Upload
tomas-paoni
View
249
Download
12
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Â
Citation preview
P asseio por entre pastas infestadas de textos, restos, trechos. Não sei ao certo se são protestos, pretextos, caprichos, relaxos, se têm destaque ou são desleixo.
Talvez sejam manifestos incompletos que não confirmem nem contestem ou somente testes em anexo, que não prestam, sem contexto. Remexo em prosas presas, confinadas em listas de repasse. Um esgoto eletrônico de trecos e trastes... de fósseis que não fosse a fossa informática, da minha vida não fariam parte. Pois no tempo que tenho pra fazer o que gosto, estou limpando a caixa, dando baixa num monte de lixo e, por isso, cada vez mais longe da minha arte.
Portanto, reforço sempre que tenho chance, meu desgosto frente ao desgaste dos laços que se criam a partir dos falsos conceitos e medidas advindas desta cibernáutica avalanche (maremoto)... da síntese, da aglutinação das ferramentas catalisadoras do capital num “ENTER”, num instante (remoto).
Velocidade não é pressa, crédito não é confiança, finanças não pagam a liberdade, valores não têm preço, informação nem sempre é conhecimento, tempo não é prazo e tamanho não é documento. E o invento, onde de fato cresço, se mostra cada vez mais consumido, copiado, capitalizado e corrompido... escasso de idéias mas de cifrões espesso.
O excesso tende a nos esgotar. As novas tecnologias não
conduzem ao avanço, ao contrário, trazem a sensação de
estarmos eternamente aquém. A falta não caracteriza-se a partir daquilo que não temos, mas sim da necessidade de obtermos sempre mais do mesmo. Uma falsa evolução se formata à medida em que nos tornamos cada vez mais dependentes de um futuro em concordata.
Meu protesto não propõe o desapego aos avançados
mecanismos de comunicação e conhecimento e suas diversas possibilidades, mas destaca a forma desigual, exagerada e caótica como estas se apresentam dentro da nova realidade.
Na fronteira cibernética entre reais falsários e falsos mitos, superficiais relações nos trancafiam em digitais vitrines e virtuais apoteóticos ritos.
Face este fosso de farsas, frente ao sucesso das cifras e ao fracasso da grande massa, acho uma brecha em meio ao cansaço e racho meu frasco de frases no espaço. Esboço minha revolta e volto ao escopo. Incho meu prefácio, encho um copo de rimas sem culpa e, em cima da poesia fluente, arremesso aqui minha catapulta de ingredientes:
Este livro contém litros de letras e palavras livres. Não
contém glúten, apenas conservantes, que se propõem a reter o eterno prazer pela escrita, o amor a leitura e, acima de tudo, de um jeito franco, a conservação do artista e seu papel: amassado, rasgado mas nunca, jamais em branco.
Dedico este livro a minha filha Luiza, que neste colo de pai leigo, de modo meigo, aterrissa.
RAP DO DESC INTOPE (MC BILL & MC GATES)
LINKS BUNERS E CHATS DE MONTÃO REDE DE COMPUTADORES OU UM IMENSO ARRASTÃO? NAVEGANDO, NAVEGANDO UM DIA DÁ PRA PESCAR QUE O ANZOL DO TIO WINDOWS TÁ DOIDO PRA TE FISGAR TE FISGAR TE FISGAR TE FISGAR A SOLIDÃO ESTÁ EXTINTA? A IMPRESSÃO É VIRTUAL! PARA QUE PAPEL? EX – CARTA PRA QUE BIC? EX – TINTA SE O CORREIO é NO ATO SE O CORREIO é DIGITAL SE UM E – MAIL SEMPRE PINTA USA - JAPÃO – NEPAL DO NEPAL DO NEPAL
... 1200 PIXELS VALEM MAIS QUE 1 PINCEéL? NÃO SEI TALVEZ PERGUNTA PRO PICASSO LÁ DA BOCA DA INTEL DA INTEL DA INTEL O SEXO? QUE SACANAGEM! O RALA SE TRANSFORMOU SEM MORDIDA NEM ARRANHÃO é A UMA TELA E DUAS MÃOS PRA TRANSAR PELA TOMADA PRA GOZAR MASTURBAÇÃO
TURBAÇÃO TURBAÇÃO ...
TUDO OUT, TUDO OUT O MEU PROVEDOR NUM ACESSA O BLACKOUT SE INSTALOU PACIÊNCIA, VÔ SEM PRESSA SE A RUA É PERIGOSA O DATENA TE MOSTROU SEM HORROR, SAPIÊNCIA VAI PRO BAILE E NÃO STRESSA
EXTERNETE, EXTERNETE O FUTURO TE ATRASOU O PRESENTE TE ACESSA E O PASSADO JÁ FICOU
JÁ FICOU JÁ FICOU
UM
PiXeL
PiNTa
+
q
UM
PiNCéL
?
robôs aterrisSam em marte bolsaS decolaM CÉDULAS
Cientistas embolsam alto
foguetes projetam doleiros
Pincéis desenham o espaço Pintores SORRIEM NAS TELAS
“Computadores fazem arte
artistas fazem dinheiro”
Pirateando vidas in vitro
aos litros aos montes
Vitrine de clones
de réplicas de mídias de fontes
Recorte de idéias
são plágios reverbes e samples
Forasteiros outistas em offertas online
se consomem
Os humanos se copiam em meio às máquinas As máquinas se procriam em meio aos homens
Aparelhos as orelhas me aporrinham sirenes – apitos – campainhas Ruídos que alertam mas não alentam a inquietude da Idade Mídia da medíocre idade do excesso – do sucesso fácil
Algo toca em meu bolso e me lembra que o êxito só existe
se o revestimento eletrônico me contempla com a mescla de silício e saliência
com o misto de distância e onipresença
ONTEM ÓCIO___HOJE VÍCIO___AMANHÃ FÓSSIL
É assim: sem procurar conheço
Na mesma velocidade que descubro, esqueço... de mim
...TRIM ...TRIM ...TRIM !
COMBINA ASSIM sem bina é melhor
pois sem dor posso desmarcar
ao invés de sem dó
o seu tel reconhecer e o meu cel desligar
T E L E - A M A R
(tã nã) - (tã nã nã) - (tã nã nã) . . . chamada a cobrar . . .
Alô! Bem? Preciso dizer, o tempo passou, a ficha me c a i u
Amor inda tem, cartão cabô! Por isso, ouça bem: Eu te a . . . (tu) - (tu) - (tu) - (tu) . . . mô?
A
ERÓTICA
Está POR UM FIO
. . .
pelA
fechadura eletrônica
agora espio
O PIOR EGO É AQUELE QUE SÓ SE VÊ O MUNDO É VOYEUR O AMOR É CEGO E VOCÊ?
ORIGEN
OMA
GENÉTICA ESP
HERANÇA
C L O N A G E M IMÃ GEN OU SEMEN LHANÇA
TORRESGEMEMM
AASS
AS
C H E C K !
FORCA, 7 LETRAS: HUSSEIN
DO BURACO PRAS ALTURAS... HOSANA!
C A B U M !
AFEGANISTÃO... POR ONDE ANDARÁ
VOVÔ OSAMA?
M A Y D A Y !
ABORTEMOS A MISSÃO! GEORGE BUSH NÃO USAMA!
C R A S H !
A BOLSA ESTOUROU. TIO SAM AVISA:
NASCEU BARACK OBAMA!
C O M E O N ! NÃO PERCA A NOVA TEMPORADA DE:
MINHA POBRE FAMÍLIA AMERICANA 2009 - 2017
- ACREDITAS EM AMOR À PRIMEIRA VISTA?
Indaga o vice-presidente
- CREIO EM SEGUNDAS INTENÇÕES!
Engasga a primeira-ministra
na dúvida v ide bula
na dív ida negue gula
na dádiva div ida não minta cumpra
nem sempre compre
não suma nunca
tão só me sinto
sem dó me tranco com pó me tr inco
sejamos francos estamos fracos
ou
mais famintos?
o mundo consome às cegas pra depois morrer de fome
quem tem nega
quem num tem some
se correr o bicho pega se ficar o rico come
figas não me afagam
pés de coelho mancam
ferraduras pesam
as cruzes me matam
amuleto é a muleta do covarde
da coragem é a meta
talismã não é imã pra sorte
os trevos só me trazem trevas
e crucifixos, no alto ou no peito,
não me livram do efeito da morte
AANNTTEESS QQUUEE EELLEE MMOORRRRAA
EENNFFAADDOONNHHOO
NNÃÃOO CCOORRRRAA AATTRRÁÁSS
MMAASS SSIIMM ÀÀ FFRREENNTTEE
DDOO SSEEUU SSOONNHHOO
a premissa de uma vida depressa
causa depressão à beça
nem a sublime sensação do sono nem a benção da missa
consolam a síndrome da pressa
que na preguiça se disfarça no enguiço se esconde
e só na morte cessa
E sta obra não trata apenas do dilema tecnológico e da individualização do homem capitalista, dito “moderno”, mas também de tudo de belo que se vê lá fora. Fora botões e atalhos, fora tantos
“offices”, fora gravatas e ternos. Fora as campainhas assanhadas que clamam por companhias... tão apressadas pra confabular sobre as angústias de se trabalhar tanto tempo que o passatempo passa e já é hora de voltar.
“Time is money”. Eis que vivemos, como disse Leminski: “entre a pressa e a preguiça”. Quem tem pressa fatura e o preguiçoso enguiça. Entre um ferrugem aqui, outro ali, minhas engrenagens se lubrificam a tempo de retornar. Só que agora sem pressa. Quero curtir à beça o sabor da preguiça e das novas crias que no meu colo aterrissam.
De volta ao verdadeiro ofício, inberno acordado, fugido do
rebuliço, celular desligado. Poemas de artifícios explodem no derradeiro instante em que a bolsa estoura. Não a de valores, mas sim a bolsa onde guardo meus amores. Chegou a hora! De voltar a versar, de rimar, de remar noutro oceano. Rumar de volta ao bom e velho ramo, de escrever... tudo que sinto, penso e tenho a dizer. Aquilo que crio, naquilo que creio. Dosando o freio dessa vida veloz e pro-criando idéias na velocidade da luz.
Nos loucomotivos que me inspiram ou nas desculpas que te esperam, este é meu recreio, meu retiro,
minha varanda e meu capuz.
Eis os meus pretextos. Nem tão sucintos, talvez distintos, porém sinceros.
Não tenho a cura, por isso fujo sem sair do lugar. Não me entrego. Cego quando bem quero e enxergo o que bem rimar (mirar). Foco o que convém e o que com defeito vem, troco. No concreto, quebro a cabeça e construo uma nova. No conserto, cada caco é uma prova de que estou vivo e sobrevivo, sobretudo, das vigas, dos versos, das rimas, no prumo da prosa.
meus poemas planam como plumas
pegue algumas e transforme em penas !
cole pelo corpo e alce um longo vôo !
trace uma outra rota e rume a um novo tema !
O poeta às margens borda A poesia beira O poeta projeta barragens A poesia transborda
ELE SAIU – O SOL SUBIU.
NA DECIDA, LADEIRA, SORRIU.
O CÉU ENTÃO SE DESCOBRIU...
NA INDECISA NUVEM PASSAGEIRA DE ABRIL.
ANIS NO CÉU DA BOCA
E SOBRE A TÔCA, ABA DO BONÉ, UM VÉU ANIL.
A LESTE, TUDO AZUL!
ACIMA, UM VELUDO CELESTE SE ABRIU.
DE RÉ O TEMPO PASSA
E NA RAMPA, AINDA A PÉ, BENTO ASSOBIA UM GIL.
TEM VENTO NA VISTA E
NA CRISTA, COM GEL, UM TOPETE EM FORMA DE TIL.
SEU LENTO CAMINHAR
SOBRE O TAPETE DE ASFALTO, DESPISTA.
PARECE EVITAR O SOPÉ MAS, ENFIM, SE RENDE
À PISTA.
RENTE AOS CARROS, BENTO AGORA CORRE.
A PREGUIÇA PERDEU PRA PRESSA
E AQUELE CÉU, ENORME, EMBAÇA.
BRISA VIROU FUMAÇA E NÃO DEMORA, SUA SOMBRA CESSA.
É POR ESSAS E OUTRAS QUE
QUANDO DESCE, BENTO PENSA:
─ QUE MAIS VALE A “ALVORADA LÁ NO MORRO, QUE BELEZA”...
DO QUE A TRISTEZA CINZA
DA CIDADE EM BRASA... TENSA.
Urbanos
Na rua, no asfalto, Interatividade social, Intenso contato: Visual, corporal, intelectual. Um barato, pra muitos, essencial. Perambulando com aparatos, Cidadãos e seus destinos tribais. Em si, reconstituindo fatos, Há também os solitários em trajetos individuais, Constituindo a urbana nata de relatos. Encontros habituais ou casuais E a geração de polêmicos boatos. Fazendo entrelaçarem-se sábios e boçais, Populares e chatos, conservadores, anarquistas, radicais. Sexta à noite, um cheio prato. Bate-papos envolventes são tradicionais. A saideira! Pedem os satisfeitos num ultimato. Inquestionável pedido, sempre tem muito mais, A maioria pede bis, ninguém se dá por farto. Bares e esquinas, os mais populares locais E suas incríveis situações que nos deixam gratos. Gloriosas ocasiões, rotineiras e acidentais. Suspiros, amores, sustos e infartos. Euforia e melancolia, velórios e carnavais.
As famosas rodas e os chamados “ratos”. Veteranas reuniões, diárias, semanais. Sempre bem-vindos, surgem viris os novatos, Introduzidos a rotina dos boêmios imortais. Contrastando-se em discussões, flertes e tratos. Viagens rotineiras conduzem-nos pelos sinais, Outdoors, propagandas e retratos. Imponentes ônibus e linhas regionais Levando sonhos pros quatro cantos, Transportando vidas e idéias geniais. A cultura urbana revelando encantos. Transeuntes mesclam-se em estilos plurais. Os chamativos com diversos artefatos, Unidos aos modestos, com meros aventais, Geram a eclética união dos eternos pedestres
... inatos.
platônico
placenta invisível entre o tato e o intocável
tônico desafino entre o ditongo e o hiato
distância incontável entre a ânsia e o inalcançável
a fantasia e o fato, a prova e o improvável
O PRANTO PODE SAIR DE BATE-PRONTO COMO PODE O PRANTO CAIR TODO PARA DENTRO
VIR SOZINHO NUM CANTO CALMO, QUIETO E VAZIO OU CHEIO, EM MEIO AO CENTRO NERVOSO DO RIO
O PRANTO APRESSADO SOLUÇA O PREGUIÇOSO BOCEJA PODE SER CONTIDO COM UM COPO D’ÁGUA OU DESABAR COM UNS DEZ DE CERVEJA
O PRANTO PODE IR DO BRANCO PRO VERMELHO PODE SER PRETO DE SOMBRA NO OLHO
SER A PRAZO SE MUITO PRESO E LONGO QUANDO DE FATO SOLTO
O PRANTO PODE VIR DE TANTO RIR COMO TAMBÉM PODE VIR DE UM INSULTO PODE SER LIMPO SE MUITO ESCORRER ASSIM COMO SECO PELO TEMPO...
O PRANTO PODE SER
Ariscos haikais arriscam dizer que nem todo rabisco é poesia
nem toda rima é rica e que você, pobre poeta,
acha que versa mas desconversa quando tenta
convencer
A poesia concreta é a fotografia histérica das palavras
a palavra
que não dança me cansa
de tanto que fala se não mexe
não alcança
parada não me toca imóvel
não balança
palavras sapateiam
o homem...
descansa
q u e é, o q u e é ?
h a i k a i
e m
p é
e e s c o r r e d i t a d o . . .
O REVÉS DO INVÉS É ELE MESMO OU É O INVERSO DO VERSO DE SI ?
. . .
O QUE SOBRA SOBRE A METADE DO
DOBRO DA DOBRA ?
AROMÁTICO CÁLIDO CORADO VÍVIDO HISTÉRICO FALANTE PORTÁTIL VERSÁTIL MÓBIL ITINERANTE MUTANTE HÁBIL VIVO
FÉTIDOGÉLIDOPÁLIDO
MÓRBIDOAPÁTICOCALADO
ESTÁTICOESTÉREOPARADO
INERTEIMPOTENTE
TRAVADO
MORTO
CARNE
CERNE
C O R P O
- - - - - - - - - - - -
SEMI
COM OLHOS DE RAIO – X IN VEJO O OUT ISTA
QUEM DERA TIVESSE UM MUNDO SÓ MEU
ONDE ENTRASSE SÓ QUEM EU QUISESSE
E QUE EU SAÍSSE QUANDO BEM ENTENDESSE
desnudádiva penetrafega umedecedaí orgasmipega
o sexonosso
alimentolado na bocarnuda
da mulhereção
homembro querendorfina
aguentarado como phode
gozaranzando
porraí gemidolatro
seu corpotente
agarrobustos seiostentam
peitorneados sodomamilos
salivagueio
na lambuceta sussurrasgando
cocharmosas
beijorrante que ejaculateja na linguardada
labiosfera
semenfim exaustomado em seu dorsonífero durmortal
UM RUBRO ENVOLVE MEU OLHOS,
CHORO.
PINGO COLÍRIO NAS BORDAS,
DESCOLORE.
DESCUBRO NO ALVO
QUE O MOLHO VERMELHO AINDA E
S
C
O
R
R
E
POR DENTRO
NO CANTO DO PEITO.
S
O
R
R
I
R
É
A
M
E
L
H
O
R
V
I
A
U M A V A I A P R A F Ú I A
U M A V A I A P R A R A
U M A V A I A P R A A I V A
O elOgiO é a Orgia nO egO
F U G I D E U M T E T O
M A S M A N T E N H O O T I C O - T I C O
B R I G U E I C O M C E R T O S C A S O S
M A S P R O P O N H O U N S N A M O R I C O S
C A B E I D E M E E X T R E P A R
M A S P R O V O C O A S S I R I R I C A S
P A R E I D E V E Z D E A M A R
M A S S U S T E N T O O A M O R D E P I C A
faz chamego nu meu ego faz cafuné ni mim
carinho na cara e no restinho do rosto festinha na face e na boca beijin
senta perto e consola faz cosca, dá colo
me canta cantigas novas me nina, me deixa com sono
deito feito feto e adoto a falta da fala deixo que toque tudo que quiser
sem um pio, sacio tua ânsia, sua tara arrepio do primeiro fio do cabelo até a pontinha do pé
no fim, me acorda e pede abraço desfere um beijo que eu desfaço o laço
prova meu gosto num gesto que provoque uma descarga de 1000 volts, um ELETROCHOQUE !
Quando perto é forte porém curto
Quando corta é quase um surto
Quando voltas não sei se ficas
E quando foges apenas luto
Contra o furto que me leva a sorte
De por um instante te ter de volta junto
CARNAVALHA
velha festa Da carne exposta do corte que Deixa tudo à mostra que avacalha a pista que libera a crosta que Desata o corDão do crachá
o nó Da gravata que Deixa nua a patota e veste a rua De bravata que vale à pena caDa pluma caDa cena de ciúme catapulta De
performances e perfumes
.. .
caDa santa caDa puta caDa vagabunDo e caDa vaga-lume canta um samba de breque a mil ou De marcha ré De pileque no palanque no pique a pé caDáveres vivos Desejam-lhe boas-vinDas Da sexta-feira festeira à DerraDeira quarta De cinzas
o coco sem água
é oco
é oca a oca
sem pagé
sem canto
é oco o som do cuco
já o eco
sem o oco não dá pé
UM SOM DOIS SÃO AUDIÇÃO PERCUSSÃO SE BEETHO - VEN SEM TOM UM SURDÃO BACH TERIA TAMBOR TIMBAU POR TRÁS DOS PIANOS UM SAM BASSIM QUEM OUVIRIA? UM SAM BATU QU’EM SINFONIA!
ASSIM COMO UM TOM AO REDOR DE JOBIM
ASSIM
COMO O SOM DOS DEDOS DE BADEN
ASSIM COMO UM SACO é A FALTA DO TIM
...
ASSIM
COMO O DOM DE QUANTOS FOREM OS ZéS
ENTRE TANTOS OUTROS TONS
ENTRE O ACÚMULO DE DÓS
ENTRE O TÚMULO DOS RéS
NOVES FORA, VAI UM, AQUI “JAZZ”
...
ENTRE OS DEFEITOS DE FABRICAÇÃO E
OS EFEITOS COLATERAIS DE TORQUATO E DE TOM
ENTRE O PROFUNDO RELES DO POP E
O “MODOS OPERANDIS” DE KASSIN
SOBRE OS BONS MODOS DOS BISNETOS DA BOSSA E
A FOSSA DO LOBÃO SOB AS VAIAS DO ROCK “IN”
ENTRE A VéIA CABELEIRA DE ROB E DE VON E
OS “DREADS” DE GUSTAVO RIBEIRO E B. NEGÃO
...
AQUI WALY ACOLÁ O REI SALOMÃO NA VOZ DE MACALé RECITA UM BAIÃO RECEITA UM AXé RESSUSCITA ASSUNPÇÃO, EVOé! ... ÀS MARGENS DA BAHIA A CIÊNCIA DO RE-CIFE RE-INVENTA VELHOS GILBERTOS NOVOS BAIANOS GONZAGAS JOÃOS JORGES CAETANOS VELOZES VEIAS ABERTAS ESCORREM RUMO AO RIO SALVADOR LUANDA POIS NA TERRA DO SAMBA – MEU SENHOR O TAMBOR é QUE MANDA!
...
FEITO UM MUTANTE – TROPICAL – CONCRETO - LITERAL
ASSIM COMO E VOMITO
EIS A REGURGITOFAGIA SONORA DE MAIS UM AMERICANO – CANIBALL – AFREECANO – ERUDITO
o presente a gente faz
o futuro a gente inventa o passado a gente traz
o hoje se agüenta
o amanhã a gente espera e do ontem a gente cai
no agora a gente sente no depois a gente tenta
e do antes se desfaz
e no sempre a gente espera que isso nunca se acabe
pois a vida pede +