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LIPÍDIOS Os lipídeos, também chamados de gorduras, são biomoléculas orgânicas compostas por carbono, hidrogênio e oxigênio, caracterizadas por serem insolúveis em água, e solúveis em solventes orgânicos, como o álcool, benzina, éter, clorofórmio e acetona. Os lipídios apresentam varias funções, sendo as principais: 1. Fonte de energia (Função energética) em animais e sementes oleaginosas, sendo a principal forma de armazenamento os triacilgliceróis (triglicerídeos); 2. Estrutural 3. Isolante térmico nos animais endodérmicos 4. Proteção mecânica Utilização dos lipídeos Alimentação, como óleos de cozinha, margarina, manteiga, maionese; Produtos manufaturados: sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes. Combustíveis alternativos, como é o caso do óleo vegetal transesterificado que corresponde a uma mistura de ácidos graxos vegetais tratados com etanol e ácido sulfúrico que substitui o óleo diesel, não sendo preciso nenhuma modificação do motor, além de ser muito menos poluente e isento de enxofre. Classificação dos lipídeos

Resumo - Lipídios

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LIPÍDIOS

Os lipídeos, também chamados de gorduras, são biomoléculas orgânicas compostas por

carbono, hidrogênio e oxigênio, caracterizadas por serem insolúveis em água, e solúveis em

solventes orgânicos, como o álcool, benzina, éter, clorofórmio e acetona.

Os lipídios apresentam varias funções, sendo as principais:

1. Fonte de energia (Função energética) em animais e sementes oleaginosas, sendo

a principal forma de armazenamento os triacilgliceróis (triglicerídeos);

2. Estrutural

3. Isolante térmico nos animais endodérmicos

4. Proteção mecânica

Utilização dos lipídeos

Alimentação, como óleos de cozinha, margarina, manteiga, maionese;

Produtos manufaturados: sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes. 

Combustíveis alternativos, como é o caso do óleo vegetal transesterificado que

corresponde a uma mistura de ácidos graxos vegetais tratados com etanol e ácido

sulfúrico que substitui o óleo diesel, não sendo preciso nenhuma modificação do motor,

além de ser muito menos poluente e isento de enxofre.

Classificação dos lipídeos

1. ÁCIDOS GRAXOS E SEUS DERIVADOS

           Os ácidos graxos são formados por

cadeias de átomos de carbono que se ligam a átomos

de hidrogênio com um radical ácido em uma de suas

extremidades.

Os ácidos graxos podem se apresentar na forma

saturada ou insaturada. Geralmente as gorduras

apresentam ácidos graxos saturados em sua

composição, já, os óleos, apresentam ácidos graxos

insaturados.

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É o grupo mais abundante de lipídeos nos seres vivos, e são compostos derivados dos ácidos

carboxílicos. Este grupo é geralmente chamado de lipídeos saponificáveis, porque a reação

destes com uma solução quente de hidróxido de sódio produz o correspondente sal sódico do

ácido carboxílico (sabão).

Ácidos graxos saturados x Ácidos graxos insaturados

I. Ácidos graxos saturados:

Não possuem duplas ligações

São geralmente sólidos à temperatura ambiente

Gorduras de origem animal são geralmente ricas em ácidos graxos

saturados

II. Ácidos graxos insaturados

Possuem uma ou mais duplas ligações è são mono ou poliinsaturados

São geralmente líquidos à temperatura ambiente

A dupla ligação, quando ocorre em um AG natural, é sempre do tipo "cis".

Os óleos de origem vegetal são ricos em AG insaturados.

Quando existem mais de uma dupla ligação, estas são sempre separadas por pelo menos

3 carbonos, nunca são adjacentes nem conjugadas

 Ácidos graxos essenciais

Os ácidos graxos essenciais são as “gorduras boas” que são essenciais para todas as

células do nosso corpo, pois exercem funções essenciais para o organismo como a produção de

energia, o aumento de metabolismo, o aumento do crescimento muscular, o transporte do

oxigênio, o crescimento normal celular, além de proporcionar funções nervosas adequadas e

participar da regulação hormonal.

Elas são chamadas essenciais porque nosso corpo não consegue produzi-las. Assim,

estas gorduras devem estar presentes na nossa dieta, seja pela ingestão de alimentos normais, ou

seja, pela suplementação.

2. TRIACILGLICERÓIS OU TRIGLICERÍDEOS

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São os lipídeos mais abundantes e

simples. São utilizados principalmente para

armazenamento e depósito de gordura nos

seres vivos.

De forma simplificada, um triacilglicerol é formado pela união de três ácidos graxos a

uma molécula de glicerol, cujas três hidroxilas (grupos –OH) ligam-se aos radicais carboxílicos

dos ácidos graxos. São conhecidos como gorduras neutras.

Características gerais

Os triacilgliceróis são compostos essencialmente apolares, pois as regiões polares de

seus precursores desapareceram na formação das ligações do tipo éster. Por isso constituem

moléculas muito hidrofóbicas. São insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como

o álcool, benzina, éter e clorofórmio.

Os triacilgliceróis podem ser hidrolisados, liberando com isso ácidos graxos e glicerol.

Se esta hidrólise é feita em meio alcalino, formam-se sais de ácidos graxos, os sabões, e o

processo chamado de saponificação. Inclusive, sendo esse o processo de fabricação de sabão a

partir de gordura animal, em um meio com NaOH ou KOH.

GLICERÍDIOS

Constituem os óleos e as gorduras, que diferem entre si quanto ao ponto de fusão. À

temperatura ambiente, os óleos são líquidos, pois um ou mais dos ácidos graxos tem

predominância de insaturações na cadeia. E as gorduras são sólidas pelo fato dos ácidos graxos

terem predominância de saturação na cadeia. Os glicerídeos possuem elevados teores

energéticos e são os principais componentes lipídicos da dieta humana.

Em mamíferos que vivem em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma

espessa camada subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e permite o isolamento

térmico do animal em relação ao ambiente frio. As moléculas dos glicerídeos podem ter um,

dois ou três ácidos graxos associados ao glicerol, um álcool conhecido como glicerina. Ácidos

graxos são compostos de longas cadeias carbônicas, saturadas ou não, que formam os ésteres

das gorduras e dos óleos.

Page 4: Resumo - Lipídios

3. FOSFOLIPÍDEOS

São lipídios constituídos por

uma molécula de glicerol, duas cadeias de ácidos

graxos (uma saturada e uma insaturada), um

grupo fosfato e uma molécula polar ligada a ele.

Os fosfolipídios se ordenam em bicamadas e

ocorrem em praticamente todos os seres vivos

formando vesículas. São os constituintes

principais das membranas celulares. Cada

membrana é constituída por uma dupla camada

fosfolipídica organizada de modo a que as cabeças hidrofílicas (fosfatos polares) fiquem viradas

para o lado exterior da membrana e as caudas hidrofóbicas (ácidos graxos apolares) para o

interior. Esta organização permite tornar a membrana seletiva, pois só atravessam a membrana

por difusão simples as substâncias lipossolúveis, além da água, apesar de ser uma molécula

polar, que também atravessa a membrana celular, por ser uma substância essencial para

qualquer tipo de vida. Mais de 40% das membranas das células do fígado, por exemplo, é

composto por fosfolipídios.

Existem dois tipos de fosfolipídios: os glicerolfosfolipídeos e as esfingomielinas.

I. Glicerolfosfolipídeos ou fosfoglicerídeos: São

moléculas que contêm glicerol, ácidos graxos, fosfato e

um álcool. São os principais componentes lipídicos das

membranas celulares. O glicerolfosfolipídeo mais

simples é o é o ácido fosfatídico (precursor das demais

moléculas de glicerolfosfolipídeos).

II. Esfingomielinas: Diferem dos glicerolfosfolipídeos por conterem esfingosina em lugar

de glicerol.

4. ESFINGOLIPÍDEOS

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           Esfingolipídeos ou esfingomielinas são lipídeos conjugados presentes no cérebro

e no tecido nervoso, funcionam como uma espécie de "lubrificante", acelerando o processo

de transmissão do impulso nervoso. São importantes componentes da membrana, tanto em

células vegetais como em células animais. Representam a segunda maior classe de lipídeos

presentes nas membranas animais e vegetais.

A principal diferença entre os esfingolipídios e os fosfolipídios é o álcool no qual estes

se baseiam: em vez do glicerol, eles são derivados de um amino álcool. A esfingosina foi o

primeiro membro desta classe a ser descoberto e, juntamente com a di-hidroesfingosina, são os

grupos mais abundantes desta classe nos mamíferos. No di-hidro, a ligação dupla é reduzida. O

grupo esfingóide é conectado ao ácido graxo graças a uma ligação amídica.

A esfingomielina, encontrada em muitos animais, é um exemplo de esfingolipídio.

            Os vários tipos de esfingolipídios são classificados de acordo com o grupo que está

conectado à base esfingóide. Se o grupo hidroxila estiver conectado a um açúcar, o composto é

chamado de glicosfincolipídio. O grupo pode ser também, um éster fosfófico, como a

fosfocolina, na esfingomielina. Gangliosídios são glicosfingolipídios que contém o ácido N-

acetilneurâmico (ácido siálico) ligado à cadeia oligossacarídica. Estas espécies são muito

comuns no tecido cerebral.

Glicoesfingolipídeos Neutros

É uma segunda classe dos esfingolipídeos, contém um ou mais resíduos de açúcar

neutro com seus grupos polares da cabeça e, dessa maneira, não possuem carga elétrica, por isso

são chamados de neutros. Os mais simples são os cerebrosídeos (não possuem fosfato, e sim,

um açúcar simples como álcool polar).

Função dos glicoesfingolipídeos

Participam na transmissão de impulsos nervosos;

Estão relacionados com a imunidade dos tecidos

São receptores de acetilcolina e de outras substâncias neurotransmissoras

5. CERAS

São misturas complexas de lipídeos não polares. São formados pela união de álcool a

uma ou mais moléculas de ácidos graxos. Funcionam como um revestimento de proteção em

folhas, caules, frutos e na pele de animais. Embora tenha valor econômico, não têm a mesma

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importância que as gorduras e óleos. As ceras de carnaúba e de babaçu, por exemplo,

constituem bases alternativas para geração de energia. São encontrados também na secreção de

alguns insetos, como a cera das abelhas.

6. ISOPRENÓIDES (LIPÍDEOS NÃO SAPONIFICÁVEIS)

São um vasto grupo de biomoléculas que contém unidades estruturais repetidas de cinco

carbono conhecida como unidades isoprenos. São sintetizados a partir do isopentenil pirofosfato

formado do acetil CoA.

Os isoprenos constituem os trepenos e os esteróides.

I. Trepenos: São classificados de acordo com o número de resíduos de isopreno que

contem (Monoprenos, sequiterpenos, diterpenos, triterpenos e tetrapenos)

Monoprenos: Compostos de duas unidades de isoprenos (10 átomos de carbono).

Exemplo: Geraniol (monopreno encontrado no óleo de gerâneo), limoneno, mentol, etc.

Sesquiterpenos: Compostos de três unidades de isoprenos (15 átomos de carbono).

Exemplo: Farnesol (constituinte do óleo de citronela).

Diterpenos: Compostas de quatro unidades de isoprenos (20 átomos de carbono).

Exemplo: fitol, etc.

Triterpenos: Compostas de seis unidades de isoprenos (30 átomos de carbono).

Exemplo: Esqualeno. Carotenóides, etc.

Tetrapenos: Compostas de oito unidades de isoprenos (400 átomos de carbono).

Exemplo: Vitaminas A, E e K, etc.

II. Esteróides

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            Os esteróides são lipídeos derivados do colesterol. Eles atuam, nos organismos,

como hormônios e, nos humanos, são secretados pelas gônadas, córtex adrenal e pela placenta.

A testosterona é o hormônio sexual masculino, enquanto que o estradiol é o hormônio

responsável por muitas das características femininas.

            O colesterol é um precursor na

biossíntese de todos os hormônios esteróides, vitamina

D e sais biliares. O colesterol é geralmente

armazenado nas células como éster de ácido graxo.

O colesterol é sintetizado exclusivamente em

células animais; nas plantas é substituído pelo fito

esterol. Uma parte do colesterol precisa ser obtida através da dieta e a outra é produzida pelo

corpo, principalmente no fígado, que o reúne com triglicerídeos e proteínas para formar os

corpúsculos de HDL (lipoproteína de alta densidade) e LDL (lipoproteína de baixa densidade).

Denominados também de “colesterol bom” e “colesterol ruim” respectivamente.

Grande parte do colesterol é transportada no sangue sob o formato de LDL. Uma parte

dele é metabolizada no fígado e a outra serve para síntese de membranas celulares. No entanto,

quando há excesso, o LDL acumula-se nas paredes das artérias, causando a aterosclerose. Por

isso o LDL é chamado de "mau colesterol".

Em contrapartida, o HDL tende a retirar o colesterol das artérias, levando-o ao fígado,

onde se converte em bile. Há estudos direcionados na comprovação de que o HDL também

remove o colesterol das placas ateroscleróticas já existentes, diminuindo a velocidade de sua

formação. Fazendo com que taxas maiores de HDL afastariam os riscos de problemas cardíacos,

justificando-se o nome de "bom colesterol".

7. LIPOPROTEÍNAS

 São associações entre proteínas e lipídeos encontradas na corrente sanguínea, e que tem

como função transportar e regular o metabolismo dos lipídeos no plasma. Os lipídeos não se

misturam facilmente com o plasma, que é um meio aquoso. A fração protéica é constituída

por apoproteínas. E a fração lipídica principalmente pelo Colesterol,

Triglicerídeos e Fosfoglicerídeos. São subdivididas de acordo com suas características

fisioquímicas em: quilomícrons, VLDL, IDL, LDL e HDL.

8. PROSTAGLANDINAS

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             Estes lipídeos não

desempenham funções estruturais, mas são

importantes componentes em vários

processos metabólicos e de comunicação

intercelular. Um dos processos mais

importantes controlados pelas

prostaglandinas é a inflamação.

            Todos estas substâncias

têm estrutura química semelhante a do

ácido prostanóico, um anel de 5 membros com duas longas cadeias ligadas em trans nos

carbonos 1 e 2. As prostaglandinas diferem do ácido prostanóico pela presença de insaturação

ou substituição no anel ou da alteração das cadeias ligadas a ele.

            A substância chave na biossíntese das prostaglandinas é o ácido araquidônico,

que é formado através da remoção enzimática de hidrogênios do ácido linoléico. O ácido

araquidônico livre é convertido a prostaglandinas pela ação da enzima ciclooxigenase, que

adiciona oxigênios ao ácido araquidônico e promove a sua ciclização. No organismo, o ácido

araquidônico é estocado sob a forma de fosfolipídios, tal como o fosfoinositol, em membranas.

Sob certos estímulos, o ácido araquidônico é liberado do lipídeo de estocagem e rapidamente

convertido a prostaglandinas, que iniciam o processo inflamatório. A cortisona tem ação

antiinflamatória por bloquear a ação da fosfolipase A2. Este é o mecanismo de ação da maior

parte dos antiinflamatórios esteróides.         

REFERENCIAS BIBIOGRÁFICAS

Lehninger, Bioquímica. 2 ed., São Paulo, Editora Edgard Blucher Ltda, Brasil, 1980.

Disponível em: http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/

const_microorg/lipideos.htm. Acesso em 19/03/2011.

Page 9: Resumo - Lipídios

Disponível em: http://www.gilvan.pro.br/lipidios.pdf.Acesso em 19/03/2011.