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RENATA BORGES DO NASCIMENTO CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS QUÍMICOS INCENTIVADOS POR MICRO-ONDAS PARA HIDRÓLISE EM ALTA PRESSÃO DE BAGAÇO DE CANA. São Caetano do Sul 2012

RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

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RENATA BORGES DO NASCIMENTO

CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DE

PROCESSOS QUÍMICOS INCENTIVADOS POR

MICRO-ONDAS PARA HIDRÓLISE EM ALTA

PRESSÃO DE BAGAÇO DE CANA.

São Caetano do Sul

2012

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RENATA BORGES DO NASCIMENTO

CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DE

PROCESSOS QUÍMICOS INCENTIVADOS POR MICRO-

ONDAS PARA HIDRÓLISE EM ALTA PRESSÃO DE

BAGAÇO DE CANA

Dissertação apresentada à Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento de Processos Químicos com Aplicação de Micro-ondas

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Jermolovicius. Co-Orientador: Prof. Dr. José Thomaz Senise

São Caetano do Sul

2012

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D

Leal, Bruno Pizzirani

Contribuição ao Estudo da Secagem com Micro-ondas de

Carbonato de Cálcio Precipitado – Bruno Pizzirani Leal — São

Caetano do Sul, SP : CEUN-EEM, 2012.

47 p.

Dissertação de Mestrado — Programa de Pós-

Nascimento, Renata Borges do Contribuição ao Desenvolvimento de Processos Químicos Incentivados por Micro-Ondas para Hidrólise em Alta pressão de Bagaço de Cana – Renata Borges do Nascimento — São Caetano do Sul, SP : CEUN-EEM, 2012.

162 p. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos - Linha de Pesquisa: Desenvolvimento de Processos Químicos com Aplicação de Micro-ondas — Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul, SP, 2012.

Orientador: Prof. Dr..Luiz Alberto Jermolovicius Co-Orientador: Prof. Dr. José Thomaz Senise

1. – Secagem. 2. Micro-ondas. I. Instituto Mauá de Tecnologia. Centro Universitário. Escola de Engenharia Mauá. II. Título.

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Dedicado primeiramente à DEUS.

Aos meus pais, Áurea e Antônio,

Ao meu marido, Douglas e minha

filha, Yasmin

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente ao orientador deste trabalho, o Professor

Doutor Luiz Alberto Jermolovicius, cuja dedicação ajudou de forma determinante a

execução deste trabalho.

E faço um agradecimento especial ao Professor Doutor José Thomaz Senise cuja

ajuda foi fundamental para a realização deste trabalho.

Aos meus pais, por todo o amor e esforço realizado para minha educação.

Ao meu marido Douglas Florêncio da Silva pelo carinho e paciência.

Ao Engº. Edmilson Renato de Castro, pelas opiniões dadas para a elaboração do

trabalho e pelo companheirismo.

Ao Sr. Lauro Ferreira pela fundamental ajuda com a montagem e manutenção do

protótipo.

Ao Prof° Eduardo Victor dos Santos Pouzada pela realização das simulações da

cavidade cilíndrica utilizando o programa Consol.

Ao técnico Dimitri Zinizopoulos Passeti e a estagiária Luana Cecília Cantagesso pela

colaboração durante a realização dos ensaios.

Á empresa Usina da Pedra pelo fornecimento do bagaço de cana-de-açúcar utilizado

para a realização do trabalho.

Finalmente, ao Instituto Mauá de Tecnologia, que possibilitou de maneira integral a

execução deste projeto.

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EPIGRAFE

“O sucesso nasce do querer, da

determinação e persistência

em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo,

quem busca e vence obstáculos,

no mínimo fará coisas admiráveis."

José de Alencar

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RESUMO

Com o aumento da demanda por etanol nas últimas décadas há a necessidade de

uma maior produção de etanol e para isso é necessário aumentar as áreas de

cultivo, porém as áreas plantadas já são extensas. E se a demanda por etanol

continuar crescendo como nos dias de hoje será necessário dobrar as áreas de

cultivo de cana-de-açúcar daqui a 10 anos, que é inviável. Desta forma a hidrólise de

bagaço de cana-de-açúcar torna-se de extrema importância para o aumento na

produção de etanol.

Foi realizado um delineamento fatorial fracionário de 1/16 de 27 para avaliar a

significância dos parâmetros de processo. Os parâmetros avaliados foram 1)

pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de

diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador, 6) pKa do

catalisador e 7) tempo de irradiação. Os catalisadores utilizados foram ácido p-

toluenosulfônico e ácido fórmico. A hidrólise ácida foi realizada em um reator semi

contínuo irradiado por micro-ondas a 2,45 GHz, contínuo em relação ao agente

hidrolítico e batelada em relação ao bagaço. Os hidrolisados de bagaço de cana

foram analisados por espectrofotometria para a quantificação de açúcares redutores

totais e furfural.

O reator semi contínuo para hidrólise de bagaço de cana apresentou um bom

desempenho obtendo uma conversão em açúcares redutores totais de 44,7% que

corresponde a toda a hemicelulose e parte da celulose. Com relação ao furfural

foram alcançados rendimentos baixos com o máximo de 2,8%, isto demonstra que o

fluxo contínuo de agente hidrolítico diminui a degradação dos açúcares formados.

A partir do delineamento fatorial 1/16 de 27 foi verificado que as variáveis pressão de

trabalho, potência de micro-ondas, concentração do catalisador, fluxo de catalisador

e pKa são as variáveis que influem no processo de forma significativa com 99.9% de

confiança.

Palavras-chaves: Hidrólise, Bagaço de cana-de-açúcar, Micro-ondas

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ABSTRACT

With the increase of ethanol consumption in the last decade, there is the necessity to

have a bigger production of ethanol and for this is necessary to expand the sugar

cane crops. If the ethanol demand continue raising like nowadays it will be necessary

to double the sugar cane crops in ten years, that’s impracticable. So the sugar cane

bagasse hydrolysis became extremely important for the ethanol production growth.

A fractional factorial design 1/16 of 27 was carried out to evaluate the significance of

the process parameters; a Simplex method was applied to find the optimal conditions

for the production of total reducing sugars with minimal production of furfural. The

parameters assess were pressure, microwave power, diaphragm pump aperture,

catalyst concentration, catalyst flow, catalyst pKa and irradiation time. The catalysts

used were p-toluenesulfonic acid and formic acid. The acid hydrolysis was carried out

in a semi-continuous reactor irradiated by 2.45 GHz microwaves. The hydrolysates of

sugar cane bagasse were analyzed by spectrophotometry for the quantification of

total reducing sugars and furfural.

The semi-continuous reactor for sugar cane bagasse hydrolysis showed a good

performance with 44,7 % of conversion in reducing sugar which corresponds all

hemicellulose and part of cellulose. For the furfural were reached low yields with the

maximum of 2,8 %, this demonstrates that the continuous flow of hydrolytic agent

decrease the degradation of the produced sugars.

The factorial design 1/16 of 27 showed that the variables, working pressure,

microwave power, catalyst concentration, catalyst flow and pKa have significant

influence in the process, with a confidence of 99,9%.

Key words: Hydrolysis, Sugar cane bagasse, Microwave

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema de uma biorefinaria. Diversidade de opções na utilização das

frações de bagaço [6]. ............................................................................................... 21

Figura 2. Microscopia Ótica digital (20�m) (a), MEV da fibra do bagaço de cana

(20�m) (b) [27]........................................................................................................... 26

Figura 3. Representação da molécula da glicose ...................................................... 28

Figura 4. Formação da molécula de celulose [40] ..................................................... 29

Figura 5. Esquema da parede celular vegetal [44] .................................................... 30

Figura 6. Açúcares que compõem as hemiceluloses [47] ......................................... 32

Figura 7. Estrutura da lignina de abeto (Picea abies) proposta por Adler [48]. ......... 34

Figura 8. Precursores primários da lignina [51]. ........................................................ 35

Figura 9. Pré-tratamento nos materiais lignocelulósicos [65]. ................................... 39

Figura 10. Representação gráfica de uma onda eletromagnética polarizada

linearmente propagando-se num plano perpendicular a esta folha (λ – comprimento

de onda, E = campo elétrico, H = campo magnético e C = velocidade da luz [86] .... 43

Figura 11. Constituição básica de um magnetron [89]. ............................................. 45

Figura 12. Magnetron para aquecimento em processos industriais. Projetado para

emitir ondas com frequência de 2,45 GHz e potência de 8 kW [85]. ......................... 46

Figura 13. Foto de um isolador e a sua representação com ferrita [84]. ................... 47

Figura 14. Esquema de funcionamento do circulador [84] ........................................ 48

Figura 15. Foto do circulador..................................................................................... 48

Figura 16. Carga de dissipação, resfriada a ar. ......................................................... 49

Figura 17. Carga de dissipação, resfriada a água. .................................................... 49

Figura 18. Indução do campo eletromagnético nas moléculas de água [94]. ............ 51

Figura 19. Efeitos decorrentes da incidência do campo de micro-ondas nos

materiais, dependendo de suas propriedades [92]. ................................................... 52

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Figura 20. Micrografia do bagaço de cana sem tratamento com micro-ondas

(esquerda) e com tratamento com micro-ondas e ácido sulfúrico (direita) [104]. ..... 61

Figura 21. Estrutura da câmara de reação em PEEK ............................................... 64

Figura 22. Foto da câmara de reação em PEEK, (a) câmara de reação vista geral,

(b) parte superior da câmara de reação apresentando a parte interna em Teflon. ... 64

Figura 23. Câmara de reação em quartzo ................................................................. 65

Figura 24. Esquema da cavidade cúbica, resaltando a posição do filtro nas suas

laterais (a e b). .......................................................................................................... 65

Figura 25. Foto da cavidade cúbica. ......................................................................... 66

Figura 26. Cavidade cúbica montada. ....................................................................... 66

Figura 27. Tampas da câmara de reação ................................................................. 67

Figura 28. Montagem das tampas. ............................................................................ 67

Figura 29. Esquema do fechamento da cavidade cúbica .......................................... 68

Figura 30. Esquema da cavidade cilíndrica ............................................................... 69

Figura 31. Foto da Cavidade cilíndrica ...................................................................... 69

Figura 32. Esquema de fechamento da cavidade cilíndrica ...................................... 70

Figura 33. Esquema de fechamento do reator (medidas em mm). ........................... 71

Figura 34. Peças 1 e 2 utilizadas para o fechamento do reator ................................ 71

Figura 35. Esquema da cavidade cilíndrica terceira versão ...................................... 72

Figura 36. Cavidade cilíndrica versão 3. ................................................................... 72

Figura 37. Refrigeração do filtro com água gelada. ................................................... 73

Figura 38. Bombas e conexões. ................................................................................ 74

Figura 39. Parte superior do reator ........................................................................... 75

Figura 40. Trocador de calor utilizado ....................................................................... 75

Figura 41. Esquema da montagem de micro-ondas .................................................. 76

Figura 42. Montagem do sistema de micro-ondas .................................................... 76

Figura 43. Montagem da cavidade cúbica com curto móvel ..................................... 77

Figura 44. Esquema da montagem de micro-onda para cavidade cilíndrica ............. 77

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Figura 45. Casador de impedância ........................................................................... 78

Figura 46. Câmara de reação danificada na cavidade cúbica ................................... 88

Figura 47. Câmara em PEEK danificada na cavidade cilíndrica. .............................. 89

Figura 48. Câmara de reação deteriorada ................................................................ 90

Figura 49. Visualização 2D da densidade de potência da cavidade para potência

incidente igual a 500 W. ............................................................................................ 91

Figura 50. Visualização 3D da densidade de potência da cavidade para potência

incidente igual a 500 W. ............................................................................................ 92

Figura 51. Rendimento em ART do ponto 8.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27 ... 95

Figura 52. Rendimento em ART do ponto 8.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27 ... 95

Figura 53. Rendimento em furfural do ponto 8.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

.................................................................................................................................. 95

Figura 54. Rendimento em furfural do ponto 8.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

.................................................................................................................................. 96

Figura 55. Variação de temperatura para o ponto 8 do delineamento fatorial 1/16 de

27. ............................................................................................................................ 106

Figura 56. Variação de potência irradiada para o ponto 8 do delineamento fatorial

1/16 de 27. ............................................................................................................... 107

Figura 57. Variação de potência refletida para o ponto 8 do delineamento fatorial

1/16 de 27. ............................................................................................................... 107

Figura 58. Variação de potência efetiva para o ponto 8 do delineamento fatorial 1/16

de 27. ....................................................................................................................... 107

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição centesimal de celulose, hemicelulose e lignina em bagaço de

cana-de-açúcar sem pré-tratamento. ........................................................................ 27

Tabela 2. Diferenças entre celulose e hemicelulose ................................................. 33

Tabela 3. Comparação entre resultados de diferentes trabalhos sobre hidrólise. ..... 38

Tabela 4. Métodos de pré-tratamentos de materiais lignocelulósicos para hidrólise

enzimática [72]. ......................................................................................................... 40

Tabela 5. Frequências reservadas para propósitos científicos,................................. 55

Tabela 6. Constante dielétrica (ε’), fator de perdas (ε’’) e fator de dissipação de

algumas substâncias (25°C @ 3 GHz). ..................................................................... 56

Tabela 7. Variáveis e níveis utilizados ...................................................................... 85

Tabela 8. Tabela de variáveis codificadas. ............................................................... 85

Tabela 9. Composição do bagaço (base seca). ........................................................ 92

Tabela 10. Rendimentos em açúcares redutores totais e furfural. ............................ 94

Tabela 11. Novo ponto do Simplex ........................................................................... 98

Tabela 12. Efeitos para o rendimento em ART. ........................................................ 99

Tabela 13. Análise de variância para a resposta rendimento em ART. ..................... 99

Tabela 14. Efeitos para o rendimento em furfural. .................................................. 100

Tabela 15. Análise de variância para a resposta rendimento em furfural. ............... 100

Tabela 16. Efeitos para o rendimento em furfural até 10 minutos. ........................ 101

Tabela 17. Análise de variância para a resposta rendimento em furfural até 10

minutos. ................................................................................................................... 101

Tabela 18. Efeitos para a potência refletida ............................................................ 102

Tabela 19. Análise de variância para a resposta potência refletida. ....................... 103

Tabela 20. Resumo das significâncias, efeitos e fatores de Snedecor calculados

(Fcalc) ..................................................................................................................... 104

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LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Significado Unidade

de medida

E Campo elétrico V/m

H Campo magnético A/m

λ Comprimento de onda m

c Velocidade da luz m/s

f Frequência Hz

v Velocidade da onda m/s

h Constante de Planck J/Hz

'ε Constante dielétrica F/m

'rε

Constante dielétrica relativa

Constante dielétrica do vácuo F/m

"ε Fator ou constante de perdas F/m

"rε

Fator de perdas relativas ---

"efε Perdas efetivas ----

δtan Tangente de perdas ----

Pv Potência dissipada por unidade de volume ou

densidade de potência W/m3

( )ZE

Campo elétrico no interior do material, à distância Z

da superfície. V/m

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0E Intensidade do campo elétrico num ponto na

superfície do material V/m

α Constante de atenuação Np/m ou

dB/m

ρ Massa específica kg/m3

Cp Calor específico (J/kg)°C

d Profundidade de penetração m

máxE Campo elétrico máximo V/m

W Energia J

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 19

2 OBJETIVO ...................................................................................... 23

3 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ................................................. 24

3.1.1 MORFOLOGIA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ........................ 26

3.1.2 COMPOSIÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ........................ 26

3.1.2.1 Celulose ..................................................................................... 27

3.1.2.2 Hemicelulose .............................................................................. 31

3.1.2.3 Lignina ........................................................................................ 33

3.1.2.4 Extrativos e outros ...................................................................... 35

4 HIDRÓLISE DO BAGAÇO DE CANA ............................................. 36

4.1 Hidrólise Ácida .......................................................................... 36

4.2 Pré-tratamentos para Hidrólise Enzimática ............................ 39

4.2.1 TIPOS DE PRÉ-TRATAMENTOS ................................................... 40

4.3 Hidrólise Enzimática ................................................................. 41

5 MICRO-ONDAS .............................................................................. 43

5.1.1 GERAÇÃO DE MICRO-ONDAS ..................................................... 44

5.1.2 EFEITO DA ENERGIA REFLETIDA PARA O MAGNETRON .................. 47

5.1.3 AQUECIMENTO DOS MATERIAIS COM MICRO-ONDAS .................... 50

5.1.4 PROPAGAÇÃO DAS MICRO-ONDAS NOS MATERIAIS ...................... 51

5.1.4.1 Perdas Dielétricas ...................................................................... 52

5.1.4.2 Aquecimento com Micro-ondas .................................................. 53

5.1.5 APLICAÇÕES DAS MICRO-ONDAS ............................................... 54

5.1.6 QUANTIFICAÇÃO DA ENERGIA DE MICRO-ONDAS ......................... 56

5.1.7 HIDRÓLISE COM MICRO-ONDAS ................................................. 59

6 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................. 62

6.1 Reator Irradiado por Micro-ondas ........................................... 62

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6.1.1 COMPONENTES DO REATOR ..................................................... 62

6.2 Descrição do Reator ................................................................. 63

6.2.1 CÂMARA DE REAÇÃO ............................................................... 63

6.2.2 CÂMARA DE REAÇÃO EM POLI-ÉTER-ÉTER-CETONA – PEEK ........ 63

6.2.3 CÂMARA DE REAÇÃO EM VIDRO QUARTZO ................................. 64

6.2.4 CAVIDADES DE MICRO-ONDAS .................................................. 65

6.2.4.1 Cavidade Cúbica ........................................................................ 65

6.2.4.1.1 Montagem da Cavidade Cúbica ................................................. 66

6.2.4.1.2 Fechamento da Câmara de Reação na Cavidade Cúbica ......... 66

6.2.4.2 Cavidade cilíndrica ..................................................................... 68

6.2.4.2.1 Fechamento da Cavidade Cilíndrica com Tubo em PEEK ......... 69

6.2.4.3 Cavidade Cilíndrica Segunda Versão ........................................ 70

6.2.4.3.1 Fechamento da Cavidade Cilíndrica com Tubo de Quartzo ...... 70

6.2.4.4 Cavidade Cilíndrica Terceira Versão ......................................... 72

6.2.4.5 Cavidade cilíndrica quarta versão .............................................. 73

6.2.4.6 Sistema de Bombeamento ......................................................... 73

6.2.4.7 Sistema de Coleta ...................................................................... 74

6.2.4.8 Sistema de Micro-ondas ............................................................. 76

6.2.4.8.1 Cavidade cúbica ........................................................................ 77

6.2.4.8.2 Cavidade cilíndrica ..................................................................... 77

6.3 Equipamentos ........................................................................... 78

6.4 Materiais .................................................................................... 79

6.5 Bagaço de cana-de-açúcar ...................................................... 80

6.6 Reagentes ................................................................................. 80

6.7 Soluções .................................................................................... 81

6.8 MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO BAGAÇO

DE CANA-DE-AÇÚCAR ............................................................. 82

6.8.1 CELULOSE CROSS & BEVAN .................................................... 82

6.8.2 CELULOSE ALFA ...................................................................... 83

6.8.3 HEMICELULOSE ...................................................................... 83

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6.8.4 LIGNINA ................................................................................. 83

6.8.5 CINZAS .................................................................................. 83

6.8.6 ÓLEOS E GORDURAS ............................................................... 84

6.8.7 AÇÚCARES REDUTORES TOTAIS ............................................... 84

6.8.8 FURFURAL ............................................................................. 84

6.9 Planejamento Experimental ..................................................... 85

6.10 Procedimento Realizado para a Hidrólise do Bagaço de

Cana ........................................................................................... 86

6.10.1 ANÁLISE DO HIDROLISADO ....................................................... 87

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 88

7.1 Cavidades de Micro-ondas ...................................................... 88

7.1.1 ENSAIOS COM A CAVIDADE CÚBICA ............................................ 88

7.1.2 ENSAIOS COM CAVIDADE CILÍNDRICA 1º VERSÃO (COM TUBO DE

PEEK).................................................................................. 89

7.1.3 ENSAIOS NA CAVIDADE CILÍNDRICA VERSÃO 2 (COM TUBO DE

QUARTZO) ............................................................................. 90

7.1.4 ENSAIOS NA CAVIDADE CILÍNDRICA VERSÃO 3 (SEM FILTROS) ...... 90

7.1.5 ENSAIOS NA CAVIDADE CILÍNDRICA VERSÃO 4 (REFRIGERADA)..... 91

7.2 Estudo da Distribuição de Energia na Cavidade Cilíndrica ... 91

7.3 Composição do Bagaço ........................................................... 92

7.4 Curvas de Rendimentos em Açúcares Redutores Totais e

Furfural ...................................................................................... 93

7.4.1 ANÁLISE DOS PERFIS OBTIDOS NAS CURVAS DO PROCESSO ........ 96

7.4.1.1 Curvas de Rendimento em Açúcares Redutores Totais (ART) . 96

7.4.1.2 Curvas de rendimento em furfural .............................................. 97

7.4.1.3 Comparação dos Rendimentos Obtidos com os da Literatura .. 97

7.5 Otimização do Processo .......................................................... 98

7.6 Análise de variância ................................................................. 99

7.6.1 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O RENDIMENTO EM ART ................ 99

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7.6.2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O RENDIMENTO EM FURFURAL ...... 100

7.6.3 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A POTÊNCIA REFLETIDA ............... 102

7.6.4 INTERPRETAÇÃO DO DELINEAMENTO 1/16 27 ............................ 103

7.7 Curvas de Temperatura .......................................................... 106

7.8 Curvas de Potência ................................................................ 106

8 CONCLUSÃO ............................................................................... 109

9 RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 110

REFERÊNCIAS ................................................................................... 111

ANEXOS ............................................................................................. 122

ANEXO A - Análise da Celulose Cross & Bevan .......................................... 122

ANEXO B - Análise da Celulose Alfa ........................................................... 127

ANEXO C - Análise da Holocelulose ............................................................ 128

ANEXO D - Análise da Lignina ..................................................................... 132

ANEXO E - Cinzas ........................................................................................ 134

ANEXO F - Óleos e Gorduras ....................................................................... 135

ANEXO G - Análise de açúcares redutores totais (ART) ............................. 136

ANEXO H - Determinação de Furfural ......................................................... 138

ANEXO I – Curvas de Rendimento em Açúcares Redutores Totais ............. 139

ANEXO J – Curvas de Rendimento em Furfural ........................................... 145

ANEXO K – Curvas de Variação de Temperatura ........................................ 151

ANEXO L – Curvas de Variação de Potência Irradiada ................................ 154

ANEXO M – Curvas de Variação de Potência Refletida ............................... 157

ANEXO N – Curvas de Variação de Potência Efetiva ................................... 160

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19

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do uso de biocombustíveis, em especial do etanol, é um marco

tecnológico da atualidade e um grande trunfo para o progresso do Brasil. O

crescente aumento na utilização do etanol baseia-se em três realidades de mercado:

1) aumento interno do consumo de álcool hidratado; 2) opção brasileira pela

produção do biodiesel utilizando etanol na transesterificação dos óleos vegetais [1];

3) o renascimento da alcoolquímica pela produção do “eteno verde e do polietileno

verde” [2] e “lauril éter sulfato de sódio verde” [3].

Esta alta demanda por álcool etílico promoveu a necessidade da melhor utilização

possível da sua principal matéria prima, a cana-de-açúcar, pois de uma tonelada de

cana integral se extrai apenas 0,25 t de caldo contendo os açúcares fermentáveis,

restando 0,47 t de bagaço a 50 % de umidade e 0,28 t de palha com 15 % de

umidade, podendo produzir até 85 L de etanol [4].

A safra de cana-de-açúcar 2010/20111 na Região Centro-Sul, na qual se concentram

86% da produção nacional mostra que a produção de cana atingiu 492 milhões de

toneladas na safra de 2010/2011, uma diminuição de 11% em relação à safra

2009/10, quando foram produzidas 555 milhões de toneladas de cana. Esta

diminuição da produção ocorreu devido as chuva durante este período. Do total 46%

são destinados a fabricação de açúcar e 54% a fabricação de álcool [5].

Se a demanda por etanol mantiver o seu atual crescimento, o país não terá

condições de suprir as necessidades do mercado daqui a 10 anos, pois para tanto

seria necessário dobrar a produção de álcool [1]. Para atingir esta ampliação, além

do investimento em novas usinas, também é necessário um aumento significativo na

produtividade em litros de álcool produzido por hectare-ano de cana plantada porque

as áreas para plantações da cana-de-açúcar não poderão aumentar na mesma

proporção das necessidades. Este aumento de produtividade poderá ser alcançado

1 Período entre plantio e colheita da cana de açúcar, sendo que em 2010 é realizado o plantio e em

2011 nos meses de abril a novembro é realizada a colheita.

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através de três rotas tecnológicas. A primeira tem seu foco voltado para a área

agrícola, no qual são desenvolvidas novas variedades de cana, e que podem

aumentar a produtividade em até 2,5% ao ano. A segunda é focada no setor

industrial que busca desenvolver tecnologias que permitam o aproveitamento

integral da cana-de-açúcar na produção de etanol. A terceira é o aprimoramento da

tecnologia de fermentação alcoólica, com o desenvolvimento de novas cepas de

leveduras que até metabolizam a xilose.

O desenvolvimento de tecnologias para utilização integral da cana-de-açúcar

concentra-se em duas linhas principais: a hidrólise do material lignocelulósico para

produção de açúcares fermentáveis (rota química e enzimática), e a gaseificação

deste material seguida pela síntese de combustíveis líquidos (rota térmica) [1].

O bagaço de cana é um material renovável e biodegradável que contém moléculas

ricas em grupos hidroxilas que podem sofrer um grande número de modificações

químicas para a produção de novos materiais. A reutilização deste rejeito agro-

industrial pode minimizar os problemas ligados ao seu acúmulo e diminuir o uso de

matérias-primas mais nobres, como o petróleo [6] [7].

Em trabalho realizado por GÁMEZ et al. (2006), é apresentado que o processamento

do bagaço para produção de etanol viabilizaria economicamente o investimento

necessário para adaptar as usinas de açúcar e álcool, oferecendo vantagens sócio-

ambientais e aumentando o rendimento econômico do processo. Na Figura 1 são

mostradas as diferentes possibilidades de utilização do excedente do bagaço de

cana visando a montagem de uma biorefinaria. [8]

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21

Figura 1. Esquema de uma biorefinaria. Diversidade de opções na utilização das frações de bagaço [6].

A hidrólise do bagaço pode gerar até 250 L de etanol por tonelada de bagaço ou

palha, considerando uma conversão total [9], para uma produção da ordem de

145 milhões anuais de bagaço e palha, pode-se gerar até 26 bilhões de litros de

bioetanol, que transformando para reais gerariam até R$ 29 bilhões. [10].

Existem dez processos de hidrólise ácida que usam desde ácidos fracos a ácidos

fortes e quatorze processos de hidrólise enzimática que utilizam diferentes enzimas

para a transformação do bagaço em açúcares fermentáveis, patenteados no período

de 1980 a 2010 [11]. O predomínio dos processos enzimáticos é devido à sua

facilidade de hidrolisar as frações cristalinas da celulose (celulose alfa) a qual é

dificilmente hidrolisada por agentes hidrolíticos ácidos [12], porém os tempos de

processamento podem chegar até 200 horas [13]. Já na hidrólise ácida o

processamento é rápido chegando a 12 minutos [14], porém tem dificuldade de

hidrolisar a celulose alfa e propicia a decomposição de parte dos carboidratos

produzidos gerando furfural e 4-hidroximetilfurfural [15], que são inibidores de

fermentação.

A hidrólise ácida de materiais lignocelulósicos com micro-ondas é pouco estudada.

Na literatura técnica são apresentados poucos artigos, sendo que na sua maioria as

micro-ondas são utilizadas como pré-tratamento para hidrólise enzimática [13].

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Com intuito de contribuir ao desenvolvimento de novas tecnologias de hidrólise de

bagaço de cana, as quais sejam efetivas do ponto de vista de hidrólise de celulose

alfa, de velocidade de processamento e de baixa geração de furfural, desenvolve-se

o estudo ora apresentado de hidrólise ácida incentivada por micro-ondas.

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2 OBJETIVO

O objetivo do trabalho proposto é desenvolver um processo de hidrólise ácida

incentivada por micro-ondas, a qual permita converter todos os carboidratos do

bagaço de cana em açúcares fermentáveis com baixo teor de furfural.

Para isso, as seguintes etapas foram estabelecidas:

• Caracterização do bagaço de cana utilizado em relação a sua composição

química, física e granulométrica;

• montagem de protótipo de reator químico contínuo irradiado por micro-ondas

para hidrólise de bagaço de cana sob pressão e incentivada por micro-ondas;

• estudo do melhor agente hidrolítico para a realização da hidrólise;

• determinação das condições para hidrólise incentivada por micro-ondas de

bagaço de cana, compreendendo:

o otimização da produção de açúcares redutores totais pelo método

Simplex;

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3 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

A cana-de-açúcar, conhecida cientificamente como Saccharum officinarum, é uma

gramínia oriundas de regiões temperadas quentes a tropicais da Ásia, especialmente

da Índia e introduzida no Brasil na época colonial, sendo hoje muito cultivada em

regiões tropicais e subtropicais do país. As gramíneas constituem uma grande

família de plantas da classe das monocotiledôneas, de folhas envolventes e caule

oco. Desde a sua origem até os dias atuais a cana-de-açúcar vem passando por

modificações, o que resultou em várias espécies, as quais diferem entre si

principalmente quanto ao conteúdo de fibras e açúcares. Hoje, a maior parte da

cana-de-açúcar cultivada é um híbrido de planta original com outras espécies da

mesma família [16].

Como a maior parte das plantas, a cana-de-açúcar apresenta um eixo principal

denominado talo, de onde emergem as raízes, as folhas e as inflorescências. Dos

constituintes da cana-de-açúcar, apenas o talo tem apresentando valor econômico

por sua capacidade de armazenar açúcares e produção de fibras [17].

Estruturalmente, a cana consiste de vários tipos de tecidos, tais como o córtex (ou

casca), tecido parenquimatoso e hastes fibrovasculares. O córtex é composto de

fibras muito lignificadas, sendo caracterizado pela espessura da parede celular,

comprimento e rigidez de suas fibras. Este tecido confere proteção contra os efeitos

mecânicos externos, servindo de suporte para a planta. A parte interior do talo é

constituída por um tecido parenquimatoso (medula) de caráter não fibroso, o qual

possui como principal função o armazenamento de suco rico em sacarose produzido

pela planta. Imerso dentro deste tecido encontram-se as hastes fibrovasculares,

compostas de fibras curtas e vasos que atuam na sustentação e condução dos

alimentos e outros produtos ao longo da planta [18].

O clima ideal para o cultivo da cana é aquele que apresenta duas estações distintas:

uma quente e úmida, para proporcionar a germinação, o perfilhamento (formação de

brotos) e o desenvolvimento vegetativo, seguida de outra fria e seca, para promover

a maturação e o acúmulo de sacarose nos colmos. A cana não apresenta boa

produtividade em climas como o das regiões equatoriais úmidas [19].

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25

O ciclo de produção completo da cana-de-açúcar é variável. No Brasil, o ciclo é,

geralmente, de seis anos. De forma geral, o primeiro corte é feito 12 ou 18 meses

após o plantio (dependendo da cana utilizada), quando se colhe a chamada cana-

planta. Os demais cortes, quando se colhe a cana resultante da rebrota, são feitos

uma vez por ano, ao longo dos quatro anos consecutivos, com redução gradual da

produtividade, até que se torne economicamente mais interessante reformar o

canavial do que efetuar um novo corte. Substitui-se, então, o canavial antigo por um

novo plantio e inicia-se um novo ciclo produtivo. Nessa reforma do canavial, a área

cultivada fica alguns meses em descanso e pode receber outros cultivos de ciclo

curto, como leguminosas. [19]

De um modo geral, o bagaço consiste de fibras e medula, nas proporções de

aproximadamente 65 e 35% respectivamente. As células que constituem as frações

de fibra e de medula são bastante diferentes fisicamente. As fibras possuem uma

grande razão comprimento/diâmetro (cerca de 70) e um elevado coeficiente de

expansão e contração sob processos de umedecimento e secagem [17].

Assim como outros materiais lignocelulósicos, o bagaço de cana-de-açúcar é

constituído principalmente por celulose, hemicelulose e lignina, podendo ser

utilizados na produção de polpas celulósicas ou hidrolisados que podem produzir

carboidratos e lignina.

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar para a indústria de açúcar e

álcool. Após a separação do caldo de cana, da qual são produzidos o açúcar e o

álcool etílico, o bagaço que sobra é em parte queimado para a geração de calor e

energia para a própria usina [20].

Devido ao excedente, foi estimado que as usinas de açúcar e álcool podem liberar

de 30 a 50% do bagaço produzido para usos alternativos [21]. Dessa forma, o uso

do bagaço de cana como matéria-prima para a produção de celulose e outros

produtos de maior valor agregado tem aumentado consideravelmente nas últimas

décadas, particularmente em países onde há pouca ou quase nenhuma

disponibilidade de madeira como China, Cuba e Índia [22].

O bagaço de cana é o principal resíduo sólido gerado pela atividade sucroalcooleira

e é utilizado para a geração de vapor para a produção de energia para as fábricas

de açúcar e álcool, e também é usado como matéria-prima para a fabricação de

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polpa e produtos de papel. Mas as sobras ainda são significativas, pois apenas 50%

do total desse bagaço são aproveitados [23]. Este excesso pode causar vários

problemas à indústria quando armazenado, como custos adicionais e perigo de

combustão espontânea [24]. Isto quando essas quantidades enormes não são

queimadas nos campos ou nas estradas, o que é comum em alguns países em

desenvolvimento causando uma séria poluição para a cidade e redondezas,

aumentando assim a quantidade de dióxido de carbono emitida na atmosfera e

consequentemente contribuindo para o aquecimento global [25,26].

3.1.1 MORFOLOGIA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

A morfologia do bagaço se encontra relacionada com a estrutura da cana, onde se

encontram fibras exteriores do colmo ou da casca, feixes fibrovasculares e outras

formas fibrosas que dão resistência ao colmo vegetal. A Figura 2 mostra a

microscopia ótica digital e eletrônica de varredura da estrutura da fibra do bagaço.

Figura 2. Microscopia Ótica digital (20�m) (a), MEV da

fibra do bagaço de cana (20�m) (b) [27].

3.1.2 COMPOSIÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

O bagaço de cana, tanto quantos outros resíduos como, palha de arroz, grama,

cascas de cereais, etc, são fontes abundantes, baratas e prontamente disponíveis

de material lignocelulósico renovável.

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27

A composição química do bagaço depende das condições climáticas a que esteve

exposta a cana como também do tipo de microrganismos presentes no solo,

a Tabela 1 apresenta os valores de celulose, hemicelulose e lignina obtida por

diferentes pesquisadores.

Tabela 1. Composição centesimal de celulose, hemicelulose e lignina em bagaço de cana-de-açúcar sem pré-tratamento.

Celulose (%) Hemicelulose (%) Lignina (%) Referência

37 N.D.* 24,6 [28]

32-48 19-24 23-32 [29]

46,9 27,5 26,3 [30]

34,4 22,4 20,3 [31]

54,5 26,7 10,4 [32]

41-44 25-27 20-22 [33]

43,8 25,8 22,1 [34]

46,6 25,2 20,7 [35]

N.D.: não determinado [36]

Como pode-se observar na tabela 1 o material que apresenta maior variação entre

cada autor é a celulose que pode variar de 32% a 54,5%. Enquanto que para a

hemicelulose a variação foi menor.

SHLITTER apresenta diversas informações apresentadas na literatura sobre o

bagaço, uma delas é o valor das densidades aparentes do bagaço em função de sua

fase: 80-120 kg/m3 solto, 280-320 kg/m3 compactado e 120-140 kg/m3

empilhado.[37]

3.1.2.1 Celulose

Dentre os materiais lignocelulósicos a celulose corresponde a aproximadamente

40% de toda reserva de carbono disponível na biosfera, é a fonte mais abundante

deste elemento, base dos componentes orgânicos. Está presente em todas as

plantas, desde árvores altamente desenvolvidas até organismos mais primitivos e

seu conteúdo nestas espécies varia de 20 a 99%. [17]

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A estrutura física e morfológica da celulose nativa é complexa, e os detalhes da

estrutura são dificilmente determinados experimentalmente [38].

A celulose é um polímero de β-D-glucose apresentado na Figura 3, insolúvel em

água. As propriedades físicas deste material resultam do seu alto peso molecular e o

fato de não possuir ramificações. O aspecto estrutural mais importante da celulose é

a ligação 1,4-β das unidades de glucose [39].

Na formação da molécula de celulose acontecem reações sucessivas entre

hidroxilas do carbono e um dos β-D-glucoses, com hidroxilas do carbono 4 de outras

β-D-glucoses, dando origem a um polímero linear formado exclusivamente por

unidades de β-D-glucose, como apresentado na Figura 4. O arranjo linear das

unidades de glucose com a ligação β na celulose faz com que haja uma distribuição

uniforme de grupos hidroxila na extremidade de cada cadeia. Quando duas ou mais

cadeias de celulose entram em contato, os grupos hidroxila estão em posição ideal

para unir integralmente as cadeias, formando ligações de hidrogênio. A ligação de

muitas cadeias de celulose, por esta razão, constitui um polímero rígido e insolúvel.

[40] [39].

Sendo que as unidades fundamentais do polímero de celulose são essencialmente a

sequência de grupos intermediários (III), o grupo terminal não redutor (II), o grupo

terminal redutor (I) e as ligações glucosídicas, também apresentados na Figura 4

[41]. O grupo terminal redutor apresenta esta característica porque o grupo C1-OH é

um grupo aldeído hidratado derivado da formação do anel pironase por ligação

intramolecular hemiacetal. Este grupo tem poder redutor, ao contrário do grupo

alcoólico C4-OH terminal (grupo não redutor) [17].

Figura 3. Representação da molécula da glicose

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29

Assim, a estrutura química da celulose pode ser descrita como 1,4- β-D-glucano,

sendo um polímero de condensação de β- D glucopiranose com ligações 1,4-

glucosídicas [42].

Figura 4. Formação da molécula de celulose [40]

As estruturas da celulose podem ser definidas em termos de três níveis

organizacionais [43]. A estrutura primária é definida pela sequência de ligações

covalentes, correspondendo a um homopolímero de glicose com ligações β-D (1,4)

que fornece certa rigidez as cadeias representadas pelo item A da Figura 5. A

estrutura secundária descreve a conformação molecular, isto é, a organização

espacial das unidades repetitivas, e é caracterizado pelas distâncias das ligações e

respectivos ângulos, e pelas ligações de hidrogênio intermoleculares representadas

pelo item B da Figura 5. A estrutura terciária define a associação das moléculas

formando agregados com uma determinada estrutura cristalina. A partir da estrutura

terciária ocorre a formação das microfibrilas, item C da figura 5, as quais formam as

fibrilas que, por sua vez, se ordena para a formação de sucessivas paredes

celulares, com uma determinada estrutura cristalina de fibra. [40]

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Figura 5. Esquema da parede celular vegetal [44]

O tamanho das microfibrilas nas plantas é variável podendo variar de 36 cadeias

celulósicas, até 1200, que são as produzidas por algas, esse tipo de cadeia possui

um arranjo cristalino altamente organizado. Esta é a forma cristalina mais comum da

celulose denominada natural ou celulose I [45].

As outras formas alotrópicas da celulose são denominadas de celulose II, III, IV e

celulose amorfa. A celulose II, também conhecida com celulose alfa pode ser obtida

através de tratamento alcalino ou da regeneração das fibras celulósicas, através de

processos de dissolução e precipitação do polímero. A celulose II, em contraste com

a celulose I, possui um arranjo cristalino com cadeias numa orientação antiparalela

ao eixo da microfibrila. A celulose tipo III é obtida quando a celulose I ou II são

tratadas com amônia líquida e a celulose IV é obtida a partir da celulose III tratada

em glicerol a 260 ºC [46]. O grau de cristalinidade, o grau de polimerização e a forma

alotrópica da celulose podem ser determinados por técnicas de difração de raios-X e

espectroscopia na região do infravermelho.

As cadeias celulósicas são unidas por forças de Van der Walls e, principalmente,

ligações de hidrogênio intramolecular e intermolecular que promovem um arranjo

cristalino altamente regular dessas cadeias. O grau de polimerização é indicado pelo

número de unidades de glicose ligadas em cada cadeia polimérica. O grau de

A B

C

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31

polimerização da celulose não pode ser determinado na forma “in natura” uma vez

que seu isolamento envolve certa modificação e degradação das cadeias e provoca

disparidade nos valores encontrados. Na literatura são encontrados valores de grau

de polimerização para a celulose na ordem de 1000 até 25000 unidades de glicose

[45].

3.1.2.2 Hemicelulose

As hemiceluloses, também chamadas de polioses, são uma mistura de polímeros de

polissacarídeos de baixa massa molar, os quais estão intimamente associados à

celulose nos tecidos das plantas. Sua massa molar é cerca de 10 a 100 vezes

menor que a da celulose e apresenta ramificações em sua estrutura. As

hemiceluloses são diferenciadas da celulose pela facilidade de hidrólise por ácidos

diluídos e solubilidade em soluções alcalinas. São compostos por unidades de

açúcar, que possuem cinco átomos de carbono, chamados pentoses, ou seis átomos

de carbono chamados de hexoses [47].

Enquanto a celulose, como substância química, contém exclusivamente a D-glucose

como unidade fundamental, as hemiceluloses são polímeros, que em sua

composição podem aparecer diversos tipos de açúcares diferentes como, por

exemplo, a β-D-xilose, a β-D-manose, a β-D-glucose, a β-D-galactourônico, entre

outros, a Figura 6 apresenta as estruturas de todos os açúcares que formam a

hemicelulose [40].

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Figura 6. Açúcares que compõem as hemiceluloses [47]

Os polímeros formados pela condensação de pentoses são chamados de

pentosanas e os por hexoses, hexosanas. Pentosanas e hexosanas são, portanto,

anidridos poliméricos de pentoses e hexoses, com as fórmulas gerais (C5H8O4)n e

(C6H10O5)n, respectivamente, onde n é o grau de polimerização. Assim, uma

pentosana que é formada por unidades de xilose é denominada xilosana, outra

formada por unidades de arabinose é denominada arabinana e assim por diante. Já

um polissacarídeo que, quando hidrolisado, possui unidades de arabinose e

galactose, com o último em maior quantidade, é denominado arabinogalactana [40].

As hemiceluloses se encontram no bagaço de cana-de-açúcar na proporção de 27 a

35% e, quando sofrem hidrólise ácida, podem ser decompostas em xilose,

arabinose, ácido hurônico e furfural [18]. O principal açúcar encontrado nas

hemiceluloses do bagaço é a xilose [48].

As principais características que diferem a celulose da hemicelulose são

apresentadas na Tabela 2, e são importantes uma vez que o termo hemicelulose é

vago e pode ser confundido com a celulose.

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33

Tabela 2. Diferenças entre celulose e hemicelulose Celulose Hemicelulose

Consiste em unidades de

glucose ligadas entre si.

Consiste em várias

unidades de açúcar

(manose, xilose, glucose,

etc) ligadas entre si.

Possui grau de polimerização

elevado.

Possui grau de

polimerização baixo.

Forma arranjo fibroso. Não forma arranjo fibroso.

Forma regiões amorfas e

cristalinas.

Forma somente regiões

amorfas.

É atacado lentamente por ácido

mineral diluído quente.

É atacada rapidamente por

ácido mineral diluído quente.

É insolúvel em soluções

alcalinas.

É solúvel em soluções

alcalinas.

Fonte: [40]

3.1.2.3 Lignina

O termo lignina foi introduzido em 1838 por Anselme Payen para designar o resíduo

solúvel obtido no tratamento da madeira por ácido nítrico concentrado. Durante um

longo tempo, a constituição química desse resíduo permaneceu obscura. Em 1917,

Peter Klason propôs que a lignina poderia ser classificada como uma macromolécula

constituída de unidade de álcool coniferílico mantidas juntas através de ligações tipo

éter. Em 1940, estudos baseados em reações clássicas de química orgânica

levaram a concluir que, de uma forma geral, a lignina era constituída de unidades

fenilpropanóides unidas por ligações éter e carbono-carbono [48].

A lignina é a segunda macromolécula orgânica mais abundante dentre os materiais

lignocelulósicos. É uma substância que é incorporada durante o crescimento vegetal

atuando como agente de ligação cruzada entre as células, gerando uma estrutura

resistente ao impacto, compressão e flexão. As ligninas por suas características

hidrofóbicas conferem à parede celular certa impermeabilidade à água, além de

proteger as plantas contra patógenos, luz ultravioleta e outros fatores ambientais

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34

desfavoráveis devido ao seu alto caráter aromático [49]. Os pesos molares das

ligninas naturais são supostamente muito alto, isto porque é impossível determinar o

quanto por causa da inevitável degradação que ocorre quando a lignina é separada

da celulose [50].

A lignina do abeto apresentada na Figura 7 é um produto polimérico natural, cuja

estrutura principal provém da polimerização dehidrogenativa dos seguintes

precursores primários: álcool trans-coniferílico, álcool trans-sinipílico e álcool trans-

para-cumárico, as moléculas dos mesmos são apresentados na Figura 8. [40]

Figura 7. Estrutura da lignina de abeto (Picea abies) proposta por Adler [48].

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35

Figura 8. Precursores primários da lignina [51].

3.1.2.4 Extrativos e outros

Os extrativos ou as substâncias capazes de serem extraídas do bagaço são

compostos orgânicos que não residem na parede celular da planta, são solúveis em

água, solventes orgânicos neutros, ou evaporados. O teor de extrativos em madeira

de folhosas corresponde a 3 a 10%, variando em torno de 5 a 8% para as madeiras

de coníferas. Esses constituintes são frequentemente responsáveis por

determinadas características da planta, como a cor, o cheiro, a resistência natural ao

apodrecimento, o sabor e as propriedades abrasivas [40]. Nos extrativos podem ser

encontrados gorduras, ceras, ácidos graxos, alcoóis, esteróides e hidrocarbonetos

de elevada massa molar. Existem outros materiais que também não são comumente

extraíveis com os solventes mencionados e também não se encontram na parede

celular, tais como os compostos inorgânicos (cinzas), proteínas e substâncias

pécticas [52].

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36

4 HIDRÓLISE DO BAGAÇO DE CANA

A hidrólise ou sacarificação de materiais lignocelulósicos é a quebra das ligações por

pontes de hidrogênio nas frações de hemicelulose e de celulose em seus

componentes do açúcar: pentoses e hexoses [37].

A hidrólise de materiais lignocelulósicos não ocorre com facilidade, devido a

presença da lignina que envolve a celulose e a hemicelulose, não permitindo a

atuação do ácido, álcali ou enzima.

Os principais tipos de hidrólise são a hidrólise ácida e a enzimática, que são

descritas a seguir.

4.1 HIDRÓLISE ÁCIDA

A hidrólise de biomassa por ácido concentrado ou diluído é a tecnologia mais antiga

para converter biomassa em etanol. A hidrólise de materiais lignocelulósicos para

obtenção de etanol vem sendo estudada desde 1819 quando Braconnot descobriu

que soluções ácidas eram capazes de dissolver a celulose com a posterior

conversão dos polissacarídeos em açúcares. Suas experiências eram conduzidas

com ácido sulfúrico 95% a frio num primeiro estágio e, em seguida com ácido

sulfúrico diluído a quente [53].

Dentre os processos de hidrólise pesquisados pelo Departamento de Agricultura dos

Estados Unidos (USDA) estão os que utilizam ácido mineral concentrado (80%) e os

que utilizam ácido mineral diluído (0,4-1,0%). Os processos com ácido sulfúrico

concentrado apresentam vantagem como alto rendimento em açúcares fermentáveis

e a possível recuperação do ácido e de produtos derivados da hidrólise como o

furfural, mas desvantagens como o enorme gasto energético e o alto consumo de

ácido e de sulfato de cálcio, eram limitantes para a adoção do processo em escala

industrial [54].

A hidrólise ácida diluída é interessante, pois a corrosão das partes metálicas durante

o processo é menor que na hidrólise com ácido concentrado, é adequada para a

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37

operação em larga escala. Entretanto, esse processo também possui vários

problemas, como o baixo rendimento na produção de etanol e a necessidade de

altas temperaturas (250°C) e pressões (40 bar) [55].

Laopaiboon et. al. (2010), em seu trabalho, estuda a hidrólise ácida do bagaço de

cana para a produção de ácido lático. Inicialmente, foi realizado um pré-tratamento

com solução de hidróxido de amônio, para a retirada de uma parte da lignina. Assim

a hidrólise é mais efetiva. Foram usadas soluções de ácido clorídrico e sulfúrico nas

concentrações de 0,5 a 5%. Os tempos de hidrólise foram de 1 a 4 horas e a

temperatura de 90 a 120 °C. As máximas concentrações de xilose obtidas foram na

ordem de 15 g/L para a condição de 120°C, 0,5% de HCl. O hidrolisado obtido foi

detoxificado e fermentado utilizando L. lactis para a produção do ácido lático, o

tempo de fermentação foi de 30 a 64 horas e a concentração máxima obtida de

ácido láctico foi de 10,8 g/L [56].

Hernández-Salas (2009) estudou a hidrólise ácida do bagaço de cana e do bagaço

de sisal. As amostras de bagaço foram separadas em bagaço com fibras longas,

presentes na casca da cana-de-açúcar, essa parte do bagaço possui alta densidade,

e bagaço com fibras curtas, presente no centro da cana-de-açúcar que possui baixa

densidade. Para a realização da hidrólise, foi feita primeiramente um pré-tratamento

com vapor a 121° C e pressão de 1,1 Kgf/cm2 durante 4 horas as soluções utilizadas

foram ácido clorídrico nas concentrações de 1,2%. As amostras foram hidrolisadas

em autoclave a 121°C e 1,1 Kgf/cm2 de pressão. A hidrólise ácida do bagaço nestas

condições apresentou um rendimento de 37,2% para o bagaço de cana de fibras

longas e 35,4% para o bagaço de fibras curtas em açúcares redutores totais [57].

Neureiter et. al.(2002) realizaram um delineamento estatístico para a hidrólise de

bagaço de cana, usando como fatores a temperatura, concentração de ácido

sulfúrico e porcentagem de matéria seca. Os ensaios foram realizados em um reator

de 20 L em aço inox e o tempo de hidrólise variou entre 5 e 20 minutos. As variáveis

respostas foram as concentrações de xilose, furfural, 3,5 hidroximetil furfural,

galactose, arabinose, manose e ácido acético. O resultado do delineamento

apresentou que as condições para a obtenção do maior rendimento de xilose foram

0,045 mol/L de ácido sulfúrico, 159° C, 17 minutos e 20% de matéria seca, para um

rendimento de 22,95 g de xilose por 100 g de bagaço. Mas durante a hidrólise ocorre

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a formação de furfural que para a condição ótima alcançou a concentração de 2,47 g

por 100 g de bagaço [58].

Rodriguez-Chong et. al. (2004) utilizaram como solvente para hidrólise de bagaço de

cana, soluções de ácido nítrico, diferente dos comumente utilizados como, por

exemplo, ácido clorídrico e sulfúrico. Neste trabalho foram determinadas as

constantes cinéticas e comparadas com as obtidas em diferentes tipos de solvente,

temperatura e concentração [59].

A Tabela 3 apresenta os resultados de alguns trabalhos sobre hidrólise ácida.

Tabela 3. Comparação entre resultados de diferentes trabalhos sobre hidrólise.

Condições de hidrólise ácida

Xilose (g/L)

Glicose (g/L)

Arabinose (g/L)

Açúcares redutores

totais (g/L)

Ácido acético

(g/L)

Furfural (g/L)

0,5% de HCl, 100°C, 5 h [56]

22,6 1,5 1,29 25,38 0,15 1,19

2% de H2SO4, 122°C, 24,1 min

[60]

21,6 3,0 N.D.* 24,6 3,65 0,52

6% de HNO3, 122 °C, 9,3 min [59]

18,6 2,9 2,0 23,5 0,9 1,3

4% de H3PO4, 122°C, 5 h [8]

17,6 3,0 2,6 23,2 4,0 1,20

2,5% de HCl, 140°C, 30 min [61]

21,5 5,84 2,95 30,29 5,45 N.D.*

1,25% e H2SO4, 121°C, 2 min [62]

17,1 7,2 2,0 26,3 4,0 1,4

[56]

N.D.* – Não determinado

Paiva et. al. estudou a produção de xilose a partir da hidrólise ácida do bagaço de

cana. As amostras de bagaço de cana de 3 gramas foram deixadas em solução de

ácido sulfúrico em temperatura ambiente por 24 horas e, em seguida, foram

hidrolisadas em autoclave com temperaturas de 111,5 a 128,5 °C e concentrações

de ácido de 0,20 a 3,60 % e tempos de 18, 30 e 50 min de reação. Após a hidrólise

o bagaço foi prensado para retirada do hidrolisado. Este hidrolisado foi neutralizado

com solução de hidróxido de cálcio até pH 5,5 e centrifugado. As análises do

hidrolisado neutralizado foram realizadas por cromatografia HPLC. A concentração

máxima de xilose foi alcançada com temperatura de 126 °C, 3,1 % de ácido,

18 minutos de reação e a concentração de xilose foi de 266,7 mg de xilose por

grama de bagaço seco [63].

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39

4.2 PRÉ-TRATAMENTOS PARA HIDRÓLISE ENZIMÁTICA

A biomassa lignocelulósica, no geral, é resistente à bioconversão e o bagaço de

cana-de-açúcar não é diferente. A utilização da biomassa como uma fonte de

carboidrato para produtos químicos e combustíveis é dificultada pela baixa eficiência

da população microbiana. Além disso, a menos que um excesso muito grande de

enzimas seja usado, a digestibilidade enzimática da celulose na biomassa nativa é

baixa (< 20% de rendimento), devido à característica estrutural do material

lignocelulósico. Em vista disso, resíduos agrícolas requerem um pré-tratamento para

aumentar a digestibilidade da biomassa e fazer com que a celulose se torne mais

acessível às enzimas que convertem os carboidratos em açúcares fermentescíveis

[64], como representado no diagrama esquemático da Figura 9.

Figura 9. Pré-tratamento nos materiais lignocelulósicos [65].

A cristalinidade da celulose, área de superfície acessível, proteção da celulose pela

lignina, o caráter heterogêneo das partículas da biomassa, e o fato da celulose estar

revestida pela hemicelulose contribuem para a resistência da biomassa

lignocelulósica a hidrólise [64] [66-69]. A cristalinidade sozinha é insuficiente para

impedir a hidrólise significativa se uma quantidade de enzima suficiente for usada.

Sendo assim, a soma de todos estes fatores deve ser levada em consideração.

O objetivo do pré-tratamento é quebrar o elo da lignina com a hemicelulose e

celulose, e romper a estrutura cristalina da celulose. Um pré-tratamento eficaz é

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40

caracterizado por diversos critérios: evitar a necessidade de reduzir o tamanho das

partículas da biomassa; limitar a formação dos produtos da degradação que inibem o

crescimento dos microrganismos fermentativos; minimizar a demanda de energia

[70].

O pré-tratamento resulta na ampliação da área superficial interna das partículas do

substrato, realizada através da solubilização e/ou pela degradação parcial da

hemicelulose e da lignina. Isto conduz ao fracionamento dos três componentes e

leva à abertura da estrutura da celulose [71].

4.2.1 TIPOS DE PRÉ-TRATAMENTOS

O pré-tratamento da biomassa lignocelulósica pode ser agrupado em quatro

categorias: físico, químico, biológico ou uma combinação de todos esses, o que

dependerá do grau de separação requerido e do fim proposto [17]

A Tabela 4 resume algumas técnicas de pré-tratamentos para os materiais

lignocelulósicos, com o objetivo de facilitar a hidrólise enzimática.

Tabela 4. Métodos de pré-tratamentos de materiais lignocelulósicos para hidrólise enzimática [72].

Métodos

Operações (fatores) que ocasionam

mudança na estrutura do

substrato

Tipo de mudança Referência

Físico

Moagem e trituração (bola, energia

vibratória, rolo duplo, pressão, martelo); radiação (raios de elétrons, raios γ,

micro-ondas); altas temperaturas

(pirólises, explosão a vapor).

Aumento da área superficial e

tamanho dos poros da partícula,

diminuição do grau de polimerização.

[73] [74] [52]

Químico

Bases, ácidos, gases, agentes

oxidantes e redutores, solventes

orgânicos.

Deslignificação, diminuição do grau de polimerização e

cristalinidade da celulose associada com o inchaço da

amostra, aumento da

[75] [72] [76].

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porosidade.

Biológico

Bolor branco (Pleurorus,

Pycnoporus, Ischnoderma, Phlebia, etc.).

Deslignificação e redução do grau de polimerização da

celulose e hemicelulose.

[77], [78]

Combinado

Tratamento alcalino associado com

explosão a vapor, moagem

acompanhada com tratamento alcalino

ou tratamento ácido.

Degradação da hemicelulose,

deslignificação, aumento da área

superficial e tamanho dos poros.

[79]

4.3 HIDRÓLISE ENZIMÁTICA

A utilização de enzimas para o processamento de biomassa para etanol teve seu

início na década de 1970 [80]. Enquanto a química de obtenção de açúcares a partir

da madeira tem em torno de dois séculos de pesquisa e desenvolvimento e 100

anos de desenvolvimento de processos, as enzimas para hidrólise enzimática

somente contam com 50 anos de esforços sérios. [37]

A hidrólise enzimática da celulose é realizada pelas enzimas celulases, as quais são

altamente específicas [81]. Os produtos da hidrólise são usualmente açúcares

redutores, incluindo a glicose. O custo da hidrólise enzimática é muitas vezes baixo

se comparado com a hidrólise ácida em relação ao processamento porque a

hidrólise é usualmente conduzida em condições suaves (pH 4,8; e temperatura 45-

50°C). Já comparando os catalisadores comuns utilizados na hidrólise ácida, as

enzimas apresentam uma elevada especificidade em relação ao substrato,

aumentando assim muito os custos para realização da hidrólise enzimática. [82].

Outro fator crítico é o tempo de processamento, enquanto que na hidrólise ácida são

necessários alguns minutos ou horas, para a hidrólise enzimática são necessários

dias de processamento.

GRIFFIN, R. em sua patente apresenta um processo de hidrólise enzimática para

diferentes materiais lignocelulósicos desde casca de arroz até grama. O material é

inicialmente triturado e peneirado a 20 mesh, em seguida é adicionado água a uma

razão de 10 partes de água para 1 parte de material lignocelulósico, esta suspensão

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é deixada 60 minutos a 80 ºC, após isso o material é filtrado e prensado até 50% de

sólidos. Após isso, o material é pré-tratado com solução de ácido sulfúrico a 5% em

reator de aço inoxidável a 200 ºC por 2 minutos e logo em seguida resfriado

rapidamente com água fria. Passado o pré-tratamento cerca de 0,05 g de material

pré-tratado é adicionado em um frasco de 25 mL com 4,9 g de solução tampão de

citrato de sódio para ajustar o pH para 4,8, enzimas Iogen Cellulase e Novozym 188

β-glucosidase. O frasco é colocado em um agitador na temperatura de 50 ºC e

agitado por 50 horas a 250 rpm, passado o tempo de hidrólise o material é filtrado e

o hidrolisado, contendo glicose, é fermentado anaerobicamente com S. cerevisiae a

30 ºC por 48 horas para a produção de etanol.[13]

Já TURGET em sua patente apresenta um método parecido de pré-hidrólise em sua

invenção, os açúcares hemicelulósicos, manose, arabinose, sendo em maior

quantidade a xilose, são hidrolisados inicialmente usando água destilada adicionada

a biomassa e aquecido a 185 ºC em banho de areia durante 7 minutos, passado

este tempo é adicionado ácido sulfúrico a 0,15% em massa a 220ºC, a mistura é

deixada na temperatura de 185-205 ºC de 3 a 10 minutos. Em seguida a mistura é

resfriada rapidamente e separada e a parte sólida é enviada a um reator onde ocorre

a hidrólise enzimática que tem duração de 12 horas a 50ºC para obtenção de glicose

a partir da celulose. Os rendimentos podem chegar até 85% em açúcares obtidos a

partir da hemicelulose e 90% em açúcares obtidos a partir da celulose. [83]

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43

5 MICRO-ONDAS

As micro-ondas são radiações eletromagnéticas com espectro de frequência

variando entre 300 MHz e 300 GHz. Radiação eletromagnética tem o mesmo

significado que onda eletromagnética. A onda eletromagnética é um campo elétrico

(E) conjugado com um campo magnético (H), conforme representado na Figura 10

[84] [85].

Figura 10. Representação gráfica de uma onda eletromagnética polarizada linearmente

propagando-se num plano perpendicular a esta folha (λ – comprimento de onda, E = campo elétrico, H = campo magnético e C = velocidade da luz [86]

A onda eletromagnética é caracterizada pela frequência (f), pelo comprimento de

onda (λ), e pela velocidade da onda (v). A frequência é uma propriedade invariante,

não se alterando por nenhum processo linear. A velocidade da onda muda em

função do meio em que a onda está propagando. A velocidade de propagação das

ondas eletromagnéticas no vácuo é de aproximadamente 3,0 × 108 m/s. O

comprimento de onda é a relação entre a velocidade da onda e a frequência, dada

por:

fv

( 1 )

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A quantidade de energia (W) contida em uma onda eletromagnética, medida

em Joules (J), é definida por

fhW ⋅= . ( 2 )

Em que:

h = constante de Planck (6,63×10-34 J/Hz)

f = frequência (Hz).

As radiações são classificadas em função do seu conteúdo energético entre

radiações ionizantes e não ionizantes. As radiações classificadas como ionizantes

são fótons com energia superior a 10 elétron volt, possuem frequências maiores a

partir de 2,42 x 1015 Hz do que as radiações que caracterizam a luz visível, mais

especificamente, o ultravioleta curto, raios X e raios gama. Possuem energia

suficiente para ionizar material biológico, com possíveis consequências graves às

pessoas expostas. [87]

A utilização efetiva das micro-ondas iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial,

em sistemas de radar. A grande necessidade do desenvolvimento de sistemas de

radar durante a guerra contribuiu para o acúmulo de muitos conhecimentos sobre

micro-ondas [88].

A sua utilidade para o aquecimento de materiais foi descoberta em 1946.

Engenheiros que trabalhavam com transmissores de ondas curtas tinham febres

durante os experimentos. Percebeu-se que as febres eram causadas pela exposição

às micro-ondas. Existe outra versão desta descoberta, em que uma barra de

chocolate, que se encontrava no bolso do engenheiro, derreteu assim que ele ativou

o gerador de ondas curtas [88].

5.1.1 GERAÇÃO DE MICRO-ONDAS

De uma maneira simplificada, o sistema necessário para se obter o campo

eletromagnético de micro-ondas é composto por uma fonte DC (fonte de corrente

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contínua), por um gerador de micro-ondas, um aplicador e um sistema de controle. A

fonte de corrente contínua é composta por um transformador, um retificador de

corrente e um filtro capacitivo. O transformador possui função de aumentar a tensão

elétrica. Em alguns casos esta tensão chega à faixa de 30 kV. Em seguida, o

retificador de corrente transforma a corrente alternada em corrente contínua, que irá

alimentar o gerador de micro-ondas. Este gerador é composto por uma válvula, que

transforma a corrente contínua em ondas eletromagnéticas de alta frequência que

são direcionadas ao aplicador. Dependendo do nível de potência e design do

equipamento, um controle da potência de micro-ondas pode ser usado para ajustá-la

de acordo com o material presente no aplicador. [89].

Os geradores de micro-ondas mais conhecidos são o magnetron, power grid,

klystron, e gyrotron.

O magnetron pode ser denominado como uma forma de diodo cilíndrico a vácuo

com um campo magnético axial. Consistindo basicamente de um bloco cilíndrico

(anodo) com um espaço central, o cátodo, posicionado axialmente, como

apresentado na Figura 11 [89].

Figura 11. Constituição básica de um magnetron [89].

Assim como apresentado na Figura 11, há várias cavidades ressonantes dispostas

ao redor do catodo, e as faces das cavidades fazem papel de placas. As cavidades

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46

são escavadas em um bloco de cobre, o qual serve para conduzir e radiar o calor

das perdas. O campo magnético constante é fornecido por um ímã externo. [90]

Um exemplar de um magnetron de uso industrial pode ser visto na Figura 12. Devido

à grande quantidade fabricada possui um custo menor. Suas principais vantagens

são preço, peso, tamanho e eficiência. Sua eficiência pode chegar a 90%, sendo

mais comum eficiências entre 70% e 80% [86].

Figura 12. Magnetron para aquecimento em processos industriais. Projetado para emitir

ondas com frequência de 2,45 GHz e potência de 8 kW [85].

O power grid é um tipo de gerador de micro-ondas de baixo custo, utilizado em

baixas frequências. Este gerador é semelhante aos geradores de ondas de

transmissão de rádio AM, FM e de televisão [86].

O gerador tipo klystron é utilizado quando se necessita de ondas pulsadas de

grande potência. São utilizados em radares civis e militares, processos industriais

especiais, em pesquisas científicas em aceleradores lineares, e, em medicina, em

terapias contra câncer. Sua eficiência é de 50% a 60% [86].

Quando se necessita de um gerador que emita ondas de grande potência e altas

frequências, utiliza-se o gyrotron. Muito caro, grande e pesado, é utilizado em

processos de fusão através de plasma. Sua eficiência é de 50% a 60% [86].

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47

5.1.2 EFEITO DA ENERGIA REFLETIDA PARA O MAGNETRON

A potência do magnetron pode ser afetada pelo superaquecimento resultante das

micro-ondas refletidas pelo material, causando a diminuição da potência irradiada e

consequentemente diminuindo a sua vida útil. Isso ocorre quando as ondas

eletromagnéticas produzidas pelo magnetron são refletidas pelo material e voltam

em direção a ele.

Dispositivos que “removem” micro-ondas refletidas foram desenvolvidos para

proteger o magnetron e manter a consistência da energia fornecida. Existem dois

tipos de aparelhos para esta finalidade, o isolador e o circulador.

O isolador é composto por um guia de onda e uma barra de ferrita com campo

magnético polarizado posicionado transversalmente no seu interior e através de

fenômenos elétromagnéticos as ondas refletidas são atenuadas na barra de ferrita

não passando para o gerador de micro-ondas. A Figura 13 apresenta a foto de um

isolador [84].

Figura 13. Foto de um isolador e a sua representação com ferrita [84].

O circulador é um dispositivo de 3 acessos com o objetivo de forçar o fluxo da

energia de micro-ondas em para apenas uma direção, não permitindo que as micro-

ondas retornem para a fonte geradora. A Figura 14 apresenta um esquema do

funcionamento do circulador. Na Figura 14 a energia entra pela porta 1 e sai apenas

pela porta 2, e a energia que entra pela porta 2 somente pode ir para a porta 3 onde

fica localizada uma carga de dissipação, que absorve a radiação refletida. A Figura

15 apresenta a foto de um circulador. No entanto, quando as ondas saem da fonte

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geradora em direção ao material e não são refletidas, o sistema está em condição de

operação ideal. [84]

Figura 14. Esquema de funcionamento do circulador [84]

Figura 15. Foto do circulador

Há dois tipos de cargas de dissipação. A primeira utiliza água e a segunda utiliza o

próprio ar e aletas que dissipam o calor. A Figura 16 e Figura 17 apresentam os dois

tipos de cargas [84].

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Figura 16. Carga de dissipação, resfriada a ar.

Figura 17. Carga de dissipação, resfriada a água.

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50

5.1.3 AQUECIMENTO DOS MATERIAIS COM MICRO-ONDAS

O fenômeno de aquecimento através de micro-ondas em materiais não magnéticos

ocorre de maneira diferente, dependendo se o material é condutor ou isolante

elétrico.

Quando um material condutor é exposto a um campo eletromagnético, ocorre o

movimento forçado de elétrons deste material. Este movimento é conhecido como

corrente elétrica. Caso este material não seja um supercondutor, a corrente elétrica

causará o aquecimento do material devido à sua resistividade, também conhecido

como aquecimento resistivo [91]. Materiais metálicos são condutores, porém não

sofrem aquecimento efetivo por micro-ondas, já que este tipo de material reflete

grande parte das ondas eletromagnéticas a ele submetidas.

Em materiais dielétricos isolantes não existe a movimentação de elétrons. Nestes

materiais, a indução eletromagnética irá causar uma orientação dos dipolos elétricos

em suas moléculas. Devido ao calor elevado da frequência das ondas

eletromagnéticas, irá ocorrer uma rápida variação do campo eletromagnético, e,

consequentemente, a variação da orientação dos dipolos das moléculas. Esta

movimentação causada pela variação da orientação dos dipolos irá causar o

aquecimento [86]. Em frequências superiores a 1 GHz, o aquecimento de materiais

envolve, principalmente, o mecanismo de rotação dos dipolos [92] [93].

Este fenômeno pode ser facilmente observado durante o aquecimento de alimentos

em fornos de micro-ondas domésticos. A indução eletromagnética do campo de

micro-ondas irá causar a reorientação dos dipolos das moléculas de água presentes

no alimento, conforme pode ser visto na Figura 18. A variação do campo fará com

que a orientação dos dipolos das moléculas de água se modifique com grande

frequência, resultando no aquecimento destas moléculas, e, consequentemente,

ocorrerá o aquecimento do alimento [92].

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51

Figura 18. Indução do campo eletromagnético nas moléculas de água [94].

5.1.4 PROPAGAÇÃO DAS MICRO-ONDAS NOS MATERIAIS

Quando um material é exposto ao campo de micro-ondas, ele pode se comportar de

três maneiras (considerando situações extremas), dependendo de suas

propriedades eletromagnéticas. O material pode refletir a energia eletromagnética.

Nesse caso, diz-se que ele é um material opaco. O material pode transmitir a

energia eletromagnética. Nesse caso, diz-se que ele é um material transparente. E

ele pode absorver a energia eletromagnética. Nesse caso, diz-se que ele é um

material dielétrico [92]. Esses três comportamentos são representados na Figura 19.

É muito importante o conhecimento das propriedades eletromagnéticas do material

que será aquecido, para que seja possível prever o seu comportamento dentro de

uma cavidade de micro-ondas, pois o material interage com o campo de micro-

ondas, promovendo um aquecimento de diferentes intensidades, devido a diferente

propagação das micro-ondas em um material, que depende de suas propriedades

eletromagnéticas.

Sem o campo eletromagnético Com o campo eletromagnético

Molécula

de água

Material

úmido

Material

úmido

Molécula de

água

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Figura 19. Efeitos decorrentes da incidência do campo de micro-ondas nos materiais,

dependendo de suas propriedades [92].

As propriedades eletromagnéticas, que regem a propagação das micro-ondas em

um material são a permissividade elétrica (ε), e a permeabilidade magnética (�) [92].

Ambas são representadas por um número complexo, que quantifica a habilidade do

material armazenar ou absorver energia em forma de calor [92].

5.1.4.1 Perdas Dielétricas

Como já abordado, o aquecimento por micro-ondas ocorre pela movimentação

rotacional das moléculas submetidas à irradiação, tipicamente pela rotação de

dipolos e pela condução iônica, sendo que na prática, estes mecanismos atuam

simultaneamente. A forma de aquecimento de um material pela radiação de micro-

ondas depende em parte de um fator de dissipação do material (tan δ). Este fator de

dissipação é dado pela relação entre a perda dielétrica (ε’’) e a constante dielétrica

deste material (ε’), conforme descrito em ( 3 ).

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53

'''

tanε

εδ =

. ( 3 )

A constante dielétrica determina a habilidade de um material em armazenar a

radiação de micro-ondas sob forma elétrica, enquanto ela atravessa o material, e a

perda dielétrica é uma medida de quanto desta energia é dissipada por este material

na forma de calor e é dependente do valor da frequência de micro-ondas. Quando

as micro-ondas penetram em um material, a energia é absorvida pelo mesmo

material em uma taxa dependente do seu respectivo fator de dissipação, que

assume um valor infinito em materiais que refletem as micro-ondas, como os metais,

ou ainda pode ser considerado nulo em materiais totalmente transparentes à

radiação micro-ondas [92].

Como a energia absorvida é rapidamente dissipada na forma de calor, quanto maior

for o fator de dissipação, menor será o poder de penetração das micro-ondas no

material, a uma dada frequência.

5.1.4.2 Aquecimento com Micro-ondas

Os principais mecanismos de dissipação de micro-ondas por um material são dois:

condução iônica e rotação de dipolos.

Na condução iônica, existe uma migração condutiva dos íons dissolvidos

(eletroforese) em um campo eletromagnético aplicado. Esta migração gera calor,

porque existe uma resistência ao fluxo de íons pela solução, sendo que a migração

é função da concentração, da mobilidade iônica e da temperatura da solução [84].

O mecanismo de rotação de dipolos depende exclusivamente da existência de

moléculas polares, sendo a água a mais comum. Em condições normais, as

moléculas estão distribuídas aleatoriamente; na presença do campo ocorre um

alinhamento dessas moléculas. Como o campo de micro-ondas é alternado, as

moléculas serão alinhadas de acordo com a frequência de micro-ondas; no caso de

2,45 GHz, haverá então a rotação das moléculas 4,9 x109 vezes por segundo. A

partir dessa rotação é gerado o calor, que por sua vez aquece a solução [84].

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O aquecimento por micro-ondas também depende do estado físico da substância.

No gelo, por exemplo, o movimento das moléculas de água sob o campo de micro-

ondas é restrito, por isso que o gelo absorve pouca radiação de micro-ondas [84].

5.1.5 APLICAÇÕES DAS MICRO-ONDAS

A aplicação mais ampla da tecnologia de micro-ondas é na área de

telecomunicações. Através das micro-ondas é possível transmitir, através de

satélites, informação, som e imagens para qualquer parte do mundo.

Vários estudos estão sendo realizados a respeito da aplicação de micro-ondas na

área da química. Estes estudos visam verificar os efeitos causados pela aplicação

do campo de micro-ondas em vários tipos de reações químicas. Já está comprovado

experimentalmente que algumas reações químicas, quando expostas ao campo de

micro-ondas, além de ter sua velocidade aumentada, apresentam um incremento na

sua eficiência. Com estes estudos estão surgindo novas técnicas dentro da química

como, por exemplo, a execução de reações químicas com a ausência de solventes.

Muito dos solventes utilizados em processos industriais são tóxicos e causam

problemas ambientais. Com as micro-ondas há a possibilidade da execução de

reações químicas sem solventes, o que contribui na redução da geração de resíduos

químicos industriais [95].

Na indústria, a tecnologia de micro-ondas é utilizada no processamento de alimentos

(descongelamento de carnes, cozimento, eliminação de fungos de sementes,

aceleração do amadurecimento de frutas, pasteurização, parboilização de arroz,

desidratação, etc), cura de polímeros, tais como vulcanização de borrachas,

fabricação de plásticos, cura de resinas e adesivos, secagem de tecidos, secagem

de madeira, sinterização de cerâmicas e vitrocerâmicas, fabricação de

semicondutores. Na indústria mineradora é utilizada na extração de metais a partir

de minério, etc. [96]

Na área de processamento de lixo e resíduos, a tecnologia de micro-ondas é

utilizada no tratamento de gases e substâncias químicas tóxicas, e na recuperação

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55

de metais como ouro, prata e cobre presentes em placas de circuitos eletrônicos

[89].

Na medicina, a tecnologia de micro-ondas está sendo utilizada na área de cirurgias

de invasão mínima. As micro-ondas estão sendo utilizadas para matar células

cancerosas em mamas e próstata, e no tratamento de arritmia cardíaca [92].

Para que não ocorram interferências nas frequências de micro-ondas utilizadas para

a transmissão e recepção de informações, e na área de comunicações, algumas

frequências são reservadas para outros propósitos como, por exemplo,

aquecimento. As frequências reservadas para propósitos industriais, científicos e

médicos (ISM) são apresentadas na Tabela 5. As frequências mais utilizadas para

propósitos que não sejam para comunicação, são 915 MHz e 2,45 GHz. A

frequência de 2,45 GHz é utilizada para todo tipo de aplicação, inclusive em fornos

domésticos. A frequência de 915 MHz é apenas utilizada industrialmente [92].

Tabela 5. Frequências reservadas para propósitos científicos, médicos e industriais.

Frequência Central (MHz) Faixa de Frequência (MHz)

6,78 6,765 a 6,795

13,56 13,553 a 13,567

27,12 26,957 a 27,283

40,68 40,66 a 40,70

433,92 433,05 a 434,79

915 902 a 928

2.450 2.400 a 2.500

5.800 5.725 a 5.875

24.125 24.000 a 24.250

61.250 61.000 a 61.500

122.500 122.000 a 123.000

245.000 244.000 a 246.000

Fonte: [92]

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56

5.1.6 QUANTIFICAÇÃO DA ENERGIA DE MICRO-ONDAS

O fator de perda dielétrica (ε’’) mede o quanto de energia é dissipada pelo material

na forma de calor. A constante dielétrica (ε’) da substância determina a habilidade de

um material em armazenar a radiação de micro-ondas sob forma elétrica. Já a razão

ε’’/ ε’, é numericamente igual ao fator de dissipação ou tangente de perdas

representado por tan δ = ε’’/ ε’, apresentada anteriormente pela equação 3 que

significa a habilidade de uma amostra converter radiação eletromagnética em calor

(quanto maior este valor mais a substância é aquecida por micro-ondas). A tabela

abaixo mostra várias substâncias e estes parâmetros mencionados [91].

Tabela 6. Constante dielétrica (ε’), fator de perdas (ε’’) e fator de dissipação de algumas substâncias (25°C @ 3 GHz).

Material ε’ (constante dielétrica)

ε’’ (perda dielétrica)

tan δ x 10-4 (fator de dissipação)

Gelo 3,2 0,00288 9

Água

(25°C)

76,7 12,0419 1570

NaCl aq.

0,1 M

75,5 18,12 2400

NaCl aq.

0,5 M

67,0 41,875 6250

Metanol 32,7 0,659 202

Etilenoglicol 12,0 12 10000

Heptano 1,9 0,00019 1

Acetonitrila 36,0 0,062 17

Fonte: [91]

Pode-se deduzir que, para materiais não magnéticos, a potência dissipada numa

amostra de material dielétrico, por unidade de volume, é dada por

22 EfPV ⋅⋅⋅= ''επ (W/m3). ( 4 )

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57

Em que:

E = valor eficaz do campo elétrico

Costuma-se referir ε’ e ε’’ à constante dielétrica do vácuo, 120 10858 −×= ,ε (F/m)

definindo-se assim a constante dielétrica relativa igual a 0ε

εε

'' =r e, portanto,

0εεε ⋅= r'' . Quanto ao fator de perdas relativas vale 0ε

εε

'''' =r e, portanto, 0εεε ⋅= r''''

que, substituído em ( 4), resulta

Substituindo o valor acima em ( 5 ), tem-se

A equação também pode ser apresentada de outra forma, pois como r

r

'"

tanε

εδ = e,

portanto, rr 'tan" εδε ⋅= tem-se

21110565 EfP rv ⋅⋅⋅⋅×= − )tan(', δε (W/m3). ( 7 )

em que:

PV= potência dissipada por unidade de volume (W/m3);

f = frequência do campo elétrico (Hz);

E = valor eficaz daintensidade do campo elétrico num ponto no interior do material

(V/m);

ε'r = constante dielétrica relativa;

tan δ = tangente de perda e/ou fator de dissipação.

202 EfP rV ⋅⋅⋅⋅= εεπ ''

( 5 )

21110565 EfP rV ⋅⋅⋅×= − '', ε (W/m3)

( 6 )

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58

Em ( 7 ), o valor de E é menor do que o valor do campo sobre a superfície, pois

houve dissipação de energia pelo percurso da superfície até o ponto considerado. A

intensidade do campo elétrico dentro do dielétrico decai exponencialmente. Em

primeira aproximação, suposto que uma onda eletromagnética plana incida

perpendicularmente sobre a superfície plana do dielétrico, o campo elétrico no

interior do material, à distância z da superfície, é dado por [97]

zEzE .exp)( α−= 0, ( 8 )

em que:

)(zE = campo elétrico no interior do material, à distância z da superfície (V/m);

E0 = intensidade do campo elétrico num ponto na superfície do material (V/m);

α = constante de atenuação, calculada conforme ( 9 ).

( )[ ]{ } 21

28 1110481 −+⋅⋅⋅×= − δεα tan', rf . (Np/m) ( 9 )

Destas equações tem-se que densidade de potência dissipada na cota z é:

( )zrV EfzP ..exp)(tan',)( αδε 22

01110565 −− ⋅⋅⋅⋅⋅×=

(W/m3). ( 10 )

Em consequência desta potência dissipada PV(z), a taxa de temperatura em função

da penetração em °C/s é obtida por

p

V

CzP

tzT

⋅=

ρ

)()(

(°C/s) ( 11 )

em que:

ρ= massa específica (kg/m3);

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59

Cp= calor específico (J/kg°C).

A profundidade de penetração das micro-ondas em um dielétrico é representada

pela equação

( )[ ]2

1

2 1tan1'

2

2

−+⋅⋅

⋅⋅=

δεπr

f

cd (m) ( 12 )

em que:

0λ=fc

é o comprimento de onda da radiação incidente.

5.1.7 HIDRÓLISE COM MICRO-ONDAS

São poucos os processos que utilizam micro-ondas para hidrólise ácida, ou pré-

tratamento para hidrólise enzimática.

Em 2007, Orozco publicou a hidrólise ácida da celulose de grama em reator batelada

com micro-ondas. O ácido utilizado foi o ácido fosfórico com concentrações que

variaram entre 1 e 10%, nas temperaturas de 150-200 °C, os tempos de reação

foram de 2 a 10 minutos. O equipamento usado foi um sistema com micro-ondas

com vasos de capacidade de 100 mL da marca Explorer, PLS. O produto obtido foi

um mistura de monossacarídeos sendo os principais, a xilose, arabinose e glicose.

As condições ótimas de hidrólise obtidas foram de 2,5% em massa de ácido

fosfórico e temperatura de 175°C o qual resultou nos rendimentos de 24% de xilose,

72% de arabinose e 20% de glicose, e também foi observado que acima da

temperatura de 175°C e 3,5% de ácido ocorre a degradação dos açúcares formados

[98] [99].

Orozco também realizou em seu trabalho um estudo cinético que comprovou que a

utilização de micro-ondas nas hidrólises ácidas consegue diminuir o tempo de

hidrólise aumentando os rendimentos de monossacarídeos [98].

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60

Mais recentemente Zhang et. al. descreveu a aplicação sinergética de micro-ondas e

catalisadores heterogêneos de zeólitas em líquidos iônicos para mediar a hidrólise

de celulose para glicose. Comparado com aquecimento convencional as micro-

ondas aumentam sensivelmente os rendimentos de açúcares, e reduzem o tempo de

reação e ainda diminuem as reações secundárias como as de desidratação dos

açúcares formados e polimerização cruzada. Na hidrólise realizada, utilizou-se

celulose Avicel, o tempo de hidrólise foi de 8 minutos e a potência utilizada foi de

240 W o rendimento de glicose foi de 37% [100].

Em 2002 Satgé realizou um trabalho sobre esterificação de celulose induzida por

micro-ondas, com o objetivo de produzir um plástico biodegradável. Utilizando-se

micro-ondas conseguiu-se reduzir o tempo de reação de 30 minutos para apenas

1 minuto [101]

As micro-ondas também são uma ferramenta utilizada em processo de pré-

tratamento alcalino de materiais lignocelulósicos. O objetivo principal deste pré-

tratamento é a diminuição das quantidades de lignina e hemicelulose, redução da

cristalinidade da celulose e aumento da porosidade do material restante, acelerando

assim o processo de hidrólise enzimática. [102].

Kitchaiya, em seu trabalho, apresenta um pré-tratamento para hidrólise enzimática

de bagaço de cana-de-açúcar e casca de arroz com micro-ondas. Neste pré-

tratamento o solvente utilizado é uma solução aquosa de glicerina. Em 4 tubos de

25 mL, foram adicionados 0,2 g de bagaço ou casca de arroz, que foram imersos em

solução de glicerina. Os tubos foram colocados em um béquer e dispostos no centro

de um forno de micro-ondas doméstico por 10 minutos na potência de 240 W. A

utilização de micro-ondas no pré-tratamento aumentou em 27% a produção de

açúcares redutores totais a partir da celulose e 2% a partir da hemicelulose [103].

Chen W. H., em seu trabalho, estuda o rompimento das estruturas lignocelulósicas

do bagaço de cana usando ácido sulfúrico e micro-ondas como pré-tratamento para

hidrólise enzimática. O equipamento gerador de micro-ondas é composto de um

forno de micro-ondas convencional com controle de potência separado, a frequência

utilizada é 2,45 GHz e a potência máxima foi de 900 W. Dentro da cavidade foi

colocado um reator de Teflon cilíndrico com capacidade de 450 mL e tampa de aço

inoxidável que ficava localizada na parte de fora da cavidade. Gás nitrogênio foi

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61

adicionado ao sistema e a pressão foi controlada através de um manômetro. A

temperatura que apresentou melhor rompimento das fibras foi de 190 ºC, como

apresentado na Figura 20. Houve uma redução de 95,4% na porcentagem de lignina

e 80,1% na porcentagem de hemicelulose [104].

Figura 20. Micrografia do bagaço de cana sem tratamento com micro-ondas (esquerda)

e com tratamento com micro-ondas e ácido sulfúrico (direita) [104].

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62

6 MATERIAIS E MÉTODOS

6.1 REATOR IRRADIADO POR MICRO-ONDAS

Na figura 24 é apresentada uma vista geral do reator na qual se podem observar

todos os componentes apresentados a seguir.

6.1.1 COMPONENTES DO REATOR

Os componentes utilizados para montagem do equipamento para hidrólise ácida

são:

• gerador de micro-ondas CoberMuegge de 2,45 GHz, potência máxima

de 3 kW;

• acopladores direcionais Connecticut Microwaves Equipaments;

• circulador, Gerling;

• carga de dissipação;

• guias de onda 72x34 mm e 30 cm de comprimento para 2,45 GHz;

• guia de onda torcido 72x34 mm e 30 cm de comprimento para 2,45 GHz;

• cavidade cilíndrica 110 mm de diâmetro e 360 mm de comprimento para

2,45 GHz;

• guias de onda retangulares para 2,45 GHz de 72 mm x 34 mm e 300 mm de

comprimento;

• guia de onda retangular flexível para 2,45 GHz de 72x34 mm e 300 mm de

comprimento;

• guia de onda torcido 72x34 mm e 300 mm de comprimento para 2,45 GHz;

• cavidade cúbica experimental de 110 mm x110 mm x 120 mm com tubo

transversal de 30 mm de diâmetro;

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• guias de onda para conexão à cavidade cúbica, base menor 35 x 72 mm,

base maior 110 x110 mm e comprimento de 400 mm.

• câmara de reação em PEEK;

• termômetro digital Minipa modelo MT 600;

• termômetro digital Minipa modelo TD-910;

• duas bomba de diafragma Pulsafeeder, modelo LPK 3S2 ATSG V11;

• banho ultratermostático Nova Ética modelo 521 3D;

• pontas de prova sensora Agilent; modelo 8481A

• curto móvel de fabricação própria;

• power meter de dois canais Agilent Modelo E4419B;

6.2 DESCRIÇÃO DO REATOR

6.2.1 CÂMARA DE REAÇÃO

A seguir são apresentadas as câmaras de reação utilizadas nos protótipos

desenvolvidos.

6.2.2 CÂMARA DE REAÇÃO EM POLI-ÉTER-ÉTER-CETONA – PEEK

A câmara de reação utilizada é basicamente constituída por um tubo em PEEK (poli-

éter-éter-cetona) com espessura de 20 mm, revestido com uma camada interna de

Teflon com espessura de 1 mm. Esta câmara pode suportar pressões de até 20,4

kgf/cm2. O reator possui 370 mm de comprimento total, composto por duas peças

em PEEK rosqueadas, 30 mm de diâmetro externo e 10 mm de diâmetro interno

(Figura 21). A Figura 22 apresenta uma foto da câmara de reação utilizada.

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Figura 21. Estrutura da câmara de reação em PEEK

(a) (b)

Figura 22. Foto da câmara de reação em PEEK, (a) câmara de reação vista geral, (b) parte superior da câmara de reação apresentando a parte interna em Teflon.

6.2.3 CÂMARA DE REAÇÃO EM VIDRO QUARTZO

A câmara de reação em vidro quartzo possui 400 mm de comprimento 10 mm de

diâmetro externo e 5 mm de espessura, possui resistência até 6,1 kgf/cm2 de

pressão, a Figura 23 apresenta a câmara de reação utilizada.

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65

Figura 23. Câmara de reação em quartzo

6.2.4 CAVIDADES DE MICRO-ONDAS

As câmaras de reação descritas a seguir foram condicionadas em cavidades para

irradiação com micro-ondas de 2,45 GHz.

6.2.4.1 Cavidade Cúbica

A cavidade cúbica desenvolvida é um cubo com 1,3 L de volume, no qual há dois

cilindros com diâmetro interno de 30 mm e 375 mm de comprimento total, que atuam

como filtros. Estes trechos de tubo foram soldados de forma transversal. Nas duas

pontas da cavidade há duas flanges com 135 mm de diâmetro para fechamento da

cavidade. As Figura 24 e Figura 25 apresentam a cavidade cúbica descrita.

Figura 24. Esquema da cavidade cúbica, resaltando a posição do filtro

nas suas laterais (a e b).

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Figura 25. Foto da cavidade cúbica.

6.2.4.1.1 Montagem da Cavidade Cúbica

A Figura 26 apresenta a montagem da cavidade cúbica com suas respectivas

medidas expressas em milímetros.

Figura 26. Cavidade cúbica montada.

6.2.4.1.2 Fechamento da Câmara de Reação na Cavidade Cúbica

Na parte superior da câmara de reação foi colocada uma tampa em aço inoxidável

com 50 mm de comprimento total, sendo que nos primeiros dez milímetros da

140

350

400

355

380

400

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67

tampa, o diâmetro interno é de 10 mm e no restante do corpo é de 32 mm de

diâmetro interno.

Na parte inferior da câmara de reação foi colocada outra tampa de aço inoxidável

com 50 mm de comprimento e 32 mm de diâmetro interno figura 5 apresenta as

tampas utilizadas.

Figura 27. Tampas da câmara de reação

A Figura 28 apresenta o esquema de fechamento da câmara de reação. Em cada

tampa foram colocadas telas em aço inoxidável com 250 mesh, cortadas na forma

de círculos (1) para que o bagaço de cana não saísse da câmara devido ao fluxo de

solução ácida. Estas telas foram cobertas lateralmente com cola de silicone para que

não ocorressem vazamentos. As telas são montadas entre duas guarnições

Teflon (2).

A câmara foi fechada com flanges de aço inoxidável 316 e para finalização do

fechamento, utilizaram-se parafusos para fornecer a compressão necessária e evitar

vazamentos como apresentado na Figura 29. Uma guarnição de Teflon (3) foi

colocado em cada lado, na parte externa da tampa de metal (Figura 28), para vedar

o contato de metal com metal, o qual poderia permitir vazamentos.

Figura 28. Montagem das tampas.

Tampa Superior Tampa Inferior

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Figura 29. Esquema do fechamento da cavidade cúbica

6.2.4.2 Cavidade cilíndrica

A cavidade cilíndrica utilizada apresenta 365 mm de comprimento total. Sendo

165 mm no corpo principal e 100 mm em 2 filtros. O diâmetro interno da cavidade é

de 130 mm de diâmetro. A cavidade possui duas conexões para acoplamento de

guias de micro-ondas de 2,45 GHz. A Figura 30 e Figura 31 apresentam a cavidade

descrita.

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69

Figura 30. Esquema da cavidade cilíndrica

Figura 31. Foto da Cavidade cilíndrica

6.2.4.2.1 Fechamento da Cavidade Cilíndrica com Tubo em PEEK

O fechamento da cavidade cilíndrica foi realizada por compressão, da mesma forma

que na cavidade cúbica, como apresentado no item 6.2.4.1.2, a Figura 32 apresenta

o esquema do fechamento.

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70

Figura 32. Esquema de fechamento da cavidade cilíndrica

6.2.4.3 Cavidade Cilíndrica Segunda Versão

Devido a problemas com a câmara de reação na cavidade cilíndrica primenria

versão partiu-se para a segunda versão.

A estrutura da cavidade cilíndrica segunda versão é mesma da cavidade cilíndrica

da versão inicial (item 6.2.4.2), porém a câmara de reação é a de quartzo descrita

em 6.2.3

6.2.4.3.1 Fechamento da Cavidade Cilíndrica com Tubo de Quartzo

Para o fechamento da cavidade cilíndrica com tubo de quartzo foi necessário realizar

modificações no fechamento da cavidade, porque a câmara de reação em PEEK é

resistente a compressão e o seu fechamento era realizado desta forma, como citado

em 6.2.4.2.1. Já a câmara de reação em quartzo não permite realizar o fechamento

por compressão, porque não resiste a compressão. Assim o fechamento será

realizado por sistema de gaxetas. A Figura 33 apresenta o esquema de fechamento.

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71

Figura 33. Esquema de fechamento do reator (medidas em mm).

Na Figura 33. Esquema de fechamento do reator (medidas em mm). a cavidade

cilíndrica (5), com o tubo de quartzo (4) em seu interior, é fechada por compressão

da gaxeta (3) através da peça (2) que, ao ser rosqueada na flange (6), exerce uma

pressão sobre a gaxeta, vedando o tubo de quartzo. Em seguida a peça 1 é

rosqueada na peça (2) para conectar o reator com a tubulação de alimentação e

saída do reator. Utilizou-se uma guarnição de Teflon (7) para dar estanqueidade à

conexão, a Figura 34 apresenta as peças 1 e 2.

Figura 34. Peças 1 e 2 utilizadas para o fechamento do reator

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72

6.2.4.4 Cavidade Cilíndrica Terceira Versão

Com o objetivo de verificar se haveria uma melhor homogeneidade das micro-ondas

na cavidade sem filtros fez-se a terceira versão.

A cavidade cilíndrica terceira versão utilizada não apresenta filtros e possui

360 mm de comprimento total, 135 mm de diâmetro e 5,1 L de volume, a Figura 35 e

Figura 36 apresentam a cavidade descrita.

Figura 35. Esquema da cavidade cilíndrica terceira versão

Figura 36. Cavidade cilíndrica versão 3.

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73

6.2.4.5 Cavidade cilíndrica quarta versão

Devido ao problema de superaquecimento da cavidade cilíndrica versão 1,

provocando a deterioração da câmara de reação, optou-se por refrigerar a parte

externa do filtro inferior. A refrigeração foi feita com a circulação de água gelada

obtida com o uso de um banho termostático. A Figura 37 apresenta uma foto do

sistema.

Figura 37. Refrigeração do filtro com água gelada.

6.2.4.6 Sistema de Bombeamento

O bombeamento das soluções foi realizado por duas bombas de diafragma com

vazão de até 200 mL por minuto. A bomba de diafragma foi escolhida devido a sua

capacidade de trabalhar a altas pressões e devido a possibilidade de regular a

amplitude e a frequência da pulsação.

A Figura 38 apresenta a parte de bombeamento que é composto por (a) bomba 1

que será utilizada para o transporte de água, (b) bomba 2 usada para o agente

hidrolítico. Na saída de cada bomba, a tubulação é conectada com (c) válvulas

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74

esfera e na saída das válvulas há (d) uma conexão em T que direciona o fluido para

a câmara de reação.

Figura 38. Bombas e conexões.

6.2.4.7 Sistema de Coleta

A Figura 39 apresenta o sistema de coleta que possui os seguintes componentes: a)

conexão, b) trecho de tubo, c) conexão em T, d) primeira válvula agulha para

amostragem, e) termopar, f) manômetro, g) válvula agulha. Na saída da válvula

agulha é conectado um trocador de calor para resfriamento do hidrolisado.

(c) (d) (c)

(b) (a)

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75

Figura 39. Parte superior do reator

O trocador de calor para resfriamento do hidrolisado é do tipo tubo carcaça, com 305

mm de comprimento, 80 mm de diâmetro do tubo externo e

10 mm de diâmetro do tubo interno. A circulação da água de refrigeração é feita por

fora do tubo em contracorrente. A Figura 40 apresenta este trocador de calor.

Figura 40. Trocador de calor utilizado

(a)

(b)

(d)

(c)

(f)

(e)

(g)

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76

6.2.4.8 Sistema de Micro-ondas

O sistema de geração de micro-ondas de 2,45 GHz foi constituído por: uma fonte de

alta tensão, que alimenta o gerador de micro-ondas (1), que é conectado a um guia

de onda (2) e a um acoplador direcional (3) para medição da potência irradiada; um

circulador (4) é utilizado para proteção do magnetron contra potência refletida, esta

potência refletida é medida por meio de outro acoplador direcional (6) e absorvida

em água através de uma carga de dissipação (5). Este conjunto é apresentado nas

Figura 41 e Figura 42 e foram comuns às montagens das cavidades cúbica e

cilíndrica

Figura 41. Esquema da montagem de micro-ondas

Figura 42. Montagem do sistema de micro-ondas

(1)

(5)

(2) (3) (4)

(6)

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77

6.2.4.8.1 Cavidade cúbica

Para a cavidade cúbica, a montagem do gerador foi conectada à cavidade e utilizou-

se um curto móvel para localizar o máximo de campo elétrico sobre o corpo do

reator. A Figura 43 abaixo apresenta no detalhe (a) o curto móvel utilizado.

Figura 43. Montagem da cavidade cúbica com curto móvel

6.2.4.8.2 Cavidade cilíndrica

Para a cavidade cilíndrica, a montagem do gerador de micro-ondas tem a adição de

um casador de impedância com dois curtos móveis em T que tem como finalidade

aumentar a potência efetiva. A Figura 44 apresenta o esquema da montagem de

micro-ondas com o casador impedância no detalhe (7), e a Figura 45 apresenta uma

foto do casador.

Figura 44. Esquema da montagem de micro-onda para cavidade cilíndrica

(a)

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78

Figura 45. Casador de impedância

6.3 EQUIPAMENTOS

Abaixo são descritos os equipamentos utilizados nos ensaios de caracterização do

bagaço e nas análises de controle da hidrólise.

• medidor de potência dois canais Agilent Modelo E4419B

• analisador de umidade por infravermelho GEHAKA modelo IV 2500;

• espectrofotômetro UV-Visível Varian Cary 50;

• balança analítica com precisão de 0,1 mg Shimadzu modelo 220 AY;

• bomba de vácuo Goldsun modelo 0411;

• termômetro com escala de -10 a 150°C Incoterm; com divisão de 1°C.

• banho termostatizado Tecnal modelo TE 184;

• chapa de aquecimento Quimis modelo Q 261;

• estufa de secagem e esterilização FANEM modelo 315 SE;

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• forno Mufla Quimis G318M21;

• aparelho de extração Soxhlet;

• cronômetro, marca Oregon;

6.4 MATERIAIS

• balão de fundo chato de 250 mL com boca esmerilhada;

• algodão;

• balões volumétricos de diversos volumes;

• béqueres de diversos volumes;

• cadinho de Gooch de 50 mL;

• cadinho de vidro sinterizado de 30 mL de capacidade e porosidade média;

• cadinho de vidro sinterizado de 30 mL de capacidade e porosidade fina;

• cápsula de porcelana de 12 cm de diâmetro;

• cartucho para extrator Soxhlet;

• papel de filtro n° 40 Whatman, 12 cm de diâmetro;

• cartuchos de papel de filtro;

• condensador de bolas adaptável ao extrator Soxhlet de 60 cm;

• cubetas de quartzo de 5 mL;

• dessecador com sílica gel 30 cm de diâmetro;

• espátula de aço inox de 15 cm de comprimento;

• funil analítico de 8 cm de diâmetro;

• funil de separação de 250 mL;

• kitassato de 1 L;

• pesa-filtros de 50 mL;

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80

• pipetas graduadas de diversos volumes;

• pipetas volumétricas de diversos volumes;

• tubo de Folin Wu ou tubo de ensaio com capacidade para 25 mL;

• vidros de relógio de 10 cm de diâmetro.

6.5 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

O bagaço de cana-de-açúcar utilizado foi gentilmente cedido pela empresa Pedra

Agroindustrial localizada em Serrana, interior de São Paulo.

O bagaço foi seco em estufa a 70°C até massa constante, separado por

granulometria utilizando peneiras vibratórias. Utilizou-se a fração com tamanhos

menores que 10 mesh.

As amostras de bagaço para utilização na hidrólise foram homogeneizadas, pesadas

em papel alumínio e mantidas em dessecador.

6.6 REAGENTES

• ácido 3,5 dinitrossalicílico P.A. - Synth;

• ácido acético P.A.- Vetec;

• ácido clorídrico 36% P.A.- Vetec

• ácido cromotrópico P.A. - Vetec;

• ácido sulfúrico 98% P. A. – Casa Americana;

• álcool etílico 99,9% P. A. – Casa Americana;

• amido solúvel P. A. – Vetec;

• anilina pura (redestilada) P. A. – Vetec;

• benzeno P. A. – Vetec;

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• bissulfito de sódio P. A. – Vetec;

• éter etílico P. A. – Synth;

• furfural P.A. destilado – Vetec;

• glicose P.A – Synth;

• hidróxido de sódio P. A. Vetec;

• monoetanolamina 99,9% P. A. – Vetec;

• sulfito de sódio 99% P. A. – Vetec;

• tartarato de potássio e sódio tetrahidratado P. A. – Synth;

• tiosulfato de sódio P. A. – Vetec.

6.7 SOLUÇÕES

• solução de álcool etílico 50%;

• solução de álcool etílico 90%;

• água de cloro, aproximadamente 0,16N e recém preparada;

• solução de álcool etílico : benzeno: 1:2;

• solução de ácido 3,5 dinitrossalicílico 10 g/L;

• solução de ácido acético a 1%;

• solução de ácido clorídrico 0,16 N;

• solução sulfito de sódio 5 g/L;

• solução de ácido sulfúrico 15 M;

• solução de ácido sulfúrico 1M;

• solução de ácido sulfúrico 72%;

• solução de ácido sulfuroso, aproximadamente 0,16N;

• solução de álcool etílico a 95%;

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82

• solução de álcool etílico a 96%;

• solução 2:1de álcool-benzeno;

• solução de amido 50 g/L;

• solução de hidróxido de amônio a 0,1%;

• solução de hidróxido de sódio 0,1M;

• solução de hidróxido de sódio 2N;

• solução alcoólica de monoetanolamina 3%

• solução de sulfito de sódio 5 g/L;

• solução de sulfito de sódio a 20 g/L;

• solução de tiossulfato de sódio 0,1 M;

• soluções padrão de glicose de 1 a 20 g/L.

6.8 MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO

BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

Foram realizadas análises para a determinação dos componentes do bagaço de

cana-de-açúcar e para a análise do hidrolisado, as análises foram realizadas em

triplicata e são descritas a seguir.

6.8.1 CELULOSE CROSS & BEVAN [105]

O método para a determinação da celulose Cross & Bevan é baseado na hidrólise

da lignina presente na madeira ou bagaço, utilizando água de cloro de três a quatro

vezes, ácido sulfuroso e sulfito de sódio. Para verificar se toda a lignina foi eliminada

é utilizada solução de sulfito de sódio, que indica a presença de componentes

fenólicos apresentando uma coloração rósea quando em contato com a mistura, o

procedimento completo é apresentado no Anexo A.

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83

6.8.2 CELULOSE ALFA [105]

O método para determinação de celulose alfa é baseado na dissolução da celulose

com solução concentrada de hidróxido de sódio e posterior lavagem para retirada de

todo o material que não seja a celulose alfa. O procedimento completo é

apresentado no Anexo B

6.8.3 HEMICELULOSE [105]

A hemicelulose é obtida a partir da diferença entre a determinação da celulose e da

holocelulose. Na determinação da holocelulose a amostra é submetida inicialmente a

um tratamento com solução etanol-benzol em extrator Soxhlet, após isso a amostra

é tratada com gás cloro até ficar totalmente branca. O método completo é

apresentado no Anexo C.

6.8.4 LIGNINA [105]

Para a determinação da lignina, a amostra de bagaço de cana é submetida a um

tratamento com solução etanol-benzeno e em seguida a uma solução de ácido

sulfúrico a 72%, para a eliminação de toda a celulose e hemicelulose. O anexo D

apresenta o procedimento completo realizado.

6.8.5 CINZAS [106]

Na determinação de cinzas em uma amostra de bagaço de cana-de-açúcar, uma

massa previamente pesada em cadinho tarado é queimada em mufla a 550 °C e

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84

pesada até massa constante. O anexo E apresenta o procedimento completo

realizado.

6.8.6 ÓLEOS E GORDURAS [107]

Na determinação de óleos e gorduras, uma amostra de bagaço de cana-de-açúcar,

com massa conhecida, é deixada em refluxo a quente em um extrator Soxhlet com

solução de éter durante 3-4 horas. O éter, com os óleos e gorduras extraídos do

bagaço, é evaporado, o balão é pesado antes e depois para se determinar a massa

de óleo e gordura presente no bagaço. O anexo F apresenta o método completo.

6.8.7 AÇÚCARES REDUTORES TOTAIS [108]

Na determinação de açúcares redutores totais, uma amostra de hidrolisado,

contendo açúcares, é neutralizada, em seguida misturada com uma solução alcalina

de ácido 3,5-dinitrosalicílico e aquecida em banho de água. Durante o aquecimento,

a hidroxila do açúcar redutor reage com o ácido 3,5-dinitrosalicílico, deixando o meio

mais escuro. Uma curva de calibração é preparada para se determinar a quantidade

real de açúcares redutores totais na amostra, a leitura é realizada em um

espectrofotômetro a 540 nm. O anexo G apresenta o método completo.

6.8.8 FURFURAL [109]

Na determinação de furfural as amostras são diluídas em solução alcoólica a 50%.

Em cada amostra são adicionadas 4 gotas de anilina e 1 mL de ácido acético. A

anilina, em meio ácido, na presença de furfural, desenvolve a coloração rósea. Uma

curva de calibração é preparada para se determinar a quantidade real de furfural na

amostra, as leituras são realizadas em espectrofotômetro a 520 nm. O anexo H

apresenta o método completo.

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85

6.9 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

O planejamento experimental realizado foi um fatorial fracionário 7216

1 com

possibilidade de utilizar-se para aplicar método Simplex [110]. A Tabela 7 apresenta

as variáveis utilizadas e níveis utilizados.

Tabela 7. Variáveis e níveis utilizados

Variável (-) (+)

pKa 4 -3

Potência específica (W/g) 200 400

Pressão (atm) 2 4

Concentração (mol/L) 0,5 1,25

Vazão (mL/min) 15 30

Tempo de irradiação (min) 10 30

Abertura da bomba (%) 70 100

A tabela de variáveis codificadas é apresentada a seguir:

Tabela 8. Tabela de variáveis codificadas.

A fusão das variáveis para o delineamento fracionário foi a seguinte:

Ponto Abertura

(%) [A]

Pressão (atm) [B]

Vazão (mL/min)

[C]

pKa

[D]

Potência (W/g)

[E]

Concentração (mol/L)

[F]

Tempo de Irradiação

(min) [G]

1 -1 -1 -1 -1 1 1 1

2 1 -1 -1 1 -1 -1 1

3 -1 1 -1 1 -1 1 -1

4 1 1 -1 -1 1 -1 -1

5 -1 -1 1 1 1 -1 -1

6 1 -1 1 -1 -1 1 -1

7 -1 1 1 -1 -1 -1 1

8 1 1 1 1 1 1 1

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D = ABC

E = AB

F = AC

G = BC

6.10 PROCEDIMENTO REALIZADO PARA A HIDRÓLISE DO BAGAÇO DE

CANA

Carregar a câmara de reação com aproximadamente 1,0 g de bagaço de cana-de-

açúcar seco. Tomar o cuidado de centralizar o bagaço, utilizando-se duas baguetas.

Colocar a câmara de reação na cavidade cilíndrica e fechar, conforme citado

anteriormente.

Iniciar o bombeamento de água na vazão especificada na Tabela 8.

Ligar o gerador de micro-ondas na potência especificada na Tabela 8.

Aguardar até a temperatura chegar a 100°C.

Trocar a alimentação de água para solução ácida, e iniciar a contagem do tempo

para obter a duração apresentada na Tabela 8.

Retirar amostras a cada 2 minutos para os ensaios de 10 minutos e a cada 5

minutos para os ensaios de 30 minutos.

Terminado o tempo de reação, desligar o gerador de micro-ondas, trocar a

alimentação de ácido para água e aguardar o resfriamento da câmara de reação.

Após resfriado retirar a câmara de reação da cavidade e a massa restante de

bagaço de cana de dentro da câmara de reação.

Secar o bagaço de cana em um secador infravermelho.

Determinar a massa total restante de cada amostra.

A aleatoriedade na sequencia de execução dos experimentos é um requisito

fundamental para garantir e aumentar a precisão de um projeto fatorial 2k, para

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reduzir o risco de ocorrências desconhecidas e inexplicáveis, que tornariam a

análise não conclusiva [111]

6.10.1 ANÁLISE DO HIDROLISADO [108] [109]

Filtrar o hidrolisado, retirar uma alíquota de 10 mL e transferir para um béquer de

50 mL com um a barra magnética.

Colocar o béquer sobre um agitador magnético.

Introduzir um eletrodo de pH.

Anotar o pH inicial, adicionar solução de hidróxido de sódio 4 mol/L até pH próximo

de 6 e NaOH 0,1 mol/L até pH 7.

Transferir quantitativamente o hidrolisado do béquer para um balão volumétrico de

100 mL.

Retirar uma alíquota de 1 mL para análise de açúcares redutores totais [108] e

furfural [109], o procedimento para análise é apresentado nos anexos G e H.

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88

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1 CAVIDADES DE MICRO-ONDAS

Foram descritas cinco alternativas para a cavidade do reator de hidrólise, a saber:

• 6.2.4.1: Cavidade Cúbica.

• 6.2.4.2: Cavidade Cilíndrica 1º Versão (com tubo de PEEK).

• 6.2.4.3: Cavidade Cilíndrica 2º Versão (com tubo de quartzo).

• 6.2.4.4: Cavidade Cilíndrica 3º Versão (sem filtro)

• 6.2.4.5: Cavidade Cilíndrica 4º Versão (refrigerada)

As sucessões de experiências, a seguir descritas, apresentam a evolução do

conceito da cavidade.

7.1.1 ENSAIOS COM A CAVIDADE CÚBICA

Houve a queima da parte inferior da câmara, devido ao superaquecimento da

câmara de reação ocasionado por uma má distribuição de energia dentro da

cavidade de micro-ondas. A Figura 46 apresenta a câmara de reação queimada.

Figura 46. Câmara de reação danificada na cavidade cúbica

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Devido a este problema a cavidade cúbica foi abandonada. Decidiu-se adotar uma

cavidade cilíndrica, na expectativa de uma melhor distribuição do campo de micro-

ondas.

7.1.2 ENSAIOS COM CAVIDADE CILÍNDRICA 1º VERSÃO (COM TUBO DE PEEK)

Durante a realização dos ensaios na cavidade cilíndrica houve um

superaquecimento da câmara de reação, que ocasionou o derretimento da câmara

como apresentado na Figura 47.

Figura 47. Câmara em PEEK danificada na cavidade cilíndrica.

Como ainda estava ocorrendo uma distribuição não uniforme de campos de micro-

ondas foi proposto um novo modelo de cavidade de micro-ondas.

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7.1.3 ENSAIOS NA CAVIDADE CILÍNDRICA VERSÃO 2 (COM TUBO DE QUARTZO)

Obviamente, não houve problema de fusão do corpo do reator. Entretanto, a pressão

máxima de operação ficou comprometida pela fragilidade mecânica do quartzo, em

especial em temperaturas mais elevadas.

7.1.4 ENSAIOS NA CAVIDADE CILÍNDRICA VERSÃO 3 (SEM FILTROS)

Durante a realização dos ensaios, notou-se que energia refletida era superior a

energia refletida das cavidades anteriores.

Durante a realização dos ensaios, ocorreu novamente o superaquecimento do

reator, como apresentado na Figura 48. O que demonstra que os filtros não foram os

determinantes para esta pane do reator.

Figura 48. Câmara de reação deteriorada

Devido a este problema da potência refletida e do dano da câmara de reação

retornou-se a cavidade cilíndrica 1, versão 2.

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91

7.1.5 ENSAIOS NA CAVIDADE CILÍNDRICA VERSÃO 4 (REFRIGERADA)

Foi possível operar por mais tempo o reator sem que ocorresse a pane observada

nas versões anteriores.

7.2 ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA NA CAVIDADE CILÍNDRICA

Devido aos problemas encontrados durante a realização do trabalho ao se utilizar a

câmara de reação em PEEK, foi realizada uma simulação utilizando o método de

elementos finitos [112]. O estudo apresentou uma não homogeneidade nos valores

de densidade de potência no eixo da cavidade, a Figura 49 e Figura 50 apresentam

as simulações realizadas.

Figura 49. Visualização 2D da densidade de potência da cavidade

para potência incidente igual a 500 W.

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92

Figura 50. Visualização 3D da densidade de potência da cavidade

para potência incidente igual a 500 W.

A partir das simulações realizadas, pode-se confirmar que ocorre uma distribuição

não uniforme de densidade de energia causa o superaquecimento do tubo de PEEK

provocando a sua deterioração como apresentado nas Figura 46,Figura 47 e Figura

48.

7.3 COMPOSIÇÃO DO BAGAÇO

A partir das análises realizadas, como discutido em 6.8 obtiveram-se as seguintes

porcentagens apresentadas na Tabela 9.

Tabela 9. Composição do bagaço (base seca).

Composto Quantidade (%)

Celulose 44,2

Hemicelulose 25,1

Lignina 27,3

Extrativos 2,6

Cinzas 0,8

Celulose alfa 35,8

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93

Observando os valores obtidos verifica-se que os mesmos são próximos aos

apresentados na literatura [28-35].

7.4 CURVAS DE RENDIMENTOS EM AÇÚCARES REDUTORES TOTAIS E

FURFURAL

Os resultados de rendimentos em açúcares redutores totais e furfural, obtidos nas

condições pré-definidas no delineamento 1/16 27 são apresentado na Tabela 10.

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Tabela 10. Rendimentos em açúcares redutores totais e furfural. Condições utilizadas Resultados

Ponto A B C D E F G Rendimento

em ART (1) (2)

Rendimento em Furfural

(1) (2)

Massa inicial

(g) (1) (2)

Massa final (g)

(1) (2)

Conversão (%)

(1) (2)

1 70 2 15 4 400 1,25 30 4,82 4,32 0,19 0,11 1,12 1,09 0,80 0,75 28,6 31,2

2 100 2 15 -3 200 0,5 30 26,14 25,45 0,32 0,20 1,05 1,16 0,55 0,64 47,6 44,8

3 70 4 15 -3 200 1,25 10 42,90 44,59 0,73 0,95 1,1 1,1 0,39 0,48 64,5 56,4

4 100 4 15 4 400 0,5 10 6,23 6,91 0,05 0,07 1,14 1,2 0,79 0,82 30,7 31,7

5 70 2 30 -3 400 0,5 10 27,80 27,95 0,07 0,07 1,01 1,1 0,47 0,55 53,5 50

6 100 2 30 4 200 1,25 10 0,31 0,26 0,02 0,018 1,03 1,05 1,00 1,03 2,9 1,9

7 70 4 30 4 200 0,5 30 1,51 1,69 0,21 0,14 1,2 1,12 1,09 1 9,2 10,7

8 100 4 30 -3 400 1,25 30 44,42 44,92 1,88 2,80 1,05 1,04 0,25 0,29 76,2 72,1

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min); D: pKa; E: Potência (W/g); F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação

(min)

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Abaixo são apresentados os gráficos de rendimento em açúcares redutores totais e

furfural em função do tempo, para o ponto que apresentou maior rendimento, e os

demais pontos estão no Anexo A.

Figura 51. Rendimento em ART do ponto 8.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 52. Rendimento em ART do ponto 8.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 53. Rendimento em furfural do ponto 8.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

-10

0

10

20

30

40

50

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

% instântanea de ART % acumulada de ART

0

10

20

30

40

50

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)% instântanea de ART % acumulada de ART

00,25

0,50,75

11,25

1,51,75

22,25

2,52,75

3

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)% instântanea de furfural % acumulada de furfural

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Figura 54. Rendimento em furfural do ponto 8.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

7.4.1 ANÁLISE DOS PERFIS OBTIDOS NAS CURVAS DO PROCESSO

7.4.1.1 Curvas de Rendimento em Açúcares Redutores Totais (ART)

A partir dos resultados da Tabela 10, pode-se verificar que a melhor condição para a

obtenção de ART são os pontos 3 e 8, que apresentaram o agente hidrolítico com a

maior força (pKa), e com maior concentração.

Na Figura 51 e Figura 52, observa-se que, em aproximadamente 10 minutos de

hidrólise, atingiu-se 84% de todo o ART produzido, que corresponde ao rendimento

de 37,9%. O reator conseguiu converter 44,7% do total de bagaço em açúcares

redutores totais, que correspondem a toda a hemicelulose e parte da celulose

presente no bagaço de cana gerando açúcares redutores totais. A baixa conversão

em ART pode ser atribuída à presença da celulose alfa como foi observado em

trabalho inicial [113] em pressão de 10 atm, que é de difícil processamento, devido à

sua estrutura cristalina. O reator não conseguiu atingir as condições necessárias

para hidrolisar a celulose alfa. Isso demonstra que o processo de operação deve

atingir pressões maiores que os 4 atm para conseguir hidrolisar toda a celulose alfa.

Os perfis das curvas do Anexo A indicam que o tempo de reação efetiva é entre 10 e

15 minutos, pois após este intervalo a reação se processa em ritmo insignificante.

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

2

0 5 10 15 20 25 30 35Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

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As curvas referentes aos pontos 4 e 7 apresentam um tempo de atraso para início

da hidrólise da ordem de 4 a 15 minutos. Ainda não foi identificada a causa desta

defasagem de início de hidrólise.

Considerando os citados perfis de reação, os valores de conversão do bagaço de

cana (Tabela 10) e o teor de celulose alfa (Tabela 9), pode-se inferir que apenas

parte da celulose alfa foi hidrolisada e também parte da lignina.

7.4.1.2 Curvas de rendimento em furfural

Já para o furfural, atingiu-se um baixo rendimento, chegando ao máximo de 2,8% na

condição do ponto 8. Esse baixo rendimento em furfural se deve ao fato de que foi

utilizado um sistema contínuo para alimentação do agente hidrolítico e retirada do

hidrolisado, que preservou o açúcar formado. Diferente do sistema batelada, no qual

o açúcar formado é decomposto em maior intensidade, pelo fato do açúcar ficar

retido no vaso de reação sujeito as condições de elevada temperatura, pressão e

acidez.

Analogamente às curvas de rendimento em ART, a maioria das curvas de

rendimento em furfural (Anexo J) também apresentou um tempo de reação efetiva

no período de até 10 minutos de processamento. Enquanto que as curvas 7 e 8

apresentam uma produção acumulada de furfural.

Esta produção representa uma concentração de furfural da ordem de 0,004 g/L

Considerando a baixa produção de furfural observada, pode-se aceitar que o reator

em fluxo permite minimizar a formação de furfural.

7.4.1.3 Comparação dos Rendimentos Obtidos com os da Literatura

KITCHAIYA [103] realizou a hidrólise enzimática de bagaço de cana e de casca de

arroz, neste trabalho foram alcançadas rendimentos de 45% em açúcares redutores

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totais, porém para atingir essa conversão foram necessárias 48 horas de

processamento com enzima e todo um pré-tratamento anterior, diferente do trabalho

realizado que em questão de 10 minutos atingiu o mesmo rendimento em ART sem

nenhum pré-tratamento.

CHEN [104], em seu trabalho realizou a hidrólise de bagaço de cana com soluções

ácidas de ácido sulfúrico, utilizando irradiação de micro-ondas. Em seus resultados,

foram obtidos apenas 39% de conversão em xilose que corresponde a um

rendimento total em ART de 24,6%, esse valor representa apenas uma parte da

hemicelulose. Enquanto que, no presente trabalho, obteve-se um rendimento de

44,7% no qual toda a hemicelulose e parte da celulose foram hidrolisadas.

No trabalho realizado por OROZCO [98] no qual foi realizada a hidrólise de grama

em reator batelada, os resultados obtidos foram de 0,15 g de ART g-1(xilose,

arabinose e glicose) o que corresponde a 19,7% de rendimento em ART, enquanto

que no trabalho realizado, alcançou-se a concentração de 0,36 g de ART .g-1 para as

condições do ponto 8 que corresponde a 44,7% de rendimento em ART.

7.5 OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO

Na Tabela 10, identifica-se o ponto 6 com o pior desempenho, e portanto é o

escolhido para ser substituído no Simplex. Aplicando o procedimento Simplex [110] o

novo ponto teria as seguintes coordenadas:

Tabela 11. Novo ponto do Simplex Ponto (A) (B) (C) (D) (E) (F) (G) Novo ponto 95,71 1,71 12,86 -4,00 428,57 0,39 7,14

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min); D: pKa;

E: Potência (W/g); F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação (min)

O valor de pKa do catalisador (D), -4, necessário para atender o novo ponto do

Simplex não é apresentado por nenhum produto químico. Isto inviabiliza esta

otimização pelo método Simplex.

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99

7.6 ANÁLISE DE VARIÂNCIA

7.6.1 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O RENDIMENTO EM ART

A Tabela 12 apresenta os efeitos obtidos na análise de variância para o rendimento

em ART, e a Tabela 13 apresenta a significância das variáveis.

Tabela 12. Efeitos para o rendimento em ART. Variáveis Efeito

A -0,1175

B 9,515

AB, E 3,065

C -1,5625

AC, F 7,8575

BC, G -0,46

ABC, D 32,265

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min); D: pKa;

E: Potência (W/g); F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação (min)

Tabela 13. Análise de variância para a resposta rendimento em ART.

FV GL. SQ. QM Fcalc Significância

A 1 0,055225 0,055225 0,203033 Não significativo

B 1 362,1409 362,1409 1331,4 99,9%

C 1 9,765625 9,765625 35,90303 99,9%

D 1 4164,121 4164,121 15309,27 99,9%

E 1 37,5769 37,5769 138,1504 99,9%

F 1 246,9612 246,9612 907,9457 99,9%

G 1 0,8464 0,8464 3,111765 Não significativo

RESTO 8 2,176 0,272

TOTAL 15 4823,643 321,5762

Ftab,1,8 99,9% = 25,42; Ftab,1,8 99% = 11,26; Ftab,1,8 95% = 5,32

Ftab,1,8 90% = 3,46

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100

Analisando a Tabela 13 podemos perceber que as variáveis, abertura da bomba e

tempo de irradiação não foram significativas, diferente das outras cinco variáveis que

apresentaram 99,9% de significância, ou seja, essas variáveis influem significamente

no processo de hidrólise ácida do bagaço de cana para a produção de ART.

Considerando que as interações via de regra não costumam apresentar

significância, podemos admitir que o efeito confundido entre as interações (AB, AC,

BC e ABC) sejam devidas aos fatores pKa, potência, concentração e tempo de

irradiação, nota-se que o maior efeito é devido ao pka, seguido pela pressão,

concentração e potência. Já a vazão tem efeito leve e negativo de reduzir o

rendimento.

7.6.2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O RENDIMENTO EM FURFURAL

A Tabela 14 apresenta os efeitos obtidos na análise de variância para a produção de

furfural, e a Tabela 15 apresenta a significância dos variáveis.

Tabela 14. Efeitos para o rendimento em furfural. Variáveis Efeito

A 0,361334

B 0,728116

AB, E 0,333591

C 0,322759

AC, F 0,696334

BC, G 0,484766

ABC, D 0,775591

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min); D: pKa;

E: Potência (W/g); F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação (min)

Tabela 15. Análise de variância para a resposta rendimento em furfural.

FV GL. SQ. QM Fcalc Significância

A 1 0,5222 0,5222 9,167 95%

B 1 2,1206 2,1206 37,223 99,9%

C 1 0,4167 0,4167 7,314 95%

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101

D 1 2,4062 2,4062 42,235 99,9%

E 1 0,4451 0,4451 7,813 95%

F 1 1,9395 1,9395 34,044 99,9%

G 1 0,94 0,94 16,5 95%

RESTO 8 0,4558 0,057

TOTAL 15 9,2461 0,6164

Ftab,1,8 99,9% = 25,42; Ftab,1,8 99% = 11,26; Ftab,1,8 95% = 5,32

Ftab,1,8 90% = 3,46

Considerando que as curvas de processamento representadas pelas figuras 51 a 54,

indicam que o tempo de reação efetiva é de 30 minutos, calculou-se a produção de

furfural nos 10 minutos iniciais de processamento. Os resultados permitiram as

observações das tabelas 16 e 17.

Tabela 16. Efeitos para o rendimento em furfural até 10 minutos.

Variáveis Efeito

A -0,00292

B 0,360216

AB, E -0,00991

C -0,04514

AC, F 0,352834

BC, G 0,000866

ABC, D 0,411341

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min);

D: pKa; E: Potência (W/g); F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação (min).

Tabela 17. Análise de variância para a resposta rendimento em furfural até 10 minutos.

FV GL. SQ. QM Fcalc Significância

A 1 0 0 0,009 Não significativo

B 1 0,519 0,519 137,747 99,9 %

C 1 0,0082 0,0082 2,163 Não significativo

D 1 0,6768 0,6768 179,623 99,9%

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102

E 1 0,0004 0,0004 0,104 Não significativo

F 1 0,498 0,498 132,159 99,9%

G 1 0 0 0,001 Não significativo

RESTO 8 0,0301 0,0038

TOTAL 15 1,7325 0,1155

Ftab,1,8 99,9% = 25,42; Ftab,1,8 99% = 11,26; Ftab,1,8 95% = 5,32

Ftab,1,8 90% = 3,46

Apesar de todas as variáveis serem significativas, seus efeitos são mínimos. Isto

induz a aceitar que a grande formação de furfural, em processos batelada, sejam

atribuídas ao tempo de exposição do meio reagente às condições de operação. Fato

que ressalta a conveniência da adoção de processo contínuo para a redução da

formação de furfural.

Com a redução do tempo de irradiação para 10 minutos, as variáveis abertura da

bomba, vazão, potência e tempo de irradiação passaram a não apresentar

significância. Os efeitos continuaram de baixa intensidade.

Em suma, podemos admitir que, no sistema contínuo, as mesmas variáveis,

pressão, pKa e concentração, que influem positivamente para a produção de ART, o

fazem também para a formação de furfural a partir deste ART, porém com uma baixa

intensidade de efeito.

7.6.3 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A POTÊNCIA REFLETIDA

A Tabela 18 apresenta os efeitos obtidos na análise de variância para a potência

refletida, e a Tabela 19 apresenta a significância dos variáveis em relação a potência

refletida.

Tabela 18. Efeitos para a potência refletida Variável Efeito

A 1,8375

B 12,7375

AB, E -9,6125

C 12,5875

AC, F 6,7375

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BC, G 1,9375

ABC, D -11,5125

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min);

D: pKa; E: Potência (W/g); F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação (min).

Tabela 19. Análise de variância para a resposta potência refletida. FV GL. SQ. QM Fcalc Significância

A 1 13,5056 13,5056 0,267 Não significativo

B 1 648,9756 648,9756 12,812 99%

C 1 633,7806 633,7806 12,512 99%

D 1 530,1506 530,1506 10,466 95%

E 1 369,6006 369,6006 7,297 95%

F 1 181,5756 181,5756 3,585 90%

G 1 15,0156 15,0156 0,296 Não significativo

RESTO 8 405,235 50,6544

TOTAL 15 2.797,84 186,5226

Ftab,1,8 99,9% = 25,42; Ftab,1,8 99% = 11,26; Ftab,1,8 95% = 5,32

Ftab,1,8 90% = 3,46.

Os resultados mostram que as variáveis pressão, vazão, pKa, potência e

concentração apresentam influência significativa sobre a potência refletida, isto é,

sobre a capacidade do meio absorver as micro-ondas. O aumento da força do ácido

tende a diminuir a intensidade da potência refletida, provavelmente por aumentar a

permissividade elétrica do meio.

7.6.4 INTERPRETAÇÃO DO DELINEAMENTO 1/16 27

A Tabela 20 resume as significâncias obtidas nos experimentos.

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104

Tabela 20. Resumo das significâncias, efeitos e fatores de Snedecor calculados (Fcalc)

Variável

Rendimento em ART Rendimento em

Furfural Total

Rendimento em

Furfural 10 minutos Potência Refletida

Sign.

(%)

F

calc Efeito

Sign.

(%)

F

calc Efeito

Sign.

(%)

F

calc Efeito

Sign

(%)

F

calc Efeito

A N. S. 0,203 -0,117 95 9,16 0,36 N. S. 0,009 -0,003 N. S. 0,27 1,84

B 99,9 1331 9,515 99,9 37,22 0,72 99,9 137,7 0,36 99 12,8 12,74

C 99,9 35,90 -1,56 95 7,31 0,32 N. S. 2,163 -0,045 99 12,5 12,59

D 99,9 15309 32,26 99,9 42,23 0,78 99,9 179,6 0,41 95 10,5 -11,51

E 99,9 138,1 3,06 95 7,81 0,33 N. S. 0,104 0,01 95 7,3 -9,61

F 99,9 907,9 7,86 99,9 34,04 0,70 99,9 132,2 0,35 90 3,6 6,74

G N. S. 3,11 -0,46 95 16,50 0,48 N. S. 0,001 0,0009 N. S. 0,3 1,94

A: Abertura da bomba (%); B: Pressão (atm); C: Vazão (mL/min); D: pKa; E: Potência (W/g);

F: Concentração (mol/L); G: Tempo de irradiação (min)

N.S. = Não Significativo

Observa-se de forma geral que as variáveis “abertura da bomba” e “tempo de

irradiação do bagaço” são as não significativas. Exceto no caso do rendimento em

furfural.

A não significância da ‘”abertura da bomba” já era esperada, pois foi uma variável

aleatória introduzida para conseguir montar um sistema com sete variáveis para

aplicar o método Simplex simultaneamente à execução do delineamento fatorial

fracionário 1/16 de 27. No caso do rendimento em furfural, este parâmetro pode

influir, eventualmente, permitindo que maiores volumes de agente hidrolítico

permaneçam em contato com o bagaço.

A não significância do “tempo de irradiação do bagaço” indica que os extremos

adotados para esta variável foram muito afastados da realidade do sistema

reagente. No caso do rendimento em furfural, este parâmetro pode influir permitindo

maior contato do agente hidrolítico com o bagaço, que por sua vez tende a aumentar

a decomposição do ART obtido em furfural e seus derivados.

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105

Com respeito ao rendimento em ART, nota-se que as demais variáveis, pressão,

vazão, força do ácido, potência e concentração, são igualmente significativas com

nível de confiança de 99,9%. Entretanto, as variáveis, força do ácido, pressão e

concentração do agente hidrolítico apresentam significâncias (fator de Snedecor, F

calc) relativas às demais variáveis muito elevadas, de forma que se pode assumir

que quem realmente influi na formação de ART são estas três variáveis.

Considerando, ainda, a intensidade do efeito destas variáveis, pode-se determinar

que a mais importante para o processo é a força do agente hidrolítico (pKa), pois seu

efeito é três vezes mais intenso que o efeito da pressão de operação, que é a

segunda em termos de intensidade de efeito; e quatro vezes maior que a

concentração do agente hidrolítico.

Ainda, com relação à produção de ART, nota-se que o efeito da vazão é negativo,

isto é, o aumento da vazão tende a diminuir o rendimento em ART. Em

contrapartida, esta mesma variável apresenta um efeito positivo para a formação de

furfural. Isto induz a hipótese de que o maior volume de agente hidrolítico permitiria

uma maior formação de furfural à custa da decomposição de parte do ART formado.

Do ponto de vista prático, por sorte, estes dois efeitos são de intensidade irrisória

frente aos demais efeitos.

Com respeito à geração de furfural, as significâncias de todas as variáveis

encontram-se na faixa de 95 % a 99,9 %, quando significativas. Porém seus efeitos,

tanto no caso do tempo de processamento integral programado como no tempo

reduzido de 10 minutos, são muito pequenos. Eles não atingem uma unidade de

referência em termos de rendimento em furfural.

Com respeito à potência refletida, são significativas com diferentes graus de

confiança, a 99 % de confiança: pressão e vazão de agente hidrolítico, a 95 %: pKa

e potência, a 90 %: concentração do agente hidrolítico. Os efeitos destas variáveis

são de intensidade reduzida, variando de 1,6 a 3,2 % no caso da potência mais alta

(400 W/g) e de 3,3 a 6,4 % no caso da potência mais baixa (200 W/g).

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106

7.7 CURVAS DE TEMPERATURA

A figura a seguir apresenta as curvas de temperatura para o ponto 8. Os demais

pontos são apresentados no Anexo K

Figura 55. Variação de temperatura para o ponto 8 do

delineamento fatorial 1/16 de 27.

Nas curvas de temperatura de processamento em função do tempo de operação

(Anexo K), observa-se uma tendência de nos 5 minutos iniciais ocorrer uma

elevação de temperatura. Este estado transiente se justifica pelo fato do reator,

neste período, entrar em equilíbrio térmico.

Após este transiente, a temperatura tende a permanecer constante. As pequenas

oscilações observadas podem ser atribuídas à variação do valor da vazão da bomba

em decorrência de oscilações de tensão da rede de energia elétrica do Laboratório.

7.8 CURVAS DE POTÊNCIA

As figuras a seguir apresentam as curvas de potência irradiada, refletida e efetiva

para o ponto 8, e as demais se encontram apresentadas no Anexos L, M e N

80

90

100

110

120

130

140

150

160

0 5 10 15 20 25 30 35

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

1º Repetição 2° Repetição

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107

Figura 56. Variação de potência irradiada para o ponto 8 do

delineamento fatorial 1/16 de 27.

Figura 57. Variação de potência refletida para o ponto 8 do

delineamento fatorial 1/16 de 27.

Figura 58. Variação de potência efetiva para o ponto 8 do delineamento fatorial 1/16 de 27.

400

450

500

550

600

650

700

750

800

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

1º Repetição 2º Repetição

250

300

350

400

450

500

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)1º Repetição 2º Repetição

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108

Nas curvas de potência irradiada em função do tempo de processamento (Anexo L),

observa-se uma tendência do valor da potência manter uma constância ao redor de

um valor médio. As oscilações observadas, em especial nas curvas das figuras 100,

101, 103 e 104, podem ser atribuídas à variação da tensão da rede elétrica do

laboratório.

Nas curvas de potência refletida em função do tempo de processamento (Anexo M),

observa-se uma oscilação análoga e concomitante às das curvas de potência

irradiada, que se atribui à variação da tensão da rede elétrica do Laboratório.

Entretanto, nota-se que em algumas curvas de potência refletida, como as curvas

referentes às figuras 110, 111, 112 e 114 apresentadas no anexo M, há uma

tendência do valor da potência variar, como que indicando uma variação da

permissividade elétrica do meio reagente. Infelizmente, a dispersão dos dados de

potência refletida não permite afirmar esta ocorrência.

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109

8 CONCLUSÃO

Conclui-se que o reator contínuo para hidrólise de bagaço de cana apresentou um

bom desempenho, obtendo um rendimento em açúcares redutores totais de 44,7%,

que corresponde a toda a hemicelulose e parte da celulose. Porém, era esperado

um maior rendimento em açúcares redutores. Esse baixo rendimento em ART foi

devido às condições de processamento necessárias para hidrólise da celulose alfa

que apresenta alta cristalinidade, sendo necessárias condições mais enérgicas de

temperatura e pressão do que as utilizadas no trabalho apresentado. Mas,

comparando com a literatura técnica, se atingiu valores superiores aos apresentados

nesta literatura (5.1.7 e 7.4.1.3).

Foi verificado no trabalho uma baixa formação de furfural; os valores alcançados não

ultrapassam 2,8 % de rendimento em massa. Isso demonstra que o fluxo contínuo

do agente hidrolítico diminui de forma expressiva a produção de furfural, diferente do

sistema batelada que permite uma maior produção de furfural.

A partir do delineamento 1/16 de 27, pode-se concluir que as variáveis que possuem

maior influência no processo são: pKa, pressão, concentração, potência e vazão,

sendo que essas variáveis apresentaram um nível de significância de 99,9%.

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110

9 RECOMENDAÇÕES

Do ponto de vista do comportamento da densidade de energia na cavidade cilíndrica

os resultados apresentados conforme simulação realizada mostram que é

necessário rever as dimensões da cavidade para se obter uma melhor distribuição

de energia de micro-ondas. Assim sugere-se a fabricação de uma nova cavidade

cilíndrica com suas medidas otimizadas para a maior homogeneidade de campo de

micro-ondas possível.

Não foi possível realizar o Simplex previsto porque não foi encontrado um reagente

que apresentasse o valor de pKa definido pelo Método Simplex. Assim é sugerido

para trabalhos futuros a otimização pelo método Simplex contemplando as variáveis,

concentração, potência, vazão e pressão.

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ANEXOS

ANEXO A - Análise da Celulose Cross & Bevan [105]

Abaixo segue o procedimento para a preparação das soluções para a determinação

de celulose Cross & Bevan:

Preparação da água de cloro

Água de cloro, aproximadamente 0,16N e recém preparada - Inicialmente deve-se

obter o cloro para isso deve-se colocar em um funil de separação uma solução de

ácido clorídrico 1+1 adaptando-se o funil de separação a um Kitassato que contém

KMnO4 através de um funil invertido sobre o cadinho o qual está adaptado a um

kitassato por meio de uma alonga. O cadinho deve estar circundado de água e gelo.

O cloro obtido deve ser borbulhado em água destilada gelada, para que ocorra uma

melhor absorção.

Solução de tiossulfato de sódio pentahidratado (Na2S2O3. 5H2O) 0,1 M – Em um

béquer de 250 mL pesar aproximadamente 25g de tiossulfato, transferir para um

balão volumétrico de 1L e avolumar com água destilada.

Solução de amido – Pesar 5 g de amido solúvel em um béquer de 100 mL e

dissolver com 20 mL de água. Em outro béquer de 250 mL aquecer 80 mL de água

destilada em chapa de aquecimento. Quando a água estiver fervendo adicionar a

solução de amido deixar ferver por 30 segundos e retirar da chapa. Deixar resfriar e

guardar em frasco escuro.

Padronização da Solução de Tiossulfato de Sódio

Para a padronização da solução de tiossulfato deve-se seguir o seguinte

procedimento:

Em um frasco Erlenmeyer de 250 mL pesar aproximadamente 0,14 g de iodato de

potássio seco, dissolver em 25 mL de água destilada fervida e fria, acrescentar 2g

de iodeto de potássio isento de iodato e 5 mL de solução de ácido sulfúrico 1M.

Titular com a solução de tiossulfato até que a intensidade da cor diminua para

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amarelo claro. Adicionar 100 mL de água destilada e 2 mL de solução de amido ao

frasco Erlenmeyer e prosseguir a titulação. Continuar a titulação até que a solução

do frasco Erlenmeyer fique incolor. Anotar o volume gasto e repetir com outras duas

amostras de mesmo peso de iodato de potássio.

Padronização da Água de Cloro

Para se determinar a concentração da água de cloro deve-se utilizar uma solução de

tiossulfato de sódio 0,1M e realizar o seguinte procedimento:

Pipetar 20 mL de solução de cloro e acrescentar 25 mL de água destilada em um

frasco Erlenmeyer de 250 mL.

Em seguida, adicionar 2 g de iodeto de potássio isento de iodato e

10 mL de ácido acético glacial.

Titular o iodo libertado pelo com solução de Na2S2O3 0,1 M.

Preparação do Ácido Sulfuroso

Solução de ácido sulfuroso (H2SO3) 0,16N - Em um balão de fundo chato de 500 mL

colocar 200 mL de solução saturada de bissulfito de sódio (NaHSO3), usando 104 g

de bissulfito para cada 200 mL de água destilada.

Adicionar lentamente através de um funil de separação, com rolha na ponta, ácido

sulfúrico concentrado à solução de bissulfito.

Fazer o dióxido de enxofre formado passar por um frasco lavador de gases contendo

solução de ácido sulfúrico concentrado.

O gás desprendido do frasco lavador de gases deve passar para outro frasco

lavador contendo água destilada. Este frasco de estar imerso em gelo.

Preparação e padronização da solução de hidróxido de sódio

Solução de hidróxido de sódio 0,1M – Em um béquer de 250 mL pesar

aproximadamente 4 g de hidróxido de sódio, dissolver com água destilada transferir

para um balão volumétrico de 1L e avolumar com água destilada.

Para a padronização da solução de hidróxido de sódio deve-se seguir o seguinte

procedimento:

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Em um frasco Erlenmeyer de 125 mL, pesar aproximadamente 0,5 g de biftalato de

potássio seco. Titular com a solução de hidróxido de potássio, usando como

indicador fenolftaleína. Titular até ficar incolor.

Padronização da solução de ácido sulfuroso

Para analisar a concentração da solução de H2SO3, deve-se fazer o seguinte

procedimento:

Pipetar 2 mL de solução de H2SO3 em um frasco Erlenmeyer de

125 mL e titular com solução de hidróxido de sódio 0,1 M;

A partir da concentração encontrada, deve-se diluir a solução de anidrido sulfuroso

para a concentração de 0,16 N.

Outras soluções utilizadas

Solução de bissulfito de sódio 5 g/L – Pesar em béquer de 100 mL

aproximadamente 5 g de bissulfito de sódio, dissolver em água e transferir para um

balão volumétrico de 1L. Avolumar com água destilada.

Solução de ácido clorídrico 0,16N – Em um balão de 1L adicionar cerca de 300 mL

de água destilada. Ao balão adicionar 13,4 mL de ácido clorídrico concentrado,

agitar e avolumar para 1L com água destilada.

Solução de ácido clorídrico e sulfito de sódio – Misturar volumes iguais de solução

de ácido clorídrico 0,16N e solução de sulfito de sódio 5 g/L. Misturar apenas no

momento do uso.

Solução de sulfito de sódio 20 g/L – Em um béquer de 250 mL pesar 20 g de sulfito

de sódio anidro. Diluir com água destilada e transferir para um balão volumétrico de

1L e avolumar com água destilada.

Solução de álcool etílico-benzeno 1:2 – Em um béquer de 500 mL, adicionar 100 mL

de álcool etílico e 200 mL de benzeno.

Álcool etílico 95% - Em um balão volumétrico de 500 mL adicionar 475 mL de álcool

etílico 99,9% e avolumar para 500 mL com água destilada.

Solução de hidróxido de amônio 0,1% - Em um balão volumétrico de

500 mL, adicionar aproximadamente 200 mL de água destilada e 2,2 mL de

hidróxido de amônio 25%. Avolumar com água destilada.

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Solução de ácido acético 1% - Em um balão volumétrico de 250 mL adicionar 2,5 mL

de ácido acético concentrado. Avolumar com água destilada.

Solução de ácido sulfúrico 1M – Em um balão volumétrico de 250 mL adicionar cerca

de 100 mL de água destilada e adicionar lentamente 28 mL de ácido sulfúrico

concentrado. Agitar, esperar esfriar e avolumar para 250 mL.

Procedimento

Para a determinação da celulose foi seguido o procedimento abaixo:

Pesar 0,4 a 0,5 g da amostra seca diretamente no cadinho de Gooch de tara

conhecida.

Colocar o cadinho com a amostra dentro de um béquer de 100 mL e adicionar a

solução de álcool-benzeno no cadinho. Colocar o cadinho em banho de água por 30

minutos. Usando sucção, lavar duas vezes com 20 mL de álcool etílico 95% e duas

vezes com água destilada fria.

Encher parcialmente o cadinho com água de cloro. O tempo de cloração é de 15

minutos. Durante este período, cerca de 50 mL de água de cloro deverão ser

adicionados ao cadinho e atravessar a amostra por drenagem natural ou aplicação

de sucção.

Após 15 minutos, adicionar 10 a 15 mL de solução de ácido sulfuroso, drenar por

sucção, lavar duas vezes com porções de 20 mL de água destilada.

Colocar o cadinho dentro do béquer de 100 mL e adicionar a solução de sulfito de

sódio 20 g/L no cadinho e no béquer até atingir a metade do cadinho. Cobrir o

béquer com vidro de relógio e aquecer em banho-maria por 30 minutos.

Transferir o cadinho para o Kitassato e lavar duas vezes com água destilada quente

e duas vezes com água destilada fria.

Repetir o ciclo de cloração, sendo agora o tratamento com água de cloro por 10

minutos, adicionando-se em seguida a solução de ácido sulfuroso.

Lavar como anteriormente e levar ao banho de água por 30 minutos com solução de

sulfito de sódio 20 g/L.

Continuar a cloração reduzindo os ciclos para 5 e 3 minutos respectivamente em

cada tratamento sucessivo, seguido das lavagens usuais.

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Se apenas uma pálida coloração rosada resultar da adição de sulfito de sódio,

depois do tratamento com água de cloro por 5 minutos, reduzir o ciclo seguinte para

1 minuto.

Se persistir uma coloração fortemente avermelhada após o tratamento com água de

cloro por 3 minutos, repetir até quando se fizer necessário esse ciclo de 3 minutos.

O tratamento deve prosseguir até não aparecer mais a coloração rosada com a

adição da solução de sulfito de sódio à amostra clorada.

Quando se fizer a cloração por 3 minutos ou menos, o tempo de tratamento com

sulfito de sódio deverá ser reduzido para 20 minutos.

Quando a adição de sulfito de sódio não produzir mais a coloração rosada, filtrar e

lavar drenando o excesso de água por sucção.

Transferir o cadinho para o béquer de 100 mL e adicionar água destilada no cadinho

e no béquer até atingir a metade do cadinho, e aquecer em banho de água por 30

minutos.

Filtrar por sucção, lavando sucessivamente com 30 mL de água destilada quente, 20

mL de água destilada fria, 30 mL de solução de hidróxido de amônio a 0,1%, 20 mL

de solução de ácido acético a 1%, 20 mL de água destilada fria, 50 mL de água

destilada quente, 20 mL de álcool e 20 mL de éter.

Secar em estufa a 105ºC + 3º C por 2 horas e meia, passar para pesa-filtro,

previamente tarado, esfriar em dessecador e pesar.

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ANEXO B - Análise da Celulose Alfa [105]

Pesar exatamente 3 gramas de celulose, passar para um béquer de 250 mL.

Adicionar 75 mL de hidróxido de sódio 17,5% a temperatura de 20 ºC.

Desintegrar totalmente com um bastão de vidro e deixar em um banho a 20ºC

durante 45 min.

Depois deste tempo, adicionar 75 mL de água destilada, misturar bem e filtrar pelo

cadinho de Gooch sem perda de fibras.

Lavar com 300 mL de água destilada, adicionar 40 mL de ácido acético a 10% deixar

mascerisar 5 minutos.

Lavar com 750 mL de água destilada, transferir a polpa para um pesa filtro tarado,

deixar secar em estufa durante 6 horas a 105ºC.

Deixar esfriar em dessecador, pesar e calcular a alfa celulose sobre celulose seca.

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ANEXO C - Análise da Holocelulose [105]

Seguem os procedimentos utilizados para a preparação das soluções para a

determinação da holocelulose.

Preparação das soluções:

Água de cloro, aproximadamente 0,16N e recém preparada - Inicialmente deve-se

obter o cloro para isso deve-se colocar em um funil de separação uma solução de

ácido clorídrico 1+1 adaptando-se o funil de separação a um kitassato que contém

KMnO4 através de um funil invertido sobre o cadinho o qual está adaptado a um

kitassato por meio de uma alonga. O cadinho deve estar circundado de água e gelo.

O cloro obtido deve ser borbulhado em água destilada gelada, para que ocorra uma

melhor absorção.

Para se determinar a concentração da água de cloro deve-se utilizar uma solução de

tiossulfato de sódio 0,1M e realizar o seguinte procedimento:

Pipetar 20 mL de solução de cloro e acrescentar 25 mL de água destilada em um

frasco Erlenmeyer de 250 mL.

Em seguida, adicionar 2 g de iodeto de potássio isento de iodato e

10 mL de ácido acético glacial.

Titular o iodo libertado pelo com solução de Na2S2O3 0,1 M.

Solução de álcool etílico-benzeno – Em um béquer de 250 mL, misturar

33 mL de álcool e 67 mL de benzeno.

Álcool etílico 96% - Em um balão volumétrico de 1 L adicionar 39,4 mL de água

destilada e avolumar com álcool etílico 99,9%.

Álcool etílico 95% - Em um balão volumétrico de 500 mL adicionar 475 mL de álcool

etílico 99,9% e avolumar para 500 mL com água destilada.

Solução de monoetanolamina - Em um béquer de 250 mL, misturar 3 mL de

monoetanolamina e 97 ml de álcool a 95%.

Procedimento:

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Em um cadinho filtrante Pyrex M, tarado, pesar cerca de 2 gramas de bagaço e fazer

uma primeira extração procedendo-se da seguinte maneira:

Colocar o cadinho filtrante que contém o bagaço de cana, dentro de um extrator

Soxhlet, tendo no fundo uma tela metálica, adaptando-se na extremidade inferior do

Soxhlet um balão de fundo chato com boca esmerilhada de 250 mL, e na

extremidade superior um condensador tipo Allihn. Colocar no balão esmerilhado 200

mL de álcool a 95% e levar toda a aparelhagem a um banho de água deixando

durante 4 horas. Em seguida fazer uma segunda extração usando-se desta vez 200

mL de uma mistura de álcool benzol. Esta extração tem a duração de 6 a 8 horas,

sendo que o líquido deve ferver rigorosamente.

O resíduo das duas extrações é lavado com álcool a 95% até o filtrado não conter

mais benzeno, o que será notado pela ausência do odor característico do benzeno.

A seguir, fazer uma terceira extração usando desta vez água destilada e proceder da

seguinte maneira: colocar o cadinho filtrante que contém o bagaço de cana, em um

frasco Erlenmeyer de 500 mL com boca larga e adicionar 400 mL de água destilada.

Deixar em banho de água durante 3 horas.

Depois desta extração, retirar e lavar o cadinho deixando as águas de lavagem

caírem no frasco Erlenmeyer. Em seguida passar quantitativamente o conteúdo do

frasco Erlenmeyer para o cadinho que deve estar adaptado a um kitassato, ligar a

bomba de vácuo e lavar o resíduo com água quente e em seguida com água gelada.

A água em excesso será retirada por sucção.

Terminada a primeira parte da extração, inicia-se a fase de cloração.

A cloração é feita segundo a aparelhagem esquematicamente apresentada na figura

abaixo.

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Figura 59. Aparelhagem esquemática para realização da cloração [106]

Usando-se sucção moderada fazer a cloração do resíduo, passando gás cloro. O

cadinho deve estar circundado de água e gelo.

Ligar a bomba de vácuo e abrir a torneira do funil de separação que contém ácido

clorídrico.

Após uma cloração de 3 minutos retirar o funil invertido, misturar a bagaço de cana

com uma pequena bagueta que deve ficar dentro do cadinho durante a cloração e

fazer uma nova cloração durante mais 2 minutos.

Em seguida desligar a bomba de vácuo e retirar o funil invertido e colocar álcool

etílico no cadinho a fim de remover o excesso de cloro e HCl, formados durante a

cloração. Deixar durante um minuto e ligar novamente a bomba para remover o

álcool e o HCl formado.

Após a cloração é realizada outra extração.

Desligar a bomba e adicionar ao cadinho uma solução fervente de monoetanolamina

em álcool em quantidade suficiente para cobrir a amostra, deixando-se a solução,

por dois minutos e removendo-a por meio de sucção. Em seguida repetir este

tratamento, isto é, a adição da solução fervendo de monoetanolamina, deixar reagir

por 2 minutos e remover por sucção.

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Lavar o resíduo 2 vezes com álcool a 95% e duas vezes com água destilada fria a

10ºC, removendo-se cada vez o excesso por sucção.

Repetir a cloração e a segunda extração tantas vezes quantas forem necessárias

até o resíduo se tornar branco logo após a cloração e permanecer branco pela

adição da solução fervendo de monoetanolamina.

Remover a última porção da solução de monoetanolamina lavando duas vezes com

álcool a 96%, duas vezes com água gelada e novamente com álcool a 96% até que

o filtrado seja neutro. Finalmente lavar muito bem com éter etílico para dissolver o

excesso de álcool. O resíduo é holocelulose.

Secar a holocelulose obtida ao ar até todo éter evaporar-se e em seguida colocar o

cadinho em estufa a 105+ 3ºC, pesando após resfriamento em dessecador.

O resíduo de peso constante é a holocelulose.

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ANEXO D - Análise da Lignina [105]

Seguem os procedimentos utilizados para a preparação das soluções para a

determinação da lignina:

Solução de álcool-benzeno - misturar 1 volume de álcool etílico 96% com 2 volumes

de benzeno.

Álcool etílico 96% - Em um balão volumétrico de 1 L adicionar 39,4 mL de água

destilada e avolumar com álcool etílico 99,9%.

Ácido sulfúrico 72% - juntar 665 mL de ácido sulfúrico 96% (d= 1,84) em

300 mL de água destilada, esfriar e diluir para 1 litro. A padronização do ácido pode

ser feita por densidade do ácido sulfúrico 72% a 20ºC/4ºC é 1.6338.

Para a determinação da lignina utilizou-se o seguinte procedimento:

Pesar o equivalente a 1 grama de amostra de bagaço de cana triturado com

granulometria entre 0,25 e 0,33 mm.

Transferir para um cartucho de papel de filtro e colocar no extrator Soxhlet.

Em um balão de fundo chato de 500 mL adicionar 250 mL de solução de álcool-

benzeno, conectar o extrator e colocar sobre uma chapa de aquecimento.

Extrair com solução de álcool benzeno durante 4 horas. Transferir quantitativamente

a amostra do cartucho para um cadinho de vidro sinterizado de porosidade fina com

álcool etílico 96% e terminar a lavagem com 50 mL a fim de remover o benzeno.

Remover o excesso de álcool por sucção e colocar o cadinho em um béquer de 600

mL com 400 mL de água destilada, cobrir com um vidro de relógio e levar para um

banho de água em ebulição por 3 horas.

Filtrar no próprio cadinho, lavar com 100 mL de água quente e finalmente com 50 mL

de álcool etílico 96% para facilitar a remoção da amostra do cadinho.

Depois das extrações preliminares deixar a amostra secar ao ar.

NOTA - Nas extrações com álcool e álcool-benzeno pode ser usado cadinho de vidro

sinterizado de porosidade média ao invés de cartucho de papel de filtro, porém

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133

tomando-se a precaução de cobrir o mesmo com papel de filtro ou tela de malha fina

para evitar perda de material.

Transferir a amostra seca ao ar para um pesa-filtro ou béquer de 50 mL de

capacidade e adicionar lentamente e com agitação 15 mL de ácido sulfúrico 72%

resfriado entre 13 + 2 ºC, cobrir com vidro de relógio.

A amostra deve ser homogeneizada por agitação contínua durante 1 minuto no

mínimo. Conservar a mistura por 2 horas entre 19 + 1º C agitando frequentemente.

Se necessário usar banho de água para manter a temperatura entre os limites.

Transferir o material para um béquer ou frasco Erlenmeyer de 1000 mL e diluir a

solução de ácido para 3% pela adição de 560 mL de água destilada.

Ferver por 4 horas usando um condensador de refluxo ou mantendo o volume

constante por adição ocasional de água quente ao frasco.

Deixar em repouso para sedimentação do material insolúvel e transferir

quantitativamente para cadinho filtrante, previamente seco em estufa e tarado.

Lavar com 500 mL de água destilada quente e secar em estufa a 105 + 3ºC até peso

constante. Transferir o cadinho para um pesa-filtro e deixar esfriar em dessecador.

Pesar até massa constante.

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134

ANEXO E - Cinzas [106]

O procedimento utilizado para a realização do ensaio é descrito abaixo:

Pesar de 5 a 10 g de amostra em uma cápsula de porcelana, previamente aquecida

em mufla a 550°C, resfriada em dessecador até temperatura ambiente e pesada.

Carbonizar a amostra em chapa de aquecimento.

Transferir para a mufla a 550°C.

As cinzas devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas. Em caso contrário,

adicionar 0,5 mL de água destilada, secar em estufa e incinerar novamente.

Resfriar em dessecador até a temperatura ambiente e pesar.

Repetir as operações de aquecimento e resfriamento até massa constante.

Expressão dos resultados

A porcentagem de cinzas é obtida através da seguinte equação:

Cinzas %100

P

N

No qual:

N= massa de cinzas

P = massa de amostra

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135

ANEXO F - Óleos e Gorduras [107]

O procedimento abaixo descreve as etapas para a realização do ensaio para a

determinação de óleos e gorduras.

Pesar de 2 a 5 g de amostra em um cartucho, ou em papel de filtro e amarre com fio

de lã previamente desengordurado.

Transfira o cartucho ou o papel de filtro para o extrator.

Acople ao extrator o balão previamente tarado a 105°C contendo aproximadamente

200 mL de éter.

Adapte o condensador ao extrator e mantenha sob aquecimento em chapa elétrica,

a extração contínua por 8 (quatro a cinco gotas por segundo) ou 16 horas (duas a

três gotas por segundo).

Retire o cartucho ou o papel de filtro amarrado.

Destile o éter e transfira o balão com o resíduo extraído para uma estufa a 105°C,

mantendo por cerca de uma hora.

Resfrie em dessecador até a temperatura ambiente.

Pese e repita as operações de aquecimento por 30 minutos na estufa e resfriamento

até peso constante (no máximo 2 horas).

Expressão dos resultados

A porcentagem de gorduras é obtida através da equação abaixo:

gorduras e Óleos %100

P

N

No qual:

N= massa de óleos e gorduras presentes no balão (g)

P = massa de amostra (g)

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136

ANEXO G - Análise de açúcares redutores totais (ART) [109]

A química da reação do ácido nitrossalicílico com açúcares redutores está elucidada

em parte. O ácido 3,5-dinitrossalicílico é reduzido para 3-amino 5-nitrossalicílico,

enquanto que, no caso mais simples, o grupamento aldeído parece ser oxidado a

grupamento carboxila.

Para a preparação das soluções usou-se os seguintes procedimentos:

Solução de Hidróxido de sódio 2N - Pesar 8g de hidróxido de sódio (NaOH) em um

béquer, dissolver com água destilada e avolumar em um balão volumétrico de 1000

mL

Solução de ácido 3,5-dinitrossalicílico – Em um béquer de 150 mL, pesar

1,0 g de ácido dinitrossalicílico e dissolver em 50 mL de água destilada (ocorre

dissolução parcial do ácido) a temperatura ambiente. Aos poucos, adicionar 20 mL

de solução 2N de hidróxido de sódio, agitando sempre, até a dissolução completa do

ácido. Adicionar 30 g de tartarato de potássio e sódio tetrahidratado; dissolver e

completar o volume até 100 mL.

Para a determinação dos açúcares redutores totais utilizou-se o seguinte

procedimento:

Em um tudo de ensaio de 30 mL ou em um tubo de Folin Wu, colocar 2 mL de

reagente DNS e 1,0 mL de amostra e homogeneizar.

Colocar em banho de água fervente por 5 minutos (utilizar um cronômetro para

padronizar o tempo)

Retirar o tubo e resfriar em água corrente até atingir a temperatura ambiente

Completar o tubo, homogeneizar e ler a absorbância a 540 nm, fazer a leitura

sempre na mesma temperatura se possível.

Fazer pelo menos três leituras de absorbância para cada amostra. Antes de cada

leitura deve ser passado um branco, que é preparado de maneira semelhante às

amostras, exceto o fato da amostra ser substituída por água destilada.

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137

Expressão dos resultados

O valor médio da absorbância é convertido em concentração de açúcares redutores

totais através da equação de calibração previamente preparada.

Curva de Calibração para dosagem colorimétrica de açúcares redutores totais

Para a preparação da curva de calibração para a determinação de açúcares

redutores totais parte-se de uma solução padrão de glicose, realizando-se uma série

de diluições, de forma a produzir novas soluções com concentrações conhecidas.

O procedimento utilizado para a preparação dos pontos da curva de calibração

foram os seguintes:

Solução Padrão de Glicose (20 g/L) - Pesar 20 g de glicose anidra em um béquer de

250 mL, diluir em aproximadamente 500 mL de água destilada, transferir para um

balão volumétrico de 1000 mL e avolumar.

Soluções-padrões de 1,0; 0,8; 0,6; 0,4; 0,2 g/L– Pipetar 5, 4, 3, 2, 1 mL da solução

de 20 g/L em balões volumétricos de 100 mL e avolumar com água destilada.

Solução de 0,1; 0,05; 0,01 g/L – Pipetar 10, 5, 1 mL da solução de 1 g/L em um

balões volumétricos de 100 mL e avolumar com água destilada.

Depois de preparados os padrões, repetir o mesmo procedimento realizado para a

leitura das concentrações das amostras.

Construir um gráfico em planilha Excel, com os valores de concentração na

ordenada e absorbância na abscissa.

Obter o valor da equação da reta e o valor de r2 sendo que este valor deve ser

próximo de 1.

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138

ANEXO H - Determinação de Furfural [109]

Para a determinação do furfural inicialmente preparou-se a curva de calibração como

descrito abaixo:

Solução padrão de furfural – Pesar exatamente 1 g de furfural redestilado em um

balão volumétrico de 100 mL, avolumar com álcool etílico 99,9%.

Pipetar 1 mL da solução anteriormente preparada em um balão volumétrico de

1000 mL e avolumar com solução alcoólica a 50%. Esta solução apresenta

concentração de 0,01 mg/mL

Curva de calibração – Pipetar para balões volumétricos de 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e

5 mL da solução-padrão de furfural.

Diluir com solução alcoólica a 50%. Fazer um branco com 10 mL de solução

alcoólica. Adicionar em cada tubo 4 gotas de anilina e 1 mL de ácido acético glacial.

Agitar e colocar em banho de água a 15°C por 15 minutos. Fazer a leitura das

amostras no espectrofotômetro, a 520 nm. Construir a curva de calibração,

colocando nas abscissas mg de furfural por 100 mL e nas ordenadas as leituras

obtidas em absorbância.

Para a análise das amostras adotou-se o seguinte procedimento:

Pipetar 1 mL de amostra e transferir para um balão volumétrico de 10 mL avolumar

com solução alcoólica 55%.

Transferir a amostra diluída do balão para um tubo de ensaio.

Preparar uma amostra em branco com 10 mL de solução alcoólica a 50%.

Adicionar 4 gotas de anilina, 1 mL de ácido acético ao tubo de ensaio e agitar.

Colocar em banho de água a 15°C por 15 minutos e fazer a leitura das amostras no

comprimento de onda de 520 nm

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139

ANEXO I – Curvas de Rendimento em Açúcares Redutores Totais

Figura 60. Rendimento em ART do ponto 1.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 61. Rendimento em ART do ponto 1.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 62. Rendimento em ART do ponto 2.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

-1

0

1

2

3

4

5

6

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 1.1

% instântanea de ART % acumulada de ART

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 1.2

% instântanea de ART % acumulada de ART

0

5

10

15

20

25

30

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 2.1

% instântanea de ART % acumulada de ART

Page 140: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

140

Figura 63. Rendimento em ART do ponto 2.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 64. Rendimento em ART do ponto 3.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 65. Rendimento em ART do ponto 3.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

0

5

10

15

20

25

30

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 2.2

% instântanea de ART % acumulada de ART

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 3.1

% instantânea de ART % acumulada de ART

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 3.2

% instantânea de ART % acumulada de ART

Page 141: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

141

Figura 66. Rendimento em ART do ponto 4.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 67. Rendimento em ART do ponto 4.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 68. Rendimento em ART do ponto 5.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

0

1

2

3

4

5

6

7

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 4.1

% instantânea de ART % acumulada de ART

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 4.2

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 5.1

% instantânea de ART % acumulada de ART

Page 142: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

142

Figura 69. Rendimento em ART do ponto 5.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 70. Rendimento em ART do ponto 6.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 71. Rendimento em ART do ponto 6.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Rendimento em ART - Pto 5.2

% instantânea de ART % acumulada de ART

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 6.1

% instantânea de ART % acumulada de ART

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 6.2

% instantânea de ART % acumulada de ART

Page 143: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

143

Figura 72. Rendimento em ART do ponto 7.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 73. Rendimento em ART do ponto 7.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 74. Rendimento em ART do ponto 8.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 7.1

% instântanea de ART % acumulada de ART

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 5 10 15 20 25 30 35Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 7.2

% instântanea de ART % acumulada de ART

-10

0

10

20

30

40

50

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 8.1

% instântanea de ART % acumulada de ART

Page 144: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

144

Figura 75. Rendimento em ART do ponto 8.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

0

10

20

30

40

50

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

AR

T (

%)

Tempo (min)

Rendimento em ART - Pto 8.2

% instântanea de ART % acumulada de ART

Page 145: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

145

ANEXO J – Curvas de Rendimento em Furfural

Figura 76. Rendimento em furfural do ponto 1.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 77. Rendimento em furfural do ponto 1.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 78. Rendimento em furfural do ponto 2.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 1.1

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 1.2

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 2.1

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

Page 146: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

146

Figura 79. Rendimento em furfural do ponto 2.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 80. Rendimento em furfural do ponto 3.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 81. Rendimento em furfural do ponto 3.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 2.2

% instantânea de Furfural % acumulada de furfural

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 3.1

% instântanea de furfural % acumulado de furfural (%)

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 3.2

% instântanea de ART % acumulada em furfural

Page 147: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

147

Figura 82. Rendimento em furfural do ponto 4.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 83. Rendimento em furfural do ponto 4.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 84. Rendimento em furfural do ponto 5.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0 2 4 6 8 10 12Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 4.1

% instantânea de Furfural % acumulado de furfural (%)

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 4.2

% instantânea de furfural % acumulada em furfural

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0 2 4 6 8 10 12Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 5.1

% instantânea de furfural (%) % acumulado de furfural (%)

Page 148: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

148

Figura 85. Rendimento em furfural do ponto 5.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 86. Rendimento em furfural do ponto 6.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 87. Rendimento em furfural do ponto 6.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0 2 4 6 8 10 12Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 5.2

% instantânea em furfural % acumulada em furfural

0

0,0025

0,005

0,0075

0,01

0,0125

0,015

0,0175

0,02

0,0225

0,025

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 6.1

% instantânea de furfural (%) % acumulado de furfural (%)

0

0,002

0,004

0,006

0,008

0,01

0,012

0,014

0,016

0,018

0,02

0 2 4 6 8 10 12

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 6.2

% instantânea em furfural % acumulada em furfural

Page 149: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

149

Figura 88. Rendimento em furfural do ponto 7.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 89. Rendimento em furfural do ponto 7.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

Figura 90. Rendimento em furfural do ponto 8.1 do delineamento fatorial 1/16 de 27

0

0,025

0,05

0,075

0,1

0,125

0,15

0,175

0,2

0,225

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 7.1

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 7.2

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

00,25

0,50,75

11,25

1,51,75

22,25

2,52,75

3

0 5 10 15 20 25 30 35

Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 8.1

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

Page 150: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

150

Figura 91. Rendimento em furfural do ponto 8.2 do delineamento fatorial 1/16 de 27

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

2

0 5 10 15 20 25 30 35Re

nd

ime

nto

em

Fu

rfu

ral

(%)

Tempo (min)

Rendimento em Furfural - Pto 8.2

% instântanea de furfural % acumulada de furfural

Page 151: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

151

ANEXO K – Curvas de Variação de Temperatura

Figura 92. Variação da temperatura de saída do ponto 1.

Figura 93. Variação da temperatura de saída do ponto 2.

Figura 94. Variação da temperatura de saída do ponto 3.

80

90

100

110

120

130

140

150

0 5 10 15 20 25 30 35

Te

mp

era

tura

C)

Tempo (min)

Ponto 1 - Temperatura de saída

1º Repetição 2º Repetição

80

100

120

140

160

0 5 10 15 20 25 30 35

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 2 - Temperatura de saída

1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

200

0 2 4 6 8 10

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 3 - Variação de Temperatura

1º Repetição 2º Repetição

Page 152: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

152

Figura 95. Variação da temperatura de saída do ponto 4.

Figura 96. Variação da temperatura de saída do ponto 5.

Figura 97. Variação da temperatura de saída do ponto 6.

0

50

100

150

200

0 2 4 6 8 10

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 4 - Temperatura de Saída

1°Repetição 2º Repetição

50

70

90

110

130

150

0 2 4 6 8 10

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 5 - Temperatura de Saída

1º Repetição 2º Repetição

70

72

74

76

78

80

0 2 4 6 8 10 12

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 6 - Temperatura de Saída

1º Repetição" 2º Repetição

Page 153: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

153

Figura 98. Variação da temperatura de saída do ponto 7.

Figura 99. Variação da temperatura de saída do ponto 8.

50

60

70

80

90

0 5 10 15 20 25 30 35

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 7 - Temperatura de Saída

1º Repetição 2º Repetição

80

90

100

110

120

130

140

150

160

0 5 10 15 20 25 30 35

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

Ponto 8 - Temperatura

1º Repetição 2° Repetição

Page 154: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

154

ANEXO L – Curvas de Variação de Potência Irradiada

Figura 100. Variação da potência irradiada do ponto 1.

Figura 101. Variação da potência irradiada do ponto 2.

Figura 102. Variação da potência irradiada do ponto 3.

80

180

280

380

480

580

680

780

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 1 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

80

130

180

230

280

330

380

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 2 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

0

100

200

300

400

500

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 3 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

Page 155: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

155

Figura 103. Variação da potência irradiada do ponto 4.

Figura 104. Variação da potência irradiada do ponto 5.

Figura 105. Variação da potência irradiada do ponto 6.

0

200

400

600

800

1000

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 4 - Potência Irradiada

1º repetição 2º Repetição

460

480

500

520

540

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 5 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

370

380

390

400

410

420

430

0 2 4 6 8 10 12

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 6 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

Page 156: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

156

Figura 106. Variação da potência irradiada do ponto 7.

Figura 107. Variação da potência irradiada do ponto 8.

440

460

480

500

520

540

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 7 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

0

200

400

600

800

1000

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Irr

ad

iad

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 8 - Potência Irradiada

1º Repetição 2º Repetição

Page 157: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

157

ANEXO M – Curvas de Variação de Potência Refletida

Figura 108. Variação da potência refletida do ponto 1.

Figura 109. Variação da potência refletida do ponto 2.

Figura 110. Variação da potência refletida do ponto 3.

0

50

100

150

200

250

300

350

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 1 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

200

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 2 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

200

250

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Po

tên

cia

re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 3 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

Page 158: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

158

Figura 111. Variação da potência refletida do ponto 4.

Figura 112. Variação da potência refletida do ponto 5.

Figura 113. Variação da potência refletida do ponto 6.

0

100

200

300

400

500

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 4 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 5 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

200

250

0 2 4 6 8 10 12

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 6 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

Page 159: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

159

Figura 114. Variação da potência refletida do ponto 7.

Figura 115. Variação da potência refletida do ponto 8.

200

220

240

260

280

300

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 7 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 8 - Potência Refletida

1º Repetição 2º Repetição

Page 160: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

160

ANEXO N – Curvas de Variação de Potência Efetiva

Figura 116. Variação da potência refletida do ponto 1.

Figura 117. Variação da potência refletida do ponto 2.

Figura 118. Variação da potência refletida do ponto 3.

0

100

200

300

400

500

600

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 1 - Potência Efetiva

1º Repetição 2º Repetição

0

100

200

300

400

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 2 - Potência Efetiva

1º Repetição 2º Repetição

150160170180190200210220230240250

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

re

fle

tid

a (

W)

Tempo (min)

Variação da Potência Efetiva - Pto 3

1º Repetição 2º Repetição

Page 161: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

161

Figura 119. Variação da potência refletida do ponto 4.

Figura 120. Variação da potência refletida do ponto 5.

Figura 121. Variação da potência refletida do ponto 6.

0

100

200

300

400

500

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 4 - Potência Efetiva

1º Repetição 2º Repetição

390

400

410

420

430

440

0 2 4 6 8 10

Po

tên

cia

Efe

tiv

aa

(W

)

Tempo (min)

Ponto 5 - Potência Efetiva

1º Repetição 2º Repetição

200

205

210

215

220

0 2 4 6 8 10 12

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 6 - Potência Efetiva

1°Repetição 2º Repetição

Page 162: RENATA BORGES DO NASCIMENTO - maua.br · pressão de trabalho, 2) potência de micro-ondas, 3) abertura da bomba de diafragma, 4) concentração do catalisador, 5) fluxo do catalisador,

162

Figura 122. Variação da potência refletida do ponto 7.

Figura 123. Variação da potência refletida do ponto 8.

200

210

220

230

240

250

260

0 5 10 15 20 25 30

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 7 - Potência Efetiva

1º Repetição 2º Repetição

250

300

350

400

450

500

0 5 10 15 20 25 30 35

Po

tên

cia

Efe

tiv

a (

W)

Tempo (min)

Ponto 8 - Potência Efetiva

1º Repetição 2º Repetição