Potencial Construtivo e Gestão de Resíduos

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    1/29

    MESTRADO PROFISSIONALIZANTE - MAUI

    TRANSFERNCIA DE POTENCIAL CONS-TRUTIVO DE COMPENSAO DO GEREN-CIAMENTO DOS RESDUOS DA CONSTRU-O CIVIL

    PROPOSTA DE MODELO

    Resumo. Nos cinco ltimos anos ovalor dos bens im-

    veis no Brasil aumento mais do que o dobro da inflao.Com base no IPC, que o ndice de inflao, constata-seque em dez anos o valor dos imveis teve um crescimentode 84%. O aumento da procura por imveis no pas incre-mentou as atividades de construo e consequentemente aquantidade de resduos da construo. As construtoras, nasua grande maioria, no fazem o adequado gerenciamentodos resduos oriundos das obras que edificam provocando,deste modo, o aumento do uso e o desperdcio dos recursosnaturais, assim como, a diminuio da capacidade dos ater-ros municipais. Diante do exposto, decidiu-se desenvolvero estudo da transferncia de potencial construtivo calculadocom base no custo do gerenciamento dos resduos de cons-truo, tendo sido realizadas vistas dos canteiros de obras

    e entrevistas de dezessete construtoras do Estado do PR.O modelo desenvolvido na pesquisa indica que factvel atransferncia de potencial construtivo para compensar ado-o da prtica do gerenciamento monitorado dos resduosde construo. O valor da transferncia estimado com basenas informaes coletadas junto as construtoras equiva-lente a 54,85% da rea de construo dos empreendimen-tos analisados na poca dos fatos.

    DR. GEORGES KASKANTZIS NETO

    CURITIBA - JUNHO - 2014

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    2/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    1

    TRANSFERNCIA DE POTENCIAL CONSTRUTIVO DE COMPENSAO DO GE-RENCIAMENTO DOS RESDUOS DA CONSTRUO CIVIL

    Dr. Georges Kaskantzis Neto e MSc. Cristiane BochenekMestrado Profissional Meio Ambiente Urbano e Industrial

    Universidade Federal do Paran, Universidade de Stuttgart, SENAIPRCentro Politcnico, Jardim da Amricas, DEQ/ST/UFPR, CP 19011, Curitiba, Paran, Brasil,

    CEP 81530970,[email protected]

    Resumo. O valor dos imveis no Brasil na ltima dcada aumento mais do que o dobroda inflao. Com base no IPC, que o ndice de inflao, constata-se que nos ltimos dezanos o valor dos imveis teve um crescimento de 84%. O aumento da procura por imveisno pas incrementou as atividades de construo civil, consequentemente a quantidadede resduos da construo civil seguiu o mesmo caminho. As construtoras, na sua grandemaioria, ainda no fazem adequadamente a gesto dos resduos das obras que executam

    causando, deste modo, o aumento do desperdcio dos recursos naturais e diminuio dacapacidade dos aterros municipais. Diante do exposto, decidiu-se desenvolver o estudodos custos de gerenciamento dos principais resduos da construo civil correlacionandoos resultados a cobrana pela transferncia do potencial construtivo, praticada na capitaldo Estado do Paran. O valor da transferncia estimado com base nas informaes cole-tadas junto as construtoras equivalente a 54,85% da rea de construo dos empreen-dimentos analisados na poca dos fatos

    Palavras Chave:

    1. INTRODUO

    medida que aumenta o tamanho das populaes do planeta diminuem as quan-tidades per capita de recursos naturais disponveis no planeta. Esta irreversveltendncia de limitao do uso e ocupao do solo e a melhoria da condio socialda populao tem influenciado o valor dos bens imveis, os quais, em geral, soadquiridos para o uso prprio ou como fonte de renda dos mais abastados. De-pendendo da capacidade administrativa e dos incentivos oferecidos as empresaspelos governos, o crescimento da populao do municpio ultrapassa as estimati-vas realizadas, quando da elaborao do plano diretor requerendo adoo de a-es e medidas extraordinrias para controlar o uso e a ocupao do solo do mu-nicpio. Com este fim, as medidas, geralmente, adotadas so aquelas relativas as

    mudanas das categorias ou zonas de uso do solo.

    A regulamentao das formas de uso e ocupao do solo urbano influncia o valorde mercado dos bens imveis, aumentando ou diminuindo o planejamento e aconstruo de obras civis de diversos portes e categorias. A construo de gran-des obras, como, por exemplo, centros comerciais, condomnios populares e so-fisticados requer a manipulao e uso de grandes quantidades de materiais, taiscomo: areia, cimento, ferro, vidro, plstico, etc.

    Segundo observado por MARTINS (2012), no presente, a quantidade de materiaisque so desperdiados nas obras de construo civil da ordem de 30% do total

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    3/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    2

    efetivamente empregado na construo da obra, indicando a necessidade do ge-renciamento urgente dos resduos das obras de construo, notadamente da re-gio Metropolitana do municpio de Curitiba, do Estado do Paran.

    Visando o incentivo da prtica adequada de gerenciamento dos resduos oriundos

    da construo civil, por parte das construtoras e dos dirigentes, dos municpios doEstado do Paran, desenvolveu-se um modelo matemtico de equivalncia oucompensao financeira para o adequado gerenciamento dos resduos da cons-truo civil com base no valor a ser pago pela transferncia de potencial constru-tivo, o qual emprega o custo bsico da construo civil como mecanismo de atu-alizao do valor da compensao do correto gerenciamento de resduos da cons-truo civil.

    Na primeira seo deste artigo apresentam-se os conceitos e dados do gerencia-mento de resduos da construo civil e aqueles relativos as leis e clculo do valora ser pago para transferncia de potencial construtivo no Municpio de Curitiba.

    Na segunda seo do artigo se encontram descritos a metodologia e material u-sados nesta pesquisa. Na terceira seo do artigo, apresentam-se os critrios a-dotados para elaborao das fichas de coleta dos dados de campo, as quais foramempregadas nas entrevistas dos responsveis das construturas de pequeno, demdio e de grande porte que executam obras de construo na regio de Curitibae que colaboraram com o presente estudo.

    A partir das informaes coletadas nas entrevistas e das caractersticas das obrasde construo civil visitadas nesta pesquisa desenvolveu-se o modelo econom-trico para estimar a disposio apresentada pelos entrevistados da rea de cons-

    truo civil do municpio para receber o benefcio da concesso de potencial cons-trutivo em troca do gerenciamento ambiental dos resduos das obras da constru-o civil que executam.

    Com base no modelo economtrico desenvolvido e adotando a sistemtica de cl-culo do valor da transferncia de potencial construtivo do municpio elaborou-seum modelo de correspondncia do valor financeiro do gerenciamento dos resduosde construo civil e do pagamento de transferncia de potencial construtivo, noqual encontra-se incluso o ndice dos custos bsicos da construo civil a ttulo dacontnua atualizao dos resultados a serem fornecidos pelo modelo na poca emque for adotado.

    2. GERENCIAMENTO DOS RESDUOS DA CONSTRUO CIVIL

    No Municpio de Curitiba, o gerenciamento de resduos de construo e de demo-lio foi regulamentado no ano de 1997 quando foi publicado o Decreto MunicipalN 1120, de 24 de novembro de 1997 (CURITIBA, 1997). No ano de 2004, tambmfoi publicado o Decreto Municipal Curitiba N 1068, de 18 de novembro de 2004,o qual institui o regulamento do plano integrado de gerenciamento de resduos daconstruo civil do Municpio de Curitiba (CURITIBA, 2004).

    No decreto publicado em 2004, encontra-se descrito o plano integrado de geren-ciamento de resduos da construo civil, o qual, por sua vez, formado pelo pro-

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    4/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    3

    grama de gerenciamento de resduos da construo civil e pelos projetos de res-duos da Construo descrito no terceiro artigo da citada regulamentao. A dife-rena do programa e dos projetos quanto a responsabilidade da elaborao a-plicao destes.

    A princpio, o programa de gerenciamento de resduos ou deveria ser de res-ponsabilidade do Municpio, enquanto, os projetos so ou deveriam ser executa-dos pelos geradores dos resduos. Quanto a fiscalizao do atendimento da legis-lao, conforme definido no Art. 135 do plano integrado de gerenciamento de re-sduos de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio ambiental (SMMA),da Secretaria de Defesa Social (SMDS) e Secretaria de Urbanizao de Curitiba(URBS/DIRETRAN).

    O aspecto da legislao considerado de maior interesse neste estudo se encontradescrito no Captulo IXDos incentivos do Decreto 1120, de 24 de novembro de2004. Conforme definido no Art 39 (CURITIBA, 2004 a)

    O Municpio estabelecer mecanismos de incentivos

    para utilizao de agregados reciclados nas obras par-

    ticulares e de reconhecimento de empresas construto-

    ras e de transporte que adotarem prticas adequadas

    para o gerenciamento dos resduos

    Aps a identificao desta possibilidade de compensao na legislao em vigor,decidiu-se desenvolver esta pesquisa visando tornar possvel e vivel economica-mente os mecanismos de incentivo do governo pela adoo das prticas ambien-tais de interesse.

    As atividades da indstria da construo civil so consideradas como importantespara o desenvolvimento econmico e social das noes. Em contrapartida, as taisatividades so tambm responsveis pelo consumo de recurso naturais, impactosambientais adversos, tais como: modificaes das paisagens e, principalmente agerao de resduos (PINTO, 2005).

    No estudo desenvolvido por VIOLIN (2009), encontram-se apresentadas as eta-pas das obras de construo civil, que o autor considerou como aquelas que maisprovocam impactos negativos ao ambiente. As etapas construtivas citadas por Vi-olin so as seguintes: demolio; preparo do terreno; fundao; estrutura. Na de-

    molio de construes devem ser monitoradas as atividades a saber: demoliode coberturas; forro; vigas; pisos; revestimentos; alvenarias; pavimentos; sarjetas;janelas; esquadrias metlicas e remoo de pinturas. Quanto as etapas de funda-o e preparo do terreno as atividades a serem avaliadas so as seguintes: cortede fina capoeira; raspagem e limpeza do terreno; escavaes do solo e de rochas;escavao de vala, construes e muros de arrimo e taludes; escoamentos e dre-nagens.

    Na etapa de estrutura, conforme afirmado por Violin, devero ser monitoradas asatividades, a saber: carga, descarga e transporte de materiais; preparo de formas

    e confeco de armaduras; preparo do concreto; elevadores de carga, instalaode divisrias; confeco e instalao de portas e janelas; assentamento de dutos,

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    5/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    4

    eletrodutos e de conexes; instalao de transformadores e de caixas de entrada;chumbagem e acabamento de estruturas metlicas; lanamentos e aplicaes deconcretos; construo de alvenaria estrutural e outras; execuo de paredes, etc.

    Como afirmado pelos representantes do Sindicato da Indstria da Construo Civil

    do Estado do Paran (SINDUSCON-PR) entrevistados nesta pesquisa, o CustoUnitrio Bsico da Construo Civil (CUB) tem o fim de:

    Determinaro custo global da obra para fins de cum-

    primento do estabelecido na lei de incorporaes e e-

    dificaes habitacionais em condomnios, ressaltando

    que o Custo Unitrio Bsico (CUB) um custo mera-

    mente orientativo para o setor da construo civil, no

    sendo nunca o custo real da obra, pois este s obtido

    atravs de um oramento completo com todas as es-

    pecificaes de cada projeto em estudo ou anlise. No

    entanto, hoje em dia a variao percentual mensal do

    CUB tem servido como mecanismo de reajuste de pre-

    os em contratos de compra de apartamento em cons-

    truo e at mesmo como ndice setorial.

    Os entrevistados do SINDUSCON-PR citaram tambm que o CUB foi estabelecidopela norma tcnica NBR12.721:2006 elaborada pela ABNT - Associao Brasileirade Normas Tcnicas, na qual se encontram definidos os projetos-modelo de casaspopulares, galpes industriais; padres de acabamento e outras caractersticas.O clculo do custo unitrio bsico de construo por metro quadrado definidopelo somatrio dos produtos dos preos e quantidades (massa) dos insumos, para

    cada tipo de especificao, tais como: padro de acabamento, nmero de pavi-mentos e outros. O CUB divulgado at o quinto dia til de cada ms, pelo Sindi-cato da Indstria e da Construo Civil conforme estabelecido na Lei N 4591, de16 de dezembro de 1964.

    3. TRANSFERNCIA DE POTENCIAL CONSTRUTIVO

    Visando a preservao do patrimnio de valor cultural, histrico e arquitetnico doMunicpio de Curitiba, no ano de 1982 foi publicado a Lei Municipal de Curitiba N6.337, de 28 de setembro de 1982. Na Lei Municipal de Curitiba N 11.266, de 16de dezembro de 2004, especificamente, no Art. 65 do Captulo V, encontra-se

    descrito que a transferncia do direito de construir tambm denominada trans-ferncia de potencial construtivo e uma das finalidades a promoo, proteo ea preservao do patrimnio histrico cultural, natural e ambiental.

    Adquirir o potencial construtivo por parte das construturas, em determinadas regi-es definidas pela Lei de Zoneamento de Curitiba, possibilita construir um edifciomais alto ou de maior rea. Em compensao, permite ao poder pblico repassaro recurso financeiro da concesso para obras de interesse social, de valor culturalou preservao do meio ambiente (COPA 2014). Dessa maneira, o potencial cons-trutivo, quando comercializado, transforma-se em cotas que podem ser adquiridaspelas empresas de construo civil para aumentar o tamanho da rea a ser edifi-

    cada ou o nmero de pavimentos, ou, ainda, para ampliao do tico do edifcio

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    6/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    5

    O potencial construtivo definido pela equao (1)

    P = C A (1)Sendo: Pc o potencial construtivo (m2); Ca o coeficiente de aproveitamentopermitido na zona ou setor onde est localizado o imvel cedente; A a rea totaldo terreno cedente (m2).

    O potencial construtivo transfervel, por sua vez, definido pela equao (2)

    P = P VV CC

    1F (2)

    Sendo: Pto potencial construtivo transfervel para o imvel que recebe o poten-cial (m2); Pco potencial construtivo do imvel que cede o potencial; Vmcvalordo metro quadrado do terreno do imvel que cede o potencial; Vmr valor do

    metro quadrado do terreno que recebe o potencial; Crcoeficiente de aproveita-mento da zona ou setor onde est localizado o imvel que recebe o potencial; Cccoeficiente de aproveitamento da zona ou setor que est localizado no imvelque cede o potencial; Fcfator de correo.

    O valor do fator de correo definido de acordo com o tipo de atividade, zona ousetor onde se localiza o terreno que recebe o potencial, aliado a origem do poten-cial construtivo. Assim, o valor do metro quadrado do terreno que cede e recebeo potencial definido pelo Imposto de transmisso inter-vivos de bens imveis.

    A aplicao do conceito da transferncia de potencial construtivo, na cidade deCuritiba, tem facilitado a restaurao de diversas unidades de interesse de pre-servao. Conforme descrito no relatrio da Prefeitura Municipal de Curitiba(2001), o potencial construtivo transfervel na poca da publicao do citado rela-trio era da ordem de 33.953,69 m2, correspondente ao valor de R$ 7.124.000,00.

    Na Tabela 1, podem ser observadas as Unidade de Interesse Especial de Preser-vao, cujos potenciais construtivos a serem concedidos e os valores financeiroseram da ordem dos supracitados.

    Tabela 1. Potencial Concedido e Valor do Restauro de Unidades de Interesse

    Unidade EspecialPotencial

    Concedido (m2)Valor do

    Restauro (R$)Catedral Baslica de Curitiba 6.850,00 1.370.000,00Universidade Federal do Paran 5.200,00 1.040.000,00Sociedade Garibaldi 3,100,00 620.000,00Ministrio Pblico 9.167,98 2.040.000,00Fundao Cultural de Curitiba 2.900,00 580.0000,00Sociedade 13 de maio 1.643,00 272.000,00Reservatrio do So Francisco 2.450,00 490.000,00UPE 2.642,71 712.000,00

    Total 33.953,69 7.124.000,00

    4. METODOLOGIA E MATERIAL

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    7/29

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    8/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    7

    quantidade de respostas nulas apresentadas para a questo relativa a disposioa pagar para a conservao dos recursos naturais, supostamente afetados peladisposio inadequada dos resduos da construo civil, empregou-se o mtodode TOBIT (2001) para obter as constantes do modelo economtrico desenvolvidonesta pesquisa.

    Na ltima etapa da pesquisa, adotando o modelo economtrico elaborado, os da-dos registrados nas visitas das obras, a equao de clculo da transferncia depotencial construtivo e o custo bsico unitrio da construo, estimaram-se os va-lores financeiros da gerao de resduos, dos custos de gerenciamento destes eda compensao de incentivo do gerenciamento dos resduos da construo civil.

    O material utilizado para desenvolver a pesquisa contemplou o combustvel utili-zado na visita das obras de construo avaliadas, uma mquina digital de fotogra-fias, as fichas de entrevista, os programas de computador usados para a organi-

    zao e para o tratamento estatstico das respostas descritas nas fichas de entre-vista, e os materiais requeridos para a edio da dissertao de mestrado elabo-rada pela aluna regular Cristina Bochenek do mestrado profissional Meio Ambi-ente Urbano e Industrial desenvolvido pela Universidade Federal do Paran coma Universidade de Stuttgart da Alemanha e o Servio Nacional de AprendizagemIndustrial do Estado do Paran, entidade da Federao das Indstrias do Estadodo Paran. As fichas de entrevista e alguns dos produtos da pesquisa encontram-se apresentados no anexo deste trabalho. A seguir, apresentam-se a sistemticae os resultados obtidos na etapa de tratamento e anlise dos registros obtidos nasentrevistas e nas demais atividades executadas na pesquisa.

    5. TRATAMENTO DOS DADOS EXPERIMENTAIS

    Na Tabela 3 apresentam-se as peculiaridades das obras de construo civil queforam visitadas nesta pesquisa, bem como, as respostas apresentadas pelos co-laboradores entrevistados. Inicialmente, os dados da Tabela 3 foram organizadose transformados visando a determinao das estatsticas bsicas descritivas, pos-teriormente os pontos de anomalia foram removidos da amostra, tendo sido defi-nidos os trs grupos de variveis a partir das variveis individuais.

    Para transformar as variveis nominais em ordinrias foram atribudos os valores1 para a resposta sim; 0 para a resposta no (ausncia) e -1 para a terceira opo,tendo sido obtidos os valores apresentados na Tabela 4. Aps a transformaodos valores da amostra foram identificados os casos de anomalia. Os grupos devariveis definidos foram os seguintes:

    Grupo de variveis: ambiental: RS1, RS2, RS3, RS5, RC1, RC2, RH1, ME1

    Grupo das variveis: receptores de resduos: RS4, RH2, CR, ME2

    Grupo das variveis: aspectos financeiros: RC1, ME2, ME3, IC1, IC2, IC3

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    9/29

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    10/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgina

    9

    Tabela 4. Variveis qualitativas transformadas a partir das variveis originais visando a construo do modelo economtrico

    Bairro Tempo rea Porte RS1 RS2 RS3 RS4 RS5 RC1 RC2 RH1 RH2 CR ME1 ME2 ME3 IC1 IC2 IC3 DAP

    Mossungue 1672 3200 2 3 3 3 2 2 2 1 2 3 3 1 3 3 3 3 2 0

    gua Verde 760 5100 3 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 2 0

    Vila Izabel 760 3600 3 1 1 1 1 1 1 2 1 1 3 2 3 1 3 3 2 0

    Cristo Rei 758 5186 2 2 1 1 3 2 2 1 2 3 1 1 3 2 3 3 2 0Vila Izabel 699 3743 3 2 2 2 3 2 2 2 2 2 1 2 3 3 2 3 2 5000

    Centro 1583 46927 3 1 1 1 1 2 1 2 3 1 2 2 1 3 3 3 1 0

    Vila Izabel 1034 3251 3 1 2 2 1 1 1 2 3 2 1 2 2 3 1 1 2 2000

    C. Comprido 1279 81000 2 1 2 1 3 1 1 2 3 1 1 2 2 3 3 3 2 1000

    Porto 973 52225 3 3 2 2 3 2 3 2 3 2 1 2 3 3 2 2 2 5000

    Cabral 1126 33879 1 2 1 1 3 1 1 2 3 3 3 2 3 3 2 2 2 2000

    Cabral 699 10036 2 2 3 3 2 2 2 2 2 3 1 2 3 3 3 2 2 2000

    Vista Alegre 761 4670 1 2 3 2 3 2 3 2 3 1 3 2 3 3 3 2 1 3000

    guas Verde 1460 36000 1 3 3 3 3 2 2 2 3 3 3 2 3 3 3 2 2 0

    Capo Raso 822 23486 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 2 3 3 3 3 2 0

    C. Comprido 760 6084 1 3 3 3 3 2 3 1 3 3 3 2 3 2 2 3 2 0

    Bigorrilho 822 20000 1 1 1 1 1 2 3 2 1 1 3 2 3 3 1 3 2 0

    Porto 1095 68182 3 3 3 2 2 2 1 2 3 3 1 3 3 3 3 2

    0

    Legenda. Tempode construo da obra em horas; reade construo da obra em m2; DAPdisposio a pagar pela conservao dos recursos naturais afetados pelos resduos da construo civil em reais,Porte: Mmdio; Ppequeno; Ggrande.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    11/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    10

    5.1. ESTATSTICAS

    Na tabela 5 apresentam-se as estatsticas das variveis quantitativas numricas con-tnuas. Visando o atendimento da funo densidade normal de distribuio os valoresextremos foram removidos do conjunto de dados e os dados das variveis rea e DAP

    foram transformados com aplicao da funo logaritmo natural. Nas Figuras 13,apresentam-se os histogramas de distribuio de frequncias das variveis adequa-das tempo, rea e DAP, respectivamente.

    Tabela 5. Estatsticas das variveis numricas contnuas do modelo economtrico.

    Estatsticas LN (rea) Tempo LN (DAP)

    N 16 12 7

    Mdia 21.256,56 902,25 7,82

    Erro padro 5.750,80 55,62 0,217

    Desvio padro 23.003,21 192,66 0,575IC (+95%) 33.514,11 1024,66 8,35

    IC (-95%) 8.999,02 779,84 7,29

    Mediana 8427 822 7,60

    Coef. Skewness 1,414 0,731 -0,14

    Coef. Curtose 1,566 - 0,704 -0,39

    Figura 1. Histograma de frequncias dos valores do tempo e da funo densidade

    normal de frequncias representada pela linha da cor vermelha.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    12/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    11

    Figura 2. Histograma de frequncias dos valores da rea em funo da densidadenormal de probabilidade representada pela linha da cor vermelha.

    Figura 3. Histograma de frequncias dos valores do logaritmo natural da varivel

    DAP em relao a curva da funo densidade normal de probabilidades.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    13/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    12

    Analisando as estatsticas das variveis quantitativas contnuas tempo, rea e dapse pode verificar que o tempo de edificao das obras apresenta comportamentosemelhante a funo densidade normal de distribuio, enquanto, as outras duasvariveis se comportam de maneira semelhante a funo da densidade de distri-buio log normal.

    Os resultados dos testes de hipteses, quanto as normalidades das distribuiesdos valores experimentais se encontram apresentados na Tabela 6.

    Tabela 6. Resultados dos testes de hipteses das variveis contnuas do modeloVarivel Teste de Hiptese Resultado Concluso

    Tempo Shapiro-WilkW = 0,887

    Prob < W = 0,108Aceitar Ho

    LN (rea) KolmogorovD = 0,194

    Prob > S = 0,106Aceitar Ho

    LN (DAP) Shapiro-Wilk W = 0,902Prob < W = 0,346

    Aceitar Ho

    Hoa amostra proveniente de uma populao cuja distribuio normal.

    No teste de hiptese de Kolmogorov-Smirnov adotam-se como hiptese nula (Ho)de que os dados experimentais seguem uma distribuio normal e como hiptesealternativa (H1) de que os dados no seguem uma distribuio normal. A estats-tica deste teste corresponde a distncia mxima vertical entre as funes de dis-tribuio acumulada de probabilidades, sendo que para o nvel de significncia ()igual a 0,05 e n = 10, D crtico= 0,41.

    Para a varivel LN (rea) o valor da estatstica D = 0,194, como D < D crtico(0,41),a hiptese nula no pode ser rejeitada, isto , com nvel de significncia de 5%,no se pode rejeitar a hiptese de que os dados experimentais da rea de cons-truo so oriundos de uma populao cuja distribuio acumulada de frequncias igual a de Gauss.

    O teste de Shapiro-Wilk, proposto em 1965, baseado na estatstica W, adotandocomo hiptese nula de que a amostra provm de uma populao Normal e ado-tando como hiptese alternativa (H1), de que a amostra no provm de uma po-pulao Normal. Se a estatstica W calculada< W rejeita-se Ho.

    Para a varivel tempo, adotando nvel de significncia de 5% e n = 11, o valor daestatstica W igual a 0,85. Como o valor calculado W > W (0,887), a hiptesenula no pode ser rejeitada, isto , no existem evidncia suficientes para afirmarque os dados experimentais do tempo no provm de uma populao Normal.

    Para a varivel LN (DAP), adotando o nvel de 5% e n = 11, o valor da estatsticaW igual a 0,85. Como o valor calculado W > W (0,902), a hiptese nula nopode ser rejeitada, isto , no existem evidncias suficientes para afirmar que osdados da amostra no so provenientes de uma populao Normal.

    5.1.1. ESTATSTICAS DAS VARIVEIS QUALITATIVAS

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    14/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    13

    O tratamento estatstico das variveis qualitativas foi realizado de forma diferentedaquela descrita para as variveis quantitativas. Foram analisadas apenas as va-riveis transformadas, tendo sido determinadas as distribuies de probabilidadesdos nveis de cada uma das variveis e a matriz de correlao destas. Na Figura4, encontram-se ilustrados o grfico de barras e o mosaico abaixo deste, os quais

    indicam as frequncias de ocorrncias dos nveis da varivel ordinria porte.

    Figura 4. Distribuio de frequncias dos nveis da varivel porteda construtora.

    Considerando que no conjunto de dados analisado existiam variveis que no a-tendiam a funo de distribuio normal de probabilidades, realizou-se o teste noparamtrico de Spearman, visando a identificao das variveis do modelo que,supostamente estariam correlacionadas uma com a outra, Foram analisadas tam-bm as correlaes de dependncia funcional de cada uma das variveis trans-formadas com DAP.

    Inspecionando a figura supracitada se pode constatar que o coeficiente de corre-lao das variveis RS3 e DAP da ordem de 0,7148, indicando que havia forterelao de dependncia funcional entres estas variveis. O resultado da ANOVA

    confirmou a relao funcional entres as variveis do modelo.

    Com os dois mtodos empregados, isto , a matriz de Spearman e ANOVA foramencontradas as variveis qualitativas de interesse que, supostamente exerciam oupoderiam exercer influncia no resultado do modelo economtrico elaborado. Asvariveis consideram relevantes para o modelo foram: RS1; RS2; RS3; RS4; RS5;RC1; RC2; RH1; RH2; ME1; ME2, IC2; porte e rea.

    oportuno citar que as variveis consideradas de interesse, posteriormente foramagrupadas para serem utilizadas na construo do modelo alvo, em razo do limi-tado nmero de dados disponveis para obter os coeficientes da equao do mo-

    delo, isto , o reduzido nmero de respostas DAP apresentadas pelos colabora-dores entrevistados nesta pesquisa.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    15/29

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    16/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgina

    15

    Tabela 8. Valores dos componentes de clculo da transferncia de potencial construtivo oriundo do gerenciamento de resduos da construo.

    BairroTempo(Ano)

    rea(m2)

    Valor daObra

    Valor doMaterial

    Valor dosResduos

    Valor(ObraMaterial)

    Valor(MaterialResduos)

    Mossungue 4,58 3200 R$ 3.628.800,00 R$ 1.594.272,00 R$ 478.281,60 R$ 2.034.528,00 R$ 1.115.990,40

    Vila Izabel 2,83 3251 R$ 3.686.634,00 R$ 1.619.680,71 R$ 485.904,21 R$ 2.066.953,29 R$ 1.133.776,50

    Vila Izabel 2,08 3600 R$ 4.082.400,00 R$ 1.793.556,00 R$ 538.066,80 R$ 2.288.844,00 R$ 1.255.489,20

    Vila Izabel 1,92 3743 R$ 4.244.562,00 R$ 1.864.800,03 R$ 559.440,01 R$ 2.379.761,97 R$ 1.305.360,02Vista Alegre 2,08 4670 R$ 5.295.780,00 R$ 2.326.640,70 R$ 697.992,21 R$ 2.969.139,30 R$ 1.628.648,49

    gua Verde 2,08 5100 R$ 5.783.400,00 R$ 2.540.871,00 R$ 762.261,30 R$ 3.242.529,00 R$ 1.778.609,70

    Cristo Rei 2,08 5186 R$ 5.880.924,00 R$ 2.583.717,06 R$ 775.115,12 R$ 3.297.206,94 R$ 1.808.601,94

    C. Comprido 2,08 6084 R$ 6.899.256,00 R$ 3.031.109,64 R$ 909.332,89 R$ 3.868.146,36 R$ 2.121.776,75

    Porto 3,00 6818 R$ 7.731.612,00 R$ 3.396.795,78 R$ 1.019.038,73 R$ 4.334.816,22 R$ 2.377.757,05

    Cabral 1,92 10036 R$ 11.380.824,00 R$ 5.000.035,56 R$ 1.500.010,67 R$ 6.380.788,44 R$ 3.500.024,89

    Bigorrilho 2,25 20000 R$ 22.680.000,00 R$ 9.964.200,00 R$ 2.989.260,00 R$ 12.715.800,00 R$ 6.974.940,00

    Capo Raso 2,55 23486 R$ 26.633.124,00 R$ 11.700.960,06 R$ 3.510.288,02 R$ 14.932.163,94 R$ 8.190.672,04

    Cabral 3,08 33879 R$ 38.418.786,00 R$ 16.878.856,59 R$ 5.063.656,98 R$ 21.539.929,41 R$ 11.815.199,61

    guas Verde 4,00 36000 R$ 40.824.000,00 R$ 17.935.560,00 R$ 5.380.668,00 R$ 22.888.440,00 R$ 12.554.892,00

    Centro 4,34 46927 R$ 53.215.218,00 R$ 23.379.500,67 R$ 7.013.850,20 R$ 29.835.717,33 R$ 16.365.650,47

    Porto 2,67 52225 R$ 59.223.150,00 R$ 26.019.017,25 R$ 7.805.705,18 R$ 33.204.132,75 R$ 18.213.312,08C. Comprido 3,50 81000 R$ 91.854.000,00 R$ 40.355.010,00 R$ 12.106.503,00 R$ 51.498.990,00 R$ 28.248.507,00

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    17/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    16

    Tabela 9. Resultado do clculo da transferncia de potencial construtivo realizadocom o novo mtodo apresentado neste trabalho.

    Bairrorea

    EquivalenteValor doTerreno

    Valor doTerreno

    PC1Benefcios(%) da reaconstrutiva

    Mossungue 960,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 1750,15 54,69%

    Vila Izabel 975,30 R$ 635,79 R$ 1.162,49 1778,04 54,69%

    Vila Izabel 1080,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 1968,92 54,69%

    Vila Izabel 1122,90 R$ 635,79 R$ 1.162,49 2047,12 54,69%

    Vista Alegre 1401,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 2554,12 54,69%

    gua Verde 1530,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 2789,30 54,69%

    Cristo Rei 1555,80 R$ 635,79 R$ 1.162,49 2836,33 54,69%

    C. Comprido 1825,20 R$ 635,79 R$ 1.162,49 3327,47 54,69%

    Porto 2045,40 R$ 635,79 R$ 1.162,49 3728,91 54,69%

    Cabral 3010,80 R$ 635,79 R$ 1.162,49 5488,90 54,69%

    Bigorrilho 6000,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 10938,42 54,69%

    Capo Raso 7045,80 R$ 635,79 R$ 1.162,49 12844,98 54,69%

    Cabral 10163,70 R$ 635,79 R$ 1.162,49 18529,13 54,69%

    guas Verde 10800,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 19689,15 54,69%

    Centro 14078,10 R$ 635,79 R$ 1.162,49 25665,35 25740,65

    Porto 15667,50 R$ 635,79 R$ 1.162,49 28562,94 28646,74

    C. Comprido 24300,00 R$ 635,79 R$ 1.162,49 44300,59 44430,56

    5.2.1. CLCULO DA TRANSFERNCIA DO POTENCIAL CONSTRUTIVO

    A equao de clculo da transferncia do potencial construtivo definida como;

    P = P VV CC 1F (2)As principais etapas da transferncia do potencial construtivo a partir dos resduosda construo civil so os seguintes:

    1 etapaClculo do valor da obra e do material construtivo

    No caso da obra do Mossungue, fazendo o produto da rea construda e do custoglobal da obra (CUB), obtm-se os valores indicados n quarta coluna da Tabela 8.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    18/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    17

    De maneira semelhante, multiplicando o valor do CUB referente ao custo do ma-terial da obra e o valor da rea de construo, obtm-se o valor do material indi-cado na quinta coluna da Tabela 8.

    Valor da obra = 3200 m

    1.314,46R$m = R$ 3.628,800,00

    Valor do material = 3200 m 498,21 R$m =1.594.272,00

    Valor da obra valor do material = R$ 2.034.528,002 etapaClculo do valor dos resduos da construo.

    O valor financeiro dos resduos da construo adotado neste trabalho foi 30% do

    valor do material de construo.

    Valor do resduos = Valor do material 0,3 = R$ 1.594.272,00 0,3=R$ 478.281,60

    Valor do material valor dos resduos = R$ 1.594.272,00 478.281,00=R$1.115.990,40

    3 etapaClculo do valor dos terrenos

    Os valores financeiros dos terrenos onde esto sendo executados a construo eo gerenciamento dos resduos da construo foram definidos como:

    Valor do terreno da obra = valor da obra valor do material de construorea de construo da obra

    =R$ 2.034.528,00

    3200 m =635,79R$m

    rea do terreno equivalente aos resduos = Valor dos resduosCUB material

    = 478.281,60498,21R$

    R$ m= 960 m

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    19/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    18

    Valor do terreno equivalente

    = valor do material de construo valor dos resduosrea do terreno equivalente aos resduos

    = R$ 1.115.991,00960 m =1.162,49 R$m

    4 etapaClculo dos valores das reas de transferncia do potencial construtivo

    1 Caso

    o O terreno da obra cede o potencial construtivo

    o O terreno equivalente dos resduos recebe o potencial construtivo

    o rea da obra = 3200 m2

    o rea equivalente aos resduos = 960,00 m2

    o Valor do terreno que cede o potencial construtivo = R$ 635,79

    o Valor do terreno que recebe o potencial = R$ 1.162,49

    o Valor da demais variveis do modelo = Cr = Cc = 1/Fc = 1;

    P =3200(m) 635,79

    1162,49,R$ m

    R$ m

    1

    1 1

    1=1750,15 m

    2 Caso

    o O terreno da obra recebe o potencial construtivo

    o O terreno equivalente dos resduos cede o potencial construtivo

    o rea da obra = 3200 m2

    o rea equivalente aos resduos = 960 m2

    o Valor do terreno que recebe o potencial construtivo = R$ 635,79

    o

    Valor do terreno que cede o potencial construtivo = R$ 1.162,49o Valor da demais variveis do modelo = Cr = Cc = 1/Fc = 1;

    P =960(m) 1162,49635,79 R$ mR$ m

    11

    11 =1755,28 m

    Analisando os resultados obtidos nesta etapa do trabalho verifica-se que o geren-ciamento ambiental dos resduos da construo civil resulta ou poder resultar umbenefcio de transferncia potencial construtivo de aproximadamente 1.755,28 m2.Este benefcio aproximadamente a metade (54,85%) da rea de construo da

    obra considera no clculo. Em termos financeiros o benefcio oriundo do gerenci-amento dos resduos da construo civil da ordem de R$ 874.498,10.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    20/29

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    21/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    20

    Figura 5. Local de construo de obra visitado onde no se adotavam as boas

    prticas do gerenciamento ambiental dos resduos que ali eram produzidos.

    Figura 6. Mosaico de fotografias indicando aes de gerenciamento e de reapro-veitamento dos resduos da construo que estava sendo executadas neste local.

    Inspecionando os resultados apresentados na Figura 8 constata-se que as vari-veis independentes assinaladas com a cor laranja atenderam integralmente o va-lor-p, conhecido como nvel descritivo do teste, o qual indica o menor valor do nvelde significncia para o qual rejeita-se a hiptese de que o valor do coeficiente sejaigual a zero

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    22/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    21

    Figura 7. Detalhe do resultado da regresso da varivel HR2 realizada com o pro-grama de computador JMP da SAS. Inspecionando os dados de pode notar que ovalor do coeficiente de determinao da regresso (R2), neste caso era da ordemde 0,11, indicando que essa varivel consegui explicar, cerca de 11% dos valoresda DAP, porm, a regresso das variveis DAP e RH2 no apresentou significn-cia estatstica, pois a estatstica F no atendeu ao critrio do teste de normalidade.

    Figura 8. Resultado do modelo linear generalizado que forneceu os valores iniciasdos coeficientes da equao, posteriormente refinados com o mtodo de TOBIT.Observado a figura, verifica-se este modelo no foi capaz de regredir os adequa-dos coeficientes da varivel HR1 e do coeficiente linear do modelo economtrico.

    . O nvel de significncia adotado neste estudo foi 5%. Se o valor-p for maior doque o nvel de significncia adotado no teste a hiptese nula (Ho) no pode ser

    rejeitada, significando que existe uma chance do valor do coeficiente ser igual a

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    23/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    22

    zero.Na Figura 8 nota-se que os coeficientes assinalados com a cor laranja apre-sentam valor-p menor do que o nvel de significncia estabelecido (0,05), en-quanto, os valores do coeficiente que esto destacados com a cor vermelha aindano atenderam integralmente o critrio do teste, uma vez que, os valores extremosdo intervalo de confiana dos coeficientes regredidos podem determinar valores-

    p maiores do que o nvel de significncia estabelecido para a regresso linear.

    Os coeficientes do modelo foram estimados com o mtodo de TOBIT, cuja equa-o geral definida como:

    y = x + , 1,,N (3)Onde: i N (0, 2); xidenota o vetor (k x 1) das variveis observveis; y* - avarivel dependente; - o coeficiente a ser determinado. Como a varivel ob-servada yi est relacionada com y*, adotaram-se os valores:

    y = {y, se, y > Lx, se, y L (4)O modelo geral do mtodo TOBIT definido como

    Y( X) = Z + Z + ZX + ZX + + ZX (5)Substituindo as variveis independentes de interesse na equao (5) resulta:

    D A P = C + CSR + CRS + CRS + CRS + CHR + CCI + CCI + CPO+ CAREAOnde: DAP a disposio a pagar para a conservao dos recursos naturais,supostamente afetados pela deposio de resduos da construo civil no ambi-ente ($); SR1...5 - so as respostas apresentadas pelos entrevistados para as ques-tes relativas aos resduos da construo civil; HR1 a resposta apresentadapara a questo relativa a qualificao e treinamento dos recursos humanos quefuncionam nas obras de construo; CI1,3so as respostas apresentadas paraas questes relativas aos incentivos econmicos a serem disponibilizados para acompensao dos programas de gerenciamento dos resduos da construo civil;PO porte da empresa que administra a construo da obra; REA a reaedificada do empreendimento (m2); C0, .. nso os coeficientes ajustados das va-riveis independentes do modelo economtrico.

    Os valores dos coeficientes da equao DAP regredidos com o mtodo TOBIT seencontram indicados na Tabela 10. No grfico lustrado na Figura 9, a linha da corvermelha representa o perfil dos valores da disposio a pagar apresentados nasentrevistas, e a linha da cor verde indica os valores da DAP calculados pelo mo-delo economtrico. A linha da cor azul, por sua vez, indica a diferena dos valoresda DAP experimental e terica. Observa-se que o dcimo terceiro ponto do grfico

    o valor do mximo desvio (erro) do modelo desenvolvido. Inspecionando os da-dos descritos na Tabela 10 constata-se que o coeficiente linear do modelo no foi

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    24/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    23

    includo nos resultados significando que este coeficiente no atende os dados ex-perimentais, e que o valor-p da varivel RS4no foi atendido integralmente.

    Tabela 10. Resultados do ajuste dos coeficientes da equao do modelo usandoo mtodo de TOBIT (R2= 0,8756)

    Coeficiente Erro padro Valor - z ProbC1 -1231,214 354,6181 -3,471943 0,0005C2 - 1137,744 259,3889 -4,386246 0,0000C4 611,9196 307,3220 -4,7978 0,0465C5 3401,205 460,6510 7,383476 0,0000C6 - 400,5340 242,7844 -1,649752 0,0990C7 - 682,0379 191,2520 -3,566174 0,0004C8 2470,236 458,4022 5,388796 0,0000C9 - 1304,479 322,9716 -4,038991 0,0001C10 - 0,041556 0,013779 -3,015911 0,0026

    Figura 9. Comparao dos perfis de valores da disposio a pagar (DAP) para a

    conservao dos recursos naturais experimental e daqueles estimados pelo mo-delo economtrico desenvolvido na pesquisa.

    Na Figura 10, encontram-se apresentadas as estatsticas do modelo elaboradocom auxlio da rotina TOBIT. Nesta figura se pode verificar que o valor mdio daDAP obtido do pelo modelo economtrico R$ 1.176, 47, e que o desvio padroem relao mdia do valor DAP R$ 1740,53. Assim, o valor da DAP estimadopelo modelo R$ 1.176,47 R$ 1740,53, significando que o valor da DAP podevariar entre zero e R$ 2.917,00.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    25/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    24

    Figura 10. Estatsticas do modelo economtrico desenvolvido para estimar a DAP.

    Figura 11. Valores do Fator Inflacionrio da Varincia (VIF) que mede a colineari-dade, isto , forte correlao das variveis independentes do modelo (se VIF > 5).

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    26/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    25

    Figura 12. Histograma de distribuio dos resduos, isto, , dos desvios entre osvalores experimentais e calculados pelo modelo da disposio a pagar para a con-servao dos recursos naturais, supostamente afetados pela disposio irregularde resduos da costruo civil no meio ambiente.

    6. CONSIDERAES FINAIS

    Nesta seo, apresentam-se as consideraes a respeito dos resultados obtidoscom o estudo desenvolvido. Os principais produtos derivados deste trabalho forama sistemtica do clculo da transferncia de potencial construtivo visando a com-pensao dos benefcios ambientais provenientes do gerenciamento monitorandodos resduos da construo civil e o modelo economtrico elaborado para estimaro valor da disposio a pagar para conservao dos recursos naturais, suposta-mente afetados pelo lanamento inadequado dos citados resduos no ambiente.

    O clculo preliminar da transferncia do potencial construtivo em funo da prticado gerenciamento ambiental dos resduos da construo foi realizado adotando ocusto unitrio bsico da construo, do ano de 2011. A escolha deste ndice paraconstruir o modelo foi baseada no fato do citado indicador ser ajustado em curtoprazo, praticamente semanal, o que assegura a automtica e contnua atualizaodo valor da transferncia de potencial construtivo no tempo.

    Com base no resultado do clculo da transferncia do potencial construtivo, paraa propriedade do Cabral, cuja rea de construo era de 3200 m2estimou-se queo valor monetrio do benefcio decorrente do gerenciamento dos resduos daconstruo civil da ordem 54,85% da rea de construo considerada no clculoda transferncia de potencial. Assim, conclui-se que o mtodo proposto para com-pensar o gerenciamento dos resduos da construo civil inovador e factvel em

    termos econmicos, devendo beneficiar a natureza e a sociedade em geral.

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    27/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    26

    Quanto ao modelo economtrico desenvolvido os pontos relevantes que merecemcomentrio so o valor estimado pelo modelo para disposio a pagar para a con-servao do meio ambiente, supostamente alterado pelos resduos depositados acu aberto, e as dificuldades enfrentadas para construir o citado modelo.

    O valor mdio da DAP calculado com o modelo economtrico foi da ordem de R$1.176,47, podendo variar, mais ou menos, R$ 1740,73, significando que a DAP aser obtida a partir do modelo elaborado pode variar entre zero e R$ 2.970,20. Almdisso, vale a pena citar que o valor mdio da DAP semelhante ao custo globaldo ndice CUB, significando que o valor mdio da DAP pode ser adotado como abase de clculo do valor da transferncia de potencial construtivo.

    A maior dificuldade enfrentada no desenvolvimento do modelo economtrico foi alimitada quantidade de pontos experimentais, isto , fichas de entrevista da amos-tra investigada. Apesar dos principais critrios de validao do modelo, como, por

    exemplo, a normalidade dos resduos e o ndice inflacionrio da varincia no te-rem sido violados, o desempenho geral do modelo no foi satisfatrio. Outro pontoque tambm merece ser comentado a inadequada incluso de uma terceira op-o de resposta na grande maioria das perguntas da ficha de entrevista. A decisoinfeliz de incluir uma reposta alternativa nas perguntas da ficha de entrevista pre-judicou o tratamento dos dados experimentais e originou desvios, os quais se pro-pagaram, tendo prejudicado os resultados fornecidos pelo modelo economtrico.

    Posto acima, recomenda-se a coleta de um novo e maior conjunto de dados ex-perimentais, visando a construo e a calibrao de uma nova verso do modelo

    economtrico, que seja capaz o suficiente de reproduzir com maior acurcia asobservaes de campo, as quais devero ser obtidas em nmero suficiente paraassegurar o nvel de significncia adotado para investigao do problema em tela.

    REFERNCIAS

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    28/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    27

  • 8/12/2019 Potencial Construtivo e Gesto de Resduos

    29/29

    ---- Dr. Georges Kaskantzis Neto ----

    Pgin

    a

    28