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Paper sobre a Revista educativa realizada pela aluna Livia Zanolini como exigência para conclusão do curso de Comunicação Social habilitação em Jornalismo da Universidade de Uberaba.
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UNIVERSIDADE DE UBERABA LÍVIA BARBOSA ZANOLINI NAZARETH
REVISTA EDUCATIVA: UMA NOVA PROPOSTA EDUCACIONAL
UBERABA, MG 2009
LÍVIA BARBOSA ZANOLINI NAZARETH
REVISTA EDUCATIVA: UMA NOVA PROPOSTA EDUCACIONAL
Paper apresentado ao curso de Jornalismo da Universidade de Uberaba como pré-requisito para obtenção do título de graduação.
UBERABA, MG 2009
RESUMO
A revista Educativa surge como uma forma de disseminar a Educomunicação e auxiliar os professores na execução de projetos educomunicativos. Inserir esses conceitos nos órgãos e instituições educacionais é o primeiro passo para disseminar os ideais educomunicativos e formar pessoas ativas e preocupadas com as transformações sociais. O público-alvo da Revista Educativa são professores interessados em Educomunicação, mas que desconhecem o tema e suas aplicações nos processos educativos. Produzir a revista mostrando exemplos de projetos bem-sucedidos na área da Educomunicação e auxiliando os professores na prática educomunicativa é uma forma de contribuir para o progresso da educação no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Educomunicação, Educação, Comunicação, Revista Educativa.
1 INTRODUÇÃO
“O Brasil precisa dar uma virada. Fazer uma revolução. Estou aqui para
isso. Não vejo propostas de fazer uma revolução. A única que se pode fazer é
a da educação”, dizia Cristovam Buarque na campanha das eleições para
presidência em 2006. E ele está certo. Somente a educação pode mudar a
realidade do país. Somente por meio dela surgem novas possibilidades de
desenvolvimento profissional, social e, consequentemente, no campo dos
valores humanos.
Inserido na educação, o indivíduo acumula conhecimentos, pesquisa,
atua em benefício do outro e para si próprio. Em outras palavras, ele tem
capacidade de participar ativamente – mesmo que indiretamente – das
decisões no âmbito social e político, visando o cumprimento das leis e dos
direitos dos cidadãos.
A Educomunicação, que se baseia na inter-relação
comunicação/educação, é um novo campo que ultrapassa os limites dos
terrenos escolares e estende-se a todo o contexto social no qual o ser humano
está inserido. Promovendo educação por meio da convivência com o outro e a
cultura, submete tanto educadores quanto educandos à aceitação das
diferenças e à valorização dos diversos discursos, que são essenciais para a
construção de uma realidade pertencente a todos os seres humanos. Dessa
forma, sendo o mundo o palco de atuação de pessoas com uma infinda
variedade de pensamentos, ele deve ser construído coletivamente, a fim de
que possa servir aos milhares de indivíduos que fazem parte dele.
Levando-se em consideração as dimensões do processo de
Educomunicação, SOARES (2000) menciona a alteridade como algo que deve
estar presente em todos os diálogos e espaços onde há a participação dos
indivíduos. Sendo a alteridade, neste caso, um sentimento de reconhecimento
e respeito entre pessoas que têm pensamentos e crenças diferentes entre si,
somente assim é possível estabelecer-se o diálogo entre elas para alcançar o
objetivo comum de criar ações para melhorar a convivência e o ambiente em
que atuam.
SOARES (2000) reconhece que o campo da Educomunicação
materializa-se nas seguintes áreas de intervenção social, como:
1) Área da educação para a comunicação. Esta área é constituída pelas
reflexões em torno da relação entre os indivíduos que fazem parte de
todo o processo de comunicação, desde os emissores até os
receptores das mensagens;
2) Área da mediação tecnológica na educação. Aqui, estuda-se o que
envolve a participação das tecnologias da informação na educação.
É uma área que vem crescendo ao passo que as novas tecnologias
vêm conquistando um grande espaço, tanto na educação, quanto no
cotidiano da população;
3) Área da gestão da comunicação no espaço educativo. Voltada para o
planejamento, execução e realização dos processos que se
concretizam no âmbito da comunicação/cultura/educação, criando
redes comunicativas ou, no termo utilizado por Soares,
“ecossistemas comunicativos”;
4) Área da reflexão epistemológica sobre a inter-relação
comunicação/educação como fenômeno cultural emergente. Esta
área, constituindo em uma reflexão acadêmica, vem garantindo o
espaço próprio para o campo da Educomunicação a fim de que ele
cresça e evolua.
Ressalta-se que as áreas citadas acima sempre foram estudadas
vinculando-se ou à Comunicação ou à Educação. De acordo com Soares
(2000), a proposta é que “cada uma dessas áreas e seu conjunto sejam
pensados e promovidos a partir da perspectiva da Educomunicação”. Ademais,
é relevante esclarecer que as quatro áreas descritas acima não são as únicas
no estudo da inter-relação comunicação/educação, mas podem atuar como
representativas de todas elas.
A Educomunicação, como um novo campo disposto entre a
Comunicação e a Educação, usufrui da mídia e das tecnologias para criar
espaços educativos que visam ao aprendizado mútuo e onde todos têm direito
– e dever – à participação. Contrário ao conceito da educação tradicional, que
valoriza a lógica dos objetos e os produtos obtidos com estudos
sistematizados, a educomunicação se detém nos processos educativos e
estimula o envolvimento dos sujeitos com suas individualidades.
Por meio do estudo da Educomunicação e da análise da prática
educomunicativa pretende-se mostrar o quanto a utilização de ferramentas da
Comunicação são importantes para o desenvolvimento da Educação.
Principalmente em um mundo dominado pela era da informação. A importância
da aplicação de projetos educomunicativos no contexto das escolas é que
estas são palco de intersecção de idéias que podem ser utilizadas a favor da
educação. Por meio de ferramentas comunicativas, os professores incentivam
os alunos a produzirem conteúdos educativos de forma lúdica e criativa. Dessa
maneira, os estudantes se desenvolvem, pesquisam, aprendem para satisfazer
as necessidades próprias e a do projeto, além de satisfazer seus anseios de
mostrar seu potencial além das salas de aula.
Educadores que privilegiam a racionalidade e se esquecem dos sujeitos
envolvidos nas relações sociais e processos educacionais ignoram o fato de
que cada indivíduo, com suas interpretações da realidade, é importante para
construir um ambiente educacional sem preconceitos e que contas com a
participação de todos. Um ambiente que também valoriza a sensibilidade e a
captação de estímulos simples que os sentimentos são capazes de detectar e
fazer com que o indivíduo aprenda com eles.
Para Font, de nenhuma maneira a razão (responsável pelo descobrimento e apreensão de estruturas do real mediante o pensar e os conceitos) é o mais fundamental no ser humano: “Ela – a razão – não nos põe na realidade. O que nos faz pessoas, seres humanos, é o estar na realidade e não o uso dos conceitos e das teorias” (SOARES, 2000, p. 16).
O ser humano, em sua individualidade e sentidos, é capaz de aprender
sobre a realidade apenas pelo fato de vivê-la, senti-la. Em um segundo
momento, a razão é utilizada para aprofundar-se nas estruturas dessa
realidade e explicar o que não pode ser entendido de imediato. Para a
construção do conhecimento, antes de tudo, atuam a sensibilidade, para sentir,
e depois a razão, para explicar o que os sentidos não conseguem
compreender. Ou seja, o homem verdadeiramente inteligente é sensível e
racional, não apenas prático, mas também reflexivo.
Segundo SOARES (2000), é basicamente semelhante o pensamento do
Prof. Leonardo Méndez Sánchez1 quando ele relembra que a educação
necessita reestruturar-se e voltar-se, também, para a valorização do sujeito e
da sensibilidade no processo educativo, pois o homem é um ser repleto de
vivências e sentimentos tão importantes no processo educativo, quanto a
presença das teorias e conceitos. Enfim, que sentido teria se a educação se
restringisse apenas ao que é exterior ao homem?
Por isso, a educomunicação é um campo que concilia todas as partes
que envolvem a inteligência e incentiva a vivência de todas para o verdadeiro
aprendizado. A apreensão da realidade dá-se por meio das experiências e, a
partir disto, o ser humano constrói seu conhecimento. É necessário estabelecer
a valorização dos sentidos desde os primeiros processos educativos pelos
quais passam os seres humanos. Afinal, não é possível estabelecer uma
cultura que se ampare apenas em teorias e conceitos. Mais do que isso, a
cultura se constitui de ações comuns da realidade de um povo, como crenças,
comportamentos e valores.
Mesmo depois de estudos que comprovaram a relevância desta inter-
relação, ainda há resistências e teorias que neguem a aproximação entre os
campos da comunicação e da educação. “No entanto, no mundo latino, certa
aproximação foi constatada, graças à contribuição teórico-prática de filósofos
da educação como Célestin Freinet ou Paulo Freire, ou da comunicação, como
Jésus Martín-Barbero e Mário Kaplún” (SOARES, 2000). Além disso, o avanço
tecnológico e os estudos cada vez mais direcionados apontam ainda mais para
este ajuntamento entre os dois campos do saber.
1 Professor da Universidade Ibero-Americana do México.
Com o intuito de contribuir para a afirmação dessa inter-relação entre a
Comunicação e a Educação, foi produzida a Revista Educativa, que serve
como um guia de instruções para os professores, que ainda não estão
inseridos no universo educomunicativo, aprenderem a desenvolver projetos
educomunicativos com os alunos, bem como orientar os discentes no
desenvolvimento das atividades. Um material que une relato científico (teoria) e
jornalismo (reportagens) e a fim de esclarecer e convidar o leitor a embarcar na
narrativa.
Dessa forma, pretende-se divulgar a revista nos nichos educativos,
começando pela Secretaria de Educação, para daí ser levada às escolas a fim
de que os professores possam desfrutar desse material. Seria interessante,
também, que a revista fosse disponibilizada nos cursos universitários para
auxiliar os futuros profissionais da educação a proceder em relação à proposta
educomunicativa. A revista servirá como um manual para os futuros
educadores, pois além de esclarecer sobre o campo Educomunicação, também
mostrará como desenvolver um projeto educomunicativo dentro da escola.
Talvez, se algum dia fosse possível excluir um destes campos de
conhecimento da Terra, comprovar-se-ia a interdependência que existe entre
eles. Contudo, enquanto isso felizmente não acontece, os teóricos e
pesquisadores continuarão estudando e tentando mostrar algo que, apesar de
ser fácil e simples de compreender, não é forte o bastante para quebrar as
densas barreiras que há entre aqueles que carregam nomes de alguns campos
do saber com tanta veneração que não conseguem abrir-se para outras
verdades.
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
Para compreender a proposta deste projeto é necessário conhecer
alguns referenciais teóricos: educomunicação, educação, comunicação e
globalização e suas ligação entre a educação e as novas tecnologias.
Educomunicação
Segundo Ismar de Oliveira Soares, a Educomunicação é um campo que
busca unir as áreas da Comunicação e da Educação, com o objetivo de atingir
o aprendizado, tanto intelectual, quanto humano, voltado para uma prática
social.
Em relação à prática educomunicativa, Sérgio Seabra desenvolveu um
interessante artigo, “O possível (e necessário) diálogo entre mídia e escola”, no
qual ele aborda sobre a importância da mídia no cotidiano escolar. Em seu
artigo, ele afirma que, além do aprendizado individual, a utilização de
ferramentas da comunicação no processo educacional pode trazer benefícios
coletivos. Uma TV ou rádio experimental, por exemplo, é capaz não só de
trazer informações diversas, como também desenvolver campanhas de
conscientização, desenvolvida pelos próprios alunos, que mobilize todos os
membros da escola a atuarem em prol de um ambiente mais limpo, organizado
e propício para os estudos. A mídia tem forte poder de influência, e, por isso, a
adesão às propostas apresentadas por meio dela é bastante significativa.
A aplicação de projetos educomunicativos no ensino é uma proposta
que vem suprir a necessidade de ultrapassar as barreiras da educação formal
para uma educação plena, completa.
Educação
A educação é um tema de importância incontestável. Por isso, pode-se
dizer que ela é primordial na vida dos indivíduos, desde o nascimento até a
morte. Para construir a visão acerca da educação optou-se pelo pensamento
dos educadores Eduardo Chaves e Paulo Freire. O segundo será utilizado,
também, pelo método pedagógico que defende.
Para Chaves (2007, s.p), “a educação é importante na vida porque ela
é a única forma de o ser humano se desenvolver. Não digo que a educação é a
‘principal’ forma de o ser humano se desenvolver: afirmo que é a única”.
Paulo Freire já propunha um modelo de educação que, longe de
estabelecer uma relação entre dominadores e dominados, tencionava fazer
com que, tantos os educadores, quanto os educandos pudessem ser capazes
de, por meio de estudos, aprender e lidar com a realidade, agindo mutuamente
sobre ela. Para definir esse modelo de estudo, o educador falava da “educação
libertadora”, possibilitando que todas as partes interferissem conjuntamente no
meio social, provocando uma verdadeira transformação na sociedade
(FREIRE, 1979).
Enfim, as concepções de ambos os educadores em relação à
educação serão utilizadas, principalmente por afirmarem a relevância da
educação para o desenvolvimento, não só intelectual, mas também pessoal do
indivíduo.
Comunicação
A importância da comunicação, principalmente inserida no universo
educacional é observada, também, pelos educadores Paulo Freire e Eduardo
Chaves. Paulo Freire deixa claro em suas obras que o ser humano nasceu
para se comunicar com os outros. Eduardo Chaves fala da comunicação, da
linguagem, como fator essencial para propagação das idéias, ou seja, para
possibilitar os fluxos de informação.
A relevância da comunicação na sociedade é antiga e sofreu
inúmeras modificações. Desde os primórdios, os seres humanos utilizavam-na
para expor suas idéias e anseios. A humanidade se comunicava fosse por meio
de desenhos rupestres (comunicação escrita) ou por meio de uma linguagem
estabelecida por ele (oralidade). O que se quer dizer é que,
independentemente da forma como era mediada, existia a comunicação entre
os indivíduos. Isso não é tão difícil assimilar, visto que até mesmo os animais
se comunicam à sua maneira e com suas limitações.
No contexto do trabalho a ser desenvolvido, a comunicação possui um
papel essencial de contribuir com a educação por meio de suas ferramentas.
Pois, enquanto os alunos aprendem lições de educação e cidadania eles
também podem acompanhar e divulgar fatos extra-escolares que acontecem
no mundo, fazendo-os refletir sobre a realidade. Em suma, promovem
educação por meio da comunicação para a compreensão não somente do
conteúdo formal de âmbito escolar, mas também para compreensão da
realidade na qual estão inseridos.
Globalização
A sociedade vive em plena era da informação e novas tecnologias. Por
isso, é essencial que os futuros profissionais – alunos de hoje – estejam
preparados para enfrentar essas mudanças sociais. O educador Eduardo
chaves aborda em seu artigo “Tecnologia e os paradigmas na educação: o
paradigma letrado entre o paradigma oral e o paradigma audiovisual” a
importância da tecnologia na educação, desde as mais antigas, até as atuais.
Devido à importância da comunicação para o relacionamento entre os
indivíduos e da relevância da educação para o desenvolvimento humano,
torna-se praticamente impossível atuar em uma dessas duas áreas sem o
auxílio da outra. Dessa forma, a presença das tecnologias da comunicação –
desde a mais simples até as novas tecnologias – na educação é uma maneira
de facilitar a prática dos professores, tornando mais atrativos os meios dos
quais os educadores se valem para transmitir as teorias e possibilitar a
construção de conhecimento dos alunos.
A globalização trouxe intensas modificações no cotidiano dos seres
humanos. A melhor forma de sobreviver a elas é compreendê-las e participar
delas. Por isso, é preciso que os indivíduos tenham contato com as tecnologias
e os meios de comunicação durante a fase de construção da bagagem de
conhecimentos de cada um. E essa fase dá-se, justamente, durante o período
escolar.
3 OBJETIVO
Instruir e envolver professores, que desconhecem sobre
Educomunicação e suas aplicações nos processos educativos, no conceito e
prática da Educomunicação, bem como a utilização das ferramentas
educomunicativas no cotidiano escolar, fazendo-os ir além da educação formal
promovendo uma educação completa, uma educação para a vida.
Com isso, a escola torna-se um ambiente capaz de desenvolver nos
educandos não somente a capacidade de raciocinar perante as ciências do
conhecimento, mas também a capacidade de desenvolver o lado mais
humanizado, contribuindo com a formação de pessoas ativas no ambiente do
qual fazem parte.
4 JUSTIFICATIVA
A relevância das áreas da Educação e da Comunicação para o
desenvolvimento social é indiscutível. Sendo a Educomunicação um campo de
inter-relação entre as duas áreas, faz-se necessário entender a essencialidade
de cada uma delas para compreender porque são tão dependentes uma da
outra.
A educação, nas palavras de Chaves (2007, s.p),
é o processo que a raça humana inventou para fazer com que esse ser totalmente incompetente e absolutamente dependente ao nascer se torne um ser humano adulto competente para viver – não uma vida qualquer, que represente apenas a sua sobrevivência, mas a vida que ele, autonomamente, escolhe para si próprio ao definir seu projeto de vida.
Em relação ao campo da Comunicação, Paulo Freire procurou ressaltar
em seus estudos a importância da área no processo educativo. Afinal, um ser
comunicativo transforma o homem em sujeito de sua história, modificador da
natureza, da cultura e agente de transformação do mundo, e não mero objeto
que faz parte do mundo e sofre suas conseqüências. E é isso que o torna
diferente dos outros animais. O homem que dialoga, que comunica, promove
reflexão, educação e é capaz de executar novas ações.
Dessa forma, percebe-se que, tanto a Educação, quanto a
Comunicação, precisam uma da outra para se sustentar. Sem educação, a
comunicação torna-se simples disposição de palavras sem sentido, sem
significado e mensagem. E, sem comunicação, a educação jamais poderia ser
algo compartilhado entre os indivíduos. Que sentido teria a educação se fosse
privilégio apenas de quem detivesse os conhecimentos?
A partir da dependência existente entre as duas áreas, é ainda mais
simples entender a proposta educomunicativa, que busca justamente aliar os
dois campos do saber com um objetivo comum: educar, preparando os jovens
para a vida. Vida que, atualmente, é dominada pela era da informação e das
novas tecnologias. Por isso, tentar incluir no cotidiano dos alunos essa
realidade é essencial para que se tornem profissionais bem preparados para
enfrentar o mercado e a sociedade. A prática educomunicativa, por meio da
utilização das ferramentas comunicativas no contexto escolar, possibilita essa
inserção do estudante na realidade, uma vez que ele passa a relacionar o
conteúdo formal que ele aprende na escola com o que acontece fora dela.
Inserir os ideais educomunicativos nos cursos universitários, durante a
formação dos futuros profissionais da educação, órgãos e instituições de
ensino ligadas à Educação é necessário para que haja uma maior aceitação e
implantação das práticas educomunicativas nas salas de aula. Por isso, a
Revista Educativa tem tanto potencial, pois ela acredita que a Educomunicação
tem grande capacidade de promover desenvolvimento nos diversos setores da
sociedade.
Daí a importância de desenvolver projetos que busquem compreender
e aprimorar esse campo do conhecimento. Além de quebrar a existência de
possíveis pré-conceitos e barreiras em relação à utilização de ferramentas
comunicativas na educação, este campo do conhecimento pode integrar
profissionais, tanto da educação, quanto da comunicação, a trabalharem juntos
pelo aperfeiçoamento do ensino do país.
5 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Para montar a revista foram necessárias pesquisas de campo para
elaborar as reportagens no Colégio Nossa Senhora das Graças, na Escola
Professora Corina de Oliveira e na Escola Criativa de Uberaba. Foram
realizadas, também, pesquisas bibliográficas, para compor a parte teórica da
revista, que é a exposição do tema. Foram pesquisadas e citadas obras de
acadêmicos como Ismar de Oliveira Soares, Eduardo Chaves, Angela Schaun
e Sérgio Seabra.
A revista contém editorial, exposição teórica sobre o que é a
Educomunicação – Educomunicação e as Novas Abordagens Educativas –,
entrevista ping-pong com o coordenador do Núcleo de Comunicação e
Educação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo,
Ismar de Oliveira Soares, reportagens sobre a Escola Professora Corina de
Oliveira, Colégio Nossa Senhora das Graças e Escola Criativa, detalhando
sobre os projetos educomunicativos desenvolvidos nestas instituições, artigos
de professores que estiveram envolvidos com a prática educomunicativa, como
Mirna Tonus, Heloísa Maria Marques Lessa, Márcia Gladys de Souza e André
Azevedo da Fonseca, matérias sobre alguns núcleos de pesquisa na área da
inter-relação entre Comunicação e Educação em universidades brasileiras e
um resumo sobre os trabalhos acadêmicos produzidos para o XXXII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação da Intercom em 2009. No fim, algumas
dicas de sites interessantes sobre o tema são dadas para professores que
querem aprofundar-se no assunto.
6 DESCRIÇÃO DO PRODUTO
O produto é uma revista de 40 páginas, colorida, impressa em papel
sulfite, gramatura de 120g no interior e de 150g na capa da revista. O material
também será disponibilizado em pdf.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educativa tem o mesmo objetivo da Educomunicação: educar de
forma cativante e ativa, promovendo o saber além dos conhecimentos
sistematizados nas disciplinas, que promova transformações íntimas nos
indivíduos tornando-os ativos e agentes das transformações sociais.
Preparando-os para viver, de fato, em sociedade.
Por meio da Educomunicação tornamos-nos indivíduos autônomos e
ativos. Como aparece no editorial da revista, quando falo em educomunicar,
não imagino uma sala de aula repleta de alunos sentados, com seus lápis e
cadernos, olhando fixamente para a lousa, mas imagino um pátio escolar
repleto de alunos envolvidos em atividades recreativas. Quando falo em
educomunicar, penso em novos recursos, novas abordagens, novos
pensamentos. Penso em participação, integração, união, criatividade,
imaginação. Penso em crescimento individual e, acima de tudo, coletivo.
A Educativa foi uma experiência enriquecedora, tanto academicamente,
quanto pessoalmente. Cresci como profissional, mas, mais ainda, como
pessoa. A Educomunicação ensina a convivência, a união, o respeito ao
próximo. Ensina a compartilhar. Ensina que aprender é mais do que uma
necessidade, é uma forma de dar sentido à vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAVES, Eduardo O. C.. A tecnologia e os paradigmas na educação: o paradigma letrado entre o paradigma oral e o paradigma audiovisual, 1999. Disponível em: http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/leitescr.htm CHAVES, Eduardo O. C.. A Educação para o Desenvolvimento Humano: ou: A Educação, a Vida, e a Felicidade, 2007. Disponível em: http://newed.net/ Revista Nova Escola, ano XXIV – nº 224/ agosto 2009. SCHAUN, Angela. Educomunicação: algumas questões sobre cidadania, racismo e mídia ou (a inclusão da diferença), 2001. Disponível em: http://www.lpp-uerj.net/olped/documentos/ppcor/0177.pdf SEABRA, Sérgio. O possível (e necessário) diálogo entre mídia e escola, 2005. Disponível em: http://www.portalgens.com.br/baixararquivos/textos/o_possivel_e_necessario_dialogo_entre_midia_e_escola.pdf SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: um campo de mediações. Comunicação & Educação, São Paulo, v.?, n.19, p. 12-24, set/dez. 2000.