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Reinserção Familiar e Comunitária de Crianças e Adolescentes Vítimas de
Violência Sexual
Valéria Brahim
Foz do Iguaçu- Maio de 2012
FAMÍLIA É ...
FAMÍLIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL É ...
Definição de Família ao Longo dos Anos
“ Família é um sinônimo de família patriarcal e extensa, típica do período colonial. Instituição vertical baseada no parentesco, lealdades pessoais e territorialidade.”
(Freire, G. 1933)
Definição de Família ao Longo dos Anos
“ Família são pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos: pessoas do mesmo sangue, ascendência, linhagem e estirpe.”
(Holanda, S. B. 1986)
Definição de Família ao Longo dos Anos
“ Família não é apenas uma instituição social capaz de ser individualmente, mas constitui também e particularmente um valorvalor. É um grupo social e uma rede de relações. Funda-se na genealogia e nos elos jurídicos, mas também se faz na consciência social, intensa e longa.”
(DaMatta, R. 1987)
Definição de família ao longo dos anos
“ Família é gente com quem se conta.” (ONU, 1994)
“...um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consaguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade.” (SUAS, 2004)
Relação de vínculos – direito de todos
O Direito à Convivência Familiar e Comunitária – Responsabilidades e Oportunidades
“A família pode ser pensada como um grupo de pessoas que são unidas por laços de consangüinidade, de aliança e de afinidade. Esses laços são constituídos de representações, práticas e relações de obrigações mútua...” Plano Nacional de Proteção,Promoção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
Modelo familiar
“tradicional”
Capacidade de realizar as funções de proteção e socialização das suas crianças e adolescentes.
Por que trabalhar com a reinserção familiar e comunitária ?
Direito e Desejo
Convencidos de que a família, unidade fundamental da sociedade e meio natural para o crescimento e bem-estar de todos os seus membros e, em particular das crianças, deve receber a proteção e assistência necessárias para que possa assumir plenamente suas responsabilidades na comunidade.
Preâmbulo da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989)
Seção III – Diretrizes Específicas
Art. 7o - São diretrizes específicas de atenção as vítimas de tráfico:
V – reinserção familiar e comunitária de crianças e adolescentes vítimas de tráfico
Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (2008)
Vídeo “Anjos do Sol”
• Qual a vulnerabilidade primeira da família?
• Como se mostra a dinâmica familiar?
• O que deveria ser feito pela rede de proteção?
Família deorigem
AdoçãoAutonomia/Republica
- Acolhimento Familiar
- Acolhimento Institucional
SOLUÇÃO PROVISÓRIA
REINSERÇÃOSOLUÇÃO PERMANENTE SOLUÇÃO PERMANENTE
Sistema de Proteção
Acolhimento para Crianças - Orientacões Técnicas MDS
CT; JIJ; MPDIAGNÓSTICO
Família de Origem/Extensa
Apoio sócio-familiar
Família AcolhedoraAcolhimento Institucional
Acolhimento para Crianças - Orientacões Técnicas MDS
Estudo Diagnóstico Instrumento
Composição Familiar e Contexto socio-econômico e cultural Genograma
Mapeamento dos vínculos significativos na família extensa Genograma e Ecomapa
Análise da rede de apoio social da criança ou adolescente e de sua família (familia extensa, amigos, vizinhos, padrinhos, instituições,etc
Ecomapa
Análise da intensidade e qualidadade dos vínculos entre os membros da família (interação, interesse e participação na vida da criança/adolescente)
Genograma; Entrevistas e Visitas Domiciliares
Percepção da criança/adolescente em relação a possibilidade de afastamento do convívio familiar – medo de permanecer ou tristeza em se afastar;
Entrevistas, visitas domiciliares
Possibilidade de intervenção profissional e encaminhamentos que visem a superação da situação de violação de direitos, sem a necessidade de afastamento da criança ou adolescente.
Ecomapa, entrevistas, visitas domiciliares
O Genograma
O Ecomapa
Recursos Úteis
Instrumento de Conhecimento da Rede Social Intra Familiar
É um modelo para o desenho da família, onde a organização da mesma, sua história e as relações entre os seus membros de acordo com as gerações, idade, sexo são apresentadas numa gestalt.
Genograma
37 33
111516
Pedro
Jacira
Luiz
Carlos Amanda
GENOGRAMA: GENOGRAMA: Instrumento de Conhecimento da Rede Social Intra Familiar
17
GENOGRAMA: GENOGRAMA: Instrumento de Conhecimento da Rede Social Intra Familiar
70 73
9
30
18
43
39
37
35
16
10
33
1115
Pedro
77
30
8
LuisaJacira
29
16Luiz
Carlos Amanda
Júlio
SeparaçãoRecasamento Voltando a viver junto
Após a separação
Casal com criança/adolescenteAcolhidas provisoriamente Casal com um filho biológico
e uma filha adotivaCasal com um primeiro aborto natural, e
um Segundo aborto provocado
Símbolos do Genograma
Instrumento de Conhecimento da Rede Social Extra Familiar
É um recurso gráfico e dinâmico que nos ajuda a compreender as redes extra e/ou intra familiares do indivíduo e sua relação com as mesmas.
ECOMAPAECOMAPA
Linhas de relacionamento
Relação Fusionada
Relacionamento Distante
Relacionamento Hostil
Relação Forte
ECOMAPA:ECOMAPA: Instrumento de Conhecimento da Rede Social Extra Familiar
Programa de
atendimento
Vizinhos
Unidade de saúde
Família
Rede de Exploração
Sexual e Tráfico para esse fim
Escola
Conselho Tutelar
Metodologia do Trabalho Social com Famílias
Crianças, adolescentes e famílias
Visita Domiciliar/Atendimento Domiciliar especializado
Supervisão e Estudo de Casos
Entrevista
Grupo de famílias
Articulação com a rede de Serviço
Diagnóstico
Trabalho sistemático:• Pré reinserção• Inserção• Pós reinserção
IMPORTANTE: Ter uma equipe de referência para a reinserção familiar e comunitária
Diferentes possibilidades da dinâmica familiar
• Família envolvida e a não envolvida na situação de tráfico para fins de exploração sexual.
• Família residindo em outro Município ou Estado
• Família residindo no próprio Município onde a vítima está protegida (envolvida ou não envolvida)
Família residindo em outro Município ou
Estado: Nos casos em que a família da criança/adolescente resida
em outro Município ou Estado, o contato com a família se dará de Conselho Tutelar para Conselho Tutelar, ficando este responsável por acompanhar a família, articular a rede local para subsidiar o acompanhamento familiar, com vistas a reinserção familiar.
O Atendimento às Famílias TSH/ESCCA
I- Não esquecer que o Direito à Convivência Familiar e Comunitária (ECA- Capítulo III, Art. 15 a 52) e a excepcionalidade e provisoriedade da Medida de Proteção, devem permear o planejamento das ações dos profissionais do abrigo de referência. Os projetos de vida das vítimas/criancas e adolescentes, deve ter investimento desde o momento do Acolhimento Inicial.
II- As informações declaradas na Ficha de Atendimento (I-Acolhimento/ II-Atendimento Inicial – Tela 1 a Tela 3) e o desejo ou não de retorno da criança / adolescente, com relação ao contato com a família, subsidiarão o Técnico (Psicólogo e/ou Assistente Social) a estudar os riscos e a planejar os primeiros passos da intervenção familiar durante o 1º estudo do caso (participação interdisciplinar).
O atendimento às famílias TSH/ESCCA Questoes no contato com a familia (referência):
III- O estudo de caso em equipe deve ser uma constante. Isso fortalece a equipe, amplia as possibilidades de intervenção no caso e a articulação da rede, com vista a reinserção familiar (referência afetiva positiva) e comunitária da criança / adolescente.
IV - É preciso considerar no planejamento das ações de acompanhamento familiar:
• o tempo que a criança / adolescente está afastada da convivência familiar; • a idade da criança / adolescente quando ocorreu este afastamento; • a idade atual da criança / adolescente;• as condições em que aconteceu o afastamento (anterior ou não a situação de TSH );• se há, por parte da família conscientização da problemática e motivação para superá-la;• se existem membros da família (nuclear ou extensa) que possam se responsabilizar ou compartihar os cuidados com a criança ou adolescente.
O atendimento às famílias TSH/ESCCA Questões no contato com a família (referência):
V - O profissional deve estar atento a sua própria postura, no contato com a família. Garantir que este contato mesmo que analítico e avaliativo, seja sobretudo acolhedor.
Outra questão importante, refere-se ao não julgamento das atitudes da família por parte da equipe de profissionais, a fim de não se perder o vínculo de trabalho.
O atendimento às famílias TSH/ESCCA
Questoes no contato com a familia (referencia):
I – Estudo Diagnóstico
II – Contato com a família – pre-insercão familiar
III – Construção em conjunto com a Família do Plano Individual e Familiar -(re)inserção:• potencialização da família em proteger e cuidar a criança ou adolescente;• gradativa participação nas atividades que envolvam as crianças e adolescentes;• Fortalecimento das vinculações afetivas e do papel na vida da criança e adolescente.
IV – Apoio a família na reinserção familiar – pós-inserção familiar:• desenvolvimento de novas estratégias para resolução de conflito;• fortalecimento da autoestima e resiliência;• fortalecimento das redes de apoio social da família;• fortalecimento das alternativas para gerar renda e garantir a sobrevivência da família..
O atendimento às famílias TSH/ESCCA
PASSO A PASSO:
Busca do Ponto Sólido
A autonomia é desenvolvida através da interação entre o apoio profissional e institucional e o desenvolvimento das competências das famílias.
Competência
Vulnerabilidade
Autonomia
Apoio
Estudo de Caso
Objetivos Ações Infraestrutura
Responsável Peridiocidade