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8/17/2019 Resenha - O Memorial No Espaço Da Formação Acadêmica
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
CURSO: Letras Português/Inglês e suas Literaturas
DISCIPLINA: Memorial IIPROFESSOR(A): Marco Antônio Villarta Neder
ALUNA: Giovana Borges Fiorini
Resenha do texto “O memorial no espaço da formação acadêmica: (re)construção
do vivido e da identidade” de Jane Quintiliano Guimarães Silva
O texto explica como os memoriais se fazem importantes para a formação de um
profissional reflexivo, servindo como método para compreender a forma como a
identidade desse profissional é constituída ao longo do tempo e através dos
aprendizados. Escrever memoriais nos cursos de formação de professores e fazer essa
reflexão sobre si mesmo é visto como um processo de grande importância, uma vez que
ajuda o profissional a formar sua identidade por meio do olhar do professor que
participa desse processo.
O memorial é marcado pelo enunciado do sujeito para consigo e para com o outro.
Através de uma estrutura própria dos memoriais, o leitor toma conhecimento de fatos
relatados pelo eu-narrador, de forma leve, sem o peso de uma escrita puramente teórica.
Com uma finalidade comunicativa, o escritor escolhe um conteúdo temático, assume a
postura de produtor da escrita, mostrando seu ponto de vista, escrevendo sob a
perspectiva que quer abordar, com sua atual visão sobre os fatos.
O artigo chama a atenção para o fato de que o que se escreve no memorial não é
somente uma simples reprodução da realidade, recontando fatos tais como ocorreram. O
memorial é um processo de investigação, em que é construída, através da língua, uma
realidade discursiva que é formada pelo modo como o leitor irá interpretar o que está
sendo contado.
A escrita de memoriais proporciona ao professor formador o exercício da autorreflexão
e interações metacognitivas, uma vez que há um trabalho contínuo de avaliação.
Também é trabalhada a autocompreensão do sujeito, em que ele descobre o que é ou
não é diante de uma análise de sua vida. Resumindo, o memorial serve para que o leitor
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vislumbre e mergulhe no sujeito que é descrito, buscando entender e compreender as
atitudes por ele tomadas, contemplando as marcas do passado, transformadas e
refletidas no presente e no sujeito.
A importância do memorial como instrumento de avaliação contínua por parte do
escritor e do leitor também é pontuada no texto. O memorial não só exige uma
organização de ideias, conhecimentos e construção de saberes, mas também é uma
forma de exercitar a memória.
O artigo fala também sobre a importância da dimensão social da memória, a partir do
seu meio/grupo social para a ação de partilha. O indivíduo torna-se sujeito por meio dos
relatos de histórias pessoais coletivas e individuais. Esses relatos vão para além da
simples rememoração dos fatos, estando também envolvido em um viés afetivo e
sensorial. Memória e consciência estão ligadas por meio das relações sociais e culturais.
Associado a tal conceito pode-se ainda dizer que a memória não é feita sozinha, há
outras pessoas envolvidas, o que caracteriza esse contexto sócio-interativo, em que o
sujeito só se constitui através da visão do outro. Assim também é a construção das
memórias, através de situações e reflexões do passado no presente.
O memorial apresenta-se como sendo um gênero narrativo, em que experiências
humanas são contadas. Nele circulam saberes e reconstruções do passado. A narrativa
está ainda ligada à construção e socialização dos resultados, significados e sentidos, o
escritor do memorial deve fazer essa relação acontecer, deve mostrar quem são essas
pessoas que o auxiliaram a contar o fato.
A produção de memoriais pressupõe ainda uma ação autorreflexiva e autobiográfica que
permite o contar de acontecimentos, podendo reformulá-los, oferecendo ainda novas
possibilidades.
No espaço acadêmico a produção de memoriais é uma importante ferramenta
metodológica. Como gênero discursivo que serve para inserir o sujeito na esfera social,
o memorial se renova a cada ação de linguagem, ajudando o aluno a se preparar,
tornando-se apto para ocupar seu lugar como professor.
Na escrita do memorial, o narrador dos fatos (aluno) pode se unir ou se contrapor ao
observador, tecendo novos discursos e sendo internalizados novamente peloestudante/produtor. Sendo assim, é possível afirmar que o memorial é uma ferramenta
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