View
221
Download
3
Embed Size (px)
DESCRIPTION
A Companhia Nacional de Bailado tem a honra de associar a sua programação de 2014 à obra poética de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004).
Citation preview
COMPANHIANACIONALDE BAILADO—2014
A FUNDAÇÃO EDP
É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO
E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL
01
E que melhor associação poderíamos desejar senão à dos versos que respiram dança?
Sophia, que bailarina foi¹, dançava à noite o que escrevia durante o dia. Nessas alturas, era simultaneamente Oriana e o Poeta, assistindo e executando a dança da noite de hoje². É nesse sentido que, ao longo das dezenas de espetáculos programados para 2014, queremos, com ela, celebrar a fragilidade, a emoção, a fantasia e o efémero das nossas danças.
O mito de Orfeu, um dos seus temas de eleição, estará presente logo no início do ano com a estreia de Orfeu e Eurídice de Gluck, da autoria de Olga Roriz, mas também no outono, na nova peça de Paulo Ribeiro, com música original de Luís Tinoco. Estes criadores debruçar-se-ão sobre o Modernismo em Portugal e, consequentemente, sobre uma geração de artistas de rutura e agitadores de consciências que se recusavam olhar para trás. Esta estreia integrará as comemorações do centenário da revista Orpheu.
Ainda no outono, Rui Lopes Graça e Pedro Carneiro inspirar-se-ão num outro movimento artístico europeu, desta vez o “Sturm und Drang” (Tempestade e Ímpeto) para, através da música de Haydn, darem corpo à emoção, ao impulso, às paixões insensatas e, como escreveu Goethe, às Tempestades que o coração e a imaginação encobrem.
Em abril, Anne Teresa De Keersmaeker renova a sua parceria de cumplicidade com a CNB com Mozart Concert Arias. Esta obra, a quinta desta coreógrafa a entrar no repertório da Companhia, é mais um desafio técnico e artístico que, seguramente, significará também un moto di gioia para público e intérpretes.
Os grandes clássicos estarão presentes com as reposições de O Lago dos Cisnes (Fernando Duarte e Edgar Pêra) e de Giselle (Georges Garcia e Ferruccio Villagrossi). Terminaremos o ano em ambiente de fantasia, com uma nova versão de O Quebra-Nozes,
Numa disciplina constante procuro a lei da liberdademedindo o equilíbrio dosmeus passos.
assinada por Fernando Duarte na coreografia e por André e. Teodósio, na dramaturgia e encenação.
Muitos são os criadores e artistas convocados para esta programação. Na cenografia e figurinos contamos com nomes como Nuno Carinhas, José António Tenente, Mariana Sá Nogueira, João Pedro Vale. No desenho de luz teremos alguns dos mais renomados artistas desta área tais como Nuno Meira, Cristina Piedade ou Daniel Worm d’Assumpção. Na interpretação musical estarão presentes a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Divino Sospiro, Orquestra Metropolitana de Lisboa e Orquestra de Câmara Portuguesa sob a direção de maestros como Massimo Mazzeo, Cesário Costa, Pedro Carneiro, José Miguel Esandi e Pedro Neves.
Em junho a CNB apresentar-se-á pela primeira vez, na Ópera de Gotemburgo, na Suécia, com O Lago dos Cisnes. Estes espetáculos estão inseridos no projeto coordenado pela Companhia – European Dance Exchange – e que traz também a Lisboa a GöteborgsOperans Danskompani (GOD). Sob a direção artística de Adolphe Binder, esta companhia interpretará, no Teatro Camões, as mais recentes criações de Sidi Larbi Cherkaoui e Saburo Teshigawara.
Eis apenas algumas das futuras atividades que a Companhia Nacional de Bailado tem para lhe oferecer. Para mais pormenores, queira, por favor, consultar o site www.cnb.pt
À Fundação EDP, o nosso mecenas, o profundo agradecimento de todos nós.
Bem-vindos à CNB e às danças do ano de 2014.
Luísa Taveiradiretora artística
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ in Coral, 1950
A Companhia Nacional
de Bailado tem a honra
de associar a sua
programação de 2014
à obra poética de
Sophia de Mello Breyner
Andresen (1919-2004).
¹ ANDRESEN, Sophia M.B. (2011), Por Delicadeza. O Nome das Coisas, Obra Poética, Caminho.² ANDRESEN, Sophia M.B. (1997), A Fada Oriana, Figueirinhas, 26.ª edição.
And what better association could we wish for but celebrating with verses that breath dance?
Sophia – the dancer she was¹ – danced at night what she wrote during the day. In those moments she was simultaneously Oriana and the Poet, beholding and performing the dance of the night of today (3). It is in this frame of mind that throughout dozens of performances scheduled for 2014 we want to celebrate in her company the frailty, the emotion, the fantasy and the ephemeral of our dances.
Orpheus’myth, one of Sophia’s most loved and recurring themes, will be evoked right at the start of the year with the premiere of Olga Roriz’s Orpheus and Eurydice by Gluck. Orpheus will return later in Autumn in a Paulo Ribeiro new production with original music by Luís Tinoco. These creators will tackle Modernism in Portugal and, consequently, a generation of disruptive artists and agitators of consciousnesses that refused to look back. These performances will interact with the centennial festivities of “Revista Orpheu”.
Still in Autumn, Rui Lopes Graça and Pedro Carneiro will seek inspiration in another European artistic movement, this time in “Sturm und Drang” (Tempest and Urge). Along with Haydn’s music both artists will materialize emotion, urge, foolish passions and – as Goethe put it – to the storms that heart and imagination conceal.
In April, Anne Therese De Keersmaeker renews her partnership of complicity with CNB with Mozart Concert Arias. This work, the fifth of this choreographer to integrate the company repertoire, is another technical and artistic challenge which will surely also mean a moto di gioia for dancers and public as well.
The great classics will be present with reruns of Swan Lake (Fernando Duarte and Edgar Pêra) and Giselle (Georges Garcia and Ferruccio Villagrossi). We will wrap up 2014 in an atmosphere of fantasy with a new production of Nutcracker choreographed by Fernando Duarte and with staging and dramaturgy authored by André e. Teodósio.
Many are the creators and artist assembled for CNB 2014 season. Sets and costumes will be signed by Nuno Carinhas, José António Tenente, Mariana Sá Nogueira and José Pedro Vale. Light-designing will be in charge of well-renowned names like Nuno Meira, Cristina Piedade or Daniel Worm d’Assumpção. Musically, we shall have the participation of OSP-Portuguese Symphony Orchestra, Divino Sospiro, OML-Lisbon Metropolitan Orchestra and OCP-Chamber Portuguesa Orchestra under the directionof maestri such as Massimo Mazzeo, Cesário Costa, Pedro Carneiro, José Miguel Esandi and Pedro Neves.
In June, CNB will visit Sweden for the first time and will dance Swan Lake at Gottenbourg Opera House. These performances are included in a project coordinated by CNB – European Dance Exchange – that also will bring to Lisbon the GöteborgsOperans Danskompany (GOD). Under the artistic direction of Adolphe Binder, this company will perform at the Camões Theatre Sidi Larbi Cherkaoui and Saburo Teshigawara’s most recent creations.
Here are some of the coming activities Companhia Nacional de Bailado has to offer you. For further details please visit our site www.cnb.pt.
To EDP Foundation, our sponsor, our deepest and heartfelt thanks.
Welcome to CNB and to 2014 dances.
Luísa TaveiraArtistic Director
CNB-Companhia Nacional
de Bailado is honored to
associate its programming
to the poetic work of
Sophia de Mello Breyner
Andresen (1919-2004).
¹ ANDRESEN, Sophia M.B. (2011), Por Delicadeza. O Nome das Coisas, Obra Poética, Caminho.² ANDRESEN, Sophia M.B. (1997), A Fada Oriana, Figueirinhas, 26.ª edição.
In a constant disciplineI search the law of libertymeasuring the balanceof my steps.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ in Coral, 1950
SOPHIA DEMELLO BREYNERANDRESEN
Inventei a dança para me disfarçar.Ébria de solidão eu quis viver.E cobri de gestos a nudez da minha almaPorque eu era semelhante às paisagens esperandoE ninguém me podia entender.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ in Tempo Dividido, 1954
JANEIRO 2014TER 21 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Orfeu e Eurídice
QUA 22 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Orfeu e Eurídice
QUI 23 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Orfeu e Eurídice
SAB 25 18H CONFERÊNCIA Sophia e a dança
FEVEREIRO 2014SAB 22 18H CONFERÊNCIA O mito de Orfeu
QUA 26 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Orfeu e Eurídice
QUI 27 21H ORFEU E EURÍDICE
SEX 2819H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H ORFEU E EURÍDICE
MARÇO 2014SAB 01 21H ORFEU E EURÍDICE
DOM 02 16H ORFEU E EURÍDICE
QUA 05 15H ORFEU E EURÍDICE Espetáculo para Escolas
QUI 06 21H ORFEU E EURÍDICE
SEX 07 21H ORFEU E EURÍDICE
SAB 08 21H ORFEU E EURÍDICE
DOM 09 16H ORFEU E EURÍDICE
QUI 13 21H ORFEU E EURÍDICE
SEX 1419H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H ORFEU E EURÍDICE
SAB 15 21H ORFEU E EURÍDICE
DOM 16 16H ORFEU E EURÍDICE
TER 25 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Mozart Concert Arias
QUA 26 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Mozart Concert Arias
QUI 27 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Mozart Concert Arias
ABRIL 2014SAB 12 18H CONFERÊNCIA Mozart e as Árias para Soprano
QUA 23 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Mozart Concert Arias
QUI 24 21H MOZART CONCERT ARIAS
SAB 26 21H MOZART CONCERT ARIAS
DOM 27 16H MOZART CONCERT ARIAS
TER 29 21H MOZART CONCERT ARIAS Dia Mundial da Dança
MAIO 2014
SEX 0219H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H MOZART CONCERT ARIAS
SAB 03 21H MOZART CONCERT ARIAS
DOM 04 16H MOZART CONCERT ARIAS
QUA 07 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA O Lago dos Cisnes
QUI 08 15H MOZART CONCERT ARIAS Espetáculo para Escolas
SEX 09 21H MOZART CONCERT ARIAS
SAB 1018H CONFERÊNCIA O Lago dos Cisnes
21H MOZART CONCERT ARIAS
TER 13 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA O Lago dos Cisnes
QUA 14 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA O Lago dos Cisnes
SEX 16 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO O Lago dos Cisnes
SAB 17 21H O LAGO DOS CISNES
DOM 18 16H O LAGO DOS CISNES
QUA 21 15H O LAGO DOS CISNES Espetáculo para Escolas
QUI 22 21H O LAGO DOS CISNES
SEX 2319H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H O LAGO DOS CISNES
SAB 24 21H O LAGO DOS CISNES
DOM 25 16H O LAGO DOS CISNES
SEX 30 21H GÖTEBORGSOPERANS DANSKOMPANI (GOD)
SAB 31 21H GÖTEBORGSOPERANS DANSKOMPANI (GOD)
CNB2014
JUNHO 2014DOM 01 16H GÖTEBORGSOPERANS DANSKOMPANI (GOD)
QUA 04 19H O LAGO DOS CISNES Digressão, Suécia
QUI 05 19H O LAGO DOS CISNES Digressão, Suécia
SEX 06 18H O LAGO DOS CISNES Digressão, Suécia
SAB 07 18H O LAGO DOS CISNES Digressão, Suécia
SAB 21 18H CONFERÊNCIA Romantismo e a Dança
QUI 26 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Giselle
SEX 2719H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H GISELLE
SAB 28 21H GISELLE
DOM 29 16H GISELLE
JULHO 2014QUA 02 21H GISELLE
QUI 03 21H GISELLE
SEX 04 21H GISELLE
SAB 05 21H GISELLE
DOM 06 16H GISELLE
SAB 19 21H PLANO ÍTACA
SETEMBRO 2014TER 23 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Tempestades
QUA 24 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Tempestades
QUI 25 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Tempestades
OUTUBRO 2014TER 07 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Lídia
QUA 08 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Lídia
QUI 09 14H – 17H30 PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Lídia
SAB 11 18H CONFERÊNCIA Sturm und drang
QUI 16 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Tempestades
SEX 17 21H TEMPESTADES
SAB 18 21H TEMPESTADES
DOM 19 16H TEMPESTADES
QUA 22 15H TEMPESTADES Espetáculo para Escolas
QUI 23 21H TEMPESTADES
SEX 2419H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H TEMPESTADES
SAB 25 21H TEMPESTADES
DOM 26 16H TEMPESTADES
NOVEMBRO 2014SAB 01 18H CONFERÊNCIA Modernismo em Portugal
QUI 06 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Lídia
SEX 07 21H LÍDIA
SAB 08 21H LÍDIA
DOM 09 16H LÍDIA
QUA 12 15H LÍDIA Espetáculo para Escolas
QUI 13 21H LÍDIA
SEX 1419H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H LÍDIA
SAB 15 21H LÍDIA
DOM 16 16H LÍDIA
QUA 19 14H – 17H30PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇAQuebra Nozes Quebra Nozes
QUI 20 14H – 17H30PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇAQuebra Nozes Quebra Nozes
SEX 21 14H – 17H30PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇAQuebra Nozes Quebra Nozes
SAB 29 18H CONFERÊNCIA O Quebra-Nozes e a tradição
DEZEMBRO 2014QUI 04 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Quebra Nozes Quebra Nozes
SEX 05 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
SAB 06 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
DOM 07 16H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
QUA 10 15H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Espetáculo para Escolas
QUI 11 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES Espetáculo EDP
SEX 1219H30 – 20H30 AS HORAS DE SOPHIA
21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
SAB 13 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
DOM 14 16H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
QUA 17 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
QUI 18 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
SEX 19 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
SAB 20 21H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
DOM 21 16H QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
Fevereirodias 27 e 28 às 21h
Marçodias 1, 6, 7, 8, 13,14 e 15 às 21hdias 2, 9, 16 às 16h
Escolas5 de março às 15h
Ensaio GeralSolidário26 de fevereiro às 21h
Projetos de Aproximaçãoà Dança (PAD)21, 22 e 23 de janeiro
Sara Carinhasconvidada
Olga Rorizcoreografia
C.W.Gluckmúsica
Nuno Carinhascenário e figurinos
Cristina Piedadedesenho de luz
Paulo Reisassistente da coreógrafapara a dramaturgia
Sylvia Rijmerassistente dacoreógrafa
Divino Sospiro,Ecce Ensemblee Coro da ESMLinterpretação musical
Paulo VassaloLourençomaestro do coro
Inês Lopesassistente do maetrodo coro
Massimo Mazzeodireção musical
Eurydice perdida que no cheiroE nas vozes do mar procura Orpheu:Ausência que povoa terra e céuE cobre de silêncio o mundo inteiro.
Assim bebi manhãs de nevoeiroE deixei de estar viva e de ser euEm procura de um rosto que era o meuO meu rosto secreto e verdadeiro.
Porém nem nas marés nem na miragem Eu te encontrei. Erguia-se somente O rosto liso e puro da paisagem.
E devagar tornei-me transparente Como morta nascida à tua imagem E no mundo perdida esterilmente.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ Soneto de Eurydice, in Tempo Dividido, 1954
07
É nos trezentos anos sobre o nascimento de Christoph Willibald Gluck que a CNB encomenda a Olga Roriz um Orfeu e Eurídice, baseado naquela que foi uma das magistrais partituras do compositor alemão.
Esta ópera estreada em Viena, em 1762, durante as festividades em honra do Imperador Frederico I e, numa segunda versão, em 1774, em Paris, a convite de Maria Antonieta, é uma obra revolucionária e de fronteira com grandes repercussões no meio musical europeu. Com efeito, quer Gluck, quer Ranieri de’Calzabigi, autor do libreto, alcançaram fama imediata gerada, em grande parte, pela controvérsia em torno das inovações introduzidas nos cânones operáticos da época e que Orpheu e Eurídice preconizava.À música, Gluck retirou todos os excessos exibicionistas das áriasda capo, típicas do barroco tardio, e colocou no coro a ênfase de uma narrativa mais fluida. Para além disso, acrescentou a dança, não na sua forma decorativa, mas ligando-a intimamente à dramaturgia.
Tal como acontece na música, onde vários compositores escreveram as suas versões do mito grego, também na dança este se tornou incontornável e uma passagem quase obrigatória dos grandes coreógrafos.
É agora a vez de Olga Roriz.
OLGA RORIZ
27 FEV — 16 MAR
300 ANOS SOBRE O NASCIMENTO DEC.W. GLUCK (1714 – 1787)ESTREIA MUNDIAL
In order to commemorate Gluck’s 300th
birthday, CNB has commissioned to Olga
Roriz an Orpheus and Eurydice based on
one of the most masterful scores of the
German composer.
Premiered in Vienna in 1762 during the
festivities in honor of Emperor Frederick
I and in a later 1774 Parisian version by
invitation of Marie Antoinette, this opera is
a revolutionary work which set a landmark
with great repercussions in the European
musical world. In fact, Gluck’s music and
Ranieri de’Calzabigi’s libretto reached
instant recognition generated mostly by
the controversy around the innovations
introduced in the operatic rules of the time
which Orpheus and Eurydice advocated.
Gluck eliminated from the music all the
exhibitionist excesses of the da capo arias
so typical of the late baroque and placed in
the chorus the emphasis of a more flowing
narrative. Furthermore, he added dance not
in its decorative form but closely linked to
the dramaturgy.
As it happens in music where several
musicians composed their own versions
inspired by the Greek myth, also in dancing
it became an unavoidable and mandatory
theme for any great choreographer.
Now time has come for Olga Roriz’s
own version.
ORFEUE EURÍDICE
És tu a Primavera que eu esperava,
A vida multiplicada e brilhante,
Em que é pleno e perfeito cada instante.
Abrildias 24, 26 e 29 (dia mundial da dança) às 21hdia 27 às 16h
Maiodias 2, 3, 9 e 10 às 21hdia 4 às 16h
Escolas8 de maio às 15h
Ensaio GeralSolidário23 de abril às 21h
Projetos de Aproximaçãoà Dança (PAD)25, 26 e 27 de março
Pedro Mascarenhasconvidado
Anne TeresaDe Keersmaekercoreografia
Anne TeresaDe Keersmaekere Jean-Luc Ducourt conceito
W.A.Mozartmúsica
Herman Sorgelooscenário
Rudy Sabounghifigurinos
Anne TeresaDe Keersmaekerdesenho de luz
Eduarda MeloKamelia KaderSiphiwe Mckenzeisopranos
João Paulo Santos pianoforte
Divino Sospirointerpretação musical
Massimo Mazzeodireção musical
Árias de concertoKV78/ KV272/ KV383/KV418/ KV505/ KV528/ KV578/ KV579/ KV582/ KV583, Divertimenti, Cassatione.
Estreia mundialROSAS, Festival d’Avignon, França, 30 de julho de 1992
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ Promessa, in Dia do Mar, 1947
Anne Teresa De Keersmaeker premiered
Mozart Concert Arias in 1992 during her
first residence year at the Théâtre de la
Monnaie, in Brussels. Possibly influenced by
an opera theatre, Anne Teresa chose Mozart
soprano arias for orchestra to create a work
that can be viewed as a staged concert as
well as a dance performance. By its turn,
Herman Sorgeloos’ set is concurrently a
dancing hall and a garden whereas the Rudy
Sabounghi’s costumes send us back to 18th
although remaining perfectly contemporary.
It is in these hybrid atmospheres that De
Keesmaeker reveals a genuine love affair
with Mozart not only for his music but also
for everything it can suggest: the ornament,
the gallantry, the sensuality, the play, the
superficiality, the humor and the gentle
intermittence between sadness and joy.
With this work – the fifth to enter the
company’s repertoire – CNB deepens its
relationship with the Belgian choreographer.
De Keersmaeker’s language has already
entered our daily life and was totally
assimilated by the performers. Together
with the Divino Sospiro musicians we will
proudly meet the challenge demanded by
one of the most outstanding works of this
choreographer.
09
Anne Teresa De Keersmaeker estreou Mozart Concert Arias em 1992, no seu primeiro ano de residência no Théâtre de la Monnaie, em Bruxelas.
Terá sido talvez a influência de um teatro de ópera que a levou a escolher as árias para soprano e orquestra de Mozart e, com elas, criar uma obra que tanto é um concerto encenado como um espetáculo de dança. Por sua vez, o cenário de Herman Sorgeloos é simultaneamente um salão de dança e um jardim, enquanto que os figurinos de Rudy Sabounghi, remetem para o século XVIII sem nunca deixarem de ser contemporâneos.
É nestes ambientes híbridos que De Keersmaeker revela um verdadeiro caso de amor por Mozart. E não é só pela sua música mas por tudo o que o possa sugerir: o ornamento, a galanteria, a sensualidade, o jogo, a superficialidade, o humor e a leve intermitência entre a tristeza e a alegria.
Para a CNB, o relacionamento com a coreógrafa belga aprofunda-se com esta obra, que será a sua quinta a ser incluída no repertório da Companhia. A linguagem de Keersmaeker entrou no nosso quotidiano e foi plenamente assimilada pelos artistas. Juntamente com os músicos do Divino Sospiro estaremos, orgulhosamente, à altura da qualidade exigida por esta obra, uma das mais marcantes da coreógrafa.
ANNE TERESADE KEERSMAEKER
24 ABR — 10 MAI
UN MOTO DI GIOIAESTREIA NA CNBMOZART
CONCERT ARIAS
Em silêncio nas coisas embalados
Vão dançando ao sabor dos seus segredos.
Nos seus vestidos brancos e bordados
Raios de lua poisam como dedos,
E em seu redor baloiçam arvoredos
Escuros entre os céus atormentados.
Fernando Duartecoreografia
Edgar Pêrafilme
P.I.Tchaikovskimúsica
José AntónioTenentefigurinos
Nuno Meiradesenho de luz
Orquestra Metropolitanade Lisboainterpretação musical
Cesário Costadireção musical
Estreia mundialCNB, Lisboa, Teatro Camões,14 de fevereiro de 2013
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ Dança de Junho, in Dia do Mar, 1947
Maiodias 17, 22, 23, 24 às 21hdias 18 e 25 às 16h
Escolas21 de maio às 15h
Ensaio GeralSolidário16 de maio às 21h
Projetos de Aproximaçãoà Dança (PAD)7, 13 e 14 de maio
José Luís Vieiraconvidado
Digressão: Ópera de Gotemburgo4, 5, 6 e 7 de junhoEspetáculos inseridos no projeto European Dance Exchange
The Göteborg Opera Orchestrainterpretação musical
Cesário Costadireção musical
11
O LAGO DOS CISNES FERNANDO DUARTE
EDGAR PÊRA
17 MAI — 25 MAI
Swan Lake is the great classic of the History of Dance. Its
consecutive reruns by the repertoire companies represent
almost a purifying act similar to the one that, for instance,
will always make some of us return to Bach.
Do we really need this desertion from those old tales and
myths, do we really need these insistent contemporary
re-interpretations and this new and daring theatrical logic?
We surely do, since the survival of the classical repertoire
depends absolutely on this new logic. Classical dance with
its technical language leaves very sparse room to more
creative and less traditional reinterpretations. Built on rigid
and premeditated rules, its dancers only have pantomime
and technique at their disposal to incarnate characters
psychologically almost one-dimensional. Classical dance will
continue earning popular acceptance if it delivers us swans
that will overfly our heads blessing us like they did when
Apollo was born, princes that will make us beware of our
own fears and invite us to daydream, evil barons that break
us loose from our magic spells. But, above all, let all these
characters speak about us and with us also dance.
(Rui Esteves, 2013)
In May 2014, CNB will present again Fernando Duarte’s
version of Swan Lake with Edgar Pêra film, a production
premiered in February 2013. These performances antedate the
first CNB tour to Sweden where, thanks to European Dance
Project, the company will dance Swan Lake at the Gothenburg
Opera House. CNB will welcome at the Camões Theatre the
GöteborgsOperans Danskompani (GOD) under the artistic
direction of Adolph Binder.
O Lago dos Cisnes é o grande clássico da história da dança. As sucessivas reposições nas companhias de repertório são quase um ato purificador, idêntico àquele que levará alguns de nós, por exemplo, a regressar sempre a Bach.
Precisaremos assim tanto deste abandono aos velhos mitos e lendas, destas insistentes releituras contemporâneas, desta nova e ousada lógica teatral? Claro que sim, uma vez que dela depende absolutamente a sobrevivência do repertório clássico, cuja linguagem técnica deixa escassa margem a reinterpretações mais criativas, menos tradicionais. A dança clássica, alicerçada em regras rígidas e premeditadas, faz com que os seus intérpretes disponham apenas da pantomima e da técnica para encarnarem personagens psicologicamente quase unidimensionais. Ela só continuará a ser popular se trouxer até nós cisnes que nos sobrevoem, abençoando-nos como o fizeram quando Apolo nasceu, príncipes que nos alertem dos medos e nos convoquem o sonho, barões maléficos que nos desencantem dos nossos sortilégios. Mas, acima de tudo, que todos eles falem de nós e que connosco também dancem.
Rui Esteves, 2013
Em maio de 2014, a CNB volta a dançar a versão de O Lago dos Cisnes, versão coreografada por Fernando Duarte, com filme de Edgar Pêra e estreada em fevereiro de 2013. Estes espetáculos antecedem a primeira digressão da Companhia à Suécia onde, através do projeto European Dance Exchange, teremos não só a oportunidade de nos apresentarmos com O Lago dos Cisnes na Ópera de Gotemburgo, como também de receber no Teatro Camões a GöteborgsOperans Danskompani (GOD), sob direção artística de Adolphe Binder.
Maiodias 30 e 31 às 21h
Junhodia 1 às 16h
Meet two masters from different generations. Noetic,
a creation by Belgian Sidi Larbi Cherkaoui can contain
everything from deep spirituality to comedy. The thing
that interests him most is what happens between the
dancers, rather than the movements of the individual
dancer. Larbi’s roots are in the cultures of both
Morocco and Central Europe. His artistic identity has
been influenced by many years of involvement in the
Belgian dance company Les Ballets C de la B, whose
work belongs among the most exciting things to have
happened within dance in recent decades.
Saburo Teshigawara is one of the world’s most
prominent choreographers. He has been awarded
the foremost honours both in his own country and
internationally. Faithful to the culture of his homeland,
Teshigawara is minimalist – everything he creates is
aesthetic, beautiful and pared down. It is also spiritual
and subtle. The music accompanying Metamorphosis
consists both of newly composed electronic music, and
choral work with a capella singing.
Both works were commissioned by the GöteborgsOperans
Danskompani for the 2013/14 season.
INSERIDO NO PROJETOEUROPEAN DANCE EXCHANGE
NOETIC
Sidi LarbiCherkaouicoreografia
Karthika Nairdramaturgia
Szymon Brzóskamúsica original
Antony Gomleycenografia
Les Hommesfigurinos
Estreia mundialGöteborgsOperansDanskompani, Óperade Gotemburgo,4 de março de 2014
METAMORPHISIS
Saburo Teshigawaracoreografia,cenografia, figurinose desenho de luz
Rihoko Satoassistente do coreógrafo
Sérgio Pessanhacoordenador técnicoe assistente de luz
Tim Wrightmúsica original
Estreia mundialGöteborgsOperansDanskompani, Óperade Gotemburgo,4 de março de 2014
GÖTEBORGSOPERANS DANSKOMPANI (GOD)Adolphe Binder direção artística
Sidi
Larb
i Che
rkao
ui ©
Koe
n Br
oos
13
Este programa é constituído por obras de dois mestres de diferentes gerações. Noetic, uma criação do belga Sidi Larbi Cherkaoui, tudo pode incluir: desde a profunda espiritualidade até à comédia. Interessa-lhe mais o que acontece entre os bailarinos do que o movimento individual de cada um. As suas raízes são oriundas não só de Marrocos como também da Europa Central. A personalidade artística deste coreógrafo foi fortemente influenciada pelos vários anos de trabalho com a companhia belga dos Les Ballets C de la B, cujas obras se situam entre o que de mais significativo se produziu nas últimas décadas na dança contemporânea.
Saburo Teshigawara é um dos mais importantes coreógrafos da atualidade. O reconhecimento pela sua obra manifesta-se tanto no seu país (Japão) como no estrangeiro. Fiel à sua cultura, Teshigawara é um minimalista – tudo o que cria é de grande beleza e reduzido à sua essência. É também subtil e de uma enorme espiritualidade. A música original que acompanha Metamorphosis é constituída por uma parte eletrónica e por um trabalho coral a cappela.
Estes trabalhos são encomendas da GöteborgsOperans Danskompani, para a temporada 2013/14.
NOETICMETAMORPHOSIS
30 MAI — 1 JUN
GÖTEBORGSOPERANS DANSKOMPANI (GOD)ESTREIA EM PORTUGAL
SIDI LARBI CHERKAOUI
SABURO TESHIGAWARA
Sabu
ro Te
shig
awar
a ©
Nor
ifum
i Ina
gaki
Os cabelos embora o vento passe
Já não se agitam leves. O seu sangue,
Gelando, já não atinge a sua face.
Os olhos param sob a fronte aflita.
Já nada nela vive nem se agita,
Os seus pés já não podem formar passos,
Lentamente as entranhas endurecem
E até os gestos gelam nos seus braços -
Mas os olhos de pedra não esquecem.
Subindo do seu corpo arrefecido
Lágrimas lentas rolam pela face,
Lentas rolam, embora o tempo passe.
Junhodias 27 e 28 às 21hdia 29 às 16h
Julhodias 2, 3, 4 e 5 às 21hdia 6 às 16h
Ensaio GeralSolidário26 de junho às 21h
Georges Garciacoreografia, recriaçãoe encenação segundoJean Coralli,Jules Perrot,Marius Petipa e Théophile Gautier
A. Adammúsica
Ferruccio Villagrossicenários
Cristina Piedadedesenho de luz
Figurinos tradicionais, gentilmente oferecidospela Fundação Calouste Gulbenkian
Orquestra de CâmaraPortuguesainterpretação musical
Pedro Carneirodireção musical
Estreia mundialParis, Teatro da Academia Real de Música,28 de junho de 1841
Estreia na CNBLisboa, Teatro Nacionalde São Carlos,15 de outubro de 1987
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ Níobe Transformada em Fonte, in Poesia, 1945
In 1827, Maria Taglioni’s first appearance
in the title role of La Sylphide signaled the
advent of the Romantic Ballet era.
In a certain way, Romanticism is a response
to the Industrial Revolution and it concedes
to emotion the focal place whose figuration
is amply manifested in indomitable natures,
visible in Casper David Friedrich’s paintings
or then as something occult and supernatural
so evident in Edgar Allan Poe’s poetry. But
Romanticism was also a revolt against a
ruling and overly refined aristocracy whose
opposite was found in the glorification of
simplicity, purity and country life.
For all it represents, Giselle is the
quintessence of romantic ballet. The first act
narrates how rural innocence can be prey
of a treacherous and scheming aristocracy;
the second act, so-called ‘white act’, unfolds
in a supernatural environment where the
ethereal woman is torn between vengeance
and redemption.
The use of pointe technique, by then still in
its dawning days, reinforced the romantic
concept of elevation depicted by winged and
weightless creatures thus making of dance
a privileged vehicle of the Romanticism.
Possibly in no other time dance was so
representative of total performance.
15
Em 1827, com a estreia de Maria Taglioni no papel titular de La Sylphide, inicia-se a era romântica da dança.
O Romantismo, de certa maneira, a corrente de contra-respostaà Revolução Industrial, confere à emoção o lugar central cuja figuração se encontra amplamente representada em naturezas indomáveis, patente nas telas de Casper David Friedrich, ou como algo de sobrenatural e de oculto, tão evidente na poesia de Edgar Allan Poe. Mas o Romantismo foi também a revolta contra uma aristocracia dominante e rebuscada cujo oposto foi encontradoao glorificar a simplicidade e a pureza da vida campestre.
É por esta razão que Giselle é o bailado romântico mais que perfeito. O 1 º ato narra de como a inocência campestre pode ser vítima de uma aristocracia traidora e calculista; o 2º ato, dito o ato branco, desenrola-se num ambiente sobrenatural onde a mulher etérea surge dividida entre a vingança e a redenção.
O uso da técnica de pontas, à época ainda muito rudimentar, vinha ao encontro da ideia romântica de elevação representada por seres esvoaçantes e imponderáveis, fazendo da dança um veículo privilegiado do Romantismo. Possivelmente em nenhuma outra altura, a dança foi tão sinónimo de espetáculo total.
GISELLE GEORGES GARCIA
27 JUN — 6 JUL
Outubrodias 17, 18, 23, 24e 25 às 21hdias 19 e 26 às 16h
Escolasdia 22 de outubroàs 15h
Ensaio GeralSolidário16 de outubroàs 21h
Projetos de Aproximaçãoà Dança (PAD)23, 24 e 25de setembro
Teresa Simasconvidada
Rui Lopes Graçacoreografia
Pedro Carneiroconceção musical
J. Haydnmúsica
Mariana SáNogueirafigurinos
Nuno Meiradesenho de luz
Orquestrade CâmaraPortuguesainterpretação musical
Pedro Carneirodireção musical
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ in Poesia, 1945
Rui Lopes Graça and Pedro Carneiro chose
the German movement Sturm und Drang
(Storm and Urge) as working theme.
A proto-romantic literary current that
spread into several artistic areas, it took
place from the late 1760’s to the early
1780’s. It fought the rationality of the
Enlightenment and the stringent rules of
the French Neoclassicism while making
up storms for itself: those that come along
with the outbursts of irrationality and wild
emotions. Despite returning to Homer and
Shakespeare, it would not nevertheless
escape from praising the subjectivity and
the spontaneous nature of geniality.
The dramatic tone of Goethe’s The
Sorrows of Young Werther, written in
1774, became a groundbreaking example
of the sturmism as well as one of the
greatest literary works of Mankind. Its
initial impact - the Werther effect - had
at the time unimaginable repercussions
and its publishing was even banned in
several countries due to the rapturous
mood everyone wanted to imitate. Some
of the most sublime Haydn’s symphonies
were composed in an identical state
of soul. Almost always in a minor key
and with sudden changes of rhythm and
dynamics, they will be in October – more
two hundred years later – the guiding line
for Rui Lopes Graça and Pedro Carneiro
in a journey through the emotions that
movement can feel.
17
Rui Lopes Graça e Pedro Carneiro têm como tema de trabalhoo movimento alemão Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), nascido nas décadas de sessenta e setenta do séc. XVIII.Esta corrente protoromântica, que se estendeu a várias áreas artísticas, combateu a racionalidade do Iluminismo e as regras rígidas do Neoclassicismo francês ao mesmo tempo que inventava tempestades para si própria: as das explosões de irracionalidade e as das emoções selvagens. Enquanto regressava a Homero e a Shakespeare, não se subtraía porém a fazer a apologia da subjetividade e do carácter espontâneo da genialidade,
O tom dramático de Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, 1774, tornou-se num exemplo seminal do sturmismo bem como numa das grandes obras literárias da Humanidade. O seu impacto social - o efeito Werther - teve, à época, repercussões inimagináveis e a sua publicação chegou a ser proibida em vários países, tal era o arrebatamento que todos queriam imitar. Algumas das sublimes sinfonias de Haydn foram compostas por um idêntico estado de alma. Quase sempre em tom menor e com súbitas mudanças de ritmo e dinâmicas, elas serão o fio condutor de uma viagem que, mais de duzentos anos depois, Rui Lopes Graça e Pedro Carneiro vão iniciar no outono, através das emoções que o movimento pode sentir.
TEMPESTADES RUI LOPES GRAÇAPEDRO CARNEIRO
17 OUT — 26 OUT
ESTREIA MUNDIAL
Novembrodias 7, 8, 13, 14e 15 às 21hdias 9 e 16 às 16h
Escolas12 de novembroàs 15h
Ensaio GeralSolidário6 de novembroàs 21h
Projetos de Aproximaçãoà Dança (PAD)7, 8 e 9 de outubro
Sandra Rosadoconvidada
Paulo Ribeirocoreografia
Luís Tinocomúsica original
José AntónioTenentefigurinos
Nuno Meiradesenho de luz
Orquestra Metropolitanade Lisboainterpretação musical
Pedro Nevesdireção musical
Não creias, Lídia, que nenhum estioPor nós perdido possa regressar Oferecendo a flor Que adiámos colher.
Cada dia te é dado uma só vezE no redondo círculo da noite Não existe piedade Para aquele que hesita.
Mais tarde será tarde e já é tarde. O tempo apaga tudo menos esse Longo indelével rasto Que o não-vivido deixa.
Não creias na demora em que te medes. Jamais se detém Kronos cujo passo Vai sempre mais à frente Do que o teu próprio passo.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ in Dual, 1972
Since Horace – Latin poet of 1st century BC – till today, Lídia
is a cardinal character that recurs in all European poetry.
In Portuguese Literature, Lídia was inspirational to poets
such as Almeida Garrett, Filinto Elísio, José Tolentino
Mendonça, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner
Andresen and writers such as José Saramago. But is above
all to Ricardo Reis that Lídia will be closely associated.
In the poetry of this heteronym, Lídia is a pretext to make
her own voice heard, a woman with no right of reply to
whom the poet advises that just like a flowing river, she
must reap the full benefits of Time.
In a professoral and placid tone, he invites: come and sit
down by me, Lídia (…)and then we will think (…) that
life passes and does not remain, leaves nothing and never
returns (…)
These are also the premises of a whole Orpheu generation
to which Ricardo Reis belonged.
Without looking back and without my remembrance burning
you or hurting you, Lídia is his companion on a journey
hopefully painless and heading to the future of Time just like
dance symbolically goes through with its steps.
Paulo Ribeiro and Luís Tinoco will be the creators of this
future, a future that will celebrate in Lídia the river that,
malgré tout, will always flow to the sea.
19
Desde Horácio, poeta latino do séc. I a.C., até aos nossos dias, Lídia é um nome maior de um personagem recorrente em toda a poesia europeia.
Na literatura Portuguesa, Lídia foi inspiração para poetas como Almeida Garrett, Filinto Elísio, José Tolentino Mendonça, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, e escritores como José Saramago, mas é sobretudo a Ricardo Reis que ela ficará intimamente ligada.
Na poética deste heterónimo pessoano, Lídia, é um pretexto para fazer ouvir a sua própria voz. Ela é uma mulher sem direito a resposta, mas a quem ele aconselha o usufruir do tempo como o correr de um rio. Com um tom sereno, como quem deve ensinar, ele convida: Vem sentar-te comigo, Lídia (…) /depois pensemos (…) que a vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa (…).
Estas são também as premissas de toda uma geração de Orpheu,à qual Ricardo Reis pertenceu.
Sem olhar para trás, e sem que a minha lembrança te arda ou te fira, Lídia é a sua companheira de viagem, uma viagem que se deseja sem dor e direcionada para o futuro do tempo, como o que a dança, simbolicamente, sempre percorre com os seus passos.
Paulo Ribeiro e Luís Tinoco serão os criadores deste futuro, que celebrará em Lídia o rio que, malgré tout, correrá sempre em direção ao mar.
LÍDIA PAULO RIBEIROLUÍS TINOCO
7 NOV — 16 NOV
COMEMORAÇÕESDOS 100 ANOS DA REVISTA ORPHEUESTREIA MUNDIAL
Dezembrodias 5, 6, 12, 13, 17, 18, 19 e 20 às 21hdias 7, 14 e 21 às 16h
Espetáculo EDP11 de dezembroàs 21h
Escolas10 de dezembroàs 15h
Ensaio GeralSolidário4 de dezembroàs 21h
Projetos de Aproximaçãoà Dança (PAD)19, 20, 21de novembro
Teatro Pragaconvidados
Fernando Duartecoreografia
André e. Teodósioencenaçãoe dramaturgia
P.I.Tchaikovskimúsica
João Pedro Valee Nuno Alexandre Ferreiracenário e figurinos
Daniel Worm d’Assumpçãodesenho de luz
Orquestra SinfónicaPortuguesainterpretação musical
José Miguel Esandidireção musical
Ia e vinha
E a cada coisa perguntava
Que nome tinha.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ Coral, in Coral, 1950
21
Embora desconheçamos a origem da maior parte das tradições que herdamos, já de outras destrinçamos bem o seu começo.
O bailado Quebras Nozes é uma dessas tradições inventadas. E se ela é inventada, então não há nenhum mal em reinventá-la para que acompanhe estas noites brancas que, de oníricas, longe estão das singularidades do mundo de uma outra Clara!
A convite da directora da CNB, Luisa Taveira, com Quebra Nozes Quebra Nozes, tentaremos fazer renascer para os olhos de hoje, olhos já não tão narrativos mas diariamente assaltados por explosões de eventos múltiplos, uma das obras mais enraizadas secularmente na cultura ocidental, concentrando-nose potencializando a duplicidade da sua leitura. É na ubiquidade constante de Quebra Nozes Quebra Nozes que há uma relação espelhada entre o novo e o velho, entre a alta e a baixa cultura, entre o real e as analogias i.e. o melhor de dois mundos complementares presentes no reino de uma única Clara, ser humano cruzado de Alice e Oliver Twist.
Um sonho tornado realidade: eis como definir Quebra NozesQuebra Nozes.
André e. Teodósio
QUEBRA NOZES QUEBRA NOZES
FERNANDO DUARTEANDRÉ e. TEODÓSIO
5 DEZ — 21 DEZ
While the origin of most traditions we
inherited are unknown to us, others can
be perfectly traced and deciphered.
Nutcracker ballet is one of those forged
traditions. And if it is indeed forged, then
there is no real harm in reinventing it
so that it can keep us company during
these dreamy white nights which are
far from the singularities of a Clara’s
different world!
By invitation of Luisa Taveira, CNB
Artistic Director, with Quebra Nozes
Quebra Nozes we will try to resurrect to
the eyes of nowadays - eyes no longer
so narrative but daily assaulted by blasts
of multiple events - one of the most
secularly rooted works in the Western
culture, focusing and enhancing the
duplicity of its reading.
It is in the Quebra Nozes Quebra Nozes
constant ubiquity that there exists a
mirrored relation between old and new,
between high and low culture, between
the real and the analogies i.e. the best of
two complementary worlds present in a
kingdom of a sole Clara, a human being
part Alice, part Oliver Twist.
A dream come true – that is how Quebra
Nozes Quebra Nozes can be defined.
(André e. Teodósio)
PROJETOSCNB2014
Os serviços educativos da Companhia Nacional de Bailado seguem as premissas lançadas nos anos anteriores, onde através de pequenos projetos idealizados por convidados, estudantes entreos 9 e os 16 anos podem conviver com criadores e intérpretes, assistir a ensaios, familiarizar-se com diferentes linguagens artísticas e experimentar a dança nas suas diversas dimensões.
Cada workshop serve ainda de introdução aos espetáculos para escolas a que os participantes são convidados a assistir gratuitamente.
PAD – PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA
PROJETOS CNB 2014
23
ORFEU E EURÍDICEConvidada Sara Carinhas21, 22 e 23 de janeirodas 14h às 17h3012/16 anos
Espetáculo para Escolas5 de março às 15h
MOZART CONCERT ARIASConvidado Pedro Mascarenhas25, 26 e 27 de marçodas 14h às 17h3012/16 anos
Espetáculo para Escolas8 de maio às 15h
O LAGO DOS CISNESConvidado José Luís Vieira7, 13 e 14 de maiodas 14h às 17h309/14 anos
Espetáculo para Escolas21 de maio às 15h
TEMPESTADESConvidada Teresa Simas23, 24 e 25 de setembrodas 14h às 17h3012/16 anos
Espetáculo para Escolas22 de outubro às 15h
LÍDIAConvidada Sandra Rosado7, 8 e 9 de outubrodas 14h às 17h3012/16 anos
Espetáculo para Escolas12 de novembro às 15h
QUEBRA NOZES QUEBRA NOZESConvidados Teatro Praga19, 20 e 21 de novembrodas 14h às 17h309/14 anos
Espetáculo para Escolas10 de dezembro às 15h
Para reservar um workshop ou lugares num espetáculo para a sua escola, favor contatar:
Cristina de Jesus(coordenadora PAD)Telf. 218 923 [email protected]
PLANO ÍTACA
PROJETOS CNB 2014
Plano Ítaca é um projeto comunitário que a CNB ensaia em parceria com a Direção-Geral da Educação, através do Programa de Educação Estética e Artística em Contexto Escolar. Neste ano de lançamento, o projeto destina-se a jovens estudantes, entre os 14 e os 18 anos, do Agrupamento de Escolas Miradouro de Alfazina, no Monte da Caparica. As oficinas de linguagens artísticas como dança, vídeo, música e teatro originarão um intenso período de trabalho que terá início em janeiro e culminará com a realização de um espetáculo, no Teatro Camões, em Lisboa, no dia 19 de julho, às 21h00.
A metodologia inspirar-se-á na longa e heroica odisseia de Ulisses para regressar à Pátria, como metáfora na consciencialização dos participantes para os caminhos interiores necessários à manutenção de níveis de estabilidade e bem-estar, alicerces fundamentaisà plena integração social.
Rui Lopes Graçacoordenaçãoe coreografia
André Godinhoresponsável pela áreade vídeo
O projeto CNB nas Escolas será desenvolvido em 2014, tendocomo tema a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen.Nele, a dança entrecruzar-se-á com outras artes, adicionando assim um complemento à compreensão da obra da poetisa.
Coordenação dos bailarinos da CNB: Annabel Barnes, Mário Franco, Catarina Lourenço, Mariana Paz e Paulina Santos.
CNB NAS ESCOLAS
A noite(…)é o dia das coisas.(…)
De dia somos imóveis e estamos presos.
Mas de noite somos livres e dançamos.
¯¯¯ Sophia de Mello Breyner Andresen,
¯¯¯ in O Rapaz de Bronze, 1965
João Lucasresponsável pela áreade música
Joana Craveiroresponsável pela áreade teatro
25
Os resultados obtidos no passado, com os Ensaios GeraisSolidários, e a consciência da ampliação dos possíveis beneficiários, no presente, confirmam a relevância deste ato que a Companhia Nacional de Bailado cria a partir do palco.
A cada programa unimos esforços para que possamos oferecer o último ensaio da Companhia a instituições de solidariedade, proporcionando-lhes não só um momento privilegiado de uniãoda sociedade civil em torno das suas atividades, como tambémas condições necessárias à angariação de fundos, que as ajudemna realização dos seus objetivos.
ENSAIOS GERAISSOLIDÁRIOS
ORFEU E EURÍDICE26 de fevereiro às 21h
MOZART CONCERT ARIAS23 de abril às 21h
O LAGO DOS CISNES16 de maio às 21h
GISELLE26 de junho às 21h
TEMPESTADES16 de outubro às 21h
LÍDIA6 de novembro às 21h
QUEBRA NOZESQUEBRA NOZES4 de dezembro às 21h
O Ensaio Geral Solidário, lançado em outubro de 2011, teve até ao presente beneficiários como Fundação GIL, Liga Portuguesa contra a SIDA, Casa do Artista – APOIARTE, ACREDITAR, Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 – Diferenças, Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, Associação Alzheimer Portugal, Aldeias de Crianças SOS, Movimento Vencer e Viver /Núcleo Regional Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Associação Portuguesa de Música nos Hospitais, Associação NÓS, Centro de Educação para o Cidadão Deficiente, Amnistia Internacional Portugal, Leigos para o Desenvolvimento, Associação Auxílio e Amizade, CERCIAMA – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Amadora, Associação CAIS, Fundação Liga, CERCI Lisboa, Fundação da Solidariedade e Cooperação Universitária.
As instituições interessadas deverão contactar a CNB para escolha de data, programa, e acordo de condições.
Luís Moreiracoordenador [email protected]
CONFERÊNCIAS /CONVERSASSOPHIA E A DANÇATeatro Camões, sábado, 25 de janeiro às 18hPedro Eiras, Carlos Mendes de Sousa, entre outros.
O MITO DE ORFEUTeatro Camões, sábado, 22 de fevereiro às 18hJosé Pedro Serra e os criadores de Orfeu e Eurídice: Olga Roriz, Nuno Carinhas e Paulo Reis.
MOZART E AS ÁRIAS PARA SOPRANOTeatro Camões, sábado, 12 de abril às 18hMassimo Mazzeo, João Paulo Santos, entre outros.
O LAGO DOS CISNESTeatro Camões, sábado, 10 de maio às 18hEdgar Pêra e Fernando Duarte.
ROMANTISMO E A DANÇATeatro Camões, sábado, 21 de junho às 18hFernando António, bailarinos intérpretes de Giselle, entre outros.
STURM UND DRANGTeatro Camões, sábado, 11 de outubro às 18hDelfim Sardo, Rui Vieira Nery, Cristiana Vasconcelos Rodrigues, e os criadores de Tempestades: Rui Lopes Graça e Pedro Carneiro.
MODERNISMO EM PORTUGALTeatro Camões, sábado, 1 de novembro às 18hRaquel Henriques da Silva, Carlos Vargas e os criadoresde Lídia: Paulo Ribeiro e Luís Tinoco.
O QUEBRA-NOZES E A TRADIÇÃOTeatro Camões, sábado, 29 de novembro às 18hMaria José Fazenda e os criadores de Quebra Nozes Quebra Nozes: André e. Teodósio e Fernando Duarte.
O European Dance Exchange é um programa liderado pela Companhia Nacional de Bailado que se estende a parcerias com outras companhias de dança europeias congéneres. O objetivo consiste na permuta temporária de locais de apresentação.
Em 2014, ano piloto do projeto, este concretiza-se com a troca de palcos entre a CNB e a GöteborgsOperans Danskompani.
EUROPEAN DANCE EXCHANGE
LISBOA,TEATRO CAMÕES30 e 31 de maio às 21h1 de junho às 16h
NOETIC /METAMORPHOSISGÖTEBORGSOPERANS DANSKOMPANI (GOD)
Adolphe Binderdireção artística GOD
Sidi Larbi CherkaouiSaburo Teshigawaracoreografias
SUÉCIA, ÓPERA DE GOTEMBURGO4 e 5 de junho às 19h6 e 7 de junho às 18h
O LAGO DOS CISNESCOMPANHIA NACIONALDE BAILADO
Luísa Taveiradireção artística CNB
Fernando Duartecoreografia
PROJETOS CNB 2014
AS HORAS DESOPHIAAs horas de Sophia é uma das iniciativas a propósito da obra poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, que se realizará ao longo de todo o ano de 2014.
Serão sessenta minutos dedicados aos poemas da escritora, antes de um dos espetáculos de cada programa da temporada, nos quais o público será convidado a participar (se for esse o seu desejo), lendo os poemas que queira trazer de casa.
Dentro da sua vasta obra, será desejável a escolha de temas relativos a cada uma das produções da CNB ou, genericamente,ao tema da dança.
Sempre a uma sexta-feira das 19h30 às 20h30, no foyer do Teatro Camões: 28 de fevereiro; 14 de março; 2 de maio; 23 de maio;27 de junho; 24 de outubro; 14 de novembro; 12 de dezembro
A CNB E OS POETASNum percurso inverso ao usado com as palavras de Sophia – que escolhemos em função da programação da CNB – lançar-se-á um desafio a poetas da Língua Portuguesa, convidando-os a escrever sobre a Companhia, numa analogia com os pintores e os seus modelos. Para tal, providenciaremos a assistência a ensaiose espetáculos ou o contacto direto com o dia a dia dos bailarinos. No final do ano de 2014, lançaremos uma publicação – A CNBe os poetas – de poemas escolhidos.
27
Associar a fotografia a uma narrativa é uma prática antiga quea retórica clássica chamava de Ekphrasis. Mas a nossa necessidade de referências no interior de uma imagem pode afastar-nos da expressão mais pura de um retrato. A fotografia esbate naturalmente as linhas entre tempo, memória e história. Neste pas de deux entre dança e fotografia, permiti-me subtrair os elementos em redor e concentrar o olhar na presença, tanto de um corpo como de um espaço. Foi nessa procura de um sentido de visão idealista que abdiquei da nitidez focal e, subtilmente, revelaram-se os contornos no seu essencial. Ao isolar uma forma reconhecível,a ausência de foco permite que o olhar recrie em liberdade aquilo que não é visível. Como uma pintura, onde a abstracção conduzà concretização.
Cláudia VarejãoLisboa, 2013
IMAGEM CNB2014
Programação sujeitaa alteração.
PoemasSophia de Mello Breyner Adresen
Imagem CNB 2014Cláudia Varejão
RetroversõesRui Esteves
Design gráfi coEstúdio João Campos
Grafi ca MaiadouroTiragem 10000 exemplares
Companhia Nacionalde Bailado© outubro 2013
CONTACTOSTeatro CamõesPasseio do Neptuno, Parquedas Nações1990 - 193 LisboaTelef. 218 923 470
AMIGOS CNBJunte-se aos Amigos da CNB e reconheça-se também como fundamental no desígnio que a Companhia prossegue. O Cartão Amigo, em fase de criação, proporcionar-lhe-á condições especiais de acesso aos espetáculos da Temporada CNB, a par de outras vantagens e benefícios que estão ser negociadas para os aderentes. A sua inscrição como AMIGO auxiliará não só todas as produções da Companhia, em estreia ou reposição, como também o trabalho de toda uma equipa de especialistas das artes cénicas com quem a CNB colabora; irá ainda ajudar a melhorar o vasto leque de atividades educativas que a CNB desenvolve.Junte-se a nós!
Para mais informações, por favor contatar:Pedro MascarenhasTelef. 218 923 [email protected]
BILHETES
PLATEIA A1 PLATEIA A2 PLATEIA B PLATEIA C PLATEIA D PLATEIA C1
PROGRAMAS CNB 25€ 20€ 17.5€ 15€ 10€ 5€
DESCONTOSMenores de 25 emaiores de 65 anos 50%
Grupos com mais de15 elementos 25%
Cartão Fnac 20%
Cartão Lisboa Viva 15%
Desempregados 25%
Cartão Amigo CNB 30%
Condições de reservaAs reservas serão garantidas durante 48h a partir do momento em que são efec-tuadas e só aceites até 48h antes do dia de espetáculo.
Formas de pagamentoNumerário, Cheque, Multibanco ou Cartão de crédito.
PREÇOS ESPECIAISEspetáculos para escolasEscolas 3€ / Professores* 0€
Tardes de DomingoAdultos acompanhados com menores de 18 anos 10€Menores de 18 anos 5€
Profi ssionais deEspectáculo**Preço único 5€
Mobilidade Reduzida ***Preço único 15€
ASSINATURASDescontos****Opção A 25%5 ou mais espetáculos
Opção B 20%4 espetáculos
Opção C 15%3 espetáculos
BILHETEIRASTeatro CamõesQuarta a domingodas 13h às 18h (01 nov – 30 abr)
das 14h às 19h (01 mai – 31 out)
Dias de espetáculo atémeia-hora após o início do espetáculo.Telef. 218 923 4 77
Teatro Nacionalde São CarlosSegunda a sextadas 13h às 19hTelef. 213 253 045
Ticketlinewww.ticketline.ptTelef. 707 234 234
Lojas Abreu, Fnac,Worten, El Corte Inglés,C.C. Dolce Vita
* 2 professores por turma
** Só disponível na bilheteira do Teatro Camões (Plateia D)
*** Só disponível na bilheteira do Teatro Camões (Camarote 3 e 4)
**** Só disponíveis nas bilheteiras do Teatro Camões e
Teatro Nacional de São Carlos.Não acumulável com
outros descontos e não aplicável a espetáculosTardes
de Domingo.
COMO CHEGARMetroLinha Vermelha > Oriente
Autocarro Carris208, 210, 400, 705, 708, 725,728, 744, 750, 759, 782, 794
Caminhos de Ferro CPGare do Oriente
Parques para AutomóveisParque do OceanárioParque da Doca
www.cnb.ptwww.facebook.com/cnbportugalwww.youtube.com/cnbportugal
PRÓXIMOSESPETÁCULOS
CINDERELAMICHAEL CORDER
ORQUESTRA SINFÓNICAPORTUGUESA