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Patologias osteomusculares e neurológicas relacionadas ao
trabalho“LER/DORT”
LER/DORT
� LER - Lesões por esforços repetitivos
� DORT - Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
� ATENÇÃO: NÃO É UMA DOENÇANÃO ESTÁ INCLUÍDO NO CID 10
� PATOLOGIAS DO SISTEMA LOCOMOTOR / OSTEOMIOARTICULARES-NEUROLÓGICAS
LER/DORT
� Termo abrangente que se refere às PATOLOGIAS neurológicase ortopédicas definidas como tenossinovites, sinovites,compressões de nervos periféricos, síndromes miofaciais, queacometem principalmente pescoço e membros superiores. Devemestar relacionadas ao trabalho
� Paciente/trabalhador apresenta quadro clínico heterogêneo, ondea relação causa/efeito não é direta e vários fatores laborais eextralaborais concorrem para o seu aparecimento
LER/DORT
� LTC – Lesões por Traumas Cumulativos� DCO – Doença Cervicobraquial Ocupacional� SSO – Síndrome da Sobrecarga Ocupacional� LER – Lesões por Esforços Repetitivos
LER/DORT
� Tribunais da Austrália, Reino Unido e de vários Estados norte-americanos deixaram de reconhecer oficialmente os quadrosdenominados de LER/DORT, exigindo a identificação da realdoença do litigante.
� O termo LER/DORT também é considerado inapropriado porentidades médicas oficiais. O Conselho Regional de Medicina doEstado de São Paulo (CREMESP), por meio do Parecer n.º76034, oficializou a opinião de que “É incorreto considerar LERcomo entidade mórbida bem definida”.
LER/DORT
� LER – Norma 93“Afecções que podem acometer tendões,
sinóvias, músculos, nervos e fáscias, ligamentos, isolada ou associadamente, com ou sem degeneração de tecidos, atingindo principalmente, porém não somente, os membros superiores, região escapular e pescoço, de origem ocupacional, decorrente , de forma combinada ou não, de: uso repetitivo de grupos musculares; uso forçado de grupos musculares; e manutenção de postura inadequada".
� DORT- Norma 97“Síndrome clínica, caracterizada
por dor crônica acompanhada ou não por alterações
objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço,
cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho"
Fatores de risco
� Fatores de risco: ergonômicos, físicos entre outros não técnicos(ocupacionais) como os sociais, familiares, econômicos
� Não são independentes� Na caracterização da exposição aos fatores de risco, alguns
elementos são importantes:a) a região anatômica exposta aos fatores de risco;b) a intensidade dos fatores de risco;c) a organização temporal da atividade (por exemplo: a duração do
ciclo de trabalho, a distribuição das pausas ou a estrutura dehorários);
d) o tempo de exposição aos fatores de risco.
Fatores de risco
� Os fatores de risco podem ser relacionados com (Kuorinka e Forcier,1995):
a) o grau de adequação do posto de trabalho à zona de atenção e à visão;b) o frio, as vibrações e as pressões locais sobre os tecidos;c) as posturas inadequadas;d) a carga osteomuscular (força, tipo de preensão, postura do punho,
duração da carga) ;e) a carga estática (contração muscular por períodos prolongados para
manutenção da postura);f) a carga dinâmica (esforço repetitivo)***g) a invariabilidade da tarefa;h) as exigências cognitivas,e;i) os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.
*** movimentos de alta repetitividade” são aqueles que possuem um ciclo básico de menos de 30 segundos e/ou atividadesem que mais do que 50% do ciclo de trabalho envolve movimentos similares das partes superiores do corpo humano
Fisiopatologia
SOBRECARGA E INTERVALO
� São resultado da combinação da sobrecarga das estruturasanatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempopara sua recuperação. A sobrecarga pode ocorrer seja pelautilização excessiva de determinados grupos musculares emmovimentos repetitivos com ou sem exigência de esforçolocalizado, seja pela permanência de segmentos do corpo emdeterminadas posições por tempo prolongado, particularmentequando essas posições exigem esforço ou resistência dasestruturas músculo-esqueléticas contra a gravidade
INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC Nº 98
Fisiopatologia
� Carga dinâmica : “movimentos de alta repetitividade” são aquelesque possuem um ciclo básico de menos de 30 segundos e/ouatividades em que mais do que 50% do ciclo de trabalho envolvemovimentos similares das partes superiores do corpo humano
Diagnóstico
� a) Anamnese clínica com atenção aos comportamentos e hábitosrelevantes� b) Anamnese ocupacional� c) Exame físico� d) Exames complementares pertinentes com a hipótese
diagnóstica. O valor da eletroneuromiografia e das ecografias eressonâncias magnéticas devem ser valorizadas "apenas quandodão resultados alterados (relacionados com a clínica) e sãoanalisados por profissionais experientes
� O diagnóstico é "eminentemente clínico, comumente difícil“ edeve se afastar patologias degenerativas e sistêmicas (DM eneuropatias)
Diagnóstico
História da doença atual
� As queixas são encontradas em diferentes graus� É importante caracterizá-las quanto ao tempo de duração,
localização, intensidade, tipo ou variações no tempo– dor localizada, irradiada ou generalizada,– desconforto,– fadiga,– sensação de peso,– formigamento,– dormência,– sensação de diminuição de força,– edema e enrijecimento muscular,– choque, falta de firmeza nas mãos,– sudorese excessiva,– alodínea.
Diagnóstico
História da doença atual
� Insidioso� Predomínio nos finais de jornada de trabalho ou durante os picos
de produção, ocorrendo alívio com o repouso noturno e nos finaisde semana.
� Intermitentes, de curta duração e de leve intensidade (“mau jeito”)
Diagnóstico
História patológica pregressa
� Trauma, doenças do colágeno, artrites, diabetes mellitus,hipotireoidismo, anemia megaloblástica, algumas neoplasias,artrite reumatóide, espondilite anquilosante, esclerose sitêmica,polimiosite, gravidez e menopausa.
� Para ser significativo como causa, o fator não ocupacional precisater intensidade e freqüência similar aquela dos fatoresocupacionais conhecidos.
� O achado de uma patologia não-ocupacional não descarta deforma alguma a existência concomitante de patologia do grupo daLER/DORT.
� É importante saber que a síndrome do túnel do carpo - STC,principalmente quando bilateral, é comum nas grávidas e emsituações não-ocupacionais
Diagnóstico
Comportamentos e hábitos relevantes
� uso excessivo de computador em casa,� lavagem manual de grande quantidade de roupas,� ato de passar grande quantidade de roupas,� limpeza manual de vidros e azulejos,� ato de tricotar,� carregamento de sacolas cheias,� polimento manual de carro,� o ato de dirigir� outros
Diagnóstico
História ocupacional
� duração de jornada de trabalho, � existência de tempo de pausas, � forças exercidas, � execução e freqüência de movimentos
repetitivos,� identificação de musculatura e
segmentos do corpo mais utilizados, � existência de sobrecarga estática, � formas de pressão de chefias, � exigência de produtividade, � falta de flexibilidade de tempo, � mudanças no ritmo de trabalho ou na
organização do trabalho, � existência de ambiente estressante, � relações com chefes e colegas, � insatisfações, � falta de reconhecimento profissional, � sensação de perda de qualificação
profissional.
Cabe ao médico atentar para os seguintes questionamentos:
1- houve tempo suficiente deexposição aos fatores de risco?
2- houve intensidade suficiente deexposição aos fatores de risco?
3- os fatores existentes no trabalhosão importantes para, entreoutros, produzir ou agravar oquadro clínico?
AGRAVO À SAÚDE RELACIONADO AO TRABALHO
� No Brasil, para fins de aplicação previdenciária, o INSS definiu aincapacidade como "a impossibilidade de desempenho dasfunções específicas de uma atividade (ou ocupação), emconseqüência de alterações morfopsicofisiológicas provocadaspor doença ou acidente” (Mendes, 2003:60)
� Do ponto de vista da legislação previdenciária, havendo relaçãocom o trabalho, a doença é considerada do trabalho, mesmo quehaja fatores concomitantes não relacionados à atividade laboral.
Patologias dos MMSS** � Bursite� Epicondilite� Síndrome de Guyon� Síndrome do impacto � Síndrome do túnel do carpo;� Tenossinovite (Quervain)� Tendinite
Exemplos
Tendinite daPorção Longado Bíceps
Manutenção doantebraço supinadoe fletido sobre obraço ou domembro superiorem abdução.
Carregar pesos Artropatia metabólicae endócrina, artrites,osteofitose da goteirabicipital, artroseacromioclavicular eradiculopatias C5-C6
Tendinite doSupra –Espinhoso
Elevação comabdução dosombros associadaa elevação deforça.
Carregar pesossobre o ombro,
Bursite, traumatismo,artropatias diversas
Exemplos
Tenossinovitede De Quervain
Estabilização dopolegar em pinçaseguida de rotaçãoou desvio ulnar docarpo,principalmente seacompanhado deforça.
Apertar botãocom o polegar
Doenças reumáticas,tendinite da gravidez(particularmentebilateral), estiloiditedo rádio
Síndrome do Túnel do Carpo
Movimentos repetitivos de flexão, mas também extensão com o punho, principalmente se acompanhados por realização de força.
Digitar, fazermontagensindustriais,empacotar
Menopausa, trauma,tendinite da gravidez (particularmente se bilateral), lipomas, AR, diabetes, LES, amiloidose, obesidade neurofibromas, insuficiência renal
Prevenção
� A prevenção das LER/DORT não depende de medidas isoladas,de correções de mobiliários e equipamentos
� Criteriosa identificação dos fatores de risco presentes na situaçãode trabalho.
Referências
� Instrução Normativa INSS/DC nº 98, 05/12/03 - DOU 10/12/2003� “O exercicio legal da medicina em LER/DORT. Techy A.; Helfenstein M.
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n4/14.pdf� “Equívocos diagnósticos envolvendo as tendinites: impacto médico, social,
jurídico e econômico” Siena C.; Helfenstein M. http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n6/v49n6a08.pdf
� Sociedade Brasileira de Reumatologia.Cartilha LER/DORT. Disponível em: http://www.reumatologia.com.br/PDFs/Cartilha%20Ler%20Dort.pdf. Acesso em: 17. mar. 2017