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A revista do Grupo LET Recursos Humanos News N 0 20 | Março / Abril | 2010 | Ano 4 | www.grupolet.com PERSONAGEM Serginho Groisman (TV Globo – 10 anos de Altas Horas) “Pessoas talentosas são sempre as mais tranquilas e verdadeiras” – Pág. 9 ENTREVISTA Luiz Augusto Costa Leite fala sobre uma década de evolução do RH – Pág. 3 Conheça Joaquim Lauria, um líder empreendedor e os destaques de uma década de sucesso! – Pág. 6 GRUPO LET – 10 ANOS EDIÇÃO ESPECIAL Ainda nesta edição: Uma homenagem ao saudoso Luiz Carlos Campos – Pág. 14

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A revista do Grupo LET Recursos Humanos

NewsN0 20 | Março / Abril | 2010 | Ano 4 | www.grupolet.com

PERSONAGEMSerginho Groisman (TV Globo – 10 anos de Altas Horas)

“Pessoas talentosas são sempre as mais tranquilase verdadeiras” – Pág. 9

ENTREVISTALuiz Augusto

Costa Leite fala sobre

uma década de evolução do RH – Pág. 3

Conheça Joaquim Lauria, um líder empreendedor e os destaques de uma década de sucesso! – Pág. 6

GRUPO LET – 10 ANOSEDIÇÃO ESPECIAL

Ainda nesta edição: Uma homenagem ao saudoso Luiz Carlos Campos – Pág. 14

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Caros leitores,

Uma vez que Joaquim Lauria, nosso Di-retor Executivo, com toda a proprieda-

de, está na capa e na matéria principal desta edição que celebra os 10 anos do Grupo LET Recursos Humanos, fiz um “empréstimo” deste precioso espaço. Primeiro para dizer que em 2005 tive a honra de conhecer Joa-quim Lauria, um profissional, sem nenhum exagero, ético, transparente e inovador. Ho-mem de visão, Lauria expande sua empresa com qualidade e cuidado por suas pessoas. Ele dá o passo certo, no momento preciso, agregando valores ao mercado.

Há quatro anos tenho prazer em estar aqui vestindo a camisa do Grupo LET e há pouco mais de três tenho mais satisfação ainda em oferecer ao Lauria e ao universo da Gestão de Pessoas este presente chamado NEWSLET.

E a presente edição, além do histórico de realizações do Grupo LET, traz uma homenagem espe-cial ao eterno Luiz Carlos Campos, grande companheiro de Lauria em muitas jornadas bem logradas. Brinda também os leitores com uma entrevista para lá de especial com Serginho Groisman, âncora do Altas Horas (TV Globo) e mestre em perceber e externar tendências da juventude. Fomos a São Paulo (SP) para entrevistá-lo.

Muita coisa aconteceu entre 2000 e 2010. Luís Augusto Costa Leite, Coordenador do Comitê de Criação do CONARH 2010, faz uma panorâmica da evolução da área de Recursos Humanos neste período. Tem muito mais para vocês leitores, mas não vou contar. Folheiem, descubram e curtam.

Parabéns Grupo LET, 10 anos de muito sucesso! Que venham muitos outros 10 anos! Boa leitura!

Alexandre PeconickEditor Executivo de NEWSLET

“Grupo LET, prazer em estar com você!”

Expediente

Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial

MatrizCentro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102 Site: http://www.grupolet.com

Escritório São Paulo - Rua James Watt 84, 2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 São Paulo (SP) – Brasil Tels.: (11) 5506-4299/5505-2509

5506-0639

Escritório Curitiba - Avenida Winston Churchill 2.370 sala 406, 4º andar - Pinheirinho Cep: 81150-0050 - Curitiba (PR) – Brasil - Tel.: (41) 3268-1007

Escritório Juiz de Fora (MG) – Rua Fer-nando Lobo 102, sala 804, Ed. Europa Central Tower, Centro – Cep: 30170-131, Juiz de Fora (MG) Brasil Tel.: (32) 3211-5025

Escritório Belo Horizonte (MG) Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807, Centro Cep: 30170-131 Tel.: (31) 3213-2301

Diretor Executivo: Joaquim Lauria

Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria

Revista

Publicação bimestral Março / Abril 2010 Ano 4 – Nº 20 Tiragem 1.500 exemplares

Jornalista responsável (redação e edição): Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) Mtb 17.889 / e-mail para [email protected]

Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected])

Foto da Capa: Army Agency / Renan Monteiro

OPORTuNiDADES: Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet.com/vagas/candidato e boa sorte!

Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717

News

INSTITUCIONAL

EditorialPapo com o leitor

Dicas NewsLet - Livros

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: Alin

e Br

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Antes do Eu Sou – Diálogos com Mooji Qualitymark Editora

Às vezes cômico e tenro, oca-sionalmente severo e sempre amável, o guia aborda uma gama de temas como medo, sofrimen-to, confusão, relacionamentos, práticas espirituais e vida diá-ria. Suas respostas encorajam, desafiam e nunca deixam de iluminar, pois demonstram ser convites resolutos para investigar a natureza do Ser e encontrar a essência da vida e a paz interior.

Dicas de Feedback – A Ferramenta Essencial da Lide-rança, de Bernardo Leite Moreira Qualitymark Editora

Mais do que um espelho, qualquer pro-fissional precisa perceber nos outros quais foram os efeitos provocados por suas ações. Com preciso e correto em-basamento, o autor defende que não há processo de desenvolvimento de Liderança sem que se dêem respostas (ou feedbacks) precisos aos seus inter-locutores. Por isso, aqui serão explica-das todas as nuances não apenas de um bom feedback, bem como daquilo que esta ferramenta pode causar.

Assim é que se faz – Desenvolvimento Pessoal e Profis-sional, de Roberto Vieira Ribeiro Qualitymark Editora

uma espécie de “pacote compor-tamental” de ingredientes para a realização dos sonhos pessoais e profissionais é o mote desta obra excelente para mover o indivíduo a transformar ideias em ações, embora nenhuma motivação real seja externa. O que o autor, coa-ch por excelência, faz é seduzir o leitor a buscar ele mesmo suas respostas. Mergulhe em cada ca-pítulo e boa viagem!

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ENTREVISTA ESPECIAL

NEWSLET – Como foi o cenário econômico e político que tivemos entre 2000 e 2010?

Luís Augusto – A década 2000-2010 se resume no grau de incerteza em que os países e organizações vivem em rela-ção ao futuro. Muitos acontecimentos fizeram com que as empresas tivessem que se replanejar constantemente para sobreviver. As grandes empresas au-mentaram sua autonomia de ação, ocu-pando espaços que, inclusive, antes eram do estado. Veio a ilusão de que o mercado resolveria tudo. Sabemos que não foi bem isso que aconteceu, como demonstrou a recente crise.

NEWSLET – E como isso impacta na Gestão de Pessoas?

Luís Augusto - Muita gente pensa em pessoas do ponto de vista instrumental

ENTREVISTA

LUIz AUGUSTO COSTA LEITE

“2000-2010 - Uma Evolução (ou Revelação?) do RH”

Foto: Arquivo Pessoal

e esquece que cada vez mais a Gestão de Pessoas é definida a partir de um contexto maior do que a própria empre-sa. Em 2004, quando organizamos no Rio de Janeiro o Congresso Mundial de RH colocamos “Sustentabilidade” em pauta recebemos críticas. O passar dos anos comprovou que a Sustentabilida-de será o principal desafio das orga-nizações. Precisamos definir como as organizações se tornam sustentáveis e como RH vai atuar nas organizações no que diz respeito a equilibrar decisões de curto e longo prazo.

NEWSLET – Nesse sentido as deman-das de “Sustentabilidade” ampliaram drasticamente o raio de ação do RH para a sociedade?

Luís Augusto – Sim. A consciência e o envolvimento nas questões de Susten-

tabilidade levaram o RH a transpor as fronteiras da organização e atuar em conjunto com a sociedade. No começo da década, Responsabilidade Social era só filantropia e um tempero de ma-rketing.

NEWSLET – E o quê tipo de maturidade esses acontecimentos trazem ao RH?

Luís Augusto – A grande questão é deixar de ser parceiro, para ser agente do negócio. Ao mesmo tem-po em que RH lutava por um lugar ao sol, era visto pelas lideranças da em-presa como mero suporte. Em 2006, quando o CONARH destacou o tema “RH e Governança Corporativa”, foi a sessão de menor audiência porque a própria área de RH não se enxer-gava a partir da cabeça da governan-ça corporativa.

Analisar a evolução de Recursos Humanos na últi-ma década não é simples. Por isso, convidamos para realizar a tarefa Luís Augusto Costa Leite, Co-

ordenador do Comitê de Criação do CONARH (Congresso Nacional para a Gestão com Pessoas – ABRH - Nacional) e Diretor da Change Consultoria Management, empresa com expertise em identificar visões estratégicas de mer-cado. Representante no Brasil do WiAL (World institute for Action Learning), Luís Augusto deixa claro que, se muito avançaram os gestores de pessoas, há também boa quan-tidade de “dever de casa” a ser feito para se atingir o pa-tamar ideal.

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ENTREVISTA

“A consciência e o envolvimento nas questões

de Sustentabilidade levaram o RH a transpor as fronteiras

da organização”

NEWSLET – Mas não houve evolução nesta visão?

Luís Augusto – Houve, mas não a su-ficiente. um dos débitos que trazemos nesta década é a dificuldade real para se adaptar ao mundo novo. RH, que costuma se achar incompreendido, é que não compreende os outros. Ti-vemos avanços significativos, mas as demandas estão mudando e nós ain-da não nos desfizemos dos modelos mentais antigos. O que não quer dizer que não estejamos contribuindo para transformações nas organizações e na sociedade.

NEWSLET – Sobre as transforma-ções na forma de atuar, o que o RH faz nas empresas em 2010 que ainda não fazia em 2000?

Luís Augusto – Percebe-se em 2010 uma mudança radical. As organizações não podem perder tempo em ativida-des e procedimentos que não lhe se-jam essenciais. Nesse quadro, o cres-cimento da terceirização precisa ser melhor entendido, pois é através dela que RH terá disponibilidade para se transformar. Esta é a grande discussão da virada de década: RH não tem que ficar cuidando de um profissional que está com problema com o seu gestor; não é aí que deve fazer a diferença. RH deve concentrar esforços nas questões de pensamento, estratégia e transposi-ção para as áreas da empresa de mui-tas atividades que eram o seu “feudo”. Para isso, tem que ter convicção, com-petência e munição.

NEWSLET – Fala-se em Tecnologia, mas ainda há na base do ser humano problemas de Educação. Mesmo as-sim, foi ampliada a relação entre Aca-demia e Mercado?

Luís Augusto – Os índices educacio-nais básicos do país melhoram de forma lenta. Fazer Educação é uma

necessidade imediata e indiscutível. As empresas estão sendo forçadas a investimentos maciços e diretos de alto a baixo em Educação, seja por meio de universidades corporativas ou se associando às instituições já exis-tentes. Lifelong Education não é ma-téria acadêmica e nem gerencial. RH precisa saber como materializá-la nas empresas. Ou seja: como transformar o cortador de cana que usa facão em um operador de colheitadeira com co-mandos eletrônicos? O Brasil é isso. uma corrida contra o tempo.

NEWSLET – Mas, afinal, como fica o papel do RH nas empresas?

é “masculino” e “feminino” em termos de gestão. Outra questão complexa é que o processo seletivo valoriza mais o profissional que passou em várias em-presas pouco tempo do que outro que passou em uma empresa muito tempo. O tipo de compromisso entre pessoas e empresas tem que ser repensado por-que o produto final disso não tem sido bom. Conhecimento e capital humano são palavras-chave.

NEWSLET – E os desafios que dizem respeito às relações de trabalhos e as relações sindicais?

Luís Augusto – As entidades sindi-cais não acompanharam os avanços da década e perderam parte de sua representatividade. O gerente da sua empresa passa a ser visto como “pes-soa de confiança”. Com as reduções feitas pelas empresas, as pressões por resultados levam-no a nem sem-pre atender expectativas. Resultado: a qualidade de vida vem caindo. Fo-car em benefícios e salários já não resolve a integração pessoa-trabalho. Outro item que cresceu: o “assédio moral”. As pessoas estão adquirindo consciência de direitos humanos. O alto número de ações sobre assédio moral obriga as organizações a pen-sarem porque isso está acontecendo.

NEWSLET – Para finalizar, fale sobre a mudança comportamental que a Tecnologia tem provocado na hierar-quia das organizações... Luís Augusto - A maneira de se olhar a hierarquia está sendo mudada graças à evolução da tecnologia. A tendência é cada vez maior de que as pessoas se relacionem, fora e dentro da empre-sa, em redes horizontais. Todo mundo passa a ter o poder de influenciar. Essa mudança de relacionamento traz a per-gunta: como vou produzir resultados em rede com menos peso da hierar-quia? Esta é a grande mudança.

Luís Augusto – Dividido em dois pe-daços: o primeiro, com relação aos processos, RH tem responsabilidade no monitoramento, mas não na ope-ração. O segundo é o da consultoria interna. RH deve ser um consultor de seu cliente, seja interno ou externo; deve ser coach, mentor, estar junto aos executivos pensando estrategi-camente. RH deve mudar a empresa junto com seus líderes. Esta década acelerou a visão compartilhada do RH. Só falta explicar para os russos, ou seja, aos CEOs e acionistas, que vamos jogar assim.

NEWSLET – Quê desafios de RH esta década não resolveu?

Luís Augusto – O primeiro é como co-locar diversas gerações convivendo em uma mesma organização. O segundo é o das mulheres que estão se constituin-do na maioria da força de trabalho, mas sem o poder de influência correspon-dente. Vai mudar a concepção do que

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Novidades No

iNstitutoCapaCitare

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ACONTECE

Quase 120 empresas já uti-lizam hoje em todo o país a consultoria dos progra-mas de trainees ofereci-

dos pelo instituto Capacitare – empre-sa parceira do Grupo LET Recursos Humanos. Em 2010 esta ferramenta que realiza recrutamento e seleção incluindo provas on line estará sendo consolidada. Além disso, o Capacita-re aprimorou muito sua capacidade em colocar nas empresas os “estagi-ários de alta performance” por meio das mais modernas tecnologias.

“O retorno sobre a confiança em nosso trabalho tem sido tão grande

que algumas empresas já nos dele-gam a ligação direta com os seus lí-deres, como é o caso da Souza Cruz e da Shell; é interessante saber que os líderes já consideram o programa de estágio como vitais para a competitivi-dade e sustentabilidade de suas orga-nizações”, revela Leyla Nascimento, Diretora do instituto Capacitare, que já tem sua página no Twitter (www.twitter.com/capacitare). “O Twitter é a nossa grande ferramenta de convoca-ção de candidatos”, admite Leyla ao acrescentar que também há página do Capacitare no Orkut. Espera-se para breve o fechamento de parceria com uma empresa de telecomunica-ção. A empreitada vai ampliar o aces-so dos processos seletivos à juventu-

revitaliza são pauloHá uma demanda crescente de ser-

viços em RH na região de São Paulo e o escritório local do Grupo LET tem 15 profissionais gabaritados em aten-der clientes como TV Globo, RGiS, L´Oréal, uCi Cinemas, entre outros. Ao todo são oito na área de recrutamento e seleção e sete em departamento de pessoal; todos sob responsabilidade de Alline Correia. Recentemente foi inaugurado o novo escritório de Vila Carrão (SP). “Em São Paulo há uma di-

de. Explica-se: os estudantes serão convocados por torpedos SMS.

Outra novidade do instituto Capaci-tare neste ano será a abertura de sua filial São Paulo, (dentro das depen-dentes do escritório Grupo LET – São Paulo) prevista para o 2º semestre. “As empresas paulistas sem dúvida irão usufruir muito de nossas ferramentas inovadoras”, assegura a Diretora ao enfatizar que o Capacitare já administra estagiários em quase todos os estados do Brasil. Segundo Leyla, março tem sido um excelente mês para se buscar estágio, especialmente nas área de Ad-ministração; Tecnologia da informação; Engenharias de Produção Eletrônica e Mecânica; e Comunicação, tanto em Publicidade como em Jornalismo.

versidade cada vez maior de níveis de perfis para as vagas dentro das mes-mas empresas e temos cumprido nos-so maior desafio que é o de entender o negócio do cliente e entregar cada vez mais rapidamente as pessoas certas para ele”, destaca Alline, que também enfatiza a parceria local que o escritó-rio LET – São Paulo tem estabelecido com instituições de ensino do porte de uma FGV (Fundação Getúlio Vargas) ou de um iBMEC.

let Foto: Alexandre Peconick

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Candidatos serão convocados via torpedos SMS

Joaquim Lauria, Priscilla Monteiro (2ª da esquerda para a direita) e José Renato Alverca com alguns colaboradores do escritório LET – São Paulo

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6 | Março / Abril | 2010

CAPA

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auria” nomeia uma província do estado de Potenza, norte da itália. Há uma “Comuni-dade Lauria” próxima à re-

gião italiana da Calábria. E um pouco do jeitão italiano acolhedor, com profundo senso de justiça, transpira e inspira Joa-quim Lauria. Aos 63 anos ele dirige com transparência, ética e visão estratégica o Grupo LET Recursos Humanos. No últi-mo dia 16 de março esta consultoria de RH completou sua primeira década.

Nascido no Rio de Janeiro, também em um dia 16 (fevereiro de 1947), Lau-ria viveu a infância e adolescência em um país que sonhava acordado com o crescimento. Dos seus pais ganhou o legado da importância em investir a vida nos estudos. O menino fez primá-rio na Escola Afonso Penna (pública), o antigo ginásio no instituto Lafayette e o científico (nível médio) no Colégio Pedro ii. Depois de prestar o vestibular,

Resumimos alguns passos do Dire-tor Executivo do Grupo LET até a cria-ção desta empresa; fundamentais para entender o conjunto de valores de uma consultoria que tem crescido pelo me-nos 15% a cada 12 meses.

Com apenas 23 anos, Lauria assu-miu grande responsabilidade na GGS indústrias Gráficas, como Analista Sê-nior de Organização e Métodos ao rea-lizar uma reestruturação completa. Era o ano de 1971. E já em 1972 o executivo foi “mordido pelo bichinho do RH” ao sentar-se na cadeira de Gerente de RH da CCPL (indústria de laticínios). “Meu primeiro grande trabalho na CCPL foi o de arrumar, a pedido do presidente, a área de RH, que tinha 130 funcionários, coisa hoje inimaginável; adorei lidar com pessoas, gerando benefícios para elas”, lembra.

Da CCPL, onde ficou por 10 anos, transferiu-se para a Rioquima (mais

ingressou na Faculdade de Arquitetura de Barra do Piraí. De volta ao Rio, como lembra, “não tendo pai rico e nem ar-quiteto”, seguiu a orientação de um amigo e decidiu cursar Administração de Empresas pela SuAM (Centro uni-versitário Augusto Motta).

“Tive a facilidade e a felicidade de fazer estágio no escritório do famoso arquiteto Lúcio Costa com um apren-dizado fantástico em termos de natu-reza e profundidade; mas era difícil o campo de trabalho para um arquite-to”, admite Lauria.

Joaquim Lauria fez ainda pós-gra-duação em Engenharia Econômica na uFRJ (universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1975. No decorrer de sua carreira também concluiu pós-gradu-ação em Recursos Humanos na PuC-RJ em 1980 e em marketing na FGV (Fundação Getúlio Vargas, Botafogo, Rio) no ano de 1983.

A HiSTóRiA de JoAqUim LAURiA, Um LídeR emPReendedoR

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CAPA

rentes. Atendeu e aprendeu com uma diversidade de profissionais. Turbinou seu perfil de líder. “Todos os bons va-lores que aprendi e vivenciei em traba-lhos anteriores trouxe ao Grupo LET Recursos Humanos”, reconhece o exe-cutivo.

Da matriz na Barra da Tijuca aos es-critórios LET ou às unidades locadas em clientes, o tratamento é justo e igua-litário, do auxiliar de limpeza ao gerente administrativo. “Minha porta é aberta a todos que tragam sugestões, angústias e críticas”, informa Lauria, que em 10 anos também aprimorou em larga es-cala a tecnologia de seus processos. “Dispomos de um sistema de folha de pagamento que pouquíssimas empre-sas têm no Brasil”, garante.

A empresa, que em 16 de março de 2000 funcionava em um escritório na

dois) e em seguida para o Banco Bo-avista. Mas foi à frente da Diretoria de Planejamento Estratégico, Recursos Humanos e Administração da Natrom Engenharia que Lauria ganharia experi-ência em negociação sindical. “implan-tamos a área de Qualidade na empresa, tema polêmico nos anos 70; e monta-mos um sindicato patronal, entre outras ações”, revela o executivo. Convidado pela FiESP, Lauria sentou-se à mesa para negociar com os trabalhadores. Entre eles estava o então metalúrgico Luís inácio Lula da Silva. “À mesa con-versando, o Lula era uma pessoa edu-cada, tranquila”, recorda-se Lauria, so-bre o atual Presidente da República.

A experiência valeu muito. Tanto que entre 1984 e 1986 Lauria exerceu a fun-ção de Superintendente de Relações industriais no SERPRO (Serviço Fede-

ral de Processamento de Dados). “Não queria ir de jeito nenhum à época”, reco-nhece, ele, “mas fui convencido por uma pessoa fantástica de RH, o João Marcos (ler depoimento dele em quadro ane-xo)”, conta. Foi feito à época o primeiro acordo coletivo de trabalho pós-regime militar. Era uma fase de abertura de uma empresa formada pelo Ai-5. O desafio consistia em explicar às pessoas do país inteiro que a ditadura tinha terminado.

No ano de 1988, Lauria começou a contribuir na reformulação da Soletur. Cumpriu o desafio não apenas de mul-tiplicar faturamento, como também de dar à gestão de pessoas de uma em-presa do ramo de turismo um caráter mais dinâmico e profissional.

Ao longo de quase quatro décadas, Lauria atuou com estruturas de negó-cio e segmentos completamente dife-

Criação do Grupo LET

16 de março.

Aumenta a demanda de Recrutamento e Seleção,

sobretudo em hotéis.

Criação da área de Comunicação do Grupo LET – em abril. Criação da área de Comunicação do Grupo Let - em abril. E do instituto Capacitare - Em Dezembro.

Consolidação das parcerias com as instituições que

atuam com os PCDs (Profissionais com Deficiência Física).

Vocês Colaboradores, Clientes, Parceiros

e Candidatos escrevem a nossa história.

Criação da Passenger Card, empresa parceira

de cartões de assistência ao viajante.

20002001

20022003

20042005

20062007

20082009

2010

Contrato com a TV Globo e mudança para a Barra da Tijuca.

Abertura dos escritórios São Paulo e Macaé (RJ)

e criação da KL Produções Artísticas.

Diversificação de clientes por vários segmentos de mercado - início da

participação no RH na Praça (ABRH-RJ) – abertura do

escritório em Curitiba (PR).

início da jornada de certificação de qualidade ABNT NBR iSO 9001:2000

- lançamento da revista NEWSLET e estande

Grupo LET no Congresso RH-RiO 2007 (ABRH-RJ).

Expansão para Minas Gerais e início dos

estudos que viabilizem filiais em outros estados.

Passo a passo do GRuPo LET (Liderança, Experiência, Tecnologia):

Colaboradores da matriz do Grupo LET nas áreas de RH (Recursos Humanos) e DP (Departamento de Pessoal)

Março / Abril | 2010 | 7Foto: Alexandre Peconick

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JOãO MARCOS FONSECA PEREiRA, Diretor Regional de RH da TV GLOBO

“Atender bem a um cliente é entender do negócio dele! O Grupo LET faz isto ao nos atender dentro dos prazos, pon-tualidade e qualidade demandados. O programa tem que ir para o ar na hora e minuto programados. Viver este compro-misso é o que o Grupo LET faz sempre que precisamos deles. Nossa cultura de qualidade é muito forte. Fazer direito na primeira vez é importantíssimo! Não temos tempo, nem humor para aceitar erros! O Grupo LET se desdobra para corresponder a esta expectativa.”

ROGERiO OLiVEiRA, Criação de Ambientes e Equipes de Operação de Produção da TV Globo

“O Grupo LET nos dá aquilo que é fun-damental para o bom andamento do nos-so trabalho: garantir aos diversos progra-mas da CGP, profissionais de talento com condições de atender imediatamente ao nosso chamado. Vejo no Grupo LET esta parceria e sinto total confiança no traba-lho. Seus colaboradores atuando junto à nossa área, garantem a tranquilidade de um bom serviço.

RODOLFO SANTOS, Coordenador de Desenvolvimento de Competências da TV GLOBO

“A equipe do Grupo LET é impres-cindível para encontrarmos os melhores talentos a fim de atender as áreas de Produção e Criação da TVG (Central Glo-bo de Produção). Quem imaginaria que poderíamos mudar o perfil dos profissio-nais das equipes de cabelo e maquiagem depois de 40 anos de sucesso? Somente com o apoio deste excelente time con-seguimos formar e contratar “artistas” de cabelo e maquiagem com superior completo. Dessa forma, o Grupo LET nos ajuda a superar os desafios que o High Definition nos trouxe.”

Avenida Nilo Peçanha, Centro do Rio, hoje conta com matriz no Centro Em-presarial do Barra Shopping, na zona oeste carioca e filiais em áreas nobres de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Juiz de Fora; mas já esteve também em Macaé (RJ), Goiânia e Brasília (DF). “A estratégia de abertura de filiais só se justifica se houver demanda consisten-te de negócios nas localidades, ou seja, não nos aventuramos”, justifica Lauria.

O primeiro cliente oficial do Grupo LET (março de 2000) foi a MHC Tecno-logia, do Rio de Janeiro. À equipe se resumia a Lauria, uma psicóloga, um profissional de administrativo e um de departamento de pessoal. Em 10 anos de Grupo LET muita gente já passou por seus computadores e salas de re-crutamento. E o índice de satisfação dos clientes é praticamente 100%. Mais do que isso, clientes como TV GLOBO

e Hotel Sheraton (para citar dois exem-plos) contribuíram, na visão de Lauria, para o up grade dos profissionais LET na medida em que demandaram traba-lhos extremamente desafiadores.

Visão de futuro – Kryssiam Lauria – Diretor Adjunto do Grupo LET

“Vejo cada vez mais o Grupo LET aumentando sua participação no merca-do. Este ano conseguimos dois clientes muito grandes que entraram e trarão um crescimento ao Grupo LET de cerca de 20%, bem alto em relação à média do mercado. Temos como meta sempre dar o passo no momento certo e dar opor-tunidade ao desenvolvimento de nossas pessoas, algumas delas conosco desde a abertura de nossos negócios. Damos prioridade às promoções internas antes de contratar alguém de fora.”

Futuro PromissorKryssiam Lauria acredita que o Grupo LET

tem amplo potencial para seguir crescendo ano após ano, oferecendo

alta qualidade ao mercado

O QUE O GRUpO LET AGREGA

AO SEU NEGóciO?

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CAPA

Colaboradores do Grupo LET das áreas de Tecnologia, Administrativo, Financeiro, Comercial e Recepção

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Março / Abril | 2010 | 9

PERSONAGEM

Muito mais do ser “critica-mente jovem” e poder dizer o que pensa e o que gosta, doa a quem

doer, Serginho Groisman conduz aos 59 anos, um programa de TV que, se não é um educador, como ele mesmo reforça, lança sempre “boas pulgas atrás das orelhas de muita gente”. A exemplo do Grupo LET, o Altas Horas completa em 2010 seus 10 anos e traz aos leitores o presente expresso nas palavras do apaixonado jornalista paulistano que, para o bem de todos, não tem freios na língua. Serginho re-cebeu NEWSLET com simpatia e sim-plicidade em sua redação na TV Globo – São Paulo. Agora sim,...entendemos

porque ele faz de seu programa um autêntico laboratório. Fala garoto!

NEWSLET – o mercado de trabalho está mais plural em termos de faixa de idade. Há desafio nesta necessá-ria convivência?

Serginho Groisman – Não acredito que necessariamente haja conflitos entre gerações, mas isso vai depender de onde acontece o trabalho, qual a natu-reza e os objetivos dele. Coordeno um grupo de 14 pessoas, alguns trabalham comigo há 20 anos, outros há quatro. Existem diferenças de idade, mas isso nunca criou problema. O meu traba-lho, aliás, é direcionado a faixas etárias

muito distintas. Quando estamos traba-lhando o foco é comum. No caso de um programa de TV, que depende do que está acontecendo, musicalmente, por exemplo, os mais jovens têm um gosto diferente dos outros. Mas isso apenas soma, não divide.

NEWSLET – Como você observa a troca de lições entre os mais expe-rientes e os mais jovens?

Serginho Groisman – A experiência significa que a pessoa adquiriu certas normas de conduta e ganha atalhos para chegar mais facilmente ao que se quer. Os jovens absorvem isso na convivência com gerações mais anti-

sergiNho groismaN – TV Globo“PeRCePçõeS SobRe A ConViVênCiA de GeRAçõeS”

Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal

DecAnosO Altas Horas também completa 10 anos

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10 | Março / Abril | 2010

PERSONAGEM

gas. E as pessoas mais novas trazem uma energia diferente e uma curiosi-dade fundamental para o ambiente de trabalho. Particularmente aprendo muito com os jovens essa Curiosida-de e desejo nunca perder este valor.

NEWSLET – É possível se direcionar positivamente esta curiosidade?

Serginho Groisman – Sim. Ser expe-riente não é tudo. Não basta ter vivên-cia naquele espaço, se aquele espaço está em constante transformação. Por outro lado não adiante o jovem saber utilizar a internet e tudo da nova tecno-logia se ele não tiver um conhecimen-to, uma curiosidade e um poder de leitura e interpretação. A questão das diferenças de idade hoje está relacio-nada à busca de um foco comum que é a associação entre a atualização e o conhecimento. As pessoas experientes têm o conhecimento e as mais jovens têm o instrumental. Mas ambos devem buscar um equilíbrio entre essas duas ferramentas.

NEWSLET – Há nos jovens da pla-teia do seu programa uma preocupa-ção com a leitura?

Serginho Groisman – infelizmente não! Os jovens ainda lêem pouco. usam a internet de um modo normal-mente equivocado. Ainda falta às pes-soas irem aos lugares mais interes-santes da internet. Falta capacidade de leitura e critérios. Falta um sistema educacional no Brasil que ajude as pessoas a se tornarem mais críticas.

NEWSLET – Assim como o Grupo LET o Altas Horas está completando 10 anos. Nesses 10 anos, quais fo-ram os momentos mais gratificantes do crescimento desta equipe de tra-balho e dos resultados obtidos?

Serginho Groisman – O programa vai amadurecendo, com situações de

maior interatividade. Este programa não existe e nem tem sentido sem a plateia. E queremos estudantes por-que queremos pessoas que façam perguntas sem nenhuma censura.

NEWSLET – Não ter censura é bom para que você cresça na sua capaci-dade de criticar?

Serginho Groisman – Não ter censura é fundamental. Não vou trabalhar em

lugar que tenha censura. Quando me chamam, sabem o que pode vir. Meu princípio número um é o de dar voz às pessoas e essa voz não pode ser censurada.

NEWSLET – A arte de entrevistar in-clui um aprendizado constante, pois há velocidade de mudança nas lin-guagens. Você se lembra de algum exemplo de entrevista que não cor-respondeu à sua expectativa?

“Meu princípio número um é o de dar voz às

pessoas e essa voz não pode ser censurada”

Serginho Groisman

Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal

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PERSONAGEM

Serginho Groisman – A arte da entre-vista é a de saber ouvir, mais do que saber falar. Evidente que muitas vezes você convida alguém que te decepcio-na. Às vezes convido uma pessoa que desempenha um papel público exem-plar e aqui, sem poder interpretar, não corresponde ao que vemos dela em outros ambientes.

NEWSLET – Quem, por exemplo, não te correspondeu?

Serginho Groisman – Não dá para falar os nomes, mas são pessoas das quais particularmente não gostei. Às vezes vem uma pessoa que você pensa ser engraçada, porque publicamente é engraçada, e aqui, frente a frente com perguntas imprevisíveis, mostra não ter nenhuma graça. Às vezes vem um polí-tico que se pensava ter um conteúdo e ele demonstra não ter. isso é freqüente. Não acontece uma ou duas vezes. O curioso é que as pessoas mais TALEN-TOSAS são sempre as mais tranqüilas e verdadeiras. uma simples pergunta pode deixar alguém deprimido.

NEWSLET – Você sente que alguns dos seus entrevistados, justamente por esta imprevisibilidade, chegam ali inseguros?

Serginho Groisman – Já presenciei sim algumas pessoas mais nervosas, mas em pouco tempo elas se soltam porque o programa é acolhedor. Claro que, den-tro das circunstâncias, pode acontecer. Por exemplo, aquele juiz de futebol que confessou ter manipulado alguns resul-tados (Nota da R.: Edílson Pereira de Carvalho no Brasileirão 2005) veio aqui e o ambiente foi tenso para ele. NEWSLET – Depois da Y, teremos a Geração W (nascido a partir de 1994) que só pensa e fala eletronicamente, faz tudo pela lei do menor esforço e não tem fidelidade a marcas. Como lidar com eles?

Serginho Groisman – Na época da ditadura só havia duas opções: ser contra ou a favor. Com a internet as pessoas têm uma abrangência e uma abertura maior em relação ao consumo de tudo: música, cultura, informação. Quem gosta de um tipo de música, não se atrela a isso. A internet trouxe também a pirataria. Estou falando tudo isso, para explicar que a fidelidade das pessoas às marcas está desaparecen-do. Cada um faz suas próprias esco-lhas. E isso inclui as empresas.

NEWSLET – Criar um ambiente de trabalho mais volátil seria uma saída?

Serginho Groisman – Seria. A cabe-ça dessa nova geração não é igual a das anteriores. Também na escola o aluno de hoje é muito diferente. Por isso os professores sofrem ao não conseguirem captar como é este jo-vem. Do mesmo jeito, nas empresas, o novo funcionário tem uma cabeça mais aberta, é mais ansioso. Aqui na TV Globo a área de RH entende bem estas mudanças. Todo mundo traba-lha por um motivo comum, mas tem espaço para sua individualidade.

NEWSLET – Meu filho de quatro anos, que não está conseguindo se entender bem com a escola dele, me disse: “papai a escola é muito para-da pra mim”. Ele precisa ficar fazen-do algo o tempo todo...

Serginho Groisman – Sim, isso é co-mum de acontecer. Mas não precisa-mos entrar em uma loucura de achar que tudo deve ser rápido e não há espaço para contemplação. O que deve ser compreendido é que existe uma geração que capta tudo mais ra-pidamente. uma empresa precisa ter memória e rapidez. Memória é “o que você precisa passar para as pessoas que vão trabalhar com você”.

NEWSLET – Você é muito diferente de sua idade cronológica. A convi-vência com jovens influi nisso?

Serginho Groisman – Não. É biológi-co. Meus pais eram assim. A curiosi-dade está em mim. As pessoas devem ser atentas independente da idade, que está na cabeça. Já fiz entrevis-ta, por exemplo, com juventudes dos partidos políticos. Alguns desses ca-ras falam como se tivessem 60 anos!

NEWSLET – E falar de “política brasilei-ra” em um programa de auditório na TV é mais difícil do que falar de “sexo”?

Serginho Groisman – É! O jovem brasi-leiro não tem uma boa formação políti-ca, ao contrário do jovem argentino, do chileno. Há uma explicação cultural para isso, pelo modo como o Brasil foi for-mado. Esta é uma ferida exposta nossa. Mas, é claro, toda vez que vem um políti-co ao programa, com uma circunstância polêmica, ele passa mal aqui.

NEWSLET – Que mensagem você gostaria de destinar aos jovens que vão entrar no mercado de trabalho nos próximos 10 anos?

Serginho Groisman – Ter em primei-ro lugar certeza do talento. Não é só acreditar em si, mas provar que é ta-lentoso. Só que é preciso um segun-do valor: Paciência. Nenhum talento acontece sem paciência. Se tiver am-bos, não tem erro: um dia dá certo!

“A questão das diferenças de idade

está relacionada à busca de um

foco comum que é a associação

entre a atualização e o conhecimento”

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12 | Março / Abril | 2010

POR DENTRO DE RH - BENEFíCIOS

Muitos gestores ainda se perguntam: como fazer para que a criança absor-va o ambiente de trabalho

do pai (ou da mãe) explicando para ela porque é necessário este pai (ou mãe) passar tantas horas no trabalho? O RH da AON, uma das maiores consultorias de seguros do mundo, com matriz bra-sileira em São Paulo (SP), já descobriu, ao seu jeito, uma boa resposta ao criar o “Dia das Crianças AON”. Em um mer-cado repleto de trabalhadores que dei-xam seus filhos pequenos em casa esta ação se transforma em retentora de ta-lentos e atrativa de profissionais.

Como prática já instituída na empre-sa há mais de seis anos, durante um

dia inteiro no mês de outubro, crianças dos dois aos 12 anos, filhos de funcio-nários, ganham um momento de inte-gração com o trabalho dos pais. Na parte da manhã, são recebidos em um buffet localizado próximo à sede da empresa onde há um autêntico parque temático com brincadeiras das mais diversas. Após o almoço, a criança vai para o escritório do pai acompanhar o passo a passo de seu trabalho até a hora em que ela quiser ficar.

Para facilitar esta passagem do mundo da criança para o do adulto, em 2009 a área de Recursos Huma-nos trouxe para dentro do universo corporativo um grupo de teatro, que apresentou a peça “O Lobo Mau e Cha-

peuzinho Vermelho”, relacionando a história dos três porquinhos ao ambien-te de trabalho. Segundo Agatha Ma-chado Alves, Gerente da RH da AON, a ideia foi a de colocar para a criança que “o papai tem o tempo para as brinca-deiras, mas também precisa do espaço para trabalhar, importante para que o Lobo Mau não derrube a casinha”. “Tra-zendo uma história infantil para contar uma situação de trabalho do pai, ajuda-mos a desfazer, na cabeça da criança, a imagem de que esse trabalho seja um mistério”, explica Agatha, que tem for-mação em Psicologia.

Ela conta que a AON já tinha um bom ambiente de trabalho e que esta ação foi apenas um valor agregado

“PaPai quero Trabalhar com Você!”aoN

O Dia da Crianças AON é muito importante para o

desenvolvimento de Eduardo, filho de Carlos Eduardo

Foto – Divulgação AON

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POR DENTRO DE RH - BENEFíCIOS

que o RH ofereceu aos seus colabo-radores para ampliar o vínculo casa-trabalho, fruto de uma percepção ine-rente ao mercado: “O pai fica muito ausente do filho; além disso, o filho pequeno ainda não tem noção exa-ta de que o pai precisa do trabalho para lhe proporcionar brinquedos e passeios e, mesmo entre pais cultos, pode haver dificuldade emocional em explicar isso”, esclarece a Gerente de RH que ouviu de muitos pais o elogio de que a AON está sendo um grande parceiro na educação de seus filhos.

Cento e vinte funcionários parti-ciparam do Dia das Crianças AON em 2009 somente na matriz em São Paulo e para as demais foi destinado um vale-presente a cada funcionário com filhos dentro da faixa-etária men-cionada. A participação no evento é opcional e cada pai se responsabiliza por trazer seu filho, que por sua vez recebe um convite personalizado.

Na atividade de 2009, o “Lobo Mau” e a “Vovozinha” foram levados para os escritórios da AON, enquanto os “Três Porquinhos” estavam na recepção para darem boa vindas à criançada. A equipe de Recursos Humanos acom-panhou cada ação, que incluiu uma mini-palestra, em linguagem infantil, sobre a cultura da AON. Responden-do a perguntas do tipo “vocês sabem o que o papai faz?” e “sabem como funciona esse negócio de seguros?”; o RH começou a desmistificar para as crianças a questão de que “o trabalho do papai é um monstro”. Mesmo os funcionários que não têm filhos são convidados a “entrarem no clima”. in-tegração é a palavra chave.

Repletas de curiosidade as crian-ças questionaram: “Por que papai fica tantas horas fora?” ou “O que eu posso fazer para ajudar o trabalho do papai aqui, para ficar perto dele?”.

Os resultados desta ação são ex-tensos. Conforme assegura a equipe de RH, de imediato o Dia das Crian-ças AON provoca um “apaixonamen-

to entre funcionário e empresa”. Vá-rios ligam e passam e-mails definindo esta como a melhor prática de RH e se dizendo encantados com a ansie-dade de seus filhos por ver o vídeo do evento várias vezes e perguntar pela edição do ano seguinte. Algumas crianças já se dizem “funcionárias da AON”, enquanto outras já planejam o dia em que estarão atuando ao lado dos pais.

“Se sentir útil e respeitado vale de-mais; um filho de um funcionário fez um desenho muito bonito dele brin-cando com outras crianças e puxando um balãozinho que dizia ´muito obri-gado´”, conta Agatha.

Segundo Eduardo Lopez Ferreira, Gerente de infra-estrutura da AON, o contato com outras crianças filhas de funcionários está sendo muito impor-tante para o desenvolvimento de seu filho, o pequeno Carlos Eduardo, de três anos. “Meu filho identifica facil-mente as pessoas do meu trabalho e já não faz tantas perguntas quando saio para trabalhar, pois ele já está bem familiarizado com todos”, come-mora.

Já para Edson Nascimento, da área de Relacionamento pós-venda, o Dia das Crianças AON aumentou muito sua relação de confiança com a em-presa. “Minhas filhas ingrid (12 anos) a Letícia (10) se surpreenderam com a multifuncionalidade do meu trabalho

e passaram a compreender porque às vezes chego mais tarde; mais do que isso elas adoraram tanto o evento que todo os anos me cobram a presença delas”, admira-se Edson.

Para Luiza, de cinco anos, filha de Luciana Carchat, funcionária da área de sinistro-auto o contato com as co-legas de trabalho da mãe é algo que ela adora. “Quando saio para traba-lhar ela me pergunta pela minha chefe e não mais aonde vou ou com quem vou ficar”, conta Luciana que curtiu ver sua filha ocupar sua cadeira de trabalho para fazer desenhos. “Con-sidero esta ação inovadora e nunca trabalhei em outra empresa que ofe-recesse algo semelhante”, revela ela que está há dois anos na AON.

Além de ir de encontro às neces-sidades dos pais o evento propor-ciona ao RH uma visão integrada dois funcionários que, na presença dos filhos, se mostram muito mais. Não à toa, a AON foi uma empresa que cresceu fortemente mesmo em tempos de crise – em 2006 eram 400 funcionários e em 2010 são 800 em São Paulo e 11 filiais pelo país. Be-nefícios gerados por práticas como a do “Dia das Crianças AON” têm comprovado o quanto cada vez mais o local de trabalho pode ser uma ex-tensão da casa de cada um, aumen-tando produtividade na medida em que alivia o estresse.

“Quando saio para trabalhar

ela me pergunta pela minha chefe e não mais aonde

vou ou com quem vou ficar”,

conta Luciana

“Tia” AgathaA Gerente de RH está presente em cada passo do planejamento e da execução do Dia das Crianças AON. A paixão por estar com crianças é fundamental para o sucesso desta ação

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HOMENAGEM

Luiz Carlos Campos foi e é uma espécie de bússola para muitos dos mais bem suce-didos gestores de pessoas

que tomam importantes decisões dia-riamente. O grande SER HuMANO que ingressou na eternidade a 18 de setem-bro de 2005 tinha aguçada capacidade de percepção e entendimento das ne-cessidades das pessoas. Também por isso antecipava situações que se trans-formavam em tendências.

Como todos dizem em qualquer reu-nião de RHs, o Luiz Carlos tinha um ra-ríssimo dom de cativar, entusiasmar e se relacionar com pessoas independente de classe social, nível cultural, raça, na-cionalidade, religião ou qualquer outro atributo. Dava o tom adequado para se obter o melhor resultado, mesmo em momentos de extrema pressão.

“Na Coca-Cola, onde ele foi Gerente de RH, percebeu que a premiação de um re-lógio de ouro para quem completasse 20 anos de casa não era adequada à realida-de social de todos os funcionários; então procurou ouvir seus funcionários e criou uma política de bonificação em dinheiro condizente à realidade de cada pessoa. isso é estar à frente do tempo”, enfatiza Rodrigo Campos, filho de Luiz Carlos.

Além de Ética e Transparência, outro valor amplamente evidente não apenas no discurso, mas nas ações de Luiz Carlos era o da Generosidade. Rodrigo narra um fato de Luiz Carlos que o pai lhe pediu em vida para não revelar, pois jamais quis tirar proveito do mesmo:

“Certa vez meu pai foi convidado a fa-zer uma palestra magna em um Congres-so de Administração em Chapecó (SC). Também estariam lá Miriam Leitão, Rober-to Shiniashiki e Arnaldo Jabor. Seria nor-mal ele cobrar um cachê. Perguntaram quanto cobraria e ele disse: “Cobro muito caro, meu valor é um quilo de alimento trazido por cada congressista para doar-mos às instituições de caridade”. Nesse congresso ele arrecadou mais de uma to-nelada. Para o bolso dele, não quis nada. Ele dizia ter um trato: “em todas as pales-tras que fazia doava seu conhecimento, ou seja, era Responsabilidade Social. E quando ele cobrava dinheiro pedia que a quantia fosse depositada direto em uma instituição de caridade.”

E mesmo quando não viajava, mui-tas eram as vezes em que dava coachs informais e gratuitos nos quais também não cobrava. um bate-papo com Luiz Carlos Campos equivalia, segundo inúmeros executivos, a uma espécie

de “aula de planejamento estratégico”. Tudo com muito suporte. Apaixonado pela leitura, Luiz Carlos tinha apenas em casa, segundo seus filhos, cerca de 500 livros sobre os mais variados temas ligados à Gestão de Pessoas.

inspiração sempre esteve junto ao termo transpiração em sua vida. Aos 14 anos, Luiz perdeu seu pai e teve que “se tornar o homem da casa”. À época, acor-dava às quatro e meia da manhã para trabalhar. Muitos anos mais tarde, em 1971 já trabalhava no setor de Compras da Coca-Cola. Em 1973 era transferido ao RH onde ficaria até 1983, chegando ao cargo de Gerente. Depois atuou em empresas como Estaleiro Verolme, Wor-tington do Brasil, Alcatel Telecomunica-ções, até alçar vôo empreendedor com sua empresa: a Tao Empresarial, mais tarde Joll Solução Saúde.

Presidiu a ABRH - RJ entre 1998 e 2003, em dois mandatos e depois a ABRH – Nacional, quando em 2004 lide-rou o fantástico empreendimento de tra-zer para o Rio de Janeiro o Congresso Mundial de Recursos Humanos. Hoje, os filhos de Luiz Carlos Campos; Rodrigo, Helena, Christiano e Luiza buscam, com muita ética, transparência e generosida-de dar continuidade ao seu legado.

“Um GeSToR mUiTo à fRenTedo SeU TemPo”

luiz carlos camPos Foto: Arquivo de família

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HOMENAGEM

meu jeito de gostar de gente luiz carlos campos

Gosto de gente que gosta de gente. Gosto principalmente daquela gente que ... Adora gostar de gente.Gosto de gente com brilho nos olhos, que incendeia os outros com a chama do fogo-paixão, próprio das pessoas que escolheram fazer o que gostam. Presto mais atenção ainda, naquela gente que...Aprende a gostar do que está fazendo.Gosto de gente que não recua, frente ao desafio de modificar o que precisa ser modificado. Essas pessoas sabem que a força e o sucesso da transformação consiste em saber que o primeiro e mais importante passo é... Modificar a si próprio.Gosto de gente que sabe que o mundo nunca muda, mas quando você é a mudança... O mundo muda junto.Gosto de gente que se emociona com o singelo da vida. Esses são diferenciados pois nunca perdem as oportunidade de... Enxergar o óbvio e desfrutar da beleza, nem sempre aparente, das coisas simples.Gosto de gente que planta, de gente que colhe, e de quem sabe plantar pra colher.

esses... têm a iniciativa e acabativa dos empreendedores.Gostos de pessoas que conspiram aquarianamente. Essas pessoas sabem que as transformações eficazes do século 21, serão...o resultado do pensamento inteligente orientado para o bem.Gosto de gente que resiste às tentações do ilícito e do mal, e repudia todas as suas outras formas de manifestação. Esses...Podem ter convivido uma vida inteira na pobreza, mas nunca conhecerão a sua pior forma de expressão,... A pobreza de espírito.Admiro muito os que sabem reconhecer e compartilhar o crédito com o autor da obra. Gente assim tem maneira a mais de se realizar...crescer pelo sucesso do outro.Gosto daqueles que têm o hábito de agradecer. Essa prática combina gratidão e humildade. Dois ingredientes imprescindíveis para manutenção do sucesso.Gosto de gente perseverante, pois sem dúvida a tenacidade é a forma mais certa de superação.

Admiro as pessoas que brilham como as estrelas. Mas aprendi a gostar e a apreciar o brilho maior, mas muitas vezes invisível,...dos produtores de estrelas.Gosto de gente que repudia o preconceito em todas as suas formas de manifestação. Esses sabem o valor da inclusão e da importância de conviver com a diversidade. Pessoas assim...consegue, viver com conforto, em qualquer lugar do planeta.Gosto e gosto muito dos missionários do saber, que têm a consciência e a responsabilidade de compartilhar o conhecimento adquirido. Esses, por sabedoria, já aprenderam...que num degrau acima do ensinar, está o aprender.Gosto dos eternos aprendizes, porque esse tipo de gente constrói o seu crescimento na certeza de que há sempre algo a aprender...pessoas assim nunca serão vazias.Gosto de gente que engravida além do biológico.Esse ser, masculino ou feminino, gera a vida por solidariedade e dá abrigo ao próximo. Pessoas assim, com certeza, têm um órgão a mais que os outros...Um útero no coração.Gosto de estar perto de gente jovem de qualquer idade. Pessoas com essa característica, jamais criarão rugas na alma.Gosto de gente que sabe que o crescimento como pessoa, vem da capacidade de tolerar o intolerável, de conviver com o que parece inconvivível e, muito, mas muito acima...perdoar o que todos imaginam imperdoável.Gosto de gente que faz da atitude do presente, a grande construtora do passado. Esses, terão sempre a história conspirando ao seu favor.Gosto dos amantes do belo, dos que curtem o bom e dos que propagam o bem. E eu estou desconfiado, que é de gente assim que Deus também gosta.

Foto: Arquivo de família

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