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5/11/2018 PICHAÃOARTIGO-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/pichacao-artigo-55a233a89fbc5 1/6 PICHAÇÃO: RESISTENCIA CULTURAL ILUSTRANDO A CIDADE Lorrany Moriely Alves Barbosa Universidade Federal de Goias Introdução O artigo em questão tem objetivo de fazer uma analise dos registros gráficos impressos nos muros das cidades, conhecidos como pichação. Entendendo nessa expressão aspectos que vão alem das taxações de vandalismo e poluição visual. A pichação é uma manifestação, feita por uma parcela rechaçada da sociedade, que encontra nos muros uma forma criativa de se comunicar com a cidade, falando para ela sobre seus descontentamentos em relação a sociedade. Cidadãos que procuraram se apropriar simbolicamente de um territorio no qual ele foi colocado as margens. Mais do que vandalismo, a pichação também apresenta indicadores de resistência ao poder hegemônico, contestando o modelo classista da sociedade burguesa. Palavras- chaves: pichação, manifestação , resistência, oposição. Transitando pela cidade sempre vemos alguns grafismos em muros e prédios que  já fazem parte da nossa rotina visual. Grafismo nominados como grafite ou pichação. Um tipo de escrita urbana que usa dos muros da cidade para se expressar. O grafite se impondo através da imagem, e a pichação utilizando da tipografia e da escrita, ambos buscando uma forma de se expressar publicamente. Porem, essa pratica é ilegal e de acordo com a lei ambiental n°9.605 em vigor desde 1998, não existe uma distinção entre grafiteiro e pichador, todos são enquadrados como vândalos. A sociedade também interpreta essa expressão como vandalismo e poluição visual. E o estado, a reprime por ser uma ameaça ao patrimônio histórico e alteração da ordem estética da cidade. Uma maneira de reprimir e marginalizar a expressão social Apesar de hoje a pichação ser considerada uma vertente do grafite, sendo que a origem do grafite é a pichação, irei abordar nesse artigo a pichação, que se difere do grafite na formulação estética, como uma expressão cultural, simbólica, artística e opositora. Essa maneira de se expressar através de registros gráficos está presente em todos os períodos da humanidade, um exemplo são as pinturas rupestres e, até mesmo na Idade Media a pichação já está presente como forma de resistência. No entanto esse tipo de manifestação tem sido reprimida pelo fato de se contrapor e interferir no modelo arquitetônico harmônico das cidades. Ícones carregados de significados, porem a sociedade burguesa não consegue lê- los pois ela está mais preocupada em proibi-los do que interpretá-los. No entanto essa é maneiras que os grupos sociais subalternos encontraram de tornar publica suas opiniões e descontentamentos com o modelo governamental, seletivo, excludente, burgues e consumista. São eles cidadão que tiveram seus direitos humanos corrompidos, alvos de repressão e desigualdade social. Encontraram uma maneira de usar a cidade como meio de comunicação, já que os mecanismo de comunicação do mass media não é conferido a

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PICHAÇÃO: RESISTENCIA CULTURAL ILUSTRANDO A CIDADELorrany Moriely Alves BarbosaUniversidade Federal de Goias

Introdução

O artigo em questão tem objetivo de fazer uma analise dos registros gráficosimpressos nos muros das cidades, conhecidos como pichação. Entendendo nessaexpressão aspectos que vão alem das taxações de vandalismo e poluição visual. Apichação é uma manifestação, feita por uma parcela rechaçada da sociedade, queencontra nos muros uma forma criativa de se comunicar com a cidade, falando para elasobre seus descontentamentos em relação a sociedade. Cidadãos que procuraram se

apropriar simbolicamente de um territorio no qual ele foi colocado as margens. Mais doque vandalismo, a pichação também apresenta indicadores de resistência ao poder hegemônico, contestando o modelo classista da sociedade burguesa.

Palavras- chaves: pichação, manifestação , resistência, oposição.

Transitando pela cidade sempre vemos alguns grafismos em muros e prédios que já fazem parte da nossa rotina visual. Grafismo nominados como grafite ou pichação. Umtipo de escrita urbana que usa dos muros da cidade para se expressar. O grafite seimpondo através da imagem, e a pichação utilizando da tipografia e da escrita, ambosbuscando uma forma de se expressar publicamente.

Porem, essa pratica é ilegal e de acordo com a lei ambiental n°9.605 em vigor desde 1998, não existe uma distinção entre grafiteiro e pichador, todos são enquadradoscomo vândalos. A sociedade também interpreta essa expressão como vandalismo epoluição visual. E o estado, a reprime por ser uma ameaça ao patrimônio histórico ealteração da ordem estética da cidade. Uma maneira de reprimir e marginalizar aexpressão social

Apesar de hoje a pichação ser considerada uma vertente do grafite, sendo que aorigem do grafite é a pichação, irei abordar nesse artigo a pichação, que se difere do

grafite na formulação estética, como uma expressão cultural, simbólica, artística eopositora.Essa maneira de se expressar através de registros gráficos está presente em todos

os períodos da humanidade, um exemplo são as pinturas rupestres e, até mesmo naIdade Media a pichação já está presente como forma de resistência. No entanto esse tipode manifestação tem sido reprimida pelo fato de se contrapor e interferir no modeloarquitetônico harmônico das cidades.

Ícones carregados de significados, porem a sociedade burguesa não consegue lê-los pois ela está mais preocupada em proibi-los do que interpretá-los. No entanto essa émaneiras que os grupos sociais subalternos encontraram de tornar publica suas opiniõese descontentamentos com o modelo governamental, seletivo, excludente, burgues e

consumista. São eles cidadão que tiveram seus direitos humanos corrompidos, alvos derepressão e desigualdade social. Encontraram uma maneira de usar a cidade como meiode comunicação, já que os mecanismo de comunicação do mass media não é conferido a

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eles.Segundo Ramos a pichação é uma “ violação dos padrões culturais pré-

estabelecidos. Indiferentes, alheios, provocadores, questionadores dos momentos políticos sociais e dos espaços da cidades os grafites/pichações são manifestações(...)”(1994, p.55).” A pichação é uma marca de contraposição e descontentamento referentesa exclusão, descriminação e desigualdade social. Percebemos então, que a pichação é

uma manifestação simbólica/ cultural, de resistência, contra-oficialidade, contraformalidade, contra-padronização, contra hegemonia, com conteúdo politico simbólico.

“Os pichadores, por sua vez, parecem ter essa noção muito clara em suas práticas.Eles expressam a necessidade da criação de um outro espaçotempo, que rompe com

o que está posto reivindicam o exercício do direito à diferença e instituem, a partir de encontros edesencontros, situações que lhes permitem uma apropriação diferenciada

dos lugares, espaço-tempo este impedido pelas vicissitudes que circunscrevem asexperiências de urbanidade espera-se dos cidadãos que sigam um conjunto de formalidades e

 procedimentos, que demonstrem boas maneiras no trato com a cidade, ou seja, a prática da pichação está na ordem do impensado!” 

(MARTINS; YABUSHITA, 2006,p. 44)

Compreendemos então que a manifestação dos pichadores é uma maneira transgressorade reivindicar seu direitos e mostrar a sociedade padronização burguesa, que, existempessoas que são excluídas e que pensam de maneira oposta a modernização e aoprogresso. Criam e re-criam elementos simbólicos para falar de suas ideias, contestamde forma criativa e utilizam uma tipografia conceitual, original e sofisticada.

Para Haesbaert em um territorio há um relação de poder, a do poder simbólico e dopoder politico- econômico disciplinar. Os pichadores articulam o contra poder, utilizando

do poder simbólico como resistência ao poder hegemônico. Para resistirao poder, ospichadores necessitam se apropriar de uma forma de poder, pois segundo Foucault pararesistir ao poder éé necessário oser como ele.

“ O espaço visual da cidade se altera, ganha uma outra dimensão pela ação de grupos os indivíduos que por ali passam e imprimem sua marca. O muros vira mural... suporte para manifestação de todos e qualquer 

cidadão” 

(Ramos, 1994, p 43)

A pichação é uma pratica democrática e todos tem acesso a ela,porem arepressão do Estado a pichação é uma forma de questionarmos do que é o espaçopúblico. Se o cidadão que usufrui desse espaço não pode alterá-lo nem reinterpretá-loentão o espaço público não é um lugar que pode ser usado livremente. Assim comovemos na citação Fortuna:

“  pelo que se tornaram objeto de custosas campanhas de limpeza de muros, fachadas de prédios etransportes públicos nas zonas centrais das cidades. Torna-se, deste modo, a contradição entre uma

concepção de espaço público como espaço acessível a todos e sentido de uma crescente privatização econtrole de quem pode e de como se pode usar esse espaço (...).” 

(FORTUNA; SILVA, 2005, p.434)

Outro questionamento é o da liberdade de expressão, não se pode falar e menos aindaescrever o que se pensa, pois o discurso é controlado, organizado e selecionado daforma mais coerente. Então, os pichadores se apropriam de um territorio para afirmarem

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sua presença e atribuir um novo significado ao espaço urbano, que lhe parececontraditório as sua vivencias, percebemos assim, que os pichadores são pessoas comconsciência de sua cidadania.

Um dos maiores incômodos que os pichadores causam as autoridades é quandopicham monumentos históricos. Contudo, o ato de pichar um monumento histórico é umamaneira de se contrapor ao que ele representa, a historia elitista social que sempre

excluiu uma parcela que não tem condições de se adaptar ao modelo burgues. Mas,falando de um país com uma historia de repressão, preconceito racial, desigualdadesocial, existe alguma razão para os pichadores, que são suburbanos, vangloriarem o querepresenta uma historia que fala de progresso? . “Rabiscar” a historia é uma forma detentar reescrever sua historia, pouco conhecida, em cima daquela. Tem também umaintenção de deixar o seu registro como um legado para as próximas gerações, afim deque elas conheçam as historias das opressões. È uma forma de ilustrar a historia de umpovo.

O ato de pichar rompe com os padrões culturais da sociedade burguesa, altera suaordem e a incomoda, alem de ser uma força de resistência. Sendo assim coube aoEstado conferir a pichação um status de vandalismo e marginalizar os adeptos dessa

expressão, pois o Estado exclui de seu sistema quem não está de acordo com ele. ParaCancline a pichação é uma “pratica de libertação”, uma maneira de expressar sua nãoaceitação a repressão.

Se cultura, é um modo de vida de um povo que ocupa um territorio em comum ,criam ideias, linguagem, instrumentos, sentimentos, etc, então, a pichação comoexpressão de um grupo que compartilha da mesma vivencia e mecanismos deresistência, pode ser considerada essa pratica como um fator cultural. Mas também sepensamos no conceito de contra-cultura, que é algo que vai de encontro a cultura,resistindo as instituições impostas, a pichação também pode ser vista como contra-cultura. Assim, percebemos que a pichação, mais do que uma “poluição visual” elaincorpora diversos significados, mas, a sociedade não sabe interpretá-la.

A integrantes da cidade não sabem ler e nem interpretar a cidade que elesmesmos criaram. Por não ser entendida a pichação e categorizada como um expressãofeia e de vandalismo. No entanto a pichação tem um valor maior que tipos e letras.Segundo Gitahy uma das linguagem dos grafismo urbano é a conceitual com aspectos:

“ Subversivo, espontâneo, gratuito, efêmero Discute e denuncia valores sociais, políticos econômicos com muito

humor e ironia Apropria-se do espaço urbano a fim de discutir, recriar e imprimir a

interferência humana na arquitetura da metrópole

Democratiza e desburocratiza a arte, aproximando-a do homem, semdistinção de raça ou de credo Produz em espaço aberto sua galeria urbana, pois os espaços fechados

dos museus e afins são quase sempre inacessíveis.” 

(Gitahy, 1999 p. 18)

Pensando por esse viés a pichação é uma linguagem conceitual de ilustraçãourbana. Algumas formas de expressão da pichação é a tag, tag reto, bomb, Piece, stickerse o throw-up. A tag é a assinatura do pichador, o tag reto é um estilo de grafia original desão paulo, o bomb é um picho rapido e ilegal, geralmente feito a noite, o piece que utiliza3 ou mais cores, os stickers que é uma espécie de adesivo e o throw-up que vem devomito, é uma letra simples e rapida.

Os pichadores utilizam das técnicas rápidas e praticas para imprimir nos muros dacidade suas ideologias. Atuando na maioria das vezes a noite, onde a visibilidade fica

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comprometida, pensando em lugares estratégicos para legitimação dessa manifestação.Se pensada pelo perspectiva artística, a pichadores também podem ser 

classificado como artistas. Vários movimentos artísticos refletiram e romperam com aestética formal da arte, como por exemplo a pop art, alguns deles usando damanifestação artística para despertar outros sentimentos, como por exemplo o incomodo.O incomodo é uma função da arte, o que a pichação causa na sociedade é

principalmente o incomodo. Uma intriga e entender o que está escrito, se aquelas letrassão feias ou enigmáticas. Sendo assim a pichação assim como a arte desperta algumtipo de sentimento em quem a vê. Um conflito entre caos e beleza.

“A arte urbana deve relacionar-se com a paisagem de forma crítica, buscando reverter alguns significados subjacentes aos

espaços urbanos, incorporar novos significados aos existentes e, muitas vezes, apenas pôr em evidencia contradições e conflitos” 

(GARZEDIN,2002, p. 61) 

Pensando na citação de Gardezim,sobre a função da arte urbana a pichaçãoatende aos quesitos da arte urbana. O livro “ttsss : a grande arte da pichação em sãopaulo, brasil”, percebemos que apesar do caráter critico da pichação ser muito maisimportante que o valor estético, os próprios pichadores se consideram artistas. Em umaparodia a musica de Fred 04 “computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro, feitapelos próprios pichadores a conteúdo muda e fica “ pichadores fazem arte, artistas fazemdinheiro. Os pichadores tiveram a competência de universalizar a artes, tornando aacessível para todos, qualquer transeunte da cidade pode se relacionar com seusregistros gráficos. Através de “ttsss” podemos entender de forma mais direta através dacitação dos próprios pichadores a maneira como eles se posicionam diante dessamanifestação, como por exemplo:

“ picho, logo assusto, impressiono e existo no topo invertido a piramide escrota enaturalista”.

E apesar da pichação ser concebida como um ato ilegal, de vandalismo e poluição visual,ela ainda incorpora um caráter positivo e artístico libertador e de resistência como falaHakim bey, em seu livro Caos, terrorismo poético e outros crimes exemplares” fala dapichação como um terrorismo poético:

 Ilustração 1: Essa imagem de um estabelecimento apropriado pelos pichadores nos faz pensar melhor sobre a estética da pichação

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“...faça-o para aquelas pessoas que não perceberão – pelo menos não imediatamente – que aquilo quevocê fez é arte. Evite

categorias artísticas reconhecíveis, evite politicagem, não argumente, não seja sentimental. Seja brutal,vandalize apenas

o que deve ser destruído, faça algo de que as crianças se lembrarão por toda a vida, mas não sejaespontâneo, a menos que

a musa do TP tenha se apossado de você. Vista-se de forma intencional. Deixe um nome falso.Torne-seuma lenda.

O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte como crime, crime como arte...” 

( Hakim Bey, apud Boleta, 1998, p. 10)

A arte em sua evolução já rompeu com as formalidades clássicas. Reformulou aestética, os meio de expressão artística, negou a propria arte, usou do cotidiano comotema e valorizou manifestações artísticas que não eram contempladas. A arte dacontemporaneidade carece formatos mais democráticos e inclusivos. Como diz IvanSudbreck “ a arte é o reflexo social de um povo”, sendo a pichação a manifestação

cultural da existência de grupos específicos, ela se sobressai mais um vez comoexpressão artística.Hoje, nas ruas existe inúmeros grafites e pichações. Em uma sociedade excludente

e individualistas os grupos rechaçados encontraram no espaço público uma forma de“gritar” para sociedade o que ela tapa os ouvidos para não ouvir. Rompendo com osvalores conservadores da sociedade burguesa podemos começar a compreender a ruanão mais como um lugar de vandalismo onde pichadores “enfeiam” a fachada urbana,mas começamos a compreender esse territorio como um museu a céu aberto.

Considerações Finais

A pichação nasce das insatisfações do povo da periferia em relação ao modelogovernamental. È uma forma pacifica de residencia, mas entanto de grande impacto. Umaforma de tornar publica uma opinião que é privada. Vemos também na pichação opotencial criativo dos grupos periféricos, que criam tipografias originais e sofisticados.

Mais do que vândalos, os pichadores, são cidadãos que tem consciência de seusdireitos, que entendem o que é o espaço publico e interage com ele. Deixa nos muros dascidades as marcas de suas historias, uma historia que não encontramos nos livros e nemaprendemos na escola. Criam e re- criam territorios, se apropriando do poder simbólicocomo um contra-poder.

Sendo mais uma forma de expressão iconográfica da historia da humanidade, apichação acontece desde as primeiras civilizações, mas teve o seu estopim na

contemporaneidade. Se tornou hoje alvo de discussão, mas com um discurso aindaequivocado, pelo fato de ser “nova” e pouco compreendida. Contudo, carece a essesgrafismos uma necessidade de interpretação, pois quando coibidos ferem os direitos deexpressão dos cidadãos e utilização do espaço público.

O índice de desigualdade social no seculo XXI é bem significativo, tornando opadrões burgues da sociedade algo inapropriado para esta geração. A sociedade está emconstante mudança adquirindo em cada época novas formulações de manifestaçãocultual, e seus integrantes precisam acompanhar essas mudanças para não haver  julgamentos equivocados sobre determinados aspectos, como o da pichação por exemplo.

A pichação está ligada a sensibilidade em relação ao espaço-territorio, onde ospichadores revelam a cidade a forma como ele a percebe. Eles também mexem comsensibilidade dos transeuntes ao verem aqueles ícones que causam em primeiro umincomodo por sua representação estética.

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Falando da culturalidade dessa manifestação os tags da pichação se constituemcomo um elementos extremamente cultural de um grupo, que cria um escrita propriaformulada a partir de suas percepções, algo que é original e que tem um peso ideológico.Os pichadores encontraram nos muros da cidade um meio de falar da cultura de um povoque não tem direito a voz.

Antes de entendermos o que é a pichação primeiro precisamos entender o contexto

de quem a pratica. Assim começamos a decifrar esses registros gráficos, que a primeiravista parece escrita de um idioma desconhecido. No momento em que se começa ainterpretar a pichação ela passa adquirir um novo significado e passa de vandalismo paraaspecto de manifestação cultural, artística de resistência. Resignificando a existência dografite quando transitarmos pelas ruas não pensamos mais que estamos sendocontaminados pela poluição visual, estamos contemplando um museu a céu aberto.

Referencias

BOLETA. Ttsss... a grande arte de pichação em são paulo, Brasil . São Paulo: Editora do

Bispo, 1998.

CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 4 ed.São Paulo: EdUSP, 2003.

COSTA, Maria Tereza. Grafite e pichação: que comunicação é essa? . Florianopolis. Linha,2008

FORTUNA, C.; SILVA, A. S. A cidade do lado da cultura: espacialidades sociais emodalidades de intermediação cultural . In: SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Aglobalização e as ciências sociais. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2005, pp. 419-474.

GITAHY, Celso. O que é Graffiti. São Paulo: Brasiliense, 1999.

MARTINS, J. B. YABUSHITA, I. J. Ruídos na cidade pichações na cidade de londrina aproximações...Athenea Digital , 9, pp. 19-37, 2006. Disponível em<http://antalya.uab.es/athenea/num9/martins. pdf> Acesso: 20/11/2011

MONDARDO, Marcos Leandos; GOETTERT Jones Dari. Territórios simbólicos e deresistência na cidade: grafias da pichação e do grafite .Ponta grossa. Terra plural. 2008