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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
C COLÉGIOOLÉGIO E ESTADUALSTADUAL S SÃOÃO J JOÃOOÃO B BOSCOOSCO
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Rua Das Andorinhas, 275, Bairro Planalto – Pato Branco – PR – (46)3224-3469
Projeto
Político
Pedagógico
2010
ÍNDICE
Apresentação 4
Introdução
Histórico da Escola 6
Caracterização da população 13
Relação do corpo docente da escola 14
Objetivo Geral 15
Objetivos Específicos 15
Marco Situacional
Descrição da realidade brasileira, do estado, do município e da escola............... 16
Marco Conceitual
Concepção de cidadania 17
Concepção de cultura 20
Concepção de trabalho 21
Concepção de ciência 22
Concepção de educação 23
Concepção de homem 24
Concepção de sociedade 24
Concepção de tecnologia 26
Concepção de conhecimento 27
Concepção de avaliação 28
Concepção de ensino e aprendizagem 29
Critérios de organização interna da escola 34
Gestão Democrática 34
Princípios de gestão democrática 36
O currículo da escola pública 37
Configuração da matriz curricular 39
Trabalho coletivo 43
Prática Transformadora 44
O que a escola pretende do ponto de vista político-pedagógico 46
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana 47
História e Cultura Indígena 48
Gênero e Diversidade 49
Desafios Educacionais Contemporâneos 51
Educação Inclusiva 55
Marco Operacional
Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico 55
Papel específico de cada segmento da comunidade escolar 57
O papel das instâncias colegiadas 64
Redimensionamento da organização do trabalho pedagógico 67
Recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto 79
Organização do Calendário Escolar 80
Critérios para organização e utilização dos espaços educativos 83
Avaliação Institucional 84
Diretrizes para a avaliação do desempenho do pessoal docente e não docente 84
Plano de avaliação interna do projeto político pedagógico 85
Acompanhamento aos egressos 88
Sistema de avaliação 93
Considerações Finais 96
Referências Bibliográficas 97
APRESENTAÇÃO
O Colégio Estadual São João Bosco – EFM, localiza-se no Bairro Planalto, considerado o
maior do município de Pato Branco, situado à Rua das Andorinhas 275, na Zona Oeste, distante
três quilômetros do centro da cidade, tendo como acesso principal a Rodovia BR 158.
Trata-se de um bairro residencial popular, na periferia da cidade, constituído por uma
comunidade de diversas classes econômicas, com uma pequena parte da população, atuando
ainda na economia informal.
Considerando o contexto de mundo em que a escola está inserida, surge a necessidade de
se elaborar uma proposta educacional que vise uma interação entre conteúdo e realidade, tendo
como perspectiva a construção de uma aprendizagem permanente, de formação continuada e
centrada na conquista da cidadania; permitindo ao educando ser sujeito, construir-se como
pessoa, estabelecendo relação de reciprocidade, transformando o meio e fazendo história.
Diante de um ideal sonhado pela comunidade escolar, com metas para se chegar a uma
proposta que viesse realmente atender a todos os nossos anseios e apoiados com o advento das
determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, vimos à
oportunidade da realização de um planejamento para a nossa escola através da concepção do
Projeto Político Pedagógico, com um trabalho altamente participativo, envolvendo toda a
comunidade escolar, fazendo todos inteirar-se e incorporar-se numa proposta coerente do
contexto da sua realidade política, social e econômica. Temos a certeza de que um projeto
elaborado desta forma e aceito por todos despertará, também, o comprometimento coletivo no
momento de sua total execução. Isso deve acontecer de forma consciente e participativa, onde
todos serão parte essencial e indispensável na estrutura, para garantir as mudanças necessárias
com a certeza de termos uma escola preparada para o futuro sem esquecer-se do presente.
Ninguém poderá omitir-se de desempenhar o seu papel de cidadão ativo e integrante na
comunidade em que está inserido.
Conscientes de que nas sociedades tradicionais, a estabilidade da organização política,
produtiva e social era garantia de um ambiente educacional relativamente estável, sentimos que
no quadro atual o progresso científico, tecnológico e a transformação verificada nos processos de
produção, seguem uma acelerada evolução que torna o conhecimento rapidamente superado,
exigindo uma atualização contínua e progressiva, criando novos conceitos na formação do
cidadão produtivo e participativo, exigindo cada vez mais, um redimensionamento das práticas,
com formas e métodos dinâmicos na aquisição do conhecimento. Com a evolução tecnológica
que vem se verificando nas últimas décadas, criam-se novas formas de socialização, novos
processos de produção e, até mesmo, novas definições de identidade individual e coletiva. Diante
de um mundo globalizado em que hoje vivemos, apresentando múltiplos desafios ao homem, a
educação surge como um sonho necessário e indispensável à humanidade na construção da paz,
da harmonia, da liberdade e da justiça social.
O projeto Político Pedagógico, foi concebido e construído com base em todos os
elementos que compõem a comunidade escolar: pais, alunos, Corpo Docente, Equipe Pedagógica
e demais educadores, recursos físicos, materiais e econômicos, comungando os mesmos
objetivos e fins para a educação comprometida com o desenvolvimento total do cidadão, com
indivíduos capazes, dinâmicos, criativos, com pensamentos autônomos, com capacidade de
raciocínio crítico; com condições de formularem juízos de valor e após decidirem por si próprios,
tomando decisões certas, frente às diferentes circunstâncias da vida. Supõe-se ainda que essa
proposta dará condições, a todos que dela fizerem uso, de exercitar a liberdade de pensamento,
sentimento e imaginação, desenvolvendo seus talentos e permanecendo tanto quanto possível
dono do seu destino.
No âmbito pedagógico, nada encerra toda a verdade, tudo comporta e exige contínua
atualização. A proposta pedagógica traduz um esforço no sentido de adaptar-se às características
dos alunos e do ambiente sócio-econômico, recorrendo a todos os recursos disponíveis para
reorganizar a experiência espontaneamente acumulada por pais de alunos, professores e outros
profissionais que trabalham e freqüentam a escola, de modo que os leve a rever sua prática sobre
o que e como ensinar.
Muito se tem discutido a respeito do papel da escola, criando reflexões sobre as funções,
organizações e ações sistemáticas e intencionais que a fundamentam. Do mesmo modo,
considera-se também os fatores de ordem social, econômico-culturais, científicos e tecnológicos,
os quais constituem-se em novos desafios, que têm ampliado progressivamente os
compromissos da escola.
É nesse contexto que se destaca o Projeto Político Pedagógico como principal meio de
planejar e resgatar a intencionalidade da ação educativa, através da superação do caráter
fragmentado das práticas utilizadas anteriormente e do envolvimento e participação efetiva da
comunidade escolar, buscando assim a implementação de uma gestão democrática.
Assim sendo, o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual São João Bosco – EFM
foi organizado a partir desses princípios, visando definir a sua identidade, para que a partir dela
sejam desenvolvidas ações organizadas e conjuntas, que nos permitam alcançar os níveis de
qualidade e democracia que almejamos.
Diante da realidade exposta, entendeu-se que é hora do comprometimento de todos no
processo, e, que sem esse, o processo não acontecerá. Percebe-se que só encarando as
mudanças educacionais e vivenciando valores numa perspectiva de conflitos, evitaremos a
tentação de considerá-las más, partindo do grupo, servirão para manter uma atitude permanente
de crítica e reflexão, de compromisso e responsabilidade com a tarefa de educar. Compreende-se,
no momento que estamos vivendo, que as mudanças, tanto as vindas de fora, ou aquelas
orquestradas por nós, devem ser pensadas, refletidas, criticadas, analisadas e valorizadas em
todos os seus âmbitos, para que aconteçam partindo da conscientização da comunidade escolar e
de uma profissionalidade eticamente construída, que há de perseguir a transformação e melhoria
da sociedade por meio de uma educação dinâmica e atualizada, voltada para atender as
necessidades do dia-a-dia da comunidade.
INTRODUÇÃO
1- História da escola
A Escola Estadual São João Bosco foi construída no Bairro Planalto em 1983, passando a
funcionar em abril do mesmo ano, tendo como diretora a professora Dilete Flessak. A Escola foi
construída pela Fundepar a pedido da Prefeitura Municipal, para atender ao elevado número de
alunos que fixaram residência neste Núcleo Habitacional, com a abertura de novos loteamentos e
a natural demanda escolar.
O prédio possuía a princípio 04 salas de aulas, cantina, gabinete de direção, serviço gerais
e atendendo em dois turnos, sendo 1ª a 4ª séries.
No decorrer de sua história, teve como diretores, os seguintes professores: Dulce,
Humberto Amadori, Vanda, Araci, Carmen Mosquen ( Noeli Pinto do Nascimento - diretora-auxiliar)
Desde 09/01/86, pela Resolução 177/86, foi implantado também o ensino de 5º a 8º série,
atendendo mais um pedido da comunidade pela demanda então suficiente para sua implantação,
mantida pelo Governo do Paraná, respondendo pelo nome de Escola Estadual São João Bosco –
Ensino de 1º Grau.
A partir de 31/10/88 pela resolução 3.240/80 foi reconhecido na forma da lei o ensino de 5º
a 8º série, ministrado neste Estabelecimento.
Em 1993 a Lei n.º 8.642 de 31 de março institui o Programa Nacional de Atenção Integral à
Criança e ao Adolescente – Pronaica.
No decorrer do ano de 1993 o conjunto habitacional havia sido ampliado e construído o
Bairro Planalto II a VI, aumentando então a demanda de crianças em idade escolar bem como se
acentuando os problemas sociais pela falta de serviços sócio-culturais apropriados que pudessem
atender esta comunidade, então carente de tudo. Foi neste momento que através do então
Ministro da Saúde Dr. Alceni Ângelo Guerra, como filho da cidade e conhecedor desta realidade,
devido aos vários movimentos e lutas por atendimentos sociais dos membros da comunidade,
determinou que uma unidade do CAIC deveria ser construída no Bairro. Assim, o então Ministro
da Educação Murilo Hingel, da Secretaria Estadual e Municipal, a comunidade mobilizada
concordou que a Escola São João Bosco deveria funcionar nas dependências do mesmo, bem
como o Posto de Saúde.
No ano de 1995, tendo como Diretor Geral do Centro de Atenção Integral à Criança –
CAIC o Professor Pedro Plá, funcionando somente o Programa Educação, ou seja, a Escola
Municipal Bairro Planalto – Educação Infantil (então de responsabilidade municipal) e o Ensino
Fundamental, tendo como Diretora a Professora Ana Ferreira e Coordenadora Pedagógica a
Professora Conceição Ritzmann. Assim a nova construção estava pronta, no entanto, não
mobiliada.
Mas, no ano de 1996 o Programa Nacional de Apoio aos CAICs – PRONAICA – enviou
todo equipamento necessário para funcionamento dos demais subprogramas.
Em maio deste mesmo ano, começaram as primeiras oficinas, criadas pela Professora
Laura Marli Dal Santo para o ensino profissionalizante, que na época era a Diretora do
Subprograma Trabalho e Cultura. Também tendo como Gerente Geral do CAIC a Professora Ilde
Hass, no ano de 1996.
Em janeiro de 1997 assume a Direção do CAIC a Professora Rita Giacomini.
Como Escola, passamos um período bem difícil, uma vez que os alunos se evadiam com
muita facilidade e os pais não davam a devida importância ao ensino destes. Contudo, foi um
trabalho de resgatar os valores educacionais e a importância da comunidade se integrar a escola.
Em agosto de 1996 até final de 1997, assumiu como Diretor Pedagógico o Professor
Alcides Benato, dando continuidade ao trabalho de integração com a comunidade. Assim, o
número de oficinas aumentou, como também os alunos que frequentavam as mesmas, pois estes
podiam ficar para almoçar na escola. Logo a sistemática mudou. A escola tinha os alunos o dia
inteiro em suas mãos. A educação que poderia ser dada só em quatro horas, passou para oito
horas diárias.
Em 1997 foi instituído o 2º Grau, com o curso de Educação Geral, fundamentado pela Lei
5692/72, e em 1999 passou para Ensino Médio fundamentado pela Lei 9394/96 com a missão de
ampliar os conhecimentos no exercício da cidadania bem como preparar para o trabalho.
Com o nome de Colégio Estadual São João Bosco, a partir de fevereiro de 1998, assumiu
a Direção Geral do CAIC, o professor Alcides Benato, tendo como Diretor Pedagógico o Professor
Moacir Gregolin, até dezembro de 2000.
Começou um novo momento na vida dos moradores do Bairro Planalto, pois a escola criou
uma grande credibilidade junto a estes, em função de seus filhos serem bem atendidos tanto na
parte educacional, como também em seu bem-estar físico e mental. Assim, a mudança de
mentalidade não só ocorreu na cabeça dos alunos, como também na de seus pais.
Para tanto, os Professores, foram os primeiros gestores de mudanças em si mesmos, pois
tinham uma grande responsabilidade em suas mãos. Crê-se, que aprenderam a aprender juntos,
através de uma relação dialética: professor x aluno x direção x comunidade.
Portanto, pode-se dizer que a comunidade do Bairro Planalto, educa-se gradativamente,
graças à grande importância que seus moradores dispensaram ao CAIC e sua equipe de
profissionais competentes, que se constroem a cada dia em função dos alunos e dos demais
moradores deste bairro. Hoje, bairro e escola são aliados e parceiros na construção do saber
sistematizado que permeia o ambiente escolar.
No início contávamos com um público alvo de 138 alunos de 5º a 8º série e em 1997 com
275 cursando Educação Geral.
Funcionava como oficinas do Tempo Integral datilografia, computação, bordado, crochê,
chinelos, tapeçarias, bonecas, teatro, coral, dança, inglês, esporte, recreação, banda, literatura e
matemática.
Em seguida desenvolveram-se outros projetos:
1. Informática..................................................... 5º a 8º e Ensino Médio
2. Xadrez ........................................................... 5º a 8º e Ensino Médio
3. Corte e costura .............................................. 5º a 8º e Ensino Médio
4. Teatro, coral e dança ..................................... 5º a 8º e Ensino Médio
5. Banda ............................................................ 5º a 8º e Ensino Médio
6. Artes plásticas ............................................... 5º a 8º e Ensino Médio
7. Padaria ........................................................... 5º a 8º e Ensino Médio
8. Esporte ........................................................... 5º a 8º e Ensino Médio
9. Natação .......................................................... 1º a 4º e Ensino Médio
10. GRD ............................................................... 1º a 4º e Ensino Médio
11. Espanhol ......................................................... Ensino Médio e Fundamental
12. Capoeira ......................................................... Ensino Médio e Fundamental
13. Teclado ........................................................... Ensino Médio e Fundamental
14. Violão ............................................................. Ensino Médio e Fundamental
15. Flauta .............................................................. Ensino Médio e Fundamental
16. Patinho Empreendedor ................................... 1ª a 4ª séries
17. Marcenaria ...................................................... Ensino Médio e Fundamental
18. Bordado .......................................................... Ensino Médio e Fundamental
19. Corte e costura ................................................Ensino Médio e Fundamental
20. Brincando com a cultura ................................. 1ª a 4ª séries
21. Ecologia .......................................................... Ensino Médio e Fundamental
22. Pesquisa .......................................................... Ensino Médio e Fundamental
23. Recreação ....................................................... Ensino Médio e Fundamental
24. Reforço escolar ............................................... Ensino Médio e Fundamental
A escola tinha uma proposta pedagógica, fundamentada na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (9394/96), trabalhando de acordo com a concepção sócio-interacionista, que
objetivava a construção do conhecimento e a interação com a comunidade, ocorrendo
transformações significativas nos sujeitos e em todos os âmbitos da comunidade. Dessa forma, a
escola constituia-se em um espaço fundamental para abordar e auxiliar na resolução de
problemas locais.
A partir de 2004, as escolas públicas paranaenses iniciaram um processo de reflexão
sobre a ação docente, visando a recuperação de sua verdadeira função que é ensinar, dar acesso
ao conhecimento, para que todos, especialmente os alunos das classes menos favorecidas,
tivessem um projeto de futuro que vislumbrasse o trabalho, a cidadania e uma vida digna.
Desta maneira, no período de 2004 à 2008, os professores da escola, juntamente com os
demais professores da rede estadual, passaram a ser considerados como sujeitos epistêmicos,
participando de vários encontros, simpósios e semanas de estudos pedagógicos, que
proporcionaram a construção de um documento orientador do currículo – as Diretrizes
Curriculares, contemplando as especificidades dos níveis e modalidades de ensino da Educação
Básica, sem perder de vista a contribuição dos diferentes componentes curriculares na formação
integral dos alunos ao longo do processo de escolarização.
Com base em tais reformulações, a escola desenvolve hoje, um trabalho orientado pelos
pressupostos da educação progressista, entendendo que a prática pedagógica deve propiciar aos
alunos o acesso ao mundo letrado, ao conhecimento científico, à reflexão filosófica e o contato
com a arte, considerando a perspectiva histórica da construção de tais saberes e oportunizando a
emancipação humana e social.
O Colégio Estadual São João Bosco tem como entidade mantenedora a Secretaria
Estadual de Educação, e localiza-se na Rua das Andorinhas, 275, no bairro Planalto, da cidade de
Pato Branco. A lei que regulamentou a implantação do Ensino Fundamental foi a 5692/72,
seguindo o Currículo Básico do Estado do Paraná , bem como Educação Geral,
fundamentado pela mesma Lei e hoje transformado em Ensino Médio seguindo as
determinações da nova LDB ( Lei 9394/96).
Como nasceu o CAIC
“Boas idéias nascem do sonho de grandes homens.”
O sonho é a alavanca que impulsionava as grandes realizações. Somente homens dignos
e nobres são fiéis a seus sonhos. Imaginar todas as crianças na escola, bem vestidas, bem
alimentadas, sadias; com atendimento médico, dentário, orientação pedagógica qualificada,
podendo permanecer o dia todo na escola desenvolvendo habilidades, ampliando conhecimentos,
tirando-os das ruas, do abandono, do descaso era um sonho maior que o próprio Brasil, mas para
Darcy Ribeiro não era um sonho impossível, sua fé era inabalável, e junto com seu amigo, político
e estadista, sempre fiel a suas idéias, Leonel de Moura Brizola, tentaram a busca e realização do
sonho.
A transformação do sonho em realidade teve início no Rio de Janeiro com a construção do
CIEPS, pelo então governador Leonel Brizola, que procurou levar todas as crianças de rua para a
escola em Tempo Integral. No entanto, com a mudança de governo, o programa foi desativado .
Com a chegada de Fernando Color de Mello a presidência da república, nomeou para o
Ministério da Criança e do Adolescente o médico Alceni Guerra, o político que sonhava em ver
todas as crianças carentes na escola e em Tempo Integral, tirando-as das ruas e da
marginalidade. Teve o apoio de Darcy Ribeiro, Lia Farias, Leonel Brizola e do Presidente da
República. Juntos reformularam os programas CIEPS e surgiram os Centros de Atenção Integral à
Crianças – CAICs, escolas bonitas, alegres, acolhedoras, e equipadas com toda a estrutura e
material necessário a uma escola de qualidade.
Como era vontade do ministro de que Pato Branco tivesse um CAIC, o Dr. Ivânio Guerra,
então Deputado Federal, negociou com o governo e o Prefeito de Pato Branco Dr. Delvino Longhi,
a construção de um CAIC em Pato Branco, que por desejo do próprio ministro Alceni Guerra, foi
destinado ao Bairro Planalto, para atender a uma solicitação da população junto ao ministro,
começando a funcionar o Sub Programa de Educação em 24/07/95 e inaugurado oficialmente em
Setembro de 1996.
Na criação do complexo CAIC, funcionavam cinco Sub Programas: Educação Infantil,
Esporte, Cultura, Trabalho e Saúde.
PRONAICA
O Pronaica foi um projeto de apoio aos CAICs criado para dar suporte pedagógico e
organizacional aos CAICs. Estava cumprindo razoavelmente sua missão, mas foi extinto pelo
Presidente Fernando Henrique Cardoso, que abandonou também os programas dos CAICs.
Em Pato Branco, procurou-se manter a filosofia do Pronaica e dos CAICs, oferecendo
cursos de preparação para o trabalho, para a comunidade e para os alunos, através do Programa
Linha do Ofício, convênio firmado com a Secretaria Estadual da Criança e Prefeitura Municipal.
A Linha Estação do Ofício Coordenada a Nível Estadual, pela Secretaria Fany Lerner, e no
CAIC de Pato Branco pela Professora Laura Dal Santo, tinha por função atender as pessoas da
comunidade oferecendo qualificação para o trabalho. Atendia a uma faixa etária acima de 14
anos.
Tempo Integral
Com o Prefeito Alceni Guerra, a partir de 1997, o CAIC assumiu sua verdadeira função que
é dar atendimento a todas as crianças em Tempo Integral.
Esta modalidade de ensino criava e proporcionava às crianças e jovens todas as
condições necessárias para que desenvolvesem suas habilidades e competências e pudessem
formar sua personalidade, construindo sua identidade.
Este trabalho foi desenvolvido através de Oficinas nas mais diversas áreas do
conhecimento, proporcionando educação de forma plena.
O ponto forte do CAIC era fazer da escola um lugar alegre, bonito, gostoso de viver, e
fazendo com que a criança gostasse de vir para a escola, e gostasse de ficar nela.
As atividades desenvolvidas aguçavam, a curiosidade e levavam as crianças e jovens a
serem criativos.
A valorização do ser humano, a auto estima e o senso crítico, eram pontos de suma
importância para o sucesso de todo o trabalho.
No início do ano de 2001 o Colégio Estadual São João Bosco, por questões políticas,foi
separado do Caic. O prefeito eleito Clóvis Padoan, determinou que o ensino fundamental de 5º a
8º série e ensino médio, retornassem ao prédio antigo, permanecendo nas dependências do CAIC
apenas os alunos de 1ª a 4ª série.
As oficinas, bem como o tempo integral que até então atendiam a todos os alunos
interessados, deixavam de ser ofertadas, ocasionando prejuízo à educação e ao desenvolvimento
sócio-econômico do bairro.
De janeiro de 2000 à dezembro de 2003, a professora Carmen Maria Mosquem, por
indicação do NRE, assume a direção em um momento político bastante conturbado.
Com a mudança na administração municipal, o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série e a
Educação Infantil voltaram a funcionar nas dependências do CAIC, até então, por motivos
estruturais, ocupados pelos alunos de 5ª a 8ª série e Ensino Médio.
Foram cancelados todos os projetos que se realizavam em parceria com a prefeitura. Em
decorrência disso, a estrutura física e o funcionamento do colégio ficaram bastante
comprometidos, já que os alunos e toda a parte administrativa obrigaram-se a retornar ao prédio
pertencente ao Estado, sendo que este já não dispunha de espaço suficiente para acomodar o
elevado número de alunos naquele momento.
Iniciou-se uma longa e difícil negociação já que havia muita intransigência por parte da
direção do CAIC e da Secretaria Municipal de Educação em conceder os espaços necessários
para que se prosseguisse oferecendo uma educação de qualidade e fossem mantidos alguns dos
projetos até então oferecidos aos alunos.
Através do empenho e da união entre direção, APMF, e comunidade escolar, conseguiu-se
reconquistar alguns espaços, que eram de vital importância para o funcionamento especialmente
do Ensino Médio.
Foi um período em que os pais contribuiram de forma significativa apoiando a direção tanto
nas reivindicações quanto na realização das promoções que possibilitaram realizar as adaptações
e reformas necessárias na escola, já que a mesma encontrava-se em péssimo estado de
conservação, sendo que ainda era necessário adquirir inúmeros equipamentos que garantiriam o
bom funcionamento das atividades que se pretendia oferecer aos alunos bem como a parte
administrativa e pedagógica.
Direção, equipe pedagógica, e uma APMF atuante, contando com a parceria de ex-alunos,
agora Amigos da Escola, e adaptando espaços, conseguiram ótimos resultados. Retomaram-se os
projetos de dança, pintura, basquete, vôlei, jornal da escola, informática. Inúmeras ações e
eventos foram realizados, contribuindo assim, para que se conseguisse, com muito esforço,
manter a qualidade de ensino oferecida até então aos alunos.
Ao final deste período a escola passou pelo processo de eleição direta, reestabelecendo a
autonomia democrática, elegendo o professor Moacir Gregolin para diretor e professor Celso
Portes Medina para diretor-auxiliar.
O período foi marcado por uma gestão democrática e participativa com uma visão
educacional dando ênfase à Educação por Princípios, com o objetivo de levar toda a comunidade
escolar a rever a importância de Deus à frente de tudo, tendo como tema norteador o lema: “A
obediência é o princípio da sabedoria”.
Princípios também são ideias guias, rudimentos de conhecimento, que permitem apropriar-
se de um assunto e dominá-lo pelos seus fundamentos, são chaves no contexto escolar como
processo ensino-aprendizagem, que conduzem à formação de padrões de pensamentos
consistentes com a ética.
Ensinar com uma abordagem de principio implica buscar a fonte, entender os
fundamentos, agir conscientemente, utilizando uma metodologia que cumpre o papel de
transformar o aluno, pois o que se espera de uma escola é a educação, e educar significa
transformar, preparar o sujeito para se tornar um agente produtivo e útil à sociedade.
Atualmente, a direção e vice-direção são representadas, respectivamente, pelos
professores Celso Portes Medina e Jussara Maria Rohweder, os quais estão dando continuidade
às atividades significativas já implantadas na escola, além de implementarem novas ideias e
ações, voltadas sempre para a melhoria da qualidade do ensino ofertado.
Nesse sentido, pode-se destacar a reforma da escola e a construção de duas salas de aula,
em caráter emergencial, bem como a aprovação da construção de duas novas salas para atender
a crescente demanda escolar. Além disso, convém salientar as intervenções realizadas para que a
escola fosse contemplada com os laboratórios de informática, contribuindo significativamente no
processo de ensino e de aprendizagem.
Assim sendo, com base nos pressupostos da pedagogia progressista, a prática
pedagógica leva em conta o indivíduo como um ser que constrói a sua própria história. Para isso,
o ensino é encaminhado de modo que a dialética dos fenômenos sociais seja explicada e
entendida para além do senso comum, reafirmando a escola como um espaço de acesso à cultura
elaborada, espaço de produção cultural e intelectual.
1.1 Caracterização da população
O Colégio Estadual São João Bosco, possui aproximadamente 590 alunos matriculados,
atendendo nos turnos matutino, vespertino e noturno, contando com uma equipe de professores,
pedagogos, e demais funcionários que atuam nas áreas administrativa e de serviços gerais,
contribuindo para que as ações educativas se desenvolvam de forma organizada e integrada.
Dentre as dificuldades sentidas atualmente, o aspecto físico se torna relevante, pois, com
suas limitações, restringe o fazer pedagógico. Tal situação se apresenta pela falta de um
refeitório,salas de aula, laboratório,e biblioteca. Também restringe o movimento dos alunos já que
o espaço para circulação no horário de lazer é exíguo.
Tal situação também se faz sentir nas produções artísticas.
A escola possui 16 turmas de Ensino Fundamental e 10 de Ensino Médio, distribuídas da
seguinte forma: 04 quintas séries,04 sextas séries, 04 sétimas séries e 04 oitavas séries. No
Ensino Médio: 04 primeiras séries, 03 segundas séries e 03 terceiras séries, distribuídas nos três
turnos de funcionamento.
No geral, as turmas são numerosas, sendo que a maioria dos alunos, principalmente os do
Ensino Médio necessitam trabalhar para contribuir no orçamento familiar, o que interfere muitas
vezes no aproveitamento escolar e na qualidade de ensino, já que muitos deixam de realizar
pesquisas e trabalhos extra-classe que são solicitados, bem como não adotam a leitura como uma
prática, o que deixa de aprimorar seu nível intelectual.
Quanto aos alunos que não trabalham, os mesmos têm a oportunidade de participar de
atividades complementares, oferecidas pela escola, através dos Programas desenvolvidos em
parceria com a SEED, como: Segundo Tempo e Viva Escola.
No que se refere aos pais, a maioria são esclarecidos, conscientes de seus direitos e
deveres, embora o nível de escolaridade não seja muito além do Ensino Fundamental.
A comunidade tem na escola o principal agente transformador, catalisador de seus
anseios, dúvidas e angústias, usando-a como conselheira e indicadora do melhor caminho a
seguir.
Para atender aos alunos, a escola dispõe de professores habilitados, possuindo, em sua
maioria, especialização na área de atuação, além de buscarem o aperfeiçoamento profissional
através da formação continuada.
Os demais funcionários da escola também contribuem de forma significativa para o bom
andamento das atividades, atuando como suporte nas áreas administrativas e de serviços gerais.
A equipe de direção, procura de acordo com as possibilidades existentes, fazer com que as
ações pedagógicas e administrativas sejam bem desenvolvidas, adotando os princípios da gestão
democrática, como base das mesmas, visando ampliar a qualidade proposta.
Relação do corpo docente da escola
Todos os professores que atuam no Ensino Fundamental e/ou Médio, estão devidamente
habilitados ou autorizados a ministrarem os conteúdos curriculares nas devidas turmas.
A equipe pedagógica do Colégio Estadual São João Bosco está constituída da seguinte
forma:
Nome Formação Situação funcionalCelso Portes Medina Ciências com Hab. em
Matemática
Diretor
Jussara Maria da Silva Rohweder Letras – Inglês Direção AuxiliarAna Paula Bet Pedagogia Professor PedagogoRosiee Cristina Sgarbossa Pedagogia Professor Pedagogo
Elizabeth Ferreira dos Santos Pedagogia Professor Pedagogo
2. Objetivo geral:
Formar cidadãos preparados através das diversas metodologias partindo da realidade
destes para uma visão do processo, da absorção da aprendizagem de forma contínua e
readaptável às mudanças sociais, políticas e tecnológicas.
A partir das diferenças existentes entre os alunos, junto do processo de socialização e do
desenvolvimento individual, a escola irá potencializar as suas capacidades, ajustando sua maneira
de selecionar e tratar os conteúdos, de modo a auxiliá-los a desenvolver, ao máximo as
possibilidades, as capacidades cognitivas, físicas, éticas, estéticas, artísticas, as relações
interpessoais de inserção social e preparação para o trabalho.
Possibilitar que através do conhecimento os estudantes possam ter compreensão da sua
condição de sujeitos históricos, construindo um projeto de futuro, que vislumbre trabalho,
cidadania e uma vida digna.
3. Objetivos específicos
Ensino Fundamental:
• O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
• A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes
e dos valores em que se fundamenta a sociedade.
• O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.
• O fortalecimento dos vínculos da família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Ensino Médio:
• A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos.
• A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores.
• O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
• A compreensão dos fundamentos científicos-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
4. MARCO SITUACIONAL
4.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E DA ESCOLA
A educação está na pauta das muitas discussões que têm sido feitas, considerando cada
vez mais o papel essencial que ela desempenha no desenvolvimento das pessoas e das
sociedades.
A sociedade brasileira vive um momento de rápidas transformações econômicas e
tecnológicas, ao mesmo tempo em que os avanços na cultura e na educação transcorrem de
forma bastante lenta. Em função de uma economia dependente, não se desenvolveu uma cultura
e um sistema educacional que pudessem fortalecer a economia, fazendo-a caminhar para a auto-
suficiência. Aliado a isso, percebe-se também o aumento de outros aspectos que afligem a
sociedade brasileira como: o crescimento do desemprego, a falta de mão-de-obra qualificada e as
demais mudanças no mundo do trabalho, a degradação ambiental, o descompasso entre
progresso econômico e desenvolvimento social, dentre outros.
Diante desse contexto há uma expectativa para que a educação se posicione na linha de
frente da luta contra as exclusões, contribuindo para a promoção e a integração de todos os
brasileiros, garantindo as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos,
críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e ética na sociedade em
que vivem e na qual esperam ver atendidas suas necessidades individuais, sociais, políticas
econômicas.
Nesse sentido, verifica-se que apesar de o quadro educacional brasileiro ser ainda
bastante insatisfatório, houveram avanços importantes e consistentes em direção à superação do
atraso educacional. Em termos gerais, observa-se uma queda da taxa de analfabetismo, aumento
expressivo do número de matrículas em todos os níveis de ensino e crescimento sistemático das
taxas de escolaridade média da população.
Estas mesmas características podem ser atribuídas se analisarmos o quadro educacional
do Estado e do Município, onde são desenvolvidas algumas políticas públicas voltadas para a
recuperação da escola. Torna-se evidente que é necessário não só preocupar-se com a expansão
das oportunidades de escolarização, através da oferta de vagas, mas principalmente, propiciar
condições para que o aluno permaneça na escola e que a qualidade da educação se desenvolva
como prática efetiva.
Para isso, é preciso acentuar o desenvolver políticas de valorização dos professores,
visando a melhoria das condições de trabalho e salário, assim como investir na sua qualificação
através da formação continuada. Os professores devem ser profissionais capazes de conhecer os
alunos, adequar o ensino à aprendizagem, elaborando atividades que possibilitem a ação reflexiva
do aluno.
É preciso também melhorar as condições físicas das escolas, dotando-as de recursos
didáticos e ampliando as possibilidades de uso das tecnologias da comunicação e da informação.
Direcionando as análises já feitas, de forma específica à realidade da nossa escola,
percebe-se que também precisamos modificar os aspectos já citados e que dependemos
principalmente do poder público para promover a mudança dos mesmos. No entanto, existem
ações que devem continuar sendo desenvolvidas, como a organização e o desenvolvimento da
proposta pedagógica de forma democrática e a implementação de situações que estimulem, de
fato, o envolvimento e a participação democrática e efetiva da comunidade e dos pais nas
diferentes instâncias do sistema educativo, criando mecanismos que favoreçam também o seu
envolvimento no projeto educativo da escola.
Um dos problemas que interferem nas atividades diárias da escola, refere-se à falta de
uma infra-estrutura física adequada, pois tem-se um espaço reduzido para atividades extra-classe,
com pouco espaço destinado ás práticas recreativas, auditório, refeitório e biblioteca. Apesar
disso, com o esforço de todos, tem-se alcançado resultados satisfatórios.
5- MARCO CONCEITUAL
5.1 CONCEPÇÃO DE CIDADANIA
Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para dentro – poderes
coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as desigualdades e agravando as exclusões.
Neste momento, requer construir uma outra base social, construída por aqueles excluídos da
história brasileira que, organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais,
acumularam força e conseguem expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma
nação soberana e aberta ao diálogo e a participação.
De acordo com Boff (2000,p. 51) “cidadania é um processo histórico-social que capacita a
massa humana a forjar condições de consciência , de organização e de elaboração de um projeto
e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico,
plasmador de seu próprio destino”
Reafirmando a citação de Boff, (Martins, 2000, p.53) diz : “... a construção da cidadania
envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e social e de
reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A realização se faz através de
lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras segregativas entre indivíduos e contra as
operações e os tratamentos desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso
às políticas públicas e pela participação de todos nas tomadas de decisões. É condição essencial
da cidadania, reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma
vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a tutela sobre a
sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto, ser/estar interessado não
dispensa apoio, pois os serviços públicos são sempre necessários e instrumentais.
O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar cidadão
consciente, (sujeito de direitos), organizados e participativos do processo de construção político-
social e cultural.
Angel Pino in (SEVERINO A J., 1992, p. 15-25),consideram que “o conceito de cidadania
traduz ao mesmo tempo, um direito e o exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera
fórmula.” Portanto, a educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania,
deve ser entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua inserção na
sociedade.
“A realidade social e educacional atual de nosso país, requer o enfrentamento e a
superação da contradição da estrutura que existe entre a declaração constitucional dos direitos
sociais (dentre eles, a educação) e a negação da prática desses direitos; da ideologia que associa
a pobreza material à cultural; de recolocar-se o problema da escola em termos de direito de todos,
de acesso ao conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como atividade de
produção/apropriação de conhecimento não apenas como mera operação mecânica, em repensar
a relação escola/trabalho.
Segundo Martins (2000,p. 54), pode-se se afirmar que “aquela relação entre cidadania e
democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o processo não se dá num vazio, a
cidadania exige instituições, mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de
espaços sociais de luta na definição de instituições permanentes para expressão política. Neste
sentido, a autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a idéia
moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o cidadão como portador de
direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de abrir espaços de participação.
Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência clara sobre o papel da educação e as novas
exigências colocadas para a escola que, como instituição para o ensino – a educação formal –
pode ser um lócus excelente para a construção da cidadania.
As dimensões da cidadania, segundo Boff, são cinco:
1) A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente, como massa e
a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza material e política é produzida e
cultivada, por isso é profundamente injusta.
2) A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol de sua
autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.
3) A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema produtivo e exclui
os demais, sendo esta a dimensão vigente.
4) A dimensão de com cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir ao Estado,
precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar. Define também o
cidadão mediante a solidariedade e a cooperação.
5) A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de causas
comuns, com a responsabilidade coletiva da garantir um futuro para a terra e a
humanidade.
Tipos de Cidadania segundo Boff
Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo ideológico de
formação de consciência pessoal, coletiva e social, de reconhecimento desse processo em termos
de direitos e deveres, no projeto neoliberal vigente a cidadania passa a ser seletiva porque a
reduz, Boff afirma (2000,p. 57). “Ele debilita e reduz a cidadania nacional, quer dizer, a autonomia
do próprio país. Internamente reforça a cidadania seletiva”. Alguns setores são beneficiados pela
modernização, outros, os setores populares só cabe uma cidadania menor. Outros, os excluídos,
servem como massa de manobra, sem qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião,
compensando, fazendo assistencialismo fácil e promessas.
Cidadania Menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em conta o
capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de oportunidades e de
progresso. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil grande, uma potência emergente com seus
recursos naturais riquíssimos e potencialidades populacionais. Aqui também a cidadania é restrita
para setores beneficiários. “Será uma cidadania político-participativa para os segmentos
incorporados na produção, mas não será econômico-produtiva, pois trabalhadores continuarão
sendo duramente explorados. Portanto terão uma cidadania de 2º classe, esporádica, às vezes
expressa em grandes manifestações públicas, mas sem consequências reais... As políticas
estatais continuarão assistencialistas mantendo a população pobre, dependente e desmobiliza
com controle aos movimentos sociais.
Cidadania maior e plena – com – cidadania – O projeto de Democracia racial e popular é
totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos. Está sendo construído por todos
os excluídos da história brasileira, se organizando dentro dos movimentos raciais. Com força
foram se infiltrando em conduto políticos partidários, já agora em condições de disputar a
conquista e o controle do poder com muita luta, resistência argumentos e organização. Esse
projeto visa construir uma Nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a
sociedade inteira para a mudança, primando por uma sociedade sustentável que se desenvolva
com a natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos e que não permita a
acumulação para poucos. “Nele fica clara a vontade de soberania nacional e o tipo diferente de
cidadania política, econômica, participativa, solidária e popular. Será uma cidadania cotidiana,
plantada no funcionamento dos movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”.
Construir a cidadania e com-cidadania popular é a forma concreta de se construir o
Projeto-Brasil que buscamos.
5.2 CONCEPÇÃO DE CULTURA
A cultura é resultado de toda a produção humana segundo Saviani, “para sobreviver o
homem necessita extrair da natureza, ativa é intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao
fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano (o
mundo da cultura)”.
Podemos considerar que, “de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que
elabora, e elaborou, o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas
de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os
hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de
trabalhar”.
Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é cultural.
Além disso, como sistema de significação, todo conhecimento está estreitamente vinculado com
relações de poder”.
É necessário considerar portanto a importância do texto de Silva, “tornou-se lugar comum
destacar a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo. É um fato paradoxal,
entretanto, que essa suposta diversidade conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de
homogeneização cultural.
Ao mesmo tempo que se tornam visíveis manifestações e expressões culturais de grupos
dominados, observa-se o predomínio de formas culturais produzidas e vinculadas pelos meios de
comunicação de massa, nas quais aparecem de forma destacada as produções culturais em sua
dimensão material e não-material.
Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa completar várias
dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a
necessidade da consciência de tais diversidades culturais, especialmente da sua função de
trabalhar as culturas populares de forma a levá-los á produção de uma cultura erudita, como
afirma Saviani “a mediação da escola, instituição especializada para operar a passagem do saber
espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político
fundamental, “Saviani”.
Respeitando a diversidade cultural e valorizando os vários tipos de conhecimentos, cabe a
escola aproveitar essa multiplicidade existente, para fazer dela um espaço motivador, aberto e
democrático.
5.3 CONCEPÇÃO DE TRABALHO
O trabalho é uma atividade que está “na base de todas as relações humanas,
condicionando e determinando a vida. É uma atividade humana intencional que envolve forma de
organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida”. Nesta perspectiva entender o
trabalho como ação intencional, o homem em suas relações sociais, dentro da sociedade
capitalista produz bens. Porém, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma
tranquila, estando sobrecarregado pelas relações de poder.
Conforme Balzer, Carvalho e Fank (2009, p.07): “A divisão social do trabalho humano
favoreceu o homem como grupo social e proporcionou condições para que, como espécie, este se
multiplicasse e se fortalecesse. Contudo, na relação do trabalho na perspectiva do capitalismo, a
relação do homem com a natureza – de forma não naturalizada e nem tampouco neutra – não se
deu somente para satisfazer as suas necessidades sociais, biológicas e cognitivas, também criou
novas necessidades que se põem para além da satisfação de sua condição humana”.
Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não materiais. Os bens
materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já nos bens não materiais
produção e consumo acontece simultaneamente.
No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e nesta dimensão
que está posto a formação do homem.
Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o entendimento de que o
processo educativo é um trabalho não material, uma atividade intencional que envolve, formas de
organização necessária para a formação do ser humano.
O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo) do
professor e do aluno, que indagado sobre o mesmo irá produzir novos conhecimentos, dando-lhes
condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que vive, permitindo
“ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual da técnico e das formas de organização social
sendo portanto capaz de criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a
partir do domínio do conhecimento”.
5.4 CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA
A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma sistematizada
utilizando métodos.
Para Andery (1980) “A ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo homem
no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é determinada pelas necessidades
materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo que nela interfere”.
Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento, será a
concepção da ciência.
No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir ou transformar.
Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de forma desigual, estando
a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do processo histórico, não atingido a
totalidade da população.
A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes científicos
produzidos pela humanidade. Saviani afirma que “a ciência merece lugar destacado no ensino
como meio de cognição e enquanto objeto de conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que
eleva o nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é
indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas
com isto saibam nele atuar e transformá-lo.
5.5 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens situando-os
dentro da história – ela não muda o mundo, mas o mundo, pode ser mudado pela sua ação na
sociedade e nas suas relações de trabalho.
“Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao
mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é ela própria, um
processo de trabalho”.
Segundo Pinto (1994) a educação é um processo histórico de criação do homem para a
sociedade e simultaneamente de modificação da sociedade para benefício do homem.
É o processo pela dimensão histórica por representar a própria história individual do ser
humano e da sociedade em sua evolução.
É um fato existencial porque o homem se faz ser homem – processo constitutivo do ser
humano.
É um fato social pelas relações de interesses e valores que movem a sociedade, num
movimento contraditório de reprodução do presente e da expectativa de transformação futura.
É intencional ao pretender formar um homem com um conceito prévio de homem.
É libertadora porque segundo Boff se faz necessário desenvolver uma educação que nos
abra para uma democracia integral, capaz de produzir um tipo de desenvolvimento socialmente
justo e ecologicamente sustentado.
Nesse sentido, a educação visa atingir três objetivos que formam o ser humano para
gestar uma democracia aberta.
São eles:
- A apropriação pelo cidadão e pela comunidade dos instrumentos adequados para pensar
a sua prática individual e social e para ganhar uma visão globalizante da realidade que o
possa orientar em sua vida.
- A apropriação pelo cidadão e pela comunidade do conhecimento científico, político,
cultural acumulado pela humanidade ao longo da história para garantir-lhe a satisfação de suas
necessidades e realizar suas aspirações;
- A apropriação por parte dos cidadãos e da comunidade, dos instrumentos de avaliação
crítica do conhecimento acumulado, reciclá-lo e acrescentar-lhe novos conhecimentos através de
todas as faculdades cognitivas humanas.
Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a educação tem suas
práticas voltadas para o aperfeiçoamento do homem que dela necessita para construir-se e
transformar a realidade.
5.6 CONCEPÇÃO DE HOMEM
O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo
suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve
múltiplas relações em determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em
decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada,
mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de
diferentes formas pelo homem, conforme Saviani.
“O homem necessita produzir continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar
de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho”.
Considerando o homem um ser social, ele atua e interfere na sociedade, se encontra com
o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na organização política,
garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da sociedade. O homem,
como sujeito de sua história, segundo Santoro” ... é aquele que na sua convivência coletiva
compreende suas condições existenciais transcende-as e reorganiza-as, superando a condição de
objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva”
Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se necessário
compreendê-lo em suas relações inerentes à natureza humana. O homem é, antes de tudo, um
ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a realidade.
5.7 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a natureza do
trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa, “arredados ou deslocados
pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão de acontecimentos que tornaram
obsoletos os conteúdos e as práticas educativas”. E para que isso não aconteça é necessário
entender em que tipo de sociedade estamos inseridos.
Para Severino, a sociedade é um agrupamento tecido por uma série de relações
diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências individuais do homem, havendo
uma interdependência em todas as formas da atividade humana, desenvolvendo relações,
instaurando estruturas sociais, instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base
econômica e é o jeito específico do homem realizar sua humanidade, sendo que:
“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe
resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as
contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade. Nesse
sentido a sociedade cria o homem para si”.
A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos
homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições
geridas pelo processo de transformação da base econômica.
Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade não
pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da
sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis naturais, mas sim de leis históricas, ou seja,
de leis que se constituem historicamente.
Atílio Boron questiona, que tipo de sociedade deixa como legado estes quinze anos de
hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade heterogênea e fragmentada, marcada
por profundas desigualdades de todo o tipo – classe, etnia, gênero, religião, etc. – que foram
exacerbadas com a aplicação das políticas neoliberais. Uma sociedade dos “dois terços” ou uma
sociedade “com duas velocidades”, como costuma ser denominada na Europa, porque há um
amplo setor social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode ser
“reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho formais dos capitais
desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas
conservadoras, foi por sua vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e científico e seu
impacto sobre o paradigma produtivo contemporâneo.
Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto, aquela na qual os
governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de participação do
conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que dizem respeito a sua
vida (em casa, na escola, no bairro, etc.).
Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia participativa conclui que
nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensina que não há verdades eternas e
absolutas nas relações entre sociedade e o Estado e que estas se fazem e se refazem pelo
protagonismo dos seres sociais e que a busca de uma democracia substantiva, participante,
regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico,
em suma, nossa utopia para a humanidade.
5.8 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
Sobre tecnologia Noble assinala que criou-se uma redoma falaciosa em torno do
verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o autor “esta é vista na sociedade como
um processo autônomo; algo constituído e visto a margem de tudo como se tivesse vida própria,
independente das intenções sociais, poder e privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse
algo que mudasse constantemente, e que constantemente, provocasse alterações profundas na
vida das escolas. De certo que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçamos sobre
o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as relações que
permanecem inalteradas. Dentre estas, as mais importantes são as desigualdades econômicas e
culturais que dominam a nossa sociedade”.
Segundo Machado, o processo educativo há de se revelar capaz de sistematizar a
tendência à inovação solicitando o papel criador do homem. É preciso implantar no Sistema
Educacional, uma pedagogia mediante a qual não apenas se reforme o ensinamento, mas que
também se facilite a aprendizagem.
A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e serviços, mas
também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais vigentes.
A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 ao propor a formação tecnológica
como eixo do currículo assume, segundo KUENZER, a concepção que a aponta como a síntese,
entre o conhecimento geral e o especifico, determinando novas formas de selecionar, organizar e
tratar metodologicamente os conteúdos.
A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e alternativa no contexto
educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento das desigualdades, ou para a inserção
social se vista como uma forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em
todas as áreas.
“Urge pois continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a domesticação
política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em geral e o
currículo, em particular, se constitua numa sociedade em todos os processos decisórios que
dizem respeito a sua vida (em casa, na escola, no bairro, etc.).
5.9 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens
e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas pelo
trabalho.
Na sociedade, o homem não se apropria da produção material de seu trabalho e nem dos
conhecimentos produzidos nestas relações porque o trabalhador não domina as formas de
produção e sistematização do conhecimento. Segundo Marx e Engels “a classe que tem à
disposição os modos de produção material controla concomitante os meios de produção
intelectual, de sorte que, por essa razão geralmente as ideias daqueles que carecem desses
meios ficam subordinadas a ela”.
Ainda neste sentido, Andery confirma que “Nesse processo do desenvolvimento humano
multideterminado e que envolve inter-relações e interferências recíprocas entre ideias e condições
materiais, a base econômica será o determinante fundamental”. Assim sendo, o conhecimento
humano adquire diferentes formas: senso comum, cientifico, teológico e estético, pressupondo
diferentes concepções, muitas vezes antagônicas que o homem tem sobre si, sobre o mundo e
sobre o conhecimento.
O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições sociais
que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades do homem a
cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de
atuação para obtenção do conhecimento, mudando portanto a forma de interferir na realidade.
Essa interferência traz consequências para escola, cabendo a ela garantir a socialização do
conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações. Conforme Veiga .
“O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento
científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos alunos”. Dessa forma, o
conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos, e generalizações, sendo portanto, o objeto
de trabalho do professor.
Para Boff, “Conhecer implica pois, fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência
e capacidade de conceitualização. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho
privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não transforma a
realidade; transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação”.
O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando mudanças
internas e externas no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma intencionalidade.
Conforme Freire, “O Conhecimento é sempre conhecimento de alguma coisa, é sempre
“intencionado”, isto é, está sempre dirigido para alguma coisa”. Portanto, há de se ter clareza com
relação ao conhecimento escolar, pois como destaca Severino, “educar contra-ideologicamente é
utilizar, com a devida competência e criatividade, as ferramentas do conhecimento, as únicas de
que efetivamente o homem dispõe para dar as praticas mediadoras de sua existência real”.
5.10 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é um instrumento fundamental para fornecer informações sobre como está se
realizando o processo de ensino e aprendizagem como um todo, tanto para o professor e para a
equipe escolar conhecerem a analisarem os resultados do seu trabalho, como para o aluno
verificar seu desempenho.
Para VEIGA (1993, P.5), “A avaliação é o ponto de referência. É um processo constante de
repensar a prática educacional, em todos os segmentos.”
Além disso, ela deve ser essencialmente formativa, na medida em que subsidia o trabalho
pedagógico, redirecionando o processo ensino aprendizagem para sanar dificuldades,
aperfeiçoando-o constantemente. A avaliação vista como um diagnóstico contínuo e dinâmico
torna-se um instrumento indispensável para repensar e reformular os métodos, os procedimentos
e as estratégias de ensino, para que a aprendizagem do aluno ocorra de forma eficaz.
Nessa perspectiva, a avaliação deixa de ter o caráter “classificatório” de simplesmente
aferir acúmulo de conhecimentos para promover ou reter o aluno. Ela deve ser entendida como
um processo de acompanhamento e compreensão dos avanços, dos limites e das dificuldades
dos alunos para atingir os objetivos da atividade de que participam.
Essa concepção de avaliação é expressa na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, 9394/96, que estabelece como um dos critérios de verificação do rendimento escolar: “a
avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais.”
Assim, o objetivo da avaliação é diagnosticar como está se desenvolvendo o ensino e a
aprendizagem, coletando informações para corrigir possíveis distorções observadas nesse
contexto. Para isso, é necessário que se busque as causas do problema, pois é a partir da
determinação dos fatores do insucesso, que se pode reorientar as ações para saná-lo e promover
a aprendizagem do aluno.
Incidindo sobre os aspectos globais do processo ensino-aprendizagem, a avaliação
oferece informações sobre os objetivos, os métodos, os conteúdos, os materiais pedagógicos,
sobre os próprios procedimentos de avaliação, se houve ou não crescimento e envolvimento do
aluno em todo o processo, ou até mudanças de suas atitudes. Portanto, não procede mais pensar
que o único avaliado é o aluno e seu desempenho cognitivo.
Reafirma-se, em suma, que a avaliação é um elemento, uma parte integrante do processo
ensino-aprendizagem, abrangendo a atuação do professor, o desempenho do aluno e, também os
objetivos, a estrutura e o funcionamento da escola e do sistema de ensino. Avaliar a
aprendizagem, portanto, implica avaliar o ensino oferecido, reforçando a principal função da
escola: a de fazer aprender.
5.11 CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
“Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.”
Paulo Freire
O aluno aprende quando encontra significado naquilo que lhe é ensinado e busca novos
conhecimentos quando a escola lhe dá subsídios para construir a própria autonomia.
A interação com os pares favorece aos alunos oportunidades de perceberem a diversidade
de culturas, de crenças e de formas de expressão, amplia a sua percepção de mundo e aumenta
suas possibilidades de aprendizagem.
Em relação à aprendizagem, é necessário entendê-la não apenas como um processo
interno do indivíduo, mas como um processo que envolve, necessariamente, a interação com
outros sujeitos e com objetos de conhecimento. É esse sujeito que, por intermédio de desafios
proporcionados pela troca com seus colegas constrói seu próprio conhecimento. Por sua vez, o
ensino deve ser visto como um processo organizado no sentido de favorecer essas trocas e
propor desafios, buscando criar oportunidades para sistematização dos conhecimentos, para a
reflexão e para o aprofundamento da relação entre a teoria e a prática.
Dar ao educando significado àquilo que pretendemos ensinar é oferecer a ele atividades
interessantes e desafiadoras que partam de sua experiência cotidiana ou que lhe possibilitem
fazer relações com seu dia-a-dia. Essas atividades devem favorecer momentos de trabalho
individual e/ou coletivo, para que o aluno possa construir seu conhecimento, apropriar-se dele e
tornar-se um indivíduo autônomo, capaz de aprender sempre.
Desta forma, é preciso trazer à sala de aula meios que possam dar ao ensino este
significado que desperta a vontade de aprender e que tenham, ao mesmo tempo, relevância
social.
Nas palavras de Paulo Freire,
“... Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
Limitando-se quase sempre a transmitir alguns conhecimentos de relevâncias por vezes
questionáveis e de forma bastante rudimentar, as escolas foram distanciando-se da possibilidade
de fazer com que os alunos tivessem condições de compreender as transformações à sua volta
ou de interpretar a massa de informações com que se deparavam diariamente.
Desta forma vamos fazer uma análise das tendências pedagógicas:
• Tradicional (Snyders): Nessa abordagem o homem é visto como uma tábua rasa, um
receptor passivo. O mundo exterior ao homem e este deve adaptar-se as idéias
preestabelecidas. A educação é caracterizada como transmissão de conhecimento e
restrita a escola. Esta por sua vez é uma agência sistematizadora de uma cultura
complexa. Desta forma o ensino aprendizagem é baseado na imitação dos modelos
preestabelecidos. A relação professor aluno coloca o professor como centro do processo
enquanto aluno é um receptor do saber. O conhecimento é visto como um acúmulo de
informações que o aluno dever memorizar. A metodologia acontece através de aulas
expositivas, didática de dar e tomar a lição e uso do método maêutico. Assim, na avaliação
mede-se a quantidade e exatidão das informações que o aluno consegue gravar.
• Comportamentalista (Skinner): para os comportamentalistas o homem é visto como
produto do meio. Este já nasce num mundo construído e é através da educação que ele
adquire habilidade básicas para manipulação e controle do mundo ambiente. A escola é
uma agência de controle social e de limitação do desenvolvimento da individualidade. O
ensino aprendizagem é dirigido e programado para alcançar objetivos preestabelecidos.
Nessa abordagem o professor é um engenheiro comportamental, que possibilita o
desenvolvimento do processo ensino aprendizagem, ao aluno caberia o controle do
processo. O conhecimento é uma descoberta nova para o indivíduo que a faz, porém já se
encontrava presente na realidade exterior. A avaliação é um instrumento utilizado para se
medir o ensino aprendizagem.
• Humanista (Carl Rogers): Nesta linha o homem é responsável pela sua auto-realização. O
mundo é reconstituído de acordo com a individualidade de cada um. Assim a educação é
centrada na pessoa, possibilitando o crescimento pessoal e interpessoal. Desta forma a
escola dá autonomia ao aluno e o ensino aprendizagem prevê uma aprendizagem
significativa, não diretiva onde o professor é o facilitador da aprendizagem e o aluno é um
ser que auto-desenvolve. O conhecimento se baseia na experiência pessoal e subjetiva. A
metodologia prega liberdade para aprender, não existe método ou técnica única, cada
professor cria seu estilo. A avaliação é um processo de auto-avaliação.
• Cognitivista (Jean Piaget): Nesta tendência o homem e o mundo são analisados
conjuntamente, porque o conhecimento é o produto da interação entre eles, sendo assim,
a educação é um todo indissociável considerando-se dois elementos fundamentais: o
intelectual e o moral. O ensino aprendizagem é baseado no ensaio e erro, na pesquisa, na
investigação, na solução de problemas por parte do aluno. A função do professor consiste
em provocar desequilíbrios, desafios, e o aluno deve ser ativo e o mais independente
possível, assim, o conhecimento é considerado como uma construção contínua. Não existe
modelo pedagógico piagetiano, o que existe é uma teoria de conhecimento onde o aluno
aprende numa troca de experiência com o meio. A avaliação apoia-se em múltiplos
critérios considerando-se a assimilação e aplicação variada.
• Sócio Cultural (Paulo Freire): Tendência interacionista imprescindível para que o homem
se desenvolva, pois ele considera o homem sujeito da educação. Esta deve ser formal e
seu objetivo é promover a crítica, desta forma a escola deve ser local onde seja possível o
crescimento mútuo, professor/aluno num processo de conscientização. No ensino
aprendizagem a essência é o diálogo através de uma pedagogia reflexiva e a relação
professor aluno acontece de forma horizontal. No conhecimento a nova realidade torna-se
objeto de reflexão crítica. Neste processo acontece a auto-avaliação, avaliação mútua na
prática educativa entre professor e aluno.
• O Interacionismo proposto por Vygotsky é construído num ambiente que é histórico e em
essência social. Este autor apoia-se no materialismo histórico. Isso lhe permite defender
um interacionismo onde se prioriza a interação entre o indivíduo e o meio ambiente.
Vygotskty dedicou-se ao estudo das chamadas funções superiores, tais como: a
capacidade de planejamento, memória voluntária, imaginação, etc.. Esses processos
mentais são considerados superiores porque referem-se a mecanismos intencionais,
ações conscientemente controladas, processos voluntários que dão ao indivíduo a
possibilidade de independência em relação as características do momento e do espaço
presente. Segundo ele, esses processos não são inatos, eles têm origem nas relações
entre indivíduos e se desenvolvem ao longo do processo de internalização de formas
culturais de comportamento. Para Vygotsky a maturação biológica é um fator secundário
no desenvolvimento das formas complexas do comportamento humano, pois essa
depende da interação da criança e sua cultura. O desenvolvimento pleno do ser humano
despende do aprendizado que realiza num grupo cultural, a partir da interação com outros
indivíduos. “O aprendizado pressupõe uma natureza social específica e um processo
através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que a cercam”.
(Vygotsky, 1984.p.99)
Assim o aprendizado é o aspecto necessário e universal.
As relações entre desenvolvimento e aprendizagem ocupam posição de destaque na obra
de Vygotsky. Ele analisa esta complexa questão sob sois ângulos: um é o que se refere à
compreensão da relação geral entre o aprendizado e o desenvolvimento: o outro, às
peculiaridades dessa relação no período escolar, uma vez que o aprendizado escolar introduz
elementos novos no seu desenvolvimento.
Vygotsky identifica dois níveis de desenvolvimento:
- o nível de desenvolvimento real – aquilo que a criança é capaz de fazer de forma
autônoma (o que ele já aprendeu e domina).
- o nível de desenvolvimento potencial – é aquilo que a criança é capaz de fazer, só que
mediante a ajuda de outra pessoa.
A distância entre aquilo que a criança é capaz de fazer de forma autônoma e aquilo que ela
realiza em colaboração com outros elementos caracteriza o que Vygotsky chamou de ZONA DE
DESENVOLVIMENTO POTENCIAL OU PROXIMAL. A zona de desenvolvimento proximal define
aquelas funções que ainda não amadureceram mas que estão presentes em estado embrionário.
O aprendizado responsável por criar a zona de desenvolvimento proximal, ocorre na
medida que em interação com outras pessoas, a criança é capaz de colocar em movimento vários
processos de desenvolvimento. Esses processos se internalizam e passam a fazer parte das
aquisições do seu desenvolvimento individual. É por isso que Vygotsky afirma que aquilo que é
zona de desenvolvimento proximal hoje será nível de desenvolvimento real amanhã.
A escola deve ser capaz de desenvolver nos alunos capacidades intelectuais que lhes
permitam assimilar plenamente os conhecimentos acumulados. Quer dizer ensinar o aluno a
pensar, ensinar formas de acesso e apropriação do conhecimento elaborado, de modo que ele
possa praticá-las ao longo de sua permanência na escola. Essa é a tarefa principal da escola
contemporânea frente às exigências das sociedades modernas.
Podemos dizer que nesta abordagem a interação social no contexto social passa a ser
vista como fator indispensável para as interações em sala de aula. Os diferentes ritmos,
comportamentos, experiências, trajetórias pessoais, contextos familiares, valores de cada criança
e do professor, imprimem ao cotidiano escolar a possibilidade de troca de repertório de visão de
mundo, confrontos, ajuda mútua. Assim o professor deixa de ser visto como agente exclusivo de
informações e formação e passa a ser o elemento mediador entre alunos e o conhecimento.
Para tanto, é preciso que no cotidiano, o professor estabeleça uma relação de diálogo com
os alunos e crie situações em que eles possam expressar aquilo que já sabem.
A proposta metodológica apresentada pelo Colégio Estadual São João Bosco encontra
parâmetros na teoria Progressista cujo ponto de partida é a prática social do educando e o ponto
de chegada é também essa prática.
A diferença entre o ponto de partida e o ponto de chegada é o salto qualitativo que se
obtém a partir da instrumentalização desses alunos por meio da intermediação do conhecimento
trazido por eles e o conhecimento sistematizado, elaborado em bases científicas.
Nessa perspectiva o Colégio desenvolverá uma metodologia de trabalho voltada para
superar a fragmentação. Uma metodologia que permita a integração do conhecimento, promova a
ação entre os envolvidos no processo educacional, sem descaracterizar o ensino e que atenda as
necessidades dos alunos.
Para tanto os conteúdos disciplinares devem ser tratados de modo contextualizado,
estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a rigidez
com que tradicionalmente se apresentam, quanto ao estado de verdade atemporal dado a eles.
Desta perspectiva, propõe-se que o processo de ensino e aprendizagem contribua para a crítica
às contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade
contemporânea e propicie compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação
artística, nos contextos em que elas se constituem.
Essa visão metodológica busca a construção e a satisfação do educador para que o
mesmo seja capaz de transmitir conhecimento com significados e que vão ao encontro das
necessidades do educando. O educando ao receber e apropriar-se de conhecimentos que
tenham real significação para suas necessidades de existência, os assimilará com mais
facilidade.
Essa metodologia considera todos os envolvidos no processo educacional como sujeitos,
portanto agentes transformadores da educação e da sociedade em que vivem e o professor
adquire um novo papel na produção do saber, uma vez que é dito como organizador,
administrador e facilitador do processo ensino-aprendizagem.
CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA
O Colégio Estadual São João Bosco tem sua organização curricular definida por séries e
regime anual, para o Ensino Fundamental, e por Blocos de Disciplinas Semestrais no Ensino
Médio.
As atividades são desenvolvidas em três turnos distintos; no período matutino são
atendidas as turmas do Ensino Fundamental: 5A, 5B, 6A, 6B, 7A e 8A e também as do Ensino
Médio: 1A, 2A, 2B e 3A. Essas turmas iniciam as atividades escolares às 7h30min com um
período de intervalo das 10h às 10h10min, retornando suas atividades até às 11h50min.
No período vespertino as atividades iniciam às 13h10min com intervalo de 10 minutos,
encerrando as atividades às 17h30min , atendendo as turmas do Ensino Fundamental: 5C, 5D,
6C, 6D, 7B, 7C, 8B, 8C, no Ensino Médio: 1B, 1C.
No período noturno as aulas têm início às 19 horas, com intervalo de 15 minutos,
encerrando-se às 23 horas. Neste período são atendidas as turmas do Ensino Fundamental: 7D e
8D e também os alunos do Ensino Médio, compreendendo as seguintes turmas: 1D, 2C, 3B e
3C.
No momento da matrícula os pais recebem um resumo das normas escolares, contidas no
Regimento Escolar, visando conscientizá-los da co-responsabilidade desses em relação aos seus
filhos, no cumprimento dos direitos e deveres para o melhor relacionamento e aproveitamento
escolar.
Realizam-se reuniões no início do ano com os alunos e com os pais , para as quais todos
os profissionais de educação são convidados, onde são discutidas as normas e procedimentos
para um melhor convívio social, bem como, o esclarecimento das ações propostas pela escola
quando necessário para resolver problemas disciplinares e descumprimento do Regimento
Escolar, como encaminhamento à Psicólogos, conversa com os pais, com os alunos e outros.
GESTÃO DEMOCRÁTICA
Gestão democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola discutem,
deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e
avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo,
sustentado no diálogo e na alteridade, tem como base a participação efetiva de todos os
segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os
processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da
escola.
Nesse contexto citaremos a seguir o que diz a LDB e o Conselho Estadual de Educação
sobre a Gestão Democrática:
LDB/96:
Art. 3º.: O ensino era ministrado com base nos seguintes princípios:
VIII – gestão democrática do ensino publico, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de
ensino.
Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas de Gestão Democrática:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração da proposta pedagógica;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalente.
Art. 15 : Os sistemas de ensino assegurarão às escolas progressivos graus de autonomia
pedagógica, administrativa e de gestão financeira.
Deliberação 16/99, CEE/PR:
Art. 4º. – A comunidade escolar é o conjunto constituído pelos corpos docente e discente, pais de
alunos, funcionários e especialistas, todos protagonistas da ação educativa em cada
estabelecimento de ensino.
Único: A organização institucional de cada um desses segmentos terá seu espaço de atuação
reconhecido pelo regimento escolar.
Art. 5º. – A Direção Escolar tem como principal atribuição coordenar a elaboração e a execução da
proposta pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida pelo estabelecimento.
Art. 6º. – A gestão escolar da escola pública, como decorrência do princípio constitucional da
democracia e colegialidade, terá como órgão Máximo de direção um colegiado.
1º. – O órgão colegiado de direção será deliberativo, consultivo e fiscal, tendo como principal
atribuição estabelecer a proposta pedagógica da escola, eixo de toda e qualquer ação a ser
desenvolvida no estabelecimento de ensino.
2º. – O órgão colegiado de direção será constituído de acordo com o principio da
representatividade, devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos representantes nele
terão, necessariamente, voz e voto.
3º. – Poderão participar do órgão colegiado de direção representantes dos movimentos sociais
organizados, comprometidos com a escola publica, assegurando-se que sua representação não
ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.
A democracia deve sempre, visar o viver do bem coletivo.
Deve-se reconhecer os direitos dos outros, pois assim os seus também serão
reconhecidos.
A gestão na escola deve ser discutida, compartilhada e decidida coletivamente, onde todos
tenham a oportunidade de expor as suas idéias.
Todas as decisões cabíveis à Direção da Escola que sejam levadas ao conhecimento de
todos para decisão em consenso.
Quando os educandos e os educadores, percebem a escola como um local de trabalho,
estudo e auto-organização para realizar suas atividades e seus interesses, eles se envolvem no
“coletivo” e a escola se transforma em local de formação, preparação para o trabalho e exercício
da cidadania.
PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Somos todos agentes transformadores da realidade e entendemos que a gestão escolar
deve ser participativa, centrada no trabalho coletivo e na dinâmica das relações entre a
comunidade escolar interna e externa. Ideais compartilhados e ações conjuntas, levam a
realizações que proporcionam satisfação por acreditar que a luta compensa e fortalece.
A mola propulsora de todo empreendimento bem sucedido é a disposição para o trabalho.
É o diagnosticar, o planejar, o arregaçar mangas, o agir, o avaliar, e assim ficará comprovado o
que é de conhecimento de todos: a união faz a força!
A comunidade escolar empenhada em fazer com que o ambiente escolar seja atrativo e
próprio ao aprendizado ao crescimento, ao desenvolvimento intelectual, sócio-cultural do
educando, através de atividades extra-classe, aulas bem elaboradas, fazendo com isso que o
aluno seja motivado ao aprendizado, permanecendo na escola efetivamente.
Para que isso ocorra, os profissionais da educação devem ter capacitação continuada,
materiais pedagógicos diversificados.
A escola deverá trabalhar unida com a participação efetiva do corpo docente em projetos
elaborados em conjunto com a comunidade escolar.
Com o trabalho coletivo pretende-se formar cidadãos que participem ativamente da
comunidade local, contribuindo com seu desenvolvimento interpessoal e intrapessoal.
PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS:
É na sala de aula que entendemos que a diversidade, a identidade, a igualdade, se
manifestam e consagram a autonomia que lhe é outorgada. Essa autonomia tem como
pressuposto, além da capacidade do professor, seu compromisso e cumplicidade com os alunos,
que fazem do trabalho cotidiano de ensinar um permanente voto de confiança na capacidade de
todos para aprender.
Como prevê a LDB, a escola deve reservar um espaço que garanta uma formação
continuada aos profissionais da educação, sendo esta, um local privilegiado para essa formação.
A escola deve elaborar estudos e atividades, que propiciem a formação permanente, pois
sem a garantia de condições para que a comunidade escolar aprenda a aprender e continue
aprendendo, a proposta pedagógica corre o risco de tornar-se uma prática fragmentada e
desvinculada dos interesses e necessidades que caracterizam o seu contexto.
Assim sendo, propomos:
•Grupos de estudos que visem a formação dos Profissionais da Educação.
•Hora de estudo reservado no calendário escolar;
•Elaboração de atividades que visem uma prática de trabalho interdisciplinar e concretizado.
•Grupos de estudos e seminários para estudo da LDB, das diretrizes e teorias educacionais
com o objetivo de contextualizar as ideias ali contidas para sua realidade.
•Estudos para refletir sobre a aplicação do projeto pedagógico, avaliação do que está dando
certo e, se necessário, realimentá-lo com propostas novas.
•Trocas de experiências entre professores da escola e de outras escolas.
•Seleção e elaboração de material didático, discussão sobre formas de utilização dos
mesmos.
•Elaboração de critérios e indicadores de avaliação da prática pedagógica, objetivando a
melhoria desta.
Essas metas deverão envolver toda a equipe escolar, responsável maior pela sua
articulação, tanto das horas reservadas no calendário e além dele.
A equipe pedagógica e a direção, organizarão a seleção de conteúdos, tempo, local (de
preferência na escola), recursos materiais, caso a APMF não consiga manter parcerias com a
comunidade.
O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA
A escola pública foi sedimentada, ao longo do tempo, e construída por diversos elementos
como normas legais, diretrizes e parâmetros nacionais e estaduais, saberes escolares, conteúdos,
ritmos, ritos, espaços, concepções e ideias que sustentaram e sustentam o trabalho educativo e a
organização da escola.
As propostas curriculares que vinham sendo desenvolvidas nas escolas públicas, de forma
específica nas escolas paranaenses, permitiam identificar a ausência de reflexão sistematizada
sobre a prática pedagógica, com um processo de formação continuada cujo foco fugia da
especificidade do trabalho educativo.
Os conteúdos curriculares eram pouco discutidos e a formulação e execução de projetos
escolares eram individualizados, por professor ou por escola
Tais ações, caracterizavam a ausência de uma política pública educacional do Estado,
revelando as graves deficiências de qualidade do trabalho pedagógico.
Diante desse contexto, sentiu-se a necessidade de se resgatar o papel da escola pública,
como instituição que assume a responsabilidade de atuar na transformação e na busca do
desenvolvimento social, cujos sujeitos, que dela participam, devem empenhar-se na construção
de uma proposta para a realização desse objetivo.
Assim sendo, a elaboração das Diretrizes Curriculares apresentou-se como um dos
desafios para a recuperação da escola pública, propondo uma abertura do campo das práticas de
ensino, convocando os professores à reflexão e a ação contínua de escrita e reescrita de textos
relacionados ao contexto escolar. A concepção adotada é a de que o currículo é uma produção
social construída por pessoas que vivem em determinados contextos históricos e sociais. Trata-se
de um currículo e m ação.
O programa de reformulação curricular, adotou algumas referências para o processo de
discussão. Como orientações gerais, ficaram estabelecidas: o compromisso com a redução das
desigualdades sociais, a articulação das propostas educacionais com o desenvolvimento
econômico, social, político e cultural da sociedade; a defesa da educação básica e da escola
pública, gratuita, de qualidade como direito fundamental do cidadão, a articulação de todos os
níveis e modalidades de ensino, e a compreensão dos profissionais da educação como sujeitos
epistêmicos.
Como princípios da política pública adotada, estão: a educação como direito de todo o
cidadão; a valorização de todos os profissionais da educação; o trabalho coletivo e a gestão
democrática em todos os níveis institucionais; e o atendimento às diferenças e à diversidade
cultural.
A partir das considerações feitas enfatiza-se a importância da escola, que tem por função
socializar os conceitos já elaborados sobre a realidade, o que contribui para própria ciência e para
assegurar a todos os cidadãos o direito de acesso aos conhecimentos já produzidos. Daí a
relevância do currículo escolar, pois é a partir dele que se faz a seleção dos conhecimentos
advindos dos diversos campos da ciência, organizando-os em disciplinas, as quais constituem os
programas escolares, tendo como objetos de ensino os saberes científicos, técnicos e
tecnológicos específicos.
Convém salientar que as disciplinas devem ser trabalhadas numa perspectiva relacional,
para que a fragmentação do conhecimento escolar possa ser diminuída, pela integração dos
saberes escolares com os saberes cotidianos em contraposição a visão hierarquizada e
dogmática do conhecimento. Entende-se ainda, que esse processo deve ter como base a
historicidade, evidenciando o caráter social, histórico e cultural que constitui a ciência e o
conteúdo do processo pedagógico.
Diante do exposto, pode-se destacar que a opção curricular para a escola pública discutida
e elaborada coletivamente, implica uma redefinição dos processos de ensino em sua forma
escolarizada, os quais devem estar voltados para a aprendizagem dos conteúdos disciplinares,
com estratégias de ensino e programas de intervenções pedagógicas que partam da realidade do
aluno e com ele estejam identificadas.
Nesta perspectiva de currículo, conhecimento e conteúdo, é preciso situar que alguns dos
desafios educacionais contemporâneos postos à escola hoje, enquanto marcos legais (Lei
10639/03, que trata sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira, africana
e indígena, entre outros) tem uma historicidade ligada ao papel e a cobrança da sociedade civil e
organizada, em especial dos movimentos sociais. A produção do conhecimento e sua socialização
para determinados grupos ou classes não é alheio ao conjunto de práticas e relações que
produzem num determinado tempo ou espaço. Por isso, ao se abordar o conteúdo da disciplina é
preciso analisá-lo em suas múltiplas determinações. Mesmo delimitado, o conhecimento não
perde o tecido da totalidade. É na categoria totalidade – condição de compreensão do
conhecimento nas suas determinações que as questões sociais, ambientais, econômicas, políticas
e culturais podem e devem ser tratadas. Assim sendo, os desafios educacionais no currículo
devem pressupor ser parte desta totalidade.
CONFIGURAÇÃO DA MATRIZ TEÓRICA.
As matrizes curriculares definidas para o Ensino Fundamental e Médio do Colégio Estadual
São João Bosco, para o ano letivo de 2010, de acordo com a LDB nº 9.394/96, ficam assim
organizadas.
MATRIZ ENSINO FUNDAMENTAL
5ª A 8ª SÉRIE (MANHÃ)
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃONRE: 23 – PATO BRANCO MUNICÍPIO: 1870 – PATO BRANCOESTABELECIMENTO: 00815 – SÃO JOÃO BOSCO, C E – E FUND. MÉDIO
ENT MANTENEDORA GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4000 – ENS.1 GR 5/8 SER TURNO: MANHÃ
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS
B
A
S
E
N
A
C
I
O
N
A
L
C
O
M
U
M
DISCIPLINAS / SÉRIE 5 6 7 8CIÊNCIAS
ARTE
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO RELIGIOSO
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
3
2
3
1
3
3
4
4
3
2
3
1
3
3
4
4
4
2
3
3
3
4
4
3
2
3
3
4
4
4
SUB-TOTAL 22 22 23 23P
D
L. E. - INGLÊS2 2 2 2
SUB-TOTAL 2 2 2 2TOTAL GERAL 24 24 25 25
5ª A 8ª SÉRIE (TARDE)
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃONRE: 23 – PATO BRANCO MUNICÍPIO: 1870 – PATO BRANCOESTABELECIMENTO: 00815 – SÃO JOÃO BOSCO, C E – E FUND. MÉDIO
ENT MANTENEDORA GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4000 – ENS.1 GR 5/8 SER TURNO: TARDE
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS
B
A
S
E
N
A
C
I
O
N
A
L
C
O
M
U
M
DISCIPLINAS / SÉRIE 5 6 7 8CIÊNCIAS
ARTE
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO RELIGIOSO
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
3
2
3
1
3
3
4
4
3
2
3
1
3
3
4
4
4
2
3
3
3
4
4
3
2
3
3
4
4
4
SUB-TOTAL 22 22 23 23P
D
L. E. - INGLÊS2 2 2 2
SUB-TOTAL 2 2 2 2TOTAL GERAL 24 24 25 25
5ª A 8ª SÉRIE (NOITE)
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃONRE: 23 – PATO BRANCO MUNICÍPIO: 1870 – PATO BRANCOESTABELECIMENTO: 00815 – SÃO JOÃO BOSCO, C E – E FUND. MÉDIO
ENT MANTENEDORA GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO: 4000 – ENS.1 GR 5/8 SER TURNO: NOITE
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS
B
A
S
E
N
A
C
I
O
N
A
L
C
O
M
U
M
DISCIPLINAS / SÉRIE 5 6 7 8CIÊNCIAS
ARTE
EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO RELIGIOSO
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
LÍNGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
3
2
3
1
4
3
4
4
3
2
3
1
3
4
4
4
3
2
3
4
3
4
4
3
2
3
3
4
4
4
SUB-TOTAL 23 23 23 23P
D
L. E. - INGLÊS2 2 2 2
SUB-TOTAL 2 2 2 2TOTAL GERAL 25 25 25 25
* MATRIZ ENSINO MÉDIO
A organização da matriz curricular abaixo, contempla os turnos matutino, vespertino e noturno.
Nº Nome da Disciplina (Código SAE)
Composição Curricular
Carga Horária Semanal das Seriações
GrupoDisciplina O (*)
1-1
2-1
3-2
4-2
5-3
6-3
1 BIOLOGIA (1001) BNC 4 0 4 0 4 0 S
2 EDUCACAO FISICA (601)
BNC 4 0 4 0 4 0 S
3 FILOSOFIA (2201)
BNC 3 0 3 0 3 0 S
4 HISTORIA (501) BNC 4 0 4 0 4 0 S
5 LINGUA PORTUGUESA (106)
BNC 6 0 6 0 6 0 S
6 ARTE (704) BNC 0 4 0 4 0 4 S
7 FISICA (901) BNC 0 4 0 4 0 4 S
8 GEOGRAFIA (401)
BNC 0 4 0 4 0 4 S
9 MATEMATICA (201)
BNC 0 6 0 6 0 6 S
10 SOCIOLOGIA (2301)
BNC 0 3 0 3 0 3 S
11 QUIMICA (801) BNC 0 4 0 4 0 4 S
12 L.E.M.-INGLES (1107)
PD 4 0 4 0 4 0 S
Total C.H. Semanal
25 25 25 25 25 0
(*) Indicativo de Obrigatoriedade
TRABALHO COLETIVO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, estabelece, entre os vários
princípios, a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político
pedagógico e a participação das comunidades em conselhos escolares ou equivalentes.
Esses indicativos legais oportunizam espaços para que se promova a democratização da
escola pública, conferindo-lhe autonomia na medida em que propõe a descentralização e
desburocratização de ações no interior da mesma. Para isso, faz-se necessário garantir espaços e
tornar eficaz essa representatividade, reforçando também a responsabilidade educativo-social, ou
seja o compromisso com o conhecimento e com a aprendizagem de todos os alunos.
Nesse sentido, o fortalecimento do Conselho Escolar, composto por diretores, professores,
funcionários, estudantes, pais e outros representantes da comunidade, destaca-se como um
importante meio para a tomada democrática de decisões, discutindo, definindo e acompanhando o
desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola.
Assim sendo, enfatiza-se a responsabilidade das comunidades locais, que devem participar
das decisões relativas aos rumos, diretrizes e organização de suas escolas, como forma de
garantir uma educação de qualidade que possa ter continuidade, mesmo com as mudanças que
ocorrem no quadro político. Tal participação, é de suma importância para a escola, pois é através
desse espaço de discussão democrática que ideias, sugestões, princípios e ações são discutidos,
consensuados e realizados de forma conjunta e participativa.
Convém salientar, que para que a democracia participativa se efetive concretamente no
cotidiano, é fundamental também que se garanta aos alunos espaços de atuação e construção da
cidadania.
Diante desse contexto, a escola é considerada um espaço em que todos são sujeitos históricos
atuantes na prática social da educação e podem desenvolver, de modo integrando, uma ação no
sentido de proporcionar aos integrantes da comunidade escolar, uma formação teórico-prática
voltada para o exercício da cidadania, praticando a democracia participativa.
PRÁTICA TRANSFORMADORA – PEDAGOGIA PROGRESSISTA
A sociedade brasileira apresenta como principal característica as grandes desigualdades
sociais, econômicas e culturais, que aliada aos avanços da tecnologia e da educação interferem
de forma bastante acentuadas nos modos de viver e relacionar-se de seus indivíduos.
Devido a essas inúmeras mudanças, produzidas pela humanidade no decorrer da história, a
educação, especificamente a escola, destaca-se cada vez mais como uma prática fundamental,
que pode contribuir significativamente para a redução das desigualdades sociais, transformando
esse contexto.
Nesse sentido, para cumprir o seu papel, o coletivo de cada uma das, escolas precisa
constantemente refletir a respeito do que está sendo efetivamente proposto e implementado no
processo de ensino e de aprendizagem, principalmente na rede pública, onde boa parte dos
educandos pertencem à parcela da população historicamente excluída dos benefícios sociais.
Nessa perspectiva, a função principal da escola é o trabalho como conhecimento, propiciando
aos alunos, oportunidades de aprendizagem para que adquiram os mecanismos que lhes
possibilitem a compreensão de seu mundo e de seu tempo; deve ainda permitir que tomem
consciência das operações que mobilizam durante a própria aprendizagem, para que prossigam
na relação com o conhecimento e possam utilizá-lo para orientar as intervenções e
transformações que se fazem necessárias em seu cotidiano.
Para que a educação escolar constitua-se como prática transformadora, havendo o
enfrentamento das desigualdades sociais e a promoção da autonomia, da criticidade e da
emancipação dos alunos, é necessário viabilizar a articulação entre as propostas educacionais e a
realidade social, tendo esta como ponto de partida, de forma a atender à diversidade de alunos
com vistas a inclusão de todos no processo de ensino e de aprendizagem. Como o enfrentamento
das desigualdades sociais diz respeito à atuação da escola pública, cujo compromisso primordial
é também com aqueles que, historicamente, têm sido marginalizados, isso implica, não só em
comprometer-se com todo o processo de escolarização formal. Significa ainda, organizar-se para
atuar junto com as demais instâncias da sociedade, no sentido de que se conquistem as
condições básicas de proteção e direitos sociais, como garantia da permanência e do
aproveitamento de todos os alunos, interferindo de modo positivo na realidade.
Conforme Moreira (2003), a escola deve pautar suas ações na formação geral, ampla, pois é
isto que deve e pode oferecer. A escola pode contribuir com seus saberes para que os estudantes
possam “ler e se expressar por meio de uma linguagem com a qual tenham maior afinidade, o que
só podem fazer se conhecerem as diferentes linguagens postas no mundo de hoje”. (Moreira,
p.19, 2003).
Para corresponder a esse aspecto, cada escola precisa decidir coletivamente o que ensinar,
discutindo a universalidade dos conteúdos que irá priorizar.
Da mesma forma, seu trabalho deve ter como base uma metodologia que considere todos os
envolvidos no processo educacional como sujeitos, portanto, agentes transformadores da
educação e da sociedade em que vivem.
Enfatiza-se assim, a importância do trabalho do professor, como organizador, administrador e
facilitador do processo de ensino e aprendizagem, tendo como principal função provocar
desequilíbrios, através de situações desafiadoras, estimulando a pesquisa e o esforço e levando o
aluno a ser cada vez mais independente.
O educador engajado na prática transformadora tem um ideal a alcançar. Por isso, em suas
atividades pedagógicas pode-se identificar alguns aspectos relevantes.
- É comprometido politicamente com a socialização do conhecimento científico e cultural;
- Busca sua competência técnica pedagógica;
- Tem consciência de sua historicidade;
- Sabe-se mediador ou facilitador entre as experiências trazidas pelos alunos e o conteúdo de
ensino;
- Busca a superação do imperialismo pedagógico (escola tradicional), da crença na impossibilidade
de que o professor possa ensinar alguma coisa (escola nova) e da negação da necessidade do
professor (escola tecnicista);
- Acredita na recuperação do papel do professor como de fundamental importância para auxiliar o
aluno a se apropriar dos conteúdos;
- Reconhece que sua autoridade, firmada na competência e no compromisso, se constrói numa
relação democrática;
- Não se envergonha nem se omite de sua autoridade, muito menos a utiliza como instrumento
arbitrário de dominação e poder;
- Assume o seu papel de desestabilizador, ou seja, desencadeia situações de desequilíbrio de
forma a desafiar os alunos para que estes busquem nova equilibração;
- Destaca-se que, acima de tudo, o educador, para se considerar progressista e portanto praticante
de uma educação transformadora, deve ter disposição interna para viver uma relação
democrática com seus alunos e seus pares, reconhecendo que a democracia é uma conquista e
uma construção coletiva.
O QUE A ESCOLA PRETENDE DO PONTO DE VISTA POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Sabe-se que o conhecimento é um conjunto somatório de fatores de ordem antropológica,
cultural, psicológica e afetiva para uma construção histórica de aprendizagem e vivência diária.
A escola busca, acima de tudo cumprir sua missão procurando formar e encaminhar as
crianças para apropriar-se do conhecimento sistematizado, tendo como obrigação garantir com
que todos os que fazem parte da comunidade escolar sintam-se motivados, valorizados em busca
da auto-satisfação. A realidade torna-se conhecida quando se interage com ela, modificando-a
física e ou intelectualmente. A atividade de interação permite interpretá-la e construir significados.
Permite, também, construir novas possibilidades de ação do conhecimento.
Na construção do conhecimento, os conteúdos escolares sofrem interferência das ações
propostas pelo professor, pelos alunos, pela ação da família, dos amigos e, principalmente, dos
meios de comunicação, das atividades religiosas, do lazer, do tempo livre, etc. Dessa forma, a
escola precisa estar atenta às diversas situações influentes para que possa propor atividades com
reflexões sobre espiritualidade, condutas, valores e ética, que favoreçam a aprendizagem
significativa e na forma almejada.
Cabe à escola proporcionar condições para que os alunos consigam estabelecer relações
entre os conteúdos curriculares e os conhecimentos previamente construídos, que atendam às
expectativas, intenções e propósitos de aprendizagem do aluno. Se a aprendizagem for uma
experiência bem sucedida, o aluno constrói uma representação de si mesmo como alguém capaz
de aprender.
Ao serem consideradas as teorias que interferem na aprendizagem, provocam-se
mudanças significativas no diálogo entre o ensino e aprendizagem, repercutindo de maneira
positiva no ambiente escolar, na comunidade, na família, através de um ciclo interativo, pois os
envolvidos passam a atribuir valor ao que fazem e ao que aprendem.
Assim agindo, temos a certeza da construção de uma escola capaz de tornar todos os
envolvidos de forma crítica e participativa no caminho da verdadeira cidadania.
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA
A educação emancipadora que contribui para a formação de sujeitos da história, não pode
ficar submissa às condições socioeconômicas e culturais, privilegiando alguns e desconhecendo
os saberes, a cultura e a vida de muitos. É preciso respeitar e cultivar as diferenças para que as
pessoas possam decidir, pensar e se tornar livres e responsáveis.
Nesse sentido, trabalhar com as diversidades culturais, explorando as diferenças etno-raciais
que estão postas, tanto dentro da escola como na sociedade, é possibilitara reflexão crítica, o
pensar do aluno a partir do seu lugar, de suas experiências de vida, de suas lutas diárias,
inserindo e enfrentando os conflitos.
Assim sendo, a promulgação da Lei 10639/2003, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino
de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas, evidencia uma política curricular, fundada em
dimensões históricas, sociais, antropológicas, da realidade brasileira e busca combater o racismo
e as discriminações que atinge particularmente os negros. Para isso, propõe a divulgação e
produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos
orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial, interagindo na construção de um país democrático,
em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada.
Diante desse contexto,o Colégio Estadual São João Bosco, adota estratégias pedagógicas
de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial, historicamente
estabelecida. Entende-se que combater o racismo, trabalhar pelo fim da desigualdade social e
racial, empreender reeducação das relações étnico-raciais, não são tarefas exclusivas da escola.
No entanto, a escola tem papel preponderante para eliminação das discriminações e para a
emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos conhecimentos científicos, a
registros culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as relações sociais e
raciais, a conhecimentos avançados, especialmente das tecnologias, indispensáveis para
consolidação e conserto da sociedade como espaço democrático e igualitário.
Para que a escola consiga desempenhar essa função, é importante que os professores das
diferentes áreas de conhecimento, estejam frequentemente discutindo e estudando essas
questões e, além disso, sejam sensíveis e capazes de direcionar positivamente as relações entre
pessoas de diferentes pertencimentos étnico-raciais, no sentido do respeito e da correção de
posturas, atitudes e palavras preconceituosas, compreendendo a importância das questões
relacionadas à diversidade, lidando positivamente com elas e, principalmente desenvolvendo
estratégias pedagógicas que possam auxiliar a reeducá-las.
Convém salientar, que conforme as determinações legais, a escola trabalha os conteúdos
referentes à História e Cultura Afro-Brasileira, integrados a todo o currículo, em especial nas áreas
de Arte, de Literatura e História Brasileiras.
A escola possui também a equipe multidisciplinar, composta por representantes dos
diferentes profissionais que nela atuam, os quais acompanham de forma mais intensiva e
orientam o desenvolvimento do trabalho, a fim de cumprir as determinações da Lei 10.639/2003.
HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA
O Brasil (...) desconhece e ignora a imensa sociodiversidade nativa contemporânea dos povos indígenas.
Não se sabe ao certo se quer quantos povos nem quantas línguas nativas existem. O (re)conhecimento,
ainda que parcial dessa diversidade, não ultrapassa os restritos círculos acadêmicos especializados.
(RICARDO, 1995,30)
Conhecer o processo de construção de uma nação é uma dimensão valiosa para a escola, no
sentido de oferecer oportunidade ao aluno de olhar o passado, bem como o presente, em busca de
conhecimento e discernimento sobre a história do país.
Considera-se fundamental que o povo brasileiro tenha conhecimento acerca do sofrimento
que as sociedades indígenas foram expostas, favorecendo uma melhor compreensão das atitudes
tomadas pelos índios no decorrer da história do Brasil, conhecimento este que deve ser adquirido
desde o início da fase escolar, especificamente para os alunos do Ensino Fundamental e Médio.
As políticas educacionais atuais para a realidade indígena partem dos fundamentos legais e
conceituais presentes na Constituição de 1988 que colocou sobre novas bases os direitos indígenas.
São direitos constitucionais dos povos indígenas: o reconhecimento e a garantia de seus territórios,
de suas formas de organização social e de sua produção sociocultural, o ensino ministrado nas
línguas indígenas e o reconhecimento dos processos próprios de aprendizagem.
As políticas educacionais formuladas a partir dos novos marcos constitucionais têm como
diretrizes “a afirmação das identidades étnicas, recuperação das memórias históricas, a valorização
das línguas e ciências dos povos indígenas e o acesso aos conhecimentos e tecnologias relevantes
para a sociedade nacional” (BRASIL, 1996, p.79).
A diversidade cultural no processo de ensino e aprendizagem, nesse caso, a história e a
cultura indígena, deve ter um tratamento diferenciado, onde os valores, saberes e conhecimento da
cultura, possam garantir o acesso ao saber sistematizado.
Assim sendo, vale ressaltar que a cultura indígena possui um imenso universo de
informações a serem estudadas e que compete ao professor inserir o conteúdo em sua prática
pedagógica.
Associar a cultura indígena ao conteúdo que está sendo vivenciado pelos alunos, resulta
em um rico processo de aprendizagem para eles, proporcionando o contato com as tradições do
país e consequentemente o saber da história do seu país.
GÊNERO E DIVERSIDADE
A educação é considerada atualmente como um fator essencial para garantir inclusão,
promover igualdade de oportunidades e enfrentar as diferentes manifestações de preconceito,
discriminação e violência, especialmente no que se refere a questões de gênero e sexualidade.
Essas questões envolvem conceitos fortemente relacionados, tais como gênero, identidade
de gênero, sexualidade e orientação sexual, que requerem a adoção de políticas públicas
educacionais que contemplem suas articulações sem negligenciar suas especificidades.
Para isso, é preciso considerar a experiência escolar como fundamental para que tais
conceitos se articulem, ao longo de processos em que noções de corpo, gênero e sexualidade,
entre outras, são socialmente construídas e introjetadas.
A escola e, em particular, a sala de aula, é um lugar privilegiado para se promover a cultura
de reconhecimento da pluralidade das identidades e dos comportamentos relativos a diferenças.
Destaca-se então, a importância de se discutir a educação escolar a partir de uma perspectiva
crítica e problematizadora, questionando relações de poder, e opressão e processos de
subalternização ou de exclusão. Da mesma maneira, como espaço de construção de
conhecimento e de desenvolvimento da criticidade, onde se formam sujeitos e identidades, a
escola torna-se uma referência para o reconhecimento, respeito, acolhimento, diálogo e convívio
com a diversidade. Um local de questionamento das relações de poder e de análise dos
processos sociais de produção de diferenças e de sua tradução em desigualdades e opressão.
Convém salientar que ao se falar em diversidade sexual é importante situar questões
relativas a gênero e sexualidade no terreno dos direitos humanos. Isso favorece o reconhecimento
da legitimidade de suas múltiplas e dinâmicas formas de expressão de identidades e práticas,
bem como a promoção de políticas que garantam a igualdade de direitos e oportunidades a todos
os indivíduos e grupos discriminados em face de sua orientação sexual, identidade ou expressão
de gênero.
Na perspectiva de se oportunizar uma educação de qualidade para todos, deve-se atuar
partindo da compreensão de que o reconhecimento e o respeito ao pluralismo e, portanto, a
promoção do convívio direto entre indivíduos dessemelhantes representa grandes oportunidades
de aprendizado e de crescimento, pois as diferenças constituem um importante recurso social e
pedagógico. A diversidade ensina e nos faz avançar.
A diversidade é um recurso social de alta potencialidade transformadora e libertadora. A
valorização da diversidade é um fator central para o desenvolvimento de uma sociedade que tem
a ganhar com a inclusão de todas/os e com o reconhecimento de suas diferenças, de modo a
assegurar que cada cidadã/ão, de maneira livre e criativa, desenvolva seus talentos, usufruindo
igualdade de oportunidade e as mesmas possibilidades de expressar suas ideias, valores, sonhos,
afetos e desejos. Deste modo, a valorização e o respeito pela livre expressão afetivo-sexual e de
identidade de gênero constitui-se um benefício para toda a coletividade.
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
A comunidade escolar é sabedora do grande desafio que é imputado à área educacional
em relação aos problemas sociais econômicos, políticos, culturais, ambientais, morais, religiosos,
enfim, de toda a ordem, que fazem parte do cotidiano dos cidadãos do mundo contemporâneo e
exigem posicionamentos e respostas da instituição escolar.
Nesse sentido, para que a escola cumpra sua verdadeira função social e busque uma
educação de qualidade, faz-se necessário selecionar conhecimentos relevantes, que incentivem
mudanças individuais e sociais, assim como organizar e distribuir os conhecimentos escolares que
possibilitem sua apreensão e sua crítica.
Diante desse contexto, os Desafios Educacionais Contemporâneos devem ser trabalhados
na disciplina do conhecimento em suas múltiplas manifestações. Embora as questões sociais,
econômicas, raciais e ambientais não sejam genuínas da escola, nela desembocam e se
apresentam como desafios, que precisam ser enfrentados.
Há de se ter clareza que a função social da escola – a socialização dos conteúdos
historicamente produzido pela humanidade - , não pode ser secundarizado; no entanto, as
situações postas pelo cotidiano não podem ser negadas devendo ser abordadas de forma
consciente e fundamentada, sendo entendidas na mesma perspectiva do conteúdo escolar: na
perspectiva historicidade, da concreticidade e da totalidade, permitindo a melhor compreensão da
realidade, para além da visão idealista ou estereotipada sobre os fatos.
- Enfrentamento a Violência:
A violência é um dos problemas mais acentuados da sociedade contemporânea, sendo
cada vez mais, o tema de discussões, estudos e debates, visto que, direta ou indiretamente, essa
questão tem interferido no processo educativo. Por isso a escola, como espaço de produção de
conhecimento social, histórico e científico, também deve estar inserida nessas discussões, visto
que a violência pode ser entendida como um processo complexo e desafiador, que requer um
tratamento adequado, cuidadoso, orientado por estudos teóricos, por meio de conhecimentos
científicos, desprovidos de preconceitos e discriminações.
Convém destacar que uma grande parte das ações e dos atos violentos são resultantes da
organização social e econômica da sociedade capitalista, caracterizada principalmente por
grandes desigualdades.
Assim sendo, a compreensão e a reflexão acerca da violência devem considerar seu
contexto mais amplo, analisando a violência praticada por sujeitos sociais, dentro e fora da escola,
bem como a violência praticada pela ou a partir da escola.
– Prevenção ao uso indevido de drogas:
A prevenção ao uso indevido de drogas, no âmbito da escola pública, pode ser entendida
como um processo complexo e desafiador que requer uma abordagem desprovida de
preconceitos e discriminações, bem como ser fundamentada teoricamente, por meio de
conhecimentos científicos. As propostas de prevenção predominantes na sociedade legitimam um
discurso moralista e repressivo, limitando, assim, a compreensão das múltiplas manifestações das
drogas na sociedade. Diante disso, percebe-se a necessidade de problematizá-las e desconstruí-
las, a fim de avançar em outras perspectivas que possibilitem em análise contextualizada sobre a
questão das drogas e sua prevenção.
Para o trabalho com as drogas na escola, deve ser uma decisão política e conjunta,
preveni-la é falar de educação de filhos, de adolescentes, de relação social e de convivência
afetiva. Trabalhar com este tema é uma valorização da vida.
A prevenção ao uso das drogas, é possível pela ação integrada os educadores, num
processo somatório de forças, a escola tem a responsabilidade de ensinar a verdade científica.
O uso de drogas deve ser discutido dentro de um contexto mais amplo de saúde. As
drogas, a alimentação, os sentimentos, as emoções, os desejos, os ideais, ou seja, a qualidade de
vida, entendida como bem-estar físico, psíquico e social, são aspectos a serem abordados no
sentido de levar o jovem a refletir sobre como viver de maneira saudável.
Nossos educandos devem aprender a conhecer suas emoções e a lidar com suas
dificuldades e problemas. Um modelo de prevenção deve contribuir para que os indivíduos se
responsabilizem por si mesmos, a fim de que comportamentos de risco da sociedade como um
todo possam ser modificados.
– Cuidados com o Meio Ambiente:
Nas últimas décadas, percebe-se que uma nova preocupação vem se afirmando com
grande força e intensidade. Problemas como o aquecimento global, as mudanças climáticas, o
esgotamento dos recursos hídricos e a racionalização do uso da energia vêm se tornando
frequentes no mundo contemporâneo, marcado pela globalização e pela disseminação da
sociedade de consumo.
Nesse contexto, considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do
mundo no tempo e no espaço, a educação ambiental integra o currículo das escolas públicas,
constituindo-se em um processo de aprendizagem contínua, de assimilação de novos conceitos e
de abordagem crítica do problema, sempre orientada para a busca de alternativas que assegurem
o equilíbrio da biodiversidade.
Assim sendo, cabe à escola, através dos conhecimentos sistematizados e historicamente
construídos, oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as
ações humanas e sua consequência para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o
ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva e adote, a partir das situações abordadas na
escola, posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para o alicerce de
uma sociedade mais justa e igualitária, em um ambiente saudável.
– Educação Fiscal:
Historicamente, a relação Estado-Cidadão foi pautada pelo conflito causado pela
necessidade do governo de arrecadar recursos para financiar as atividades públicas e do retorno
à sociedade na forma de políticas públicas ineficientes. A partir dessa constatação, surgiu a ideia
de se criar um canal em que o cidadão pudesse adquirir informações confiáveis. E que, com isso,
passasse a entender os eficientes mecanismos, para fiscalizar as ações do Estado sobre o mau
uso ou a sonegação dos tributos, ambos fontes de recursos públicos.
É nesse contexto que surge a Educação Fiscal que tem como meta a formação de
cidadãos conscientes do cumprimento do seu dever com relação às obrigações tributárias e do
direito de cobrar a adequada destinação dos recursos provenientes dos tributos arrecadados pelo
Estado.
Considerando que a educação fiscal visa promover e institucionalizar o pleno exercício da
cidadania, torna-se necessário sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo,
socializar conhecimentos sobre a administração pública, incentivar o acompanhamento pela
sociedade de aplicação de recursos públicos, criar condições para uma relação harmoniosa entre
o Estado e o cidadão.
A Educação Fiscal procura despertar a consciência para o pleno exercício da cidadania,
ajudando o aluno como cidadão, a entender melhor a função social do tributo e a questionar
melhor a transparência na gestão dos recursos públicos, o que lhe possibilitará avaliar a qualidade
e a propriedade dos gastos e dos investimentos governamentais.
O tributo é um instrumento que pode e deve ser utilizado para promover as mudanças e
reduzir as desigualdades sociais. O cidadão, consciente da função social do tributo como forma de
redistribuição da Renda Nacional e elemento de justiça social, é capaz de participar do processo
de arrecadação, aplicação e fiscalização do dinheiro público.
Somente através do conhecimento que nossos alunos poderão entender e exercer seus
direitos, ampliando e praticando sua cidadania.
– Educação em Direitos Humanos:
Os direitos humanos são formados por um conjunto de direitos que estão presentes no
nosso cotidiano. De acordo com os vários documentos internacionais e nacionais dessa área, são
direitos civis e políticos, sociais, econômicos, culturais, ambientais, os relacionados à
solidariedade e à paz, etc. Mas é importante não esquecer que cada direito implica uma
obrigação, seja do Estado ou da sociedade. Por exemplo, o direito à educação implica
responsabilidades do Estado em garantir esse direito, assim como condiciona a responsabilidade
dos pais em manter as crianças na escola, e dos profissionais da educação em desenvolver um
trabalho de qualidade.
Percebe-se que a questão dos direitos humanos ocupa, cada vez mais, lugar de destaque
tanto nas agendas governamentais como nos movimentos da sociedade civil, tornando-se
condição imperativa à consideração da dignidade da pessoa humana.
No processo de afirmação desses direitos, a educação representa um papel fundamental,
ao possibilitar a conscientização, a reflexão e a proposição de ações que podem e devem ser
implementadas nas escolas.
Educar em Direitos Humanos é exigência colocada às escolas e demais espaços
educativos, pois tem como finalidade principal a afirmação dos princípios e valores necessários à
construção de uma cultura de respeito e de uma vivência nas reivindicações de direitos que não
estão materializados. A educação em direitos humanos está, portanto, centrada nos princípios da
liberdade, igualdade, respeito à dignidade do ser humano, na tolerância, nas bases dos valores
democráticos, promovendo a autonomia e uma atuação dirigida à exigibilidade dos direitos.
Como a educação em direitos humanos deve estar presente no dia a dia, nas diversas
situações e relações cotidianas, a escola precisa ter um compromisso com os direitos humanos e
promover o desenvolvimento de uma prática pedagógica democrática, coerente e articulada com
seus valores. Assim, é preciso desenvolver atitudes positivas, que estimulem o respeito ao ser
humano, a tolerância à diferença, às relações democráticas e solidárias, de forma a quebrar o
ciclo de desigualdade, violência, discriminação e exclusão.
– Educação Inclusiva:
Ao contrário do que se prega, inclusão não significa e diz respeito somente a alunos com
deficiências.
É necessário que haja um comprometimento de toda a comunidade escolar a fim de dar
condições para a implementação de tal prática.
Cabe ao Estado proporcionar as adaptações necessárias, tanto físicas quanto humanas
para que haja qualidade e se consigam resultados positivos quanto ao real aproveitamento a fim
de que haja uma apropriação dos conhecimentos por parte dos alunos.
O Projeto Político Pedagógico contempla o trabalho de inclusão, respeitando as diferenças
e desigualdades sociais, culturais, políticas e econômicas, considerando também a inclusão do
deficiente físico. Porém, há necessidade de que o Estado se responsabilize e cumpra o que a lei
prevê, garantindo assim os direitos dos alunos e dos professores, bem como dos familiares dos
alunos inclusos.
Assim sendo, dentro das condições pedagógicas, físicas e humanas e da realidade da
escola, busca-se o atendimento às necessidades dos educandos, embora falte-nos uma rede de
apoio para que realmente se efetive a qualidade na educação inclusiva. Para tanto, faz-se
necessário também uma pré-disposição de toda a comunidade escolar, que deve mostrar-se
aberta às situações, necessidades e interesses dessa realidade.
6. MARCO OPERACIONAL
REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
A escola pública, tem um papel político a cumprir, ao contribuir para a construção da
sociedade e para a formação de cidadãos, devendo assumir, com clareza, a convicção do projeto
de sociedade que defende e de pessoa humana, o que implica a concepção da cidadania que
defende.
Na medida em que a escola faz a mediação entre processos de adaptação e de
transformação vai criando condições que lhe permitem exercitar a crítica, vivenciar a
solidariedade, exercitar a inclusão, afirmando o seu compromisso com uma prática educativa
capaz de efetivar os direitos de cidadania em seu cotidiano.
Através do fortalecimento do trabalho coletivo, a escola cumpre sua verdadeira função,
toma para si o compromisso social e político, somando forças para alimentar o desafio de uma
educação emancipatória. Para isso, é indispensável que fortaleça a sua capacidade de contribuir
para a transformação, acreditando na prática da democracia e da participação como possibilidade
de romper com estruturas autoritárias, discriminatórias e excludentes.
De fato, no âmbito da escola, o exercício da participação que caracteriza a gestão
democrática abre novas possibilidades de organização pedagógica que favorecem, de um lado a
instauração do respeito à individualidade do aluno e ao seu percurso de aprendizagem e, de outro
lado contribuem para o crescimento profissional dos educadores que partilham do trabalho
coletivo.
Nessa direção, a escola deve propiciar a organização de situações que favoreçam ao
aluno efetivar aprendizagens que o leve a valorizar a história do seu bairro, dos líderes populares
do seu lugar, da sua raça, do seu gênero e de sua classe social. Cabe à escola intensificar as
oportunidades de vivências positivas e gratificantes, contribuindo, assim para suavizar um pouco o
desgastante cotidiano de algumas crianças e jovens, bem como, suscitar nos estudantes o desejo
de lutar para transformar as condições adversas que fazem parte do cotidiano da sociedade,
marcada principalmente pela exploração econômica.
No que se refere a organização do trabalho pedagógico, faz-se necessário situar o
currículo como um produto histórico, resultado de um conjunto de forças sociais, políticas e
pedagógicas que expressam e organizam os saberes que circunstanciam as práticas escolares na
formação de sujeitos que, por sua vez, são também históricos e sociais. Nesta perspectiva, o
currículo deve oferecer, não somente vias para compreender tanto os saberes nele inseridos,
como também, os movimentos contraditórios pelos quais a sociedade vem enfrentado e que forma
os sujeitos se inserem neles.
Neste sentido, à escola cabe erigir seu papel fundamental na transmissão, apropriação e
socialização dos saberes culturais, evidenciando sua ação intencional e transformadora da
realidade concreta. Uma proposta educativa, nessa direção, precisa atender igualmente aos
sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às
possíveis necessidades especiais para a aprendizagem. Desta maneira, a escola pode
potencializar ainda mais a aprendizagem dos alunos na medida em que as práticas pedagógicas
desenvolvidas tornarem-se mais significativas, em especial, aquelas que são ofertadas aos alunos
que apresentam defasagem no aprendizado ou que necessitam de uma acompanhamento e
intervenção pedagógica mais individualizada, os quais são atendidos em Sala de Apoio e Sala de
Recursos.
Assim sendo, uma organização educacional que possibilita a articulação de todos os
segmentos, que estimula práticas coletivas de solidariedade e que proporciona as condições de
desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras é portado de uma mensagem de mudança
da sociedade que se revela na superação dos preconceitos e de todos os fatores que têm
contribuído historicamente para a negação do direito de acesso e de permanência na educação
escolar.
PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR
A prática social da educação é um todo, com partes que se articulam e se complementam.
Quando as partes desse trabalho se distanciam, quando seus membros perdem a noção da
totalidade e, muitas vezes, percebem sua “parte” como “o todo”, a escola tende a ver seu esforço
se esvair na fragmentação. Tornam-se partes autônomas que não se relacionam. Tornam-se
partes que fragmentam o conhecimento. Tornam-se partes que fragmentam todos os sujeitos
envolvidos no trabalho escolar. E, fragmentados, os sujeitos perdem a dimensão da unidade do
trabalho escolar do viver em sociedade, pois ficam individualizados nos seus desejos e lutas.
O Projeto Político-Pedagógico, como instrumento de planejamento coletivo, resgata a
unidade do trabalho escolar e garante que não haja uma divisão entre os que planejam e os que
executam. Elaborando, executando e avaliando de forma conjunta, tem uma nova lógica. Nesse
processo, todos os segmentos planejam, garantindo a visão do todo, e todos executam, mesmo
que apenas parte desse todo. Com isso, de posse do conhecimento de todo o trabalho escolar, os
diversos profissionais e segmentos envolvidos (gestores, agentes educacionais, docentes,
discentes, pais e comunidade local) cumprem seus papéis específicos, sem torná-los estanques e
fragmentados. Todos tornam-se participes da prática educativa e portanto, de alguma forma,
educadores.
O trabalho pedagógico e administrativo deste estabelecimento deverá ser realizado de
forma clara e transparente, onde o corpo docente sinta a valorização de suas funções enquanto
profissional, conseguindo alcançar seus objetivos propostos. Terão a mesma preocupação com
relação aos educandos e seus familiares. Para isso, evidencia-se a necessidade de os gestores
conduzirem de forma democrática a organização escolar, garantindo que o aluno desenvolva os
propósitos previstos neste Projeto Político Pedagógico.
De acordo com a demanda desta instituição e garantindo a uniformidade das ações, a
direção e equipe pedagógica reúnem-se mensalmente e /ou sempre que necessário, para que
fiquem integradas ao repasse de informações legais e pedagógicas, avaliação e discussão das
medidas e atitudes tomadas nas atividades já desenvolvidas e previstas.
Também entendemos que é importante respeitar a hierarquia existente na instituição, para
que se possa trabalhar de forma organizada e globalizada, respeitando as funções individuais na
sua elaboração e execução.
Convém reforçar a idéia já explicitada nesse projeto: Cada um deve desenvolver
adequadamente suas funções, primando sempre pela qualidade e ao mesmo tempo, não
desenvolvê-las de forma fragmentada, ou seja, situá-la sempre no contexto maior que é a escola.
Nesse sentido, enfatiza-se ainda a atuação do Conselho Escolar, em que sua função é
fundamentalmente, político pedagógica, sendo que o mesmo deve conhecer todo o trabalho que
se desenvolve na escola e suas especificidades estabelecidas no Projeto Político-Pedagógico,
para através delas acompanhar todo processo auxiliando na melhoria da qualidade da educação.
Da mesma forma, as demais instâncias colegiadas que fazem parte da Escola (Grêmio
Estudantil e APMF) devem participar das ações da escola, estimulando a colaboração e a
solidariedade, não só em seu interior, mas também na comunidade, participando da construção de
uma cidadania ativa, consciente e responsável.
•PAPEL DA DIREÇÃO
À direção da escola cabe a gestão do serviços escolares no sentido de garantir o alcance
dos objetivos educacionais do estabelecimento, definidos a proposta pedagógica.
A equipe de direção do Colégio Estadual São João Bosco é composta por um diretor e um
diretor auxiliar escolhidos através de eleições diretas. Compete ao diretor:
- Coordenar a elaboração e execução da proposta pedagógica;
- Submeter o plano anual de trabalho à aprovação do Conselho Escolar;
- Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar;
- Elaborar os planos de aplicação financeira, prestar contas, e submeter a apreciação e
aprovação do Conselho Escolar;
- Elaborar e submeter a aprovação do Conselho Escolar as diretrizes específicas de
administração do estabelecimento, em consonância com as normas e organização gerais
emanadas da Secretaria de Estado da Educação;
- Elaborar e encaminhar à Secretaria de Estado da Educação as propostas de modificações,
aprovadas pelo Conselho Escolar;
- Instituir grupos de trabalho ou comissões encarregadas de estudar e propor alternativas de
solução, para atender aos problemas de natureza pedagógica, administrativa e situações
emergenciais.
- Propor à Secretaria de Estado da Educação, após aprovação do Conselho Escolar,
alterações na oferta de serviços de ensino prestados pela Escola, extinguindo ou abrindo
cursos, ampliando ou reduzindo o número de turnos e turmas e a composição das classes;
- Propor à Secretaria de Estado da Educação, após aprovação do Conselho Escolar, a
implantação de experiências pedagógicas ou inovações de gestão administrativa;
- Coordenar a implantação da Proposta Pedagógicas com diretrizes emanadas da Secretaria
de Estado da Educação;
- Aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela Secretaria de
Estado da Educação;
- Manter o fluxo de informações entre o Estabelecimento e os órgãos da administração
estadual de ensino;
- Supervisionar a exploração da Cantina Comercial com autorização de funcionamento,
respeitada a Lei vigente;
- Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao Conselho Escolar e aos
órgãos da Administração: reuniões, encontros, grupos de estudos e outros eventos;
- Exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento Escolar e no que concerne à
especificidade de sua função;
Compete ao Diretor-Auxiliar:
- Assessorar a Direção na determinação de normas gerais de organização e funcionamento
do Estabelecimento;
- Substituir o Diretor em suas faltas ou impedimentos;
•EQUIPE PEDAGÓGICA
A Equipe Pedagógica é o órgão auxiliar responsável pela coordenação, implantação e
implementação, no Estabelecimento, da Proposta Pedagógica com diretrizes emanadas da
Secretaria de Estado da Educação.
Compete ao Professor Pedagogo:
- Subsidiar a Direção com critérios para a definição do calendário escolar, organização das
classes, do horário semanal e distribuição de aulas;
- Elaborar com o Corpo Docente, o Currículo Pleno do Estabelecimento, em consonância
com as diretrizes pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação.
- Assessorar e auxiliar a implementação dos programas de Ensino e dos Projetos
Pedagógicos desenvolvidos no Estabelecimento;
- Elaborar o Regulamento da Biblioteca Escolar, juntamente com o seu responsável;
- Acompanhar o processo do ensino, atuando junto aos alunos e pais, no sentido de analisar
os resultados da aprendizagem com vistas a sua melhoria;
- Subsidiar o Diretor e o Conselho Escolar com dados e informações relativas aos serviços
de ensino prestados pelo Estabelecimento e o rendimento do trabalho escolar;
- Promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo e trabalho para aperfeiçoamento
constante de todo o pessoal envolvido nos serviços de ensino.
- Elaborar com o Corpo Docente os planos de recuperação a serem proporcionados aos
alunos que obtiveram resultados de aprendizagem abaixo dos desejados;
- Analisar e emitir parecer sobre adaptação de estudos, em casos de recebimento de
transferência, de acordo com a legislação vigente;
- Propor à Direção a implementação de projetos de enriquecimento curricular a serem
desenvolvidos pelo Estabelecimento e coordená-los, se aprovados;
- Coordenar o processo de seleção dos livros didáticos, se adotados pelo Estabelecimento,
obedecendo às diretrizes e aos critérios estabelecidos definidos pela Secretaria de Estado
da Educação;
- Instituir uma sistemática permanente de avaliação do Plano Anual do Estabelecimento, a
partir do rendimento escolar, de consultas e levantamento de dados junto à comunidade
para realimentação do Projeto Político Pedagógico;
- Participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, reuniões, encontros, grupos de
estudo, plano de formação continuada e outros eventos;
- Exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento e no que se refere à
especificidade de cada função;
- Encaminhar planos de estudos, elaborados pelos professores, aos alunos com
dependências nas séries anteriores.
•CORPO DOCENTE
Compete ao Corpo Docente:
- Elaborar com a Equipe Pedagógica, o Currículo Pleno do Estabelecimento, em
consonância com as diretrizes pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação;
- Participar da elaboração da Proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
- Elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
- Ministrar os dias letivos e horas aula estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos dedicados ao planejamento, a avaliação e ao desenvolvimento profissional;
- Colaborar com as atividades de articulação da escola com a família e a comunidade;
- Escolher juntamente com a equipe pedagógica, livros e materiais didáticos comprometidos
com a política educacional da Secretaria de Estado da Educação;
- Desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão do conhecimento
pelo aluno;
- Proceder ao processo de avaliação, tendo em vista apropriação ativa e crítica do
conhecimento filosófico científico, bem como as competências propostas em todos os
níveis educacionais pelo aluno;
- Promover e participar de reuniões de estudo, encontros, cursos, seminários e outros
eventos, tendo em vista o plano de formação continuada;
- Assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminado de cor, raça, sexo,
religião e classe social;
- Estabelecer processos de ensino/aprendizagem resguardando sempre o respeito humano e
a formação da cidadania;
- Manter e promover o relacionamento cooperativo de trabalho, com seus colegas, com
alunos, pais e com os diversos segmentos da comunidade, priorizando os valores morais e
éticos;
- Participar da elaboração dos planos de recuperação paralela a serem proporcionados aos
alunos que obtiverem resultados de aprendizagem abaixo dos desejados;
- Proceder a processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola com vistas ao
melhor rendimento do processo ensino/aprendizagem e a realimentação do Projeto Político
Pedagógico.
- Executar as propostas de estudos dos alunos em dependência nas séries anteriores, bem
como, proceder a devida avaliação.
•AGENTES EDUCACIONAIS II
A equipe administrativa é o setor de suporte ao funcionamento de todos os setores do
estabelecimento, proporcionando condições para que os mesmos cumpram suas reais funções.
A secretaria é o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração escolar e
correspondência do Estabelecimento.
Os serviços de secretaria são coordenados e supervisionados pela Direção, ficando a ela
subordinados.
Compete a Secretaria:
- Redigir a correspondência que lhe for confiada;
- Organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de serviço,
circulares, resoluções e demais documentos;
- Rever todo o expediente a ser submetido a despacho do Diretor;
- Elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a autoridade competente;
- Apresentar ao Diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser assinados;
- Organizar e manter em dia o protocolo, o arquivo escolar, o registro de assentamento dos
alunos, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e regularidade
da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;
- Coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula,
transferência, adaptação de curso e dependência;
- Zelar pelo uso adequado e conservação dos bens materiais distribuídos à Secretaria;
- Comunicar à direção toda irregularidade que venha a ocorrer na secretaria;
- Manter atualizado o inventário do patrimônio da Escola.
- Fazer o suprimento mensal de todos os funcionários da escola.
A escala de trabalho dos funcionários será estabelecida de forma que o expediente da
Secretaria conte sempre com a presença de um responsável, independentemente da duração do
ano letivo, em todos os turnos de funcionamento do Estabelecimento.
•ASSISTENTE DE EXECUÇÃO
Compete ao Assistente de Execução:
•Preparar, manipular e armazenar materiais e equipamentos próprios de laboratório;
•Utilizar reagentes, solventes, equipamentos, ferramentas e instrumentos manuais, mecânicos,
elétricos e eletrônicos;
•Observar rotinas e normas de segurança em Laboratório de Física, Química e Biologia;
•Preparar soluções, utilizar conhecimentos de propriedades físicas e químicas dos compostos
orgânicos;
•Preparar amostras para análise;
•Utilizar conhecimentos básicos de manuseio de instrumentos manuais, mecânicos, elétricos e
eletrônicos;
•Estabelecer e aplicar, em conjunto com o corpo docente, normas de segurança para o uso do
laboratório;
•Disponibilizar equipamentos e matérias necessários para a preparação e realização das
atividades de ensino previstas em várias disciplinas;
•Dar assistência técnica ao professor e seus alunos durante a aula ajudando a manter o bom
andamento da atividade prática de laboratório;
•Preparar o ambiente do laboratório para uso do professor e alunos.
• AGENTES EDUCACIONAIS I
A Equipe de Apoio tem a seu encargo o serviço de manutenção, preservação, segurança e
merenda escolar do Estabelecimento, sendo coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a
ela subordinado.
Compõem os Agentes Educacionais I: servente, merendeira e outros previstos em ato
específico da Secretaria de Estado da Educação.
Compete ao Servente:
- Efetuar a limpeza e manter em ordem as instalações escolares, solicitando a aquisição de
material e produtos necessários ao desempenho da função;
- Efetuar tarefas correlatas à sua função;
Compete à Merendeira:
- Preparar e servir a merenda escolar, controlando-a quantitativamente e qualitativamente;
- Informar ao Diretor do Estabelecimento da necessidade de reposição do estoque;
- Conservar o local de preparação da merenda em boas condições de trabalho e higiene,
procedendo a limpeza e arrumação.
O PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS
Para que a escola se caracterize como um espaço democrático, faz-se necessário criar
Órgãos de Gestão que garantam a representatividade, a continuidade e a legitimidade.
Assim sendo, o Colégio Estadual São João Bosco desenvolve seu trabalho com o apoio
das seguintes instancias colegiadas.
* Conselho Escolar
O conselho escolar é concebido como local de debate e tomada de decisões, onde a
comunidade escolar pode colocar seus interesses e suas reivindicações. O Conselho possibilita a
delegação de responsabilidade e o desenvolvimento de diversos participantes. É um gerador de
descentralização. E, como órgão máximo de decisão no interior da escola, procura defender uma
nova visão de trabalho.
O Conselho Escolar deve ser um órgão atuante, com reuniões mensais, com agenda de
temática de discussões.
De modo geral, podem ser identificadas algumas atribuições dos Conselhos Escolares:
• Elaborar o Regimento Interno do Conselho Escolar;
• Coordenar o processo de discussão, elaboração ou alteração do Regimento Escolar;
• Convocar assembléias gerais da comunidade escolar ou de seus segmentos;
• Garantir a participação das comunidades escolar e local na definição do projeto político-
pedagógico da unidade escolar;
• Promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao saber do estudante e
valorize a cultura da comunidade local;
• Propor e coordenar alterações curriculares na unidade escolar respeitada a legislação
vigente, a partir da análise, entre outros aspectos do aproveitamento significativo do tempo
e dos espaços pedagógicos na escola;
• Propor e coordenar discussões junto aos segmentos e votar as alterações metodológicas,
didáticas e administrativas na escola, respeitada a legislação vigente;
• Participar da elaboração do calendário escolar, no que competir à unidade escolar,
observada a legislação vigente;
• Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono e evasão escolar,
aprovação, aprendizagem, entre outros) propondo, quando se fizerem necessárias,
intervenções pedagógicas e/ou medidas socioeducativas à melhoria da qualidade social da
educação escolar;
• Elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros escolares visando ampliar a
qualificação de sua atuação;
• Aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela direção da escola, sobre a
programação e a aplicação de recursos financeiros, promovendo alterações, se for o caso;
• Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da unidade escolar;
• Promover relações de cooperação e intercâmbio com outros conselhos escolares.
O exercício dessas atribuições é, em si mesmo, um aprendizado que faz parte do processo
democrático de divisão de direitos e responsabilidades no processo de gestão escolar. Cada
Conselho Escolar deve chamar a si a discussão de suas atribuições prioritárias, em conformidade
com as normas do seu sistema de ensino e da legislação em vigor.
* Conselho de Classe
O conselho de classe participativo tem como objetivo fazer com que a escola garanta o
padrão de qualidade de ensino e possa ministrá-lo com igualdade de condições de acesso e
permanência do aluno na escola. A avaliação e vista como um processo formativo, interativo e
referencial, capaz de colocar informações mais precisas, mais qualitativas sobre os processos de
aprendizagem, para estabelecer ações conjuntas, que visem ao desenvolvimento do aluno,
levando-o a progredir e atingir novos patamares do conhecimento.
É no conselho de classe participativo que pode-se analisar os avanços do aluno e o
desempenho dos professores e de toda a equipe pedagógica, onde o Diretor pode ser o mediador
e tem a missão de conduzir a reunião de forma democrática, usando sempre o bom senso para
resolver situações de conflito, se houver, não perdendo de vista o resgate da auto-estima dos
alunos. É necessário que todos os envolvidos sejam conscientes de que a escola deve ser um
espaço de ensinar e aprender.
Através desta prática é possível verificar:
1. a postura do educador frente ao processo ensino-aprendizagem;
2. a coerência entre prática pedagógica e a proposta da escola;
3. aproximação e melhor relacionamento entre professor e aluno;
4. o comportamento do aluno frente à classe, ao professor e à escola;
5. se há coerência entre critérios de avaliação adotados pelos diferentes professores;
6. avaliação do trabalho pela visão do aluno;
7. encaminhamento de ações pedagógicas a serem desenvolvidas pela equipe pedagógica
e pelos professores.
As ações pedagógicas permitirão que tanto professores como equipe pedagógica
procurem novos caminhos e estabeleçam outros mecanismos, para que todos tenham
oportunidade de aprender, garantindo o direito do aluno a um ensino de qualidade e o
cumprimento da função social da escola.
A ética só é eficaz quando criamos condições para que as identidades se construam pelo
desenvolvimento da sensibilidade e pelo reconhecimento do direito à igualdade.
* APMF
A participação de toda a comunidade escolar, por meio da APMF, fará com que a escola
tenha a tão “sonhada” autonomia, pois favorece a participação de todos na tomada de decisões e
na elaboração das atividades escolares.
A APMF deverá exercer a função de sustentadora das verbas recebidas e aplicadas pela
escola, com a participação dos pais no seu cotidiano de comum acordo com a administração,
visando sempre a melhoria na qualidade do ensino.
Os membros da APMF reúnem-se mensalmente para deliberar sobre os assuntos
emergentes.
* GRÊMIO ESTUDANTIL
Algumas escolas incentivam, amplamente, a participação política dos alunos, tanto interna
como externamente. Nesse caso, o grêmio estudantil é instalado como constituição autônoma
dentro da escola. O grêmio estudantil nada mais é que na entidade representativa, tal como uma
associação qualquer. Ele é um mecanismo democrático.
É preciso que o grêmio construa sua própria identidade. Uma característica que nos chama
atenção é o aspecto relacionado à importância do intercâmbio entre as diferentes organizações
estudantis de várias escolas. Essa troca de conhecimento, experiências e sugestões favorecem a
participação do aluno na construção do projeto político-pedagógico da escola. É importante
lembrar que o grêmio é a reflexão dos alunos, pois os representa e serve de ligação com a
direção e a equipe técnica da escola e a comunidade onde está inserida a instituição educativa.
O grêmio estudantil não deve ser instrumento de luta contra a direção da escola, mas uma
organização onde se cultiva o interesse dos estudantes, onde eles tem possibilidade de
democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade. Eles aprendem a resolver seus
problemas entre si, o que evita intromissões em suas vidas.
ATIVIDADES ESCOLARES EM GERAL E AS AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS A SEREM
DESENVOLVIDAS DURANTE O TEMPO ESCOLAR
A metodologia deverá contemplar as considerações anteriormente expostas, ou seja,
voltadas para superar a fragmentação do ensino da ciência, das ações. Uma metodologia que
permita a integração do conhecimento, promova a ação entre os envolvidos no processo
educacional-ensino/aprendizagem, sem descaracterizar o ensino que atenda às necessidades dos
alunos, independentes do turno em que estudam. Para tanto deve ser garantida uma metodologia
que parta da contextualização do conhecimento fazendo com que haja assim a inter e a
transdisciplinaridade, que através das atividades propostas o educando seja capaz de
compreender, inventar, e reconstruir, moldando assim indivíduos capazes de produzir ou criar, e
não apenas repetir, superando a visão dicotômica entre ensino-pesquisa.
Além de uma sólida formação humanística, os métodos selecionados devem permitir que o
educando tenha uma visão crítica da realidade e seja preparado para exercer sua cidadania como
elemento produtivo e integrado.
Nossa proposta metodológica encontra parâmetros na Educação Progressista com base
na Teoria Histórico-Crítica, cujo ponto de partida é a prática social do educando e, também, o
ponto de chegada.
A diferença entre o ponto de partida e o ponto de chegada é o salto qualitativo que se
obtém a partir da instrumentalização desses alunos, através da intermediação do conhecimento
trazido por esses, e o conhecimento sistematizado, elaborado em bases científicas.
Para que o professor encaminhe o ensino-aprendizagem de forma a alcançar o sucesso
escolar, necessita estar em continuo processo de capacitação para rever e redimensionar o
caminho de sua ação.
O sucesso está intimamente lidado ao aspecto da afetividade. Os processos educacionais
demandam a criação de vínculo, carinho, brincadeira, bom humor.
Se não levarmos em conta o aspecto sócio emocional presente na interação professor
alunos, não podemos almejar o sucesso escolar.
Essa visão metodológica busca na construção do conhecimento a satisfação do educador
para que o mesmo seja capaz de transmitir conhecimentos com significados e que vão ao
encontro da necessidade do educando. O educando, ao receber e apropriar-se de conhecimentos
que tenha real significação para suas necessidades de existência, os assimilará com mais
facilidade.
Com o firme propósito de promover a melhoria da qualidade na educação oferecida, nossa
escola tem buscado, principalmente, garantir aos alunos um ensino diversificado que lhes permite
serem capazes de enfrentar, com competência, as transformações da sociedade. A partir desse
propósito, são desenvolvidos , além dos conteúdos previstos para cada nível de ensino,
programas orientados, para proporcionar aos alunos experiências em que possam construir seu
próprio conhecimento, com atividades inovadoras , compromissadas com o entendimento da
realidade e sua vinculação em relação a ela.
Pretende-se com o desenvolvimento de tais ações a motivação dos alunos, despertando-
lhes o maior interesse e participação nas ações da escola , concretizando os princípios da gestão
democrática.
Ao educar os alunos como seres sociais, inseridos numa comunidade, desenvolvem-se de
forma mais eficaz as ações de orientação quanto a compreensão e o compromisso de
preservarem o meio ambiente, bem como o ambiente escolar e social saudável e produtivo. A
todos os alunos é dada igualdade de oportunidades no desenvolvimento de uma aprendizagem
ativa, considerando-se as necessidades e interesses individuais e coletivos.
As atividades educacionais são realizadas no decorrer do ano letivo, de maneira objetiva e
concreta. Ao mesmo tempo, se desenvolvem conhecimentos específicos ., diferentes habilidades,
resolução de problemas , compreensão da realidade, além do hábito de aprender a aprender em
qualquer situação e circunstância de vida.
Assim sendo, destacam-se alguns projetos que já são desenvolvidos em nosso colégio, os
quais têm trazido resultados bastante satisfatório no sentido de adequar-se às intenções
educacionais já mencionadas:
FEIRA DO CONHECIMENTO:
Além de incentivar os alunos do ensino fundamental e médio a ampliarem seus
conhecimentos, interesses e descobertas a respeito dos aspectos científicos e tecnológicos, esse
projeto busca envolver toda a comunidade escolar, como parceiros na organização das atividades
ou comparecendo na escola para apreciar a exposição dos trabalhos.
SHOW DE TALENTOS:
Esse projeto visa preparar o aluno para de acordo com seus interesses e habilidades,
participar em eventos extra-escolares, melhorando também a freqüência às aulas e a elevação da
auto-estima, promovendo ainda a inclusão social, na medida em que todos tem oportunidade para
demonstrar à comunidade e aperfeiçoar através do trabalho orientado, suas capacidades
artísticas e culturais, manifestadas nas diferentes expressões: teatro, dança, música, poesia.
JOGOS ESCOLARES INTERNOS:
Um dos principais objetivos desse projeto é promover a integração entre todos os alunos,
reforçando através das diferentes atividades esportivas e recreativas, valores e atitudes
essenciais para a vivência em sociedade, como a cooperação, o respeito às regras estabelecidas
e o “ espírito de grupo”
SEMANA DA PAZ:
De acordo com lei estadual n.º 14.357/04, a Semana da Paz deverá ser trabalhada em
todas as instituições públicas e privadas de ensino. Desta forma , as atividades desenvolvidas
pelo nosso colégio durante essa semana visam reforçar os aspectos que são trabalhados nas
ações diárias, durante o ano todo, entendendo que as práticas de paz devem estar sempre
presentes, permeando nossas atitudes, tornando-nos mais humanos, para que se construa uma
verdadeira cultura de paz.
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO:
Esse projeto tem como objetivo tornar a escola como ponto de encontro da comunidade,
tendo as atividades de lazer e de contra-turno como ferramentas que estimulem o envolvimento
das pessoas e o fomento à compreensão comunitária na construção da cidadania.
SALA DE APOIO E SALA DE RECURSOS:
O trabalho pedagógico desenvolvido na escola deve partir da compreensão das
possibilidades distintas de cada aluno, entendendo que a maturidade social, cultural e cognitiva
para apreender os processos relacionados à construção do conhecimento não é a mesma de um
para o outro. Assim, o processo de aprendizagem deve considerar os diferentes ritmos e
processos particularizados de aprendizagem e de convivência.
É com base nesse contexto que a escola dispõe de uma sala de apoio, destinada aos
alunos da 5ª série, onde são trabalhadas suas dificuldades de aprendizagem, envolvendo os
conteúdos das disciplinas de Português e Matemática. As atividades são desenvolvidas em
período contrário ao regular de forma diferenciada em que a partir da identificação das causas das
dificuldades o professor busca estratégias específicas, fazendo as intervenções adequadas para
promover a aprendizagem.
Visando atender a diversidade que a integra, a escola possui também uma sala de
recursos, onde atua um professor especializado que atua como mediador da construção da
aprendizagem, conhecendo e valorizando a história de vida de cada aluno, reconhecendo e
respeitando as diferenças individuais que abrangem (físico, emocional, cognitivo e social), a partir
daí o conhecimento é construído através da interação social, que favorece a interpretação da
realidade, através da qual buscam tornar a aprendizagem significativa ao aluno, na medida em
que estabelece relações entre os conteúdos escolares e os conhecimentos que o mesmo já
possui advindos das variadas interações sociais, onde as áreas afetivas cognitivas estão
expostas. Por isso ação pedagógica desenvolvida na sala de recursos considera o interesse e
necessidades reais do aluno.
Também destacam-se como relevantes os aspectos afetivo, emocionais, que podem
interferir na motivação e aprendizagem, também a auto-estima (maneira como o aluno se vê,
como se sente) nos grupos em que está inserido, que influência em tudo o que o aluno faz e
basicamente na aprendizagem.
PROGRAMA VIVA ESCOLA:
– Vivendo a Literatura:
Justificativa:
A Literatura está presente no cotidiano dos diferentes grupos sociais, integrando suas mais
variadas manifestações culturais: nas canções, nas poesias, romances, contos, novelas, registros
de um diário, nas frases de amor.
Esse contexto, muitas vezes pouco valorizado, pode favorecer o desempenho da função
social da escola, no que se refere a leitura, contribuindo, a partir da aproximação do aluno com a
literatura, para a formação de bons leitores, capazes de ler o mundo em seus mais variados
aspectos.
Assim sendo,acredita-se que essa proposta de trabalho, propicie o maior interesse pela
leitura, resgatando também a importância e a compreensão do universo literário.
A opção em propor atividades literárias para os alunos deste estabelecimento ocorreu pelo
fato da constatação da falta de interesse dos mesmos pela leitura, leem por obrigação, para
cumprirem exigências avaliativas, é claro que sempre há exceções. Então, é a partir dessa
realidade que as atividades serão desenvolvidas, com o intuito de despertar o gosto pela leitura,
em virtude daquilo que a mesma pode oferecer ao indivíduo, a imensa gama de percepções
contextuais, bem como aperfeiçoar as formas de práticas de leitura naqueles que já leem por
prazer.
Conteúdos:
A proposta desse trabalho fundamenta-se nas contribuições do russo Mikhail Bakhtin, que
considera o discurso como prática social. “ O discurso é efeito de sentidos entre interlocutores,
não é individual, ou seja, não é um fim em si mesmo, mas tem sua gênese sempre numa atitude
responsiva a outros textos. O discurso é entendido como resultado da itneração – oral ou escrita –
entre sujeitos, é a língua em sua integridade concreta e viva. (BAKHTIN, 1997).
Nessa perspectiva, o conteúdo estruturante que permeará as atividades aqui propostas será
o discurso como prática social. O discurso deve ser considerado como um diferente modo de
conceber e estudar a língua, uma vez que ela é vista como um acontecimento social, envolvida
pelos valores ideológicos, por estar ligada aos seus falantes, aos seus atos, às suas esferas
sociais.
Nesse sentido, enfatiza-se a importância de ensinar e aprender com textos, visto que este
é o lugar em que por meio da linguagem estabelecem-se relações inter-pessoais antes
inexistentes e tenta-se não só influenciar o outro, mas também alterar as representações que ele
tem da realidade, da sociedade e o rumo de suas (re)ações.
Por isso, os conteúdos básicos precisam comtemplar de forma satisfatória as reais
necessidades e possíveis expectativas do aluno, tornando-o agente de sua própria busca
intelectual, no caso através da leitura literária. A metodologia que vise tal procedimento deve ser
organizada de forma cuidadosa, nas tres etapas discursivas: Leitura, Escrita e Oralidade,
respeitando os gneros discursivos propostos pelas diretrizes curriculares.
As atividades serão direcionadas a 15 alunos do ensino fundamental e 15 alunos do ensino
médio, o que exigirá diversidade e criatividade por parte do professor para que as mesmas
atendam as possibilidades e capacidades de entendimentos de cada faixa etária.
É importante frisar que as atividades aqui expostas são flexíveis, podendo ser alteradas
em razão dos objetivos propostos.
Objetivos:
Oportunizar o maior contato dos alunos com diferentes obras literárias;
Despertar o prazer e o interesse pela leitura de trechos e/ou obras literárias integrais;
Efetuar leituras, compreendendo aspectos orais e escritos;
Questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural;
Diferenciar os diversos tipos de textos;
Aprimorar técnicas de leitura, oralidade e escrita, individuais e em grupo;
Representar ideias lidas, utilizando diferentes linguagens;
Encaminhamento Metodológico:
Para o desenvolvimento deste trabalho serão organizadas ações significativas, que favorecerão
aos alunos a apropriação e aprofundamento de novos saberes, pois estes terão envolvimento
efetivo na construção das atividades práticas, tais como:
Pesquisar via internet os vários contextos históricos que caracterizam escolas literárias, bem
como dos vários gêneros que as compõem.
Filmes baseados em histórias literárias.
Seleção de títulos pertinenes a cada período literário.
Leitura de fragmentos de obras que despertem a curiosidade em lê-las integralmente;
Dramatização de trechos literários;
A proposta de trabalho aqui apresentada pautaśe em Bordini e Aguiar (1993), tendo como
objetivos conduzir o aluno a efetuar leituras compreensivas e críticas, sendo receptivo a novos
textos e a leitura de outrem, questionar as leituras efetuadas em seu próprio horizonte cultural.
Para o sucesso deste trabalho, deve-se respeitar cinco etapas, cabendo ao professor delimitá-las
quanto ao tempo de aplicação de cada uma delas, de acordo com seu plano de trabalho e a sua
turma.
1ª Etapa: Determinação do horizonte de expectativa do aluno/leitor.
2ª Etapa: Atendimento ao horizonte de expectativa do aluno/leitor
3ª Etapa: Ruptura do horizonte de expectativa do aluno/leitor.
4ª Etapa: Questionamento por parte do aluno /leitor do seu próprio horizonte de expectativa.
5ª Etapa: Ampliação do horizonte de expectativas.
O encaminhamento metodológico quanto as práticas do discurso ( leitura, oralidade e escrita) é
simultâneo, pois um atrela-se ao outro para que a proposta adquira real fundamento faz-se
necessário uma abordagem que delimite cada uma conforme as diretrizes curriculares, que ao
mesmo tempo proporcione ao aluno a compreensão de que a literatura se constrói a partir da
integração e interação das mesmas, pois elas são essenciais à representação do contexto
humano.
Representação visual dos gêneros textuais.
Resultados Esperados:
Espera-se com esse projeto, que o enfoque dado à leitura, de maneira consciente,
planejada e sistematizada, alcance os objetivos propostos de modo a ajudar incisivamente a
enfrentar as demandas sociais de forma criativa e competente.
Aliado a isso pretende-se sensibilizar o aluno para a importância da literatura, reconhecendo seu
valor cultural, bem como divulgando a aprendizagem adquirida para outras pessoas.
– Voleibol que Educa:
Justificativa:
A educação é a necessidade principal para a integração e socialização de todos os
segmentos da sociedade, portanto, o programa de esporte vem ao encontro aos potenciais dos
educandos.
Partindo da conscientização de que todos somos capazes, o voleibol é de fundamental
importância para que a cidadania e a Educação ofereçam ao educando oportunidades de
vivenciar o mundo do esporte, estimulando-os à criticar, escolher e compreender que o mesmo é
bem mais que um simples jogo. Entretanto na política, na mídia, no quanto de cobra resultados,
na saúde e na interação social.
Neste sentido, a atividade vem ao encontro da necessidade da Escola, pois está inserida
em um local de risco social, além de que, o voleibol é uma perspectiva nesta comunidade escolar.
O trazer alunos para a escola em contraturno, é retirar das ruas crianças e jovens, gerando
oportunidades e a melhoria da educação destes, que através das ações presentes podem
contribuir para um mundo melhor.
Conteúdos:
Conteúdo Estruturante:
Esporte - Voleibol
Conteúdos Básicos:
Os fundamentos do voleibol em sua globalização interna e externa do jogo.
Saque, toque, manchete, cortada, bloqueio, sistema de defesa, sistema de ataque, líbero.
Sistema de contagem, composição dos sets.
Dimensões em que os conteúdos serão trabalhados:
A importância da mídia, a política do esporte, a socialização.Pesquisa sobre o esporte, histórico e
evoluções.
Objetivos:
Geral:
Resgatar alunos sujeitos a vulnerabilidade social, opurtunizando o aumento de experiências e
vivências dos educandos nas diversas áreas do mundo do voleibol.
Específicos:
Desenvolver coordenação neuromuscular;
Resgatar interesse pela participação em jogos;
Eliminar o ócio e o vício;
Desenvolver atitudes e valores, tais como, respeito, cooperação autonomia;
Refletir sobre trabalhos em equipe;
Promover o fortalecimento muscular;
Ampliar a aprendizagem dos fundamentos do voleibol;
Encaminhamento Metodologico:
Participar de jogos no bairro e na cidade, escolares ou não, representando o nome da escola;
Participar dos treinamentos, conversas e debates sobre voleibol e assuntos de interesse da
comunidade;
Pesquisas sobre o voleibol e seu precedentes.
Resultados Esperados:
Espera-se que através do voleibol, esporte coletivo, cada um dos participantes descubra a
importância de que não estamos sozinhos, que precisamos nos unir para transformar o nosso
mundo em um lugar melhor, que todos somos um para o bem comum.
Sendo assim, torna-se fundamental reconhecer a importância do esporte e/ou atividade física para
a saúde, descobrindo em si e nos colegas as potencialidades específicas, a importância do
trabalho em equipe e a melhora da sua autoestima. Espera-se que os educandos estejam prontos
para julgar e criticar o seu desempenho e sua atuação como futuros atletas e cidadãos, com o
desenvolvimento ao longo da realização do programa. O objetivo deve ser ímpar tanto para o
educador, quanto para os educandos em todas as possibilidades, dificuldades, potencialidades e
limitações, todos procurando uma visão melhor de si e do mundo onde vivem.
– Tecnologia Ambiental. MUDE, RENOVE E INOVE COM IDEIAS SUSTENTÁVEIS.
Justificativa:
Atualmente e cada vez mais, a maioria dos governos nacionais, dentre eles o do Brasil,
vem adotando uma postura de precaução, implementando ações que contribuem para a mitigação
e a adaptação dos efeitos da mudança do clima diante da gravidade e iminência de seus
impactos.
No país, já foi criada uma série de instrumentos institucionais e de medidas para inserir a
questão das mudanças climáticas na agenda das ações governamentais, na mesma esteira, o
Governo do Estado do Paraná decidiu e vem assumindo compromissos com o tema em questão,
o projeto de Mudanças Climáticas Globais visa conscientizar e mobilizar a sociedade local para a
discussão e tomada de posição para o enfrentamento das mudanças climáticas no Estado. Além
disso, faz parte de seus objetivos a elaboração da política e um plano estadual de mudanças
climáticas com ampla participação da sociedade.
O tema escolhido justifica-se pela crescente demanda por um contingente mais capacitado
para entender e conseqüentemente poder atuar e reverter a situação criadas pelos seres
humanos desse planeta com relação ao aquecimento global. E pela constatação de que o tema,
apesar de estar sendo constantemente veiculado pelos meios de comunicação, não atende a
expectativa de uma adequada compreensão do fenômeno levantado.
Conteúdos:
Conteúdo estruturantes:
Matéria e sua natureza.
Biogeoquimica.
Química sintética.
Conteúdos Básicos:
Química no cotidiano.
Aditivos químicos.
Universo, matéria e suas propriedades.
Misturas, separação.
Tabela periódica.
Reações químicas.
Radicais livres.
Cinética química.
Ciclo do carbono.
Compostos orgânicos e inorgânicos.
Polímeros.
Química do carbono.
Objetivos:
Estimular a mudança prática de atitudes e a formação de novos hábitos com relação a
utilização dos recursos naturais favorecendo a reflexão sobre a responsabilidade ética de nossa
espécie e o próprio planeta como um todo, auxiliando para que a sociedade possua um ambiente
sustentável, garantindo a vida no planeta.
Não é a terra que é frágil. Nós é que somos frágeis. A natureza tem resistido a catástrofes
muito piores do que as que produzimos. “Nada do que fazemos destruirá a natureza, mas
podemos facilmente nos destruir.” – James Lovelok
Incentivar e promover o trabalho coletivo e a cooperação entre os alunos e os professores, entre a
escola e a comunidade, para transformação humana e social, alcançando a preservação e a
recuperação do ecossistema.
Possibilitar a construção da consciência ecológica para este mundo diferente e
transformador, fazendo análises importantes tanto nos conteúdos programáticos como na prática
relativa ao meio ambiente escolar.
Encaminhamento Metodológico:
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer de fazer coisas novas,
não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram”. Homens que sejam criadores,
inventores e descobridores.
A segunda meta de educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e
não aceitar tudo o que elas se propõem. (“Jean Piaget).”
SEMINÁRIO DE APRESENTAÇÃO – O projeto tem início com um seminário interno de
apresentação para a comunidade escolar, aberto pela direção da escola, demonstrando seu
engajamento. Nesta ocasião será assinado o Termo de Parceria para formalizar o compromisso,
com o testemunho das instituições certificadoras, parceiras e patrocinadores presentes.
Procurar ajuda a órgãos, como a Emater, para construir cisternas de captação.
Criar ações para arborização e recuperação da área da escola.
Implantar programas de seleção, reciclagem e destino do lixo.
Campanhas para a diminuição do uso de veículos, de embalagens plásticas, etc.
Elaboração, apresentação e distribuição de jornais, murais, folders, textos.
Oficinas (sabão, sacolas, etc.)
Livro de receitas alternativas.
Palestras..
Paródias.
Trilha ecológica.
Compostagem: minhocário.
Visita ao aterro sanitário – lixão.
Apresentação de peças teatrais com o objetivo de sensibilizar e conscientizar os indivíduos
sobre a importância de preservar o meio ambiente.
Assistir documentários.
Trabalho de campo.
Reciclagem de papel.
PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO - A partir do seminário,e das aulas já existentes a
equipe do Projeto realizará o inventário das emissões de gases de efeito estufa, incluindo os
gastos anuais da escola com energia elétrica, gás de cozinha, combustível gasto no transporte de
alunos e professores, produção de lixo, etc.
O valor total dessas emissões será dividido por aluno para que cada um tenha consciência
de sua contribuição individual para o aquecimento global.
1Oficina: Tema gerador: Dia Mundial da Água (22 de março) - campanha para a implantação do
Programa “Água e Mudanças Climáticas” com o objetivo de sensibilizar os alunos para a situação
da água e do clima no Planeta.
AÇÃO: cada aluno será estimulado a recolher em sua casa, durante os três meses da campanha
todo o óleo de cozinha usado que deverá ser trazido para a escola acondicionado em garrafas
PET de 1,5 litros. Os alunos receberão informações sobre o impacto desse óleo nas águas
quando jogado fora, o impacto da ingestão de frituras na saúde humana, etc..
2Oficina tema gerador: Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho)- campanha “Consumo
Responsável e mudanças climáticas” com a meta de sensibilizar os alunos a serem consumidores
responsáveis quando será aplicada a técnica dos ‘Quatro Erres’ (Repensar o consumo, Reduzir,
Reaproveitar e Reciclar).
AÇÃO: cada aluno será estimulado a recolher durante o trimestre em suas casas as pilhas,
baterias de celulares usadas e acondicionar em garrafas PET e também sucatas de lixo
tecnológico (computadores e periféricos, monitores de TV, etc.) acondicionadas em caixas de
papelão e, ao final do trimestre deverão trazer este material para a escola. Os alunos receberão
informações sobre o impacto ambiental deste tipo de resíduo, sobre o problema das cidades em
encontrar locais para o descarte final dos rejeitos, sobre obsolescência planejada que leva ao
descarte de materiais ainda úteis, sobre os direitos dos cidadãos enquanto consumidores, sobre
marketing ambiental, sustentabilidade, responsabilidade socioambiental, ética empresarial, etc., a
fim de compreenderem o papel e a responsabilidade solidária que une fabricantes, distribuidores e
comerciantes e o papel dos consumidores. Ao final do trimestre, as pilhas e baterias serão
devolvidas aos fabricantes e o lixo tecnológico será encaminhado para Centros de
Recondicionamento de Computadores e posteriormente serão destinados à implantação de
Centros de Inclusão Digital em parceria com as Associações de Moradores das comunidades de
baixa renda vizinhas.
Outras Ações da Escola:
Além desses programas, também são desenvolvidas outras atividades que buscam de
forma contextualizada, imprimir maior qualidade às práticas escolares.
Nesse sentido, pode-se destacar as reuniões de pais, realizadas bimestralmente, para
tratar sobre a aprendizagem dos alunos, em que é oportunizado que os pais participem, expondo
suas dúvidas, idéias e opiniões , que são relevantes para que alguns aspectos sejam analisados e
modificados, ampliando-se as condições de aprendizagem.
Da mesma forma, são organizadas palestras educativas com o apoio de profissionais
especializados, que informaram, discutem e orientam pais e alunos à respeito de assuntos do
cotidiano, que precisam ser trabalhados para melhorar a qualidade de vida. Esse mesmo aspecto
também e trabalhado pelas professoras pedagogas , que a partir de observações e situações
vivenciadas elaboram atividades específicas para trabalhá-las.
Destaca-se também, como prática escolar, os vários passeios, realizados em locais
devidamente planejados, para enriquecimento dos conteúdos das diferentes disciplinas.
Algumas datas comemorativas, historicamente construídas também são contempladas,
como as festas juninas, dia do estudante e dia do professor, enfatizando-se os aspectos históricos
e culturais que envolvem cada uma delas.
Há que se destacar também o trabalho realizado com os professores e demais
funcionários através das reuniões pedagógicas realizada bimestralmente, como um dos meios de
oportunizar-lhes formação continuada, através da leitura discussão de teorias que interferem
direta ou indiretamente na prática de suas ações na escola. Pretende-se ampliar esse contexto,
contemplando esses propósitos durante a hora-atividade.
Tendo a gestão democrática como base de organização as ações da escola torna-se um
processo de construção de uma cidadania emancipada, que requer participação, autonomia,
transparência e respeito à pluralidade. Assim sendo, os projetos e atividades desenvolvidas são
analisados constantemente e através da reflexão conjunta são realizadas, sempre que necessário,
adequações para aperfeiçoá-los ainda mais. Além disso, evidencia-se que novos projetos poderão
se criados, a partir das necessidades e interesses dos alunos, da escola e da comunidade na qual
a mesma está inserida.
RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO:
A escola é a instituição social criada pelos homens tendo como objetivo a formação
humana, a socialização dos saberes construídos historicamente, como também a construção de
novos saberes. Para atingir os objetivos para os quais foi criada, a escola precisa, por meio dos
sujeitos nela envolvidos, planejar suas ações e estabelecer prioridades para que possa
desenvolve-las e cumprir a finalidade para qual foi criada.
Diante disso, o coletivo da escola deve participar da definição das prioridades, dos
objetivos e de como eles serão atingidos, quais os recursos disponíveis para se alcançar esses
objetivos, como e onde as verbas recebidas pela escola serão aplicadas e o que pode ser feito
para alocação de novas verbas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96), ao abordar a forma de
organização da unidade escolar, estabelece no art 12, II, que os estabelecimentos de ensino terão
a incumbência de administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros.
Destaca-se que é obrigação do poder público o financiamento das instituições
educacionais públicas e compete às escolas otimizar e tornar transparente e participativo o uso
dos recursos.
Quanto a esse aspecto, pode-se destacar os programas, projetos e ações desenvolvidos
pelo Ministério da Educação, em regime de colaboração com as redes de ensino em âmbito
estadual e municipal, os quais abrangem diversas áreas e aspectos e contribuem direta ou
indiretamente para que a escola desenvolva suas ações:
– Fundo Rotativo;
- Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE:
Transfere recursos financeiros para os estados e municípios para compra de gêneros
alimentícios que atendam às necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência
em sala de aula.
- Programa Nacional do Livro Didático – PNLD e PNLEM:
Este programa tem por objetivo o cumprimento do preceito constitucional de assegurar
adequadas condições de aprendizagem para os alunos do Ensino Fundamental e Médio, por
meio da oferta gratuita do livro didático.
- Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE:
Esse programa consiste na aquisição e distribuição de livros de literatura brasileira e
estrangeira, infanto-juvenil, clássica, de pesquisa, de referência e outros materiais de apoio,
como Atlas, enciclopédias, globos e mapas, com o objetivo de incentivar o hábito da leitura e o
acesso à cultura para alunos, professores e a comunidade em geral.
- Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE:
Consiste no repasse anual de recursos às escolas públicas. O valor transferido à conta
bancária de cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no
ensino fundamental estabelecido no Censo Escolar do ano anterior ao do atendimento. Os
órgãos colegiados da escola, são os responsáveis pela definição da forma de utilização dos
recursos, que deve ser em conformidade com as decisões da comunidade.
Além desses recursos, a escola também conta com o apoio do Conselho Escolar e da
APMF que organizam promoções com fins lucrativos, os quais são empregados na aquisição de
materiais e equipamentos e/ou em outras necessidades que o dia-a-dia da escola apresente.
Vale ressaltar, no entanto que a autonomia que é dada à escola quanto ao gerenciamento
de seus recursos, é sinônimo de muita responsabilidade, pois a escola está vinculada às normas
gerais do sistema de ensino e Às leis que o regulam, não podendo, portanto, desconsidera-las.
Assim sendo, evidencia-se a importância dos diferentes segmentos que compõem a comunidade
escolar e local, especialmente os membros do Conselho Escolar, acompanharem o planejamento
da gestão financeira da escola, imprimindo democracia e transparência nas ações desenvolvidas
por ela.
ORGANIZAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR
Como prevê a LDB, a escola deve garantir em seu calendário escolar 200 (duzentos) dias
letivos, no mínimo, e 800 horas, compreendendo Conselho de Classe, Plano de Formação
Continuada e outros aplicados após 200 dias.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CALENDÁRIO ESCOLAR – 2010 - DIURNO
COLÉGIO ESTAUAL SÃO JOÃO BOSCO - EFM - Rua das ANDORINHAS,275 - Pato Branco - PR
JANEIRO FEVEREIRO MARÇOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 63 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 15 7 8 9 10 11 12 13 23
10 12 13 14 15 16 16 14 15 16 17 18 19 20 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias
17 20 21 22 23 24 23 21 22 23 24 25 26 27 21 22 23 24 25 26 2724 28 29 30 31 32 30 28 28 29 30 3131
1 Dia Mundial da Paz 16 Carnaval
ABRIL MAIO JUNHOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 1 2 3 4 54 5 6 7 8 9 10 20 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8 9 10 11 12 21
11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 2625 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30
30 31
2 Paixão 1 Dia do Trabalho 3 Corpus Christi
21 Tiradentes 8 OBMEP – 1ª Fase
24 Cons. Classe concomitante 29 Replanejamento
24 Reunião pedagógica
JULHO AGOSTO SETEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 44 5 6 7 8 9 10 10 8 9 10 11 12 13 14 15 5 6 7 8 9 10 11 21
11 12 13 14 15 16 17 dias 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 2525 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30
01 Cons. Classe 7 Independência
02 Recesso/Blocos 11 OBMEP – 2ª Fase
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 43 4 5 6 7 8 9 19 7 8 9 10 11 12 13 20 5 6 7 8 9 10 11 15
10 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 2524 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 3131
09 Reunião Pedagógica 2 Finados 14 Feriado Municipal09 Cons. Classe concomitante 15 Proclamação da República 18 Cons. Classe11 Dia do Prof. Antecipado 20 Dia Nacional da Consciência Negra 19 Emancipação Política do PR12 N. S.Aparecida 25 Natal
161º Sem 100 dias FÉRIAS DISCENTES FÉRIAS / REC / DOCENTES
2º Sem 100 dias janeiro 31 dias janeiro / férias 30 dias
fevereiro 07 dias julho/reces. 23 dias
julho 28 dias dez / reces. 09dias
Início/Término dezembro 09 dias
Planejamento e Replanejamento Total 75 dias
Férias Total 62 dias
Formação Continuada
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
CALENDÁRIO ESCOLAR – 2010 - NOTURNO
COLÉGIO ESTAUAL SÃO JOÃO BOSCO - EFM - Rua das ANDORINHAS,275 - Pato Branco - PR
JANEIRO FEVEREIRO MARÇOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 63 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 15 7 8 9 10 11 12 13 23
10 12 13 14 15 16 16 14 15 16 17 18 19 20 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias17 20 21 22 23 24 23 21 22 23 24 25 26 27 21 22 23 24 25 26 2724 28 29 30 31 32 30 28 28 29 30 3131
1 Dia Mundial da Paz 16 Carnaval
ABRIL MAIO JUNHOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 1 2 3 4 54 5 6 7 8 9 10 20 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8 9 10 11 12 21
11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 2625 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30
30 31
2 Paixão 1 Dia do Trabalho 3 Corpus Christi
21 Tiradentes 8 OBMEP – 1ª Fase
24 Cons. Classe concomitante 29 Replanejamento
24 Reunião pedagógica
JULHO AGOSTO SETEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 44 5 6 7 8 9 10 10 8 9 10 11 12 13 14 15 5 6 7 8 9 10 11 21
11 12 13 14 15 16 17 dias 15 16 17 18 19 20 21 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 2525 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30
01 Cons. Classe 7 Independência
02 Recesso/Blocos 11 OBMEP – 2ª Fase
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 43 4 5 6 7 8 9 19 7 8 9 10 11 12 13 20 5 6 7 8 9 10 11 15
10 11 12 13 14 15 16 dias 14 15 16 17 18 19 20 dias 12 13 14 15 16 17 18 dias
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 2524 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 3131
09 Reunião Pedagógica 2 Finados 14 Feriado Municipal09 Cons. Classe concomitante 15 Proclamação da República 18 Cons. Classe11 Dia do Prof. Antecipado 20 Dia Nacional da Consciência Negra 19 Emancipação Política do PR12 N. S.Aparecida 25 Natal
161º Sem 100 dias FÉRIAS DISCENTES FÉRIAS / REC / DOCENTES
2º Sem 100 dias janeiro 31 dias janeiro / férias 30 dias
fevereiro 07 dias julho/reces. 23 dias
julho 28 dias dez / reces. 09dias
Início/Término dezembro 09 dias Total 62 dias
Planejamento e Replanejamento Total 75 dias
Férias
Formação Continuada
Cons. Classe/Reunião Pedagógica
CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
A escola busca sob todas as formas trabalhar e organizar todas as suas atividades para
que atenda a sua missão, que é tornar, todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem,
felizes e realizados, como também, compatibilizar as instalações físicas, mobiliário, organização
do espaço de forma a proporcionar um ambiente agradável e acolhedor, propiciando a
aprendizagem.
A organização do espaço reflete a concepção educativa adotada pelos professores e pela
escola. Nessa organização é preciso considerar a possibilidade de os alunos assumirem a
responsabilidade pela disposição, ordem e limpeza da classe, bem como pela organização de
murais para exposição de trabalhos e programação cultural.
Nossa escola trabalha a organização do espaço dessa maneira, entendendo que a partir
disso, o mesmo passa a ser objeto de aprendizagem e respeito, constituindo um investimento
sistemático ao longo da escolaridade.
Os espaços existentes fora da sala de aula também podem ser aproveitados para realizar
atividades como ler, contar histórias, fazer observações e buscar materiais para serem estudados.
Muitas vezes, a aprendizagem de determinados conteúdos requer a exploração de espaços da
comunidade, o que implica em visitas aos espaços extra-escolares como teatros, fábricas,
reservas ambientais, entre outros.
Os alunos reconhecem a escola como um importante espaço de convivência, sentem
necessidade de buscar alternativas para manifestar seus anseios e sua cultura, ao seu grupo.
Assim sendo, é comum solicitarem um local para se reunirem para ensaiar peças de teatro,
danças, organizarem trabalhos, reunir o grêmio estudantil. Ao realizarem essas atividades
experimentam possibilidades de planejar, executar e apresentar projetos, conhecendo seus limites
e potencialidades, reconhecendo novos caminhos de superação das dificuldades encontradas e
replanejando criticamente suas ações.
Assim entendendo, embora a escola possua espaços físicos bastante restritos, investe na
sua reorganização, visando criar momentos ou locais para atender as suas necessidades e as
solicitações dos alunos, discutindo de forma conjunta as normas de uso de cada espaço que pode
e o que não pode, horários de utilização e sua conservação.
Uma das alternativas que a escola encontra para resolver as questões relacionadas à falta
de espaço físico é estabelecer parcerias com a Escola Municipal Bairro Planalto, socializando
espaços para as atividades esportivas (quadro e ginásio) laboratório, biblioteca e auditório.
Além disso, são organizadas outras adequações no espaço físico da própria escola, pois a
mesma não tem sala de vídeo de refeitório.
Apesar desses fatores, acredita-se que a escola tem cumprido de acordo com suas
possibilidades, a sua responsabilidade quanto a boa formação dos educandos.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL:
Muito tem-se falado acerca da necessidade da melhoria da qualidade do ensino na escola
pública, e não há como pensar em avanços sem um olhar avaliativo sobre a instituição
responsável pela concretização do processo de ensino e aprendizagem. Em se tratando deste
processo, a que se considerar as diversas dimensões que nele interferem: órgãos colegiados,
profissionais da educação, condições físicas e materiais, prática pedagógica, ambiente avaliativo,
acompanhamento e avaliação do desenvolvimento educacional. Portanto, o foco da avaliação
integra todo o contexto escolar.
A avaliação pretende ser formativa e emancipadora, buscando conhecer a realidade, e o
seus resultados devem se constituir em subsídios para tomada de decisões no sentido de avançar
na melhoria da educação escolar pública.
Por se tratar de uma avaliação institucional processual e construída coletivamente não é
um instrumento acabado, sendo passível de alterações no decorrer do processo.
DIRETRIZES PARA A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO
DOCENTE
A avaliação de desempenho dos profissionais da educação do Colégio Estadual São João
Bosco, é realizada semestralmente de acordo com os itens contemplados da Ficha de
Desempenho enviada para a escola através da SEED, a qual através de uma comissão formada
por representantes dos diferentes segmentos da escola, é analisada e preenchida junto com cada
profissional, retornando posteriormente a SEED.
São avaliados nesse processo, os seguintes critérios: assiduidade, pontualidade,
participação e produtividade.
A avaliação de desempenho deve ser compreendida como um processo permanente, onde
os profissionais da educação têm a oportunidade de analisar suas práticas, percebendo os pontos
positivos e visualizando caminhos para superação das dificuldades, possibilitando, dessa forma,
crescimento profissional.
PLANO DE AVALIAÇÃO INTERNA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
A escola deverá, através da direção, equipe pedagógica e instâncias colegiadas, estar
atenta a tudo o que se desenvolve no seu universo e, em especial, no cumprimento dos objetivos
formulados na proposta pedagógica.
O acompanhamento na execução do Projeto-político-pedagógico dará condições à escola
redimensionar seus objetivos, metas e ações, bem como refletir conjuntamente sobre o que deve
ser mudado.
Esse trabalho será demonstrado aos pais em reuniões bimestrais (ou se necessário antes)
onde os professores e a equipe pedagógica irão expor o que foi aplicado, o que deu certo, o que
não está dando certo, segundo sua visão, e ouvirão o posicionamento dos pais e, juntos, irão
refletir, concluir e opinar como continuar o trabalho.
Neste momento a direção, conselho escolar e APMF, farão prestação de contas através de
demonstrativos e aprovação de orçamentos que ficarão expostos em murais, de forma clara e
transparente, bem como priorizando de forma democrática o gerenciamento de recursos
financeiros. Tal procedimento dará condições para a comunidade avaliar e opinar sobre a
aplicação de recursos recebidos.
Fica claro pois, que não basta avaliar somente o aluno, de forma isolada,
descontextualizada. Deve-se identificar outros aspectos a serem contemplados na avaliação: o
contexto social no qual a escola está inserida, as condições da escola para uma aprendizagem
relevante, os mecanismos utilizados na gestão democrática da escola, o envolvimento do
professor no processo educativo, e finalmente, o desempenho escolar dos alunos.
Assim, a avaliação promovida pela escola, com a participação ativa coordenada pelo
conselho escolar deve contemplar todas as dimensões do processo educativo. Podem ser
utilizados alguns aspectos para nortear e definir esse contexto:
a)Quanto ao contexto social no qual a escola está inserida:
1) Onde está situada geograficamente a escola?
2) Qual a realidade social econômica dos estudantes e do bairro onde a escola se situa?
3) Quais os equipamentos sociais (cinemas, teatros, igrejas, áreas desportivas,centros de
lazer, centros culturais, organizações sociais etc.) disponíveis nas proximidades da escola dos
quais os estudantes usufruem?
4) Qual a escolaridade média da comunidade externa à escola?
b) Quanto às condições da escola para uma aprendizagem relevante:
1) Quais as ações desenvolvidas pela Secretaria de Educação e pela escola
visando a formação continuada dos profissionais da Educação (cursos de
capacitação , coordenação pedagógica, participação em eventos, assinatura
de revistas especializadas)?
2) Quais são as condições do prédio escolar (salas de aula, área para esporte,
biblioteca, sala de professores, banheiros etc.)
3) O prédio escolar está preparado para o acesso a portadores de
necessidades especiais?
4) Quais são as condições (qualidade e quantidade) dos materiais didáticos
disponíveis para os docentes e discentes?
5) Quais os equipamentos (computadores, filmadoras, retroprojetor, máquinas
fotográficas etc.) disponíveis para o trabalho pedagógico da escola?
c) Quanto aos mecanismos utilizados na gestão democrática da escola:
1) Quais os espaços para a participação dos diversos segmentos na gestão
da escola (conselho escolar, reuniões de pais e mestres, grêmio estudantil,
conselho de classe etc.)?
2) Qual a participação efetiva de cada um dos segmentos escolares e da
comunidade local, nesses espaços de participação?
3) Qual a periodicidade com que os órgãos colegiados se reúnem?
4) Como foi elaborado o Projeto Político Pedagógico da escola?
5) Como vem sendo implementado o Projeto Político Pedagógico?
6) Como é feita a escolha do dirigente escolar nessa escola?
7) Como a escola vem construindo sua autonomia didática, financeira e
administrativa?
8) Como a escola demonstra o respeito à pluralidade dos sujeitos sociais?
9) Como a escola demonstra transparência de seus atos e decisões?
d) Quanto à atuação dos trabalhadores em educação no processo educativo:
1) como são estabelecidos os conteúdos e a metodologia a serem
desenvolvidos em sala de aula? O professor participa desse trabalho?
2) Os materiais didáticos existentes na escola são utilizados com freqüência
pelos docentes?
3) Como tem sido a participação dos docentes na coordenação pedagógica?
4) Como se desenvolve a relação professor/estudante na sala de aula?
5) Como se desenvolve a relação funcionário/estudante no espaço escolar?
6) Quais os instrumentos utilizados na avaliação dos estudantes, pela escola?
7) Como o professor trabalha com os resultados das avaliações dos
estudantes?
8) Como é feita a recuperação da aprendizagem dos estudantes que
demonstram baixo desempenho nas avaliações?
e) Quanto ao desempenho escolar dos estudantes:
1) As notas encaminhadas pelos professores para a secretaria da escola são
resultantes de quais avaliações (provas, trabalhos individuais e coletivos,
participação)?
2) Além dos aspectos informativos, quais os formativos que são levados em
consideração no processo de avaliação dos estudantes?
3) Quais as notas/menções obtidas pelos estudantes no corrente ano
(individualmente e por turma)?
4) Quais as disciplinas/atividades que possuem as notas/menções mais baixas?
5) Como se comportam as notas/menções de cada estudante, em relação à sua
turma?
6) Como se comportam as notas/menções de cada turma, em relação às outras
da mesma série?
7) Como os estudantes analisam o processo de avaliação a que estão
submetidos?
8) Como a escola trabalha os dados resultantes das avaliações externas
(SAEB, ENEM, IDEB e outras)?
9) Como é utilizado o livro didático em sala de aula?
10)Como acontece a participação dos professores e dos funcionários não
docentes nas atividades globais da escola?
Depois de se delimitarem os aspectos a serem avaliados, estabelecem-se os mecanismos
e os instrumentos a serem utilizados para a coleta das informações e dados desejados.
É importante identificar qual o instrumento mais adequado para coletar cada uma das
informações desejadas. Podem ser utilizados registros feitos pela secretaria da escola, entrevistas
com pais, alunos, professores, direção e equipe pedagógica e observações sobre a prática
educativa, complementando e ampliando a visão global que se deseja obter.
Após esse trabalho será elaborado um quadro sintético para analisar os dados e as
informações coletadas. Nele, serão propostas também as ações que podem ser desenvolvidas na
escola para corrigir as lacunas e desempenhos indesejáveis, delimitado responsabilidades e um
cronograma para acompanhamento.
ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS
A evasão escolar ainda é um dos grandes desafios a ser enfrentado, sendo responsabilidade
de todos, no sentido de garantir a inclusão da população infanto-juvenil no sistema educacional. É
importante que haja o compromisso de cada cidadão, verificando se há em sua comunidade
crianças e/ou jovens que não tenham tido ou não têm acesso à rede de ensino.
De acordo com estudos realizados, a evasão escolar pode ocorrer por diversos motivos, os
quais, de acordo com a concepção democrática de escola como direito de todos, devem ser
investigados, visando identificar as causas e situações que impedem a permanência ou o acesso
de crianças e adolescentes na escola. Com base em diagnósticos precisos, deve-se buscar
soluções para eliminar as dificuldades enfrentadas por um contingente expressivo de crianças e
jovens e suas famílias, para manter em curso regular a sua educação.
A escola tem o papel mais importante nesta ação, pois o aluno está diretamente vinculado a ela
em seu dia-a-dia. É necessário que a escola tome todas as iniciativas para garantir a
permanência do aluno no sistema educacional, conscientizando-o da importância da educação
em sua vida e para seu futuro, mantendo contato frequente e direto com os pais ou responsáveis,
enfatizando sua responsabilidade na educação e formação de seus filhos.
Nesse sentido o Colégio Estadual São João Bosco, adota algumas práticas sistemáticas de
acompanhamento de seus alunos, à fim de evitar e /ou reverter a evasão escolar:
- Criação de um ambiente de respeito, em que os alunos sentem que são bem recebidos e
que a sua presença é valorizada;
- Estímulo à cooperação e solidariedade entre os alunos , evitando qualquer atitude de
preconceito ou discriminação.
- Realização de reuniões periódicas com os pais e comunidade escolar,contando com a
presença de Conselho Tutelar, Patrulha Escolar e outros segmentos sociais, para discutir
em conjunto as possíveis alternativas para a solução dos problemas detectados, tanto no
plano individual quanto no coletivo.
- Acompanhamento diário da presença dos alunos, o qual é feito pelos professores e pelo
monitor de cada turma, encaminhando os nomes dos alunos faltosos à equipe pedagógica,
que procura descobrir os motivos das faltas e o que pode ser feito para que o aluno retorne
à escola.
- Desenvolvimento de providências concretas sempre que um aluno deixa de comparecer a
escola.
Salienta-se assim, que a escola faz parte do Programa de Mobilização para a Inclusão Escolar
e a Valorização da Vida, o qual foi criado pela Secretaria de Educação Básica do Estado do
Paraná com o apoio e participação efetiva de todos aqueles que direta ou indiretamente podem
contribuir no combate à evasão e a exclusão escolar.
O desenvolvimento desse trabalho tem como base um documento denominado FICA ( Ficha de
Comunicação do Aluno Ausente). O principal agente desse processo é o professor, na medida em
que constatada a ausência do aluno por cinco dias consecutivos, ou sete alternados no período
de um mês, esgotadas as iniciativas a seu cargo, comunicará o fato à equipe pedagógica da
escola, através do preenchimento de um formulário.
A equipe pedagógica, comunica o fato à direção da escola e juntamente com o conselho
escolar, no prazo de cinco dias, realiza contato com o aluno e sua família, buscando viabilizar o
retorno daquele à escola.
No mesmo período (cinco dias) detectadas as causas da evasão são tomadas providências de
caráter protetivo que se fizerem pertinentes, buscando garantir a permanência do aluno no
sistema educacional, com o acionamento de políticas públicas, serviços e programas de proteção
existentes.
Obtendo êxito com o retorno do aluno à escola, arquiva a FICA em pasta própria.
Não obtendo êxito, encaminha-se a 1ª e a 3ª via de tal documento ao Conselho Tutelar,
arquivando a 2ª via na escola.
O Conselho Tutelar também tomará as medidas que lhe são pertinentes, buscando, no prazo
de 10 dias, fazer com que o aluno retorne às aulas.
Transcorrido 10 dias de encaminhamento da FICA ao Conselho Tutelar, não obtendo resposta,
o Ministério Público deverá ser imediatamente comunicado.
Ficha a ser Preenchida pelo professor.
CONTROLE INTERNO DE FREQÜÊNCIA
NOME DO ALUNO __________________________________________________
SÉRIE/TURMA/TURNO ______________________________________________
DISCIPLINA _______________________________________________________
NOME DO PROFESSOR (A) __________________________________________
DATA DAS FALTAS _______________________ TOTAL DE FALTAS _________
MOTIVO DE FALTAS ________________________________________________
INICIATIVAS DESENVOLVIDAS PELO PROFESSOR ______________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
DATA DA COMUNICAÇÃO ___________________________________________
ASSINATURA PROFESSOR __________________________________________
ESTADO DO PARANÁ - SECRETARIA DE ESTAtDO DA
EDUCAÇÃO - SEED FICHA IM° ______________
FICHA DE COMUNICAÇÃO DE ALUNO AUSENTE - FICA
1. DADOS DA ESCOLA
.S
Estabelecimento:___________________________ Cód. do Estab: |_|_|_|_|_|_|_|_|_|
Endereço: ___________________________________________________________
Município:___________________________________ Telef: |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
( ) Rede Estadual ( } Rede Municipal
2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO
Aluno(a): ___________________________________________________________________
Sexo: ( ) masc ( ) femData de Nasc: _/__/__. CGM: |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|
Filiação:______________________________e_______________________________
End. Residencial:_______________________________________________________
Bairro:_________________________Município:____________________________
CEP: l_l_l_l_l_l_l_l_l_l Zona Urbana ( ) Zona Rural ( )
Ponto de Referência:__________________ Telefone para Contato: |_|_|_|_|_|_|_|_|_|_| Nome e
endereço de parente ou conhecido:______________________________________
3. SITUAÇÃO ESCOLAR - ANO LETIVO | _ | _ | _ | _ |
( ) Ensino Fundamental Série: |_| ( (Ensino Médio Série: |_| A. ( ) EJ
Datas das faltas: __/__/. __/__/. __/__/• __/__/• __/__/• __/__/• / /.
Turno: ( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite.
Data da Comunicação: / / Data do recebimento: / /
Nome e Assinatura do(a) Pedagogo(a):_______________________________________.
4. MEDIDAS TOMADAS PELA ESCOLA
Forma de Convocação do responsável:
( (Telefone ( ) Correspondência via correio ( ) Aviso por escrito por vizinhos ( )
Recado verbal
( ) Visita domiciliar ( ) Outros ___________________________________________.
O responsável compareceu?( ) Não ( ) Sim: Data do comparecimento: __/__/___.
Se a família e/ou o aluno estão inseridos em algum programa social, assina/e qual ou quais com um "xf
( ) Bolsa Fa mília
( ) Agente Jovem ( ) BPC ( ) Cesta Básica ( ) Vale-Transporte ( ) Recursos de Saúde
( ) Leite das Crianças
( ) Outros ____________________________________________________________.
Motivos das faltas (vide anexo III): |_|_|_| |_|_|_| l_l_l_l l_l_l_l l_l_l_l l_l_l_l
l_l_l_l
Ações desenvolvidas pela Escola:
( ) Diálogo com o responsável e resolução do problema. ( ) Encaminhamento do aluno/família para
Programas Sociais. ( ) Inserção do aluno em
atividades extra-curriculares (Ex: Contraturno) ( ) Encaminhamento para avaliação biopsicosocial.
( ) Outros _____________________________________________________________.
Data e Assinatura do(a) Diretor(a): / / _______________________.
Em caso de não resolução do problema: Data do encaminhamento da FICA ao Conselho Tutelar:
/ /
5. MEDIDAS APLICADAS PELO CONSELHO TUTELAR
Data do recebimento pelo Conselho Tutelar: __/___/'^_. Ass. do Conselheiro(a) Tutelar:
__________________.
( ) Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
( ) Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial.
( ) Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicómanos.
( ) Abrigo em entidade.
( ) Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente.
( ) Encaminhamento dos pais ou responsável a cursos ou programas de orientação.
( ) Outro(s) Qual(ais)? ______________________.
O aluno retornou à escola? ( ) Sim: Data / / ( ) Não
Data e assinatura do Conselho Tutelar: / / _________________.
6. SÍNTESE DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Data de recebimento e assinatura do Promotor: / / _______________________________.
Providências tomadas:
O aluno retornou à escola? ( ) Sim: data de devolução da FICA à escola e comunicação do Conselho
Tutelar / /
( ) Não: Instauração de procedimento específico) )Sim ( ) Não
Data, Nome e assinatura do (a) Promotor(a) de Justiça: / / ____________________.
Data, Nome e assinatura do Responsável pela Escola: / / ___________________.
7. REGISTRO DE CONHECIMENTO DA ESCOLA E ENCAMINHAMENTO À SEED.
Retorno da FICA em: / / Encaminhamento à Secretaria da Educação em: / /
Data, Nome e assinatura do(a) Diretor(a) / / __________________.
Obs.: Essa Ficha segue os encaminhamentos definidos na Cartilha do Programa de Mobilização para
a Inclusão Escolar e a Valorização da Vida - FICA, de 2005.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
Muitos dos atos executados cotidianamente envolvem diferentes tipos de avaliação, que
em geral, têm como objetivo a qualificação da execução das ações. Porém, apesar de a avaliação
fazer parte do cotidiano, é um dos temas mais controversos no campo educacional.
Apesar dos avanços ocorridos na prática de avaliação, a partir de estudos, discussões e
reflexões coletivas, ainda se observa que, em alguns casos, a avaliação tem servido como um
instrumento de controle social, pois produz seletividade e exclusão.
Essa visão de avaliação pode ser rompida na medida em que todos os envolvidos no
processo ampliarem a compreensão acerca das concepções pedagógicas, do acompanhamento
da aprendizagem e também ao repensarem a ética e a responsabilidade social que têm como o
avaliar, o ensinar e o aprender.
A tarefa educativa é um processo que precisa ser amplamente documentado e analisado.
Nela cada sujeito tem um percurso pessoal, e o acompanhamento do processo de aprendizagem
é uma forma de não valorizar apenas um produto final.
Assim sendo, de acordo com as leituras e reflexões feitas na escola e com a concepção de
avaliação estabelecida nesse projeto, as práticas avaliativas desenvolvidas no Colégio Estadual
São João Bosco, deverão considerar alguns princípios:
• Ter um caráter global, pois o aluno deve ser compreendido como um todo em seus
conhecimentos, procedimentos e atitudes;
• Ter um caráter formativo, ou seja, colher informações sobre os processos de
aprendizagem que ocorrem no dia a dia para ajustá-los não apenas em situações formais;
• Alterar a metodologia de trabalho em sala de aula, instituindo que os momentos de
avaliação também sejam momentos de aprendizagem, já que deve ser considerado todo o
processo, não apenas o produto final;
• Envolver os pais no processo de avaliação, promovendo a reflexão sobre as constatações;
• Realizar através do conselho de classe a discussão coletiva sobre o desempenho dos
diferentes alunos;
• Discutir, analisar e compartilhar com toda a comunidade escolar os critérios de avaliação
utilizados, para que sejam do conhecimento de todos.
Da mesma forma, decidiu-se coletivamente, que poderão ser utilizados os seguintes
instrumentos de avaliação:
• Observação e registro: Ao se avaliar o desempenho global do aluno, é preciso considerar
os dados obtidos continuadamente pelo professor a partir de observações que levem em
conta os aspectos que possam traduzir o aproveitamento da aprendizagem. Esse
acompanhamento do dia-a-dia dos alunos, é muito valioso, pois permite ao professor
obter informações sobre as habilidades cognitivas e as atitudes dos alunos, em situações
naturais e espontâneas. O processo de observação deve ser acompanhado de
cuidadoso registro, a partir de objetivos propostos e critérios bem definidos.
• Provas, testes e trabalhos:
o Esses instrumentos de avaliação não devem ser utilizados como punição ou
apenas ajuizar valores. Devem, sim, ser vistos como oportunidades para perceber
os avanços ou dificuldades dos alunos em relação ao conteúdo em questão. Para
isso, sua formulação deve se fundamentar em questões de compreensão e
raciocínio e não de memorização ou mecanização.
• Entrevistas e conversas informais:
o É Extremamente importante que o professor estabeleça canais de comunicação
entre ele e os alunos para que possa ouvir o que eles têm a dizer sobre o processo
de aprendizagem e perceber o que e como estão aprendendo. Isso pode ser feito
individualmente, em pequenos grupos ou em conversas coletivas.
• Auto- avaliação:
o Se o que se pretende é formar sujeitos autônomos, é preciso que o aluno exercite a
reflexão sobre seu próprio processo de aprendizagem e socialização. A avaliação
feita pelo próprio aluno, se bem orientada, é muito construtiva no sentido de
favorecer uma análise crítica do próprio desempenho. Ele pode expressar-se por
escrito ou oralmente: de que mais ou menos gostou e por quê; quanto acha que
aprendeu; em que teve mais dificuldade ou facilidade; o que, na sua opinião,
deveria ser feito para melhorar seu desempenho, etc.
• Fichas de Acompanhamento:
o É importante que se tenha na escola uma ficha que revele à família,
periodicamente e ao longo de todo o ano letivo, como está se desenvolvendo o
processo educativo. Nessa ficha poderão constar aspectos cognitivos, dificuldades
de aprendizagem, providências tomadas para sanar as dificuldades, bem como
aspectos gerais, como afetivos de socialização, organização, atitudes, etc.
A sistemática da Avaliação do desempenho do aluno e do seu rendimento escolar será
contínua formativa e somativa com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos,
de acordo com o currículo e os objetivos propostos. Os resultados serão expressos em notas de 0
a 10 (zero a dez), considerando que o rendimento mínimo exigido é a nota 6,0 (seis) por disciplina
e por conteúdo específico, para o Ensino Fundamental e Médio.
Para os alunos com aproveitamento escolar insuficiente será proporcionada recuperação
de estudos, de forma paralela, ao longo da série ou do período letivo, para possibilitar-lhe a
aquisição dos conteúdos básicos. Esta é uma situação de aprendizagem que requer ser bem
planejada, pois o aluno precisa rever conteúdos e atividades que já foram vivenciados de outra
forma. Assim poderão ser utilizadas: revisão de conteúdos, trabalhos de pesquisas, testes escritos
e/ou orais, tarefas, ou outras atividades orientadas pelo professor.
Na recuperação paralela, o professor considera a aprendizagem do aluno no decorrer do
processo e, para aferição do bimestre, entre as notas da avaliação e a da recuperação,
prevalecerá sempre a maior.
É importante salientar que a lei dispõe que os estudos de recuperação são obrigatórios, e
a escola deverá deslocar a sua preferência para o decurso do ano letivo, visto que há conteúdos
nos quais certos conhecimentos se revelam muito importantes para a aquisição de outros com
eles relacionados. A busca da recuperação paralela se constitui, portanto, um instrumento muito
útil nesse processo. (LDB, art 24, V, “e”)
É importante ressaltar que, a verificação do rendimento escolar não inclui a freqüência
como parte desse procedimento. Na atual LDB, são tratados separadamente: aproveitamento e
assiduidade. Ou seja: a verificação se dá por meio de diversos instrumentos e busca identificar o
grau de progresso do estudante nos conteúdos/atividades, bem como detectar as suas
dificuldades, visando o estabelecimento de estudos de recuperação, previstos no regimento
escolar. E o controle da frequência permite situar a presença do estudante nas atividades
escolares programadas, das quais está obrigado a participar de, pelo menos, 75% do total da
carga horária prevista.
A frequência de que trata a lei, é apurada sobre o total da carga horária do período letivo e
não sobre a carga específica de cada componente curricular.
A escola adota também, de acordo com o regimento escolar, o regime de progressão
parcial para o Ensino Médio. O estudante é promovido à série seguinte com possibilidade de
dependência de aprovação em uma disciplina que não tenha demonstrado aproveitamento. Nesse
caso, poderá cursar a disciplina em dependência em turno contrário, considerando-se a oferta da
mesma em turmas regulares do turno escolhido. Quando a escola não ofertar e quando houver
impossibilidade do aluno frequentar turno contrário de estudo, o aluno que estiver em regime de
dependência deverá cumprir um plano especial de estudos, elaborado pelo professor da
respectiva disciplina com o apoio da equipe pedagógica da escola, o qual será registrado em
relatório e deverá integrar a pasta do aluno.
Diante da organização do sistema de avaliação desenvolvido pela escola, é oportuno
lembrar, que apesar de a legislação prever a reprovação do aluno, esta é uma situação que a
escola precisa evitar sempre. Ou seja, a ela cabe estabelecer e fazer cumprir os mecanismos
preventivos para que o tempo escolar seja aproveitado pelos estudantes, garantindo-lhes as
condições necessárias para o sucesso escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração do Projeto Político Pedagógico foi precedida por vários momentos em
reuniões de discussão e de trabalho para o analisar, esclarecer e conscientizar todos os
envolvidos no processo sobre os objetivos, finalidades e importância do mesmo.
Quando todos os envolvidos na concepção, conscientes da importância que cada um tem
na sua construção, entenderam que sem o comprometimento de todos, fica impossibilitado o
trabalho de sua elaboração, como prevê a LDB, comprometendo a formação do conhecimento, na
socialização e democratização do saber.
Os fundamentos estabelecidos neste documento, como a condição da realidade, os
fundamentos didáticos pedagógicos, bem como todos os fatores que norteiam a ação e a
intervenção pedagógica , praticada na escola, são elementos que dão subsídios para que
possamos atender as exigências da comunidade inserida numa sociedade caracterizada pelo
dinamismo de suas transformações nos níveis, social, político, econômico, tecnológico e o ético.
Com base nestes elementos, a escola terá condições de elaborar seu plano de trabalho,
levando-se em consideração principal o público alvo a ser atingido pelo P.P.P.. Entende-se que,
após toda a Equipe Escolar formar sua visão da realidade situada, retratada, constatada e
documentada, terá um parâmetro para direcionar sua proposta de trabalho, orientando e
subsidiando o professor no preparo de suas aulas e na escolha dos conteúdos, visto, que a LDB
dá autonomia para que isso aconteça.
Os desafios contemporâneos serão trabalhados em todas as disciplinas curriculares e
vivenciados por toda a comunidade escolar, bem como, os valores eleitos pela comunidade
escolar a serem contemplados em todos momentos da ação administrativa, pedagógica e
comunitária de forma implícita e explícita.
O conteúdo dever ser trabalhado de forma interdisciplinar e contextualizado, priorizando a
Estética da Sensibilidade, a Política da Igualdade e a Ética da Identidade de forma que sua
elaboração e execução sejam participativas, com envolvimento de todos, pois a escola deve
prever um espaço para planejamento e hora de estudo para que a proposta não se transforme em
mero ritual.
A avaliação, já citada, dever ser diagnóstica, contínua, onde a qualidade deve prevalecer
sobre a quantidade proporcionando sempre que necessário à recuperação de conteúdos, de
forma paralela como determina a lei.
A avaliação é, portanto, parte integrante do processo de construção do projeto e
compreendida como responsabilidade coletiva.
O Projeto Político Pedagógico é o eixo norteador que dá condições à escola de produzir a
socialização do conhecimento, para que o aluno possa compreender as realidades sócio-
econômica, política e cultural do seu universo, tornando-o capaz de participar do processo de
construção da sociedade.
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VEIGA I. P. A. (org). Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção possível.
Campinas, SP: Papirus, 1995.
Governo do Estado do Paraná
Colégio Estadual São João Bosco - EFM
Rua das Andorinhas, 275 – Bairro Planalto
Pato Branco – PR. Fone(46)3224-3469
ANEXO 02 – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
PROPOSTA CURRICULAR
ENSINO FUNDAMENTAL
PATO BRANCO – PR2010
ARTE
APRESENTAÇÃO
O ensino da Arte, enquanto disciplina escolar, possibilita o estudo da mesma como
campo de conhecimento, constituído de saberes específicos, envolvendo as
manifestações culturais – locais, nacionais e globais, o contexto histórico- social e o
repertório de conhecimento do aluno.
A sistematização do ensino da arte na escola desempenha um papel social, na
medida em que democratiza um conhecimento específico e interfere na formação do
individuo enquanto fruidor de cultura e conhecedor da construção de sua própria nação
(PCN’s). Assim sendo, as práticas educativas da disciplina precisam assumir um
compromisso com a diversidade cultural, reconhecendo-a como patrimônio da
humanidade, considerando desde o repertório de reconhecimento do aluno até as
produções de grupos sociais que historicamente foram marginalizados por uma
concepção de arte elitista.
Partindo disso a construção do conhecimento em artes acontece por meio de inter-
relação de saberes, entende-se que ao se apropriar de elementos que compõe o
conhecimento estético, seja pela experimentação, seja pela análise estética das
diferentes manifestações artísticas, o aluno se torna capaz de refletir a respeito desta
produção e dos conhecimentos que envolvem esse fazer.
A partir desta concepção, as práticas que reforçam a disciplina de Artes como uma
oportunidade de evidenciar talentos, exibir trabalhos ou reforçar o que o senso comum
considera artístico precisam ser superadas. Contrapondo-se a este modelo, entende-se
que o saber em artes abordados em sala de aula em diversas situações de
aprendizagem, tem o propósito de possibilitar a ampliação do conhecimento estético (pela
análise da representação) presentes nas diferentes linguagens e no processo de
produção das manifestações artísticas.
A arte é fruto da percepção e da necessidade da expressão humana à realidade
interior e exterior do homem. Esta expressão artística é concretizada utilizando-se de
sons, formas visuais, movimento do corpo, representação cênica, dentre outras, que são
percebidas pelos sentidos. Isso contribui para outras possibilidades de leitura da realidade
e, portanto, com mais subsídios para repensá-la.
Segundo IZABEL MARQUES:
“Um dos elementos essenciais que caracterizam o ensino da arte no ambiente
escolar é o fato de que, na escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar,
experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido
em nossas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira”.
OBJETIVOS GERAIS
• Perceber-se integrante e agente transformador de arte e da cultura;
• Compreender a evolução do homem nas diferentes áreas;
• Compreender e utilizar a arte como conhecimento, mantendo uma atitude de busca
pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a
investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas.
• Identificar, relacionar e compreender a arte como fato histórico contextualizado nas
diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produções
presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo
natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos
de diferentes grupos sociais.
• Observar as relações entre a arte e a realidade, refletindo, investigando, com
interesse e curiosidade exercitando a discussão, a sensibilidade, argumentando e
apreciando arte de modo sensível.
• Experimentar e explorar as possibilidades de cada área artística.
• Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos
diversos em arte.
• Identificar, relacionar e compreender diferentes funções da arte, do trabalho e da
produção dos artistas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- Elementos e Formas
- Composição
- Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A DISCIPLINA DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL
– SÉRIES FINAIS
5ª SÉRIE – ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODO
SCONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas:
diatônica,
pentatônica
cromática
Improvisação
Greco-
Romana
Oriental
Ocidental
Africana
Percepção dos
elementos formais na
paisagem sonora e na
música.
Audição de diferentes
ritmos e escalas
musicais.
Teoria da música.
Produção e execução de
instrumentos rítmicos.
Prática coral e cânone
rítmico e melódico.
Compreensão dos
elementos que
estruturam e
organizam a música
e sua relação com o
movimento artístico
no qual se
originaram.
Desenvolvimento
da formação dos
sentidos rítmicos e
de intervalos
melódicos e
harmônicos.
5ª SÉRIE – ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVA
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas:
Pintura,
escultura,
modelagem,
gravura...
Gêneros:
Paisagem,
retrato, natureza
morta...
Arte indígena
Arte Popular
Brasileira e
Paranaense
Renasciment
o
Barroco
Percepção dos modos
de estruturar e compor
as artes visuais na
cultura destes povos.
Teoria das Artes
Visuais
Produção de trabalhos
de artes visuais.
Compreensão das
diferentes formas
artísticas
populares, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática e teórica
de técnicas e
modos de
composição
visual.
5ª SÉRIE – ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEMELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Persona
gem:
expressões
Enredo, roteiro,
espaço Cênico,
adereços
Greco-
Romana
Teatro
Estudo das
estruturas teatrais:
personagem, ação
Compreensão dos
elementos que
estruturam e
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Técnicas: jogos
teatrais, teatro
indireto e direto
improvisação,
manipulação,
máscara...
Gênero:
Tragédia,
Comédia, Circo.
Oriental
Teatro
Medieval
Renascimen
to
dramática e espaço
cênico e sua
articulação com
formas de
composição em
movimentos e
períodos onde se
originaram.
Teorias do Teatro
Produção de
trabalhos com teatro.
organizam o teatro e
sua relação com os
movimentos artísticos
nos quais se
originaram.
Apropriação prática
e teórica de técnicas e
modos de composição
teatrais.
5ª SÉRIE – ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Kinesfera
Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos
articulares
Fluxo (livre,
interrompido)
Rápido e lento
Pré-História
Greco-
Romana
Renascimen
to
Dança
Clássica
Estudo do movimento
corporal, tempo, espaço
e sua articulação com os
elementos de
composição e
movimentos e períodos
de dança.
Teorias da dança
Compreensão dos
elementos que
estruturam e
organizam a
dança
e sua relação com
o movimento
artístico
no qual se origina
ram
Espaço Formação
Níveis (alto,
médio e baixo)
Deslocamento
(direto e
indireto)
Dimensões
(pequeno e
grande)
Técnica:
Improvisação
Gênero: Circular
Produção de trabalhos
com dança utilizando
diferentes modos de
composição.
Apropriação
prática
e teórica de
técnicas
e modos de
compo
sição da dança.
6ª SÉRIE – ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Gêneros:
folcórico,
indígena, popular
e étnico.
Técnicas: vocal,
instrumental,
mista
Improvisação
Música
popular
étnica
(ocidental e
oriental)
Percepção dos modos
de fazer música,
através de diferentes
formas musicais.
Teorias da música.
Produção de trabalhos
musicais com
características
populares e
composição de sons da
Compreensão das
diferentes formas
musicais
populares, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática e teórica
de técnicas e
modos de
paisagem sonora. composição
musical.
6ª SÉRIE – ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Proporção
Tridimensional
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas: Pintura,
escultura,
modelagem,
gravura...
Gêneros:
Paisagem, retrato,
natureza morta...
Arte
indígena
Arte Popular
Brasileira e
Paranaense
Renascimen
to Barroco
Percepção dos modos
de estruturar e compor
as artes visuais na
cultura destes povos.
Teoria das Artes Visuais
Produção de trabalhos
de artes visuais com
características da
cultura popular,
relacionando os
conteúdos com o
cotidiano do aluno.
Compreensão das
diferentes formas
artísticas
populares, suas
origens e práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática e teórica
de técnicas e
modos de
composição
visual.
6ª SÉRIE – ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGE
M
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Persona Representação, Comédia Percepção dos modos Compreensão
gem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Leitura
dramática,
Cenografia
Técnicas: jogos
teatrais, Mímica
improvisação,
formas
animadas...
Gênero: Rua,
arena,
Caracterização
Dell'Arte
Teatro
Popular
Brasileiro
Paranaense
Teatro
Africano
de fazer teatro, através
de diferentes espaços
disponíveis.
Teorias do Teatro
Produção de trabalhos
com teatro de arena, de
rua e indireto.
das diferentes
formas de
representação
presentes no
cotidiano, suas
origens e
práticas
contemporâneas.
Apropriação
prática
e teórica de
técni
cas e modos de
composição tea
trais, presentes
no cotidiano.
6ª SÉRIE – ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Ponto de Apoio
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Peso(leve,
pesado)
Fluxo (livre
interrompido e
conduzido)
Dança
popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Percepção dos modos
de fazer dança, através
de diferentes espaços
onde é elaborada e
executada.
Teorias da dança
Compreensão das
diferentes formas
de dança popular,
suas origens e
práticas
contemporâneas.
Tempo
Espaço
Rápido, lento e
moderado
Níveis (alto,
médio e baixo)
Formação
Direção
Gênero:
Folclórica,
popular, étnica.
Produção de trabalhos
com dança utilizando
diferentes modos de
composição.
Apropriação prática
e teórica de
técnicas e modos
de composição da
dança.
7ª SÉRIE – ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e
fusão de ambos
Técnicas: vocal,
instrumental,
mista
Indústria
Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock,
Tecno ...
Percepção dos modos
de fazer música,
através de diferentes
mídias (Cinema, Vídeo,
TV e Computador)
Teorias sobre música e
indústria cultural.
Produção de trabalhos
composição musical
utilizando
Compreensão das
diferentes formas
musicais no
Cinema e nas
mídias, sua função
social e ideológica
de veiculação e
consumo.
Apropriação
prática e teórica
equipamentos e
recursos tecnológicos.
das técnicas e
modos de
composição
musical nas
mídias;
relacionadas à
produção,
divulgação e
consumo.
7ª SÉRIE – ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Técnicas:
desenho,
fotografia,
audiovisuais,
mista...
Indústria
Cultural
Arte no
Séc.XX
Arte
Contemporân
ea
Percepção dos
modos de trabalhos
com artes visuais
diferentes mídias.
Teoria das Artes
Visuais e Mídias
Produção de
trabalhos de artes
visuais utilizando
equipamentos e
recursos
tecnológicos.
Compreensão das
artes visuais em
diversos no Cinema
e nas mídias, sua
função social e
ideológica de
veiculação e
consumo.
Apropriação prática
e teórica das
tecnologias e
modos de
composição das
artes visuais nas
mídias,
relacionadas à
produção e
divulgação e
consumo.
7ª SÉRIE – ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Persona
gem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Representação
no Cinema e
Mídias Texto
Dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos
teatrais, sombra,
adaptação
cênica.
Indústria
Cultural
Realismo
Expressionis
mo
Cinema
Novo
Percepção dos modos
de fazer teatro, através
de diferentes mídias.
Teorias da
representação no
teatro e mídias
Produção de trabalhos
de representação
utilizando
equipamentos e
recursos tecnológicos.
Compreensão das
diferentes formas
de representação
no Cinema e nas
mídias, sua função
social e ideológica
de veiculação e
consumo.
Apropriação
prática e teórica
das tecnologias e
modos de
composição da
representação nas
mídias;
relacionadas à
produção,
divulgação e
consumo.
7ª SÉRIE – ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração
desaceleração
Direções (frente,
atrás, direita e
esquerda)
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria
Cultural e
espetáculo.
Hip Hop
Musicais
Expressionis
mo
Indústria
Cultural
Dança
Moderna
Percepção dos modos
de fazer dança, através
de diferentes mídias
Teorias da dança de
palco e em diferentes
mídias
Produção de trabalhos
de dança utilizando
equipamentos e
recursos tecnológicos.
Compreensão das
diferentes formas
de dança no
Cinema, musicais
e nas mídias, sua
função social e
ideológica de
veiculação e
consumo.
Apropriação
prática e teórica
de técnicas e
modos de
composição da
dança nas mídias,
relacionadas à
produção,
divulgação e
consumo.
8ª SÉRIE – ÁREA MÚSICA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas: vocal,
instrumental,
mista
Gêneros:
popular,
folclórica, étnico
Música
Engajada
Música
Popular
Brasileira
Música
contemporâ
nea
Percepção dos
modos de fazer
música e sua função
social
Teorias da música.
Produção de
trabalhos com os
modos de
organização e
composição musical,
com enfoque na
Música Engajada.
Compreensão da
música como fator
de transformação
social.
Produção de
trabalhos musicais,
visando atuação do
sujeito em sua
realidade singular e
social.
8ª SÉRIE – ARTES VISUAIS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMENT
OS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Linha
Forma
Bidimensional
Tridimensional
Arte indígena
Arte Popular
Percepção dos
modos de fazer
Compreensão da
dimensão das Artes
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figura-fundo
Ritmo Visual
Técnicas:
Pintura, grafite,
performance...
Gêneros:
Paisagem
urbana, cenas do
cotidiano...
Brasileira e
Paranaense
Renascimen
to
Barroco
trabalhos com artes
visuais e sua função
social.
Teoria das Artes
Visuais
Produção de
trabalhos com os
modos de
organização e
composição como
fator de
transformação
social.
Visuais enquanto
fator de
transformação
social..
Produção de
trabalhos, visando
atuação do sujeito
em sua realidade
singular e social.
8ª SÉRIE – ÁREA TEATRO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Persona
gem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Técnicas:
Monólogo, jogos
teatrais, direção,
ensaio, Teatro-
Forum...
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Teatro
Engajado
Teatro do
Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do
Absurdo
Vanguardas
Percepção dos
modos de fazer
teatro e sua função
social
Teorias do teatro
Criação de trabalhos
Compreensão da
dimensão ideológica
presente no teatro e
o teatro enquanto
fator de
transformação social.
Criação de trabalhos
teatrais, visando
atuação do sujeito
em sua realidade
Espaço Iluminação
Figurino
com os modos de
organização e
composição teatral
como fator de
transformação social
singular e social.
8ª SÉRIE – ÁREA DANÇA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
EXPECTATIVAS
DE
APRENDIZAGEM
ELEMEN
TOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMEN
TOS E
PERÍODOS
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Ponto de Apoio
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamentos
Extensão (perto
e longe)
Coreografia
Deslocamento
Gênero:
Performance,
moderna
Vanguardas
Dança
Moderna
Dança
Contemporâ
nea
Percepção dos modos
de fazer dança e sua
função social.
Teorias da dança
Produção de trabalhos
com os modos de
organização e
composição da dança
como fator de
transformação social.
Compreensão da
dimensão da
dança enquanto
fator de
transformação
social.
Produção de
trabalhos com
dança, visando
atuação do sujeito
em sua realidade
singular e social.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Levando em conta que os conteúdos devem ser selecionados a partir da realidade
escolar e do interesse dos alunos seguindo uma evolução natural, tais conteúdos devem
ser abordados em sala de aula de forma teórica e prática, oportunizando a vivência
artística dos mesmos.
É importante elaborar exercícios e atividades como uma busca ao conhecimento
da área de arte, pensando a partir da realidade escolar, estimulando os estudantes a
produções artísticas, analisando sua própria produção e a dos outros de acordo com a
problemática estudada. É possível a ampliação dos saberes artísticos que incluem a
região, a escola, a sala de aula e outras regiões do Brasil; atividades que impliquem em
trocas, comparações e reflexões são elementos desafiantes e dinâmicos para o
conhecimento da arte e sua função na sociedade.
Deverão ser desenvolvidas atividades como; seminários, debates, pesquisas em
sala de aula, bibliotecas, visitas a museus e teatros, elaboração de textos, criação de
trabalhos práticos de dança, música, teatro, gráficos e desenhos (individual ou em
grupos), com materiais alternativos como sucatas, pigmentos naturais e outros. Também
serão realizadas atividades com tinta guache, aquarela, lápis 6B, lápis de cor e giz de
cera.
AVALIAÇÃO
No processo de avaliação do ensino das artes, espera-se que os alunos, na
interação com o professor, se apropriem dos conhecimentos artísticos, técnicos e
científicos, frente à produção da humanidade e a sua própria, bem como no contato com o
patrimônio artístico.
É importante esclarecer que os critérios aqui definidos partem do conhecimento
que a avaliação na perspectiva desta proposta, considera todos os envolvidos no
processo ensino-aprendizagem (alunos, professores, pais, enfim, toda a comunidade
escolar).
Portanto durante todo o processo de ensino-aprendizagem é importante que o
aluno saiba:
- Estabelecer relações com o trabalho de arte produzido por si e por outras
pessoas, sem discriminação estética, artística, étnica e de gênero.
- Identificar alguns elementos da linguagem visual, músicas e artes cênicas que se
encontram em múltiplas realidades.
- Reconhecer e apreciar vários trabalhos e objetos de artes através das próprias
emoções, reflexões e conhecimentos.
- Valorizar as fontes de documento, preservação e acervo da produção artística.
O aluno será avaliado em todo o processo de ensino-aprendizagem, levando em
consideração a participação nas atividades desenvolvidas nas aulas, interesse,
responsabilidade em trazer o material e pontualidade na entrega dos trabalhos estipulada
pelo professor, também a avaliação será feita através de pesquisas bibliográficas,
debates, seminários, apresentações artísticas, trabalhos individuais e em grupos, provas
escrita e oral e no seu processo de aprendizagem e evolução, respeitando sempre os
limites, a individualidade, não comparando alunos entre si e sim no progresso em relação
a si próprio. Fica estabelecido no mínimo três (03) avaliações no bimestre (ex: provas
escritas, pesquisas, apresentação do caderno e de trabalhos).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para Escola Pública do Paraná. Curitiba: SEED, 1990,
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2006.
MARQUES, Isabel. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2005.
MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte – Secretaria de Educação Fundamental, Brasília: 1998.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED-PR, 2006
CIÊNCIAS NATURAIS
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que
resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por Natureza
o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua
complexidade. Ao Homem cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na
Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço,
movimento, força, campo, energia e vida.
A Natureza legitima, então, os objetos de estudo das ciências naturais e da
disciplina de Ciências. Denominar uma determinada ciência de natural há uma maneira de
enunciar tal forma de legitimação (LOPES, 2007). Chauê (2005) corrobora tal afirmação
ao lembrar que no século XIX, sob influência dos filósofos franceses e alemães, dividiu-se
o conhecimento científico a partir de critérios como: tipo de objeto estudado, tipo de
método empregado e tipo de resultado obtido. Assim, as chamadas ciências naturais
passaram a ser tomadas como um saber distinto das ciências matemáticas, das ciências
sociais e das ciências aplicadas, bem como dos conhecimentos filosóficos, artísticos e do
saber cotidiano.
Freire (1979) comenta que “o homem deve ampliar os conhecimentos sob sua
forma de estar no mundo, substituindo por uma visão crítica a visão ingênua da realidade,
deformada por especialismos estreitos”. O ensino de Ciências contribui para que isso
aconteça, dando uma visão global de mundo, respeitando a diversidade cultural, étnica,
social proporcionando a todos a oportunidade de apropriar-se de conteúdos que permitam
o respeito ao homem e a tudo que o rodeia, o que certamente traz uma vivência moral,
étnica, social e ambientalmente correta, que pode ser traduzida como qualidade de vida e
o preparo para a sociedade do trabalho sabidamente tecnológica.
Em 1946 surgiu o Ibecc (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura),
instituição vinculada à UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) cujo objetivo era “promover a melhoria da formação científica dos
alunos que ingressariam no ensino superior e, assim, contribuir de forma significativa ao
desenvolvimento nacional” (BARRA e LORENZ, 1986, p.1971) e, desse modo, melhorar a
qualidade do ensino.
Com o Ibecc, a realidade do ensino de Ciências sofreu mudanças significativas,
pois foram estimuladas discussões sobre os livros didáticos de Ciências, que até então
refletiam o pensamento pedagógico europeu para essa disciplina, estabeleceram-se
também os conteúdos de ensino, bem como a metodologia a ser desenvolvida em sala de
aula.
A incursão pela história da ciência permite identificar que não existe um único
método científico, mas a configuração de métodos científicos que se modificaram com o
passar do tempo.
Desde os pensadores gregos até o momento histórico marcado pelo positivismo,
principalmente com Comte, no século XIX, observa-se uma crescente valorização do
método científico, porém, com posicionamentos epistemológicos diferentes em cada
momento histórico.
A aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no entendimento de
que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significados.
Isso põe o processo de construção de significados como elemento central do processo de
ensino-aprendizagem.
O estudante constrói significados cada vez que estabelece relações “substantivas e não-
arbitrárias” entre o que conhece de aprendizagens anteriores (nível de desenvolvimento
real - conhecimentos alternativos) e o que aprende de novo (AUSUBEL, NOVAK e
HANESIAN, 1980).
As relações que se estabelecem entre o que o estudante já sabe e o conhecimento
específico a ser ensinado pela mediação do professor, não são arbitrárias, pois dependem
da organização dos conteúdos; de estratégias metodológicas adequadas; de material
didático de apoio potencialmente significativo; e da “ancoragem” em conhecimentos
especificamente relevantes já existentes na estrutura cognitiva do estudante (MOREIRA,
1999).
OBJETIVOS GERAIS
Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em
sociedade como agente de transformações do mundo em que vive, em
relação especial com os demais seres vivos componentes do ambiente.
Desenvolver no aluno a habilidade de avaliar informações, reconhecer
problemas, interpretar fatos, leis, teorias e princípios.
Compreender como as teorias geocêntricas e heliocêntricas explicam os
movimentos dos corpos celestes, relacionando esses movimentos a dados
de observação e a importância histórica dessas diferentes visões para a
humanidade.
Identificar relações entre conhecimento cientifico, produção de tecnologia
condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e
compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,
sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das praticas cientifico
tecnológico.
Compreender a ciência como um processo de produção de conhecimento e
uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,
econômica, política e cultural.
Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e
coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes.
Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a
partir de elementos das ciências naturais, colocando em pratica conceitos
procedimentos e atitudes desenvolvidas no aprendizado escolar.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
A seleção dos conteúdos de ensino de Ciências deve considerar a relevância dos
mesmos para o entendimento do mundo no atual período histórico, para a constituição da
identidade da disciplina e compreensão do seu objeto de estudo, bem como facilitar a
integração conceitual dos saberes científicos na escola. Sendo assim, os conteúdos de
Ciências valorizam conhecimentos científicos das diferentes Ciências de referência –
Biologia, Física, Química, Geologia, Astronomia, entre outras. A metodologia de ensino
deve promover inter-relações entre os conteúdos selecionados, de modo a promover o
entendimento do objeto de estudo da disciplina de Ciências. Essas inter-relações devem
se fundamentar nos Conteúdos Estruturantes.
Nestas diretrizes, o conceito de Conteúdo Estruturante é entendido como
conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam as disciplinas escolares
além de fundamentarem as abordagens pedagógicas dos conteúdos específicos.
Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a partir da
historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do currículo, além
de estruturar a disciplina frente ao processo acelerado de especialização do seu objeto de
estudo e ensino (LOPES, 1999).
Propõe-se, então, que o ensino de Ciências ocorra por meio de uma integração
conceitual que estabeleça relações entre os conceitos científicos escolares de diferentes
conteúdos estruturantes da disciplina (relações conceituais); entre eles e os conteúdos
estruturantes das outras disciplinas do Ensino Fundamental (relações interdisciplinares);
entre os conteúdos científicos escolares e o processo de produção do conhecimento
científico (relações contextuais).
Nestas Diretrizes Curriculares são apresentados cinco Conteúdos Estruturantes
fundamentados na história da ciência, base estrutural de integração conceitual para a
disciplina de Ciências no Ensino Fundamental. São eles:
Astronomia
Matéria
Sistemas Biológicos
Energia
Biodiversidade
Os conteúdos estruturantes são construídos a partir da historicidade dos conceitos
científicos e estão atrelados a uma concepção política de educação, por isso não são
escolhas neutras. Por serem históricos, nem sempre serão os mesmos, pois em outro
período e de outra perspectiva teórica essa seleção seria, certamente, diferente da
apresentada nestas Diretrizes.
Propõe-se que o professor trabalhe com os cinco conteúdos estruturantes em
todas as séries, a partir da seleção de conteúdos específicos adequados ao nível de
desenvolvimento cognitivo do estudante e aborde a história e cultura afro-brasileira, a
história e a cultura dos povos indígenas, educação sexual e educação ambiental. Para o
trabalho pedagógico, o professor deverá manter o necessário rigor conceitual, adotar uma
linguagem adequada à série, problematizar os conteúdos em função das realidades
regionais, além de considerar os limites e possibilidades dos livros didáticos de Ciências.
Sugerem-se, a seguir, alguns Conteúdos Básicos que podem orientar a seleção
de conteúdos específicos a serem trabalhados a partir de cada conteúdo estruturante.
ASTRONOMIA
A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, pois é uma das
ciências de referência para os conhecimentos sobre a dinâmica dos corpos celestes.
Numa abordagem histórica traz as discussões sobre o geocentrismo e o eliocentrismo,
bem como sobre os métodos científicos, conceitos e modelos explicativos que envolveram
tais discussões. Além disso, os fenômenos celestes são de grande interesse dos
estudantes porque por meio deles buscam-se explicações alternativas para
acontecimentos regulares da realidade, como o movimento aparente do sol, as fases da
lua, as estações do ano, as viagens espaciais, entre outros.
Este conteúdo estruturante possibilita estudos e discussões sobre a origem e a
evolução do Universo. Sugerem-se, a seguir, alguns Conteúdos Básicos que envolvem
conceitos científicos minimamente necessários para o entendimento de questões
astronômicas e suas relações com o objeto de estudo da disciplina de Ciências:
Universo;
sistema solar;
movimentos celestes e terrestres;
astros;
origem e evolução do universo;
gravitação universal.
Tais conteúdos básicos não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem ser
ampliados pelo professor em função de interesses regionais e do avanço na produção do
conhecimento científico. Assim, como, em cada um deles devem ser selecionados
conteúdos mais específicos.
MATÉRIA
No conteúdo estruturante Matéria propõe-se a abordagem de conteúdos
específicos que privilegiem o estudo da constituição dos corpos, entendidos
tradicionalmente como objetos materiais quaisquer que se apresentam à nossa percepção
(RUSS, 1994). Sob o ponto de vista científico, permite o entendimento não somente sobre
as coisas perceptíveis como também sobre sua constituição, indo além daquilo que num
primeiro momento vemos, sentimos ou tocamos.
Sugerem-se alguns conteúdos básicos que envolvem conceitos científicos essenciais
para o entendimento da constituição e propriedades da matéria e suas relações com o
objeto de estudo da disciplina de Ciências:
• constituição da matéria;
• propriedades da matéria.
Tais conteúdos básicos não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem ser
ampliados pelo professor em função de interesses regionais ou do avanço na produção
do conhecimento científico. Assim, como, em cada um deles devem ser selecionados
conteúdos mais específicos.
SISTEMAS BIOLÓGICOS
O conteúdo estruturante Sistemas Biológicos aborda a constituição dos sistemas
orgânicos e fisiológicos, bem como suas características específicas de funcionamento,
desde os componentes celulares e suas respectivas funções até o funcionamento dos
sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos, como por exemplo, a
locomoção, a digestão e a respiração.
Parte-se do entendimento do organismo como um sistema integrado e amplia-se a
discussão para uma visão evolutiva, permitindo a comparação entre os seres vivos, a fim
de compreender o funcionamento de cada sistema e das relações que formam o conjunto
de sistemas que integram o organismo vivo.
Neste conteúdo estruturante, sugerem-se alguns conteúdos básicos que envolvem
conceitos científicos escolares para o entendimento de questões sobre os sistemas
biológicos de funcionamento dos seres vivos e suas relações com o objeto de estudo da
disciplina de Ciências:
• níveis de organização;
• célula;
• morfologia e fisiologia dos seres vivos;
• mecanismos de herança genética.
Tais conteúdos básicos não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem ser
ampliados pelo professor em função de interesses regionais ou do avanço na produção
do conhecimento científico. Assim, como, em cada um deles devem ser selecionados
conteúdos mais específicos.
ENERGIA
Este Conteúdo Estruturante propõe o trabalho que possibilita a discussão do
conceito de energia, relativamente novo a se considerar a história da ciência desde a
Antiguidade. Discute-se tal conceito a partir de um modelo explicativo fundamentado nas
idéias do calórico, que representava as mudanças de temperatura entre objetos ou
sistemas. Ao propor o calor em substituição à teoria do calórico, a pesquisa científica
concebeu uma das leis mais importantes da ciência: a lei da conservação da energia.
Nestas diretrizes destaca-se que a ciência Física não define energia. Assim, tem-se
o propósito de provocar a busca de novos conhecimentos na tentativa de compreender o
conceito energia no que se refere às suas várias manifestações, como por exemplo,
energia mecânica, energia térmica, energia elétrica, energia luminosa, energia nuclear,
bem como os mais variados tipos de conversão de uma forma em outra.
Neste conteúdo estruturante, sugerem-se alguns conteúdos básicos que envolvem
conceitos científicos essenciais para o entendimento de questões sobre a conservação e
a transformação de uma forma de energia em outra e suas relações com o objeto de
estudo da disciplina de Ciências:
• formas de energia;
• conversão de energia;
• transmissão de energia.
Tais conteúdos básicos não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem ser
ampliados pelo professor em função de interesses regionais ou do avanço na produção
do conhecimento científico. Assim, como, em cada um deles devem ser selecionados
conteúdos mais específicos.
BIODIVERSIDADE
O conceito de biodiversidade, nos dias atuais, deve ser entendido para além da
mera diversidade de seres vivos. Reduzir o conceito de biodiversidade ao número de
espécies seria o mesmo que considerar a classificação dos seres vivos limitada ao
entendimento de que eles são organizados fora do ambiente em que vivem.
Pensar o conceito biodiversidade na contemporaneidade implica ampliar o
entendimento de que essa diversidade de espécies, considerada em diferentes níveis de
complexidade orgânica, habita em diferentes ambientes, mantém suas inter-relações de
dependência e está inserida em um contexto evolutivo (WILSON, 1997).
Esse conteúdo estruturante visa, por meio dos conteúdos específicos de Ciências,
a compreensão do conceito de biodiversidade e demais conceitos intra-relacionados.
Espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos
científicos que interagem num processo integrado e dinâmico envolvendo a diversidade
de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas estabelecidas entre essas espécies
com o ambiente ao qual se adaptaram, viveram e ainda vivem; e os processos evolutivos
pelos quais tais espécies têm sofrido transformações.
Sugerem-se, para este conteúdo estruturante, alguns conteúdos básicos que
envolvem conceitos científicos para o entendimento de questões sobre a biodiversidade e
suas relações com o objeto de estudo da disciplina de Ciências:
♦ organização dos seres vivos;
♦ sistemática;
♦ ecossistemas;
♦ interações ecológicas;
♦ origem da vida;
♦ evolução dos seres vivos.
Tais conteúdos básicos não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem ser
ampliados pelo professor em função de interesses regionais ou do avanço na produção
do conhecimento científico. Assim, como, em cada um deles devem ser selecionados
conteúdos mais específicos.
CONTEÚDOS BÁSICOS
5ª SÉRIE
ASTRONOMIA
- Universo
− Sistema Solar
− Movimentos Terrestres
− Movimentos Celestes
− Astros
MATÉRIA
♦ Constituição da Matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
• Níveis de Organização Celular
ENERGIA
− Formas de Energia
− Conversão de Energia
− Transmissão de Energia
BIODIVERSIDADE
− Organização dos Seres Vivos
− Ecossistemas
− Evolução dos Seres Vivos
6ª SÉRIE
ASTRONOMIA
Astros
Movimentos terrestres
Movimentos Celestes
MATÉRIA
− Constituição da Matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
− Célula
− Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
• Formas de Energia
• Transmissão de Energia
BIODIVERSIDADE
- Origem da vida
- Organização dos Seres vivos
- Sistemática
7ª SÉRIE
ASTRONOMIA
• Origem e evolução do Universo
MATÉRIA
− Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
− Célula
− Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
- Formas de energia
BIODIVERSIDADE
− Evolução dos seres vivos
8ª SÉRIE
ASTRONOMIA
− Astros
− Gravitação universal
MATÉRIA
− Propriedades da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
− Morfologia e fisiologia dos seres vivos
− Mecanismos de herança genética
ENERGIA
♦ Formas de energia
♦ Conservação de energia
BIODIVERSIDADE
Interações ecológicas
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
As metodologias aplicadas ao ensino de Ciências não podem ser tratadas como
receitas de bolos, de modo fixo. Cabe ao professor desenvolver uma visão global dos
conteúdos, de modo criativo e oportuno, aplicá-los.
Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o
professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o tempo
disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político
Pedagógico da escola, os interesses da realidade local e regional onde a escola está
inserida, a análise crítica dos livros didáticos de Ciências disponíveis e informações
atualizadas sobre os avanços da produção científica.
Para isso é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam entendidos
em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas de
conhecimento físico, químico e biológico; estabeleçam relações interdisciplinares e sejam
abordados a partir dos contextos tecnológico, social, cultural, ótico e político que os
envolvem.
É preciso despertar no educando o desejo de aprender; é preciso motivá-lo para
que ele resolva querer aprender. Exige-se que o professor conheça os conteúdos, pois
caso contrário pode ocorrer o que acontece com o aprendiz de feiticeiro. Esse saber deve
fornecer subsídios ao aluno, orientá-lo como atingir por si só o que quer saber e fazer.
É de vital importância também que o aluno tenha condições de aumentar suas
possibilidades de abstração, partindo ou não de experiências do seu cotidiano, seja um
ser equilibrado na compreensão e na posse do conhecimento progressivo de si mesmo,
das próprias potencialidades e limites, nas dimensões biológica, psicológica, social e
espiritual, sujeito de sua própria educação e eficiente colaborador na educação dos
outros, com um sadio e construtivo relacionamento com o meio ambiente.
As aulas participativas, nas quais o aluno discute, emite opiniões e críticas, levanta
hipóteses e constrói novos conceitos, estimulam o aluno a participar ativamente do
processo ensino aprendizagem, a buscar respostas e a aprender a pensar.
As metodologias usadas serão: aulas expositivas, aulas dialogadas, leitura e
interpretação dos textos, discussão dos temas e dos exercícios realizados pelos alunos,
trabalhos em grupo, utilizando as diversas técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas
feitas pelos alunos com especialistas de diferentes áreas, palestras, realização de
atividades de campo, realização de experimentos, utilização de material audiovisual
(vídeos, DVDs, slides, fotos, multimídia, acesso à internet) pesquisas bibliográficas,
painéis, debates e experiências.
Para garantir que as possibilidades de participação dos alunos se desenvolvam, é
necessário um acompanhamento dos professores, de forma planejada e que vá se
transformando de acordo com o desenvolvimento da autonomia dos alunos.
AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos principais componentes do processo de aprendizagem dos
educandos. É por ela que o professor observa, verifica, analisa, interpreta os
comportamentos, os progressos, as reações, a socialização dos alunos. Deve ser
contínua, cumulativa e permanente, possibilitando a observação concreta da construção
do conhecimento.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 no artigo 24, inciso V,
sobre a avaliação escolar afirma que, devem prevalecer os aspectos qualitativos sobre os
aspectos quantitativos e dos resultados obtidos ao longo do ano sobre os de provas finais.
Segundo o pedagogo Cipriano Carlos Luckesi, avaliar tem basicamente três
passos:
• Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da
realidade.
• Comparar essa informação com o que é importante na qualificação do processo
educativo.
• Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.
Cabe ao professor definir critérios de avaliação, listá-los e informá-los aos alunos
que deverão saber que ela será contínua e que lhes serão oferecidas pelo menos três
oportunidades por bimestre para que ela se realize.
A avaliação qualitativa deve estar alicerçada na qualidade do ensino, será feita
durante o ano todo, avaliará o ritmo e a capacidade individual dos alunos. Será qualitativa,
mas não classificatória, proporcionando a democratização do ensino de Ciências. Esse
procedimento permitirá ao professor avaliar o desenvolvimento de uma série de
capacidades, valores e atitudes, entre eles:
A capacidade para formular perguntas e suposições sobre determinado fato ou
fenômeno.
A capacidade para valer-se de diversos mecanismos instrucionais na busca e
coleta de informações.
O desembaraço, a concisão e a clareza na comunicação oral e escrita de
suposições, dados e conclusões.
A atitude de respeito pelo outro, pela natureza, enfim, por todos os seres vivos.
A manipulação adequada de materiais e substâncias nas atividades experimentais.
A manifestação de opiniões em consonância com o saber adquirido.
Provas escritas de tipos variados, com questões abertas e / ou questões de
múltipla escolha, elaboradas com cuidado e conhecimentos técnicos.
Provas práticas que não se restrinjam a avaliar unicamente a capacidade do aluno
de manipular equipamentos ou identificar substâncias e espécimes, mas também
como o aluno se comporta diante de uma questão concreta. A avaliação, neste
caso, recai também sobre a capacidade de observar, interpretar e criar.
Trabalhos teóricos em sala, em grupo ou individuais, para que os alunos possam
socializar e debater sobre seus conhecimentos.
Trabalhos de pesquisa para que o estudante possa Ter a oportunidade de
aumentar o volume de conhecimentos sobre as novas descobertas, estudos ou
invenções científicas.
Se for detectada defasagem de aprendizagem, deve ser dado ao aluno novas
condições para que ele recupere os conteúdos, utilizando metodologias diversificadas,
que diferem das que já foram utilizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de ciências para o Ensino Fundamental. Curitiba. 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola pública do estado do Paraná. 3ª ed. Curitiba. SEED. 1997.
BRASIL, Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9394/96, art. 24, inciso V, alínea a. Brasília, 1996.
Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Carmela Bortot-EF
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos eproposições. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Educação Física é considerada uma ciência multidisciplinar na qual são
estudadas e aplicadas atividades físicas específicas, entendendo-se que o objetivo de
promover, prevenir e preservar a saúde do ser humano, saúde não é apenas ausência de
doenças, mas sim o completo estado do bem estar físico-mental e social do indivíduo. É
um meio de educação e fonte de atividades grupais e individuais bastante ricas e variadas
que proporcionam o desenvolvimento das qualidades necessárias ao bem estar do ser
humano.
A partir do seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física
deve garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações
ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir
com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo,
reconhecendo-se como sujeito , que é produto, mas também agente histórico, político,
social e cultural.
Como todas as disciplinas, a Educação Física deve ser planejada para atingir seus
objetivos de forma organizada. O planejamento e a organização devem estar adequadas
a faixa etária dos alunos, proporcionando motivação, nível e condições para que eles
passem de praticantes eventuais a praticantes regulares buscando a saúde.
Objetivos Gerais
• Reconhecer a importância da Educação Física no dia-a-dia e da descoberta sobre
o mais importante patrimônio de que dispomos: nosso próprio corpo.
• Descrever as capacidades motoras, cognitivas e afetivas por meio da prática da
cultura corporal do movimento.
• Desenvolver as capacidades motoras, cognitivas e afetivas por meio da
corporalidade, cooperando com a transformação e formação de cidadãos críticos,
conscientes e autônomos, ativos e participativos de seu tempo, espaço e
sociedade.
Conteúdos Estruturantes
Definidos como os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas
que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, os
Conteúdos Estruturantes são considerados fundamentais para compreender seu objeto
de estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais.
Devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um
dos níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao
conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no processo de
ensino/aprendizagem.
Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma abordagem que
contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,
históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade
representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as diferenças, na
formação social crítica e autônoma.
Os Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação
Básica são os seguintes:
• Esporte;
• Jogos e brincadeiras;
• Ginástica;
• Lutas;
• Dança.
Metodologia
A Educação Física deve ser trabalhada de forma ampla, objetiva, propondo formas
de atuação que proporcionem o desenvolvimento de um universo de alunos, não tão
somente aqueles mais habilidosos. Para tal devemos trabalhar a Educação Física de
forma lúdica e educativa, o jogo pré-desportivo, as atividades recreativas e ter como
orientação central a aptidão física, saúde e qualidade de vida.
Quando falamos em educação para a saúde e qualidade de vida, falamos também
de interdisciplinaridade, buscando trabalhar com projetos articulados com Português,
História, Geografia. As diversas áreas das ciências, utilizando seus conteúdos,
promovendo palestras, debates, aulas com vídeo, promovendo assim uma integração
com as demais disciplinas.
O esporte deverá ser abordado com uma maior flexibilidade nas regras de
competição fazendo com que o mesmo represente um vetor positivo de saúde, pois são
nas dimensões “atividade física e exercício” que o movimento humano pode beneficiar
mais à saúde.
Vincular as aulas práticas de uma fundamentação teórica, com as competências a
serem desenvolvidas, com um planejamento que atende aos interesses de todos os
alunos.
A prática da Educação Física deverá oportunizar ao aluno, conhecimentos que
farão ter plena consciência de que atividade física deve ser realizada com o conhecimento
teórico e prático das diversas áreas de abrangência da disciplina.
Para enriquecer o trabalho, poderão ser utilizados recursos tecnológicos, como a
apresentação de vídeos na TV multimídia, o DVD, micro system, laboratório de
informática enfim, tudo o que de alguma forma contribua para facilitar a aprendizagem.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos, que são: Educação Fiscal, Meio
Ambiente, História e Cultura Indígena, Afro-brasileira, Africana, Prevenção ao uso
Indevido de Drogas, Sexualidade Humana e Enfrentamento a Violência, deverão ser
trabalhados de forma articulada aos conteúdos estruturantes , proporcionando ao aluno
a promoção e preservação dos valores culturais e sociais, bem como, oportunizar
reflexões em torno dos temas, formando assim, no aluno, um senso crítico-construtivo
perante tais temas.
Os conteúdos serão os mesmos para todos, porém, o grau de complexidade e
aprofundamento deverá ser maior de acordo com a série a serem trabalhadas.
Avaliação
As atividades e projetos apresentados em nenhum momento acenarão para os
mecanismos de acerto e erro, com vistas à execução dos movimentos levando os alunos
a resultados esperados e que culminam em classificação e seleção.
A forma de avaliar por nós proposta, deve ser participativa e construtiva, passando
por trilhas, caminhos de “reconstrução, transformação, novos olhares e
encaminhamentos”.
Há de se considerar que na avaliação em processo, tanto o professor quanto o
aluno têm ações conjuntas, ao mesmo tempo o professor reelabora sua prática
pedagógica o aluno visualiza e identifica seus avanços e recuos com vistas às novas
conquistas em sua trajetória escolar.
Esta proposta de avaliação prioriza a sua função diagnostica, detectando pontos
fortes e fracos, aspectos positivos da aprendizagem, proporcionando pistas para um
acompanhamento mais efetivo do aluno.
A avaliação também será visualizada de forma abrangente e contextualizada, pois
um movimento, gesto. ato, deve analisado, debatido, discutido e praticado tanto pelo
aluno quanto pelo professor em todos os momentos do processo ensino-aprendizagem.
Desta forma, a simples ação do “ser capaz de” passará para um nível maior de
significancia, compreensão que é a elaboração e construção do conhecimento.
O processo de avaliação partirá de um diagnóstico inicial individual e coletivo, o
qual facilitará a condução das atividades.
Será continua devido à observação constante do professor para que consiga dados
para analisar os progressos de seus educandos. Tais observações se darão acerca das
diferenças e possibilidades individuas; segurança, organização e respeito às regras;
colaboração com o grupo; postura receptiva frente a diferentes manifestações culturais
como fonte de aprendizagem; prática de hábitos saudáveis no desenvolvimento das
atividades propostas.
O aluno será avaliado pelos progressos e aprendizagens que atingiu no decorrer
do desenvolvimento das aulas, onde cada um deverá ser comparado só com ele mesmo.
Também serão considerados no decorrer das avaliações, além do aspecto motor,
aspectos afetivo/social e cognitivo, os quais devem ser trabalhados de forma dinâmica e
articulados.
Os conteúdos que não foram dominados satisfatoriamente serão retomados pelos
professores, utilizando-se de outras habilidades que possibilitem o pleno domínio destes.
Deve o professor criar através das mais diversas metodologias possibilidades para que a
competência proposta seja formada no educando, revendo o que se propõe sempre que
necessário.
Referências Bibliográficas
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008. Secretaria de Estado da
Educação do Paraná
ADORNO, Theodor W. 2000. Educação e Emancipação. 2ª edição. São Paulo: Paz e
Terra.
MARCUSE, Herbert, 1999. Algumas implicações sociais da tecnologia moderna. In:
Tecnologia, guerra e fascismo. São Paulo: UNESP.
VAZ, Alexandre Fernandez, 1999. Treinar o corpo, dominar a natureza: notas para uma
análise do esporte com base no treinamento corporal. Cadernos Cedes, n. 48, p. 89 –
108.
ENSINO RELIGIOSO
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Ensino Religioso tem início no Brasil no Período Jesuítico,
identificada nas atividades de evangelização promovida pela Companhia de Jesus e
outras instituições religiosas de confissão católica, catequizando os índios.
Com a separação entre Estado e Igreja – Período Republicano - todas as
instituições e assuntos de ordem pública e consequentemente, a educação do povo
foram incumbidos da tarefa de reestruturar de acordo com o critério de laicidade
interpretada no sentido de neutralidade, surgindo, assim, o impulso de dissolver o
modelo de educação baseado na catequese religiosa.
Em 1934, o Estado Novo introduziu a disciplina de Ensino Religioso nos
currículos da educação pública, garantindo o direito individual de liberdade de credo e
que, por outro lado, mantivesse um caráter facultativo para os estudantes não
católicos.
A força da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 só
foi sentida em meados da década de 60, quando o aspecto confessional do Ensino
Religioso foi suprimido do inciso IV do artigo 168 da Constituição de 1967: “o Ensino
Religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas oficiais de grau primário e médio.” Porém, as aulas continuavam relegadas a
professores voluntários ligados às denominações religiosas e, consequentemente,
sofriam forte influência do caráter confessional dessas instituições. O Estado se
esquivava, continuamente, de sua responsabilidade com o Ensino Religioso, o que
resultava na fragmentação da identidade dessa disciplina. Prova desse fato consta na
LDB 4024/61, que mantinha o caráter facultativo da disciplina e esta não poderia
acarretar ônus aos poderes públicos.
Em 20 de dezembro de 1973, através de uma assembleia constituída por
representantes de diferentes confissões religiosas, tais como católicos, luterana,
metodista, presbiteriana e evangélica reformada, construíram a Assintec – Associação
Internacional de Educação de Curitiba com a finalidade de implantar e implementar a
Educação Religiosa nas escolas Públicas do Estado do Paraná.
Com o tempo e diante das perspectivas da Nova Constituição Federal, a
Assintec juntamente como a Irpamat (MS) e Cier (SC), destacam-se nacionalmente por
terem encaminhado a primeira proposta popular de emenda no Congresso Nacional.
Como consequência das lutas empreendidas em favor do Ensino Religioso,
resulta o texto aprovado pela Constituição Federal, capítulo III, seção I artigo 210,
parágrafo 1º: O Ensino Religioso de Matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais, das escolas públicas do Ensino Fundamental.
É também essencial que seja considerado a visão de pessoa humana, capaz de
se relacionar com o mundo, com a natureza através de uma visão sistêmica, global
ou holística.
Neste sentido, propõe-se uma Educação Religiosa de forma crítica, que se alia
às políticas de socialização do saber, do resgate de conteúdos, do papel essencial da
escola e da competência profissional do educador, e antes de tudo, uma visão
contextualizada e com uma postura interdisciplinar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96, artigo 2º; artigo
22º e artigo 32º colocam o Ensino Religioso como disciplina, com um novo olhar, uma
nova perspectiva configurada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º
9394/96, artigo 33 e nova redação na Lei n.º 9475/97, superando o proselitismo no
espaço escolar.
Ensino Religioso deve focar o conhecimento religioso, o respeito as diferentes
manifestações do sagrado. Considerar a diversidade religiosa no Estado, a
necessidade do diálogo/estudo na escola sobre as diferentes leituras do sagrado na
sociedade.
1. Ensino Religioso tem por base a diversidade expressa nas
diferentes expressões religiosas. Aquilo que para as igrejas é objeto de fé,
para a escola é objeto de estudo.Ensino Religioso perdeu sua função
catequética, pois com a manifestação do pluralismo religioso na
sociedade brasileira, o modelo, o modelo curricular centrado na
doutrinação passou a ser muito questionado.
Também foi superado a ideia de trabalhar com valores humanos e princípios
éticos, avançado para o Ensino Religioso enquanto conhecimento religioso. Assim,
uma das problematizações proposta é a abordagem do conhecimento religioso.
Tendo como objeto de estudo o sagrado. Pensar esse objeto pressupões
percorrer os conteúdos estruturantes e conteúdos específicos da disciplina.
Com base na diversidade religiosa, o Ensino Religioso define como objeto de
estudo o sagrado como foco do Fenômeno Religioso define como objeto de estudo
sagrado como foco do Fenômeno Religioso, por contemplar algo que está presente em
todas as tradições religiosas, favorecendo, assim, uma abordagem ampla dos
conteúdos específicos da disciplina.
O Sagrado perpassará todo o currículo de Ensino Religioso, de modo a permitir
uma análise mais completa de sua presença nas diferentes manifestações religiosas.
Não é direcionado a nenhuma religião, mas sim, em procurar compreender o ser
humano, sua experiência e história, de modo que , compreendendo a si mesmo venha
compreender o próximo e a sociedade.
Sendo assim, o Ensino Religioso objetivará que os educandos possam refletir e
entender como os grupos se constituem culturalmente e como se relacionam com o
Sagrado, permitindo que se compreende a trajetória de tais grupos, suas
manifestações no espaço escolar, bem público, de direito a todos, possibilitando a
reflexão e a análise sistematizada sob a ótica do conhecimento e não doutrinal, na
medida em que estabelece relações entre culturas, espaços, tempos e diferenças,
para que no entendimento destes elementos se possa elaborar o saber, com vista à
humanização dos sujeitos.
Portanto, caberá ao professor, nas aulas de Ensino Religioso, propiciar aos
educandos a oportunidade de identificação, de entendimento, de conhecimento, de
aprendizagem às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de tal
forma que tenham a amplitude da própria cultura na qual estão inseridos. Essa
compreensão deve favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa em relações
éticas diante da sociedade, fomentando medidas de repúdio a toda e qualquer forma
de preconceitos e discriminações e o reconhecimento que todos são portadores de
singularidade irredutível.
Sendo assim, o Ensino Religioso permitirá que os educandos possam refletir e
entender como os grupos se constituem culturalmente e como se relacionam com o
Sagrado, permitindo que se compreenda a trajetória de tais grupos, suas
manifestações no espaço escolar, bem público, de direito a todos, possibilitando a
reflexão e a analise sistematizada sob a ótica do conhecimento e não doutrinal, na
medida em que estabelece relações entre culturas, espaços , tempos e diferenças,
para que no entendimento destes elementos se possa elaborar o saber, com vista à
humanização dos sujeitos.
2- CONTEÚDOS
Entende-se por conteúdos estruturantes, os saberes, os conhecimentos de
grande amplitude, conceitos ou praticas que identificam e organizam os campos de
estudos a serem contemplados no Ensino Religioso. A saber, os conteúdos
estruturantes são: Paisagem religiosa, texto sagrado e símbolo.
• Paisagem religiosa;
• Universo simbólico;
• Textos sagrados
5ª SÉRIE
CONTEÚDO
• Organização religiosa;
• Lugares Sagrados;
• Símbolos Sagrados;
• Textos Orais ou Escritos
♦
♦ 6ª SÉRIE
CONTEÚDO
Festas Religiosas;
Lugares Sagrados;
Símbolos Sagrados;
Textos Orais e Escritos
3- METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A forma de apresentação dos conteúdos específicos explicita a intenção a partir
de abordagens de manifestações religiosas ou expressões do sagrado, partindo do
conhecimento dos alunos, para posteriormente inserir os conteúdos que tratam de
manifestações religiosas desconhecidas.
Deste modo, pretende-se evitar a redução dos conteúdos da disciplina às
manifestações religiosas hegemônicas que historicamente tem ocupado um grande
espaço nas aulas de Ensino Religioso e pouco tem acrescentado no processo de
formação dos educandos, ou seja, no alargamento de compreensão e do seu
conhecimento a respeito da diversidade religiosa e dos múltiplos significados do
sagrado.
• Leitura e reflexão de variados textos, frases, histórias, fábulas, filmes,
desenhos, etc.
• Circulo de debates;
• Debates;
• Produções textuais (poemas, cartazes, redações, frases, etc) visando uma visão
sistemática dos temas.
• Dramatizações; Dinâmicas; Análises textuais; Palestras; Entrevistas; Relato de
Experiências; Observações; Exposições;
• Trabalhar sempre procurando desenvolver o individual, como parte do coletivo,
apropriando-se das dinâmicas de grupo.
• Utilização das tecnologias como multimídia, pendrive, textos impressos.
No que se refere às leis: Lei 10693/03 “História e Cultura Afro”, Lei 9795/99
“Meio Ambiente” e lei 11645/08 “História e cultura dos povos indígenas”, estas serão
trabalhadas ao relacionar-se a história religiosa destes povos, suas organizações
religiosas, símbolos, paisagens entre outros.
Quanto aos Desafios Educacionais Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao
uso indevido de drogas e violência, Educação Ambiental, Educação Fiscal), estes serão
incluídos quando possível e/ou necessários aos assuntos trabalhados na disciplina, ou
ainda quando virem de encontro aos projetos, programas ou campanhas promovidos
pela escola, pela secretária de educação ou pelo município.
4- AVALIAÇÃO
O Ensino Religioso não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas
no que se refere a atribuição de notas e conceitos, ou seja, não se constitui como
objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas ou conceitos na
documentação escolar, isso se justifica pelo caráter facultativo da matricula na
disciplina.
Cabe ao professor a implementação de práticas avaliativas observando a
participação dos alunos nas atividades escritas, na produção de textos, nos relatos
orais, nos trabalhos em grupos acompanhando o processo de apropriação de
conhecimento dos mesmos, tendo como parâmetro os conteúdos estudados e os seus
objetivos.
Por exemplo, observar em que medida o aluno expressa uma relação respeitosa
com os colegas de classe que tem opções religiosas diferentes da sua.
Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações, o
professor terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processo de
apropriação dos conteúdos.
É importante lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está em um processo
recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que
poderá contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares.
Com esta pratica, os alunos, especificamente, terão a oportunidade de retomar
os conteúdos como também poderão perceber que a apropriação dos conhecimentos
desta disciplina lhe possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade cultural
da qual a religiosidade é parte integrante, bem como, possibilitará a articulação desta
disciplina com os demais componentes curriculares, os quais também abordam
aspectos relativos à cultura.
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DCE – Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado
do Paraná; SEED. Curitiba, 2006.
SEED – Caderno Pedagógico de Ensino Religioso: O Sagrado no Ensino Religioso,
Curitiba, 2008.
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Geografia oferece instrumentos essenciais para a compreensão e interação na realidade
social. Através dela, pode-se compreender como diferentes sociedades integram com a natureza
na construção de seu espaço, as singularidades de um lugar, o que o diferencia e o aproxima de
outros lugares, assim, adquirir uma consciência maior dos vínculos afetivos e de identidade que
se estabelece com ele. Também pode-se conhecer as múltiplas relações de um lugar com outros
lugares, distantes no tempo e no espaço e perceber as relações do passado com o presente.
Nesse sentido, a geografia no Ensino Fundamental visa ampliar a capacidade de observar,
conhecer, explicar , comparar e representar características do lugar em que se vive e de
diferentes paisagens e espaços geográficos, permitindo também a construção de valores
significativos para a vida em sociedade.
O papel da Geografia no ensino Fundamental não se alterou significativamente no decorrer
do tempo. Contudo, o que se alterou foi a própria realidade e, conseqüentemente, surgiram e
surgem a cada dias novas demandas explicativas sobre ela. Daí decorre a necessidade de
atualização da disciplina, uma atualização que não deve ser meramente burocrática (ou seja, a
partir de novos currículos ou documentos oficiais). Porém, essa atualização deve alcançar o
cotidiano da sala de aula e estar sintonizada com a realidade do aluno e do mundo em que vive,
considerando a velocidade e a complexidade das mudanças que envolvem o mundo
contemporâneo.
A geografia escolar cabe possibilitar subsídios que permitem ao aluno compreender a
realidade que o cerca em sua dimensão espacial tanto física quanto humana, bem como a
compreensão da velocidade e a complexidade com que ocorrem as transformações nesse
espaço. Posto ser esta a contribuição específica da Geografia em qualquer análise, seja
relacionada ao ensino ou à pesquisa.
O aluno deverá ser capaz de transitar entre diferentes escalas espaciais da realidade,
desde o cotidiano, expresso no âmbito do local, até o global. Para que isso aconteça, o professor
deverá lançar mão de todas as ferramentas necessárias, desde as do plano instrumental –
computador, internet, vídeo, multimídia, jornal, etc. -, até as do plano conceitual. Nesse trabalho
pode-se abordar, noções pertinentes de escala, representação, localização, geologia,
geomorfologia, dentre outras, devendo contemplar novos conceitos. Contudo, é importante que
tais conceitos já estejam legitimados pela comunidade acadêmica, de modo a não se correr o
risco de enveredar por modismos ou noções não fundamentadas, que por vezes são
insistentemente trabalhadas pelos meios de comunicação.
OBJETIVOS GERAIS
• Estudar Geografia para descrever a paisagem e identificar suas razões históricas,
econômicas, territoriais e de denominação política pelas quais passaram e estão passando
muitas nações. É estudar o espaço geográfico, o espaço organizado pela sociedade, resultado
da ação humana sobre a natureza, tendo consciência de que somos parte integrante dele e,
ao mesmo tempo, temos a possibilidade de transformá-lo;
• Contribuir para que o aluno se oriente e se localize no espaço; bem como, proporcionar ao
aluno a compreensão do mundo em que vive; das relações entre natureza;
• Identificar, conhecer, analisar as características que levaram o HOMEM às grandes
descobertas e a explorar e colonizar novas fronteiras e povos;
• Contribuir para que o aluno conheça as condições físicas, sociais e econômicas do mundo
globalizado;
• Facilitar o desenvolvimento da leitura da realidade vivida, considerando as transformações
das paisagens e o processo de produção do espaço geográfico;
• Interpretar as diferentes concepções sobre a Terra;
• Desenvolver as noções de escala, interpretar mapas, gráficos e tabelas;
• Relacionar a dinâmica interna da Terra com as paisagens da superfície terrestre;
• Analisar os efeitos da ação dos grupos humanos sobre o equilíbrio da biosfera;
• Entender as dinâmicas da atmosfera e as interferências do ser humano nessa dinâmica;
• Conhecer a hidrosfera e o relevo e entender suas dinâmicas e as maneiras que o homem
se apropria desses recursos.
• Entender a identidade brasileira;
• Compreender a construção e a formação do espaço brasileiro e as origens culturais do
povo brasileiro;
• Compreender e analisar as regiões do Paraná;
• Analisar a pop. Paranaense desde o início até a atualidade.
• Compreender a localização do Brasil, cartografia a dinâmica populacional brasileira e as
migrações;
• Compreender a construção do espaço paranaense, a colonização e os imigrantes.
• Identificar as identidades das regiões brasileiras;
• Compreender formação amazônica e analisar a ação antrópica na região Amazônica ;
• Identificar a formação populacional desde o inicio até a atualidade
• Compreender a região centro-sul e do nordeste, analisar a formação de cada sub-região
identificando os problemas sociais, naturais e políticos;
• Analisar todas as regiões do Brasil através do projeto do livro;
• Entender a economia do Paraná.
Conteúdos Estruturantes
Geografia Pressupostos
- Espaço geográfico compreendido;
- Enquanto produto social;
- Como resultado da integração entre
dinâmica físico/natural e dinâmica
humana/social;
Como produção do ato da vida cotidiana;
- Enquanto totalidade, sem fragmentações;
- Em diferentes níveis de análise.
De acordo com a concepção teórico assumida, serão apontados os conteúdos
estruturantes da Geografia do Ensino Fundamental, já considerando que o objeto de estudo da
Geografia é o Espaço Geográfico e que este não pode ser entendido sem uma relação com os
principais conceitos.
Esta diretriz tomou como conceito de conteúdo estruturante, saberes relacionados a alguns
dos campos de estudos de uma ciência, considerados basilares e fundamentais para a
compreensão de seu objeto de estudo no ambiente da Educação Básica. A partir destes, derivam-
se os conteúdos específicos que compõem o trabalho pedagógico e a relação de ensino e
aprendizagem no cotidiano escolar.
Para melhor entender e compreender as relações propostas apresenta-se uma explicação
mais específica de cada conteúdo estruturante e seus conteúdos específicos para o Ensino
Fundamental.
1- A Dimensão Econômica da Produção do/no Espaço
♦ Relações de produção e de trabalho. Discutir como as sociedades produzem o
espaço geográfico sob a perspectiva da produção de objetos (fixos e móveis)
necessários para a manutenção da dinâmica da sociedade (capitalista).
♦ Ênfase nas desigualdades econômicas, na produção de necessidades, nas diferentes
classes sociais, na configuração socioespacial.
♦ Os espaços de produção industrial e agropecuário; as aproximações e especificidades
de cada um; a hierarquia dos lugares; as relações econômicas entre as diferentes
porções territoriais como as cidades, os estados/províncias, os países e regiões.
♦ Todos os conceitos geográficos são desenvolvidos nesse Conteúdo Estruturante.
a) Geopolítica
Relações de poder e domínio sobre os territórios.
As instâncias e instituições, oficiais ou não, que governam os territórios.
As relações de poder sobre territórios da escala micro (rua, bairro) até a escala
macro (país, instituições internacionais);
O papel do Estado e das forças políticas não estatais (ongs, narcotráfico, crime
organizado, associações),
As redefinições de fronteiras, orientadas por motivos econômicos, culturais, sociais,
são fundamentais para a discussão dos conteúdos específicos.
Conceitos geográficos enfatizados neste conteúdo estruturante:
Território e Lugar.
♦ A Dimensão Sócioambiental
• A lógica das relações sociedade-capital-natureza balizam as discussões deste
conteúdo estruturante.
• Questões centrais: A produção do espaço geográfico, a criação de necessidades e a
mobilização de "recursos" naturais para satisfazê-las, no modelo econômico do
capitalismo.
• Como as relações sociedade-capital-natureza se concretizam na diferenciação das
paisagens sociais e culturais.
Os conceitos de Sociedade e de Natureza são entendidos como categoria de análise
neste conteúdo estruturante.
Os conceitos de modo de produção, classes sociais, consumo, sustentabilidade,
dinâmica da natureza e tempo são discutidos da perspectiva da produção espacial e da
paisagem.
1- A Dinâmica Cultural Demográfica
• As questões demográficas da constituição do espaço geográfico são centrais neste
conteúdo estruturante, bem como as constituições regionais em funções das
especificidades culturais.
• As marcas culturais na produção das paisagens (rural e urbana) e suas razões
históricas, econômicas, naturais;
• A ocupação e distribuição da população no espaço geográfico e suas conseqüências
econômicas, culturais, sociais;
• O grupos sociais e étnicos em sua configuração espacial urbana, rural, regional;
• Os conceitos geográficos enfatizados neste conteúdo estruturante são os de Região
(singularidades e generalidades) e Paisagem.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
A Dimensão Econômica da Produção do/no
Espaço
Os setores de economia;
Sistemas de circulação de mercadorias,
pessoas, capitais e informações;
Sistemas de produção industrial;
Agroindústria;
Globalização;
Acordos e blocos econômicos;
Economia e desigualdade social;
Dependência tecnológica;
Entre outras.
Geopolítica
• Bloco econômicos;
• Formação dos Estados Nacionais;
• Globalização;
• Desigualdade dos Países: Norte X Sul;
• Recursos Energéticos;
• Guerra Fria;
• Conflitos Mundiais;
• Políticas Ambientais;
• Órgãos Internacionais;
• Neoliberalismo;
• Biopirataria;
• Meio Ambiente e Desenvolvimento;
• Estado, Nação e Território;
• Movimentos Sociais;
• Terrorismo;
• Narcotráfico;
• Entre outros.
As eras geológicas;
Os movimentos da Terra no Universo e
suas influências (Rotação e
Translação);
As Rochas e Minerais;
O ambiente urbano e rural;
Movimentos socioambientais;
Classificação, fenômenos atmosféricos
A Dimensão Sócioambiental e mudanças climáticas;
Rios e bacias hidrográficas;
Sistemas de energia;
Circulação e poluição atmosférica;
Desmatamento;
Chuva ácida;
Buraco na Camada de Ozônio;
Efeito estufa (Aquecimento Global);
Ocupação de áreas irregulares;
Desigualdade social e problemas
ambientais;
Entre outros.
A Dinâmica Cultural Demográfica
• O êxodo rural;
• Urbanização e favelização;
• Fatores e tipos de migração e
imigração e suas influências no
Espaço Geográfico;
• Historias das migrações mundiais;
• Estrutura etária;
• Formações e conflitos étnico-
religiosos e raciais;
• Consumo e consumismo;
• Movimentos sociais;
• Meios de comunicação;
• Estudos dos Gêneros (masculino,
feminino, entre outros);
• A identidade nacional e processo de
globalização;
• Entre outros.
Metodologia
A metodologia deverá contemplar as considerações anteriormente expostas, ou seja,
voltadas para superar a fragmentação do ensino da ciências, das ações, competência e
habilidades. Uma metodologia que permita a integração do conhecimento, promova a ação entre
os envolvidos no processo educacional-ensino/aprendizagem, sem descaracterizar o ensino que
atenda às necessidades dos alunos, independentes do turno em que estudam. Para tanto deve
ser garantida uma metodologia que parte da contextualização do conhecimento fazendo que haja
assim a inter e a transdisciplinaridade, que através das atividades propostas o educando seja
capaz de compreender, inventar, e reconstruir, moldando assim indivíduos capazes de produzir ou
criar, e não apenas repetir, superando a visão dicotômica entre ensino-pesquisa.
A metodologia deve possibilitar a apropriação dos conteúdos contidos nas três áreas
curriculares, priorizando a investigação científica e a realização de experiência que concretizem a
aprendizagem, com sua diversidade sócio-econômica e cultural além da avaliação etária.
Além de uma sólida formação humanística, os métodos selecionados devem permitir que o
educando tenha uma visão crítica da realidade e seja preparado para exercer sua cidadania como
elemento produtivo e integrado.
Nossa proposta metodológica encontra parâmetros na teoria histórico-crítico, cujo ponto
de partida é a prática social do educando e, também, o ponto de chegada.
A diferença entre o ponto e partida e o ponto de chegada é o salto qualitativo que se obtém
a partir da instrumentalização desses alunos, através da intermediação do conhecimento trazido
por esses alunos e o conhecimento sistematizado, elaborado em bases científicas.
Para que o professor dirija o processo ensino-aprendizagem de forma a alcançar o
sucesso escolar, necessita estar em contínuo processo de capacitação para rever e redimensionar
o caminho de sua ação.
O sucesso está intimamente ligado ao aspecto da afetividade. Os processos educacionais
demandam a criação de vínculo, carinho, brincadeira, bom humor.
Se não lavarmos em conta o aspecto sócio emocional presente na interação professor
alunos, não podemos almejar o sucesso escolar.
Os fundamentos da teoria construtivista de aprendizagem também serão considerados.
Essa visão metodológica busca na construção do conhecimento a satisfação do educador
para que o mesmo seja capaz de redimensionar os conhecimentos que o educando já trás
consigo com significados baseados na realidade e que vão ao encontro de suas necessidades. O
educando, as recebe e apropriar-se do conhecimento que este tenha real significação para suas
necessidades de existência, os assimilará com mais facilidade.
Dessa forma a metodologia estará voltada para o caráter comunicativo da ação educativa,
num processo de construção e total comunicação entre o professor e aluno buscando sempre a
descoberta do novo, real concreto sem fugir das premissas.
• partir da realidade do educando a fim de despertar o interesse na aula procurando
estabelecer um vínculo entre a teoria e a prática.
• Buscar sempre a compreensão crítica da realidade, para que o aluno não adormeça e
esteja satisfeito com idéias prontas, mas sim de que ele possa na medida do
possível reelaborar e construir sem próprio conhecimento.
• Dar ênfase ao diálogo entre professor e aluno estabelecendo um relacionamento
direcionado a construção do conhecimento, eliminando a assimilação passiva e
fazendo com que o aluno construa o seu saber, questionando sobre os temas que
no decorrer serão apresentados.
Essa metodologia considera todos os envolvidos no processo educacional como sujeitos,
portanto agentes transformadores da educação e da sociedade em que estão inseridos, dessa
forma, o professor adquire um novo papel na produção do saber, uma vez que é tido como
orientador, administrador, mediador do processo ensino aprendizagem.
Avaliação
Sabendo que a escola é um espaço institucional que estima a educar as novas gerações o
saber desenvolvido pela humanidade suscita a auto-compreensão histórica do “inventário” sócio-
cultural, o educando poderá criar outras formas de vivencia social, cada vez mais próximas à
humanização.
Para que a escola consiga cada vez mais ampliar o conhecimento deslocando a
aprendizagem para todos os níveis de desenvolvimento pessoal, social e institucional, a avaliação
deve ser compreendida como um conjunto de atuação que tenha função de alimentar, sustentar e
orientar a intervenção pedagógica. Portanto, deverá acontecer de forma contínua e sistemática
por meio da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno o que possibilita
conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem
em determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção pedagógica realizada.
Assim sendo a avaliação da aprendizagem só pode acontecer se for relacionada com as
oportunidades oferecidas, isto é, analisando-se à adequação das situações didáticas propostas
aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar.
Partindo da concepção que a avaliação é o instrumento norteador do processo de ensino-
aprendizagem, buscando superação da visão classificatória, seletiva e excludente, dando lugar a
avaliação diagnóstica, participativa (professor-aluno), contínua, cumulativa e permanente como
elemento essencial à emissão de juízo de valor em relação:
- Ao currículo
- Aos conteúdos essenciais
- À metodologia empregada (prática pedagógica)
- À apreensão de conhecimento pelo aluno
- Às relações interpessoais
Nessa perspectiva, as áreas: códigos e linguagens, ciências e tecnologias, sociedade e
cultura as atividades de avaliação devem subsidiar o professor com elementos para uma reflexão
contínua sobre sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de
aspectos que devem ser vistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de
aprendizagem individual ou de grupo. Para o aluno, é instrumento de tomada de consciência de
suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa
de aprender. Para a escola possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações
educacionais demandam maior apoio.
Para que a escola cumpra de forma mais perfeita seu trabalho, deve incluir uma avaliação
inicial de cada etapa ou uma nova seqüência de situações didáticas, pois essa instrumentalizar o
professor para que possa preparar-se e estruturar sua programação, definir conteúdos e o nível
de profundidade em que devem ser abordados; para propor atividades e gerar novos
conhecimentos como também para que o aluno tome consciência do que já sabe e o que ainda
aprender.
O processo também contempla uma avaliação ao final de um período de trabalho, onde a
avaliação mútua do processo acaba por subsidiar a avaliação final, isto é se o professor
acompanha o aluno sistematicamente ao longo do processo pode saber, em determinados
momentos, o que é indispensável para saber se todos estão aprendendo e quais condições que
estão sendo favoráveis para isto, pois esta permite redimensionar investimentos afins de que os
aluno aprendam cada vez mais e melhor, atingindo os objetivos propostos.
A avaliação é compreendida como um elemento integrador entre a aprendizagem e o
ensino, ver se esta cumpriu sua finalidade: a se “fazer, aprender e compreender”.
Para se obter informações uma relação ao processo de aprendizagem é necessário
considerar a diversidade de instrumentos e situações, podendo assim avaliar as diferentes
capacidades e conteúdos curriculares em jogos e, por outro lado, contrastar os dados obtidos e
observar a transferências das aprendizagens em contextos diferentes.
É fundamental a utilização de diferentes códigos, como verbal, oral ou escrito, gráfico,
numérico, ou pictórico de forma a se considerar as diferentes aptidões dos alunos.
Procurando identifica-los dentro de algumas dessas, para que a avaliação seja melhor
selecionada levando em consideração, quais são as aptidões que os alunos como um todo
desenvolvem de forma melhorada.
Entendemos que a avaliação não é um ato isolado, mas sim um processo contínuo
participativo que se desenvolve em todos os momentos da aprendizagem, possibilitando rever os
métodos e a melhor maneira de aplica-los. A avaliação deve, portanto, ser encarada pelo
educador comum como um instrumento de tomada de decisões sobre o direcionamento da ação
pedagógica na busca do desenvolvimento das competências e habilidades para formação de
cidadãos críticos, percebidos pela comunidade através de sua inserção no mercado de trabalho.
Os conteúdos que não foram dominados satisfatoriamente serão retomados pelos professores,
utilizando-se de outras habilidades que possibilitem o pleno domínio destes. Deve o professor
criar através das mais diversas metodologias possibilidades para que a competência proposta
seja formada no educando, revendo o que se propõe sempre que necessário.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Manoel C. Globalização & Geografia. Recife: Ed. Da UFPE, 1996, pp. 13-33.
CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: algumas reflexões. Terra Livre. São Paulo: AGB,
vol. 1, n. 18, 2002, pp. 161-178.
BIDERMAN, M.T.C. Dicionário didático de português ~ 2ª edição. São Paulo: Editora Ática, 1998.
LEMOS, A.I.G. de. Geografia da modernidade e geografia da pós-modernidade. GeoUsp. São
Paulo, n.5, 1999.
NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: TRIOM, 1999, pp 42 –
49.
HISTÓRA ENSINO FUNDAMENTAL
A partir da primeira metade do século XIX houve a preocupação de criar uma
genealogia ou História da nação, numa matriz curricular nitidamente eurocêntrica. Desde
as primeiras monarquias à História política de Portugal e sua relação com o Brasil. Fatos,
datas e nomes foram construídas pela História oficial ao longo do século XIX – via
contribuição do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) – que tinham a função de
legitimar o Estado Nacional em formação, pois não fora construído através de ampla
participação social.
Faz-se necessário então, a criação de referenciais históricos concretos:
personagens e batalhas, para serem fortemente difundidos via produção literária, didática
e através toda uma simbologia visual e ritual, destinada principalmente à população
iletrada, como pinturas, esculturas, hinos, bandeiras, brasões e festas cívico-religiosas.
Esta forma foi ainda utilizada na construção e legitimação da República, através da
reabilitação consensual e quase sacralização de um republicano moderado como
Tiradentes, em detrimento de outro republicano mais radical e popular como Frei Caneca.
Em linhas gerias, o ensino de história ao longo da República Velha tendeu a se
voltar mais para a estudo da História política européia e brasileira. Refletindo assim a
política da República das Oligarquias onde a questão social sempre foi tratada como caso
de polícia.
Já nas décadas de 30 e 40, em pleno momento de forte intervenção do Estado
varguista, difundiu-se a tese da “democracia racial”. Esta tese defendia que a constituição
do povo brasileiro era predominante a miscigenação e a ausência de preconceitos raciais
e étnicos.
Neste momento, o ensino de História passa a ser mais valorizado por ser
considerado estratégico política e socialmente, na construção e legitimação do novo
Estado brasileiro de viés nacional-populista e trabalhista.
Paralelamente, grandes produções historiográficas sobre a formação do Brasil
são lançadas como as obras de referência de Gilberto Freire, Caio Prado Júnior e Sérgio
Buarque de Holanda. No entanto, a História factual, linear e política herdada do século
XIX, ainda se mantinha presente nas escolas, contudo, gradualmente mais acessíveis aos
trabalhadores.
No pós-guerra e no contexto da democratização do país com o fim da ditadura
Vargas, a História passou a ser novamente objeto de debates quanto as suas finalidades
e relevância na formação política dos alunos, presente nos estudos de Celso Furtado, a
questão dos ciclos econômicos.
Sob a política nacional-desenvolvimentista de Vargas, JK e Goulart, o ensino
tende também aos estudos históricos da economia brasileira, no entanto, transmitindo de
forma reducionista e mecânica a análise dos ciclos econômicos do açúcar, mineração e
do café.
Neste momento discutido acima, podemos considerar um avanço mesmo tímido,
a entrada em cena do povo brasileiro no ensino da história, pois o contexto era de grande
mobilização e organização social, através do sindicalismo, em torno das reformas sociais
propostas. Mesmo assim, o ensino ainda continuava tradicional, factual e linear.
Com a deflagração da ditadura militar a partir de 1964, houve uma grande
retração da organização social fruto da repressão e da censura. Em decorrência disto
várias reformas educacionais foram implementadas com um caráter tecnicista, em
conformidade com a inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho da década de
60 e 70, enquanto economia primário-exportadora.
Nesse sentido, o ensino da história e geografia foi preterido em nome da
implementação da generalidade dos Estudos Sociais. O ensino de Estudos Socais e de
Educação Moral e Cívica (EMC) enfatizava o estudo via círculos concêntricos (do local
para o universal), a história patriótica, tradicional, excluindo o aprofundamento dos
conflitos de classes sociais, ao longo da história Geral e do Brasil, principalmente mais
recente.
A partir da década 80 com a derrubada política da ditadura militar e a retomada do
processo de organização, mobilização e redemocratização da sociedade brasileira o
ensino de Estudos Socais passa a ser radicalmente contestado. Retoma-se a formação
profissional e o ensino de história na sua especificidade, agora procurando aproximar o
ensino da pesquisa histórica, a academia da sala de aula.
Posterior à segunda metade da década de 80 e anos 90 crescem os debates em
torno das reformas democráticas na área educacional, que acabam estimulando
propostas de revisões interessantes no ensino da História. Estas discussões entre a
academia de História e o ensino foram resultado da restauração das liberdades
individuais e coletivas no país, levando à produção diferenciada tanto de materiais
didáticos, paradidáticos e principalmente de novas propostas curriculares na área. Como
o Currículo Básico do Ensino Fundamental e particularmente de História para o ensino
médio do Paraná, embasadas claramente na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos
(Saviani/Gramsci) e no materialismo histórico e dialético.
Nesse contexto, a proposta curricular de História para o Ensino Médio apontava
para a organização dos conteúdos, a partir do estudo da formação do capitalismo no
mundo ocidental e a inserção do Brasil neste quadro, de forma integrada. A disposição
mantinha, contudo, a linearidade e a cronologia, mas através de um recorte histórico
proposital, voltado ao aluno que na sua grande maioria já estava incorporado ao mundo
do trabalho objetivando o aluno compreender a formação social do capitalismo ocidental e
intervir na sua realidade, enfim tornando-se um sujeito histórico.
As Orientações Curriculares de 2003 e 2004, propõem-se como uma crítica e
busca da superação em relação à proposta advinda dos Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), que nos meados da década de 1990 foram
impostos ao sistema escolar nacional e paranaense, por uma política educativa baseada
no ideário neoliberal.
No que se refere aos fundamentos teórico-metodológicos da disciplina de História,
enquanto orientações curriculares, foi levantado, primeiramente, a relação do ensino de
História com a formação da cidadania por meio da construção do conhecimento histórico
sustentado pelo “domínio da especificidade da disciplina por parte do professor (a), (...)
aplicando-a de forma adequada ao ensino médio, viabilizando a prática em sala de aula
da produção do conhecimento através da pesquisa continuada, tendo como construtores
do saber histórico, o alunos (as) e os professores (as), identificando-os assim como
sujeitos históricos”.
Percebe-se, aqui, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não como
objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do
conhecimento através da reflexão de sua prática vivencial e investigativa no universo
escolar.
Tornar-se relevante a defesa de um referencial teórico de caráter globalizante,
que leve em consideração as práticas dos alunos (as) e dos professores (as) inseridos no
cotidiano do universo escolar, e também que selecione as informações advindas do
mundo extra-escolar. Para tanto, “as discussões apontaram para o possível trabalho a
partir da concepção de História Temática”.
Apontar que a escolha de uma abordagem temática, construção das Orientações
Curriculares de História no Ensino Médio, é entendida como uma proposta para estimular
os debates. Opção relativa à história integrada e nem a articulação desta com a história
temática, pois mesmo esta última abordagem não pode prescindir das relações de
temporalidade e de espacialidade conforma será observado na proposta baseada nos
conteúdos estruturantes da disciplina.
Para que isto seja possível é necessário:
• Definição dos temas e seleção dos conteúdos socialmente significativos a partir da
problematização, ou seja, levantamento de situações-problema relacionadas ao
contexto, político, social e cultural, que o aluno (a) e o professor (a) se inserem.
• Planejamento, das ações e etapas de desenvolvimento dos trabalhos a partir do
estudo, da efetivação da pesquisa coletiva, concluindo o processo, através da
reelaboração e socialização do conhecimento socialmente produzido.
• Possibilitar a integração entre os professores da disciplina e de outras áreas
concomitante ou posteriormente.
• Implementar gradativamente esta orientação curricular.
• Adequação dos recursos físicos e pedagógicos, como por exemplo, sala ambiente
de historia (com biblioteca específica, mapoteca, e mídia) (...).
A proposta da escolha de temas através do levantamento de problemas ou
situações-problema retirados da vivencia dos alunos (as), orienta os professores (as) para
uma prática interdisciplinar na construção do conhecimento histórico.
Na disciplina, neste caso a História, que ocorre a articulação dos conceitos e
metodologias entre os diversos saberes e áreas do conhecimento na, busca da
consciência histórica possibilitada pelo conteúdo temático.
Deve-se ter em mente que o diálogo aberto entre o materialismo histórico
dialético, a História Nova e “escolas históricas” pertinentes não deve ser entendido como
ecletismo teórico, mas sim como uma articulação coerente de elementos teórico-
metodológicos afins, que se completam reciprocamente na prática investigativa, sempre
que sejam delimitados claramente, tanta as distinções inconciliáveis entre eles, quanto os
pontos em que podem ser relacionados.
Desta forma, a disciplina de História tem como objeto de estudo os processos
históricos relativos as ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como a
respectiva significação atribuída pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações.
As relações humanas produzidas por essas ações podem ser definidas como estruturas
sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, pensar, sentir, representar, imaginar,
instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente. Assim, a História busca analisar
o homem e suas diferentes manifestações ao longo do tempo.
O estudo da História por esse viés, estabelece novos objetivos, visto que o
homem e suas diferentes formas de agir, pensar, se relacionar, construir objetos materiais
torna-se o principal foco de análise. Essa nova possibilidade de estudo, objetiva tornar o
individuo agente do seu processo histórico, observando que as realidades são
construções históricas produzidas por diferentes sujeitos dispostos em diferentes redes de
poderes, culturas, conhecimentos. As relações humanas determinam os limites e as
possibilidade s das ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem
transformar constantemente as estruturas sócio-históricas.
A investigação histórica voltada para a descoberta das relações humanas busca
compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações.
Outro objetivo da História é o demonstrar que diferentes homens inseridos em
tempos distintos atribuíram diferentes sentidos as construções históricas. Ou seja, a
História é sempre fruto do seu tempo e esta constantemente sendo reescrita,
reinterpretada e analisada de diferentes pontos de vista.
Estudar a História, portanto, coloca o individuo defronte de suas construções
sociais (sejam coletivas ou individuais) e demonstra que essas estruturas foram
construídas ao longo dos tempos, como fruto de ações e reações que desencadearam
outras ações. Isso retira a primazia da História vista de forma linear, estanque e “pré-
determina” e passamos a observar o advento de uma História cíclica, que está
constantemente se refazendo, se modificando.
Objetivos de acordo com a concepção da disciplina são possibilitar ao educando o
entendimento da necessidade da valorização dos sujeitos históricos, como agentes que
buscam a construção do conhecimento através da reflexão de sua prática vivencial e
investigativa.
Antes de tudo, deve-se levar em conta que os conceitos utilizados na disciplina de
História são historicamente construídos, e têm uma relação intrínseca com o processo de
surgimento e constituição das diversas formações sociais. Estes conceitos que formam o
objeto de estudos da disciplina são instrumentos que permitem ao professor (a) e ao
aluno (a) refletir sobre sua prática, construindo assim a percepção da formação da
consciência histórica nestes sujeitos.
Estes conteúdos estruturantes podem ser entendidos como categorias ou
conceitos intercambiantes numa relação dialética entre si. Eles são estruturados de
acordo com conceitos ou conteúdos específicos de caráter temático, nos quais os
conceitos de tempo e de espaço são elementos imprescindíveis para a articulação entre
os mesmos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- ENSINO FUNDAMENTAL
Relações de poder
Relações de trabalho
Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS- ENSINO FUNDAMENTAL
5º Série 6º Ano – Os diferentes sujeitos suas culturas suas História
- A experiência humana no tempo;
- Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;
- as culturas locais e a cultura comum.
6ºSérie 7ºAno – A constituição Histórica do mundo rural e urbano e a formação da
propriedade em diferentes tempo e espaços
- As relações de propriedade
- a constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;
- A relação entre o campo e a cidade;
- conflito e resistência e produção cultural campo/cidade;
7ºSérie 8ºAno – O mundo do trabalho e os movimentos de resistência
- História das relações da humanidade com o trabalho
- O trabalho e a vida e sociedade
- O trabalho e as contradições da modernidade
- os trabalhadores e as conquistas de direito
8ºSérie 9ºAno – Relações de dominação e resistência: a formação do estado e
das instituição sociais
- A constituição das instituições sociais
- a formação do Estado
- sujeitos, Guerras e Revoluções
METODOLOGIA
A metodologia proposta para a disciplina de História no Ensino Fundamental e
Médio tem como base a utilização dos conteúdos estruturantes articulados com os
conteúdos básicos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio com os temas (História
Temática), de acordo com a DCE (Diretrizes Curriculares Estaduais) da disciplina.
Dessa maneira serão utilizados e considerados os seguintes aspectos;
Problematização dos conteúdos, relacionando com o contexto político, social e
cultural;Investigação; Contextualização; Delimitar o fato histórico; Definir o espaço;
Reconstrução do fato tematizado; Construção da narrativa histórica (identificação, leitura,
explicação e interpretação para a construção da consciência histórica); Aulas expositivas;
Utilizar textos complementares; Estudo de textos; Debates; Redação de textos e
reelaboração; Uso da TV multimídia e laboratório de informática. A metodologia será
adequada conforme o nível de ensino proposto ao qual esta sendo trabalhado.
As leis 10.639/03 História e Cultura Afro, Lei 13.381/01 História do Paraná, Lei
9.795/99 Meio Ambiente e Lei 11. 645/ 08 História e cultura dos povos indígenas, serão
abordados em congruência com os conteúdos, sempre que forem pertinentes.Os Desafios
Educacionais Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao uso indevido do uso de
drogas e violência, Educação Ambiental, Educação Fiscal), serão trabalhados paralelo
aos conteúdos de História, sempre que possível com a comunidade escolar através de
palestras e programas de conscientização referentes aos desafios propostos.
AVALIAÇÃO
A avaliação diagnóstica realizada durante o processo ensino-aprendizagem visa
detectar as causas das deficiências verificadas na aprendizagem. Essas causas poderão
estar relacionadas aos métodos e materiais didáticos, ou a problemas físicos,
psicológicos, culturais ou ambientais.
Trata-se da avaliação construtiva (diagnóstica, mediadora e dialógica). Ela se
aplica também à nova concepção da vida e do mundo: a concepção interacionista-
construtivista.
A dimensão da avaliação, conhecida como diagnóstica, é fundamental para que o
professor possa estruturar os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que,
antes de iniciar os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que, antes de
iniciar os processos de ensino e aprendizagem, é importante que o professor possa
identificar os conhecimentos prévios dos alunos – seus níveis de compreensão,
facilidades e dificuldades na elaboração de conhecimentos e raciocínios específicos de
um campo do saber – para utilizá-los na estruturação dos processos de ensino e de
aprendizagem.
A avaliação realizada de forma continua, ao longo do processo de aprendizagem,
é chamada de formativa. Esse tipo de avaliação permite ao professor levantar subsídios
para ajudar o aluno a progredir no processo de construção do conhecimento, dos valores
e das qualidades pessoais, assim como no desenvolvimento e aprimoramento das
habilidades. Para os docentes, implica numa tarefa de adequação constante dos
processos de ensino e aprendizagem, visando, quando necessário, à adoção de novas
formas de atuação. Para os alunos, significa a oportunidade de identificarem seus
processos e suas dificuldades e de se tornarem sujeitos da sua própria aprendizagem.
Assim, o professor pode intervir, detectando as dificuldades e ajudando o aluno a
reorientar o processo de construção do conhecimento. O erro oferece novas informações
e formula novas perguntas sobre a dinâmica aprendizagem/desenvolvimento, individual e
coletiva. Nesse sentido, passa a ser um estímulo (ou um desafio) ao processo de
ensino/aprendizagem – estímulo para quem aprende e estímulo para quem ensina.
É necessário avaliar a produção do aluno a fim de analisar todas as tarefas
realizadas, das mais simples às mais complexas. Por meio das oportunidades propostas
(testes, provas, exercícios, relatórios, pesquisa, trabalhos em grupo, seminários,
demonstrações etc.) é que será possível concluir como o aluno demonstrou ter
desenvolvido uma certa competência.
No processo de avaliação procura-se observar: a capacidade de contextualização
dos conteúdos com a vida prática; o trabalho em grupo; a capacidade de articular
conhecimentos; a integração nas atividades desenvolvidas. Realização de provas e testes
de aproveitamentos orais e escritos, tarefas específicas, trabalhos de criação orais e
escritas, observações, relatórios, produção e interpretação de textos.
Através da observação dos alunos em sua capacidade de articulação produzida a
partir do objeto de investigação, da construção e sistematização de uma narrativa
histórica plausível e multiperspectiva da na criação de conceitos historiográficos; a partir
de seu pensar historicamente construído e da percepção da superação do conhecimento
prévio do aluno sobre o tema abordado.
Avaliar os trabalhos, os textos, provas descritivas e objetivas, bem como todos os
procedimentos realizados pelos alunos em sala de aula.
A recuperação paralela deverá acontecer no decorrer dos bimestres adequando os
instrumentos de acordo com as dificuldades encontradas, visando saná-las possibilitando
melhorias no processo ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Marta e Soihet, Rachel (orgs). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do historiador. São Paulo: Zahar, 2002.
CHARTIER, R. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil , 1987.
DCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História – SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná (2008)
GEERTZ, C. O Saber Local. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
THOMPSON, E. P. A miséria da teoria: ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
LÍNGUA ESTRANGEIRA – INGLÊS
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O cenário do ensino de Língua Estrangeira no Brasil e a estrutura do currículo
escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização social, política
e econômica ao longo da história. As propostas curriculares e as metodologias de
ensino são investigadas a atender às expectativas e demandas sociais
contemporâneas e a propiciar às novas gerações a aprendizagem dos conhecimentos
historicamente produzidos.
No início da colonização do território, houve a preocupação do Estado português
em facilitar o processo de dominação e expandir o catolicismo. Naquele contexto,
coube a responsabilidade de evangelizar e de ensinar o latim aos povos que
habitavam o território, como exemplo de língua culta. No entanto, durante a União
Ibérica (1580-1640), os Jesuítas foram considerados pelos espanhóis os principais
incentivadores da resistência dos nativos aldeados nas reduções jesuíticas.
O ministro Marque de Pombal instituiu o sistema régio no Brasil, por meio do
qual cabia ao estado a responsabilidade de contratar professores não religiosos. As
línguas consideradas clássicas, o latim e o grego, eram de suma importância para o
desenvolvimento do pensamento e da literatura.
Com o objetivo de melhorar a instrução pública e de atender às demandas
advinhas da abertura dos portos ao comércio, D. João VI, em 1809, assinou o decreto
de 22 Junho para criar as cadeiras de Inglês e Francês. A partir daí o ensino das
Línguas Modernas começou a ser valorizado.
O modelo de ensino de línguas instituído por esse Colégio se manteve até 1929.
Nele, o Francês era o idioma priorizado por representar um ideal de cultura e
civilização, seguindo o Inglês e depois do Alemão, por possibilitarem o acesso a
importantes obras literárias e serem consideradas línguas vivas. A partir de 1929, o
italiano também passou a compor o currículo até 1931.
Em 1930, quando assumiu o governo Brasileiro, Getúlio Vargas criou o Ministério
da Educação e Cultura e as secretárias de educação nos Estados.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se acentuou
durante e após a Segunda Guerra Mundial. Com isso, intensificou-se a necessidade de
aprender inglês. Na década de 1940, professores universitários, militares, cientistas,
artistas, imbuídos por missões Norte- Americanas vieram para o Brasil e com eles a
produção cultural daquele país. Assim falar inglês passou a ser um anseio das
populações urbanas, de modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais
espaço no currículo.
Na década de 70, em oposição ao meio inatista de aquisição de linguagem teve
início, no Brasil, a discussão das teorias de Piaget sobre a abordagem cognitiva e
construtivista.
A fim de valorizar o ensino da Língua Estrangeira moderna, no ano de 2004 a
SEED abriu concurso público para compor o quadro próprio do Magistério com vagas
para os professores de espanhol.
A proposta adotada concebe a língua como um discurso, como espaço da
produção de sentidos marcado por relações contextuais de poder e não como
estrutura que entremeia o contato de um sujeito com o mundo para transmitir
sentidos.
Para tanto é necessário mapear a língua, objeto de estudo da disciplina de
língua estrangeira, a partir do quadro teórico de referência e quatro aspectos
imbricados no processo discursivo, a saber: língua e cultura, ideologia e sujeito,
discurso e identidade.
Propõe-se que a aula de língua estrangeira construa um espaço para que o
aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se
engaje discursivamente e perceba possibilidade de construção de significado em
relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados
são sociais e historicamente construídos é, portanto, passíveis de transformações na
prática social.
É no engajamento discursivo com o outro que damos forma que dizemos e ao
que somos. Daí a língua estrangeira apresenta-se como espaço para ampliar o contato
com as outras formas de conhecer, com os outros procedimentos interpretativos de
construção da realidade.
Em outras palavras, a língua concebida como discurso, não como estrutura ou
código a ser decifrado, constrói significados e não apenas o transmite.
Assim a língua se apresenta como espaço da construção discursiva, de
produção de sentidos indissociáveis dos contextos em que ela adquire sua
materialidade inseparável de sua comunidade interpretativa que a constrói e é
construída por ela. Desse modo a língua adquire uma carga ideológica intensa, e
passa a ser vista como um fenômeno carregado de significados culturais.
Toda a língua é uma construção histórica e cultural em constante
transformação. Com princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma visão
sistêmica e estrutural do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e opaca. É
no engajamento discursivo com outro que damos forma ao dizermos e ao que somos.
Daí a língua estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar o contato com
outras formas de conhecer com outros conhecimentos interpretativos e construção da
realidade
Todo discurso está vinculado à história e ao mundo social. Dessa forma, os
sujeitos estão expostos e atuam no mundo por meio do discurso e são afetados por
ele.
Ensinar e aprender uma língua é formar subjetividade, é permitir que se
reconheçam no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos independentes
do grau de proficiência atingido.
Assim, espera-se que o aluno:
b) use a língua em situação de comunicação oral e escrita;
c) vivencie na aula de língua estrangeira, formas de participação que lhe
possibilite estabelecer relações entre as ações individuais e coletivas;
d) compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos,
portanto, passíveis de transformação na prática social.
e) tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
f) reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus
benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
Tais objetivos são flexíveis para contemplar as diferenças regionais.
Entende-se que o ensino de língua estrangeira deva possibilitar ao aluno uma
visão de mundo mais ampla, para que avalie os paradigmas já existentes e crie novas
maneiras de construir sentidos no mundo.
Ao conhecer a língua como discurso, conhecer e ser capaz de usar uma língua
estrangeira permite-se aos sujeitos perceberem- se como participantes ativos no
mundo. Formar um sujeito crítico, capaz de interagir criticamente com o mundo a sua
volta, pois o aluno é um sujeito histórico e socialmente construído.
2- CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Ao tomar a língua como espaço de sentido marcado por relações contextuais de
poder, o conteúdo estruturante Discurso como prática social a tratará de forma
dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
Para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de produção
dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações sociais do poder, é
preciso que os níveis de organização linguista- fonético- fonológico, léxico-semântico e
de sintaxe sirvam ao uso da linguagem na compreensão e na produção escrita, oral,
verbal e não verbal.
O trabalho de aula deve partir de um texto de linguagem num contexto em uso,
sob a proposta de construção de significados por meio do engajamento discursivo e
não pela prática de estruturas linguísticas.
Os conteúdos específicos contemplam diversos gêneros, além de elementos
linguísticos- discursivos.
O professor deve considerar a diversidade dos textos existentes e a capacidade
do tratamento da língua estrangeira na prática pedagógica, a fim de estabelecer
critérios para definir os conteúdos específicos. É preciso levar conta o princípio da
continuidade, ou seja, a manutenção de uma progressão entre as séries considerando
as especificidades da língua estrangeira ofertada, as condições de trabalho existente
na escola, o projeto político pedagógico, a articulação com as demais disciplinas do
currículo e o perfil dos alunos.
No ato da seleção de textos propõe-se analisar os elementos linguísticos –
discursivos neles presentes, mas de forma que não sejam levados em conta apenas
objetivos e natureza linguística, mas, sobretudo fins educativos, na medida em que
apresente possibilidade de tratamento de assuntos polêmicos, adequados a faixa
etária e que contemplem os interesses dos alunos. È importantes que os textos
abordem os diversos gêneros discursivos e que apresentem diferentes graus de
complexidade da estrutura linguística. Gêneros textuais como: de opinião, narrativos
(informativos e humorísticos) de ficção, descritivos, dissertativos (científicos).
A partir dos conteúdos estruturante Discurso como prática social será abordada
questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas
do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida da aula de Língua
Estrangeira Moderna será o texto, verbal e não verbal como unidade da língua em uso.
1. Prática de leitura, escrita e oralidade:
♦ gêneros textuais;
♦ percepção do conteúdo vinculado interlocutores, assunto, fonte, papéis
sociais representados, intencionalidade, valor estético e condições de
produção;
♦ elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela
progressão textual;
♦ encadeamento as ideias e coerência do texto;
♦ variedade linguística: diferentes registros e grau de formalidade;
♦ diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre as comunidades de
língua estrangeira e ou as de língua materna e ainda no âmbito de
uma mesma comunidade;
♦ conhecimentos linguísticos: ortografia, fonética e fonologia, elementos
gramaticais.
Aos conhecimentos linguísticos tais como artigos, verbos, pronomes e outros, a
ortografia e as possíveis realizações sonoras, assim como os conteúdos elencados,
estarão presentes no processo pedagógico de todas as séries e serão trabalhados em
grau de profundidade de acordo com o conhecimento do aluno.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Conteúdos Básicos são os conhecimentos fundamentais e necessários para
cada série da etapa final do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. O acesso a esses
conhecimentos em suas respectivas série é direito do aluno na etapa de escolarização
em que se encontra e é imprescindível para as sua formação. O trabalho pedagógico
com tais conteúdos é dever do professor que poderá acrescentar e jamais reduzi-los
ou suprimi-los, pois eles são básicos e por isso, não podem ser menos do que se
apresentam.
Cabe ao professor efetivar o currículo no plano de trabalho docente (PTD) onde
os conteúdos básicos serão desdobrados em conteúdos específicos, esses, de fato
trabalhados em sala de aula. O plano é, portanto o lugar de criação individual de cada
professor. Nele o professor construirá as abordagens contextualizadas histórica, social
e politicamente de modo que os conteúdos façam sentidos para seus alunos nas
diversas realidades regionais, culturais e econômicas, contribuindo com sua formação
cidadã. O plano de trabalho docente é, portanto, o currículo em ação, é a expressão
singular e de autoria (de cada professor) da concepção construída nas discussões e
coletivas.
Seguem abaixo os Conteúdos Básicos do Ensino Fundamental:
5ª Série
LEITURA
• Identificação do tema, do argumento principal;
• Interpretação observação: conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto;
• Linguagem não verbal.
ORALIDADE
Oralidade linguística;
Intencionalidade do texto;
Exemplos de pronúncias e do uso de vocábulos da língua estudada em
diferentes países.
ESCRITA
Adequação ao gênero: Elementos composicionais, elementos formais e
marcas linguísticas;
Clarezas nas ideias.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, palavras interrogativas,
substantivos, preposições, verbos, concordância verbal e nominal e outras
categorias como elementos do texto;
• Vocabulário.
6ª Série
LEITURA
Identificação de tema, do argumento principal;
Interpretação observando conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto;
Linguagem não verbal.
ORALIDADE
• Oralidade linguística;
• Intencionalidade do texto;
• Exemplos de pronúncias e uso de vocábulos da língua estudada em diferentes
países.
ESCRITA
• Adequação ao gênero: Elementos composicionais, elementos formais e marcas
linguísticas;
• Clarezas nas ideias;
• Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, artigos numerais, adjetivos, palavras interrogativas,
advérbios, preposições, verbos substantivos contáveis e incontáveis,
concordância verbal e nominal e outras categorias como elementos do texto;
• Vocabulário.
7ª Série
LEITURA
• Identificação do tema, do argumento principal e dos secundários;
• Interpretação observação: Conteúdo vinculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto;
• Linguagem não verbal.
ORALIDADE
• Variedades linguísticas;
• Intencionalidade do texto;
• Exemplo de pronúncias e de vocábulos estudados em países diferentes.
ESCRITA
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas
linguísticas;
• Clareza nas ideias;
• Adequar conhecimentos adquiridos à norma padrão.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Coesão e coerência;
Função dos pronomes, artigos, adjetivos, verbos, preposições, advérbios, locuções
adverbiais, palavras interrogativas, substantivos, substantivos contáveis e não
contáveis, questions tag, falsos cognatos, conjunções, e outras categorias como
elementos do texto;
Pontuação e seus efeitos de sentidos no texto;
Vocabulário.
8ª Série
LEITURA
• Identificação do tema, do argumento principal e dos secundários;
• Interpretação observação: Conteúdo veiculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto;
• Linguagem não- verbal;
• Realização de leitura não linear dos diversos textos.
ORALIDADE
♦ Variedades linguísticas;
♦ Intencionalidade do texto;
♦ Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua estudada em países diversos;
♦ Finalidade do texto oral;
♦ Elemento extralinguístico: entonação, pausa, gestos.
ESCRITA
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas
linguísticas paragrafação;
• Clareza de ideias;
• Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
• Coesão e coerência;
• Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, verbos, preposições,
advérbios, locuções adverbiais, palavras interrogativas, substantivos,
substantivos contáveis e incontáveis, questions tag, falsos cognatos,
conjunções e outras categorias como elementos do texto;
• Pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
• Vocabulário
3- DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO
O trabalho com a língua estrangeira em sala de aula parte de texto, o qual se
apresenta como um princípio gerador de unidades temáticas e desenvolvimento das
práticas linguísticas discursivas.
Para tanto é importante trabalhar a partir de textos de diferentes gêneros
discursivos, abordando assunto relevantes presentes na mídia nacional e internacional
ou no mundo editorial, tarefa pertinente entre as atribuições da disciplina e de língua
estrangeira.
Tal proposta depende de uma interação primeira com o texto, na qual pode
haver uma complexa mistura de linguagem escrita, visual e oral, considerando os usos
heterogêneos da língua como prática sócio cultural. Assim produzir textos orais,
escritos e/ ou visuais a partir de um texto lido, integrando todas as práticas
discursivas neste processo.
A leitura é um processo de negociação de sentidos de contestação de
significações possíveis como num embate em que as leituras consensuais dependem
do uso de estratégias acordadas entre as partes. O papel da gramática relaciona-se ao
entendimento de procedimentos, para a construção de significado modificado com
várias leituras feitas.
Na medida em que os alunos reconheçam que os textos são representações da
realidade, construções sociais, eles terão uma posição mais crítica em relação a tais
textos. Poderão rejeitá-los a partir de seus universos de sentidos, os quais lhes
atribuem coerência pela negociação de significados.
A partir do conteúdo estruturante “discurso como prática social” serão
abordada questões linguísticas, sócio programáticos, culturais e discursivas, assim
como a prática do uso da língua: leitura, escrita e oralidade. O texto como unidade da
linguagem em uso, ou seja, de comunicação verbal- escrita, oral ou visual será o
ponto de partida da aula de língua estrangeira.
É importante que o aluno conheça textos de vários gêneros: publicitários,
jornalísticos, literários, informativos, de opinião; que identifique sua diferença
estrutural e funcional, a sua autoria, o público a que se destina, e que aproveite ao
conhecimento já adquirido de experiência com a língua materna.
Com relação ao ensino de língua estrangeira é que ela articulada com as
demais disciplinas de currículo, para relacionar ao vários conhecimentos
Além de descortinar os valores subjacentes no livro didático, recomenda-se que
o professor utilize outras matérias disponíveis na escola Livros didáticos, dicionários,
livros paradidáticos, vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV pendrive, gráficos, etc.
Será desenvolvido trabalho referente a leis: Lei 10.639/03” História e Cultura
Afro”, Lei 13.381/01 ‘ História do Paraná”, Lei 9.795/99 “Meio ambiente e Lei
11.645/08 “História e Cultura dos Povos Indígenas” por meio de pesquisas sobre os
temas envolvendo diversos gêneros textuais como textos de revistas, artigos da
internet, textos de livros didáticos para posteriormente serem discutidos em sala de
aula, da mesma forma também serão desenvolvidos os temas Desafios Educacionais
Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao uso de Drogas e violência, Educação
Ambiental).
4- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliação da aprendizagem em língua estrangeira deve superar a concepção de
mero instrumento de mediação de apreensão de conteúdos, visto que se configura
como processual e como tal, objetiva subsidiar discussões a cerca das dificuldades de
avanços dos alunos a partir de suas produções.
Caberá ao professor observar a participação dos alunos e considerar que o
engajamento discursivo na sala de aula se faça na interação verbal, a partir de
diferentes formas: entre os alunos e o professor; entre os alunos e a turma; na
interação com os materiais nas conversas em língua materna e a língua estrangeira.
Trata-se, portanto, verificar a construção dos significados na interação com textos e
nas produções textuais dos alunos, uma vez que também é construtor do
conhecimento.
A avaliação será de forma formativa que favorece a aprendizagem do aluno e
processual (processo contínuo e diagnóstico), somativa, desde que se articule com os
objetos específicos e conteúdos definidos a partir das concepções e encaminhamentos
metodológicos das Diretrizes, de modo que sejam respeitadas as diferenças
individuais e escolares.
Serão usados os seguintes instrumentos avaliativos: prova oral, prova escrita,
prova de leitura, pesquisas, trabalhos individuais e em grupos, debates em sala,
pesquisa de campo. Quanto aos conteúdos que não houve aprendizagem serão
recuperados assim que necessários, tendo os critérios pré- estabelecidos com os
alunos.
As avaliações têm por objetivo favorecer o processo de ensino aprendizagem,
ou seja, nortear o trabalho do professor bem como propiciar que o aluno tenha uma
dimensão do ponto em que se encontra no percurso pedagógico.
A avaliação que favorece a aprendizagem é aquela que produz sentidos na
leitura dos textos, tais como: inferir, servindo-se dos conhecimentos prévios; levantar
hipóteses a respeito da organização textual; perceber a intencionalidade etc. Não se
trata, portanto, de testar conhecimentos linguísticos de um texto- gramaticais, de
gêneros textuais, mas verificar a construção dos significados na interação com textos
e nas construções textuais dos alunos, tendo em vista que vários significados são
possíveis e válidos, desde que apropriadamente justificados.
• 5- BIBLIOGRAFIA
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA- Espanhol e Inglês/ vários autores.CURITIBA:
SEED - PR.2006- p.256.
PARANÁ, Secretária do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderna para a Educação Básica, Curitiba, 2006.
WWW.diadiaeducação.pr.gov.br
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO
Como disciplina escolar, a Língua Portuguesa passou a integrar os currículos
escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois de já há muito
organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação com a formação do professor
dessa disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX.
Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal tornava obrigatório o ensino da
Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil. Em 1837, o estudo da Língua Portuguesa foi
incluído no currículo sob as formas das disciplinas de Gramática, Oratória e Poética,
abrangendo, esta última, a Literatura. Somente no século XIX, o conteúdo gramatical
ganhou a denominação de Português e, em 1871 foi criado, no Brasil, o cargo de
Professor de Português.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados do
século XX , quando iniciou-se um “processo de democratização do ensino, com a
ampliação de vagas, eliminação dos chamados exames de admissão, entre outros
fatores.” Como conseqüência desse processo de “democratização”, a multiplicação de
alunos, as condições escolares e pedagógicas, as necessidades e exigências culturais
passaram a ser outras bem diferentes.
Durante a década de 1970 e até os primeiros anos da década de 1980, o ensino de
Língua Portuguesa pautava-se, então, em exercícios estruturais, técnicas de redação e
treinamento de habilidades de leitura.
O ensino de Língua Portuguesa não poderia dispensar propostas pedagógicas que
levassem em conta as novas necessidades trazidas pelos alunos para o espaço escolar,
ou seja, a presença de registros lingüísticos e padrões culturais diferentes dos até então
admitidos na escola.
Deve-se a Bakhtin e aos pensadores que integraram seu Círculo, o avanço dos estudos
em torno da natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua configura um espaço de
interação entre sujeitos que se constituem por meio dessa interação. Ela mesma, a
língua, constitui-se pelo uso, pelos sujeitos que interagem.
De acordo com as Diretrizes Curriculares ora propostas, na linguagem, o homem
se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a realidade em que
está inserido e percebe seu papel como participante da sociedade. A partir desse caráter
social da linguagem, Bakhtin e os Teóricos de seu Círculo formulam os conceitos de
dialogismo e dos gêneros discursivos, cujo conhecimento e repercussão suscitaram
novos caminhos para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, demandando uma
nova abordagem para o ensino de Língua.
Toda reflexão com e sobre a língua somente tem sentido se considerar, como ponto
de partida, a dimensão dialógica da linguagem, presente em atividades que possibilitem,
aos alunos e professores, experiências reais de uso da língua materna. Os conceitos de
texto e de leitura não se restringem à linguagem escrita; abrangem, além dos textos
escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as outras linguagens(as artes
visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o
rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas
infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem), percebendo seu
chão comum(são todas as práticas sociais, discursivas) e suas especificidades(seus
diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de
significados)(FARACO,2002,p.101).
Embora tenha ocorrido um avanço teórico considerável nas pesquisas acerca do
ensino da língua, com enfoque nas práticas discursivas, o que se percebe é que houve
uma apropriação, por grande parte dos professores, dos novos conceitos, sem que isso
se refletisse na mudança efetiva de sua prática.
A busca da superação desse ensino normativo, historiográfico, só recentemente
tem alcançado os estudos curriculares e, particularmente, os ensinos de Língua e
Literatura.
Os estudos lingüísticos vêm mobilizando os professores para a discussão e o
repensar sobre o ensino da língua materna e para a reflexão sobre o trabalho realizado
nas salas de aula.
Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa no final da
década de 90, os professores também fundamentaram a proposta para a disciplina de
Língua Portuguesa nas concepções interacionistas ou discursivas, propondo uma reflexão
acerca dos usos da linguagem oral e escrita.
Agora, século XXI, os fundamentos teóricos que estão alicerçando a discussão
sobre o ensino da Língua e Literatura suscitam novos olhares em relação às práticas de
ensino.
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na educação
básica brasileira, e confrontando esse percurso com a situação de analfabetismo
funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de textos apresentados
pelos alunos, necessita-se de novos posicionamentos em relação às práticas de ensino;
seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores
na construção de alternativas, que venham afastar a distância entre língua e povo.
Diante disso, esta Proposta Pedagógica Curricular procura seguir a concepção
Sociointeracionista em que a língua é entendida como discurso que se efetiva nas
diferentes práticas sociais, em que se privilegia a construção e a reconstrução verbal, a
socialização dos conhecimentos, considerando-se a relação dialógica e o contexto de
produção.
A proposta Sociointeracionista no processo ensino aprendizagem propõe uma
reflexão no ensino de língua, ao considerar o indivíduo como ser social, apontando como
essência a sua interação com o ambiente em que vive e com as relações sociais para a
construção do conhecimento e desenvolvimento psicológico. Esta visão reflete a
necessidade de a sala de aula constituir um espaço onde o professor e os alunos tenham
papel central na prática social de construção do conhecimento (MOITA LOPES, 1996).
As palavras estão carregadas de conteúdo ideológico, elas são tecidas a partir de
uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos
os domínios (Bakthin/Volochinov, 1999, p. 42).
Sob essa perspectiva, o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa visa
aprimorar os conhecimentos lingüísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam
compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses
discursos. Para isso, é relevante que a língua seja percebida como uma arena em que
diversas vozes sociais de defrontam, manifestando diferentes opiniões. “A palavra revela-
se, no momento de sua expressão como produto de relação viva das forças sociais.”
(Bakthin 1999, p. 66).
O texto deve ser visto como prioridade no ensino de língua materna; os elementos
linguísticos são instrumentos que ajudam na compreensão e interpretação do mesmo,
não podendo ser trabalhados por meio de exercícios enfadonhos e descontextualizados; a
diversidade de gêneros, tanto orais como escritos, inclusive com linguagem não-verbal
torna-se imprescindível; o trabalho com a Literatura privilegiará a formação do leitor em
todas as suas especificidades.
O ensino de Língua Portuguesa deve criar, portanto, situações em que os alunos
tenham oportunidade de refletir sobre os textos que leem, escrevem, falam ou ouvem,
instruindo, de forma contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto,
assim como os elementos linguísticos empregados na organização de discurso ou texto.
Pode-se entender assim que as práticas da linguagem, como fenômeno de uma
interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano, potencializando, na escola,
a perspectiva interdisciplinar.
Seguindo essa linearidade, teçam-se os objetivos da disciplina:
• Formar um alguém/leitor que compreenda o que lê: identificando elementos
implícitos, estabelecendo relações entre os textos que lê e outros já lidos.
• Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada
contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do
cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;
• Utilizar as várias formas de representação da comunicação criadas pelo homem,
bem como seus objetivos de interação verbal, isto é, entre os sujeitos que interagem.
• Proporcionar situações de contato de leitura de mundo, para que o aluno
desenvolva cada vez melhor um controle sobre as situações que se apresentam.
• Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, identificando o gênero textual,
assim como os elementos lingüísticos empregados na sua organização.
• Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise lingüística para
expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da linguagem,
ampliando a capacidade de análise crítica.
• Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas
sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto abordado, os
gêneros e suportes textuais, além do contexto de produção/leitura;
• Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura a
constituição de um espaço dialógico que permita expansão lúdica do trabalho com as
práticas da oralidade, da leitura e da escrita.
• Reconhecer a importância da norma culta da língua, de maneira a propiciar acesso
aos recursos de expressão e compreensão de processos discursivos, como condição
para tornar o aluno capaz de enfrentar as contradições sociais em que está inserido e
para afirmação da sua cidadania, como sujeito singular e coletivo.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, entende-se por Conteúdo
Estruturante, o conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais
identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos básicos
e específicos, a serem trabalhados no dia a dia da sala de aula.
Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de linguagem como
prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo assim, o objeto de estudo
da disciplina é a Língua e o Conteúdo Estruturante, portanto, é o Discurso como Prática
Social.
CONTEÚDOS BÁSICOS
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE
LEITURA
• Tema do texto;• Interlocutor;• Finalidade;• Aceitabilidade do texto;• Informatividade;• Discurso direto e indireto;• Elementos composicionais do
gênero;• Léxico• Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
ESCRITA
• Tema do texto ;• Interlocutor;• Finalidade do texto;• Informatividade;• Argumentatividade;• Discurso direto e indireto;• Elementos composicionais do gênero;• Divisão do texto em parágrafos;
• Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;
• Processo de formação de palavras;• Acentuação gráfica;• Ortografia;• Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
• Tema do texto;• Finalidade;• Argumentatividade;• Papel do locutor e interlocutor;• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;• Adequação do discurso ao gênero;• Turnos de fala;• Variações linguísticas;• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.
6ª SÉRIE
LEITURA
• Tema do texto;• Interlocutor;• Finalidade do texto;• Informatividade;• Aceitabilidade;• Situacionalidade;• Intertextualidade;• Informações explícitas e implícitas;
• Discurso direto e indireto;• Elementos composicionais do gênero;• Repetição proposital de palavras;• Léxico;• Ambiguidade;• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
ESCRITA
• Tema do texto;• Interlocutor;• Finalidade do texto;• Informatividade;• Discurso direto e indireto;• Elementos composicionais do gênero;• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;• Processo de formação de palavras;• Acentuação gráfica;• Ortografia;• Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
Tema do texto; Finalidade; Papel do locutor e interlocutor; Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc; Adequação do discurso ao gênero; Turnos de fala; Variações linguísticas; Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica.
7ª SÉRIE
LEITURA
♦ Conteúdo temático;♦ Interlocutor;♦ Finalidade do texto;♦ Aceitabilidade do texto;♦ Informatividade;♦ Situacionalidade;♦ Intertextualidade;♦ Vozes sociais presentes no texto;♦ Elementos composicionais do gênero;♦ Relação de causa e consequência entre as partes e♦ elementos do texto;♦ Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como: (aspas, travessão, negrito).♦ Semântica:
- operadores argumentativos;- ambiguidade;- sentido conotativo e denotativo das palavras no texto;-expressões que denotam ironia e humor no texto.
ESCRITA
• Conteúdo temático;• Interlocutor;• Finalidade do texto;• Informatividade;• Situacionalidade;• Intertextualidade;• Vozes sociais presentes no texto;• Elementos composicionais do gênero;• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
• Concordância verbal e nominal;• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e
sequenciação do texto;• Semântica:
- operadores argumentativos;
- ambiguidade;- significado das palavras;- sentido conotativo e denotativo;- expressões que denotam ironia e humor no texto.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;• Finalidade;• Aceitabilidade do texto;• Informatividade;• Papel do locutor e interlocutor;• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas ...;• Adequação do discurso ao gênero;• Turnos de fala;• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;• Elementos semânticos;• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
8ª SÉRIE
LEITURA
• Conteúdo temático;• Interlocutor;• Finalidade do texto;• Aceitabilidade do texto;• Informatividade;• Situacionalidade;• Intertextualidade;• Temporalidade;• Discurso ideológico presente no texto;• Vozes sociais presentes no texto;• Elementos composicionais do gênero;• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;• Partículas conectivas do texto;• Progressão referencial no texto;• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);• Semântica:
- operadores argumentativos;- polissemia;- sentido conotativo e denotativo;- expressões que denotam ironia e humor no texto.
ESCRITA
• Conteúdo temático;• Interlocutor;• Finalidade do texto;• Informatividade;• Situacionalidade;• Intertextualidade;• Temporalidade;• Vozes sociais presentes no texto;• Elementos composicionais do gênero;• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;• Partículas conectivas do texto;• Progressão referencial no texto;• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito, etc.);Sintaxe de concordância;
• Sintaxe de regência;• Processo de formação de palavras;• Vícios de linguagem;• Semântica:- operadores argumentativos;- modalizadores;- polissemia.
ORALIDADE
• Conteúdo temático ;• Finalidade;• Aceitabilidade do texto;• Informatividade;• Papel do locutor e interlocutor;• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,
pausas ...;• Adequação do discurso ao gênero;• Turnos de fala;• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras);• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;• Semântica;• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
METODOLOGIA
A metodologia da disciplina deverá basear-se na concepção Sociointeracionista em
que a língua é entendida como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, em
que se privilegia a construção e a reconstrução verbal, a socialização dos conhecimentos,
considerando-se a relação dialógica e o contexto de produção.
No ensino de Língua Portuguesa os professores deverão priorizar o texto,
considerando-se diversidade, função social, organização, interlocutor, e situações reais,
concretas de uso da língua.
A gramática deverá ser um instrumento na análise linguística do texto, ou seja,
será feita uma reflexão sobre a organização estrutural da linguagem verbal através de
uma abordagem de temas gramaticais, privilegiando-se uma reflexão intuitiva sobre eles,
partindo da observação dos fenômenos linguísticos que ocorrem nos textos. Portanto,
exercícios enfadonhos e inúteis sobre temas gramaticais não deverão mais acontecer nas
aulas.
Na leitura, o aluno deverá ter contato com uma ampla variedade de textos (gêneros
discursivos). A leitura das linguagens não-verbais (fotos, outdoors, propagandas, imagens
digitais e virtuais, figuras, etc.) não deve ser esquecida, mas sim praticada juntamente
com a leitura da linguagem verbal.
A língua deverá ser ensinada como instrumento de construção e reconstrução da
identidade com o respeito às variações linguísticas.
O trabalho com a Literatura deverá valorizar a formação do leitor. Para que isso
aconteça o professor desenvolverá sua prática na perspectiva rizomática, isto é, será um
contínuo leitor, ele mesmo selecionará os textos que serão trabalhados com os alunos. O
aluno será incentivado a ler narrativas curtas e longas, textos poéticos, sem cobranças
inúteis como fichas de leitura ou provas. No entanto, o professor deverá demonstrar aos
alunos o trabalho literário existente por trás dos textos, mostrar o livro como resultado do
“trabalho braçal e intelectual” dos escritores. Isso é importante para ajudar a desfazer o
mito do escritor como alguém superior em relação ao mundo dos homens ditos normais.
Por fim, textos literários devem ser apreciados como arte, como algo que proporciona
prazer, levando os alunos a adquirirem o hábito da leitura e não fugirem dele.
Portanto, sugere-se que o professor privilegie, num primeiro momento, a leitura –
fruição do texto literário como meio de desenvolver o gosto e o hábito da leitura e, na
medida que o aluno amplie seu repertório de conhecimento de obras, o professor lhe
incentive a capacidade crítica sobre as leituras feitas a partir da socialização destas em
sala de aula. Assim, a aula de Literatura partirá do (s) texto (s) selecionado (s) pelo
professor que colocará o aluno em face de textos literários integrais. Aceitará os textos
sugeridos pelos alunos como ponto de lançamento para a leitura de outros textos, num
contínuo texto-puxa-texto que leve à reflexão, ao aprimoramento do pensar e a um
aperfeiçoamento no manejo que ele terá de suas habilidades de falante, leitor e escritor.
Pode enriquecer esse trabalho a lembrança de um filme, de uma música, etc. Convém
que o professor reserve, no espaço de suas aulas, toda semana, um tempo para a leitura.
Quanto à prática da oralidade, as variantes linguísticas devem ser consideradas
como formas legítimas de expressão. Na prática da oralidade o professor motivará o
aluno a se sentir bem ao expressar suas ideias, fazendo isso com segurança e fluência. O
aluno deverá adquirir condições de falar com fluência em situações formais, adequando
sua linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, intenções). Através
das diversas práticas, o aluno deverá aprender a convivência democrática, tanto pelo livre
direito à expressão quanto pelo reconhecimento do mesmo direito ao outro. Saber ouvir
com atenção e respeito os diferentes interlocutores será fundamental.
As possibilidades de trabalho com a oralidade no Ensino Médio são inúmeras.
Entre outras, pode-se citar: depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo
aluno ou pessoas do seu convívio; debates; seminários; troca de opiniões; declamação de
poemas; representação teatral; análise de linguagem em uso em programas televisivos,
em programas radiofônicos, no discurso público.
Em relação à prática da escrita, enfatiza-se que tanto o professor como o aluno
necessitam, primeiramente, planejar o que será produzido; em seguida escrever a
primeira versão sobre a proposta apresentada e, então, revisar, reestruturar e reescrever
o texto. Por meio desse processo, em que vivencia a prática de planejar, escrever, revisar
e reescrever seus textos, o aluno perceberá que a reformulação da escrita não é motivo
para constrangimento, que é possível escrever textos que reflitam melhor seus pontos de
vista, suas fantasias e sua criatividade, pela troca de uma palavra por outra, de um sinal
de pontuação por outro, do acréscimo ou da exclusão de uma ideia, etc. Ou seja, o texto
corrigido e que precisa ser reescrito não caracteriza uma produção “errada”, motivo de
constrangimentos por parte do professor ou dos colegas.
O refazer textual pode ocorrer de forma individual ou em grupo, considerando-se a
intenção e as circunstâncias da produção. Quando há uma proposta de produção escrita,
é necessário saber quem será o leitor do texto. Para dar oportunidade de socializar a
experiência de produção textual e o ato de compartilhá-la, recomenda-se que os textos
dos alunos sejam afixados no mural da escola, ou pode-se reunir os diversos textos em
uma coletânea, ou ainda uma outra forma de circulação que o professor achar
conveniente.
Os gêneros trabalhados podem ser, entre outros: relatos (histórias de vida); cartas,
cartazes, poemas, contos, crônicas, notícias, editoriais, carta de leitor, entrevistas,
resumos, etc.
Em relação à análise linguística, entende-se que quanto mais variado for o contato
do aluno com diferentes tipos e gêneros textuais, mais fácil será assimilar as
regularidades que determinam o uso da norma padrão.
O aluno precisa, então, ampliar sua capacidade discursiva em atividades de uso da
língua, de maneira a compreender outras exigências de adequação da linguagem como,
por exemplo: argumentação, situacionalidade, intertextualidade, informatividade,
referenciação, concordância, regência, formalidade e informalidade.
Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho com o texto, os
conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos funcionais na
constituição da unidade de sentido dos enunciados. Cabe ao professor planejar e
desenvolver atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto e
sobre outros textos. O estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permite
ao professor explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise.
Portanto, não faz mais sentido que o professor engesse o seu trabalho com base
em grandes sequências de conteúdos gramaticais. A escola deverá ser vista pelo aluno
com o espaço do erro, onde ele pode e deve errar para que, a partir dessa consciência,
sob uma dinâmica de tentativas, acertos, inferências, comparações, deduções, construa o
aprendizado do fato linguístico.
O trabalho referente às Leis 10.639/03 “História e Cultura Afro”, 13.381/01 “História
do Paraná”, 9.795/99 “Meio Ambiente” e 11.645/08 “História e Cultura dos Povos
Indígenas”, além dos Desafios Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao uso
indevido de drogas e violência e Educação Ambiental) se legitimará através de diversos
gêneros textuais, filmes, músicas... que abranjam estes temas, levando os alunos, por
meio da diversidade textual e cultural, refletir e desenvolver o seu próprio senso crítico a
respeito de tais temas, que devem ser abordados no transcorrer das atividades de forma
natural durante o ano letivo e não de forma específica (datas, campanhas...).
Os Recursos Didáticos e Tecnológicos a serem utilizados serão:
Na prática da Oralidade: As possibilidades de trabalho com gêneros orais são
diversas e apontam diferentes caminhos, como: apresentação de temas variados
(histórias de família, da comunidade, um filme, um livro...); recado; explicação; contação
de histórias; declamação de poemas; troca de opiniões; debates; seminários; júri
simulado; e outras atividades que possibilitem o desenvolvimento da argumentação.
Na prática da escrita: Leva-se em conta a relação entre o uso e o aprendizado da
língua, sob a premissa de que texto é um elo de interação social, sendo os gêneros
discursivos, construções coletivas. Assim, entende-se o texto como uma forma de atuar,
de agir no mundo. Escreve-se e se fala para convencer, vender, negar, instruir, etc.
Há diversos gêneros que podem ser trabalhados em sala de aula para aprimorar a
prática de escrita. A seguir, citam-se alguns, contudo ressalta-se que os gêneros escritos
não se reduzem a esses exemplos: carta, convite, bilhete, cartaz, notícia, editorial, artigo
de opinião, carta do leitor, relatório, resultados de pesquisas, resumos, resenhas,
solicitações, requerimentos, crônica, conto, poema, relatos de experiências, receitas, e-
mail, blog, chat, lista de discussão, fórum de discussão, dentre outros, experienciando
usos efetivos da linguagem escrita na esfera digital.
A Prática de Leitura: É preciso considerar o texto que se quer trabalhar e, então,
planejar as atividades, conforme variem os gêneros (reportagens, propagandas, poemas,
crônicas, histórias em quadrinhos, entrevistas, blog), conforme variem a finalidade
pretendida com a leitura (leitura informativa, instrumental, entretenimento...) e, ainda
conforme variem o suporte (jornal, televisão, revista, livro, computador...), variam também
as estratégias a serem usadas.
Na sala de aula, é necessário, analisar, nas atividades de interpretação e
compreensão de um texto: os conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação
comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em
que o gênero está publicado de outros textos (intertextualidade).
Os Recursos Didáticos e Tecnológicos são classificados como:
• Naturais: Elementos de existência real na natureza;
• Pedagógicos: Livro didático, quadro, cartaz, gravura, álbuns, slides, maquete;
• Tecnológicos: TVPendrive (Multimídia), Aparelho de som, computador (laboratório de
Informática);
• Culturais: Biblioteca Escolar, passeios didáticos.
OBS.: As atividades serão elaboradas e adequadas aos Recursos Didáticos e
Tecnológicos disponíveis na escola, buscando atender as necessidades do aluno, bem
como despertar o interesse do mesmo em relação aos conteúdos trabalhados.
O bom aproveitamento dos recursos didáticos e tecnológicos está condicionado
aos seguintes fatores:
• Capacidade do aluno;
• Experiência do educando;
• Técnicas de emprego;
• Oportunidade de ser apresentado;
• Uso limitado, para não resultar em desinteresse;
• Seleção, adaptação e confecção.
AVALIAÇÃO
Esta Proposta Curricular, visa superar a concepção de avaliação como mero
instrumento de medição da apreensão de conteúdos. Espera-se que a avaliação subsidie
discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções.
Percebe-se, também, como bem sucedido o ensino/aprendizagem, quando todo o
trabalho desenvolvido com os alunos, são retomados em discussões e analisados, tanto
pelo educador quanto pelo educando. Refletir a respeito da produção do aluno o
encaminhará à superação, ao enriquecimento do saber e, nesse sentido, a ação avaliativa
reflexiva cumprirá a sua função.
A avaliação, enquanto relação dialógica concebe o conhecimento como
apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação- reflexão-
ação, que se passa na sala de aula através da interação professor/aluno, carregado de
significados e de compreensão.
O processo avaliativo não se limita apenas à sala de aula. A Proposta Curricular
aqui descrita, embasada na Lei de Diretrizes e Bases, Diretrizes Curiculares da
Educação Básica, Projeto Político Pedagógico, firmada pelo Plano de Trabalho Docente
que representa a prática desenvolvida na sala de aula, mesclados aos seus resultados, é
que dão conta do processo avaliativo.
O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual São João Bosco, prevê a
avaliação como um instrumento fundamental para fornecer informações sobre como está
se realizando o processo de ensino e de aprendizagem como um todo, tanto para os
professores e equipe pedagógica conhecerem e analisarem os resultados do seu
trabalho, como para os alunos verificarem seu desempenho.
Nessa perspectiva, a avaliação deixa de ter o caráter classificatório de
simplesmente aferir acúmulo de conhecimentos para promover ou reter o aluno. Ela deve
ser entendida como um processo de acompanhamento e compreensão dos avanços, dos
limites e das dificuldades dos alunos para atingir os objetivos da atividade de que
participam.
Essa concepção de avaliação é expressa na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, 9394/96, que estabelece como um dos critérios de verificação do
rendimento escolar: “a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, e dos resultados ao longo do
período sobre as de eventuais provas finais”.
O Regimento escolar que está em consonância com o Projeto Político Pedagógico
diz no Art. 104º - A avaliação é contínua, cumulativa e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste, no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
Parágrafo único – Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e
a elaboração pessoal, sobre a memorização.
A avaliação é um meio pelo qual é possível verificar se o processo
ensino/aprendizagem está sendo satisfatório ou necessita sofrer alterações, a fim de
alcançar objetivos pré-estabelecidos.
A avaliação será realizada através de um registro contínuo, integral e dinâmico,
baseado nas atividades desenvolvidas, apresentando uma variedade de instrumentos
avaliativos, meios e recursos utilizados para se alcançar determinado fim (provas,
trabalhos, pesquisas, produções textuais, apresentações, leitura e outros), levando em
consideração diagnóstica, definindo claramente critérios de avaliação a cada instrumento
utilizado.
Os critérios de avaliação estão voltados para a intencionalidade dos conteúdos e
não para os instrumentos.
Todavia é imprescindível que a avaliação seja contínua e priorize a qualidade e o processo
de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo.
A oralidade será avaliada considerando-se a participação do aluno nos diálogos,
relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua
fala, o seu desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao defender seu ponto de
vista e, de modo especial, a sua capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes
interlocutores e situações.
Quanto à leitura, o professor pode propor aos alunos questões abertas, discussões,
debates e outras atividades que lhe permitam avaliar as estratégias que eles empregam
no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido e o seu posicionamento diante do
tema, bem como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.
Em relação à escrita, é preciso ver os textos de alunos como uma fase do processo
de produção, nunca como um produto final. Portanto, é preciso haver clareza na proposta
de produção textual. Como é no texto que a língua se manifesta em todos os seus
aspectos, discursivos, textuais, ortográficos e gramaticais, os elementos linguísticos
utilizados nas produções dos alunos precisam ser avaliados em uma prática reflexiva e
contextualizada, que possibilite a eles a compreensão desses elementos no interior do
texto.
É utilizado a língua oral e escrita em práticas sociais, sendo avaliados
continuamente em termos desse uso, efetuando operações com a linguagem e refletindo
sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, que os alunos, gradativamente,
chegam à almejada proficiência em leitura e escrita, ao letramento.
A Recuperação de Estudos consiste na retomada de conteúdos durante o processo
de ensino e aprendizagem, permitindo que todos os alunos tenham oportunidades de
apropriar-se do conhecimento historicamente acumulado, por meio de metodologias
diversificadas e participativas. (Vasconcellos, 2003).
A Recuperação de Estudos, portanto concomitante ao processo letivo, tem por
lógica pedagógica recuperar os conteúdos não apropriados e não os instrumentos de
avaliação. Ou seja, os diferentes instrumentos de avaliação serão vias para perceber os
conteúdos que não foram apreendidos e que deverão ser retomados no processo de
Recuperação de Estudos sob duas formas: a retomada do conteúdo a partir do
diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação e a reavaliação do conteúdo já
retomado em sala.
A avaliação deve estar articulada com os objetivos e conteúdos definidos a partir
das concepções e encaminhamentos metodológicos desta Proposta.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6ªed. Tradução de Michel e Yara
Vieira. São Paulo: HUCITEC, 1992.
DEMO, Pedro. Formação de formadores básicos. In: Em aberto, n. 54, 1992, p. 26 – 33.
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Curitiba: SEED-PR, 2006.
http.//www.diaadiaeducacao/portals/portal/diretrizes/dir_ef_portuguesa.pdf.
FARACO, Carlos Alberto. Português: língua e cultura / Português Ensino Médio (1ª, 2ª e
3ª séries). Curitiba: Editora Base, 2005
GARCIA, Regina L. No Cotidiano da escola: pistas para o novo. Caderno CEDES,
Campinas V. 28, p. 49 – 62.
GERALDI, C.; Fiorentine, D: Pereira, E. (Org.). Cartografia do trabalho docente.
Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.
GERALDI, João Wanderley (org.) & outros. O texto na sala de aula. Coleção na sala de
aula. 3. ed. São Paulo: Editora Ática, 2004.
KLEIN, Ligia. Proposta político-pedagógica para o ensino fundamental: governo popular
de Mato Grosso do Sul. Mato Grosso do Sul: SED/Núcleo de Ensino Fundamental, 2000.
KOCH, Ingedore. A coesão textual. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 1991.
KRAMER, Sônia. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. 3ª ed. São Paulo: Ática,
2000.
MURRIE, Zuleika. O ensino de português: do 1º grau à universidade. 3ª ed. São Paulo:
Contexto, 1994.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do
Estado do Paraná, 3ª ed. Curitiba, PR: SEED, 1997.
PERINI, Mário A. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Editora Ática, 2005.
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A aprendizagem de concepções atualizadas do mundo físico e natural e o desenvolvimento
de estratégias de trabalho centradas na solução de problemas são finalidades da área, de forma a
aproximar o educando do trabalho de investigação científica e tecnológica, como atividades
institucionalizadas de produção de conhecimentos, bens e serviços. É importante considerar que
as ciências, assim como as tecnologias, são construções situadas historicamente e que os objetos
de estudo por elas construídos e os discursos por elas elaborados não se confundem com o
mundo físico e natural.
O trabalho na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, prevê a
compreensão e a utilização dos conhecimentos científicos para explicar o funcionamento do
mundo, bem como para planejar, executar e avaliar as ações de intervenção na realidade.
O aprendizado das Ciências da Natureza levará o aluno a ler e interpretar textos de
interesse científico e tecnológico e suas diferentes formas de representação (tabelas, gráficos,
expressões, ícones...) partindo de situações reais formulando hipóteses, criando estratégias para
resolver suas situações problemas associando o conhecimento cotidiano ao conhecimento
científico e tecnológico percebendo ai o papel fundamental e transformador da matemática na vida
humana em diferentes épocas.
A história nos dá conta que desde os tempos mais remotos o homem carecia da matemática
para a solução de seus problemas imediatos da vida cotidiana. Foi na necessidade que os
indivíduos recorriam a recursos matemáticos rudimentares e os foram aprimorando ao longo da
história e os transformarem em excelente recurso para o conhecimento e domínio da natureza.
Por outro lado verificamos que nem todos os resultados da matemática tiveram ou tem suas
origens no mundo real. Poderíamos citar aqui a criação dos números complexos. O surgimento
desses números se deu do concreto para o abstrato, portanto, não surgiu da observação da
realidade, contudo, depois passou a ser utilizado em muitas situações e aplicações de natureza
prática. Podemos observar isso em CURANT e ROBBBINS (2000, P. 111):
Naturalmente, uma interpretação desde tipo é desnecessária do ponto de
vista moderno no qual a justificativa de cálculos formais com números
complexos é dada diretamente com base nas definições formais da adição
e da multiplicação. Porém, a interpretação geométrica, fornecida
aproximadamente ao mesmo tempo por Wessel (1745 – 1818), Argand
(1768 – 1822) e Gauss, fez com que estas operações parecessem mais
naturais do ponto de vista intuitivo, e elas têm sido desde então da máxima
importância em aplicações dos números complexos na Matemática e na
Ciências Físicas.
A matemática surgiu na Antiguidade como forma de resposta às necessidades históricas
do homem de contar, calcular, medir, organizar os espaços e as formas. Em conseqüência disso,
diz-se que a Matemática é a ciência da quantidade e do espaço.
“Em todos os lugares do mundo, independente de raças, credos ou
sistemas políticos, desde os primeiros anos de escolaridade, a Matemática
faz parte dos currículos escolares, ao lado da Linguagem Natural, como
uma disciplina básica. Parece haver um consenso com relação ao fato de
que seu ensino é indispensável e sem ele é como se a alfabetização não
se tivesse completado”. (MACHADO)
Ao se estabelecer um primeiro conjunto de parâmetros para a organização do ensino de
Matemática no Ensino Médio, pretende-se contemplar a necessidade da sua adequação para o
desenvolvimento e promoção de alunos, com diferentes motivações, interesses e capacidades,
criando condições para a sua inserção num mundo em mudança e contribuindo para desenvolver
as capacidades que deles serão exigidas em sua vida social e profissional. Em um mundo onde
as necessidades sociais, culturais e profissionais ganham novos contornos, todas as áreas
requerem alguma competência em Matemática e a possibilidade de compreender conceitos e
procedimentos matemáticos é necessária tanto para tirar conclusões e fazer argumentações,
quanto para o cidadão agir como consumidor prudente ou tomar decisões em sua vida pessoal e
profissional.
A Matemática no Ensino Médio tem um valor formativo, que ajuda a estruturar o
pensamento e o raciocínio educativo, porém também desempenha um papel instrumental, pois é
uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas em quase todas
as atividades humanas.
Contudo, a matemática no Ensino Médio não possui apenas o caráter formativo ou
instrumental, mas também deve ser vista como ciência, com suas características estruturais
específicas. É importante que os alunos percebam que as definições, demonstrações e
encadeamentos conceituais e lógicos têm a função de construir novos conceitos e estruturas a
partir de outros e que servem para validar intuições e dar sentido às técnicas aplicadas.
As tendências metodológicas apontam para uma Educação Matemática que são
implementadas a partir daí em sala de aula.
OBJETIVO GERAL:
Propiciar através da educação matemática, um ensino que possibilite aos estudantes análises,
discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de idéias, ampliando seus
conhecimentos para que possam contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL
Série Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos
5ª
NÚMEROS EÁLGEBRA
-Sistemas de Numeração;-Números Naturais;-Múltiplos e divisores;-Potenciação e radiciação;-Números Fracionários;-Números decimais.
GRANDEZAS E MEDIDAS
-Medidas de comprimento;-Medidas de massa;-Medidas de área;-Medidas de volume;-Medidas de tempo;-Medidas de ângulos;-Sistema Monetário.
GEOMETRIAS -Geometria Plana;-Geometria Espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
-Dados, tabelas e gráficos;-Porcentagem.
Série Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos
6ª
NÚMEROS EÁLGEBRA
-Números Inteiros;-Números racionais;-Equação e Inequação do 1º grau;-Razão e proporção;-Regra de três.
GRANDEZAS E MEDIDAS
-Medidas de temperatura;Ângulos.
GEOMETRIAS-Geometria Plana;-Geometria Espacial;-Geometria Não-Euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
-Pesquisa Estatística;-Média Aritmética;-Moda e mediana;-Juros simples.
Série Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos
NÚMEROS EÁLGEBRA
-Números Irracionais;-Sistemas de Equações do 1º grau;-Potências;-Monômios e Polinômios
7ª -Produtos Notáveis
GRANDEZAS E MEDIDAS
-Medida de comprimento;-Medida de área-Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS -Geometria Plana;-Geometria Espacial;-Geometria Analítica;-Geometria não-Euclidiana
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
-Gráfico e Informação;-População e amostra.
Série Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos
8ª
NÚMEROS EÁLGEBRA
-Números Reais;-Propriedades dos radicais;-Equação do 2º grau;Teorema de Pitágoras;-Equações Irracionais-Equações Biquadradas;-Regra de Três composta.
GRANDEZAS E MEDIDAS
-Relações métricas no Triângulo Retângulo;-Trigonometria no Triângulo Retângulo.
FUNÇÕES -Noção intuitiva de Função Afim;-Noção intuitiva de Função Quadrática.
GEOMETRIAS -Geometria Plana;-Geometria Espacial;-Geometria Analítica;-Geometria Não-Euclidiana.
METODOLOGIA
O ensino da Matemática trata a construção do conhecimento matemático sob uma visão
histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos e
também influenciam na formação do pensamento humano e na produção de sua existência por
meio das idéias e das tecnologias (Paraná Digital, Jogos, Tv multimídia, calculadora e outros
recursos eletrônicos que possam surgir).
Nesse sentido, é necessário que o processo pedagógico contribua para que o aluno tenha
condições de constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem
adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de outras áreas do
conhecimento.
Na disciplina de Matemática os conteúdos estruturantes se relacionam entre si e evocam
outros conteúdos, tanto estruturantes quanto específicos, além de sugerir relações e
interdependências que, por efeito, enriquecem o processo pedagógico. A articulação entre os
conhecimentos presentes em cada conteúdo estruturante pode ocorrer em diferentes momentos
e, quando novas situações de aprendizagem possibilitarem, pode ser retomada e aprofundada.
As tendências metodológicas: resolução de problemas, etnomatemáticas, modelagem
matemática, mídias e investigação matemática; apontam para uma Educação Matemática que
estão implementadas em sala de aula.
Para o desenvolvimento dos conteúdos propostos o professor deve fazer uso das mais
diversas metodologias disponíveis para a sala de aula ou até mesmo fora dela. O professor deve
permitir e estimular a interação dos alunos uns com os outros, que aprendam uns com os outros,
que sejam participantes ativos de todo o processo da construção do conhecimento matemático e,
ao mesmo tempo deve haver lugar para a exploração individual quando se fizer necessário.
Devemos propor atividades que estimulem o raciocínio lógico propondo questões com intenção de
estimular os alunos a refletirem sobre seus próprios pensamentos e seus próprios argumentos.
As aulas não podem ser rotineiras e repetitivas. Devemos propor atividades intrigantes que
estimulem a ação e o raciocínio. O papel do professor deve ser de guiar e de motivar:
trabalhos individuais e de grupo;
oferecer modelos e estabelecer conexões;
propor atividades abertas;
orientar a análise e interpretação de filmes;
organizar a exploração e uso de sites da internet;
ministrar com clareza aulas expositivas;
fazer uso sistemático do livro;
utilizar recursos disponíveis com revistas, jornais e periódicos.
Nós professores de matemática precisamos saber que o nosso papel não é
único. Em alguns momentos devemos agir como fornecedores de informações e em
outros mediadores, portanto, faz-se necessário que o professor esteja atento ao seu
papel para poder intervir de modo mais adequado nas diferentes situações.
AVALIAÇÃO
O que é avaliar?
Quem avaliar?
O que avaliar?
Como avaliar?
Se estas perguntas forem respondidas com clareza e objetividade certamente teríamos
encerrado um assunto que durante anos vem intrigando professores e pedagogos que se
preocupam com o processo educativo de nossas crianças, adolescentes e jovens educandos.
Devemos adotar uma postura critica da nossa ação como professores de Matemática para
respondermos estas questões e com certeza expomos o nosso trabalho a uma análise sobre a
eficácia das nossas ações pedagógicas.
A avaliação deve apresentar um caráter formativo e fornecer ao aluno informações que
possibilitem o seu progresso pessoal e lhe permita uma análise de sua autonomia.
Para nós professores, a avaliação deve ser munida de instrumentos que permitam verificar
como nós estamos atingindo o aluno e como nos comunicamos com ele. Para o aluno os
instrumentos de avaliação utilizados pelo professor devem transmitir claramente o que, como e o
quanto o aluno evoluiu na construção do conhecimento matemático e no uso do mesmo na
resolução de problemas do cotidiano ou não.
Alguns instrumentos de avaliação se fazem indispensáveis para a verificação da evolução
e aproveitamento do aluno e do grupo:
observação direta do professor;
arguições durante as aulas;
observação do desempenho e rendimento do aluno durante as atividades propostas;
exercícios propostos;
trabalhos individuais e em grupo;
apresentações para socialização dos trabalhos;
provas individuais;
provas em grupos com uso de material de apoio.
A recuperação de conteúdos será feita em sequência as avaliações e a avaliação da
recuperação fica a critério do professor regente, podendo ser alterada mediante
comprovação em lei federal ou estadual.
Qualquer instrumento de avaliação que o professor fizer uso deve servir como fonte de
subsídio para avaliar tanto o rendimento do aluno como a eficácia do trabalho docente.
BIBLIOGRAFIAS
BOYER, Carl B. História da Matemática, São Paulo: Edgar Blucher, 1974.
HERSCH, P. J. Davis, R. A Experiência Matemática. Francisco Alves Editora, 1986.
LONGEN, A. A Coleção Nova Didática da Matemática. Curitiba: Positivo, 2005 GOVERNO DO
PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Orientações Curriculares. Curitiba: Seed,
2006.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
POLYA, G. A Arte de Resolver Problemas: Um Novo Aspecto do Método Matemático. Rio de
Janeiro: Interciência, 1975.
Governo do Estado do Paraná
Colégio Estadual São João Bosco - EFM
Rua das Andorinhas, 275 – Bairro Planalto
Pato Branco – PR. Fone(46)3224-3469
ANEXO 03 – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
PROPOSTA CURRICULAR
ENSINO MÉDIO
PATO BRANCO – PR - 2010
ARTE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino da Arte está presente no Brasil desde o século XVI, com a ação dos jesuítas. A
Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a catequização dos grupos que aqui
habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes
Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma
Educacional Brasileira (1792 – 1800) – Reforma Pombaína – o ensino da Arte tornou-se
irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à matemática na forma de Desenho
Geométrico.
Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX – o que
resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o ensino ainda era
influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi ratificada na 1ª Reforma
Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda
era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música
por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez-se presente no primeiro projeto de educação
pública de massa.
No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade de
Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.
O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em 1971, com a
Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão tecnicista e entendendo o
educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que deve dominar os
conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica
a obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica, porém, a Arte passa a compor a área de
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.
Esse breve passeio pela história nos dá uma idéia dos conceitos que permearam a
educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso, com a catequização dos
nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas. Passamos de um extremo a outro, do
“sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação pública no Brasil
até o início do séc. XX estava voltada para uma elite basicamente masculina. Verificamos também
que, após a expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no
ensino público brasileiro.
Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que contemplem
a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos educandos e das
educandas. O ensino da arte de deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa
também a se preocupar com o desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída
historicamente e com constante transformação.
Nesse contexto, a arte, compreendida como área do conhecimento, apresenta relações
com a cultura por meio das manifestações expressas e bens materiais (bens físicos) e imateriais
(práticas culturais coletivas). Olhando a arte por uma perspectiva antropológica, é possível
considerar que toda produção artística e cultural é um modo pelo qual os sujeitos entendem e
marcam a sua existência no mundo. Dessa forma, concebe-se as várias instâncias de produção
de conhecimento, ou seja, os conteúdos pessoais de cada sujeito, interligados à produção cultural
(local, regional, global) como fonte geradora de significados em Arte.
Entende-se que ao se apropriar dos elementos básicos diversas produções e
manifestações artísticas, o sujeito torna-se capaz de refletir, de interpretar e de se posicionar
diante do objeto de estudo.
Destaca-se que para o Ensino Médio, a partir de um aprofundamento dos conteúdos, a
ênfase será maior na associação da arte e conhecimento, da arte e trabalho criador e da arte e
ideologia.
Neste sentido é importante explicitar como o ser humano transformou o mundo e a si
próprio pelo trabalho, constituindo dessa forma arte, a linguagem e a cultura.
A arte é um processo de humanização e o ser humano, como criador, produz maneiras de
ver e sentir, que são diferentes em cada momento histórico e em cada cultura. Por isso é
fundamental considerar as determinações econômicas e sociais que interferem nas relações entre
os homens, os objetos e os outros homens, para compreender a relatividade do valor estético e as
diversas funções que a arte tem cumprido historicamente e que se relacionam com o modo de
organização da sociedade.
Assim, uma proposta de ensino, nesta disciplina, tem como função levar o aluno à
apropriação do conhecimento em arte, dentro de um processo criador que transforma o real,
produzindo novas maneiras de ver e sentir o mundo.
Tendo este referencial como pressuposto e visando pensar o aluno como um sujeito
histórico e social, são apontadas três interpretações fundamentais da arte: arte e ideologia, arte e
o seu conhecimento e arte e trabalho criador. Estas abordagens da arte, norteiam e organizam a
metodologia, a seleção dos conteúdos e a avaliação na pratica escolar.
ARTE E IDEOLOGIA
Pode-se conceituar ideologia como o conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de
uma sociedade, de uma época ou de uma classe. Ela é produto de uma situação histórica e das
aspirações destes grupos.
A ideologia tem várias funções, dentre elas, pode-se citar duas, que são contraditórias:
ideologia como um elemento de imposição de uma classe social sobre outra, de forma a mascarar
a realidade, para manter e legitimar sua dominação, por outro lado, é também um elemento de
coesão social, de relação de pertencimento a um grupo, classe ou a uma sociedade.
Estas duas funções ideológicas tiveram uma relação com os jovens do século XX e foram
objeto de intensa ideologização por meio da arte. Na primeira metade deste século, a juventude
nazista e fascista foi constituída, principalmente, pela mídia institucional do rádio e cinema. A partir
da década de cinqüenta, a indústria cultural, com suas várias formas artísticas, disseminou o
consumismo e o individualismo exacerbado entre os jovens.
Contrariamente, neste mesmo século, a arte foi uma das principais formas de organização
social e expressão dos jovens, em oposição às forças dominantes neste período: os protestos
mundiais dos anos sessenta contra a sociedade de consumo e às políticas governamentais; a
oposição à ditadura militar no Brasil; o movimento da anistia e o de redemocratização do país.
Neste sentido, é fundamental trabalhar com os alunos as três principais formas de como a
arte é produzida e disseminada na sociedade contemporânea.
O sistema de arte é o que chamamos de arte erudita, ele tem uma forma de distribuição e
divulgação (museus, teatros, etc), uma forma de legitimação (críticos de arte) e de circulação pela
venda a uma elite financeira. Esta arte tem um campo de ação restrito, pois atinge somente uma
pequena parcela da população.
A arte popular é a produzida e vivenciada pelo novo, grupos sociais e étnicos e caracteriza-
se por ser um espaço de sociabilidade e elemento constituinte da identidade destes grupos. Neste
campo, podemos incluir o folclore, que além de ser do povo, tem a particularidade de ser uma
manifestação artística que permanece por um tempo maior (com algumas mudanças) na história
de uma determinada cultura.
A indústria cultural é a que transforma a arte em mercadoria, visando o consumo por um
grande número de pessoas, por isso, é denominada de cultura de massa. A indústria cultural
apropria-se da produção artística da cultura popular e erudita, descaracterizando-as, por meio de
equipamentos e tecnologias e as direciona para o consumo em grande escala, a produção em
série.
Ainda há de se considerar que pelas características dos atuais modos de produção, o
artista necessita veicular sua obra em algum meio de comunicação, portanto, os meios de
comunicação podem constituir-se em uma forma de socialização da arte. O importante é perceber
os mecanismos de padronização excessiva dos bens culturais (pela repetição de formas
composicionais), da homogeneização do gosto e da ampliação do consumo.
Estas são três formas de como se pode ter contato com a arte, mas não são estanques,
elas interpenetram-se e são permeados por discursos ideológicos, principalmente para a arte
vivenciada pelos jovens.
ARTE E SEU CONHECIMENTO
Toda obra de arte apresenta um duplo caráter em indissolúvel unidade: é expressão da
realidade, mas, ao mesmo tempo, cria a realidade que não existe fora da obra, ou antes da obra,
mas precisamente apenas na obra. (KOSIK, 2002, p. 128)
A arte não só reflete a realidade em sua aparência, mas também a traduz para além desta,
abrangendo aspectos da totalidade desta mesma realidade.
Como conhecimento da realidade, a arte pode revelar uma parte do real, não em sua
essência objetiva, tarefa específica da ciência, mas em sua relação com a essência humana. O
ser humano é o objeto específico da arte, ainda que nem sempre seja o objeto da representação
artística. Os objetos são representados não como imitação, mas em sua relação com o mundo
humano.
Ao mesmo tempo não é uma duplicação das ciências humanas e sociais, que vê as
relações humanas na sua generalidade, a arte é um conhecimento específico de uma realidade
específica, do homem como um todo único, vivo e concreto, na unidade e riqueza de suas
determinações, nos quais se fundem de modo peculiar o geral e o singular (VASQUEZ, 1978, p.
35)
A arte é conhecimento na medida em que é criação, só assim pode servir à realidade e
descobrir aspectos essenciais da realidade humana.
ARTE E TRABALHO CRIADOR
A criação ou trabalho criador é um elemento essencial no ensino de arte, sem ele a arte
deixa de ser arte e não há aprendizagem. O educando precisa passar pelo fazer artístico, pois “ao
transformamos as matérias, agimos, fazemos. São experiências existenciais – processos de
criação – que nos envolvem na globalidade, em nosso ser sensível, no ser pensante, no ser
atuante” (OSTROWER, 1987, p. 69).
Segundo Ostrower, quando o homem cria, isto é, quando transforma uma matéria dando-
lhe nova forma, lhe atribui significados, emoções e a impregna com a presença do seu próprio
existir, captando e configurando-a. Estruturando a matéria, também dentro de si o ser humano se
estrutura. Criando, ele se recria e é constituído como ser humano que toma posição ante o
mundo.
Criar, então, é transformar, fazer algo inédito, um objeto novo e singular que expressa esse
sujeito criador e, simultaneamente, o transcende, enquanto objeto portador de conteúdo de cunho
social e histórico e enquanto objeto concreto, como uma nova realidade social.
A criação e o trabalho são separados nos modos de produção capitalista, que o transforma
em trabalho alienado e o trabalhador passa a não se identificar mais com o produto de seu próprio
trabalho. A arte é a possibilidade na escola de recuperar esta unidade original do trabalho como
processo criativo.
A concepção de arte como criação, como trabalho criador, não exclui a arte como forma
ideológica ou a arte como forma de conhecimento, porém não a reduz a nenhuma delas.
No trabalho artístico a relação de conteúdo (o elemento social) e forma (a expressão social
solidificada) não são dissociadas. O conteúdo, que é o fator decisivo na formação dos estilos na
arte, não é tão determinado como pelo que está composto na obra, mas pelo como está
composto, isto é, pelo modo segundo o qual o artista, consciente ou inconscientemente, expressa
as tendências sociais do seu tempo. (FISCHER, 1979). A forma é resultado tanto das
determinações sociais quanto da singularidade do artista, ao mesmo tempo, é condicionada em
certa medida pela técnica e pelo material utilizado, que tem suas propriedades específicas, que
lhe permitem assumir uma forma de vários modos possíveis.
Bosi a partir de seus estudos conclui que as visões de mundo, espírito da época,
ideologias de classe e de grupo, são, todos universos de valores, complexos superestruturais que
se fazem presentes e ativos na hora da criação artística.
Estas três interpretações fundamentais da arte, apresentadas na proposta do ensino
médio: arte e ideologia, arte e o seu conhecimento e arte e trabalho criador, são as referências
para a organização dos conteúdos estruturantes e específicos, do encaminhamento metodológico
e da avaliação.
OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA
Compreender a arte como produção histórica contextualizada nas diversas culturas,
conhecendo e respeitando a diversidade cultural, bem como utilizar a arte como linguagem para
articular a percepção, a imaginação, a investigação, a sensibilidade e reflexão ao realizar e fruir
produções artísticas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
A organização dos conteúdos em Arte, deve possibilitar o estabelecimento de relações com
conhecimentos de outras áreas e proporcionar uma compreensão de sua totalidade, numa
perspectiva de abranger o conhecimento em arte produzido pela humanidade.
Neste sentido, foram definidos como conteúdos estruturantes os elementos formais, a
composição, os movimentos e períodos o tempo e espaço.
Elementos formais: são elementos da cultura, que são observados nas produções
humanos e na natureza, eles são a matéria prima para a produção artística e o conhecimento em
arte. Estes elementos como por exemplo, o timbre em música, a cor em artes visuais, a
personagem em teatro ou o corpo em dança, são diferentes em cada área, mas todas as áreas
são organizadas mediante elementos formais. O professor deverá aprofundar o conhecimento dos
elementos formais da sua área de formação, sendo que a articulação com as outras áreas será
por intermédio dos conteúdos estruturantes. Os elementos formais são articuladores porque o
aluno percebe como a área que está sendo abordada se organiza e poderá compreender que as
outras áreas têm suas próprias formas de organização.
Composição: Composição é a produção artística, ela acontece por meio da organização e
dos desdobramentos dos elementos formais. Por exemplo, os elementos visuais – linha,
superfície, volume, luz e cor – de acordo com Ostrower (1983, p. 65) “não têm significados
preestabelecidos, nada representam, nada descrevem, nada assinalam, não são símbolos de
nada, não definem nada – nada, antes de entrarem num contexto formal.” Ao participar de uma
composição, cada elemento visual configura o espaço de um modo diferente e, ao caracteriza-lo,
os elementos também se caracterizam.
Todo som tem sua duração, dependendo do tempo de repercussão da fonte sonora que o
originou. É pela manipulação das durações, mediada pelo conhecimento estético, que este som
passa a constituir-se em ritmo ou uma composição.
Com a organização dos elementos formais de cada área de arte, formulam-se todas as
obras (sejam elas visuais, teatrais, musicais ou da dança), na imensa variedade de técnicas e
estilos.
Movimentos e períodos: constituem-se no conteúdo da História que está relacionado com o
conhecimento em arte. Esse conteúdo têm por objetivo revelar o conteúdo social da arte por meio
dos fatos históricos, culturais e sociais, que alteram as relações internas ou externas de um
movimento artístico, cada um com suas especificidades, gêneros, estilos e correntes artísticas.
Para facilitar a aprendizagem do aluno com relação a estes conhecimentos, bem como parta ter
uma compreensão totalizante do conhecimento em arte, este conteúdo estruturante deve estar
presente em vários momentos do ensino da arte. Quando possível, o professor deverá mostrar as
relações que cada movimento e período tem com os de outras áreas da arte, e como apresentam
pontos em comum em determinados momentos.
É importante ter em vista que os movimentos correspondem ao imaginário social,
representado uma determinada consciência social. Nas quatro áreas de arte, às vezes, um
determinado movimento artístico não corresponde ao mesmo período na música, teatro, dança ou
artes visuais.
Tempo e espaço: este conteúdo estruturante tem dupla dimensão, ele é uma categoria
articuladora na Arte e tem um caráter social. É categoria articuladora pois está presente em todas
as áreas da disciplina. Ele é conteúdo específico dos elementos formais, da composição e dos
movimentos ou períodos. O caráter social é relevante pelo fato da arte alterar a noção de tempo e
espaço do ser humano, em toda a história e particularmente a do jovem do século XXI, com as
novas tecnologias dos meios de comunicação.
Na música, dança e teatro, o tempo e o espaço constituem-se em um conceito central e
imprescindível para se pensar, sentir ou realizar um trabalho artístico, assim como para as artes
visuais.
Nas artes visuais, segundo Ostrower (1983, p. 65) “No espaço natural, percebemos
sempre três dimensões – altura, largura e profundidade – mais o tempo. Na arte, porém, essa
combinação será variável”. Por exemplo, na arte bizantina e na medieval, o espaço é
representado de forma bidimensional, plano, sem profundidade, ao contrário do período
renascentista, com a lei da perspectiva, trabalhando a tridimensionalidade e a proporcionalidade.
A outra dimensão do tempo e espaço, é o seu caráter histórico e social (movimentos e
períodos), que são fundamentais no trabalho com os alunos, para que os mesmos possam
compreender e interagir com a sociedade em que estão inseridos. O caráter social é tematizado
por Barbero ao questionar:
(...) que atenção estão prestando as escolas, inclusive as faculdades de educação, às
modificações profundas na percepção do espaço e do tempo vividas pelos adolescentes,
inseridos em processos vertiginosos de desterritorialização da experiência e da identidade,
apegados a uma contemporaneidade cada dia mais reduzida à atualidade, e no fluxo
incessante e embriagador de informações e imagens? (MARTIN-BARBERO, 2001, p. 58)
Determinada pelo modo de produção capitalista contemporâneo, a vida do jovem está
relacionada no seu cotidiano, com a mídia: internet (orkut, messenger, e-mail), celular, computador
e outros. Mesmo os jovens que não têm acesso a esses meios, têm contato com a televisão e
com jogos eletrônicos. Estes equipamentos tecnológicos caracterizam-se por fragmentar o tempo
real e deslocar a referência espacial do jovem pela simultaneidade de imagens e locais. A forma
de se estruturarem o tempo e o espaço nos videoclipes, com a utilização simultânea de imagens,
é um exemplo deste contexto.
Os conteúdos estruturantes, apesar de terem as suas especificidades, são
interdependentes e de mútua determinação. Nas aulas, o trabalho com esses conteúdos deve ser
de forma simultânea, pois os elementos formais, organizados através da técnica, do estilo e do
conhecimento em arte constituirão a composição, que se materializa como obra de arte nos
movimentos e períodos.
A opção pelos elementos formais e de composição trabalhados pelos artistas determinam
os estilos e gêneros dos movimentos artísticos nos diferentes períodos históricos, da mesma
forma a visão de mundo, característica dos movimentos e períodos, também determinam os
modos de composição e de seleção dos elementos formais que serão privilegiados.
Concomitantemente, o conteúdo estruturante tempo e espaço não só está presente no
interior dos conteúdos, como é, também, um elemento articulador entre os mesmos.
Á
R
E
A
S
CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS
FORMAISCOMPOSIÇÃO
MOVIMENTOS E
PERÍODOS
Conteúdos Específicos
ARTES Ponto Figurativa Arte Pré-histórica
VISUAIS
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Abstrata
Figura/fundo
Bidimensional / tridimensional
Semelhanças
Contrastes
Ritmo visual
Gêneros
Técnicas
Arte no Egito Antigo
Arte Grego-Romana
Arte Pré-Colombiana
nas Américas
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Medieval
Renascimento
MÚSICA
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Intervalo melódico
Intervalo harmônico
Tonal
Modal
Gêneros
Técnicas
Improvisação
Barroco
Neoclassicismo
Romantismo
Realismo
Impressionismo
Expressionismo
Fauvismo
Cubismo
Abstracionismo
Dadaísmo
TEATRO
Personagem:
expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço cênico
Representação
Sonoplastia/iluminação/ Cenografia/figurino/ caracterização / maquiagem/ adereçosJogos teatrais
Roteiro
Enredo
Gêneros
Técnicas
Surrealismo
Op-art
Pop-art
Teatro Pobre
Teatro do Oprimido
Música serial
Música Eletrônica
Rap, funk, techo
Música Minimalista
Arte Engajada
DANÇA
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de apoio
Salto e queda
Rotação
Formação
Deslocamento
Sonoplastia
Coreografia
Gêneros
Técnicas
Hip hop
Dança Moderna
Vanguardas
Artísticas
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Indústria Cultural
METODOLOGIA
O trabalho em sala de aula deve se pautar pela relação que o ser humano tem com arte,
essa relação é de produzir arte, desenvolver um trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras
artísticas.
No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento. Desta forma devemos
contemplar, na metodologia de ensino da arte, três momentos da organização pedagógica, o
sentir e perceber, que são as formas de apreciação e apropriação, o trabalho artístico que é a
prática criativa, o conhecimento, que fundamenta, e possibilita ao aluno um sentir / perceber e um
trabalho artístico mais sistematizado, de modo a direcionar o aluno à formação de conceitos
artísticos.
• SENTIR E PERCEBER: é possibilitar ao aluno o acesso às obras artísticas de música,
teatro, dança e artes visuais, para que os mesmos possam familiarizar-se com as
diversas formas de produção da arte.
A apreciação e apropriação das obras artísticas se dão inicialmente pelos sentidos, sendo que
a fruição e a percepção serão superficiais ou mais aprofundadas, de acordo com as experiências
e conhecimentos em Arte que o aluno tiver em sua vida.
O trabalho do professor é o de possibilitar o acesso e mediar essa apreciação e
apropriação com o conhecimento sobre arte, para que o aluno possa interpretar as obras e a
realidade, transcendendo as aparências, apreendendo, através da arte, parte da totalidade da
realidade social.
Na análise da obra de arte deve-se perceber que o artista, no processo de composição de
sua obra, imprime na mesma, sua visão de mundo, a ideologia ao qual se identifica, o seu
momento histórico e outras determinações sociais. Além do artista ser um sujeito histórico e
social, é também singular e na sua obra, apresenta uma nova realidade social.
Ressalta-se ainda que a humanização dos objetos e dos sentidos realiza-se tanto na
apreciação dos objetos, quanto na percepção mediada pelo conhecimento em arte sistematizado.
CONHECIMENTO EM ARTE
Este é o momento privilegiado da cognição, onde a racionalidade opera para apreender o
conhecimento historicamente produzido sobre arte.
O conhecimento em arte, na perspectiva destas diretrizes materializa-se no trabalho
escolar com os conteúdos estruturantes (elementos formais, composição, movimentos e períodos,
tempo e espaço) da disciplina e como eles se constituem nas artes visuais, dança, música e
teatro.
É imprescindível que o professor considere a origem cultural e o grupo social dos alunos,
trabalhando em suas aulas os conhecimentos produzidos na comunidade e as manifestações
artísticas que produzem significado de vida para estes alunos, tanto na produção como na fruição.
A abordagem dos conteúdos (conhecimento) não deve ser feita somente como aula teórica
e sim estar contida no sentir e perceber e no trabalho artístico, pois o conhecimento em arte se
efetiva somente quando esses três momentos são trabalhados.
Arte é um campo do conhecimento humano, produto da criação e do trabalho de
indivíduos, histórica e socialmente datados, onde cada conteúdo tem sua origem e história, que
devem ser conhecidas para melhor compreensão por parte do aluno.
Este conhecimento transforma-se, através do tempo, em função dos modos de produção
social, o que implica, para o aluno, conhecer como se organizam as várias formas de produzir
arte, como também, a maneira pela qual a sociedade estrutura-se historicamente.
TRABALHO ARTÍSTICO
A prática artística (trabalho criador) é expressão privilegiada do aluno e momento do
exercício da imaginação e criação. Apesar das dificuldades que a escola encontra para
desenvolver estas práticas, elas são fundamentais, pois a arte não pode ser apreendida somente
de forma abstrata, o processo de produção do aluno acontece quando ele interioriza e se
familiariza com os processos artísticos e humaniza os sentidos.
Essa abordagem metodológica é essencial no processo ensino-aprendizagem em arte.
Estes três momentos metodológicos são importantes para o trabalho em sala de aula, pois apesar
de serem interdependentes, é preciso planejar as aulas com recursos e metodologia específica
para cada um desses momentos.
O encaminhamento pode iniciar-se por qualquer desses momentos, mas o fundamental é
que no processo o aluno tenha realizado trabalhos referentes ao sentir e perceber, ao
conhecimento e ao trabalho artístico.
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Arte é diagnostica por ser a referência do professor para o
planejamento das aulas e de avaliação dos alunos. Ela é também processual, por pertencer a
todos os momentos da prática pedagógica.
A avaliação do professor, da classe sobre o desenvolvimento das aulas e também o auto-
avaliação dos alunos constituem-se em importantes instrumentos, que possibilitam redirecionar a
prática pedagógica.
Neste contexto, faz-se necessário considerar o conhecimento que cada aluno do ensino
médio apreende em outros espaços sociais (família, grupos, associações, religião e outros), bem
como, o percurso escolar também distinto entre os mesmos, pois pela amplitude do conhecimento
artístico e as condições humanas e materiais na escola, inviabiliza uma certa unidade na
aprendizagem de arte em todas as escolas públicas.
Desta maneira, é fundamental que nos primeiros dias de aula seja feito um levantamento
das formas artísticas que os alunos já têm algum conhecimento e habilidade, assim como, no
decorrer do ano letivo, observar tendências e habilidades dos alunos para uma ou mais
dimensões da arte.
O conhecimento que os alunos possuem orientam o planejamento das aulas, pois
determina a forma e a profundidade em que os conteúdos serão abordados. Essa dimensão de
avaliação é defendida nos conceitos de Vigostsky, quando se refere a zona de desenvolvimento
proximal.
Portanto o conhecimento que o aluno possui deve ser socializado entre os colegas da sala
e ao mesmo tempo é referência para o professor propor abordagens diferenciadas. O conteúdo a
ser trabalhado com o aluno que possui um conhecimento técnica ou habilidade deve servir para
que ele possa amplia-lo e principalmente sistematiza-lo.
Para possibilitar essa avaliação individual e coletiva, é necessário utilizar vários
instrumentos de avaliação, como o diagnóstico inicial, durante o percurso e final do aluno e do
grupo, trabalhos artísticos, pesquisas, provas teóricas e práticas, entre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENJAMIN, T. Walter. Magia e Técnica, arte e política. Obras escolhidas. Vol 1. São Paulo:
Brasiliense, 1985.
BOSI, Afredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991
BRASIL, Leis, decretos, etc. Lei nº 9394/96: Lei de Diretrizes e Bases da Ed. Nacional, LDB.
Brasília, 1996.
FISCHER, Ernest. A necessidade da Arte. Rio de Janeiro, Zahar, 1979.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. 2º ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 2002.
OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes, 1987.
OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado
pelos participantes dos encontros de formação continuada/Orientações Curriculares. Curitiba:
SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo.
BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO:
O estudo da biologia compreende a vida em toda a sua diversidade de manifestação,
fenômeno que caracteriza-se por conjunto organizado de processos integrados, desde uma
célula, até o meio onde ele vive. As diferentes formas de vida estão sujeitas as transformações
que ocorrem no tempo e no espaço, sendo também transformadoras do ambiente.
Há uma ampla rede de relações entre a produção cientifica e os contextos sociais,
econômicos e políticos. Dentro da abordagem histórica, há o enfoque evolutivo, ecológico e
tecnológico.
Devido ao histórico desta modalidade de ensino da Biologia, conhecendo todos os aspectos,
há uma necessidade de integração entre a formação especifica e formação geral do indivíduo.
É necessário que o aluno seja capaz de compreender o mundo em que vive e sua
complexidade temporal no espaço e não apenas fique apto para o trabalho.
O conhecimento do ser vivo deve ampliar horizontes, fazendo com que suas ações
contribuem com a valorização do meio ambiente. O ensino de biologia requer recurso, nos quais
os alunos possam visualizar fenômenos. Tendo em vista tal necessidade, as aulas de
biologiadevem ser, sempre que possível, incrementadas com recursos tecnológicos áudio -
visuais, como por exemplo, transparências, fotos, atividades praticas, multimídias, etc. Essas
práticas pedagógicas merecem uma problematização em torno do assunto que se trabalha para
que o aluno possa exercer sua capacidade de interpretação e construção dos seus conceitos.
O ensino de biologia deve propiciar ao aluno condição para refletir sobre seus conhecimentos
e seu papel como sujeito capaz de atuar em sua realidade, agindo com responsabilidade consigo,
com o outro e com oambiente.
O nosso aluno de biologia deve conhecer que o conhecimento cientifico é produto de longas
investigações e estão em constante desenvolvimento, não podendo, portanto ser considerado
absoluto e acabado.
2. Conteúdos Estruturantes:
Organização dos seres vivos;
Mecanismos biológicos;
Biodiversidade;
Implicação do fenômeno biológico no fenômeno vida;
Características gerais dos seres vivos;
Citologia;
Divisão celular;
Histologia;
Teorias da origem da vida;
Histologia;
Reprodução;
Embriologia;
Taxinomia;
Vírus;
Reinos: protista, fungi, plantae e animal;
Invertebrados e vertebrados;
Fisiologia animal;
Reino plantae (botânica);
Ecologia;
Principio de Gauser;
Ecossistemas;
Energia e matéria;
Evolução (humana, história evolutivas dos primatas, seleções e
adaptações);
Genética: Primeira Lei, Segunda Lei, cromossomos sexuais, herança
ligadas ao sexo;
Ligação fatorial.
METODOLOGIA
O desenvolvimento dos conteúdos estruturantes dever ocorrer de forma integrada à medida
que se discuta um conteúdo especifico do conteúdo estruturante biodiversidade, por exemplo,
requerem-se conhecimentos sobre os mecanismos biológicos e organização dos seres vivos para
compreender por que determinados fenômenos acontecem e como a vida se organiza na Terra e
quais implicações dos avanços biológicos, são decorrentes.
Torna-se importante, conhecer e respeitar a diversidade social, cultural e as ideias primeiras
dos alunos, como elementos que também podem constituir obstáculos à aprendizagem dos
conceitos científicos que levam à compreensão do conceito vida. Os alunos devem se apropriar
das ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que
vivem.
A abordagem e exploração dos conteúdos pertinentes a cada série será feita através de:
Introduzir o conteúdo de forma contextualizada, dando significado ao que for apreendido;
Preparação de atividades diversificadas que dêem ao aluno a possibilidade de usar mais o
raciocínio;
Trabalhos em grupo, visando a interação entre alunos e professor;
Oferecimento de aulas expositivas, utilizando-se de recursos tecnológicos audiovisuais quando
possível.
AVALIAÇÃO
Continua e evolutiva, escrita e/ ou oral, trabalhos individuais e/ ou coletivos, relatórios de
aulas práticas de laboratórios ou vídeo, participação nas atividades desenvolvidas em sala de
aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M.J.P.M. Discursos da ciência e da escola: ideologia e leituras possíveis. Campinas:
Mercado de Letras, 2004.
ASTOLFI, J.P. A didática das ciências. Campinas / SP: Papirus, 1991.
BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI, R. Questões Atuais
no Ensino de Ciências. São Paulo: escrituras, 1998.
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. São Paulo: Editora Moderna, 2004.
FERNANDES, J.A.B. Ensino de ciências: a biologia na disciplina de ciências. Revista da
Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, ano 1, nº 0, ag/2005.
FUTUYMA, D. J. Biología Evolutiva. São Paulo: SBG E CNPq, 1992.
KNELLER, G.F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar; São Paulo: USP, 1980.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2004.
LIBÂNEO, J.C. Tendências pedagógicas na prática escolar. In: revista da ANDE, nº 6, p. 1 – 19,
1983.
NARDI, R. [org] Questões atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras Editora, 2002.
Secretaria de Estado da Educação-SEED. Diretrizes Curriculares para o Ensino de Biologia para a
Educação B ásica. Curitiba, 2.006.
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Educação Física é considerada uma ciência multidisciplinar na qual são
estudadas e aplicadas atividades físicas específicas, entendendo-se que o objetivo de
promover, prevenir e preservar a saúde do ser humano, saúde não é apenas ausência de
doenças, mas sim o completo estado do bem estar físico-mental e social do indivíduo. É
um meio de educação e fonte de atividades grupais e individuais bastante ricas e variadas
que proporcionam o desenvolvimento das qualidades necessárias ao bem estar do ser
humano.
A partir do seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal, a Educação Física
deve garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações
ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir
com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo,
reconhecendo-se como sujeito , que é produto, mas também agente histórico, político,
social e cultural.
Como todas as disciplinas, a Educação Física deve ser planejada para atingir seus
objetivos de forma organizada. O planejamento e a organização devem estar adequadas
a faixa etária dos alunos, proporcionando motivação, nível e condições para que eles
passem de praticantes eventuais a praticantes regulares buscando a saúde.
Objetivos Gerais
• Reconhecer a importância da Educação Física no dia-a-dia e da descoberta sobre o
mais importante patrimônio de que dispomos: nosso próprio corpo.
• Descrever as capacidades motoras, cognitivas e afetivas por meio da prática da
cultura corporal do movimento.
• Desenvolver as capacidades motoras, cognitivas e afetivas por meio da corporalidade,
cooperando com a transformação e formação de cidadãos críticos, conscientes e
autônomos, ativos e participativos de seu tempo, espaço e sociedade.
Conteúdos Estruturantes
Definidos como os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas
que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, os
Conteúdos Estruturantes são considerados fundamentais para compreender seu objeto
de estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais.
Devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um
dos níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao
conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no processo de
ensino/aprendizagem.
Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma abordagem que
contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,
históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade
representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as diferenças, na
formação social crítica e autônoma.
Os Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação
Básica são os seguintes:
• Esporte;
• Jogos e brincadeiras;
• Ginástica;
• Lutas;
• Dança.
Metodologia
A Educação Física deve ser trabalhada de forma ampla, objetiva, propondo formas
de atuação que proporcionem o desenvolvimento de um universo de alunos, não tão
somente aqueles mais habilidosos. Para tal devemos trabalhar a Educação Física de
forma lúdica e educativa, o jogo pré-desportivo, as atividades recreativas e ter como
orientação central a aptidão física, saúde e qualidade de vida.
Quando falamos em educação para a saúde e qualidade de vida, falamos também
de interdisciplinaridade, buscando trabalhar com projetos articulados com Português,
História, Geografia. As diversas áreas das ciências, utilizando seus conteúdos,
promovendo palestras, debates, aulas com vídeo, promovendo assim uma integração
com as demais disciplinas.
O esporte deverá ser abordado com uma maior flexibilidade nas regras de
competição fazendo com que o mesmo represente um vetor positivo de saúde, pois são
nas dimensões “atividade física e exercício” que o movimento humano pode beneficiar
mais à saúde.
Vincular as aulas práticas de uma fundamentação teórica, com as competências a
serem desenvolvidas, com um planejamento que atende aos interesses de todos os
alunos.
A prática da Educação Física deverá oportunizar ao aluno, conhecimentos que
farão ter plena consciência de que atividade física deve ser realizada com o conhecimento
teórico e prático das diversas áreas de abrangência da disciplina.
Para enriquecer o trabalho, poderão ser utilizados recursos tecnológicos, como a
apresentação de vídeos na TV multimídia, o DVD, micro system, laboratório de
informática enfim, tudo o que de alguma forma contribua para facilitar a aprendizagem.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos, que são: Educação Fiscal, Meio
Ambiente, História e Cultura Indígena, Afro-brasileira, Africana, Prevenção ao uso
Indevido de Drogas, Sexualidade Humana e Enfrentamento a Violência, deverão ser
trabalhados de forma articulada aos conteúdos estruturantes , proporcionando ao aluno
a promoção e preservação dos valores culturais e sociais, bem como, oportunizar
reflexões em torno dos temas, formando assim, no aluno, um senso crítico-construtivo
perante tais temas.
Os conteúdos serão os mesmos para todos, porém, o grau de complexidade e
aprofundamento deverá ser maior de acordo com a série a serem trabalhadas.
Avaliação
As atividades e projetos apresentados em nenhum momento acenarão para os
mecanismos de acerto e erro, com vistas à execução dos movimentos levando os alunos
a resultados esperados e que culminam em classificação e seleção.
A forma de avaliar por nós proposta, deve ser participativa e construtiva, passando
por trilhas, caminhos de “reconstrução, transformação, novos olhares e
encaminhamentos”.
Há de se considerar que na avaliação em processo, tanto o professor quanto o
aluno têm ações conjuntas, ao mesmo tempo o professor reelabora sua prática
pedagógica o aluno visualiza e identifica seus avanços e recuos com vistas às novas
conquistas em sua trajetória escolar.
Esta proposta de avaliação prioriza a sua função diagnostica, detectando pontos
fortes e fracos, aspectos positivos da aprendizagem, proporcionando pistas para um
acompanhamento mais efetivo do aluno.
A avaliação também será visualizada de forma abrangente e contextualizada, pois
um movimento, gesto. ato, deve analisado, debatido, discutido e praticado tanto pelo
aluno quanto pelo professor em todos os momentos do processo ensino-aprendizagem.
Desta forma, a simples ação do “ser capaz de” passará para um nível maior de
significancia, compreensão que é a elaboração e construção do conhecimento.
O processo de avaliação partirá de um diagnóstico inicial individual e coletivo, o
qual facilitará a condução das atividades.
Será continua devido à observação constante do professor para que consiga dados
para analisar os progressos de seus educandos. Tais observações se darão acerca das
diferenças e possibilidades individuas; segurança, organização e respeito às regras;
colaboração com o grupo; postura receptiva frente a diferentes manifestações culturais
como fonte de aprendizagem; prática de hábitos saudáveis no desenvolvimento das
atividades propostas.
O aluno será avaliado pelos progressos e aprendizagens que atingiu no decorrer
do desenvolvimento das aulas, onde cada um deverá ser comparado só com ele mesmo.
Também serão considerados no decorrer das avaliações, além do aspecto motor,
aspectos afetivo/social e cognitivo, os quais devem ser trabalhados de forma dinâmica e
articulados.
Os conteúdos que não foram dominados satisfatoriamente serão retomados pelos
professores, utilizando-se de outras habilidades que possibilitem o pleno domínio destes.
Deve o professor criar através das mais diversas metodologias possibilidades para que a
competência proposta seja formada no educando, revendo o que se propõe sempre que
necessário.
Referências Bibliográficas
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008. Secretaria de Estado da
Educação do Paraná
ADORNO, Theodor W. 2000. Educação e Emancipação. 2ª edição. São Paulo: Paz e
Terra.
MARCUSE, Herbert, 1999. Algumas implicações sociais da tecnologia moderna. In:
Tecnologia, guerra e fascismo. São Paulo: UNESP.
VAZ, Alexandre Fernandez, 1999. Treinar o corpo, dominar a natureza: notas para uma
análise do esporte com base no treinamento corporal. Cadernos Cedes, n. 48, p. 89 –
108.
FILOSOFIA
I APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Filosofia gira em torno de problemas e conceitos criados no decorrer de sua
longa história, os quais, devidamente aplicados, geram discussões criativas, muitas
vezes, ações e transformações, um dos objetivos é de oferecer aos estudantes a
possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo e tem como
papel fundamental viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do
mundo em todos os aspectos.
Cabe a Filosofia recuperar a prática reflexiva, questionadora que contribui para a
compreensão de quem somos em que mundo vivemos, quais são as relações sociais
existentes na sociedade, permitindo ampliar a visão de mundo trazida pela Ciência e
outras expressões de cultura, apresentadas na escola como saber escolar.
Ora, a Filosofia se apresenta como conteúdo filosófico e como exercício que
possibilita ao estudante desenvolver estilo próprio de pensamento. O ensino de Filosofia é
um espaço para análise e criação de conceitos, que une a Filosofia e o filosofar como
atividade indissociáveis que dão vida ao ensino de Filosofia.
Por ser a Filosofia uma disciplina que busca, desvelar a realidade, levando o
indivíduo a criar consciência da sua existência no mundo, como agente histórico, portanto
um ser de relações e em constante transformação é que em 1971, erradica-se as
Ciências Humanas do currículo e os seus professores, notadamente os de Filosofia, ficam
sem campo de ação.
Após um longo período fora do currículo, é que a Filosofia está voltando para as
escolas, lugar onde nunca deveria Ter saído.
Segundo a nova LDB em seu Artigo 35 a finalidade da Filosofia no Ensino Médio é
“a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos, a preparação básica para o
trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo” o aprimoramento do
educando, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico, ...a compreensão dos fundamentos científicos tecnológicos dos
processos produtivos.
Portanto, a Filosofia tem um papel fundamental na formação do cidadão e da
cidadania, deve fornecer elementos para a construção deste. Não se pode pensar em
nenhum homem que não seja solicitado a refletir e agir, isso significa que todo homem
tem (ou deveria Ter) uma concepção de mundo, uma linha de conduta moral e política, e
deveria atuar no sentido de manter ou modificar a maneira de pensar e agir do seu tempo.
Objetiva-se oportunizar o exercício de interpretação e reflexão através da
compreensão de elementos da filosofia.
A reflexão filosófica permite ao ser humano uma consciência plena, em cada
momento, de todos os fatores que envolvem cada situação e cada evento de sua
existência, produzir a decisão certa no momento certo e oportuno, com sabedoria, a partir
de valores éticos de respeito a vida em todas as formas
Portanto, a Filosofia assim como as outras disciplinas, têm um papel árduo,
frente aos novos desafios que a sociedade nos apresenta, logo, tem uma especificidade
que se concretiza na relação do estudante com os problemas suscitados, na busca de
soluções nos textos filosóficos por meio da investigação, no trabalho em direção a criação
de conceitos.
III CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
- Mito e Filosofia
- Teoria do Conhecimento
- Ética
- Filosofia Política
- Estética
- Filosofia da Ciência
IV METODOLOGIA
As aulas de Filosofia dar-se-á em quatro momentos: o primeiro deles é a
sensibilização, que pode ser conduzido pelo professor através de inúmeras atividades,
assim como: a leitura de textos, filmes, imagens e músicas, são meios utilizados para
poder iniciar uma aula de Filosofia, com o objetivo de levar o estudante a pensar e refletir
motivando os mesmos a fazer possíveis relações com sua própria realidade e também
com o conteúdo filosófico a ser desenvolvido.
Isso posto, passamos para o segundo momento, que é a problematização, trabalho
propriamente filosófico, onde de forma conjunta professor e estudantes levantam
questionamentos, formulam conceitos, enfim, identificam problemas. Problemas estes,
que sugerem uma análise profunda e que pode ser estudado por meio das investigações
e que aqui podemos chamar de terceiro momento. Ao estudante recorrer à teoria e se
empenhar na investigação, perceberá diferentes maneiras de encarar o problema, mesmo
que este não encontre soluções, mas ao menos servirá para que guie ou oriente suas
discussões. É importante ressaltar aqui, que haja uma preocupação em fazer uma análise
da atualidade, trazer o debate para o presente com o objetivo de entender o que ocorre
na nossa realidade.
Dessa forma, caminhamos para o último ou quarto momento da aula, que é a
conclusão, depois que o estudante conhece o conteúdo filosófico e relaciona com seu
cotidiano, pode-se dizer que ele possui capacidade para formular conceitos, ter suas
próprias idéias e defender aquilo que pensa, enfim, é neste processo dialógico que ocorre
o ensino-aprendizagem, onde o estudante vai se mostrar preparado para atuar sobre os
problemas de nossa sociedade.
V AVALIAÇÃO
A avaliação se inicia com a observação do que o estudante pensava antes e o que
ele adquiriu durante e após os estudos. Deve ser levada em conta a parte prática, isto é, o
diálogo com outro, é a partir da discussão que se constroem conceitos e que só se
encontra seu sentido na experiência. O professor pode propiciar e preparar essas
discussões. A avaliação deve ser concebida na sua função de diagnosticar, ou seja,
auxiliar na ação do processo ensino aprendizagem.
No ato de avaliar, alguns aspectos devem ser levados em consideração: respeito
pelas posições dos estudantes, pois o que está em jogo é a capacidade argumentativa,
deve ser levada em conta a capacidade de construção e de tomar posições, isto é, avaliar
qual discurso que o estudante tinha antes e qual é o discurso depois de ter estudado,
jamais o professor pode determinar ou medir, pelo contrário, deve simplesmente
diagnosticar sua capacidade desenvolvida antes e depois de ter estudado Filosofia.
Portanto, a avaliação deve conceber o educando como o sujeito do processo
educativo e não pode ser tratado como algo estático que ocorre num determinado
momento do processo educacional, mas que se dá no processo contínuo do ensino-
aprendizagem.
REFERÊNCIAS
- ABBAGNANO, Nicola; Dicionário de Filosofia. São Paulo: Cromosete.
- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: Introdução a Filosofia. 2 ed. São
Paulo: Moderna, 1993.
- CORDI, Cassiano... et al. Para filosofar. 4.ed. São Paulo: Scipione, 2000.
- CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. 9.ed. São Paulo: Ática, 1997.
- LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991.
– PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Filosofia para o
Ensino Médio. Curitiba, 2008.
–
FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:
A Física tem como objeto de estudo o universo, em toda a sua complexidade. Por isso a
Disciplina de Física propõe aos estudantes o estudo da natureza. Mas, como nos alerta
MENEZES (2005), natureza, aqui, tem sentido de realidade material sensível. Entretanto, os
conhecimentos desenvolvidos pela Física, e que são apresentados aos estudantes do Ensino
Médio, não são coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos de elaboração humanas.
Muitos foram os estudos e contribuição, mas a História da Física nos mostra que até o
Renascimento a maior parte da ciência conhecida pode ser resumida à Geometria Euclidiana, a
Astronomia geocêntrica de Ptolomeu e a Física de Aristóteles (384 – 322 A.C.), a qual foi bastante
divulgada na Idade Média a partir de traduções dos árabes, especialmente Avicena.
Na Idade Média, a Igreja tornou -se uma instituição poderosa cabendo a ela ungir e coroar reis,
criar universidades, além de organizar cruzadas a Terra Santa.
A ampliação da sociedade comercial tornou-se favorável para que surgissem mudanças
econômicas, políticas e culturais, e contribuiu para a queda do poder arbitrário abrindo caminho
para as revoluções industriais do século XVIII e, para que a ciência se desenvolvesse.
A Física tal qual a conhecemos hoje foi inaugurada por Galileu Galilei, no século XVI, com uma
nova forma de se conceber o universo, através da discrição matemática dos fenômenos físicos.
O universo já não é finito e nem o céu tão perfeito, o modelo de Copérnico que propôs a
matematização do universo, causa uma revolução.
Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente outros anônimos, retiram das autoridades
eclesiásticas o controle sobre o conhecimento e iniciam um novo período que chamamos de
moderno, abrindo caminho para que Isaac Newton fizesse a primeira grande unificação da ciência
elevando a Física, no século XVII, ao status de Ciência.
A nova ciência, que vem a partir de Newton e seus sucessores, carrega a ideia de que o
universo se comporta com uma regularidade mecânica, conhecida como mecanismo, e está
alicerçada em dois pilares: a Matemática, como linguagem para expressar leis, ideias e elaborar
modelos para descrever os fenômenos físicos e a experimentação. Como forma de questionar a
natureza, de comprovar ou confirmar ideias, de testar novos modelos.
Os franceses seriam um dos grandes disseminadores da obra de Newton, ao mesmo tempo
em que terão como preocupação eliminar o caráter empírico e as ideias metafísicas, dando
origem a uma Física mais matematizada.
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, com a incorporação das máquinas à
indústria houveram transformações sociais e tecnológicas. Esta revolução na industria
transformou a vida social e econômica, completa, favorecendo o avanço do conhecimento físico e
a Termodinâmica evolui.
Nesta época, em 1808, com a vinda da família real ao Brasil o ensino de Física é trazido para o
nosso país para atender a corte e os desejos da intelectualidade local. O ensino de Física tem,
então, a preocupação com a formação de engenheiros e médicos, de modo a formar as elites
dirigentes do país.
Em meados do século XIX, aparentemente, todos os problemas poderiam ser resolvidos pela
Física Newtoniana, pelas leis da Termodinâmica e pelas Equações de Maxwell. Entretanto, faltava
algo, uma base experimental para comprovar a existência do éter, meio hipotético que possuiria
propriedades especiais e supunha -se que fosse através dele que as ondas eletromagnéticas se
propagavam. Esse meio, o éter, que tinha sido considerado por Descartes no século XVII, foi
retomado no século XIX, pois a intenção era manter a imagem de um Universo mecânico criado
pelo homem no século XVII.
Uma nova revolução no campo de pesquisa da Física marcou o início do século XX, em que
Einsten apresentou a teoria da relatividade especial ao perceber que as equações de Maxwell não
obedeciam às regras de mudança de referencial da teoria newtoniana.
A elite brasileira precisava tomar conhecimento da produção científica exterior, em 1837, é
criado no Rio de Janeiro colégio Pedro II. Através dos manuais franceses, adotou -se uma Física
matematizada, com ênfase na transmissão e aquisição de conteúdos, distantes da realidade
brasileira.
A intensificação do processo de industrialização no país, a partir dos anos 1950, torna a Física
no Brasil parte dos currículos do ensino secundário, hoje ensino médio.
Nos anos 80, elaborou -se uma proposta de ensino de Física que propõe uma abordagem
dos conteúdos escolares a partir das contribuições dos alunos, e o universo de vivência do
professores e alunos.
A implantação da pedagogia histórico-critica, resultou numa proposta de conteúdos do ensino
de 2º Grau para a disciplina.
A proposta, busca propiciar ao aluno uma sólida educação geral voltada para uma
compreensão crítica da sociedade, de modo a enfrentar as mudanças e atuar sobre elas,
condição que seria indispensável sem a aquisição do conhecimento cientifico.
No entanto, esse processo é interrompido pois, nos anos 90, as novas demandas da
educação no país estão voltadas para a competitividade dentro de uma sociedade altamente
dominada por recursos tecnológicos de última geração, o que requer uma reforma educacional,
concretizada na LDB 9.394/96, com a preocupação de formar cidadãos polivalentes, criativos e
capazes de adaptação permanente às novas formas de produção.
Ao longo do tempo observa- se que o ensino de Física sempre oscilou entre a formação dos
professores e a produção de materiais didáticos, esse último prevalecendo, sendo o livro didático
o ditador sobre o trabalho dos professores. Inicialmente, esses materiais eram trazidos de fora do
país e, posteriormente, passam a ser produzidos por pesquisadores nacionais, especialmente da
USP.
Mas, observou -se uma resistência a qualquer mudança. Assim, os modelos utilizados para
introdução dos conceitos físicos ainda são idealizados como se fossem coisas reais, verdades
absolutas e, excessivamente, matematizados, a ponto de grande parte dos professores colocarem
a impossibilidade de ensinar física diante de um estudante que “não sabe matemática”.
No decorrer da história, a proposta de ensino da Física passou por algumas reformulações. A
partir de 2003, iniciou -se a elaboração das diretrizes curriculares estaduais, considerando a
necessidade de um documento crítico para orientar a prática pedagógica nas escola paranaenses.
Dessa forma, busca -se construir um ensino de Física centrado em conteúdos e metodologias
capazes de levar, aos estudantes, uma reflexão sobre o mundo das ciências sob a perspectiva de
que esta não é somente fruto da pura racionalidade cientifica, compartilhando, como disse
Menezes (2004) “com mais gente e com menos álgebra, a emoção dos debates, a força dos
princípios e a beleza dos conceitos científicos”.
Entende -se, então, que a Física deve educar para a cidadania e isso se faz considerando a
dimensão crítica do conhecimento científico sobre o universo de fenômenos e a não-
neutralidade da produção desse conhecimento, mas seu comprometimento e envolvimento com
aspectos sociais , políticos, econômicos e culturais.
OBJETIVOS GERAIS
Educar para a cidadania, contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, dentro de
seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, contribuindo com o carater
político, onde as oportunidades sejam iguais para todos;
Propiciar o entendimento do objeto de estudo da Fisica, ou seja: a compreensão do universo ,
sua evolução, suas transformações e as interações que nele se apresentam;
Trabalhar os conteúdos historicamente construídos para que estes contribuam para superar as
contradições sociais, políticas e econômicas, visando uma educação emancipadora;
Atender igualmente aos sujeitos, independente de suas condições sociais, econômicas, étnico e
culturais ou necessidades especiais para a aprendizagem;
METODOLOGIA
Assumido para o ensino de Física o pressuposto fundamental que considera a ciência como
uma produção cultural, um objeto humano construído e produzido nas e pelas relações sociais
e, a partir desse pressuposto, consensuamos: a) que o processo de ensino-aprendizagem, em
Física, deve partir do conhecimento prévio trazido pelos estudantes, como fruto de suas
experiências de vida em seu contexto social e que, na escola, se fazem presentes no momento
em que se inicia aquele processo. Interessam -nos particularmente, as concepções alternativas
apresentadas pelos estudantes a respeito de alguns conceitos, as concepções alternativas
apresentadas pelos estudantes a respeito de alguns conceitos, as quais acabam por influenciar
a aprendizagem desses conceitos do ponto de vista cientifico: b) que a experimentação no
ensino de Física é importante se entendida como uma metodologia de ensino que pode
contribuir para fazer a ligação entre teoria e prática, por proporcionar uma melhor interação
entre professor e alunos e, entre grupos de alunos, contribuindo para o desenvolvimento
cognitivo e social dos estudantes, dentro de um contexto especial que é a escola.
Além disso, propõe -se um tratamento qualitativo dos temas da Física moderna,
corroborando para a apresentação da Física como Ciência em processo de construção, porém
com uma respeitável consistência teórica, visto que para entender o processo de construção do
quadro conceitual da Física e dos conceitos fundamentais que o sustentam, é necessário que a
pesquisa faça parte do processo educacional, estabelecendo relações entre essa ciência e
outros campos do conhecimento.
Além disso, torna -se indispensável levar em conta o conhecimento prévio dos estudantes,
bem como, a interação com o professor, detentor do conhecimento físico, favorecendo o
processo de enculturação, no qual o estudante apropria -se das teorias científicas. É preciso
considerar ainda que a educação científica é fundamental à participação política e capacita os
estudantes para uma atuação social e crítica com vistas à transformação de sua vida e do meio
que o cerca.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes propostos são indicados sob a evolução histórica das ideias
e conceitos da Física a prática docente e o entendimento de que o Ensino Médio deve estar
voltado á formação de sujeitos que, em sua formação e cultura, agreguem a visão da natureza,
das produções e das relações humanas.
Tais conteúdos estruturantes indicam campos de estudo da Física que, a partir de
desdobramentos em conteúdos específicos, possibilitam abordar objetos de estudo da
disciplina em sua complexidade, o universo, sua evolução, suas transformações e as interações
que nele se apresentam.
A partir da história da Física, enquanto campo de conhecimento devidamente constituído
ao longo do tempo e do entendimento de que o Ensino Médio deve estar voltado à formação de
sujeitos que, em sua formação e cultura, agreguem a visão da natureza, das produções e das
relações humanas, destacam -se os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos,
estabelecidos para a disciplina de Física:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS ESPECÍFICOSMovimento Cinemática:
• Conteúdos Básicos:
♦ Momentum e inércia;
♦ Conservação de quantidade de
movimento ( momentum)
♦ Variação da quantidade de movimento
= Impulso;
♦ 2ª Lei de Newton;
♦ 3ª Lei de Newton e condições de
equilíbrio;
♦ Energia e o princípio da conservação
da energia;
♦ Gravitação;
• Cinemática escalar
• Cinemática vetorial
• Movimento circular
Dinâmica
• Princípios fundamentais
• Forças no movimento circular
• Gravitação Universal
• Energia
• Conservação da quantidade de
Movimento
• Estudo das oscilações
• Acústica
Termodinâmica
- Conteúdos Básicos:- Lei Zero da
termodinâmica;
• 1ª Lei da termodinâmica;
• 2ª Lei da termodinâmica;
• Leis da termodinâmica
• Dilatação térmica
• Calorimetria
• Teoria cinética
• Quantização da energia
Eletromagnetismo
Conteúdos Básicos:
Carga, corrente elétrica, campos e
ondas eletromagnéticas;
Forças eletromagnéticas;
Equações de Maxwell: Lei de Gauss
para eletrostática/ lei de Coulomb, Lei
de Ampère, Lei de Gauss magnética,
Lei de Faraday.
A natureza das leis e suas
propriedades;
Eletrostática
• Força elétrica
• Campo elétrico
• Trabalho e potencial elétrico
• Capacidade de um condutor
• Capacitores
Eletrodinâmica
2- Corrente elétrica
3- Estudo dos resistores
4- Associação de resistores
5- Medidores elétricos
6- Geradores e Receptores
7- Circuitos elétricos e eletrônicos
Avaliação
A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados nas Diretrizes
Curriculares. Ao considerar importantes os aspectos históricos, conceituais e culturais, a
evolução das ideias em Física e a não-neutralidade da ciência, a avaliação se verifica pelo
progresso do estudante quanto a esses aspectos. Avaliar é considerar a apropriação dos
objetos da Física pelos estudantes.
A avaliação deve ter um caráter diversificado e verificar aspectos tais como:
A compreensão dos conceitos físicos;
A capacidade de análise de um texto, seja ele literário ou científico, para uma opinião que leve
em conta o conteúdo físico;
A capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que
envolva a física.
No entanto, a avaliação não pode ser usada para classificar os alunos com uma nota, como
tradicionalmente tem sido feito, com o objetivo de testar o aluno ou mesmo puni- lo, mas sim de
auxiliá-lo na aprendizagem. Ou seja, trata -se de tomá -la como instrumento para intervir no
processo de aprendizagem do estudante, cuja finalidade é sempre o seu crescimento.
Desta maneira, a avaliação é considerada como um meio diagnóstico do processo de ensino e
aprendizagem, como instrumento de investigação da prática pedagógica, com dimensão
formadora, contribuindo para que o sujeito compreenda as relações humanas em suas
contradições e conflitos, uma compreensão do presente, sempre de forma continuada.
Nas avaliações os critérios devem ser bem definidos e com clareza, utilizando no mínimo três
instrumentos diferenciados como: provas, trabalhos, pesquisas, etc.
Também deve -se estar atento à recuperação dos conteúdos não-apreendidos pelos alunos,
retomando -os de forma paralela, com encaminhamentos metodológicos que possam assegurar
o aprendizado.
Referências:
ALMEIDA, M.J.P. De; SILVA,H.C. da.( orgs) Linguagem, Leituras e Ensino de Ciência.
Campinas: Mercado das Letras/ Associação de Leitura do Brasil – ALB, 1998.
Krasilchik M. O Professor e o Currículo das ciências. São Paulo: EPU, 1987;
KUENZER,A.Z. Construindo uma Proposta para os Que Vivem do Trabalho. São Paulo:
Cortez, 2001;
NARDI,R. ( org) . Pesquisas em Ensino da Física. 3ª ed. São Paulo, Escrituras, 2004;
PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Física, 2008;
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Nas últimas décadas tem ocorrido muitas transformações no mundo, tornou-se então
necessário fazer reflexões e análises para compreender os processos de mudanças e seus
desdobramentos, reformular categorias e conceitos para compreender melhor a organização em
movimento da sociedade e sua problemática espacial.
Tendo em vista o processo de globalização da sociedade, uma nova ordem mundial nos é
apresentada com novos conflitos e tensões, as organizações econômicas (blocos econômicos)
impõe suas medidas, a desestabilização de grupos humanos, as questões ambientais que dão
novos significados a sociedade. O papel da geografia portanto é de dar suporte e contribuir na
formação do educando para que este venha à entender esta nova sociedade que se apresenta e
suas complexas relações no contexto social, econômico, político e ambiental. A ciência geográfica
deve evoluir seus conceitos a medida que a sociedade se transforma.
Segundo CAVALCANTI, o espaço está ligado a uma criação de um mercado mundial e a
redução de barreiras para a expansão do sistema produtivo, na lógica do poder da expansão
capitalista. Portanto instalou-se a compreensão e uma vivência do espaço e tempo relativo, à
medida que a sociedade vai evoluindo, ela vai se apropriando do espaço de forma diferenciada. É
de fundamental importância para o educando saber localizar-se no tempo e no espaço para que
este consiga compreender o meio que está inserido, bem como entender as transformações que
ocorrem neste espaço.
Se faz necessário abordar os fenômenos naturais não de forma isolada, mas sim
relaciona-los, de que maneira esses fenômenos interferem na sociedade, partindo do meio em
que o aluno está inserido.
Diante dos novos rumos da humanidade faz-se necessário que o aluno participe ativamente na
vida social, política e econômica do país, formando indivíduos competitivos, com alto grau de
responsabilidade utilizando seus talentos e as tecnologias avançadas.
Buscando compreender nas relações econômicas, políticas, sociais e suas práticas nas
escalas, local, regional, nacional e global. A Geografia se sustenta se sustenta na realidade para
pensar todas as relações cotidianas e se estabelecem as redes sociais nas referidas escalas.
No final da idade média o grupo social que se preparava para o advento do capitalismo
deu ênfase às questões cartográficas (mostrar rotas marítimas com detalhes e nas expedições
terrestres – descrever e representar detalhadamente o espaço). No colonialismo o conhecimento
geográfico ampliou-se (inventariando e catalogando dados sobre o território).
Segundo MORAIS, até o século XIX não havia sistematização da produção geográfica e os
temas geográficos estavam legitimadas como questões relevantes, sobre os quais cabia dirigir
indagações científicas.
As pesquisas dessas sociedades subsidiaram o surgimento das duas escalas nacionais de
pensamento geográfico.
Escala Alemã: representada por Humholdt (1769 – 1859) – Ritter (1779 – 1859) e Ratzel
(1844 – 1904) – fundador da geografia sistematizada institucionalizada e considerada científica.
Escala Francesa: com principal representante Vidal de La Bache (1845 – 1918).
A produção teórica dessas duas escalas justificou o avanço colonialista dos império
europeus na conquista da África.
A Escola Alemã – (Ratzel) afirmava: “Quanto mais culto um povo mais domínio sobre a
natureza, melhores condições de vida, aumento populacional, mais espaço para continuar o
processo evolutivo.
A Escola Francesa (la Blache) afirmava que “A relação sociedade – natureza criava um
gênero de vida, próprio de uma determinada sociedade.
A escola francesa influencia o pensamento geográfico no Brasil, com Delgado de Carvalho
(1920), com a proposta de caracterizar regionalmente o território brasileiro a partir dos aspectos
físicos.
Com o início da exploração mineral desenvolvimento da indústria de base e as políticas
sociais, tornou-se necessário levantamento de dados demográficos, daí a criação do IBGE, o qual
atendeu a necessidade e o contexto histórico e deu assim um impulso à valorização do saber
geográfico.
O papel da geografia no ensino escolar no Brasil na época de 1837 e por muito, foi o de
reforçar a ideologia nacional, conhecer a área e a representação difundi o pensamento das elites
sobre o crescimento do país.
A geografia escolar (tradicional), teve um caráter decorativo, enciclopedista, focada na
descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo, como diz BRABANT (2003,
p.18).
A 2° Guerra Mundial marcou o início de um novo período histórico marcado por muita
transformações. Surge a geografia moderna (renovação) que se desenvolveu em várias linhas.
Elas se manifestam de forma diferenciada, a geografia escolar (tradicional) teve um papel
decorativo de interesse dominante, reforçando o discurso nacionalista dando ênfase aos
elementos físicos, deixando de lado a análise crítica da realidade social.
Em contrapartida a geografia sofreu transformações a partir da 2ª Guerra Mundial, onde o
Espaço Geográfico passou a ser repensado bem como a ação humana sobre este espaço nas
esferas; social, cultural, política e econômica (interelacionados).
Na geografia escolar no que se refere ao aluno a disciplina é trabalhada levando em conta
a “memorização” de conteúdos, ao passo que a geografia crítica procura aprofundar as relações
que existem entre o homem e o espaço.
As transformações políticas ocorridas no cenário nas décadas de 70 e 80, sobretudo as
relacionadas com o fim do socialismo e da ordem bipolar, levaram outras reformulações teóricas
do pensamento geográfico – critícidade no estado do espaço, fortalecendo discussões da
geografia com questões sócio – econômico, sócio – ambientais e culturais.
No ensino médio o aluno precisará compreender como se dão as relações sócio –
espaciais, como os sistemas de objetos e os sistemas de ações produzem o espaço geográfico.
O mundo após a 2° Guerra Mundial tem passado por inúmeras transformações, nas quais
a geografia tem desempenhado seu papel, possibilitando ao aluno a análise e a crítica das
relações sócio – espaciais, nas diversas escalas geográficas.
Atualmente a geografia contribuiu para uma leitura crítica das contradições e conflitos nele
implícitos e explícitos.
Torna-se importante o aluno localizar-se no tempo e no espaço para melhorar
compreensão de mundo e entender as transformações e as relações da sociedade natureza.
Todos os conteúdos estruturais pressupõem a análise das relações espaço – temporais,
uma vez que espaço e tempo são indissociáveis, pois explica as razões que levaram a
determinada ação, por exemplo, a ocupação e exploração de uma área. Em relação a questão
sócio – ambiental apresenta possibilidade de abordagem complexa do temário geográfico, visto
que não se restringe apenas aos estudos da flora e da fauna, mas a interdependência das
relações entre, sociedade, componentes físicos, químicos, bióticos, aspectos econômicos sociais
e culturais.
A concepção do meio ambiente não pode excluir a sociedade mas deve, compreender que,
sociedade, economia, política e cultura fazem parte de processos relativos à problemática
ambiental contemporânea.
Os conteúdos estruturantes surgiram e foram delimitando o campo de estudos da geografia ao
longo da construção da história.
OBJETIVO GERAL:
Instrumentar o aluno para que saiba agir, relacionar-se com a natureza e com o pensamento
geográfico que fazem parte das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos, desde sua
constituição primitiva.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Ensinar o aluno a ler e interpretar o espaço geográfico;
• Compreender como se dão às relações sócio-espaciais, bem como, os sistemas de
objetos e os sistemas de ações produzem o espaço geográfico, identificando, avaliando,
analisando o impacto das transformações naturais, sociais, econômicas, culturais e
políticas;
• Compreender as escolhas das localidades e das relações políticas, sociais, culturais e
econômicas que as orientam;
• Abordar diversos conceitos como: lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade;
• Possibilitar aos alunos reflexões aprofundadas e análise relacional das diferentes escalas
geográficas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes estabelecidos para a disciplina de Geografia do Ensino
Médio foram definidos considerando o seu objeto de estudo/ensino que é o espaço geográfico.
Destaca-se que esses conteúdos não serão sempre os mesmos pois estão relacionados
ao contexto histórico e atrelados a uma concepção política de educação.
Os conteúdos estruturantes podem ultrapassar o campo de pesquisa geográfica,
perpassando outras áreas do conhecimento. Porém, têm seu papel de conteúdos estruturantes
da disciplina de geografia assegurado porque demarcam e articulam o que é específico do
conhecimento geográfico escolar. Essa especificidade geográfica é alcançada quando os
conteúdos são especializados.
Para o atual período histórico, os conteúdos de Geografia para o Ensino Médio
apresentam-se assim estruturados.
OBJETO DE
ESTUDO
CONCEITOS CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
ESPECÍFICOSE
S
P
A
Ç
O
G
E
O
G
R
Á
F
SOCIEDADE
NATUREZA
TERRITÓRIO
A DIMENSÃO
ECONÔMICA DA
PRODUÇÃO DO/NO
ESPAÇO
GEOPOLÍTICA
Formação de
blocos
regionais/ec
onômicos
Movimentos
sociais
Conflitos
sociais
Conflitos rurais
Conflitos
urbanos
Conflitos
éticos-
culturais;
I
C
O
REGIÃO
PAISAGEM
LUGAR
DIMENSÃO
SÓCIOAMBIENTAL
A DINÂMICA
CULTURAL
DEMOGRÁFICA
Redefinições
de
fronteiras;
Demarcações
de
territórios
indígenas
♦ Olhar geográfico
para o tema
abordagem
complexo;
♦ Crescimento
urbano
desordenado;
♦ Favelamento e
bolsões de
pobreza;
♦ Produção espacial
e poluição
(água, solo, ar,
visual, sonora,
social);
♦ Extrativismo;
♦ Biotecnologia e
mudanças
ambientais;
• Fornece
subsídios
para a
compreens
ão do
espaço
geográfico,
sob a ótica
da
produção
social e
cultural;
• Composição
demográfic
a dos
lugares;
• Os diferentes
grupos
sócios-
culturais e
suas
marcas na
paisagem e
no espaço;
• Migração;
• Cultura e a
produção
espacial;
o Demogr
afia
e
ace
sso
a
equi
pam
ento
urba
no.
• Principal forma
de analise
para como
se constitui
o espaço
geográfico;
• Urbanização;
• Industrialização
;
• Revolução
técnico –
científica;
• Espaço
rural/tecnol
ogia;
• Modos de
produção;
• Sistemas
financeiros;
• Relações
econômicas
;
• Relações
políticas.
METODOLOGIA
Propõe-se que os conteúdos geográficos sejam trabalhados de uma forma crítica e
dinâmica, mantendo coerência com os fundamentos teóricos.
Apresentam-se, a seguir algumas práticas de ensino consideradas fundamentais para o
trabalho pedagógico das disciplina e para a aprendizagem em Geografia.
Visando a compreensão do espaço geográfico e seus conteúdos básicos, bem como a
compreensão das relações sócio-espacias realizadas nas diversas escalas geográficas.
A AULA DE CAMPO COMO PRÁTICA DE ENSINO DE GEOGRAFIA
A aula de campo tem um importante papel pedagógico para o ensino de Geografia.
Para organizar uma aula de campo, o professor deverá delimitar previamente o trajeto, de
acordo com os objetivos a serem alcançados, e estabelecer os contatos com possíveis
entrevistados, quando dor o caso. Feito isso, deverá mobilizar seus alunos para o trabalho,
deixando claro quais os objetivos a serem atingidos.
È necessário, ainda, trabalhar previamente, em sala de aula, aspectos como o processo de
ocupação e desenvolvimento da área visitada, bem como as relações que estabelece com
espaços mais amplos (escala geográfica).
Durante a visita a campo, sugerem-se alguns passos a serem seguidos, tais como:
observação sistemática orientada; descrição, seleção, ordenação e organização de informações
de forma criativa (croquis, maquetes, desenhos, produção de texto, fotos, figuras, etc.).
(SCHAFFER, in CASTROGIOVANNI, 1999)
No retorno à sala de aula, o professor deve problematizar os fenômenos observados pelos
alunos.
A aula de campo abre, ainda à construção de desenvolver múltiplas atividades práticas, tais
como consultas bibliográficas (livros e periódicos), análise de fotos antigas, interpretação de
mapas, entrevistas com moradores, elaboração de maquetes, murais, etc. (NIDELCOFE, 1986).
O USO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS NAS AULAS DE GEOGRAFIA
Filmes, trechos de filmes, programas de reportagem e imagens em geral (fotografias, slides,
charges, ilustrações) podem ser utilizados para a problematização dos conteúdos da Geografia,
desde que sejam explorados à luz de seus fundamentos teórico-conceituais. Para isso, é
preciso observar alguns crítérios e cuidados para utilização desse tipo de recurso.
O uso de recursos audiovisuais como mobilização para a pesquisa deve levar o aluno
suspeitar das verdades anunciadas e das paisagens exibidas nas imagens. Essa suspeita
instigará a busca de outras fontes de pesquisa para investigação das raízes históricas da
configuração sócio-espacial exibida, necessária para uma análise crítica da mesma.
(VASCONCELOS, 1993).
A CARTOGRAFIA COMO LINGUAGEM PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA
Não basta defender o uso da linguagem cartográfica nas aulas de Geografia, em todos os
Conteúdos Estruturantes. É necessário pensar em como utiliza-la, sob quais determinantes
teórico-metodológicos, com que objetivos.
Propõe-se que os mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos estudantes, como textos que
são passiveis de interpretação, problematização e análises críticas.
Pois ao final do Ensino Médio espera-se que os alunos sejam capazes, por exemplo, de
“correlacionar duas cartas simples , ler uma carta regional simples, [...] saber levantar hipóteses
reais sobre a origem de uma paisagem, analisar uma carta temática que apresenta vários
fenômenos, [...].” (SIMIELL in CARLOS, 1999, p.104).
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
A dimensão econômica da produção do espaço geográfico articula-se com os demais
Conteúdos Estruturantes, pois, a apropriação da natureza e sua transformação em produtos
para o consumo humano envolve as sociedades em relações geopolíticas, ambientais e
culturais, fortemente direcionadas por interesses sócio-econômicos locais, regionais, nacionais
e globais.
Para o estudante do Ensino Médio, esse Conteúdo Estruturante deve possibilitar a
compreensão sócio-histórica das relações de produção capitalistas, para que reflita sobre as
questões ambientais, sociais, políticas, econômicas e culturais, materializadas no espaço
geográfico. Afinal, os jovens do Ensino Médio são agentes da construção do espaço e o papel
da Geografia, nesse nível de ensino, é subsidia-los para interferir, conscientemente, na
realidade vivida.
GEOPOLÍTICA
O estudo desse Conteúdo. Estruturante deve possibilitar ao aluno a compreensão do
espaço em que está inserido, a partir do entendimento da constituição e das relações
estabelecidas entre os territórios institucionais, bem como entre os territórios que a eles se
sobrepõem como campos de forças sociais e políticas. Quanto a esses territórios, os alunos
deverão compreender as relações de poder que os envolvem e, de alguma forma, os
determinam, sem que haja, necessariamente, uma institucionalização estatal como
preconizado pela geografia política tradicional.
Este Conteúdo Estruturante deve ser abordado com mais profundidade, pois, o aluno já teve
as primeiras noções sobre a importância das relações de poder para compreensão do espaço
geográfico no Ensino Fundamental e no Ensino Médio poderá aprofundar os conceitos
necessários para o entendimento de Geopolítica. O Trabalho com esse conteúdo deve
considerar recortes que enfoquem o local e o global, sem negligenciar a categoria analítica
espaço-temporal, ou seja, a abordagem histórica das relações geopolíticas em estudo.
DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL
Este conteúdo Estruturante, considerado fundamental para os estudos geográficos no atual
período histórico, perpassa outros campos do conhecimento e isso remete à necessidade de
espacializá-lo e especificar o olhar geográfico para o mesmo.
A concepção de meio ambiente não pode excluir a sociedade, mas deve, sim, compreender
que sociedade, economia, política e cultura fazem parte de processos relativos à problemática
ambiental contemporânea – sociedade como componente e como sujeito dessa problemática.
Torna-se, então, fundamental compreender tanto a gênese da dinâmica da natureza, quanto
sua transformação em função da ação humana e sua participação na constituição da fisicidade
do espaço geográfico.
A abordagem geográfica desse Conteúdo Estruturante destaca que ao entender aambiente
pelos aspectos sociais e econômicos, os problemas soccioambientais passam a dizer culturais,
materializadas no espaço geográfico.
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA
Este Conteúdo Estruturante permite a analise do Espaço Geográfico, sob a ótica das
relações sociaos e culturais, bem como da constituição, distribuição e mobilidade democrática.
Assim, os estudos sobre os aspectos culturais e demográficos do Espaço Geográfico
contribuem para a compreensão desse momento de intensa circulação de informações,
mercadorias, dinheiro, pessoas e modos de vida. Em meio a esta circulação esta a construção
cultural individual e também a coletiva, que pode caracterizar-se tanto pela massificação da
cultura quanto manifestações culturais de resistência. Por isso, mais do que estudar
particularidades, este Conteúdo Estruturante preocupa-se com os estudos da constituição
demográfica das diferentes sociedade, com as migrações que imprimem (novas) marcas nos
territórios e produzem (novas) territorialidades e com as relações político-econômicas que
influenciam essa dinâmica.
Os Conteúdos Estruturantes deverão ser contemplados em todas as séries do Ensino Médio
em que a disciplina fizer parte do currículo da escola. Caberá ao professor realizar a seleção
dos conteúdos específicos a serem abordados em cada série, considerando a realidade
curricular da escola.
AVALIAÇÃO
A avaliação diagnóstica realizada durante o processo ensino-aprendizagem visa detectar
as causas das deficiências verificadas na aprendizagem. Essas causas poderão estar
relacionadas aos métodos e materiais didáticos, ou a problemas físicos, psicológicos, culturais ou
ambientais.
Trata-se da avaliação construtivista (diagnóstica, mediadora e dialógica). Ela se aplica
também à nova concepção da vida e do mundo: a concepção interacionista-construtivista.
A dimensão da avaliação, conhecida como diagnóstica, é fundamental para que o
professor possa estruturar os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que, antes de
iniciar os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que, antes de iniciar os processos
de ensino e aprendizagem, é importante que o professor possa identificar os conhecimentos
prévios dos alunos – seus níveis de compreensão, facilidades e dificuldades na elaboração de
conhecimentos e raciocínios específicos de um campo do saber – para utilizá-los na estruturação
dos processos de ensino e de aprendizagem.
A avaliação realizada de forma continua, ao longo do processo de aprendizagem, é
chamada de formativa. Esse tipo de avaliação permite ao professor levantar subsídios para ajudar
o aluno a progredir no processo de construção do conhecimento, dos valores e das qualidades
pessoais, assim como no desenvolvimento e aprimoramento das habilidades. Para os docentes,
implica numa tarefa de adequação constante dos processos de ensino e aprendizagem, visando,
quando necessário, à adoção de novas formas de atuação. Para os alunos, significa a
oportunidade de identificarem seus progressos e suas dificuldades e de se tornarem sujeitos da
sua própria aprendizagem.
Assim, o professor pode intervir, detectando as dificuldades e ajudando o aluno a reorientar
o processo de construção do conhecimento. O erro oferece novas informações e formula novas
perguntas sobre a dinâmica aprendizagem/desenvolvimento, individual e coletiva. Nesse sentido,
passa a ser um estímulo (ou um desafio) ao processo de ensino/aprendizagem – estímulo para
quem aprende e estímulo para quem ensina.
É necessário avaliar a produção do aluno a fim de analisar todas as tarefas realizadas, das
mais simples às mais complexas. Por meio das oportunidades propostas (testes, provas,
exercícios, relatórios, pesquisa, trabalhos em grupo, seminários, demonstrações etc.) é que será
possível concluir como o aluno demonstrou ter desenvolvido uma certa competência.
No processo de avaliação procura-se observar: a capacidade de contextualização dos
conteúdos com a vida prática; o trabalho em grupo; a capacidade de articular conhecimentos; a
integração nas atividades desenvolvidas. Realização de provas e testes de aproveitamentos orais
e escritos, tarefas específicas, trabalhos de criação orais e escritas, observações, relatórios,
produção e interpretação de textos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, M.C. de Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo: Atlas, 1987.
CARLOS, A.F.A.N.O Lugar no/do Mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.
______ (org) A Geografia na Sala de Aula. São Paulo: contexto, 1999.
CAVALCANTI, L. de S. Geografia Escola e Construção do Conhecimento. Campinas: Papirus,
1998.
CORREA, R.L. Região e Organização Espacial. São Paulo, Ática, 1986.
GOMES, P.C da C. Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
MORAES, A.C.R. de Pequena História Crítica da Geografia. São Paulo: Hucitec, 1997.
OLIVA, J. Ensino de Geografia: Um retrato desnecessário. In CARLOS, A. F.A. (org) A Geografia
na Sala de Aula. São Paulo, 1999.
OLIVEIRA, A.U. de Geografia e Ensino: Os Parâmetros Curriculares Nacionais em Discussão. In.
SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1986.
______ Metamorfose do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.
Secretaria de Estado da Educação – SEED.Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação
Básica. Curitiba, 2.006.
HISTÓRIA
A partir da primeira metade do século XIX houve a preocupação de criar uma
genealogia ou História da nação, numa matriz curricular nitidamente eurocêntrica. Desde
as primeiras monarquias à História política de Portugal e sua relação com o Brasil. Fatos,
datas e nomes foram construídas pela História oficial ao longo do século XIX – via
contribuição do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) – que tinham a função de
legitimar o Estado Nacional em formação, pois não fora construído através de ampla
participação social.
Faz-se necessário então, a criação de referenciais históricos concretos:
personagens e batalhas, para serem fortemente difundidos via produção literária, didática
e através toda uma simbologia visual e ritual, destinada principalmente à população
iletrada, como pinturas, esculturas, hinos, bandeiras, brasões e festas cívico-religiosas.
Esta forma foi ainda utilizada na construção e legitimação da República, através da
reabilitação consensual e quase sacralização de um republicano moderado como
Tiradentes, em detrimento de outro republicano mais radical e popular como Frei Caneca.
Em linhas gerias, o ensino de história ao longo da República Velha tendeu a se
voltar mais para a estudo da História política européia e brasileira. Refletindo assim a
política da República das Oligarquias onde a questão social sempre foi tratada como caso
de polícia.
Já nas décadas de 30 e 40, em pleno momento de forte intervenção do Estado
varguista, difundiu-se a tese da “democracia racial”. Esta tese defendia que a constituição
do povo brasileiro era predominante a miscigenação e a ausência de preconceitos raciais
e étnicos.
Neste momento, o ensino de História passa a ser mais valorizado por ser
considerado estratégico política e socialmente, na construção e legitimação do novo
Estado brasileiro de viés nacional-populista e trabalhista.
Paralelamente, grandes produções historiográficas sobre a formação do Brasil
são lançadas como as obras de referência de Gilberto Freire, Caio Prado Júnior e Sérgio
Buarque de Holanda. No entanto, a História factual, linear e política herdada do século
XIX, ainda se mantinha presente nas escolas, contudo, gradualmente mais acessíveis aos
trabalhadores.
No pós-guerra e no contexto da democratização do país com o fim da ditadura
Vargas, a História passou a ser novamente objeto de debates quanto as suas finalidades
e relevância na formação política dos alunos, presente nos estudos de Celso Furtado, a
questão dos ciclos econômicos.
Sob a política nacional-desenvolvimentista de Vargas, JK e Goulart, o ensino
tende também aos estudos históricos da economia brasileira, no entanto, transmitindo de
forma reducionista e mecânica a análise dos ciclos econômicos do açúcar, mineração e
do café.
Neste momento discutido acima, podemos considerar um avanço mesmo tímido,
a entrada em cena do povo brasileiro no ensino da história, pois o contexto era de grande
mobilização e organização social, através do sindicalismo, em torno das reformas sociais
propostas. Mesmo assim, o ensino ainda continuava tradicional, factual e linear.
Com a deflagração da ditadura militar a partir de 1964, houve uma grande
retração da organização social fruto da repressão e da censura. Em decorrência disto
várias reformas educacionais foram implementadas com um caráter tecnicista, em
conformidade com a inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho da década de
60 e 70, enquanto economia primário-exportadora.
Nesse sentido, o ensino da história e geografia foi preterido em nome da
implementação da generalidade dos Estudos Sociais. O ensino de Estudos Socais e de
Educação Moral e Cívica (EMC) enfatizava o estudo via círculos concêntricos (do local
para o universal), a história patriótica, tradicional, excluindo o aprofundamento dos
conflitos de classes sociais, ao longo da história Geral e do Brasil, principalmente mais
recente.
A partir da década 80 com a derrubada política da ditadura militar e a retomada do
processo de organização, mobilização e redemocratização da sociedade brasileira o
ensino de Estudos Socais passa a ser radicalmente contestado. Retoma-se a formação
profissional e o ensino de história na sua especificidade, agora procurando aproximar o
ensino da pesquisa histórica, a academia da sala de aula.
Posterior à segunda metade da década de 80 e anos 90 crescem os debates em
torno das reformas democráticas na área educacional, que acabam estimulando
propostas de revisões interessantes no ensino da História. Estas discussões entre a
academia de História e o ensino foram resultado da restauração das liberdades
individuais e coletivas no país, levando à produção diferenciada tanto de materiais
didáticos, paradidáticos e principalmente de novas propostas curriculares na área. Como
o Currículo Básico do Ensino Fundamental e particularmente de História para o ensino
médio do Paraná, embasadas claramente na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos
(Saviani/Gramsci) e no materialismo histórico e dialético.
Nesse contexto, a proposta curricular de História para o Ensino Médio apontava
para a organização dos conteúdos, a partir do estudo da formação do capitalismo no
mundo ocidental e a inserção do Brasil neste quadro, de forma integrada. A disposição
mantinha, contudo, a linearidade e a cronologia, mas através de um recorte histórico
proposital, voltado ao aluno que na sua grande maioria já estava incorporado ao mundo
do trabalho objetivando o aluno compreender a formação social do capitalismo ocidental e
intervir na sua realidade, enfim tornando-se um sujeito histórico.
As Orientações Curriculares de 2003 e 2004, propõem-se como uma crítica e
busca da superação em relação à proposta advinda dos Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), que nos meados da década de 1990 foram
impostos ao sistema escolar nacional e paranaense, por uma política educativa baseada
no ideário neoliberal.
No que se refere aos fundamentos teórico-metodológicos da disciplina de História,
enquanto orientações curriculares, foi levantado, primeiramente, a relação do ensino de
História com a formação da cidadania por meio da construção do conhecimento histórico
sustentado pelo “domínio da especificidade da disciplina por parte do professor (a), (...)
aplicando-a de forma adequada ao ensino médio, viabilizando a prática em sala de aula
da produção do conhecimento através da pesquisa continuada, tendo como construtores
do saber histórico, o alunos (as) e os professores (as), identificando-os assim como
sujeitos históricos”.
Percebe-se, aqui, a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não como
objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do
conhecimento através da reflexão de sua prática vivencial e investigativa no universo
escolar.
Tornar-se relevante a defesa de um referencial teórico de caráter globalizante,
que leve em consideração as práticas dos alunos (as) e dos professores (as) inseridos no
cotidiano do universo escolar, e também que selecione as informações advindas do
mundo extra-escolar. Para tanto, “as discussões apontaram para o possível trabalho a
partir da concepção de História Temática”.
Apontar que a escolha de uma abordagem temática, construção das Orientações
Curriculares de História no Ensino Médio, é entendida como uma proposta para estimular
os debates. Opção relativa à história integrada e nem a articulação desta com a história
temática, pois mesmo esta última abordagem não pode prescindir das relações de
temporalidade e de espacialidade conforma será observado na proposta baseada nos
conteúdos estruturantes da disciplina.
Para que isto seja possível é necessário:
• Definição dos temas e seleção dos conteúdos socialmente significativos a partir da
problematização, ou seja, levantamento de situações-problema relacionadas ao
contexto, político, social e cultural, que o aluno (a) e o professor (a) se inserem.
• Planejamento, das ações e etapas de desenvolvimento dos trabalhos a partir do
estudo, da efetivação da pesquisa coletiva, concluindo o processo, através da
reelaboração e socialização do conhecimento socialmente produzido.
• Possibilitar a integração entre os professores da disciplina e de outras áreas
concomitante ou posteriormente.
• Implementar gradativamente esta orientação curricular.
• Adequação dos recursos físicos e pedagógicos, como por exemplo, sala ambiente
de historia (com biblioteca específica, mapoteca, e mídia) (...).
A proposta da escolha de temas através do levantamento de problemas ou
situações-problema retirados da vivencia dos alunos (as), orienta os professores (as) para
uma prática interdisciplinar na construção do conhecimento histórico.
Na disciplina, neste caso a História, que ocorre a articulação dos conceitos e
metodologias entre os diversos saberes e áreas do conhecimento na, busca da
consciência histórica possibilitada pelo conteúdo temático.
Deve-se ter em mente que o diálogo aberto entre o materialismo histórico
dialético, a História Nova e “escolas históricas” pertinentes não deve ser entendido como
ecletismo teórico, mas sim como uma articulação coerente de elementos teórico-
metodológicos afins, que se completam reciprocamente na prática investigativa, sempre
que sejam delimitados claramente, tanta as distinções inconciliáveis entre eles, quanto os
pontos em que podem ser relacionados.
Desta forma, a disciplina de História tem como objeto de estudo os processos
históricos relativos as ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como a
respectiva significação atribuída pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações.
As relações humanas produzidas por essas ações podem ser definidas como estruturas
sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, pensar, sentir, representar, imaginar,
instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente. Assim, a História busca analisar
o homem e suas diferentes manifestações ao longo do tempo.
O estudo da História por esse viés, estabelece novos objetivos, visto que o
homem e suas diferentes formas de agir, pensar, se relacionar, construir objetos materiais
torna-se o principal foco de análise. Essa nova possibilidade de estudo, objetiva tornar o
individuo agente do seu processo histórico, observando que as realidades são
construções históricas produzidas por diferentes sujeitos dispostos em diferentes redes de
poderes, culturas, conhecimentos. As relações humanas determinam os limites e as
possibilidade s das ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem
transformar constantemente as estruturas sócio-históricas.
A investigação histórica voltada para a descoberta das relações humanas busca
compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações.
Outro objetivo da História é o demonstrar que diferentes homens inseridos em
tempos distintos atribuíram diferentes sentidos as construções históricas. Ou seja, a
História é sempre fruto do seu tempo e esta constantemente sendo reescrita,
reinterpretada e analisada de diferentes pontos de vista.
Estudar a História, portanto, coloca o individuo defronte de suas construções
sociais (sejam coletivas ou individuais) e demonstra que essas estruturas foram
construídas ao longo dos tempos, como fruto de ações e reações que desencadearam
outras ações. Isso retira a primazia da História vista de forma linear, estanque e “pré-
determina” e passamos a observar o advento de uma História cíclica, que está
constantemente se refazendo, se modificando.
A disciplina de acordo com a concepção de história tem como objetivos possibilitar
ao educando o entendimento da necessidade da valorização dos sujeitos históricos, como
agentes que buscam a construção do conhecimento através da reflexão de sua prática
vivencial e investigativa.
Antes de tudo, deve-se levar em conta que os conceitos utilizados na disciplina de
História são historicamente construídos, e têm uma relação intrínseca com o processo de
surgimento e constituição das diversas formações sociais. Estes conceitos que formam o
objeto de estudos da disciplina são instrumentos que permitem ao professor (a) e ao
aluno (a) refletir sobre sua prática, construindo assim a percepção da formação da
consciência histórica nestes sujeitos.
Estes conteúdos estruturantes podem ser entendidos como categorias ou
conceitos intercambiantes numa relação dialética entre si. Eles são estruturados de
acordo com conceitos ou conteúdos específicos de caráter temático, nos quais os
conceitos de tempo e de espaço são elementos imprescindíveis para a articulação entre
os mesmos.
CONTEÚDOS PARA O ENSINO MÉDIO EM BLOCOS- ESTRUTURANTES
Relações de Trabalho
Relações de Poder
Relações Culturais
1º ANO
Conteúdo Básico
• Trabalho escravo, servil e assalariado.
• Urbanização e industrialização.
2º ANO
Conteúdo Básico
• O Estado e as relações de poder.
• Os sujeitos, as revoltas e as guerras.
3º ANO
Conteúdos Básicos
• Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e as revoluções.
• Cultura e religiosidade.
METODOLOGIA
A metodologia proposta para a disciplina de História no Ensino Fundamental e
Médio tem como base a utilização dos conteúdos estruturantes articulados com os
conteúdos básicos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio com os temas (História
Temática), de acordo com a DCE (Diretrizes Curriculares Estaduais) da disciplina.
Dessa maneira serão utilizados e considerados os seguintes aspectos;
Problematização dos conteúdos, relacionando com o contexto político, social e
cultural;Investigação; Contextualização; Delimitar o fato histórico; Definir o espaço;
Reconstrução do fato tematizado; Construção da narrativa histórica (identificação, leitura,
explicação e interpretação para a construção da consciência histórica); Aulas expositivas;
Utilizar textos complementares; Estudo de textos; Debates; Redação de textos e
reelaboração; Uso da TV multimídia e laboratório de informática. A metodologia será
adequada conforme o nível de ensino proposto ao qual esta sendo trabalhado.
As leis 10.639/03 História e Cultura Afro, Lei 13.381/01 História do Paraná, Lei
9.795/99 Meio Ambiente e Lei 11. 645/ 08 História e cultura dos povos indígenas, serão
abordados em congruência com os conteúdos, sempre que forem pertinentes.Os Desafios
Educacionais Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao uso indevido do uso de
drogas e violência, Educação Ambiental, Educação Fiscal), serão trabalhados paralelo
aos conteúdos de História, sempre que possível com a comunidade escolar através de
palestras e programas de conscientização referentes aos desafios propostos.
AVALIAÇÃO
A avaliação diagnóstica realizada durante o processo ensino-aprendizagem visa
detectar as causas das deficiências verificadas na aprendizagem. Essas causas poderão
estar relacionadas aos métodos e materiais didáticos, ou a problemas físicos,
psicológicos, culturais ou ambientais.
Trata-se da avaliação construtiva (diagnóstica, mediadora e dialógica). Ela se
aplica também à nova concepção da vida e do mundo: a concepção interacionista-
construtivista.
A dimensão da avaliação, conhecida como diagnóstica, é fundamental para que o
professor possa estruturar os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que,
antes de iniciar os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que, antes de
iniciar os processos de ensino e aprendizagem, é importante que o professor possa
identificar os conhecimentos prévios dos alunos – seus níveis de compreensão,
facilidades e dificuldades na elaboração de conhecimentos e raciocínios específicos de
um campo do saber – para utilizá-los na estruturação dos processos de ensino e de
aprendizagem.
A avaliação realizada de forma continua, ao longo do processo de aprendizagem,
é chamada de formativa. Esse tipo de avaliação permite ao professor levantar subsídios
para ajudar o aluno a progredir no processo de construção do conhecimento, dos valores
e das qualidades pessoais, assim como no desenvolvimento e aprimoramento das
habilidades. Para os docentes, implica numa tarefa de adequação constante dos
processos de ensino e aprendizagem, visando, quando necessário, à adoção de novas
formas de atuação. Para os alunos, significa a oportunidade de identificarem seus
processos e suas dificuldades e de se tornarem sujeitos da sua própria aprendizagem.
Assim, o professor pode intervir, detectando as dificuldades e ajudando o aluno a
reorientar o processo de construção do conhecimento. O erro oferece novas informações
e formula novas perguntas sobre a dinâmica aprendizagem/desenvolvimento, individual e
coletiva. Nesse sentido, passa a ser um estímulo (ou um desafio) ao processo de
ensino/aprendizagem – estímulo para quem aprende e estímulo para quem ensina.
É necessário avaliar a produção do aluno a fim de analisar todas as tarefas
realizadas, das mais simples às mais complexas. Por meio das oportunidades propostas
(testes, provas, exercícios, relatórios, pesquisa, trabalhos em grupo, seminários,
demonstrações etc.) é que será possível concluir como o aluno demonstrou ter
desenvolvido uma certa competência.
No processo de avaliação procura-se observar: a capacidade de contextualização
dos conteúdos com a vida prática; o trabalho em grupo; a capacidade de articular
conhecimentos; a integração nas atividades desenvolvidas. Realização de provas e testes
de aproveitamentos orais e escritos, tarefas específicas, trabalhos de criação orais e
escritas, observações, relatórios, produção e interpretação de textos.
Através da observação dos alunos em sua capacidade de articulação produzida a
partir do objeto de investigação, da construção e sistematização de uma narrativa
histórica plausível e multiperspectiva da na criação de conceitos historiográficos; a partir
de seu pensar historicamente construído e da percepção da superação do conhecimento
prévio do aluno sobre o tema abordado.
Avaliar os trabalhos, os textos, provas descritivas e objetivas, bem como todos os
procedimentos realizados pelos alunos em sala de aula.
A recuperação paralela deverá acontecer no decorrer dos bimestres adequando os
instrumentos de acordo com as dificuldades encontradas, visando saná-las possibilitando
melhorias no processo ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Marta e Soihet, Rachel (orgs). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício do historiador. São Paulo: Zahar, 2002.
CHARTIER, R. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil , 1987.
DCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História – SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná (2008)
GEERTZ, C. O Saber Local. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
THOMPSON, E. P. A miséria da teoria: ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
INGLÊS
1- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O cenário do ensino de Língua Estrangeira no Brasil e a estrutura do currículo
escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização social, política
e econômica ao longo da história. As propostas curriculares e as metodologias de
ensino são investigadas a atender às expectativas e demandas sociais
contemporâneas e a propiciar às novas gerações a aprendizagem dos conhecimentos
historicamente produzidos.
No início da colonização do território, houve a preocupação do Estado português
em facilitar o processo de dominação e expandir o catolicismo. Naquele contexto,
coube a responsabilidade de evangelizar e de ensinar o latim aos povos que
habitavam o território, como exemplo de língua culta. No entanto, durante a União
Ibérica (1580-1640), os Jesuítas foram considerados pelos espanhóis os principais
incentivadores da resistência dos nativos aldeados nas reduções jesuíticas.
O ministro Marque de Pombal instituiu o sistema régio no Brasil, por meio do
qual cabia ao estado a responsabilidade de contratar professores não religiosos. As
línguas consideradas clássicas, o latim e o grego, eram de suma importância para o
desenvolvimento do pensamento e da literatura.
Com o objetivo de melhorar a instrução pública e de atender às demandas
advinhas da abertura dos portos ao comércio, D. João VI, em 1809, assinou o decreto
de 22 Junho para criar as cadeiras de Inglês e Francês. A partir daí o ensino das
Línguas Modernas começou a ser valorizado.
O modelo de ensino de línguas instituído por esse Colégio se manteve até 1929.
Nele, o Francês era o idioma priorizado por representar um ideal de cultura e
civilização, seguindo o Inglês e depois do Alemão, por possibilitarem o acesso a
importantes obras literárias e serem consideradas línguas vivas. A partir de 1929, o
italiano também passou a compor o currículo até 1931.
Em 1930, quando assumiu o governo Brasileiro, Getúlio Vargas criou o Ministério
da Educação e Cultura e as secretárias de educação nos Estados.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se acentuou
durante e após a Segunda Guerra Mundial. Com isso, intensificou-se a necessidade de
aprender inglês. Na década de 1940, professores universitários, militares, cientistas,
artistas, imbuídos por missões Norte- Americanas vieram para o Brasil e com eles a
produção cultural daquele país. Assim falar inglês passou a ser um anseio das
populações urbanas, de modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais
espaço no currículo.
Na década de 70, em oposição ao meio inatista de aquisição de linguagem teve
início, no Brasil, a discussão das teorias de Piaget sobre a abordagem cognitiva e
construtivista.
A fim de valorizar o ensino da Língua Estrangeira moderna, no ano de 2004 a
SEED abriu concurso público para compor o quadro próprio do Magistério com vagas
para os professores de espanhol.
A proposta adotada concebe a língua como um discurso, como espaço da
produção de sentidos marcado por relações contextuais de poder e não como
estrutura que entremeia o contato de um sujeito com o mundo para transmitir
sentidos.
Para tanto é necessário mapear a língua, objeto de estudo da disciplina de
língua estrangeira, a partir do quadro teórico de referência e quatro aspectos
imbricados no processo discursivo, a saber: língua e cultura, ideologia e sujeito,
discurso e identidade.
Propõe-se que a aula de língua estrangeira construa um espaço para que o
aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se
engaje discursivamente e perceba possibilidade de construção de significado em
relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados
são sociais e historicamente construídos é, portanto, passíveis de transformações na
prática social.
É no engajamento discursivo com o outro que damos forma que dizemos e ao
que somos. Daí a língua estrangeira apresenta-se como espaço para ampliar o contato
com as outras formas de conhecer, com os outros procedimentos interpretativos de
construção da realidade.
Em outras palavras, a língua concebida como discurso, não como estrutura ou
código a ser decifrado, constrói significados e não apenas o transmite.
Assim a língua se apresenta como espaço da construção discursiva, de
produção de sentidos indissociáveis dos contextos em que ela adquire sua
materialidade inseparável de sua comunidade interpretativa que a constrói e é
construída por ela. Desse modo a língua adquire uma carga ideológica intensa, e
passa a ser vista como um fenômeno carregado de significados culturais.
Toda a língua é uma construção histórica e cultural em constante
transformação. Com princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma visão
sistêmica e estrutural do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e opaca. É
no engajamento discursivo com outro que damos forma ao dizermos e ao que somos.
Daí a língua estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar o contato com
outras formas de conhecer com outros conhecimentos interpretativos e construção da
realidade
Todo discurso está vinculado à história e ao mundo social. Dessa forma, os
sujeitos estão expostos e atuam no mundo por meio do discurso e são afetados por
ele.
Ensinar e aprender uma língua é formar subjetividade, é permitir que se
reconheçam no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos independentes
do grau de proficiência atingido.
Assim, espera-se que o aluno:
2- use a língua em situação de comunicação oral e escrita;
3- vivencie na aula de língua estrangeira, formas de participação que lhe
possibilite estabelecer relações entre as ações individuais e coletivas;
4- compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos,
portanto, passíveis de transformação na prática social.
5- tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
6- reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus
benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
Tais objetivos são flexíveis para contemplar as diferenças regionais.
Entende-se que o ensino de língua estrangeira deva possibilitar ao aluno uma
visão de mundo mais ampla, para que avalie os paradigmas já existentes e crie novas
maneiras de construir sentidos no mundo.
Ao conhecer a língua como discurso, conhecer e ser capaz de usar uma língua
estrangeira permite-se aos sujeitos perceberem- se como participantes ativos no
mundo. Formar um sujeito crítico, capaz de interagir criticamente com o mundo a sua
volta, pois o aluno é um sujeito histórico e socialmente construído.
2- CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Ao tomar a língua como espaço de sentido marcado por relações contextuais de
poder, o conteúdo estruturante Discurso como prática social a tratará de forma
dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
Para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de produção
dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações sociais do poder, é
preciso que os níveis de organização linguista- fonético- fonológico, léxico-semântico e
de sintaxe sirvam ao uso da linguagem na compreensão e na produção escrita, oral,
verbal e não verbal.
O trabalho de aula deve partir de um texto de linguagem num contexto em uso,
sob a proposta de construção de significados por meio do engajamento discursivo e
não pela prática de estruturas linguísticas.
Os conteúdos específicos contemplam diversos gêneros, além de elementos
linguísticos- discursivos.
O professor deve considerar a diversidade dos textos existentes e a capacidade
do tratamento da língua estrangeira na prática pedagógica, a fim de estabelecer
critérios para definir os conteúdos específicos. É preciso levar conta o princípio da
continuidade, ou seja, a manutenção de uma progressão entre as séries considerando
as especificidades da língua estrangeira ofertada, as condições de trabalho existente
na escola, o projeto político pedagógico, a articulação com as demais disciplinas do
currículo e o perfil dos alunos.
No ato da seleção de textos propõe-se analisar os elementos linguísticos –
discursivos neles presentes, mas de forma que não sejam levados em conta apenas
objetivos e natureza linguística, mas, sobretudo fins educativos, na medida em que
apresente possibilidade de tratamento de assuntos polêmicos, adequados a faixa
etária e que contemplem os interesses dos alunos. È importantes que os textos
abordem os diversos gêneros discursivos e que apresentem diferentes graus de
complexidade da estrutura linguística. Gêneros textuais como: de opinião, narrativos
(informativos e humorísticos) de ficção, descritivos, dissertativos (científicos).
A partir dos conteúdos estruturante Discurso como prática social será abordada
questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas
do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida da aula de Língua
Estrangeira Moderna será o texto, verbal e não verbal como unidade da língua em uso.
6. Prática de leitura, escrita e oralidade:
• gêneros textuais;
• percepção do conteúdo vinculado interlocutores, assunto, fonte, papéis
sociais representados, intencionalidade, valor estético e condições de
produção;
• elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela
progressão textual;
• encadeamento as ideias e coerência do texto;
• variedade linguística: diferentes registros e grau de formalidade;
• diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre as comunidades de
língua estrangeira e ou as de língua materna e ainda no âmbito de uma
mesma comunidade;
• conhecimentos linguísticos: ortografia, fonética e fonologia, elementos
gramaticais.
Aos conhecimentos linguísticos tais como artigos, verbos, pronomes e outros, a
ortografia e as possíveis realizações sonoras, assim como os conteúdos elencados,
estarão presentes no processo pedagógico de todas as séries e serão trabalhados em
grau de profundidade de acordo com o conhecimento do aluno.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Conteúdos Básicos são os conhecimentos fundamentais e necessários para
cada série da etapa final do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. O acesso a esses
conhecimentos em suas respectivas série é direito do aluno na etapa de escolarização
em que se encontra e é imprescindível para as sua formação. O trabalho pedagógico
com tais conteúdos é dever do professor que poderá acrescentar e jamais reduzi-los
ou suprimi-los, pois eles são básicos e por isso, não podem ser menos do que se
apresentam.
Cabe ao professor efetivar o currículo no plano de trabalho docente (PTD) onde
os conteúdos básicos serão desdobrados em conteúdos específicos, esses, de fato
trabalhados em sala de aula. O plano é, portanto o lugar de criação individual de cada
professor. Nele o professor construirá as abordagens contextualizadas histórica, social
e politicamente de modo que os conteúdos façam sentidos para seus alunos nas
diversas realidades regionais, culturais e econômicas, contribuindo com sua formação
cidadã. O plano de trabalho docente é, portanto, o currículo em ação, é a expressão
singular e de autoria (de cada professor) da concepção construída nas discussões e
coletivas.
Seguem abaixo os Conteúdos Básicos do Ensino Médio:
Leitura
• Identificação do tema, do argumento principal e dos secundários;
• Interpretação observação: Conteúdo vinculado, fonte, intencionalidade e
intertextualidade do texto;
• Linguagem não verbal;
• As particularidades do texto em registro formal e informal;
• Finalidades do texto;
• Estética do texto literário;
• Realização de leitura não linear dos diversos textos.
• Oralidade
Variedades linguísticas;
Intencionalidade do texto;
Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua estudada em países
diversos;
Finalidade do texto oral;
Elementos extralinguísticos: entonação, pausa, gestos.
• Escrita
• Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas
lingüísticas paragrafação;
• Clareza de ideias;
• Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão Análise Lingüística, coesão e
coerência;
• Função dos pronomes, artigos, numerais, adjetivos, verbos, preposições, advérbios,
locuções adverbiais, palavras interrogativas, substantivos, substantivos contáveis e
incontáveis, falsos cognatos, discurso direto e indireto, vozes verbais, verbos
modais, concordância verbal e nominal, orações condicionais, phrasal verbs, e
outras categorias como elementos do texto;
• Vocabulário;
• Pontuação e seus efeitos no sentido do texto;
3- DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO
O trabalho com a língua estrangeira em sala de aula parte de texto, o qual se
apresenta como um princípio gerador de unidades temáticas e desenvolvimento das
práticas linguísticas discursivas.
Para tanto é importante trabalhar a partir de textos de diferentes gêneros
discursivos, abordando assunto relevantes presentes na mídia nacional e internacional
ou no mundo editorial, tarefa pertinente entre as atribuições da disciplina e de língua
estrangeira.
Tal proposta depende de uma interação primeira com o texto, na qual pode
haver uma complexa mistura de linguagem escrita, visual e oral, considerando os usos
heterogêneos da língua como prática sócio cultural. Assim produzir textos orais,
escritos e/ ou visuais a partir de um texto lido, integrando todas as práticas
discursivas neste processo.
A leitura é um processo de negociação de sentidos de contestação de
significações possíveis como num embate em que as leituras consensuais dependem
do uso de estratégias acordadas entre as partes. O papel da gramática relaciona-se ao
entendimento de procedimentos, para a construção de significado modificado com
várias leituras feitas.
Na medida em que os alunos reconheçam que os textos são representações da
realidade, construções sociais, eles terão uma posição mais crítica em relação a tais
textos. Poderão rejeitá-los a partir de seus universos de sentidos, os quais lhes
atribuem coerência pela negociação de significados.
A partir do conteúdo estruturante “discurso como prática social” serão
abordada questões linguísticas, sócio programáticos, culturais e discursivas, assim
como a prática do uso da língua: leitura, escrita e oralidade. O texto como unidade da
linguagem em uso, ou seja, de comunicação verbal- escrita, oral ou visual será o
ponto de partida da aula de língua estrangeira.
É importante que o aluno conheça textos de vários gêneros: publicitários,
jornalísticos, literários, informativos, de opinião; que identifique sua diferença
estrutural e funcional, a sua autoria, o público a que se destina, e que aproveite ao
conhecimento já adquirido de experiência com a língua materna.
Com relação ao ensino de língua estrangeira é que ela articulada com as
demais disciplinas de currículo, para relacionar ao vários conhecimentos
Além de descortinar os valores subjacentes no livro didático, recomenda-se que
o professor utilize outras matérias disponíveis na escola Livros didáticos, dicionários,
livros paradidáticos, vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV pendrive, gráficos, etc.
Será desenvolvido trabalho referente a leis: Lei 10.639/03” História e Cultura
Afro”, Lei 13.381/01 ‘ História do Paraná”, Lei 9.795/99 “Meio ambiente e Lei
11.645/08 “História e Cultura dos Povos Indígenas” por meio de pesquisas sobre os
temas envolvendo diversos gêneros textuais como textos de revistas, artigos da
internet, textos de livros didáticos para posteriormente serem discutidos em sala de
aula, da mesma forma também serão desenvolvidos os temas Desafios Educacionais
Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao uso de Drogas e violência, Educação
Ambiental).
4- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliação da aprendizagem em língua estrangeira deve superar a concepção de
mero instrumento de mediação de apreensão de conteúdos, visto que se configura
como processual e como tal, objetiva subsidiar discussões a cerca das dificuldades de
avanços dos alunos a partir de suas produções.
Caberá ao professor observar a participação dos alunos e considerar que o
engajamento discursivo na sala de aula se faça na interação verbal, a partir de
diferentes formas: entre os alunos e o professor; entre os alunos e a turma; na
interação com os materiais nas conversas em língua materna e a língua estrangeira.
Trata-se, portanto, verificar a construção dos significados na interação com textos e
nas produções textuais dos alunos, uma vez que também é construtor do
conhecimento.
A avaliação será de forma formativa que favorece a aprendizagem do aluno e
processual (processo contínuo e diagnóstico), somativa, desde que se articule com os
objetos específicos e conteúdos definidos a partir das concepções e encaminhamentos
metodológicos das Diretrizes, de modo que sejam respeitadas as diferenças
individuais e escolares.
Serão usados os seguintes instrumentos avaliativos: prova oral, prova escrita,
prova de leitura, pesquisas, trabalhos individuais e em grupos, debates em sala,
pesquisa de campo. Quanto aos conteúdos que não houve aprendizagem serão
recuperados assim que necessários, tendo os critérios pré- estabelecidos com os
alunos.
As avaliações têm por objetivo favorecer o processo de ensino aprendizagem,
ou seja, nortear o trabalho do professor bem como propiciar que o aluno tenha uma
dimensão do ponto em que se encontra no percurso pedagógico.
A avaliação que favorece a aprendizagem é aquela que produz sentidos na
leitura dos textos, tais como: inferir, servindo-se dos conhecimentos prévios; levantar
hipóteses a respeito da organização textual; perceber a intencionalidade etc. Não se
trata, portanto, de testar conhecimentos linguísticos de um texto- gramaticais, de
gêneros textuais, mas verificar a construção dos significados na interação com textos
e nas construções textuais dos alunos, tendo em vista que vários significados são
possíveis e válidos, desde que apropriadamente justificados.
- 5- BIBLIOGRAFIA
LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA- Espanhol e Inglês/ vários autores.CURITIBA:
SEED - PR.2006- p.256.
PARANÁ, Secretária do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderna para a Educação Básica, Curitiba, 2006.
WWW.diadiaeducação.pr.gov.br
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO
Como disciplina escolar, a Língua Portuguesa passou a integrar os currículos
escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois de já há muito
organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação com a formação do professor
dessa disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX.
Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal tornava obrigatório o ensino da
Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil. Em 1837, o estudo da Língua Portuguesa foi
incluído no currículo sob as formas das disciplinas de Gramática, Oratória e Poética,
abrangendo, esta última, a Literatura. Somente no século XIX, o conteúdo gramatical
ganhou a denominação de Português e, em 1871 foi criado, no Brasil, o cargo de
Professor de Português.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados do
século XX , quando iniciou-se um “processo de democratização do ensino, com a
ampliação de vagas, eliminação dos chamados exames de admissão, entre outros
fatores.” Como conseqüência desse processo de “democratização”, a multiplicação de
alunos, as condições escolares e pedagógicas, as necessidades e exigências culturais
passaram a ser outras bem diferentes.
Durante a década de 1970 e até os primeiros anos da década de 1980, o ensino de
Língua Portuguesa pautava-se, então, em exercícios estruturais, técnicas de redação e
treinamento de habilidades de leitura.
O ensino de Língua Portuguesa não poderia dispensar propostas pedagógicas que
levassem em conta as novas necessidades trazidas pelos alunos para o espaço escolar,
ou seja, a presença de registros lingüísticos e padrões culturais diferentes dos até então
admitidos na escola.
Deve-se a Bakhtin e aos pensadores que integraram seu Círculo, o avanço dos estudos
em torno da natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua configura um espaço de
interação entre sujeitos que se constituem por meio dessa interação. Ela mesma, a
língua, constitui-se pelo uso, pelos sujeitos que interagem.
De acordo com as Diretrizes Curriculares ora propostas, na linguagem, o homem
se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a realidade em que
está inserido e percebe seu papel como participante da sociedade. A partir desse caráter
social da linguagem, Bakhtin e os Teóricos de seu Círculo formulam os conceitos de
dialogismo e dos gêneros discursivos, cujo conhecimento e repercussão suscitaram
novos caminhos para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, demandando uma
nova abordagem para o ensino de Língua.
Toda reflexão com e sobre a língua somente tem sentido se considerar, como ponto
de partida, a dimensão dialógica da linguagem, presente em atividades que possibilitem,
aos alunos e professores, experiências reais de uso da língua materna. Os conceitos de
texto e de leitura não se restringem à linguagem escrita; abrangem, além dos textos
escritos e falados, a integração da linguagem verbal com as outras linguagens(as artes
visuais, a música, o cinema, a fotografia, a semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o
rádio, a publicidade, os quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas
infográficas ou qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem), percebendo seu
chão comum(são todas as práticas sociais, discursivas) e suas especificidades(seus
diferentes suportes tecnológicos, seus diferentes modos de composição e de geração de
significados)(FARACO,2002,p.101).
Embora tenha ocorrido um avanço teórico considerável nas pesquisas acerca do
ensino da língua, com enfoque nas práticas discursivas, o que se percebe é que houve
uma apropriação, por grande parte dos professores, dos novos conceitos, sem que isso
se refletisse na mudança efetiva de sua prática.
A busca da superação desse ensino normativo, historiográfico, só recentemente
tem alcançado os estudos curriculares e, particularmente, os ensinos de Língua e
Literatura.
Os estudos lingüísticos vêm mobilizando os professores para a discussão e o
repensar sobre o ensino da língua materna e para a reflexão sobre o trabalho realizado
nas salas de aula.
Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa no final da
década de 90, os professores também fundamentaram a proposta para a disciplina de
Língua Portuguesa nas concepções interacionistas ou discursivas, propondo uma reflexão
acerca dos usos da linguagem oral e escrita.
Agora, século XXI, os fundamentos teóricos que estão alicerçando a discussão
sobre o ensino da Língua e Literatura suscitam novos olhares em relação às práticas de
ensino.
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa na educação
básica brasileira, e confrontando esse percurso com a situação de analfabetismo
funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e produção de textos apresentados
pelos alunos, necessita-se de novos posicionamentos em relação às práticas de ensino;
seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores
na construção de alternativas, que venham afastar a distância entre língua e povo.
Diante disso, esta Proposta Pedagógica Curricular procura seguir a concepção
Sociointeracionista em que a língua é entendida como discurso que se efetiva nas
diferentes práticas sociais, em que se privilegia a construção e a reconstrução verbal, a
socialização dos conhecimentos, considerando-se a relação dialógica e o contexto de
produção.
A proposta Sociointeracionista no processo ensino aprendizagem propõe uma
reflexão no ensino de língua, ao considerar o indivíduo como ser social, apontando como
essência a sua interação com o ambiente em que vive e com as relações sociais para a
construção do conhecimento e desenvolvimento psicológico. Esta visão reflete a
necessidade de a sala de aula constituir um espaço onde o professor e os alunos tenham
papel central na prática social de construção do conhecimento (MOITA LOPES, 1996).
As palavras estão carregadas de conteúdo ideológico, elas são tecidas a partir de
uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos
os domínios (Bakthin/Volochinov, 1999, p. 42).
Sob essa perspectiva, o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa visa
aprimorar os conhecimentos lingüísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam
compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses
discursos. Para isso, é relevante que a língua seja percebida como uma arena em que
diversas vozes sociais de defrontam, manifestando diferentes opiniões. “A palavra revela-
se, no momento de sua expressão como produto de relação viva das forças sociais.”
(Bakthin 1999, p. 66).
O texto deve ser visto como prioridade no ensino de língua materna; os elementos
linguísticos são instrumentos que ajudam na compreensão e interpretação do mesmo,
não podendo ser trabalhados por meio de exercícios enfadonhos e descontextualizados; a
diversidade de gêneros, tanto orais como escritos, inclusive com linguagem não-verbal
torna-se imprescindível; o trabalho com a Literatura privilegiará a formação do leitor em
todas as suas especificidades.
O ensino de Língua Portuguesa deve criar, portanto, situações em que os alunos
tenham oportunidade de refletir sobre os textos que leem, escrevem, falam ou ouvem,
instruindo, de forma contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto,
assim como os elementos linguísticos empregados na organização de discurso ou texto.
Pode-se entender assim que as práticas da linguagem, como fenômeno de uma
interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano, potencializando, na escola,
a perspectiva interdisciplinar.
Seguindo essa linearidade, teçam-se os objetivos da disciplina:
♦ Formar um alguém/leitor que compreenda o que lê: identificando elementos
implícitos, estabelecendo relações entre os textos que lê e outros já lidos.
♦ Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a
cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos;
♦ Utilizar as várias formas de representação da comunicação criadas pelo
homem, bem como seus objetivos de interação verbal, isto é, entre os sujeitos que
interagem.
♦ Proporcionar situações de contato de leitura de mundo, para que o aluno
desenvolva cada vez melhor um controle sobre as situações que se apresentam.
♦ Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, identificando o gênero
textual, assim como os elementos lingüísticos empregados na sua organização.
♦ Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise lingüística
para expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da
linguagem, ampliando a capacidade de análise crítica.
♦ Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de
práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto
abordado, os gêneros e suportes textuais, além do contexto de produção/leitura;
♦ Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura a
constituição de um espaço dialógico que permita expansão lúdica do trabalho com
as práticas da oralidade, da leitura e da escrita.
♦ Reconhecer a importância da norma culta da língua, de maneira a propiciar
acesso aos recursos de expressão e compreensão de processos discursivos, como
condição para tornar o aluno capaz de enfrentar as contradições sociais em que
está inserido e para afirmação da sua cidadania, como sujeito singular e coletivo.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, entende-se por Conteúdo
Estruturante, o conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais
identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos básicos
e específicos, a serem trabalhados no dia a dia da sala de aula.
Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de linguagem como
prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo assim, o objeto de estudo
da disciplina é a Língua e o Conteúdo Estruturante, portanto, é o Discurso como Prática
Social.
CONTEÚDOS BÁSICOS
ENSINO MÉDIO
LEITURA
♦ Conteúdo temático;♦ Interlocutor;
♦ Finalidade do texto;♦ Aceitabilidade do texto;♦ Informatividade;♦ Situacionalidade;♦ Intertextualidade;♦ Temporalidade;♦ Vozes sociais presentes no texto;♦ Discurso ideológico presente no texto;♦ Elementos composicionais do gênero;♦ Contexto de produção da obra literária;♦ Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);♦ Progressão referencial;♦ Partículas conectivas do texto;♦ Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;♦ Semântica:
- operadores argumentativos;- modalizadores;- figuras de linguagem;-sentido conotativo e denotativo.
ESCRITA
b) Conteúdo temático;c) Interlocutor;d) Finalidade do texto;e) Informatividade;f) Situacionalidade;g) Intertextualidade;h) Temporalidade;i) Referência textual;j) Vozes sociais presentes no texto;k) Ideologia presente no texto;l) Elementos composicionais do gênero;m) Progressão referencial;n) Partículas conectivas;o) Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;p) Semântica:
- operadores argumentativos;- modalizadores;-sentido conotativo e denotativo;- figuras de linguagem.
q) Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito, etc.);
r) Vícios de linguagem;s) Sintaxe de concordância;t) Sintaxe de regência.
ORALIDADE
Conteúdo temático;
Finalidade; Aceitabilidade do texto; Informatividade; Papel do locutor e interlocutor; Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas...; Adequação do discurso ao gênero; Turnos de fala; Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras); Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; Elementos semânticos; Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc); Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
METODOLOGIA
A metodologia da disciplina deverá basear-se na concepção Sociointeracionista em
que a língua é entendida como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, em
que se privilegia a construção e a reconstrução verbal, a socialização dos conhecimentos,
considerando-se a relação dialógica e o contexto de produção.
No ensino de Língua Portuguesa os professores deverão priorizar o texto,
considerando-se diversidade, função social, organização, interlocutor, e situações reais,
concretas de uso da língua.
A gramática deverá ser um instrumento na análise linguística do texto, ou seja,
será feita uma reflexão sobre a organização estrutural da linguagem verbal através de
uma abordagem de temas gramaticais, privilegiando-se uma reflexão intuitiva sobre eles,
partindo da observação dos fenômenos linguísticos que ocorrem nos textos. Portanto,
exercícios enfadonhos e inúteis sobre temas gramaticais não deverão mais acontecer nas
aulas.
Na leitura, o aluno deverá ter contato com uma ampla variedade de textos (gêneros
discursivos). A leitura das linguagens não-verbais (fotos, outdoors, propagandas, imagens
digitais e virtuais, figuras, etc.) não deve ser esquecida, mas sim praticada juntamente
com a leitura da linguagem verbal.
A língua deverá ser ensinada como instrumento de construção e reconstrução da
identidade com o respeito às variações linguísticas.
O trabalho com a Literatura deverá valorizar a formação do leitor. Para que isso
aconteça o professor desenvolverá sua prática na perspectiva rizomática, isto é, será um
contínuo leitor, ele mesmo selecionará os textos que serão trabalhados com os alunos. O
aluno será incentivado a ler narrativas curtas e longas, textos poéticos, sem cobranças
inúteis como fichas de leitura ou provas. No entanto, o professor deverá demonstrar aos
alunos o trabalho literário existente por trás dos textos, mostrar o livro como resultado do
“trabalho braçal e intelectual” dos escritores. Isso é importante para ajudar a desfazer o
mito do escritor como alguém superior em relação ao mundo dos homens ditos normais.
Por fim, textos literários devem ser apreciados como arte, como algo que proporciona
prazer, levando os alunos a adquirirem o hábito da leitura e não fugirem dele.
Portanto, sugere-se que o professor privilegie, num primeiro momento, a leitura –
fruição do texto literário como meio de desenvolver o gosto e o hábito da leitura e, na
medida que o aluno amplie seu repertório de conhecimento de obras, o professor lhe
incentive a capacidade crítica sobre as leituras feitas a partir da socialização destas em
sala de aula. Assim, a aula de Literatura partirá do (s) texto (s) selecionado (s) pelo
professor que colocará o aluno em face de textos literários integrais. Aceitará os textos
sugeridos pelos alunos como ponto de lançamento para a leitura de outros textos, num
contínuo texto-puxa-texto que leve à reflexão, ao aprimoramento do pensar e a um
aperfeiçoamento no manejo que ele terá de suas habilidades de falante, leitor e escritor.
Pode enriquecer esse trabalho a lembrança de um filme, de uma música, etc. Convém
que o professor reserve, no espaço de suas aulas, toda semana, um tempo para a leitura.
Quanto à prática da oralidade, as variantes linguísticas devem ser consideradas
como formas legítimas de expressão. Na prática da oralidade o professor motivará o
aluno a se sentir bem ao expressar suas ideias, fazendo isso com segurança e fluência. O
aluno deverá adquirir condições de falar com fluência em situações formais, adequando
sua linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, intenções). Através
das diversas práticas, o aluno deverá aprender a convivência democrática, tanto pelo livre
direito à expressão quanto pelo reconhecimento do mesmo direito ao outro. Saber ouvir
com atenção e respeito os diferentes interlocutores será fundamental.
As possibilidades de trabalho com a oralidade no Ensino Médio são inúmeras.
Entre outras, pode-se citar: depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo
aluno ou pessoas do seu convívio; debates; seminários; troca de opiniões; declamação de
poemas; representação teatral; análise de linguagem em uso em programas televisivos,
em programas radiofônicos, no discurso público.
Em relação à prática da escrita, enfatiza-se que tanto o professor como o aluno
necessitam, primeiramente, planejar o que será produzido; em seguida escrever a
primeira versão sobre a proposta apresentada e, então, revisar, reestruturar e reescrever
o texto. Por meio desse processo, em que vivencia a prática de planejar, escrever, revisar
e reescrever seus textos, o aluno perceberá que a reformulação da escrita não é motivo
para constrangimento, que é possível escrever textos que reflitam melhor seus pontos de
vista, suas fantasias e sua criatividade, pela troca de uma palavra por outra, de um sinal
de pontuação por outro, do acréscimo ou da exclusão de uma ideia, etc. Ou seja, o texto
corrigido e que precisa ser reescrito não caracteriza uma produção “errada”, motivo de
constrangimentos por parte do professor ou dos colegas.
O refazer textual pode ocorrer de forma individual ou em grupo, considerando-se a
intenção e as circunstâncias da produção. Quando há uma proposta de produção escrita,
é necessário saber quem será o leitor do texto. Para dar oportunidade de socializar a
experiência de produção textual e o ato de compartilhá-la, recomenda-se que os textos
dos alunos sejam afixados no mural da escola, ou pode-se reunir os diversos textos em
uma coletânea, ou ainda uma outra forma de circulação que o professor achar
conveniente.
Os gêneros trabalhados podem ser, entre outros: relatos (histórias de vida); cartas,
cartazes, poemas, contos, crônicas, notícias, editoriais, carta de leitor, entrevistas,
resumos, etc.
Em relação à análise linguística, entende-se que quanto mais variado for o contato
do aluno com diferentes tipos e gêneros textuais, mais fácil será assimilar as
regularidades que determinam o uso da norma padrão.
O aluno precisa, então, ampliar sua capacidade discursiva em atividades de uso da
língua, de maneira a compreender outras exigências de adequação da linguagem como,
por exemplo: argumentação, situacionalidade, intertextualidade, informatividade,
referenciação, concordância, regência, formalidade e informalidade.
Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho com o texto, os
conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos funcionais na
constituição da unidade de sentido dos enunciados. Cabe ao professor planejar e
desenvolver atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto e
sobre outros textos. O estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permite
ao professor explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise.
Portanto, não faz mais sentido que o professor engesse o seu trabalho com base
em grandes sequências de conteúdos gramaticais. A escola deverá ser vista pelo aluno
com o espaço do erro, onde ele pode e deve errar para que, a partir dessa consciência,
sob uma dinâmica de tentativas, acertos, inferências, comparações, deduções, construa o
aprendizado do fato linguístico.
O trabalho referente às Leis 10.639/03 “História e Cultura Afro”, 13.381/01 “História
do Paraná”, 9.795/99 “Meio Ambiente” e 11.645/08 “História e Cultura dos Povos
Indígenas”, além dos Desafios Contemporâneos (Sexualidade, Prevenção ao uso
indevido de drogas e violência e Educação Ambiental) se legitimará através de diversos
gêneros textuais, filmes, músicas... que abranjam estes temas, levando os alunos, por
meio da diversidade textual e cultural, refletir e desenvolver o seu próprio senso crítico a
respeito de tais temas, que devem ser abordados no transcorrer das atividades de forma
natural durante o ano letivo e não de forma específica (datas, campanhas...).
Os Recursos Didáticos e Tecnológicos a serem utilizados serão:
Na prática da Oralidade: As possibilidades de trabalho com gêneros orais são
diversas e apontam diferentes caminhos, como: apresentação de temas variados
(histórias de família, da comunidade, um filme, um livro...); recado; explicação; contação
de histórias; declamação de poemas; troca de opiniões; debates; seminários; júri
simulado; e outras atividades que possibilitem o desenvolvimento da argumentação.
Na prática da escrita: Leva-se em conta a relação entre o uso e o aprendizado da
língua, sob a premissa de que texto é um elo de interação social, sendo os gêneros
discursivos, construções coletivas. Assim, entende-se o texto como uma forma de atuar,
de agir no mundo. Escreve-se e se fala para convencer, vender, negar, instruir, etc.
Há diversos gêneros que podem ser trabalhados em sala de aula para aprimorar a
prática de escrita. A seguir, citam-se alguns, contudo ressalta-se que os gêneros escritos
não se reduzem a esses exemplos: carta, convite, bilhete, cartaz, notícia, editorial, artigo
de opinião, carta do leitor, relatório, resultados de pesquisas, resumos, resenhas,
solicitações, requerimentos, crônica, conto, poema, relatos de experiências, receitas, e-
mail, blog, chat, lista de discussão, fórum de discussão, dentre outros, experienciando
usos efetivos da linguagem escrita na esfera digital.
A Prática de Leitura: É preciso considerar o texto que se quer trabalhar e, então,
planejar as atividades, conforme variem os gêneros (reportagens, propagandas, poemas,
crônicas, histórias em quadrinhos, entrevistas, blog), conforme variem a finalidade
pretendida com a leitura (leitura informativa, instrumental, entretenimento...) e, ainda
conforme variem o suporte (jornal, televisão, revista, livro, computador...), variam também
as estratégias a serem usadas.
Na sala de aula, é necessário, analisar, nas atividades de interpretação e
compreensão de um texto: os conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação
comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em
que o gênero está publicado de outros textos (intertextualidade).
Os Recursos Didáticos e Tecnológicos são classificados como:
Naturais: Elementos de existência real na natureza;
Pedagógicos: Livro didático, quadro, cartaz, gravura, álbuns, slides,
maquete;
Tecnológicos: TVPendrive (Multimídia), Aparelho de som, computador
(laboratório de Informática);
Culturais: Biblioteca Escolar, passeios didáticos.
OBS.: As atividades serão elaboradas e adequadas aos Recursos Didáticos e
Tecnológicos disponíveis na escola, buscando atender as necessidades do aluno, bem
como despertar o interesse do mesmo em relação aos conteúdos trabalhados.
O bom aproveitamento dos recursos didáticos e tecnológicos está condicionado
aos seguintes fatores:
Capacidade do aluno;
Experiência do educando;
Técnicas de emprego;
Oportunidade de ser apresentado;
Uso limitado, para não resultar em desinteresse;
Seleção, adaptação e confecção.
AVALIAÇÃO
Esta Proposta Curricular, visa superar a concepção de avaliação como mero
instrumento de medição da apreensão de conteúdos. Espera-se que a avaliação subsidie
discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções.
Percebe-se, também, como bem sucedido o ensino/aprendizagem, quando todo o
trabalho desenvolvido com os alunos, são retomados em discussões e analisados, tanto
pelo educador quanto pelo educando. Refletir a respeito da produção do aluno o
encaminhará à superação, ao enriquecimento do saber e, nesse sentido, a ação avaliativa
reflexiva cumprirá a sua função.
A avaliação, enquanto relação dialógica concebe o conhecimento como
apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação- reflexão-
ação, que se passa na sala de aula através da interação professor/aluno, carregado de
significados e de compreensão.
O processo avaliativo não se limita apenas à sala de aula. A Proposta Curricular
aqui descrita, embasada na Lei de Diretrizes e Bases, Diretrizes Curiculares da
Educação Básica, Projeto Político Pedagógico, firmada pelo Plano de Trabalho Docente
que representa a prática desenvolvida na sala de aula, mesclados aos seus resultados, é
que dão conta do processo avaliativo.
O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual São João Bosco, prevê a
avaliação como um instrumento fundamental para fornecer informações sobre como está
se realizando o processo de ensino e de aprendizagem como um todo, tanto para os
professores e equipe pedagógica conhecerem e analisarem os resultados do seu
trabalho, como para os alunos verificarem seu desempenho.
Nessa perspectiva, a avaliação deixa de ter o caráter classificatório de
simplesmente aferir acúmulo de conhecimentos para promover ou reter o aluno. Ela deve
ser entendida como um processo de acompanhamento e compreensão dos avanços, dos
limites e das dificuldades dos alunos para atingir os objetivos da atividade de que
participam.
Essa concepção de avaliação é expressa na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, 9394/96, que estabelece como um dos critérios de verificação do
rendimento escolar: “a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, e dos resultados ao longo do
período sobre as de eventuais provas finais”.
O Regimento escolar que está em consonância com o Projeto Político Pedagógico
diz no Art. 104º - A avaliação é contínua, cumulativa e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste, no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
Parágrafo único – Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e
a elaboração pessoal, sobre a memorização.
A avaliação é um meio pelo qual é possível verificar se o processo
ensino/aprendizagem está sendo satisfatório ou necessita sofrer alterações, a fim de
alcançar objetivos pré-estabelecidos.
A avaliação será realizada através de um registro contínuo, integral e dinâmico,
baseado nas atividades desenvolvidas, apresentando uma variedade de instrumentos
avaliativos, meios e recursos utilizados para se alcançar determinado fim (provas,
trabalhos, pesquisas, produções textuais, apresentações, leitura e outros), levando em
consideração diagnóstica, definindo claramente critérios de avaliação a cada instrumento
utilizado.
Os critérios de avaliação estão voltados para a intencionalidade dos conteúdos e
não para os instrumentos.
Todavia é imprescindível que a avaliação seja contínua e priorize a qualidade e o processo
de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo.
A oralidade será avaliada considerando-se a participação do aluno nos diálogos,
relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua
fala, o seu desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao defender seu ponto de
vista e, de modo especial, a sua capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes
interlocutores e situações.
Quanto à leitura, o professor pode propor aos alunos questões abertas, discussões,
debates e outras atividades que lhe permitam avaliar as estratégias que eles empregam
no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido e o seu posicionamento diante do
tema, bem como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.
Em relação à escrita, é preciso ver os textos de alunos como uma fase do processo
de produção, nunca como um produto final. Portanto, é preciso haver clareza na proposta
de produção textual. Como é no texto que a língua se manifesta em todos os seus
aspectos, discursivos, textuais, ortográficos e gramaticais, os elementos linguísticos
utilizados nas produções dos alunos precisam ser avaliados em uma prática reflexiva e
contextualizada, que possibilite a eles a compreensão desses elementos no interior do
texto.
É utilizado a língua oral e escrita em práticas sociais, sendo avaliados
continuamente em termos desse uso, efetuando operações com a linguagem e refletindo
sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, que os alunos, gradativamente,
chegam à almejada proficiência em leitura e escrita, ao letramento.
A Recuperação de Estudos consiste na retomada de conteúdos durante o processo
de ensino e aprendizagem, permitindo que todos os alunos tenham oportunidades de
apropriar-se do conhecimento historicamente acumulado, por meio de metodologias
diversificadas e participativas. (Vasconcellos, 2003).
A Recuperação de Estudos, portanto concomitante ao processo letivo, tem por
lógica pedagógica recuperar os conteúdos não apropriados e não os instrumentos de
avaliação. Ou seja, os diferentes instrumentos de avaliação serão vias para perceber os
conteúdos que não foram apreendidos e que deverão ser retomados no processo de
Recuperação de Estudos sob duas formas: a retomada do conteúdo a partir do
diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação e a reavaliação do conteúdo já
retomado em sala.
A avaliação deve estar articulada com os objetivos e conteúdos definidos a partir
das concepções e encaminhamentos metodológicos desta Proposta.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6ªed. Tradução de Michel e Yara
Vieira. São Paulo: HUCITEC, 1992.
DEMO, Pedro. Formação de formadores básicos. In: Em aberto, n. 54, 1992, p. 26 – 33.
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Curitiba: SEED-PR, 2006.
http.//www.diaadiaeducacao/portals/portal/diretrizes/dir_ef_portuguesa.pdf.
FARACO, Carlos Alberto. Português: língua e cultura / Português Ensino Médio (1ª, 2ª e
3ª séries). Curitiba: Editora Base, 2005
GARCIA, Regina L. No Cotidiano da escola: pistas para o novo. Caderno CEDES,
Campinas V. 28, p. 49 – 62.
GERALDI, C.; Fiorentine, D: Pereira, E. (Org.). Cartografia do trabalho docente.
Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.
GERALDI, João Wanderley (org.) & outros. O texto na sala de aula. Coleção na sala de
aula. 3. ed. São Paulo: Editora Ática, 2004.
KLEIN, Ligia. Proposta político-pedagógica para o ensino fundamental: governo popular
de Mato Grosso do Sul. Mato Grosso do Sul: SED/Núcleo de Ensino Fundamental, 2000.
KOCH, Ingedore. A coesão textual. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 1991.
KRAMER, Sônia. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. 3ª ed. São Paulo: Ática,
2000.
MURRIE, Zuleika. O ensino de português: do 1º grau à universidade. 3ª ed. São Paulo:
Contexto, 1994.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do
Estado do Paraná, 3ª ed. Curitiba, PR: SEED, 1997.
PERINI, Mário A. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Editora Ática, 2005.
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A aprendizagem de concepções atualizadas do mundo físico e natural e o desenvolvimento
de estratégias de trabalho centradas na solução de problemas são finalidades da área, de forma a
aproximar o educando do trabalho de investigação científica e tecnológica, como atividades
institucionalizadas de produção de conhecimentos, bens e serviços. É importante considerar que
as ciências, assim como as tecnologias, são construções situadas historicamente e que os objetos
de estudo por elas construídos e os discursos por elas elaborados não se confundem com o
mundo físico e natural.
O trabalho na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, prevê a
compreensão e a utilização dos conhecimentos científicos para explicar o funcionamento do
mundo, bem como para planejar, executar e avaliar as ações de intervenção na realidade.
O aprendizado das Ciências da Natureza levará o aluno a ler e interpretar textos de
interesse científico e tecnológico e suas diferentes formas de representação (tabelas, gráficos,
expressões, ícones...) partindo de situações reais formulando hipóteses, criando estratégias para
resolver suas situações problemas associando o conhecimento cotidiano ao conhecimento
científico e tecnológico percebendo ai o papel fundamental e transformador da matemática na vida
humana em diferentes épocas.
A história nos dá conta que desde os tempos mais remotos o homem carecia da matemática
para a solução de seus problemas imediatos da vida cotidiana. Foi na necessidade que os
indivíduos recorriam a recursos matemáticos rudimentares e os foram aprimorando ao longo da
história e os transformarem em excelente recurso para o conhecimento e domínio da natureza.
Por outro lado verificamos que nem todos os resultados da matemática tiveram ou tem suas
origens no mundo real. Poderíamos citar aqui a criação dos números complexos. O surgimento
desses números se deu do concreto para o abstrato, portanto, não surgiu da observação da
realidade, contudo, depois passou a ser utilizado em muitas situações e aplicações de natureza
prática. Podemos observar isso em CURANT e ROBBBINS (2000, P. 111):
Naturalmente, uma interpretação desde tipo é desnecessária do ponto de
vista moderno no qual a justificativa de cálculos formais com números
complexos é dada diretamente com base nas definições formais da adição
e da multiplicação. Porém, a interpretação geométrica, fornecida
aproximadamente ao mesmo tempo por Wessel (1745 – 1818), Argand
(1768 – 1822) e Gauss, fez com que estas operações parecessem mais
naturais do ponto de vista intuitivo, e elas têm sido desde então da máxima
importância em aplicações dos números complexos na Matemática e na
Ciências Físicas.
A matemática surgiu na Antiguidade como forma de resposta às necessidades históricas
do homem de contar, calcular, medir, organizar os espaços e as formas. Em conseqüência disso,
diz-se que a Matemática é a ciência da quantidade e do espaço.
“Em todos os lugares do mundo, independente de raças, credos ou
sistemas políticos, desde os primeiros anos de escolaridade, a Matemática
faz parte dos currículos escolares, ao lado da Linguagem Natural, como
uma disciplina básica. Parece haver um consenso com relação ao fato de
que seu ensino é indispensável e sem ele é como se a alfabetização não
se tivesse completado”. (MACHADO)
Ao se estabelecer um primeiro conjunto de parâmetros para a organização do ensino de
Matemática no Ensino Médio, pretende-se contemplar a necessidade da sua adequação para o
desenvolvimento e promoção de alunos, com diferentes motivações, interesses e capacidades,
criando condições para a sua inserção num mundo em mudança e contribuindo para desenvolver
as capacidades que deles serão exigidas em sua vida social e profissional. Em um mundo onde
as necessidades sociais, culturais e profissionais ganham novos contornos, todas as áreas
requerem alguma competência em Matemática e a possibilidade de compreender conceitos e
procedimentos matemáticos é necessária tanto para tirar conclusões e fazer argumentações,
quanto para o cidadão agir como consumidor prudente ou tomar decisões em sua vida pessoal e
profissional.
A Matemática no Ensino Médio tem um valor formativo, que ajuda a estruturar o
pensamento e o raciocínio educativo, porém também desempenha um papel instrumental, pois é
uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas em quase todas
as atividades humanas.
Contudo, a matemática no Ensino Médio não possui apenas o caráter formativo ou
instrumental, mas também deve ser vista como ciência, com suas características estruturais
específicas. É importante que os alunos percebam que as definições, demonstrações e
encadeamentos conceituais e lógicos têm a função de construir novos conceitos e estruturas a
partir de outros e que servem para validar intuições e dar sentido às técnicas aplicadas.
As tendências metodológicas apontam para uma Educação Matemática que são
implementadas a partir daí em sala de aula.
OBJETIVO GERAL:
Propiciar através da educação matemática, um ensino que possibilite aos estudantes análises,
discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de idéias, ampliando seus
conhecimentos para que possam contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Ensino Médio
Conteúdo Estruturante Conteúdos Básicos
NÚMEROS E ALGEBRA
-Números reais;-Números complexos;-Sistemas lineares;-Matrizes e determinantes-Polinômios;-Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares.-Estudo das Probabilidades;-Estatística;-Matemática Financeira.
METODOLOGIA
O ensino da Matemática trata a construção do conhecimento matemático sob uma visão
histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos e
também influenciam na formação do pensamento humano e na produção de sua existência por
meio das idéias e das tecnologias (Paraná Digital, Jogos, Tv multimídia, calculadora e outros
recursos eletrônicos que possam surgir).
Nesse sentido, é necessário que o processo pedagógico contribua para que o aluno tenha
condições de constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem
adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de outras áreas do
conhecimento.
Na disciplina de Matemática os conteúdos estruturantes se relacionam entre si e evocam
outros conteúdos, tanto estruturantes quanto específicos, além de sugerir relações e
interdependências que, por efeito, enriquecem o processo pedagógico. A articulação entre os
conhecimentos presentes em cada conteúdo estruturante pode ocorrer em diferentes momentos
e, quando novas situações de aprendizagem possibilitarem, pode ser retomada e aprofundada.
As tendências metodológicas: resolução de problemas, etnomatemáticas, modelagem
matemática, mídias e investigação matemática; apontam para uma Educação Matemática que
estão implementadas em sala de aula.
Para o desenvolvimento dos conteúdos propostos o professor deve fazer uso das mais
diversas metodologias disponíveis para a sala de aula ou até mesmo fora dela. O professor deve
permitir e estimular a interação dos alunos uns com os outros, que aprendam uns com os outros,
que sejam participantes ativos de todo o processo da construção do conhecimento matemático e,
ao mesmo tempo deve haver lugar para a exploração individual quando se fizer necessário.
Devemos propor atividades que estimulem o raciocínio lógico propondo questões com intenção de
estimular os alunos a refletirem sobre seus próprios pensamentos e seus próprios argumentos.
As aulas não podem ser rotineiras e repetitivas. Devemos propor atividades intrigantes que
estimulem a ação e o raciocínio. O papel do professor deve ser de guiar e de motivar:
• trabalhos individuais e de grupo;
• oferecer modelos e estabelecer conexões;
• propor atividades abertas;
• orientar a análise e interpretação de filmes;
• organizar a exploração e uso de sites da internet;
• ministrar com clareza aulas expositivas;
• fazer uso sistemático do livro;
• utilizar recursos disponíveis com revistas, jornais e periódicos.
Nós professores de matemática precisamos saber que o nosso papel não é
único. Em alguns momentos devemos agir como fornecedores de informações e em
outros mediadores, portanto, faz-se necessário que o professor esteja atento ao seu
papel para poder intervir de modo mais adequado nas diferentes situações.
AVALIAÇÃO
O que é avaliar?
Quem avaliar?
O que avaliar?
Como avaliar?
Se estas perguntas forem respondidas com clareza e objetividade certamente teríamos
encerrado um assunto que durante anos vem intrigando professores e pedagogos que se
preocupam com o processo educativo de nossas crianças, adolescentes e jovens educandos.
Devemos adotar uma postura critica da nossa ação como professores de Matemática para
respondermos estas questões e com certeza expomos o nosso trabalho a uma análise sobre a
eficácia das nossas ações pedagógicas.
A avaliação deve apresentar um caráter formativo e fornecer ao aluno informações que
possibilitem o seu progresso pessoal e lhe permita uma análise de sua autonomia.
Para nós professores, a avaliação deve ser munida de instrumentos que permitam verificar
como nós estamos atingindo o aluno e como nos comunicamos com ele. Para o aluno os
instrumentos de avaliação utilizados pelo professor devem transmitir claramente o que, como e o
quanto o aluno evoluiu na construção do conhecimento matemático e no uso do mesmo na
resolução de problemas do cotidiano ou não.
Alguns instrumentos de avaliação se fazem indispensáveis para a verificação da evolução
e aproveitamento do aluno e do grupo:
• observação direta do professor;
• arguições durante as aulas;
• observação do desempenho e rendimento do aluno durante as atividades propostas;
• exercícios propostos;
• trabalhos individuais e em grupo;
• apresentações para socialização dos trabalhos;
• provas individuais;
• provas em grupos com uso de material de apoio.
A recuperação de conteúdos será feita em sequência as avaliações e a avaliação da
recuperação fica a critério do professor regente, podendo ser alterada mediante
comprovação em lei federal ou estadual.
Qualquer instrumento de avaliação que o professor fizer uso deve servir como fonte de
subsídio para avaliar tanto o rendimento do aluno como a eficácia do trabalho docente.
BIBLIOGRAFIAS
BOYER, Carl B. História da Matemática, São Paulo: Edgar Blucher, 1974.
HERSCH, P. J. Davis, R. A Experiência Matemática. Francisco Alves Editora, 1986.
LONGEN, A. A Coleção Nova Didática da Matemática. Curitiba: Positivo, 2005 GOVERNO DO
PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Orientações Curriculares. Curitiba: Seed,
2006.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
POLYA, G. A Arte de Resolver Problemas: Um Novo Aspecto do Método Matemático. Rio de
Janeiro: Interciência, 1975.
QUÍMICA
1. APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Existem formas distintas de conceber o ensino de Química. Cabe ao professor, utilizando
estratégias de ensino, levar os alunos a aproximarem -se cada vez mais qualitativamente, do
conceito desejado, numa exposição dialógica e de negociação, num contexto organizado,
também, pelo professor.
Diz respeito ao entendimento das inter-relações sociais do sujeito ao desenvolvimento da
sua capacidade de participação através de uma atitude crítica e atuação transformadora na
direção de uma sociedade justa.
A alfabetização científica deve estar centrada na inter-relação de dois componentes
básicos: conhecimento químico e contexto social.
Segundo NANNI a experimentação prática caracteriza papel investigativo cuja função
pedagógica é auxiliar o aluno na explicitação, problematização, discussão e elaboração dos
conceitos. O experimento faz parte do contexto normal de sala de aula.
Uma outra proposta para um ensino de Química com uma finalidade concreta, num Ensino
Médio com as características que buscamos, se refere à migração do conhecimento químico do
esoterismo ao exoterismo, palavras que por si só já provocam reflexão.
ESOTERISMO – neste contexto, é uma atitude pedagógica em que os conhecimentos não
são disseminados amplamente, mas comunicados a um pequeno número de iniciados, pois
somente eles seriam capazes de compreendê-los.
EXOTERISMO – neste contexto, é a idéia de que o conhecimento químico deve atingir não
somente um grupo seleto de pessoas, mas um grande público.
Para que aconteça esse movimento em direção ao exoterismo, é necessário o rompimento
com posturas baseadas nas causas apontadas anteriormente (linguagem usada). A partir disso,
pode-se dizer que o discurso e a linguagem têm um papel importante na aula de Química. É a
partir de ambos e sobre a forma como os significados e os entendimentos são desenvolvidos no
contexto social da sala de aula, que a aprendizagem se vai proceder.
O encaminhamento do processo deve implementar uma relação dialógica em sala de aula,
expressa em oportunidades pelas quais as múltiplas formas de pensar entram em contato umas
com as outras, contribuindo para modificar e enriquecer os significados do que se diz e pensa
sobre química.
Para que isto ocorra, o professor precisa contemplar as diversas perspectivas do seu
próprio discurso, possibilitando aos alunos a comparação das suas formas de pensar com as do
professor, dos colegas, dos livros, etc.
A outra condição para o ensino de Química com utilidade acontece quando se busca uma
relação do ensino de Química que facilite a leitura do mundo.
Segundo Chassot, podemos ilustrar a nossa informação como uma situação observada no
cotidiano das pessoas, a questão do lixo orgânico e inorgânico, os plásticos, mecanismo e tempo
de degradação.
Cabe ao professor levar o aluno a pensar mais criticamente sobre o seu mundo, refletir
sobre as razões dos problemas, neste caso os ambientais.
O meio ambiente está intimamente ligado à Química, a maioria das pessoas já estão
familiarizada com o efeito estufa e com os problemas caudados pelos buracos da camada de
ozônio da estratosfera, por onde passam os nocivos raios ultravioleta do sol.
Isto é decorrência a ação humana. A queima de combustíveis fósseis, a liberação de
aerossóis e as instalações industriais resultam num grande risco de poluição e agressão
ambiental.
Esses atos podem desencadear críticas precipitadas que condenem a Química e não o
seu mau uso. Na verdade, muitas vezes, aqueles problemas têm solução na própria Química.
A Química tem forte presença na procura de produtos novos, essa presença está cada vez
mais solicitada, nas novas áreas específicas surgida nos últimos anos: biotecnologia, química fina,
pesquisas direcionada para oferta de alimentos e medicamentos.
Além disso, não se pode esquecer do impacto que as novas tecnologias têm causado no
processo de ensino aprendizagem, e de que elas também deverão fazer parte do currículo,
voltadas a prática pedagógica significativa, uma vez que a educação do cidadão não pode estar
alheia ao novo contexto sócio-econômico-tecnológico.
Essas questões apontadas podem e devem ser abordadas nas aulas de Química (a
abordagem temática que discuta aspectos sócio-científico).
O ensino de Química tem como principal objetivo, fornecer conhecimentos relevantes que
possam servir de base cultural para o aluno participar da sociedade moderna no que se refere aos
aspectos sócio-científicos:
• Desenvolver no aluno atitudes e valores diante das questões sociais relativas à ciência e
tecnologia;
• Auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos e de aspectos relativos à natureza da
ciência;
• Capacitar os alunos a relacionar suas experiências escolares em ciências com problemas
reais;
• Desenvolver no aluno a criatividade, a sensibilidade, o espírito crítico e habilidades de
raciocínio lógico;
• Desenvolver habilidades que conduzam às seguintes competências:
♦ Lidar com novas tecnologias e linguagens;
♦ Compreender fenômenos;
♦ Construir argumentos;
♦ Ouvir e argumentar.
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
MATÉRIA E SUA NATUREZA
- Alquimia e Química;
- Química e o cotidiano;
- A química dos alimentos e aditivos químicos;
- Universo, matéria e suas propriedades;
- Fenômenos físicos e químicos e reações;
- Misturas e separação das misturas;
- Estrutura atômica;
- Partículas fundamentais do átomo;
- Tabela periódica;
- Aproveitamento dos recursos naturais;
- Ligações químicas;
- Funções inorgânicas: ácidos, bases, sais e óxidos.
- Alimentos e consumo exagerado;
- Radioaditidade
BIOGEOQUÍMICA
Reações Químicas
Relações de massa: massa atômica, mol, número de Avogadro e massa molar.
Estequiometria;
Soluções;
Termoquímica;
Poder calórico dos alimentos;
Cinética Química;
Equilíbrios Químicos;
Óxido-redução;
Radicais livres;
Eletroquímica;
Metais fundamentais a manutenção equilibrada das funções do corpo humano;
Gases e suas transformações
QUÍMICA SINTÉTICA
Introdução a Química Orgânica;
Ciclo do carbono;
Compostos orgânicos;
Hidrocarbonetos: características e nomenclatura;
Solo, fertilizantes e agrotóxicos;
Funções orgânicas;
Bebidas alcoólicas;
Medicamentos;
Isomeria;
Açucares e adoçantes;
Reações orgânicas;
Detergentes biodegradáveis;
Polímeros;
Proteínas e sua utilização.
3. METODOLOGIA
Vários são as metodologias que podem ser adotadas visando propostas de formação e
construção do conhecimento, como projetos interdisciplinares, trabalhos em grupo onde a
diversidade socioeconômica e cultural podem acrescentar positivamente, o uso de reportagens
recentes e atuais, deixar fluir no aluno a liberdade de expressão e através do conhecimento
empírico do mesmo se pensa esclarecer o científico.
Porém, apesar de várias serem as ferramentas metodológicas que o professor possui,
nenhuma delas surgirá efeito se não for estabelecido com o aluno um vínculo de afeto e respeito
mútuo, que acima de qualquer conteúdo didático, venha resgatar os valores e princípios morais
que se perderam ao longo das últimas décadas decorrente aos fatores políticos e econômicos,
que a nossa sociedade sofreu fazendo com que a escola, principalmente as municipais e
estaduais, perdessem a sua verdadeira identidade.
4. AVALIAÇÃO
Uma proposta pedagógica voltada para o ser humano no desenvolvimento de atitudes e
valores. Este processo será desenvolvido de acordo com o contexto escolar, com o sistema
adotado pela instituição, com os recursos que o professor tenha à sua disposição e com a própria
dinâmica da escola, dos alunos, do currículo, etc.
Os critérios avaliativos devem envolver o aluno nas diversas atividades de construção do
conhecimento.
O processo avaliativo requer um caráter inclusivo, no sentido de estimular a auto-confiança
e a participação do aluno.
O ideal é que ele seja avaliado não apenas pela entrega de relatórios dos experimentos,
das respostas dos exercícios ou da realização de Trabalhos escolares sobre os temas abordados,
mas também pelo seu engajamento nos debates em sala de aula, pela sua participação de auto-
avaliação de forma participativa da turma com uma discussão reflexiva e orientada poderá auxiliar
no processo.
No que diz respeito a instrumentos avaliativos, tais como provas e testes é aconselhável
relacionar questões que avaliem as competências dos alunos nos aspectos de análise,
interpretação, ponderação e avaliação para a formação de um cidadão crítico.
5. REFERÊNCIAS
Diretrizes Curriculares de Química para a Educação Básica- Curitiba – 2006.
Química/vários autores – Curitiba – 2006.
COVRE, Geraldo José. Química Total, Editora FTD, 2001 São Paulo, SP
FELTRE, Ricardo. Química Geral, editora Moderna, São Paulo, 4º edição 1994
NEHMI, Victor, Química volume único, Editora Ática, 1995, São Paulo, SP
SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO
Na busca de organizar uma análise intensa do entendimento Sociológico,
fazemo-nos dos primeiros axiomas do conhecimento datado, os quais remontam as
primeiras manifestações do conhecimento sobre o homem e suas relações com o
meio, tendo em vista, que para que seja possível compreender com maior clareza os
processos sociológicos, fazem-se necessário antes buscarmos apoio nos primados da
historicidade humana, bem como o estudo antropológico das civilizações.
O pensamento social do ocidente tem como base epistemológica a Filosofia
grega e seus principais pensadores. É no decorrer das cíclicas correntes filosófico-
históricas, que poderemos nos firmar com maior precisão ante as discussões a serem
propostas no âmbito da disciplina.
O esforço se fundamenta na tentativa de fazermos uma constante
interpretação, correta e coerente das obras dos pensadores sociais, assim como,
traçarmos inúmeros paralelos que venham a servir de subsídio teórico para
contextualização concisa. A disciplina no ensino médio deve estar de acordo com as
necessidades básicas dos educandos no sentido de que forneçam a estes, doses
satisfatórias de informação a respeito de diversos assuntos. Como por exemplo: Um
conhecimento correto a respeito da ética social, como imperativa nas relações
humanas, deste modo, os indivíduos terão maiores noções de cidadania com a qual
poderão lidar melhor com suas relações particulares sem que sejam “seduzidos” por
falsos legados consumistas. Outro fator pertinente é a consciência ambiental que é
carente e muitas vezes esquecida. Um ponto culminante é a explicitação
pormenorizada dos direitos humanos e dos deveres do ser na sociedade. A
aculturação e a flexibilidade no entendimento das diversas culturas.
Sabemos que a Sociologia como disciplina, herda o método acadêmico para
melhor explicitar seus conceitos, e acredita-se que desta forma, os próprios
educandos entram em contato com tal linguagem mais sedo. Julga-se importante este
valor, já que o futuro do conhecimento dos jovens verte diretamente aos bancos
universitários ou para o ensino profissionalizante.
O legado dos pensadores da Grécia é de suam importância, devido o fato de
estes, serem fundamentadores áureos do nosso conhecimento. As premissas do
pensamento socrático, bem como seu espólio administrado por Platão, constroem uma
dual representação de conceitos sociais, políticos, históricos e éticos que delinearam
as gerações vindouras e que demonstraram a capacidade destes primeiros Sociólogos,
no sentido, de que partindo de tal maiêutica, estenderam os horizontes
cognoscíveis largamente.
Consequentemente, o pensamento científico Aristotélico, exprimido a partir
da lógica silogística, remonta a visão do homem grego em relação as suas próprias
bases de entendimento. O surgimento da metafísica redescobre o mundo até então
teológico em que se abarcava a sociedade desmistificando as antigas visões que o
homem possuía de um Deus antropomórfico rumo ao moderno panteísmo. Auguste
Comte, mais tarde, iria se munir destes pressupostos para imperar sua nova
concepção teórica, conhecida como Positivismo.
No curso dos eventos, como o próprio racionalista Vico, vê na Historicidade
um fator imprescindível para a compreensão do próprio ser humano, já que seus
eventos são deveras reais, introjetados no seu entendimento, em que: O que é fato é
real. Entendemos sua importância quando a História se encontra como verdadeira
ciência. Assim nos deparamos com concepções racionalistase empiristas que muito
divergem entre si, mas que nutrem as bases científicas em seus respectivos alvos de
estudo.
O Criticismo kantiano, como uma nova margem para teoria do
conhecimento moderno, alicerçado em conjeturas opostas, alastra o leque de buscas
para um novo e fértil terreno, no qual se prova a impossibilidade da metafísica. Tal
corrente de pensamento quando desperto pelo dogmatismo de Hume, demonstra ao
mundo um a nova visão antropológica do homem, onde este está mergulhado num
mar de subjetividade sem poder sequer conhecer as essências, tais preceitos reabrem
a calorosa busca do ser em cortinados mundos.
No percurso destas teóricas gnosiológicas, poderemos entender muitos fatores
comportamentais humanos, os quais são influenciados pelas condições subjetivas,
primados que deram origem a psicologia moderna, ao idealismo absoluto de Hegel, e
as divergências do pensamento hegeliano, (Esquerda e Direita). A tríade dialética da
fenomenologia do espírito, sua inversão, e o advento do materialismo moderno
proposto por Marx.
Numa interpretação holística, buscaremos subsidiar de forma teórica e prática às
consciências dos futuros vestibulandos, e cidadãos, um suporte coerente, com o qual
possam indagar livremente sem que se sintam inferiores em relações aos assuntos
propostos na sociedade a fora. A consciência se forma mais unitária e livre desde o
momento que o individuo se percebe como fator de influência no seu meio. Uma
interpretação filosófica e sociológica se faz presente no ser, e suas relações se
direcionam de acordo com suas melhores projeções.
Outro fator determinante nos estudos sociológicos é o domínio da linguagem. Já
que esta não se derivou da necessidade de comunicação, mas de gritos sons e vozes
que eram para expressar os sentimentos dos povos primitivos, antropologicamente,
entende-se que é a linguagem que nos faz ante o mundo das interdependências, e
sem a qual não podemos transferir nossos desejos emoções, intuições, ou qualquer
forma de manifestação consciente concernente ao humano. Este espírito dialético
deve habitar o intelecto, sem jamais enfraquecer, de outro modo, constata-se
nitidamente a involução.
Estamos rumo a novas superfícies e estágios de nosso Ser, como uma sociedade
que se auto-atualiza e busca globalização. Diversos são os meios que nos impelem a
uma universalização cultural, ética e étnica, portanto, devemos instruir da melhor e
mais livre maneira possível.
A Sociologia como disciplina intenta despertar nos educandos um largo senso
crítico social, baseado nos vigentes processos intersubjetivos de conhecimento. As
pertinências diversas devem ser compreendidas segundo a natureza do meio em que
vivem, para que deste modo se sintam maisconfortáveis em questionar as
diversidades aparentes. No caminho a ser trilhado, urge explicitar necessariamente,
os conceitos básicos que compõem os fundamentos dialéticos da própria sociologia. A
relação ontológica dos seres com o ambiente, bem como sua própria representação
fenomênica diante das formas e mazelas sócias.
Uma abrangência política, religiosa, radical, de conjunto e reflexiva, faz-se de
suma importância para que se possa delinear o caráter metafísico e cientifico dos
educandos sem que estes se percebam imersos em meras suposições. Acredita-se que
estes preceitos são de importância singular na composição de um espírito crítico, não
arraigado e desvencilhado de dogmatismo. Dimensões como: Linguagem,
Comunidade, Historicidade, e Ética, fornecem o caráter introdutório da Sociologia,
numa visão antropológica do Homem, onde este se possa presenciar em plena
atividade social, estabelecendo seus próprios paralelos, complementados por suas
percepções e estudos particulares.
Busca-se formar um indivíduo apto ao questionamento, e que de fato possa por
si só, estabelecer conexões entre teorias e reproduzi-las no cerne de seu meio social.
Esta crítica interna é o maior fundamento da Sociologia, já que se abarca nos
pressupostos filosóficos para se estender sobre as realidades, permeando-se entre o
fazer e o ser de cada indivíduo.
Não se pode representar um conhecimento, ou sequer demonstrá-lo ao léu sem
que haja nos ouvintes, certa carga de informação conceitual. Partido deste postulado
objetiva-se uma revisão conceitual das bases dialéticas que fornecem aos educandos
seu entendimento da realidade. Como em Sociologia, a própria realidade se torna algo
questionável, não se visa somente um interiorizar de conceitos discursivos e
abstratos, mas também a elucidação dos estados e dos fenômenos habituais a que um
a sociedade está sujeita.
Novos princípios devem ser bem conduzidos para que possam aliar-se a
conhecimentos já entendidos e revisados no intuito de evoluir no interior das
consciências, embora, estejamos imersos em diversas dificuldades de aprendizagem,
proporcionaremos de maneiras objetivas, as representações imprescindíveis para que
possamos criar uma afinidade maior com a disciplina.
De fato, o campo sociológico jamais deixou de ser especulativo e dedutivo,
portanto, mesmo que seja uma ciência, matriarca de tantas outras, a Sociologia deve
conduzir a reflexão baseada na constante leitura, de modo que através desta se possa
imprimir concisamente perante textos sócio-culturais os quais serão evidenciados com
devida freqüência.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Dimensões antropológicas.
Apontamentos sobre as religiões orientais e ocidentais, bem como suas influencias
nas sociedades em que vigoram.
Paralelos culturais, seus mitos, seus costumes, sua ética, seu
comportamento.
Introdução cronológica do estudo sociológico partindo da Revolução Industrial,
Revolução Francesa, Racionalismo, Empirismo, Positivismo de Auguste Comte, e Émile
Durkheim.
O Criticismo de Kant, e sua contribuição nos novos primados da metafísica, da ética,
estética. Concepção da Razão Prática e seu Imperativo Categórico.
Hegel e a Fenomenologia do Espírito na construção da tríade dialética moderna.
Socialismo.
Capitalismo.
Marx e seu conceito de sociedade.
Fundamentação teórica das religiões, e sua ligação estreita com o pensamento social
e econômico das nações.
Visão sociológica nos períodos da Grécia antiga, Idade Média, e as correntes de
pensamento do século XX.
Os adventos do Cristianismo, do Islamismo, Budismo, e as relações culturais
religiosas nas crises sócias nos países de terceiro mundo.
Um descortinar do novo paradigma holístico social.
O Ponto de mutação.
Uma analise da cultura moderna e sua rejeição ante o mecanicismo cartesiano.
A simbiose humana.
Consciência humana, um papel fundamental no desenvolvimento formal de uma
cultura unitária e prospera.
METODOLOGIA
O suporte teórico é expresso através de aulas dialéticas, onde são representados
os conceitos fundamentais de cada assunto. Espaços para debates, onde os
educandos podem se aprofundar nos temas propostos usando obras propostas de
autores consagrados e relacionando com os seus próprios conhecimentos da
realidade. Regularmente, composição de grupos de estudo, onde se podem buscar
assuntos pertinentes ao liame principal, evidenciando as principais características e
motivos, bem como o devido espaço para a contextualização.
União entre teoria e prática, numa busca interior e reflexiva á própria pesquisa.
Com base nos estudos do Racionalismo e do Empirismo, os educandos serão
promovidos a buscar maiores informações referentes a estas correntes de
pensamento, assim como deduzirem quais delas ainda vigoram com maior potencia
nos pressupostos do pensamento social de hoje. Busca das evidencias sintéticas do
Criticismo, estabelecendo uma nova visão teórica dos estados do conhecimento. A
impossibilidade da razão diante de certos fenômenos, e nova concepção dialética
social: (pesquisas de campo que procurem na escola, no trabalho e nos diversos
ambientes, um a propicia mescla entre o conteúdo apreendido e sua aplicabilidade).
Uma busca de nova interpretação dos estados de consciência que
fundamentam o Positivismo. Notoriedade do lema nacional “Ordem e Progresso” e sua
verossimilhança na sociedade a fora. Senso de conhecimento em lugares distintos,
como: Igrejas de diversas religiões, Ação-social, empresas de pequeno e grande porte,
na tentativa de saber qual é a contribuição social que estes estabelecimentos têm
direcionado ao seu âmbito social?
A sociologia no Brasil, no passado e nos tempos atuais. Pensadores que
defendem suas teses em nossos meios de comunicação, Rádios, jornais, revistas,
televisão, entre outros meios de comunicação.
AVALIAÇÃO
O sistema de avaliação irá se basear no desempenho dos educandos nos trabalhos em
grupo.
Quanto à capacidade de estabelecer relações entre os conteúdos.
Conhecimento de conceitos e a capacidade de lidar com eles dialeticamente.
Provas em forma de dissertação.
Debates e argumentação teórica individual.
Resultado de pesquisas.
Capacidade oral de argumentar fronte questionamentos diretos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, R. Filosofia da CiÊncia. São Paulo: Ars Poética, 1996.
AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da sociologia geral, 11ª ed.
São Paulo: Duas cidades, 1973.
CHAUÍ, M.S. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1980.
COMTE, A. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978.
DURKHEIM, É. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978.
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
MARX, K. e ENGELS, F. O manifesto do partido comunista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
Secretaria de Estado da Educação- SEED. Diretrizes Curriculares de Sociologia para a Educação
Básica. Curitiba, 2.006.