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Portal Educacional do Estado do Paraná
Proposta N°7137
Situação do APC: Rascunho
Autor: HEIDY SILVA PINTO DONADIO
Estabelecimento: KENNEDY, C E PRES - E FUND MEDIO
Ensino: E F 5/8 SERIE
Disciplina: EDUCACAO FISICA
Conteúdo: JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Cor do conteúdo:
Paraná
Título: Silas K Glicério, índio caingangue, primeiro lugar no concurso de redação
Texto: O destaque foi dado ao aluno Silas Kogmu Glicério, índio caingangue, que conquistou o
primeiro lugar no concurso de redação e sua professora Adriana Moreno Rebonato, no
Programa Agrinho.
O Programa Agrinho envolve crianças e jovens de escolas públicas do Paraná que vivem no
meio rural. Consiste numa intervenção com fundamentação sólida, que trata da sobrevivência
e o desenvolvimento da população do campo. Seu trabalho está voltado para o
desenvolvimento da ação solidária, para a criação de uma cultura, que valoriza a convivência
social e ambiental dentro de padrões éticos. O programa atinge por ano cerca de 1,6 milhões
de crianças da educação infantil, educação especial e ensino fundamental da rede pública
presente em praticamente todos os municípios do Paraná. O programa promove o Concurso
Agrinho, realizado anualmente, selecionando vencedores regionais e estaduais nas categorias
desenho, redação, e experiência pedagógica.
O encerramento das atividades do Programa Agrinho em 2006 foi marcado pela cerimônia que
entregou 365 prêmios a professores e alunos. Entre os autores das redações selecionadas, o
menino Silas Kogmu Glicério se destacou. Aluno da terceira série da Escola Rural Municipal
Indígena Cacique Antonio Tyntynh, Silas é índio caingangue e mora na Reserva de Faxinal em
Cândido de Abreu. Sua redação conquistou o primeiro lugar estadual no Tema Cidadania entre
os trabalhos de 1ª a 4ª séries. Sob o título "Nossa comunidade é unida", Silas descreve o dia-a-
dia da reserva, respeitando o meio ambiente e as pessoas com quem convivem. A professora
Adriana Moreno Rebonato trabalha com as crianças da aldeia há seis anos e se sente realizada
com o respeito que eles têm com o professor e entre eles.
Fonte: http://www2.faep.com.br/noticias/exibe_noticia.php?id=945
Arquivo anexado: 7137_Sexta.doc
Premiação do Agrinho reforça sucesso do Programa no Paraná
O encerramento das atividades do Programa Agrinho em 2006 foi marcado pela cerimônia que entregou 365 prêmios a professores e alunos, nesta segunda-feira (20) em Curitiba. O Concurso Agrinho, realizado anualmente, selecionou vencedores regionais e estaduais nas categorias desenho, redação, experiência pedagógica e município Agrinho, de um total de 3.200 trabalhos enviados à banca examinadora. O Programa atinge por ano cerca de 1,6 milhão de crianças da educação infantil, educação especial e ensino fundamental da rede pública e está presente em praticamente todos os municípios do Paraná.
Mais de 800 pessoas, entre premiados e acompanhantes vieram do interior do estado acompanhar a cerimônia e vibravam a cada anúncio de trabalho premiado. Para a professora Ivonete Barp, de São João, sudoeste do estado, que conquistou o segundo lugar regional de experiência pedagógica no tema Meio Ambiente, mais importante que a premiação é a oportunidade de participar do evento e ter o trabalho reconhecido.
Exemplo Caingangue - Entre os autores das redações selecionadas, o menino Silas Kogmu Glicério se destacou. Aluno da terceira série da Escola Rural Municipal Indígena Cacique Antonio Tyntynh, Silas é índio caingangue e mora na Reserva de Faxinal em Cândido de Abreu. Sua redação conquistou o primeiro lugar estadual no Tema Cidadania entre os trabalhos de 1ª a 4ª séries. Sob o título "Nossa comunidade é unida", Silas descreve o dia-a-dia da reserva: "Aqui na aldeia os índios se reúnem para trabalhar na roça e lá nós plantamos feijão, arroz, milho e mandioca. Na colheita dividimos entre as famílias. [...] Levanto, faço oração, tomo café, vou para escola com meu irmão e falo para ele: irmão, vamos pegar o lixo no posto e juntar todo papel jogado no chão porque é feio e dá doenças. [...] Aqui cacique não gosta de brigas e fala que é para respeitar irmão índio e o branco também porque nós precisamos uns dos outros".
A professora Adriana Moreno Rebonato trabalha com as crianças da aldeia há seis anos e se sente realizada: "Não há coisa mais bonita. O respeito que eles têm com o professor e entre eles, a humildade". Para ela, grande conquista foi conseguir que um dos trabalhos da escola indígena fosse selecionado entre os melhores do estado: "Muitas vezes vejo meu trabalho desacreditado. Alguns deles se sentem envergonhados de ser índio, são muito descriminados", explica a professora que avalia o prêmio como incentivo à auto-estima do grupo. O cacique caingangue Pedro Lucas, acompanhou orgulhoso a premiação. Disse que acontecimento semelhante nunca tinha ocorrido na área dele, onde vivem 680 pessoas.
Além dos premiados, o evento contou com a presença de várias autoridades, entre as quais, o vice-governador Orlando Pessuti, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, representantes das empresas parceiras do Programa e presidentes de Sindicatos Rurais de todo o estado, entre outros. O presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette faz uma avaliação dos 11 anos de Agrinho: "A prova maior do sucesso do programa é que há participação de quase todos os municípios do estado. Este para mim é o maior atestado de que é um programa vencedor. Nós estamos contribuindo para uma nova geração de pessoas com conhecimento no meio ambiente, na área de saúde, na área de consumo. É uma geração de cidadãos com responsabilidade".
Relato
Chamada para o Relato: Qual a contribuição do jogo indígena, na perspectiva crítico-superadora, para o desenvolvimento da identidade social e apreensão crítica?
Texto: As crianças, com o avanço da tecnologia, com a televisão, videogame e computador
passaram a substituir as tradicionais brincadeiras e jogos de rua que, aliados à crescente
indústria do brinquedo, estes não precisam mais ser construídos pela criança.
Outros fatores também têm influenciado esta problemática tais como a violência urbana
que torna inviável brincar na rua, e o modo de vida contemporânea em que os pais saem para
trabalhar e têm menos tempo de compartilhar e transmitir aos filhos as brincadeiras que
povoaram suas infâncias.
A brincadeira tradicional de rua é um fenômeno paradigmático da organização social da
criança e da cultura infantil que, devido aos fatores mencionados corre o risco de ficar
esquecido com o tempo. Durante a brincadeira, as crianças entram em contato o tempo todo
com signos produzidos pela cultura à qual pertencem. Para Brougére (1997) a brincadeira de
casinha, de peteca são elementos que encerram em si significados e ideologias, ocorrendo a
bidirecionalidade da transmissão cultural, pois o brincar da criança é estruturado conforme os
sistemas de significado cultural do grupo a que ela pertence. A internalização da cultura pela
criança promove saltos qualitativos no seu desenvolvimento.
A importância dos jogos no desenvolvimento e na formação dos alunos nos leva a
compreender a riqueza de manifestação da nossa e de outras culturas das quais o jogo está
imbuído, e a importância em aprender a reconhecer e aceitar essas diferentes culturas.
Por acreditar que o eixo central da Educação Física é proporcionar a apreensão da
cultura corporal, é que devemos oferecer esse material pedagógico, levando-os a descobrir o
prazer nessas brincadeiras, por meio do conhecimento produzido.
Desenvolvi um projeto onde os alunos resgataram brincadeiras com parentes ou
conhecidos acima de cinqüenta anos. Esse projeto ocorreu na escola onde trabalhei e os
alunos ficaram bastante motivados com as descobertas por eles vivenciadas e com a
apresentação da pesquisa aos colegas de sala. O trabalho me ajudou a entender melhor os
alunos, o meio em que vivem e como vivem. Entre as brincadeiras resgatadas estava o jogo de
peteca, que me levou a esse projeto voltado para o resgate de brinquedos e brincadeiras da
cultura indígena.
A questão do brincar tem um grande significado na comunidade enquanto preparação
para a vida adulta ao levar o aluno a perceber que essa comunidade rural não insere a criança
em um sistema social de divisão do trabalho. A criança indígena auxiliava sua mãe no plantio
do trigo, na colheita e a fazer o pão. Na zona urbana, onde há a separação do mundo adulto e
infantil e a vida social e tecnológica fragmenta o processo produtivo, fica difícil para a criança
brincar de imitar muitas profissões existentes e até as brincadeiras.
A proposta deste trabalho é mostrar o jogo, com suas diversidades não numa visão
fragmentada da realidade, mas numa perspectiva, onde estes conteúdos possam ser
apresentados aos alunos [...] “a partir do princípio da simultaneidade, explicando a relação que
mantêm entre si para desenvolver a compreensão de que são dados da realidade que não
podem ser pensados nem explicados isoladamente”(SOARES, 1993; p. 32). Assim o aluno vai
ampliando seu conhecimento dialeticamente, não por etapas, mas construindo o pensamento
de forma espiralada.
Essa forma de organizar o pensamento remete a uma organização e sistematização dos
conteúdos de ensino, rompendo com a idéia de terminalidade, desenvolvendo assim a noção
de historicidade, para que este aluno se perceba enquanto sujeito histórico e crítico. Desta
forma, o jogo (brincadeira) deverá ser entendido, apreendido, refletido e reconstruído como
conhecimento que constitui um acervo cultural (SOARES, 1993).
Nesse sentido, a problematização deste estudo pode ser evidenciada a partir da
questão norteadora:
Qual a contribuição do jogo indígena, na perspectiva crítico-superadora, para o
desenvolvimento da identidade social e apreensão crítica de alunos da 5ª série?
Referências
BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
SOARES, Carmem et. al. Metodologia do Ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1993.
Sugestão de Leitura
Categoria: Livro
Sobrenome: Bregolato
Nome: Roseli Aparecida
Título do Livro: Cultura corporal do jogo.
Edição: 1
Local da Publicação: São Paulo, SP
Editora: Ícone
Disponível em (endereço WEB): http://www.editoraicone.com.br/
Ano da Publicação: 2005
Comentários:
A autora comenta do condicionamento da cultura dos colonizadores sobre a cultura indígena
desde a chegada dos primeiros europeus ao Brasil. Os indígenas tiveram que se privar de sua
forma de viver para assumir costumes estranhos. Estes povos perderam suas terras, sua
língua, crenças, a identidade, ocasionando um mundo sem significado. Com a negação de sua
cultura pelos brancos, em vivendo condições precárias, e dependentes dos órgãos
competentes para sobreviver, tem causado a baixa da auto-estima, depressão e aumento de
suicídios em muitas aldeias.
A escola que educa para a cidadania tem o compromisso com a preservação do
patrimônio cultural brasileiro, trazendo a cultura indígena para a sociedade, valorizando o índio,
e sua rica cultura ainda desconhecida por muitos. A autora descreve vários jogos e lutas
indígenas como; huka huka; Idjassú – aipenkuit; ói’ó; zarabatana; peteca – mã’ka (em guarani).
Categoria: Livro
Sobrenome: Soares
Nome: Carmen Lúcia, et al (coletivo de autores)
Título do Livro: Metodologia do ensino de Educação Física.
Edição: 1
Local da Publicação: São Paulo
Editora: Cortez
Disponível em (endereço WEB): http://www.editoracortez.com.br/
Ano da Publicação: 1992
Comentários:
O conteúdo é tratado de forma a ser retraçado desde a sua origem, para que o aluno tenha a
visão de historicidade, compreendendo-se enquanto sujeito histórico, capaz de interferir na vida
privada e atividade social sistematizada. Essa visão de historicidade tem como objetivo a
compreensão de que a produção humana é histórica e inesgotável.
O conhecimento é tratado na totalidade, movimento, mudança qualitativa e contradição,
na lógica dialética materialista. Nessa perspectiva o jogo, na escola torna o aluno mais
consciente das suas escolhas e decisões.
Categoria: Livro
Sobrenome: kischimoto
Nome: Tizuko Morchida
Título do Livro: Jogos Tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação.
Edição: 2
Local da Publicação: Petrópolis, RJ
Editora: Vozes
Disponível em (endereço WEB): http://www.editoravozes.com.br
Ano da Publicação: 1993
Comentários:
O autor mostra as contribuições da cultura indígena nos jogos tradicionais, da educação da
criança indígena, seus brinquedos e brincadeiras.
Kischimoto fala da origem de jogos como a peteca que em tupi é peteca e em guarani é
petez, significando bater.
Categoria: Livro
Sobrenome: Benjamin
Nome: Walter
Título do Livro: Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação.
Edição: 2
Local da Publicação: São Paulo, SP
Editora: Summus
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação: 1984
Comentários:
O autor faz um relato histórico do brinquedo, desde a pré história até os dias de hoje. No início
do século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo, os brinquedos que eram construídos
artesanalmente, passaram a ser comercializados com fins lucrativos. A partir dessa época, os
objetivos do brinquedo começam a se afastar da sua origem.
Benjamin afirma que quanto mais a industrialização avança, mais o brinquedo escapa
ao controle da família, tornando-se cada vez mais estranho às crianças e aos pais.
Categoria: Livro
Sobrenome: Ribeiro
Nome: Darcy
Título do Livro: O povo brasileiro: a evolução e o sentido do Brasil.
Edição: 1
Local da Publicação: São Paulo, SP
Editora: Companhia das Letras.
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação: 1995
Comentários:
O autor faz um relato histórico da formação do povo brasileiro. Quando os portugueses aqui
chegaram a população indígena era de aproximadamente cinco milhões, chama de matriz
étnica, os indígenas e portugueses. A expansão do domínio português terra adentro, é obra dos
brasilíndios ou mamelucos, gerados por pais brancos, a maioria deles lusitanos, sobre
mulheres índias, dilatando o domínio português.
Categoria: Livro
Sobrenome: Huizinga
Nome: Johan
Título do Livro: Homo ludens: o jogo como elemento de cultura.
Edição: 5
Local da Publicação: São Paulo, SP
Editora: Perspectiva
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação: 2001
Comentários:
O autor faz um acompanhamento da história cultural do jogo e certifica ser no jogo e pelo jogo
que a civilização surge e se desenvolve. Sua preocupação não é somente definir o lugar do
jogo entre todas as outras manifestações culturais, mas determinar até que ponto a própria
cultura possui um caráter lúdico.
O jogo é tomado como fenômeno cultural e não biológico e visto numa perspectiva
histórica, procurando integrar o conceito de jogo no de cultura.
Imagens
Comentários e outras sugestões de Imagens: O brinquedo e a brincadeira determinam o conteúdo imaginário. Para Benjamin (1984) brincar
significa libertação. A banalização da vida, principalmente após a Segunda Guerra Mundial
contribuiu para o crescente interesse por jogos e brincadeiras infantis e com isso o crescimento
do brinquedo industrializado. Vemos nas imagens brinquedos artesanais e industrializados.
Quanto mais a industrialização avança, mais o brinquedo surripia o controle da família, tornando-
se cada vez mais estranho às crianças e aos pais. Por isso devemos resgatar com os alunos a
origem dos brinquedos e brincadeiras que utilizamos, entendendo a sua transformação no
processo histórico da humanidade e a transformação dos brinquedos de seus avós até o deles e
os brinquedos indígenas.
Referência: BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. In: BENJAMIN, W. Obras escolhidas. São Paulo: Brasiliense, 1984. v.1.
Sítio
Título do Sítio: Escola Oficina Lúdica
Disponível em (endereço web): http://www.escolaoficinaludica.com.br/brincadeiras/index.htm
Acessado em (mês.ano): Agosto/2007
Comentários: Este sítio apresenta a história do brinquedo (arco) desde a história romana. As influências das culturas portuguesa, africana e indígena nas brincadeiras infantis. Nele é possível conhecer as brincadeiras tradicionais do Brasil por regiões.
Título do Sítio: FEMPE - Federação Mineira de peteca
Disponível em (endereço web): http://www.fempe.com.br/
Acessado em (mês.ano): Agosto/2007
Comentários: Esse sítio apresenta vários textos educativos, como histórico do jogo de peteca, as vantagens que a prática do jogo trás no desenvolvimento psicológico e fisiológico da criança e do adulto. Mostra regras e táticas do jogo de peteca. Você encontrará também histórico da Peteca. Registros no passado mostraram que a Peteca era praticada pelos nativos brasileiros, mesmo antes da chegada dos portugueses. Consequentemente, nossos antepassados, através de sucessivas gerações, também a praticaram, fazendo chegar essa recreação indígena a todo o
território brasileiro. Nos jogos da V Olimpíada realizada na Antuérpia, capital da Bélgica, em 1920, os brasileiros que pela primeira vez participavam de uma Olimpíada, levaram petecas, para aquecimento de seus atletas, atraindo numerosos atletas de outros países, interessados na sua prática. Revela-nos o registro da época, que o Dr. José Maria Castelo Branco, chefe da Delegação Brasileira, viu-se embaraçado pelos insistentes pedidos de regras formulados por técnicos e atletas finlandeses que, evidentemente, demonstravam interesse pela nova atividade desportiva. Coube a Minas Gerais a primazia de dar-lhe sentido competitivo, realizando jogos internos nos clubes pioneiros de Belo Horizonte. Da rua, da grama ou da areia para as quadras, transformando essa recreação em esporte, aconteceu em Belo Horizonte, na década de 1940.
Título do Sítio: Jogos Indígenas do Brasil
Disponível em (endereço web): http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/preliminares.html
Acessado em (mês.ano): Agosto/2007
Comentários: Este site surgiu de um projeto de pesquisa Jogos Indígenas do Brasil, composto por uma equipe que visitou diferentes tribos registrando seus jogos. Através deste sítio é possível conhecer jogos dos índios Kamajurá, Bororo, Parecis, Canela e Tikunas. Clicando em resultados é possível encontrar jogo de paciência, jogos de estratégia, quebra-cabeça e brinquedos como peteca e pião.
Título do Sítio: Jogos dos povos indígenas
Disponível em (endereço web): http://www.funai.gov.br/indios/jogos/jogos_indigenas.ht
Acessado em (mês.ano): Agosto/2007
Comentários: Este sítio mostra a cultura indígena, que é milenar e valoriza muito o celebrar. Suas festas são manifestações alegres de amor à vida e a natureza. São tradições com referência espiritual, que é transmitida e atualizada de geração a geração, respeitando os valores e adquirindo o dom da partilha de comemorar entre diferentes tribos. Com a chegada da nova civilização, as comunidades indígenas criaram outros mecanismos políticos, sociais e econômicos. Foi desse contexto que nasceu a idéia da criação dos Jogos dos Povos Indígenas, cuja função é a participação de todos promovendo a integração entre as diferentes tribos com a sua cultura e esportes tradicionais.
Título do Sítio: Povos Indígenas no Brasil
Disponível em (endereço web): http://www.socioambiental.org/pib/portugues/quonqua/qoqindex.shtm
Acessado em (mês.ano): Agosto/2007
Comentários: Estes sítios contêm grandes informações dos povos indígenas brasileiros. Nele é encontrada uma Enciclopédia dos Povos Indígenas, com informações como vivem , aonde e quantos são. Terá oportunidade de conhecer o universo de línguas indígenas no Brasil, reconhecendo a existência de dois grandes troncos, Tupi e Macro-Jê. Clicando em os índios e nós, e em jogos e esportes serão apresentados os jogos, seus significados e jogos que se tornaram mais populares como jogo de peteca.
Sons e Vídeos
Categoria: Vídeo
Título: Dança com lobos
Direção: Kevin Costner
Produtora:
Duração (hh:mm): 03:00
Local da Publicação: Estados Unidos
Ano: 1990
Disponível em (endereço web): http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=353
Comentário: John Dubar, tenente da União, foi condecorado por bravura durante a Guerra da Secessão.
Esgotado com a guerra e com os valores da sociedade, retira-se da Tennessee urbana para um
forte isolado no Sioux, em 1863, convivendo harmoniosamente com a tribo indígena.
Geralmente acompanhado de seu cavalo Cisco e de um lobo com quem faz amizade, passa a
ser chamado de "Dança com Lobos", pelos peles-vermelhas.
Apesar de tudo, Dunbar não consegue evitar a expansão colonialista do branco.
O filme retrata a relação colonialista do branco sobre territórios indígenas da América do Norte
no contexto da Guerra de Secessão.
O expansionismo dos Estados Unidos em direção ao Oeste deu-se através de negociações
(compra de imensos territórios), de guerras, destacando-se a Guerra do México, que entre 1845
e 1848 incorporou cerca de 50% do território mexicano ao país, e do aniquilamento das tribos
indígenas.
Categoria: Vídeo
Título: Corpo a corpo
Direção: Renata M Setti
Produtora: Ronaldo Duque Associados
Duração (hh:mm): 00:07
Local da Publicação: Brasil
Ano:
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.comwatchv=a2MyiJRtR_s
Comentário: Depoimento de um índio na língua indígena, criticando o desrespeito do homem branco pela
natureza. O uso de mercúrio utilizado na extração do ouro, que polui os rios e causa doenças.
Mostra a vida do índio em harmonia com a natureza.
Categoria: Vídeo
Título: Índio Xavante, corrida de buriti.
Direção: Índio Xavante
Produtora:
Duração (hh:mm): 00:01
Local da Publicação: Brasil
Ano:
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.comwatchv=OLRAmVA2Ikw&feature=related
Comentário: Filme curto, mostrando a tradicional corrida de buriti, que é corrida de revezamento, carregando
um pesado tronco de árvore.
Categoria: Vídeo
Título: Jogos indígenas do Tocantins
Direção: Associação dos índios Kuikuro
Produtora:
Duração (hh:mm): 00:02
Local da Publicação: Brasil
Ano:
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.comwatchv=tBsdHgfWY2w&feature=related
Comentário: Mostra os jogos indígenas como: corrida, cabo de guerra e danças, comemorando as
festividades.
Categoria: Vídeo
Título: índios Kuikuru preservam tradições com o uso da tecnologia
Direção: Rodrigo Barnabé
Produtora:
Duração (hh:mm): 00:06
Local da Publicação: Brasil
Ano:
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.comwatchv=fJvkItqA7HU
Comentário: Apresentam o Parque indígena do Xingu – Kuikuro, suas variadas músicas, que acontecem em
diferentes dias com significados diferentes. Mostram as danças das mulheres e dos homens.
Festas simbolizando os espíritos das aves. Mostram as pinturas do corpo, com vários padrões
gráficos. A preocupação em manter a cultura de seu povo, pois os jovens apreciam as roupas e
música dos brancos, mais que suas próprias roupas.
Categoria: Vídeo
Título: Detalhes da diversidade
Direção: Babi Avelino
Produtora:
Duração (hh:mm): 00:03
Local da Publicação: Brasil
Ano:
Disponível em (endereço web): http://www.youtube.comwatchv=a2MyiJRtR_s
Comentário: Mostra as músicas e os adereços usados pelos índios, como colar, brinco, cocar,
pinturas no corpo de diferentes tribos como; Karajá, Pataxó, Xavantes, Wai wai,
Kuikuro, Terena, que vivem nos estados: Bahia, Mato Grosso, Pará, Roraima,
Amazonas.
Categoria: Áudio-CD/MP3
Título da Música: Wai Wá
Intérprete: Vozes, chocalho e maracá: Pajé Tsereté e Guardião Paridzanedi.
Título do CD: Tsereté ( o guardião da Serra do Roncador )
Número da Faixa: 3
Número do CD:
Nome da Gravadora:
Ano: 2003
Disponível em (endereço web): http://www.musicexpress.com.br/Artista.asp?Artista=206#musica=
Local: Mato Grosso
Comentário: Nesse MP3 podemos conhecer as músicas do povo Xavante, tribo situada ao leste do Mato
Grosso, na Serra do Roncador, local sagrado guardado pelo Pajé Tsereté. Nas comunidades
indígenas, o Pajé representa a autoridade espiritual e o depositário do saber sobre o contato
com o divino, a saúde e a vivência da espiritualidade.
A música, para os Xavantes, é instrumento de contato espiritual com o divino, de culto à
natureza e seus fenômenos, de brincadeiras e integração social.
O Povo Xavante, conhecido por sua valentia e espírito nobre, tem sua cultura construída na
interdependência com o cerrado e toda a vida que ele guarda. O cerrado, os animais, os frutos,
as flores, as ervas, os rios e tudo o mais significa o Ró. Através do Ró, o futuro das novas
gerações é garantido: a comida, os casamentos, os rituais e a força de ser Xavante. O Ró é
assim: a aldeia, circundada pela roça, em volta as frutas, depois a caça, junto com os espíritos,
que ajudam a descobrir os segredos que o Ró esconde.
Texto (ex: letra da música): Wai Wá Indígena Wai Wá Indígena (Etnia Xavante)
MP3 2554 Kb
Segredo dos homens sagrados. Vozes, chocalho e maracá: Pajé Tsereté e Guardião Paridzanedi. O CD Tsereté foi produzido pela Aldear Assessoria, Planejamento e Projetos, uma organização civil sem finalidade lucrativa, cujo objetivo é apoiar, através de produção cultural, ações empreendidas por povos indígenas brasileiros para revitalizar e preservar sua cultura e diversidade étnica.
Categoria: Áudio-CD/MP3
Título da Música: Nhanderu Kuaray
Intérprete: grupos de crianças da várias aldeias Guarani do Paraná
Título do CD: Cânticos Eternos Guarani - Mbora'i Marae'y Guarani
Número da Faixa: 5
Número do CD:
Nome da Gravadora: Studio Prisma
Ano: 2002
Disponível em (endereço web): http://www.iande.art.br/musica/canticoseternosguarani.htm
Local: Paraná
Comentário:
Esse disco é um registro dos cantos de grupos de crianças e jovens de várias aldeias Guarani
do Paraná. Foi gravado em dezembro de 2002 e é um trabalho do Instituto Nhemboete
Guarani. Participaram das gravações desse disco os grupos: Nhe'e Porã (aldeia Palmeirinha do
Iguaçu, cidade de Chopinzinho); Jekupe Miri (aldeia Rio d'Areia, cidade de Inácio Martins);
Tape Marãe'y (aldeia Pidoty, de Paranaguá); Ambá Miri (aldeia Pinhal, da cidade de Espigão
Alto do Iguaçu); Tape Porã (aldeia Tapixi, de Nova Laranjeira); Tape Vy'a (aldeia Ocoí, de São
Miguel do Iguaçu) e Teko Mbaraeté (aldeia Tekoha Anhetente, de Diamante do Oeste).
Categoria: Áudio-CD/MP3
Título da Música: A Peteca
Intérprete: Xuxa.
Título do CD: (Álbum) To de bem com a vida
Número da Faixa: 9
Número do CD:
Nome da Gravadora: Som Livre
Ano: 1996
Disponível em (endereço web): http://xuxa.hipermusicas.com/a_peteca/
Local: Rio deJaneiro
Comentário: Trata-se de um CD com 14 músicas de motivo infantil, cantadas pela Xuxa.
A música A Peteca pode ser cantada durante o jogo de peteca, quando a peteca cair a música
deve ser reiniciada.
Texto (ex: letra da música): Titulo da Música: A Peteca
Artista: Xuxa Letra:
Eu nem te conto Eu nem te conto
Chegou a grande sensação Eu nem te conto Eu nem te conto
A nova musa do verão
Eu nem te conto Eu nem te conto
Tão linda como nunca se viu Eu nem te conto
Eu nem te conto Mais gostoso que a miss Brasil
Na praia, na calçada, ou no play...hey!
Todo hora é hora de brincar eu sei Ela vai ganhar seu coração
Ela ainda vai cair na tua mão
A peteca Olha só o charme que ela tem
A peteca Gloriosa no seu vai e vem
A peteca Quero ver você se divertir
A peteca Não deixa a peteca cair
Ela sobe e desce
Linda no seu vai e vem Na, na, na, na, na, na, na, na, na, na Na, na, na, na, na, na, na, na, na, na
Eu nem te conto Eu nem te conto
Ela vai te fazer suar Eu nem te conto Eu nem te conto
Nessa onda você vai entrar.
Categoria: Áudio-CD/MP3
Título da Música: Abertura, fala do índio Yanomami
Intérprete: Davi Koperawa da tribo Yanomami (vocal Milton Nascimento)
Título do CD: Txai
Número da Faixa: 1
Número do CD:
Nome da Gravadora: CBS
Ano: 1990
Disponível em (endereço web):
Local: São Paulo
Comentário:
Em 1990, Milton Nascimento lançou o CD “Txai”, doando parte dos direitos autorais de
vendagem do disco a entidades indígenas e alcançou primeiro lugar no “Billboard World Music
List” com o respectivo album. Compos músicas com Fernando Brant, Caetano Veloso, Márcio
Borges, Lobos, Ronaldo Bastos e gravou músicas das tribos Kayapó, Paiter e Yanomami. A
abertura do cd é um texto do índio yanomami Davi Koperawa na língua nativa.
Texto (ex: letra da música):
Texto e fala de Davi Koperawa da tribo Yanomami (vocal Milton Nascimento)
Tradução da fala do índio Koperawa:
“Os brancos estão estragando a nossa floresta e se nós não a defendermos vamos acabar...eles tiram coisas da escuridão debaixo do chão e isso alastra epidemias entre nós... por isso o céu e a terra também ficarão doentes e se agente morre, se todos ospojés Yanomami e seus espíritos morrem, o céu vai acabar desabando sobre a terra, o universo vai se desfazer e o céu vai obscurecer para sempre.”
Categoria: Áudio-CD/MP3
Título da Música: Theon Hô
Intérprete: Mulheres e crianças indígenas
Título do CD: O Canto das Montanhas
Número da Faixa: 20
Número do CD:
Nome da Gravadora: Estúdio Sonhos e Sons
Ano: 1999
Disponível em (endereço web):
Local: Minas Gerais
Comentário: O Cd foi produzido a partir do I Festival de Dança e Cultura Indígena da Serrado Cipó,
no dias 25 e 29 de setembro de1998, com três tribos, os Krenak, Maxakali e Pataxó. Os
Krenak, se autodenominam como Borum, vivem hoje em sua reserva, próxima ao município de
Resplendor, às margens do Rio Doce. Ficaram conhecidos na história do Brasil como
botocudos ou Aimorés. A tradição desse povo venceu todas as tentativas de fazê-los
desaparecer e hoje cuidam de seu território, recuperando as matas e córregos devastados. Os
Maxakali se autodenominam Tikmã-ã, que quer dizer nós, os humanos. Vivem no Vale do
Mucuri, nordeste de Minas Gerais, próximos a Teófilo Otoni. Tem contato com os brancos há
mais de 300 anos, mas seguem falando unicamente sua língua, fazendo suas cerimônias,
dentro de sua tradição. O povo Pataxó vive hoje no litoral sul da Bahia e Minas Gerais,
cuidando da roça, do artesanato e fazendo suas festas, reconstruindo sua identidade e cultura.
Os cantos que compõem este disco, total de vinte cantos, foram gravados durante as
cerimônias de religião com os ancestrais, dentro da força e energia da Serra do Cipó, Minas
Gerais.
Texto (ex: letra da música):
1. Theon hô - As flautas longas de bambu abrem o ritual Taru Andék, invocando os espíritos protetores.
Notícias
Categoria: Revista on-line
Título artigo/reportagem Neste dia do índio, alguns convidados talvez não venham. Os índios xetá – Uma história com fim?
Sobrenome: Rathunde
Nome: Roberto
Comentários:
Os índios Xetá, habitantes originais do noroeste paranaense, da Serra dos Dourados, ao longo
do rio Ivaí e alguns de seus afluentes, espaços onde hoje estão localizados municípios como
Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Icaraíma e Douradina. Esta etnia só ocorria aqui no Paraná, os
únicos genuinamente paranaenses, tinham uma população estimada em 200 a 250 pessoas.
Em dezembro de 1959 intensifica-se a ocupação do território xetá. Caminhões de companhias
de colonização teriam sido vistos conduzindo índios para fora da Serra dos Dourados. Entre
1962 e 1963, índios xetá são vistos vagando pela cidade de Umuarama em estado de completo
abandono. Em 1964, de julho a outubro, é realizada expedição de pesquisa da Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Presidente Prudente, que percorre a região da Serra dos
Dourados à procura de grupos xetá. Não os encontra.
Nos anos que se seguem o povo xetá praticamente desaparece do cenário paranaense.
Esta breve e resumida história nos traz com fatos e dados, o testemunho de como tem sido a
relação da sociedade dominante com os povos tradicionais. Os guarani e caigangue, etnias
paranaenses, conseguiram até agora sobreviver ao período mais negro da história de
extermínio, em parte por serem muito mais numerosos do que os xetá. Entretanto, enfrentam
ainda outros inimigos igualmente poderosos, dentre eles o preconceito e o confinamento em
pequenas reservas que, na maioria das vezes, não lhes garantem o direito à autodeterminação,
à sobrevivência com liberdade, autonomia, dignidade.
A própria origem do dia do índio está relacionada à luta por direitos: durante a realização do I
Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940, os representantes de diversos
países americanos decidiram convidar os índios, tema central do congresso, para o evento.
Essa data, por sua importância na história do indigenismo das Américas, foi dedicada à
comemoração do Dia do Índio. A partir de então, o dia 19 de abril passou a ser consagrado ao
Índio, em todo o continente americano.
O nosso sonho é que nos próximos anos, nesta data, possamos estar celebrando momentos de
conquista e resgate; celebrando a esperança de que possamos, com visão apreciativa desses
nossos ancestrais – iluminada pela riqueza da cultura, espiritualidade, organização social,
sabedoria milenar, simplicidade, harmonia e alegria de viver tão presente nas aldeias. Construir
uma sociedade mais harmônica em suas relações, de respeito à diversidade e ao comum; vida
humana em perfeita harmonia com toda a Vida da terra, com o meio ambiente do qual somos
partes integrantes.
Arquivo anexado: 7137_13_Parana_Tribo_paranaense_diaindio.doc
Fonte: http://www.arayara.org.br/diadoindio.php
Título do Artigo/reportagem: Romanelli inaugura Casa da Família Indígena e anuncia novas unidades do programa
Categoria: Revista on-line
Sobrenome:
Nome:
Comentários:
Como vive a população indígena hoje, no Paraná?
A transformação que o homem faz na natureza chama-se trabalho. A cultura é o resultado do
trabalho humano, a transformação realizada através de instrumentos, idéias e o produto
resultante dela. A sociedade indígena tem sofrido dificuldades e preconceitos na sociedade
capitalista.
No mundo contemporâneo de intensa urbanização, as mudanças são muito mais
rápidas do que nas comunidades indígenas. Mesmo assim as mudanças ocorrem resultando
em choque impetuoso entre tradição e ruptura, herança e renovação. Essas mudanças podem
ser caracterizadas como resultante da capacidade de compreender o mundo. Pela ação do
trabalho o homem se modifica e se constrói e nesse movimento descobre sua liberdade.
Lendo as notícias anexadas percebe-se que o índio hoje, continua procurando seu
espaço, lutando pela sua sobrevivência, saúde, moradia e a dignidade de seu povo,
descobrindo sua liberdade.
Arquivo anexado: 7137_1_Casa_da_Familia_Indigena.doc
Fonte: http://www.cohapar.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=290 Romanelli inaugura Casa da Família Indígena e anuncia novas unidades do programa
O presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli, inaugurou no início de dezembro as duas
unidades piloto do programa Casa da Família Indígena, construídas na aldeia Campina, em
Mangueirinha e na aldeia Palmeirinha do Iguaçu, em Chopinzinho, no Sudoeste do Estado. A
Cohapar já começou a construção de 258 casas, destinadas a índios das etnias kaingang (171
unidades) e guarani (87), em 10 aldeias.
O Casa da Família Indígena é o maior projeto de habitação indígena em andamento no País e o
primeiro na história do Paraná. Os projetos das casas foram elaborados em parceria com
lideranças das comunidades e indigenistas, levando em conta a cultura de cada etnia. Ao todo, o
programa irá construir 1,3 mil moradias, zerando o déficit habitacional nas terras indígenas do
Estado. Além das 258 anunciadas, a Cohapar prepara a construção de outras 650 casas em 2004.
Segundo o presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli, a construção das casas é o início do
resgate de uma dívida histórica com os povos indígenas. " Estamos cumprindo um compromisso
assumido, de trabalhar para melhorar a qualidade de vida das pessoas mais pobres do nosso
Estado. Os índios vivem em situação muito precária. Ao longo do tempo, por falta de
investimento do governo, as aldeias foram se transformando em favelas. Este projeto foi
elaborado em conjunto com as lideranças indígenas, que opinaram na definição dos projetos
arquitetônicos de cada etnia.
Romanelli salienta que as casas foram projetadas garantindo os traços arquitetônicos da cultura
indígena mas assegurando o acesso a modelos contemporâneos. "Ao mesmo tempo em que há
nas moradias um espaço para o fogo de chão, tradicional na cultura tanto de kaingangues como
de guaranis, as moradias têm as comodidades típicas da vida moderna, como banheiro, energia
elétrica, tanque de lavar roupa e um acabamento de primeira qualidade, com cobertura em telhas
cerâmicas e forro. O índio não vai deixar de ser índio para usufruir de melhores condições de
vida", analisa.
Para o assessor especial para assuntos indígenas do governo do Estado, Edívio Batistelli, o
programa Casa da Família Indígena é a maior intervenção do poder público "para mudar o estado
de abandono e favelamento a que foram submetidos os povos indígenas no Paraná". Batistelli
afirma que as comunidades indígenas esperavam por um programa como esse há pelo menos 15
anos e lembra que as moradias para famílias indígenas mais recentes do Paraná foram construídas
em 1987. "Mas eram casas pré-moldadas comuns. Desta vez, os índios puderam decidir como
queriam suas moradias", disse.
Segundo o diretor de Engenharia e Saúde Pública da Fundação Nacional de Saúde ( Funasa),
Alcione Pimentel de Lara, a parceria entre a Cohapar e a Funasa na execução do programa Casa
da Família Indígena, vai garantir moradia digna e mais condições de saúde às comunidades.
"Estamos dando um passo à frente na questão da saúde das comunidades indígenas. Cerca de
75% das internações hospitalares são causadas por doenças ligadas à falta de saneamento básico.
Para cada real investido em saneamento há uma economia de quatro reais , em média, em gastos
com saúde", diz.
As moradias do Casa da Família Indígena têm 52 m² de área construída, dois quartos, forro,
cobertura em telha cerâmica e instalação elétrica completa. Os parceiros do programa são a
Funasa, Funai, Conselho Indígena Regional de Guarapuava e Conselho Indígena Estadual do
Paraná.
A Funasa, é responsável pela instalação de água e esgotamento sanitário. A Funai presta apoio
institucional à Cohapar e Funasa e os Conselhos Indígenas mobilizam a comunidade, selecionam
as famílias beneficiárias e asseguram o apoio das comunidades na realização das obras. . A
situação da habitação atual, o número de filhos, o tempo de moradia da família na comunidade e
o fato de ter nascido na aldeia são os critérios usados na seleção. O investimento médio por
unidade é de R$ 10 mil, oriundos dos tesouros do Estado e da União, a fundo perdido.
No Paraná, vivem 10.825 índios, das etnias kaingang, guarani e xetá. A população mora em 23
áreas, sendo 17 demarcadas e 6 que ainda aguardam regularização. Cerca de 75% da população
indígena no Estado tem menos do que 30 anos. Aproximadamente 3 mil crianças frequentam 27
escolas. Na terra indígena de Mangueirinha, que compreende os municípios de Mangueirinha,
Chopinzinho e Coronel Vivida, moram 395 famílias (1890 pessoas) , numa área de mais de 17
mil hectares. É a segunda maior área indígena do Estado, e a primeira a ser destinada aos índios.
A demarcação aconteceu em 1903, assegurada pelo governador Francisco Xavier da Silva ,
quando ainda não havia no país um serviço de proteção aos índios.
Na terra indígena de Mangueirinha fica a maior reserva de Araucária nativa do mundo. Um
convênio, recém firmado, entre a comunidade, a Secretaria do Meio Ambiente e o IAP vai
garantir o desenvolvimento de ações culturais, produção de mudas e fiscalização da área,
combatendo a extração ilegal da madeira.
Milton Alves. 31 anos, casado com a professora Eloi Aparecida Cretã, pai de 4 filhos,
coordenador do projeto de citricultura da aldeia Campina e integrante da patrulha ambiental, é o
primeiro morador da casa da etnia kaingang. "Era o que eu mais queria na vida", disse, depois de
receber as chaves da casa, ainda emocionado. Milton e família moravam em uma casa de 5 peças,
com mais de 30 anos e não dispunham de recursos para construir uma moradia nova. " A casa
onde eu morava estava velha e eu não tinha a menor idéia de como poderia construir uma casa
mais confortável. Agora, minha família vai ter uma boa casa , confortável, de material bom, que
vai durar muito tempo".
O cacique Rivelino Gabriel de Castro, beneficiado com a primeira Casa da Família Indígena
Guarani , na aldeia Palmeirinha do Iguaçu, vive da agricultura e morava numa moradia precária,
com três peças. "Tenho agora uma casa com boa estrutura e que respeita a cultura de meu povo.
Foram muitos anos de luta para termos estas casas e estamos realizando um sonho .Minha família
terá a partir de hoje uma qualidade de vida melhor", disse, ao lado da mulher, Elza Fernandes e
dos 3 filhos.
Na solenidade da entrega das chaves, em Mangueirinha e Chopinzinho, era visível a emoção dos
caciques e dos moradores das aldeias. O cacique Valdir José Kokoj dos Santos, 29 anos,
presidente do Conselho Indígena de Guarapuava e líder da terra de Mangueirinha não escondia a
alegria. " Este programa vai ficar marcado na história da Terra Indígena de Mangueirinha e do
Paraná. A Cohapar merece todos os elogios por ter ouvido as comunidades antes de elaborar os
projetos", falou.
Como representante de todas as lideranças presentes, Valdir Kokoj ( pronuncia-se Kokoi, beija-
flor na língua kaingang) fez questão de saudar o governador Requião- que não pode comparecer
devido a problemas de deslocamento. " O governador Requião prometeu que iria fazer estas
casas e elas estão sendo construídas. O governador cumpriu sua palavra com a comunidade
indígena. Estamos realizando um sonho e a presença de tantas lideranças indígenas mostra a
alegria e a felicidade de todos nós", disse.
Cristina Bandeira, 22 anos, moradora da aldeia Marrecas, em Turvo, e que também vai receber
uma casa, foi especialmente a aldeia Campina para o lançamento do programa. Queria ver de
perto a casa da etnia kaingang pronta. Auxiliar administrativa da Funai, Cristina tem o segundo
grau completo, usa roupas modernas, tem aparelhos ortodônticos, mas não dispensa os adereços
de sua cultura. Com brincos e colares típicos, estava entusiasmada. " O projeto é muito bom. A
casa , muito bem construída. Os índios hoje estudam, trabalham, têm acesso à informação, estão
evoluindo.. Precisam de casas melhores, com conforto , com luz, água, banheiro. Para nós, vai
ser muito bom", diz.
Jovenal Teles dos Santos, 53 anos, kaingang, planta feijão, milho e mandioca e cria porcos e
galinhas na aldeia Campina, também não escondia a satisfação. " Hoje é um dia de muita alegria
para as comunidades indígenas do Paraná. É um sonho que estamos conseguindo realizar.
Lutamos a vida inteira para ter respeito , para que nossos direitos fossem levados em conta e
sempre esperamos pela construção de casas. Agora, as casas estão sendo erguidas e são muito
boas. Esperamos que o projeto tenha continuidade e que mais índios sejam beneficiados"
Categoria: Jornal on-line
Título artigo/reportagem: Maringá sedia etapa da Paranaense de peteca.
Sobrenome: Coutinho
Nome: Daniel
Comentários:
Antes da chegada dos portugueses, os indígenas já jogavam peteca como forma de recreação,
tinham seus cantos, danças, e sua cultura. Nossos antepassados, através das gerações foram
transmitindo essa atividade. Atualmente milhares de brasileiros se dedicam a jogar peteca,
inclusive nas escolas, sem muitas vezes conhecer sua origem, mesmo tendo muitos alunos
com descendência indígena.
Sabendo que nas escolas estaduais do Paraná, a Educação Física tem como referência a
abordagem crítico-superadora, e que sua função é educar para compreender e transformar a
realidade do aluno, a partir de sua especificidade que é a cultura de movimento humano, e que
ele se expressa nos jogos, nas lutas, nos esportes e nas ginásticas. Portanto o jogo de peteca
deve ser tratado pedagogicamente como tema da cultura corporal, construído historicamente,
reconhecendo-o como dotado de significado e sentido (SILVEIRA e PINTO, 2001). Essa é a
justificativa da Educação Física na escola e fora dela quando trabalhada por um profissional da
área, como mostra no artigo, o trabalho comunitário da professora Luizene.
Mesmo trabalhando jogos de peteca de maneira competitiva na escola, faz-se
necessário que os alunos entendam que os jogos dentro da escola, não precisam seguir as
regras oficiais, embora deva conhecê-las, de forma rígida e autoritária, mas podem ser
mudadas pelo próprio aluno, como o objetivo de organizar, evitando atritos e violências durante
a realização das competições.
SILVEIRA, G.C.F.da; PINTO, J.F. Educação Física na perspectiva da cultura corporal: uma proposta pedagógica. Ver. Brás. Cienc. Esporte, v. 22, n.3, p. 117-136, maio, 2001.
MARINGá SEDIA ETAPA DO PARANAENSE DE PETECA
Publicado em 19/08/2005
Organizada pela Federação Paranaense de Peteca (Feppe), será realizada em Maringá neste final de semana a terceira etapa do Campeonato Estadual de Peteca. A competição será disputada amanhã (20) e domingo (21), no Ginásio de Esportes Chico Neto. A abertura está prevista para às 9 horas deste sábado, mas hoje (19) haverá palestra com uma especialista no esporte. Os organizadores esperam a participação de mais de 60 atletas de Maringá, Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e outras cidades. Serão disputadas quatro categorias, de acordo com a nível de cada dupla participante do Campeonato. Palestra Um dos destaques desta etapa será a presença da diretora técnica da Feppe, Luizene Coimbra Cruzzulini, que fará palestra hoje no Ginásio Chico Neto, a partir das 19h30. Os temas serão os fundamentos e regras oficiais da peteca como esporte. A palestra será aberta e o público alvo são acadêmicos de Educação Física e profissionais de academias. Graduada em Educação Física, Luizene realiza trabalho comunitário de alcance social com crianças, jovens e adolescentes de Curitiba. Durante o evento desta noite ela também irá repassar experiências sobre o projeto que mantém na Capital do Estado. Conheça mais sobre o esporte A palavra peteca tem sua origem no verbo "petek" da língua indígena "tupi", que significa: golpear ou bater com a mão espalmada. Indígenas brasileiros muito antes da chegada dos primeiros exploradores, já brincavam de bater um artefato feito com um punhado de pedrinhas envoltas em folhas ou palha de milho e penas de aves amarradas na sua parte superior. Esta tradição foi transmitida através de gerações e hoje a peteca é conhecida praticamente em todas as regiões do Brasil. Em 1973, em Minas Gerais, as primeiras regras são criadas. A peteca então passava a ser feita em sua base com borracha de câmara de ar de pneus e a parte de cima com quatro penas brancas de peru. A partir daí, além de diversão, transformou-se em competição. A Federação Mineira de Peteca surge em 1975, com regras e campeonatos oficiais. Hoje existem federações em muitos estados brasileiros e um número crescente de praticantes de todas as idades. Pode se dizer que a peteca é o primeiro esporte genuinamente brasileiro. No exterior é praticada em vários países, tais como nos Estados Unidos, Itália, Portugal, dentre outros. Porém destaca-se a França que já possui mais de trinta mil atletas federados. Oficialmente as dimensões da quadra são de 15m x 5,5m para os jogos de simples e de 15m x 7,5m para os de duplas. A altura máxima da rede é de 2,43m para o masculino e 2,24m para o feminino. São três "sets", cada um terminando no que ocorrer primeiro 12 pontos ou 20 minutos de peteca em jogo. Quem saca, tem 30 segundos para converter o ponto, sob pena de ter o saque revertido. Daniel Coutinho Assessor de Imprensa - MCVB
Categoria: Jornal on-line
Título artigo/reportagem Crianças de Colombo aprendem a valorizar a cultura
paranaense
Sobrenome:
Nome:
Comentários:
O Parque Newton Freire Maia é um espaço dedicado a divulgação científica e tecnológica.
Busca-se o incentivo para a discussão a respeito do caráter humano presente nestas atividades
e a importância de uma análise crítica dos impactos sociais, culturais e ambientais do
progresso científico e tecnológico. O Parque propicia ao visitante a oportunidade de interação
com experimentos clássicos e discussão sobre temas científicos, almejando-se a valorização
do ser humano e a sustentabilidade do meio ambiente. Sendo um recurso utilizado por
professores de diversas áreas, oportunizando complementar uma enorme gama de assuntos
vistos em ambiente escolar. A notícia trata da visita de um grupo de alunos do Município de
Colombo ao Parque, onde a diversidade de etnias foi lembrada, principalmente as tribos
Guarani, Xetá e Kaingang que viviam no Paraná antes da chegada dos europeus.
Arquivo anexado: 7137_15CRIANCAS_DE_COLOMBO_APRENDER_A_VALORIZA.doc
CRIANÇAS DE COLOMBO APRENDER A VALORIZAR A CULTURA PARANAENSE
No mês de abril foi reiniciado o segundo ano de parceria com o Município de Colombo através do projeto interdisciplinar "Bicho do Paraná - Cultural" desenvolvido pela Equipe do Programa “Pequenos Cientistas, Grandes Cidadãos”.
Cerca de 2.500 crianças do Ensino Fundamental de Colombo estiveram no PNFM conhecendo um pouco da cultura paranaense a partir das diferentes etnias que foram moldando hábitos e costumes dos paranaenses, desde a chegada dos espanhóis, portugueses e africanos até a formação das comunidades de imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos, japoneses e árabes, mas principalmente, das tribos Guarani, Xetá e Kaingang que aqui viviam antes da chegada dos europeus.
Uma exposição cultural foi montada com acervos de grupos folclóricos, particulares e algumas peças cedidas por museus étnicos. Através da observação direta de artefatos provenientes das diferentes culturas, orientados por monitores caracterizados com vestuários próprios de etnias representadas, interagindo com o Palco do Paraná e o espaço das habitações indígenas, as crianças puderam aprender de maneira lúdica e dinâmica, acerca da diversidade cultural que compõem a identidade paranaense.
O PCGC conta com o apoio das Secretarias Municipais de Educação e de Cultura de municípios da região e com a parceria do Cesai-Sanepar no desenvolvimento de outros projetos semelhantes como "Sentindo o Paraná Sob os Nossos Pés” e “Paraná, Prazer em Conhecer".
Curiosidades
Título: Cultura, socialização e preconceito
Fonte: http://www.terrabrasileira.net/indigena/index.html
Texto: Existe um preconceito sobre a preguiça do Indígena. Acostumados que estamos aos horários
fixos de trabalho e uma perspectiva ilimitada de acumulação de riquezas, parece estranho que
outros homens possam dosar livremente seu tempo de trabalho e lazer, sem a preocupação de
produzir mais do que o exigido pelas necessidades diárias. Pois é assim que o Indígena está
habituado a viver, socializando o produto do seu trabalho. Este modo de vida do grupo estimula
a cooperação e a solidariedade. Quando uma das crianças ganha um pedaço de doce,
imediatamente divide-o com outras, mostrando a assimilação de tais valores. A tranqüilidade
das crianças e a ausência de brigas são também reflexos do modo de vida dos índios. Se
necessário, ele é capaz de revelar uma resistência física extraordinária, trabalhando sem
descanso na abertura de uma roça ou seguindo a trilha de um animal na floresta por vários dias
consecutivos. Num dia comum, por outro lado, raramente passa a manhã e a tarde trabalhando
no mesmo serviço pesado. Saindo de manhã para derrubar mato, lá pelas onze horas, quando
o calor aperta, toma o caminho de volta para a aldeia.
O mundo cultural é um sistema de significados estabelecidos por outros, e a criança ao
nascer encontra um mundo de valores, onde ela vive. A língua, a maneira de se alimentar, o
jeito de brincar, as relações sociais estão estabelecidas, portanto o ser humano se faz mediado
pela cultura (ARANHA, 1996). A tendência conservadora leva muitos a definirem sua própria
cultura como a correta, estranhando os comportamentos de outros povos. Por esse motivo e
vivendo em uma sociedade capitalista, os índios sofreram e sofrem perseguições e
preconceitos até hoje. É importante aceitar as diferenças culturais para evitar o etnocentrismo
(julgamento de outros padrões morais, políticos, religiosos, etc.) partindo dos valores do próprio
grupo. Esse comportamento leva ao preconceito e ao caminho da violência (ARANHA, 1996).
ARANHA, M.L. de A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna,2ª ed.1996.
Arquivo anexado: 7137_16Cotidiano_no_Xingu.doc Cotidiano no Xingu Fonte: http://www.terrabrasileira.net/indigena/index.html
Curiosidades
Título: História cultural do brinquedo.
Fonte: Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. Walter Benjamin, p. 67-70.
Texto: Na história dos brinquedos, a maioria deles era compartilhado por adultos e crianças, pois o
sentimento de infância ocorre a partir do século XV ao XVIII, até então crianças não viviam um
mundo à parte, separado do mundo adulto. Logo que a criança se via independente da mãe ou
ama, ela vivia entre os adultos, em jogos, festas e ofícios.
Muito dos antigos brinquedos foram impostos às crianças como objetos de culto. Mais tarde na
Europa, especificamente na Alemanha, que se tem notícia de brinquedos, porém não
provinham de fabricantes especializados, os brinquedos de madeira nasceram em oficinas de
marceneiros, soldadinhos de chumbo no caldeireiro, figuras de doce no confeiteiro e bonecas
de cera com o fabricante de velas.
Com o desenvolvimento do capitalismo, o brinquedo passa a ser comercializado com fins
lucrativo. Com a industrialização avançando, a família perde o controle sobre o brinquedo,
tornando-se cada vez mais estranho às crianças e aos pais.
Com a produção em massa dos brinquedos, cresce a tendência da racionalização. Os
brinquedos, os jogos e o brincar que antes era motivo de profundas relações familiares, com
valores e sentidos culturais muito significativos, tornam-se atividades e objetos com um fim em
si mesmo.
Referência: BENJAMIN, W. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo:
Summus, 1984, p. 67-70.
Curiosidades
Título: Brincando na história.
Fonte: Raquel Zumbano Altman In: DEL PRIORE, Mary (org.) História das crianças no Brasil, São Paulo: Editor
Texto: Nas comunidades indígenas, as crianças aprendem imitando os adultos nas atividades diárias
de manutenção da existência. As crianças aprendem para a vida e por meio da vida. Como nas
comunidades da Idade Média na Europa, nas tribos as crianças e adultos compartilhavam
juntos jogos e festas.
As mães faziam brinquedos de barro imitando animais e seres humanos. A tribo Carajás, tem
como tradição fazer bonecas de barro com grandes nádegas, seios, imitando a mulher adulta e
grávida, que chamavam de licocós.
As bonecas são adornadas com colares de sementes, casas de caracol e uma faixa de casca
de árvore é colocada na cintura.
Figuras de macacos, besouros, tartarugas, lagartixas, sapos são feitas de barro e madeira, por
adultos e pelas próprias crianças, corroborando com a interação entre criança e adulto, e
criança e objeto. Através dos jogos e brinquedos as crianças dramatizam cenas do dia a dia, e
assim sentimentos são compreendidos e exteriorizados.
As crianças levando a sério a brincadeira de caçar animais, tratam-lhes as feridas,
domesticando pássaros, macacos, lagartos e cobras que passam a ser animais de estimação.
Cedo os meninos aprendem a fazer canoas de uma só casca e nesta canoa, junto com adultos,
aprendem a pescar e caçar, com seus pequenos remos ou com as próprias mãos e, com
pequenas flechas e arcos.
O bodoque, bodoc ou baducca, ou arco de bodoque, palavra de origem árabe, de bondok, é
feito de madeira "airi", que popularizou como estilingue. É construído com duas cordas
separadas por duas pecinhas de madeira. No meio as cordas são unidas por uma espécie de
malha, onde se coloca uma bola de barro ou uma pequena pedra redonda. A corda e o projétil
são esticados para trás pelo polegar e o indicador da mão direita, soltando-se, abruptamente,
para arremessar o projétil e atingir um alvo à distância.
O pião feito de fruto rígido e oco, com um furo onde colocam um pauzinho fixado com cera
negra e soltam-no sobre uma superfície plana onde rodopia, produzindo um som seco é outro
brinquedo utilizado pelos meninos.
A cama-de-gato das crianças de hoje, tem sua origem indígena. É brincadeira só de meninos,
com fios entrelaçados nos dedos das mãos, as crianças constroem figuras de folhas, rabo de
papagaio, aranhas, peixes, dando espaço à imaginação infantil.
A bola de látex é usada num jogo de cabeçadas e rebatida com as costas.
A peteca, tendo sua origem nas tribos brasileiras, é feita de uma base de palha ou couro
recheada com areia e na qual são enfiadas penas de aves, é brinquedo que favorece diversão
como a bola, jogada por crianças e adultos.
Os homens da civilização americana consideram um bem universal o que oferecem em suas
escolas e, estendem aos indígenas esses saberes, sem perceber que este povo tem outra
cultura e sofrem assim o aculturamento das suas tradições.
A cultura aqui entendida segundo Aranha (1996) como resultado de tudo o que o homem
produz para construir sua existência, seja material, espiritual, pensamento ou ação,
estabelecendo relações entre si, a natureza, e com outros homens. Essas relações são
intermediadas pelos símbolos, isto é, signos, por meio dos quais o homem representa o mundo.
Cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo em determinado tempo e lugar.
Esses símbolos estão carregados de significados e valores estabelecidos por outros, portanto,
a criança cresce em um mundo de valores dados, onde ela se situa e se identifica.
A cultura é uma criação humana em que a transmissão se faz de uma geração para outra,
assimilando os modelos de comportamento valorizados. É a educação que mantém viva a
memória de um povo, a sua cultura, tornando-se fundamental para a socialização e
humanização do homem.
Arquivo anexado: 7137_13_Jogos_Infantis_Influencia_Indigena.doc
Jogos Infantis: A Influência Indígena Fonte: http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos-in.html
Investigando
Título: Jogos e brincadeiras indígenas
Texto: Chamada para o relato: Do que vocês brincam na escola e no bairro onde moram? Seus avós e
pais jogavam e brincavam do mesmo modo que vocês? Quem são os índios brasileiros? Como
vivem? Como é o trabalho? Eles brincam e jogam? O que eles jogam e do que brincam? Vocês
conhecem brincadeira e jogo inventados pelos índios? Os índios hoje brincam da mesma
maneira que seus antepassados?
(Objetivo Geral: Conhecer os jogos e as brincadeiras indígenas, afim de adquirir um novo
conceito e uma consciência crítica sobre a cultura indígena).
As crianças, com o avanço da tecnologia, com a televisão, videogame e computador
passaram a substituir as tradicionais brincadeiras e jogos de rua que, aliados à crescente
indústria do brinquedo, estes não precisam mais ser construídos pela criança.
Outros fatores também têm influenciado esta problemática tais como a violência urbana
que torna inviável brincar na rua, e o modo de vida contemporânea em que os pais saem para
trabalhar e têm menos tempo de compartilhar e transmitir aos filhos as brincadeiras que
povoaram suas infâncias.
A brincadeira tradicional de rua é um fenômeno paradigmático da organização social da
criança e da cultura infantil que devido a todos estes fatores corre o risco de ficar esquecido
com o tempo. Durante a brincadeira, as crianças entram em contato o tempo todo com signos
produzidos pela cultura à qual pertencem. Para Brougére (1997) a brincadeira de casinha, de
peteca são elementos que encerram em si significados e ideologias, ocorrendo a
bidirecionalidade da transmissão cultural, pois o brincar da criança é estruturado conforme os
sistemas de significado cultural do grupo a que ela pertence. A internalização da cultura pela
criança promove saltos qualitativos no seu desenvolvimento.
A importância dos jogos no desenvolvimento e na formação dos alunos nos leva a
compreendermos a riqueza de manifestação da nossa e de outras culturas das quais o jogo
está imbuído, e a importância em aprender a reconhecer e aceitar essas diferentes culturas.
Por acreditar que o eixo central da Educação Física é proporcionara apreensão da
cultura corporal, é que devemos oferecer esse material pedagógico, levando-os a descobrir o
prazer nessas brincadeiras.
Desenvolvi um projeto onde os alunos resgataram brincadeiras com parentes ou
conhecidos acima de cinqüenta anos. Esse projeto ocorreu na escola onde trabalhei e os
alunos ficaram bastante motivados com as descobertas por eles vivenciadas e com a
apresentação da pesquisa aos colegas de sala. O trabalho me ajudou a entender melhor os
alunos, o meio em que vivem e como vivem. Entre as brincadeiras resgatadas estava o jogo de
peteca, que me levou a esse projeto voltado para o resgate de brinquedos e brincadeiras da
cultura indígena.
A questão do brincar tem um grande significado na comunidade enquanto preparação
para a vida adulta, ao levar o aluno a perceber que essa comunidade rural não insere a criança
em um sistema social de divisão do trabalho. A criança indígena auxiliava sua mãe no plantio
do trigo, na colheita e a fazer o pão. Na zona urbana, onde há a separação do mundo adulto e
infantil e a vida social e tecnológica fragmenta o processo produtivo, fica difícil para a criança
brincar de imitar muitas profissões existentes e até as brincadeiras.
Referência: BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
Título: Qual o verdadeiro papel de um professor transformador?
Texto: Todo educador antes de iniciar seu trabalho na escola deve ter claro seu projeto político-
pedagógico, pois esta definição orientará que homem quer formar. Que pedagogia utilizará em
suas aulas com este projeto maior de homem e sociedade? Que conteúdo selecionar para
ensinar? Que trato científico e metodológico dará ao conteúdo? Que relação estabelecerá com
seus alunos? Quais os interesses de classe social que defende?
O projeto político-pedagógico significa uma ação deliberada, uma intenção. É político porque
expressa intervenção em determinada direção, porque a educação não é neutra. Vivemos
numa sociedade dividida em classes com interesses antagônicos e a classe trabalhadora
necessita da escola para se realizar, utilizando as obras culturais da burguesia, o conhecimento
científico historicamente construído pela humanidade, para a sua formação.
O projeto é pedagógico porque realiza uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade
explicando suas determinações, para que o aluno tenha condições de sair do senso comum e
construir formas mais elaboradas de pensamento (SOARES,1993, p. 25).
Neste sentido, se deixarmos os alunos à mercê de sua espontaneidade, estes estarão sujeitos
às ideologias da classe dominante. Por isso a ênfase à transmissão da cultura e ao papel que o
professor desempenha nesse processo. O que o aluno já conhece, é senso comum, é
fragmentado, contraditório e, portanto necessita do conhecimento científico universal
selecionado pela escola e mediado pelo professor que introduz confrontações, discussões e
diálogos e a partir daí novos conteúdos serão reelaborados pelos alunos, ultrapassando assim
o senso comum e construindo formas mais elaboradas de pensamento.
Segundo Soares (1993) quando o aluno tem uma relação do saber escolar com a sua realidade
social, mediada pelo professor, ele terá condições de apresentar uma visão de totalidade da
realidade, saindo da alienação. Refiro-me não de um saber escolar por si mesmo, mas sim
como meio para o crescimento dos alunos, no sentido de transformação da consciência.
Conhecendo a realidade escola, sei que não é uma tarefa fácil, pois o professor se defronta
com problemas como a violência, o número elevado de alunos por turma, a falta de material e
espaço adequados para a realização do seu trabalho, a baixa remuneração que o leva a uma
carga excessiva de trabalho, prejudicando o seu rendimento. Apesar de todas as dificuldades
encontradas no trabalho escolar, é imprescindível que o professor não abandone sua posição
diante da educação, pois isso significa estar comprometido com o mundo, lutando contra o
trabalho degradante, a submissão política, a alienação da consciência e as exclusões injustas.
Referência:SOARES, Carmem et. al. Metodologia do Ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1993.
Título: Por que problematizar?
Texto: Dentro da perspectiva crítico-superadora o trabalho com o conteúdo sistematizado é
iniciado com a problematização fazendo a transição entre a prática e a teoria, entre o cotidiano
e a cultura elaborada.
Este conteúdo deve ser visto como um instrumento de compreensão da realidade em
que o aluno está incluído, com todos os aspectos interdependentes de sua realidade social.
Com estes instrumentos levantam-se questões sociais verificando a sua implicação com a
prática social, para que o aluno aprenda o conteúdo em função de necessidades sociais,
descubra novas dimensões dos conceitos estudados e o conteúdo passe a ter sentido para ele
(GASPARIN, 2005).
A partir da discussão, devem estar claro para os alunos as múltiplas faces do conteúdo
que podem ser exploradas, pois problematizar significa questionar a realidade, interrogar o
cotidiano, o conteúdo escolar.
Na dimensão conceitual. Quem é o índio brasileiro? Como vivem os índios hoje? Eles
têm língua própria? Por que não falamos mais sua língua? Existem índios em Maringá?
Na dimensão histórica e social. Quantos viviam aqui quando os europeus chegaram? Os
europeus descobriram ou invadiram o Brasil? Os índios viviam em harmonia com os europeus?
Por que tiraram as terras dos índios?
Referência: GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. ed.
Ver. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
Propondo Atividades
Título: Entrevistas com índio e avó/ô de aluno.
Texto: Após pesquisa e estudo da cultura indígena e brinquedos tradicionais, os alunos
organizarão entrevistas, mediados pelo professor, com índio da região e avó/ô de aluno, sobre
brinquedos tradicionais.
O objetivo deste trabalho é que o aluno possa comparar os brinquedos e brincadeiras de
hoje e do passado e compreender as mudanças deste conhecimento, produzidas pelo homem,
no decorrer do tempo.
Os alunos deverão visitar a Casa da Cultura Indígena para conhecer de perto os índios,
sua cultura e realizar a entrevista.
O avô e avó de aluno que vive próximo da escola serão convidados a serem
entrevistados pelos alunos.
Com a entrevista será possível perceber os brinquedos e brincadeiras tradicionais do
passado e os industrializados de hoje. Lembrando sempre que a criança quando brinca constrói
e reconstrói simbolicamente sua realidade, e que isto está sendo ameaçado pela falta de
compreensão dessa necessidade no ambiente escolar e pela indústria cultural
(BROUGÈRE,1997). A importância dos jogos no desenvolvimento e na formação dos alunos
nos leva a compreender a riqueza de manifestação da nossa e de outras culturas das quais o
jogo está imbuído.
Referência: BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
Arquivo anexado: 7137_14_Sitio_de_Jogos_indigenas_do_Brasil.doc
Sítios de Jogos indígenas do Brasil Jogos Indígenas do Brasil http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/resultados.html Sociedade Internacional de Jogos www.boardgamesstudies.org Jogos Indígenas do Brasil http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/resultados.html
Título: Torneio de peteca
Texto: O objetivo desta atividade é despertar o interesse pelo jogo de peteca, de modo que o aluno
pratique-o durante seu tempo livre, buscando subsídios para melhorar sua execução. Participar
de campeonatos na escola, tornando-se parte integrante das atividades escolares e ter a
oportunidade de por em prática seu aprendizado.
Os alunos, com auxílio da professora, organizarão o torneio com a participação das quinta
séries. Haverá um prazo para inscrição, quando os alunos se organizarão em equipes com
colegas da sala. A primeira fase será disputada entre as equipes dentro da turma. Ao término
desta primeira fase, as duas melhores equipes classificadas de cada sala, continuarão jogando.
O regulamento do torneio e as regras do jogo serão elaborados pelos alunos, após decisão
em grupo.
Ao término do torneio os pontos positivos e negativos serão discutidos e avaliados com a
participação dos alunos e professor.
Arquivo anexado: 7137_9_Esportes_indigenas.doc Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u15815.shtml
Folha de S.Paulo
Esportes Os jogos são outro traço cultural entre os índios. No Brasil, em 1996, houve a primeira edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que, na época, reuniu 400 atletas, de 29 etnias, em Goiânia (GO). Entre as modalidades, há arco e flecha, arremesso de lança e cabo de guerra. A página do Ministério do Esporte traz histórico, amplas informações sobre as várias edições dos jogos e até fotos que podem ser utilizadas como fundo de tela (www.esporte.gov.br/jogos_indigenas/default.asp). A competição entra na sétima edição e, neste ano, será realizada em Porto Seguro (BA). Em www.dfait-maeci.gc.ca/aboriginalplanet/750/archives/december2002/art4_intro-en, há um relato em inglês sobre a participação de três índios canadenses, que estiveram presentes na quinta edição do evento, em 2002. Em notícia veiculada no ano passado, o portal Vermelho relata a cerimônia de encerramento dos Jogos dos Povos Indígenas, realizada em Palmas (TO), em www.vermelho.org.br/diario/2003/1109/1109_jogos-indigenas.asp. A equipe do Jogos Indígenas do Brasil levantou recentemente que o jogo onça e cachorros é disseminado entre aldeias dos manchineris (AC). Confira também na galeria de imagens etapas de jogos realizados em vários locais, como em Tocantins (www.jogosindigenasdobrasil.art.br). Um texto analisa que as brincadeiras entre os índios, como jogar peteca e imitar animais, não pertencem ao reduto infantil. Leia o significado dos jogos para os indígenas em www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos-in.html. Descubra na página www.jogos.antigos.nom.br/diversos.htm que o jogo Awithlaknannai (espécie de jogo de damas) teria sido introduzido entre os indígenas pelos espanhóis. Entre os índios camaiurá, pesquisadores listaram jogos e brincadeiras dessa tribo. Veja mais em www.parceirosvoluntarios.org.br/noticia_onu130.htm. Em www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos/futebol.html, confira fotos em que índios jogam futebol no parque Xingu e um time feminino de índias no Paraná. Na América do Norte, também há jogos indígenas. Veja a cobertura da edição passada em www.2002naig.com.
Título: Produção de história em quadrinhos
Texto:
Conhecimento da cultura indígena em seu contexto histórico
O objetivo desse trabalho é construir histórias em quadrinhos relacionadas ao meio social e
cultural do índio hoje e de seus antepassados.
Baseada em textos de pesquisas dos alunos em respostas à problematização, sugerir que
desenvolvam histórias em quadrinhos relacionadas ao seu cotidiano, meio social e cultural do
índio hoje, do índio que vive na região de Maringá e a vida do indígena antes da chegada dos
europeus ao Brasil. Poderão elaborar as histórias individualmente ou em grupo. Após a
apresentação e reflexão sobre a pesquisa na sala, os alunos deverão elaborar histórias e
desenhá-las, mostrando assim seu aprendizado. As histórias serão analisadas e avaliadas pela
sua originalidade.
A mediação do professor dar-se-a de fora para dentro, atuando como agente cultural externo e
possibilitando aos alunos o contato com a realidade científica (GASPARIN, 2005).
Referência:
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. ed. Ver.
Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
Título: Jogo de peteca
Texto: Este trabalho tem o objetivo de organizar e estruturar o jogo (brincadeira de peteca) de
forma que seja entendido, apreendido, refletido e reconstruído como conhecimento que
constitui um acervo cultural. As aulas têm como objetivo geral levar os alunos da 5ª série (40
alunos) a conhecer os jogos e as brincadeiras de peteca, a fim de adquirir um novo conceito e
uma consciência crítica sobre a cultura indígena.
Questionar as diferentes formas de situações de exclusão geradas de acordo com as
características apresentadas pelos indivíduos, ligadas à raça, ao gênero, à classe social, que
podem surgir nos jogos. (SEED/PR, 2006).
Este trabalho será realizado na perspectiva crítico-superadora, baseada nos cinco
passos da pedagogia histórico-crítica, descritos por Saviani (1988) e com propostas de uma
didática de Gasparin (2005).
O primeiro é a Prática social inicial do conteúdo. Parte-se do conhecimento que os
alunos já possuem sobre o conteúdo, que é o nível de desenvolvimento atual. Quando o aluno
vai para a escola, ele carrega sua visão de mundo, sua concepção da realidade, que
frequentemente é uma percepção de senso comum, empírica, é o que chamamos de visão
sincrética.
O professor anuncia o conteúdo a ser trabalhado, dialoga buscando verificar o domínio
que eles possuem sobre o assunto na prática social cotidiana. O momento de expressar as
vivências, os conceitos, tornando mais claro ao professor o grau de compreensão que os
alunos detêm sobre o assunto. É uma contextualização, um levantamento da realidade social e
como nela se encontra o conteúdo a ser estudado.
Segundo passo: Problematização é o momento em que inicia o trabalho com o conteúdo
sistematizado, a transição entre prática e teoria. Segundo Gasparin (2005) significa questionar
a realidade, levantar questões acerca das evidências, interrogar o cotidiano, o conteúdo
escolar. O conteúdo nesta perspectiva é entendido como uma construção histórica, não natural,
para responder às necessidades humanas.
Neste momento questões previamente elaboradas pelo professor expressando
dimensões que se referem à natureza do conteúdo, são lançadas aos alunos suscitando-lhes o
interesse. As questões prováveis para este tema seriam: Vocês conhecem a peteca? O que é a
peteca para vocês? O que é possível fazer com ela? As questões são anotadas e mantidas
sempre presentes.
Terceiro passo: Instrumentalização. Educandos e educador agem juntos na elaboração
da aprendizagem, pela apresentação sistemática do conteúdo pelo professor e pela ação
intencional dos alunos se apropriarem desse conhecimento. Esse conhecimento científico é
analisado e cotejado com o conhecimento cotidiano. O novo conhecimento, mais elaborado e
crítico é sempre construído a partir do já existente.
A aprendizagem na perspectiva histórico-cultural ocorre para resolver, mesmo que
teoricamente, as questões sociais que surgem com o conteúdo.
O processo de construção do conceito científico do jogo da peteca seria conhecer os
jogos indígenas para distingui-los de outros na vida cotidiana. Dar ao aluno uma dimensão
conceitual/científica, histórica e social do tema, através de pesquisa da cultura, jogos e vivência
dos jogos.
Conhecer as transformações dos jogos historicamente produzidas pela humanidade,
através de entrevistas com pessoas acima de 60 anos compreendendo o caráter tradicional ou
contemporâneo dos brinquedos e brincadeiras construídos de forma artesanal, comparando
com os de hoje que são industrializados, tornando possível o reconhecimento das formas
particulares que o brinquedo e a brincadeira tomam em distintos contextos e momentos
históricos na sua comunidade. Reconhecer a influência da mídia nos jogos e brinquedos,
gerada pelo interesse capitalista.
Estimular a construção de petecas pelos próprios alunos. Despertar o interesse pela
cultura, cultura indígena e a cultura corporal, destacando a importância do contato corporal e o
necessário respeito mútuo do grupo e o respeito por aqueles que de alguma forma não
conseguem realizar o que foi proposto pelo próprio grupo.
Através de debate analisar buscando compreender a influência dos jogos indígenas na
nossa cultura.
Quarto passo: Catarse. Segundo Gasparin (2005, p.128)
A catarse é a síntese do cotidiano e do científico, do teórico e do prático a que
o educando chegou, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à
forma de sua construção social e sua reconstrução na escola.
A catarse significa que o aluno aprendeu o conteúdo constituindo para si uma nova
visão da realidade. Percebe que se apropriou de um conteúdo transmitido pelo professor, mas
que tem uma construção social feita com base em necessidades criadas pelo homem e este
novo conteúdo tem utilidade e significado para a sua vida, algo que lhe exige o compromisso de
atuar na sociedade em que vive.
A manifestação física da síntese mental pode ser feita de jogando a peteca,
respondendo questões sobre o jogo com as diversas dimensões estudadas (abordagem social,
econômica, histórica, política, estética, religiosa).
Quinto passo: Prática social final do conteúdo.
Esta fase é a confirmação que o educando já consegue realizar sozinho, atividades que
só fazia com ajuda. Expressando assim que aprendeu, se apropriou do conteúdo e, portanto
aplica seu novo conhecimento. O uso social desse conteúdo científico aprendido na escola dá
ao aluno um agir de forma autônoma.
Quando o aluno atinge o quinto passo, ele consegue compreender a realidade
posicionando-se nela, revelando uma nova postura prática, uma nova visão do conteúdo no
cotidiano. É o momento que possibilita ao educando condições de traduzir em atos sua
compreensão teórica, é a ação consciente, na possibilidade de transformação social, mudada
pela aprendizagem (GASPARIN, 2005). O compromisso de ação pode ser verificado no valor
do índio na nossa cultura, valorizando-o e respeitando-o. Vendo-nos com orgulho como
descendentes destes primeiros habitantes do Brasil e debatendo fatos como os rapazes de
Brasília que queimaram um índio.
Referência:
SEED/PR. Diretrizes Curriculares de Educação Física para Educação Básica, 2006. SAVIANI, Demerval. Escola e democracia. São Paulo: Cortez, 1988. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. ed. Ver.
Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
Título: Jogo do Jaguar – transformando jogo de exclusão em inclusão.
Texto:
Estas aulas têm como objetivo de levar o aluno a conhecer os Jogos indígenas modificando a
leitura crítica sobre o tema.
Esta é uma atividade de origem indígena, dos índios macus da Amazônia, relatada por Altman
(1999), chamada jogo do jaguar e tem como objetivo estimular a cooperação, respeitar as
regras estabelecidas pelo grupo.
Jogo do Jaguar.
Recursos: Para a realização da brincadeira é necessário um espaço amplo e definido, de
acordo com o número de alunos, para a movimentação exigida.
Método: A professora questiona quem conhece o jogo do jaguar? Os alunos que conhecem um
jogo parecido, porém com outro nome, explicam para a sala e todos jogam. Na seqüência ela
explica o jogo na sua forma original, como as crianças indígenas jogam e eles vivenciam.
Foi bom ou ruim ser eliminado do jogo?
O que poderia ser mudado para que todos participem durante todo o jogo?
Reunidos em grupo discutem a forma e definem as regras, de modo que nenhum aluno fique
fora do jogo, pois na forma original, como vivenciado, eles eram eliminados, quando pegos pelo
jaguar. Os alunos se posicionam em fila e definem, quem está atrás segura com os braços, o
corpo de quem está a sua frente. Um aluno representando o jaguar se posiciona na frente e
tenta pegar o último da fila, os primeiros tentam protegê-lo, sem se soltar.
O grupo define que quando o último da fila for tocado irá substituir o jaguar e este passará a ser
o primeiro da fila, evitando desse modo, a exclusão do jogo.
Para a avaliação, o grupo mediado pela professora, faz uma reflexão sobre o processo de
cooperação, com questionamentos como:
Quais os diferentes modos de jogar, que utilizamos?
Como se sentiram no jogo com e sem exclusão?
Todos precisaram de ajuda dos outros colegas durante o jogo?
Referência:
ALTMAN, Raquel Zumbano. Brincando na história, In: DEL PRIORE, Mary (org.) História das
crianças no Brasil, São Paulo: Editora Contexto, 1999.
Arquivo anexado: 7137_10_sitio_de_jogos_indigenas.doc
JOGOS INDÍGENAS
Os textos abaixo foram escritos por Maurício Lima, coordenador do projeto Jogos Indígenas do Brasil. São notas tomadas ao longo das viagens que oferecem sua visão pessoal sobre a experiência de convívio com os índios e seu meio-ambiente.
• Em Palmas, a capital do estado do Tocantins.
• Na Aldeia Kamaiurá, no Alto Xingu.
• Ipawu Mawaiaka.
• Coisas que aprendemos com os índios
• Nomes que os Kamaiurá nos deram. • O Canto do Gavião Real. • Os Bororos. • Jogos, Brincadeiras e Brinquedos observados entre os Bororos. • Os Jogos do Povo Paresis. • João Titi e as crianças. • Paresis • Qual a cor Canela. • Tereza • O batismo na Aldeia Escalvado dos indígenas Kanela. • Os Ticunas. • Um rio chamado Javari.
O quartel do fim do mundo e o PVF de Enganos.
Fonte:http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/notasdeviagem.html#coisas
Contextualizando
Título: A competição no cotidiano da escola.
Texto: Apesar das novas tendências pedagógicas, os esportes como voleibol, futsal, handebol
e basquete ainda são os conteúdos hegemônicos dentro da escola, desenvolvidos de modo
padronizado, dando ênfase ao rendimento técnico, inviabilizando uma leitura crítica da
realidade do aluno e reduzindo sua capacidade de criação.
A competição na escola torna-se alienante quando os jogos escolares entendidos como
diversão, camuflam um mecanismo de dominação ideológica, inculcando valores implícitos nos
interesses da classe hegemônica.
A competição não pode, nem deve ser eliminada da escola, mas tratada dentro dos
objetivos que ela propõe que é o de promover a leitura da realidade, e isto se faz preparando
previamente os alunos, lembrando-os de vivenciar outros valores durante os jogos. Esta
preparação possibilitará entender a competição dentro do princípio do competir com, ao invés
de competir contra, contemplando as diferenças sem camuflá-las, respeitando-as e valorizando-
as.
Segundo Coletivo de autores (1993, p.66) “quando a criança joga, ela opera com o
significado de suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se
consciente das suas escolhas e decisões”. Assim o jogo expõe-se como elemento capaz de
provocar mudança das necessidades e da consciência.
A função do jogo no desenvolvimento do aluno deve ser analisada para se entender os
procedimentos didático-metodológicos utilizados para seu ensino. A instrução e o aprendizado
do jogo na escola avançam em relação ao desenvolvimento cognitivo do aluno.
Podemos observar o desenvolvimento do aluno pela especificidade do seu jogo. Em
todos podemos observar regras, às vezes ocultas numa situação imaginária, como a
brincadeira de casinha, quando as crianças jogam com as regras de comportamento de sua
família (projetando-se nas atividades adultas da sua cultura e ensaiando seus futuros papeis e
valores), outros com regras mais claras, e a situação imaginária é oculta, como o jogo do
jaguar, descrito no item “propondo atividades”, que envolve a situação imaginária de
perseguição. Por esse motivo o professor deve utilizar as situações de conflitos criadas no jogo
para promover debates e a necessidade das regras para seu controle. O professor deve colocar
em discussão o caráter discriminatório do jogo do jaguar, eliminando jogadores que foram
pegos, tirando deles a chance de jogar e mostrando a possibilidade de mudança das regras,
impedindo a exclusão e que a competição exceda sobre o lúdico.
Assim, o conceito de competição presente no espaço escolar tenderia a distinguir-se
daquela descrita no início, pois estaria comprometida com os objetivos da instituição escolar,
valorizando a ligação entre escola e vida, como fator necessário para a formação de um novo
cidadão. Dentro dessa proposta, Aranha (1996, p142), descreve [...] ”o trabalho coletivo,
fazendo com que as formas individualistas e competitivas evoluam em direção à cooperação,
ao apoio mútuo e à auto-organização dos estudantes.“ É desse modo que o jogo deve ser
contextualizado na escola.
Referência: ARANHA, M.L. de A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna,2ª ed.1996.
Perspectiva Interdisciplinar
Título: A cultura indígena e a nossa cultura.
Texto: Ao conhecer o jogo da peteca como jogo de origem indígena, surgi a necessidade de
compreender e de aprofundar o conhecimento sobre esse povo que primeiro habitou o Brasil, e
deixou influências da sua cultura em nossas vidas. Segundo Kischimoto (1993) a origem do
jogo de peteca é proveniente de tribos tupis do Brasil e se expandiu em regiões densamente
populosas pelos indígenas, como Minas Gerais. É uma espécie de bola achatada de couro ou
palha, em que se enfiam penas, em tupi bater é peteca e em guarani é petez.
Com a reflexão sobre o conteúdo da Educação Física pode-se perceber as relações existentes
entre as diferentes áreas do conhecimento e utilizar os saberes de outras disciplinas para
ampliar as possibilidades de entendimento das propostas do jogo de peteca, como competição,
várias possibilidades de jogar, regras, as diferentes culturas, a mudança de valores em
diferentes momentos históricos e em diferentes culturas e a produção do povo brasileiro antes
da chegada dos portugueses ao Brasil até hoje.
Esse trabalho terá maiores possibilidades de ser ampliado e enriquecido com a disciplina de
história, com o aprofundamento da história do Brasil, com a de artes com a confecção da
peteca, como possibilidade de confecção do próprio brinquedo como faziam os índios e os avós
dos alunos (eles comprovaram entrevistando o(a)s avô(ó)s ou pessoas acima de sessenta
anos).
A partir dos conhecimentos das diferentes disciplinas é possível provocar discussões sobre
fatores históricos e do cotidiano do aluno de ordem econômica, política e social, entendendo a
construção histórica da humanidade e saindo do senso comum, construindo um conhecimento
mais elaborado, tendo uma visão do todo e não fragmentado como geralmente é passado na
escola.
O estudo a partir desta perspectiva contempla o processo interdisciplinar, pois o aluno tem a
oportunidade de um conhecimento do todo, quando ele consegue interligar os conhecimentos
adquiridos nas disciplinas de educação física, história e artes, resgatando, organizando e
constituindo sua subjetividade. Desse ponto ele poderá fazer uma leitura melhor do seu
cotidiano e sair da alienação.
Referência: Kishimoto, Tizulo Morchida. Jogos tradicionais infantis: o jogo a criança e a
educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
Arquivo anexado: 7137_7137_Sugestao_para_aula_de_historia.doc Sugestão para aula de história. Entre no sítio http://www.terrabrasileira.net/indigena/index.html Clicar em contatos. Conta a história dos índios do século XVI até hoje.
Você encontrará importantes informações.
Título: Construção da peteca
Texto: Buscar através da Arte o entendimento de como construir e encenar uma peça teatral,
mostrando como vivia a criança indígena antes da chegada dos europeus ao Brasil e como vive
hoje, explorando o movimento, falas e sentimento. Procurar vivenciar e entender, através da
peça teatral, a cultura indígena. Na dramatização poderá ser utilizado também como meio o
teatro de sombra, de fantoches, etc.
Confecção da peteca pelos próprios alunos, utilizando materiais como palha de milho e pena de
ave.
O professor através de sua mediação deve oportunizar nas suas aulas a ação do aluno, para
que ele construa para si o conhecimento. O aluno deverá partir de seus conceitos já adquiridos,
buscando com o professor a construção do conhecimento sistematizado. O conhecimento que
o aluno constrói tem um significado maior para ele, por isso a sugestão da confecção da peteca
e do teatro.
Arquivo anexado: 7137_Construcao_da_peteca.doc
Título: Língua Portuguesa e Língua Tupi
Texto: As manifestações lúdicas do povo indígena, historicamente, é a expressão da vida,
demonstrando sua maneira de sobreviver, sua língua e seu respeito com a natureza. Porém
com a chegada dos europeus ao Brasil, iniciou o condicionamento da cultura dos colonizadores
sobre a cultura indígena, tendo que se despojar de sua forma de viver para assumir costumes
impostos pelos invasores. Na disciplina de Língua Portuguesa haverá a oportunidade de
estudar o tupi e a sua importância, para se entender a cultura brasileira. Ter consciência de que
falamos tupi sem saber e que o nosso português diferencia-se do português de Portugal por
causa das expressões em tupi que incorporamos.
O tupi foi a língua mais falada do Brasil até o século 18 e a segunda língua oficial do
Brasil junto com o português até o século 18. Só deixou de ser falado porque o Marquês de
Pombal, em 1758, proibiu o ensino do tupi e a sua dissolução foi rápida porque a perseguição
foi muito violenta.
Arquivo anexado: 7137_11_HOMEM_BRANCO_ENSINA_TUPI_AOS_INDIOS.doc
FONTE: HTTP://WWW.NAUTILUS.COM.BR/~ENSJO/TUPI/UMHOMEMBRANCOENSINA.HTML
http://www.jt.estadao.com.br/suplementos/domi/2000/11/12/domi013.html
Construção da peteca. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://meninomaluquinho.educacional.com.br/imagensPaginas/mmp2227_Peteca.gif&imgrefurl=http://meninomaluquinho.educacional.com.br/PaginaExtra/default.asp%3Fid%3D2227&h=375&w=282&sz=19&hl=pt-BR&start=6&tbnid=dl_J_SiWNeah0M:&tbnh=122&tbnw=92&prev=/images%3Fq%3Dpeteca%26gbv%3D2%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR