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Perguntas Neoplasia

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Outras causas responsabilizadas pelo aparecimento dessa neoplasia são: fatores genéticos, apoluição atmosférica e a exposição às radiações ionizantes, ao asbesto e a outras fibrasminerais, à sílica, ao cromo, ao níquel, ao arsênico, aos hidrocarbonetos policíclicos.Entretanto, estes são responsáveis por menos de 10% dos casos. O câncer de pulmão é umadoença incomum em quem não fuma. É a neoplasia com relação causa-efeito mais bemestabelecida: praticamente só quem fuma tem câncer de pulmão e, portanto, o melhortratamento para esta doença é a sua prevenção.

As manifestações clínicas do câncer do pulmão estão relacionadas com o crescimento dotumor primário e com a disseminação loco-regional do tumor.6 - Quais são as manifestações clínicas relacionadas ao crescimento do tumor primário?As lesões endobrônquicas podem determinar tosse, hemoptise, dispnéia e sibilo. A tosse, secaou produtiva, é o sintoma mais comum associado ao câncer do pulmão, presente em até 75%dos casos. Ela pode ser causada por um pequeno tumor agindo como um corpo estranhodentro do brônquio ou pode ser secundária à ulceração da mucosa. A hemoptise está presente em um terço dos casos das neoplasias pulmonares

A dispnéia usualmente é causada pela obstrução de um brônquio principal ou da traquéia pelotumor. Os tumores periféricos somente causam dispnéia quando são suficientemente grandespara interferir na função pulmonar, quando associados aos derrames pleurais volumosos oucomo conseqüência de extensa linfangite carcinomatosa.O sibilo é causado pelo estreitamento de um grande brônquio, pela obstrução tumoral ou pelacompressão extrínseca, e tem significado quando é unilateral, localizado e de origem recente.O estridor é produzido pela obstrução quase total do brônquio principal ou da traquéia, em suaporção inferior e, geralmente, é pouco valorizado.Febre e os calafrios podem estar presentes nos pacientes com neoplasia pulmonar comomanifestações secundárias à pneumonia obstrutiva ou à atelectasia. O abscesso do pulmãoresultante da necrose tumoral também pode ser responsável pela febre.

As neoplasias pulmonares podem envolver a parede torácica?A dor torácica é comum nos pacientes com tumores do pulmão e mais da metade delesdesenvolvem este sintoma durante o curso de sua doença. Ela é geralmente surda,intermitente, podendo durar alguns minutos ou horas e, em geral, manifesta do mesmo lado dotumor, sem relação com a respiração ou com a tosse. Quando a dor é intensa, persistente, bemlocalizada, ventilatório-dependente e piora com a tosse, ela está comumente relacionada àinvasão neoplásica da pleura parietal e/ou da parede torácica com erosão dos arcos costais

14 - As metástases à distância são comuns nos pacientes com câncer de pulmão? Quaissão os sítios mais comuns?A freqüência das metástases extratorácicas varia de acordo com o tipo celular e adiferenciação histológica do tumor: é maior no carcinoma indiferenciado de pequenas células ewww.pneumoatual.com.brno adenocarcinoma e nos tumores pouco diferenciados. A disseminação hematogênica docâncer do pulmão se faz mais freqüentemente para o sistema nervoso central (SNC), para osossos, para o fígado e para as adrenais, nesta ordem.15 - Quais são as características das metástases para o sistema nervoso central (SNC)?Os compartimentos anatômicos do cérebro mais comumente envolvidos pelas metástases sãoa calota craniana, as leptomeninges e o parênquima cerebral. O câncer do pulmão é aneoplasia que mais produz metástases para o SNC (40-60%). Dez por cento dos pacientes jáas possuem no momento do diagnóstico e outros 15% a 20% as desenvolvem durante o cursoda sua doença. Aproximadamente 80% a 85% das metástases para o parênquima cerebralcomprometem os lobos frontais e 10% a 15% delas acometem o cerebelo. Mais comumentesão secundárias ao carcinoma indiferenciado de pequenas células, ao indiferenciado degrandes células, ao carcinoma escamoso e ao adenocarcinoma, nessa ordem seqüencial.Os sinais e sintomas mais comuns são: cefaléia, náusea, vômito, alteração do nível deconsciência, crise convulsiva, fraqueza e depressão. A cefaléia é o sintoma mais comum, estápresente em 50% dos casos e, em geral, está associada a sinais e sintomas de hipertensãointracraniana: letargia, confusão mental e papiledema. Outra complicação das metástases parao SNC diz respeito ao acometimento da medula ao longo de seu eixo. A compressão medularocorre em 3% dos pacientes com câncer do pulmão, sendo mais comum nos portadores do

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carcinoma indiferenciado de pequenas células.16 - Quais são as características das metástases ósseas no câncer de pulmão?Metástases ósseas ocorrem em até 25% dos casos de câncer de pulmão e 80% delas selocalizam no esqueleto axial. A coluna, a bacia, as costelas e os fêmures são os locais maisfreqüentemente afetados. Os sinais e sintomas próprios do envolvimento ósseo são dor, fraturapatológica, hipercalcemia, déficit neurológico e imobilidade. À radiografia as metástases paraos ossos apresentam-se como lesões líticas.17 - Quais são as características das metástases hepáticas no câncer de pulmão?As metástases para o fígado aparecem nos estágios mais avançados da doença, em 1% a35% dos casos. O quadro clínico mais característico é de anorexia, dor epigástrica ehepatomegalia multinodular. A icterícia e a ascite são comuns. As enzimas hepáticasgeralmente estão elevadas.18 - Quais são as características das metástases para adrenais no câncer de pulmão?O comprometimento das adrenais varia de 2% a 21% e, na maioria das vezes, é assintomático.A tomografia computadorizada do abdome superior tem um bom rendimento na suaidentificação e deve ser realizada de rotina em todo paciente com câncer do pulmão.

34 - Quais são as bases para a escolha do tratamento do câncer do pulmão?O tratamento do câncer de pulmão baseia-se no tipo histológico do tumor (se pequenas célulasou não pequenas células) e no seu estadiamento.35 - Qual o tratamento do carcinoma não-pequenas células do pulmão?No câncer do pulmão não-pequenas células (CNPCP) o tratamento cirúrgico é o método maiseficiente para o controle do tumor, desde que ele seja completamente ressecável e amorbimortalidade do procedimento seja baixa. Para conseguir resultados favoráveis desobrevida, deve-se obedecer aos seguintes princípios oncológicos:o tumor e toda sua drenagem linfática intrapulmonar devem ser completamenteressecados;todas as estruturas invadidas pelo tumor devem ser ressecadas em monobloco,quando possível;deve-se evitar a secção intra-operatória do tumor;as margens da ressecção (incluindo coto brônquico, pleura parietal, linfonodos equalquer estrutura invadida pelo tumor) devem ser avaliadas por biópsia decongelação, com ampliação da margem de ressecção quando necessário;todos os linfonodos mediastinais acessíveis devem ser ressecados para examehistopatológico – a palpação dos linfonodos não é suficiente para avaliação docomprometimento neoplásico;a cirurgia citorredutora não tem indicação, pois não oferece chance de cura para opaciente.A cirurgia exclusiva é o tratamento preferencial para os pacientes portadores de CNPCP nosEstádios I e II. A cirurgia de escolha é a lobectomia com linfadenectomia mediastinal. Asressecções limitadas são a opção para pacientes que apresentam reserva pulmonar que nãopermita a lobectomia.36 - Quais são as propostas terapêuticas recomendadas nos diferentes estágios docâncer de pulmão?Estádio IA - (T1N0M0)Lobectomia + linfadenectomia mediastinal. A ressecção em cunha ou asegmentectomia poderá ser avaliada naqueles casos nos quais a prova de funçãorespiratória contra indica a lobectomia.Estádio IB - (T2N0M0)Mediastinoscopia cervical e/ou anterior + lobectomia associada à linfadenectomiamediastinal.Estádio IIA - (T1N1M0)Mediastinoscopia + ressecção pulmonarEstádio IIBT2N1M0Mediastinoscopia + ressecção pulmonarT3N0M0Tumor de Pancoast é abordado de forma especial: mediastinoscopia + QT e Rxt préoperatória(45 Gy em 5 semanas) + cirurgia 4-6 semanas após o término da RxtInvasão da parede torácica: ressecção pulmonar + linfadenectomia + toracectomia

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Invasão localizada do diafragma: ressecção em bloco da lesãoInvasão do pericárdio (sem derrame pericáridico): ressecção em bloco da lesãoInvasão da traquéia e da carina principal: carinectomia ou braçadeira traqueal +pneumectomiaParalisia diafrgmática: se o comprometimento do nervo frênico for baixo e não houverderrame pericárdio, faz-se a ressecção em bloco; se o comprometimento do frênico foralto, por invasão direta do tumor, a lesão é irressecável.www.pneumoatual.com.brEstádio IIIN2 – ressecção pulmonar (lobectomia ou pneumectomia) associada a linfadenectomiamediastinal, se for um achado per operatório. Nos demais casos, deve-se realizar previamentea mediastinoscopia.Com invasão da parede torácica: ressecção pulmonar + linfadenectomia mediastinal +toracectomia