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RESUMO DO LIVRO: ESTUDO DE MOVIMENTOS E TEMPOS
Projeto e medida do trabalho
Ralph M. Barnes
CAPTULO l
Definio e finalidades do estudo de tempos e de movimentos
Os termos estudo de tempos e estudo de movimentos receberam diversas
interpretaes desde sua origem. O estudo de tempos, introduzido por Taylor.
foi usado principalmente na determinao de tempos-padro e o estudo de
movimentos, desenvolvido pelo casal Gilbreth, foi empregado na melhoria de
mtodos de trabalho.
Apesar de Taylor e Gilbreth terem desenvolvido o seu trabalho pioneiro na
mesma poca, parece que, naqueles primrdios, deu-se mais nfase ao estudo
de tempos e ao valor por pea do que ao estudo de movimentos. Foi s em
1930 que se iniciou um movimento geral para estudar o trabalho com o objetivo
de descobrir mtodos melhores e mais simples de se executar uma tarefa.
Seguiu-se ento um perodo durante o qual os estudos de tempos e de
movimentos foram usados conjuntamente, ambos se complementando. O
termo resultante, estudo de movimentos e de tempos, comea a ser conhecido.
Rpidas transformaes esto se processando neste campo. Hoje, a finalidade
do estudo de tempos e d= movimentos mais ampla; a filosofia e a prtica
moderna diferem dos conceitos originais. Hoje, a nossa preocupao principal
a definio de sistemas e mtodos de trabalho; nosso objetivo determinar o
mtodo ideal ou o que mais se aproxima do ideal para ser usado na prtica. No
passado, dava-se nfase melhoria dos mtodos existentes, em lugar de se
definir cuidadosamente o problema
ou se formular o objetivo e, ento, encontrar a soluo preferida.
J se sugeriu que os termos engenharia de mtodos, projeto de trabalho ou
estudo de trabalho, deveriam ser usados em lugar de estudo de movimentos e
de tempos. Talvez esses termos venham a ser usados; atualmente todavia
existe uma tendncia definida no sentido de que a expresso projeto de
mtodos seja sinnimo de estudo de movimentos e de que medida do trabalho
seja sinnimo de estudo de tempos. Portanto as expresses estudo de
movimentos e de tempos e projeto de mtodos e estudo de movimentos sero
usadas indiferentemente neste livro e tero os significados descritos a seguir.
DEFINIO DO ESTUDO DE MOVIMENTOS E DE TEMPOS. O estudo de
movimentos e de tempos o estudo sistemtico dos sistemas de trabalho com
os seguintes objetivos: (1) desenvolver o sistema e o mtodo preferido,
usualmente aquele de menor custo; (2) padronizar esse sistema e mtodo; (3)
determinar o tempo gasto por uma pessoa qualificada e devidamente treinada,
trabalhando num ritmo normal, para executar uma tarefa ou operao
especfica; e (4) orientar o treinamento do trabalhador no mtodo preferido.
O estudo de movimentos e de tempos composto de quatro partes como
mostra essa definio. Todavia as duas partes principais, as quais recebero
maior nfase neste livro, so as seguintes.
ESTUDO DE MOVIMENTOS OU PROJETO DE MTODOS. Encontrar o
melhor mtodo de se executar a tarefa.
ESTUDO DE TEMPOS OU MEDIDA DO TRABALHO. Determinar o tempo-
padro para executar uma tarefa especfica.
1.
Desenvolvimento do mtodo preferido projeto de mtodos. No seu sentido
mais amplo, toda empresa comercial ou organizao industrial preocupa-se
com a criao de bens e servios sob alguma forma, utilizando homens,
mquinas e materiais. Numa fbrica, por exemplo, o processo de produo
talvez inclua o processamento de matria-prima, a usinagem e fabricao de
peas e a entrega do produto acabado. No planejamento desse processo de
fabricao, devero ser considerados tanto o sistema no seu conjunto quanto
cada operao individual que forma o sistema ou processo. O planejamento
desse processo emprega o sistema geral de problema-so-luo. O pessoal das
cincias fsicas e aplicadas refere-se ao procedimento problema-soluo como
o mtodo sistemtico, mtodo cientfico ou mtodo de engenharia.
Concisamente, o procedimento problema-soluo pode ser definido como se
segue.
1) Definio do problema preparar um relatrio geral de metas e objetivos
formular o problema.
2) Anlise do problema - obter fatos determinar especificaes e
restries descrever o mtodo atual se estiver em funo.
3) Pesquisa de solues possveis tentar o mtodo de eliminao usar
listas de verificao aplicar os princpios de economia de movimentos
usar a imaginao criativa.
4) Avaliao das alternativas determinar qual a soluo prefervel mtodo
que fornea o menor custo e requeira o menor capital mtodo que permita a
entrada mais rpida em produo do produto mtodo que fornea a melhor
qualidade ou a menor perda.
5)
Recomendao para a ao preparar relatrios escritos fazer
apresentao verbal levantar os dados existentes que possam ajudar
antecipar perguntas e possveis objees.
O projeto de mtodos inicia-se com a considerao do objetivo fabricar um
determinado produto, administrar uma tinturaria ou operar uma central de
tratamento de leite. O que se pretende projetar um sistema, uma sequncia
de operaes e procedimentos que mais se aproximem da soluo ideal.
Durante os ltimos anos foram desenvolvidas tcnicas que facilitam este
trabalho. Elas sero apresentadas em detalhes nas pginas que se seguiro.
2. Padronizar a operao registro do mtodo padronizado. Depois de ter
sido encontrado o melhor mtodo de se executar uma operao, esse mtodo
deve ser padronizado. Normalmente, a tarefa dividida em trabalhos ou
operaes especficos, os quais sero descritos em detalhe. O conjunto de
movimentos do operador, as dimenses, a forma e a qualidade do material, as
ferramentas, os dispositivos, os gabaritos, os calibres e o equipamento, devem
ser especificados com clareza. Todos esses fatores, bem como as condies
de trabalho do operador, precisam ser conservados depois de haver sido
padronizados. Um registro do mtodo padronizado de operao, fornecendo
descrio detalhada da operao e das especificaes para execuo da
tarefa, a maneira mais comum de preservar-se os padres.
3. Determinar o tempo-padro medidas do trabalho. O estudo de
movimentos e de tempos poder ser usado para determinar o nmero-padro
de minutos que uma pessoa qualificada, devidamente treinada e com
experincia, deveria gastar para executar uma tarefa ou operao especificas
trabalhando normalmente. Esse tempo-padro poder ser usado no
planejamento e programao para estimativa de custos ou para controle de
custos da mo-de-obra. Poder tambm servir como base para o plano de
incentivos salariais. No incio, o uso do tempo-padro era, algumas vezes,
convertido em valor monetrio e era chamado valor por pea. Os valores por
pea eram geralmente expressos em dlares para cem peas executadas e
esses valores por pea eram usados como indicao para o pagamento dos
operrios.
Apesar de tempos elementares, tempos sintticos e amostragem do trabalho
serem tambm usados na determinao dos tempos-padro, o mtodo mais
comum de se medir o trabalho humano a cronometragem01. A operao a
ser estudada dividida em elementos e cada um desses elementos
cronometrado. Calcula-se um valor representativo para cada elemento e a
adio dos tempos elementares fornece o tempo total para a execuo da
operao. A velocidade usada pelo operador durante a cronometragem
avaliada pelo observador e o tempo selecionado pode ser ajustado de forma
que um operador qualificado, trabalhando em ritmo normal, possa executar
sem dificuldade o trabalho no tempo especificado. Esse tempo ajustado
denominado tempo normal. Ao tempo normal so adicionadas tolerncias para
necessidades pessoais, fadiga e esperas, resultando assim o tempo-padro
para a operao.
4. Treinar o operador.
O mais eficiente mtodo de trabalho tem pouco valor a menos que seja posto
em prtica. necessrio treinar o operador para executar a operao da
maneira pr--estabelecida.
Quando o nmero de pessoas empregadas em uma operao pequeno e o
trabalho relativamente simples, costume treinar o operador em seu prprio
local de trabalho. O mestre, o cronoanalista, o engenheiro de produo ou
mesmo um operrio hbil podem ser os instrutores. Na maioria dos casos, o
mestre o responsvel pelo treinamento do operador e depende
frequentemente do departamento de mtodos e padres para ser assistido
nessa tarefa.
O "Registro do mtodo padronizado" sempre uma ajuda valiosa para o
mestre. Quando vrios empregados devem ser treinados para uma nica
operao, o treinamento feito s vezes pela seo de treinamento do
departamento de tempos e mtodos. Grficos, modelos e filmes podem ser
usados nesse programa de treinamento.
EXTENSO. Com o objetivo de fornecer uma viso geral e mostrar as inter-
relaes. apresentamos, na Fig. l, as principais tcnicas e, na Fig. 2, a
extenso do campo do estudo de movimentos e de tempos. No passado,
dava-se grande importncia em melhorar os mtodos existentes. Era costume
fazer-se um estudo detalhado do mtodo. Se um mtodo melhor fosse
desenvolvido, seria posto em prtica; o trabalhador era treinado para trabalhar
no novo mtodo, e preparava-se por escrito uma rotina padronizada,
estabelecendo-se um tempo-padro para o servio. Entretanto no existe um
"mtodo velho" para ser melhorado. Se
um novo produto deve ser fabricado ou um novo servio executado, deve-se
iniciar tudo novamente. Assim,_h toda a liberdade para se definir qual o
sistema e o mtodo ideal a serem usados. A evidncia mostra que esse
mesmo sistema deve ser usado tambm para uma tarefa j enTexecuo e
que est sendo observada com o propsito de se encontrar o melhor mtodo
de trabalho. Naturalmente, o mtodo em uso deve ser considerado, porm o
estudo a ser feito no deve melhorar o mtodo existente e sim procurar
encontrar o mtodo ideal. Assim sendo, o propsito principal do projeto de
mtodos de trabalho encontrar o mtodo ideal ou o mais prximo disso, e que
possa ser posto em prtica de fato.
Ns chamamos isso de mtodo preferido. Da mesma maneira, um estudo
sistemtico sobre materiais pode ocasionar uma melhor utilizao, uma melhor
qualidade e uma reduo de custos. Temos, portanto, um meio sistemtico de
desenvolver a eficincia da mo-de-obra, providenciando uma melhor
utilizao das mquinas e equipamentos e, ao mesmo tempo, economizando
matria-prima.
At recentemente, as aplicaes do estudo de movimentos e de tempos, eram
utilizadas principalmente na mo-de-obra direta das fbricas. Entretanto,
havendo maior nmero de pessoas aprendido acerca dos objetivos, mtodos e
tcnicas do estudo de movimentos e de tempos, novos usos para o mesmo
fora encontrados. Comeou-se verificando que os seus princpios eram
universais, podendo ser igualmente eficientes sempre que homens e mquinas
fossem usados. Atualmente, a ateno est sendo dirigida
para a importncia do aumento de produtividade por homem-hora e para a
reduo dos custos, por duas razes principais: (1) o rpido aumento do salrio
tende a aumentar o custo da mo-de-obra; (2) o rpido aumento do capital
investido e o aumento nos custos de operao de mquinas, ferramentas e
equipamentos, tende a aumentar o "custo de mquina-hora" ou as despesas
gerais. Alm do mais, a necessidade de uma maior produo de bens e
servios fornece um incentivo adicional para o aumento da produtividade de
homens e mquinas. natural que mtodos e tcnicas que demonstraram sua
eficincia no aumento da produtividade da mo-de-obra direta das fbricas
devam ser aplicados em outras reas.
MO-DE-OBRA INDIRETA. Com o desenvolvimento da mecanizao e da
automao, a importncia relativa da mo-de-obra direta tender a decrescer,
e, ento, maior ateno ser devotada mo-de-obra indireta. As operaes
rotineiras sero executadas por mquinas automticas que, por serem mais
complexas, necessitaro de pessoal altamente treinado para prepar-las,
oper-las e cuidar de sua manuteno.
O desenvolvimento do equipamento eletrnico de processamento de dados
com tcnicas modernas, tais como amostragem de trabalho, teoria das filas e
outros auxlios para o registro, anlise e medida de atividades no-repetitivas,
tornou proveitosos os estudos de grupos dedicados a vrias tarefas. Esses
estudos resultaram no aumento da eficincia da mo-de-obra e na melhor
utilizao de equipamentos. Em muitos casos, a velocidade da mquina foi
aumentada,
melhorou-se a qualidade e reduziram-se as perdas de maneira notvel.
TRABAEHO DE ESCRITRIO. Paralelamente ao aumento da importncia
relativa da mo--de-obra indireta, notou-se grande aumento do trabalho nos
escritrios. Em vrias organizaes, o volume de impressos ultrapassou o
dobro do normal em quinze anos. Algumas empresas expandiram as atividades
do estudo de mtodos, que passou a incluir os escritrios, outras
estabeleceram departamentos separados para o estudo das rotinas de
manuseio e movimentao de impressos. A anlise dos impressos, o
remanejamento do sistema de planejamento e controle de produo, a
mecanizao e a introduo de equipamento para processamento de dados,
so alguns dos caminhos usados para o aumento da produtividade e reduo
dos custos nos escritrios modernos.
Bancos, agncias de despacho, hospitais, lojas de varejo e supermercados
esto obtendo resultados compensadores pela aplicao, s suas atividades,
dos princpios do estudo de movimentos e de tempos. Encontramos outros
campos de aplicao nas atividades agrcolas, em vrios setores da
administrao civil e militar e tambm na construo civil, onde os resultados
tm sido de valor significativo121.
CAPTULO 2
Histrico do estudo de movimentos e de tempos
(Comentado em sala de aula)
CAPTULO 3
Processo geral de soluo de problemas
O projeto do mtodo para realizar uma operao quando um novo produto
deve entrar em produo, ou a melhoria de um mtodo j estabelecido, parte
importante do estudo de movimentos e de tempos.
Como o projeto de mtodos uma forma criativa de resoluo de problemas,
vamos apresentar em detalhes o processo geral de soluo de problemas. Os
cinco passos aqui descritos formam um modo lgico e sistemtico de procurar
a soluo de qualquer problema'11.
1) Definio do problema.
2) Anlise do problema.
3) Pesquisa de possveis solues.
4) Avaliao das alternativas.
5) Recomendao para ao.
1. Definio do problema. Quando afirmamos que a definio ou formulao do
problema o primeiro passo no processo de problema-soluo, isto vem
precedido pela necessidade de reconhecer que o problema existe.
Algumas vezes, alegaes como estas so feitas: "Os custos esto muito
altos", "a produo deve ser aumentada" ou "existe um obstculo no servio
administrativo do armazm". Em muitos casos, no fcil determinar qual o
problema real. Todavia o problema deve ser equacionado claramente (Fig. 3).
Ao mesmo tempo, deve-se julgar se o problema merece considerao e se
este o momento oportuno para sua soluo. Se for decidido continuar com a
formulao do problema, informaes devero ser obtidas com respeito
amplitude ou importncia do problema e ao tempo disponvel para sua
soluo.
No incio, as restries devem ser as menores possveis, e o problema deve
ser definido em termos os mais gerais possveis. Isso possibilita uma grande
liberdade para o uso da criatividade e inventividade na busca da soluo. Alm
disso, nos casos onde a tarefa ou operao est sendo realizada, no deve ser
dada ateno excessiva
para o "mtodo atual", e o problema deve ser definido independentemente da
maneira como feito. O caso seguinte atualmente ilustra a maneira de se
definirem problemas.
A Seabrook Farms, no sul de New Jersey, possui 8 000 hectares, dos quais
aproximadamente 2 800 so cultivados anualmente com ervilhas.
Originalmente, as ervilhas eram plantadas durante o ms de maro. Da,
tentava-se resolver o problema da colheita da melhor maneira possvel.
Algumas vezes, durante a poca das colheitas, acontecia que muitos hectares
de ervilhas amadureciam ao mesmo tempo, obrigando aos apanhadores e
descascadores a trabalhar muito alm da hora; s vezes, devido ao atraso das
colheitas, as ervilhas amadureciam demais e perdiam em qualidade.
O Dr. C. W. Thrnthwaite, climatologista da fazenda, aps muitos estudos e
experincias com o crescimento das diferentes variedades de ervilhas durante
perodos diferentes da primavera e do vero, foi capaz de predizer a poca da
colheita'2'. Por exemplo, se um certo setor da fazenda era equipado para
colher 10 hectares por dia, o Dr. Thrnthwaite era capaz de programar o plantio
de 60 hectares de maneira que somente essa quantidade de hectares
amadurecia durante os seis dias teis da semana e nada no domingo. Isto no
s resolveu o problema das colheitas, mas tambm resultou em um produto de
qualidade mais uniforme com menos perdas devidas
a ervilhas muito maduras.
A soluo poderia ter sido definida como a de encontrar um mtodo mais
eficiente de colheita durante a noite, usando holofotes e treinando turmas
especializadas em colher ervilhas noite. No entanto o problema bsico era
encontrar meios que permitissem o amadurecimento das ervilhas a uma
velocidade que resultasse numa carga de trabalho desejada, tanto no campo
quanto nas instalaes de descascamento e de congelamento.
Neste caso, a soluo no seria de melhoria ou aperfeioamento do mtodo
existente. Seria uma soluo original resultante do processo lgico de
problema-soluo.
Algumas vezes, desejvel dividir o problema em subproblemas ou determinar
se ele parte de um problema maior. s vezes, prefervel reconsiderar o
assunto desde o incio e examinar as atividades precedentes da operao ou,
possivelmente, as atividades seguintes. Embora uma ampla formulao do
problema no incio do processo problema-soluo seja desejvel.
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PROJETO DE MTODOS
Definio do problema Exposio geral da meta ou objetivo Formulao
do problema.
a) Critrio Meios de julgar uma boa soluo do problema.
b) Requisitos de produo (1) Produo mxima diria, (2) variaes
sazonais, (3) volume anual, (4) vida prevista do produto.
c) Data de trmino Tempo disponvel, (1) para o projeto, (2) para instalao
e teste do equipamento, e (3) para aumentar a produo at a capacidade
total.
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2. Anlise
do problema. A formulao do problema poder resultar numa exposio ou
definio genrica. Torna-se necessria ento a obteno de dados para
separar os fatos e determinar como eles se aplicam ao problema (Fig. 4).
Naturalmente, o projetista j tem considerveis conhecimentos na rea e
procurar informaes adicionais. A avaliao dos fatos no dever ser feita
durante o estgio de anlise. Julgamentos crticos devero ser feitos mais
tarde.
No incio, deve-se estabelecer um critrio para avaliar as solues alternativas
do problema. A soluo preferida para um problema de produo poder ser a
que tenha o menor custo de mo-de-obra, o menor custo total ou o menor
investimento; a que requeira a menor rea de servio ou resulte na maior
utilizao de materiais; ou aquele a que permita fbrica entrar em produo
total no menor perodo de tempo.
As especificaes ou restries que podero afetar o problema tambm devem
ser conhecidas. Em alguns casos, as restries so flexveis; em outros,
quando prosseguirmos com a soluo do problema, poderemos ser compelidos
a impor restries especficas. A considerao das restries est presente em
cada estgio do processo problema-soluo. As restries devem ser
examinadas com grande cuidado porque, s vezes, podem ser fictcias ou
imaginrias. Somente restries reais merecem considerao. O
empacotamento de frutas citricas em caixas de papelo ilustra perfeitamente
este ponto.
At recentemente, a maioria das frutas ctricas era enviada ao mercado em
caixotes de madeira. Pensava-se
que as frutas ctricas deveriam ser embrulhadas individualmente em papel
macio, encaixotadas em camadas regulares em caixotes de madeira bem
ventilados e mantidas firmemente no lugar por uma tampa colocada sob
presso por meio de pregos e tiras nas extremidades. Estes procedimentos
mostraram-se incorretos. Hojequase todas as laranjas, limes e toranjas so
despachados em caixas de papelo. As frutas no so embrulhadas
individualmente nem so colocadas nas caixas em camadas; as caixas no so
ventiladas, e as frutas no so encaixotadas sob presso. Uma caixa de
papelo com tampa, com metade da capacidade das caixas de madeira, mais
fcil de se manusear e de custo menor (Fig. 5). Este novo mtodo de
empacotamento est economizando para os plantadores e empacotadores de
limo da Califrnia mais de US$ 5 000 000 por ano. Estima-se que uma
economia igual resulte para os transportadores, atacadistas e varejistas131.
O projetista dever possuir informao da importncia do empreendimento, do
volume a ser produzido, do nmero de pessoas a ser empregado e da provvel
durao do projeto.
importante possuir uma programao. O projetista dever saber o tempo
disponvel para a soluo do problema e, se for um problema de produo, o
tempo disponvel para pr o processo em operao, eliminar os defeitos e obter
a produo especificada de qualidade aceitvel.
Na anlise de um problema, pode ser desejvel subdividi-lo e examinar cada
parte separadamente. Por exemplo, se o problema abrir um furo numa
pequena placa metlica
na feitura de aparelhos de televiso, a operao poder ser dividida em trs
partes: (1) colocar a placa no dispositivo, (2) abrir o furo na placa e (3) retirar a
placa e empilha-la. O volume poder consistir de 500 000 peas por ano com
60 dias disponveis para desenvolver-se o mtodo e coloc-lo em operao. O
primeiro passo poder^ser feito usando-se um dispositivo para segurar a pea,
ou a pea poder ser encaixada em uma cavidade (com garras automticas)
numa mesa giratria, ou as peas podero ^er transportadas automaticamente
do depsito para a mesa giratria. Assim, o furo poder ser feito manualmente
ou uma furadeira eltrica poder ser usada; a pea acabada poder ser
removida manualmente do dispositivo ou poder ser solta automaticamente da
mesa giratria. Se a operao tivesse sido estudada com mais cuidado quando
do projeto do televisor, talvez a placa pudesse ter sido eliminada ou o furo ter
sido estampado. Poderia tambm, ter sido considerado o uso de uma arruela
em vez da placa ou a combinao da placa com outra pea. Se um parafuso
fosse colocado no furo da placa para prend-la em outra parte do aparelho,
poder-se-ia pensar em soldar por pontos para prender as peas ou ento
substituir a placa por uma pea de plstico ou ao fundido.
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PROJETO DE MTODOS
Anlise do problema (neste ponto, nenhuma avaliao dever ser feita).
a) Especificaes ou restries, incluindo alguns
limites nos gastos de capital.
b) Descrio do mtodo atual se estiver ainda em funcionamento. Deve incluir
(1) grfico do fluxo do processo, (2) mapofluxograma, (3) diagrama de
frequncia dos deslocamentos, (4) grfico homem-mquina, (5) grfico de
operaes e (6) grfico simo.
c) Determinao das atividades que, provavelmente, o homem desempenhar
melhor, das que as mquinas desempenharo melhor e da inter-relao
homem--mquina.
d) Reexame dos problemas. Determinao dos subproblemas.
e) Reexame dos critrios.
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3. Pesquisa de possveis solues. O objetivo bsico, claro, encontrar a
soluo que se enquadre no critrio e nas especificaes que foram
estabelecidos. Isto sugere que diversas solues alternativas podero ser
encontradas, e a soluo preferida poder ser selecionada a partir delas. No
incio do processo de problema-soluo pode-se perguntar "qual a causa
bsica que criou este problema?". Se a causa bsica pode ser eliminada, o
problema no mais existir. Por exemplo, uma empresa considerava a troca de
uma cobertura sobre uma fileira de tanques abertos contendo soda custica
lquida. A cobertura atual estava muito corroda, e a troca fora sugerida.
Quando se questionou sobre qual seria a razo bsica para se ter uma
cobertura sobre os tanques, descobriu-se que a nica funo da cobertura era
abrigar contra a chuva para evitar a diluio da soda. Todavia uma anlise
mostrou que a evaporao tambm afetava a concentrao da soda; alm
disso, concluiu-se que mudanas na concentrao no eram importantes no
processo de fabricao. Portanto a cobertura foi removida e no mais
substituda.
Naturalmente, a soluo ideal de um problema a eliminao da causa
bsica'4'. Se o problema no puder ser completamente solucionado atravs da
eliminao da causa bsica, talvez parte do problema o seja. Se no houver
alguma maneira de se eliminar o problema, dever-se- procurar modos de o
solucionar. No incio, seria prudente procurar uma ideia geral e idealstica na
considerao das possveis solues para o problema.
Suponhamos o projeto de uma instalao para o processamento de separao
e empacotamento de ovos para distribuio aos supermercados (Fig. 6). Os
ovos so trazidos diariamente de fazendas e granjas localizadas 5 a 25 km da
instalao por caminhes.
izena no crtico.
Figura 6. Produo, processamento e distribuio de ovos da granja ao
consumidor
O processo usual consiste em (l) selecionar, determinando a qualidade, (2)
separar por tamanho, determinando o peso, (3) embalar os ovos em caixas de
papelo, (4) colocar as caixas em caixas grandes e, depois, armazen-las em
cmara frigorfica e (5) distribuir os ovos para mercearias e supermercados.
Pensando nas possveis solues, os ovos podero ser selecionados,
separados e embalados manualmente: selecionados mo, mas pesados e
embalados por mquinas ou o processo inteiro de seleo, pesagem,
embalagem e
transporte para os frigorficos poder ser feito automaticamente.
Por cruzamento e seleo, podem-se criar galinhas que pem ovos sempre de
mesmo tamanho. Atravs de cuidadosa especificao da rao, alimentao
suplementar e cruzamento, a cor da gema. a consistncia da clara e a cor da
casca podero ser uniformes, eliminando-se assim a operao de seleo. Se
os ovos fossem colhidos e marcados diariamente ter-se-ia certeza de que eles
so frescos. Os ovos poderiam ser colocados diretamente nas caixas quando
fossem colhidos na granja, eliminando assim a necessidade das operaes de
seleo, pesagem e empacotamento na instalao ou cada ovo poderia ser
removido da caixa e colocado em recipiente plstico isolado ao ar
automaticamente, simplificando ainda mais o processo de embalagem.
Se uma pequena ou mdia instalao para processamento de ovos tivesse que
ser projetada e construda em futuro prximo, provavelmente, as duas ou trs
alternativas mencionadas seriam imediatamente descartadas. Todavia seria
dada considerao ao mtodo manual vrsus automtico de seleo,
pesagem e embalagem de ovos'5'.
O problema aqui so ideias criativas. Todas as boas tcnicas de se estimular a
criatividade devem ser usadas. Alguns tipos de problemas se prestam biisca
de solues em grupo. Alguns defendem o uso da lgica sistemtica, enquanto
outros acreditam que a tcnica dos "debates livres" (brainstorming) produz
ideias positivas'6'.
Quando esta ltima tcnica usada, o essencial que os indivduos no grupo
sugiram ideias rapidamente,
que a avaliao das decises no se faa durante os debates, e que os
participantes sejam incentivados a dar livre expanso a suas ideias mesmo
parecendo impraticveis.
Bernard S. Benson, um forte defensor do uso da lgica sistemtica na soluo
de problemas, cita o seguinte exemplo para esclarecer seu ponto de vista'7'.
Era uma vez, dois homens numa ilha que souberam que, durante a guerra,
alguns soldados tinham se dirigido num caminho do exrcito at o fim de uma
das diversas estradas e l enterraram um fabuloso tesouro. Ambos decidiram
que seria timo achar esse tesouro. Todavia decidiram isso individualmente, e
o fato criou uma situao bastante competitiva. O primeiro pegou uma p e
correu a ilha toda, cavando e procurando em todos os lugares possveis. Ele
explorou embaixo das pedras, cavou junto aos troncos das rvores e at nos
gramados tentou a sorte. Cavou muito sem achar nada.
O segundo sentou-se e pensou. Decidiu que primeiramente deveria conhecer
todas as estradas da ilha. comeou ento a fazer um mapa. Ele no tinha o
tesouro, mas pelo menos tinha um mapa de todas as possibilidades. Depois
considerou todas as possibilidades com um critrio relevante, eliminando todas
as estradas que eram muito estreitas para a bitola do caminho; aps, eliminou
todas as estradas que tinham gargantas com rochas que se projetavam sobre o
caminho no permitindo a passagem do caminho. Depois, verificou todas as
possibilidades restantes, eliminando todas as estradas que terminavam em
extensas reas de granito onde os homens no
poderiam ter cavado. Ficou, assim, s com duas estradas possveis. Tendo
primeiro levantado todas as possibilidades, eliminou as que no preenchiam os
requisitos bsicos. Cavou no fim da primeira estrada e no achou o tesouro,
mas, no fim da segunda, no teve dificuldade em ach-lo; enquanto isso, seu
amigo, de um lugar para outro, tentando aqui e ali, procurava ainda,
freneticamente, a soluo do problema.
4. Avaliao das alternativas. Chegamos a diversas solues ou solues
parciais para um problema. De fato, acumulamos um grande nmero de
ideias sobre um problema; algumas delas podero ser eliminadas rapidamente,
e as restantes podero ser consideradas com mais cuidado. Um exame
cuidadoso deve ser feito para se verificar at que ponto cada soluo atende
ao critrio e s especificaes originais.
No projeto de mtodos certamente no existe uma resposta certa, mas
geralmente existem diversas solues possveis. Frequentemente, existem
fatores de julgamento que devem ser considerados, alm da avaliao
quantitativa, para chegar ao mtodo preferido. Embora cada uma das diversas
tentativas de solues possa satisfazer aos padres, outras solues podero
ser preferidas se algumas restries ou especificaes forem mudadas.
desejvel selecionar trs solues: (1) a soluo ideal, (2) aquela que
preferida para uso imediato e (3) possivelmente outra que poder ser usada no
futuro ou sob condies diferentes. Esta seria a situao se a produo anual
sofresse um aumento substancial, ou a qualidade da matria-prima fosse
mais uniforme, ou trabalhadores melhor treinados estivessem disponveis.
A avaliao da soluo preferida requer considerao cuidadosa das
dificuldades futuras, que podero ser encontradas, tais como o tempo e o custo
para se manter e reparar o equipamento, o ajuste de uma grande variedade
de tamanhos ou misturas de produtos, os efeitos do uso e desgaste do
equipamento na qualidade do produto e paradas foradas do equipamento.
No se poder deixar de considerar o aspecto humano na escolha da soluo
preferida. Pode ser que a aprovao do mtodo selecionado dependa do
superintendente da diviso ou do supervisor do departamento. Pode ser
tambm que o supervisor do departamento de inspeo ou o supervisor da
manuteno tenham poder de veto sobre a soluo proposta. Por conseguinte,
a soluo recomendada pode ser aquela que aceita e posta em prtica com
maior facilidade do que a soluo ideal.
Em alguns tipos de problemas, a avaliao girar em torno do capital total que
ser investido em cada um dos mtodos propostos. Neste tipo de anlise,
procuraramos conhecer o custo inicial, o custo operacional anual, o tempo de
vida do equipamento e o valor de reposio. Outro mtodo de comparao
cornputar-se a taxa de retorno do investimento em porcentagem anual ou o
perodo de recuperao do capital, isto , determinarmos o nmero de anos
necessrios para que o equipamento se pague. Em alguns tipos de problemas,
nos preocuparemos principalmente em achar um mtodo que possua o mais
baixo custo de mo-de-obra. Nestes casos, uma anlise
comparativa poder ser feita, usando tempos pr-determinados para se
estabelecei o ciclo total de tempo de cada um dos diversos mtodos. Se houver
dvidas quanto atuao de um mtodo particular, ser necessrio construir-
se um modelo do gabarito do dispositivo ou da estao de trabalho na fbrica
ou no laboratrio para testar o mtodo. Algumas indstrias possuem
laboratrios e oficinas para tais projetos.
5. Recomendao para ao. Em diversos casos, a pessoa que resolve o
problema no a que usar a soluo recomendada ou dar a aprovao final
para sua implantao. Por conseguinte, aps a soluo preferida ter sido
achada, ela dever ser comunicada a outras pessoas. A forma mais comum de
comunicao o relatrio escrito ou verbal. O relatrio escrito ou a
apresentao verbal torna-se o passo final no processo de problema-soluo.
As circunstncias determinaro se o relatrio ser somente uma exposio
das recomendaes com os dados bsicos ou se uma apresentao verbal
elaborada ser necessria.
Em alguns casos, uma apresentao formal e cuidadosamente preparada
necessria, incluindo o uso de grficos, diagramas, fotografias, modelos
tridimensionais ou modelos de trabalho. De qualquer modo. a apresentao
dever ser feita de maneira lgica e direta. Ela dever ser fcil de ser
acompanhada e entendida. A fonte de todas as informaes dever ser
indicada, e qualquer suposio dever ser claramente estabelecida. Um
sumrio escrito dever fazer parte de todo relatrio.
Naturalmente, numa situao industrial, o ciclo
completo poder incluir o acompanhamento para se certificar que a soluo
proposta foi efetivamente executada. Aps isso, uma verificao ou um
controle peridico dever ser feito para se determinarem quais as dificuldades
encontradas e se avaliarem os resultados finais da instalao. desejvel
conhecer se o mtodo atual est produzindo os resultados pretendidos quando
proposto. Ainda, uma reavaliao ou reestudo do mtodo poder ser feito com
o propsito de se acharem novas possibilidades de melhorias, e, assim, o ciclo
de soluo de problemas seria repetido. Na maioria dos estabelecimentos e
operaes industriais, no existe uma soluo final para um problema. Uma
soluo pode ser aceita e usada at que uma soluo melhor seja encontrada.
CAPTULO 4
Limites da aplicao do estudo de movimentos e de tempos
O custo da aplicao do estudo de movimentos e de tempos deve sempre levar
em conta o retorno de capital esperado. Se uma operao est sendo
considerada para uma melhoria, o grau at o qual o processo ser
desenvolvido para se obter a soluo do problema depender dos benefcios
potenciais. A definio do problema, a anlise e a pesquisa de solues
possveis sero tratadas de maneira superficial se a operao for temporria,
se o volume for pequeno ou se a economia potencial for desprezvel. Ao
contrrio, um estudo pormenorizado poder ser justificado quando se tratar de
um trabalho que envolva muitos operrios, matrias-primas de valor e
equipamentos caros.
Se for necessrio estabelecerem-se tempos-padro
para uma operao, e us-los como base para incentivos salariais, no ser
permitido escolherem-se meios rpidos para a execuo de medida do trabalho
na fase do estudo de movimentos e de tempos. As tcnicas de medida do
trabalho so usadas em categorias diferentes das do projeto de mtodosa
administrao deve estar apta para garantir os tempos-padro contra
mudanas. Tambm deve-se exigir uma completa documentao da prtica
padronizada.
TCNICAS DO ESTUDO DE MOVIMENTOS E DE TEMPOS. Existem muitas
combinaes das vrias tcnicas que podem ser usadas, e cada uma delas
ser descrita por completo nos captulos seguintes.
Cinco combinaes que so frequentemente usadas nas aplicaes do
estudo de movimentos e de tempos. Variam da mais completa (tipo A) s mais
simples (tipo D e E).
Quatro fatores principais determinam a combinao de tcnicas do estudo de
movimentos e de tempos a ser usada, como se segue.
1) O contedo da tarefa, ou seja, o nmero mdio de homens-hora usado por
dia ouvpor ano no trabalho.
2) A vida prevista da tarefa.
3) Consideraes relativas mo-de-obra, tais como (a) o salrio-hora, (b) a
relao entre o tempo de preparao e o tempo de operao da mquina, e (c)
qualificaes especiais do operrio, condies especiais do trabalho,
exigncias sindicais, etc.
4) O investimento de capital em construes, mquinas, ferramentas e
equipamentos necessrios para a tarefa.
UM EXEMPLO DE EMPREGO MAIS REFINADO DO ESTUDO DE
MOVIMENTOS E DE TEMPOS. Um estudo incluiria uma anlise do processo e
a construo
de um grfico do fluxo do processo para todo o processo produtivo. Requereria
um estudo completo de micromovimentos e a aplicao dos princpios de
economia de movimentos que incluem a considerao do uso mais econmico
de materiais, ferramentas e equipamentos, e o estabelecimento de condies
satisfatrias de trabalho. Depois de ter sido encontrado o mtodo preferido de
se executar o trabalho, ele seria padronizado, preparando-se um registro da
operao no estudo. Poder-se-ia inclusive filmar o mtodo atual e o mtodo
melhorado. Um tempo-padro seria ento estabelecido por meio de
cronometragem, a partir de dados do estudo de micromovimentos ou, ainda,
baseando-se em tempos sintticos ou pr-determinados j existentes.
CUSTO DE OPERAO E CUSTO DO CAPITAL. A mecanizao e a
automatizao tendem a reduzir os custos da mo-de-obra, porm, muitas
vezes, provocam um aumento no capital investido em mquinas e
equipamento. Portanto, na avaliao das alternativas, necessrio levar em
conta ambos os investimentos.
RELATRIOS SOBRE A REDUO DE CUSTOS. essencial que seja feita
uma estimativa das economias previstas resultantes das melhorias dos
mtodos aplicados, antes que estes sejam postos em prtica. necessrio
tambm que seja feito um relatrio aps o projeto ter sido posto em
funcionamento.
O relatrio de reduo de custos usado para se apresentarem propostas de
mudanas administrao bem como se relacionarem as economias apuradas
aps novos mtodos serem postos em prtica.
Os tempos unitrios de operao,
para o velho novo mtodo, so baseados em estudos de tempos ou em
mdias referentes produo total que possam fornecer os resultados mais
representativos para um determinado projeto. Os custos de mo-de-obra so
feitos na base mdia para o trabalho especfico mais a mdia do prmio do
departamento e uma porcentagem para se cobrirem seguro de compensao,
penso federal, seguro de velhice e outros custos que so diretamente ligados
ao custo da mo-de-obra.
As economias calculadas no incluem despesas gerais, tais como
administrao e amortizao de mquinas, pois as despesas anuais destes
itens no seriam necessariamente diminudas, reduzindo as necessidades de
mo-de-obra para um trabalho especfico. Se uma modificao proposta
aumentar a capacidade do maquinado, e se a capacidade adicional evitar a
compra de mais equipamento, este fato dever ser mencionado numa
anotao anexa ao relatrio de reduo de custo.
CAPTULO 5
Projetos de mtodos de trabalho conceito geral
Antes da Revoluo Industrial, o processo de produo estava entregue a
artesos que, com sua habilidade e utilizando instrumentos simples,
transformavam a matria-prima em produtos acabados. Com a Revoluo
Industrial, o homem transferiu algumas de suas habilidades para as mquinas.
Com o aumento da demanda de produtos, o sistema industrial capitalista
desenvolveu-se. Surgiu a diviso do trabalho na qual o operrio passa a
realizar tarefas pequenas e repetitivas com grande velocidade. O uso de
gabaritos, instalaes e mquinas aumentaram ainda
mais a produtividade do operrio. Assim, o processo de produo consiste hoje
em fabricar um produto atravs da utilizao de homens, mquinas e materiais.
Quando se decide lanar um novo produto, uma srie de passos deve ser
seguida. O produto deve ser projetado, a matria-prima para sua fabricao
deve ser especificada, e devem ser escolhidos os mtodos de produo,
ferramentas e mquinas. No incio do projeto de um produto, os materiais que
sero usados no processo de fabricao tero que ser considerados em
conjunto com os padres de qualidade e custo para produo do produto.
Existe quase sempre um nmero infinito de meios para se fabricar um produto
especifico, processar-se uma colheita ou minerar-se carvo.
O projetista de mtodos dispe do processo sistemtico de soluo de
problemas para ajud-lo na determinao do processo e dos mtodos a serem
usados. O processo total de lanamento de um novo produto, na produo,
poder ser dividido em trs fases, como se segue.
1) Planejamento.
2) Pr-produo.
3) Produo.
PLANEJAMENTO. Este o primeiro passo em qualquer processo de produo
ou fabricao. Existem seis funes bsicas de planejamento. (1) O projeto do
produto resulta em desenhos mostrando o tamanho, forma, peso, material e
uso definitivo. (2) O projeto do processo consiste na determinao do sistema
de produo as operaes requeridas e sua sequncia, dimenses e
tolerncias, mquinas, ferramentas, calibradores e equipamento necessrio.
(3) O projeto de mtodo de trabalho consiste no estabelecimento
da relao homem-tarefa, determinando como o operador executar a
operao, o lugar de trabalho, fluxo e avaliao econmica. (4) O projeto de
ferramentas e equipamento consiste na determinao de gabaritos,
dispositivos, modelos, calibradores, ferramentas e mquinas, as quais
executaro as operaes. (5) O arranjo fsico da fbrica consiste na
determinao do espao total requerido em termos de localizao do
equipamento, suprimento de estoques, centros de servio, espao de trabalho,
equipamento de manuseio e a relao homem-mquina. (6) A determinao do
tempo-padro para a operao consiste na medida do tempo necessrio para a
realizao da tarefa.
O planejamento o processo de tomada de deciso no qual os objetivos e
metas so determinados, e feita uma escolha a partir das alternativas
levantadas. Por exemplo, um produtor de equipamentos eltricos planejou
vender uma pequena linha de aparelhos eltricos. Um grupo composto de um
engenheiro projetista, um engenheiro de produo e pessoal de acessria de
produo comeou o projeto, estudando os mtodos de produo usados na
fabricao de aparelhos semelhantes, j existentes no mercado. Um produto
original foi finalmente desenvolvido com o mnimo de componentes,
requerendo um mnimo de operaes e fazendo o melhor uso possvel da
matria-prima. As horas de mo-de-obra direta requeridas para a fabricao
deste produto foram determinadas plos dados de movimentos e de tempos.
Isto permitiu ao grupo comparar projetos alternativos e selecionar aquele que
poderia ser produzido
pelo menor custo. O projeto escolhido foi testado, e foram desenvolvidos
mtodos detalhados de produo, montagem e inspeo. Foram selecionados
os equipamentos e demais recursos produtivos necessrios. Preparou-se o
arranjo fsico da fbrica atravs de um modelo tridimensional que mostrava a
localizao das mquinas, os equipamentos de movimentao de materiais, as
reas para estoques e servios auxiliares. Ainda mais, foi possvel calcular-se
o custo da mo-de-obra direta e estimar-se o da mo-de-obra indireta. Os
custos do material tambm foram levantados.
PR-PRODUO. Esta uma fase de transio. A informao do
planejamento transferida para a organizao da produo. Ferramentas,
mquinas e equipamentos so comprados, instalados e testados. A rotina
para o controle da mo-de-obra distribuda. Operadores so selecionados e
treinados para tarefas especficas. O mtodo planejado de mo-de-obra
cuidadosamente confrontado com o mtodo em uso, e os tempos reais so
tomados e confrontados com a estimativa original. Este o perodo durante o
qual as operaes individuais que compem o processo geral de fabricao
so testadas.
PRODUO. a sequncia da operao de fabricao estabelecida na fase
do planejamento e pr-produo. Envolve o uso de homens, mquinas e
materiais para fabricao mais eficiente da pea ou produto. Tambm existe a
necessidade sempre presente de (1) evitar que os mtodos no se deteriorem
ou se desviem negativamente daqueles planejados e (2) exame constante dos
mtodos em uso para melhorias
e, quando um novo mtodo for encontrado, p-lo em prtica. Neste caso, este
se tornar o mtodo preferido.
NORMAS PARA O PROJETO DO PROCESSO DE FABRK AO E
MTODOS DE PRODUO
O engenheiro de produo, trabalhando com o engenheiro mecnico e o
supervisor de produo de uma das fbricas da indstria, determinar o
processo correio de fabricao a ser usado, o padro de fluxo e os mtodos de
manuseio da matria-prima, dos materiais em processo e do produto final. O
engenheiro de produo assumir a responsabilidade do projeto de mtodo
detalhado ao operrio e da estao de trabalho para cada operao. Todas
essas informaes sero colocadas no projeto de arranjo fsico da fbrica.
O engenheiro de produo poder submeter a uma anlise detalhada cada um
dos mtodos de execuo de uma operao especfica, quando houver
dvidas quanto ao mtodo a ser usado. Por exemplo, as caixas prontas, vindas
da mquina dobradora-coladora, podero ser contadas e amarradas
manualmente, em pacotes, ou por uma mquina automtica. O engenheiro de
produo poder submeter separadamente uma proposta para cada mtodo,
com suas recomendaes sobre o mtodo preferido. Como resultado do
projeto de mtodo, um relatrio ser preparado, mostrando o nmero de
pessoas necessrias para operar cada mquina em cada turno e incluindo os
operadores das empilhadeiras bem como os homens do recebimento e da
expedio. De maneira similar, o nmero de supervisores de cada turno ser
determinado.
O projeto de uma fbrica como essa muito complexo. Por exemplo,
a operao de um combinador, que mede mais de 200 ps e representa um
investimento de quase 750 000 dlares, no um processo simples
provavelmente, especialistas em diversas reas sero usados no projeto da
fbrica. Alm disso, espera-se que, durante a fase de "saneamento dos
defeitos", algumas trocas e modificaes sejam feitas.
CAPTULO 6
Projeto de mtodos de trabalho desenvolvimento do mtodo melhorado
Quando um novo produto ou servio est sendo projetado ou desenvolvido,
quase sempre se considera o sistema ou processo que dever ser usado para
fabricar o produto ou proporcionar o servio. neste ponto que existe a grande
oportunidade de se usar o projeto do processo e se proporem os melhores
sistemas e mtodos de produo. Contudo, a experincia mostra que "o
mtodo perfeito" no existeDe fato, sempre existem oportunidades para
melhorar como tambm as condies podem mudar. Fatores, tais como volume
e qualidade do produto, tipo e preo da matria-prima e disponibilidade de
mquinas e equipamentos, podem diferir daqueles que vigoravam quando se
iniciou a produo. Portanto, sempre existe a oportunidade de se melhorarem
os processos e os mtodos, at o ponto de se redesenharem o prprio produto
e seus componentes, bem como padronizar-se e melhorar-se a utilizao da
matria-prima.
Por causa da importncia do aspecto da melhoria do projeto de mtodo em
toda fase da vida humana, neste livro ser dada nfase considervel ao
assunto. O mesmo sistema de soluo de problemas deveria ser usado tanto
para se projetar
um mtodo de uma atividade j em funcionamento quanto um mtodo novo.
Isto significa a definio de um objetivo, a formulao do problema. Seguem-se
a anlise do problema, a obteno de fatos, a determinao de
especificaes e restries e a obteno de informaes sobre o volume de
produo, as economias anuais em potencial e as economias totais durante o
perodo de fabricao do produto. Contudo, nem sempre possvel ter-se a
liberdade desejada. s vezes, so impostas restries adicionais pela simples
razo que a produo est diminuindo. Alm disso, tambm o custo da
mudana deve ser considerado.
Na pesquisa de um mtodo melhor, o analista no deve ser influenciado pelo
mtodo atual. Ele deve reconsiderar o problema, sob todos os pontos de vista,
para conseguir o seu objetivo. antes de simplesmente tentar introduzir
melhorias no mtodo em estudo.
PESQUISA DE POSSVEIS SOLUES. DESENVOLVIMENTO DO MTODO
PREFERIDO. Os quatro enfoques que se seguem devem ser considerados
no desenvolvimento de possveis solues, a partir das quais se selecionar o
mtodo preferido.
A) Eliminar todo trabalho desnecessrio.
B) Combinar operaes ou elementos.
C) Modificar a sequncia das operaes.
D) Simplificar as ope*aes essenciais.
perfeitamente possvel se projetar mais de um mtodo. Conforme foi
discutido no Cap. 3, geralmente desejvel se projetarem (1) um mtodo ideal,
(2) um mtodo prtico que possa ser utilizado imediatamente e (3) um mtodo
que possa ser usado se certas restries forem eliminadas.
A) Eliminar
todo trabalho desnecessrio. Grande parte das tarefas que executamos
normalmente no so realmente necessrias. Em muitos casos, o trabalho ou
processo no deveria ser submetido simplificao ou melhoria, mas sim
deveria ser inteiramente eliminado.
A Procter and Gamble Company verificou que a eliminao de trabalhos e
custos era to lucrativa que estabeleceu um procedimento bem definido, ao
qual deu o nome de processo de eliminao*". Embora a empresa esteja
constantemente melhorando os mtodos e simplificando o trabalho, acredita
que a soluo ideal seja a eliminao dos custos. O seu modo de encarar a
eliminao de custos pode ser resumido da forma que se segue.
1) Escolher o custo a ser investigado. Sugere-se que um custo importante seja
escolhido primeiro para obter os maiores lucros. Se este custo importante for
eliminado, este fato levar, muitas vezes, tambm eliminao de muitos
custos de menor vulto. Custos de mo-de-obra, custos de material, custos de
escritrio e despesas gerais de toda espcie podem ser sujeitas eliminao.
Operaes eficientes podem ser eliminadas to facilmente como aquelas que
no o so. O processo de investigao fcil de se usar. Nem clculos, nem
formulrios e, na realidade, nem conhecimento profundo do assunto so
necessrios.
2) Identificar a causa bsica que determina a necessidade do custo. A causa
bsica a razo, o propsito ou a inteno da qual depende a eliminao do
custo. A pergunta fundamental "este custo poderia ser eliminado se no
existisse alguma causa bsica
que o impedisse?". Neste estgio, ns no fazemos perguntas, tais como "por
que esta operao necessria?" ou "como poderamos executar melhor esta
operao?". Estas perguntas devem ser evitadas, porque tendem a justificar e
defender a continuao do servio. Em lugar disso, o objetivo encontrar a
causa bsica, pois operaes em que no existe a causa bsica, podem ser
imediatamente eliminadas. Quando, porm, este no o caso e uma causa
bsica existe, necessrio passar terceira fase.
3) Pr em dvida a causa bsica para que seja eliminada. Se a causa bsica
foi identificada, pode ser discutida de duas maneiras.
a. Desconsidere a causa bsica. Considere o que acontecera se a operao
fosse eliminada. Se se obtm os mesmos resultados ou resultados melhores
sem a operao, ento, deve-se considerar a eliminao imediata da mesma.
Todavia pode ser perigoso desprezar a causa bsica e, a este respeito,
necessrio considerar dois pontos: (1) determine a rea de influncia da causa
bsica; o que pode acontecer se ela for eliminada? e (2) determine o "problema
de preo" inerente causa bsica; existe um retorno do capital gasto para se
obterem os resultados desejados? Se a causa bsica no pode ser ignorada, a
segunda maneira de elimin-la a que segue.
b. Aplique a tcnica do "porqu". Se o servio sob pesquisa parece ser
necessrio, pode o servio imediatamente anterior a este ser eliminado,
permitindo assim que todos os servios sucessivos sejam eliminados? Se a
eliminao completa no for possvel, tente ento a
eliminao parcial. Talvez existam alternativas escolha a menos
dispendiosa. Identifique a causa bsica de cada fator corroborante e discuta
pela sua eliminao ou modificao.
s vezes, desejvel empreender-se o trabalho de eliminao de custos no
mbito de um departamento ou da prpria fbrica. Neste caso, vrios membros
qualificados da administrao, trabalhando em grupo, podero ajudar na
identificao das* causas bsicas dos custos que sero reduzidos.
PNEUS SEM CMARA DE AR. A cmara de ar de pneus de automvel foi
eliminada. A causa bsica para se usar uma cmara de ar era se prender o ar
e se manter o pneu cheio. Uma alternativa era se projetarem uma roda e um
pneu de tal forma que o pneu pudesse prender o ar, e a cmara de ar pudesse
ser eliminada. Isso foi feito, e a cmara de ar foi eliminada.
BENEFCIOS OBTIDOS COM A ELIMINAO DE TRABALHO. Se um
trabalho pode ser eliminado, no h necessidade de se gastar dinheiro na
instalao de um mtodo melhor, pois no existir interrupo ou atraso devido
ao desenvolvimento, teste e instalao do mtodo. No necessrio treinarem-
se novos operadores no novo mtodo. O problema causado pela resistncia
mudana minimizado quando um servio ou atividade desnecessrios so
eliminados.
O melhor mtodo para simplificar-se uma tarefa planejar um meio que
permita obter o mesmo ou melhor resultado sem gastar nada.
B) Combinar operaes ou elementos. Apesar da prtica corrente de se dividir
um processo em vrias operaes simples, em alguns casos, a diviso de
trabalho
excessiva. Muitas vezes, subdividimos um processo em um nmero muito
grande de operaes, o que vem causar excessivo manuseio de materiais,
ferramentas e equipamentos. Essa diviso excessiva pode provocar
dificuldades no balanceamento das diversas operaes, acumulao de
trabalho entre operaes, causada por planejamento ineficiente, e esperas
quando operrios inexperientes so empregados ou alguns operadores esto
ausentes'31.
Desta forma, s vezes, possvel tornar-se o trabalho mais simples pela
combinao de duas ou mais operaes ou alteraes no mtodo, que
permitam a combinao de operaes.
C) Modificar a sequncia de operaes. O incio da produo de um novo
produto feito em pequenos lotes de fabricao experimentais. Com aumentos
graduais, a produo poder se tornar bastante grande, mas a sequncia
original de operaes poder ser a mesma que a empregada no incio. Por
essa e outras razes, desejvel questionar-se a ordem na qual as vrias
operaes so executadas.
Por exemplo, em uma fbrica, pequenos conjuntos eram produzidos nas
mquinas semi--automticas do departamento A . Eles eram armazenados no
departamento B, inspecionados no departamento C e preparados para a
expedio no departamento D. O processo produtivo era tal que, normalmente,
apenas 10% dos produtos acabados eram submetidos inspeo. Entretanto,
quando se constatava nmero excessivo de defeitos, prosseguia-se com
inspeo total at que a fonte das imperfeies fosse localizada e corrigida.
Como o departamento B continha sempre
um estoque de vrios dias de trabalho, quando se constatavam defeitos,
tornava-se necessrio inspecionar integralmente os conjuntos l existentes;
alm do mais, conjuntos defeituosos ou eram consertados ou simplesmente
refugados. Para se corrigir esse problema, os inspetores passaram a executar
suas funes logo aps a montagem das peas, e o estoque de conjuntos
aguardando inspeo foi eliminado. Como cada unidade agora inspecionada
imediatamente aps sua montagem, os defeitos so reconhecidos minutos
aps o trmino da montagem, e a causa deles pode ser corrigida antes que
sejam produzidas novas peus tambm defeituosas. Esta mudana simples,
fcil e de baixo custo proporcionou empresa uma economia de vrios
milhares de dlares pela reduo do custo de inspeo e, alm disso, reduziu
grandemente o nmero de peas refugadas.
O grfico do fluxo do processo e o mapofluxograma, so de grande utilidade na
indicao da convenincia de se mudar a sequncia de operaes com o
objetivo de eliminar processos, de reduzir o manuseio e transportes e tornar
eficiente o fluxo contnuo de trabalho atravs da fbrica.
D) Simplificar as operaes essenciais. Aps o estudo do processo produmo e
a execuo de todas as melhorias que se apresentavam como promissoras, o
prximo PLISSO conskie na anlise de cada operao, acompanhada da
tentama de simplifica-la ou melhor-la. Era outras palavras, em primeiro lugar
estuda-se o geral, fazendo as mudanas de maior vulto, aps isso. analisa-se
os detalhes do trabalho.
Uma das melhores maneiras
de se encarar o problema da melhoria dos mtodos discutir tudo o que se
refere ao trabalho como est sendo feito, os materiais usados, as
ferramentas e o equipamento, as condies de trabalho e o proteto do prprio
produto. Admite-se que nada do que se refere ao trabalho perfeito Comea-
se perguntando o que, quem, onde, quando, como, por que.
11 O que est sendo feito? Qual a finalidade da operao? Por que deve
ser feita? O que aconteceria se fosse eliminada? Todos os detalhes ou partes
da operao so necessrios?
2j Quem executa o trabalho'' Por que? essa pessoa o est executando? Quem
poderia faz-lo melhor? Podem ser introduzidas modificaes que permitam a
um operador menos qualificado e com menor treinamento fazer o trabalho?
3) Onde est sendo leito o trabalho?' Por que deve ser executado naquele
lugar? Poderia ser feito num outro lugar e mais economicamente?
4) Quando feito o trabalho? Por que deve ser feito naquele instante? No
seria melhor faz-lo numa outra ocasio?
5) Como feito o trabalho? Por que feito assim? Isto sugere uma anlise
cuidadosa e a aplicao dos princpios de economia dos movimentos.
Questione-se cada elemento ou movimento da mo. Assim como na anlise do
processo procura-se eliminar, combinar e rearranjar a sequncia de operaes,
assim, tambm, em uma operao individual, tenta-se eliminar os movimentos,
combin-los ou rearranjar a sequncia de movimentos essenciais com a
finalidade de tornar a tarefa mais fcil.
FERRAMENTAS PARA A MELHORIA DOS MTODOS. Antes que
se possam desenvolver mtodos melhores e mais fceis de se executar
determinada tarefa, necessrio que sejam obtidos todos os detalhes relativos
ao trabalho. Para isto, preciso que se levantem informaes suficientes para
responder s questes o qu, quem, onde, quando, como e por qu, e que se
respondam satisfatoriamente s outras quatro perguntas sugeridas
anteriormente.
A maioria das pessoas acha til a apresentao das informaes de forma
grfica ou em tabelas. Existem vrios mtodos para visualizao de um
processo ou de uma operao. Cada um deles ser inteiramente descrito nos
prximos cinco captulos. claro, nem todos sero usados em uma nica
tarefa. Por exemplo, pode existir o caso em que o grfico do fluxo do
processo ou mapofluxograma seja tudo o que se necessita. Se uma operao
especfica objeto de estudo, pode-se usar ento o grfico de operaes. O
grfico de atividades e o grfico homem--mquina so teis tambm, e,
ocasionalmente, pode ser vivel a realizao de uma anlise de
micromovimentos para a tarefa, especialmente se o ciclo curto, e um grande
nmero de operrios usado em sua execuo.
Deve ficar claro, entretanto, que o grfico do fluxo do processo, o
mapofluxograma, o grfico de atividades, o grfico homem-mquina, o grfico
de operaes e o grfico simo so simplesmente ferramentas a serem usadas
quando necessrias.
CAPTULO 7
Anlise do processo produtivo
O sistema completo ou processo de se executar um trabalho deve ser
estudado globalmente, antes que se tente efetuar uma
investigao detalhada de uma operao especfica nesse processo. Este
estudo geral incluir, na maioria dos casos, uma anlise de cada um dos
passos que compem o processo de fabricao.
GRFICO DO FLUXO DO*PROCESSO. O grfico do fluxo do processo uma
tcnica para se registrar um processo de maneira compacta, a fim de tornar
possvel sua melhor compreenso e posterior melhoria. O grfico representa os
diversos passos ou eventos que ocorrem durante a execuo de uma tarefa
especfica, ou durante uma srie de aes. O diagrama, usualmente, tem incio
com a entrada da matria-prima na fbrica e a segue em cada um dos seus
passos, tais como transportes e armazenamentos, inspees, usinagens,
montagens, at que ela se torne ou um produto acabado, ou parte de um
subconjunto. Evidentemente, o grfico do fluxo do processo pode registrar o
andamento do processo atravs de um ou mais departamentos.
O estudo minucioso desse diagrama, fornecendo a representao grfica de
cada passo do processo atravs da fbrica, certamente sugerir melhorias.
comum concluirmos que certas operaes podem ser inteiramente eliminadas,
ou ento, que parte de uma operao pode ser eliminada, operaes podem
ser combinadas, um melhor (trajeto) para as peas pode ser seguido,
mquinas mais econmicas podem ser empregadas, esperas entre operaes
eliminadas, em suma, que outros melhoramentos podem ser feitos,
contribuindo para a produo de um produto melhor a um custo mais baixo. O
grfico do fluxo do processo ajuda a demonstrar que efeitos as mudanas,
em uma parte do processo, tero em outras fases ou elementos. Alm disso, o
grfico poder auxiliar na descoberta de operaes particulares do processo
produtivo que devam ser submetidas a uma anlise mais cuidadosa.
O grfico do fluxo do processo, como outros mtodos de representao grfica,
deve ser modificado a fim de se enquadrar ao problema em considerao. Por
exemplo, poder mostrar a sequncia das atividades de uma pessoa ou, ento,
os passos a que submetido o material. O grfico deve ser do tipo homem ou
do tipo produto, e os dois tipos no devem ser combinados.
O grfico de processo pode ser usado com proveito por qualquer pessoa de
uma organizao. O mestre, o supervisor, os engenheiros de processo e de
arranjo fsico devem estar to familiarizados com o grfico de processo
quanto o engenheiro de produo, sendo todos capazes de empreg-lo
efetivamente.
Vrios anos atrs, os Gilbreth criaram um conjunto de 40 smbolos usados na
preparao dos grficos do fluxo do processo'11. Recentemente, os cinco
smbolos (operao, transporte, inspeo, espera, armazenamento) tm sido
usados intensamente e, de maneira geral, satisfazem s necessidades dos
mais variados tipos de trabalho. Esses smbolos servem como uma espcie de
taquigrafia para ajudar na enumerao rpida dos passos ou das atividades em
um processo produtivo.
CUIDADOSA ANLISE DO PROCESSO NECESSRIA EM LINHAS DE
PRODUO MECANIZADAS. Quando se estuda o arranjo fsico para a
produo em massa de um produto especfico, o processo de fabricao
estudado
cuidadosamente, e as mquinas, equipamentos, locais de trabalho so
dispostos de tal forma que o produto ser movimentado atravs da fbrica, com
um mnimo de movimentos desnecessrios e de retrocessos. O caminho que
cada parte e subconjunto deve seguir estudado antes que o equipamento
seja instalado na fbrica. Entretanto, na maioria das indstrias, a disposio
no deste tipo. Em vez disso, o material se movimenta de um local de
trabalho para outro, de forma intermitente, transportado por carrinhos, e, em
muitos casos, pouca ateno dada sequncia de operaes ou ao fluxo
atravs da fbrica. Devido a isso, muitas so as oportunidades para se
economizar tempo e dinheiro, como resultado de uma anlise do processo
produtivo.
PASSOS A SEREM SEGUIDOS NA EXECUO DE UM GRFICO DO
FLUXO DO PROCESSO E DE UM MAPOFLUXOGRAMA
1) Determine a atividade a ser estudada. Decida se o objeto a ser seguido
uma pessoa, produto, pea, material ou impresso. No mude de objeto durante
a construo do grfico do fluxo do processo.
2) Escolha pontos definidos para o incio e o trmino do grfico, a fim de que se
garanta a cobertura da atividade que se deseja estudar.
3) O grfico do fluxo do processo deve ser executado em uma folha de papel
com dimenses suficientes para conter: (a) o cabealho, (b) a descrio e (c) o
sumrio. O cabealho dever identificar o processo em estudo. O corpo do
grfico do fluxo do processo dever conter uma coluna para a Distncia
percorrida (em m), uma para o Smbolo, uma para a Descrio e.
possivelmente,
uma para o Tempo. Devem ser empregados os cinco smbolos do grfico do
fluxo do processo. Cada passo do processo produtivo deve ser indicado para
que a anlise tenha real valor. necessrio que reconheamos e
identifiquemos os passos desnecessrios e as ineficincias para que possamos
elimin-los.
4) Inclua no grfico do fluxo do processo um sumrio tabelar mostrando o
nmero de operaes, o nmero de movimentos, as distncias percorridas
pelas peas, o nmero de inspees. o nmero de armazenamentos e as
esperas. Depois de terem sido executadas as melhorias, deve-se compilar um
sumrio combinado fornecendo essas informaes relativas ao mtodo antigo,
ao mtodo proposto e diferena.
5) Obtenha plantas do departamento ou da fbrica mostrando a localizao das
mquinas e o equipamento usado na produo. Se no puderem ser obtidas,
desenhe esquemas em escala. Frequentemente, desejvel montar-se as
plantas em uma prancha de madeira, cortando-se templates de papelo para
representao das mquinas, usando-os quando novo arranjo fsico para o
equipamento for sugerido. Algumas vezes, modelos tridimensionais de
mquinas e equipamentos so usados em lugar dos templates (Fig. 55).
6) Desenhe nas plantas o fluxo da pea atravs da fbrica, anotando a direo
do movimento por meio de flechas. O mapofluxograma deve ser feito no prprio
local de trabalho e no de memria na mesa do analista. As distncias devem
ser realmente medidas ou, ao menos, avaliadas.
CAPTULO 8
Grficos de atividade. Grficos homem-mquina
(exemplificado
em sala de aula)
CAPTULO 9
Anlise de operaes
CAPTULO 10
Estudo de micromovimentos
(exemplificado em sala de aula)
ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS. O estudo de micromovimentos fornece
uma tcnica para registro e medida do tempo despendido em uma atividade.
Consiste em se filmar a operao, de modo que um relgio seja includo na
cena ou, ento, usando-se mquina de filmar que opere em velocidade
constante e conhecida. Desta forma, o filme torna-se um registro permanente
do mtodo seguido na execuo e do tempo despendido, podendo ser
reexaminado quando se desejar.
OBJETIVOS DO ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS. O estudo de
micromovimentos foi, inicialmente, usado para a anlise de operaes, mas,
recentemente, encontraram-se novos usos para esta tcnica. O estudo de
micromovimentos pode ser usado com as seguintes finalidades: como ajuda no
estudo das atividades de duas ou mais pessoas trabalhando em conjunto;
como auxlio no estudo da relao entre as atividades de um operrio e os de
uma mquina; como meio de se determinar o tempo necessrio para a
execuo de operaes (substituindo o uso do cronometro); como ajuda na
obteno de dados relativos a movimentos bsicos para o sistema de tempos
sintticos; como registro permanente do mtodo empregado e do tempo
despendido por um operador e por uma mquina na execuo de suas
atividades; e para pesquisas no campo do estudo de movimentos e de tempos.
No entanto as principais aplicaes do estudo de micromovimentos so: (1)
procurar o melhor mtodo de se executar uma
tarefa e (2) treinar pessoas para entenderem o verdadeiro sentido do estudo de
micromovimentos e, quando o treinamento alcana bons resultados, para
torn-las mais eficientes na aplicao dos princpios de economia dos
movimentos.
O ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS COMO AUXLIO NA MELHORIA DE
MTODOS. O estudo de micromovimentos fornece uma tcnica sem igual
para a execuo de uma anlise detalhada de uma operao. Como ser
explicado posteriormente, o procedimento consiste em (1) filmar a operao a
ser estudada, (2) analisar o filme, (3) registrar os resultados da anlise e (4)
desenvolver um mtodo melhorado atravs do processo de soluo de
problemas.
Costuma-se executar o estudo de micromovimentos com velocidades de 960
ou l 000 quadros/min, podendo-se, entretanto, usar velocidades superiores,
para movimentos muito rpidos das mos do operador ou, ento, para
operaes complexas. Projetando-se o filme em uma tela, as imagens so
ampliadas vrias vezes, o que facilita a anlise dos movimentos. Cada
movimento do operrio pode ser registrado com a preciso que se deseja.
O estudo de movimentos, apesar de fornecer um meio conveniente, preciso e
positivo para o estudo do trabalho, usado de maneira limitada na melhoria de
mtodos. De fato, a anlise de micromovimentos no necessria para o
estudo da grande maioria das operaes a serem melhoradas. Uma pessoa
que compreenda a tcnica e conhea os princpios do estudo de movimentos
pode, na maioria dos casos, visualizar completamente a operao e, aplicando
os princpios de
economia dos movimentos, determinar os mtodos que devam ser
empregados. O estudo de movimentos, usualmente, pode ser executado sem
se filmar a operao e sem se fazer a anlise completa que requerida pelo
estudo de micromovimentos. Alm do mais, um estudo de micromovimentos,
apesar de no ter custo proibitivo, requer equipamento especial de filmagem,
filmes e tempo considervel para a anlise. O estudo de micromovimentos
usado na indstria moderna para determinar mtodos de se executarem
operaes, mas no to destacado como algumas pessoas querem insinuar.
O estudo de micromovimentos deve ser encarado, como qualquer outra
ferramenta, simplesmente como algo que deve ser usado quando for
conveniente. Por exemplo, pode ser lucra-tivamente utilizado no estudo de
operaes altamente repetitivas de ciclos curtos ou, ento, de carter
altamente manual, em trabalho realizado em larga escala ou, ainda, em
operaes executadas por nmero elevado de operrios. Estes fatores
sozinhos nem sempre determinam a necessidade do emprego do estudo de
micromovimentos. De fato, o estudo de micromovimentos frequentemente a
ltima alternativa. Algumas vezes, em operaes complexas, difcil se obter
balanceamento no movimento das duas mos sem a ajuda do grfico simo,
que simplesmente a representao grfica dos movimentos.
O ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS COMO AUXLIO NO ENSINO. A
indstria tem sido lenta em compreender que o maior valor do estudo de
micromovimentos reside em seu poder de auxiliar uma pessoa a entender o
estudo de movimentos.
Por sua definio, o estudo de movimentos parece ser muito simples e
facilmente entendvel. Entretanto h certa dificuldade em se captar seu
significado real.
Para o observador essencial tornar-se eficiente na tarefa de reconhecer e
seguir os movimentos usados pelo operno na execuo da operao. Ele
deve ser capaz de ver os movimentos feitos pela mo direita e pela mo
esquerda do operador, notando, inclusive, o que cada um dos dedos de cada
mo faz. necessrio ser capaz de reconhecer onde termina um movimento e
onde comea o seguinte. Como afirmaram os Gilbreth, "(. . .) uma pessoa tem
que ter estudado e medido movimentos para que seus olhos possam seguir as
trajetrias e julgar os comprimentos, e seu senso para avaliao de tempos,
ajudado por uma contagem rtmica silenciosa, venha a estimar tempos de
movimentos com preciso surpreendente. A viso, a audio, o tato e as
sensaes cinestsicas devem ser todos cuidadosamente desenvolvidos"'11.
A expresso "consciente dos movimentos" tem sido usada para descrever a
habilidade da pessoa que foi treinada a seguir inconscientemente os
movimentos do operador, comparando-os com os princpios de economia dos
movimentos. O estudo de micromovimentos de grande valor no treinamento
de indivduos para que se tornem conscientes dos movimentos.
ESTUDO "MEMOMOTION". Os filmes podem ser tirados e projetados
velocidade aproximadamente normal se se desejar uma reproduo precisa
dos movimentos de pessoas e objetos. Entretanto, para certos tipos de
atividades de homens e
mquinas, filmes tirados com velocidade de 50 ou 100 quadros/min so
satisfatrios. A expresso estudo memomotion(3> tem sido usada para
designar esta modalidade do estudo de micromovimentos.
Os Gilbreth, usando mquina cinematogrfica manual, filmaram atividades de
grupos com velocidades muito baixas14' e tiraram fotografias intervaladas
usando mquina acionada a motor, empregadas h muito tempo no estudo do
crescimento de plantas e de flores. Em anos recentes, diversos usos novos tm
sido encontrados para essa tcnica valiosa. Alm de suas aplicaes em
fbricas e escritrios, o estudo memomotion usado para anlise de
atividades, tais como, registro de passageiros em balces de empresas areas,
a maneira de os fregueses escolherem artigos em uma loja e o fluxo do trfego
em estradas, lojas ou bancos.
A principal vantagem dos filmes em baixa velocidade sobre os feitos em
velocidade normal a grande economia no custo do filme e no tempo requerido
sua anlise. Usando-se velocidade de 50 quadros/min, em lugar de 960,
reduz-se o custo do filme a aproximadamente 60.
ANLISE CICLOGRFICA E CRONOCICLOGRFICA
Os mtodos de anlise ciclogrfica e cronociclogrfica foram desenvolvidos e
usados plos Gilbreth. Estas tcnicas tm tido uso limitado nos E.U.A., como
um meio para a melhoria de mtodos, apesar de terem sido bastante
empregadas na Inglaterra'5'. O ciclo-grfico tem sido usado plos norte-
americanos com finalidade de treinamento, como ajuda para a descrio da
trajetria dos movimentos usados na execuo de uma tarefa'61
e para demonstrar a superioridade de um mtodo ou de um conjunto de
movimentos sobre outro.
O copiador automtico desenvolvido pela Eastman Kodak Company, requer
nmero muito menor de movimentos do que o manualmente operado. Essas
duas ilustraes esto includas em um relatrio anual da .empresa sob o ttulo
"Um melhor produto profissional resultante do desenvolvimento dos mtodos
de trabalho". Originalmente, os rolos eram embrulhados em duas camadas de
celofane, colocados em uma caixa inferior e em uma caixa exterior; o pacote de
20,5 kg era colocado em um tabuleiro para embarque. O novo mtodo bem
mais simples. Agora, os rolos so embrulhados em uma nica camada de
celofane e embarcados em um tabuleiro, que carregado com auxlio de um
pequeno elevador.
Trs fatores sucedem quando um empregado da indstria pode produzir mais
em menos tempo:
1- O custo do produto cai, possibilitando que maior nmero de pessoas
venham a compr-lo.
2- O operador no tem que trabalhar tanto para produzir o produto, o que
conduz a menor nmero de horas de trabalho e maiores salrios.
3- Para o pas, que a totalidade de seu povo, produz-se muito mais,
aumentando-se dessa forma o bem-estar social.
CAPTULO 11
Movimentos fundamentais das mos
A maior parte das tarefas feita com as duas mos, e todo o trabalho manual
consiste em um nmero relativamente reduzido de movimentos fundamentais
que se repetem e se combinam. Obter ou agarrar e dispor ou colocar so dois
dos grupos de movimentos usados mais frequentemente. Na maioria
dos casos, agarrar seguido por algum uso ou elemento do processo, tal como
pregar um prego com um martelo, usar uma chave para apertar um parafuso
ou escrever com uma caneta. No uso de uma caneta-tinteiro, a sequncia de
movimentos seria obter-se a caneta, escrever, isto . usar a caneta e colocar a
caneta em seu suporte. Apesar de obter e colocar representarem dois grupos
de movimentos muito comuns, eles no constituem movimentos fundamentais.
Frank B. Gilbreth, nos seus primeiros trabalhos relativos ao estudo de
movimentos, desenvolveu algumas subdivises que sups serem comuns a
todas as espcies de trabalhos manuais. Ele criou a palavra iherblig (Gilbreth
soletrado de trs para diante), a fim de ter uma palavra curta, que servisse de
referncia para qualquer uma das dezessete subdivises elementares de um
ciclo de movimentos'1'. Nem todos os therbligs so puros ou fundamentais no
sentido de que no possam ser mais subdivididos, mas constituem a melhor
classificao que possumos para movimentos manuais. O analista experiente
no ter dificuldades no uso dos therbligs para aplicaes industriais.
A expresso therblig de uso mais conveniente do que movimento da mo ou
elemento de movimento e, talvez, possua um significado mais preciso do que
movimento. Apesar de a palavra therblig ser familiar aos engenheiros de
produo, prefere-se usar o termo movimento ou movimento da mo quando
se discute o assunto do estudo de movimentos com o pessoal da fbrica ou do
escritrio. Termos e smbolos no comuns (como, por exemplo,
os smbolos mnemnicos dos therbligs) podem ser elementos desfavorveis
em um programa de treinamento e devem ser evitados quando possvel.
Os dezessete movimentos fundamentais da mo. juntamente com seus
smbolos do alfabeto, seus smbolos mnemnicos e suas cores
representativas'2' esto apresentados na Fig. 83. A seguir, apresentamos as
definies desses movimentos.
DEFINIO DOS MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS DA MO
l) Buscar (Sh): a parte do ciclo durante a qual os olhos ou as mos esto
procura do objeto. Buscar comea quando os olhos ou as mos iniciam a
procura do objeto e termina quando esse encontrado.
A lista original dos movimentos de Gilbreth continha o therblig achar. Como
achar ocorre no fim do therblig buscar e uma reao mental e no um
movimento fsico, ele , raramente, usado em uma anlise de
micromovimentos. Por isso, omitido desta lista dos movimentos
fundamentais da mo.
2) Selecionar (St): a escolha de um objelo dentre os demais de um grupo. Em
muitos casos, difcil, quando no impossvel, determinar os limites entre
buscar e seleeionar. Por essa razo, prtica corrente combin-los, referindo-
se a ambos como um nico therblig, selecionar.
Com esta definio mais ampla, selecionar rcfere-se procura e localizao
de um objeto dentre vrios outros. Selecionar inicia-se quando os olhos ou as
mos comeam a procurar o objeto e termina quando o objeto tiver sido
localizado.
Exemplo. Localizando um determinado lpis em uma caixa contendo lpis,
caneta e outros objetos.
3) Agarrar (G): estabelecendo
controle sobre um objeto, fechando-o entre os dedos como preparao para
levant-lo, segur-lo ou manipul-lo. Agarrar inicia-se quando a mo ou os
dedos entram em contato com o objeto e termina quando a mo tiver controle
assegurado sobre ele.
Exemplo. Fechando os dedos ao redor da caneta sobre a mesa.
4) Transporte vazio (TE): movimentando a mo vazia ao aproximar-se de um
objeto. Supomos que a mo se mova sem resistncia em direo ao ou
afastando-se do objeto. O transporte vazio comea quando a mo inicia o
movimento sem carga ou resistncia e termina quando cessa o movimento.
Exemplo. Movendo a mo vazia para agarrar a caneta sobre a mesa.
5) Transporte carregado (TL): movimentando um objeto de um lugar para outro.
O objeto pode ser carregado com as mos ou com os dedos, ou pode ser
movimentado de um lugar para outro deslizando-o, puxando-o ou empurrando-
o. O transporte carregado tambm ocorre quando a mo movimentada vazia,
mas contra alguma resistncia. O transporte carregado comea quando a mo
movimenta um objeto, ou encontra resistncia pela primeira vez, e termina
quando cessa o movimento da mo.
Exemplo. Transportando a caneta do porta-caneta sobre a mesa para a carta a
ser assinada.
6) Segurar (H): a reteno de um objeto, depois de ter sido agarrado, sem que
seja movimentado'3'. Segurar comea quando cessa o movimento do objeto e
termina quando se inicia o therblig seguinte.
Exemplo. Segurando um parafuso enquanto a outra mo monta uma arruela no
mesmo.
7) Soltar (RL): relaxando o controle sobre
um objeto. Soltar inicia-se quando a mo comea a abandonar o objeto e
termina quando o objeto se separa completamente das mos ou dos dedos.
Exemplo. Soltar a caneta depois de esta ter sido colocada sobre a mesa.
8) Posicionar (P): girando ou ajustando um objeto de tal modo que ele se
oriente convenientemente para se adaptar ao local a que se destina.
possvel posicionar-se um objeto durante um transporte carregado. O
marceneiro, por exemplo, pode posicionar um prego quando o transportar para
a madeira na qual ser pregado. Posicionar comea quando a mo gira ou
ajusta o objeto e termina quando este se encontra na posio ou localizao
desejada.
Exemplo. Alinhando uma chave que dever ser introduzida no buraco da
fechadura.
9) Pr-colocar (PP): ajustar um objeto em posio pr-deterrrnada ou coloc-lo
na posio correta. para que seja usado em algum movimento subsequente.
Pr-colocar anlogo a posicionar, com a exceo de que o objeto ajustado
na posio aproximada em que ser usado posteriormente. Na maioria das
vezes, um gancho, urna braadeira, ou um dispositivo especial segura um
objeto, de maneira a permitir que esse seja agarrado facilmente na posio em
que ser usado. Pr-colocar a abreviao usada para Pr-colocar para a
prxima operao.
Exemplo. Ajustar ou alinhar a caneta antes de solt-la no porta-caneta. Esta
pode, ento, ser agarrada na posio correta para uso posterior. Isto elimina o
therblig posicionar, que seria necessrio para colocar a caneta na posio
correta para se escrever se ela estivesse
simplesmente colocada sobre a mesa.
10) Inspecionar (I): examinar um objeto a fim de determinar se ele obedece ou
no a uma dimenso-padro, uma forma, uma cor ou a outras propriedades
previamente estabelecidas. A inspeo pode empregar a viso, a audio, o
tato. o olfato ou o gosto. Inspecionar por excelncia uma reao mental e
pode ocorrer simultaneamente com outros therbligs. Inspecionar comea
quando os olhos ou outras partes do corpo iniciam o exame do objeto e termina
quando o exame se completar. Exemplo. Exame visual de botes de prola na
operao de separao final.
11) Montar (A): colocando um objeto. em outro ou dentro de outro, com o qual
ele formar uma pea inteira. Montar comea quando a mo movimenta a pea
em seu lugar no conjunto e termina quando a mo completa a montagem.
Exemplo. Colocando a tampa em uma lapiseira.
12) Desmontar (DA): separando um objeto de outro, do qual o primeiro parte
integrante. Desmontar comea quando a mo inicia a remoo da parte, do
conjunto, e termina quando a parte estiver completamente separada do
conjunto.
Exemplo. Retirando a tampa de uma lapiseira.
13) Usar (U): manipulando uma ferramenta, um dispositivo ou parte de um
aparelho com o objetivo para o qual ele foi planejado. Usar pode se referir a um
grande nmero de casos particulares. Representa um movimento para o qual
os movimentos precedentes foram, de certa maneira, preparatrios, e para o
qual os que se seguem so suplementares. Usar tem incio quando a mo
comea a manipular a ferramenta ou dispositivo
e termina quando a mo cessa a aplicao