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Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 1
PPBBAA
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LLTT 223300 kkVV SSEE GGiillbbuuééss -- SSEE BBoomm JJeessuuss -- SSEE
EElliisseeuu MMaarrttiinnss
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 2
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2. DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO ......................................................... 4
3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS .......................................................................... 5
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA .................................................................. 6
PROGRAMA AMBIENTAL PARA A CONSTRUÇÃO – PAC .................................... 10
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................. 41
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ............................................................. 46
PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ....................... 58
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA ......................................... 64
1.1. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA – PCFF ................ 65
1.1.1. Subprograma de Monitoramento da Fauna e da Flora – PMFF ...................... 65
1.1.2. Subprograma de Afugentamento de Fauna – PAF ......................................... 68
1.1.3. Subprograma de Resgate de Germoplasma – PRG ....................................... 69
PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO ..................................................... 71
PROGRAMA DE PROSPECÇÃO, RESGATE ARQUEOLÓGICO E EDUCAÇÃO
PATRIMONIAL .......................................................................................................... 91
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 3
1. INTRODUÇÃO
Este documento, integrante do processo de Licenciamento Ambiental,
apresenta o Plano Básico Ambiental – PBA relativo às obras de implantação da
Linha de Transmissão em 230 kV – SE Gilbués/SE Bom Jesus/SE Eliseu Martins.
O Plano Básico Ambiental tem por objetivo a continuidade do processo de
Licenciamento Ambiental, apresentando os planos e programas ambientais a serem
executados durante a construção do referido empreendimento, conforme determina
a legislação em vigor, para obtenção da Licença de Instalação – LI junto a Secretaria
Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – SEMAR-PI.
Este conjunto de programas, com suas respectivas medidas preventivas,
mitigadoras e/ou compensatórias é abrangente e certamente garantirá que todos os
impactos diretos e indiretos do Empreendimento sejam de alguma forma
preventivamente atacados, mitigados e/ou compensados.
Para todos os impactos ambientais identificados nos meios físico, biótico e
socioeconômico, foram apresentadas medidas de prevenção, mitigação e/ou
compensação, reunidas em 08 Programas Ambientais.
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2. DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO
Identificação Do Empreendedor
Razão Social: SÃO PEDRO TRANSMISSORA DE ENERGIA S/A
CNPJ: 18.707.010/0001-27
Endereço: Av. Miguel Sutil, 8695 – 2º andar, Sala 4 – Bairro Duque de Caxias –
Cuiabá-MT
CEP: 78043-305
Telefone: (65) 3051-6100
Representante Legal: Antônio Augusto Garcia Palma – Diretor
CPF: 752.744.266-20
Telefone: (65) 3051-6100
E-mail: [email protected]
Identificação da empresa consultora
Razão Social: NOVO NORTE ENERGIA E CONSULTORIA LTDA
CNPJ: 09.613.277/0001-64
Endereço: Rua Miguel Seror, 128 – Bairro Santa Rosa – Cuiabá/MT
Telefone: (65) 3023-1771/3624-7668
Registro Profissional: CREA- MT 20083
Cadastro Técnico Federal: 4984996
Responsável Técnico: Gleice Medeiros Rodrigues
Registro Profissional: CREA N. 120719752-1
Cadastro Técnico Federal: 2052116
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 5
3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS
Tabela 3.1 – Programas Ambientais
P.01 Programa de Gestão Ambiental - PGA
P.02 Programa Ambiental da Construção-PAC
P.03 Programa de Educação Ambiental
P.04 Programa de Comunicação Social
P.05 Programa de Indenização e Regularização Fundiária
P.06 Programa de Conservação da Fauna e Flora
P.06.1 Subprograma de Monitoramento da Fauna e Flora
P.06.2 Subprograma de Afugentamento de Fauna
P.06.3 Subprograma de Resgate de Germoplasma
P.07 Programa de Supressão da Vegetação
P.08 Programa de Prospecção, Resgate Arqueológico e
Educação Patrimonial
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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL -
PGA
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 7
1. Justificativas e Objetivos
O Programa de Gestão Ambiental se justifica pela necessidade de articulação
entre os executores dos diversos programas, construtor, empreendedor e órgãos
licenciador – SEMAR,PI. A integração dos resultados dos programas é necessária
para que o processo de licenciamento se efetive através do atendimento às
diretrizes e normas estabelecidas nos programas propostas para a emissão das
licenças de instalação e de operação.
As atividades de supervisão ambiental que envolvem o acompanhamento e
controle permanente dos projetos e obras, incluindo os programas de
monitoramento, serão submissas ao programa de gestão, uma vez que será a partir
da supervisão ambiental que medidas corretivas deverão ser encaminhadas ao
empreendedor ou à empreiteira.
Objetivo Geral
O objetivo geral da gestão é dotar o empreendimento de mecanismos
eficientes que garantam a execução de todas as ações planejadas para prevenir,
controlar e monitorar os impactos gerados, de forma a manter um elevado padrão de
qualidade ambiental na implantação do empreendimento e garantir a observância
dos preceitos legais de qualquer nível (estadual e municipal).
Objetivo Específico
Estabelecer uma base de dados relativa às atividades previstas para
execução durante todo o período de obras, envolvendo os programas
ambientais, obras e supervisão ambiental;
Criar instrumentos de controle de execução dos programas ambientais que
propiciem acesso rápido ao andamento dos trabalhos e elaboração de
relatórios demandados pelo empreendedor e/ou pelo órgão licenciador;
Implementar uma estratégia de adequação de cronogramas entre os diversos
programas ambientais e as frentes de obra, considerando as variabilidades
nas características dos segmentos ou lotes, as diretrizes de desenvolvimento
apontadas pelo EIA e, sobretudo, levando em conta eventuais paralisações
de contrato;
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 8
Implementar programas de monitoramento sugeridos no presente estudo,
vinculando seus resultados ao processo de gerenciamento e controle das
obras no sentido de retroalimentar tanto medidas corretivas como
procedimentos dos próprios monitoramentos e avaliar sua continuidade ao
longo da operação do empreendimento;
Orientar ações de prevenção ao fogo e incêndios nos demais programas a
serem implementados, uma vez que as ações pertinentes a este tema
requerem uma perspectiva multidisciplinar;
Assessorar a Construtora Triunfo no cumprimento dos compromissos
assumidos através do licenciamento, no sentido de estabelecer contato entre
entidades, atores e instituições que venham a compor o canário de demandas
relacionadas a interferência diretas ou indiretas do empreendimento.
O PGA apresenta interface com todos os programas ambientais previstos,
uma vez que será sua instância de integração e representa o elo de ligação entre os
executores e o empreendedor.
2. Metodologia
A implantação do programa de gestão será vinculada ao contrato de
supervisão e gerenciamento ambiental e deverá adotar dispositivos de controle
previstos no respectivo termo de referência.
A abordagem metodológica para o PGA do empreendimento baseia-se na
definição de instâncias de articulação entre os diversos atores com diferentes níveis
de envolvimento com a obra e os programas ambientais.
A gestão do empreendimento será responsável pela operacionalização de
uma base de dados que deve contemplar desde o atendimento de condicionantes de
licenciamento ambiental, demandas externas, atividades em andamento e
respectivas responsabilidades, recebimento de relatórios, instrumentos de
verificação e cumprimento de cronogramas.
As seguintes atribuições deverão ser previstas nas atividades do Supervisor
Ambiental: - Observar e alertar sobre atropelamentos de fauna; - Cuidados com
recursos hídricos; - Observar interferências com arqueologia; - Observar
incrementos na demanda por serviços essenciais (indicadores de saúde, educação,
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 9
saneamento, segurança e habitação); - Monitoramento da execução e eficácia do
programas ambientais.
3. Metas e Produtos
As metas do programa de gestão dependerão do andamento das obras e da
implementação dos programas ambientais. Via de regra, deverão contemplar o
atendimento dos cronogramas físicos propostos em cada programa.
Os produtos serão de dois tipos:
Documentos: instrumento de verificação de conformidade e planilhas de
controle; relatórios periódicos referentes aos programas ambientais em
execução; relatório de supervisão ambiental; relatórios solicitados pelo órgão
licenciador.
Eventos: reuniões periódicas entre os responsáveis pelo programas e
supervisão ambiental com vistas à aferição de métodos, estabelecimento de
interfaces e ajustes de cronograma.
4. Responsabilidade pela execução do Programa
A responsabilidade pelo programa de gestão é da empresa consultora
responsável pelo contrato de supervisão e gerenciamento ambiental, envolvendo
representantes dos executores dos programas.
5. Inter-relação com outros Programas
O PGA possui interface com todos os programas ambientais do
empreendimento, sendo responsável pela sua efetivação e controle.
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PROGRAMA AMBIENTAL PARA A
CONSTRUÇÃO – PAC
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 11
1. INTRODUÇÃO
As obras de engenharia em geral interferem no meio ambiente requerendo,
desta forma, a elaboração de estudos técnicos que definam medidas de controle e
ações para prevenir e reduzir os impactos ambientais decorrentes.
Intervenções normais de obra, como a abertura de acessos, a implantação de
canteiros de obras, a realização de escavações e concretagens, entre outras têm um
potencial impactante, uma vez que podem alterar as características da paisagem
local. Para evitar que esses impactos venham a ser concretizados ou para reduzir a
sua magnitude, é importante que as atividades construtivas atendam a padrões
criteriosos preestabelecidos.
O PAC, apresentado de forma detalhada neste capítulo, é um instrumento
gerencial de grande importância para o monitoramento de todas as atividades das
obras. Nele são apresentadas as diretrizes e as técnicas básicas recomendadas
para serem empregadas durante a construção e montagem de empreendimento,
abordando tópicos relacionados aos métodos de construção padronizados; métodos
de construção especializados, incluindo procedimentos para desmonte de rocha;
medidas para prevenir, conter e controlar os vazamentos de máquinas utilizadas na
construção; dentre outros.
Concentrando tais informações, o PAC é utilizado como parte integrante do
contrato entre empreiteiras e empreendedor, para garantir que o empreendedor
obtenha os padrões ambientais que almeja em suas instalações. Assim, espera-se
que os custos para implementação do PAC estejam contemplados nos
planejamentos e orçamentos das construtoras.
Com isso, tal implantação é plenamente justificável, considerando o
atendimento às exigências ambientais impostas pela legislação pertinente,
notadamente as definidas no processo de licenciamento, a partir dos planos e
programas definidos no EIA e das condicionantes da Licença Prévia, além dos
aspectos específicos do empreendimento, adotando cuidados e medidas que evitem
ou corrijam imprevistos que possam ocorrer ao longo do processo construtivo,
aplicados em caráter preventivo ou corretivo, de forma coerente com a política
nacional de meio ambiente, o Plano de Gestão Ambiental das obras e a política
ambiental do empreendedor.
A correta introdução do PAC durante as obras tem a finalidade de garantir a
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mitigação e minimização de impactos e o pleno enquadramento do empreendimento
no contexto socioambiental da região que o mesmo está inserido.
2. OBJETIVOS
O principal objetivo do PAC é o de assegurar que as obras sejam implantadas
e operem em condições de segurança, evitando danos ambientais às áreas de
trabalho e seus entornos, estabelecendo ações para prevenir e reduzir os impactos
identificados no EIA e promover medidas mitigadoras e de controle.
Outros objetivos específicos estão vinculados aos demais subprogramas,
salientando-se os seguintes tópicos:
Cadastro e licenciamento de jazidas;
Controle e prevenção de processos erosivos (limitação da descobertura,
orientação para movimentações de terra, estabilização de solos, revegetação,
dimensionamento de saídas de água e dissipadores de energia);
Critérios para localização de canteiros de obra, usinas, britadores e acessos;
Controle de resíduos de máquinas e equipamentos;
Controle de geração de material particulado, gases e ruídos;
Controle de efluentes e resíduos sólidos (canteiros de obra e frentes de
trabalho);
Procedimentos Operacionais e Estratégias de Ação.
Definir as diretrizes ambientais associadas aos procedimentos executivos de
obras, visando, sobretudo, à eliminação ou mitigação de impactos ambientais
e sociais;
Estabelecer diretrizes visando à segurança, saúde e emergências médicas,
para evitar danos físicos, preservar vidas e prover adequado atendimento;
Ampliar o conhecimento dos empregados referente à preservação ambiental,
da saúde e prevenção de acidentes, por meio da participação em
treinamentos na obra;
Garantir o cumprimento das legislações ambientais federal, estadual e
municipal vigentes.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 13
3. METODOLOGIA
O conjunto de atividades das obras de implantação da LT — construção de
alojamentos, canteiros, acessos, supressão de vegetação, escavações,
concretagem, montagem de torres, lançamentos de cabos e comissionamento —
poderá causar impactos ambientais, significativos ou não, devido a ação de agentes
diversos, como a implementação das atividades de obra e as interferências dessas
obras sobre a flora, a fauna e as populações locais. Nesse caso, os elementos de
controle ambiental, na forma de procedimentos, são necessários para garantir o
desenvolvimento adequado das obras, levando-se em conta também as
características típicas da região. Nesse sentido, destacam-se:
- As APP´s, Reservas Legais, área de inundação, apresentados nos estudos,
suscitam cuidados com a implantação das estruturas das torres, no lançamento de
cabos, visando minimizar as alterações provocadas no hábitat local e a produção de
resíduos gerados pela obra;
- Cuidados especiais deverão ser tomados em relação ao possível
aparecimento de ninhais;
- Para os volumes de escavação de cavas, principalmente em locais com
presença de rocha, deverão ser adotadas, sempre que possível, soluções que
envolvam o uso desse material em proteções superficiais, em áreas susceptíveis a
erosão e transições de taludes, entre outros, minimizando assim os significativos
volumes de bota-fora;
- No caso de ser necessário desmonte de rocha a fogo, serão empregadas as
normas e procedimentos específicos para a realização dessa atividade;
- A mão-de-obra disponível local deverá ser utilizada, e as compras de insumos
básicos deverão ser, na medida do possível, efetuadas nas localidades situadas
próximo às frentes de trabalho, alojamentos e canteiros, objetivando alcançar o
máximo de benefícios socioeconômicos na região de implantação da Linha de
Transmissão;
- Deverão ser previstas cercas em locais específicos e previamente
identificados nas áreas de abertura de cavas (estas terão que estar isoladas e
tampadas) e nas praças de montagem de torres e de lançamentos de cabos,
principalmente onde ocorra maior densidade de bovinos e pessoas;
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- Prever soluções de drenagem, escoamento e proteção, para minimizar e
eliminar problemas de alagamento;
- Adotar dispositivos (cercas-filtro, entre outras) que reduzam a velocidade do
fluxo d’água para o interior dos corpos hídricos, evitando, desse modo, processos
erosivos e de assoreamento;
- Reduzir as áreas de supressão e desapropriação;
- Todas as superfícies expostas de cortes, principalmente em praças de
montagem de torres, deverão ser protegidas contra as ações erosivas de agentes
naturais (chuvas e ventos);
- Deverá ser elaborado o Código de Conduta destinado a todos os
trabalhadores envolvidos, visando conscientizá-los dos aspectos ambientais (de
segurança e comportamentais), notadamente em relação às comunidades da Área
de Influência Direta da Linha de Transmissão;
- Abastecer os veículos e equipamentos com segurança. Esse serviço fica
proibido em áreas úmidas, só podendo ser executados a 40m de distância dessas
áreas, tendo-se ainda a necessidade de kits contra vazamentos, por ocasião do
abastecimento;
- Prever equipamentos e sistema de combate a incêndio nos locais indicados,
conforme requisitos das normas de segurança.
As construtoras também serão responsáveis pela mitigação dos danos
ambientais durante todas as atividades, de forma a preservar, tanto quanto possível,
as condições naturais da paisagem. As intervenções deverão ser restritas às áreas
necessárias, e a recuperação deverá ser definida da forma mais aproximada às
condições originais (considerar os locais passíveis de recomposição, que deverão
sofrer processos de reconformação dos terrenos, revegetação, implantação dos
dispositivos de drenagem e de estabilização de solos, dentre outras), que deverá ser
executada tão logo estejam concluídas as fases da obra. Para essa finalidade, suas
ações deverão basear-se nas metodologias descritas no Programa de Recuperação
de Áreas Degradadas.
As empresas deverão explicitar também, dentre outros, quais os cuidados
ambientais que deverão ser tomados para evitar derramamentos de combustíveis e
lubrificantes e o deságüe de águas servidas, incluindo-se aquelas usadas no
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beneficiamento de agregados e produção de concreto, bem como as utilizadas para
minimizar a poluição do ar (gases e poeira).
No quadro abaixo são apresentados os aspectos ambientais como local,
causas e medidas a serem realizadas durante a construção do empreendimento.
Quadro 2: Aspectos Ambientais da Construção.
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar
Canteiro de obras
e alojamentos
Erosão dos taludes de
escavação (produção de
sedimentos).
Drenagem superficial, proteção vegetal.
Disposição de resíduos
perigosos – Classe I
(poluição).
Reciclagem/tratamento/disposição em
aterros sanitários especiais.
Disposição de resíduos
sólidos, Classes II e III
(poluição).
Coleta seletiva e disposição em aterros
sanitários/ reciclagem.
Efluentes sanitários
(poluição).
Tratamento em filtros anaeróbios / fossas
sépticas.
Efluentes não-perigosos
(produção de sedimentos). Decantação.
Efluentes líquidos - oficina
(poluição).
Sistema de separação água e óleo /
reciclagem.
Depósito de combustíveis e
lubrificantes (poluição). Sistema de prevenção contra vazamentos.
Produção de ruídos
(poluição).
Uso de EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual).
Produção de poeira
(poluição). Aspersão de água.
Emissão de gases (poluição)
por equipamentos. Sistemas de manutenção e filtros.
Transporte de
pessoal,
equipamentos e
materiais
Danos às vias existentes
(interferência no cotidiano).
Melhoria da pista e da drenagem –
restauração imediata.
Acidentes (interferência no
cotidiano).
Reforço da sinalização e treinamento
pessoal. Observar os veículos de transporte
de trabalhadores, que deverão estar
compatíveis com as normas vigentes.
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Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar
Produção de poeira
(poluição). Aspersão de água.
Emissão de gases (poluição)
por equipamentos. Sistemas de manutenção e filtros.
Utilização e
aberturas de vias
de acesso
Estabilidade de taludes
(produção de sedimentos). Drenagem superficial, proteção vegetal.
Produção de poeira
(poluição). Aspersão de água.
Produção de gases
(poluição). Sistemas de manutenção, filtros.
Emissão de gases (poluição)
por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.
Recomposição (poluição e
produção de sedimentos).
Drenagem superficial e revegetação
(conforme Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas).
Canteiro / Bota-
Fora
Recomposição (produção de
sedimentos).
Conformação da morfologia do terreno,
drenagem superficial e proteção vegetal.
Áreas de
empréstimo
Dragagem e degradação da
área (produção de
degradação).
Sistema de controle de erosão e contenção
de sedimentos (geotêxteis, telas-filtro, cercas
de silte).
Emissão de gases (poluição)
por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.
Pedreiras
Desmonte (uso de
explosivos). Normas do Exército e da ABNT.
Produção de ruídos
(poluição). Uso de EPIs.
Produção de poeira
(poluição). Aspersão de água.
Emissão de gases (poluição)
por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.
Recomposição (poluição e
produção de sedimentos).
Conforme Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas.
Escavações em
rochas
Desmonte (uso de
explosivos). Normas do Exército e da ABNT.
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Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar
Produção de ruídos
(poluição). Uso de EPIs.
Produção de poeira
(poluição). Aspersão de água.
Emissão de gases (poluição)
por equipamento.
Sistemas de manutenção, filtros.
Central de
concreto
Os aditivos de concreto.
Deverá ser armazenado em local confinado,
coberto, ventilado e controlado por pessoal
capacitado.
A lavagem dos agregados.
Deverá ser controlada e realizada em local
apropriado, com sistema de canalização e
contenção.
Agregados miúdos e
graúdos.
O material coletado deverá ser reciclado ou
disposto em bota-fora.
Locais de captação de água
para concretagem. Deverão ser devidamente licenciados.
Concretagem em áreas
sensíveis.
Evitar, durante a concretagem, a produção
de resíduos fora dos locais previstos.
Escavações
(cavas)
Escavação (produção de
sedimentos).
Sistemas de controle de erosão e produção
de sedimentos (geotêxteis, telas-filtro, cercas
de silte).
Produção de ruídos
(poluição). Uso de EPIs.
Produção de poeira
(poluição). Aspersão de água.
Emissão de gases (poluição)
por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.
Uso de martelete
Escavação em rocha sem
uso de explosivos. Isolamento da área.
Locais de bota-fora. Licenciamento junto aos órgãos ambientais.
Disposição e controle de
resíduos.
Programa de Recuperação de Áreas
Degradadas.
Topografia Supressão de vegetação. Corte, remoção e disposição em locais
determinados nas licenças ambientais.
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Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar
Trabalhos em áreas
sensíveis.
Evitar, durante a topografia, a supressão
excessiva e a produção de resíduos,
principalmente em Áreas de Proteção
Ambiental.
Sinalização Colocação de placas.
Fundamental importância para o bom
andamento dos trabalhos, pois aumenta a
segurança dos trabalhadores e das
populações do entorno.
Travessias
Margem de curso d’água
(Mata Ciliar) Montagem de cavaletes (projeto adequado).
Supressão de vegetação. Corte, remoção e disposição em locais
determinados nas licenças ambientais.
Rodovias e ferrovias
Licenciamento junto aos órgãos ambientais,
sinalização, planejamento e controle de
resíduos.
Terraplenagem
As causas e danos ao meio
ambiente envolvem todas as
fases construtivas da LT
(acesso, canteiro, praças de
montagem, lançamentos,
áreas de empréstimo e bota–
fora).
Observar todo o processo de licenciamento,
principalmente em relação às condicionantes
das licenças e restrições da área e dos
programas ambientais a serem
implementados.
Fundação das
torres
Supressão de vegetação. Corte, remoção e disposição em locais
determinados nas licenças ambientais.
Abertura de cavas.
Observar Normas de Segurança, isolamento
da área e cobertura das cavas até seu
fechamento.
Concretagem das fundações. Evitar, durante a concretagem, a produção
de resíduos fora dos locais previstos.
Aterro das bases
Utilizar o material da abertura das cavas,
evitando, assim, áreas de empréstimo
adicionais.
Segregação e controle de
resíduos Programa de controle de resíduos.
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Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar
Praça de
montagem de
torres
Supressão de vegetação na
área da torre.
Corte, remoção e disposição em locais
apropriados para a cubagem. Utilizar a
menor área possível.
Isolamento da área de
trabalho.
Cercar toda a área de trabalho, não
permitindo o acesso de animais e pessoas
estranhas. Sinalizar adequadamente a praça,
além de criar uma área de vivência.
Armazenamento das
estruturas metálicas.
Acondicionar, adequadamente, dentro da
praça, as estruturas. Cuidados deverão ser
tomados com as áreas de proteção
ambiental quando houver, por exemplo: mata
ciliar, córregos, parques, reservas florestais,
etc.
Aterramento das estruturas
- Execução de aterramento em toda a LT e o
seccionamento e aterramento de cercas e
demais estruturas condutoras, evitando-se
com isso a propagação das descargas
elétricas que eventualmente incidirem nas
mesmas.
Otimização de processos
erosivos causados, pela
instalação da praça.
Utilizar procedimentos de controle de erosão.
Concretagem em áreas
sensíveis.
Evitar, durante a concretagem, a produção
de resíduos fora dos locais previstos.
Recolhimento, segregação e
disposição dos resíduos
gerados nesta fase.
Programa de controle de resíduos.
Praça de
lançamento de
cabos
Supressão de vegetação na
área da torre.
Corte, remoção e disposição em locais
apropriados para a cubagem. Utilizar a
menor área possível.
Isolamento da área de
trabalho.
Cercar toda a área de trabalho, não
permitindo o acesso de animais e pessoas
estranhas. Sinalizar adequadamente a praça,
além de criar uma área de vivência.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 20
Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar
Armazenamento dos
equipamentos, dos carretéis
e cabos.
Acondicionar, adequadamente, dentro da
praça, os materiais. Cuidados deverão ser
tomados com as áreas de proteção
ambiental quando houver, por exemplo: mata
ciliar, córregos, parques, reservas florestais,
etc.
Colocação de isoladores.
Cuidados com a segurança do trabalho.
Observar o programa de controle de
resíduos.
Comissionamento
Recolhimento, segregação e
disposição e dos resíduos
gerados em todas as fases
da obra.
Programa de controle de resíduos.
Eliminação de todas as Não-
Conformidades da
implantação da Linha de
Transmissão.
Realizar auditorias no sentido de entregar a
obra ambientalmente correta, obedecendo às
exigências da Licença de Instalação (LI).
Os requisitos básicos para a construção da LT referem-se àqueles de ordem
geral, necessários para garantir a infraestrutura básica da obra, envolvendo os
serviços de topografia, estradas de acesso, terraplenagem, canteiro de obras,
supressão de vegetação, escavação e sinalização.
Dessa forma, são descritos, a seguir, os elementos considerados como
requisitos básicos para a construção da Linha de Transmissão, conforme fluxograma
abaixo:
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 21
Figura 1:Fluxograma das atividades do PAC.
Canteiros de Obras
A localização dos canteiros será proposta pela construtora.
As áreas indicadas para os canteiros deverão estar em locais que causem o
mínimo de impactos ambientais e às comunidades locais, e serem submetidas às
Prefeituras locais. A construtora deverá apresentar relatório contendo uma descrição
das áreas, o layout previsto, a estrutura funcional e suas respectivas instalações
(redes de água, esgotos, energia, acessos, alojamentos, ambulatórios, destino final
do lixo e controle de resíduos).
A definição dos locais dos canteiros de obras em empreendimentos lineares
depende de uma série de fatores que diretamente envolvem a logística (procedência
da mão-de-obra especializada e forma de habitação a ser utilizada — alojamentos
e/ou hotéis, pensões, repúblicas) e a forma estratégica de execução da construtora.
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A seleção de áreas de apoio e canteiros de obras ocorrerá na fase de início
de construção. No entanto, outras áreas de apoio secundárias serão definidas
paulatinamente ao longo de todo o cronograma de construção. Na presente obra,
além dos canteiros de obra principais, os serviços construtivos necessitarão das
seguintes instalações secundárias:
• Módulos de apoio de frente de obra;
• Oficinas avançadas;
• Frentes de lançamento de cabos.
Para a escolha dessas áreas critérios devem ser observados, dentre esse
incluem:
• Inexistência de qualquer restrição de zoneamento municipal ao tipo de
atividade proposta;
• Inexistência de necessidade de supressão de vegetação nativa ou
interferência com áreas de preservação permanente (APP);
• Preferência por terrenos de baixa declividade.
A estratégia de seleção de áreas de apoio visará minimizar distâncias de
transporte envolvendo o uso de vias locais. Procurar-se-á também evitar, na medida
do possível, o cruzamento de rodovias pelos veículos a serviço das obras.
Canteiros secundários não possuirão estruturas de alojamentos. Assim, não
provocarão impactos significativos, cumprindo as diretrizes e os critérios
estabelecidos nos estudos, que serão verificados antecipadamente pela Gestão
Ambiental da obra (empreendedor / empreiteira), conforme previsto neste PAC.
Registra-se que, em obras já realizadas ou em andamento, nesses tipos de
unidades, os impactos são mínimos e mitigáveis.
Cabe frisar que o PAC da obra fará parte das Especificações Técnicas de
contratação das empreiteiras.
As premissas de localização dos canteiros servirão como orientação, tendo
sido estabelecidas a partir da experiência das empresas do Setor Elétrico em obras
similares, uma vez que a definição exata da logística de cada frente de obra é
prerrogativa das empresas que venham a ser contratadas para execução dos
trabalhos em cada trecho considerado.
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Em se tratando de uma obra linear de rápido avanço, admitiu-se que canteiros
independentes deverão dar assistência a cada segmento.
Nos canteiros de obras principais, estarão localizadas estruturas, tais como:
almoxarifado, depósitos de máquinas, ferragens das estruturas, equipamentos e
materiais, escritório de projetos e administração, dentre outras.
Os alojamentos, sempre que possível, serão instalados em prédios alugados
nas cidades próximas. O contingente de mão-de-obra deverá ser transportado
diariamente dos alojamentos para os canteiros de obras e, destes, até as frentes de
trabalho.
Para a operação e manutenção dos canteiros, serão previstos dispositivos e
rotinas que não só atendam às prescrições básicas de conforto, higiene e segurança
dos trabalhadores como também minimizem os transtornos que possam ser
causados à população vizinha, tais como ruídos, poeira, bloqueio de acessos, etc.
Os canteiros serão cercados com portaria, identificação das empresas, com
acesso restrito de pessoas autorizadas e com normas rígidas de conduta.
Canteiros de Obras Principais
As diretrizes e os critérios a serem considerados pela empresa contratada,
para a locação dos canteiros de obras principais, são:
- Antecipadamente, deverá ser solicitado o apoio das Prefeituras locais a fim de
cadastrarem a mão-de-obra local disponível para as obras, veiculando propagandas,
pela imprensa e através de cartazes, com especificação dos tipos de profissionais
necessários. Esse procedimento visa priorizar a contratação da mão-de-obra local,
evitando-se a mobilização de pessoas estranhas à região e, ao mesmo tempo,
diminuir a estrutura de apoio às obras (alojamentos, despejos sanitários, resíduos,
lixo, etc.). Contribui também para evitar a veiculação de doenças transmissíveis e
minimizar os problemas de aumento da prostituição e violência, dentre outros
aspectos;
- Estes canteiros deverão situar-se nas imediações de municípios dotados de
boa infraestrutura: acessos, comunicações, transportes interestadual e
intermunicipal, hotéis, hospital, comércio (peças automotivas e materiais de
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construção) e mão-de-obra semiespecializada (pedreiros, carpinteiros, armadores,
etc.), excluindo-se, neste caso, as cidades de pequeno porte;
- Esses locais deverão situar-se, preferencialmente, próximo aos grandes
centros, onde os impactos, em razão da chegada de trabalhadores, serão
minimizados;
- A infraestrutura da região atravessada pela diretriz da Linha de Transmissão
deverá ser considerada, visando à possibilidade de alojar o máximo de seus
empregados, em casas alugadas, repúblicas, hotéis e pensões existentes nas
redondezas;
- A área a ser utilizada, preferencialmente, já deverá ter sido impactada,
devendo ser previsto o possível reaproveitamento da infraestrutura a ser instalada,
quando do término da obra;
- A área a ser escolhida deverá ter como requisitos básicos: o tipo de solo e
acessos compatíveis com o porte dos veículos/equipamentos e com a intensidade
do tráfego. Deverá ser dotada de sistema de sinalização de trânsito e de sistema de
drenagem superficial, com um plano de manutenção, fuga e limpeza;
- A localização não deverá interferir expressivamente com o sistema viário e de
saneamento básico, sendo necessário contatar as Prefeituras, órgãos de trânsito,
segurança pública, sistema hospitalar, concessionária de água, esgotos, energia
elétrica, telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação;
- Em regiões com deficiência de infraestrutura, sua localização deverá priorizar
a não-interferência com as atividades cotidianas da comunidade local;
- Os canteiros centrais não serão implantados próximos a reservas florestais
nem a Áreas de Preservação Permanente (APPs);
- Os procedimentos de mobilização e posterior desmobilização deverão ser
bem informados à comunidade; da mesma forma, os diversos ramos de atividades
locais, como comércio, recursos médicos e outros, deverão ser convenientemente
cientificados dos eventos pertinentes programados para a fase de construção;
- Os víveres serão guardados em local mantido permanentemente limpo,
refrigerado no caso de perecíveis. Deverão ser utilizadas telas e cercas protetoras,
garantindo-se a inacessibilidade a animais e insetos;
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- O projeto e a montagem das cozinhas (caso previstas) deverão ser
executados de forma a permitir total higiene e possuir todos os equipamentos e
recursos necessários à limpeza do local e ao pessoal envolvido no preparo de
refeições para atendimento dos canteiros e alojamentos;
- As instalações dos refeitórios deverão prever o uso de telas, boa ventilação,
contar com sanitários em número adequado e demais equipamentos — tudo em
conformidade com as melhores práticas de higiene e saúde;
- O sistema de armazenamento de água para o consumo humano deverá ser
objeto de inspeção e limpeza periódica, visando garantir a potabilidade;
- A drenagem dos canteiros deverá prever estruturas que comportem o tráfego
de máquinas e equipamentos;
- Os sistemas de drenagem de águas pluviais e de esgotamento sanitário ou de
óleos, graxas, etc. serão individualizados, nunca podendo ser interligados;
- Todos os resíduos gerados nos canteiros e demais locais da obra serão
recolhidos com frequência de acordo com o plano de controle de resíduos a ser
executado pela Construtora;
- Será realizada a separação do lixo hospitalar e dos resíduos perigosos,
classificados conforme a NBR 10.004, visando à sua estocagem, transporte e
destinação final adequada, conforme a Legislação Federal e do Estado do Mato
Grosso;
- No caso de uso de produto químico para tratamento e desinfecção, seu
armazenamento e manipulação serão realizados de forma segura, evitando riscos às
pessoas, aos animais e ao meio ambiente;
- Deverá haver proteção contra contaminação em todo o sistema de
abastecimento de água, especialmente em caixas d’água e poços. A proteção
deverá ser exercida mediante a escolha adequada de local, construção de cercas,
sobrelevações e outras obras similares;
- Os combustíveis deverão ser armazenados em reservatórios apropriados,
isolados da rede de drenagem e com diques de contenção com capacidade para o
volume armazenado. Os dispositivos de armazenamento não poderão ter drenos, a
não ser que esses dispositivos escoem para outra área de contenção ou
reservatório, onde todo o derramamento possa ser contido;
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- Para a instalação de canteiros de obras e alojamentos, serão apresentadas,
posteriormente, as diretrizes complementares específicas para essas atividades;
- Implantar o controle de resíduos, principalmente a coleta seletiva.
Será observado o cumprimento do Plano de Saúde e Segurança do Trabalho (uso
de EPIs), a ser estabelecido pela construtora, de acordo com as Normas do
Ministério do Trabalho.
O preparo de refeições individuais e quaisquer outras atividades geradoras de
resíduos, à exceção daquelas relativas à própria execução das obras, não serão
permitidos.
Canteiros Secundários e Frentes de Obra
Qualquer canteiro secundário, ou frente de obra, deverá adotar os
procedimentos a seguir descritos. Os efluentes gerados nos canteiros secundários e
frentes de obra (resíduos, esgoto, óleos e graxas, etc.) deverão ser recolhidos e
transportados para locais preestabelecidos, para segregação e destinação final. Os
óleos e lubrificantes coletados das operações de manutenção serão encaminhados
para o canteiro central envasados e, posteriormente, para empresas de rerrefino.
Os restos de comida, vasilhames, etc. utilizados nos refeitórios deverão ser
coletados diariamente. Não será admitida a deposição de resíduos orgânicos nas
frentes de trabalho.
Os combustíveis deverão ser armazenados em reservatórios apropriados e
isolados da rede de drenagem com barreiras de contenção. Os dispositivos de
armazenamento não deverão ter drenos, a não ser que esses dispositivos escoem
para outra área de contenção ou reservatório onde todo o derramamento puder ser
contido.
A implantação desse tipo de canteiro deverá ser evitada próximo a Unidades
de Conservação, fragmentos florestais, Reservas Legais e a APPs.
O canteiro secundário deverá dispor, no mínimo, de um kit de primeiros
socorros ou a estrutura estabelecida pela legislação em vigor e um kit de controle de
vazamentos.
O transporte das refeições para as frentes de obra deverá ser efetuado em
embalagens hermeticamente fechadas e higienizadas. O intervalo de transporte até
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o campo deverá ser reduzido, a fim de manter a qualidade e o aquecimento da
alimentação.
Será observado o cumprimento do Plano de Saúde e Segurança do Trabalho
(uso de EPIs), a ser estabelecido pela construtora, de acordo com as Normas do
Ministério do Trabalho.
O preparo de refeições individuais e quaisquer outras atividades geradoras de
resíduos, à exceção daquelas relativas à própria execução das obras, não serão
permitidos.
Estradas de Acesso
Os acessos a serem utilizados são os previstos no Projeto da Linha de
Transmissão, evitando-se, ao máximo, a abertura de outros. Durante a construção
desses acessos, poderão ser gerados materiais inconsolidados sujeitos a erosão e
transporte por águas pluviais, muito em função da construção de cortes e aterros.
Dessa forma, deverão ser considerados os seguintes aspectos de proteção
ambiental a ser implementado pela Construtora (Programa de Monitoramento e
Controle de Processos Erosivos):
- Implementar cuidados necessários para evitar focos erosivos, principalmente
respeitando a topografia do local, locando os acessos em pontos menos favoráveis
ao desencadeamento de erosões;
- Havendo necessidade de cortes e aterros, dotá-los de proteção, como
canaletas de crista e de pé, além de revegetá-los;
- Procurar encaminhar as saídas d’água dessas vias para o talvegue mais
próximo, evitando deixá-las a meia vertente, o que poderá favorecer processos
erosivos;
- Quando os caminhos tiverem baixa capacidade de suporte, a superfície deve ser
revestida por toras de madeira colocadas transversalmente (Estivas);
- Utilizar solo-cimento no fundo das canaletas de drenagem com maior fluxo de
água.
- Se forem construídos, os taludes devem ter a proteção adequada:
canaletas colocadas em suas cristas, escadas d’água, caixas de dissipação de
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energia, bermas e proteção vegetal, visando à derivação das águas lateralmente e
evitando, assim, erosão nos declives
Durante as obras, deve-se priorizar o período de menor pluviosidade para a
movimentação de material (solos e rochas escavados), devendo-se aplicar um
colchão de pedrisco com camada mínima de 5 cm para reduzir o desprendimento de
solo nas estradas de terra, vias de acesso e vias de passagem nos canteiros e
alojamentos. Além disso, deverá ser executada a contenção do talude (corte/aterro)
mediante o plantio de gramíneas.
Alguns cuidados, de ordem geral, deverão ser observados:
- Deverão ser usadas as estradas internas de acesso autorizadas, negociadas
pela construtora, com proprietários e empreendedor;
- As estradas de acesso existentes, usadas durante as obras, deverão ser
restauradas nas condições anteriores à construção;
- A utilização de aterros de empréstimos deverá ser autorizada pelo
empreendedor e deverá ser devidamente licenciada;
- As melhorias introduzidas não deverão afetar os sistemas de drenagem e
cursos d’água naturais existentes;
- Para evitar os transtornos advindos do aumento do tráfego e diminuir o risco
de acidentes, deverão ser adotadas medidas, tais como: sinalização das vias (placas
de controle de velocidade, animais silvestres, cruzamentos, indicação da obra,
escolas, travessias de pedestres, lugarejos e comunidades, etc.); distribuição do
transporte ao longo do dia, para que não haja concentração dessa atividade num
único período; transporte de determinadas cargas e equipamentos em períodos de
menor fluxo de veículos; conscientização dos motoristas visando à redução de
acidentes;
- Se confirmada a manutenção do tráfego junto às comunidades, deverá ser
providenciada, no período seco, a umectação das vias de acesso a elas, de forma a
reduzir as emissões de poeira sobre as residências locais, além da aplicação de um
colchão de pedrisco com camada mínima de 5 cm, para reduzir o desprendimento
de solo nas estradas de terra;
- Quando forem transportados materiais de construção, devem-se usar, de
preferência, caminhões fechados, a fim de evitar que caiam acidentalmente, o que
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pode vir a causar problemas ambientais e de segurança para a população do
entorno.
Ao final dos serviços, materiais e equipamentos, sucata e material
descartável deverão ser retirados dos locais de trabalho, utilizando-se as vias de
acesso disponíveis.
Terraplanagem
Em função das características da região, serão considerados os aspectos
listados a seguir para os serviços de terraplanagem, notadamente para estradas de
acessos, com o objetivo de minimizar, ou mesmo eliminar, a possibilidade de
degradação ambiental decorrente desses serviços.
O serviço terá que ser cuidadosamente planejado, objetivando evitar impactos
desnecessários ao meio ambiente.
Deverão ser considerados para os acessos:
- Os critérios especificados nas instruções técnicas de projeto, em relação à
drenagem de estradas de acesso e aos tipos de traçado (cortes e aterros) que
deverão ser evitados ao máximo;
- Melhoramento dos acessos existentes, objetivando o restabelecimento das
condições naturais da rede de drenagem, por meio da implantação de
bueiros/galerias, pontilhões, etc;
- Proteção de todos os taludes de cortes e/ou aterros, em tempo hábil, visando
à segurança das instalações e preservação do terreno contra a erosão, através do
plantio de vegetação adaptada à região e dispositivos de drenagem/contenção;
- Até o encerramento da obra, as pistas das estradas de acesso serão
mantidas sob condições adequadas, para permitir tráfego permanente aos
equipamentos e veículos de construção, montagem e fiscalização.
Os seguintes itens deverão ser considerados para áreas de canteiros:
- O cumprimento rigoroso dos critérios especificados de projeto;
- Evitar serviços de terraplenagem nas áreas de almoxarifado e depósito de
material ao tempo, mantendo, sempre que possível, as vegetações rasteiras,
retirando-se apenas os arbustos necessários e evitando, ao máximo, cortar as
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árvores existentes. O material deverá ser estocado sobre calços metálicos ou de
madeira, de modo a evitar seu contato direto com o solo;
- Manter protegidos e sob condições adequadas os acessos internos de
circulação entre os elementos dos canteiros;
- Manter protegidos todos os taludes de cortes e/ou aterros;
- Redução, ao máximo, dos serviços de terraplenagem/raspagem nessas
áreas.
Os seguintes itens deverão ser considerados para as áreas de empréstimo e
bota-foras:
- Planejar os serviços de terraplenagem, nessas áreas, com o objetivo de evitar
processos erosivos;
- Utilizar o material escavado e não utilizado, proveniente principalmente da
camada superficial rica em matéria orgânica, nas áreas de bota-fora ou em outras
áreas devidamente autorizadas;
- Aplicação de técnicas visando garantir declividades suaves, terraceamento
entre bancadas de escavação e revegetação (plantio de grama ou gramíneas
nativas) nos taludes, após a conclusão dos serviços;
- É terminantemente proibido usar Áreas de Preservação Permanente como
jazidas de empréstimos e bota-foras.
Deverão ser considerados para praças de montagem de torres e lançamento de
cabos os seguintes itens:
- Planejar os serviços com o objetivo de evitar processos erosivos;
- Prever seção típica com solo de escavação comum, empregando material
conforme especificação de projeto, visando minimizar novos locais de bota-fora.
De maneira geral, as obras de terraplanagem devem ser, sempre que
possível, acompanhadas da instalação de dispositivos de drenagem que possibilitem
o escoamento das águas pluviais sem o desencadeamento de processos erosivos.
O Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos descreve as
práticas mais adequadas a serem adotadas nesse sentido
Supressão de Vegetação
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O corte seletivo e a supressão parcial da vegetação (NBR 5.422), nas áreas
diretamente afetadas pelo empreendimento, quando necessários, têm como
finalidade principal a abertura de acesso, limpeza, abertura e delimitação clara da
faixa de servidão, de serviço, de segurança, além das áreas de escavações das
bases das torres, praças de montagem e lançamentos de cabos.
A limpeza envolve a remoção de árvores, arbustos e restos de vegetação
(resíduos, galhos finos, folhas, etc). Os procedimentos-padrão a serem seguidos
durante o processo de remoção são os seguintes:
- Os locais de obra e os limites da faixa de servidão deverão ser claramente
delimitados, certificando-se de que não irá ocorrer nenhuma remoção além dos seus
limites;
- As árvores deverão ser tombadas nos locais de obra;
- Qualquer árvore que cair dentro de cursos d’água, drenagem natural ou além
do limite da faixa de servidão deverá ser imediatamente removida;
- As árvores localizadas fora dos limites dos locais da faixa não deverão ser,
em hipótese alguma, cortadas com o objetivo de obter madeira, evitando-se também
a poda dos galhos projetados;
- Toda e qualquer operação de remoção de vegetação só poderá ser iniciada
mediante autorização expressa do Inspetor Ambiental do empreendedor.
O reaproveitamento da madeira abrange os seguintes requisitos:
- A madeira que não for especificamente designada para outros usos deverá
ser cortada no comprimento da árvore e ficará organizadamente empilhada em local
determinado pela Inspeção Ambiental;
- A madeira não deverá ser estocada em valas de drenagem ou em áreas
úmidas, a não ser que as condições específicas do local não permitam o
armazenamento de forma mais adequada;
- Árvores e vegetação arbustiva, bem como restos de vegetação, deverão ser
dispostas, e os tocos de árvores removidos não poderão ser enterrados;
- A queima e o uso de herbicidas são terminantemente proibidos.
Atendendo às restrições do local e das licenças ambientais, utilizar-se-ão as
formas apresentadas a seguir:
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- Os arbustos deverão ser empilhados organizadamente em locais previamente
definidos pela Inspeção Ambiental;
- O empilhamento dos arbustos não deverá ser contínuo, sendo necessária a
criação de intervalos entre as pilhas, para facilitar a passagem da fauna e, também,
uma futura remoção.
O lasqueamento, caso necessário, deverá ser efetuado na forma de cortes, e os
arbustos deverão ser dispostos ou transformados em lascas, que poderão ser
utilizadas em áreas a serem recompostas, de maneira que não iniba o crescimento
da vegetação.
Com relação ao enterramento, queima e destruição fora do local da obras, caso
sejam necessários, deverão ser observados os seguintes requisitos:
- Deve-se tentar comercializar qualquer material útil, seguindo rigorosamente
as determinações das licenças ambientais;
- Restos de madeira deverão restringir-se aos locais de obra, a menos que haja
autorização por escrito do proprietário e aval do órgão ambiental.
Escavações
Escavação em Solos: no que diz respeito à escavação em solos, para as fundações
das torres, deverão ser especialmente observados os critérios listados a seguir:
- Dever-se-á evitar a utilização de máquinas pesadas na abertura de praças de
trabalho. A escavação deverá ser executada manualmente, nos locais mais críticos,
visando preservar, ao máximo, as condições naturais do terreno e sua vegetação.
- Todos os taludes escavados nas áreas de empréstimo e de bota-foras
deverão ser, obrigatoriamente, protegidos mediante o plantio de grama
(revegetação).
- Todo o material escavado e não utilizado, proveniente, principalmente, da
camada superficial, rica em matéria orgânica, deverá ser espalhado superficialmente
nas áreas das torres.
- Todas as áreas de escavações em zonas de pastoreio deverão ser cercadas,
a fim de evitar a queda de animais de criação (bovinos caprinos, etc.).
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- As cavas, quando abertas, deverão ser tampadas de forma adequada e
segura. Atualmente, em empreendimentos similares, vem-se utilizando a parte
redonda das bobinas menores com excelente resultado.
Escavações em Rocha: caso haja necessidade de escavação em rocha, os
fragmentos poderão ser usados durante a construção da LT, em estruturas da
contenção ou dispostos na região, com a anuência do proprietário da terra.
O material rochoso que não puder ser reaproveitado poderá ser removido e
colocado num local previamente aprovado ou, então, espalhado em áreas de bota-
fora ou na área de influência da torre.
Sinalização do Empreendimento
A implantação de placas de sinalização é importante para o bom andamento
dos trabalhos, pois aumenta a segurança dos trabalhadores e das populações do
entorno. O trânsito de veículos envolvidos com as obras, as proximidades de áreas
escolares ou a presença de animais na pista são alguns dos elementos que exigem
atenção das pessoas que circulam pela área, não só motoristas como também
pedestres e trabalhadores. Placas educativas, por exemplo, com recomendações
para a preservação da natureza, também são importantes ferramentas de Educação
Ambiental.
Figura 22: Placa Educativa
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Fundações das Torres
Os procedimentos e recomendações ambientais a serem adotados são
apresentados a seguir. Deverão ser tomadas todas as medidas cabíveis, de forma a
evitar o início de processos de erosão no preparo e limpeza dos locais de execução
das fundações, especialmente a recomposição da vegetação rasteira.
Quando da utilização de concretagem local por meio de betoneiras, cuidados
deverão ser tomados visando à utilização total do concreto disponível nelas; isso
impedirá a colocação dos resíduos em áreas inadequadas. A água de lavagem das
betoneiras só poderá ser descartada nas usinas de concretagem.
Quando forem usados pré-moldados nos canteiros de concretagem, os
mesmos cuidados deverão ser tomados.
Deverão ser tomadas precauções especiais na execução das fundações de
torres nas travessias de cursos de água, a fim de não provocar nenhuma alteração
ou interrupção no sistema de drenagem natural.
Deverão ser providenciadas as proteções e sinalizações adequadas, para que
sejam evitados acidentes na execução desses serviços, quando executados nas
proximidades de áreas urbanas/habitacionais.
Sempre que necessário, as fundações deverão ser protegidas contra erosão,
por meio de canaletas, muretas, etc.
Quando do término de todas as obras de fundação, o terreno à sua volta
deverá ser recomposto, revestido, compactado, drenado e protegido, não dando
margem ao início de processos erosivos.
Durante o período das fundações das bases das torres, a inspeção de
segurança deve checar todos os EPIs necessários a esta fase da obra e à saúde
dos trabalhadores.
Reaterro das Fundações das Torres
O material escavado que vier a ser utilizado como reaterro das fundações
deverá ser acondicionado, de maneira a preservar a vegetação nas imediações. O
material escavado e não utilizado deverá ser espalhado e compactado na área da
torre, não deixando acúmulo de terra fofa.
O local de retirada de material de empréstimo, quando necessário, para o
reaterro das fundações deverá ser escolhido de tal forma que cortes no terreno não
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venham a provocar erosões futuras; considerar-se-á, nesse caso, a necessidade de
proteção desses cortes. As diretrizes do Plano de Gerenciamento de Resíduos
deverão ser observadas e seguidas.
Durante o período de reaterro das bases das torres, a inspeção de segurança
deve checar todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos
trabalhadores.
Praça de Montagens das Torres
As estruturas metálicas das torres deverão ser montadas, peça por peça e/ou
por seções pré-montadas no solo, nas praças de montagem preparadas. Os
procedimentos e recomendações ambientais e de segurança a serem adotados são
apresentados a seguir:
,As praças de montagem deverão ocupar as menores áreas de trabalho possíveis ح
pois assim diminuirão os impactos ambientais;
Durante o período de montagem das torres, a inspeção de segurança deve checar ح
todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos
trabalhadores;
A sinalização também se torna necessária nessas áreas, tendo em vista que a ح
construtora responsável pela obra terá que ser identificada para as comunidades
lindeiras. Da mesma forma, os acessos às torres devem ser restritos;
Deverão ser priorizados procedimentos que reduzam a abertura de áreas ح
destinadas às atividades de construção da Linha de Transmissão, diminuindo,
principalmente, o uso de equipamentos de grande porte, de forma a preservar as
áreas atingidas;
Os serviços de montagem deverão ser executados dentro da área delimitada para ح
a praça de montagem, mantendo-se o processo de recolhimento de resíduos sólidos
e oleosos, em consonância com o Plano de Gerenciamento de Resíduos.
Só poderão permanecer dentro da praça de montagem os funcionários necessários
à execução dos serviços.
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Na execução desses serviços próximos a áreas urbanas/habitacionais,
deverão ser providenciadas as proteções adequadas (tapumes, cercas isolantes,
sinalizações, etc.), para evitar acidentes.
Deverão ser criadas as áreas de convivência, compostas de:
- Tenda, com mesa e cadeiras;
- Placa de identificação;
- Mala de primeiros socorros;
- Banheiro químico;
- Coleta seletiva de resíduos;
- Guarda de EPIs;
- Água potável.
Essas áreas destinam-se a pequenas reuniões e refeições, além de servirem
para avaliação da gestão ambiental, quanto à efetiva aplicação deste PAC e à
minimização das Não-Conformidades surgidas durante a implantação da Linha de
Transmissão.
Praça de Lançamento dos Cabos Condutores e Para-raios
Para início das atividades de lançamento, o sistema de aterramento deverá
estar completamente instalado. Está instalação é feita antes da montagem das
torres. Os suportes da LT deverão ser enterrados de maneira a tornar a resistência
de aterramento compatível com o desempenho desejado e com a segurança de
terceiros. O aterramento deverá restringir-se à faixa de segurança da Linha e não
interferir com outras instalações existentes e com atividades desenvolvidas dentro
da faixa. A execução das valetas para contrapeso deverá garantir condições
adequadas de drenagem e proteção contra erosão, tanto na fase de abertura como
na de fechamento, recompondo o terreno ao seu término.
O lançamento dos cabos condutores e para-raios deverão ser executados a
partir das praças de lançamento, sob tensão mecânica controlada automaticamente,
até ser obtido o fechamento recomendado pelo projeto para cada vão da Linha de
Transmissão, seguindo-se o grampeamento dos mesmos.
Para a sinalização, deverão ser identificados os pontos obrigatórios (rotas
aeroviárias, vales profundos, cruzamentos com rodovias, ferrovias e outras linhas de
transmissão), para os quais serão executados projetos específicos de sinalização
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aérea e de advertência, baseados nas normas da ABNT e nas exigências de cada
órgão regulador envolvido.
Os principais procedimentos a serem adotados são:
- Evitar praças de lançamento de cabos situadas em encostas íngremes,
próximas a cursos de água e em locais com vegetação nativa de porte arbustivo-
arbóreo;
- Reduzir, ao máximo, o número e a área a ser utilizada em função da
implantação das praças de lançamento;
- A área da praça de lançamento de cabos terá de ser cercada e isolada,
evitando a entrada de pessoas estranhas ao empreendimento;
- Evitar a raspagem do solo nessas localidades e quando a mesma for
necessária armazenar as camadas orgânicas superficiais do solo escavado;
- Remodelar a topografia do terreno ao término da utilização respectiva,
restabelecendo o solo, as condições de drenagem e a cobertura vegetal;
- Limitar a abertura da faixa de servidão por ocasião da etapa de lançamento
dos cabos na medida estritamente necessária, para passagem do trator que conduz
o cabo-guia, de forma a evitar maiores interferências na área atravessada;
- Demarcar, cercar e sinalizar os locais de instalação dos cabos condutores,
para-raios e acessórios;
- Instalar estruturas de proteção adequada à LT (por exemplo, cavaletes de
madeira), para manter a distância necessária entre os cabos, os obstáculos
atravessados e o solo, nos casos de travessias sobre rodovias, ferrovias, linhas
elétricas e de telecomunicações e outros cruzamentos. Deverá ser instalada uma
rede ou malha de material não-condutor para evitar a queda do cabo sobre o
obstáculo atravessado, em caso de falha mecânica no processo de lançamento;
- Colocar sinais de advertência pintados com tinta fosforescente, se as
empolgaduras (traves de proteção ao lançamento dos cabos) forem situadas a
menos de 2 m do acostamento da estrada. Os sinais deverão ser postos de modo tal
que fiquem facilmente visíveis para os veículos que trafegam nos dois sentidos. Em
rodovias de maior importância, é recomendada a utilização de lâmpadas de
advertência tipo ―pisca-pisca‖;
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 38
- Todas as cercas eventualmente danificadas durante a fase de instalação dos
cabos deverão ser reconstituídas após o lançamento;
Durante o período de lançamento de cabos, a inspeção de segurança deve checar
todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos
trabalhadores. Todos os resíduos desta fase deverão ser recolhidos, selecionados,
classificados e colocados para a disposição final conforme o Plano de
Gerenciamento de Resíduos.
Comissionamento
Na fase de comissionamento das obras, além da parte técnica a ser
observada, deverá ser inspecionado o estado final dos seguintes itens:
- Áreas florestais remanescentes;
- Preservação das culturas;
- Vãos livres de segurança, verticais e laterais, entre árvores e a LT;
- Limpeza de proteção contra fogo;
- Proteção contra erosão e ação das águas pluviais;
- Reaterro das bases das estruturas;
- Condições dos corpos d’água;
- Recomposição.
As ações a serem implementadas são apresentadas no Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas.
4. EMPRESA EXECUTORA
O PAC deverá ser executado em sua integralidade pela construtora, fazendo
parte a implementação dos seguintes programas:
Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador;
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos;
Programa de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos e
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.
A Novo Norte Energia e Consultoria será responsável pela fiscalização da
implantação desses programas.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 39
5. PÚBLICO ALVO
O Plano Ambiental para a Construção da LT deverá ser executado
considerando a participação de todos os trabalhadores da obra e, também, daqueles
que indiretamente poderão vir a ser alvo das demandas ou consequências da
implantação do empreendimento.
Ressalta-se que estão incluídos no grupo de trabalhadores de obra, todos os
níveis hierárquicos dos quadros de profissionais das empreiteiras e das empresas de
gestão/fiscalização da obra.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 40
6. CRONOGRAMA
Programa Ambiental para
Construção - PAC
Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Canteiros de obra
Topografia
Estrada de acesso
Terraplanagem
Supressão da Vegetação
Escavação
Fundação de Torre
Praça de Montagem de Torre
Praça de Lançamento de Cabos
Comissionamento
Relatório de acompanhamento
Relatório final
Início da Instalação Término da Instalação
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 41
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 42
1. INTRODUÇÃO
O programa de Educação Ambiental desenvolverá ações educativas que
visem à efetividade do controle ambiental durante as obras, a partir da capacitação
de técnicos, trabalhadores e escolas para que, durante o período de implantação do
empreendimento, possam agir de forma ambientalmente correta e socialmente
aceitável.
O trabalho voltado aos funcionários da obra irá orientar quanto aos
procedimentos corretos no exercício de suas funções, fazendo com que eles se
tornem responsáveis pelas práticas conservacionistas em seu ambiente de trabalho,
chegando ao seu lar e à sua família.
A Educação Ambiental nas escolas dos municípios afetados será uma prática
educacional sintonizada com a vida na sociedade, que tem como desafio alcançar
todos os cidadãos através de um processo pedagógico participativo procurando
incutir no educando uma consciência sobre a problemática ambiental.
2. OBJETIVOS
Promover um processo de conscientização dos diversos atores sociais das
comunidades próximas ao empreendimento, a fim de incentivar a adoção de
práticas compatíveis com a proteção do meio ambiente;
Mobilizar e orientar os trabalhadores e inspetores envolvidos na construção e
operação do empreendimento, sobre as medidas de proteção ambiental,
como também sobre condutas adequadas de relacionamento com a
comunidade;
Apresentar as medidas a serem adotadas para minimizar as interferências do
empreendimento com o meio ambiente;
Esclarecer a comunidade de modo a garantir um convívio saudável e
socialmente adequado entre a população residente nas imediações do
empreendimento e a mão-de-obra, direta ou indiretamente, envolvida na
construção;
Integrar a comunidade no planejamento de ações de Educação Ambiental,
desenvolvido pela Empresa e consolidar formas adequadas de convivência
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 43
das comunidades locais com o empreendimento durante as etapas de
construção e operação;
Capacitar educadores da rede pública de ensino ou lideranças comunitárias
como agentes multiplicadores de educação ambiental para difusão de
informações, sensibilização e mobilização social, planejamento e execução de
ações socioambientais em suas localidades;
Produzir e editar material educativo, destinados a população da região com a
finalidade de instrumentalizar educadores e formadores de opinião para
apoiar o processo de sensibilização da população acerca da importância de
se conservar e/ou recuperar o meio ambiente.
3. METODOLOGIA
Os temas a serem abordados para os trabalhadores deverão tratar da
sensibilização para a preservação ambiental, fauna, flora, recursos hídricos,
resíduos sólidos, educação para o trânsito, respeito à comunidade local, entre outras
questões ambientais ligadas a região e ao empreendimento, enfocando os impactos
positivos e negativos identificados na fase do licenciamento prévio, e suas
respectivas medidas de mitigação e controle. Os trabalhos serão desenvolvidos
através de palestras educativas para os trabalhadores. A carga horária prevista para
as palestras é de 2 horas, devendo ser desenvolvidas no início da implantação do
empreendimento e a cada trimestre até a finalização das obras. A entrega de
material educativo ocorrerá no início das atividades e conforme for necessário.
As atividades de educação ambiental nas escolas serão abordadas de acordo
com a faixa etária. Os conteúdos a serem trabalhados nas escolas são:
Caracterização do empreendimento e sua relação com o meio ambiente;
Percepção ambiental;
Conservação da natureza;
Preservação da fauna e flora;
Lixo;
Conservação da Água.
Para implementar as ações educativas, serão utilizados recursos didáticos
que são distribuídos para os participantes como: folders, cartilhas, jogos educativos.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 44
As palestras nas escolas serão realizadas durante a implantação do
empreendimento e atingirão todos os municípios atingidos pela LT.
A implantação deste Programa deverá ser organizada em conjunto com a
comunidade escolar diretamente afetada pelo traçado da LT e todos os
trabalhadores direta e indiretamente envolvidos na construção do Empreendimento.
Serão elaborados relatórios de acompanhamento das palestras para os
funcionários e escolas a cada trimestre.
4. PÚBLICO ALVO
Foram identificados como público alvo do Programa de Educação Ambiental
os segmentos relacionados a seguir:
População escolar diretamente afetada;
Trabalhadores das obras.
5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO
Coordenador Geral: profissional com especialização prática em educação
ambiental, que terá como atribuição coordenar o trabalho da equipe; elaborar estas
ações assim como definir o conteúdo, o tipo e a quantidade do material pedagógico
para a realização destes, sendo ele o principal responsável pela articulação junto às
construtoras e comunidade afetada, a organização e a aplicação dos cursos
programados.
Palestrante para Ministrar as Palestras: técnicos com conhecimentos em
Educação Ambiental que deverão ministrar os cursos e, além das responsabilidades
acima descritas, deverão, junto com o Coordenador Geral, auxiliar nos trabalhos e
preparação de todo o material didático.
Serão disponibilizadas as ARTs dos responsáveis técnicos pelo programa no
início das atividades.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 45
6. Cronograma
Programa de Educação
Ambiental
Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Identificação das comunidades
escolares afetadas
Mobilização de pessoal
Informação do início das obras a
comunidade local
Palestras para os trabalhadores
Palestras para as escolas locais
Distribuição de material de
educação ambiental
Relatório de acompanhamento
Relatório Final
Início da Instalação Término da Instalação
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 46
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 47
1. INTRODUÇÃO
O Programa de Comunicação Social visa divulgar para as comunidades
atingidas pela obra, os objetivos, a amplitude e o andamento dos trabalhos, além de
informar sobre a importância do empreendimento no âmbito regional; fortalecer a
articulação com os órgãos envolvidos e fornecer informações sobre os impactos que
poderão surgir com o andamento do empreendimento; criar e manter canais de
comunicação e uma relação de diálogo entre o empreendedor e a população na
Área de Influência do projeto e contribuir para a conscientização da população local
sobre possíveis riscos e cuidados que devem ser observados em relação à LT.
O Programa de Comunicação Social integra o conjunto de programas
sugeridos e se justifica tanto em função da ocorrência desses impactos como,
também, pela necessidade de transparência e busca de um relacionamento
harmonioso entre empreendedores e a sociedade em um contexto de democracia e
constituição da cidadania.
Trata-se do Programa de maior abrangência em relação ao público a ser
atingido e aos impactos que a ele estão associados, em função de seu caráter de
canal de comunicação e interação. Assim sendo, o Programa dará prioridade à
comunidade diretamente afetada, objetivando a informação e o esclarecimento
sobre o empreendimento além de divulgar os demais programas que serão
implementados durante toda a construção da LT e constituir-se como o meio para
ouvir e registrar sugestões, receios e queixas dos diversos setores interessados.
2. OBJETIVOS
Na esfera geral, o Programa de Comunicação Social visa difundir e monitorar
as informações sobre a LT, com transparência, constância e compromisso,
eliminando informações errôneas que poderiam gerar expectativas negativas entre
os diversos segmentos de públicos envolvidos.
Nesse sentido, objetiva-se informar e orientar a população inserida nas Áreas
de Influência do empreendimento sobre as etapas de implantação e seus impactos,
prestando à coletividade um serviço fundamental, sem perder de vista o respeito, a
atenção e o direito à informação que devem ser garantidos a toda população.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 48
Os principais objetivos e metas a serem atingidos com o Programa de
Comunicação Social estão relacionados no quadro a seguir:
Objetivos Metas
Conhecer a população dos municípios atingidos, no
que diz respeito aos aspectos culturais, sociais e
econômicos locais e regionais.
Agir com maior conformidade com a realidade
socioeconômica das populações locais.
Criar e manter canais de comunicação e uma
relação de diálogo entre o empreendedor e a
população sob influência da LT.
Manter a população local informada sobre o
empreendimento.
Identificar pleitos, demandas, expectativas e
receios da população local durante toda a fase de
implantação e operação da LT.
Divulgar metas, ações, etapas e resultados dos
projetos ambientais a serem realizados pelo
empreendedor.
Manter a população local informada sobre as
medidas de controle e compensação ambiental
relacionadas ao empreendimento.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 49
Objetivos Metas
Informar, através dos meios apropriados — em
linguagem clara, adequada, acessível e precisa —,
as fases e características do empreendimento.
Reduzir ao mínimo os conflitos e problemas
relacionados à implantação do empreendimento,
respondendo ao máximo as solicitações de
informações e de questionamentos enviados ao
empreendedor pelos instrumentos de comunicação
criados.
Enfatizar a importância estratégica da LT, como
uma iniciativa voltada para o bem comum e de
utilidade pública.
Esclarecer a população local sobre a importância
do empreendimento no Sistema Elétrico Brasileiro.
Contribuir na conscientização da população local
sobre os riscos reais das obras e das regras de
segurança, destacar o Código de Conduta do
Trabalhador, os cuidados com a preservação da
faixa de servidão e as áreas de proteção ambiental.
Evitar acidentes que possam ocorrer por
desinformação a respeito dos riscos de
implantação do empreendimento.
Prevenir sobre possíveis transtornos e conflitos
advindos da circulação intensa do contingente de
trabalhadores empregados na obra, visando, dentre
outros aspectos, à ordem, o respeito à população e
à conservação ambiental
Estabelecer, treinar e orientar todas as pessoas
direta e indiretamente envolvidas na obra sobre
normas de conduta, segurança e meio ambiente.
Evitar possíveis sobrecargas na infra-estrutura
local, principalmente nos serviços de saúde,
provenientes da contratação de trabalhadores de
outras regiões.
Informar o contingente e o perfil da mão-de-obra
necessária ao empreendimento, visando sempre à
contratação de trabalhadores da região.
Divulgar os cuidados e restrições de uso na etapa
de operação do empreendimento.
Evitar acidentes que possam ocorrer por
desinformação a respeito dos riscos na operação
do empreendimento.
3. METODOLOGIA
A estrutura do programa segue 3 etapas descritas abaixo.
Reuniões Internas: tem como objetivo articular as ações voltadas ao público interno
(trabalhadores) para que se desempenhe as ações para a implantação e operação
do empreendimento de forma integrada e adequada, sempre respeitando a
necessidade de cumprir normas de conduta, estabelecer regras de segurança, não
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 50
comprometer o meio ambiente, manter hábitos saudáveis e o respeito mútuo e com
a população local.
Todos os componentes desse público serão submetidos a treinamentos e
palestras de integração a fim de conhecerem melhor a obra e a região onde será
realizada. Essas ações abordarão os seguintes fundamentos:
Normas de Conduta
Fundamentos Atividades Necessárias
Levar ao conhecimento dos trabalhadores todos os
procedimentos e metodologias utilizados em uma obra
de linha de transmissão.
A) Elaboração de uma Cartilha do
Trabalhador (normas de conduta, primeiros
socorros e plano emergencial).
B) Cartilha de meio ambiente.
C) Distribuição das Cartilhas .
D) Realização de palestras (incluindo
dinâmica de grupos e seminários
participativos) para os trabalhadores, com o
objetivo de prestar esclarecimentos sobre o
empreendimento.
Difundir e praticar o espírito de equipe.
Determinar e exercer o respeito mútuo entre todos
trabalhadores.
Estabelecer procedimentos de convivência entre o
empreendedor e o público externo diretamente
atingido.
Segurança
Fundamentos Atividades Necessárias
Implantação de consciência/responsabilidade para utilização
de:
- equipamentos de proteção individual (EPI);
- equipamento de proteção coletiva (EPC). A) Distribuição das cartilhas.
B) Realização de palestras e
treinamentos sobre segurança.
Elaboração de procedimentos sobre ações emergenciais no
campo.
Direção defensiva.
Respeito à sinalização instalada na faixa de servidão, nos
canteiros de obras e nas vias de acesso.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 51
Meio Ambiente:
Fundamentos Atividades Necessárias
Reconhecimento do ambiente que será
encontrado no decorrer da obra.
A) Realização de palestras para os trabalhadores com
o objetivo de apresentar o EIA e PBA do
empreendimento, com a presença dos responsáveis pela
implantação dos Programas Ambientais.
B) Distribuição das Cartilhas do Trabalhador.
C) Elaboração e distribuição de um folheto informativo
sobre os procedimentos necessários para casos
específicos de acidentes ou cuidados ambientais durante
a época de obras.
D) Realização de uma palestra específica sobre
gerenciamento de resíduos.
E) Apresentação do diagnóstico socioeconômico dos
trechos onde serão realizadas as obras, indicando os
pontos sensíveis para as obras no que diz respeito
aos impactos com a população local. Ressaltar o
cuidado especial com as crianças durante as obras. O
mesmo cuidado deverá ser tomado em relação às
porteiras e cercas das propriedades para evitar fugas
de animais.
Procedimentos no gerenciamento de
resíduos.
Coleta seletiva de lixo.
Cuidados relativos a utilização de máquinas e
equipamentos próximos a rios, córregos,
lagos e nascentes.
Procedimentos no caso de acidentes que
envolvam animais.
Procedimentos no caso da necessidade de
remover plantas nativas.
Procedimentos no caso de encontrar peças
arqueológicas.
Cuidados relativos à escavação em vias,
onde é comum encontrar tubulações da
comunidade (água e esgoto) nem sempre
legalizadas e/ou sinalizadas, deixando local
para o trânsito de pedestres e veículos da
comunidade, assim como uma sinalização e
proteção adequadas relativas à segurança.
Procedimentos quando da interferência no
ambiente das localidades
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Saúde
Fundamentos Atividades Necessárias
Reconhecimento de riscos à saúde decorrentes das
atividades inerentes à obra. A) Distribuição das Cartilhas do
Trabalhador.
B) Realização de palestra sobre os
cuidados com a saúde, ressaltando
aqueles relacionados às atividades
das obras.
C) Realização de treinamento de
primeiros socorros.
D) Inspeção nas cantinas das obras.
Necessidade de cuidados com a higiene corporal.
Noções sobre primeiros socorros.
Informações gerais sobre cuidados com a saúde e doenças
sexualmente transmissíveis (DST).
Reconhecimento de agentes causadores de doenças, tais
como diarréias, verminoses, dentre outras.
Necessidade de cuidados com animais peçonhentos.
Reuniões Institucionais: as reuniões institucionais têm por objetivo apresentar o
projeto executivo do empreendimento ao Poder Público dos municípios, destacando
a sua importância local e regional, o empreendedor, os executores, os aspectos
gerais referentes à obra de implantação, ações propostas pelos Programas
Ambientais que serão desenvolvidos, assim como esclarecer dúvidas iniciais sobre
os impactos esperados e benefícios.
Além das informações gerais sobre o empreendimento, a equipe enfocará os
aspectos relevantes ou os pontos críticos apresentados no lote de obra em que cada
município está inserido, priorizando o cronograma da frente de obra, as ações
propostas para a região e os procedimentos de segurança a serem observados nos
canteiros de obras, trechos em obras e em seu entorno.
Visando à articulação do Poder Público durante a execução da obra para
minimizar os impactos sociais relacionados à fase de implantação do
empreendimento as reuniões institucionais deverão abranger as esferas do Poder
Público de todos os municípios da área de influência do empreendimento.
Reuniões Comunitárias: as reuniões comunitárias serão realizadas por etapa de
obra e visam apresentar o empreendimento para associações, entidades
ambientalistas e organizações da sociedade civil da área de abrangência do
Programa. Estas reuniões têm por objetivo explicar os aspectos referentes à obra de
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 53
implantação do empreendimento e ações propostas pelos Programas Ambientais
que serão desenvolvidos, assim como esclarecer dúvidas iniciais sobre possíveis
impactos esperados e benefícios. A equipe enfocará o cronograma das obras e as
principais ações a serem desenvolvidas no trecho em que estas comunidades estão
inseridas, buscando, assim, prevenir possíveis transtornos e conflitos decorrentes da
circulação do contingente de trabalhadores empregados na obra, visando, entre
outros aspectos, à ordem, ao respeito à população e à conservação do meio
ambiente.
Esta etapa se subdividirá em quatro fases:
Fase I – Mobilização para início das obras
Criação e divulgação de instrumentos/meios de comunicação, concebidos a
partir das perspectivas do público-alvo, em linguagem e formas adequadas e, acima
de tudo, respeitando as características sociais e culturais dos destinatários,
destacando-se:
a) Boletim Informativo: visa informar o andamento do Projeto; manter os
representantes dos poderes públicos e formadores de opinião a par do
empreendimento; divulgar os resultados de reuniões com a população ou
institucionais (com entrevistas); convênios firmados; apoios ao Projeto;
esclarecimento de questões que venham a surgir; divulgar as formas de contato
direto com o empreendedor. Voltar-se-á, também, para a divulgação dos benefícios
que o empreendimento trará para a população em geral;
b) Caixas de Comunicação: localizadas em locais estratégicos (correio,
escolas, igrejas e canteiros de obras) a fim de facilitar a comunicação da população
e dos trabalhadores com o empreendedor;
c) Material para a mídia: de acordo com o veículo de comunicação (jornal,
televisão, rádio, revista), será produzido material de divulgação e informação
adequado a cada público-alvo;
d) Código de Conduta dos Trabalhadores: publicação contendo o conjunto de
normas, regras e posturas que os trabalhadores vinculados ao empreendimento
devem seguir;
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 54
e) Cartilhas: objetivos mais específicos de informar a população, esclarecer
dúvidas, minimizando anseios e apontando os cuidados necessários para se
conviver com a LT como: os cuidados necessários para evitar quaisquer acidentes
relacionados à LT, tais como danificar isoladores, torres, cabos ou estais; as
restrições de uso do espaço compreendido pela faixa de servidão e o perigo da
prática das queimadas próximo à LT.
f) spots em rádios locais: com informações sistemáticas sobre os assuntos
relevantes relacionados ao empreendimento e divulgação das formas de contato
com o empreendedor.
Nesta fase, serão estabelecidos os canais de comunicação com o Poder
Público, associações de moradores, lideranças e organizações da sociedade civil.
Esses canais se manterão durante toda a implantação do empreendimento.
Fase II – Implantação do Empreendimento
Divulgação de notícias sobre a LT na mídia local:
Um assessor de imprensa será o elo entre a LT e os meios de comunicação
social, necessários para noticiar, debater e esclarecer dúvidas, ao longo da
execução do empreendimento, bem como será responsável pela elaboração de
releases, produção de spots para rádios e demais eventos relacionados às mídias
locais e regionais.
Contato permanente com as famílias afetadas:
Esta atividade estará diretamente direcionada ao Programa de Indenização e
Regularização Fundiária e trocará informações com as populações diretamente
envolvidas.
As famílias afetadas serão visitadas para receber informações,
esclarecimentos de dúvidas e sugestões sobre o empreendimento e o
desenvolvimento dos Programas Ambientais.
Contato permanente com a população da Área de Influência Direta:
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Dar continuidade às atividades de distribuição dos materiais informativos e
acompanhar possíveis conflitos que possam ocorrer durante a implantação da LT.
- Realização, sempre que necessário, de reuniões e fóruns, por trechos ou
regiões (todas as reuniões ou fóruns devem ser registrados em atas e documentos
fotográficos).
- Divulgar, as ações nos meios de comunicação formais dos municípios
como rádio e jornal.
- Divulgar as ações nos meios de comunicação espontâneos do local: carro
de som, comércios locais, etc.
- Distribuir para as famílias e escolas da Área de Influência Direta as
cartilhas sobre os cuidados específicos para evitar acidentes.
Fase III – Monitoramento:
Elaboração de relatórios parciais:
A elaboração de relatórios trimestrais servirá para avaliar a evolução dos
trabalhos, aferirem os resultados dos programas e garantir os ajustes necessários.
Viabilizar o fluxo contínuo e transparente de informações:
Manutenção dos canais de comunicação através dos contatos permanentes
com as populações locais e Poder Público, para esclarecer dúvidas e registrar
demandas, queixas, sugestões, etc. relacionadas ao empreendimento.
Fase IV - Finalização das Atividades:
Divulgação da etapa de operação do empreendimento e fornecimento de
orientações necessárias:
Informar sobre o início da operação do empreendimento, esclarecer à
população sobre as restrições de uso e cuidados a serem observados na faixa de
servidão, contribuir com desmobilização das diferentes frentes que envolvem a obra
e divulgar as atividades futuras.
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Elaboração de relatório final:
Consolidação de todas as informações constantes nos relatórios parciais,
apontando estratégias para um acompanhamento social durante a operação do
empreendimento.
4. PÚBLICO ALVO
Público Interno
Refere-se aos trabalhadores da Linha de Transmissão e de empresas
contratadas, responsáveis pela construção da LT.
Público Externo
- Proprietários afetados pela implantação do empreendimento;
- Famílias residentes no entorno das obras;
- Famílias residentes nos assentamentos e acampamentos rurais próximos
ao empreendimento;
- Municípios atingidos pela obra.
5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO
Comunicador - coordenar toda a implementação do programa, assim como
contratar e coordenar a equipe de comunicação, definir e orientar os trabalhos no
campo e a elaboração dos textos e materiais de divulgação do Programa. Responde
institucionalmente pelo projeto, representando a empresa nas reuniões e eventos
públicos a serem organizados.
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6. CRONOGRAMA
Programa de Comunicação Social
Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
1ª Etapa: Informação sobre o Empreendimento
2ª Etapa: Divulgação e criação dos canais de
comunicação
3ª Etapa: Consolidação de canais de interação
entre o Empreendedor e a Sociedade Local
4ª Etapa: Registro e Avaliação das Ações de
Comunicação Social
Relatório de acompanhamento
Relatório Final
Início da Instalação Término da Instalação
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PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
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1. INTRODUÇÃO
O Programa de Indenização e Regularização Fundiária visa a formulação de
uma proposta de negociação, tendo em vista que, em geral, há a expectativa por
parte dos proprietários sobre os critérios de avaliação e os procedimentos a serem
adotados pelo Empreendedor para a indenização das áreas onde passará a LT.
O estabelecimento de um canal de comunicação entre o Empreendedor e os
proprietários afetados é de fundamental importância para que a implantação do
empreendimento se dê da forma mais transparente possível, evitando, dessa
maneira, inquietações e desinformações destes proprietários.
A constante troca de informações sobre as ações e necessidades das partes
envolvidas não só possibilita a tomada de decisões consensuais, como também
promove a interação entre a população afetada e o Empreendedor.
2. OBJETIVOS
Este programa tem por objetivo geral executar todas as atividades
necessárias à liberação das áreas para a implantação de linhas de transmissão, bem
como o pagamento das indenizações pelas restrições de uso e eventuais danos à
produção ou benfeitorias afetadas.
São objetivos específicos deste programa:
Autorização de passagem: será realizada de forma amigável, para ingresso
em sua Propriedade, para a realização dos Serviços, mediante a assinatura
de documento específico;
Cadastro documental: identificação dos proprietários;
Abertura de Processo: a realização dos Serviços com relação a cada
Propriedade será documentada e registrada em pastas individuais,
denominadas individualmente como ―Processo Administrativo‖;
Levantamentos Físicos: será realizado um inventário criterioso das terras e
benfeitorias-tangentes à terra nua existente em cada Propriedade, as quais
discriminará segundo a classe de aptidão agrícola dos solos e o manejo
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 60
tecnológico empregado, ou segundo o tipo de edificações existentes na
Propriedade;
Pesquisa de preços: consiste na coleta de dados, de acordo com as normas
estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT), para
imóveis rurais e urbanos, por amostragem, de valores de terras, benfeitorias
reprodutivas e não reprodutivas, visando a determinação dos valores básicos
unitários a serem utilizados no processo de avaliação;
Constituição da Servidão de Passagem: uma vez efetuada os procedimentos
descritos nos itens anteriores, será constituída a Servidão de Passagem de
forma amigável;
Formalização da constituição da Servidão de Passagem: firma pelo
proprietário do correspondente instrumento, particular ou escritura pública
conforme ao disposto no artigo 108 do Código Civil Brasileiro, de constituição
de Servidão de Passagem. Averbação do referido instrumento no Cartório de
Registro de Imóveis competente e no Cartório de Títulos e Documentos
competente;
Pagamentos de Compensação: uma vez concluídos de forma definitiva os
procedimentos legais necessários à constituição da Servidão de Passagem,
será efetuado o pagamento da Compensação correspondente.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 61
3. METODOLOGIA
As atividades deste programa consistem basicamente na identificação,
avaliação e instituição de servidão averbada na matrícula dos imóveis afetados ou
atingidos pelo traçado da Linha de Transmissão.
Na etapa de Avaliação de Servidão todos os levantamentos serão realizados
na presença do proprietário ou de seu representante, que deverá apor sua
assinatura de concordância nos respectivos formulários.
Inicialmente será feito um levantamento físico que compreenderá o
levantamento da faixa de servidão em cada propriedade, avaliando solo, culturas,
benfeitorias, etc. Essa avaliação subsidiará o cálculo exato do valores das
indenizações.
As negociações com os proprietários devem ocorrer de forma amigável.
Somente nos casos em que persistir a negativa de alguns deles em outorgar a
servidão, será interposta ação judicial para instituição da servidão para passagem do
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 62
empreendimento. Nessa ocasião, a Declaração de Utilidade Pública deverá ser
utilizada para resolver o impasse.
4. PÚBLICO ALVO
Como público alvo do programa serão os proprietários dos imóveis rurais
afetados pelo empreendimento e arrendatários, posseiros, moradores, ou detentores
de bens afetados.
Instituições Envolvidas
Tabelionatos e Cartórios de Registro de Imóveis, prefeituras e outros órgãos
municipais e ou federais existentes nos municípios da área de abrangência do
empreendimento.
5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA
Serão responsáveis pela implantação deste Programa o empreendedor e
seus respectivos procuradores contratados.
.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 63
6. CRONOGRAMA
Programa de Indenização Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Autorização de passagem
Cadastro Documental
Abertura de processo
Levantamentos Físicos
Pesquisa de preço
Constituição da servidão de
passagem
Pagamento das
indenizações
Início da Instalação Término da Instalação
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 64
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA
FLORA E FAUNA
SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA E FLORA
SUBPROGRAMA DE AFUGENTAMENTO DA FAUNA
SUBPROGRAMA DE RESGATE DE GERMOPLASMA
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 65
1.1. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA – PCFF
O Programa de Conservação da Flora e Fauna, a ser implantado durante as
atividades de instalação da LT 230 kV SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu
Martins, está subdividido em três subprogramas, sendo eles: Subprograma de
Monitoramento da Fauna e Flora (PMFF), Subprograma de Afugentamento de
Fauna (PAF) e Subprograma de Resgate de Germoplasma (PRG). Esses
subprogramas, incluindo seus cronogramas, estão intimamente ligados ao Plano de
Supressão da Vegetação, sobretudo para os subprogramas de Afugentamento de
Fauna e Resgate de Germoplasma, sendo considerados indispensáveis no que diz
respeito às medidas de mitigação dos impactos ambientes inerentes à supressão da
vegetação.
1.1.1. Subprograma de Monitoramento da Fauna e da Flora – PMFF
O Programa de Monitoramento da Fauna e da Flora - PMFF é de extrema
importância para se identificar e acompanhar os aspectos ambientais relacionados à
flora e fauna terrestre na área de influência da LT 230 kV SE Gilbués - SE Bom
Jesus – SE Eliseu Martins, tendo por objetivo a avaliação dos impactos decorrentes
da implantação deste Empreendimento sobre a fauna e flora da região.
Este Programa possibilita a identificação dos efeitos referentes à implantação
do Empreendimento sobre a flora e fauna, além de determinar, através de
tratamentos estatísticos avançados, índices de diversidade, frequência, abundância
relativa e índices de similaridades entre diferentes habitats, dentre outros.
Recomenda-se um total de duas campanhas de campo, uma no período chuvoso e
outra no período de estiagem, a fim de completar um ciclo sazonal da região.
Procedimentos Metodológicos
a) Monitoramento da Flora
Para determinação da composição florística, serão realizadas coletas de
material botânico de espécimes em estágio reprodutivo ao longo da área de
influência do Empreendimento. De cada indivíduo amostrado, serão coletados, no
mínimo, quatro ramos com material reprodutivo (botões, flores e frutos) e/ou
vegetativo (não fértil). A coleta dos espécimes em campo será realizada através da
técnica de caminhamento aleatório, com utilização de GPS para marcação dos
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 66
pontos.
Todo material coletado será descrito em fichas de campo, com informações
referentes à denominação popular, ao hábito de crescimento dos espécimes, à
floração, à frutificação, ao comportamento, aos tipos de ambiente, usos, locais e
datas das coletas. Serão destacadas as espécies consideradas de relevância
econômica (utilidade alimentícia, medicinal, ornamental, etc.) e ecológica (rara,
endêmica, ameaçada de extinção, etc.). As atividades serão documentadas através
de amplo registro fotográfico.
O material botânico coletado será submetido à identificação, após passar pelo
processo de herborização, através de levantamento bibliográfico em obras
especializadas e/ou comparação do material com outros existentes no Herbário
Graziela Barroso - TEGB da Universidade Federal do Piauí – UFPI, onde será
incorporado ao acervo do herbário. O sistema de classificação utilizado será
Angiosperm Phylogeny Group III – Sistema APG III. Sendo a classificação das
mesmas conferidas através do banco de dados eletrônico disponível pelo Missouri
Botanical Gardeno.
As espécies amostradas serão inseridas no banco de dados do Programa
Estatístico Mata Nativa 2.06, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa,
para análise da sua composição florística e da diversidade das espécies, através do
índice de Shannon-Weaver. Após análise da composição florística, torna-se possível
caracterizar detalhadamente as diversas formações vegetais encontradas, seu
estado de conservação e regeneração.
Para determinação de estrutura horizontal (densidade absoluta e relativa,
dominância absoluta e relativa, frequência absoluta e relativa, valor de importância
(VI), valor de cobertura (VC)), índices de diversidade (Shannon (H’), Simpson (C),
Pielou (J’)) e índices de similaridades (Jaccard (JS) e Sorensen (SO)) e coeficiente
de mistura de Jentsch (QM) será empregado o método de fitossociologia, obtidas
analisando e confrontando os dados gerados pelo programa Mata Nativa 2.06.
A análise dos parâmetros fitossociológicos permitirá detalhamento da
estrutura horizontal e vertical dos remanescentes florestais, além da dinâmica da
sucessão vegetal.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 67
b) Monitoramento de Mamíferos Não Voadores
As metodologias para os levantamentos mastofaunísticos incluirão busca
ativa, busca direta por vestígios, captura com armadilhas de arame do tipo live traps
e cameras trap (armadilhas fotográficas), além de entrevistas, para mamíferos de
pequeno, médio e grande porte.
c) Monitoramento de Mamíferos Voadores (quirópteros)
A metodologia utilizada para captura das espécies de quirópteros para o
trabalho em questão será através de redes do tipo Mist-Nets, armadas em
ambientes de mata, incluindo bordas, áreas próximas a corpos-d ’água, como
riachos e córregos.
d) Monitoramento de Aves
O levantamento das aves realizar-se-á através de contagem direta,
vocalização e de capturas com redes de náilon (Mist-nets) com 12m de comprimento
por três de altura e malha de 36 mm. Serão utilizadas 10 redes neblina dispostas no
campo de forma linear e contínua (linha de rede) abertas no início da manhã entre
cinco e dez horas e, no final da tarde, das 16h30min às 18h30min horas.
Para determinar a composição da avifauna, o levantamento específico nos
diferentes habitats ocorrerá através da observação direta das espécies ou do
registro da vocalização através de gravador portátil, censo auditivo, binóculo e
caderneta de campo, realizados durante sete dias no período diurno, vespertino e
noturno sem horário pré-estabelecido.
e) Monitoramento da Herpetofauna
Serão utilizados quatro conjuntos de armadilhas adaptadas para anfíbios e
répteis, do tipo pitfall, fixadas por um período de 24 horas durante o período de
permanência na estação, cada constituída de quatro alçapões, dispostos em três
linhas de 5,00m, formando ângulos de 120 graus, partindo de um mesmo ponto
central interligado por uma lona plástica, feitos de baldes de plástico de 60 litros, e
as lonas, fixadas com grampos em estacas de madeira. A Procura Limitada por
tempo (PLT) acontecerá manualmente em locais de acumulação d’água ou não,
dentro da área do empreendimento. As coletas oportunistas aconteceram de forma
aleatória nos deslocamentos realizados durante as atividades em cada estação e
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 68
entre as estações de levantamento.
1.1.2. Subprograma de Afugentamento de Fauna – PAF
O Subprograma de Afugentamento de Fauna apresenta-se como a forma
mais ideia de garantir o mínimo de impacto que venha sofrer a composição
faunística regional durante as atividades de supressão da vegetal para a
implantação da LT 230 kV SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins.
Este subprograma tem como principal objetivo salvaguardar os espécimes da
fauna silvestre encontrado a frente de desmate do presente Empreendimento,
através do afugentamento, além de subsidiar o desenvolvimento de trabalhos
subsequentes para a elaboração de instrumentos de defesa e preservação dos
recursos naturais durante a etapa de instalação do Empreendimento, contribuir com
dados relevantes ao Subprograma de Monitoramento de Fauna e com o
conhecimento da fauna terrestre da região do Empreendimento.
Procedimentos Metodológicos
A metodologia para este subprograma será de monitorar todas as atividades
previstas no plano de desmatamento, tais como corte com utilização de foices,
motosserras e empilhamento da madeira, visando facilitar a localização dos
espécimes, ninhos, vestígios diretos e indiretos de animais silvestres.
A equipe responsável pelo corte realizará, sob supervisão de um profissional
habilitado, uma varredura extensiva de toda a área com a intenção de afugentar a
fauna silvestre. Recomenda-se que essa varredura seja realizada diariamente,
sempre que houver atividades de desmatamento.
Durante as atividades de afugentamento de fauna, a equipe irá vistoriar as árvores
antes da derrubada e orientar os trabalhadores (equipe de supressão de vegetação)
da presença de animais, principalmente os mamíferos arborícolas e ninhos,
orientando-os sobre os cuidados necessários para não ferir ou matar os mesmos. Na
constatação da presença de animais nas árvores, as atividades de desmatamento,
no local, serão temporariamente suspensas até que o técnico da equipe de
acompanhamento tome as providências necessárias para o afugentamento do
animal.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 69
1.1.3. Subprograma de Resgate de Germoplasma – PRG
O Subprograma de Resgate de Germoplasma tem como objetivo principal a
mitigação dos impactos relacionados à perda da cobertura vegetal oriunda da
implantação da LT 230 kV SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins.
Também, como objetivos centrais, o presente subprograma pretende contribuir para
o conhecimento e conservação da flora local, com conservação de espécies
consideradas raras, endêmicas, ameaçadas de extinção, de interesses econômico e
científico, e subsidiar projetos de recuperação de áreas degradadas na região.
Procedimentos Metodológicos
Serão realizadas coletas de material botânico em toda a área onde houver
supressão de vegetação para a implantação do Empreendimento. As áreas alvo de
supressão serão cuidadosamente inspecionadas para a coleta plântulas, espécimes
de epífitas, sementes, além de rizomas, bulbos e raízes.
As espécies prioritárias para o resgate serão aquelas consideradas no EIA como
endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, além de espécies de interesse para a
ciência e para a população (medicinais, ornamentais, frutíferas, dentre outras).
O material botânico será encaminhado para viveiro de produção de mudas,
sendo posteriormente utilizadas para a recuperação de áreas degradadas e, se
possível, doados para alguns municípios inseridos na área de influência do
Empreendimento, incluindo escolas, com o intuito de promover atividades
experimentais com alunos, arborização urbana, dentre outros. O excedente de
material coletado, sobretudo de sementes, será estocado em câmaras de
estocagem.
2. PÚBLICO ALVO
Este Programa tem com público-alvo todos os trabalhadores, técnicos e
demais profissionais, das empresas contratadas, envolvidos nas atividades de
construção do empreendimento.
3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO
A execução dos trabalhos serão efetuados sob a responsabilidade de
profissionais habilitados – Biólogos e Engenheiros Florestais. Será
disponibilizado ART do responsável ou responsáveis pelo programa.
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4. CRONOGRAMA
Legenda: (*) período passível de mudança, conforme dinâmica do plano de avanço da supressão da vegetação.
PBA SUBPROGRAMA ATIVIDADES
PERÍODO DE EXECUÇÃO
ANO
1º 2º
TRIMESTRE
1º 2º 3º 4º 5º 6º
MÊS
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º
Período para a implantação do Empreendimento
Período de supressão da vegetação * Período sem supressão da
vegetação *
Programa de
Conservação
da Flora e
Fauna -
PCFF
Monitoramento da Fauna
e Flora
Execução de atividades de campo
Elaboração de Relatório Parcial
Relatório Final
Afugentamento de Fauna
Execução de atividades de campo
Elaboração de Relatório Parcial
Relatório Final
Resgate de
Germoplasma
Execução de atividades de campo
Elaboração de Relatório Parcial
Produção e manutenção de
mudas
Relatório Final
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PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA
VEGETAÇÃO
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 72
1. INTRODUÇÃO
Para a instalação da Linha de Transmissão em questão, a supressão de
vegetação nativa necessária será a menor possível. Ocorrerá somente em alguns
trechos ao longo do seu traçado, principalmente em função das atividades de
lançamento dos cabos (pilotos e condutores) e, em alguns casos, na implantação
de torres. Será, também, necessário que se obedeça às distâncias mínimas de
segurança entre as copas das árvores e os cabos condutores. Em casos especiais,
poderão ocorrer aberturas de acessos para construção de torres, em áreas
florestadas. Nesses casos isolados, a abertura do acesso se dará, sempre que
possível na faixa de serviço, sem a necessidade de intervenções fora dela.
Como primeira medida de mitigação, os impactos decorrentes da supressão
de vegetação foram minimizados durante a otimização do estudo de traçado
realizado, o qual priorizou a escolha de uma alternativa onde a ocorrência de
interferências com áreas cobertas com vegetação nativa era menor, bem como
foram previstos ajustes pontuais, visando preservar as áreas existentes. Como
segunda medida para a mitigação desses impactos, a supressão de vegetação
para instalação da referida LT seguirá as recomendações da NBR-5422/85, que
estabelece a necessidade de se restringi-la ao mínimo necessário, para a
instalação e operação da linha de transmissão.
A adoção deste Programa atenderá ao Artigo 3º, Parágrafo 1º do Código
Florestal - Lei nº 4.771, o qual dispõe sobre a necessidade de prévia autorização
do Poder Executivo Federal para a supressão, total ou parcial, de florestas de
preservação permanente, para a execução de obras, planos, atividades projetos
de utilidade pública ou interesse social, o que é o caso do
empreendimento em questão.
2. OBJETIVOS
Minimizar a supressão de vegetação por meio do estabelecimento de
técnicas e procedimentos ambientais, a serem adotados durante as atividades de
instalação e através da adoção de medidas de controle e monitoramento eficientes;
Quantificar as áreas de vegetação nativa suprimidas ao longo das atividades
de instalação da LT;
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 73
Estimar o volume do material lenhoso a ser retirado, considerando-se as áreas de
supressão total (faixa de serviço), as áreas de corte seletivo (demais áreas da faixa
de servidão);
Identificar e localizar a ocorrência, na faixa de servidão, de espécimes protegidas
de corte e propor medidas para a sua preservação, quando possível;
Atender aos critérios de segurança para a instalação e operação da LT;
Propor um Programa de Manutenção da Faixa de Servidão, no que se refere ao
componente vegetação e às respectivas distâncias de segurança, a ser
implementado na etapa de operação da LT;
Realizar, concomitantemente com as atividades de supressão de vegetação, o
afugentamento e resgate da fauna diretamente afetada;
Atender à Legislação Ambiental em geral.
Com a realização da caracterização quali-quantitativa da vegetação natural, em
áreas representativas dos diversos ambientes com remanescentes de vegetação
arbórea, grande parte dos três primeiros objetivos listados acima, foram atendidos;
entretanto será realizado o acompanhamento dos cortes e a quantificação do material
lenhoso efetivamente suprimido durante a supressão para alcançar o volume real de
madeira a ser suprimida, uma vez que o impacto será minimizado através da aplicação
dos procedimentos ambientais aqui propostos.
O programa de supressão da vegetação pretende atingir as seguintes
metas:
Realizar o acompanhamento dos cortes durante a supressão, em 100%
(cem por cento) das tipologias florestais diagnosticadas para supressão de
vegetação nativa, ao longo do traçado, visando ao controle do material lenhoso
oriundo das atividades de supressão licenciadas para a instalação da LT.
Solucionar 100% das Não-Conformidades Ambientais, caso ocorram,
principalmente com relação às atividades de supressão de vegetação, consideradas
todas as variáveis de controle e a totalidade das áreas em prazo hábil.
Minimizar o impacto na vegetação afetada através da adoção de técnicas
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 74
de controle ambiental e monitoramento das atividades.
3. BASE LEGAL
Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
Lei nº 4.771 - Institui o Código Florestal Federal, modificado pela Medida
Provisória nº 1.956-50, de 26/5/2000.
Lei nº 7.754, de 14/4/1989 - Estabelece medidas para proteção das
florestas existentes nas nascentes dos rios, e dá outras providências.
Resolução CONAMA nº 002/96 - Compensação Ambiental.
Resolução CONAMA nº 237/97, de 19/12/97 - Licenciamento Ambiental.
Resolução CONAMA nº 303/02, de 20/3/02 - Dispõe sobre parâmetros,
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.
Lei nº 9.605, de 12/2/98 - Crimes Ambientais.
Instrução Normativa IBAMA nº 30, de 31/12/2002 - Disciplina o cálculo do
volume geométrico das árvores em pé, através da equação de volume que
especifica, e dá outras providências.
Portaria IBAMA nº 37-N/92 - Lista oficial de espécies da flora brasileira
ameaçada de extinção.
Norma Técnica da ABNT 5422/85 - Procedimentos para linhas de
transmissão.
4. AÇÕES
As atividades de supressão de vegetação deverão acontecer durante a
limpeza das áreas para a implantação de canteiros de obras e alojamentos,
ampliação e construção de acessos, terraplanagem, limpeza da faixa de servidão,
fundações e aterramento, e montagem de torres ao longo de todo traçado da LT,
conforme estabelecido no cronograma geral da obra. As principais etapas previstas
estão descritas a seguir:
A) Operacionalização
As atividades de supressão da vegetação serão limitadas ao mínimo
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 75
necessário para a instalação e operação seguras da LT, seguindo-se as
recomendações da Norma Técnica Brasileira NBR-5422/85 e obedecendo-se
rigorosamente às Especificações Ambientais vigentes.
Em virtude dos critérios da NBR-5422/85 e da necessidade de
estabelecimento, em alguns casos, de uma faixa de supressão total da vegetação, é
importante que se considere a distinção entre faixa de servidão (ou de domínio) e
faixa de serviço da LT.
Esta última corresponde a uma estreita faixa, de largura variável (prevista
para ter em média 5 a 15 metros nesse empreendimento), utilizada nas atividades que
envolvem, principalmente, o tráfego de veículos e equipamentos, o transporte
de materiais e o lançamento dos cabos. Nessas áreas, em geral, é praticada a
supressão total de indivíduos de porte arbóreo, ao passo que, no restante da
largura da faixa de servidão neste empreendimento será de 40m, é possível efetuar
cortes seletivos (supressões seletivas de indivíduos arbóreos que impeçam a
instalação e a operação segura da LT). Essa supressão pode ser efetuada em
patamares.
A Supressão de Vegetação será iniciada após a emissão da Licença de
Instalação pela SEMAR-PI, sendo de responsabilidade do empreendedor, e se
encerrará somente após a entrega do relatório final dos resultados obtidos, ao
término das atividades.
Seguem as etapas operativas do Programa de Supressão da Vegetação:
Planejamento de atividades
É imprescindível que cada intervenção de potencial impactante seja
cuidadosamente planejada. A equipe ambiental do empreendimento será a
responsável pelo planejamento das operações e elaborará, junto com a
empreiteira, um plano semanal e diário de operações, de acordo com as
facilidades e as eventuais prioridades da obra.
Essa atividade destina-se a orientar as operações de corte, precavendo-se
quanto aos elementos desfavoráveis, o que torna conhecidos os eventuais
obstáculos. A importância desta, reside na mitigação dos impactos decorrentes, das
atividades de remoção da cobertura arbórea sobre as áreas limítrofes do
empreendimento e seu entorno, permitindo um planejamento minucioso das
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 76
alternativas, técnicas e equipamentos de corte a serem empregados. Outra
avaliação de suma importância reside na segurança dos trabalhadores envolvidos em
tal atividade.
Supressão da Vegetação na Faixa de Servidão
A supressão da vegetação será por corte raso sem destoca numa faixa central
nas áreas sem restrição legal de acordo com as diferentes tipologias interceptadas
pelo eixo da LT.
Nas Áreas de Preservação Permanente (Talvegues, Nascentes, Encostas, Mata
Ciliares, etc) e Reservas Legais, a supressão da vegetação ficará restrita a um corte
raso sem destoca com largura máxima de 5,0 metros apenas para passagem do cabo
piloto e equipamentos.
Nas áreas adjacentes ao corte raso, será realizado abate seletivo das árvores
e arbustos que apresentarem as copas a uma distância superior ao raio de ação
dos cabos condutores, também considerando o movimento dos cabos em dias de
fortes ventanias.
A supressão de vegetação será semi-mecanizada, e será efetuado o corte das
arvores que estiverem dentro da área de trabalho, procurando direcionar a queda
das mesmas para o centro da Faixa de Servidão.
As galhadas (galhos finos, grassos e folhas) provenientes da supressão deverão
ser triturados e deixados na própria faixa da Servidão. Contudo, os fustes das árvores
com valor comercial deverão ser enleirados separadamente. Esses fustes deverão
ser seccionados em toras acima de 3,0 metros de comprimento (comprimento
comercial), para facilitar o enleiramento. As arvores, arbustos e galhos grossos que
não tiverem valor comercial serão aproveitados em forma de lenha e seccionados em
aproximadamente 1 m e empilhados ao lado da faixa.
As árvores abatidas nas áreas de supressão seletiva deverão permanecer no
próprio terreno após seccionamento em toras, de forma que não obstruam os cursos
d´água, as vias de acesso ou atrapalhem a operacionalização das etapas
construtivas da Linha de Transmissão. A imagem abaixo ilustra os diferentes tipos
de supressão em relação as tipologias ao longo do traçado.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 77
Figura 3: Largura da Supressão na Faixa de Servidão nas Diferentes Tipologias.
Poderão ser suprimidos 15 m de largura de faixa de servidão na tipologia
Cerrado e Caatinga para as áreas especiais de tensão ecológica e as áreas de
preservação permanentes (APPs) assim como as áreas de reserva legal serão
suprimidos apenas 5 m a céu aberto de largura de faixa de servidão e corte
seletivo até o limite da faixa de servidão, apenas dos indivíduos de grande porte,
que colocam em risco a operação da LT.
Outra operação necessária é a limpeza periódica da faixa de servidão,
cujo objetivo é de reduzir e manter a altura da vegetação em patamar que
possa eliminar possíveis riscos ao sistema de transmissão de energia. Muitas vezes,
esta limpeza é feita mediante o corte raso da vegetação, sendo possível o manejo da
mesma com o corte seletivo em função da altura e distância dos cabos, permitindo a
permanência de árvores de pequeno e médio porte.
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Supressão da Vegetação nas Praças das Torres e de Lançamentos
A supressão da vegetação nas praças de montagem e lançamento de cabos
deverá seguir critérios específicos citados anteriormente. Nessas áreas a supressão
será corte raso e deverão ocorrer do centro para a periferia, sempre conservando as
vegetações rasteiras, para se evitar processos erosivos, retirando apenas as arvores e
arbusto e não usando equipamento motorizado.
O desgalhamento e o desdobro deverão seguir as mesmas orientações do
Plano de Supressão de Vegetação do PBA.
O material proveniente da supressão deverá ser enleirado nas bordas
laterais da faixa de servidão, sendo que as toras de valor comercial e lenha
deverão ser enleiradas separadamente.
As praças das torres terão dimensões máximas de 1.600 m² (40 m x 40
m) para torres estaiadas e 400 m2 (20 m x 20 m) para torres autoportantes, suficiente
para montagem e içamento das torres, trânsito de veículos e transporte de materiais.
A imagem abaixo ilustra a forma como será realizada a supressão nas praças
das torres:
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Figura 4:Forma de Supressão nas Praças das Torres.
Supressão da Vegetação nas Vias de Acesso
Evitar ao máximo e sempre que possível a supressão da vegetação nas
estradas e vias de acesso. As árvores abatidas deverão ser desgalhadas e
desdobradas, como já descritas anteriormente.
Enleirar às margens dos acessos, todo material proveniente da supressão,
sendo que as toras de espécies de interesse comercial deverão ser dispostas
separadamente;
Os resíduos provenientes da supressão que representa um volume de material
expressivo e que coloque em risco a linha de transmissão deverão ser
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 80
removidos da Faixa de Servidão e dispostos em local apropriado.
Casos Especiais
a) Intervenção em Reserva Legal e áreas de preservação
permanente
Em relação às áreas de reserva legal, serão tratadas como tal, apenas as propriedades
cujas matrículas estejam averbadas. Sendo assim para estas áreas, estão previstas a
reposição florestal. Serão reflorestadas novas áreas equivalentes às que foram
suprimidas em regime de reserva legal, utilizando espécies do mesmo bioma onde
ocorreram as supressões.
b) Queima e uso de herbicidas
É terminantemente proibida a utilização de queimadas ou herbicidas como forma
de desmatamento.
Os procedimentos gerais no processo de limpeza durante a supressão da
vegetação
A abertura e a limpeza da faixa de servidão, tanto no que se refere à
supressão total (corte raso) quanto à parcial (corte seletivo), envolve a remoção
de árvores ou material lenhoso. Os procedimentos gerais que vêm sendo
seguidos durante o processo de limpeza são:
(a) Demarcação das áreas
A faixa de servidão bem como aquelas de apoio às obras devem ser
demarcadas e sinalizadas.
(b) Identificação botânica das árvores
Esta atividade deve ser exercida por pessoa de comprovada experiência
em trabalhos dessa natureza.
(c) Procedimentos para corte de vegetação
As operações e etapas a seguir descritas apresentam um conjunto de
recomendações de natureza operacional.
Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 230 kv SE Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins Página 81
(c.1) Avaliação das árvores
Essa atividade destina-se a orientar as operações de corte, precavendo-
se quanto aos elementos desfavoráveis, o que torna conhecidos os
eventuais obstáculos.
(d) Corte de cipós
O corte de cipós é uma operação fundamental para mitigação dos impactos em
áreas onde há uma densidade elevada dessas lianas. A presença dessas
ocasiona muitos problemas às operações de remoção da vegetação, dentre os
quais, destacam-se os danos às árvores do entorno da faixa de servidão e o risco de
acidentes de trabalho. Essa operação deve ser realizada antes do início dos cortes
das arvores. É uma atividade essencialmente manual, entretanto convém salientar a
importância da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) no
resguardo da integridade física do trabalhador.
(e) Planejamento da supressão
Esta atividade buscará identificar a melhor sistemática de trabalho para a supressão,
definindo a forma de trabalho.
(e.1) Operação de corte e retirada da vegetação
Esta atividade pode ser efetuada por métodos mecanizados (tratores para o transporte)
ou semi-mecanizados (motosserra para os cortes).
(f) Procedimentos para o corte com motosserra (semi mecanizados)
Esta atividade requer:
O operador deverá estar legalmente habilitado e treinado conforme a NR 12 para
a operação da motosserra sendo que este equipamento deverá estar
licenciado/autorizado pelo IBAMA.
Verificação, por parte do operador, se a direção de queda recomendada no
planejamento é possível e adequada à minimização dos impactos sobre a
vegetação em torno, além da avaliação sobre riscos de acidentes, por
exemplo, galhos quebrados pendurados na copa, cipós não-seccionados, etc.
Limpeza do tronco a ser cortado, promovendo o corte de cipós e
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arvoretas, além da remoção de eventuais casas de cupins, galhos quebrados
ou outros obstáculos situados próximos à árvore. Deve-se atentar sempre
para a presença de insetos como vespas, abelhas e formigas na área, assim
como para os ofídios venenosos (cobras e serpentes), pois pode provocar
acidentes de natureza grave; Preparação dos caminhos de fuga, por onde a
equipe deve afastar-se no momento da queda da árvore. Esses caminhos
devem ser construídos no sentido contrário ao que a árvore tende a cair. Para
árvores com tronco de boa qualidade (pouco inclinado e sem rachaduras)
e direção natural de queda favorável à operação de arraste, utiliza-se a
técnica padrão de corte. Outras técnicas, classificadas como "cortes
especiais", são utilizadas para as árvores que apresentam, pelo menos,
uma das seguintes características: diâmetro grande, inclinação excessiva,
tendência à rachadura, existência de ocos grandes e direção de queda
desfavorável, conforme Figuras a seguir:
Figura 5:Avaliação da Tendência Natural de Queda da árvore.
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Figura 6:Indicação dos Caminhos de Fuga.
Figura 7:Esquema da técnica de Padrão de Corte
Figura 8: Redirecionamento da queda da Árvore Através da Adoção de Cunha e
Assimetria na Largura da Dobradiça.
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Figura 9: Tifor
Figura 10:Ilustração da Técnica de ancoragem, onde Podem ser Combinadas as Utilizações
de Cunha, de Tirfor e de Assimetria na Largura da Dobradiça.
(g) Cortes especiais
Estas técnicas devem ser empregadas para a mitigação dos impactos da
biota do entorno bem como na prevenção de acidentes. As figuras a seguir
ilustram situações de redirecionamento da queda utilizando: redirecionamento
com cunha, o tifor e técnica de ancoragem com cabos.
Seccionamento e aproveitamento da madeira
Para o seccionamento e melhor aproveitamento da madeira, serão adotados
os seguintes procedimentos:
Os cortes dos troncos serão efetuados próximos ao solo e executados de
forma a resultar numa superfície plana, normal ao eixo longitudinal do caule. Os
cortes executados com ferramentas manuais deverão ser imediatamente acabados.
As árvores com diâmetros maiores que 8 cm deverão ter seus galhos
cortados antes de serem empilhadas.
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O seccionamento será regido pelo uso potencial de cada fuste,
objetivando sempre o aproveitamento mais nobre. A madeira poderá ser usada
como estiva, ou para controlar a erosão.
O comprimento das toras será estabelecido em acordo prévio com os
proprietários das terras, procurando seguir um modelo, para facilitar a cubagem. Os
resíduos (lenha) deverão ter comprimento máximo de 0,60 m e serão agrupados em
pilhas de 1,00 m altura por 2,0 m de comprimento, com o mesmo objetivo. O material
suprimido somente deverá ser cubado após o baldeio/transporte/empilhamento
conforme citado anteriormente, sendo elaborados os laudos florestais de supressão
nessa ocasião.
O material lenhoso a ser aproveitado para uso comercial (serraria) serão
aqueles indivíduos com diâmetros superiores a 0,30 m.
Ao término das atividades, o técnico da área ambiental residente deverá
apresentar ao Órgão Licenciador, um relatório, contendo registro fotográfico das
atividades de supressão de vegetação, volume total atingido e destino final do
material lenhoso.
A forma a ser utilizada para quantificação é a cubagem das pilhas de toras já
traçadas, leiradas às margens da faixa de servidão, antes do baldeio.
Figura 11:Empilhamento de Toras de Madeira. Detalhes dos Tipos de Suporte para Aeração da
madeira Empilhada e Recomendações para Evitar Acidentes.
A matéria vegetal será devidamente ordenada fora da faixa de servidão,
preferencialmente em locais próximos às instalações do proprietário das terras
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atravessadas, ou em outro local determinado pelo empreendedor em comum
acordo com os proprietários.
O material lenhoso não aproveitado na obra, será espalhado de forma
uniforme ao longo da faixa suprimida, de modo a promover um acréscimo de
serrapilheira. O aporte de biomassa via serrapilheira é um dos mais importantes
processos de transferência de nutrientes nos ecossistemas florestais tropicais
(Martins e Rodrigues, 1999).
A manutenção da biomassa abatida in locu mantém os nutrientes na floresta,
não havendo a exportação dos mesmos, posteriormente esse material
será decomposto naturalmente e reintroduzido no ciclo natural. Favorecendo assim
a recomposição do ecossistema afetado.
Segundo ALVARENGA (1995) manter a superfície do solo permanente coberta
por materiais vegetais em fase vegetativa ou como resíduos é, efetivamente, o
manejo recomendado para proteção e conservação do solo. A fim de minimizar a
compactação dos solos, o material lenhoso será disposto uniformemente ao longo da
faixa de supressão, atuaria minimizando o impacto do maquinário utilizado para
construção da linha.
Transporte da madeira
A opção de distribuir uniformemente ao longo da faixa de supressão o
material lenhoso seccionado, a fim de acrescentar matéria orgânica e
acelerar a recuperação da floresta, elimina a necessidade de retirada da madeira e
evita os impactos ambientais promovidos pela retirada desse material.
No entanto caso haja interesse do proprietário sobre o material em questão,
o mesmo estará seccionado, empilhado e disponibilizado à propriedade qual
pertence para que o proprietário faça o aproveitamento dessa madeira da forma
que melhor o convier, desde que respeite a legislação municipal, estadual, e
federal vigente e as exigências do órgão ambiental competente (SEMAR) sendo
aconselhado o destino para benfeitorias dentro da própria propriedade.
Quantificação volumétrica posterior à supressão
A quantificação da vegetação suprimida deverá ser realizada para o controle das
atividades propostas neste Programa. O levantamento desses dados deverá ser
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efetuado no momento após as operações de remoção da vegetação nativa. O
objetivo é avaliar, com rigor, o volume extraído em números exatos, através de
laudos florestais a serem encaminhados posteriormente aos órgãos ambientais.
Cubagem e emissão de laudos
Consiste na medição da pilha (1 x 1 x 1 m), geralmente expressa em uma unidade
denominada ―estéreo (st)‖; contudo, para a determinação do volume de lenha
suprimida, é necessária a obtenção de um fator de cubicação ou de empilhamento.
Para isso, é necessária a cubagem rigorosa das toras, comomencionado
anteriormente, e o estabelecimento da razão entre os volumes, que representa o
índice de conversão do volume global da pilha em volume sólido de lenha. Essa
tarefa será de total responsabilidade do executor da supressão e será fiscalizada
pela Supervisão Ambiental.
Registros fotográficos
Esta atividade visa retratar a supressão ocorrida. Além da imagem, deve conter, no
mínimo: a data, o nome do proprietário, e uma referência do que foi suprimido.
Elaboração do Laudo
A elaboração do laudo técnico florestal deverá ocorrer imediatamente após o
transporte ao local acertado com o proprietário das terras suprimidas, devendo ser
elaborado e revisado e assinado por técnico com competência legal para tal
(incluindo laudo o número do CREA e a ART devidamente paga para o profissional
que realizará a confecção dos laudos durante a atividade).
Monitoramento Ambiental
O monitoramento das atividades de supressão da vegetação e de seus
impactos tem como objetivo detectar riscos, corrigir procedimentos, avaliar as
operações, contabilizar e registrar a supressão, centralizar e proceder à
organização e compilação dos documentos afetos a este projeto e inspecionar as
operações de campo, ou seja, inter-relacionar as suas diversas etapas. Esta atividade
deverá ser de responsabilidade do proposto ambiental da empreiteira, fiscalizado pela
Supervisão Ambiental.
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Acompanhamento e Avaliação Ambiental
A etapa de acompanhamento e avaliação (inspeção ambiental) deverá
garantir que todas as atividades que envolvam intervenções sobre áreas de
vegetação sejam fiscalizadas. O inspetor ambiental deverá participar em turno
integral das atividades de supressão e zelar para que todos os procedimentos
previstos neste documento sejam executados, principalmente o registro das
supressões de vegetação, assinalando o início e término das atividades em cada
trecho. Serão registradas ocorrências de Não-Conformidades Ambientais, que
deverão ser imediatamente informadas ao empreendedor e devidamente
solucionadas no prazo estabelecido.
A equipe de gerenciamento ambiental diretamente envolvida com o
acompanhamento e avaliação, receberá treinamento para fiscalização das
atividades, sendo igualmente responsável pela fiscalização integral da aplicação das
especificações ambientais correspondentes e pela emissão e
acompanhamento da solução das Não-Conformidades Ambientais.
5. PÚBLICO ALVO
O público alvo do Programa é representado pelo empreendedor e o
conjunto de empresas contratadas envolvidas na instalação e operação da LT, os
proprietários de terras na Área de Influência Direta da LT e o órgão licenciador.
6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA
O empreendedor contará com uma equipe da empresa consultora formada
por profissionais qualificados, na função de Inspetor Ambiental, para inspecionar,
orientar e informar os atores do empreendimento sobre as normas e diretrizes
contidas neste Plano.
Coordenador de Meio Ambiente
Esse profissional ficará na sede da empresa responsável pela gestão
ambiental, e deverá possuir experiência na área de Meio Ambiente. Ele será
responsável por garantir que todos os requisitos ambientais previstos no
contrato do empreendedor com o empreiteiro, os Estudos de Impacto Ambiental
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(EIA), assim como a legislação municipal, estadual e nacional, e o conteúdo
deste projeto sejam cumpridos.
Inspetores de Campo
O Inspetor Ambiental será um profissional qualificado, a ser lotado no local
da obra para garantir o cumprimento deste projeto à partir da orientação das equipes
de campo e do fornecimento de informações para o Coordenador de Meio
Ambiente. O inspetor também será responsável por elaborar o fator de
empilhamento para as leiras e confeccionar relatórios técnicos semanais sobre o
desenvolvimento das atividades.
Técnicos da área ambiental qualificados para fiscalizar e acompanhar as
atividades propostas; trabalhadores treinados no uso de equipamentos
específicos, EPIs e ferramentas cortantes.
Será disponibilizado a ART do profissional responsável pelo programa antes do
início das atividades.
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7. CRONOGRAMA
Programa de Supressão da
Vegetação
Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Corte de cipós
Corte raso com motossera
Seccionamento e empilhamento da
madeira
Limpeza da faixa de servidão, áreas
das torres e praças de montagem.
Reaproveitamento da madeira.
Manutenção da faixa de segurança
Relatório de acompanhamento
Relatório final
Início da Instalação Término da Instalação
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PROGRAMA DE PROSPECÇÃO,
RESGATE ARQUEOLÓGICO E
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
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1. INTRODUÇÃO
A pesquisa arqueológica realizada nas áreas de influência da LT 230 kV SE
Gilbués - SE Bom Jesus – SE Eliseu Martins contribuiu para a formação de um
quadro acerca dos estudos sobre as ocupações humanas, em períodos históricos ou
pré-históricos, na região de implantação do empreendimento.
Objetivos
Identificar a extensão, profundidade, diversidade cultural e grau de
preservação dos sítios arqueológicos identificados nas áreas afetadas pela
implantação do empreendimento;
Aprofundar o estudo das ocorrências arqueológicas, tendo em vista o seu
reconhecimento ou não enquanto sítios arqueológicos;
Efetuar atividades de salvamento arqueológico nos sítios selecionados,
através de escavações ou de outros métodos que possam contribuir com
informações sobre a arqueologia e os processos de ocupação nas áreas
afetadas pela implantação do empreendimento;
Contribuir para a ampliação do conhecimento acerca do passado pré-colonial
e histórico da Região Sul do Estado do Piauí, pensando essa inserção,
também, dentro de perspectivas regionais e/ou nacionais.
Metodologia
Metodologia simplificada da pesquisa arqueológica
Levantamento de dados históricos, através do estudo de fontes primarias
e/ou secundárias; levantamento de informações acerca do ambiente, tais
como clima, vegetação, hidrografia, geologia, geomorfologia, topografia,
etc., isto, principalmente por meio do exame de uma documentação
cartográfica, em escalas diversificadas, com o propósito de obter
conhecimento prévio da área a ser trabalhada; levantamento acerca da
produção bibliográfica e/ou técnica em arqueologia, considerando-se as
fontes disponíveis para a(s) área(s) em estudo. Essas informações irão
contribuir para uma contextualização da(s) área(s) e, também, auxiliarão
no planejamento de atividades de campo.
Delimitação de áreas piloto, com tamanho variável – dependendo da
espacialidade da região e do alcance do(s) empreendimento(s) –, para o
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emprego do método de levantamento arqueológico por amostragem
probabilística estratificada (―Sampling‖), que se caracteriza pela realização
de levantamentos de campo em áreas amostrais delimitadas a partir dos
levantamentos anteriores, como forma de abranger diferentes
compartimentos ambientais e/ou áreas de maior potencial arqueológico.
Realização de intervenções de sub-superfície ao longo de toda a Linha de
Transmissão e, nos locais de implantação das torres.
Levantamento de campo assistemático extensivo, isto é, realização de
uma varredura na(s) área(s) através de ―prospecções‖ oportunísticas e
probabilísticas em que serão considerados fatores como, as diferentes
informações da(s) comunidade(s) local(is) acerca de ocorrências de cunho
arqueológico e, lugares específicos com maior acessibilidade e
visualização do solo.
Levantamento através de técnicas invasivas na subsuperfície de sítios
arqueológicos, tais como poços teste e/ou sondagens, com tamanho,
espaçamento e profundidade variáveis de acordo com a tipologia das
evidências arqueológicas.
Configuração de sítios e/ou estruturas em uma planta 2-D, realizada
graficamente em papel milimetrado e em 3-D, realizada em software
especifico.
Coleta de amostras que contenham sílica para datações por
Termoluminescência e de amostras para datação por C14, isto, quando a
tipologia do material for insuficiente para inferir uma cronologia e/ou
tipologia do grupo humano e dentro dos limites/prazos de execução do
projeto.
Documentação dos procedimentos de campo e de laboratório através de
fotografias e/ou filmagens.
Coleta e acondicionamento de materiais arqueológicos em campo e
curadoria técnica destes em laboratório e/ou reserva técnica.
Análises laboratoriais que visem identificar as peças quanto a matéria
prima, a tecnologia associada ao(s) processo(s) de elaboração e os
atributos relacionados a(s) forma(s) e ao(s) uso(s) da peça(s).
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Identificação do(s) sítio(s) arqueológico(s) através do preenchimento de
fichas de cadastramento tidas como padrão pelo IPHAN – Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Essas fichas serão anexadas ao
relatório do projeto e atuam, também, de maneira a possibilitar o registro
dos sítios identificados na(s) área(s) do empreendimento no âmbito do
Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do IPHAN.
Realização de escavações arqueológicas que delimitem espaços
amostrais nos sítios arqueológicos identificados na fase anterior para
serem resgatados.
Levantamento topográfico dos sítios arqueológicos a serem resgatados.
Utilização de técnicas de relevè para identificação e coleta de informações
em sítios que contenham arte rupestre.
Coleta de sedimentos, através de colunas testemunho, para análises de
solo encontrado em sítios arqueológicos, quando a estratificação destes
assim o permitir.
Acompanhamento da obra, mitigando ou evitando possíveis impactos ao
patrimônio arqueológico, representado pelos sítios e/ou ocorrências
arqueológicas identificados nas fases anteriores e que não foram
elencados para serem resgatados.
Metodologia simplificada da educação patrimonial
A educação patrimonial, desde a década de 1990, faz parte das ações do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN que vem promovendo
ações educativas com a finalidade de proporcionar uma discussão ampla sobre a
importância do Patrimônio Cultural.
Assim, ao propormos o trabalho de educação patrimonial nesta pesquisa
desejamos articular um diálogo sobre a histórica local, pois acreditamos que a
educação patrimonial pode propiciar uma relação mais efetiva entre a população e
as suas heranças culturais.
A educação patrimonial pode ser aplicada em vários âmbitos, desde unidades
escolares localizadas nas zonas urbana e rural até à associações de moradores, ou
núcleos residenciais, em áreas nos municípios envolvidos no traçado da Linha de
Transmissão.
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A educação patrimonial, como qualquer área que visa a
educação/aprendizagem, trabalha com as capacidades intelectuais dos indivíduos,
através do uso de conceitos e habilidades na vida diária. O reconhecimento do
patrimônio natural cultural em meio ao qual o individuo encontra-se inserido oferece
oportunidades para provocar a curiosidade e estimular a memória e as emoções
sobre o lugar. Desta forma, a educação patrimonial estimula a busca pelo passado,
a compreensão do presente, projetando o futuro.
A materialização das ações de educação patrimonial ocorrerá, entre outros
aspectos, da seguinte maneira:
Observação: exercícios de percepção/ sensorial, por meio de perguntas,
manipulação de objetos, mediação, anotações, dedução, comparação,
jogos de detetive etc.
Registro: desenhos, descrição verbal ou escrita, gráficos, fotografias,
maquetes, mapas e plantas baixas, modelagem etc.
Exploração: análise do problema, levantamento de hipóteses, discussão,
questionamento, avaliação, pesquisa em outras fontes etc.
Apropriação: recriação, releitura, dramatização, interpretação em
diferentes meios de expressão, como a pintura, escultura, drama, dança,
música, poesia, texto, filme e vídeo, exposição.
Destarte, ressaltamos ainda o fato de que uma pesquisa arqueológica
apresenta vários estágios, sejam eles de trabalhos de campo, de laboratório ou de
gabinete. Basicamente, uma pesquisa em arqueologia pode ser perspectivada a
partir da natureza do dado arqueológico e dos objetivos do pesquisador, sendo que
a esses pontos podem ser ligados outros três que são: o planejamento de campo, os
procedimentos de análise e as ilações interpretativas. Desse modo, observamos que
a eficiência de uma pesquisa não está no maior ou menor uso de determinado
conceito, dado ou inferência analítica, mas que ela consiste essencialmente em um
uso bem articulado e paralelo de um arcabouço teórico, de métodos e técnicas que
possam gerar coleções de dados confiáveis e, também, da coerência pertinente às
hipóteses de trabalho formuladas.
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2. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA
Para a realização dos trabalhos de campo: arqueólogos, técnicos arqueólogos
e trabalhadores braçais;
Para realização dos trabalhos em laboratório: estagiários, técnicos em
geoprocessamento, técnicos de laboratório, consultores e arqueólogos de
laboratório.
3. CRONOGRAMA
Programa de Prospecção Arqueológica e Educação Patrimonial
Atividade Meses
1 2 3 4
Atividades de campo – Prospecção
Elaboração das ações de educação patrimonial
Execução das ações de educação patrimonial
Curadoria e acondicionamento dos materiais arqueológicos coletados
Análise dos materiais arqueológicos coletados
Sistematização e análise dos dados coletados
Elaboração do Relatório Final
Entrega do Relatório Final do Programa de Prospecção Arqueológica e
Educação Patrimonial
Programa de Resgate Arqueológico, Educação Patrimonial e
Monitoramento
Atividade Bimestres
1 2 3 4
Atividades de campo – Resgate arqueológico
Elaboração das ações de educação patrimonial
Execução das ações de educação patrimonial
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Curadoria e acondicionamento dos materiais arqueológicos coletados
Análise dos materiais arqueológicos coletados
Sistematização e análise dos dados coletados
Elaboração do Relatório Final
Entrega do Relatório Final do Resgate Arqueológico e da Educação
Patrimonial
Monitoramento arqueológico
Entrega do(s) relatório(s) de monitoramento arqueológico