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1 Revista Betel G raças ao nosso Deus e Pai por mais uma edi- ção da Revista Betel. O objetivo é contribuir, segundo a misericórdia do nosso Senhor, que está evidenciado nas palavras de Efésios 4:13. Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conheci- mento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. A finalidade desta divulgação é para que Cristo seja co- nhecido, e por este conhecimento muitos sejam salvos e edificados. Por isso, pedimos a todos os leitores que orem por este ministério, para que Deus continue usando este pequeno instrumento, na proclamação da boa nova do evangelho e na edificação de Sua Igreja. Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e le- vados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, se- guindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e conso- lidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. Efésios 4:14-16. Humberto Xavier Rodrigues Apresentação

Revista Betel - Ano 3 • Nº 4 • Outono 2008

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"Cristo é Tudo em Todos"

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Page 1: Revista Betel - Ano 3 • Nº 4 • Outono 2008

1Revista Betel

Graças ao nosso Deus e Pai por mais uma edi-ção da Revista Betel. O objetivo é contribuir, segundo a misericórdia do nosso Senhor, que está evidenciado nas palavras de Efésios 4:13.

Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conheci-mento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.

A fi nalidade desta divulgação é para que Cristo seja co-nhecido, e por este conhecimento muitos sejam salvos e edifi cados. Por isso, pedimos a todos os leitores que orem por este ministério, para que Deus continue usando este pequeno instrumento, na proclamação da boa nova do evangelho e na edifi cação de Sua Igreja. Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e le-vados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, se-guindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e conso-lidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edifi cação de si mesmo em amor. Efésios 4:14-16.

Humberto Xavier Rodrigues

Apresentação

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2 Revista Betel

Sumário

“Cristo é tudo em todos” • Ano 3 • Nº 4 • Outono 2008

Apresentação, 1

ESTUDO BÍBLICO A Minha Hora..., 3 Humberto X. Rodrigues

O Caminhar Nele, 8 Jonas Correia Araújo

O Descanso para Alma, 12 Glênio Fonseca Paranaguá

O Milagre da Regeneração, 17 Tomaz Germanovix

RIQUEZA DA GRAÇA A Atitude do Cristão em Relação à Volta do Senhor, 21 Ruth Paxon

O Propósito e a Importância da Oração, 24 Edgar Lewellen

Andando em Trevas, 32 Winkie Pratney

Um Segredo do Serviço Efi ciente, 41 DeVern Fromke

LEGADO Ministro, Salva-te a ti mesmo, 44 Antonio Abuchaim

Associação Betel, 47

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3Revista Betel ESTUDO BÍBLICO

A Minha Hora...Humberto X. Rodrigues

Encontramos, no Evangelho de João, sete expressões sobre a solene “hora” do nosso Senhor Jesus Cris-

to. A primeira expressão encontra-se em João 2:4: Mas Jesus lhe disse: Mu-lher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Este primeiro milagre realizado por Jesus, da trans-formação da água em vinho, mostra de forma fi gurada o fi m do sistema judaico, “não tem mais vinho”. E, ao

mesmo tempo, revela o anseio de Maria em querer apresentar Jesus publicamente. Alguns estudiosos vêem em Maria um tipo da nação de Israel. E o que está na mente dos is-raelitas? A chegada do Messias para estabelecer o seu reinado. Este era o desejo de Maria e da nação de Israel: aclamá-Lo como o rei dos judeus.

Este anseio, na verdade, revela que eles queriam o Cristo sem cruz. Se-melhantemente, no monte da transfi -

Sendo este entregue pelo determinado desígnio e

presciência de Deus, vós o matastes, crucifi cando-o por mãos de iníquos. Atos 2:23.

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4 Revista BetelESTUDO BÍBLICO

guração, Pedro desejou a comunhão sem a cruz: Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Mateus 17:4. Este é o nosso gran-de problema, queremos Cristo sem cruz. Queremos um cristianismo que soma e não que subtrai. Perder a vida (natural) é a exigência divina. É perdendo que se ganha, portanto, não existe glória sem cruz, e cruz, sem sofrimento. E quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.Mateus 10:38.

A segunda expressão está em João 7:30: Então, procuravam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a sua hora. Nós encontramos aqui um impressionan-te exemplo da restringente mão de Deus sobre seus inimigos. O propó-sito deles era prender o Senhor Jesus. Eles procuravam pegá-Lo, estavam desejosos por sangue e estavam de-terminados a matá-Lo. Contudo, eles estavam impedidos de realizar tal de-sejo. Como isto evidencia a invenci-bilidade do eterno decreto de Deus! Deus havia decretado que o Salvador deveria ser traído por um amigo fa-miliar, e vendido por 30 moedas de prata. Como então, era possível para aqueles homens apanhá-Lo?

Este verso mostra uma verdade a qual deve ser de grande conforto

para o povo de Deus. Quão abenço-ado então, saber que todas as coisas estão debaixo do imediato controle de Deus! Nenhum fi o de cabelo de nossa cabeça pode ser tocado sem a permissão de Deus. Todo o ódio dos homens e as hostes malignas não poderiam apressar a morte de Cris-to até a hora pré-determinada por Deus. O inimigo pode lutar contra nós e, por permissão divina, tocar o nosso corpo, mas, encurtar a nossa vida, ele não pode. Uma terrível epi-demia de morte pode visitar o nosso vizinho, mas não pode nos tocar sem a permissão de Deus. Alguém disse que nós não somos governados pelo calendário, e sim pelo propósito de Deus. O nosso Senhor tomou a cruz de forma voluntária. Ele foi para a cruz não por ser incapaz de escapar dela, mas para cumprir os desígnios de Deus. Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para res-gatar os que estavam sob a lei, a fi m de que recebêssemos a adoção de fi lhos. Gálatas 4:4-5.

A terceira expressão aparece em João 8:20: Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofi lácio, quando ensi-nava no templo; e ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora. Aqui encontramos outra ten-tativa para prender o Senhor. Eles estavam furiosos não pelo que Ele

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fazia, mas pelo que Ele dizia de Si, “Eu sou a luz do mundo”. A idéia de Deus-homem entre os homens ator-mentava e confundia os judeus. Na visão do judaísmo, admitir que Deus se fez carne é uma grande blasfêmia. A revelação de Deus que se fez ho-mem não cabe na mente de nenhum homem, mas, para aqueles a quem Deus se revela, é um milagre.

A quarta expressão encontra-se em João 12:23: Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorifi cado o Filho do Homem. Agora, pela primei-ra vez, o Senhor revelou que sua hora havia chegado. Em Cana, Ele disse que aquela ainda não era sua hora Mas, aqui, Ele anunciou que sua hora havia chegado, a hora quando Ele, como Filho do homem, deveria ser glorifi cado. Entretanto, qual é o signifi cado Dele ser glorifi cado? Es-tas palavras foram dirigidas no mo-mento em que o nosso Senhor foi procurado pelos gregos. Por isso, em vista desta conexão, o signifi cado está no fato que a salvação se estenderia a todos os povos. O Senhor seria glo-rifi cado por todas as nações.

O Senhor anunciou que a hora era perfeita, madura para a benção de todas as famílias da terra através da semente da mulher. Externamen-te, todos estavam prontos para a Sua glória terrena, inclusive os gregos que procuravam o homem perfeito.

As multidões O haviam proclama-do Rei; os romanos, silentes, não ofereciam oposição. Mas o Salvador sabia que, antes de ser coroado, Ele deveria primeiro executar a obra de Deus. Ninguém poderia estar com Ele em glória exceto por Sua morte. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não mor-rer, fi ca ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. João 12:24. Para seus se-guidores, a cruz era o mais profundo lugar de humilhação, mas o Salvador a considerou como sua glorifi cação.

A quinta expressão está em João 12:27: Agora, está angustiada a mi-nha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Este foi o início das dores do Salvador antes que a nova criação fosse estabeleci-da. Ele foi tomado por um profundo horror da hora que viria. Isto era o prelúdio do Getsêmani. Isto nos re-vela algo do Seu sofrimento íntimo. Sua angústia era extrema: horror, afl ição, tristeza, seu coração estava sofrendo tortura. O que ocasionou tudo isto? O insulto e o sofrimento que Ele estava para receber das mãos dos homens? Não. Sua angústia tem um só motivo: “Ele foi feito maldição por nós”. Cristo nos resgatou da maldi-ção da lei, fazendo-se ele próprio maldi-ção em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado

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em madeiro). Gálatas 3:13-14.“O que devo eu dizer?” Ele não

pergunta: O que devo escolher? Não era indecisão no propósito, não era indecisão da vontade. Ele se sujei-tou, sem hesitação, à vontade do Pai, dizendo: “Foi precisamente por esta causa que eu vim para esta hora”. Três vezes, Deus Pai falou audivel-mente para o Filho durante a Sua jornada aqui na terra: a primeira foi, no início, no batismo das águas no Jordão quando Cristo desceu sim-bolicamente para o lugar da morte; a segunda vez, no Monte da transfi gu-ração, quando Elias e Moisés falavam de Sua morte; a terceira e última vez, no fi nal, quando da véspera de Sua morte. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifi quei e ainda o glorifi carei. João 12:28.

A sexta expressão aparece em João 16:32: Eis que vem a hora e já é che-gada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contu-do, não estou só, porque o Pai está co-migo. O nosso Senhor fala da pesada hora que está se aproximando. Isto foi dito para os discípulos para pre-pará-los e destruir a presente auto-confi ança deles. Note a abertura: “Eis” ou “veja” “preste atenção”. Eles fi cariam dispersos, sem Pastor. Todo homem possui o seu próprio refúgio ou esconderijo. Cada um deles tem a sua própria segurança. Quando a

tempestade estourasse, todos se re-fugiariam em suas casas, mas Cristo fi caria só. Por quê? Porque somente Ele estava qualifi cado para realizar a redenção do homem.

“Contudo, não estou só”. Quão gracioso é o Senhor ao dirigir estas palavras para os discípulos! A ex-pressão também os prepara para que, quando a “hora” chegar, saibam que não estão sós. Isto nos prepara para o verso seguinte: Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por afl ições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. João 12:33. Ninguém está imune das afl i-ções deste mundo, mas confi antes na vitória que nos foi dada em Cristo.

A sétima e última expressão em João 17:1 nos revela que tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai é chegada a hora; glo-rifi ca a teu Filho, para que o Filho te glorifi que a ti. Nenhum homem, até então, tinha colocado as mãos sobre o Salvador, porque sua hora não ha-via chegado. Este é o momento em que todas as profecias se cumprem, o momento em que o sol se recusa a brilhar, momento de trevas. Este é o instante em que o pecado da hu-manidade foi derramado sobre Jesus. Este é o momento em que também o Senhor derrama a Sua alma no coração de Seu Pai, para benção da-queles que Lhe pertencem. A cruz O

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venceu, e Nele nós somos vencidos! Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. João 19:30.

O Senhor, cujos olhares de amor tinham sido até então dirigidos para os Seus discípulos sobre a terra, ele-va, agora, os olhos ao Céu, dirigindo-Se a Seu Pai. Era chegada a hora de glorifi car o Filho, para que, na glória, o Filho glorifi casse o Pai. A Sua obra e a Sua Pessoa davam-Lhe esse direi-to: “Pai glorifi ca a teu Filho”, o Filho glorifi cado com o Pai em Cima, no céu! O Filho glorifi cou perfeitamen-te o Pai aqui na terra. Nada tinha faltado àquilo que manifestava o Pai, fosse qual fosse a difi culdade a vencer no cumprimento dessa missão. Ele manifestou o nome do Pai àqueles que o Pai lhe tinha dado do mundo.

Pertenciam ao Pai, e o Pai tinha-os dado a Jesus.

Sua hora não poderia ter chega-do, como dito por Jesus, no início, “minha hora não é chegada”, mas, agora, no fi nal, Ele diz: é chegada a minha hora. Entre este dois períodos de tempo, nenhuma força, por mais poderosa que fosse, poderia mudar aquilo que já estava pré-determinado por Deus. A cruz era uma realidade espiritual antes do mundo ser mun-do, e ninguém poderia interferir até que se cumprisse o propósito eterno de Deus. Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplá-cito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da ple-nitude dos tempos, todas as coisas, tan-to as do céu, como as da terra. Efésios 1:10.

COMENTÁRIOS DE JOÃO

Eu Sou a videira genuína, e meu Pai é o cultivador. Cada vara que continuamente deixa de produzir fruto em união comigo, ele a remove, e cada vara que é constante em produzir fruto, ele a poda a fim de que produza cada vez mais fruto. Vós já estais podados por causa da palavra que vos falei e que perdura convosco. Firmai de vez vossa permanência em mim, e eu farei o mesmo em união convosco. Como a vara não pode produzir fruto de suas próprias forças se não permanecer na videira, assim também vós não podeis se não permanecerdes em união comigo. Sou a videira, vós sois as varas. Aquele que permanece em mim e no qual eu permaneço, este vai dando muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer. Se alguém persiste em não permanecer em união comigo, ele já está definitivamente jogado fora, como a vara mencionada, e ficou seco; e reúnem as tais e as jogam no fogo e vão sendo queimadas. Se permanecerdes resolutos, de uma vez em mim e as minhas palavras ficarem arraigadas de vez em vós, vosso gozo será consumado. O meu mandamento é este, que continuamente vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei, ninguém tem maior amor que este, que alguém ofereça a sua vida em lugar dos seus amigos.

... continua na pág. 11

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8 Revista BetelESTUDO BÍBLICO

O Caminhar NeleJonas Correia Araújo

Disse-lhe Tomé : Senhor, nós não sabemos para onde vais; Como podemos saber

o caminho? João 14: 6,7

Essa é uma dura realidade encontrada na natureza do homem. Vivendo este debaixo do sol, com seu

coração centrado em seus próprios caminhos, como poderá saber para onde ir? Mesmo com o próprio ca-minho ao seu lado, encarnado, em uma pessoa, o homem natural, em si mesmo, e por causa da sua incre-dulidade, ele sempre vai necessitar de ajuda, pois como poderá saber para onde vai alguém que está morto em

si mesmo?O amado irmão Tomé já estava

caminhando havia três anos com o nosso Senhor. Não duvido que, por muitas vezes, seu coração ardeu de gozo com a presença do Filho de Deus.

Estou certo que ao contemplar as grandezas dos milagres realizados pelo Senhor, o próprio irmão Tomé não podia negar que aquele, de fato e de verdade, era o Messias, o envia-do de Deus, o Cristo. Senão, como o

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seguiria? Mas, como todo homem na face da terra era mesmo convicto em sua consciência que, de fato, aquele era o salvador do homem. Sua alma estava centrada no seu próprio ego e, por isso, ele não podia, de forma alguma, cogitar das coisas do alto, nem ao menos buscá-las; nada sabe de Deus quem só pode enxergar a si mesmo.

A visão de um verme é sempre terrena. Ele não pode voar, por isso sua visão é muito limitada. É capaz de morrer de sede a alguns metros da água, por não ter visão. Essa é a triste condição do nosso irmão Tomé antes do nosso Senhor completar nele sua obra. Nós também não so-mos em nada diferentes dele. Quan-tas vezes nos encontramos na mesma situação?

Às vezes, por fora, mantemos a aparência de poderosos e fi éis cris-tãos. Quem nos vê fi ca até com ver-gonha, mas lá no intímo estamos como Tomé, sem sequer saber para onde ir, que fazer, como fazer?

Quando nosso amado Senhor Je-sus Cristo caminhou por essa terra, o próprio céu estava aqui, onde Jesus estava era sempre céu. João 1:51. No entanto, quando o seu discípulo, pro-cura achar razão, sentido ou direção com sua mente natural, “tudo o que ele contempla” é um imenso vazio.... Não sabemos.

Não foi essa também a reação do maior no reino nascido de mulher quando olhou para a sua vida debai-xo da condenação imposta por He-rodes.

João batista enviou-nos para te per-guntar: És tu aquele que estava para vir ou esperaremos outro? Lucas 7:20.

Todos os cristãos enquanto vivem neste mundo, precisam enfrentar diversas crises, alguém já disse que o salvo cresce de crise em crise. Isso também é um retrato muito triste do tamanho da nossa incredulida-de. Onde já se viu andar com Deus e nem sequer aprender o caminho? Como pode um salvo não saber para onde vai? Devíamos andar sempre convictos, certos de cada passo, em direção à: comunhão, àquelas obras preparadas de antemão, ao pleno co-nhecimento do alto, à maturidade , à Glória do Deus Vivo.

Mas a nossa realidade é sempre oposta. Vivemos divididos entre a fé e a ansiedade, a comunhão com os irmãos e a divisão, o descanso e a fadiga, certeza e a dúvida.

Quando nos doamos, temos re-servas, quando nos calamos, conti-nuamos agitados por dentro. Que coisa terrível!

Não é de se admirar que o Espí-rito Santo tenha dito: O meu povo é inclinado a desviar-se de mim.Oséias 11:7. Como pode enxergar o cami-

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nho alguém que só tem olhos para si mesmo? Essa é a razão que conduz até o salvo a passar por tantos mo-mentos de pura incredulidade. Que vergonha! Quando deixamos de en-xergar a vida, por meio do Espírito, veremos somente as coisas da carne.

Apesar de ser Cristo o caminho, a verdade e a vida e termos Cristo em nós como esperança de glória, se andarmos na carne, tudo o que acharemos lá é dúvida, ilusão, falta de sentido, decepção, falência, morte, só morte.

Veja que Tomé estava com Cris-to, guardado pela presença santa de Jesus, mas ao ouvir o Senhor lhes di-zer, vou para o Pai, então seus senti-dos tomaram conta de seu pensar, e, mesmo antes da partida do Senhor, o irmão Tomé já estava completamen-te desnorteado.

Assim também nos tem aconte-cido, temos visto em nossa própria experiência que existe uma pequena linha que nos separa. Se estamos em comunhão com o Senhor, temos di-reção, temos alegria, temos paz, Ele é o nosso tudo, e, se andamos nele, tudo está muito bem.

Mas, mesmo Cristo estando co-nosco, em nós, se olharmos para nós mesmos, para o mundo, para os de-safi os futuros com os olhos naturais, também fi caremos desnorteados, sem rumo.

Por essa razão, amados, devemos usufruir da realidade espiritual que é: “estar em Cristo”. Cristo verdadei-ramente habita no espírito do cris-tão.

Quando Jesus desceu a este mun-do, a morte reinava pelo pecado, po-rém quando a vida eterna (Cristo) foi colocada na morte, então a morte foi tragada pela vida, e Cristo, (a vida eterna), venceu a morte pela ressur-reição, para nos conduzir a mais ple-na vitória contra o poder do pecado.

Quando recebemos pelo, Espíri-to Santo, a vida que venceu a morte (Cristo), nosso espírito morto é vivi-fi cado . E o mesmo poder que venceu a morte vem operar em nosso inte-rior, para nos conduzir a uma nova vida: A vida do Espírito.

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fi zeram novas. II Coríntios 5:17. O ímpio tem toda a razão de viver sem rumo, pois no pe-cado não há esperança.

Amados este é o grande mistério da fé. Nunca devemos andar por nós mesmos, não podemos confi ar na ló-gica, na carne, na razão. Não!! Deus nos incluiu na morte do Senhor Jesus Cristo e, na sua ressurreição, para nos conduzir a vida do alto, nascemos de novo em Cristo, pelo Espírito, para andarmos no Espírito. Quanto an-tes aprendermos que não prestamos

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sem Ele, antes iremos nos consagrar a Ele. Nos ofertar a Ele, invocar o seu nome e viver em sua presença. A vida de um cristão só depende da comu-nhão com o Senhor.

Se andamos em sua luz, temos comunhão com os irmãos, se vive-mos em sua dependência podemos passar pelas tribulações e angustias com gozo. Se vivemos essa nova vida nele, descobrimos a grandeza de sua soberania e podemos deleitar em seu amor. Não somente andar no Espí-rito, também o ser cheio do Espírito Santo. Assim alcançaremos pela gra-ça, descanso e sufi ciência nele.

Só assim teremos condições de orar e cantar como o profeta Haba-cuque: Ainda que a fi gueira não fl ores-ça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não pro-duzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco,e nos currais não haja gado,todavia,eu me alegro no

SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. Hc. 3:17,18.

Somente quando a alma falida toca o verbo da vida, se pode tirar tanta fé.

Tomé precisou tocar as marcas dos cravos, para verdadeiramente poder adorar o dono da vida.

Amados irmãos e irmãs, toquem o Senhor. Ele se revela na cruz.Foi lá que ele te libertou. Busque o agora. Aquela foi a sua morte, Ele agora é a sua vida.

Adore-o;Contemple-o;Creia em sua palavra ela é real.Já estou crucifi cado com Cristo.

Aleluia, isso é real.Cristo agora é a nossa vida. Glória

a Deus!Isso é real. Podemos tocá-lo. Ale-

luia! Cristo é o nosso tudo. Vamos juntos caminhar nele e

para Ele.

Vós sois meus amigos se continuamente fizerdes aquilo que eu vos mando. Já não vos chamo escravos, porque o escravo não sabe o que seu amo está fazendo; mas tenho vos chamado amigos, porque vos fiz conhecer todas as coisas que ouvi de meu Pai. Vós outros não me escolhestes; pelo contrário, sou eu que vos escolhi e fiz a disposição de vós, para que continuamente vós vades embora e deis fruto e para que vosso fruto seja permanente, a fim de que aquilo que, em dado momento, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos dê de vez. Estou vos ordenando estas coisas a fim de que vós sempre ameis uns aos outros. Se o mundo tem ódio constante pra convosco, ficai sabendo que primeiramente me odiou e ainda me odeia. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que lhe seria peculiar. Por este motivo, porém, o mundo vos odeia, porque não sois do mundo, pelo contrário eu vos selecionei em separação do mundo. Conservai em vossa memória

... continuação da pág. 7

... continua na pág. 16

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12 Revista BetelESTUDO BÍBLICO

O Descanso para Alma

Glênio Fonseca Paranaguá

Aqui temos um impera-tivo estimulante. É uma convocação indiscutível que ao mesmo tempo se

torna num convite cordial. Jesus or-dena aos cansados que venham a ele, contudo o seu chamamento não é co-gente. Ele não está exigindo desem-penho forçoso, embora o apelo nos pareça irrecusável. O Senhor abre a porta aos executivos exaustos e facul-ta o ingresso aos oprimidos.

O evangelho é uma proposta para

os esforçados que se encontram ago-ra esgotados. Sabemos que muita gente, ainda que exaurida, não aceita repouso, pois são orgulhosas demais para ter uma vida de feriado. A reli-gião não tolera folga, por isso os is-raelitas não acolheram o convite de Javé. Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confi ança, a vos-sa força, mas não o quisestes. Isaias 30:15. Essa turma possante e labo-

Vinde a mim todos os que estais cansados e

sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o

meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde

de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Mateus

11:28-29.

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13Revista Betel ESTUDO BÍBLICO

riosa não admite de modo algum en-trar em férias.

Retirar o ser humano do controle e governo de suas atividades é a tarefa mais difícil que existe para qualquer outro membro da raça. Aliás, não é difícil, é impossível. Esta empreitada só poderá ser feita de modo efi caz pelo Deus, Todo-Poderoso, e será sempre um grande milagre.

O gênero adâmico vive a ditadu-ra da autonomia e não se conforma quando não tem a supervisão da si-tuação. Com isto a canseira não fi ca por conta do trabalho, mas da falta de comando da conjuntura e da an-siedade pela governabilidade do pro-cesso. No fundo de toda atividade humana existe uma grande tensão em manter o ritmo dos acontecimen-tos sob o domínio pessoal.

A Bíblia exibe uma galeria de che-fes de tribos ou caciques de condu-ta, gente que vive se remoendo e se intrometendo na vida alheia com o propósito de exercer o controle sob a situação. Veja por exemplo como Marta fi cou estressada porque a sua irmã a deixou sozinha lidando com as coisas da casa, enquanto usufruía da comunhão com o Senhor.

A vida de Marta nos sugere que ela era uma criatura muito prestativa, mas apresentava uma mentalidade serviçal conduzida pelos resultados, não conseguindo ver a importância

de um convívio amistoso e descon-traído com o Senhor. O seu nível de cobrança repousava em pontos mui-to elevados e sua atuação requeria uma maior visibilidade pública.

Talvez, para ela, o que se devia agendar como mais relevante seria o papel em favor de sua própria ima-gem e não o relacionamento íntimo e pessoal com Jesus. Foi neste contexto complexo de implicância doméstica que respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:41-42.

Somos uma casta encasacada com auto-estima e blindada por uma alta arrogância que nos impede de inves-tigar a nossa própria realidade, mas mesmo assim, pode-se ver em cada casa neste planeta algo intrigante e curioso que nos permite perceber a martirização generalizada, sob os efeitos da exigência que cobra um maior desempenho para a aprovação.

O sistema pedagógico deste mun-do aprova apenas os melhores que tiveram a mais perfeita atuação. A busca pela excelência tem um lado positivo válido, todavia passa por uma auto-estrada com excesso de perigos. Ser sempre mais, maior e melhor é o sintoma de uma doença extremamente grave e um vício ter-

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rível do ego. O egoísta não suporta perder o domínio dos acontecimen-tos, mas segundo o irmão Christian Chen, “no reino de Deus ganhar é perder e perder é ganhar”.

O sexto dia da criação foi um pe-ríodo de grande atividade por parte do Criador, dando origem aos seres viventes. No fi nal daquele dia Deus fez o homem a sua imagem e se-melhança como o último elemento do seu projeto. Adão não surgiu no meio do processo criador, mas ao término de tudo. No dia seguinte, o sétimo, Deus descansou de todo o seu trabalho.

O descanso de Deus é o primeiro dia da existência de Adão. A huma-nidade não começou a sua história antes de tudo estar concluído. O seu início é exatamente no período que se denomina o repouso do Criador. O dia sabático de Deus é o começo da jornada do homem na terra, apon-tando para um fato muito importan-te: sem descanso ninguém consegue trabalhar com prazer.

Depois que surgiu o pecado ve-mos uma mudança de parâmetro na estimativa do repouso. O acordo do Sinai mostra que houve uma revira-volta nas condições de ajuizamento do sábado. No principio o homem via o ócio antes do negócio e as férias vinham na frente do trabalho. Tudo dependia da obra perfeita e realizada

exclusivamente pela Trindade. Con-tudo, após a rebelião promovida pela serpente, o descanso do executivo deriva dos resultados de seu bom de-sempenho e o lazer é uma recompen-sa pelos esforços desprendidos.

O sábado da lei vem em seguida ao batente na semana transpirada que se expira. Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do re-pouso solene, santo ao Senhor. Êxodo 31:15a. Agora era preciso atuação para se chegar à trégua. O descanso é conseqüência do empenho. Não se trata mais de uma mesada antecipada para um fi lho amado, mas de um sa-lário posposto para um servo suado que precisa preencher os requisitos de sua aceitação a contento.

No princípio Deus fez tudo em seis dias para depois descansar no sétimo. O homem foi criado no fi m do sexto dia e o primeiro lance na sua vida após ter sido criado foi repou-sar, não foi trabalhar. Posteriormente à transgressão, o descanso só viria como uma implicação do trabalho realizado pelo homem. Isto signifi ca-va um câmbio na aliança. Antes do pecado o descanso decorria como re-sultado da obra totalizada da criação. Depois do pecado o sábado na vida do ser humano é um produto do seu esforço, pois vem no fi m da semana do seu trabalho.

O descanso da lei é uma proposta

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inatingível. Por mais que o homem faça as suas tarefas morais com es-mero e se aplique ao máximo em seu desempenho, ele nunca conseguirá alcançar o padrão exigido pela lei. Assim a humanidade vive cansada e enfastiada por causa do peso da res-ponsabilidade e das exigências éticas procedentes da perfeição legal. A lei é santa, espiritual e boa, eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pe-cado. Romanos 7:14b.

O confl ito da lei do pecado com a lei divina, que é perfeita, gera uma guerra puxada e cansativa que exaure a alma. O fracasso no descumpri-mento da lei ou o orgulho na prática de algum mandamento acabam pro-duzindo um rombo de energia em nosso ser que, em última análise, vai se refl etir num estado de esfalfamen-to e enfado em nosso interior.

A ordem convidativa do Senhor tinha como pano de fundo este es-tado de sobrecarga. Havia uma mul-tidão de cansados e oprimidos sem qualquer chance de alívio sob o peso intolerável do legalismo e Jesus apela para a alternativa do sábado da re-denção. Adão foi criado no sexto dia e Jesus foi crucifi cado na sexta-feira pascal, a fi m de desconstruir o mo-delo exigente de contrapartida e es-tabelecer o novo padrão de aceitação do pecador pela sufi ciência da graça incondicional.

O sábado da redenção fala da obra consumada do justifi cador e do descanso duradouro que o devedor experimenta pela liquidação perma-nente do seu débito. Agora já não há mais prestações a serem pagas nem o seu nome vai igualmente para algum Serasa ou Seproc beatifi cado.

Porém o descanso da alma tem ainda a ver com a peregrinação. A questão não é apenas atual, mas pro-cessual. A vida de intimidade com o Senhor é um convite ao descanso na comunhão. Os judeus também tive-ram essa oportunidade e não aceita-ram. Assim diz o Senhor: ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis des-canso para as vossas almas; mas eles di-zem: não andaremos. Jeremias 6:16.

Cristo não é apenas o justifi cador. É também o santifi cador. A via da santidade é um acesso de permanên-cia reservada e contínua com o tron-co da Videira. O sossego da alma nas entranhas da árvore da vida gera um estado de bem-aventurança que desemboca num gozo inalterável. Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. João 15:11. Vida de Cristo com mau humor e desconten-tamento é uma aberração.

Ser um ramo permanente e silen-cioso na Videira é usufruir as rique-

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zas fertilizadoras e insondáveis da própria Planta. Uma santidade sem o contentamento que se rende no descanso da alma não tem qualquer semelhança com a vida em Cristo. Como diz Osmar Ludovico: “o secre-to não é um local, mas um estado de consciência. No secreto não estamos sozinhos, pois nossa alma encontra o Deus vivo e verdadeiro”.

A quietude da alma no relaciona-mento particular com Cristo é a fon-te de sua maior atividade espiritual. Quando a alma se aquieta como uma criança amamentada no colo de sua mãe, então a vida espiritual mais pro-funda começa a jorrar através de suas expressões visíveis. Eis que Deus é a minha salvação; confi arei e não teme-rei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Isaías 12:2.

A vida espiritual autêntica é a

vazão da vida de Cristo do nosso espírito para a nossa alma suscitan-do descanso e familiaridade como o Senhor e motivando um ambiente de paz e afeto com os irmãos. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fl uirão rios de água viva. João 7:38. Não existe descanso onde houver comparação, competição e complicação.

Essa vida de descanso da alma é a existência permanente da comunhão íntima e silente do ramo com a fonte eterna da vida que brota da Videira verdadeira. Somente em Deus, ó mi-nha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha salvação (esperança). Salmos 62:1 e 5. O sábado da reden-ção é a entrada e permanência festiva no repouso do Senhor. Aquele que se satisfaz plenamente em Cristo tem uma alma bem-aventurada que vive serena e confi adamente no Senhor.

a palavra que eu vos disse: o escravo não é maior que o seu senhor. Se me perseguiram, a vós também perseguirão; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas todas estas coisas foram contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não tivesse vindo e falado com eles, não teriam pecado. Mas agora, eles não têm desculpa por seu pecado. Aquele que vive me odiando, está também odiando ao meu Pai. Se eu não tivesse feito entre eles as obras que nenhum outro fez, não teriam pecado. Mas agora eles tem visto como tem odiado tanto a mim como a meu Pai. Mas é assim, para que seja cumprida definitivamente a palavra que permanece em vigor como foi escrita na lei deles: Odiaram-me sem motivo. Quando vier o Advogado, que eu vos enviarei do lado do Pai, o Espírito da Verdade, o qual procede do lado do Pai, esse testificará acerca de mim; e vós testificareis também, porque desde o princípio estais comigo. Eu vos tenho dito estas verdades para que não sejais de repente escandalizados. Tomarão medidas para que sejais excomungados. Sim, aproxima-se uma hora tal que todo aquele que vos assassina chegue a conclusão de estar rendendo culto a Deus.

-- João, 15 e 16. Willian Cary Tyllor - Edições Batistas – 1945

... continuação da pág. 11

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O Milagre da Regeneração

Tomaz Germanovix

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

João 3:3

A regeneração é um milagre absolutamente necessá-rio e indispensável para alguém poder ver o reino

de Deus. O novo nascimento é uma operação divina, sem a qual é impos-sível alguém entrar no reino celestial.O Senhor Jesus tratou deste assunto com um homem muito importante da religião judaica. Está registrado no livro de João 3:3: Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo,

não pode ver o reino de Deus. Nico-demos, a quem Jesus dirigiu estas palavras, era mestre em Israel, um notável fariseu e também considera-do príncipe entre o seu povo. No en-tanto, a despeito de suas qualidades, ouviu de Jesus que precisava do novo nascimento. Este mestre em Israel estava envolvido com uma religião le-galista e cheia de ritualismos vazios. A aparência contava muito e o for-malismo dominava “os cultos”. Não precisamos dizer que Nicodemos era

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um homem totalmente cheio de re-ligião, no entanto, vazio de Deus. A sua busca pelo Senhor Jesus, à noite, denunciava o seu estado de cegueira espiritual. Esse encontro deixou claro que Jesus não tinha como proposta uma nova religião, mas sim, apresen-tar-se como o salvador do mundo. Mais adiante, o Senhor disse: E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:14-15.De fato, as religiões são especialistas em escravizar as pessoas através do “pode e não pode”. Muitos religiosos impõem sobre si mesmos pesadas cargas de rituais e obras, pensando que, ao “cumprirem as suas obriga-ções”, encontrarão a aprovação divi-na. Outros se enveredam em gran-des esforços para alcançarem a vida eterna. Todos os que assim crêem, não conseguem gozar o descanso e a alegria da salvação. O homem preci-sa muito mais do que rituais para ter vida, precisa de um milagre divino.A regeneração é necessária porque nascemos mortos espiritualmente, estamos separados de Deus por cau-sa de nossas iniqüidades. Em Roma-nos 5:12 e Isaías 59:2 lemos: Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, as-sim também a morte passou a todos

os homens por isso que todos pecaram. Mas as vossas iniqüidades fazem se-paração entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Os textos acima mostram que todos os descen-dentes de Adão nascem neste mundo na condição de mortos para Deus. O livro de 1 Coríntios 15:22a aponta: Porque, assim como todos morrem em Adão... É muito duro isto, mas nas-cemos neste mundo como fi lhos es-pirituais do diabo. A Bíblia testifi ca em 1 João 3:10: Nisto são manifestos os fi lhos de Deus e os fi lhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.A queda do homem foi profunda-mente trágica. Os textos seguintes mostram o estado do homem devido à rebelião: Separados da vida de Deus. Tendo sido feitos cativos pelo diabo. Todo o que comete pecado é escravo do pecado. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos. O homem natural não pode compre-ender as coisas do Espírito. Em ini-qüidade eu nasci. Era continuamente mau todo o desígnio do coração. Mas todos nós somos como o imundo. Efé-sios 4:18; 2 Timóteo 2:25-26; João 8:34; 2 Coríntios 4:4; 1 Coríntios 2:14; Salmo 51:5; Gênesis 6:5; Isa-ías 64:6. Em outras palavras, o ho-mem é um ser totalmente depravado.Neste estado de completa miséria, o

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que pode fazer o homem em relação à sua salvação? Nenhuma religião, por melhor que possa ser, pode ge-rar vida num pecador. Alguém disse que o coração do homem é tão iníquo e enganoso que ilude a si mesmo vivendo em pecado até o último suspiro. Milha-res de pessoas acreditam que descobri-ram a melhor forma de viver, mas na verdade encontram-se num caminho largo que os conduzirá à perdição. É loucura pensar que rituais, batismos, obras, méritos, esforços, etc... podem trazer vida àquele que está morto em delitos e pecados: A Bíblia é cla-ra. Em Efésios 2:1b lemos: Estando nós mortos em ofensas e pecados. Para termos vida é necessário acontecer um milagre, o milagre da regenera-ção. O coração, o centro de coman-do do ser humano, é assim defi nido pela Escritura sagrada: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá? Jeremias 17:9. O homem precisa de uma ação divina para ga-nhar uma nova vida. Ele precisa de uma operação no mais profundo de seu ser. Um pregador do século XIX defi niu assim a obra do novo nasci-mento: Uma profunda transformação que Deus opera na alma de um homem comunicando-lhe vida, levantando essa alma da morte do pecado para a vida da justiça. O novo nascimento é uma mudança que o Espírito de Deus ope-

ra no espírito humano, quando este é recriado em Cristo Jesus. O novo nas-cimento é: Deus removendo de nós o velho coração e nos dando um novo. A regeneração envolve uma subs-tituição de vidas. A obra de Jesus Cristo na cruz é imprescindível, pois é exatamente pela morte do Senhor que perdemos a nossa velha vida. O livro de Romanos 6:6 testifi ca: Sa-bendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucifi cado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Uma vez mortos em Cristo, andamos agora em novidade de vida: De sorte que fo-mos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que como Cristo foi ressus-citado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida. Romanos 6:4. A Bíblia sa-grada aponta que a regeneração tem a sua origem na vontade soberana de Deus: Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas. Tiago 1:18. Portanto, a re-generação não depende de qualquer ação humana. Nela está implicada apenas a ação poderosa de Deus em favor do pecador: Sendo de novo ge-rados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. 1 Pedro 1:23. Podemos também dizer que o Espírito Santo é o agente efi caz

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na obra do novo nascimento. Está es-crito em João 3:5: Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espíri-to, não pode entrar no reino de Deus. O milagre da regeneração é insubs-tituível. Por isso, torna-se imperio-so anunciarmos, a tempo e fora de tempo, o evangelho da graça. A úni-ca mensagem autorizada por Deus, e que é capaz de salvar o pecador, é a mensagem de Cristo, e este cru-cifi cado. Somente a pregação das boas novas pode atingir o coração daquele que está morto espiritual-mente. O apóstolo Paulo cria nesta verdade, por isso falou: Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucifi cado. 1 Co-ríntios 2:2. Quando anunciamos a simplicidade do evangelho, os peca-dores são impactados pela palavra de Deus, e desta forma, o Espírito Santo age convencendo-os do peca-do, e da justiça e do juízo. João 16:8b.Não precisamos recorrer a ape-los humanísticos e nem a métodos

mundanos para constranger pe-cadores a aceitarem o evangelho, simplesmente devemos ser fi éis, anunciando a simplicidade da dou-trina bíblica da salvação. Confi emos inteiramente que o Espírito Santo realizará a obra que lhe foi confi ada.A certeza do novo nascimento deve ser a prioridade na vida de qualquer pessoa. Jamais alcançaremos descan-so sem antes gozarmos a convicção de que: Já estou crucifi cado com Cris-to; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim. Gálatas 2:20a. Faça sua, a oração deste homem do século XIX: Senhor, além de todas as bênçãos que me dás, dá-me mais esta: que eu possa nascer de novo. Nega-me tudo o que quiseres, menos isto: que eu possa nascer do alto. Priva-me de tudo que te parecer bem – meu bom nome, meus bens, amigos e até da saúde. Mas dá-me o privilégio de nascer do Espírito. Que eu possa ser contado entre os fi lhos de Deus. Amém!

Se seu estado for bom, o exame o confortará. Se seu estado é ruim, o exame não conseguirá fazê-lo piorar; aliás, é o único meio de fazê-lo melhorar, pois a conversão começa com o

arrependimento.-- Bispo Hopkins

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A Atitude do Cristão em Relação à Volta do Senhor

Ruth Paxon

Aquele que dá testemunho dessas coisa diz: Certamente

venho sem demora. Apocalipse 22:20

Com a gloriosa perspec-tiva da volta do Senhor, é esperado que o crente tenha apenas uma atitu-

de possível: uma ávida expectativa e um ardente desejo pelo retorno do seu Senhor. No entanto é estranho dizer que há quatro atitudes bem evidentes, que têm sido manifestadas na igreja professa em relação a essa bendita esperança: agressiva hosti-lidade, lânguida apatia, apreensão temerosa e expectativa em amor. Al-

guns a odeiam, alguns são totalmen-te ignorantes a esse respeito, alguns a temem e alguns a amam. Em qual destes grupos você se encontra? Deus mostra claramente nas Escrituras qual é a atitude do homem espiritual em relação à volta do nosso Senhor. Possa Ele agora falar ao coração de cada leitor através da Sua própria Palavra:

ATENTO – II Pedro 1:19 – Te-mos assim tanto mais confi rmada a pa-lavra profética, e fazeis bem em aten-

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dê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vossos co-rações.

Pense no quanto o Antigo e o Novo Testamento são devotados às profecias – à predição das coisas que virão. Deus nos diz aqui que essas palavras proféticas são dignas de confi ança, elas seguramente se cumprirão. Não deveríamos nós, então, atentar para aquilo que Deus pensa ser de tamanha importância? Certamente, ser indiferente àquilo que Deus nos ordena a “atentar com o coração” seria pecado. Nestes dias de trevas, o que poderia realmente nos guardar da depressão por causa das condições do mundo e da igreja, ou do desencorajamento em relação a nós e nosso trabalho, senão uma concentração da nossa atenção nes-sa palavra certa da profecia, a qual brilha como luz nas trevas, e por ela fi carmos absorvidos?

AMOR – II Timoteo 4:8 – Já ago-ra a coroa da Justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto Juiz me dará na-quele dia, e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda.

O idoso apóstolo sabia que sua vida de trabalho estava próxima do fi nal. Poderia ser que seu corpo ainda carregasse as marcas das chi-cotadas e tivesse enfraquecido pelos

períodos de fome e sede que passara. Talvez seu coração ainda sentisse as feridas causadas pela perseguição de seus patrícios e pela deserção dos fal-sos irmãos. Talvez seu espírito ainda ardesse pelas necessidades espirituais de todas as igrejas sob seu cuidado, mas ainda assim todo o seu ser esta-va radiante de alegria. Ele havia com-batido o bom combate, havia termi-nado a carreira, guardado a fé através de todas as difi culdades e angústias. E qual havia sido o incentivo para tal vida? Paulo amava a volta do seu Se-nhor. Mesmo nas experiências mais negras de sua vida, ele tinha sempre diante de si a expectativa “daquele dia” quando o Senhor, o reto Juiz, lhe daria a coroa da justiça.

Dentro do coração de Paulo quei-mava como fogo o amor pelo apare-cimento do seu Senhor, o qual eclip-sava qualquer outro amor. Será que você desperta pela manhã, ou ador-mece a noite com o pensamento “Oh! Hoje, esta noite, o meu amado pode vir?” Será que você ama o Seu apare-cimento a ponto de ansiar pelo Seu retorno com ardente expectativa?

AGUARDAR – I Tessalonicenses 1:10 – E para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem Ele ressuscitou den-tre os mortos, Jesus que nos livra da ira vindoura.

I Crônicas 1:7 – De maneira que não vos falte nenhum dom, aguardan-

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do vós a revelação de nosso Senhor Je-sus Cristo.

Não percamos a doçura desta pre-ciosa verdade falhando em compre-ender o âmago de seus signifi cados. Quando o Senhor voltar, os mortos em Cristo ressuscitarão, os cristãos que estiverem vivos serão transla-dados sem passarem pela morte; os cristãos serão removidos da própria presença do pecado, serão liberta-dos de toda a escravidão do “eu” e de satanás, e então reinarão com seu Senhor como co-herdeiros do reino. Sim, todas essas bênçãos e outras nos aguardam, pela ocasião da vinda

do Senhor. No entanto, a principal de todas as bênçãos fi cará faltando se nós pararmos por aqui. O que nós realmente esperamos não é uma ben-ção, mas sim uma Pessoa. Nós espe-ramos pelo Filho de Deus, o nosso Salvador. É pelo Noivo, pelo nosso Amado, que nós esperamos.

Ele prometeu vir para os seus, para recebê-los para Si mesmo. Quando Ele vier, nós nos encontraremos com Ele nos ares, O veremos face a face e seremos como Ele, e para sempre estaremos com o Senhor.

Extraído da revista À Maturidade, número 23

TRABALHADORES PARA A SEARA

Então disse (Jesus) aos seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas poucos os trabalhadores. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que envie trabalhadores para a sua seara. Mateus 9:37-38.

A primeira destas frases dita pelo Senhor Jesus nos dá o diagnóstico que ele fez da realidade do seu tempo: A seara é grande, mas poucos os trabalhadores. Quer dizer, a necessidade abundava, mas as soluções escasseavam; eram necessários muitos homens, mas aqueles que podiam resolver eram poucos. Quando o Senhor via as multidões, se compadecia delas, porque as via desamparadas e dispersas como ovelhas que não tinham pastor.

Esta é, sem dúvida, a realidade presente também. As cidades estão cheias, mas as pessoas estão solitárias e deprimidas. Os prazeres terrenos são um paliativo momentâneo e insuficiente para satisfazer as almas que foram criadas para achar a sua satisfação somente em Deus.

No entanto, a parte subseqüente destas frases não é um chamado para a ação, como se pudesse esperar. Também não é uma ordem para que os servos de Deus vão e se mobilizem atrás das almas perdidas. Melhor é a exortação para que se dirija um clamor a Deus. Não é aos homens que os discípulos devem se dirigir primeiro, mas sim a Deus.

A tendência natural é oferecer-se para ajudar; ou, se o caráter for ainda mais impulsivo, de correr atrás da necessidade que impele. Mas o Senhor disse muito claramente: Rogai ao Senhor da seara. A seara, quer dizer, os homens, pertencem a Deus, e é ele quem deve enviar-lhes o socorro de vida, o fornecimento necessário para as suas almas.

... continua na pág. 31

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O Propósito e a Importância da Oração

Edgar H. Lewellen

Cameron V. Th ompson, no seu livro Th e Master Secrets of Prayer (Os Principais Segredos da

Oração), usou esta ilustração: “Uma pobre alma ingressou na escola de oração depois de chegar ao inferno. Pediu alívio para a sua agonia; foi rejeitada. Pediu que um mendigo advertisse os seus irmãos; foi-lhe re-cusado. Dirigiu sua oração a Abraão, um homem; não conseguia localizar Deus. Não ousou pedir para sair,

pois entendia claramente que esta-va além de qualquer esperança. Ele é o homem que não orava na terra, não foi respondido no inferno e que continuará sofrendo, porque tentou aprender a orar tarde demais” (Veja Lucas 16.19-31).

Ao vermos a decadência moral e o afastamento de Deus na sociedade e na igreja, nenhum cristão sério du-vida da necessidade de um poderoso avivamento vindo dos céus, que aba-lará a igreja atual até os seus alicerces.

Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar (...) eu perdoarei (...) e

sararei a sua terra. 2 Coríntios 7:14.

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Isso trará uma purifi cação e uma ou-torga de poder que virarão as nações pelo avesso, de tal modo que o nosso modo de vida atual será visto como totalmente inaceitável diante de um Deus santo. Isso se torna cada vez mais urgente, tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima. (Hb 10.25; Ap 22.12).

Torna-se imperativo, portanto, para a igreja de Jesus dobrar os seus joelhos em obediência e oração. A cultura hoje está tão embriagada com sexo e diversões obscenas, tão orgu-lhosa de sua “mente aberta” e liberal que qualquer pensamento mais sério a respeito de Deus é totalmente ex-cluído. A.W.Tozer tinha razão quan-do disse: “O mundo ocidental segue rindo e se divertindo, enquanto ca-minha diretamente para o inferno”.

A Relação entre Oração e Avivamento

Wesley Duewel, no seu livro Re-vival Fire (Fogo do Avivamento), diz: “Na história da Igreja, cada vez que veio um avivamento, primeiro houve um período prolongado de oração e busca da face de Deus por alguns dos seus fi lhos”. É por isso que queremos entender qual a oração que consegue obter a atenção de Deus. Sabemos que há uma relação íntima entre ora-ção e obediência. Podemos pergun-tar: “O que é mais importante?” ou:

“O que vem antes, a obediência ou a oração?” Para isso, precisamos olhar na Escritura e ver o que Deus diz.

O Trabalho de Deus: O Espírito Santo nos Atrai

À medida que Deus atrai o ho-mem e se revela a ele, este tem a oportunidade de aceitá-lo e segui-lo, o que resulta em perdão e salvação; ou rejeitá-lo, com o resultado da eterna separação do seu amor (Mc 16.16). Aqueles que atenderem ao seu chamado encontrarão perdão, alegria indescritível e maravilhosa comunhão com Cristo, seu Salvador. A bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento.Romanos 2.4. Essa é a razão para a cruz! (Veja também Jr 31.3; Jo 6.44; 12.32).

Davi disse: Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. Salmos 42.1.

Deus disse: Derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca. Isaías 44.3. Também: Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. Jeremias 29.13.

Nosso Trabalho: Somente Nossa Obediência é Aceitável a DeusA Escritura nos mostra claramen-

te que o trabalho e a carga do Espírito Santo é levar-nos a Cristo, revelando assim seu amor, sua beleza e sua

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santidade. Isso resulta em nós duas coisas: seguirmos a ele bem de perto e obedecermos-lhe completamente, abandonando tudo nas nossas vidas que não vem dele (1 Sm 15.22; Ml 3.7; Jr 7.23; 2 Co 10.5).

Nosso Meio de Comunicação com Ele – A Oração

Ele nos atrai. Nós desejamos segui-lo em completa obediência. Queremos conhecer aquele que nos amou e nos libertou do pecado. Nos-so maior desejo, agora, é estar na sua presença e ter comunhão com ele. Isso é oração.

Observe: Samuel, quando ainda menino, orou assim no templo: Fala, Senhor, porque o teu servo ouve. 1 Sa-muel 3.9-10. (veja também Hb 4.16 e Fp 4.6).

Nota: O exercício ou o ato de orar signifi ca muito pouco se não estiver acompanhado de um espírito submis-so e obediente.

Como nos Aproximamos de Deus? Se o meu povo (...) se humilhar e

orar... 2 Crônicas 7.14.) Em humildade. Em Lucas 18.14,

lemos que aquele que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado. Uma pessoa orgulhosa vê somente a si mesma, a seus feitos e a suas conquistas, e isso a torna cega para as suas falhas e pecados. Um

homem humilde vê a si mesmo como Deus o vê e não fi ca feliz com o que vê, o que o força a se voltar para Cris-to (Lucas 18.13 ; 1 Pe 5.5).

Cuidado com os Bloqueios Nas Escrituras, Deus afi rma que

ouve as orações dos seus fi lhos somen-te se as mãos deles estiverem limpas e os corações puros (Sl 66.18; 24.3-5; Is 1.15). Acredita-se em geral que o Deus de amor sempre tem o seu ouvi-do aberto para os clamores dos seus fi lhos. No entanto, através de todas as Escrituras, Deus diz o contrário.

O primeiro capítulo de Isaías, do início ao fi m, trata dessa situação. Muitos dos fi lhos de Deus anda-vam pelos seus próprios caminhos, confi ando na sua relação com Jeová como um cartão de crédito válido para receber bênçãos do Senhor “à vontade”. Não pareciam compreen-der que eram descritos por Deus como um povo carregado de iniqüi-dade, com uma cabeça toda doente, tendo contusões e chagas infl amadas desde a planta do pé até à cabeça (Is 1.4-6). Deus rejeitou seus sacrifícios e sua adoração por serem hipócritas e disse: Quando estendeis as vossas mãos em oração, escondo de vós os meus olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço...Isaías 1.15.

Entretanto, mesmo diante desse

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tipo de evidente frieza, desobediên-cia e rejeição dos seus apelos, Deus lhes disse:...ainda que os vossos peca-dos sejam como a escarlata, eles se tor-narão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Isaías 1.18-19.

Os cristãos hoje em dia estão ilu-didos quando pensam que, enquanto estiverem orando e praticando as for-mas exteriores de adoração, eles têm o direito de ir para Deus com suas necessidades, grandes ou pequenas, e que Deus tem a obrigação de ouvir e atendê-los. Contudo, ele diz mui-to claramente que se houver pecado no meu coração o Senhor não me ou-virá. Salmos 66.18. Ele ouvirá, sim, os clamores daqueles que realmente querem voltar para ele (Ml 3.7) e que estão determinados a andar com ele de ora em diante. Somente o nosso Deus poderia ser tão amoroso, pa-ciente e pronto a perdoar.

Leia as suas palavras em Oséias 14.4: Eu curarei a infi delidade deles e os amarei de todo o meu coração, pois a minha ira desviou-se deles.

Que Lugar Tem a Oração em Relação ao Avivamento?

Leonard Ravenhill, no seu livro Revival Praying (“Orando Para Avi-vamento”), faz uma pergunta que

precisa ser respondida hoje. “Esta-mos nós, os que ainda temos as bra-sas vivas no nosso altar, nos compa-rando com os altares apagados das igrejas vizinhas, ao invés de avaliar o ardor de oração dos santos de gera-ções passadas? O mundo alardeia o seu poder atômico, alguns cultos se vangloriam do seu poder satânico, mas onde estão aqueles que buscam o poder do Espírito Santo?”

Com freqüência, substituímos a oração por excessivas atividades re-ligiosas, quando Deus deseja gravar dentro de nós o aquietai-vos e sabei que eu sou Deus. Salmos 46.10. Al-guém disse que quando Deus pre-tende exercer grande misericórdia sobre o seu povo, a primeira coisa que faz é levá-lo à oração. Somen-te quando alguns dentre o povo de Deus se dispõem a orar até que Deus quebre o casulo da zona de conforto do homem é que podemos esperar uma visitação do trono de Deus. Isso pode levar dias, ou até meses, mas a promessa de Deus será cumprida: Derramarei água sobre o sedento, e tor-rentes sobre a terra seca. Isaías 44.3.

Brian Edwards disse: “Os homens que Deus usou em avivamentos sem-pre tiveram um elevado conceito de Deus e foram hipersensíveis ao pecado, muito antes do avivamento começar. Provavelmente, a nossa fal-ta de oração hoje, juntamente com a

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ausência de santidade nas vidas dos líderes cristãos, tem convencido a Deus de que não estamos muito sé-rios quando pedimos que nos mande um avivamento”.

Oração nas HébridasDuncan Campbell [evangelista no

avivamento das Hébridas em 1949] relatou os acontecimentos nos dias que antecederam o avivamento:

Era a reunião semanal de oração. Tinha havido uma intensa oposição ao Evangelho no vilarejo e, embora muitos tivessem vindo de outros lo-cais para participarem das reuniões, havia pouquíssimos da própria lo-calidade. Um líder da igreja sugeriu que fossem orar, e umas trinta pes-soas se dirigiram para a casa de um fazendeiro simpatizante. A oração era difícil, mas, lá pela meia-noite, Duncan voltou-se para o ferreiro lo-cal que até então estivera calado e lhe disse: “Sinto que chegou a hora de você orar”.

O homem orou por cerca de meia hora, porque em avivamentos o tem-po não é levado em conta, e fi nal-mente encerrou sua oração com um desafi o ousado: “Deus, tu não sabes que a tua honra está em jogo? Tu prometeste derramar torrentes em terra seca, mas isso não está aconte-cendo”. Por um momento, houve uma pausa, mas em seguida, ele concluiu:

“Deus, a tua honra está em jogo, e eu te desafi o a cumprir os teus compro-missos de aliança”.

“Naquele momento”, lembra Dun-can Campbell, “toda aquela casa de pedra tremeu como uma folha”. Um dos presbíteros achou que era um terremoto, mas Duncan se lembrou de Atos 4.31: Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos...Dun-can Campbell ministrou a bênção, e eles saíram da casa. Eram duas horas da madrugada, mas todo o vilarejo estava aceso, incendiado por Deus. Homens e mulheres carregavam ca-deiras e perguntavam se havia lugar para eles na igreja! (De Revival, A People Saturated With God, de Brian Edwards – Avivamento, Um Povo Sa-turado por Deus).

Pergunta: Será que temos uma base em oração para poder desafi ar Deus dessa maneira?

Pode Alguém Orar pelo Avivamento?

A resposta é sim! Entretanto, a pergunta deveria ser: Quem pode mover Deus para que envie o aviva-mento? No Salmo 24.3-5, o salmista pergunta: Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração – aquele que está totalmente entregue a ele. Ou seja, quem está qualifi cado para orar é

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aquele que perscrutou o seu coração diante de Deus, recebeu purifi cação e agora está apto a chamar a presen-ça do Espírito de Deus sobre o seu povo.

No versículo cinco, ele afi rma que tal pessoa será ouvida e receberá a bênção do Senhor. Isso se refere ao poder do Espírito Santo. É a bên-ção, não uma bênção. Aqui o nosso relacionamento pessoal com Deus assume uma importância primor-dial. Deus ouve as orações daqueles que têm um relacionamento com ele por meio do sangue e não estão em divergência com um irmão ou uma irmã em Cristo. Divergência sempre causará um bloqueio na nossa oração (Mt 5.23-24).

Alguém disse: “Corações mancha-dos que comandam mãos mancha-das não podem utilizar os recursos de Deus”. A pergunta é: O nosso re-lacionamento com Deus é pra valer? Estamos prontos a pagar o preço do avivamento? Sabemos que a oração é dispendiosa e exigente. Em outras palavras, requer perseverança. Im-plica negar-se a si mesmo – morrer todos os dias, voluntariamente.

Deus Responderá Nossas Orações?

Como fi lhos de Deus, podemos escolher entre orar efi cazmente e apresentar desculpas. Freqüente-

mente, escolhemos a saída humana e mais simples, oferecendo descul-pas por nosso fracasso em tocar em Deus. Por exemplo, é porque esta-mos cansados. Não tivemos tempo para orar. Apontamos para a frieza ou os problemas na nossa família e igreja, ou para a época em que vive-mos como motivos da nossa falta de oração. Até mesmo alguns pastores e missionários são ousados a ponto de pôr a culpa em Deus, dizendo que já que Deus é soberano, não deve ter chegado a sua hora de descer do céu com fogo.

Será que não é porque o “nosso armário está vazio”? Porque a frieza tomou conta de nós? Será que o pe-cado embotou a nossa sensibilidade à voz de Deus? Temos tantos deuses deste mundo que não há mais tempo nem energia. Se abrigarmos na nos-sa vida algo que sabemos ser pecado, isso defi nitivamente nos impedirá de orarmos a Deus (Sl 66.18). Isaías disse ao povo de Deus: Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados en-cobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. (Is 59.2).

Se Elias estivesse aqui, ele brada-ria: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, se-gui-o; se é Baal, segui-o. 1 Rs 18.21. Deus diz para todos aqueles que estão famintos por ver o fogo de

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Deus descer sobre a sua igreja hoje: Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração ( Jr 19.13). No Evangelho de Ma-teus, Cristo diz: Pedi, e dar-se-vos-á... (7.7). Paulo nos diz que tudo é vosso (1 Co 3.21).

Oração DesesperadaQuando realmente queremos que

Deus venha, descobrimos que verda-deira oração é trabalho. Satanás de-dicará todos os seus esforços no sen-tido de impedir-nos de tocar o trono de Deus. Há um preço a pagar – um preço, talvez, de longas horas, noites sem dormir, sondagens do coração e, possivelmente, de “faxinas” da nossa casa interior (Sl 66.18).

Oração signifi ca negar a si mesmo e, talvez, colocar de lado as coisas das quais gostamos ou que gostaríamos de fazer a fi m de dar a Deus tempo para implantar a carga do seu Espíri-to nos nossos corações. É nesse ponto que começamos a desfrutar da vitória à medida que começamos a obedecer plenamente aos toques interiores do Espírito, deixando o Espírito Santo tomar o controle.

Agora, o nosso Pai ouvirá as nos-sas orações. Não é o que o presbíte-ro no avivamento das Hébridas quis dizer quando exclamou: “Amigos, é muita falsidade fi car esperando e orando, esperando e orando, se os

nossos corações não estão em dia com Deus”?

Duncan Campbell afi rmava que “desejar o avivamento é uma coisa; expectativa confi ante de que nosso desejo será atendido é outra! Deus freqüentemente leva o seu povo ao ponto de desespero antes que ele envie o avivamento; somente então é que eles aprendem que sem mim nada podeis fazer” ( João 15.5). Que Deus nos dê pessoas desesperadas!

Conclusão1. Deus está buscando uma pessoa

e um povo que sejam sérios, sedentos e desesperados por uma poderosa vi-sitação divina sobre nós.

2. Ele exige que as mãos e os co-rações de tais pessoas sejam limpos diante de Deus e diante dos homens (Sl 24.1-5).

3. Uma vez que as condições esta-belecidas em 2 Crônicas 7.14 sejam atingidas, Deus procura aqueles que vão orar, esperar e confi antemente aguardar que Deus cumpra a sua promessa.

Acreditamos que Deus cumprirá a sua promessa de voltar-se para nós, se nós nos tivermos voltado a ele to-tal e incondicionalmente? (Ml 3.7). A resposta é Sim, ele será fi el à sua promessa! Deus está mais ansioso para vir ao seu povo num maravilho-so avivamento de purifi cação e visi-

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tação divina do que o seu povo está para se entregar totalmente a ele!

Se realmente queremos ver Deus descer com fogo purifi cador sobre nós e sobre todo o seu povo, será que estamos prontos a passar por muito tempo diariamente em oração? Lem-bremo-nos de que Deus nos pediu

para nos humilharmos diante dele e orarmos. Então Deus ouvirá do céu (2 Cr 7.14).

De Revival – God’s Proven Method of Awakening His Church (Avivamen-to – Método Provado de Deus para o Despertamento da Sua Igreja), de Edgar H Lewellen.

MAIS QUE VENCEDORES

Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Romanos 8:37

Vamos a Cristo para ser perdoados, e então, com freqüência, procuramos, na lei, forças para combater os nossos pecados. Paulo nos repreende dessa forma: Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber

O clamor é “Rogai ao Senhor da seara, que envie trabalhadores para a sua seara”. Os trabalhadores não são os voluntários que fazem a obra de Deus, mas são os escolhidos e chamados. Mais ainda, são escolhidos, chamados, capacitados e enviados. Destacamos desta vez ‘capacitados’ e ‘enviados’.

Deus não envia trabalhadores sem antes capacitá-los. É obvio, não se trata de graduá-los antecipadamente no caminho da fé, mas que tenham a mínima experiência e recebam as ferramentas básicas para um serviço espiritual. No caminho, na caminhada, irão completando a sua preparação, mas devem ter aquela base mínima. Se não, como saberão o que fazer, o que dizer? Se não conhecerem o propósito e o plano da obra de Deus, como poderão fazer uma obra inteligente?

Logo que são capacitados, ele os envia. Quando Isaías viu a glória de Deus (cap. 6), e escutou o chamado que Deus fazia, o profeta respondeu: Eis-me aqui, envia-me a mim (v. 8). Notem que não disse: Eis-me aqui, eu vou. Não se trata de sair correndo, só porque Deus chamou. O que Deus requer é que o servo responda ao chamado e, em seguida, espere para ser enviado.

A espera é talvez a parte mais difícil no serviço espiritual. Alguém tem dito que um obreiro está realmente preparado para servir a Deus só quando está disposto a não ser usado por Deus. A capacidade de esperar é o melhor sinal de humildade e submissão à vontade de Deus.

Embora a seara seja grande, terá que rogar e esperar que Deus envie trabalhadores para a sua seara. Só assim a obra que eles fizerem será espiritual, será obra de Deus.

-- Fonte: Aguas Vivas

... continuação da pág. 23

... continua na pág. 40

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Confi emos em Deus mes-mo quando não enxer-gamos nada.

Não sou profeta nem fi lho de profeta, mas creio que, nesta década, estamos para viver um perí-odo de trevas. Estou convencido de que, em determinados lugares, vai ser muito difícil para o crente. É verda-de que muitos fi lhos de Deus já so-freram perseguições e adversidades em algumas nações. Mas o período de trevas a que estou me referindo

não é a perseguição do mundo. Falo de uma experiência que sobrevirá a todo crente que quiser empenhar-se no serviço cristão ou a todo que fi -zer uma séria decisão de agradar so-mente a Deus. E não se trata de um problema criado por outras pessoas e nem necessariamente pelos poderes demoníacos. É algo que pode muito bem vir do próprio Deus.

Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do seu Servo que andou em trevas sem nenhuma luz,

Andando em TrevasWinkie Pratney

E não há criatura que não seja manifesta na sua presença;

pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de

prestar contas. Hebreus 4:13

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e ainda assim confi ou em o nome do Senhor e se fi rmou sobre o seu Deus? Eia! Todos vós, que acendeis fogo, e vos armais de setas incendiárias, andai en-tre as labaredas do vosso fogo, e entre as setas que acendestes; de mim é que vos sobrevirá isto, e em tormentas vos deitareis. Isaías 50:10,11.

Na primeira vez em que li essa passagem, supus que ela fosse dirigi-da a incrédulos, já que fala de trevas. Eu sabia que a Bíblia mencionava apenas três tipos de trevas, e todo mundo sabe que as trevas são para os incrédulos. Talvez Isaías estives-se falando do primeiro tipo de treva – a do pecado. Pois a Bíblia diz: Os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. João 3:9.

Em segundo lugar, a palavra trevas na Bíblia tem o sentido de ignorân-cia, e o oposto dela é o termo “luz”. Uma das declarações básicas que as Escrituras fazem acerca de Deus é a seguinte: Deus é luz, e não há nele tre-va nenhuma. I João 1:5.

E em terceiro lugar, o poder de-moníaco por vezes é chamado de “o poder das trevas” (Lc 22:53, At 26:18, Ef 6:12, Cl 1:13).

Mas as trevas de que fala Isaías não tem relação com nenhum desses conceitos. O fato mais estranho com relação a esse texto (e a esse tipo de trevas) é que isso acontece somente

com pessoas que estão caminhando com Deus e que o amam; com cren-tes que não estão “brincando” com o pecado nem são ignorantes. Então os homens e mulheres de Deus podem conhecer um tipo de trevas que não tem nada a ver com o pecado, nem com a falta de sabedoria, nem com o diabo. E o grande problema é que, quando alguns fi lhos de Deus pas-sam por ela, não entendem nada e quase são arrasados.

Todo aquele que tomou a decisão de servir a Deus, mais cedo ou mais tarde, passará por essas trevas. Isso já lhe aconteceu, meu irmão? Um belo dia descobrimos, de repente, que não temos nenhuma sensação espiritual. Oramos, e nada acontece. Lemos a Bíblia, compreendemos as palavras, mas parece que não há luz. Sonda-mos o coração e sentimos que não há nada nele que justifi que o momento que estamos vivendo. Repreendemos o diabo, pedimos que outros orem por nós, vamos ouvir um pregador de que gostamos e nada acontece. Parece que nada que nos dizem re-solve o problema. Nenhuma solução dá certo.

São João da Cruz chamou a isso “a negra noite da alma”. Tozer denomi-nou-o “o ministério da noite”. Spurge-on também falou sobre “o fi lho da luz andando em trevas”. Cada um desses homens de Deus abordou a questão

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por um ponto de vista diferente, mas a experiência é a mesma. Não se trata das trevas do erro, do sentimento de culpa nem da opressão demoníaca. E nem tampouco estão elas relacio-nadas com o pecado. Trata-se de um inexplicável sentimento de perda e de incerteza. É, acima de tudo, a im-pressão de que perdemos o senso da presença de Deus.

Como são essas trevas ? A primeira coisa que acontece é

uma estranha sensação de vazio. Não vemos nenhum sinal de Deus. Assis-timos aos cultos, copiamos o sermão, achamos a mensagem maravilhosa, mas não sentimos nenhuma vibração no coração. Percebemos que todo mundo está sentindo alguma coisa, mas nós não sentimos nada.

Então resolvemos orar. Ajoelha-mo-nos e dizemos a Deus que não estamos nos sentindo espiritual-mente bem. Alguém já disse que a oração “opera maravilhas”, mas dessa vez não recebemos nenhuma luz dos céus. Então resolvemos ouvir um es-tudo bíblico que sempre nos inspira muito, na esperança de que ali volta-remos a experimentar os rios de água viva – mas nada acontece! Saímos do culto, percebendo que todo mundo foi “grandemente abençoado”, e então pensamos:

“O que será que eu fi z?”

Talvez seja um pecado não con-fessado, pensamos. Pedimos perdão a todo mundo. Escrevemos cartas confessando erros do passado e até da infância. Examinamos tudo que poderia ser a causa do problema, e nada. E concluímos:

“Ah! Isso só pode ser coisa do dia-bo, claro. Ainda não assumi autori-dade sobre ele em Cristo.”

E tomamos essa atitude também. E, ainda assim, nada acontece.

Precisamos saber que esse tipo de experiência não é novidade. Todos os grandes homens e mulheres da Bíblia passaram por isso. Aconteceu com Abraão quando estava esperando que Deus aceitasse seu sacrifício (Gn 15:12). Aconteceu a Moisés quando estava na montanha, esperando para receber os mandamentos, na “escuri-dade” onde Deus se encontrava (Dt 5:22). Ocorreu a Jó quando este aguardava “o bem” e lhe “veio o mal” ( Jó 30:26). Davi também passou por isso quando teve a sensação de que tudo desabava sobre sua cabeça.

Os profetas também passaram por isso e choraram. Os reis justos também o experimentaram e se hu-milharam diante de Deus. Até mes-mo Jesus, o próprio Filho de Deus, teve o seu dia de trevas. E qualquer um que resolver, em seu coração, buscar a Deus, conhecerá tais trevas. Ninguém está isento. Nenhum cren-

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te está livre delas. Elas constituem um fator essencial em nossa vida para que tenhamos uma experiência cristã completa e profunda.

Isso se dá até na natureza. Ne-nhum ser vivo toleraria viver cons-tantemente à luz do sol. É preciso que haja noite, os dias de nuvens e chuva. Tanto a luz como a escuridão são importantes para o desenvolvi-mento da planta. Se o sol brilhasse continuamente, a Terra viraria um deserto. E assim como há as estações do ano também as do espírito. O ve-rão é muito agradável, mas é preciso que haja inverno também. Não nos espantemos com a presença das tre-vas. Mais cedo ou mais tarde Jesus nos ajudará a atravessá-las.

Como encarar as sensações: Certa vez uma jovem não crente

que estudava numa faculdade evan-gélica me fez uma pergunta muito interessante:

- Será que os crentes realmente amam a Cristo ou apenas gostam das sensações agradáveis que tem por amarem a Deus?

Jó teve de encarar essa questão ao ver que seu mundo se desmoronava, e Deus não atendia ao seu clamor. Ele vivera sempre debaixo do cuidado divino e se sentira seguro, sabendo que Deus, seu Amigo, era também seu protetor e provedor. Ele era tam-bém um homem temente a Deus que

confi ava no Senhor. Foi por isso que Satanás interpelou a Deus a respeito dele. O que o diabo disse, na verdade, foi o seguinte:

- É claro que Jó te ama e adora. Por que não iria adorar-te: Tu lhe dás tudo que ele quer. Retira as dá-divas que lhe tens dado e verás se ele não se torna um dos meus.

Então Deus permitiu que Satanás submetesse Jó a provas. E ele passou no teste – mas passou raspando.

E foi assim que aquele homem conheceu as trevas mais terríveis que podem sobrevir a um fi lho de Deus. Não as trevas do pecado, nem da ig-norância, nem dos poderes demonía-cos, mas as trevas divinas – as trevas da sensação de que nos afastamos da presença de Deus.

E o que podemos fazer para sair-mos dessas trevas? Nada. Nada mes-mo. Quando Deus nos coloca nessas trevas, não há nada que possamos fazer para sair delas. É por isso que todas as providências que tomamos dão em nada, todas as orientações que buscamos se mostram inúteis, e nossas frustradas tentativas de so-lucionar o problema eventualmente acabam num vazio.

As provas de Deus são enviadas por Ele, e só se dissiparão depois que tiverem concluído a obra que tem de realizar em nossa alma. Jacó se viu “só” na escuridão, e lutava com ele um

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homem, até ao romper do dia. Gêne-sis 32:24. Não podemos nos livrar delas, mas podemos perfeitamente sobreviver a elas.

Como agir em meio às trevas?1. Cumprir nosso dever apesar

de tudo. O que fazemos quando nos vemos em trevas? Nós logo indaga-mos:

- Senhor, entendo que esta situ-ação é muito difícil. Mas o que devo fazer? Silêncio, Não há resposta.

- Mostra-me pelo menos o que te-mos de fazer, insistimos.

2. Nada. Mas o que fazia a pessoa mencionada em Isaías 50:10? Veja bem, ela estava caminhando. A pri-meira coisa que temos de fazer quan-do nos sentimos em trevas é cumprir nosso dever, é seguir na mesma dire-ção em que estávamos seguindo an-tes. Temos de continuar com nosso viver diário.

O que foi que Deus nos disse an-tes que as trevas nos sobreviessem? O que Ele nos havia dito antes quan-do ouvíamos claramente sua voz? Continuemos a seguir a orientação dada. Continuemos caminhando. O caminho não muda em nada; o que mudou foi apenas a nossa percepção dele. Mas, apesar disso, continuemos cumprindo nosso dever, continue-mos andando mesmo quando as lu-zes se apagam.

3. Confi ar no nome do Senhor. Quem está sem luz tem de confi ar no nome do Senhor. Torre forte o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro. Provérbios 18:10. Em ti, pois, confi am os que conhecem o teu nome. Salmos 9:10. O nome de Deus de-fi ne o que Ele é, e Ele está presente nEle. É o imutável, inabalável e infi -nito Deus. Ele continua sendo como sempre foi; as trevas não fazem com que Ele mude em nada. O fato de não o vermos não signifi ca que Ele esteja ausente. Deus fez uma aliança conosco. Ele é fi el e continuará sen-do. ... ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre. Hebreus 13:8.

Então vamos nos ajoelhar e orar: - Senhor, não estou sentindo a

tua presença. Não estou experimen-tando o teu poder. Mas sei que estás presente apesar de tudo, pois a Tua Palavra não muda. Amém.

4. Lembrar-se do Caráter de Deus. E há mais uma coisa que po-demos fazer no momento de trevas: relembrar tudo que Deus fez por nós. Nós recebemos muitas bençãos dEle, bençãos reais e não sonhos imaginários. Deus realmente operou em nossa vida. Agora é a hora de re-lembrar tais coisas.

Vamos lembrar também de seu caráter. Quando não pudermos en-xergar o caminho, vamos abrir a Pa-lavra e ler a respeito dele, recordar

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como Ele é. Vamos recordar o que Ele já fez por nós. O que já apren-demos a respeito de Deus por ex-periência própria? É possível que já tenhamos dito:

- Vi a mão de Deus operando; sei como ele é. E consagrei-me a Ele para sempre.

Será que dissemos isso pra valer? Antes nós, outros cristãos já an-

daram em trevas. E também eles aprenderam que a fé não é algo a que nos agarramos, mas Alguém que nos segura.

Os perigos do fogo falso: São João da Cruz compreendeu

com rara clareza um aspecto dessa caminhada na “noite escura da alma”. Disse ele:

“O que eles devem fazer não é en-tregar-se a meditações e ponderações, já que não é hora para isso. Devem apenas permitir que a alma fi que em silêncio e calma, ainda que tenham a impressão de que, não fazendo nada, estão desperdiçando tempo, e mes-mo que achem que não tem desejo de pensar em nada por causa de uma fraqueza pessoal. O fato é que se ti-verem paciência e perseverarem em oração sem nenhum esforço, já esta-rão fazendo muita coisa.”

O texto de Isaías 50 contém uma séria advertência para nós: não pro-curemos resolver o problema por nossa conta. Se Deus não acender a

luz, não devemos fazê-lo nós mes-mos. Algumas pessoas tentam agir assim, e depois, encolerizados, expli-cam:

- Já que Deus não fala nada, vou tocar em frente. Já que Ele não me dá a orientação certa, vou fazer o que eu acho certo.

O que tais pessoas estão dizendo é:

- Está bom, Deus, já que o Senhor não quer me orientar, vou seguir mi-nha própria cabeça.

O que obtemos com isso é uma luz muito rápida e efêmera. Não irá durar muito, e pode cegar-nos. Não acendamos uma luz. Não cometa-mos o tolo e inútil erro de acender nosso próprio fogo. Se Deus nos dei-xou em trevas, permitamos que elas façam em nossa alma a obra que Ele deseja. Foi Ele que nos colocou em trevas; podemos estar certos de que Ele nos tirará delas. Se teimarmos em acender nosso fosforozinho e em fazer aquilo que achamos certo, ve-remos, por meio dessa luz humana, a destruição de boa parte da benção que Deus tem para nós. Então

limitemo-nos a andar segundo a orientação que Deus já nos deu, e permaneçamos fi éis a Ele até rece-bermos a nova orientação.

O objetivo das Trevas Mas alguém pode estar se per-

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guntando: “Por que Deus está fazendo isso

comigo? Quanto tempo isso ainda vai durar? Por que ele não me res-ponde quando falo com Ele? Por que não estou recebendo nenhuma reve-lação neste momento?”

Provavelmente é porque este é o único meio pelo qual Deus pode en-sinar-lhe lições importantes. E tais lições são basicamente as seguintes: aprender a obedecer a Deus, quer te-nha vontade ou não; fazer o que Ele manda; fi rmar-se na verdade que Ele revelou, quer sinta ou não Sua pre-sença.

- Vai fazer isso? E essa pessoa talvez diga: - Claro que vou! Mas e quanto ao fato de que tal-

vez não sinta a presença dele? Nós temos convicções que Deus

gravou e fi xou em nosso coração. E achamos que tais convicções são fi rmes, são inabaláveis, e que nunca duvidaremos delas. Mas assim que entramos no período de trevas co-meçam as indagações. Será que essas convicções são realmente verdadei-ras? Então as trevas tem exatamente essa fi nalidade: por à prova nossas convicções. Desse modo, fi caremos sabendo se realmente cremos nelas. E, depois que as trevas se dissiparem, as únicas convicções que restarão são aquelas em que cremos de fato.

Vejamos, por exemplo, nossa ex-periência de consagração. Tivemos uma experiência maravilhosa, talvez num culto da igreja. Vivemos um momento incrível, glorioso, fantásti-co. Até desejávamos que pudéssemos gravar um video-tape dela para revê-la depois, diariamente. Naquele dia dissemos a Deus:

- Senhor, sei que me chamaste,e agora estou entregando minha vida a Ti. Ouve-me, Senhor, neste momen-to consagro-me inteiramente a Ti. E nunca irei voltar a trás nesta decisão.

Mas algum tempo depois passa-mos por trevas. Quanto tempo será que elas vão durar? Uma semana? Talvez mais. Talvez um ano. Mas as-sim que elas terminarem de operar em nós, tudo que poderia ser aba-lado, terá sido abalado. Só restará o que for fi rme, verdadeiro e sólido.

A luz no fi m do túnel O objetivo das trevas é mos-

trar-nos que precisamos depender de Deus e somente dele. Não nos afl ijamos por causa da sensação de desamparo e vazio. Mais tarde, Ele será uma benção para nós. Deus diz: Dar-te-ei os tesouros escondidos. Isaías 45:3.

Quando eu era menino costuma-va viajar de trem com a minha irmã. Naquela época, na Nova Zelândia, não se acendiam as luzes no interior

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dos vagões de passageiros durante o dia. Assim, quando passávamos por um túnel, fi cávamos alguns instantes em completa escuridão. Sabe o que acontece na escuridão? As pupilas dos nossos olhos se dilatam. Na cla-ridade, elas diminuíam de tamanho, tornando-se bem pequenas; mas no escuro aumentam. Então quando o trem saía do túnel, a claridade era intensa.

O mesmo acontece com as trevas de Deus. Enquanto não passarmos por essa disciplina divina, não apren-deremos a apreciar devidamente o brilho do conhecimento que possu-ímos. Nós aprendemos tanta coisa que perdemos um pouco da acui-dade de nossa percepção espiritual. Recebemos tanta revelação que não temos condição de apreciar inten-samente o que nos é ensinado. Mas Deus nos coloca em seu trem, como se fossemos criancinhas, e nos faz passar por essas trevas. Entretanto essa escuridão é apenas um túnel. O trem continua sua viagem. Está se di-rigindo para o destino a que precisa-mos chegar, e o Maquinista conhece muito bem o caminho. O túnel não é eterno. Não permaneceremos para sempre em trevas. Então, eventual-mente, sairemos da escuridão, e aí a claridade será mais intensa do que era antes de entrarmos no túnel.

Segurando a mão de Deus

Deus habita em densa escuri-dão (Essas palavras falou o senhor a toda a vossa assembléia no mon-te, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com grande voz; e nada acrescentou. E escreveu-as em duas tábuas de pedra, que ele me deu. Dt 5.22). Para Ele, a luz e as trevas são a mesma coisa (Se eu disser: Ocul-tem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda; nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noi-te resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.Sl 139:11,12). Existem tesouros que só recebemos quando estamos nessa escuridão, pois nela Ele nos revela muitos fatos sobre Si mesmo e so-bre nós, que de outra maneira nunca aprenderíamos.

Lembremos sempre, meu irmão, que nas trevas descobriremos coisas maravilhosas. E, ao fi m do túnel, ouviremos a voz do Senhor ( Jesus) dizendo: Muito bem, servo bom e fi el; entra no gozo do teu Senhor.

Precisamos pedir que Deus nos dê coragem para atravessar a escu-ridão que nos aguarda. Isso é muito necessário porque, através dela, Deus prepara seus fi lhos para obedecer-lhe a despeito do que estiverem sentido.

Você irá passar por essas trevas, amado irmão, mas procure tirar o máximo proveito delas! Com esse silêncio, Ele estará falando ao seu

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coração. Lembro-me de que, quando era

garoto, vi, na parede da casa de meu avô, um quadro com uns dizeres que muito me impressionaram. Na primeira vez em que o vi, ainda não era crente, mas nunca mais esqueci aquelas palavras. Dizia o seguinte:

Encontrei um homem à entrada do portão das eras e lhe disse:

- Dá-me uma luz, para que eu ca-

minhe em segurança pelo desconhe-cido.

E ele me respondeu: - Entre na escuridão, e ponha sua

mão na de Deus. Ele lhe será mais claro do que uma luz e mais seguro do que um caminho conhecido.

Extraído da revista Mensagem da Cruz.

isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? Gálatas. 3:1-3.

Leve seus pecados à cruz de Cristo, pois só lá o velho homem pode ser crucificado: fomos crucificados com Ele. A única arma para lutar contra o pecado é a lança que perfurou o lado de Jesus. Para dar uma ilustração - você quer superar um temperamento explosivo - como vai fazer? É bem possível que você jamais tenha tentado o jeito certo - de ir a Jesus com ele.

Como obtive a salvação? Vim a Jesus como estava, e confiei Nele para me salvar. Posso derrotar meu temperamento explosivo da mesma forma? É a única maneira pela qual posso derrotá-lo. Devo ir à cruz e dizer a Jesus: “Confio em Ti para me livrar disto.” Este é a única forma de lhe dar um golpe mortal.

Você é ambicioso? Sente que o mundo o enreda? Você pode lutar contra este mal tanto quanto lhe agrade, mas se ele for um pecado que constantemente o assedie, de maneira nenhuma será liberto dele, exceto pelo sangue de Jesus. Leve-o a Cristo. Diga-Lhe: “Senhor, confio em Ti, Teu nome é Jesus, Tu salvaste Teu povo de seus pecados; Senhor, este é um dos meus pecados; salva-me dele!”.

Regras nada são sem Cristo como meio de mortificação.

Suas orações, seus arrependimentos, e suas lágrimas - todos juntos - nada valem longe dEle. “Ninguém, exceto Jesus, pode tornar bons os pecadores desamparados”, tampouco os santos desamparados. Você deve ser vencedor por meio dAquele que o amou, se quer ser vencedor. Nossos lauréis* devem crescer entre Suas oliveiras no Jardim do Getsêmani.

* lauréis - coroa de louros dada aos vencedores de uma disputa

-- Charles Haddon Spurgeon

... continuação da pág. 31

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Um amigo chamou a mi-nha atenção para um trecho em 1 Crônicas 4.23, que me ajudou a

ver a distinção entre estar com o Se-nhor em vez de estar ocupado traba-lhando para ele. Embora talvez um pouco fora do contexto, contudo o princípio, com certeza, é verdadeiro. Nós não somos chamados para estar ocupados com o trabalho para o Rei. Nosso chamado verdadeiro é como aqueles oleiros que moravam ali com

o rei para o servirem. O que é mais importante, na realidade: o Rei ou a sua obra?

Parece que Moisés descobriu o segredo e deixou um exemplo para nós. Vez após vez, ele subia o monte para estar com o Senhor. Não lemos sobre nenhum outro homem que te-nha encontrado o Senhor face a face (Êx 33.11).

Numa ocasião em que Moisés permaneceu lá por quarenta dias, o Senhor lhe deu um modelo (Hb

Um Segredo do Serviço Efi ciente

DeVern Fromke

Estes eram os oleiros e habitantes de Netaim e de Gedera,

moravam ali com o rei para o servirem. 1 Crônicas 4:23.

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8.5). Depois que desceu do monte, ele construiu o tabernáculo de Deus à maneira de Deus e de acordo com as especifi cações de Deus. Não há perda de tempo, não há perda de ma-terial, de energia ou de recursos hu-manos quando alguém se detém na presença de Deus em primeiro lugar e, só depois, começa a trabalhar.

Há alguns anos, eu soube de um incidente que fi cou fortemente gra-vado na minha memória. Um ho-mem de Deus estava atraindo muita atenção por causa do seu ministério singular e dos grandes resultados que produzia numa certa comunidade. O editor do jornal local fi cou tão im-pressionado que enviou um dos seus repórteres mais competentes para entrevistar o ministro e descobrir o segredo do seu sucesso.

Quando o repórter chegou, en-controu uma sala cheia com várias pessoas que estavam esperando para ver o pastor. O repórter fi cou impaciente de tanto esperar e es-perar. Aparentemente, ninguém ia conseguir entrar no escritório desse homem tão ocupado. O repórter de-cidiu procurar a esposa do homem, e ela procurou responder graciosa-mente às perguntas do jornalista no lugar do seu marido.

“Qual é o segredo do sucesso do seu marido?”, perguntou o repórter. “Ele parece estar gastando muito

tempo com alguém lá dentro, en-quanto todos nós aqui de fora somos obrigados a esperar.”

A esposa entendeu a preocupa-ção do repórter e respondeu: “Eu sei que parece até indelicado da parte dele manter todos vocês aí esperan-do, e algumas dessas pessoas têm problemas tão desesperadores que precisam de pronto atendimento. Mas veja, é justamente aqui que se encontra a verdadeira chave da sua efi ciência. Desde bem cedo, ele não recebeu ninguém, mas esteve falando com Aquele que tem todas as res-postas. Quando ele fi nalmente sair de lá – e isso pode demorar algum tempo ainda –, ele trará a Palavra de Deus e a resposta para cada pessoa que está aqui buscando uma solução. Veja o senhor, na verdade, não houve nenhuma perda de tempo.”

O repórter foi embora com o se-gredo de sucesso que viera descobrir, porém com um tipo de história bem diferente do que ele esperara.

Viver na presença de Cristo signi-fi ca viver dentro da perspectiva divi-na. Como dizia sabiamente Samuel Brengle, homem de Deus que serviu no Exército da Salvação: “Se eu esti-vesse morrendo e tivesse o privilégio de pronunciar uma última exortação a todos os cristãos do mundo e tives-se de condensar aquela mensagem em três palavras, eu diria: ‘Espere em

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Deus!’” Depois ele completou: “É no

aproximar-se de Deus – batendo na porta do céu, suplicando pelo cum-primento das promessas, insistindo com Jesus, esquecendo-se do próprio ego, abandonando todas as preo-cupações terrenas, perseverando-se fi rme com determinação para nunca soltar ou desistir – que toda a rique-za da sabedoria e do poder e do amor do céu é disponibilizada a um sim-ples homenzinho, de tal modo que

quando todos os outros vacilam e fa-lham e fogem, ele grita e se rejubila e torna-se vencedor diante da própria morte ou do inferno.”

Samuel Brengle havia aprendido as leis da urgência, prioridade, se-qüência, ordem, escolha de tempo e lugar que são os meios para se alcan-çar efi ciência e efi cácia espiritual. Em suma, Brengle aprendeu o segredo de como valorizar o tempo, porque, quando se espera em Deus, o tempo nunca é perdido - é resgatado!

Apocalipse 3:14-20 (João Ferreira de Almeida Atualizada - JFA)

Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o pricípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca. Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou ã porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ó igrejas.

Um último estado de coisas caracteriza a cristandade. Os seus traços já podem ser reconhecidos hoje: satisfação consigo mesma, desinteresse e tibieza, e pretensões religiosas de ter e saber tudo (Deuteronômio 8:17; Oséias 12:8).

“Não preciso de coisa alguma”: é o que parecem dizer os cristãos que negligenciam a oração.

Três coisas essenciais faltavam a Laodicéia: O ouro: a verdadeira justiça de Deus; As vestiduras brancas: o testemunho prático, que resulta dessa justiça; E um colírio: a capacidade de discernimento dada pelo Espírito Santo. Mas para quem têm ouvidos ainda não é tarde demais para ouvir!

O Senhor aconselha que cada um se apresse a adquirir dEle o que falta (veja Mateus 25:3); encoraja: os que sofrem repreensão e disciplina são justamente aqueles quem ele ama; exorta a ser zeloso e a se arrepender; e promete algo que não tem preço: a promessa do versículo 20 (Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e

... continua na pág. 46

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Ministro, Salva-te a ti mesmo

Antonio Abuchaim

Palavra fi el é esta: que, se morremos com Ele, também com Ele viveremos. 2 Timó-teo 2:11.

É preciso morrer para nascer. In-sensato! O que tu semeias não nasce, se primeiro não morrer. 1 Coríntios 15:36. Esta é a receita da Palavra de Deus para a regeneração. Morte e ressurreição em Cristo. Cristo mor-reu e ressuscitou por nós, e a mesma Palavra afi rma também que fomos mortos e ressuscitados nele.

A declaração que Cristo morreu e ressuscitou é uma verdade, porém a nossa inclusão em sua morte e res-surreição, que é a nossa identifi cação em Ele, é o que nos leva à experiência de regeneração. Em sua morte, somos destruídos, e, em sua ressurreição, somos criados novamente. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. 1 Pedro 1:3.

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera

nessas coisas. Porque, fazendo isto te salvarás,

tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem. 1 Timóteo

4:16

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Todo ponto de partida consiste em nos considerarmos mortos em Cristo. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado. Romanos 6:11. Porque já estais mortos, e a vos-sa vida está escondida com Cristo em Deus. Colossenses 3:3.

Alguém indagou a George Müller, que teve um glorioso ministério, a res-peito de seus êxitos. Ele respondeu, curvando-se até tocar o chão: Houve um dia em que eu morri, morri com-pletamente, morri para George Mul-ler, suas opiniões, suas preferências, gostos e vontade; morri para o mun-do, sua aprovação e censura; morri para a aprovação ou censura até de meus irmãos, parentes e amigos; des-de aquele dia, tenho me apresentado diante de Deus, e Ele tem me apro-vado e me usado para sua glória. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fi ca ele só; mas se morrer produz muito fruto. João 12:24.

Muito fruto é a credencial segura de um ministério aprovado. Isto não indica que o verdadeiro fruto seja a agregação de multidões às igrejas, porém o verdadeiro fruto é o de al-mas regeneradas entrando para o Reino de Deus.

O Senhor Jesus Cristo condena o proselitismo. Um prosélito é a in-trodução de um indivíduo à igreja (instituição religiosa) sem o novo

nascimento. Ai de vós, escribas e fa-riseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais fi lho do in-ferno duas vezes mais do que vós. Ma-teus 23:15. O Senhor declara que irá para o inferno tanto o prosélito quanto o ministro que o fez. Fiz-me acaso vosso inimigo dizendo a verdade? Gálatas 4:16. O Senhor Jesus nos adverte que aquele que não tem não pode dar, e eu, como ministro, sou o primeiro a atender com carinho a sua advertência, e recomendo a to-dos os ministros que tomem a sério a Palavra de Deus, porque o Reino de Deus é chegado, e nele só se pode entrar pelo novo nascimento. Esta mensagem também é um convite aos ministros para que verifi quem as suas próprias experiências, a fi m de que possam levar a outros à verdade que realmente salva.

Conta Jimy Swaggart que um cer-to membro da igreja morreu e foi para o inferno. E ali encontrou os demais perdidos deitados de rosto para bai-xo, e ele começou a levantar a cabeça de cada um, e dizia: Não é este. E as-sim fazendo, o Diabo lhe perguntou: O que você está procurando? Res-pondeu-lhe: Procurando o pastor que me pregou o evangelho. Porque se sua pregação me trouxe para cá, é certo que ele se acha aqui também. E, meus amados, porque não dizer que

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isto é a verdade? Este evangelho, de qualidade profana com uma graça tolerante e que não salva do pecado, não é o evangelho de Cristo. Por isso os pregadores precisam ser verda-deiramente livres para proclamarem com verdade e libertação em Jesus. Se, pois o Filho vos libertar, verdadeira-mente sereis livres. João 8:36.

Meus amados, vamos à cruz, à morte com Jesus e à nossa ressur-reição nele. E o Espírito Santo fará uma grande obra, através do nosso ministério, para a glória de Deus. As almas precisam da verdade e não de-vemos traí-las com mensagens falsas, pois devemos experimentar primeiro aquilo que temos que pregar.

Creiamos na Palavra de Deus. Mas que diz: a Palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a Palavra da fé que pregamos. Romanos 10:8. Estamos mortos e ressuscita-mos nele, afi rma a Palavra de Deus. E, crendo nesses fatos, a Palavra se torna nossa experiência: a nossa re-

generação. Pois regenerado é aquele que morreu e ressuscitou com Cris-to. Este pode dar o que tem, e o povo o receberá.

Agora, ao encerrar esta mensa-gem, expresso mais uma vez meu sin-cero amor cristão a todos os minis-tros. Que me odeiem, mas eu os amo, porque desejo vê-los muito frutíferos para a glória do Pai. Nisto é glorifi cado meu pai, em que deis muito fruto; e as-sim sereis meus discípulos. João 15:8.

Oremos: Pai celestial, Tu és o Au-tor da Palavra e de todas as coisas. Faça que haja um avivamento pela vida do Senhor Jesus Cristo, come-çando em cada ministro. Tu vais fa-zer esta obra, levando os pregadores à morte e ressurreição em Cristo. Vivifi ca os teus ministros, para que a tua igreja também seja edifi cada e frutífera, em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.

Extraído do livro: Ministro, salva-te a ti mesmo.

com ele cearei, e ele comigo).

Os que acolheram o Senhor Jesus Cristo no coração, Ele, a Seu tempo, os receberá no céu, no Seu trono (V. 21).

Queridos amigos, desta forma encerra-se a história da Igreja aqui na terra. Entretanto, por grande que seja a decadência, a presença do Senhor ainda pode ser percebida.

Ela faz o coração arder com alegria indizível, a mesma alegria que os dois discípulos experimentaram na tarde em que o Senhor Jesus veio ficar com eles (Lucas 24:29-32).

-- Jean Koechlin

... continuação da pág. 43

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47Revista Betel

Associação Betel

A Associação Betel é uma entidade juridicamente organizada, sem quaisquer vínculos denomina-cionais ou fi ns lucrativos, mantida por recursos advindos de colaboração espontânea de pessoas

que apóiam seus objetivos, cujo fi m é viabilizar a pregação do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo.

Os objetivos da Associação Betel:a) Apoiar missionários e pregadores (uma vez confi rmados

em seus compromissos com a verdade do Novo Nascimento pela nossa morte e ressurreição com Cristo) para a pregação do Evangelho de Cristo;

b) Produzir e adquirir literatura e material evangelístico para uso dos missionários e dos grupos por eles atendidos, como: folhetos, livretos, estudos dirigidos, livros evangelísti-cos, Bíblias, fi tas de áudio e afi ns;

c) Assistência Social, sempre vinculada ao Evangelismo, pois “a fé sem obras é morta em si mesma”.

A Associação Betel é mantida por colaborações espontâne-as de pessoas físicas ou jurídicas, que apóiam seus objetivos.

São basicamente pessoas regeneradas, contribuintes mui-tas vezes anônimos, mas que se fazem participantes da pre-gação, para que também outras pessoas, até mesmo por eles desconhecidas, possam gozar da mesma graça e esperança.

São aqueles que compreendem com amor e dedicação as Palavras do Senhor Jesus Cristo: “Indo por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”.

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CNPJ 72219207/0001-62REVISTA BETEL é uma publicação trimestral que visa a edifi-cação dos cristãos. Contém artigos e estudos bíblicos centrados na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Esta publicação é sustentada por doações voluntárias de irmãos em Cristo e distribuída aos leitores gratuitamente.

Cartas ou e-mails podem ser enviadas ao redator da Revista Betel:

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