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Grupo I Parte A Lê o texto seguinte com muita atenção. Podes consultar o vocabulário apresentado a seguir ao texto. Era uma vez dois lenhadores que atravessavam a floresta de pinheiros a caminho de casa. Era inverno e uma noite fria e agreste. A neve engrossava sobre o chão e sobre os ramos das árvores. À medida que caminhavam, o gelo mordia os ramos que os ladeavam e, quando chegaram à Torrente da Montanha, esta estava parada no ar pois fora beijada pelo Rei-Gelo. Fazia tanto frio que nem mesmo os animais e as aves percebiam o que estava a acontecer. “Ui!”, rosnou o lobo, coxeando através do mato com o rabo entre as pernas. “Está um tempo insuportável! Como é que o Governo não trata disto?” “Piu! Piu! Piu!”, piaram os pintarroxos. “A velha Terra está morta e embrulharam-na na sua mortalha1 branca.” “A Terra vai-se casar e este é o vestido de noiva”, segredaram as pombas umas às outras. Tinham os pezinhos rosados enregelados, mas acharam que tinham o dever de avaliar a situação de um ponto de vista romântico. “Que disparate!”, resmungou o lobo. “Estou a dizer-lhes que a culpa é do Governo, e se não acreditam em mim, devoro-os a todos já!”. O lobo tinha um espírito prático e nunca lhe faltavam bons argumentos. “Bem, pelo meu lado”, disse o pica-pau, que era um filósofo nato2, “pouco me ralo com grandes teorias explicativas. Se a coisa é assim, é assim, e agora está um frio de rachar!”. E estava um frio de rachar. Os esquilinhos, que viviam dentro do pinheiro mais alto, esfregavam os narizes uns dos outros para se manterem quentes e os coelhos enovelavam-se nas usa toca e não se atreviam a pôr o nariz fora dela. As únicas criaturas que pareciam satisfeitas eram as grandes corujas. Tinham 1/11 Agrupamento de Escolas Santos Simões Ano letivo 2014/2015 FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS – 6ºAno Nome: ___________________________________________ Nº: ___________________Turma : ______ Data: ___/___/___ Professor: Miguel Morais Alves Avaliação: _____________________________ Encarregado de Educação: _______________________________________________________Data: ___/___/___

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Page 1: Português 2

Grupo IParte A

Lê o texto seguinte com muita atenção. Podes consultar o vocabulário apresentado a seguir ao texto.

Era uma vez dois lenhadores que atravessavam a floresta de pinheiros a caminho de casa. Era inverno e uma noite fria e agreste. A neve engrossava sobre o chão e sobre os ramos das árvores. À medida que caminhavam, o gelo mordia os ramos que os ladeavam e, quando chegaram à Torrente da Montanha, esta estava parada no ar pois fora beijada pelo Rei-Gelo.

Fazia tanto frio que nem mesmo os animais e as aves percebiam o que estava a acontecer. “Ui!”, rosnou o lobo, coxeando através do mato com o rabo entre as pernas. “Está um tempo insuportável!

Como é que o Governo não trata disto?”“Piu! Piu! Piu!”, piaram os pintarroxos. “A velha Terra está morta e embrulharam-na na sua mortalha 1

branca.”“A Terra vai-se casar e este é o vestido de noiva”, segredaram as pombas umas às outras. Tinham os pezinhos

rosados enregelados, mas acharam que tinham o dever de avaliar a situação de um ponto de vista romântico.“Que disparate!”, resmungou o lobo. “Estou a dizer-lhes que a culpa é do Governo, e se não acreditam em

mim, devoro-os a todos já!”.O lobo tinha um espírito prático e nunca lhe faltavam bons argumentos.“Bem, pelo meu lado”, disse o pica-pau, que era um filósofo nato2, “pouco me ralo com grandes teorias

explicativas. Se a coisa é assim, é assim, e agora está um frio de rachar!”.E estava um frio de rachar. Os esquilinhos, que viviam dentro do pinheiro mais alto, esfregavam os narizes

uns dos outros para se manterem quentes e os coelhos enovelavam-se nas usa toca e não se atreviam a pôr o nariz fora dela. As únicas criaturas que pareciam satisfeitas eram as grandes corujas. Tinham as penas tesas de geada, mas não se ralavam e giravam os grandes olhos, gritando umas para as outras através da floresta: “Piu! Piu! Piu! Que tempo maravilhoso!”

Os lenhadores avançavam, soprando nos dedos e batendo com as botas cardadas3 na neve fofa. A certa altura enterravam-se num monte de neve profundo e reapareceram tão brancos como os moleiros, quando as rodas moem o trigo. Noutro momento, escorregaram na superfície gelada de um pântano, as ferramentas caíram-lhes dos sacos e eles tiveram que as apanhar e voltar a amarrar tudo. Chegaram a pensar que as tinham perdido e foram tomados de uma grande terror, pois sabiam que a neve é cruel para aqueles que adormecem nos seus braços. Depositaram a sua fé sem São Martinho, que protege todos os viajantes, refizeram os seus passos, caminharam com dificuldade e, por fim, quando chegaram à orla da floresta, viram, lá em baixo, no vale, as luzes da aldeia onde viviam.

Ficaram tão contentes por se sentirem a salvo que riram em voz alta e a terra pareceu-lhes uma flor prateada e a Lua uma flor dourada.

Porém, depois do riso veio a tristeza, pois recordaram a pobreza em que viviam, e um disse ao outro:“Porque estamos nós contentes se a vida é para os ricos enão para pessoas como nós? Melhor fora termos

morrido de frio na floresta ou que alguma fera tivesse caído sobre nós para nos devorar.”

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Agrupamento de Escolas Santos SimõesAno letivo 2014/2015

FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS – 6ºAno

Nome: ___________________________________________ Nº: ___________________Turma : ______

Data: ___/___/___ Professor: Miguel Morais Alves Avaliação:

_____________________________

Encarregado de Educação: _______________________________________________________Data: ___/___/___

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“É verdade”, respondeu o outro, “alguns têm muito e outros não têm nada. A injustiça divide o mundo, nada é distribuído com igualdade exceto o sofrimento.”

Enquanto se queixavam da sua miséria, uma coisa estranha aconteceu. Do céu caiu uma estrela bela e brilhante. Deslizou para um lado do céu, passou pelas outras estrelas e, enquanto eles olhavam siderados 4, pareceu-lhes que caíra por trás de um maciço de salgueiros que se aninhava contra um redil5 a pouca distância dali.

“Há um pote de ouro para quem o encontrar”, exclamaram eles e precipitaram-se para lá, tão desejosos de ouro estavam!”.

Um deles correu mais depressa do que o companheiro e ultrapassou-o e passou os salgueiros e viu-se do outro lado e… ah! Havia realmente uma coisa dourada sobre a neve branca. Aproximou-se a correr e, estacando, pousou sobre ela as mãos. Era uma capa de tecido dourado estranhamente decorada com esferas de toda dobrada. Ele gritou ao seu companheiro que encontrara uma tesouro caído do céu e, assim, que o outro lá chegou, sentaram-se na neve e abriam a capa e dividiram as moedas de ouro. Mas, ai deles, não havia ouro, nem prata, nem mesmo nenhum tesouro, só uma criancinha que dormia.

Oscar Wilde, O Menino-Estrela, Porto Editora.

____________________________VOCABULÁRIO1 mortalha – lençol que envolve um cadáver.2 nato – natural.3 cardados – que já passaram pela carda e que, por isso, estão prontas para ser transformadas em fios.4 siderados – muito perturbados.5 redil – lugar onde se recolhem animais, sobretudo ovelhas e cabras.

Responde ao que te é pedido sobre o texto que acabaste de ler, seguindo as orientações que te são dadas.

1. Assinala com X, de 1.1. a 1.3., a opção que completa a frase de acordo com o sentido do texto.

1.1. A Torrente da Montanha estava suspensa porque

a. a temperatura atmosférica era muito baixa.

b. o gelo mordia os ramos das árvores.

c. o Rei-Gelo era severo.

d. era inverno.

1.2. Os animais e as aves

a. não sabiam o que era o frio.

b. encolhiam-se por causa do frio.

c. nunca tiveram tanto frio como aquele.

d. surpreenderam-se com aquele frio.

1.3. O lobo considerava que

a. devia meter o rabo entre as pernas.

b. o Governo devia solucionar aquele problema.

c. os animais deviam tentar perceber o que se passava.

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d. os animais deviam tentar resolver o problema.

2. Assinala com X a opção correta, de acordo com o sentido do texto que leste.

Que “bom argumento” utilizou o lobo para a convencer os outros animais do seu ponto de vista?

a. O lobo afirmou que a neve era natural naquela época do ano.

b. O lobo explicou pormenorizadamente aquele fenómeno natural.

c. O lobo reafirmou que tudo o que acontecia era culpa do Governo.

d. O lobo disse que se os outros animais o contrariassem ele os devoraria.

3. Consideras que o lobo utilizou um bom argumento? Porquê?

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4. Ao contrário do que afirma o narrador, o pica-pau não era um” filósofo nato” (l 16).

Transcreve do texto a expressão que comprova a afirmação anterior.

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5. Quando caminhavam na neve, os lenhadores ultrapassaram várias dificuldades e tiveram de enfrentar

alguns perigos. O que faziam para se aquecerem?

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6. Assinala as alíneas que contêm informações sobre o que sentiram os lenhadores quando percorriam a

floresta.

a. alegria d. solidão

b. desespero e. terror

c. esperança f. tristeza

7. Repara na frase seguinte:

Os lenhadores “reapareceram tão brancos como os moleiros, quando as rodas moem o trigo.” (ll 25-26)

7.1. Que aspeto apresentavam os moleiros? Porquê?

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7.2. Que recurso expressivo encontras nesta frase?

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Parte B

Lê agora com atenção o texto intitulado “Buracos negros” e responde, de seguida, às questões que te são apresentadas.

8. Qual é o tema do texto que leste? Assinala a resposta correta.

a. A ciência. b. A alimentação. c. A arte. d. A sociedade.

9. Que parte do texto deves consultar para descobrires os materiais de que precisas para realizares a

experiência científica que nele se refere?

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10. Classifica as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), de acordo com o sentido do texto.

a. O x-ato utiliza-se, nesta experiência, para cortar o fundo de um garrafão.

b. Quando se retira a tampa do garrafão, a água que está no seu interior dá voltas fazendo círculos.

c. As tiras de papel que estão no interior do garrafão veem-se muito bem quando se forma o remoinho.

d. Num buraco negro, as estrelas dão voltas em torno de corpos visíveis no universo.

Grupo II

Responde agora ao que te é pedido sobre gramática.

1. Repara nas seguintes palavras: “esquilo”, “pezinhos” e “criancinha”.

1.1.A que classe e subclasse pertencem essas palavras?

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2. Repara na frase seguinte:

Tu e ele estão contentes, mas a vida é para os ricos.

2.1 Escreve a frase de novo, substituindo as palavras assinaladas por um só pronome pessoal.

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3. Considera a seguinte frase:

“A certa altura enterraram-se num monte de neve (…)”.

3.1. Analisa sintaticamente esta frase, completando a tabela.

Sujeito

Predicado

Complemento Obliquo

Modificador

4. Completa as frases com os verbos nos tempos e modos indicados.

a. O aluno que ______ (vir – pretérito perfeito do indicativo) ontem à biblioteca era esperto.

b. Amanhã os alunos do 6º ano _________ (fazer – futuro do indicativo) o exame.

c. Ele _________ (convocar – pretérito mais-que-perfeito do indicativo) todos no gabinete.

d. Quero que tu me _______ (fazer – presente do conjuntivo) um favor.

e. Ele pediu-lhe que lhe ____________ (emprestar – pretérito imperfeito do conjuntivo) o lápis.

f. Assim que a campainha ____________ (tocar – futuro do conjuntivo), vamos almoçar.

g. Eu _________ (andar – condicional) mais depressa se pudesse.

h. Ele não _________ (dizer – condicional) isso se soubesse a verdade.

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5. Assinala com uma cruz (X) as frases em que o constituinte destacado desempenha a função sintática de

modificador.

a. A Joana pediu um livro com amabilidade.

b. A Rita mora em Coimbra.

c. Em silêncio, os alunos ouviram a professora.

d. Ele não gosta de morangos.

6. Preenche a tabela de acordo com o exemplo.

Palavra Prefixo Base Sufixo

infeliz in feliz --------

reler

desfazer

sapateiro

indelicadeza

dentista

7. Associa o verbo destacado em cada uma das frases da coluna A à subclasse a que pertence, indicada na

coluna B.

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Coluna B

1. Verbo principal

2. Verbo copulativo

3. Verbo auxiliar

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Grupo III – Parte A

Imagina a seguinte situação:

A biblioteca da tua escola, a propósito da comemoração do Dia do Livro, decidiu convidar a escritora Alice

Vieira para dar uma palestra.

Redige uma carta que lhe será enviada para solicitar a sua presença, de acordo com as informações que

possuis.

A Carta deve conter:

Formas de tratamento, de saudação e de despedida que se usam para uma figura pública;

Palavras ou expressões que apresentem a vinda do escritor como um acontecimento muito

importante para os alunos;

Indicação precisa do dia, da hora e do local da atividade.

120 a 160 linhas

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Grupo III – Parte B

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Grupo III

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