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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS Av. Bento Gonçalves 9.500 Caixa Postal 15.002 CEP 91540-000 Porto Alegre –RS BRASIL Tel.: (51) 3308-6696 Fax (51) 3308-7303 Projeto de Pesquisa: MOCHILEIROS DE OUTROS MARES: LITERATURA VITORIANA E EDUARDIANA NA PERCEPÇÃO DE LEITORES BRASILEIROS http://www.etsy.com/listing/92504863/pretty-lady-with-backpack-victorian-die Profa. Sandra Sirangelo Maggio ([email protected]) Linha de Pesquisa: Literatura, Imaginário e História Porto Alegre, 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS

Av. Bento Gonçalves 9.500 Caixa Postal 15.002

CEP 91540-000 Porto Alegre –RS BRASIL Tel.: (51) 3308-6696 Fax (51) 3308-7303

Projeto de Pesquisa:

MOCHILEIROS DE OUTROS MARES: LITERATURA VITORIANA E EDUARDIANA NA PERCEPÇÃO DE LEITORES BRASILEIROS

http://www.etsy.com/listing/92504863/pretty-lady-with-backpack-victorian-die

Profa. Sandra Sirangelo Maggio ([email protected])

Linha de Pesquisa: Literatura, Imaginário e História

Porto Alegre, 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ESTUDOS DE LITERATURA ESPECIALIDADE: LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA

LINHA DE PESQUISA: ESTUDOS CULTURAIS

Projeto de Pesquisa: MOCHILEIROS DE OUTROS MARES: LITERATURA VITORIANA E EDUARDIANA NA PERCEPÇÃO DE LEITORES BRASILEIROS

Projeto de Pesquisa a ser apresentado à COMPESQ-

Letras e à PROPESQ-UFRGS para formalização das

conexões entre as equipes de trabalho da Profa.

Sandra Maggio nos âmbitos de graduação e pós-

graduação em Letras nesta Universidade.

Abril de 2013

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Sumário

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO............................................................................................ 04

2 EQUIPE DE TRABALHO..................................................................................................... 05

3 APRESENTAÇÃO.................................................................................................................... 07

3.1 Justificativa Externa............................................................................................................... 08

3.2 Justificativa Interna................................................................................................................ 08

4 OBJETIVOS......................................................................................................................... ...... 10

4.1 Objetivo Geral......................................................................................................................... 10

4.2 Objetivos Específicos..................................................................................................... ....... 10

5 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................. 11

6 METODOLOGIA.................................................................................................................... 16

7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.................................................................................... 16

8 ORÇAMENTO......................................................................................................................... 19

9 REFERENCIAL TEÓRICO-CRÍTICO............................................................................ 20

ANEXO: Atividades Já Realizadas/Encaminhadas............................................. 24

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1 Dados de Identificação

Título do Projeto:

MOCHILEIROS DE OUTROS MARES: LITERATURA VITORIANA E

EDUARDIANA NA PERCEPÇÃO DE LEITORES BRASILEIROS

Palavras-chave:

Crítica literária; Literatura Vitoriana; Literatura Eduardiana; Identidade Cultural; Teorias

da Recepção; Migrações de Imaginários

Coordenação:

Profa. Dra. Sandra Sirangelo Maggio

E-mail: [email protected] Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/K4700552J6

Vigência:

Início das atividades: dezembro de 2012

Vigência prevista: Abril de 2013 até abril de 2017

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2 Equipe de Trabalho

Coordenação: Profa. Dra. Sandra Sirangelo Maggio

Participantes Externos à UFRGS:

- Prof. Dr. Claudio Vescia Zanini (UNISINOS)

- Prof. Dr. Gustavo Vargas Cohen (Universidade Federal de Roraima)

- Prof. Dr. José Carlos Marques Volcato (UFPel)

- Profa. Adriane Ferreira Veras (Universidade Estadual do Ceará)

- Profa. Dra. Jane Thompson Brodbeck (Instituto Amérika das Letras e dos Saberes, POA, RS)

- Profa. Dra. Jaqueline Bohn Donada (Universidade Federal Tecnológica do Paraná)

Doutorandos LLI UFRGS:

- Doutoranda Profa. Débora Almeida de Oliveira

- Doutoranda Profa. Luciane Oliveira Müller

- Doutorando Prof. Alan Peter Fear

- Doutorando Prof. Carlos Roberto Ludwig

- Doutorando Prof. Valter Henrique Fritsch

- Doutorando Prof. Vicente Henrique Bruckmann Saldanha

Mestrandos LLI UFRGS:

- Mestranda Profa. Ana Iris Marques Ramgrab

- Mestranda Profa. Sílvia Eizerik

- Mestrando Prof. Rafael Campos Oliven

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Alunos de Graduação:

- Akira D. Ogata Fujimoto Costa da Rocha

- Caroline Garcia de Souza

- Davi Alexandre Tomm

- Eduarda Abrahão de los Santos

- Francine Fraga Barreto

- Gabriela Diehl Lage

- Lis Yana Martinez

- Mariana Chaves Petersen

- Maurício Silveira

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3 Apresentação

ato de ler é um ato de produção de sentido. Quando entramos em contato com

uma obra literária, passamos a lhe atribuir sentidos racionais, simbólicos, factuais

e imaginários, de fruição e reflexão crítica, que têm lastro em nossas vivências e

em nossas experiências pessoais. A partir desta premissa foi montado este projeto, que é

voltado para, e produzido por, um grupo que inclui professores, tradutores, doutorandos,

mestrandos e alunos de graduação da área de literaturas de língua inglesa. Desses, a

maioria nasceu, cresceu e construiu o seu conjunto de experiências e saberes no Brasil.

Quando lemos, analisamos, lecionamos, ou traduzimos obras produzidas na língua e na

cultura em que nos especializamos, nossos atos hermenêuticos transitam entre dois

extremos: somos, a um só tempo, profissionais especializados nessa matéria e leitores

estrangeiros, fadados a preenchermos as lacunas interpretativas com construtos

simbólicos provenientes do nosso ponto de percepção do mundo.

Tanto como leitora quanto como professora de literatura inglesa, sempre me

fascinaram os interstícios que separam as referências culturais, históricas, sociais e

imagéticas do leitor brasileiro acadêmico daquelas que seriam as referências produzidas

por um leitor equivalente, mas nascido e criado nas culturas de língua inglesa. Assim, a

intenção deste projeto é propiciar um espaço para que as circunstâncias que envolvem o

ato de leitura do estudioso informado brasileiro possam ser consideradas e compartilhadas

através do estudo e da discussão de textos provenientes predominantemente da área da

sociologia da leitura. Ao término desta pesquisa, esperamos obter um melhor

conhecimento sobre nosso locus de percepção, nossas técnicas e estratégias de leitura e as

trocas entre os imaginários das diferentes culturas envolvidas, para tirarmos o melhor

proveito possível dessa posição como leitores/críticos/tradutores estrangeiros

qualificados diante de nosso objeto de estudo, a literatura de língua inglesa do período

selecionado.

O

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3.1 – Justificativa externa

Em um momento em que o Brasil procura se firmar como um país econômica e

culturalmente emergente, este projeto propõe um espaço para estudo, análise e

considerações sobre nossa responsabilidade tanto como estudiosos e transmissores da

cultura e das literaturas de língua inglesa fazer hermenêutico quanto como leitores

qualificados estrangeiros e, mais especificamente, brasileiros. Chamamos esse processo de

conscientização de “a responsabilidade do leitor”. Durante o período de vigência do projeto

cada membro fará uma reflexão sobre o seu próprio fazer hermenêutico, buscando elencar

as marcas desse “sotaque” estrangeiro, que pode se tornar uma moeda importante de troca

através de participações em congressos internacionais e um instrumento relevante a ser

usado em nossas aulas. Entre as questões a serem trabalhadas temos: “Qual o papel da

crítica literária hoje?”, “O que marca o meu olhar como leitor brasileiro de Literatura

Britânica Eduardiana e Vitoriana?”, “Qual a minha responsabilidade como

professor/tradutor de um texto literário de tais períodos?”, “Quais são as marcas de um

leitor em sintonia com os conceitos de sua época quanto às questões de identidade,

nacionalidade e multiculturalismo?" Portanto, o projeto justifica-se diante dos impasses

que a alteridade de um texto estrangeiro, quando em contato com o olhar do outro,

provocam e sedimenta suas bases em fomentar a pesquisa de maneira que o profissional da

área de Letras possa auxiliar a elucidar esse ponto de contato, ou clivagem, entre leitor e

texto literário.

3.2 – Justificativa interna

O Instituto de Letras da UFRGS forma profissionais nos campos do ensino e da

tradução. Tais qualificações demandam um conhecimento aprofundado de aspectos

históricos e culturais que ampliam as dimensões de acesso à produção literária produzidas

nesse contexto. Ou seja, um leitor diletante pode-se permitir uma leitura imprecisa de tais

aspectos históricos e culturais, ao passo que um profissional não pode. Por isso o projeto trata

sobre a responsabilidade do leitor profissional, e propõe um fórum de estratégias e

atividades para que tais habilidades necessárias sejam trabalhadas, compreendidas e

aplicadas ao nosso fazer crítico.

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Dentro da linha de pesquisa Literatura, Imaginário e História, dispomos do espaço

necessário para empreender uma investigação deste porte, fazendo uso das ferramentas

oferecidas pela Estética da Recepção e pela Sociologia da Leitura, além é claro, dos Estudos do

Imaginário, que nos permitem investigar as produções imagéticas, através de registros

empíricos de leituras possíveis dos leitores brasileiros. Tais leitores a serem investigados

somos nós mesmos e são os nossos alunos, no que tange as facilidades, as dificuldades e as

peculiaridades do contato com o texto britânico dos períodos Eduardiano e Vitoriano.

Os motivos deste recorte temporal (a literatura britânica produzida entre 1837 e

1920) são três. O primeiro é pragmático: há um número considerável de alunos do nosso

curso trabalhando autores que se inserem no referido período. O segundo é estratégico, pois

ali ainda encontramos marcas dos etos medieval e romântico, possibilitando ligações com o

passado que iluminem a trajetória percorrida pela estética ocidental; e já vislumbramos

marcas da estética moderna e rumos que levarão à arte pós-moderna. O terceiro é a riqueza

da produção literária dessa fase, e a facilidade com que podemos relacioná-la a produções

semelhantes, diferentes ou derivadas produzidas em nossa própria cultura.

Muito deste projeto se inspira na metáfora criada por Umberto Eco no livro Seis

Passeios pelos Bosques da Ficção, quando compara a literatura a um bosque no qual o leitor

penetra munido apenas com uma mochila. Os objetos que carrega nessa mochila determinam

o tempo que permanecerá por lá e o proveito que poderá tirar da aventura. O bosque (nosso

corpus de investigação) é o território da literatura britânica produzida no período acima

indicado. O ponto de percepção dos mochileiros (ou leitores, ou pesquisadores) é o escopo do

leitor universitário brasileiro do curso de Letras/Inglês (graduação, mestrado e doutorado),

cuja formação o prepara para se tornar um especialista em LLI. A fim de equipar as mochilas

dos integrantes do grupo, as vantagens que esperamos obter a partir dessa experiência são:

- Para os alunos de graduação – experiências de estudo e de treino de prática profissional

nos campos do ensino e da tradução que contemplem o trato com o texto literário e teórico

tanto como meio (instrumento de treino e de experimentação) quanto como fim

(elaboração de ensaios críticos);

- Para os alunos de pós-graduação – apoio na elaboração e redação de suas dissertações e

teses através da troca de conhecimentos e de percepções efetivada nos encontros do grupo

de estudos;

- Para o nosso Programa de Pós-Graduação – além de facilitar, acelerar e qualificar as

pesquisas individuais das dissertações e teses desenvolvidas, as atividades do grupo de

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pesquisa (ações de extensão, minicursos, apresentações em congressos, publicações)

também deverão contribuir para a produção registrada anualmente.

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4 Objetivos

4.1 Objetivo Geral

O objetivo deste projeto é analisar, pensar, elencar e escrever sobre a nossa condição

enquanto brasileiros leitores/críticos/professores/tradutores de literaturas de língua

inglesa, com vistas a qualificar nosso fazer profissional, nossa produção acadêmica e nossas

participações e publicações sobre literatura britânica produzida entre 1837 e 1920. Isso

será feito através do estudo de textos teórico-críticos provenientes das áreas de Estética da

Recepção, Sociologia da Leitura e Estudos do Imaginário, que contribuam para o debate

sobre nosso locus de percepção enquanto leitores brasileiros.

4.2 Objetivos Específicos

Para alcançarmos nosso objetivo geral, acreditamos ser da competência deste projeto

trabalhar os seguintes objetivos específicos:

4.2.1 – Montar um corpus significativo de textos literários britânicos dos períodos

Eduardiano e Vitoriano, que será definido e dividido pelos participantes para aplicação das

teorias analisadas;

4.2.2 - Realizar estudos empíricos (etnográficos) para medir as condições e práticas de

leitura do aluno do curso de letras da UFRGS, quando em contato com textos dos períodos

literários já citados. Para tais estudos pretendemos utilizar ferramentas de pesquisa

oferecidas pela Sociologia da Leitura, tais como exemplificadas Chantal Horellou-Lafarge e

Monique Segré;

4.2.3 – Criar um grupo de estudo para o qual serão convidados especialistas nas áreas de

ensino, tradução, teoria e crítica, com os quais poderemos debater as questões que se

forem apresentando durante o desenvolver das atividades;

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4.2.4 – Realizar um levantamento das dificuldades mais frequentes enfrentadas pelo leitor

brasileiro qualificado como futuro professor ou como futuro tradutor, e registrar as

estratégias identificadas para contorná-las;

4.2.5 – Identificar algumas das marcas características dessa percepção brasileira dos

aspectos culturais britânicos, verificando como interferem em nossos movimentos de

leitura;

4.2.6 - Compreender as estratégias utilizadas pelo leitor brasileiro quando em contato com

a alteridade (linguistica, cultural e imagética) do texto estrangeiro;

4.2.7 – A partir da tomada de consciência sobre o nosso locus de percepção, produzir textos

críticos e teórico-críticos nos quais essas questões possam ser elaboradas e discutidas. O

olhar sobre o nosso olhar enquanto outro para com as literaturas Eduardiana e Vitoriana

será a mola propulsora do presente projeto.

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5 Revisão de Literatura

“If the doors of perception were cleansed then everything would be seen as it is – infinite.”

William Blake, The Marriage of Heaven and Hell

O ato da leitura é um embate de questões que perpassam a produção de sentidos,

racional e simbolicamente. Quando lemos um texto literário estabelecemos sentidos dentro

dos campos da razão e da imaginação, pois ambas estão imbricadas e constituem

dimensões antropológicas, pontos de tensão, entre aquilo que lemos e o que realmente foi

pensado pelo autor, dentro de uma cultura específica, de um ponto geográfico específico. A

prática da leitura requer gosto e compreensão, mas isso não basta para formar um leitor

profissional, acurado, que possua e domine as ferramentas necessárias para decifrar um

texto de outra uma cultura, que não a sua. O leitor, além de decifrar os códigos que lhe são

colocados como linguagem única, precisa compreender sua função, sua união funcional.

Quando nós, profissionais brasileiros especializados em literaturas de língua inglesa,

empreendemos a leitura de um texto daquela área, temos de identificar e suprir nossas

falhas cognitivas, ao mesmo tempo em que colocamos em ação todo o nosso arsenal

cognitivo e imaginário. Recorrendo à metáfora de Eco, cada um utiliza os materiais que

encontra em sua mochila. Muitas vezes somos constrangidos a improvisar, e, vez que outra

– como a necessidade é a mãe da invenção – acabamos por fazer alguma grande descoberta.

A partir de minha experiência como professora e orientadora de Literaturas de Língua

Inglesa, já tive a oportunidade de presenciar algumas dessas ocorrências, das quais

mencionarei duas. Tive um orientando que foi bastante criticado aqui no Brasil por utilizar

um lastro teórico francês para trabalhar um romance inglês. Todavia, assim que sua

dissertação foi divulgada mundo afora pela internet, recebeu convite para publicar a obra

através de uma editora alemã. Em outra ocasião, outro orientando participou de um evento

na Inglaterra envolvendo grandes especialistas em estudos shakespearianos, que discutiam

acirradamente sobre The Tempest, tentando identificar a sequência de livros consultados

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por Shakespeare durante a elaboração da peça para identificar se a ilha perdida fora

imaginada na África ou no Pacífico. Dependendo da resposta, Caliban deveria ser lido como

um negro ou como um indígena. Esse aluno brasileiro estranhou aquela conversa, pois há

muito tinha-se dado conta de que a mãe de Caliban, Sycorax, cultuava o deus Setebos, da

Patagônia (sul da Argentina). Os estudiosos do hemisfério norte sabiam que Shakespeare, à

época, andava lendo textos sobre o Novo Mundo, mas associavam a expressão “Novo

Mundo” à América do Norte, ao passo que o aluno brasileiro, por ser brasileiro, sabia que

até a época da morte de Shakespeare o imaginário europeu associava o Novo Mundo ao

Brasil e à América Central mais do que aos Estados Unidos. Assim, pesquisando mais a

fiundo, descobriu que Shakespeare estava lendo sobre Villegagnon e sua incursão à França

Antártica, hoje baía da Guanabara, e que as toras de madeira que Caliban e os nativos

transportavam e empilhavam eram provavelmente toras de pau brasil que os portugueses

colocavam nas caravelas rumo a Portugal (caravelas, a propósito, que eram via de regra

pilhadas pelos piratas ingleses ou franceses.) Portanto, o ponto pelo qual são percebidos os

fatos, muitas vezes, faz diferença para as leituras que podem ser feitas a partir dele. Uma

pergunta que ocorre com frequência quando um graduando, mestrando ou doutorando em

Literaturas de Língua Inglesa decide escrever sobre um autor canônico é: “O que pode ser

dito sobre este autor/esta obra que já não tenha sido dito antes, e de maneira melhor,

ainda mais por mim, um brasileiro?” A resposta pode ser: Às vezes é mais fácil para um

estrangeiro, com seu prisma peculiar de observação, perceber algo de novo num clássico,

do que para um leitor ou um especialista nativo”. Além do mais, temos uma série de

pensadores locais de qualidade, como Antonio Candido, Alfredo Bosi, Sílvio Romero e

tantos outros que são novidade para muitos de nossos colegas do hemisfério norte.

Dessa forma, o projeto de pesquisa Mochileiros de Outros Mares: A Literatura

Vitoriana e Eduardiana na Percepção de Leitores Brasileiros estabelece um diálogo entre

aspectos relevantes da Sociologia da Leitura, da Estética da Recepção e dos Estudos do

Imaginário, legando a cada uma destas correntes a tarefa de contribuir com o aporte

teórico adequado para a construção de novas leituras sobre velhos textos. A representação

do olhar brasileiro sobre a literatura Eduardiana e Vitoriana pode produzir uma crítica

literária diferenciada, que se revela pelo olhar estrangeiro, que pontua, muitas vezes,

aquilo que estava invisível para a própria cultura geradora do construto literário analisado.

As leituras serão divididas entre os participantes e compartilhadas nos fóruns de

discussão. Na área de Estudos de Recepção serão revisitados alguns clássicos sobre o

assunto, como Jauss, Iser e Kristeva, com o foco das leituras dirigido para seis textos de

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Umberto Eco. Na área de Sociologia da Leitura, discutiremos predominantemente textos de

Pierre Bourdieu e de Roger Chartier. Quanto aos Estudos do Imaginário, utilizaremos o

aporte teórico de nossos dois projetos anteriores O Imaginário das Ilhas Britânicas (2008-

2013) e Ficção de Fantasia (2004-2008). Após a seleção dos autores e textos que integrarão

nosso corpus primário e secundário, cada pesquisador escolherá seus autores e seus

recortes teóricos, dentro do escopo oferecido pelo projeto.

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6 Metodologia (Materiais e Métodos)

A interação entre os membros da equipe se dará com base no método dos Eixos

Transversais de Edgar Morin. Cada participante entra para o grupo com sua pesquisa

específica (de TCC, mestrado, doutorado ou individual), realizando seu recorte e buscando

amparo nas questões que embasam o projeto: identidade cultural, responsabilidade crítica,

migrações de imaginários e o olhar do leitor enquanto estrangeiro.

A metodologia da pesquisa compõe-se dos seguintes passos:

• Divisão do corpus pelo grupo de pesquisa;

• Mapeamento do corpus e contextualização dos romances e poemas estudados;

• Comparação das obras em termos estruturais para que se verifique a pertinência de elementos

semelhantes nos textos analisados;

• Observação das formas de relação entre aspectos culturais convergentes e divergentes nas duas

culturas analisadas;

• Delimitação dos marcadores de identidade nacional nas leituras realizadas e deliberação sobre

as formas como esses marcadores serão tratados no fazer crítico de cada participante;

• Análise da compilação de dados reunidos pelo grupo e comparação dos dados obtidos;

• Registro das conclusões parciais através de ensaios individuais e posterior publicação dos

mesmos.

A implementação das atividades segue a seguinte sequência:

• Compilação do conjunto de obras a serem analisadas;

• Aquisição e leitura do material teórico;

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• Reuniões quinzenais do grupo de pesquisa para apresentação de resultados parciais;

• Participação em congressos, seminários e salões de iniciação científica para apresentação dos

resultados parciais e ou finais da pesquisa;

• Elaboração e encaminhamento de atividades de extensão relacionadas ao projeto;

• Elaboração de produção intelectual por membros do grupo.

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7 Cronograma de Execução

ANO Semestre Atividades

Ano 1

1

Trâmites administrativos iniciais Encontros quinzenais do grupo de estudos Colóquio Imaginário das Ilhas Britânicas Oferecimento de Ação de Extensão Participação no UFRGS Portas Abertas

2

Apresentações no Salão de Iniciação Científica da UFRGS I Jornada Mochileiros de Outros Mares Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ação de Extensão Relatório Parcial (1)

Ano 2

1

Publicação derivada do projeto Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ação de Extensão II Jornada Mochileiros de Outros Mares

2

Apresentação no Salão de Iniciação Científica da UFRGS Relatório Parcial (2) Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ação de Extensão

Ano 3

1

Publicação derivada do projeto Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ação de Extensão III Jornada Mochileiros de Outros Mares

2

Apresentação no Salão de Iniciação Científica da UFRGS Relatório Parcial (3) Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ação de Extensão

Ano 4

1

Publicação derivada do projeto Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ação de Extensão IV Jornada Mochileiros de Outros Mares

2

Relatório Final Encontros quinzenais do grupo de estudos Oferecimento de Ações de Extensão Colóquio Mochileiros de Outros Mares

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8 Orçamento

Serão buscados recursos junto à Reitoria e a agências de fomento à pesquisa:

- para recebimento de bolsas de iniciação de pesquisa para os alunos da graduação;

- para aquisição de livros;

- para aquisição de material de consumo (papel, tinta, etc.);

- para encaminhamento e implementação das atividades de extensão;

- para auxílio a publicações (verba para arcar com as despesas);

- para atualização de equipamentos (impressoras, computadores, etc.).

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9 Referencial Teórico-crítico

BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e Estética. Tradução de Aurora F. Bernardini. São

Paulo: Hucitec, 1988.

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ANEXO: Atividades Já Encaminhadas

03/12/2012 – Na sala 234 do prédio administrativo do Instituto de Letras ocorreu a reunião que deu início às atividades do presente projeto.

06/12/2012 – Foram feitos os contatos e os convites que para formação da equipe de trabalho. Durante os meses de janeiro e dezembro foram feitas, através de trocas de e-mail, a divisão das tarefas e a discussão sobre os recortes e o texto de apresentação do projeto.

16/12/2012 – A Profa. Luciane Oliveira Müller apresentou o primeiro trabalho nos moldes propostos pelo projeto no Simpósio Literary London: The Victorian Era and Charles Dickens, ocorrido no The Oxford and Cambridge Club, Pall Mall, em Londres. O texto escrito do trabalho apresentado deverá ser publicado durante o ano de 2013 pelos organizadores do simpósio. Resumo da apresentação:

TITLE: ‘Sugar and Spice, and Everything Nice’: A 21st Century (Tropical) Search for Celtic Imagery in Jane Eyre

ABSTRACT: This work retraces the reading of Jane Eyre held in 2012 by a group of students from the Federal University of Rio Grande do Sul, Brazil. Inspired in a metaphor by Umberto Eco, who says that each book is a wood to be explored by a reader with his rucksack, we furnished our rucksack with the knowledge we could gather about three subjects: Victorianism, Romanticism, and Celtic Folklore. Thus equipped, we entered the fictional woods of Jane Eyre, joining the protagonist in her strife to deal with her two incompatible masters: morality and passion. The triggering question to the course was “What are authors made of?” In the case of Charlotte Brontë, the unanimous answer was “Poetic Imagination,” a reference to the innovative aesthetic stylistic resources and use of symbolic imagery found in this novel. Our theoretical aid comes from Gilbert Durand’s notion on the Orders of the Image, focusing specifically on references to the sun and to the moon, as presented through elements of Celtic tradition. Thus, we expect to validate the idea that in Brontë the use of symbolic imagery solves the difficulty of coping with the otherwise irreconcilable commitments to Romanticism and Victorianism.

KEY WORDS: 1 Charlotte Brontë; 2 Jane Eyre; 3 Celtic Folklore; 4 Victorianism; 5 Romanticism; 6 Imaginary

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