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PRESERVANDO
BRASÍLIA PARA OS 60
Praça dos Três Poderes
PRESERVANDO
BRASÍLIA PARA OS 60
Praça dos Três Poderes
Brasília
Iphan
2020
Superintendência do Iphan no Distrito Federal
Fotografia - ArPDF
O Iphan é a autarquia federal vinculada ao Ministério do
Turismo que há mais de oitenta anos responde pela preservação
do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan proteger e
promover os bens culturais do País, assegurando sua
permanência e seu usufruto para as gerações presentes e futuras.
O Iphan responde também pela conservação, pela salvaguarda e
pelo monitoramento dos bens culturais brasileiros inscritos na
Lista do Patrimônio Mundial, como é o caso do Conjunto
Urbanístico de Brasília.
O Iphan tem por missão “promover e coordenar o
processo de preservação do patrimônio cultural brasileiro para
fortalecer identidades, garantir o direito à memória e contribuir
para o desenvolvimento socioeconômico do país”. Parte desta
prática consiste em assessorar os gestores dos bens na
construção de uma consistente política patrimonial que resulte em
eficiente manutenção e preservação do objeto em questão.
Visando a atender a este propósito, foi concebida a ação
Preservando Brasília para os 60, que tem por objetivo
conscientizar os gestores dos bens da importância de um plano de
manutenção condizente com a preservação dos valores
patrimoniais. Adicionalmente, a ação visa a criar uma
aproximação entre o Iphan e os agentes responsáveis pelos bens,
externando o desejo desta instituição de fortalecer a construção de
uma gestão compartilhada, desempenhando o seu papel de
assessoramento para o Patrimônio Cultural.
Nesse sentido, viemos por meio deste apresentar nossas
considerações sobre este importantíssimo espaço de grande
interesse patrimonial, a Praça dos Três Poderes, que está inserida
no perímetro tombado do Conjunto Urbanístico de Brasília, inscrito
no Livro do Tombo Histórico sob nº 532, em 14/03/1990. O
referido tombamento foi regulamentado pela Portaria nº 314-
IPHAN, de 08/10/1992; esta, por sua vez, detalhada pela Portaria
nº 166-IPHAN, de 11/05/2016. Para tanto, partimos do estudo
realizado no âmbito da Superintendência do Iphan no Distrito
Federal, o “Inventário da Praça dos Três Poderes” (2019),
segundo o qual:
“A praça foi construída como uma vasta esplanada plana, com
piso de mosaico português branco, abrigando inicialmente as
sedes dos três poderes da república, Legislativo, Judiciário e
Executivo e o Museu da Cidade (1959); posteriormente foram
agregados o pequeno pavilhão semienterrado, conhecido como
Casa de Chá (1960); o Pombal (1961); o “Panteão da
Liberdade e Democracia Tancredo Neves” (1985); o Espaço
Lucio Costa (1988/89); o marco Brasília Patrimônio da
Humanidade (1987); e o Monumento a Israel Pinheiro (1991);
todos projetados por Oscar Niemeyer. Complementam a praça
as esculturas Os Guerreiros, de Bruno Giorgi; e A Justiça, de
Alfredo Ceschiatti; além do Mastro da Bandeira Nacional,
projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes (1969).”
Ao longo dos anos, a praça foi consolidada como
importante marco da arquitetura moderna e espaço icônico de
Brasília. E assim como outros importantes monumentos da
cidade, hoje a Praça dos Três Poderes aproxima-se dos 60 anos e
incorpora marcas temporais. No seu processo de envelhecimento,
o espaço passou por várias intervenções, algumas realizadas de
modo responsável, importantes para a permanência de seu
espírito no tempo, outras refletiram em certa descaracterização do
espaço.
São alguns dos problemas encontrados que
consideramos importante destacar:
▪ Má conservação do piso característico em pedra portuguesa
branca, com partes faltantes, pedras de coloração diferente e
argamassa inadequada (fruto de intervenções sem o devido
controle), presença de óleos e graxas (depositados na praça
por automóveis que frequentemente utilizam o espaço como
estacionamento), além da presença de sujidades nas
superfícies dos monumentos e problemas de manutenção
como, por exemplo, o crescimento cíclico de vegetação em
partes do piso da praça;
▪ Danos decorrentes do tempo e do uso nos monumentos de
relevância histórica para a cidade. O Museu da Cidade, em seu
revestimento externo, apresenta fissuras, sujidades, manchas,
peças faltantes, rejuntamento ausente e descolamentos.
Também encontramos entulhos, pedras e dejetos acumulados
em frestas abaixo da rampa e no espelho d’água;
▪ As grelhas dos poços de ventilação do Espaço Lucio Costa
apresentam deformações e, em alguns pontos, foram
removidas parcialmente. O Monumento a Israel Pinheiro
apresenta uma trinca horizontal que o secciona;
▪ A escultura Os Guerreiros apresenta aberturas pontuais de
dimensões consideráveis que entendemos justificar uma ação
de restauração.
Isto posto, vimos com grande interesse e entusiasmo a
assinatura do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o
Supremo Tribunal Federal e o Governo do Distrito Federal para o
compartilhamento da gestão da Praça dos Três Poderes, visando
sua manutenção, bem como os recentes esforços da Secretaria
de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF, no sentido de
estudar e propor medidas de readequação dos espaços e
equipamentos culturais da Praça, tais como o Museu da Cidade, o
Espaço Lucio Costa e o Panteão da Pátria.
O Iphan, enquanto responsável pela proteção e
preservação do patrimônio, coloca-se à disposição para colaborar
nesse processo e aguardamos o encaminhamento do
planejamento do STF referente à manutenção e à conservação da
Praça.
Com a união desses esforços, estamos certos de que a
principal praça cívica do país será resguardada para a presente e
para as futuras gerações de brasileiros.
APRESENTAÇÃO
Saulo Santos Diniz
Superintendente do Iphan no DF
PRESERVANDO BRASÍLIA PARA OS 60
Praça dos Três Poderes
A seguir, buscamos evidenciar o estado de conservação da Praça
dos Três Poderes e destacamos alguns dos problemas que serão objeto de
ação emergencial por parte dos gestores desse Bem Cultural, sob
acompanhamento do Iphan.
Abaixo, consta o mapa geral da Praça dos Três Poderes, com a
identificação dos elementos que a compõem e, na sequência, fotografias que
evidenciam o já citado estado de conservação:
1. Congresso Nacional
2. Palácio do Planalto
3. Palácio do Supremo Tribunal Federal
4. Panteão da Pátria Tancredo Neves
5. Mastro e Pavilhão Nacional
6. Museu Histórico da Cidade
7. Espaço Lucio Costa
8. Casa de Chá
9. Pombal
10. Escultura “A Justiça”
11. Escultura “Herma de Israel Pinheiro”
12. Escultura “Marco Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade”
13. Escultura “Os Guerreiros”
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Figura 01. Piso em mosaico português apresenta proliferação de
gramíneas.
Figura 02. Piso em mosaico português apresenta partes faltantes;
invasão por gramíneas nas áreas próximas às junções com outros
elementos (grelhas, outros revestimentos etc.)
Figura 03. Piso em mosaico português apresenta pedras soltas e
partes faltantes; piso severamente desnivelado.
Figura 04. Piso em mosaico português apresenta pedras soltas e
partes faltantes.
Figura 05. Manchas do óleo oriundo dos veículos que trafegam e
permanecem irregularmente sobre a praça.
Figura 06. Piso em mosaico português apresenta manchas de
tinta.
Figura 07. Museu da Cidade apresenta manchas e fissuras no
revestimento em mármore da fachada.
Figura 08. Museu da Cidade apresenta manchas e fissuras no
revestimento em mármore da fachada.
Figura 09. Museu da Cidade apresenta manchas e fissuras no
revestimento em mármore da fachada.
Figura 10. Museu da Cidade apresenta manchas no revestimento
em mármore da fachada, possivelmente causadas pelo material
impermeabilizante aplicado sobre a laje de cobertura.
Figura 11. Placa de inauguração do Panteão da Pátria: marcas de
desgaste na superfície de mármore e nos caracteres em baixo
relevo.
Figura 12. Manchas/sujidades na Escultura “Marco Brasília
Patrimônio Cultural da Humanidade”.
Figura 14. Manchas/sujidades e fissuras na Escultura “Os
Guerreiros”.
Figura 13. Sujidades na Placa com a indicação dos Monumentos.
Figura 15. Sujidades e danos pontuais na Placa com Mapa do
Plano Piloto e do DF.
Figura 17. Piso em mosaico português apresenta partes faltantes,
reparos em argamassa, nas áreas próximas às junções com
outros elementos (grelhas, outros revestimentos etc.); deformação
na grelha metálica em razão do tráfego irregular de veículos sobre
a praça.
Figura 18. Existência de caixa sem tampa.
Figura 16. Piso em mosaico português apresenta partes faltantes,
reparos em argamassa, nas áreas próximas às junções com
outros elementos (grelhas, outros revestimentos).
Figura 19. O Pombal apresenta sujidades na superfície do
concreto e proliferação de gramíneas no piso da praça,
principalmente sob o pombal.
Figura 20. Sujidades e danos pontuais na escultura A Justiça.
Figura 21. Necessidade de laudo técnico para verificação de
possíveis comprometimentos estruturais na laje do Espaço Lucio
Costa.
Fotografia - ArPDF
Fotografia - ArPDF