OPORTO

euprefiro3 9/15/06 1:02 PM Page 70

Page 70: Revista Cyrela #03

UM BAIRRO | Às vezes tenho a tentação de

morar num condomínio,para poder ca-

minhar pelas ruas, pela tranqüilidade.

Mas Pinheiros é muito mais prático pe-

la proximidade,é um ponto bacana pa-

ra tudo o que costumo fazer, até fica per-

to do aeroporto.

UMA LOJA DE DISCOS | Fica difícil escolher

apenas uma,mas a Fnac de Pinheiros é

uma de minhas prediletas.Tem a praça

em frente,e a comodidade de encontrar vári-

as coisas no mesmo lugar.Posso aproveitar pa-

ra ver os livros,tomar um café e ler.Lá descobri várias poesias que depois musiquei.

UMA PRAÇA OU PARQUE | Perto do meu estúdio (no Jardim das Bandeiras) tem várias pra-

cinhas (Homero Silva,Pedro Dias e Cidade Paz) encantadoras,onde costumo tomar um

suco,fazer uma pausa para uma caminhada...Quando tenho mais tempo livre,costumo

ir até o Parque Burle Marx,o Bosque do Morumbi ou o Ibirapuera.

CASA DE SHOWS | O Tom Brasil é um espaço de nível internacional, tudo funciona.O som

tem grande qualidade e a altura do palco permite boa visualização dos shows .Não é à

toa que escolhi a casa para gravar meu DVD,em abril deste ano.

UM RESTAURANTE | Gosto de vários nas redondezas da rua Groenlândia.Tem a Mercea-

ria do Conde, e o Fillipa, que tem um cuscuz marroquino delicioso. De culinária ja-

ponesa,meu preferido é o Sushi Papaia,em Higienópolis.Gosto de pedir o prato es-

pecial do sushiman,que é sempre uma surpresa,você nunca sabe o que vem.

UMA PADARIA | Na Letícia,na avenida Heitor Penteado,indico o sanduíche de agrião e

milho,é muito bom,feito na hora,fresquinho.Na Saint Etienne,na Vila Madalena,gos-

to do carpaccio.

ROUPAS | Não tenho o hábito de sair para comprar roupas,prefiro seguir as dicas de ami-

gos produtores ou estilistas.Às vezes gosto de caminhar pela rua Oscar Freire,ou visitar

o Shopping Iguatemi.

CABELEREIRO | O Soho,porque abre às segundas-feiras e tem um ambiente neutro,sem

afetação.Gosto da filosofia japonesa de trabalho,os profissionais se formam lá,fazem

tai chi chuan antes de trabalhar,a marca é garantia de profissionalismo.Eles são bem

cool,não fica aquela “perguntação”sobre sua vida...Você só fala se quiser.

CINEMA | No Espaço Unibanco sempre tem filmes interessantes.Como são várias salas,não cor-

ro o risco de errar.E gosto dessa região da Augus-

ta,me faz lembrar da primeira vez que fui ao cine-

ma,ver o desenho animado Fantasia,da Disney,

no antigo cine Marachá.

UMA VISTA DA CIDADE | A partir do restaurante Ter-

raço Itália.Ali você consegue ter o impacto do

tamanho da cidade e apreciar a mistura do an-

tigo com o novo.

O BOM DE SÃO PAULO | Acho interessante como

as pessoas se inventam,a cidade acolhe,per-

mite que exista um cara que cospe fogo no fa-

rol.Se ele está ali,é porque deve ter algum re-

sultado.Quem é criativo consegue se virar,e a

gente convive com isso,sem expurgar esses pobres.Numa cidade do Nordeste,não vai

aparecer ninguém para ajudar,mas aqui eles não morrem de fome.

O QUE DÁ SAUDADE | Sinto falta de bares que virem referência,como em outras cidades do

mundo.O Supremo (na rua Oscar Freire),por exemplo,era conhecido pelos shows de

música instrumental e jazz,e de repente veio uma marca de fora e comprou o espaço.O

Sanja (na rua Frei Caneca) também fechou,e a cidade fica sem história.Nesse sentido,o

All of Jazz é um exemplo,considero heróica a trajetória do bar,todo dia tem show.

E U P R E F I R O . . .

FO

TO:

JO

SETI

CA

PU

SSO

euprefiro3 9/15/06 1:03 PM Page 71

Page 71: Revista Cyrela #03

Quando criança,Antonio Bernardo ficava fascinado ao ajudar o pai, Rudolf

Herrmann,dono de uma loja de ferramentas para relojoeiros e joalheiros,a

empacotar as minúsculas pecinhas que chegavam da Suíça e da Alemanha.

“Eu via um parafusinho dentro do relógio,e ficava maravilhado de ver como eles con-

seguiam fazer um objeto de tamanho tão diminuto. E a precisão, o acabamento...”,

conta ele, sem disfarçar o brilho nos olhos azuis. Um brilho que fica mais intenso

quando ele começa a falar de seu trabalho, hoje conceituado e premiado no Brasil

e no exterior.Por volta dos 22 anos,incentivado por essa convivência com o valor das

pequenas coisas,ele desenhou o seu primeiro anel,jóia que era o embrião do seu es-

tilo – um jeito de criar que alia a precisão do joalheiro,a criatividade do artista,o prag-

matismo do artesão e o raciocínio do designer.

A harmonia entre essas várias abordagens é fácil de ser detectada quando se observa uma

de suas peças.Como o brinco 360º.Encaixes precisos envolvem várias e finíssimas argolas

de ouro,unidas por uma pequena corrente central,fazendo com que a jóia tenha um movi-

mento que acompanha o balanço de quem a usa.Pode ser lúdica ou sensual,dependendo

da intenção,e lembra esculturas ou até aqueles móbiles que tanto fascinam as crianças.“O

que faz de Antonio um joalheiro e designer especial é que ele domina as duas áreas.Tanto

se envolve com o projeto,como se realiza na execução.Tanto acredita na magia da cria-

ção,como reverencia a alquimia dos metais”,define Cidda Siqueira,coordenadora técnica

da pós-graduação de design de jóias da PUC-Rio e professora de História da Moda.

Trinta e três anos depois de criar o seu

primeiro anel – que na verdade eram

dois,para serem usados em contraposi-

ção, um em cada dedo, ou mesmo em

justaposição – ele mantém o frescor de

um iniciante na empolgação com o tra-

balho,mas aprendeu,e muito.Sua sala

num prédio no Jardim Botânico,no Rio,

é cheia de livros sobre a história da joa-

lheria e da arte,discos de rock,MPB,pop

e jazz. Mas o que realmente chama a

atenção são os muitos protótipos,de to-

do tipo e material.São fiozinhos de fer-

ro retorcidos em formas geométricas ou

representando objetos do cotidiano,mas-

sinhas,papéis com dobraduras,escultu-

ras que imitam a concepção de suas jói-

as e até um cordão umbilical fundido

em prata.“Lembrei de cordão,opa, tem

a ver comigo. Pedi a uma obstetra, ela

Esboços A N T O N I O B E R N A R D O

ESCULTOR DO LUXO

72 73 C Y R E L A

P O R R O S A N E A U B I N | F O T O S R O B E R T O VA LV E R D E

As jóias lúdicas, sensuais e cheias de movimento de AntonioBernardo são um sucesso no Brasil e no exterior.Ele foi o primeiro

joalheiro brasileiro a ganhar o iF,considerado o Oscar do design

esbocos.qxd 9/14/06 6:18 PM Page 72

Page 72: Revista Cyrela #03

conseguiu,moldei e mandei fundir.Está aí há dois anos.Nunca fiz uma jóia disso.Tal-

vez algum dia tenha um clique,ou esqueço esta idéia”,conta,rindo da própria origina-

lidade.Num canto,a bancada de ourives,com o maçarico,limas,enfim,todo tipo de fer-

ramenta dessa profissão que já deve ter lá seus 6 mil e tantos anos.É entre o cantinho

do ourives,a mesa,equipada com um moderno lap top,e as mil e uma esculturinhas

que ele cria suas peças.

O processo? “É intuitivo,experimental e se realiza ali na hora,já com o material.Um

desenho é um projeto de alguma coisa,não é a coisa em si.O desenho de uma jóia

é a representação de uma jóia.Quando eu estou trabalhando com material, tenho o

resultado imediato daquilo que manipulo, já transformo, mudo. O desenho tem um

segundo estágio,que é realizar”,explica.Mas ninguém deve tirar conclusões apressa-

das e achar que todas as 60 a 80 peças que ele cria, em média, por ano, nascem da

mesma forma.Algumas,ao contrário,surgem de brincadeiras com o desenho.

A nova diversão do joalheiro,por exemplo,é dobrar uma folha de papel ao meio e

riscar com o lápis,em uma das metades,linhas sinuosas.Depois,com a ajuda do gra-

fite que passa de uma parte para outra do papel,ele complementa o desenho.Muito

Paixão pela natureza:o joalheiro patrocina a

manutenção do Orquidáriodo Jardim Botânico carioca;

e a pulseira Ondas

esbocos.qxd 9/14/06 6:18 PM Page 73

Page 73: Revista Cyrela #03

74 75 C Y R E L A

provavelmente, em breve suas fiéis consumidoras estarão usando brincos que surgi-

ram desses rabiscos.Uma delas é a atriz Sonia Braga,que acaba de voltar ao Brasil de-

pois de um longo período morando em Nova York.“Gosto do trabalho do Antonio des-

de os anos 70,quando ia à casa dele e pedia que me jogasse a chave pela janela.Ele

é um artista,não faz jóias de ostentação.Consegue dar movimento ao metal,como no

anel Balanço”,diz.Ela prefere não escolher uma entre as suas peças preferidas — “se-

ria como escolher um quadro de Matisse,eu gosto de todos!”—,mas não consegue se

separar de um brinco que tem mais de 25 anos e reproduz a figura de uma cobra.

A PALAVRA VIRA JÓIAAntonio Bernardo adora conversar.Gosta de falar sobre seu trabalho — conta que deu

sua primeira entrevista quando ainda vivia com os pais,pouco tempo depois de sua es-

tréia como joalheiro,e fazia questão de receber os clientes em sua casa-ateliê no come-

ço da carreira.Essa intimidade com as palavras acabou,claro,virando jóias.Divertidos

e irreverentes,seus pingentes personalizados são uma aula de humor e sutileza.Como

o Mala.Explica-se:“Você pode dizer carinhosamente a uma pessoa,com um objeto de

ouro,olha,deixa de ser mala.Ou pode desejar uma boa viagem...Procuro fazer com que

tenha duplo significado”.E assim surgi-

ram o Barraco,uma boa forma de encer-

rar de vez uma disputa ou parabenizar

alguém pela compra da nova casa;a Ba-

nana,a Arara,e assim por diante.“São ob-

jetos mais baratos,então cabe o humor”,

diz Bernardo.Aliás,um de seus maiores

sucessos,ainda nos anos 90,é a pulsei-

ra Wish (desejo, em inglês). Em um fio

de couro,cada pessoa pode acumular o

número e tipo de plaquinhas e berlo-

ques que desejar,da malinha até uma pi-

mentinha.As placas custam por volta de

RS 50. E ficam num cofre que abriga

peças que podem ser vendidas por até

R$ 500 mil, luxos em ouro cravejados

de profusões de diamantes.

EsboçosBernardo exercita o talento de

ourives na bancada de sua sala: aspossibilidades de manuseio da

matéria-prima influenciam sua obra

esbocos.qxd 9/15/06 3:54 PM Page 74

Page 74: Revista Cyrela #03

Não gosto de pensar no mercado,isso é olhar no espelho retrovisor

É num cofre,aliás,que Antonio Ber-

nardo faz uma bonita reverência a

seu pai.Sua loja na rua Garcia D’Ávi-

la, em Ipanema, tem um grande que

abriga o armário de madeira da anti-

ga loja da família. Cheio de gaveti-

nhas, que formam nichos, ele expõe

peças como os braceletes criados pa-

ra o desfile da coleção de alta-costu-

ra de Ocimar Versolato em Paris, em

1995. Ou ferramentas usadas de joa-

lheria, pedras... No segundo andar,

mantém uma galeria de arte que rea-

liza exposições periódicas de artistas

plásticos. A arte, aliás, é uma de suas

paixões, ao lado da literatura, do ci-

nema e da natureza.

Pingente Angel (abaixo, à esq.) e Bernardotrabalhando em sua oficina (acima)

Brinco 360o: movimento esensualidade

esbocos.qxd 9/15/06 3:55 PM Page 75

Page 75: Revista Cyrela #03

Foi por causa de um desses interesses que ele decidiu adotar,em 1997,o Orquidário do

Jardim Botânico do Rio de Janeiro.“Passava lá sempre com as minhas filhas (Bárbara,de

21 anos,e Alexia,de 18) e sempre encontrava o espaço fechado,e as pessoas tentando es-

piar as flores pelas frestas.Um dia li no jornal que eles procuravam uma parceria com a

iniciativa privada para manter o local,e decidi colaborar”,resume.O viveiro,comandado

pela bióloga Marta Morais,já teve a maior coleção de orquídeas do Brasil.Detalhe:antes

de ser adotado pelo joalheiro,não tinha nem uma espécime.“É uma planta muito rica,por

sua forma,sua textura,suas cores,é quase infinito o interesse pelas orquídeas.Via um pa-

ralelo nessa beleza,diversidade,com as jóias,mas não transformei uma orquídea em jóia,

até porque outras pessoas fizeram isso e muito bem,como (René) Lalique.”

Essa atitude respeitosa com o grande – para ele o maior – mestre da joalheria deno-

ta a admiração de Antonio Bernardo por toda a tradição do segmento.Ele começa ci-

tando as grandes obras da Antiguidade,em especial as jóias que enfeitavam a tumba

do faraó Tutankamon,depois passa pelas jóias romanas e salta para o século XIX,quan-

do surgiram grandes casas como Fabergé,Tiffany e Cartier.Daí lembra a livre expressão

dos anos 50 e a entrada em cena do design,mais recentemente.“Comecei mais ligado

ao design,pensando no uso,no material,nem mais nem menos,de acordo com o mo-

do que se está vivendo naquele determinado momento.Entrei com outro pensamen-

to que é o da forma e da função, mais ligado à Bauhaus, que já tinha essa preocupa-

ção,em oposição à jóia que se fazia,que era de autor,mais artística”,conta,avaliando

sem falsa modéstia o seu pioneirismo na joalheria brasileira.Uma ousadia que se ma-

nifestou desde o primeiro anel e segue

até hoje,quando cria peças inusitadas

como o recente Puzzle, que pode ser

desmontado. E sempre muito bem-su-

cedido, seja na repercussão crítica ou

no campo comercial.

Será que a capacidade de bem ava-

liar o mercado explica esse sucesso?

“Não gosto de pensar no mercado,acho

que quem faz isso olha para o vidro re-

76 C Y R E L A

EsboçosAnel Puzzle

Pingente Coração (à dir.)e colar Duplo Sentido

esbocos.qxd 9/14/06 6:19 PM Page 76

Page 76: Revista Cyrela #03

CYRELA & EUROMARBLE:Uma Parceria de Sucesso.

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uma obra de arte.

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Page 77: Revista Cyrela #03

trovisor. Porque o mercado é só o que você pode medir dele, é algo que já aconte-

ceu...”,analisa.Uma aposta na originalidade e no novo que dá certo desde sua primei-

ra investida na venda em maior escala.Quando ainda trabalhava com prata,Antonio

Bernardo tentou vender suas bijuterias numa butique carioca.Mostrou ao dono as pe-

ças,e,por um capricho do destino,percebeu que ele havia gostado bem mais de seu

trabalho do que estava disposto a admitir,numa tentativa de regatear um preço mais

baixo.“Ele começou a falar com o sogro em alemão.Para mim,dizia que não sabia se

ia querer...Para o outro,falava:‘Acho que vou comprar,estou gostando’.Eu entendia e

não falava nada,só curtindo a situação”, lembra.

Como o grande Lalique,que criou ele mesmo os móveis de sua loja,Antonio Bernardo

acompanha tudo o que se relaciona a seu trabalho.Pensa nas vitrines,nos cartões de Natal...

A sua primeira vitrine,aliás,é um daqueles casos em que a tragédia mais a passagem do tem-

po resultam em algo engraçado.“Quarenta e oito horas antes de inaugurar minha loja ainda

não havia definido a vitrine.O que fiz? Peguei minha banca de ourives,tentando aproveitar

o máximo de tudo aquilo,com o que estava pendurado na parede,inclusive com um cin-

zeiro e um cigarro pela metade – eu costumava fumar muito – e coloquei na vitrine.”Nada

que assuste quem admira a originalidade e a beleza de suas jóias,hoje vendidas em mais

de 30 lojas no exterior, sete endereços próprios e seis representantes no Brasil.

EsboçosColoquei minha banca de

ourives, inclusive com um cigarropela metade, na vitrine da loja

Anel Gota (acima);protótipos em

fios, à direita

De cima para baixo,o primeiro esboço

do anel Balanço;pulseira Pingos deChuva; Noite e Dia

e Celebration

78 C Y R E L A

PRÊMIOSINTERNACIONAISDepois de perceber o potencial de suas

jóias no exterior,Antonio Bernardo de-

cidiu participar de concursos. Logo de

saída,em 2004,teve os anéis Ciclos e Ex-

pand premiados no iF Product Design

Award,sediado em Hannover,na Alema-

nha, e considerado o Oscar do design.

Além de obter o selo nos dois produtos,

ele também levou o iF Prata. Em 2005,

recebeu o selo do iF pelo anel Fold, e,

em 2006, pelo Puzzle e Balanço.Tam-

bém este ano, ganhou o Red Hot De-

sign Award,na Alemanha,pelo anel Ex-

pand.Em 2004,outro anel,o Celebrati-

ons, foi destacado com o prêmio IJL

2004, distribuído durante a feira Inter-

national Jewellery London, uma das

mais importantes do mundo.

esbocos.qxd 9/15/06 3:55 PM Page 78

Page 78: Revista Cyrela #03

Project1 6/13/06 12:05 AM Page 1

Page 79: Revista Cyrela #03

Pequenas casas,com boa comida e enxuta,mas interessante carta de vinhos,voltam a sedestacar na paisagem gastronômica de São Paulo

80 81 C Y R E L A

Garfo e taçaO MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

DOS BISTRÔSP O R R I C A R D O C A S T I L H O *

Sopas do dia,Coq au Vin, filé ao poivre e cassoulet são algumas das delícias que es-

tão conquistando o paladar dos paulistas novamente.Os responsáveis por essa,di-

gamos,moda,são alguns pequenos restaurantes que foram sendo abertos nos últimos

anos,sem muito alarde,mas que hoje fazem parte do cenário da boa mesa de São Pau-

lo.O estilo é o dos bistrôs franceses – casas pequenas e simples,com muito de familiar

e culinária rica,bem condimentada,sem muitas invenções,mas com sabores e aromas

que conquistam a alma do comensal – com toques brasileiros.

Um deles, comandado pelo genial e temperamental Erick Jacquin, um dos me-

lhores chefs franceses em atividade no país,é o La Braserrie Erick Jacquin.Pelo es-

paço que o restaurante ocupa, pode-se até argumentar que foge da proposta dos

bistrôs, mas os pratos que saem de sua cozinha não deixam dúvidas. São o caso

do steak tartar, com a carne crua muito bem temperada e servida com crocantes

batatas fritas e do steak ao poivre, picante no ponto certo. Mas o pato à Dr. Ricar-

do,com rica mistura de temperos e feito na panela,e as preparações com foie gras

fazem a visita valer ainda mais a pena.As sobremesas são divinas.

Ainda em Higienópolis,depois de um começo de altos e baixos,o chef Benny Novak

conseguiu fazer do Ici Bistrô um endereço perfeito para os amantes da boa comida.A

vichyssoise (creme de batata e alho-poró) e o steak tartar estão entre os melhores da ci-

dade,mas vale destacar também o peito de pato com cogumelos e foie gras.

Já na agitada Vila Madalena o brilho fica por conta de duas casas.No Lola Bistrô,

a decoração chama a atenção,com forro de madeira branco e luminárias coloridas.

A cozinha,de inspiração francesa,abusa da criatividade e da mistura saudável de in-

VOLTANo Le Vin, os vinhos têmlugar de destaque ecasam perfeitamente como estilo de sua cozinha

FO

TO:

PA

ULO

MER

CA

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NTE

A

garfoetaca 9/14/06 6:50 PM Page 80

Page 80: Revista Cyrela #03

FOTO

: ROG

ÉRIO

VOLT

AN

gredientes. É fruto do trabalho da jo-

vem chef Raquel Arruda, profissional

talentosa, com preparações acima da

média. Sua coxa de pato confit, por

exemplo,é desses pratos que ficam na

memória.O outro é o Allez,Allez!, sim-

pático bistrô comandado pelo chef Lu-

iz Emanoel,que executa com rigor clás-

sicos da gastronomia francesa.Seus pra-

tos brilham pelos molhos,bom tempe-

ro e tempo perfeito dos pontos de co-

zimento.Destaque para a terrine de foie

gras; jarret de vitela, servido com mo-

lho de pimenta-da-jamaica, parmenti-

er de espinafre e queijo gruyère; coxi-

nhas de rã à provençal com favas ver-

des, e para o sempre bem-vindo cas-

soulet. Finalize com a terrine de coco

com amêndoas e calda de chocolate.

Indo para os Jardins,encontramos as

caçarolas afinadas da paulistana Tatia-

na Szeles,jovem talentosa e com vários

prêmios conquistados em sua curta car-

reira,e que hoje está no Boa Bistrô.Ta-

tiana abusa,mas com competência,de

especiarias e temperos orientais,fugin-

do do clássico.Um exemplo é o filé de

avestruz guarnecido de purê de man-

dioquinha ao alho e queijo feta, o tar-

tar de peixe-prego com shoyu e wasa-

bi,e o robalo com purê de banana-da-

terra, molho de limão e sauté de ervi-

lha torta. No local, também é possível

fazer massagens e relaxar como se es-

tivesse fora do agito da cidade.

Por fim,rumo ao Itaim Bibi,encontra-

mos o Le Vin,com um cardápio de clás-

sicos franceses, boa carta de vinhos e

preços bastante justos.O bar de ostras

na entrada dá as boas-vindas aos co-

mensais. No enxuto cardápio brilham

omeletes, sanduíches, quiches, salmão

com purê de batata e filés ao poivre ou

com molho rôti,ambos deliciosos.Não

dispense o pão do couvert, que é um

dos melhores da cidade.

Camarão marinado em Jerez e purê debanana-da-terra, criação da chef Tatiana Szeles (abaixo)

La Brasserie Erick Jacquin

Rua Bahia, 683, Higienópolis, tel. (011) 3826–5409Le Vin

Rua Paes de Araújo, 137, Itaim Bibi,tel. (011) 3168-3037Lola Bistrô

Rua Purpurina, 29, Vila Madalena,tel. (011) 3034–6407Boa Bistrô & Bem-Estar

Rua Padre João Manuel, 950, JardimPaulista, tel. (011) 3082–5709Ici Bistrô

Rua Pará, 36, Higienópolis, tel. (011) 3257–4064Allez, Allez!

Rua Wisard, 288, Vila Madalena, tel. (011) 3032-3325

*Ricardo Castilho é diretorda revista Prazeres da Mesa

garfoetaca 9/18/06 1:59 PM Page 81

Page 81: Revista Cyrela #03

Garfo e ta a

82 83 C Y R E L A

Larousse do Chocolate,do francês Pierre Hermé,um dos principais nomes da pâtisserie

mundial,é um livro que vai agradar em cheios aos amantes do chocolate.Além de um

grandioso cardápio de deliciosas receitas, conta a origem do cacau, ensina segredos da

fabricação e conservação do produto e mostra as combinações com chocolate.Outro atra-

tivo do livro é que as receitas não são todas de Hermé.Vários convidados mostram suas

criações,caso de Philippe Gobet,da escola Lenôtre;Valentine Tibère,da Université du Cho-

colat, e Hugues Pouget, do restaurante Guy Savoy.

O MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

PARA O DIA-A-DIACasillero del Diablo Cabernet Sauvignon 2005 – Esse chileno da casa Concha Y Toroé um dos melhores já elaborados pela empresa. Corpo médio, muita fruta e taninosbem resolvidos. Por cerca de R$ 30, nos supermercados.

PARA O FIM DE SEMANABremerton Selkirk Shiraz 2003 – Esse australiano é uma delícia, com muitafruta vermelha no aroma e paladar. Longo e complexo, desses que encantamfacilmente. Por R$ 72, na Paralelo 35 Sul. Tel. 0800-2863535.

OCASIÕES ESPECIAISPrimus Merlot 2002 – Seguramente esse é um dos melhores vinhos já elaboradospela argentina Salentein. Potente, elegente e com final complexo. Muito bom, porR$ 174, na Wine House. Tel. (011) 3704-7313.

PARA A ADEGA

FOTO

: PAU

LOM

ERCA

DANT

E

Três vinhos que não devem faltar em sua casa

PARA OS AMANTES DO CHOCOLATE

garfoetaca 9/18/06 2:01 PM Page 82

Page 82: Revista Cyrela #03

Oito cozinheiros tailandeses, um menu de 60 pratos, quinto restaurante

da mesma rede no mundo.O restaurante Thai Garden inaugurado há al-

guns meses na avenida 9 de Julho impressiona com superlativos,mas na ver-

dade seu charme está nos detalhes. Os talheres, uma introdução ocidental

incorporada pela cultura do país,são esculpidos sob medida.Elegantes ob-

jetos tailandeses trazidos de Bangcoc destacam-se logo que a hostess com

as mãos postas abre a gigantesca porta. No andar superior, as mesas estão

acima de um piso de madeira escura, de modo que as pernas dos comen-

sais desaparecem sob as almofadas dos assentos.

Os sócios Emilio Carcur e a chef tailandesa Tasanai-Phian-o-Pas

começaram a receita de sucesso em Madri,em 1995,depois a repe-

tiram em Barcelona, na Cidade do México e em Casablanca. Em

São Paulo,um sócio novo entrou no negócio,Bernard Roca e a ca-

sa ganhou alguma adaptação – uma carta de vinhos mais comple-

xa,por exemplo.O menu degustação é composto de seis entradas,

cinco pratos principais, arroz branco de acompanhamento e uma

sobremesa,a R$ 79 por pessoa.É um preço absolutamente modes-

to pelo banquete que se abre à sua frente. Nele brilham pedaços de

frango envoltos em folha de baithoy, o frango com castanhas e os

camarões com curry verde e legumes. Quanto aos currys, conse-

guem ao mesmo tempo conter suaves odores e pimentas escaldan-

tes. Há três tipos de curry (um mais forte que o outro) compostos

com base em misturas de especiarias que vêm especialmente da

Tailândia. A comida tai costuma ser servida com chá ou cerveja,

mas não se intimide em pedir ajuda ao sommelier Fernando Bon-

fim.Um riesling bem gelado garante ótima harmonização. M . L .

Orestaurante La Casserole tem organizado um evento que acontece no

jantar das quartas e quintas-feiras chamado Le Grand Vin,quando a do-

na Marie abre a possibilidade de se beber grandes vinhos em taça. Entre os

dias 15 e 30 de setembro, o tema será os supertoscanos. O Mormoreto IGT

2001 - Marchesi di Frescobaldi, será vendido a R$ 430 a garrafa, abaixo da

tabela da importadora e a taça, a R$ 107,50. De 5 a 31 de outubro, o vinho

escolhido será o Cheval des Andes 2002 (Terrazas de los Andes/Château

Cheval Blanc),vendido a R$ 370 a garrafa, também abaixo do preço da im-

portadora, com a taça a R$ 92,50. É preciso que quatro clientes estejam in-

teressados em degustar em taça para que a garrafa seja aberta.

M A R I E L L A L A Z A R E T T I

La CasseroleLargo do Arouche, 346Tel: (11) 3331-6283/3221-2899

BANQUETE TAILANDÊS

SUPER VINHOS EM TAÇAS

Thai GardensAv. 9 de Julho, 5871Tel. (11) 3073-1507 - CC: todosNão abre no domingo para o jantar

garfoetaca 9/15/06 1:05 PM Page 83

Page 83: Revista Cyrela #03

SocialJá

84 85 C Y R E L A

Alunos de Restaurante-Escola SãoPaulo fazem a festa com o cozinheiroLuiz Brito, um de seus mestres

Sem demagogia ou falso assistencialismo, projetos sociais apostam

social 9/15/06 8:25 AM Page 84

Page 84: Revista Cyrela #03

Não basta dar o peixe,é preciso ensinar a pescar, já rezava a má-

xima antiassistencialista.O ditado pode parecer velho,mas a te-

oria que o inspira tem,na prática,mudado a vida de muita gen-

te. Os projetos Restaurante-Escola, da Secretaria Municipal de Assistên-

cia e Desenvolvimento Social de São Paulo,o Formare,da Fundação Io-

chpe,e o Cozinheiro-Cidadão,do Instituto Lina Galvani,são trabalhos so-

ciais que apostam no potencial das pessoas,e que conseguem,com su-

cesso, tirá-las de situações de risco para inseri-las no mercado de traba-

lho.O resultado desse esforço? Gente feliz,realizada,autoconfiante e com

uma chance real de ter uma vida melhor do que a de seus pais.

A paulistana Solange Bulhões,de 17 anos,sabe bem disso.Ficou órfã de

pai aos 11 e hoje mora em um abrigo,pois a mãe sofre de sérios problemas

de saúde e não pode cuidar dela.Uma história que poderia terminar em de-

linqüência ganhou um rumo totalmente diferente quando Solange teve a

chance de se profissionalizar.Hoje sonha com uma carreira de chef de cozi-

nha.E investe todo o seu talento nisso.Solange está entre os 60 alunos do Res-

taurante-Escola São Paulo,instalado na Câmara Municipal de São Paulo,ini-

ciativa da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

FUTUROPREPARANDOO

P O R S I LV I A L A K A T O S | F O T O S R O G É R I O V O LT A N

na formação profissional e transformam a vida de muita gente

social 9/15/06 8:25 AM Page 85

Page 85: Revista Cyrela #03

Estar norestaurante-escola é um

privilégio. Alémdo aprendizado,

me torno umapessoa melhor

86 87 C Y R E L A

adoro tudo o que a gente aprende aqui.Tive um pouco de dificuldade na

hora de trabalhar no salão, pois não é fácil servir as mesas, equilibrar co-

pos e pratos sem derrubar nada. Mas a sensação de superar os desafios é

realmente muito boa”, completa ela.

“O melhor é que a gente aprende fazendo.As aulas teóricas são legais tam-

bém,mas não adiantariam nada se faltasse a prática”,diz Glauber Maciel Au-

ada, 18 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio e colega de Solan-

ge. Ele chegou ao restaurante-escola graças ao empenho do pai.“Somos só

nós dois em casa, por isso sempre fiz todo tipo de trabalho doméstico. Lavo,

passo, faço faxina. Mas o que curto mesmo é mexer com as panelas”, conta.

“Por isso,quando meu pai falou sobre o restaurante,me animei.Ele enfrentou

uma fila enorme, eu já nem tinha esperança de conseguir uma vaga... Mas,

graças a Deus,estou aqui”,orgulha-se o garoto.

Durante seis meses,meninos e meninas de 17 a 21 anos,que passaram por

rigorosa seleção para serem aceitos no programa, chegam ao restaurante-es-

cola às 8 da manhã e permanecem até 16 horas,de segunda a sexta-feira.Ali,

aprendem a cozinhar pratos sofisticados, pães e sobremesas, a conhecer vi-

nhos e a preparar drinques no melhor padrão cinco estrelas.Também têm au-

las de francês,segurança alimentar e higiene,entre outras disciplinas,ministra-

das por professores da Universidade Anhembi-Morumbi,parceira do projeto.

A administradora Teresa Barros Barreto,que coordena o Restaurante-Esco-

la, entende que o trabalho não consiste apenas em formar bons profissio-

nais, mas bons cidadãos:“Procuro conversar sobre todos os assuntos com

eles.Temos a missão de transmitir valores, de contribuir para que tenham

uma formação plena. É trabalhar em algo que realmente faz a diferença”,

SocialJáO restaurante é o lugar perfeito para

quem busca uma refeição deliciosa,pre-

parada com carinho e servida com esme-

ro.O melhor: a preços acessíveis.Quem

está por trás desse show de competência

são os participantes da sexta turma de alu-

nos de um projeto de formação em gas-

tronomia concebido pela própria prefei-

tura.“São jovens provenientes de famílias

cuja renda é igual ou inferior a meio sa-

lário mínimo per capita”,explica Ana Ma-

ria Buccini Rosé,presidente da Fundação

Jovem Profissional,entidade que desde

1936 investe na profissionalização de ado-

lescentes e que se tornou parceira da se-

cretaria para a implantação do projeto.

“Estar no restaurante-escola é um

privilégio. Fiz amizades, superei me-

dos, fiquei menos tímida. Acho que,

além do aprendizado profissional,es-

tou me tornando também uma pessoa

melhor”,diz Solange.“Nunca falto,pois

SOLANGE BULHÕES, ALUNA DORESTAURANTE-ESCOLA SÃO PAULO

social 9/15/06 8:25 AM Page 86

Page 86: Revista Cyrela #03

afirma. Diferença que se expressa em

números: pelo restaurante-escola, já

passaram 350 alunos (incluídos os 60

da turma atual),dos quais 90% conse-

guiram empregos no setor. O projeto

mantém uma espécie de banco de em-

pregos, aos quais estão conveniados

restaurantes de alto nível da cidade,

como o Ça-Va e o Nakombi. Assim,

quando o jovem se forma,geralmente

já está empregado,ou pelo menos com

um estágio remunerado garantido.

Como a procura pelo curso tem sido

muito grande – no começo de 2006,

2.300 pessoas se inscreveram –,a prefei-

tura já estuda a possibilidade de implan-

tar outros restaurantes-escola pela cida-

de.“A idéia é abrir mais um na Assem-

bléia Legislativa,e outro no Mercado Mu-

nicipal”,revela Floriano Pesaro,secretá-

rio da Assistência e Desenvolvimento

Social do Município de São Paulo.“É im-

portante que cada unidade do restau-

rante-escola esteja em lugares de fácil

acesso ao consumidor”,ressalta.

À esquerda, ocorre-corre

dos alunos numdia típico norestaurante-

escola:aprendizado

com a mão namassa. Acima,

Glauber Auadae Solange

Bulhões,adolescentes

que tiveramsuas vidas

transformadaspelo projeto

social 9/15/06 8:25 AM Page 87

Page 87: Revista Cyrela #03

88 89 C Y R E L A

SocialJá

ENSINO DE QUALIDADE“Investir na profissionalização é investir no futuro do Brasil. Não basta

distribuir diplomas.É preciso oferecer uma formação profissional sólida,

consistente, capaz de mudar a realidade das pessoas, da sociedade, do

país.”Com essa frase,o empresário Vitor Siaulys,dono do laboratório Achè

e da rede de hotéis Unique, explica seu empenho em oferecer oportuni-

dades para jovens em situação de risco. Uma das missões abraçadas por

Siaulys – que, antes de se tornar empresário de sucesso, chegou a traba-

lhar como peixeiro – é atuar em conjunto com o Projeto Formare,da Fun-

dação Iochpe, que oferece cursos profissionalizantes para jovens prove-

nientes de famílias de baixa renda.

Bruna Rabelo de Souza, 18 anos, é uma das beneficiadas pelo projeto. Em

2005,assistiu a uma palestra na escola sobre o Formare e interessou-se pela for-

mação em hotelaria.“Sempre gostei de lidar com pessoas,e pensava em fazer

turismo.Quando assisti à palestra,percebi que aquele trabalho tinha tudo a ver

comigo”,conta a garota,hoje uma das 12 alunas da primeira turma que o For-

mare mantém no spa Unique Garden de Atibaia,onde são ensinados vários ser-

viços que envolvem a atividade hoteleira:bebidas e alimentos,governança e ad-

ministração, entre outros. Moradora de Mairiporã, na Grande São Paulo, Bruna

enfrentava dificuldade para conseguir emprego.Agora recebe ajuda de custo,

além de transporte e alimentação gratuitos para freqüentar o curso,que tem du-

ração de um ano.As chances de conseguir trabalho no próprio hotel são gran-

des:“Estou me esforçando para ser uma das pessoas que,no fim do curso,serão

contratadas pelo Unique”,diz,entusiasmada.

De uma maneira ou de outra,Bruna terá boas chances de conseguir trabalho

na área que escolheu.“O índice de emprego entre os jovens que passaram pelo

Formare é de 85%”,informa Beth Callia,coordenadora do projeto que já formou

mais de 4 mil alunos em cursos voltados principalmente à área industrial.“Nosso

foco até o momento tem sido a preparação de jovens para esse setor.O curso de

hotelaria é um novo desafio,que fornecerá mão de obra qualificada para uma área

que cresce muito no Brasil”,explica.“To-

dos os alunos do Formare recebem cer-

tificado emitido pela Universidade Tec-

nológica Federal do Paraná.”

“Na minha opinião,o mais legal des-

se curso é receber as aulas dos funcio-

nários do hotel. Dá uma sensação de

aprender algo de verdade, com quem

realmente faz as coisas”,comenta Bru-

na.Beth Callia completa:“Todos os cur-

sos do Projeto Formare são ministrados

voluntariamente por funcionários das

empresas parceiras.Assim,eles explicam

o que fazem,enquanto colocam a mão

na massa. Isso cria nos jovens uma fa-

miliaridade ímpar com o trabalho a que

irão se dedicar”.Vitor Siaulys enxerga

outra virtude nesse modelo de trabalho:

“Ao desempenharem de forma voluntá-

ria o papel de professores,os funcioná-

rios deixam aflorar seu lado mais huma-

no.A dinâmica estabelecida nesse tipo

de relação é muito saudável para todas

as partes envolvidas”.

Colher camomila é umdos muitos afazeres dosjovens que estudamhotelaria no UniqueGarden. Bruna Rabelo(acima) acredita teremprego garantido nofim do curso

social 9/15/06 8:26 AM Page 88

Page 88: Revista Cyrela #03

SONHOS CONQUISTADOSImplementado em outubro de 2005 pelo

Instituto Lina Galvani,numa parceria com

a Congregação de Santa Cruz,o projeto

Cozinheiro-Cidadão tem um diferencial

em relação ao Formare e ao Restaurante-

Escola:trabalha com uma faixa etária mais

ampla.“Como nosso objetivo é mudar a

realidade das pessoas que moram na fa-

vela do Jaguaré,comunidade onde o nos-

so trabalho está focado,optamos por ofe-

recer formação profissional a pessoas de

18 a 35 anos”,explica a coordenadora Ce-

cília Galvani.“Durante três meses,os alu-

nos selecionados recebem aulas práticas

e teóricas numa cozinha pedagógica ins-

talada na própria favela.Além do apren-

dizado de habilidades básicas da gastro-

nomia,têm aulas de português e literatu-

ra,direitos humanos,empreendedorismo

e responsabilidade sócio-ambiental”,con-

ta.A equipe é formada por oito educado-

res remunerados e oito voluntários.

Entre os parceiros do projeto, desta-

cam-se estabelecimentos de renome,

como o Bistrô Charlô,o Spasso Aragua-

ri,o Empório Santa Maria,a rede Viena

Delicatessen,o Bar Astor e os restaurantes Spot e Tordesilhas.O resultado disso é

que boa parte dos formandos já sai do curso com emprego garantido:“Até agora,

o projeto atendeu 28 pessoas,das quais 18 se formaram.Destas,14 estão emprega-

das”,diz Cecília.“Queremos atender um número muito maior de alunos,pois exis-

te demanda.Mas o custo do trabalho é alto,e precisamos de mais parceiros-patro-

cinadores dispostos a investir no projeto”,esclarece.

Uma das ex-alunas que teve sua vida transformada pelo projeto foi Maria José

da Silva Lages,35 anos.Ela estava desempregada e nunca tinha trabalhado com

registro em carteira.Hoje,é funcionária do Viena do Shopping Villa-Lobos e sente-

se realizada profissionalmente:“Eu achava que nunca conseguiria um bom em-

prego,pois não tinha experiência comprovada e já passava dos 30.Quando o pro-

jeto apareceu,me animei e resolvi tentar.Hoje me considero vitoriosa,porque es-

tou empregada,posso dar uma vida melhor para os meus filhos.Já sonho em me

mudar da favela,pois tudo é muito difícil por lá”,relata.

A vida da jovem Uridéia Andrade da Costa,hoje com 20 anos,também passou por

transformação profunda.Ela nasceu em Natal,no Rio Grande do Norte,e foi criada

pela avó – o pai a abandonou ainda bebê e a mãe migrou para São Paulo em busca

de emprego,quando a filha tinha somente 2 anos.Aos 15,ela resolveu viver com a

mãe,moradora da favela do Jaguaré,em São Paulo.Enfrentou muitas dificuldades,

principalmente o desemprego.“Estava em São Paulo há três anos,‘desenganada’da

vida,pois não tinha emprego,não tinha conseguido faculdade,não tinha nada.Um

dia, já sem saber o que fazer,vi um cartaz anunciando inscrições no Cozinheiro-Ci-

dadão.Achei que fosse aprimorar o que já sabia de cozinha,não tinha idéia do que

seria.O fato é que minha vida mudou e muda até hoje,porque tenho sonhos,objeti-

vos que não tinha antes”, relata a garota,que resolveu dividir sua experiência com

outros jovens e hoje é uma das educadoras contratadas pelo Projeto Buffet Solidário,

que também oferece aprimoramento profissional a alunos de baixa renda.

Logo após concluir o curso,Uridéia foi convidada pela ONU para participar de

um congresso em Nova York:“Fui como representante de uma das Oito Metas do

Milênio”.A meta simbolizada por ela foi a de incentivar a formação profissional

de jovens em desvantagem social.“O mais legal foi ver quantas pessoas se identi-

ficavam com a minha história”, diz Uridéia, única brasileira presente ao evento.

Sua história,assim como as dos outros sete jovens participantes,foi registrada em

textos e imagens,que ficaram expostas na sede da ONU para lembrar aos líderes

mundiais da importância de investir no futuro do planeta.

Eu estava ‘desenganada’da vida. Hoje tenho sonhos eobjetivos que não tinha antes

URIDÉIA DA COSTA, FORMADA EM GASTRONOMIAPELO PROJETO COZINHEIRO-CIDADÃO

social 9/15/06 8:26 AM Page 89

Page 89: Revista Cyrela #03

Gira Gira

FESTA

90 91 C Y R E L A

1

2

Foi um sucesso o lançamento do em-

preendimento Reserva Jardim,em

São Paulo. Na noite de seu lançamen-

to, foram escrituradas 90 unidades. A

festa aconteceu em 26 de agosto, um

sábado de calor no meio do inverno

paulistano.Os convidados e felizes pro-

prietários de apartamentos do Reserva

Jardim brindaram com champanhe.Ta-

ças ao alto para a nova vida que come-

ça no Jardim Avelino, um dos bairros

mais charmosos e exclusivos da cida-

de (veja matéria nesta edição).

FO

TOS:

JO

SETI

CA

PU

SSO

NO JARDIM 1. Cassia da Penha Paes e Carlos CesarBendassoli 2. Os corretores Dirceu eLaporta, Nilza Perez,M. Antonio Perez, Luciana Wermelinger,Carlos Perez e Andrezza Perez 3.

Natalia Penteado, Lais Claudia Alves,Ricardo de Souza e os corretores Rafaele Barbara 4. Rodrigo Veroneze Caetanoe a corretora Irani 5. Juliana Papadopoli,Maria Graça S. Zuliani, João Batista P.Zugliani e o corretor Rossi 6. DanielFerreira Pinto e Ana Karina Grassi

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3

6

5

4

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Page 91: Revista Cyrela #03

MÚSICA

C a r a v e l aNAVEGUE PELA CULTURA: LIVROS, CINEMA, TEATRO, EXPOSIÇÕES...

92 93 C Y R E L A

Enquanto era fácil encontrar em CD a obra

de artistas influentes da MPB – Chico, Gil,

Caetano – o fã de Bethânia ainda via navios.

Conseguia comprar os mais recentes – e óti-

mos – álbuns da cantora, pela gravadora Bis-

coito Fino, e alguns sucessos como Álibi ou Mel.

Grande parte dos discos que a irmã de Caeta-

no lançou em 41 anos de carreira, porém, es-

tava curiosamente indisponível. Alguns nem

sequer haviam aparecido no formato digital.

O “mistério” acabou. No ano em que se come-

moram os 60 anos da cantora, as gravadoras por

quais passou relançam 38 CDs (contando os da

Biscoito) – sua obra completa. Os álbuns dos se-

los Universal, SonyBMG e EMI vêm com textos do

pesquisador Rodrigo Faour, que revela peculiari-

dades da escolha de repertório, do momento po-

lítico que se vivia na época de cada disco e os con-

ceitos da intérprete. Caetano Veloso – embora

BETHÂNIAO RELANÇAMENTO

DA OBRA COMPLETA DE

MARIA BETHÂNIA EMCD FAZ JUSTIÇA

A UMA DAS TRAJETÓRIAS

MAIS OUSADAS DA MÚSICABRASILEIRA

TODAE D I Ç Ã O : M A R T A B A R B O S A

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Page 92: Revista Cyrela #03

canção se apresentavam. A opção de Bethânia,

àquela altura, já parecia “cafona” para os mo-

dernos. Mas ela nunca esteve preocupada com

o que achassem. O próximo passo seria revoluci-

onar o conceito de espetáculo musical no Brasil

com o show Rosa dos Ventos, em 1971, em que en-

tremeava canções a textos de autores como Fer-

nando Pessoa e Clarice Lispector.

Esses e outros momentos foram registrados

ao longo de 41 anos em forma de discos, feitos

em estúdio ou ao vivo. O relançamento de to-

da a obra de Bethânia faz justiça a uma traje-

tória corajosa e única, para aplicar os adjeti-

vos mais modestos. Cyrela seleciona e comen-

ta alguns dos pontos mais altos.

suspeito – diz que Bethânia é uma das artistas

mais conceituais da música brasileira. Seus tra-

balhos, no palco ou nos estúdios, geralmente con-

tam uma história, partem de uma idéia bem con-

cebida, que envolve não apenas as canções, a for-

ma de alinhavá-las umas às outras e sua sonori-

dade, mas a criação gráfica das capas dos discos.

A grande viagem de Maria Bethânia começa

em 1965, quando alcançou o estrelato imediato,

substituindo Nara Leão no espetáculo Opinião,

com os compositores João do Vale e Zé Kéti. Na-

ra vivia no palco uma garota da classe média da

zona sul carioca, que desvendava a realidade so-

cial brasileira por meio de seus companheiros –

o nordestino, vivido por Vale, e o homem do mor-

ro, encarnado por Kéti. Quando Bethânia foi in-

tegrada ao espetáculo, não havia como vê-la na

pele de garotinha ingênua. Nada tinha da doçu-

ra de Nara. Era uma força da natureza, levava o

público às lágrimas, à revolta ou à catarse (ou tu-

do isso ao mesmo tempo) cantando Carcará, es-

pecialmente quando relacionava o vôo faminto

da ave de rapina ao êxodo do povo nordestino.

DESDE SEMPRE, IMPREVISÍVELBethânia também trouxe na bagagem as primei-

ras composições de Caetano. De Manhã, incluí-

da a seu pedido no roteiro de Opinião, virou hit.

E aí inicia-se a sua história de intérprete impetu-

osa, que nunca se dobrou às vontades da indús-

tria da música. A fama acidental de musa do pro-

testo, conquistada com Opinião, a incomodava.

Buscavam seus palpites sobre política, na espe-

rança de que dali jorrassem soluções para a ques-

tão da reforma agrária ou o problema das secas

no sertão. Ela, uma garota de 17 anos recém-che-

gada de Santo Amaro da Purificação, Bahia, não

sabia muito bem o que dizer. Mas sabia o que

queria e, definitivamente, o que não queria.

Demonstrando de imediato a personalidade

que assumiria ao longo de sua carreira, fez o con-

trário do que esperavam dela: foi cantar um re-

pertório romântico nas boates de Copacabana,

bairro em que ainda borbulhavam os inferninhos

de música ao vivo – onde o fino do fino dos músi-

cos egressos da bossa nova e da onda do samba-

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SETE DISCOS FUNDAMENTAIS DE BETHÂNIA

MARIA BETHÂNIA (1965) É o grito primal de Bethânia, com os sucessos Carca-

rá e De Manhã. Já na estréia, ela mostra seu carinho

pelas músicas do passado (uma constante em seu re-

pertório), cantando Caymmi, Noel Rosa e o baiano Ba-

tatinha. Uma certa Maria da Graça divide os vocais

em Sol Negro. Era Gal Costa, que também nascia.

CHICO BUARQUE E MARIA BETHÂNIA AO VIVO (1975) Em 1975, não ter visto o show de Chico e Bethânia

no Canecão carioca era algo como não ter assun-

to. Para quem perdeu ou não havia nascido, o CD

revive momentos brilhantes. Atenção para a pri-

morosa Sem Açúcar, de Chico, na qual a cantora

esbanja drama.

PÁSSARO PROIBIDO (1976)Olhos nos Olhos– clássico de Chico que fez de Bethâ-

nia uma cantora ainda mais popular – está aqui. Va-

le a revisão de outras faixas do LP, sobretudo Amor,

Amor (Sueli Costa e Cacaso), uma de suas mais belas

gravações. O respeito às divindades do candomblé es-

tá expresso na mítica As Ayabás.

ÁLIBI (1978)Um dos maiores sucessos comerciais da filha de

Santo Amaro, traz músicas que marcaram paixões:

Explode Coração, De Todas as Maneiras, O Meu

Amor (com Alcione) e a faixa-título, de um ain-

da pouco conhecido Djavan. O samba pede pas-

sagem no saboroso dueto de Gal Costa e Bethâ-

nia em Sonho Meu.

DEZEMBROS (1986) Outro êxito de vendas de Bethânia, vale pela faixa

de abertura, Anos Dourados, de Tom Jobim, com

letra de Chico – aqui, em versão definitiva. Mas há

outras delícias, como a toada Gostoso Demais, de

Dominguinhos e Nando Cordel.

OLHO D’ÁGUA (1992) Considerado pela própria cantora um de seus

melhores discos, Olho D’Água não teve a aten-

ção que mereceu. Talvez porque, de novo, ela

nadasse contra a corrente, num disco ousado,

totalmente acústico e até sem bateria. Redes-

cubra Louvação a Oxum, por exemplo, uma jóia

escondida pelo tempo.

AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM (1993)Bethânia já era fã da dupla Roberto e Erasmo na

época da Jovem Guarda – foi quem alertou Caeta-

no Veloso sobre a força do movimento, o que o ins-

tigou a detonar o Tropicalismo. Mas pouco havia

gravado dos dois. “Erro” reparado nessa coleção,

onde não faltam os hits Detalhes e Emoções.

P O R S E R G I O C R U S C O

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96 97 C Y R E L A

THOM YORKE, VOCALISTA DO RADIOHEAD, LANÇA SEU PRIMEIRO TRABALHO SOLO.TRILHA SONORA DOS SONHOS

MÚSICA

THE ERASERTHOM YORKEXL / BEGGARS US ADAR$ 98 (IMPORTADO)

Rosa Passos é uma das intérpretes, violonistas e compositoras mais

refinadas da música brasileira, porém, curiosamente, apresenta-se

no exterior com maior freqüência do que por aqui. Com Rosa, seu novo

CD, começa a ser “descoberta” e ocupar o lugar que merece. Quem é fã

de bossa nova não pode deixar de ouvir este trabalho, de apenas voz e

violão. Mas que voz, e que violão – a serviço de um repertório de músi-

cas próprias e clássicos como Olhos nos Olhos (Chico Buarque), Até Quem

Sabe (João Donato), Eu Não Existo sem Você (Jobim e Vinicius) e Sentado

à Beira do Caminho (Roberto e Erasmo Carlos). Para ouvir sonhando.

A BOSSA DE ROSA

ROSA | ROSA PASSOSTELARC/UNIVERSAL R$ 30

Os fãs mais cabeçudos da banda inglesa dirão que

falta um “quê” de paixão ao álbum The Eraser. Bo-

bagem. Afinal, o disco não chega a ser um rompimen-

to – ao contrário, parece uma continuação dos traba-

lhos anteriores do grupo. Yorke usou trechos de gra-

vações com a banda, apostou nos arranjos e recriações

de Nigel Godrich, produtor da maioria dos clássicos do

Radiohead, e se deixou levar pelos ritmos eletrônicos.

Saímos ganhando, claro. Ainda mais porque Thom Yorke

não perdeu sua introspecção, nem sua lamúria. Faz is-

so com extremo talento em Analyse e Atoms for Pea-

ce. Mais: extrapola os sentidos em Cymbal Rush – ver-

dadeira trilha sonora dos sonhos.

ROSA PASSOS PASSEIA PELOS CLÁSSICOS DA MÚSICA BRASILEIRA

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AInglaterra tem candidata nova a rainha pop. Lily Allen é uma garota de

apenas 21 anos que arrebatou os corações britânicos com sua música ir-

reverente como ela própria. A festiva Smile, que abre o seu disco Alright, Still,

é a trilha sonora do verão londrino e está há semanas nas paradas. Há quem

diga por aqui que Lily Allen é a versão inglesa e melhorada da nossa Pitty. A

julgar pela pegada adolescente, essa é uma meia-verdade. Indiscutível é que

sua música é boa mesmo, criativa e engenhosa. Tanto que Lily fez sucesso

primeiro na internet. Sua fama se deve, antes de tudo, ao seu site (myspa-

ce.com/lilymusic), que já teve quase 2 milhões de acessos e de onde dá para

baixar algumas canções. O disco é todo uma festa. LDN, uma das mais toca-

das, mistura hip hop, Caribe e dance. Alfie nos faz sentir num carrossel. E

Everything’s Just Wonderful tem até uma virada de bossa nova.

Não se assuste com o tema deste DVD. Sim, ele trata de física quântica, mas de uma ma-

neira tão criativa e moderna que não chega a ser chato. Física quântica é a física das

possibilidades, e isso vai sendo explicado ao longo do filme por declarações de cientistas

renomados, intercaladas pela história de Amanda, personagem interpretada por Marlee Matlin (Oscar

de melhor atriz por Filhos do Silêncio, em 1986). Você se sente parte de um dia na vida cotidiana e sem

graça da protagonista quando um mundo de valores ocultos e realidades paralelas começa a se reve-

lar. Amanda se vê num redemoinho de acontecimentos caóticos e tenta tirar disso tudo alguma conclu-

são. São saborosas as descobertas que ela faz, e que fazemos com ela. Imagine que nosso cérebro pro-

cessa 400 bilhões de bits de informação por segundo, mas só temos consciência de 2 mil bits por segun-

do. O assunto é tão interessante, e a direção tão primorosa, que você vai ouvir falar de hipotálamo com

a mesma naturalidade que escuta sobre a força do pensamento positivo. Só não espere respostas. O

que fica no fim do filme são perguntas, muitas perguntas.

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

NOVA PEQUENA NOTÁVELALRIGHT, STILL

LILY ALLENEMI MUSIC BRASIL

R$ 40

DVD

LILY ALLEN TEM APENAS 21 ANOS E UMA LEGIÃO DE FÃS PELA EUROPA

QUEM SOMOS NÓS? (WHAT THE BLEEP DO WE KNOW)DIREÇÃO DEWILIAM ARNTZPLAYARTE R$ 44

MEIO DOCUMENTÁRIO, MEIO FICÇÃO, QUEM SOMOS NÓS? INDICA AS POSSIBILIDADES

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98 99 C Y R E L A

Fábio da Silva Prado (1887-1963) foi o primei-

ro prefeito de São Paulo depois de um lon-

go período de instabilidade por causa das re-

voluções de 30 e 32. Durante sua gestão, entre

1934 e 1938, o engenheiro formado pela Univer-

sidade de Liège (Bélgica) colocou em prática um

dos mais ousados planos de urbanização, pen-

sado pelo seu antecessor Prestes Maia. Cons-

truiu as avenidas Rebouças e 9 de Julho, o está-

dio do Pacaembu e reconstruiu o viaduto do

Chá. A exposição Renata e Fábio Prado – A Ca-

sa e a Cidade reúne 50 fotografias e muitos do-

cumentos oficiais que registram a transforma-

ção que a capital paulista viveu nesses anos. A

relação íntima do prefeito e sua mulher Rena-

ta Crespi (1897-1984) com os modernistas tam-

bém ganha espaço na exposição, que apresen-

ta peças da coleção particular do casal como a

escultura do busto de Renata Crespi em már-

more branco, assinada por Victor Brecheret.

SÃO PAULOEM TRANSIÇÃO

RENATA E FÁBIO PRADO – A CASA E A CIDADENO MUSEU DA CASA BRASILEIRA ATÉ 1O DE OUTUBRO | ENTRADA: R$ 4 (ESTUDANTE PAGA MEIA)

EXPOSIÇÃO RETRATA A URBANIZAÇÃO DA CAPITAL PAULISTA PORFOTOS DA COLEÇÃO PARTICULAR DO EX-PREFEITO FÁBIO PRADO

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EXPOSIÇÃO

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Hillary Clinton, as rainhas Elizabeth da Inglaterra e

Sílvia da Suíça, além de todas as primeiras-damas

brasileiras desde o governo Sarney aos dias de hoje

têm algo em comum em seus cofres. Todas têm ao me-

nos uma peça by Clementina Duarte – um dos nomes

brasileiros mais prestigiados do design de jóias ao re-

dor do mundo. Tanta glória não é à toa. Essa recifen-

se de acento forte que estreou, há 40 anos, com uma

exposição na galeria Steph Simon, em Paris, tem co-

mo mestre ninguém menos que o arquiteto Oscar Ni-

emeyer, e acumula todos os prêmios que qualquer um

nessa área pode desejar. Muita gente não a reconhe-

ce como referência fundamental na joalheira brasilei-

ra pelo fato de, por 15 anos, Clementina ter morado

fora do país, parte do tempo em Paris, outra parte em

Washington. A boa notícia é que, como o herói que vol-

ta à sua aldeia, ela está de novo entre nós. “Senti que

era hora de me fazer conhecida no país onde nasci”,

diz, e prepara-se para inaugurar sua primeira loja em

São Paulo, ainda este ano. Antes de abrir as portas, no

entanto, delicia-se com seu sucesso devidamente re-

gistrado no livro Clementina Duarte – A Arte e o De-

sign da Jóia Moderna Brasileira, escrito por Cynthia

Unninayar, editora da revista americana Internatio-

nal Jeweler. A mesma que, em 2002, inscreveu o nome

de Clementina entre as 20 mais importantes designers

de jóias do mundo.

No início da sua carreira, a senhora viveu o conflito

de criar beleza num país dominado pela pobreza e,

na época, a ditadura militar. Vivemos uma democra-

cia, é verdade, mas a pobreza é ainda maior nos di-

as de hoje. Ainda existe esse conflito?

Não mais. E quem me livrou desse dilema foi dom Hélder

Câmara (religioso falecido em 1996), que me ajudou a ver

que tenho um dom e que preciso utilizá-lo. Ele me disse

JÓIAS DE RAINHALIVROS

CLEMENTINA DUARTE A ARTE E O DESIGN DA JÓIA MODERNA BRASILEIRAEDIÇÃO PRÓPRIA (À VENDA NAS LIVRARIAS DAS REDES CULTURA, SARAIVA, LASELVA E NOBEL) 270PÁGINAS, R$ 150

que, se eu deixasse de criar o belo, Recife e o Brasil fica-

riam ainda mais pobres. Aceitei dessa forma.

E a senhora já compreende sua função como designer

de jóias, é isso?

Sim. A jóia é um trabalho de arte permanente. O design

está à frente da matéria e as peças que fiz nos anos 60

continuam perdurando. Nas civilizações egípcias e gre-

gas, as jóias contavam um pouco da história daquelas

sociedades. E tento fazer isso nos dias de hoje. Imagi-

ne que tenho peças desenhadas no início da minha car-

reira e que registraram e até imortalizaram riquezas do

mar que nem mais existem, como espécies de plantas

e animais. Isso não é surpreendente?

E o que a inspira?

Eu me inspiro em algumas coisas, entre elas o Barro-

co brasileiro, do qual Recife é um berço, o trabalho

de Oscar Niemeyer e a natureza do Brasil. E que tu-

do isso resulte numa jóia requintada, descontraída

e moderna, como são as mulheres do nosso país.

A JOALHEIRA CLEMENTINA DUARTE COMEMORA 40 ANOSDE CARREIRA COM UM LIVRO E O RETORNO AO BRASIL

100 101 C Y R E L A

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Page 100: Revista Cyrela #03

Obrasileiro, de modo geral, demorou a conhecer Murilo Rubião.

Do lançamento do seu primeiro livro até sua descoberta pela

crítica e pelos leitores foram mais de duas décadas. Foi preciso es-

critores de fora, como o colombiano García Márquez e o argenti-

no Julio Cortázar, fazerem sucesso com um gênero conhecido co-

mo realismo fantástico, no fim dos anos 60, para que se notasse o

mineiro Rubião, que seguia a mesma cartilha desde seu primeiro

livro, lançado em 1947. A reedição de sua obra em três volumes (o

terceiro, O Homem do Boné Cinzento, será lançado em abril de

2007), que juntos reúnem 33 dos cerca de 50 contos escritos pelo

autor, é uma chance e tanto para mergulhar nesse mundo do im-

provável e do impreciso. Mundo que permite a insólita narração

de um acidente mortal pela voz do defunto, como em O Pirotécni-

co Zacaria – conto que dá título a um dos volumes.

Os ghost-writers são aqueles escritores que emprestam talento, mas não o nome, a

um projeto específico. Dificilmente aparecem – e são bem pagos para não apare-

cer. Foi preciso mais de meio século para que se tornasse pública a identidade da auto-

ra de três das mais criativas colunas femininas publicadas nos jornais brasileiros entre

os anos 50 e 60. Por trás de conselhos de etiqueta, moda e comportamento, estava Cla-

rice Lispector. Ao mesmo tempo em que escrevia o livro de contos Laços de Família, Cla-

rice se esforçava para dar dicas para a mulher moderna, num tom de conversa íntima.

Uma das colunas, publicada no Diário da Noite, era assinada pela atriz de cinema e TV

Ilka Soares, que mais tarde se tornou amiga de Clarice, de quem era vizinha no bairro

carioca do Leme. Nas outras duas colunas, uma do jornal Comício e outra do Correio da

Manhã, o nome da escritora manteve-se oculto por exigência dela, que temia que a ati-

vidade comprometesse sua carreira literária e de mulher de diplomata. Melhor, porque

assim Clarice pôde exercitar seu gosto pelas entrelinhas, criando personagens capazes

de instigar a leitora a refletir sobre assuntos sérios. Além das lições de “feminice”, Cla-

rice coloca a mulher diante do conflito na qual se estrutura a sociedade moderna: o

mundo das simulações e a verdadeira natureza das coisas.

CORREIO FEMININO REÚNE TEXTOS DE COLUNAS PUBLICADAS EM JORNAIS ENTREOS ANOS 1950 E 1960, QUE TIVERAM CLARICE LISPECTOR COMO GHOST-WRITER

CLARICE PARA MULHERES

CORREIO FEMININOCLARICE LISPECTOR

EDITORA ROCCO160 PÁGINAS

R$ 38

IMPROVÁVEL E IMPRECISO

A CASA DO GIRASSOL VERMELHO (100 PÁGINAS)O PIROTÉCNICO ZACARIAS (120 PÁGINAS)MURILO RUBIÃOCOMPANHIA DAS LETRASR$ 29 (CADA UM)

A REEDIÇÃO DA OBRA DE MURILO RUBIÃO É A CHANCE DE (RE)CONHECER O PRECURSOR DO REALISMO FANTÁSTICO NO BRASIL

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Page 101: Revista Cyrela #03

Outro dia tive uma pequena discussão com uma amiga (uma discussãozinha,pois mais

não merece) a respeito de recados através de secretárias.Se você precisa dar um reca-

do para uma pessoa que trabalha e você também trabalha,pode ser através de secretárias,tu-

do bem.Se você em compensação quiser dar um recado pessoal,tipo,“não vamos ao cine-

ma”é muito feio mandar recado para desmarcar,afinal é a tua amiga – ligue pessoalmente.

Recados telefônicos têm de ser respeitados. Se você liga uma vez e não te ligam

de volta,insista,pois a pessoa pode não ter recebido o recado. No entanto,depois da

terceira tentativa,não deixe de avisar sua amiga que afinal na casa dela não sabem

dar recados. O pior é no trabalho, quando um diretor de empresa alega que não re-

cebeu seu recado, diga a ele que deve mandar a secretária embora, pois se ele tem

uma posição de destaque na empresa,está na hora de ter uma secretária de peso.Na

verdade, muitos diretores de empresa jogam a culpa na secretária, quando querem

se esquivar de um assunto ou rejeitar um convite. Mas é preferível dizer “desculpe,

não tenho tempo”,a culpar subalternos.Além de tudo é politicamente incorreto...

Você quer algo mais desagradável do que alguém te encontrar e dizer a seguinte

frase:“Garanto que você não se lembra de mim,e nem de onde me conhece”.Quan-

do é comigo,tenho vontade de matar.Pois se ele mesmo já sabe disso,porque não diz

“olha,sou o fulano de tal, trabalhamos juntos em tal lugar”.Essa atitude evita o cons-

trangimento da pessoa questionada,que está ali, sem fazer mal a ninguém.Hoje em

dia eu simplesmente digo que não me lembro mesmo e ponto final.Se você não se

lembra, fica conhecendo naquele momento. E a impressão pode ser até melhor do

que a anterior que,no fim das contas,passou em branco em sua memória.

Outra situação chata é ir com um grupo a um restaurante, pedir um vinho e obrigar

todo mundo a dividi-lo na conta.Quando você é quem está convidando pode escolher

a bebida que quer.Se você é convidado deixa o anfitrião escolher,e bebe o que for ser-

vido ou pede uma água.Se a turma é íntima,chega-se a um denominador comum – ou

todo mundo bebe vinho,ou na conta você toma a dianteira e diz:“O vinho eu pago”.

Distribuir lugares no carro em uma viagem. Deve-se oferecer o lugar ao lado do

motorista à convidada mulher ou a uma pessoa mais velha do grupo. Se o homem

guia,a esposa dele tem obrigação de oferecer o lugar para a outra mulher que este-

ja no carro, sobretudo se a passageira for mais velha.O banco da frente é o lugar mais

confortável do carro.Também faz parte da boa educação,esta outra mulher não acei-

tar,claro.Sobretudo se ela não for tão velha assim.

Questão de horários.É inadmissível mais do que 10 minutos de atraso para uma reuni-

ão de negócios ou para encontrar alguém em um restaurante.Não há nada mais grosseiro

do que um homem deixar uma mulher

sentada sozinha esperando em um res-

taurante.Se for um jantar na casa de al-

guém,o máximo de espera deve ser de 20

minutos,pois será uma falta de respeito

com os que chegaram na hora.Em um

coquetel,o atraso pode ser de até 1 hora

que não faz a menor diferença.

Uma frase bem idiota é:“Apareça lá

em casa”.Você com certeza não quer

que essa pessoa apareça sem avisar.O

pior é que se você falar isso para um

americano ou um europeu ele acha

que é para ir mesmo e aparece, pois

acredita no que você falou.Também

dizer que vai telefonar para almoçar e

nunca o fazer,é melhor simplesmente

não dizer nada. Se convidar para apa-

recer,dê endereço, telefone e data.

Furar fila.É errado, feio e passível de

agressões verbais por parte de quem es-

tá sendo prejudicado.O que,no fim,é um

constrangimento desnecessário.O pior é

que eu mesma já fiz isso tanto em fila de

autógrafos,como em fila de missa.Sem-

pre por questão de compromissos impor-

tantes a caminho.Mas pega mal,eu sei.

Afinal,nos dias de hoje,todo mundo tem

seus compromissos importantes.Se tiver

de passar na frente,das duas uma: seja

muito discreta ou peça a alguém mais no-

vo se pode passar na frente dele porque

você não pode ficar em pé muito tempo.

Paciência...E que isso não se torne um há-

bito,pois é hábito de mal-educado.

CONFRONTOS DE RISCO

102 C Y R E L A

PontodevistaA A R T E D E C O N V I V E R

ALICE CARTAÉ PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS

MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRONINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR

Algumas situações banais podem nos colocar na vala comum dos mal-educados.Veja como se portar para não incomodar o outro e ser incomodado

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Page 102: Revista Cyrela #03

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Page 103: Revista Cyrela #03

CyrelaAQUI VOCÊ ENCONTRA SEU IMÓVEL

Já vai longe o tempo em que o Jardim

Avelino era considerado um lugar de-

solado por seus primeiros habitantes.

Antes de as ruas ganharem asfalto,o ven-

to que soprava sobre a colina espalha-

va poeira sobre as casas e a chuva cria-

va lama nas ruas.Hoje o pequeno bair-

ro, incrustado na Vila Prudente, é bem

mais parecido com o que sonhou seu

desbravador Fernando Avelino Correa,

proprietário de um loteamento de

mais de 1 milhão de metros quadra-

dos na região,ao contratar o engenhei-

ro Alberto Morato Krahenbuhl para ur-

banizar o pedaço, na década de 50.

Krahenbuhl tratou de transformar o

Jardim Avelino numa espécie de oásis

a ser penetrado apenas por seus habi-

tantes. No melhor estilo “segredo bem

guardado”,cuidou para que o trânsito

das avenidas vizinhas não cortasse a vi-

la de ruas curtas e sinuosas,que em seus

primórdios abrigou imigrantes italianos.

Ali,plantou árvores e criou redutos apra-

zíveis,como a praça Adail Nunes da Sil-

va,rebatizada pelos moradores com um

nome mais familiar e poético,como o

próprio bairro: praça do Sol.

Foi no fim dos anos 70, no entanto,

que o bairro começou a ganhar status

Como uma jóia incrustada na zona leste da cidade,o Jardim Avelino oferece qualidade de vida e tranqüilidade

a quem o elege como seu lugar para morar

OÁSIS PAULISTANO

cadernocyrela_rev5 9/15/06 9:05 AM Page 104

Page 104: Revista Cyrela #03

de lugar em que se vive bem – muito

bem. Com as ruas asfaltadas, a beleza

e a calma da região começaram a atra-

ir empreendimentos imobiliários sofis-

ticados,que levaram modernidade ao

lugar.Hoje o Jardim Avelino é referên-

cia de valorização e elegância. Com-

pleto de comércio e serviços do dia-a-

dia,conta com acesso fácil para todas

as regiões da cidade (via avenidas

Anhaia Mello e Salim Farah Maluf), o

que atrai moradores interessados em

qualidade de vida,praticidade e sosse-

go.Atualmente, há mais de 30 condo-

mínios de alto padrão no bairro,distri-

buídos nas quadras ao redor do terre-

no de 17 mil metros quadrados onde

foi lançado o Reserva Jardim,novo em-

preendimento da Cyrela.

A MAIOR PADARIA DA CIDADE

Rua Ibitirama, 1409Tel.: (11) 6342-6644A Cepam,fundada em 1968,é uma pa-

daria superlativa,que também funcio-

na como restaurante, rôtisserie, pizza-

ria, supermercado e ponto de encon-

tro de moradores do Jardim Avelino,da

Vila Prudente,da Mooca,do Ipiranga e

até do ABC.No mês de setembro,quan-

do for concluída mais uma obra de am-

pliação,a padoca tamanho-família con-

tará com 1.700 metros quadrados, tor-

nando-se a maior da cidade.Quem pas-

sa por lá,além de pão fresquinho,não

resiste a experimentar os doces e ou-

tras delícias made in Cepam. O suces-

so desses produtos fez com que os do-

nos da padaria lançassem a marca Vil-

lage, famosa por seus panetones,ovos

de Páscoa e bombons.

TRILHA ECOLÓGICA

Av. Francisco Falconi s/no

Quem não abre mão de uma caminha-

da matinal ou da prática de esportes

ao ar livre tem no Jardim Avelino o lu-

gar ideal para relaxar e respirar ar pu-

ro. É o Parque Ecológico de Vila Pru-

dente, com 70 mil metros quadrados

de área verde,onde se localiza o Cen-

tro Educacional e Esportivo Arthur Fri-

endreich – assim batizado em home-

nagem ao futebolista paulistano que

brilhou em vários clubes do estado e

na seleção brasileira nos anos 1910 e

1920.O centro,que fica exatamente ao

lado do terreno do Reserva Jardim,

conta com equipamento para diversas

práticas esportivas,destacando-se seu

conjunto aquático,com três piscinas.

BOAS COMPRAS LOGO ALI

Avenida Doutor FranciscoMesquita, 1000, tel.: 6914-0422A poucos minutos de carro do Jar-

dim Avelino, o Central Plaza Shop-

ping é uma opção completa para

compras, gastronomia, serviços e

entretenimento – e não deve nada

aos grandes centros de consumo

da cidade. Além de moda para to-

dos os públicos – infantil, juvenil,

masculino e feminino –, o shopping

abriga um hipermercado, academia

de ginástica e complexo Cinemark

com dez salas de projeção. Para

quem pensa em cuidar do visual e

da funcionalidade do novo aparta-

mento, o Shopping Interlar, anexo

ao Central Plaza, oferece diversas

lojas de móveis, decoração e uten-

sílios domésticos.

cadernocyrela_rev5 9/15/06 9:05 AM Page 105

Page 105: Revista Cyrela #03

CyrelaAQUI VOCÊ ENCONTRA SEU IMÓVEL

106 107 C Y R E L A

RESERVA JARDIMRua José Gonçalves Galeão, 287Tel.: (11) 6341-9771

Passear pelas ruas tranqüilas do Jar-

dim Avelino é um convite irresistí-

vel. Mas os moradores do Reserva Jar-

dim, novo empreendimento imobiliá-

rio no bairro,também terão muitos mo-

tivos para “ficar em casa”. Em mais de

17 mil metros quadrados de terreno,on-

de serão construídos dois condomínios

independentes, será possível desfrutar

de um complexo de lazer pensado pa-

ra toda a família.Enquanto as crianças

se divertem na Brinquedoteca,no Cine

Kids,na Casa do Tarzan ou nas piscinas,

os adultos passam horas agradáveis nas

quadras esportivas, no Fitness Center,

na Sala de Jogos ou no Espaço Gour-

met, ambiente equipado para receber

amigos e impressioná-los com seu bom

gosto gastronômico.Para os adolescen-

tes, há opções como a Lan House, o

Lounge Juvenil ou a Garage Band,sala

com revestimento acústico onde é pos-

sível aumentar os decibéis das guitar-

Perspectiva ilustrada dafachada da Torre Figueira,do Condomínio Tarumã

cadernocyrela_rev5 9/15/06 9:06 AM Page 106

Page 106: Revista Cyrela #03

Perspectiva ilustrada da quadra de tênis do Condomínio Tarumã

ras sem incomodar ninguém.Esses são

apenas alguns dos atrativos das áreas

sociais dos condomínios Gravatá e Ta-

rumã,que formam o Jardim Reserva.O

Gravatá conta com duas torres – a Ingá

e a Ipê – que juntas totalizam 188 apar-

tamentos de 130 metros quadrados.No

Tarumã, as torres Jacarandá e Jatobá

têm apartamentos de 156 metros qua-

drados e mais quatro coberturas dú-

plex.Na terceira torre,a Figueira,os apar-

tamentos são de 192 metros quadrados,

sendo que duas são coberturas dúplex,

somando 156 apartamentos.

Na internet:www.cyrela.com.br/reservajardim

A piscina coberta e climatizada do CondomínioGravatá garante lazer e saúde para toda a família

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Page 107: Revista Cyrela #03

CyrelaAQUI VOCÊ ENCONTRA SEU IMÓVEL

108 109 C Y R E L A

Num depoimento ao site do projeto

Viva SP, o quadrinista Lourenço Mu-

tarelli lembrou que nos anos 60, quan-

do morava no Campo Belo,o pão quen-

tinho era entregue de lambreta.“Era só

ouvir o barulho que a gente já pegava o

dinheiro com os pais e ia comprar”,con-

ta ele, que sempre torcia para que so-

brasse troco para um desejado pão do-

ce.Como toda a cidade de São Paulo,de

lá para cá a região próxima ao aeroporto

de Congonhas modernizou-se e ganhou

prédios arrojados, de alto padrão. Mas

ainda estão lá as ruas largas,silenciosas

e arborizadas,com pouco trânsito,as pa-

darias de esquina com mesinhas na

calçada,suas mais de 30 praças – tudo

nos convidando a um bom passeio.

Além de contar com esse charme que

lembra uma cidade de interior dentro

da metrópole,o bairro é um prato cheio

para quem faz questão de estar próxi-

mo a importantes regiões comerciais,

de lazer e de negócios da capital.Os mo-

radores adeptos das caminhadas po-

dem, por exemplo, andar até o Parque

Ibirapuera.Também é possível ir a pé

até o Shopping Ibirapuera, centro de

TÃO LONGE, TÃO PERTOO Campo Belo fica a um pulinho de várias regiões importantes e agitadas

da cidade,mas mantém as ruas largas e arborizadas de antigamente

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Page 108: Revista Cyrela #03

O ContemporâneoCampo Belo terá

apartamentos onefloor e double floor:

tendência desucesso em outrosempreendimentos

da Cyrela. Abaixo,perspectivas

ilustradas do livinge do terraçodouble floor

alia elegância e conforto.Todas as uni-

dades terão amplo terraço com integra-

ção com a copa e a cozinha. Serão 27

pavimentos,fachada em estilos clássico

e contemporâneo numa única torre.En-

tre as áreas de uso comum estão a pra-

ça das águas,espaço gourmet, spa com

sauna seca,ofurô,ducha e sala de des-

canso,piscinas climatizadas para adul-

tos e crianças,solarium e tecno lounge.

Os projetos são de Marcio Curi & Aze-

vedo Antunes,na arquitetura;Benedito

Abbud,paisagismo,e Débora Aguiar,de-

coração de áreas comuns e aparta-

mento-modelo. Serão duas opções de

apartamento.Os one floor terão quatro

dormitórios (duas suítes), 206 metros

quadrados e três vagas na garagem.Os

double floor contam com 216 metros

quadrados, três suítes,living,terraço com

pé-direito duplo e três vagas.

Na internet: www.cyrela.com.br/contemporaneocb

compras que tem algumas das mais con-

sagradas grifes da moda brasileira.Ou-

tro importante endereço da cidade, a

avenida Luís Carlos Berrini,um dos maio-

res corredores de negócios da cidade,

também está perto do Campo Belo.

Para os goumerts,o bairro é pródigo

em opções de bares e restaurantes.Um

deles é o Svanen, atualmente o único

de gastronomia escandinava na cida-

de,onde a chef Vera Jacobsen prepara

pratos típicos da Suécia. Os fãs da cu-

linária alemã contam com o Die Mei-

ster Stube e o Bier & Mais, e as espe-

cialidades da cozinha suíça são ofere-

cidas no ambiente romântico e inti-

mista do Florina.Pizzarias tradicionais

e conhecidas pela excelência do ser-

viço, como a Zi Teresa di Napoli ou a

sofisticada Leona,também fazem a fa-

ma do bairro. Uma herança dos imi-

grantes italianos,que com portugueses

e espanhóis começaram a ocupar a re-

gião em meados do século XX.

As qualidades de bairro residencial

do Campo Belo não afastam dele o

comércio e os serviços que facilitam a

vida de seus moradores. Uma ótima

estrutura de bancos, escolas, super-

mercados, academias de ginástica e

muitos outros estabelecimentos de pri-

meira necessidade serve sua população

com diversas opções.Tudo isso,porém,

convive harmoniosamente com o char-

me interiorano do lugar,lembrança do

tempo em que a vista de um recanto

muito belo deu nome ao bairro.

CONTEMPORÂNEOCAMPO BELORua Gabrielle D’Annunzio, 330Tel.: (11) 5531-3300Idealizado com base no conceito Hu-

man Design, o novo empreendimento

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Page 109: Revista Cyrela #03

CyrelaAQUI VOCÊ ENCONTRA SEU IMÓVEL

110 C Y R E L A

VITALE MOOCA

Rua Celso de Azevedo Marques, 308Tel.: (11) 6606-5539A Mooca festejou seu 450o aniversá-

rio,em agosto deste ano,em plena

transformação. A paisagem antes

dominada pelas tradicionais man-

sões e antigas fábricas cedeu espa-

ço para modernos e sofisticados

condomínios,como o Central Park,

que teve suas 564 unidades vendi-

das em 11 dias.O novo empreendi-

mento da Cyrela,Vitale Mooca,está

localizado na Celso de Azevedo

Marques,uma rua repleta de servi-

ços e facilidades.A construção te-

rá uma única torre e um espaço de

lazer completo,com piscinas,mini-

quadra, playground, centro de fit-

ness, spa, salão de festas gourmet,

brinquedoteca e sala de jogos. O

projeto arquitetônico é de Márcio

Perspectiva da fachada (acima),apartamento decorado por

Débora Aguiar do Vitale Mooca(ao lado) e da piscina (abaixo)

Curi & Azevedo Antunes,o paisagismo de Neusa Nakata e a decoração das

áreas comuns de Sandra Picciotto.Para se exercitar,os moradores contarão

com uma sala de ginástica equipada com aparelhos modernos. O spa, sob

medida para relaxar,terá ofurô e sauna seca.Nos apartamentos,o acesso do

living para o terraço permite iluminação natural e vista panorâmica do bair-

ro.Serão três opções.O apartamento tipo terá quatro dormitórios (duas suí-

tes),184 metros quadrados privativos,três vagas e terraço que integra sala e

cozinha.A cobertura dúplex, com 346 metros quadrados, terá uma piscina

com solarium, terraço com churrasqueira e quatro vagas.

Na internet: www.cyrela.com.br/vitalemooca

No ano em que completa450 anos,o bairro ganha novocondomínio de alto padrão

UM PRESENTE PARA A MOOCA

cadernocyrela_rev5 9/15/06 9:09 AM Page 110

Page 110: Revista Cyrela #03

ACERVO

ATMOSFERA

BELADDOCK JARDINS

CENNARIO

CHÁCARA DOS PÁSSAROS

ÇIRAGAN

EVIDENCE

FARIA LIMA SQUARE

HLI 120

HUMANARI

NOVA KLABIN

NOVA MOOCA

ON THE PARK

PARC EVIAN

PARQUE ALFREDO VOLPI

PATEO POMPEIA

PAULISTÂNIA

PLATEAU JARDINS

PREMIÈRE ANÁLIA FRANCO

THE CITY

THE COLONY

THE PARLIAMENT

VARANDA PAULISTA

VENTANA

VEREDA PARAÍSO

VIVAI MOEMA

WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO

ALLORI VILA ROMANA

ÁPICE SANTANA

CENTRAL PARK MOOCA

CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO

GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE

RESERVA JARDIM

SARAU PINHEIROS

VEREDA IPIRANGA

VIA PAULISTA HOME STAY

VITALE MOOCA

INCORPORAÇÃOEMPREENDIMENTO

PR

EPA

RO

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TER

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TREG

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CYRELA BRAZIL REALTY / SCHAHIN / MAGIK

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CYRELA BRAZIL REALTY / MAGIK / TECNISA/ GENERAL REALTY

CYRELA BRAZIL REALTY / TECNISA

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CYRELA BRAZIL REALTY / KLABIN SEGALL / TECNUM

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CYRELA BRAZIL REALTY / MAC

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ATMOSFERA PENÍNSULA

GOLF VILLAGE

GRAND LIFE BOTAFOGO

LANAI

LE MONDE OFFICE

LE PARC - PLACE DE CONCORDE

LE PARC - PLACE L´ ETOILE

LE PARC - PLACE DES VOSGES

LE PARC - PLACE ROYALE

LE PARC - PLACE DES PYRAMIDES

LE PARC - PLACE MADELEINE

LE PARC - PLACE VENDÔME

LE PARC - PLACE ST. GERMAIN

LE PARC - PLACE TUILLERIES

LE PARC - PLACE LA VILLETE

LE PARC - PLACE L´OPERA

LE PARC - PLACE MONTMARTRE

LE PARC - PLACE MONTPARNASSE

MANDARIM PENÍNSULA BARRA

COSMOPOLITAN

FRONT LAKE

RISERVA UNO

CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ

CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ/ GULF INCORPORAÇÕES

CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ / KLABIN SEGALL

CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ

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CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ

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LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

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Valores em %Realizada

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R I O G R A N D E D O S U L

M I N A S G E R A I S

CONTEMPORÂNEO CYRELA BRAZIL REALTY / GOLDSZTEIN LANÇAMENTO

GRAND LIDER OLYMPUS CYRELA BRAZIL REALTY / CONSTRUTORA LIDER LANÇAMENTO

S Ã O P A U L O

tabela3.qxd 9/15/06 1:53 PM Page 3

Page 111: Revista Cyrela #03

CyrelaAQUI VOCÊ ENCONTRA SEU IMÓVEL

Quando Fernanda Watfe Balbino,

empresária na área de relações

públicas e comunicação,decidiu com-

prar seu primeiro imóvel,rodou a cida-

de de São Paulo em busca de opções.

A procura só acabou quando se encan-

tou com um apartamento próximo ao

Museu do Ipiranga,onde construiu seu

porto seguro.“É um bairro tranqüilo,aci-

ma de tudo, e muito bem localizado.

Estou perto da Paulista e também do

caminho para o litoral, mas aqui den-

tro o trânsito é ameno”, diz. E nem é

preciso que ela se desloque do Ipiran-

ga para fazer o que mais gosta.“Adoro

passear nos parques em volta do mu-

seu.Em meio ao verde,me sinto até fo-

ra da cidade.Também tenho um comér-

cio ótimo à mão, com todos os servi-

ços necessários.Acha-se de tudo.”

Outra característica do Ipiranga que

agrada Fernanda é o fato de o bairro –

famoso por ter sido palco do nosso gri-

to de independência,em 1822 – ter tra-

dições sólidas e abrigar famílias que vi-

vem ali há anos.Por tudo isso,ela acre-

dita:“O Ipiranga me deu sorte.Aqui de-

clarei minha independência também”,

diz a empresária,que hoje nem se ima-

gina morando em outro lugar.

TRANQÜILIDADETRADIÇÃO E

Foi ali que dom Pedro I deu o grito de independência danação,sem imaginar que aquelas terras se transformariam

num dos bairros mais encantadores da cidade

112 113 C Y R E L A

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Page 112: Revista Cyrela #03

Perspectivailustrada deuma das torresdo VeredaIpiranga, queserá ligadaàs outras poruma ilha deverde (abaixo)

A história do corretor de seguros

Leonardo Alface de Aragón é diferen-

te e ao mesmo tempo parecida com

a de Fernanda Balbino.Diferente por-

que, ao contrário da empresária, ele

não escolheu o Ipiranga para morar.

Simplesmente nasceu e vive no bair-

ro há 25 anos. E parecida porque, as-

sim como Fernanda,não tem vontade

de deixar o reduto natal.“Estou bem

aqui, o bairro é tranqüilo, bem locali-

zado,perto do centro e muito bonito.”

Durante a adolescência, Leonardo

até reclamava da pacatez do Ipiranga.

Hoje pensa de outra maneira.“A che-

gada de novos empreendimentos imo-

biliários mudou um pouco a cara do

pedaço,para melhor.O comércio cres-

ceu bastante e,se antes não havia mui-

tas opções para o público jovem,ago-

ra temos no Ipiranga alguns bares e

restaurantes de ótimo nível,que reco-

mendo a quem vem de fora”, diz ele,

freqüentador da Pizzaria Sala Vip e dos

bares Dom Pedro e Nico,que atraem a

gente charmosa da região.“O melhor

é que,mesmo com todo o crescimen-

to,o Ipiranga não deixou de ser aque-

le lugar gostoso e familiar em que pas-

sei toda a minha infância.”

VEREDA IPIRANGA

Rua Lino Coutinho, 75Tel.: (11) 6215-9020“Mãos ao verde.As obras já começa-

ram!”Com esse slogan,a campanha

publicitária do Vereda Ipiranga anun-

cia o que vem por aí. Um espaço

agradável,cheio de verde,num dos

pontos mais arejados do bairro, já

tradicionalmente arborizado. São

mais de 11 mil metros quadrados,

um quarteirão inteiro transformado

em reduto de qualidade e bem vi-

ver,com equipamentos de lazer com-

pletos para cuidar do corpo e da

mente.As quatro torres do condomí-

nio serão ligadas por uma ilha ver-

de central, espelhos-d’água e pon-

tes,projeto paisagístico assinado por

Benedito Abud.As áreas sociais,de-

coradas por Débora Aguiar, inclui-

rão fitness center, espaço gourmet,

salões de festa infantil e adulto,brin-

quedoteca, salas de jogos, lounge

adolescente, piscina descoberta e

aquecida.Na área externa,mais pis-

cinas e quadras de esportes.A arqui-

tetura dos prédios,de linhas simples

e sofisticadas,fica a cargo de Márcio

Curi & Azevedo Antunes Arquitetu-

ra.Nas Torre dos Lagos e na Torre do

Recanto, os apartamentos têm 146

metros quadrados,com quatro dor-

mitórios (duas suítes).Nas torres do

Arvoredo e do Jardim,os apartamen-

tos são de 110 metros quadrados,

com três dormitórios (uma suíte).

Na internet: www.cyrela.com.br/veredaipiranga

cadernocyrela_rev5 9/15/06 9:10 AM Page 113

Page 113: Revista Cyrela #03

Dizem que os bichos de estimação e seus donos,com o tempo,acabam se tornan-

do muito parecidos.Discordo.Meu avô Cisso,por exemplo,criava um sapo curu-

ru e nunca desenvolveu a menor semelhança com o bicho.Da mesma forma,jamais

reconheci no sapo os traços de meu avô. Mas a ligação que existia entre eles, pude

testemunhar,era muito estreita.Bastava meu avô acender a luz da varanda da fazen-

da,onde costumávamos sentar nas noites das férias para jogar baralho,e o bicho dei-

xava seu esconderijo.Guimarães Rosa escreveu que sapo não pula por boniteza,mas

por pura precisão.Deve ser verdade.Acho que o cururu de meu avô jamais deu um

salto na vida.Não teve necessidade.Aquele foi provavelmente o único sapo que sur-

giu sobre a terra desde o dilúvio a receber na boca comida com fartura.

Com uma certa preguiça,o bicho se arrastava até um lugar onde a luz o alcanças-

se e ficava lá, paradão, porém atento.Assim que algum besouro sobrevoava a mesa,

meu avô o abatia com um safanão e o despachava para um lugar ao alcance da lín-

gua do sapo.Fazia isso com todos os insetos de maior porte que se atrevessem a in-

comodá-lo.Para o sapo,era um banquete.Quando o carteado terminava,o bicho nem

esperava a luz se apagar.Com um jeito que mais lembrava o de um lutador de sumô,

se arrastava de volta para a toca,de onde só sairia na noite seguinte para mais comi-

lança.Quem teve a oportunidade de assistir considerou a cena um espetáculo.

Confesso que sempre fui um leigo em matéria de comportamento dos sapos. Na

minha ignorância,acreditava que o cururu não passava de um interesseiro movido

pela certeza da comida fácil. Engano. Um dia, meu avô nos convocou para o jogo

com o dia ainda claro. Não acreditei quando, minutos depois, vi o sapo em sua po-

sição habitual. Mesmo fora de hora, ele havia se arrastado até o lugar de sempre. E

mais: não esboçou o menor indício de desagrado com a escassez de besouros – ra-

ríssimos àquela hora do dia.Fiquei intrigado.Meu avô sorriu para dentro,como era

do seu estilo,e deu a explicação mais óbvia do mundo.“Ele gosta de mim”, respon-

deu.“E sabe que eu também sou amigo dele.”Não precisou dizer mais nada – como

a maioria dos avós de antigamente,o meu era mais sábio do que culto.

Me lembrei do sapo um dia desses,durante minha caminhada matinal pelo parque Tria-

non,em São Paulo.Em janeiro deste ano,eu e minha mulher notamos um rapaz que apare-

ceu por lá arrastado por um cão.Era evidente que a dupla se formara sob efeito de uma da-

quelas resoluções radicais de fim de ano.O moço estava bem mais acima do peso do que

eu – e deve ter jurado,por todos os santos,incluir a caminhada diária em sua rotina.O cão,

por sua vez,parecia escolhido a dedo para estimulá-lo a se mexer.Era um Greyhound ma-

gérrimo e,quando o vimos pela primeira vez,aparentava a mesma agilidade que seus pa-

rentes ingleses demonstram nas pistas de corrida.Numa temporada que passei em Londres,

aderi ao hábito local de assistir carreiras de cães e pude testemunhar do que um Greyhound

é capaz quando tem uma raia livre em sua frente.Acho esse cão muito simpático.

A verdade,no entanto,é que o ímpeto do Greyhound parecia incomodar o rapaz e,

com o tempo, suas aparições se torna-

ram menos freqüentes.Até que, outro

dia,os vimos novamente.O moço con-

serva a mesma aparência robusta dos

primeiros dias do ano. E o Greyhound,

coitado,engordou tanto que mais pare-

ce um São- Bernardo.Sinal dos tempos.

Em janeiro,o cão se mostrava contente

e seu dono,a mais infeliz das criaturas.

Agora,o Greyhound parece acabrunha-

do enquanto o rapaz exibe um sorriso

vitorioso. Costuma dizer aos outros do-

nos de cães, como ouvimos outro dia,

que o veterinário deu ordens expressas

de levar o cão para andar todos os dias.

“Mas ele é tão preguiçoso. Só quer co-

mer.Nem quer sair de casa.”No lugar de

um companheiro,encontrou um álibi.

O cão,claro,não é culpado.O rapaz

também não. Ele enche o Greyhound

da melhor ração e de todo tipo de gu-

loseima canina que encontra no pet

shop porque, na sua cabeça, isso é o

que de melhor pode fazer pelo bicho.

Os dois se relacionam bem – é eviden-

te.Mas nem a obesidade os tornou pa-

recidos:um é obrigado a contrariar sua

natureza para se adequar ao ritmo do

outro.Com o sapo de meu avô,a histó-

ria era outra. Os dois só se encontra-

vam algumas horas do dia.Poucas.Mas

se entendiam muito bem.Meu avô ali-

mentava o cururu para se livrar dos in-

setos que o aborreciam.Eles se ajuda-

vam e essa cumplicidade tornava um

importante para o outro.Como sempre

acontece com os verdadeiros amigos

– que podem ser diferentes em tudo,

mas são sempre indispensáveis.

SOBRE SAPOS,CÃES E AMIZADE

114 C Y R E L A

PontofinalRICARDO GALUPPO

JORNALISTA E [email protected]

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G a b r i e l : ( 1 1 ) 3 0 6 4 0 0 1 1 • D & D : ( 1 1 ) 3 0 4 3 9 4 8 0 / 8 1 • D a s l u : ( 1 1 ) 3 8 4 1 4 3 0 1 / 0 3

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