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Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

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Page 1: Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

Questão 1 – Gabarito B

No segmento “em que houve agravamento da crise de confiança”, a primeira ocorrência

da preposição “de” (contraída com o artigo “a”) é resultado da regência do substantivo

abstrato “agravamento” e introduz o complemento nominal dele. A segunda ocorrência

se deve à locução adjetiva “de confiança” (uma locução adjetiva é formada por

preposição e substantivo ou preposição e advérbio), que caracteriza o substantivo

“crise”. Sintaticamente, o termo “de confiança” funciona como adjunto adnominal.

Na alternativa D, que suscitou muita dúvida, o adjunto adverbial “no país” indica o

lugar da falsificação dos medicamentos. Anteposta à expressão “a circulação” (“quando

se noticiava no país à circulação”), ela gera alteração semântica, pois passa a indicar

onde se dava a notícia.

Questão 2 – Gabarito A (possibilidade de recurso: anulação)

Creio que não é difícil perceber o valor semântico concessivo da expressão “Apesar

da”. Muita confunde o valor da expressão “posto que”, classificando-a como locução

conclusiva, à semelhança de visto que e já que. Registre-se que “posto que” possui

valor concessivo.

Com esse gabarito, a banca examinadora admitiu, na alternativa D, que as duas

ocorrências da palavra “se” têm a mesma classificação sintática, o que não corresponde

aos fatos.

No trecho “lembre-se que a economia da regulação se subdivide”, o pronome é parte

integrante do verbo pronominal lembrar-se (trata-se de aspecto morfológico e não

sintático), ensino que é amplamente difundido em diversos manuais de gramática da

Língua Portuguesa (veja-se, por exemplo, CEGALLA, Domingos Paschoal – Novíssima

Gramática da língua portuguesa – 48. ed. rev. – São Paulo: Companhia Editora

Nacional, 2008 – pág. 499, 500,562 e 563). Nesse caso, o se não tem sequer função

sintática. A ausência da preposição de reclamada pelo verbo pronominal (lembra-se de

algo) para reger seu objeto caracteriza erro de regência.

No trecho “a regulação estatal da economia não se destina”, o “se” pode ser entendido

como pronome apassivador (“a regulação estatal da economia não é destinada”).

Page 2: Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

Questão 3 – Gabarito C (possibilidade de recurso: anulação)

Na Língua, há registro da expressão com vista(s) a (repare a indicação de plural do

substantivo “vista”) – como, por exemplo, no consagrado dicionário Houaiss.

Com esse gabarito, o Cetro indicou que a alternativa B está incorreta. A reescritura

transformou a voz passiva em voz ativa. Gramaticalmente, não se percebe erro. Partindo

do texto original, o sujeito-paciente “Todas essas falhas” assumiu a função de objeto

direto; o agente da passiva “pela Anvisa” assumiu a função de sujeito-agente; a locução

verbal “são observadas” foi modificada para “observa”, com a devida observância do

tempo e modo verbal; a locução adverbial “em sua atuação regulatória” permanece

como antes, inclusive na posição final do segmento, lugar natural do advérbio. O

prejuízo semântico – o que resta a ser analisado – não está aqui confirmado. As falhas

aludidas (“todas essas falhas”) são aquelas que foram apontadas no período anterior

(“No setor de saúde....”). Negar isso é desconsiderar as relações semânticas existentes

no parágrafo em que os trechos se inserem. A expressão “em sua atuação regulatória”

refere-se, certamente, à atividade da Anvisa como agência reguladora. No contexto em

que surge, a expressão “em sua atuação regulatória” não pode ser atribuída a outro

agente.

Questão 4 – Gabarito C

O vocábulo “assim”, que surgiu deslocado, tem valor semântico conclusivo e integra o

período que encerra a ideia contida no quarto parágrafo. A conjunção “pois”, que

normalmente surge em oração explicativa, pode assumir valor conclusivo. Isso acontece

quando surge isolada por vírgulas e depois do verbo da oração que integra.

Page 3: Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

Questão 5 – Gabarito D

O infinitivo (pessoal) “submeterem” possui sujeito expresso e diferente do verbo da

oração principal, o que justifica sua flexão no plural. Mas a forma “submeter”

(infinitivo impessoal) também é válida, pois o verbo está precedido da preposição “a” e

completa o sentido de outro verbo.

Consultados alguns dicionários, nenhum deles apresentou o sinônimo “característica”

para o vocábulo “corolário”. Leia o que dizem dois dos mais consagrados:

Houaiss

“proposição que deriva, em um encadeamento dedutivo, de uma asserção precedente,

produzindo um acréscimo de conhecimento por meio da explicitação de aspectos que,

no enunciado anterior, se mantinham latentes ou obscuros”;

“verdade que decorre de outra, que é sua conseqüência necessária ou continuação

natural

Ex.: o c. dessa política econômica foi a recessão”;

“prosseguimento de argumentação, reflexão ou afirmação

Ex.: ele expunha as suas idéias através de c.”.

Aurélio

“1. Proposição que imediatamente se deduz de outra demonstrada.

2. Decorrência, dedução, conseqüência, resultado, consectário.”

Page 4: Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

Questão 6 – Gabarito E

Presente no trecho está a ideia de causa e consequência estabelecida entre os segmentos

“São tantas as situações que se apresentam na cadeia” (causa) e “que uma vida pouco

para conhecê-las.” (consequência). Na alternativa E, essa ideia é preservada, apesar da

mudança de estrutura. Note a conjunção causal que introduz a oração “porque elas são

muitas”. A consequência, ou aquilo que decorre desse fato, foi agora expressa por meio

de “Uma vida é pouco para conhecer as situações que se apresentam na cadeia”.

Em A, temos ideia de proporcionalidade. Em B, o que era, originalmente, consequência

tornou-se causa. Em C, “malgrado” significa não obstante, apesar de e exprime sentido

de oposição, ressalva, concessão. Em D, a ideia é de finalidade.

Questão 7 – Gabarito E

As relações existentes na passagem permitem-nos subentender as estruturas indicadas

na última alternativa.

Questão 8 – Gabarito E (possibilidade de recurso: anulação)

O pronome e a expressão têm valor semântico de posse.

Em que pese o ensinamento de alguns gramáticos (como Celso Cunha e Cegalla, por

exemplo) a respeito de ser o pronome “los” sujeito do infinitivo pronominal “se

queixar” – o que o torna sintaticamente diferente da segunda ocorrência do mesmo

pronome (= objeto direto), não é possível desprezar a posição de outros gramáticos

igualmente consagrados, entre eles Evanildo Bechara. O ilustre pesquisador usa os

seguintes exemplos para tratar do assunto (Moderna gramática portuguesa – 37. ed.

rev. amp. e atual. conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro: Nova

Fronteiroa, 2009 – páginas 431 a 434):

Ouço o vento soprar  >  Ouço-o soprar

Vejo as árvores crescer  >  Vejo-as crescer

Por meio de uma longa explicação, Bechara sustenta que os termos “o vento” (= “o”) e

Page 5: Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

“as árvores” (= “as”) são objetos diretos de “Ouço” e “Vejo”, respectivamente. Já os

infinitivos (“soprar” e “crescer”) são, para ele, predicativos desses objetos diretos.

Segundo o autor, “não se pode falar nestes casos de ‘sujeito’ de infinitivo, também é

impróprio afirmar que tais substantivos [vento e árvores] são ‘objeto direto’ do núcleo

ouço ou vejo e ao mesmo tempo (grifo nosso) ‘sujeito’ do infinitivo”. Conclui-se,

então, que, para Bechara, o pronome destacado na alternativa C exerce a mesma função

sintática, a saber, objeto direto.

Questão 9 – Gabarito D

A primeira expressão sublinhada exprime o motivo que leva a dieta a engordar os

detentos. A segunda (uma conjunção adversativa) traduz ideia de oposição,

contrariedade, ressalva.

A “pegadinha” ficou por conta da alternativa A. Vocabulário informal não é sinônimo

de sentido conotativo ou figurado. Aquele é caracterizado por palavras e expressões que

fogem ao registro oficial, culto, padrão. A coluna da direita representa uso de

vocabulário informal:

Está.......................................................Tá

Falar......................................................Falá

Para.......................................................Pra

Queijo....................................................Quejo

Vamos....................................................Vamo

Vou.........................................................Vô

Regência do verbo visar.........................Ele visa o bem público. (deveria ser ao)

Page 6: Prova Comentada - ANVISA - Lido - Ok

Questão 10 – Gabarito E

A norma gramatical ou padrão estabelece que o verbo assistir é transitivo indireto no

sentido de ver, observar, presenciar e rege preposição a. Informalmente (ou

popularmente) esse verbo vem sendo utilizado como transitivo direto com o mesmo

sentido, caso em que dispensa a preposição, como ocorreu no trecho destacado.

Deve ser ressaltada a diferença entre os significados das palavras “desdém” e “ironia”.

A primeira indica desprezo, arrogância, altivez; a segunda exprime zombaria,

sarcasmo, o contrário do que realmente as palavras significam.