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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
PERFIL DOS EMPREENDEDORES QUE RECEBERAM FINANCIAMENTO DO
BANCO DO EMPREENDEDOR
Carla Eloysa Garcia
Área Empreendedorismo
TIJUCAS – SC, 2006
2
CARLA ELOYSA GARCIA
Trabalho de Conclusão de Estágio
PERFIL DOS EMPREENDEDORES QUE RECEBERAM FINANCIAMENTO DO
BANCO DO EMPREENDEDOR
Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI – CES III - TIJUCAS
TIJUCAS – SC, 2006
3
EPIGRAFE
Viver é um desafio constante.
Sem perceber, entramos nas ilusões da realidade superficial, acreditando nas
promessas fáceis da felicidade material, e mergulhamos assim nos sonhos fúteis
do conforto físico, imaginando estar imunes ao sofrimento.
Mas as ilusões obscurecem nossa lucidez, deturpam situações, invertem valores,
nos arrastando aos círculos de sofrimento que queríamos evitar.
E chega sempre a hora de descobrir que a vida é mais do que supúnhamos; sua
sabedoria nos coloca diante da eterna chama da verdade, que ofusca nossas
ilusões, nos forçando a distinguir o falso do verdadeiro.
Por entre os choques da realidade profunda e as lições do dia-a-dia,
conquistamos as vantagens da maturidade e entendemos que tudo valeu a pena.
Zibia Gasparetto
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Lúcio e Vânia, que
souberam me educar e me orientar para a vida,
ainda que eu tivesse me desviado em alguns
momentos de seus ensinamentos, meu eterno
amor e gratidão.
Ao meu irmão Luciano, que mesmo distante,
nesse último ano, participou desta caminhada,
sempre me incentivando a continuar.
A minha orientadora Antônia Egídia de Souza,
que deve ser reverenciada de forma merecida,
pela sua imensa contribuição e pelo
direcionamento que deu a este trabalho.
Ao Banco do Empreendedor pela oportunidade
do estágio.
E a DEUS por estar comigo sempre, em todos
os momentos.
5
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Carla Eloysa Garcia
b) Área de estágio
Empreendedorismo
c) Orientador de campo
Luiz Henrique da Veiga Faria
d) Orientador de Estágio
Profª. Antônia Egídia de Souza
e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração
Prof. Nelson Zunino Duarte
6
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
1. Razão social
Banco do Empreendedor
2. Endereço
Rua Fulvio Aducci, nº710 – Estreito – Florianópolis SC
3. Setor de desenvolvimento do estágio
Área comercial
4. Duração do estágio
300 horas
5. Nome e cargo do supervisor de campo
Luiz Henrique da Veiga Faria - Gerente
6. Carimbo e visto da empresa
7
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
TIJUCAS, 05 de junho de 2006.
A empresa BANCO DO EMPREENDEDOR, pelo presente instrumento, autoriza
a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI – CAMPUS III - SC, a publicar, em
sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio
Supervisionado, pela acadêmica CARLA ELOYSA GARCIA.
___________________________
Luiz Henrique da Veiga Faria
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – As correntes de pensamento sobre o empreendedorismo .................... 18
Quadro 2 – Características empreendedoras........................................................... 23
Quadro 3 - Características do empreendedor privado e empreendedor social. ....... 25
Quadro 4 - Classificação das empresas segundo o SEBRAE.................................. 26
Quadro 5 - Principais características à microempresa. ............................................ 28
Quadro 6 - Vantagens às pequenas empresas. ....................................................... 29
Quadro 7 - Principais obstáculos e superações do microcrédito. ............................. 32
Quadro 8 – Vantagens do trabalho autônomo.......................................................... 34
Gráfico 1 - Sexo........................................................................................................ 42
Gráfico 2 – Idade ...................................................................................................... 43
Gráfico 3 - Município................................................................................................. 44
Gráfico 4 – Renda Familiar....................................................................................... 45
Gráfico 5 - Pessoas que vivem desta renda ............................................................. 46
Gráfico 6 – Grau de Escolaridade ............................................................................ 47
Gráfico 7 – Setor que atua........................................................................................ 48
Gráfico 8 - Tempo de atuação no mercado .............................................................. 49
Gráfico 9 - Média de faturamento anual da empresa................................................ 50
Gráfico 10 - Número de funcionários da empresa .................................................... 51
Gráfico 11 – Segmento de mercado......................................................................... 52
Gráfico 12 – Ramo de negócio ................................................................................. 53
Gráfico 13 - Área de oportunidade do negócio ......................................................... 54
Gráfico 14 - Ferramentas de gestão......................................................................... 55
Gráfico 15 - Maneira que utilizou o financiamento recebido..................................... 56
Gráfico 16 - Vantagens do produto ou serviço ......................................................... 57
Gráfico 17 - Mercado comprador.............................................................................. 58
Gráfico 18 - Distribuição dos produtos...................................................................... 59
Gráfico 19 - Fatores externos de ameaças ao negócio ............................................ 60
Gráfico 20 - Escolaridade X Sexo............................................................................. 61
Gráfico 21 – Sexo X Ramo de negócio..................................................................... 62
Gráfico 22 – Sexo x Ferramenta de gestão .............................................................. 63
Gráfico 23 – Sexo x Microcrédito.............................................................................. 64
9
Gráfico 24 – Ramo de negócio X Microcrédito ......................................................... 65
Gráfico 25 – Ramo de negócio X Tempo de atuação no mercado ........................... 66
Gráfico 26 – Ramo x Faturamento Anual ................................................................. 67
Gráfico 27– Tempo de atuação no mercado X Ferramentas de gestão que utiliza .. 68
Quadro 9 – Comentários dos empreendedores pesquisados, de acordo com o
objetivo, a importância do microcrédito e o foco da
empresa....................................Erro! Indicador não definido.70
10
RESUMO
Tendo em vista o grande número de pessoas que trabalham por conta própria, do crescente número de pequenas e microempresas formais ou informais no país, surgiu à necessidade de se criar uma modalidade de financiamento, que permitisse o acesso desses pequenos empreendedores ao crédito. Pode-se definir assim o microcrédito, pois ele utiliza de metodologia própria voltada ao perfil e as necessidades dos empreendedores, estimulando as atividades produtivas e as relações sociais das populações mais carentes, gerando assim, emprego e renda. Portanto, teve-se como objetivo principal investigar o perfil dos empreendedores que buscam microcrédito no Banco do Empreendedor. A tipologia utilizada foi pesquisa-diagnóstico e a abordagem utilizada para o alcance dos objetivos foi abordagem quantitativa. A coleta dos dados foi primária, sendo que os dados primários foram coletados através de questionários. A análise dos dados foi descritiva, e feita através de ferramentas estatísticas. A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados são do sexo feminino, residem em Tijucas e possuem o 2º grau completo. Pode-se afirmar que atuam no setor comércio, possuem mais de cinco anos de experiência na área que atuam e utilizaram o financiamento recebido para capital de giro. A pesquisa revela também que a maioria das empresas dos empreendedores pesquisados podem ser classificadas como microempresa, devido ao seu número de funcionários e faturamento anual. PALAVRAS-CHAVE: perfil empreendedor; microcrédito; banco do empreendedor.
11
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.1 Objetivo geral .................................................................................................. 15
1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 15
1.3 Justificativa ..................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16 2.1 Empreendedorismo......................................................................................... 16
2.1.1 Perfil do empreendedor ............................................................................ 18
2.1.2 Tipos de empreendedor ........................................................................... 24
2.2 Classificação do tamanho das empresas........................................................ 25
2.2.1 Microempresa – ME ................................................................................. 26
2.2.2 Pequena empresa .................................................................................... 28
2.3 Microcrédito..................................................................................................... 30
2.3.1 Trabalho autônomo .................................................................................. 33
3 MÉTODO............................................................................................................... 36 3.1 Delineamento do trabalho ............................................................................... 36
3.2 População e amostra ...................................................................................... 36
3.3 Coleta de dados.............................................................................................. 37
3.4 Análise e Tratamento dos dados..................................................................... 38
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ................................................................ 39 4.1 Histórico da empresa ...................................................................................... 39
4.1 Passos para obtenção de financiamento ........................................................ 40
4.2 Resultado da pesquisa.................................................................................... 42
4.2.1 Perfil dos empreendedores....................................................................... 42
4.2.2 Ramo de negócio ..................................................................................... 48
4.2.3 Idéia de ser empreendedor....................................................................... 53
4.2.4 Ferramentas de gestão que utiliza ........................................................... 55
4.2.5 De que maneira o empreendedor utiliza o financiamento recebido.......... 55
4.2.6 Vantagens do produto ou serviço ............................................................. 57
4.2.7 Fatores externos que são ameaças ao negócio ....................................... 60
12
4.3 Cruzamento dos dados ................................................................................... 61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 72 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 75 7 APENDICE ............................................................................................................ 78
8 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS.................................................................. 83
13
1 INTRODUÇÃO
O mundo tem passado por várias transformações em um curto período de
tempo, principalmente no século XX, quando foi criada a maioria das invenções que
revolucionaram o estilo de vida das pessoas. Geralmente as inovações são frutos de
invenções, de algo inédito ou de uma nova visão de como utilizar coisas já
existentes, mas que ninguém anteriormente olhou de maneira diferente. Por trás das
invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais,
que são visionárias, que arriscam, que questionam, que querem algo diferente, que
fazem acontecer, que empreendem (DORNELAS, 2001).
Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivações
singulares, apaixonados pelo que fazem não se contentam em ser mais um na
multidão, querem ser reconhecidos e admirados, referenciados e imitados, querem
deixar um legado.
Na visão de Schumpeter (apud DORNELAS 2001) o empreendedor é aquele
que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e
serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos e matérias. Acrescenta que o empreendedor é aquele que detecta uma
oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos
calculados.
Complementando a idéia acima Kirzner (apud DORNELAS 2001) defende que
o empreendedor é aquele que cria equilíbrio, encontrando uma posição clara e
positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades
nesse ambiente. O empreendedor é um identificador de oportunidades, sendo um
indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram
quando seu conhecimento aumenta.
O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações
associadas com a criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o
empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em
segundo, o empreendedorismo requer a devoção, o comprometimento de tempo e o
esforço necessário por fazer a empresa crescer. Em terceiro, o empreendedorismo,
14
requer ousadia, que se assumam riscos mais calculados, que se tomem decisões
críticas e que não desanime com suas falhas e erros (DORNELAS, 2001).
Nos últimos anos com a transformação do mundo do trabalho e a
reestruturação produtiva, houve um significativo aumento de pessoas que buscam
abrir novos negócios.
Esses novos negócios passaram a ser responsáveis pelas taxas crescentes
de emprego, de inovação tecnológica, de participação no PIB, e de exportação. Na
percepção de Dolabela (1999) a pequena empresa surge em função da existência
de nichos de mercado, ou seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas
grandes empresas e pela produção em massa. Seu nascimento está intimamente
ligado à criatividade do empreendedor. Entre os atributos de um empreendedor está
a “capacidade de identificar, agarrar e buscar os recursos para aproveitar uma
oportunidade” (DOLABELA, 1999, p.82).
Diante da necessidade de obter recursos para os novos empreendimentos, os
empreendedores recorrem a fontes de financiamentos. É nesse momento que surge
o microcrédito, com o objetivo de atender uma demanda cada vez maior. O
microcrédito1 é um empréstimo especial que possibilita as pessoas que já tem
experiência em determinada atividade, iniciar ou ampliar o seu pequeno
empreendimento.
Com o microcrédito é possível obter financiamento para adquirir mercadorias,
matéria-prima, máquinas, ferramentas, equipamentos, veículos utilitários, melhorias
ou ampliações e conserto de equipamento.
Além disso, o microcrédito é uma alternativa para fugir dos problemas
enfrentados, em função das exigências estabelecidas pelos agentes financiadores
(banco de varejo), das altas taxas de juros e das dificuldades em pagar os
empréstimos.
Diante da demanda por empréstimos a juros baixos cresce o número de
empreendedores que buscam financiamento nas agências de microcrédito. Nesse
sentido a proposta do estágio foi investigar o perfil dos empreendedores que
procuram o Banco do Empreendedor para financiar seus projetos.
1 A informação desse parágrafo foi retirada do endereço eletrônico: www.badesc.gov.br/microcredito Acesso em
14/09/2005.
15
1.1 Objetivo geral
Investigar o perfil dos empreendedores que buscam microcrédito no Banco do
Empreendedor.
1.2 Objetivos específicos
��Identificar o perfil do empreendedor;
��Identificar o ramo de negócio da empresa;
��Levantar como surgiu a idéia de ser empreendedor;
��Identificar que ferramentas de gestão utilizam;
��Levantar de que maneira o empreendedor utiliza o financiamento recebido;
��Detectar quais as vantagens do produto ou serviço;
��Verificar que fatores externos são ameaças para o negócio.
1.3 Justificativa
Este estágio visou realizar um diagnóstico sobre o perfil dos empreendedores
que buscam auxílio para financiar seus projetos, junto ao Banco do Empreendedor.
A importância do trabalho está no fato de ser uma fonte de informação para o Banco
do Empreendedor, no que diz respeito a conhecer melhor seu cliente. A
originalidade destaca-se por ser a primeira proposta que o Banco do Empreendedor
recebe para fazer um diagnóstico sobre o perfil do cliente. O trabalho foi viável, pois
foi possível constatar o interesse demonstrado pelo Banco do Empreendedor pela
proposta deste estudo.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem como proposta realizar uma revisão teórica sobre o assunto
desse trabalho.
2.1 Empreendedorismo
De acordo com Dolabela (1999, p.43) “o empreendedorismo é um neologismo
derivado da livre tradução da palavra entrepreneursip”. A palavra empreendedorismo
é utilizada para designar principalmente as atividades de quem se dedica à geração
de riquezas, seja na transformação de conhecimento ou na inovação e áreas como
marketing, produção, organização. Afirma também que o empreendedorismo deve
conduzir ao desenvolvimento econômico, gerando e distribuindo riquezas e
benefícios para sociedade.
Conforme Bom Ângelo (2003) o empreendedorismo é a criação de valor por
pessoas e organizações trabalhando juntas para programar uma idéia por meio da
aplicação de criatividade, capacidade de transformação e o desejo de tomar aquilo
que comumente se chamaria de risco.
Conforme Souza (2005) empreendedorismo é a habilidade de criar e constituir
algo a partir de muito pouco ou do quase nada. Fundamentalmente, o empreender é
um ato criativo. É a concentração de energia no iniciar e continuar um
empreendimento. É desenvolver uma organização em oposição a observá-la,
analisá-la ou descrevê-la. Mas, é também a sensibilidade individual para perceber
uma oportunidade quando os outros enxergam caos, contradições e confusão. É o
possuir de competências para descobrir e controlar recursos aplicando-os da forma
produtiva.
Empreendedorismo não é uma característica de personalidade, embora seja
algo distinto, tanto nos indivíduos como nas instituições empreendedoras. O
empreendedorismo é tido como um comportamento ou um processo para iniciar e
17
desenvolver um negócio ou um conjunto de atividades com resultados positivos,
portanto é a criação de valor através do desenvolvimento de uma organização.
Empreendedorismo2 quer dizer a capacidade de tomar a iniciativa, buscar
soluções inovadoras e agir no sentido de encontrar a solução para problemas
econômicos ou sociais, pessoais ou de outros, por meio de empreendimentos.
Afirma também que é o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas
relacionadas com a criação, implantação e gestão de novas empresas ou
organizações.
De acordo com Dornelas (2001) o conceito de empreendedorismo tem sido
muito difundido no Brasil, nos últimos anos, intensificando-se no final da década de
1990. A preocupação com a criação de pequenas empresas duradouras e a
necessidade da diminuição das altas taxas de mortalidade desses empreendimentos
é, sem dúvida, motivos para a popularidade do termo empreendedorismo, que tem
recebido especial atenção por parte do governo e de entidades de classe.
Acrescenta que o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar
forma na década de 1990, quando entidades como o Sebrae foram criadas. Antes
disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas
empresas.
Conforme Melo Neto e Froes (2002) o empreendedorismo é visto como um ramo da
administração de empresas, que enfatiza a criação, o desenvolvimento e a gestão de
novas organizações. O empreendedorismo é uma política de ação do governo, das
empresas e da comunidade, gerando uma alternativa para a promoção do
desenvolvimento social e econômico. O empreendedorismo é suporte indispensável ao
desenvolvimento auto-sustentável das micro, pequenas e médias empresas.
2 A informação desse parágrafo foi retirada do endereço eletrônico: www.geranegocio.com.br Acesso em
12/10/2005.
18
Existem, portanto quatro correntes de pensamentos do empreendedorismo,
citadas no quadro 1.
Quadro 1 – As correntes de pensamento sobre o empreendedorismo.
Correntes
Empreendedorismo
como fomento
tecnológico
Empreendedorismo
como gestão
Empreendedorismo
como estratégia de
desenvolvimento local
Empreendedorismo
como estratégia de
desenvolvimento das
PME’s
Objetivo
Criar, desenvolver e
gerenciar empresas
emergentes.
Difundir a prática da
gestão administrativa
Difundir políticas
DLIS com base no
fomento ao
empreendedorismo
Garantir o
desenvolvimento das
micro e PME’s
Foco
Empresas
Emergentes
Melhoria de gestão
Maior
desenvolvimento
econômico e social
em nível local
Auto-
sustentabilidade das
micro e PME´s.
Lócus
Incubadoras
Universidade e
escolas de negócios
Agências e fóruns
locais de DLIS3
Sistema 5S
Fonte: Adaptado de Melo Neto e Froes (2002).
Diante das informações do quadro 1, pode-se perceber as correntes de
pensamentos sobre o empreendedorismo. Citadas como correntes, objetivos, foco e
lócus. Pode-se perceber que na corrente do empreendedorismo como gestão, o
objetivo é difundir a prática da gestão administrativa, o foco é obter a melhoria da
gestão e o lócus são universidades e escolas de negócios.
2.1.1 Perfil do empreendedor
3 Desenvolvimento local integrado e sustentável.
19
A palavra empreendedor foi utilizada pela primeira vez na língua francesa no
início do século XVI, para designar os homens envolvidos na coordenação de
operações militares. Mais tarde, por volta de 1765 o termo começou a ser utilizado
na França para designar aquelas pessoas que se associavam com proprietários de
terras e trabalhadores assalariados. Contudo, este termo era utilizado também nessa
época, para denominar outros aventureiros tais como construtores de pontes,
empreiteiros de estradas ou arquitetos (LONGEN, 1997).
Por volta de 1800 o economista francês Jean Batist Say, em seu livro Tratado
de Economia Política, deu um sentido administrativo ao termo. De acordo com Say
(apud DRUCKER, 1985) o empreendedor transfere recursos econômicos de um
setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de
maior rendimento.
Defende ainda algumas características básicas do empreendedor, como:
julgamento, perseverança e um conhecimento sobre o mundo, assim como sobre os
negócios. Deveria também segundo ele, possuir a arte da superintendência e da
administração.
Em 1911 o economista Joseph A Schumpeter, a partir da publicação da obra
Teoria do Desenvolvimento Econômico, deu um novo significado para o termo, bem
mais próximo da idéia que se tem atualmente (o empreendedor como um ser
arrojado, dotado de certo talento nato). O empreendedor é o responsável pelo
processo de destruição criativa, sendo o impulso fundamental que aciona e mantém
em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos
método de produção, novos mercados e implacavelmente, sobrepondo-se aos
antigos métodos menos eficientes e mais caros (DEGEN, 1989).
Para Dolabela (1999) o empreendedor é alguém que acredita que pode
colocar a sorte a seu favor por entender que ele é produto do trabalho árduo.
Defende ainda que, um dos principais atributos do empreendedor é identificar
oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-los em negócios
lucrativos. Não é indispensável que ele possua os meios necessários a criação de
sua empresa; mas deve ser capaz de atrair tais recursos demonstrando o valor de
seu projeto e comprovando que tem condições de torná-los realidade.
Dolabela (1999) acrescenta que o empreendedor é alguém que define por si
mesmo o que vai fazer e que contexto será feito. Ao definir o que vai fazer, ele leva
em conta seus sonhos, desejos, preferências, o estilo de vida que quer ter, dessa
20
forma consegue dedicar-se intensamente, já que seu trabalho se confunde com o
prazer.
Segundo Chiavenato (2004) o empreendedor é a pessoa que inicia ou opera
um negócio para realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e
responsabilidades e inovando continuamente. Defende também que, o
empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é
dotado de sensibilidade para negócios, tino financeiro e capacidade de identificar
oportunidades. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor
demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente,
o habitam a transformar uma idéia simples e mal estruturada, em algo concreto e
bem sucedido no mercado.
Para Schumpeter (apud CHIAVENATO 2004) o empreendedor é a pessoa
que destrói a ordem econômica existente graças à introdução no mercado de novos
produtos e serviços, pela criação de novas formas de gestão ou pela exploração de
novos recursos, materiais e tecnologias.
De acordo com Dornelas (2001) o empreendedor de sucesso possui
características extras, além de atributos do administrador, e alguns atributos
pessoais que somados a características sociológicas e ambientais, permitem o
nascimento de uma nova empresa.
Acrescenta também que, o empreendedor deve reconhecer suas limitações e
saber montar um time de gestão que leve a empresa em direção a sua visão,
envolvendo-se, com o passar do tempo, mais com questões estratégicas e menos
com questões operacionais. O início do negócio depende totalmente do
empreendedor e de suas atitudes dentro da empresa (DORNELAS, 2001).
No entanto, muitos empreendedores gostam do lado operacional do negócio,
de estar a par de tudo o que ocorre no chão de fábrica, de conversar com todos os
funcionários e de delegar a questão estratégica para diretores e consultores
externos.
Cabe destacar, que o empreendedor deve entender suas limitações e
aprender com seus erros para não voltar a cometê-los em uma nova empreitada.
Outra função importante do empreendedor durante a fase de crescimento e
maturação da empresa é o gerenciamento dos conflitos internos e dos jogos de
interesse, da luta por poder e posições de comando dentro da empresa. Defende
ainda que, é difícil para o empreendedor, reconhecer quando o negócio precisa ser
21
fechado. Reconhecer esse momento e não desistir de tentar é uma virtude. E
quando tudo recomeçar e o processo empreendedor se repetir, o empreendedor
estará mais preparado para as adversidades que encontrará na jornada que se
seguirá (DORNELAS, 2001).
Pode-se considerar que ser empreendedor não é uma opção de vida, mas
uma missão de vida. O empreendedor não arrisca apenas seu futuro, mas também o
de todos aqueles que estão a sua volta, que trabalham para o seu sucesso e
dependem de suas atitudes e decisões. Empreendedores são responsáveis pelo
desenvolvimento de uma empresa, de uma cidade, de uma região, enfim pela
construção de uma nação. O papel social talvez seja o mais importante papel que o
empreendedor assume em toda a sua vida (DORNELAS, 2001).
Para Pereyra (2003) o empreendedor é a pessoa que tem coragem de voar
sem ter asas, usando a sua inquietude e imaginação para criar e inovar. É motivado
pelo gosto por desafios, capacidade de persuasão e busca constante por novas
oportunidades.
Afirma Longenecker, Moore e Petty (1997) a extensão em que os
empreendedores têm uma propensão distintiva para assumir riscos ainda é
discutível. Os empreendedores devem estar dispostos a assumir riscos. Eles
colocam muita coisa em jogo, quando escolhem iniciar um negócio por conta própria.
De acordo com Kaufmann (1990) o empreendedor é capaz de inovar, de
assumir riscos inteligentemente, agir com rapidez e eficiência para se adaptar as
contínuas mudanças do ambiente econômico.
Para Resnik (1990) os empreendedores fazem as coisas acontecerem e
conseguem resultados. Transformam idéias novas e inovadoras em operações
comerciais reais.
Conforme Bhide (apud OLIVEIRA 1995) o empreendedor trata-se
simplesmente daquele que localiza e aproveita uma oportunidade de mercado,
criando a partir daí um novo negócio.
O empreendedor é capaz de administrar suas necessidades e frustrações,
postergando muitas vezes a satisfação das mesmas para um ganho em qualidade
de vida, em abertura de novas possibilidades de realização, em expansão de seus
negócios e metas. É capaz, portanto, de se manter auto motivado, buscando com
intensidade e realização suas metas, mesmo em situações frustrantes e de fracasso
momentâneo (PEREIRA, 1995).
22
Na visão de Drucker (1987) o empreendedor vê a mudança como uma norma
e como sendo sadia. O empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a
ela e a explora como sendo uma oportunidade.
Para Low e Macmillan (apud LONGEN 1997) empreendedores são indivíduos
que tomam iniciativas, identificam e criam oportunidades de negócios, através da
reunião e coordenação de combinações de novas pesquisas.
Empreendedor é todo indivíduo que, estando na qualidade de principal
tomador das decisões envolvidas, consegue formar um novo negócio ou desenvolver
negócios já existentes, elevando substancialmente seu valor patrimonial, várias
vezes acima da média esperada das empresas congêneras no mesmo período e no
mesmo contexto sócio-político-econômico, tendo granjeado com isso alto prestígio
perante a maioria das pessoas que conhecem essa empresa ou tem
relacionamentos com ela (OLIVEIRA, 1995).
De acordo com Drucker (1987) o espírito empreendedor está estreitamente
interligado a inovação, não podendo dissociar-se dela, e não deve ser de forma
alguma, direcionado as atividades administrativas. A administração empreendedora
exige administração diferente daquela que existe, e ambas não devem ser
misturadas.
Muitas pessoas não sabem agir sem orientação e, principalmente, sem a
cobrança por parte de um chefe, diretor ou patrão. São os pássaros que não
conseguem sair da gaiola. O legítimo empreendedor procura fazer aquilo que gosta
que o motive e, com isso, consegue desenvolver uma verdadeira usina de impulsos
dentro de si (MINARELLI, 1996).
É relevante salientar, a partir da elaboração do quadro 2, as principais
características do empreendedor.
23
Quadro 2 – Características empreendedoras.
São visionários: eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e, o mais importante:
eles têm habilidades de programar.
Sabem tomar decisões: eles não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa,
principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um fator chave para seu sucesso. Além de tomar
decisões, programam suas ações rapidamente.
Sabem explorar ao máximo as oportunidades: para a maioria das pessoas, as boas idéias são daquelas
que as vêem primeiro, por sorte ou acaso. Para os empreendedores, as boas idéias são geradas daquilo que
todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidade, por meio de
dados e informações.
São determinados e dinâmicos: eles programam suas ações com total comprometimento.
Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam certo inconformismo diante da rotina.
São dedicados: são trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando
encontram problemas pela frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho.
São otimistas e apaixonados pelo que fazem: eles adoram o trabalho que realizam. O otimismo faz com
que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso.
São independentes e constroem seu próprio destino: eles querem estar à frente das mudanças, e ser dono
do próprio destino. Querem ser independentes em vez de empregados, criar algo novo e determinar seus
próprios passos, ser o próprio patrão e gerar empregos.
São líderes e formadores de equipes: os empreendedores têm um senso de liderança incomum.
São bem relacionados e organizados: os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os
auxiliam no ambiente externo da empresa.
São planejadores: os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio, sempre tendo como
base a forte visão de negócio que possuem.
Possuem conhecimento: são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior
o domínio sobre um ramo de negócio, maior é sua chance de êxito.
Fonte: Adaptado de Dornelas (2001).
24
Diante das informações do quadro, pode-se perceber as características dos
empreendedores. Entre as principias características, pode-se destacar que os
empreendedores são pessoas que tem visão de futuro, não são pessoas inseguras,
são otimistas e apaixonados pelo que fazem.
2.1.2 Tipos de empreendedor
Para falar sobre tipos de empreendedor podem-se destacar os argumentos de
Chiavenato e Melo Neto e Froes.
De acordo com Chiavenato (2004) o empreendedor artesão é uma pessoa
que inicia um negócio basicamente com habilidades técnicas e um pequeno
conhecimento da gestão de negócios. Sua formação educacional limita-se ao
treinamento técnico e, com isso, tem experiência técnica no trabalho, mas não
dispõe de capacidade para se comunicar bem, avaliar o mercado, tomar decisões e
gerir o negócio.
Outro tipo de empreendedor é o oportunista que tem educação técnica
suplementada por estudo de assuntos mais amplos, como administração, economia,
legislação ou línguas. Procura estudar e aprender.
Além da classificação anterior se destaca também a classificação realizada
por Melo Neto e Froes (2002) no qual apresenta o empreendedor privado e
empreendedor social.
O empreendedor social é um tipo de líder. Suas idéias e inovações não são
incorporadas aos produtos e serviços a serem produzidos e prestados. São pessoas
que trazem aos problemas sociais a mesma imaginação que os empreendedores do
mundo dos negócios trazem a criação de riqueza. São criativos e determinados.
(MELO NETO E FROES, 2002).
O empreendedor privado é de natureza individual, centrado na produção de bens e
serviços para o mercado. Seu foco é o mercado, busca o lucro e satisfaz as
necessidades de seus clientes. Para o empreendedor privado, a economia é uma
dimensão supervalorizada, dela depende fundamentalmente o sucesso do projeto. O
quadro 3, resume as características dos dois tipos de empreendedores.
25
Quadro 3 - Características do empreendedor privado e empreendedor social.
Empreendedor privado
Empreendedor social
É individual
É coletivo
Produz bens e serviços para o mercado
Produz bens e serviços para a comunidade
Tem o foco no mercado
Tem o foco na busca de soluções para os
problemas sociais
Sua medida de desempenho é o lucro
Sua medida de desempenho é o impacto social
Visa satisfazer necessidades dos clientes
Visa resgatar pessoas da situação de risco
social e promovê-las
Fonte: Adaptado de Melo Neto e Froes (2002).
Diante das informações do quadro 3, pode-se perceber as características de
dois tipos de empreendedores, empreendedor privado e empreendedor social. Entre
as principais características, pode-se destacar que o trabalho do empreendedor
privado é individual produzindo serviços e bens ao mercado, já o trabalho do
empreendedor social é coletivo produzindo bens e serviços para a comunidade.
2.2 Classificação do tamanho das empresas
A classificação do tamanho das empresas é bastante difícil. Na visão de
Longenecker, Moore e Petty (1997, p.27) “especificar qualquer padrão de tamanho
para definir pequenas empresas é algo necessariamente arbitrário porque as
pessoas adotam padrões diferentes para propósitos diferentes”.
Existem muitas classificações para as empresas quanto a seu porte ou
tamanho, de acordo com padrões e critérios estabelecidos, como número de
empregados, volume de faturamento anual, patrimônio. O governo, os bancos e
outras entidades afins utilizam critérios variados para classificar o tamanho das
26
empresas por vários motivos: para efeito de cadastro, registro, isenções, apoio
técnico, obtenção de crédito (SEBRAE, 1999).
O SEBRAE (Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas), por exemplo, utiliza
a classificação de empresas pelo número de empregados, como mostra o quadro 4.
Quadro 4 - Classificação das empresas segundo o SEBRAE.
Número de empregados
Número de empregados
Classificação
Indústria
Comércio e Serviços
Microempresa
Até 19
Até 9
Pequena empresa
20 a 99
10 a 49
Média empresa
100 a 499
50 a 99
Grande empresa
500 ou mais
100 ou mais
Fonte: SEBRAE (1999).
Diante das informações do quadro 4, pode-se perceber a classificação das
empresas de acordo com o SEBRAE. Quanto ao número de empregados para a
micro, pequena, média e grande empresa. Nos ramos de negócio, indústria,
comércio e serviços.
2.2.1 Microempresa – ME
A lei nº. 7.256 de 27/11/1984 institui o Estatuto da Microempresa (com
alterações feitas pela lei º 8.383 de 30/12/1991) para efeito de incentivo e de
facilidade de operação das empresas de minúsculo porte e que alcancem um
faturamento anual dentro dos limites definidos por lei. Para 1999 os limites de
faturamento regulamentados são, em nível federal, R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais) anuais, que isentam as ME de pagamento de Imposto de Renda e PIS; e R$
27
92.023,00 (noventa e dois mil e vinte e três reais) anuais em nível estadual, para o
Estado de Santa Catarina, que determina 100% de isenção do pagamento de ICMS
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Para efeito deste estudo,
consideramos ME as empresas que tem receita bruta anual abaixo de R$
120.000,00 (cento e vinte mil reais) (SEBRAE,1999).
Devido ao seu minúsculo porte, a microempresa está dispensada da
escrituração dos livros fiscais, bastando apenas à conservação dos documentos e
papéis relativos aos negócios realizados. Os deveres legais são bastante
simplificados, não há necessidade de se manter um contador e a contabilidade pode
ser feita dentro da própria empresa (SEBRAE, 1999).
A microempresa é o pequeno negócio operado individualmente, por exemplo,
uma mercearia, um posto de gasolina, uma sapataria, uma joalheria, cujo
proprietário trabalha no negócio, ganha, ou tenta ganhar, a vida de maneira modesta
e justa, e tem um ou mais empregados que o ajudam. Essa definição deve
enquadrar a grande maioria das microempresas existentes, onde o proprietário é o
principal operário e os poucos empregados são seus assistentes (SOLOMON,
1989).
Uma das características peculiares da microempresa é que a maioria delas
mostra pouco ou nenhuma tendência ao crescimento. Normalmente não tem
nenhum escalão administrativo, caracterizando-se pelo estilo de controle individual
do proprietário, que conhece a fundo tudo o que se passa em todos os níveis e
áreas do negócio (SEBRAE, 1999).
É muito comum na microempresa, o dono e a empresa se confundirem,
freqüentemente utiliza uma mesma conta bancária ou se localizam no mesmo
endereço. Não existe uma diferença clara entre os assuntos particulares do
empreendedor e as atividades empresariais (LEZANA, 1997).
É relevante salientar, a partir da elaboração do quadro 5, outras principais
características que podem ser atribuídas às microempresas.
28
Quadro 5 - Principais características à microempresa.
Costuma apresentar bom desempenho nas atividades que envolvem diretamente a inovação
tecnológica;
Tendem a desenvolver atividades com baixa intensidade de capital e alta intensidade de mão-de-
obra;
Apresentam bom desempenho em atividades que requerem habilidades ou serviços
especializados;
Muitas vezes são bem sucedidas em mercados pequenos, isolados ou despercebidos;
É comum operarem em mercados instáveis ou atenderem a uma demanda marginal e flutuante;
Por estarem mais próximas do mercado, teoricamente, tem maior capacidade de responder
rapidamente a mudança que nele ocorrem;
Operam em um só local, num único mercado.
Fonte: Adaptado de Solomon (1989).
Diante das informações do quadro 5, pode-se perceber as principais
características das microempresas. As microempresas possuem capacidade de
responder rapidamente as mudanças de mercado, principalmente por atuar em um
só mercado.
2.2.2 Pequena empresa
Abrir uma pequena empresa não significa somente empreender um novo
negócio, gerar empregos ou fazer girar o enorme círculo da economia nacional. É
uma avassaladora onda que envolveu todos os países ricos do primeiro mundo e
29
chega intensamente ao nosso país no esteio criado pelas dificuldades das grandes
empresas (CHIAVENATO, 2004).
Defende ainda que, as pequenas empresas constituem o cerne da dinâmica
da economia dos países, as entidades impulsionadas do mercado, as geradoras de
oportunidades, aquelas que proporcionam empregos mesmo em situações de
recessão.
No quadro 6, podem-se citar algumas vantagens inerentes às pequenas
empresas.
Quadro 6 - Vantagens às pequenas empresas.
Tendem a ser enxutas, ágeis, dinâmicas e flexíveis;
Estão mais próximas de seus clientes e, conseqüentemente, mais sensíveis às mudanças na
demanda do mercado;
São administradas por gerentes que geralmente são proprietários e, portanto, mais motivados
por suas posições em relação aos resultados financeiros;
Em todas as posições, quase todas as pessoas na empresa têm conhecimento direto e pessoal
dos principais aspectos do negócio;
Seus funcionários são motivados pela escala humana de organização, pela pressão dos pares, e
pela certeza que seus papéis contribuem enormemente para o desempenho geral da empresa;
Tem um excelente esquema de comunicação em todos os níveis e direções;
Atraem os indivíduos mais criativos, energéticos e empreendedores;
Tem uma orientação direcionada a um único produto ou linha de produtos relacionados;
Tem uma produção pequena, o que permite a personalização dos produtos e um controle maior
da qualidade.
Fonte: Adaptado de Pinheiro (1996).
30
Diante das informações do quadro 6, pode-se perceber as vantagens às
pequenas empresas. As pequenas empresas estão mais próximas de seus clientes
e tem uma produção pequena, o que permite a personalização dos produtos com
maior qualidade.
2.3 Microcrédito
Conforme Sachet (2001) o microcrédito é um sistema de pequenos
empréstimos totalmente dissociado do sistema bancário financeiro em vigor. O
microcrédito não significa apenas um empréstimo de pequeno valor, com ele gira
toda filosofia de confiança na pessoa, e principalmente, de valorização do trabalho.
O microcrédito é atribuído à pessoa pela sua capacidade de realizar alguma coisa.
O microcrédito4 é uma alternativa de crédito para os empreendedores do setor
formal e informal, que não tem acesso ao sistema formal de crédito (sistema
bancário tradicional) e desejam ampliar ou melhorar seu negócio.
A liberação de um microcrédito é baseada principalmente na análise sócio-
econômica do empreendedor, onde é avaliada a intenção e a potencialidade do
cliente, analise feita pelo Agente de Crédito.
Através do microcrédito empresta-se para capital de giro, compra de veículo
utilitário, compra de máquinas ou equipamentos e para ampliação ou reforma do
negócio.
O microcrédito5 tem sido justificado e concebido como um programa social de
geração de emprego e renda principalmente para os grupos sociais com baixa
inserção no mercado formal.
Este conceito nem sempre corresponde à realidade. A maioria das operações
termina por beneficiar indivíduos e grupos sociais que já tem inserção média ou alta
nos mercados e que, por restrições de capital próprio não conseguem ampliá-la.
Para os beneficiários realmente de baixa inserção, a tendência de tais
programas tem sido a de conceder empréstimos muito pequenos, que em termos
4 As informações para elaboração do parágrafo foram retiradas do endereço eletrônico:
www.paginadomicrocrédito.com/oqueemicrocrédito Acesso em outubro de 2005. 5 As informações para elaboração do parágrafo foram retiradas do endereço eletrônico: www.esquel.org.com.br
Acesso em dezembro de 2005.
31
econômicos e financeiros não tem a menor possibilidade numa economia de
mercado, gerar uma renda, e uma reprodução ampliada que garanta a sobrevivência
(permanência do empreendimento).
O principal objetivo do microcrédito deveria ser o de proporcionar a aquisição
de ativos para os grupos sociais atualmente excluídos do acesso a tais bens; ampliar
a disponibilidade e o domínio de fatores de produção nas mãos de famílias
(indivíduos ou grupos) que, na atualidade não dispõem dos mesmos.
A noção de ativos não deve ser limitada ao entendimento convencional do
chamado financiamento de investimentos (máquinas, equipamentos e capital de
giro), como em uma empresa formal já estabelecida. Na agricultura, uma unidade
familiar qualquer não separa objetivos familiares de objetivos produtivos. Sua casa é
o paiol onde se guardam as sementes e os instrumentos de trabalho, os membros
da família são os trabalhadores agrícolas, sementes e alimentos são o mesmo
produto. A unidade familiar urbana pode receber tratamento idêntico. Uma faxineira
melhora sua produtividade com equipamento adequado de limpeza, este mesmo
equipamento seria utilizado em sua residência familiar.
Este entendimento coloca uma série de novos problemas: volume de
recursos, identificação e seleção de beneficiários, duração de planos de
investimentos e prazos. Amplia também a responsabilidade do agente de crédito
como um sócio-parceiro efetivo e comprometido com o sucesso do empreendimento.
Para compensar, o agente de crédito deveria poder financiar a taxas diferenciadas e
mesmo para operações de financiamento de consumo para certos tipos de gastos
com saúde, educação ou consumo corrente das famílias.
O microcrédito sempre existiu e existirá na forma de: agiotas, financeiras,
empréstimos de amigos, penhores.
No curto prazo é possível aumentar a quantidade de microcrédito e o
montante envolvido nas operações, desde que se eliminem entraves burocráticos,
condicional idades e restrições quanto ao tipo de utilização dos recursos a serem
emprestados. No caso de um empréstimo pequeno, não se exige um projeto, basta
apresentar um avalista. Também não se associa a formação de grupos ou a
capacitação como pré-requisitos de acesso ao crédito (de forma independente do
volume de recursos das características do tomador ou da complexidade relativa do
projeto), ou também confundir operações de crédito com temas de cidadania.
32
A expansão do microcrédito requer, além da ampliação quantitativa e
qualitativa do número de operadores (e pontos de entrada de solicitação de crédito),
uma mudança significativa no atual padrão de trabalho dos operadores de tais
programas. O operador de microcrédito deve funcionar de modo similar a um agiota
tradicional ou mais modernamente como uma empresa de factoring.
Existem três obstáculos a essa expansão e as respectivas propostas de superação
destes obstáculos, mostrados no quadro 7.
Quadro 7 - Principais obstáculos e superações do microcrédito.
Obstáculos
Superação
Reduzido número de pontos de
atendimento
Autorizar empresas, agências de correios e outras
entidades interessadas a receber solicitações de
crédito (estabelecimento de parcerias entre estas
operadoras e os agentes de crédito).
Ideologia dos operadores do programa
Capacitar operadores sobre: técnicas, gestão
bancarias, credenciais e práticas de fomento ao
desenvolvimento.
Criação de mecanismos de proteção para
operadores em caso de inadimplência
Taxas de juros flexíveis de fundos de aval,
possibilidade de redesconto.
Fonte: Disponível em www.esquel.org.br dezembro de2005.
Diante das informações do quadro 7, pode-se perceber os principais
obstáculos e superações do microcrédito, é citado um obstáculo e em seguida uma
superação. Como o microcrédito apresenta um reduzido número de pontos de
atendimento, é proposto assim uma parceria com outros estabelecimentos a
receberem solicitação de crédito.
O microcrédito6 pode chegar à zona rural através da criação de pontos de
entrada (recebimento de demanda) no interior e recuperando a prática dos
mecanismos de crédito já existentes nas zonas rurais e no setor agrícola, como por
6 As informações para elaboração do parágrafo foram retiradas do endereço eletrônico: www.esquel.org.com.br
Acesso em dezembro de 2005.
33
exemplo: com operações típicas das realizadas no mercado de futuros, compra
antecipada de produção, mecanismos de compra de excedentes da produção ou de
financiamento de estoques.
Todas estas são práticas tradicionais no campo. Os efeitos destas práticas já
foram avaliados e o impacto agregado é muito positivo. Para as atividades não
agrícolas (artesanato, indústrias caseiras) o esquema é semelhante: fornecedores
adiantam e detém compromisso de compra por preço pré ou pós-fixados.
O microcrédito para primeiro negócio, é sempre uma operação de risco (visto
a mortandade das micro e pequenas empresas). Estudos na Inglaterra (na área da
informalidade) mostraram que, independentemente do ramo de negócio, a chance
de sucesso aumenta de forma significativa quando o novo empreendedor coloca
recursos financeiros próprios em jogo. Se forem utilizados estes dados, um
parâmetro para ofertar o crédito para um primeiro negócio seria o da necessidade de
contrapartida.
2.3.1 Trabalho autônomo
O desemprego é um dos flagelos das sociedades modernas. Mesmo os
países industrializados se encontram na impossibilidade de oferecer emprego para
todos.
O trabalho autônomo não é tão espetacular como uma fábrica, mas os lucros
ficam no país onde são gerados, e as empresas criadas desse modo muitas vezes
são pequenas demais para constituir um perigo ambiental. Além disso, levam o
pobre a mudar seu destino (YUNUS, 2005).
No quadro 8, algumas vantagens do trabalho autônomo com relação ao
trabalho assalariado.
34
Quadro 8 – Vantagens do trabalho autônomo.
Os horários são flexíveis e possíveis de se adaptarem a situação familiar. Assim as pessoas podem
optar por trabalhar em período integral ou em tempo parcial, se precisam contornar dificuldades
temporárias, ou até mesmo abandonar seu negócio durante algum tempo para assumir um emprego
assalariado.
O trabalho autônomo convém particularmente a quem conhece a realidade da rua e requer
conhecimentos práticos do que teóricos e competências técnicas. Isso significa que os analfabetos e
os pobres podem explorar seus pontos fortes, em vez de ficarem em desvantagem devido a suas
fragilidade.
Ele pode transformar um passatempo em atividade remuneradora.
Dar oportunidade a quem tem dificuldade para se submeter a uma hierarquia rígida.
Oferece possibilidade de sair da dependência em relação à ajuda social, não para se tornar um
escravo assalariado, mas para abrir uma loja ou uma pequena oficina.
Pode ajudar aqueles que encontram um emprego, mas que ainda estão bastante pobres.
Propiciam aos recém-diplomados o apoio moral e necessário para se instalarem por conta própria,
em vez de afundarem na depressão ou no isolamento.
Dar as vitimas do racismo, que não podem encontrar emprego em razão de sua origem ou da cor de
sua pele, uma oportunidade de ganhar a vida.
O custo médio de criação de um trabalho autônomo é dez vezes, vinte ou cem vezes menor que o
de um emprego assalariado.
Ele permite a um pobre isolado retomar progressivamente a autoconfiança.
Fonte: Adaptado de Yunus (2005).
Diante das informações do quadro 8, pode-se perceber as vantagens de se
ter um trabalho autônomo. Esse oferece vantagens como, o horário pode ser flexível,
possibilidade de se tornar independente, de ser dono do seu próprio negócio, ter sua
própria renda.
35
Evidentemente o trabalho autônomo tem seus limites, mas em muitos casos é
a única solução para melhorar a sorte daqueles que a economia se recusa a
empregar e cuja carga os contribuintes se recusam a suportar (YUNUS, 2005).
36
3 MÉTODO
Este capítulo tem como propósito apresentar o caminho utilizado para atingir
os objetivos.
3.1 Delineamento do trabalho
O presente estágio quanto aos objetivos adotou a pesquisa-diagnóstico. O
propósito é explorar o ambiente para em seguida levantar e definir os problemas
detectados para então poder sugerir estratégias de melhorias a estes pontos fracos
verificados (ROESCH, 1999). Verificou-se então que seria mais adequado utilizar o
método quantitativo.
Segundo Roesch (1999) para avaliar o resultado de algum sistema ou projeto,
recomenda-se utilizar preferencialmente o enfoque da pesquisa quantitativa e utilizar
o melhor meio possível de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma
boa interpretação dos resultados.
3.2 População e amostra
A população alvo da pesquisa é formada pelos clientes que receberam
financiamento do Banco do Empreendedor de Tijucas, no período de 06/2001 até
04/2006. Através de uma população de 533 clientes, utilizou-se o cálculo proposto
por Gil (1991), chegou-se a uma amostra de 143 clientes.
Para efeito da pesquisa foi tirada uma amostra aleatória simples, que de
acordo com Gil (1991) consiste basicamente em atribuir a cada elemento do
universo um único número para depois, selecionar alguns desses elementos.
37
Segundo Gil (1991) a amostra são elementos que compõe a população. O
cálculo utilizado para achar o tamanho da amostra é o seguinte:
n = tamanho da amostra;
N = tamanho da população;
σ² = nível de confiança escolhido, expresso em número de desvio padrão;
p = percentagem com o qual o fenômeno se verifica;
q = percentagem complementar;
e² = erro máximo permitido.
n = σ² p.q. N ____________________ =
e² (N -1 ) + σ² p.q
n = 1.96.50.50.533
____________________ =
5² (533 – 1) + 1.96.50.50
n = 4.900. 533
____________________ =
25 (532) + 4.900
n = 2.611.700
____________________ =
18.200
n = 143
3.3 Coleta de dados
De acordo com Cervo e Bervian (1996) a coleta de dados é uma tarefa
importante na pesquisa, envolve diversos passos, como a determinação da
38
população a ser estudada, a elaboração do instrumento de coleta, a programação da
coleta e também os dados e a própria coleta.
A coleta de dados caracteriza-se por dados primários, através de
questionários, por entender, que conforme Cervo e Bervian (1996) é a forma mais
usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se
deseja. Em geral a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às
questões por uma fórmula que o próprio informante preenche.
Os questionários foram aplicados através de visitas feitas aos clientes em
seus próprios negócios, facilitando assim o preenchimento dos questionários. Para
não gerar nenhum tipo de incomodo aos clientes, antes da visita, foram feitas
ligações telefônicas para informá-los a respeito da visita ao seu negócio. Todos os
clientes foram muito receptivos e colaboraram devidamente com a coleta dos dados.
3.4 Análise e Tratamento dos dados
Os dados foram analisados de forma descritiva, que conforme Cervo e
Bervian (1996) têm o intuito de recolher informações e conhecimentos prévios
acerca de um problema para o qual se procura resposta acerca de uma hipótese
que se quer experimentar.
Os dados analisados foram feitos através de ferramentas estatísticas, no qual
foram tabulados com o auxílio da planilha eletrônica do Excel e apresentados
através de gráficos, com os respectivos resultados alcançados, de acordo com o
total de questionários aplicados.
39
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Este capítulo abordará o histórico da empresa e o resultado da pesquisa.
4.1 Histórico da empresa
O Banco do Empreendedor de Florianópolis foi constituído em 9 de setembro
e inaugurado em 19 de outubro de 1999, com sede inicialmente na Rua Almirante
Alvim nº491, no centro de Florianópolis e com a responsabilidade de atender a toda
região que compõem a Associação dos municípios da Grande Florianópolis. Foi a
primeira organização criada e instalada pelo Programa de Crédito de Confiança,
implantado de um termo de cooperação assinado em maio de 1999 entre Governo
do Estado de Santa Catarina, BADESC, SEBRAE/SC E FAMPESC, aderindo ao
mesmo outras entidades organizadas, representantes de entidades e das
comunidades que compõe a Região da Grande Florianópolis e que passaram a ser
fundadoras da Organização Não Governamental BANCO DO EMPREENDEDOR,
certificado em Julho de 2002 pelo Ministério da Justiça, como OSCIP (Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público).
O pioneirismo do Banco do Empreendedor dentro do Programa Crédito de
Confiança foi importante para o estabelecimento de padrões de operacionalização e
administração do modelo que estava sendo criado para operar o Microcrédito no
Estado de Santa Catarina. O esforço inicial contou com a participação de diversos
parceiros, os quais disponibilizaram espaço físico, móveis, equipamentos e recursos
a fundo perdidos, como foi o caso da Prefeitura Municipal de Florianópolis, do
BADESC, e SEBRAE e alguns voluntários que se dispuseram a dirigir a equipe
operacional contratada, gerando assim as condições para sucesso do projeto. Sob o
comando de Ubirajara Câmara, representante da AEMFLO (Associação Empresarial
dos Municípios da Grande Florianópolis), primeiro Presidente, a organização deu os
primeiros passos decisivos para sua consolidação.
Através de uma parceria com o SEBRAE/SC foi disponibilizada uma unidade
móvel para atendimento descentralizado diretamente aos empreendedores, nas
várias cidades e bairros que compõem a região de atendimento da organização.
40
Alguns meses mais tarde, sua sede foi transferida para novas instalações, junto a
gerencia regional do BADESC da capital, localizada a Rua Fulvio Aducci nº710,
bairro Estreito, onde opera até o momento. No ano de 2000, Ubirajara Câmara
transferiu o comando da administração para Marcilio Ávila, representante da
ASSINVEST (Associação das Indústrias do Vestuário do Aglomerado Urbano da
Grande Florianópolis) que incentivou a disseminação do modelo e buscou novas
parcerias. Em março de 2001 assumiu o comando da organização Luiz Carlos
Floriani, representante da FAMPESC (Federação das Associações das Micro e
Pequenas Empresas de Santa Catarina) passando a investir na profissionalização
dos serviços e na descentralização do atendimento, através da criação de postos
avançados, redefinindo a área e região de atendimento e criação de programas de
metas que garantiram melhor desempenho da organização. Os números comprovam
claramente os resultados obtidos. Neste período foram realizadas 5092 operações
aprovadas, no valor de 16.901.236,70 milhões de reais, atendendo empreendedores
de pequenos negócios formais e informais de toda a região de abrangência do
Banco do Empreendedor.
Atualmente a organização atende a micro região da Grande Florianópolis no
qual fazem parte os seguintes municípios e suas respectivas populações: Antônio
Carlos (6.235), Biguaçu (44.136), Canelinha (8.271), Florianópolis (281.928),
Governador Celso Ramos (11.940), Major Gercino (3.309), São João Batista
(14.033), e Tijucas (20.764).
O Banco do Empreendedor possui um quadro de 16 funcionários, sendo 1
presidente do conselho, 1 diretor executivo, 1 gerente, 6 agentes de crédito, 3
auxiliares administrativos e 4 estagiários.
Além, da sede em Florianópolis, no bairro do Estreito, o Banco do
Empreendedor atende através de postos avançados em Biguaçu, São João Batista e
Tijucas, este último sendo o local onde a pesquisa foi realizada.
4.1 Passos para obtenção de financiamento
O microcrédito se destina a toda pessoa que trabalha por conta própria,
autônomo, micro e pequenas empresas formais ou informais.
41
É financiável capital de giro; máquinas e equipamentos novos e usados;
aquisição de veículos utilitários; ampliação ou reforma.
São exigências para obtenção de financiamento, residir há mais de um ano na
cidade, ter experiência na atividade, não apresentar restrições no SPC (Sistema de
Proteção ao Crédito), apresentar um avalista ou garantia real.
A documentação necessária para pessoa jurídica é: cópia do contrato social;
cópia do cartão do CNPJ; cópia da carteira de identidade dos sócios e seus
cônjuges; cópia do CPF dos sócios e cônjuges; comprovante de endereço
residencial. Para pessoa física é: cópia da carteira de identidade dos clientes e seus
cônjuges; cópia do CPF dos clientes e seus cônjuges; comprovante de endereço
residencial. Para o avalista é: cópia da carteira de identidade e de seu cônjuge;
cópia do CPF e seu cônjuge; comprovante de renda; comprovante de endereço
residencial.
As vantagens oferecidas pelo Banco do Empreendedor são prestações fixas,
sem taxa de abertura de crédito, não precisa abrir conta corrente, não paga CPMF
ou IOF, não tem taxa de vistoria. Pontualidade gera benefícios em operações
futuras.
Os valores possíveis de financiamento são de R$ 200.00 (Duzentos reais) a
R$ 10.000,00 (Dez mil reais) com valores e prazos conforme o tipo de operação
(giro, fixo e misto) também sendo avaliada a capacidade de pagamento do
solicitante.
O pretendente a um empréstimo deverá se dirigir a um posto de atendimento
ou na própria agência do Banco do Empreendedor, ou mesmo ligar, para saber se o
pretendente se enquadra dentro dos requisitos das exigências para se fazer o
financiamento. Estando o mesmo enquadrado, a seguir apresenta os documentos
necessários. É preenchida uma ficha cadastral, com dados pessoais e do
empreendimento. Após isso, é verificado se o proponente não tem registros no SPC.
Não tendo registros negativos, seu processo é selecionado, e o agente de crédito
agendará uma visita ao seu empreendimento. Junto com a visita é preenchida uma
análise sócio-econômica do empreendedor, onde é avaliada a intenção e a
potencialidade do cliente. Após a visita, o agente de crédito obterá maiores
informações junto ao processo com seu parecer técnico. Tendo o parecer favorável,
o processo é levado ao comitê de crédito onde é relatado pelo próprio agente ao
42
final. Sendo assim, é feito um contrato de abertura de crédito e respectiva liberação
dos recursos.
4.2 Resultado da pesquisa
Nesta etapa do trabalho estão presentes os dados coletados através dos
questionários aplicados junto aos empreendedores pesquisados que receberam
financiamento do Banco do Empreendedor.
4.2.1 Perfil dos empreendedores
O gráfico 1, a seguir, apresenta o sexo dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 1 - Sexo
Fonte: Dados primários
Com relação ao sexo dos empreendedores pesquisados que receberam
financiamento no Banco do Empreendedor, pode-se observar que 52% são
mulheres e 48% são homens.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados são do
sexo feminino.
Quando se atinge um número bastante expressivo de mulheres, os primeiros
resultados começam a aparecer.
48%52%masculino
feminino
43
43%
31%
26%
18 a 30 anos
31 a 40 anos
mais de 40 anos
Descobre-se uma nova razão para se concentrar nas mulheres candidatas ao
empréstimo. Não se trata de dar-lhes o lugar que elas têm de direito, mas de
considerá-las como atores privilegiados do desenvolvimento.
Quando as mulheres vêem surgir uma possibilidade, por modesta que seja,
de sair da pobreza, elas se revelam mais combativas que os homens.
O dinheiro, quando utilizado por uma mulher numa família, beneficia mais o
conjunto dos membros do que quando é utilizado por um homem (YUNUS, 2005).
No gráfico 2, a seguir, apresenta a idade dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 2 – Idade
Fonte: Dados primários
Com relação à idade dos empreendedores pesquisados que receberam
financiamento no Banco do Empreendedor, pode-se ressaltar que 43% têm idade de
18 a 30 anos, 31% tem idade de 31 a 40 anos e 26% têm mais de 40 anos.
44
No gráfico 3, a seguir, apresenta o município onde residem os
empreendedores pesquisados.
Gráfico 3 - Município
Fonte: Dados primários
Com relação ao município onde residem os empreendedores pesquisados,
pode-se dizer que 69% residem em Tijucas, 12% em Canelinha, 13% em São João
Batista e 6% em outros municípios.
Pode-se ressaltar que nos municípios de Tijucas e São João Batista existe
posto avançado de atendimento do Banco do Empreendedor.
69%
12%
13%6%
Tijucas
Canelinha
São João Batista
Outros
45
No gráfico 4, a seguir, apresenta a renda familiar dos empreendedores
pesquisados.
Gráfico 4 – Renda Familiar
Fonte: Dados primários
Com relação à renda familiar, 19% dos empreendedores possuem renda até
1.000,00, 40% dos empreendedores possuem renda de 1.000,00 a 2.000,00 , 27%
dos empreendedores possuem renda de 2.000,00 a 3.000,00, 3% dos
empreendedores possuem renda de 3.000,00 a 4.000,00, 3% dos empreendedores
possuem renda de 4.000,00 a 5.000,00 e 8% dos empreendedores possuem renda
superior a 5.000,00.
19%
40%
27%
3%
3% 8%até 1000,00
de 1000,00 a 2000,00
de 2000,00 a 3000,00
de 3000,00 a 4000,00
de 4000,00 a 5000,00
mais de 5000,00
46
No gráfico 5, a seguir, apresenta o número de pessoas que vivem através da
renda dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 5 - Pessoas que vivem desta renda
Fonte: Dados primários
Com relação ao número de pessoas que vivem da renda dos
empreendedores pesquisados, 42% refere-se de 1 a 2 pessoas, 23% de 3 a 4
pessoas, 22% de 2 a 3 pessoas, 10% de 4 a 5 pessoas e 3% refere-se a mais de 5
pessoas.
42%
22%
23%
10%3%
1 a 2
2 a 3
3 a 4
4 a 5
mais de 5
47
No gráfico 6, a seguir, apresenta o grau de escolaridade dos empreendedores
pesquisados.
Gráfico 6 – Grau de Escolaridade
Fonte: Dados primários
No que diz respeito à escolaridade dos empreendedores pesquisados, 60%
possuem o 2º grau completo, 11% possuem o nível superior incompleto, 9%
possuem o nível superior completo, 9% possuem o 1º grau incompleto, 7% possuem
o 1º grau completo e 4% possuem o 2º grau incompleto.
Como foi destacado no referencial teórico, os empreendedores possuem
conhecimento, são sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que
quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é sua chance de êxito.
9%
7%
4%
60%
11%
9% 0% 1º grau incompleto
1º grau completo
2º grau incompleto
2º grau completo
Superior incompleto
Superior completo
Outros
48
4.2.2 Ramo de negócio
No gráfico 7, a seguir, apresenta o setor que os empreendedores
pesquisados atuam no seu negócio.
Gráfico 7 – Setor que atua
Fonte: Dados primários
Com relação ao setor que os empreendedores pesquisados atuam 61% estão
situados no ramo de negócio, no setor comércio, 26% no ramo de negócio, no setor
serviços e 13% no ramo de negócio, no setor indústria.
13%
61%
26%0%
Indústria
Comércio
Serviço
Outros
49
No gráfico 8, a seguir, apresenta o tempo de atuação no mercado, dos
empreendedores pesquisados.
Gráfico 8 - Tempo de atuação no mercado
Fonte: Dados primários
Com relação ao tempo de atuação no mercado, 13% dos empreendedores
pesquisados informaram estar até 1 ano, 18% dos empreendedores informaram
estar de 1 a 2 anos, 12% dos empreendedores informaram estar de 2 a 3 anos, 6%
dos empreendedores informaram estar de 3 a 4 anos, 8% dos empreendedores
informaram estar de 4 a 5 anos e 43% dos empreendedores informara a mais de 5
anos.
13%
18%
12%
6%8%
43%
até 1 ano
1 a 2 anos
2 a 3 anos
3 a 4 anos
4 a 5 anos
mais de 5 anos
50
No gráfico 9, a seguir, apresenta a média anual de faturamento da empresa,
dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 9 - Média de faturamento anual da empresa
Fonte: Dados primários
Com relação a média de faturamento anual da empresa, 27% dos
empreendedores responderam que faturam de 6.000,00 a 12.000,00, 22% dos
empreendedores responderam faturar de 12.000,00 a 18.000,00, 6% dos
empreendedores responderam faturar de 18.000,00 a 24.000,00, 11% dos
empreendedores responderam faturar de 24.000,00 a 30.000,00, 6% dos
empreendedores responderam faturar de 30.000,00 a 36.000,00, 13% dos
empreendedores responderam faturar de 60.000,00 a 66.000,00 e 15% dos
empreendedores responderam faturar acima de 120.000,00.
Se a média de faturamento é resultado da atividade realizada, pode-se
afirmar que a maioria das empresas poderiam ser classificadas como microempresa,
dentro dos critérios do SEBRAE.
27%
22%
6%11%
6%
13%
15%6.000,00 a 12.000,00
12.000,00 a 18.000,00
18.000,00 a 24.000,00
24.000,00 a 30.000,00
30.000,00 a 36.000,00
60.000,00 a 66.000,00
acima de 120.000,00
51
No gráfico 10, a seguir, apresenta a quantidade de funcionários de cada
empresa, dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 10 - Número de funcionários da empresa
Fonte: Dados primários
Com relação ao número de funcionários da empresa, 88% dos
empreendedores pesquisados, responderam de 1 a 5 funcionários, 5% de 5 a 10
funcionários, 5% de 15 a 20 funcionários e 2% acima de 25 funcionários.
Se o número de funcionários da empresa é resultado da atividade realizada,
pode-se afirmar que a maioria das empresas poderiam ser classificadas como
microempresa, dentro dos critérios do SEBRAE.
88%
2%
5%
0%5%
0%
1 a 5
5 a 10
10 a 15
15 a 20
20 a 25
acima de 25
52
No gráfico 11, a seguir, apresenta o segmento de mercado que está focada a
empresa dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 11 – Segmento de mercado
Fonte: Dados primários
Com relação ao segmento de mercado que a empresa está focada, 100% dos
empreendedores pesquisados responderam cliente final.
100%
0%
Cliente Final
Cliente Institucional
53
4.2.3 Idéia de ser empreendedor
No gráfico 12, a seguir, apresenta porque os empreendedores pesquisados
optaram por esse ramo de negócio.
Gráfico 12 – Ramo de negócio
Fonte: Dados primários
Com relação a opção do ramo de negócio, 58% dos empreendedores
pesquisados, responderam por ter experiência no ramo, 15% por dar lucratividade
no ramo, 14% por acaso e 13% por indicação de terceiros.
Como foi destacado no referencial teórico, o empreendedor é alguém que
define por si mesmo o que vai fazer e que contexto será feito. Ao definir o que vai
fazer, ele leva em conta seus sonhos, desejos, preferências, o estilo de vida que
quer ter, dessa forma consegue dedicar-se intensamente, já que seu trabalho se
confunde com o prazer.
13%
58%
15%
14% 0%
Indicação de terceiros
Por ter experiência noramo
Lucratividade no ramo
Acaso
Outros
54
No gráfico 13, a seguir, apresenta qual é a área de oportunidade de negócio
dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 13 - Área de oportunidade do negócio
Fonte: Dados primários
Com relação a área de oportunidade do negócio, 15% dos empreendedores
atuam na área do vestuário, 11% dos empreendedores atuam na área de calçados,
17% dos empreendedores atuam na área de alimentos, 10% dos empreendedores
na área da informática, 4% dos empreendedores na área de artesanato e 43% dos
empreendedores pesquisados informaram outros. Entre esses outros pode-se citar
áreas como beleza, saúde, transportes, música.
Conforme foi destacado no referencial teórico, o empreendedor é alguém que
acredita que pode colocar a sorte a seu favor por entender que ele é produto do
trabalho árduo. Defende ainda que, um dos principais atributos do empreendedor é
identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-los em
negócios lucrativos. Não é indispensável que ele possua os meios necessários a
criação de sua empresa; mas deve ser capaz de atrair tais recursos demonstrando o
valor de seu projeto e comprovando que tem condições de torná-los realidade.
15%
11%
17%
10%4%
43%
Vestuário
Calçados
Alimentos
Informática
Artesanato
Outros
55
30%
42%
20%
8%
Planejamento
Marketing
Treinamento funcional
Fluxo de caixa
4.2.4 Ferramentas de gestão que utiliza
No gráfico 14, a seguir, apresenta quais as ferramentas de gestão os
empreendedores pesquisados utilizam em seu negócio.
Gráfico 14 - Ferramentas de gestão
Fonte: Dados primários
Com relação a ferramenta de gestão, 42% dos empreendedores optaram pela
ferramenta de marketing, 30% dos empreendedores optaram por planejamento, 20%
dos empreendedores optaram por treinamento funcional, 8% dos empreendedores
pelo fluxo de caixa..
A pesquisa revela a importância das ferramentas de gestão utilizadas pelo
empreendedor no negócio. Todas as ferramentas citadas possuem sua importância
como mostra o resultado, porém a ferramenta que se destaca é a de marketing. De
acordo com Kotler e Armstrong (1999) marketing é um processo pelo qual indivíduos
e grupos obtêm o que precisam e desejam através de trocas de produtos e valores.
4.2.5 De que maneira o empreendedor utiliza o financiamento recebido
56
No gráfico 15, a seguir, apresenta de que maneira os empreendedores
pesquisados utilizam o financiamento recebido.
Gráfico 15 - Maneira que utilizou o financiamento recebido
Fonte: Dados primários
Com relação a maneira que utilizou o financiamento recebido, 36% dos
empreendedores pesquisados, responderam que foi capital de giro, 35%
responderam que foi compra de máquina ou equipamento, 21% ampliação ou
reforma e 8% compra de veículo utilitário.
Com o microcrédito é possível obter financiamento para capital de giro,
compra de veículo utilitário, compra de máquinas ou equipamentos e para ampliação
ou reforma do negócio.
Através do capital de giro o empreendedor pode, por exemplo, comprar
mercadorias ou matéria-prima, para aumentar seu estoque. Já com a compra de
máquina, o empreendedor pode aumentar sua produção, com a compra do
equipamento o empreendedor pode modernizar seu ambiente de trabalho através do
acompanhamento da evolução tecnológica, ou até mesmo comprar novas
ferramentas de trabalho. Através da compra de veículo utilitário o empreendedor
consegue, por exemplo, otimizar a entrega dos seus produtos ou serviços, ou obter
mais segurança, quando se trata da atividade frete, comprando caminhões mais
novos para transportar com segurança e qualidade. Já com ampliação e reforma, o
empreendedor pode aumentar seu espaço físico através da construção de um
galpão, um depósito, pode também melhorar suas instalações como, trocar a
pintura, portas e janelas do local de trabalho, ou também, trocar o piso, entre outros.
21%
35%8%
36%
0%
Ampliação ou reforma
Compra de máquina ouequipamento
Compra de veículo utilitário
Capital de giro
Outros
57
Como se pode perceber o microcrédito é uma alternativa que ajuda no
crescimento do negócio, sendo qual for a maneira que o financiamento for utilizado.
4.2.6 Vantagens do produto ou serviço
No gráfico 16, a seguir, apresenta quais as vantagens dos produtos ou
serviços que os empreendedores pesquisados utilizam no seu negócio.
Gráfico 16 -
Vantagens do produto ou serviço
Fonte: Dados primários
Com relação às vantagens do produto ou serviço, 46% dos empreendedores
pesquisados, responderam a qualidade, 26% atendimento, 13% pelo preço, 8% pela
distribuição e 7% localização.
Pode-se perceber que a maioria dos empreendedores pesquisados optaram
pela qualidade dos produtos ou serviços.
De acordo com Kotler e Armstrong (1999) a qualidade é a totalidade dos
aspectos e características de um produto ou serviço relacionada a sua capacidade
de satisfazer necessidades explícitas ou implícitas.
Afirma ainda que, a qualidade começa com as necessidades do cliente e
termina com a satisfação dele.
46%
13%
26%
0%
8% 7% 0%
Qualidade
Preço Atendimento
Condição de pagto Distribuição
Localização Outros
58
No gráfico 17, a seguir, apresenta qual é o mercado comprador dos produtos
ou serviços, dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 17 - Mercado comprador
Fonte: Dados primários
Com relação ao mercado comprador, 57% dos empreendedores pesquisados,
responderam que é mercado local, 34% mercado regional, 6% mercado nacional e
3% mercado global.
O mercado é um grupo de compradores reias e potenciais de um produto.
Esses compradores tem uma necessidade ou desejo específico, que pode ser
satisfeito através de troca. Assim o tamanho de um mercado depende do número de
pessoas que apresentam necessidades, tem recursos para fazer trocas, e estão
dispostos a oferecer esses recursos em troca do que desejam. Refere-se ao lugar
onde os compradores e vendedores se reunem para trocar seus bens (KOTLER e
ARMSTRONG,1999).
57%34%
6% 3%
Local
Regional
Nacional
Global
59
No gráfico 18, a seguir, apresenta de que forma os empreendedores
pesquisados distribuem seus produtos.
Gráfico 18 - Distribuição dos produtos
Fonte: Dados primários
Com relação a distribuição dos produtos, 100% dos empreendedores
pesquisados, responderam que são vendas diretas.
A distribuição envolve todas as atividades relacionadas a transferência do
produto do fabricante para o consumidor. São utilizados canais de distribuição, que
se encarregam de tornar o produto disponível ao consumidor.
A intensidade de distribuição indica o grau de cobertura de mercado que o
fabricante considera necessário para comercializar seu produto.
Os três níveis de distribuição são: distribuição intensiva, distribuição seletiva e
distribuição exclusiva.
Distribuição intensiva é o tipo de distribuição em que se procura colocar o
produto no maior número possível de pontos-de-venda.
Distribuição seletiva é o tipo de distribuição em que se procura selecionar
intermediários que estejam dispostos e tenham condições de vender um
determinado produto.
Distribuição exclusiva é o tipo de distribuição em que se procura conceder a
revendedores direitos exclusivos de distribuir os produtos da empresa em
determinada região. (DOLABELA, 1999)
100%
0%
Venda direta
Venda indireta
60
4.2.7 Fatores externos que são ameaças ao negócio
No gráfico 19, a seguir, apresenta quais são os fatores externos que
ameaçam o negócio dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 19 - Fatores externos de ameaças ao negócio
Fonte: Dados primários
Com relação aos fatores externos que são ameaças ao negócio, 18% dos
empreendedores optaram pelo fator juros, 14% pelo fator custo de energia, 14%
pelo fator matéria-prima, 11% pelo fator de inflação, 8% por mudanças tecnológicas,
8% por mão-de-obra e 27% dos empreendedores pesquisados optaram por outros
fatores.
A pesquisa revela que 27% dos empreendedores pesquisados, a maioria,
optaram por outros fatores. Dentre esses estão os fatores de concorrência,
inadimplência e mudanças climáticas.
11%
18%
14%
14%8%
8%
27%
Inflação
Juros
Custo de energia
Matéria-prima
Mão-de-obra
Mudanças Tecnológicas
Outros
61
4.3 Cruzamento dos dados
No gráfico 20, a seguir, apresenta o cruzamento dos graficos em relaçao à
escolaridade e o sexo dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 20 - Escolaridade X Sexo
Fonte: Dados primários
Com relação ao sexo masculino, 3 empreendedores pesquisados possuem o
1º grau incompleto, 4 empreendedores 1º grau completo, 5 empreendedores 2º
grau incompleto, 38 empreendedores 2º grau completo, 8 empreendedores possuem
nível superior incompleto e 5 empreendedores possuem nível superior completo.
Com relação ao sexo feminino, 9 empreendedores possuem 1º grau
incompleto, 7 empreendedores possuem 1º grau completo, 4 empreendedores
possuem 2º grau incompleto, 42 empreendedores possuem 2º grau completo, 9
empreendedores possuem nível superior incompleto e 9 empreendedores possuem
nível superior completo.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados, são do
sexo feminino e possuem 2º grau completo.
Escolaridade x Sexo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1º GrauIncompleto
1º GrauCompleto
2º GrauIncompleto
2º GrauCompleto
SuperiorIncompleto
SuperiorCompleto
Masculino
Feminino
62
No gráfico 21, a seguir, apresenta o cruzamento dos gráficos em relação ao
sexo e ramo de negócio dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 21 – Sexo X Ramo de negócio
Fonte: Dados primários
Com relação ao sexo masculino, 10 empreendedores pesquisados atuam no
ramo de negócio, no setor indústria, 36 empreendedores atuam no ramo de negócio,
no setor comércio e 23 empreendedores atuam no ramo de negócio, no setor
serviços.
Com relação ao sexo feminino, 8 empreendedores atuam no ramo de
negócio, no setor indústria, 48 empreendedores atuam no ramo de negócio, no setor
comércio e 18 empreendedores atuam no ramo de negócio, no setor serviços.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados são do
sexo feminino e atuam no ramo de negócio, no setor comércio.
Sexo x Ramo
0
10
20
30
40
50
60
Indústria Comércio Serviços Outros
Masculino
Feminino
63
No gráfico 22, a seguir, apresenta o cruzamento dos gráficos em relação ao
sexo e as ferramentas de gestão que os empreendedores utilizam em seu negócio.
Gráfico 22 – Sexo x Ferramenta de gestão
Fonte: Dados primários
Com relação ao sexo masculino, 17 empreendedores pesquisados utilizam a
ferramenta do planejamento, 34 empreendedores utilizam a ferramenta de
marketing, 10 empreendedores utilizam a ferramenta do treinamento funcional e 3
empreendedores utilizam a ferramenta do fluxo de caixa.
Com relação ao sexo feminino, 8 empreendedores utilizam a ferramenta do
planejamento, 35 empreendedores utilizam a ferramenta do marketing, 25
empreendedores utilizam a ferramenta do treinamento funcional e 11
empreendedores utilizam a ferramenta do fluxo de caixa.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados são do
sexo feminino e utilizam a ferramenta de gestão de marketing.
Sexo x Ferramenta de Gestão
0
5 10
15
20
25 30
35
40
Planejamento Marketing Treinamento Funcional
Fluxo de Caixa
Outros
Masculino
Feminino
64
No gráfico 23, a seguir, apresenta o cruzamento dos gráficos em relação ao
sexo e a maneira como utilizam o financiamento recebido.
Gráfico 23 – Sexo x Microcrédito
Fonte: Dados primários
Com relação ao sexo masculino, 12 empreendedores utilizam o financiamento
recebido pra ampliação ou reforma, 24 empreendedores utilizam pra compra de
máquina ou equipamento, 5 empreendedores para compra de veículo utilitário e 28
para capital de giro.
Com relação ao sexo feminino, 7 empreendedores utilizam o financiamento
recebido para ampliação ou reforma, 29 empreendedores para compra de máquina
ou equipamento, 6 empreendedores utilizam para compra de veículo utilitário e 32
empreendedores pesquisados para capital de giro.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados são do
sexo feminino e utilizam o financiamento recebido para capital de giro.
Sexo x Microcrédito
0
5
10
15
20
25
30
35
Ampliaçãoou Reforma
Compra deMáq. ou
Equipamento
Compra deveículoutilitário
Capital deGiro
Outros
Masculino
Feminino
65
No gráfico 24, a seguir, apresenta o cruzamento dos gráficos em relação ao
ramo de negócio e a maneira como utilizam o financiamento recebido.
Gráfico 24 – Ramo de negócio X Microcrédito
Fonte: Dados primários
Com relação ao ramo de negócio, no setor indústria, 5 empreendedores
utilizam o financiamento recebido para ampliação ou reforma, 8 empreendedores
para compra de máquina ou equipamento e 7 empreendedores utilizam para capital
de giro.
Com relação ao ramo de negócio, no setor comércio, 15 empreendedores
utilizam o financiamento recebido para ampliação ou reforma, 21 empreendedores
utilizam para compra de máquina ou equipamento, 10 empreendedores utilizam para
compra de veículo utilitário e 42 para capital de giro.
Com relação ao ramo de negócio, no setor serviços, 2 empreendedores
utilizam o financiamento recebido para ampliação ou reforma, 23 empreendedores
para compra de máquina ou equipamento e 10 empreendedores utilizam para capital
de giro.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados atuam no
ramo de negócio, no setor comércio e utiliza o financiamento recebido para capital
de giro.
Ramo x Microcrédito
05
1015202530354045
Ampliaçãoou Reforma
Compra deMáq. ou
Equipamento
Compra deveículoutilitário
Capital deGiro
Indústria
Comércio
Serviços
Outros
66
No gráfico 25, a seguir, apresenta o cruzamento dos gráficos em relação ao
ramo de negócio e o tempo de atuação no mercado.
Gráfico 25 – Ramo de negócio X Tempo de atuação no mercado
Fonte: Dados primários
Com relação ao ramo de negócio, no setor indústria, 5 empreendedores
pesquisados estão no ramo de negócio até 1 ano, 4 empreendedores estão de 1 a 2
anos, 2 empreendedores estão de 3 a 4 anos, 2 empreendedores estão de 4 a 5
anos, e 8 estão a mais de 5 anos no mercado.
Com relação ao ramo de negócio, no setor comércio, 8 empreendedores
pesquisados estão neste ramo de negócio até 1 ano, 15 empreendedores
pesquisados estão de 1 a 2 anos, 7 empreendedores estão de 2 a 3 anos, 5
empreendedores estão de 3 a 4 anos, 8 empreendedores estão de 4 a 5 anos e 43 a
mais de 5 anos no mercado.
Com relação ao ramo de negócio, no setor serviços, 7 empreendedores
pesquisados estão até 1 ano neste ramo de negócio, 9 empreendedores estão de 1
a 2 anos, 6 empreendedores estão de 2 a 3 anos, 2 estão de 3 a 4 anos e 12
empreendedores estão a mais de 5 anos no mercado.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados atua no
ramo de negócio, no setor comércio há mais de 5 anos.
Ramo x Tempo de Mercado
05
101520253035404550
Até 1 ano De 1 à 2anos
De 2 a 3anos
De 3 a 4anos
De 4 a 5anos
Mais de 5anos
Indústria
Comércio
Serviços
Outros
67
No gráfico 26, a seguir apresenta o cruzamento dos gráficos do ramo de
negócio e o faturamento anual da empresa, dos empreendedores pesquisados.
Gráfico 26 – Ramo x Faturamento Anual
Fonte: Dados Primários
Com relação ao ramo de negócio indústria, 7 empreendedores tem
faturamento anual de 6.000,00 a 12.000,00, 2 empreendedores tem faturamento de
12.000,00 a 18.000,00, 1 empreendedor tem faturamento de 18.000,00 a 24.000,00,
4 empreendedores tem faturamento de 24.000,00 a 30.000,00, 4 empreendedores
tem faturamento e 30.000,00 a 36.000,00, 3 empreendedores tem faturamento de
54.000,00 a 60.000,00 e 4 empreendedores tem faturamento acima de 120.000,00.
Com relação ao ramo de negócio comércio, 21 empreendedores tem
faturamento anual de 6.000,00 a 12.000,00, 18 empreendedores tem faturamento
anual de 12.000,00 a 18.000,00, 3 empreendedores pesquisados tem faturamento
anual de 18.000,00 a 24.000,00, 9 empreendedores pesquisados tem faturamento
de 24.000,00 a 30.000,00, 7 empreendedores pesquisados tem faturamento anual
de 30.000,00 a 36.000,00, 3 empreendedores pesquisados tem faturamento de
36.000,00 a 42.000,00, 6 empreendedores pesquisados tem faturamento de
54.000,00 a 60.000 e 13 empreendedores pesquisados tem faturamento acima de
120.000,00.
Com relação ao ramo de negócio serviços, 10 empreendedores tem
faturamento anual de 6.000,00 a 12.000,00, 14 empreendedores tem faturamento
anual de 12.000,00 a 18.000,00, 1 empreendedor tem faturamento anual de
Ramo x Faturamento Anual
0
5
10
15
20
25
6.000,00 à12.000,00
12.000,00 à18.000,00
18.000,00 à24.000,00
24.000,00 à30.000,00
30.000,00 à36.000,00
36.000,00 à42.000,00
54.000,00 à60.000,00
mais de120.000,00
Indústria
Comércio
Serviços
68
18.000,00 a 24.000,00, 4 empreendedores tem faturamento anual de 24.000,00 a
30.000,00, 2 empreendedores tem faturamento anual de 30.000,00 a 36.000,00, 2
empreendedores tem faturamento de 36.000,00 a 42.000,00 e 4 empreendedores
tem faturamento acima de 120.000,00.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados, atuam no
ramo de negócio comércio e tem faturamento anual de 6.000,00 a 12.000,00.
No gráfico 27, a seguir, apresenta o cruzamento dos gráficos em relação ao
tempo de atuação de mercado e as ferramentas de gestão que os empreendedores
utilizam no seu negócio.
Gráfico 27 - Tempo de atuação no mercado X Ferramentas de gestão que utiliza
Fonte: Dados primários
Com relação à ferramenta de gestão de planejamento, 4 empreendedores
utilizam essa ferramenta até 1 ano no mercado, 2 empreendedores utilizam essa
ferramenta de 1 a 2 anos, 4 empreendedores utilizam de 3 a 4 anos no mercado, 4
empreendedores utilizam de 4 a 5 anos e 11 empreendedores utilizam a mais de 5
anos .
Com relação à ferramenta de marketing, 11 empreendedores utilizam até 1
ano, 17 empreendedores utilizam de 1 a 2 anos, 7 empreendedores utilizam de 2 a 3
Tempo de Mercado x Ferramentas de Gestão
0
5
10
15
20
25
30
35
Até 1 ano
De 1 à 2
anos
De 2 a 3
anos
De 3 a 4
anos
De 4 a 5
anos
Mais de 5 anos
Planejamento Marketing
Funcional Fluxo de Caixa
Outros
69
anos, 3 empreendedores utilizam de 3 a 4 anos, 4 empreendedores utilizam de 4 a 5
anos e 30 empreendedores utilizam a mais de 5 anos.
Com relação à ferramenta de treinamento funcional, 5 empreendedores
utilizam essa ferramenta até 1 ano no mercado, 4 empreendedores utilizam de 1 a 2
anos, 3 empreendedores utilizam de 2 a 3 anos, 2 empreendedores utilizam de 3 a 4
anos e 19 empreendedores utilizam essa ferramenta há mais de 5 anos no mercado.
Com relação à ferramenta de fluxo de caixa, 1 empreendedor utiliza essa
ferramenta em ate 1 ano de mercado, 5 empreendedores utilizam de 1 a 2 anos no
mercado, 1 empreendedor utiliza de 2 a 3 anos e 6 empreendedores utilizam há
mais de 5 anos no mercado.
A pesquisa revela que a maioria dos empreendedores pesquisados atuam há
mais de 5 anos no mercado e utilizam a ferramenta de gestão de marketing.
70
Além da análise dos gráficos anteriores, pode-se também fazer uma análise a partir
do quadro 9, em relação aos empreendedores pesquisados.
Quadro 9 – Comentários dos empreendedores pesquisados, de acordo com o
objetivo, a importância do microcrédito e o foco da empresa.
Qual é o objetivo de sua
empresa
Qual é a importância do Microcrédito para sua
empresa
Se cliente final, qual o foco?
Especialização
Essencial
Arquiteta
Vender
Rapidez no financiamento
Professora de informática
Satisfação dos clientes
Possibilitou continuidade
Floricultura
Novos clientes
Facilidade
Salão de beleza
Produzir
Crescimento
Loja de enxovais
Obter lucros
Taxa de juros baixa
Disk pizza
Conquistar espaço no mercado
Negócio certo
Vendedora do Avon
Segurança financeira
Oportunidade de negócio
Vendedora da Natura
Permanecer no mercado
Investimento com retorno
Vendas de Lingerie
Comprometimento
Útil e valioso
Ateliê de calçados
Fonte: Dados primários.
Diante do quadro 9, pode-se perceber quais são os objetivos da empresa,
qual a importância do microcrédito para empresa e qual o foco da empresa.
De acordo com o objetivo da empresa, alguns dos empreendedores
informaram que o principal objetivo é ter a satisfação dos clientes, outros querem
conquistar espaço no mercado, muitos querem vender mais seus produtos ou
serviços, e os demais não citados no quadro, concordam com as respectivas opções
de respostas.
71
Com relação à importância do microcrédito, os empreendedores pesquisados
informaram ser importante, pois ajuda no crescimento do negócio, outros por
oferecer uma taxa de juros baixa, comparada a outros bancos, alguns por dar
retorno em seus investimentos, entre outros.
Com relação ao foco da empresa, existe uma diversidade de clientes finais,
que vai da floricultura ao salão de beleza.
72
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de investigar o perfil dos
empreendedores que buscam microcrédito no Banco do Empreendedor. Para a
realização deste trabalho, baseou-se no conhecimento teórico adquirido ao longo do
curso, nas referências bibliográficas pesquisadas na área de atuação do estágio e
no conhecimento adquirido na empresa.
Para alcançar o objetivo proposto neste estudo, foi adotada uma pesquisa-
diagnóstico que tem o propósito de explorar o ambiente para em seguida levantar e
definir os problemas detectados para então poder sugerir estratégias de melhorias a
estes pontos fracos verificados. A abordagem utilizada foi quantitativa.
Nos últimos anos com a transformação do mundo do trabalho e a
reestruturação produtiva, houve um significativo aumento de pessoas que buscam
abrir novos negócios.
A pequena empresa surge em função da existência de nichos de mercado, ou
seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas grandes empresas e pela
produção em massa. Seu nascimento está intimamente ligado à criatividade do
empreendedor.
A pesquisa revela o grande número de pequenos empreendimentos. A grande
parte desses empreendimentos é constituído de microempresas. Pode-se afirmar
que a maioria das empresas dos empreendedores pesquisados, são classificadas
como microempresa a partir de dados referentes à classificação segundo o
SEBRAE, devido ao seu faturamento ser inferior a R$ 120.000,00 (Cento e vinte mil
reais) e seu quadro de funcionários ser inferior a 9 (nove), já que a maior parte dos
pesquisados são do ramo de negócio, no setor comércio.
Com o crescimento da microempresa, houve a necessidade de se obter
crédito basicamente atribuído às dificuldades que os pequenos negócios têm em se
manter no mercado, como também ao acesso de crédito no sistema tradicional de
banco, que não se ajustam às necessidades e as condições dos pequenos
empreendimentos.
Diante da necessidade de obter recursos para os novos empreendimentos, os
empreendedores recorrem a fontes de financiamentos. É nesse momento que surge
o microcrédito, com o objetivo de atender uma demanda cada vez maior.
73
As instituições de microcrédito levam em conta a realidade dos pequenos
negócios, operam de forma mais simplificada, apostam no potencial econômico do
empreendedor e nas relações de confiança entre o empreendedor e a instituição
financeira.
O microcrédito se destina a toda pessoa que trabalha por conta própria,
autônomo, micro e pequenas empresas formais ou informais.
É financiável capital de giro; máquinas e equipamentos novos e usados;
aquisição de veículos utilitários; ampliação ou reforma.
São exigências para obtenção de financiamento, residir há mais de um ano na
cidade, ter experiência na atividade, não apresentar restrições no SPC, apresentar
um avalista ou garantia real.
A pesquisa revela, através dos dados levantados com a distribuição dos
questionários, com uma amostra de empreendedores que receberam financiamento
no Banco do Empreendedor, pode-se perceber os seguintes dados: com relação ao
sexo, 52% são mulheres e 48% são homens. Com relação a idade, 43% têm idade
de 18 a 30 anos, 31% tem idade de 31 a 40 anos e 26% têm mais de 40 anos. Com
relação ao município, 69% residem em Tijucas, 12% em Canelinha, 13% em São
João Batista e 6% em outros municípios. Com relação a renda, 19% possuem renda
até 1.000,00, 40% possuem renda de 1.000,00 a 2.000,00 , 27% possuem renda de
2.000,00 a 3.000,00, 3% possuem renda de 3.000,00 a 4.000,00, 3% possuem
renda de 4.000,00 a 5.000,00 e 8% possuem renda superior a 5.000,00. Com
relação as pessoas que vivem dessa renda, 42% de 1 a 2, 22% de 2 a 3, 23% de 3 a
4, 10% de 4 a 5, 3% mais de 5 pessoas. Com relação a escolaridade, 7% possuem o
1º grau completo, 9% possuem o 1º grau incompleto, 60% possuem o 2º grau
completo, 4% possuem o 2º grau incompleto, 9% possuem o nível superior
completo, 11% possuem o nível superior incompleto. Com relação ao ramo de
negócio, 61% estão situados no ramo de negócio, no setor comércio, 26% no ramo
de negócio, no setor serviços e 13% no ramo de negócio, no setor indústria. Com
relação ao tempo de atuação no mercado, 13% até 1 ano, 18% de 1 a 2 anos, 12%
de 2 a 3 anos, 6% de 3 a 4 anos, 8% de 4 a 5 anos e 43% mais de 5 anos. Com
relação a média de faturamento anual da empresa, 27% de 6.000,00 a 12.000,00,
22% de 12.000,00 a 18.000,00, 6% de 8.000,00 a 24.000,00, 11% de 24.000,00 a
30.000,00, 6% de 30.000,00 a 36.000,00, 13% de 60.000,00 a 66.000,00 e 15%
mais de 120.000,00. Com relação ao número de funcionários da empresa, 88% 1 a 5
74
funcionários, 5% de 5 a 10 funcionários, 5% de 15 a funcionários e 2% acima de 25
funcionários. Com relação ao segmento de mercado que a empresa está focada,
100% cliente final. Com relação a opção do ramo de negócio, 58% por ter
experiência no ramo, 15% por dar lucratividade no ramo, 14% por acaso e 13% por
indicaçao de terceiros. Com relação a área de oportunidade de seu negócio, 15%
vestuário, 11% calçados, 17% alimentos, 10% informática, 4% artesanato e 43%
outras áreas. Com relação a ferramenta de gestão, 42% marketing, 30%
planejamento, 20% treinamento funcional, 8% fluxo de caixa. Com relação a maneira
que utilizou o financiamento recebido, 36% capital de giro, 35% compra de máquina
ou equipamento, 21% ampliaçao ou reforma e 8% compra de de veículo utilitário.
Com relação às vantagens do produto ou serviço, 46% qualidade, 26% atendimento,
13% pelo preço, 8% pela distribuição e 7% localização. Com relação ao mercado
comprador, 57% mercado local, 34% mercado regional, 6% mercado nacional e 3%
mercado global. Com relação a distribuição dos produtos, 100% vendas diretas.
Com relação aos fatores externos que são ameaças ao negócio, 18% juros, 14%
custo de energia, 14% matéria-prima, 11% inflação, 8% mudanças tecnológicas, 8%
mão-de-obra e 27% outros fatores.
No público da pesquisa, é interessante ressaltar, que os empreendedores que
buscaram microcrédito no Banco do Empreendedor, a maioria são mulheres.
Corroborando com Yunus (2005) a partir da pesquisa pode-se constatar que as
mulheres estão à frente dos homens, neste sentido, estão se tornando cada vez
mais empreendedoras e garantindo seu lugar no mercado. Com relação ao Banco
do Empreendedor, pode-se ressaltar que um grande número de empreendedores já
se beneficiou através do microcrédito e conseguiu transformar o seu sonho em
realidade.
75
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78
7 APENDICE
79
Questionário sobre o perfil dos empreendedores que receberam
financiamento no Banco do Empreendedor
Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino Idade ( ) 18 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) Mais de 40 anos Município onde reside ( ) Tijucas ( ) Canelinha ( ) São João Batista ( ) Outros Quais?____________________ Renda familiar ( ) Até 1000.00 ( ) 1000.00 a 2000.00 ( ) 2000.00 a 3000.00 ( ) 3000.00 a 4000.00 ( ) 4000.00 a 5000.00 ( ) Mais de 5000.00 Total de pessoas que vivem dessa renda ( ) 1 a 2 ( ) 2 a 3 ( ) 3 a 4 ( ) 4 a 5 ( ) Mais de 5 Grau de escolaridade ( ) I grau incompleto ( ) I grau completo ( ) II grau incompleto ( ) II grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Outros Setor que atua
80
( ) Indústria ( ) Comércio ( ) Serviços ( ) Outros Quais?____________________ Qual é o objetivo de sua empresa?___________________________________________ Tempo de atuação no mercado ( ) Até 1 ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 2 a 3 anos ( ) 3 a 4 anos ( ) 4 a 5 anos ( ) Mais de 5 anos Por que optou por esse ramo de negócio? ( ) Indicação de terceiros ( ) Por ter experiência no ramo ( ) Lucratividade do ramo ( ) Acaso ( ) Outros Quais?____________________ De que maneira utilizou o financiamento recebido ( ) Ampliação ou reforma ( ) Compra de máquina ou equipamento ( ) Compra de veículo utilitário ( ) Capital de giro ( ) Outros Quais?____________________ Qual a importância do Microcrédito para sua empresa?__________________________ Qual é a área de oportunidade de seu negócio ( ) Vestuário ( ) Calçados ( ) Alimentos ( ) Informática ( ) Artesanato ( ) Outros Quais?____________________ Qual é a média de faturamento anual de sua empresa ( ) 6.000 a 12.000 ( ) 12.000 a 18.000 ( ) 18.000 a 24.000 ( ) 24.000 a 30.000 ( ) 30.000 a 36.000 ( ) 36.000 a 42.000 ( ) 42.000 a 48.000 ( ) 48.000 a 54.000
81
( ) 54.000 a 60.000 ( ) 60.000 a 66.000 ( ) 66.000 a 72.000 ( ) 72.000 a 78.000 ( ) 78.000 a 84.000 ( ) 84.000 a 92.000 ( ) 92.000 a 98.000 ( ) 98.000 a 102.000 ( ) 102.000 a 108.000 ( ) 108.000 a 114.000 ( ) 114.000 a 120.000 ( ) Acima de 120.000 Quantos funcionários têm sua empresa ( ) 1 a 5 ( ) 5 a 10 ( ) 10 a 15 ( ) 15 a 20 ( ) 20 a 25 ( ) Acima de 25 Quais as vantagens do seu produto ou serviço ( ) Qualidade ( ) Preço ( ) Condições de pagamento ( ) Atendimento ( ) Distribuição ( ) Localização ( ) Outros Quais?____________________ Qual é o mercado comprador ( ) Local ( ) Regional ( ) Nacional ( ) Global De que forma você distribui seus produtos ( ) Venda direta ( ) Venda indireta Que ferramenta de gestão você utiliza ( ) Planejamento ( ) Marketing ( ) Treinamento funcional ( ) Fluxo de caixa ( ) Outros Quais?____________________ Quais os fatores externos são ameaças ao seu negócio ( ) Inflação ( ) Juros
82
( ) Custo de energia ( ) Matéria-prima ( ) Mão-de-obra ( ) Mudanças tecnológicas ( ) Outros Quais?____________________ Que segmento de mercado sua empresa está focada ( ) Cliente final ( ) Cliente institucional Se cliente final, qual o foco?_____________________________________________ ( ) Homens ( ) Mulheres ( ) Crianças ( ) Adolescentes ( ) Terceira idade
83
8 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
____________________________ Carla Eloysa Garcia
Estagiária
____________________________ Antonia Egídia de Souza
Orientadora
____________________________ Luiz Henrique da Veiga Faria
Supervisor de campo
____________________________ Prof. Nelson Zunino Duarte
Coordenador de Estágios