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EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA PÚBLICO JUVENIL: uma pesquisa bibliográfica com estudo de caso dos alunos da ETEC - São Sebastião
OSVALDO APARECIDO BARTOLO SIGIANO
LUIS AMÉRICO MONTEIRO JUNIOR
São Sebastião 2013
OSVALDO APARECIDO BARTOLO SIGIANO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA PÚBLICO JUVENIL: uma pesquisa bibliográfica com estudo de caso dos alunos da ETEC - São Sebastião
Trabalho de Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – FATEC, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, sob orientação do Professor Mestre Luis Américo Monteiro Junior.
São Sebastião 2013
OSVALDO APARECIDO BARTOLO SIGIANO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA PÚBLICO JUVENIL: uma pesquisa bibliográfica com estudo de caso dos alunos da ETEC - São Sebastião
Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 27 de Junho de 2013.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
PROFESSOR MESTRE LUIS AMÉRICO MONTEIRO JUNIOR
_________________________________________________________
PROFESSORA MESTRA ALCIENE RIBEIRO FEITOZA DA SILVA
_________________________________________________________
PROFESSORA MESTRA ROSANGELA MOLENTO FERREIRA
MÉDIA FINAL: ___________________
Dedico este trabalho a meus pais, minha esposa e meu filho...
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela oportunidade de realizar e completar o Curso de Gestão
Empresarial e me iluminar em todos os momentos de indecisão, a minha esposa
Roberta por todo amor, carinho e dedicação, ao pequeno Miguel que chegou na
hora certa em nossas vidas e as transformou de uma maneira sublime. Aos meus
pais, Oswaldo e Wanderly, meus maiores exemplos o meu muito obrigado por cada
incentivo, por cada oração e pela ajuda na conclusão da faculdade. Aos meus
irmãos, Osni e Wanda e meus sobrinhos, Lucas, Gabriel, Rafael e Gustavo. Ao meu
orientador Professor Mestre Luis Américo Monteiro Junior, que acreditou no meu
trabalho, por sua paciência e atenção, por sua dedicação e incentivo. À professora
Mestre Alciene Ribeiro pela dedicação a disciplina de Projeto de Graduação em
Gestão e por participar da minha banca examinadora. À Professora Mestre
Rosangela Molento, dedicou seu precioso tempo para auxiliar a todos os alunos em
suas dificuldades e também por participar da minha banca examinadora. A todos os
professores da FATEC pela troca de conhecimento, experiências e que foram tão
importantes na minha vida acadêmica/pessoal. A ETEC – São Sebastião por abrir
suas portas para aplicar o questionário, aos alunos das turmas do 1º ano de
Administração e 3º Ano do Ensino Médio por participarem da pesquisa, aos meus
amigos de trabalho que prontamente realizaram diversas trocas de horário para
estar presente no maior número de aulas, obrigado a todos que, de alguma forma
contribuíram para a conclusão deste trabalho. Peço a Deus que os recompense a
altura.
“Um centavo poupado é igual a um centavo ganho.” Benjamin Franklin
RESUMO
O presente trabalho tem o intuito de verificar o conhecimento dos alunos do Ensino Médio da Escola Técnica de São Sebastião (ETEC) sobre a educação financeira e levantar na bibliografia os aspectos importantes da Educação Financeira para o público jovem tais como: o valor do dinheiro no tempo, as vantagens e desvantagens em desenvolver o hábito de poupar, o espírito empreendedor e a independência financeira. Para tanto, os dados obtidos através de um questionário demonstram o despreparo financeiro dos jovens, a participação do jovem nas decisões do planejamento familiar, a forma de pagamento utilizada, relação com crédito pessoal, as dificuldades encontradas para poupar, o desconhecimento da matemática financeira, do planejamento para a aposentadoria e a educação financeira na grade curricular. O objetivo é apresentar o mercado financeiro nacional, tipos de aplicação, alguns indicadores econômicos, taxas de juros e principalmente os tipos de investimentos, fatores importantes para o aprendizado dos jovens e no desenvolvimento pessoal. Para os alunos alcançarem a excelência na vida adulta necessitam de educação financeira ao longo de toda sua vida, conhecimento do seu planejamento financeiro familiar, ativos bons e ruins, mercado financeiro nacional, tipos de investimento, treinamento e persistência. Espera-se que esta pesquisa desperte o interesse do jovem e contribua para alcançar a independência financeira.
Palavras chave: Educação Financeira. Matemática Financeira. Finanças Pessoais.
ABSTRACT
The present study has the objective to verify the financial knowledge of high school students in the São Sebastião technical school (ETEC) and research (the important aspects of) the academic literature in the most important aspects of financial education in young people, such as: money value, the advantages and disadvantages in developing the habit of saving money, entrepreneur spirit and financial independence. Therefore, the data obtained through a questionnaire demonstrates how youth are financially unprepared, the lack of youth participation in the family planning decision, the type of payment used, the usage of personal credit, the difficulties in saving money, the ignorance in financial mathematics, retirement plans and curricular grade. The purpose is to present the financial market, the types of applications, a few economic indicators, interest rates and especially types of investments. Students need financial education throughout their lives if they intend to reach excellence levels when adults. They must understand their financial family planning, bests and worst actives, types of investment, training and persistence. The objective of this research is to bring young people’s interest to financial matters and help them reach their financial independence.
Keywords: Financial education. Financial mathematics. Personal finances.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico I: Idade e sexo dos alunos 1ºAno ................................................................. 36
Gráfico II: Idade e sexo dos alunos 3ºAno ................................................................ 36
Gráfico III: Alunos que estudaram matemática financeira ......................................... 37
Gráfico IV: Matemática financeira 1º Ano .................................................................. 38
Gráfico V: Matemática financeira 1º Ano ................................................................... 39
Gráfico VI: Alunos que aplicam matemática financeira no dia a dia 1º Ano .............. 40
Gráfico VII: Alunos que aplicam matemática financeira no dia a dia 3º Ano ............. 40
Gráfico VIII: Planejamento financeiro familiar............................................................ 41
Gráfico IX: Participação dos alunos nas decisões planejamento familiar 1º Ano ...... 42
Gráfico X: Participação dos alunos nas decisões planejamento familiar 3º Ano ....... 43
Gráfico XI: Pagamento nas compras acima de R$ 200,00 – 1ª Ano ......................... 44
Gráfico XII: Pagamento nas compras acima de R$ 200,00 – 3ª Ano ........................ 44
Gráfico XIII: Critério nas compras a prazo ................................................................ 46
Gráfico XIV: Tipos de aplicação financeira ................................................................ 47
Gráfico XV: Planejamento para a aposentadoria ...................................................... 48
LISTA DE QUADROS
Quadro I: Competência Impositiva segundo a Constituição ...................................... 15
Quadro II: Impostos Partilháveis ............................................................................... 16
Quadro IV: Juros Simples ......................................................................................... 22
Quadro V: Juros Compostos ..................................................................................... 22
Quadro III: Títulos Públicos ....................................................................................... 29
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
ANDIMA – Associação Nacional de Instituições de Mercado Aberto
BM&F – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
CDB – Certificado de Depósito Bancário
CNDL – Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
COPOM – Comitê de Política Monetária
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DEMAB – Departamento de Operações do Mercado Aberto
EFPC – Entidades Fechadas de Previdência Complementar
ETEC – Escola Técnica Estadual
FATEC – Faculdade de Tecnologia
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço
IE – Imposto de Exportação
II – Imposto de Importação
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
IR – Imposto de Renda
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
IPVA – Imposto sobre a propriedade de veículos automotores
IPTU – Imposto sobre propriedade predial e territórios urbanos
ISS – Imposto sobre serviço de qualquer natureza
ITCD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis
ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis
ITR – Imposto sobre Propriedade Territorial Rural
LFT – Letras Financeira do Tesouro
LTN – Letras do Tesouro Nacional
NTN-F – Notas do Tesouro Nacional Série F
NTN – Notas do Tesouro Nacional
NTN-B – Notas do Tesouro Nacional Série B
NTN-B Principal – Notas do Tesouro Nacional Série B
SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SPC Brasil – Serviço de Proteção ao Crédito
TR – Taxa Referencial
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................. 9
1 Referencial Teórico ........................................................................................ 11
1.1 Comportamento Consumista ........................................................................ 11
1.2 Equilíbrio Financeiro..................................................................................... 13
1.2.1 Inflação ................................................................................................. 16
1.2.2 Planejamento e Controle por Meio de Orçamento ............................. 17
1.3 Juros ............................................................................................................ 21
1.4 Tipos de Investimentos ................................................................................ 24
2 Metodologia ...................................................................................................... 33
3 Resultados e Discussão ................................................................................ 36
4 Considerações Finais ...................................................................................... 49
Referências ............................................................................................................. 51
Anexos ..................................................................................................................... 53
Apêndices ................................................................................................................ 55
9
Introdução
Este Trabalho de Graduação está fundamentado nos seguintes autores:
Reinaldo Domingos, que é escritor, educador e terapeuta financeiro; Cássia
D’Aquino, educadora com especialização em crianças, pós- graduada em Ciências
Políticas e autora de artigos e livros; Robert Toru Kiyosaki, empresário, investidor e
escritor. Que em conjunto com a escritora Sharon L. Lechter escreveu o best-seller
Pai Rico, Pai Pobre; Ricardo Maroni Neto, economista, mestre em controladoria e
contabilidade estratégica e escritor; Mauro Halfel, pós-doutorado, professor e
colunista da rádio CBN. Além dos autores citados, foram consultadas outras fontes
que abordam o tema da Educação Financeira e mercado financeiro nacional.
Com base no que foi levantado nas obras pesquisadas, o grande problema
percebido atualmente é o despreparo financeiro das pessoas, que ao alcançar a
fase adulta, passam a contrair dívidas excessivas. É comum que deixem de analisar,
ou mesmo desconhecer as taxas de juros na hora de efetuarem uma compra. Sendo
facilmente iludidos pelas parcelas pequenas e em longo prazo. Essas facilidades
aparentes levam ao consumismo excessivo, muitas vezes desnecessário, com taxas
de juros elevadíssimas, empréstimos equivocados e investimentos imprecisos.
Manter o controle de quanto se gasta e em que se gasta é um bom caminho
para evitar problemas financeiros. É importante verificar as pequenas contas no
orçamento doméstico, pois muitas vezes é na soma dos pequenos gastos que se
descobrem o caminho e a oportunidade de economizar. O fluxo de caixa é uma das
ferramentas imprescindíveis para o desenvolvimento da finança pessoal.
Ter a habilidade e conhecimento adequados na hora de investir, poupar,
planejar com intuito de se transformar em um futuro empreendedor. Criar esta
mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro. Mostrar aos jovens as
dificuldades para poupar, demanda tempo e disciplina. A ideia é conscientizar que
não existe fórmula mágica, mas um aprendizado, o treinamento diário e seguindo a
proposta será importante para chegar à independência financeira.
Educação financeira pode ajudar os jovens a compreender o valor do dinheiro
e ensiná-los a gerir o orçamento familiar, a poupar, desenvolver o espírito
empreendedor, conhecer o mercado financeiro nacional por meio de técnicas e
ferramentas inovadoras. Essas premissas só chegam a excelência com muito
10
estudo, treinamento e persistência. Definir objetivos claros e simples, desenvolver o
raciocínio lógico e traçar planos que façam valer a pena esses sacrifícios. Os
resultados só aparecem em longo prazo. O foco no aprendizado será essencial na
preparação dos jovens de São Sebastião para o futuro.
O objetivo deste Trabalho de Graduação é apresentar os resultados da
pesquisa e disponibilizá-los por meio de e-mail aos alunos da ETEC - São Sebastião
interessados em receber as informações sobre o mercado financeiro nacional, os
variados tipos de aplicação financeira, principais indicadores econômicos, taxas de
juros e principalmente o mercado de investimentos após a conclusão do Trabalho de
Graduação.
Os conhecimentos sobre os assuntos abordados são de grande importância
para o aprendizado dos jovens no desenvolvimento pessoal, a fim de criar uma visão
empreendedora na busca da independência financeira para o futuro dos jovens.
O objetivo específico deste trabalho é compreender como está a educação
financeira dos jovens alunos da ETEC - São Sebastião através da matemática
financeira e a perspectiva para seu desenvolvimento financeiro em longo prazo.
Visando compreender a organização do Ensino Médio da ETEC - São Sebastião e
investigar o quanto os jovens conhecem sobre poupar por meio de um questionário,
propor hábito poupador e investidor através do Referencial Teórico.
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi bibliográfica,
documental, além disso, foi realizada uma pesquisa de campo. Nesta pesquisa de
campo, apresento um estudo de caso, realizado a partir da coleta de dados. Dados
estes que foram coletados através de um questionário, aplicado em duas turmas do
Ensino Médio da Escola Técnica de São Sebastião (ETEC), sendo: uma turma do 1°
ano do curso Técnico em Administração a fim de conhecer como os alunos estão
ingressando no Ensino Médio e comparar como os alunos do 3° ano que estão
concluindo o Ensino Médio.
Este trabalho aborda no referencial teórico o equilíbrio das despesas e
receitas visando à independência financeira em longo prazo; demonstra os tributos
federais e a importância de se manter as contas equilibradas, tanto as do governo
quanto as da população em geral. Apresenta também, o funcionamento do mercado
financeiro, tipos de aplicações, taxa de juros e apresenta os riscos das transações
financeiras.
11
1 Referencial Teórico
Este capítulo detalha a importância da educação financeira para o equilíbrio
das finanças, valoriza o diagnóstico das despesas e receitas, apresenta o sistema
tributário e seu funcionamento como um mecanismo de distribuição de renda que
visa diminuir a desigualdade social. Apresenta também, o despreparo financeiro e o
consumismo excessivo dos indivíduos, além das dificuldades para poupar dinheiro.
Demonstra o funcionamento do mercado financeiro e as diversas
modalidades de aplicação, os efeitos provocados pela inflação e seus impactos na
vida das pessoas. Além de demonstrar a utilização dos juros como ferramenta de
controle da política econômica e monetária; na incidência dos juros sobre o capital
inicial, que de tal maneira influencia na aplicação e também no montante da dívida
assumida pelo indivíduo.
1.1 Comportamento Consumista
De acordo com Domingos (2011, p.33) o sonho material é aquele que tem
preço e pode ser comprado, com prazo definido, ou seja, curto prazo. O sonho com
propósito de ser realizado entre um e dez anos, é chamado de médio prazo e o
sonho que necessita de um prazo maior que dez anos, é denominado longo prazo.
Já os sonhos não materiais, como por exemplo, construir um mundo mais justo,
dependem de muitas variáveis. Portanto, não é possível calcular o tempo exato para
sua realização. O imediatismo que nos move no presente, é uma distorção. Boa
parte da população é incitada pela tecnologia, proporcionando “a ilusão de que o
mundo está ao alcance de nossas mãos, bastando somente um clique”.
O consumismo é um problema grave. Onde a pessoa passa a consumir de
forma indisciplinada, sem domínio ou consciência, comprando sem refletir, de
qualquer maneira, a qualquer preço, sem observar o impacto desse consumo no
equilíbrio financeiro. Esse comportamento mostra que o mais importante é ter do
que ser, de tal forma que para se firmar como ser humano, adquirem bens sem
planejamento, gastando mais do que poderiam e acabam se endividando, para estar
dentro da sociedade de consumo ilustra Domingos (2011, p.35).
12
A autora D’Aquino (2008, p.7) evidencia a ostentação do dinheiro com gastos
exagerados em coisas desnecessárias. Segundo a autora, o importante é ter para
parecer ser, pretende convencer os outros a partir do que se consome. Difundindo a
ideia de que “sou melhor que você”, essa distorção de identidade explica o saldo do
banco estourado.
Sua vida pode ser equilibrada e saudável, valorize seus sonhos materiais e
crie recursos para realizá-los, com disciplina e consciência, mas sem ser escravo da
sociedade de consumo. Desenvolva desde jovem sua personalidade nas ações e
pensamentos, aprecie seu verdadeiro sonho e não siga a imposição da moda ou a
cabeça dos outros, enfatiza Domingos (2011, p.36).
Para o economista Veblen apud D’Aquino (2008, p.6) o desejo de ser
importante cria nas pessoas o hábito de viver acima de suas possibilidades,
independentemente da classe social. Até mesmo os mais pobres, não abrem mão
do consumo exibicionista.
D’Aquino (2008, p.7) mostra que as famílias que residem nas grandes
cidades, onde os pais trabalham fora, tem um número menor de filhos por casal, a
convivência entre pais e filhos acaba sendo sinônimo de consumo. Devido aos
encontros da família ocorrerem nos finais de semana em um shopping. Assim, fazem
compras, almoçam no restaurante, levando algumas crianças a entenderem que o
prazer da convivência com os pais está relacionado no prazer do consumo.
Domingos (2011, p.51) afirma que quanto maior é o tempo de estudo,
aumentam as alternativas de trabalho e consequentemente as pessoas tem uma
remuneração melhor. Em tese, o indivíduo atinge um padrão razoável de
rendimento, entretanto tem dificuldade de administrar seu dinheiro. Na hipótese dos
gastos acompanharem, ou até ultrapassarem os ganhos, não haverá poupança e
assim, diminui a chance de se construir um padrão de vida que seja sustentável hoje
e no futuro.
De acordo com Domingos (2011, p.51) o sonho deve ser a prioridade
absoluta. Contudo equilibrar o orçamento, ajustar os gastos, consumir com
responsabilidade e guardar dinheiro só faz sentido para realizar um sonho. Essa é a
peça chave para se sentir feliz e satisfeito com a vida que se pode ter.
Independente da renda, hoje ou no futuro, o importante é idealizar quais seus
sonhos materiais, quanto ele custa e em quanto tempo pretende realiza-los.
13
Domingos (2011, p.51) comenta que esse conceito pode até não garantir a felicidade
completa, pois é algo particular e complexo para se restringido a números.
1.2 Equilíbrio Financeiro
Segundo Domingos (2011, pp. 11-13), o grande desafio da família brasileira é
conseguir fechar as contas no final de mês. Independente do tamanho e da renda da
família, os brasileiros não aprenderam os conceitos básicos da educação financeira.
Vivem hoje sem pensar no amanhã, compram, mas não sabem como pagar,
contando com a sorte e dias melhores.
Diante dessa realidade, um pequeno número de escolas brasileiras
desenvolvem projetos de educação financeira, contudo não adianta a escola
desenvolver um projeto se, em casa, os modelos propostos para a criança, das
principais lições, não forem aplicados pela família, como adverte Bueno (2010, p.19).
Os autores Kiyosaki; Lechter (2000, p.81) argumentam que os estudantes
terminam a escola sem habilidades financeiras. Um contingente enorme de pessoas
instruídas tem dificuldades financeiras, mesmo aquelas que se destacam e obtêm
sucesso em suas profissões. Trabalham em excesso, porém não progridem. Assim o
equilíbrio financeiro torna-se a chave para garantir que o orçamento familiar
permaneça em um padrão sustentável, onde se gasta apenas o que pode ser gasto,
nunca ultrapassando este limite. Portanto Domingos (2011, p.15) avalia que
“diagnosticar nada mais é do que colocar na ponta do lápis quanto você tem de
dinheiro e quanto você gasta, analisando com lupa o modo como seu dinheiro vem
sendo gasto, tendo sempre em vista o futuro”.
Maroni Neto (2011, p.26), disserta que o diagnóstico da situação financeira
visa “identificar: a posição e a evolução do patrimônio, o nível de endividamento, o
equilíbrio financeiro e a capacidade de geração de excedente”, o equilíbrio financeiro
se dá quando as receitas forem maiores ou iguais aos gastos.
Domingos (2011, p.15) verifica que no trato com o dinheiro devemos
identificar o que precisamos, quanto e como foram os gastos, saber o que temos e a
necessidade para o futuro. Porém ser displicente e inconsequente com nossos
recursos, sem saber como, onde, quanto e com que ocorreram os gastos, torna
assim, o destino ainda mais incerto.
14
O problema da educação financeira não é saber como ganhar dinheiro, mas é
importante saber como gastá-lo, o importante é identificar “o que você faz com o
dinheiro depois que o ganhou, como evitar que as pessoas lhe tirem o dinheiro,
quanto tempo você o conserva e o quanto esse dinheiro trabalha para você”,
fundamentam Kiyosaki; Lechter (2000, p.81).
É importante conhecer como os países mantém suas receitas e despesas sob
controle, pois “quando gasta mais do que recebe, torna-se deficitário, déficit é o valor
que falta para igualar receita e despesa. Um país deficitário tem mais despesas do
que receitas” afirma Domingos (2011, p.23). Todavia, o governo tem despesas com
manutenção das prioridades da população, conservação patrimônio público e no
desenvolvimento do país, uma maior a arrecadação de tributos de um país, aumenta
a probabilidade de investir.
De acordo com a Constituição Federal, tributo é a quantia em dinheiro,
exigida legalmente, pelos municípios, estados e o Governo Federal. Este dinheiro é
arrecadado através de impostos, contribuições e taxas. Estas quantias arrecadadas
auxiliam o governo a equilibrar suas contas – receitas X despesas. O quadro abaixo
apresenta os tipos de impostos e a forma como estes são divididos entre a
federação, apresenta o site da Receita Federal (2002, p. 4).
15
Quadro I: Competência Impositiva segundo a Constituição
Competência ImpostosUNIÃO
sobre operações do comércio exterior – sobre importações (II) e
exportações
(IE) de produtos e serviços
sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR)
sobre produtos industrializados (IPI): imposto sobre valor agregado incidente
sobre produtos manufaturados
sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF)
ESTADOS e DISTRITO FEDERAL
sobre a propriedade territorial rural (ITR)
de transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (ITCD)
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
(ICMS): imposto sobre valor agregado incidente sobre bens em geral e alguns serviços
MUNICÍPIOS e DISTRITO FEDERAL
sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)
de propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis (ITBI)
sobre serviços de qualquer natureza (ISS): excluídos aqueles tributados pelo ICMS
Fonte: site da receita federal (2002, p.4)
O imposto de renda é a principal fonte de arrecadação do poder público
considera Domingos (2011, p.24). Este imposto é pago ao governo federal calculado
com base na renda da pessoa física, que é o cidadão comum, e da pessoa jurídica,
que é o empresário. O sistema tributário funciona como um mecanismo de
distribuição de renda, cobrando menos impostos de produtos de primeira
necessidade e aumenta a tributação de produtos luxuosos, assim o governo
equilibra suas contas e cumpre sua meta orçamentária.
A Lei de Responsabilidade Fiscal tem a finalidade de impor o controle sobre
os gastos das prefeituras, municípios e estados, garante que os gastos em nível
nacional sejam compatíveis com a renda, nunca aumentar o endividamento público,
também chamado de déficit público afirma Domingos (2011, p.26).
O critério usado na divisão dos impostos arrecadados pelo Governo Federal
que tem sua distribuição partilhável e tem como objetivo diminuir a desigualdade
social, “são diretamente proporcionais à população e inversamente à renda,
resultando em maior participação para os Estados e Municípios mais pobres da
16
federação, e pouco representando para os Estados do Sul e do Sudeste”, veja o
quadro disponibilizado pelo site da Receita Federal (2002, p.7).
Quadro II: Impostos Partilháveis
Distribuição da Receita dos Impostos Partilháveis
%
Competência
Impostos
Participação União Fundos
Regionais Estados Municípios
UNIÃO
IR* 53,0 3,0 21,5 22,5 IPI 43,0 3,0 21,5 + 10,0 22,5
IOF-Ouro ----- ----- 30,0 70,0
ITR 50,0 ----- ----- 50,0
ESTADOS
ITCD ----- ----- 100,0 ----- ICMS ----- ----- 75,0 25,0
IPVA ----- ----- 50,0 50,0 Obs.: Pertence aos estados e aos municípios o total da arrecadação do IR retido na fonte de seus servidores. Fonte: Receita Federal (2002, p.8).
O site da Receita Federal (2002, p.8) informa que “A Constituição Federal
determina que os critérios de rateio devam objetivar e promover o equilíbrio
socioeconômico entre os Estados e os Municípios”. O quadro acima retrata que a
divisão em percentual dos impostos entre a União e os Estados busca o equilíbrio
financeiro.
Domingos (2011, pp. 26-27) argumenta que a boa administração financeira
em nível nacional proporciona um orçamento público bem planejado que resulta no
bom uso dos recursos disponíveis. Na maioria das vezes a solução para o
desequilíbrio financeiro está no corte de pequenos gastos, gerando benefícios
concretos para a população, buscando equilíbrio financeiro nacional e pessoal.
1.2.1 Inflação
Hoji (2010, p.49) e Assaf Neto (2009, p.58) explicam que a inflação é um
fenômeno de aumento generalizado de preços, reduz o poder de compra da moeda,
isto é, com a mesma quantidade de dinheiro, passa-se a comprar menos quantidade
de produtos e serviços. Quando ocorre a redução generalizada dos preços é
chamado deflação. As altas esporádicas nos preços e o aumento de um bem ou
17
serviço em particular não constitui inflação, complementam Vasconcellos; Garcia
(2008, p.223).
Hoji (2010, p.49) destaca que em um período prolongado de altas taxas de
inflação, acontece um desalinhamento dos preços, onde alguns tipos de produtos e
serviços aumentam mais que outros.
Em relação ao exposto, Zentgraf (2007, p.103) manifesta-se no sentido de
que “a inflação é a alta generalizada de preços decorrente do aumento da
quantidade de moeda em poder do público sem, em contrapartida, ter havido
acréscimo de riqueza que justifique esse crescimento”, implica na perda do poder
aquisitivo da moeda. A inflação é medida por uma taxa, em um período de tempo
específico que tem uma variação do índice de preços.
Vasconcellos; Garcia (2008, p.225) explicam que na hipótese de elevarem
todos os preços de “impostos, salários, aluguéis, tarifas e preços públicos, preço de
bens e serviços às mesmas taxas”, ninguém perderia devido ao aumento geral nos
preços, mas não se alteraria os preços relativos. O processo inflacionário piora a
distribuição de renda, afetando poder aquisitivo da classe trabalhadora, que
depende de seus rendimentos fixos associados a prazos legais e reajustes que
ocorrem no dissídio coletivo.
Assim, Vasconcellos; Garcia (2008, p.226) revelam que as famílias de baixa
renda sofrem mais com as altas taxas de inflação, com o passar do tempo seu
salário, que é destinado à subsistência, fica defasado por não se defender da
inflação. Pessoas que mantém moeda que não rende juros sofrem a corrosão
monetária provocada pela inflação elevada.
1.2.2 Planejamento e Controle por Meio de Orçamento
O orçamento é um importante instrumento de planejamento e controle.
Mesmo sendo perfeitamente elaborado, um orçamento não terá utilidade se não for
possível desempenhar o controle sobre os resultados projetados. Controlar tem
como objetivo acompanhar o desenvolvimento das atividades e comparar com o
desempenho planejado. Para Hoji (2010, p.408) “a função de controle envolve
também a geração de informação para tomada de decisão e correção do eventual
18
desvio do desempenho em relação ao originalmente projetado”. O sistema
orçamentário é desenvolvido com base no conceito contábil.
Portanto, para realizar o sonho de consumo é necessário estabelecer um
período definido, fazer um orçamento adequado para descobrir exatamente quanto
custa e qual o impacto nas receitas e despesas, assim evitar dividas futuras. A regra
é simples, nunca gastar mais do que se tem, assim aumenta a motivação para
construir e trabalhar dentro do orçamento, alcançar esse objetivo requer disciplina,
entretanto você se sentirá recompensado por realizar esse sonho, como explicado
por Domingos (2011, pp. 59-60).
Um exemplo: você quer fazer um intercâmbio quando terminar Ensino Médio, para conhecer outro país, vivenciar outra cultura e ganhar fluência em outro idioma. Mas esse sonho é caro, e não cabe no seu orçamento. Você nem sabe ao certo quanto custa o sonho, mas sabe que é caro. Então deixa o sonho pra lá e gasta todo o dinheiro que passa por suas mãos, afinal o seu maior sonho não pode ser realizado mesmo! Agora pense ao contrário. O seu sonho é fazer um intercâmbio quando terminar Ensino Médio. Você decide orçar, saber em detalhes quanto ele custa. Descobre que o valor realmente é alto, mas que existem variações de um país para outro, de uma companhia aérea para outra. Faz pesquisa em várias agências, calcula tudo detalhadamente e chega a um valor. Agora digamos que você pegue esse valor e divida pela quantidade de anos, meses, dias que ainda faltam até o término de seus estudos. Você chegará em um valor infinitamente menor, que teria de ter por dia, mês ou ano para conseguir fazer o intercâmbio. Pronto! O seu sonho ficou mais próximo, e você passará a se sentir mais motivado a criar as condições de realizá-lo. Como? Colocando-o em primeiro lugar no seu orçamento e reservando o necessário (valor resultante da divisão do custo do sonho pelo prazo). De onde? Da sua mesada e de todo e qualquer dinheiro que passar por suas mãos.
De acordo com Domingos (2011, p.60-63) adequar seu padrão de vida à nova
realidade, após descontar o valor do sonho e viver com o que restar da sua mesada
ou ganho. Isso significa cortar gastos, adotar prioridades e buscar atividades mais
baratas para o lazer, só depende de se tomar a decisão na hora certa. O importante
não é o quanto se ganha, mais como esta sendo conduzido o uso do dinheiro. Qual
a vantagem em ter um aumento de salário se os gastos crescem na mesma
proporção?
Uma grande falha é avaliar que o dinheiro resolverá todos os problemas, isso
nem sempre ocorre, com muita frequência. Uma pessoa que tem um aumento
salarial volta rapidamente ao mesmo ponto, ou até pior, ao caos financeiro em que
estava antes de receber esse aumento, comenta Kiyosaki; Lechter (2000, p.80).
19
O controle das receitas e despesas contemplam uma visão do orçamento
anual e ajustes todos os meses, desta forma reduzimos os custos e aumentamos o
dinheiro para realizar os sonhos e investir no futuro revela Domingos (2011, p.64).
Domingos (2011, p.80) afirma que poupar é guardar hoje para ter amanhã. O
momento de iniciar a criação do seu futuro é agora, adotando o hábito de guardar
uma porcentagem de todo dinheiro que passa por suas mãos, realizar sonhos de
curto, médio e longo prazo.
Halfeld (2001, p.15) afirma que “poupar é adiar o consumo presente visando a
um consumo maior no futuro”. As pessoas poupam com o objetivo de se livrarem da
pobreza e investem seus recursos para diminuir os riscos que a queda da
capacidade produtiva exerce depois de uma determinada idade.
Assim, Domingos (2011, p.81) complementa Halfeld (2001, p.15) ao dizer que
a maioria dos aposentados precisa abaixar muito seu padrão de vida, porque não
tem como mantê-lo. Para mudar esse cenário não adianta só trabalhar muito a vida
inteira, é indispensável guardar o suficiente para conservar o padrão de vida atual
quando não puder ou não quiser mais trabalhar. A solução é pensar na
aposentadoria mesmo antes de receber o primeiro salário.
Domingos (2011, p.90) considera que aprendendo a poupar desde cedo,
pode-se acumular um milhão para o futuro, “a conta é simples: R$ 618,38 guardados
por mês, durante 30 anos, a uma taxa de juros de 0,7%, são iguais a R$ 1 milhão”.
Acumular dinheiro só faz sentido se a finalidade for a independência financeira, onde
você não necessita do salário ou ganho mensal proveniente do trabalho para viver.
Ou seja, ter um volume suficiente de dinheiro guardado gerando renda, por meio de
juros, equivalente para manter seu padrão de vida, sem precisar trabalhar.
Domingos (2011, p.91) explica que guardando 10% do que se ganha é o
mínimo a ser acumulado para quando se aposentar ou não puder mais trabalhar.
Digamos que sua renda é de R$ 1000,00 mensais você precisa ter um ganho de R$
2000,00 mensais de juros, ou seja, acumular a quantia de R$ 312.000,00, “o que é
possível poupando R$ 218,00 todo mês, aplicados a uma taxa mensal de 0,65% por
30 anos”. Respeitando seu padrão de vida de R$ 1000,00 mensais e siga investindo
os outros R$1000,00 para capitalizar a sua reserva. Para que o controle financeiro
seja feito de maneira organizada, deve ser feito um controle de todas as operações
financeiras que realizamos. Esse controle é chamado fluxo de caixa.
20
Hoji (2010, p.74) informa que fluxo de caixa é um esquema que representa as
entradas e saídas de caixa ao longo do tempo. Nas operações financeiras um
empréstimo significa receber dinheiro tem entrada no caixa, quando devolvemos
este dinheiro acrescido de juros tem saída de caixa, realizar uma aplicação
financeira é uma saída de caixa enquanto recebe com acréscimo de juros é entrada
de caixa.
Para Maroni Neto (2011, p.38) o fluxo de caixa fornece um padrão dinâmico
ao orçamento doméstico, organizando os eventos de recebimento e pagamento ao
longo do tempo, “o termo caixa, na linguagem contábil, representa o ambiente em
que os recursos financeiros transitam e envolvem dinheiro em espécie, saldos em
conta corrente e valores em trânsito”.
Maroni Neto (2011, p.38) afirma que “a estrutura de fluxo de caixa consiste
em uma planilha que aponta diariamente as receitas, os gastos e os saldos de
movimentação financeira da família ou indivíduo”, assim facilita a identificação e a
demonstração no fluxo de caixa. Com esse método é possível identificar se haverá
falta ou excedente de recursos em um determinado dia específico, essa atitude
auxilia na tomar de decisões.
O fluxo de caixa demonstra no final de um ano o quanto ficou mais rico ou
mais pobre, se está acumulando riqueza ou a caminho da insolvência, “enquanto os
ativos bons geram renda para você e aumentam a sua solidez financeira, os ativos
ruins dão despesas e reduzem o seu poder de compra” afirma Martins (2004, p.40).
A respeito deste assunto Martins (2004, p.43) argumenta que ativos ruins são
aqueles que tiram dinheiro do seu bolso, “se você tem uma dívida com um banco,
você paga juros; se tem uma chácara de lazer, você paga imposto, água, luz,
limpeza e conservação”.
Assim, Kiyosaki; Lechter (2000, p.94) completam dizendo que os ricos ficam
mais ricos porque em seu fluxo de caixa os ativos geram renda suficiente para suprir
as despesas e a diferença é reinvestida, aumentando os ativos e a renda gerada
continua crescendo aumentando o patrimônio.
21
1.3 Juros
De acordo com Assaf Neto (2009, p.1) “a matemática financeira trata, em
essencial, do estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo. O seu objetivo básico é
o de efetuar analise e comparações dos fluxos de entrada e saída de dinheiro de
caixa verificados em diferentes momentos”.
O governo utiliza a taxa de juros como uma ferramenta da política econômica
e monetária para frear o nível de consumo e incentivar a poupança. Assim, o
indivíduo que é recompensado com juros, estaria disposto a fazer uma poupança e
desistir do consumo explica Hoji (2010, pp.56-57). A taxa de juros é determinada no
mercado financeiro, em função da oferta e da procura de recursos financeiros.
Quanto maior a incerteza do retorno de capital investido, maior a taxa de juros.
Megliorini; Silva (2009, p.20) ilustram que “quando aplicamos recursos no
mercado financeiro ou o emprestamos para alguém, estamos abdicando de um
consumir no presente para receber um prémio no futuro, que é o juro”, ou seja, uma
remuneração do capital. Assaf Neto (2009, p.1) comenta que os juros adiam o
consumo e auxiliam na formação de poupança e de novos investimentos na
economia.
Além disso, Vasconcellos; Garcia (2008, p.182) destacam que a taxa de juros
tem papel estratégico nas decisões de diversos índices econômicos. Os níveis
futuros das taxas de juros geram expectativa na tomada de decisão dos empresários
em relação a futuros investimentos. Se as expectativas se tornarem desfavoráveis
os empresários abaixam os níveis de estoque e capital de giro no presente, devido
ao custo de manutenção se tornar oneroso no futuro. Os níveis das taxas de juros
afetarão a decisão de investimento em bens e capital, os empresários podem optar
por aplicar seus recursos no mercado financeiro.
Em países de economia estável, é comum a utilização de juros simples
devido à inflação baixa, por ser previsível e as regras não sofrem alterações severas
assegurar Hoji (2010, p.62). Em contra partida, países com alto índice de inflação,
produzem desvio na taxa de juros esperada, produzindo diferenças sobre o
resultado final da operação. No Brasil a utilização de juros simples é realizada em
curtíssimo prazo, variando de um dia a um mês, sendo utilizados também em
descontos de duplicatas e títulos, e cobrança de juros de mora e operações
financeiras indexadas em dólar.
22
Os juros gerados a cada período são iguais e incidem sempre sobre o valor
presente inicial, nunca no montante formando no período anterior. Desta forma
Zentgraf (2007, p.42) mostra a evolução da aplicação de R$ 1.000,00, a taxa de
10% a.m no período de 4 meses, no regime de capitalização simples.
Quadro III: Juros Simples
PERÍODO VALOR PRESENTE JUROS DO PERÍODO MONTANTE
1 1.000,00 100,00 1.100,00
2 1.100,00 100,00 1.200,00
3 1.200,00 100,00 1.300,00
4 1.300,00 100,00 1.400,00 Fonte: Zentgraf (2007, p.42)
Segundo Hoji (2010, p.64), no regime juros compostos tem a incidência dos
juros sobre o capital inicial e sobre os próprios juros. A taxa de juros é expressa na
unidade de tempo correspondente ao período e capitalização, ao final os juros são
pagos.
Os juros calculados a partir do segundo período acumulado estabelece uma
taxa de incidência no valor formado no período anterior, no quadro abaixo, Zentgraf
(2007, p.43) exemplifica a evolução de uma aplicação de R$ 1.000,00, a taxa de
10% a.m no período de 4 meses, no regime de capitalização composta.
Quadro IV: Juros Compostos
PERÍODO VALOR PRESENTE JUROS DO PERÍODO MONTANTE
1 1.000,00 100,00 1.100,00
2 1.100,00 110,00 1.210,00
3 1.210,00 121,00 1.331,00
4 1.331,00 133,10 1.464,10 Fonte: Zentgraf (2007, p.42)
Assaf Neto (2009, p.1) explica que os juros crescem de forma linear ao longo
do tempo, incidindo sobre o capital inicial. Veja que os juros são adicionados sobre a
parcela de juros formada no período anterior como exemplifica Zentgraf (2007).
O sucesso financeiro é uma questão de escolha, onde os juros podem estar
contra ou a seu favor, antecipar junto ao banco um valor X para comprar um
determinado produto, você devolverá ao banco X mais os juros. Retardar o uso de
23
um valor X e guardar no banco, quando resolver utilizar o dinheiro receberá do
banco o valor X mais juros, nesta perspectiva Domingos (2011, p.83) expressa que:
Se você tem um dinheiro guardado no banco, a cada mês receberá juros sobre juros e, portanto, multiplicará seu patrimônio. No primeiro mês você deposita no banco R$100,00 e receberá, digamos, 1% de juros sobre esse valor. Ou seja, no mês seguinte terá os seus R$ 100,00 + R$ 1,00 de juros. No mês subsequente, receberá 1% de juros não sobre R$ 100,00, mas sobre R$ 101,00. E assim sucessivamente. Para se ter uma ideia, R$ 150,00 aplicados todo mês a uma taxa de juros de 0,65% ao mês se transforma em aproximadamente R$ 27.000,00 em dez anos. São os juros a seu favor! O problema é que essa é uma moeda de dois lados. Os juros contra você têm um efeito semelhante. Se você faz uma antecipação com o banco, por meio de cartão de crédito, para pagar um desejo imediato, e não consegue quitar na data, pagará juros sobre juros, e o valor da dívida se multiplicará. Pior ainda, porque a taxa de juros do cartão é, no mínimo, 13 vezes maior do que a taxa de rendimento de uma poupança. Para se ter uma ideia, uma única dívida de R$ 150,00 no cartão de crédito, a uma taxa de 9% ao mês, transforma-se em uma divida de aproximadamente R$ 4.600.000,00 em dez anos. São os juros contra você!
Um ponto de decisão que dificilmente alguém conseguirá escapar na hora de
comprar é pagar à vista e obter desconto, ou comprar agora e pagar depois.
Optando pela última opção, corre-se o risco de aumentar o endividamento, se tornar
escravo do trabalho para ganhar cada vez mais, no intuito de quitar essa despesa.
Despesas estas muitas vezes adquiridas com instituições financeiras que ficam com
seu dinheiro em forma de juros e taxas abusivas, impedindo seu crescimento e a
realização de novos sonhos argumenta Domingos (2011, p.85).
O financiamento de longo prazo é o atalho ideal para chegar mais rápido ao
objeto de desejo, comprando em 12, 24, 48, até 84 vezes sem entrada, esse
comportamento de risco está atrelada à taxas de juros embutidas, sem mencionar os
custos indiretos que ela pode evidenciar, explica Domingos (2011, p.70)
Dependendo da taxa de juros que contrair, o produto pode chegar a dobrar
seu valor em comparação ao preço à vista. Segundo Domingos (2011, pp71-72)
poupando o dinheiro e pagando a vista, sem pagar juros, ainda tem a vantagem de
pedir desconto e aproveitar este dinheiro para outros sonhos.
Domingos (2011, p.73) exemplifica que se você deseja comprar um tênis que
custa R$ 500,00 e este valor não cabe no orçamento, a loja facilita a compra do
tênis dividindo em dez parcelas iguais de R$ 50,00. A loja está vendendo crédito a
uma alta taxa de juros, assim seu dinheiro vale menos, porém se sua decisão fosse
guardar e pagar à vista ganharia desconto.
24
A impressão do preço pequeno ilude as pessoas a realizar diversas compras
parceladas ao mesmo tempo, compromete e desestabiliza o orçamento, pois o
financiamento de longo prazo pode prejudicar muito a vida futura, argumenta
Domingos (2011, p.73).
Priorize o sonho, registre o que ganha, subtraia o valor mensal para
realização de cada um dos seus sonhos e adequar seu padrão de vida a suas
despesas é a proposta de Domingos (2011, p.75). Pesquise para saber quanto eles
custam, divida em meses e descubra o valor preciso a ser guardado. Essa opção de
orçamento garante maior motivação para cortar gastos desnecessários, assim o
futuro do seu sonho estará assegurado.
1.4 Tipos de Investimentos
a) Risco e Retorno
Megliorini; Silva (2009, p.67) explicam que “os investimentos são realizados
sob condições de incerteza acerca de seus resultados futuros”. Um investidor deve
incorporar o retorno ao risco, é importante confrontar a proporção das variáveis
entre: “quanto maior o risco relacionado a um ativo, maior será a taxa de retorno
exigida”.
Importante salientar que o histórico de investimento em ações não é garantia
de rentabilidade futura. Quando um investidor aplica seus rendimentos em ações, a
rentabilidade poderá ser igual, superior ou inferior à aplicação de rendimentos pré-
fixados, o ambiente de incertezas em relação aos resultados futuros é a
característica do mercado de ações, Megliorini; Silva (2009, p.68) descrevem os
riscos:
- o risco está associado à variabilidade do retorno de um investimento e resulta na possibilidade de ganhos ou prejuízos. - o retorno corresponde aos ganhos ou prejuízos proporcionados por um investimento. - a incerteza esta associada a ausência de conhecimentos ou de informações sobre os acontecimentos futuros, o que não possibilita conhecer com antecipação o resultado de um investimento.
Os valores das ações, do dólar, do ouro e até dos imóveis alteram
diariamente. Os preços dependem da lei da oferta e da procura. Halfeld (2001, p.57)
25
explica que “se houver mais compradores do que vendedores, os preços sobem. Se
houver mais vendedores do que compradores, os preços caem.” Vários fatores
influenciam a tomada de decisão. No longo prazo, as taxas de juros e os lucros.
Mas, no curto prazo, os mercados são muito incertos. Uma notícia pode mexer com
o mercado inteiro. É importante se isolar do exagero do curto prazo e manter sua
estratégia.
Domingos (2011, p.101) destaca que independente de sua escolha de
investimento, você deve estar bem informado e preparado durante o período que
pretende investir maximizando os ganhos e minimizando as perdas.
b) Previdência Privada
Previdência privada ou complementar é formada por contribuições de longo
prazo, o fundo tem características específicas e após o período de aplicação, gera
renda para o indivíduo após sua saída do mercado de trabalho, argumenta Maroni
Neto (2011, p.123). Ao complementar a ideia, Martins (2004, p.83) destaca que o
indivíduo fica mais velho e corre o risco de desgaste do corpo e pode sofrer com
doenças ou mesmo diminuir o ritmo de trabalho, a previdência complementar é uma
alternativa.
A previdência complementar é um benefício opcional, que proporciona ao
trabalhador um seguro previdenciário adicional, além dos benefícios de natureza
programada e continuada, oferece proteção contra riscos de morte, acidentes,
doenças e invalidez. O site Previdência Social (2013) descreve a Previdência
Complementar.
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), mais conhecidas como fundos de pensão, são instituições sem fins lucrativos que mantêm planos de previdência coletivos. São permitidas exclusivamente aos empregados de uma empresa e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; e aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominados instituidores.
De acordo com Domingos (2011, p.95) hoje a expectativa de vida está em
torno de 80 anos, as pessoas precisam se organizar para continuar vivendo de
forma honrada após parar de trabalhar. Fazer um plano de Previdência Privada para
completar ou até mesmo substituir a Previdência Social é uma opção para quem
26
pretende ter um futuro agradável, sem depender de ninguém. Maroni Neto (2011,
p.123) complementa dizendo que normalmente reduz a renda e aumentam as
despesas com saúde.
Martins (2004, p.83) informa que o empregado com registro em carteira paga
de forma compulsória a Previdência Social e o montante é dividido por aposentados
e pensionistas. Entretanto as contas não fecham devido à arrecadação e a taxa de
natalidade está diminuindo e o número de beneficiários aumentando, com um
agravo o tempo de vida dos aposentados esta maior, o resultado é o aumento do
déficit anual e uma possível falência do sistema Previdência Social.
Domingos (2011, p.95) explica que um plano de Previdência Privada é um
fundo de investimento que o contribuinte aplica mensalmente determinada quantia
por um período de 30 a 35 anos tendo a possibilidade de aumentar ou diminuir a
contribuição. No final do período podem sacar mensalmente os valores aplicados
mais juros.
A respeito desse assunto Martins (2004, p.83) revela que tem outras formas
de sacar a reserva como: “uma renda vitalícia, uma renda temporária ou um saque
único; enfim, da maneira que você definir para o seu projeto de vida.” Esse é o
motivo pelo qual o autor recomenda um plano de previdência, uma alternativa para
manter seu padrão de vida na velhice.
c) Caderneta de Poupança
De acordo com Domingos (2011, p.97) a caderneta de poupança é a
aplicação ideal para realizar sonhos no curto prazo, um investimento popular e de
baixo risco. É uma conta bancária destinada a quem aplica sempre em pequenas
quantias.
Megliorini; Silva (2009, pp.22-23), assim como Maroni Neto (2011, p.115),
explicam que a caderneta de poupança é a aplicação mais simples e tradicional,
pode ser aplicada em pouca quantidade e ter liquidez imediata, a desvantagem é a
perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário da aplicação. O
rendimento da caderneta de poupança é fixado diariamente pelo Banco Central e
equivale a 0,5% de juros ao mês acrescido da variação da TR – taxa de referência –
de um mês.
Para depósitos realizados até 3 de maio de 2012 vale a regra antiga citada
por Megliorini; Silva (2009, p.23) e Maroni Neto (2011, p.115), entretanto a partir
27
desta data a nova medida provisória descrita no “art. 12 da Lei nº 8.177, de 1º de
março de 1991, com a redação dada pela Medida Provisória nº 567, de 3 de maio de
2012, e art. 7º da Lei nº 8.660, de 28 de maio de 1993” (BANCO DO CENTRAL DO
BRASIL, 2012), segundo o site do Governo Federal.
De acordo com a legislação atual, a remuneração dos depósitos de poupança é composta de duas parcelas: I - a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial - TR, e II - a remuneração adicional, correspondente a: a) 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou b) 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%. A remuneração dos depósitos de poupança é calculada sobre o menor saldo de cada período de rendimento. O período de rendimento é o mês corrido, a partir da data de aniversário da conta de depósito de poupança, para os depósitos de pessoas físicas e de entidades sem fins lucrativos. Para os demais depósitos, o período de rendimento é o trimestre corrido, também contado a partir da data de aniversário da conta. A data de aniversário da conta de depósito de poupança é o dia do mês de sua abertura. Considera-se a data de aniversário das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. A remuneração dos depósitos de poupança é creditada ao final de cada período de rendimento, ou seja: I - mensalmente, na data de aniversário da conta, para os depósitos de pessoa física e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de aniversário no último mês do trimestre, para os demais depósitos.
A recomendação ao pequeno poupador segundo Maroni Neto (2011, p.115) é
sempre realizar depósitos até formar um montante suficiente para migrar a uma
aplicação com maior rentabilidade.
d) Certificado de depósito bancário (CDB)
Domingos (2011, pp.97-98) considera que para realizar sonho de médio
prazo, uma ótima escolha é o CDB, um Certificado de Depósito Bancário que
funciona como se você emprestasse dinheiro às instituições financeiras, seu
rendimento é maior, tem risco baixo e não tem que pagar taxa administrativa ao
banco.
Os autores Megliorini; Silva (2009, p.23) destacam que os “CDBs são títulos
nominativos e transferíveis por endosso, emitidos pelos bancos comerciais e de
investimento”, tem como objetivo captar recursos para as instituições financeiras.
28
Completando a ideia, Maroni Neto (2011, p.116) salienta que os recursos
captados financiam as operações de empréstimo das instituições bancárias, “tem
custo zero de manutenção, não há taxa de administração ou similares”.
Megliorini; Silva (2009, p.23) informam que além do Imposto de Renda sobre
o ganho nominal, o resgate realizado até o 29° dia corrido a partir da aplicação,
ocorrerá à incidência de Imposto sobre operações financeiras (IOF). Maroni Neto
(2011, pp.116-117) declara que o Imposto de Renda é regressivo e sua função é
incentivar a aplicação em longo prazo e obter uma alíquota menor. Entretanto um
resgate antecipado é penalizado com IOF regressivo e pode comprometer o
investimento principal.
Os CDBs dividem-se em pré-fixados e pós-fixados, Megliorini; Silva (2009,
pp.23-24) revelam que no pré-fixados, a remuneração da taxa de juros é acordada
entre o investidor e o banco na data de aplicação, já no pós-fixado o valor do resgate
é conhecido somente no vencimento da aplicação.
e) Títulos Públicos
De acordo com Megliorini; Silva (2009, p.25), “títulos públicos são aqueles
emitidos pelo governo a fim de financiar a dívida pública, e para controlar a liquidez
do sistema financeiro nacional”, podendo ser pré-fixados e negociados com deságio
ou pós-fixado recebem uma taxa de juros acrescida da variação de um indexador,
por exemplo, variação cambial ou um índice de inflação.
Assaf Neto (2009, p.241) referencia a taxa SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia), que “é administrado pelo Banco Central, através do DEMAB
(Departamento de Operações do Mercado Aberto) em parceria com a ANDIMA
(Associação Nacional de Instituições de Mercado Aberto)”. Os títulos negociados no
SELIC apresentam elevada liquidez e risco reduzido. As reuniões do COPOM
(Comitê de Política Monetária) define a meta da taxa de juros.
Assim ao captar recursos por meio de títulos públicos o Governo Federal
financia o déficit público ou antecipa as receitas orçamentárias, “os título públicos
para estes fins são: a LTN – Letras do Tesouro Nacional, NTN – Notas do Tesouro
Nacional e LFT – Letras do Tesouro Nacional”. Maroni Neto (2011, p.126) apresenta
abaixo suas características.
29
Quadro V: Títulos Públicos
Títulos Características
LTN Juros pré-fixados pagos no vencimento
NTN-F Juros pré-fixados pagos a cada 6 meses Principal pago no vencimento
NTN-B IPCA mais juros pré-fixados pagos a cada 6 meses Principal pago no vencimento
NTN-B principal IPCA mais juros pré-fixados pagos no vencimento
LFT SELIC mais principal pagos no vencimento Fonte: Maroni Neto (2011, p.126)
f) Tesouro Direto
O autor Domingos (2011, p.98) argumenta que outra modalidade interessante
de médio e longo prazo são os Títulos do Tesouro Direto, criado para custear gastos
públicos do Governo Federal, retirar o dinheiro antes do vencimento, implica em
receber menos, o ideal é manter o investimento até o final do período.
Megliorini; Silva (2009, p.26) revelam que a aquisição no Tesouro Direto por
pessoas físicas é realizada pela internet. Os impostos cobrados são os mesmos das
operações de renda fixa e a responsabilidade de recolhimento está com o “Agente
de Custódia – instituição responsável pela guarda de títulos e valores mobiliários”.
O investidor tem uma grande vantagem que é comprar direto pela internet no
“site www.tesourodireto.gov.br, eliminando as taxas administrativas, permite compor
portfólio de médio e longo prazo, gera renda fixa ao aplicador, tem risco menor
devido a recompra ser assegurada pelo sistema, o que dá liquidez ao investidor”
(MARONI NETO 2011, p.126).
g) Ações
Vários autores, como Domingos (2011, p.100), Maroni Neto (2011, p.109),
Hoji (2010, p.195), Megliorini; Silva (2009, p.28), Martins (2004, p.80), Assaf Neto
(2009, p.232), dizem que a ação é a menor fração do capital social de uma
sociedade anônima por ação.
O investidor torna-se co-proprietário da empresa. Megliorini; Silva (2009, p.28)
e Hoji (2010, pp.196-197) dissertam sobre as ações preferenciais que concedem ao
proprietário, a prioridade no recebimento de dividendo e reembolso do capital no
caso de dissolução da sociedade. Este tipo de ação não concede direito a voto nas
assembleias. Enquanto as ações ordinárias concedem o direito a voto na
30
assembleia deliberativa da empresa, além de receber dividendos após os acionistas
das ações preferenciais.
Hoji (2010, p.29) destaca que o pregão é o local adequado para realizar as
negociações de compra e venda de ações, mercadorias e índices. As operações
fora da bolsa são chamadas de operações de balcão. A única bolsa que negocia
ações no Brasil é a Bm&fbovespa, criada após a fusão da Bolsa de Mercadorias &
Futuro (BM&F) e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em 2008.
Domingos (2011, p.100) comenta que somente é possível comprar ações
através de uma corretora de valores ou a corretora de seu banco e as transações
podem ser realizadas pela internet.
Como aponta Hoji (2010, p.196) o pagamento de dividendo regularmente
reflete ao mercado a imagem de uma empresa lucrativa e saudável financeiramente,
caso a empresa diminua o valor ou não pague dividendo, pode passar a sensação
de dificuldades financeiras. A empresa calcula o valor do dividendo a ser pago aos
acionistas, retirando uma parcela do seu lucro e o valor restante é reinvestido pela
empresa.
Megliorini; Silva (2009, p.28) explicam que os ganhos dos investidores no
mercado acionário está na valorização das ações possuídas, entretanto o investidor
paga as taxas, os emolumentos e está sujeito a pagar Imposto de Renda em suas
negociações.
O Imposto de Renda é calculado de acordo com o ganho de capital na venda
de ações, negociações nos valores abaixo de R$ 20.000,00 há isenção de Imposto
de Renda e acima deste valor a alíquota de 15% nas negociações normais e 20%
nas operações Day Trade, onde se realiza a compra e a venda de ações no mesmo
dia conclui Maroni Neto (2011, p.111).
Hoji (2010, p.26) relata que Comissão de Valores Mobiliários (CVM) “é uma
autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, instituída pela Lei n° 6385, de 7
Dezembro de 1976. É responsável pelo desenvolvimento, disciplina e fiscalização do
mercado de valores mobiliários, exceto os emitidos pelo sistema financeiro e pelo
Tesouro Nacional”.
De acordo com Hoji (2010, p.26) a principal atribuição da CVM é a regulação
e fiscalização da emissão e negociação de títulos pelas companhias abertas, regular
os mercados de bolsa e balcão, derivativos e ações, coibir fraude e manipulação no
mercado, facilitar ao público acesso a informações sobre valores mobiliários
31
negociados e sobre as companhias que os tenham emitido, estimular as aplicações
permanentes em ações do capital social das companhias abertas, para o bom
funcionamento das bolsas de valores.
h) Imóveis
O conceito de imóveis utilizado por Maroni Neto (2011, p.97) vem do sentido
amplo que envolve lotes urbanos, casas e apartamentos. A visão de geração de
rendimento por meio de locação a terceiros, imóveis para exploração comercial,
terreno usado para estacionamento, valorização do imóvel ao longo do tempo,
gerando renda adicional ou mesmo o imóvel para moradia, onde o rendimento é a
economia no aluguel pago a terceiros.
A respeito desse assunto Maroni Neto (2011, pp.97-98) cita as desvantagens
e as limitações do investimento em imóveis, os gastos com manutenção, impostos,
se o imóvel for uma casa na praia ou sítio ocorrem gastos elevados com caseiro e
serviço de vigilância, especulação imobiliária e legislação municipal pode ser um
fator positivo ou negativo para uma valorização, e o custo de aquisição envolvem as
despesas com cartórios, comissões, análise de documentação, entre outros,
inviabilizando o negócio em comparação com outros ativos.
Halfeld (2001, p.19) concorda com Maroni Neto (2011, p.98) sobre custos de
transação elevados e ainda cita a corretagem, escritura, registro em cartório e
impostos de transmissão. Outra desvantagem é o “modismo que o mercado chama
de tendência. Eles podem representar sérios riscos ao investidor em imóveis”, o
acabamento e as benfeitorias podem depreciar muito um imóvel antigo.
Algumas dicas importantes na aquisição de um imóvel para investimento, é
evitar comprar imóveis que tenham grandes alterações do mercado consumidor ao
longo do tempo e variação de preço; preferível ter três imóveis pequenos ao invés
de um grande, propriedades menores tem maior liquidez, facilidade em alugar e um
percentual elevado na locação; verificar todos os defeitos, problemas e prever as
dificuldades na hora da venda, Halfeld (2001, p.25) explica que comprar um imóvel
demanda muito trabalho e atenção, pois os futuros compradores serão ainda mais
rígidos.
Halfeld (2001, p.29) considera que a maior virtude do imóvel é proporcionar
disciplina ao investidor, portanto incentiva a redução de gastos desnecessários,
estimula à poupança, o sonho da casa própria proporciona um enorme prazer e
32
segurança. O autor discorda que um investimento imobiliário tem baixo risco e alto
retorno, há possibilidade de perder dinheiro com imóvel como em qualquer outro
investimento de risco.
33
2 Metodologia
A metodologia utilizada foi fundamentada nas técnicas de pesquisa
bibliográfica, documental e pesquisa de campo. O objetivo deste Trabalho de
Graduação é apresentar um estudo de caso com alunos da ETEC - São Sebastião.
Tal escolha ocorreu devido à praticidade para obtenção das respostas, uma vez que
a ETEC – São Sebastião (Escola Técnica Estadual) e FATEC - São Sebastião
(Faculdade de Tecnologia) dividem o mesmo prédio, e pela ETEC ser a única escola
técnica estadual pública na cidade de São Sebastião. As turmas foram escolhidas
com o objetivo de comparar os conhecimentos dos alunos que estão ingressando no
Ensino Médio, com os alunos concluintes.
De acordo com Yin (2001, p.21), “o estudo de caso permite uma investigação
para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida
real”, destaque para ciclos de vida individuais, processos organizacionais e
administrativos. Vergara (2010, p.44) completa que o estudo de caso “tem caráter de
profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado em campo. Utiliza métodos
diferenciados de coleta de dados”, uma pesquisa pode tanto ser bibliográfica,
documental, de campo e estudo de caso. O estudo de caso é definido por Yin (2001,
p.29) como:
Uma resposta muito breve é que os estudos de caso, da mesma forma que os experimentos, são generalizáveis a proposições teóricas, e não a populações ou universos. Nesse sentido, o estudo de caso, como o experimento, não representa uma "amostragem", e o objetivo do pesquisador é expandir e generalizar teorias (generalização analítica) e não enumerar frequências (generalização estatística). Ou, como descrevem três notáveis cientistas sociais em seu estudo de caso único, o objetivo é fazer uma análise "generalizante" e não "particularizante" (Lipset, Trow, & Coleman, 1956, p. 419-420). P.29
Contudo o método de abordagem hipotético-dedutivo é aquele “que se inicia
pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses
e, pelo processo de interferência dedutiva, testa a predição da ocorrência de
fenômenos abrangidos pela hipótese”, como afirmam Lakatos; Marconi (2008,
p.110). Entretanto Vergara (2010, p. 3) completa que “a casualidade é seu eixo de
explicação científica. Enfatiza a relevância da técnica e da qualidade, daí serem os
procedimentos estatísticos sua grande força”.
34
A utilização de um questionário permite que os dados coletados sejam
visualizados em gráficos e tabelas e revelando um momento especifico, ou um
período de tempo. Este método padronizado deduz que manter o controle financeiro,
evita problemas. O orçamento verifica os pequenos gastos e descobre a
oportunidade de economizar. Os dados coletados através do preenchimento de um
questionário, aplicado aos alunos da Escola Técnica Estadual (ETEC - São
Sebastião - Centro Paula Souza), foi transformado em números e representados em
gráficos no presente Trabalho de Graduação.
De acordo com Lakatos; Marconi (2008, p.111), a técnica de pesquisa é uma
prática de coleta de dados realizada por meio de um questionário com perguntas
respondidas em sala de aula. O questionário foi elaborado com a intenção de
identificar o grau de conhecimento e de aplicabilidade em relação à Educação
Financeira dos jovens alunos do Ensino Médio.
Os autores Kauark; Manhães; Medeiros (2010, p.58) alertam que o
questionário deve preceder de uma carta de autorização da pesquisa. Onde esteja
contida a referência sobre o conteúdo, pedido de autorização e agradecimento pela
participação na pesquisa.
A referida pesquisa de campo aconteceu na ETEC - São Sebastião – SP, no
dia onze de abril de dois mil e treze, em duas turmas do Ensino Médio: Uma do 1°
ano do curso Técnico em Administração e outra do 3° ano do Ensino Médio. Foi
entregue um pedido de autorização formal ao diretor da ETEC. Posteriormente, foi
aplicado um questionário do tipo fechado com questões objetivas, em sala de aula,
sem a presença do pesquisador. Estas questões foram organizadas em um
formulário, contendo 10 questões relativas à Educação Financeira.
O objetivo de aplicar este questionário para alunos do primeiro ano é
conhecer como os jovens estão ingressando no Ensino Médio. Se aprenderam na
sua vida escolar e/ou familiar sobre os conceitos básicos da educação financeira. Já
em relação aos alunos do terceiro ano, o objetivo foi identificar se os alunos
vivenciam os conceitos básicos da Educação Financeira e qual a sua base de
aprendizado ao final do Ensino Médio.
Para Marconi; Lakatos (2010, p.86) as principais vantagens do questionário é
economizar tempo, e atingir o maior número de pessoas simultaneamente, além de
obter respostas mais rápidas e precisas. Estes objetivos foram alcançados, pois o
35
questionário foi aplicado a uma sala de aula contendo 38 alunos do primeiro ano em
Administração e 36 alunos do terceiro ano do Ensino Médio, com respostas rápidas.
Segundo Marconi; Lakatos (2010, p.87) as principais desvantagens do
questionário estão “na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode
uma questão influenciar a outra, impossibilidade de ajudar o informante em questão
mal compreendida”.
De acordo com Lakatos; Marconi (2010, pp.48-49), a pesquisa documental é
restrita a documentos, em fontes primárias ou secundárias transcritos de uma fonte
primária. Esta pesquisa documental objetivou coletar dados em documentos oficiais
de arquivo público. Seguindo os procedimentos da secretaria da ETEC - São
Sebastião, foi realizado um pedido formal para obter acesso aos documentos
oficiais. Os documentos de fonte primária estão disponibilizados para consulta na
biblioteca, ou podem ser acessados no site da ETEC - São Sebastião.
O intuito de verificar os documentos oficiais da grade curricular e a ementa
das disciplinas faz-se necessário, pois visa relacionar à educação financeira com as
disciplinas a serem estudadas pelos alunos durante o Ensino Médio. E assim,
apresentar a atual situação do método de ensino adotado pela ETEC – São
Sebastião, criando assim, um ponto de partida para novos estudos.
Segundo Kauark; Manhães; Medeiros (2010, p.28) a pesquisa bibliográfica
“quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de
livros, artigos de periódicos e, atualmente, material disponibilizado na Internet”, o
presente trabalho apresenta publicações de diversos autores como: Domingos
(2011); D’Aquino (2008); Kiyosaki; Lechter (2000); Maroni Neto (2011), Martins
(2004); Halfeld (2001), autores estes que abordam o tema da educação financeira.
Enquanto os autores Hoji (2010); Megliorini; Silva (2009); Zentgraf (2007) e
Vasconcellos; Garcia (2008) demonstram o tema mercado financeiro nacional.
Também foram realizadas pesquisas em sites, os qual se destacam: ETEC, Banco
Central do Brasil e Receita Federal. A pesquisa bibliográfica deu início ao presente
trabalho.
36
3 Resultados e Discussão
O objetivo deste capítulo é analisar as respostas obtidas na pesquisa de
campo por meio de questionário aplicado aos alunos do primeiro ano de
Administração e terceiro ano do Ensino Médio da Escola Técnica Estadual (ETEC –
São Sebastião) e confrontar com a linha de pensamento dos autores apresentados
no referencial teórico deste Trabalho de Graduação.
O questionário apresenta a idade e o sexo dos alunos, os alunos do primeiro
ano têm idade entre 14 a 16 anos onde 21 meninos e 17 meninas, já no terceiro ano
a idade está entre 16 e 18 anos sendo 10 meninos e 26 meninas, identificados no
gráfico abaixo.
Gráfico I: Idade e sexo dos alunos 1ºAno
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Gráfico II: Idade e sexo dos alunos 3ºAno
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
37
Após analisar a idade e sexo dos alunos, inicia-se a discussão e avaliação
das questões respondidas do questionário aplicado aos alunos da ETEC - São
Sebastião. As questões deste questionário visam elucidar a relação entre os alunos
do Ensino Médio a aplicabilidade da Matemática Financeira no dia-a-dia.
1) Você trabalha?
A primeira questão quer saber se o aluno já está inserido no mercado de
trabalho, os alunos do primeiro ano responderam que 2 trabalham e 36 não
trabalham, no terceiro ano 10 trabalham e 26 não trabalham.
2) Você já estudou matemática financeira?
Ao responderem sobre o questionamento o aluno mostra que na sua vida
acadêmica uma pequena parcela aprendeu matemática financeira, onde no primeiro
ano 2,63% aprenderam e os outros 97,37% não, já entre os alunos do terceiro ano
16,67% estudaram e 83,33% admitiram que não têm conhecimento da disciplina.
Gráfico III: Alunos que estudaram matemática financeira
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
3) Quais matérias abaixo você tem conhecimento?
A terceira questão tem o propósito de verificar o conhecimento dos alunos nos
seguintes conteúdos: Porcentagem, Razão e Proporção, Juros Simples, Juros
Compostos e Fluxo de Caixa. Estas matérias são a base para a educação
financeira, cálculos de porcentagem e a aplicação de razão e proporção é usado
diariamente no cotidiano mesmo sem perceber, um exemplo típico é o preparo de
38
um bolo que necessita de uma determinada quantidade de ingredientes, ao fazer um
bolo maior utilizando duas receitas, estará aplicando a razão e proporção para
aumentar os ingredientes e obter o resultado esperado.
Os juros simples é utilizado no mercado nacional para pagamentos em atraso
de curto prazo onde, exemplo ao atrasar o pagamento da conta telefônica em 3 dias
será cobrado juros e multas, aplicando o sistema de juros simples exemplificado por
Hoji (2010) no referencial teórico.
Os financiamentos de automóveis e imóveis, os empréstimos bancários e as
aplicações financeiras são calculados os juros sobre o capital inicial e sobre os
próprios juros afirma Hoji (2010). Assim os juros compostos podem trabalhar contra
você quando realiza um empréstimo ou a seu favor ao aplicar uma determinada
quantia e após um período recebe os juros.
Maroni Neto (2011) afirma que o fluxo de caixa é o controle diário do
orçamento doméstico distribuído em eventos, portanto facilita a compreensão dos
pequenos gastos, visualiza possíveis cortes de despesas no orçamento e o saldo
positivo é destinado ao investimento.
Martins (2004, p.34) e Kiyosaki; Lechter (2000) justificam que os ativos bons
geram receitas e aumentam o patrimônio, já os ativos ruins tiram dinheiro do seu
bolso e reduz seu poder de compra. Interpretar o fluxo de caixa minuciosamente
facilita a compreensão da saúde financeira, se esta acumulando riqueza ou a
caminho da insolvência.
Gráfico IV: Matemática financeira 1º Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
39
Gráfico V: Matemática financeira 1º Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Observando os gráficos anteriores pode-se perceber que no primeiro ano 65%
dos alunos conhecem porcentagem e apenas 10% conhecem razão e proporção, já
entre os alunos do terceiro ano 49% estudaram porcentagem e 13% admitiram que
já estudaram razão e proporção. É importante salientar que os alunos não
relacionam o conteúdo da disciplina Matemática Financeira com seu cotidiano. É de
suma importância atrelar o conhecimento adquirido na escola com sua vivencia no
dia-a-dia. Isto é primordial.
4) Você aplica matemática financeira no seu dia a dia?
Esta questão destaca que uma parcela dos jovens mesmo sem uma técnica
precisa ou auxílio da escola visualizam a educação financeira. Dentre os alunos do
primeiro ano, 13 afirmam que sim e os outros 25 disseram que não. Já entre os
alunos do terceiro ano, 17 assinalaram que sim e 19 negaram o uso de Matemática
Financeira no dia-a-dia.
40
Gráfico VI: Alunos que aplicam matemática financeira no dia a dia 1º Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Gráfico VII: Alunos que aplicam matemática financeira no dia a dia 3º Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
De acordo com Assaf Neto (2009) a Matemática Financeira estuda do valor
do dinheiro ao longo do tempo. Completando esta a ideia Vasconcellos; Garcia
(2008) revelam que as famílias de baixa renda sofrem mais com as altas taxas de
inflação, pois com o passar do tempo o salário do indivíduo, que é destinado à
subsistência, fica defasado. Por não se defender da inflação, esse fato exemplifica a
necessidade do jovem aprender a Matemática Financeira e relacioná-la com seu
cotidiano, e assim se defender dos diversos problemas que possam ser encontrados
no mercado financeiro tais como: inflação, taxa de juros, impostos, crédito, formas
de pagamento e financiamento.
41
Assim concordo com Kiyosaki; Lechter (2000) quando argumentam que os
estudantes terminam a escola sem habilidades financeiras e milhões de pessoas
instruídas têm dificuldades financeiras. Falta uma ligação entre os estudos dos
jovens e a fase adulta, somente com aprendizado voltado para o dia-a-dia os jovens
poderão chegar à independência financeira e visualizar as oportunidades que o
mercado financeiro oferece.
Importante ressaltar a preocupação do Centro Paula Souza adotando uma
disciplina específica na grade curricular do Ensino Médio para tratar de Educação
Financeira dos seus jovens alunos, atualizando a proposta curricular a partir de
2011.
5) Sua família realiza planejamento financeiro familiar?
Segundo Maroni Neto, (2011) as famílias que realizam planejamento
financeiro com objetivo de formar patrimônio ao longo da vida têm uma chance
maior de geração de rendimentos adicionais ao longo do tempo.
Gráfico VIII: Planejamento financeiro familiar
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
O gráfico VIII identifica que 65% das famílias realizam planejamento
financeiro, organizar o orçamento facilita a compreensão do mercado na hora de
realizar uma aplicação ou fazer um empréstimo.
42
6) Qual sua participação nas decisões do planejamento financeiro familiar?
A participação nas decisões do planejamento financeiro tem uma grande
importância no desenvolvimento educacional dos jovens. A autora D’Aquino (2008)
visualiza que é muito importante a participação dos filhos na elaboração do
planejamento financeiro, exemplo planejar a viagem de férias delegando aos jovens
a tarefa de realizar cotação do preço de passagem, hospedagem, gastos adicionais
e verificar a necessidade de uma poupança para realizar o projeto, possível cortes
de gastos e o prazo para completar o projeto.
De outro lado a exposição à intimidade dos valores recebidos pelos pais
descontenta D’Aquino (2008) tanto pelo fato de não ser um assunto pertinente aos
jovens, como na tentativa de mostrar a fragilidade financeira familiar, isso pode ser
evitado para proteger os jovens de preocupações.
Importante salientar a família no processo de aprendizagem dos jovens, cada
decisão financeira tem um peso na vida de todos os integrantes, vejamos no quadro
abaixo como é a participação dos alunos da ETEC.
Gráfico IX: Participação dos alunos nas decisões planejamento familiar 1º Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
43
Gráfico X: Participação dos alunos nas decisões planejamento familiar 3º Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Podemos observar no gráfico acima, que os alunos matriculados no primeiro
ano, 47% não participam das decisões de planejamento familiar, 45% tem
conhecimento das decisões e apenas 8% participam das decisões. Enquanto os
alunos do terceiro ano tem um conhecimento maior sobre as decisões do
planejamento familiar, 19% não participam das decisões, 70% tem conhecimento
das decisões e 11% participam das decisões. Isso mostra que conforme o jovem
cresce, aumenta sua participação na vivência financeira da familiar.
Domingos (2011) demonstra os diferentes tipos de ação que a família pode
praticar em conjunto no planejamento familiar: poupar e guardar hoje para ter
amanhã; a decisão entre comprar a vista e ganhar desconto ou comprar a prazo e
pagar juros e correr o risco de endividamento; consumir sem refletir, não calculando
o impacto no equilíbrio financeiro; conhecer e estar bem informado sobre o mercado
financeiro e nunca gastar mais do que se tem.
Essa participação dos jovens nas decisões do planejamento financeiro
familiar, também é um aprendizado e uma forma de treinamento para esses jovens,
que estão adquirindo experiência e vivenciando inúmeras situações de muita
importância para tomar suas próprias decisões quando chegar na fase da vida
adulta.
44
7) Qual a forma de pagamento você e sua família utilizam com maior frequência
nas compras acima de R$ 200,00?
Esta questão tem como objetivo conhecer os hábitos no pagamento das
compras acima de R$ 200,00. Foi constatado que 21% dos jovens da turma do 1º
ano compram com dinheiro e outros 17% com cartão de débito em sua conta
corrente. Já os alunos da turma do 3º ano 17% usam dinheiro e 24% o cartão de
débito em sua conta corrente. Onde pode se observar que as aquisições realizadas
à vista mostra o hábito de aumentar seu poder de compra, evitando o endividamento
e o risco à inadimplência que o cartão de crédito e cheque possa proporcionar.
Gráfico XI: Pagamento nas compras acima de R$ 200,00 – 1ª Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Gráfico XII: Pagamento nas compras acima de R$ 200,00 – 3ª Ano
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
45
O gráfico acima mostra que da família dos alunos do 1º ano 48% usam cartão
de crédito para realização de pagamento, outros 7% cheque e apenas 7% compram
com carnê. Com os alunos do 3º ano foi observado que 41% usam cartão de crédito
para realizar pagamento, outros 16% cheque e nenhum aluno do 3º ano realiza
compra com carnê. Uma pesquisa inédita realizada pelo SPC Brasil [Serviço de
Proteção ao Crédito]; CNDL [Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas] (2012)
sobre o perfil e o planejamento financeiro do consumidor brasileiro, “concluiu que
38% dos entrevistados com contas atrasadas possuem alguma fatura não liquidada
no cartão de crédito, sendo que destes, 82% afirmam que essas contas estão há
mais de 90 dias atrasadas”.
De acordo com Maroni Neto (2011) o cuidado com o cartão de crédito está no
crédito rotativo que é uma modalidade de financiamento da fatura do cartão, onde
pagando somente o valor mínimo da fatura, incide juros elevados se comparado com
à dívida original, “apenas 15% dos inadimplentes que utilizam cartões têm
conhecimento sobre a taxa de juros mensal cobrada pelos mesmos em caso de não
pagamento do valor total da fatura”, portanto 85% não fazem ideia dos juros
elevados do cartão segundo a pesquisa (SPC BRASIL; CNDL, 2012).
O uso de Cartão de Crédito como forma de pagamento em determinados
casos pode ser vantajoso ao seu titular, quando este concretiza uma compra antes
do vencimento do cartão e o indivíduo aplica esse dinheiro propiciando ganhos
financeiros, uma vez que o período de pagamento da fatura pode ser maior do que
30 dias. Maroni Neto (2011) identifica que controlar os gastos e fazer uma reserva
para o pagamento do total da fatura é primordial, para que os gastos com cartão não
superarem o limite de sua renda.
8) Qual o critério utilizado para realizar compras a prazo?
O conhecimento do mercado de crédito é importante na hora de realizar uma
compra a prazo, pois diversos fatores influenciam na tomada de decisão como os
juros, números de prestações, o cenário econômico e o próprio orçamento familiar.
Os parâmetros analisados no gráfico de compras a prazo identificam que 48%
dos jovens procuram por taxa de juros baixos, em uma economia que tem taxa de
juros elevados e variadas formas de crédito disponível no mercado é um risco
enorme para as pessoas não verificarem as taxas de juros, apenas o valor da
prestação como ocorre com 11% dos jovens e 8% realizam suas compras com
46
prestações longas de baixo valor, as chances de endividamento crescem com este
tipo de perfil de consumo.
O gráfico abaixo mostra que apenas 17% compram à vista um número
pequeno em relação às vantagens que podem ser obtidas como aumentar o poder
de compra, descontos maiores e risco zero de endividamento.
Gráfico XIII: Critério nas compras a prazo
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
9) Qual tipo de aplicação financeira você pretende aplicar seu dinheiro?
Este questionamento sobre o tipo de aplicação financeira é de grande
importância, pois nos remete a verificar e observar sua visão de investimento.
Mesmo que os alunos nunca tenham tido contato direto com os variados tipos de
investimentos, demonstrados anteriormente neste trabalho. Esta questão faz-se
necessária, pois demonstra como os jovens pretendem investir seu dinheiro
futuramente.
47
Gráfico XIV: Tipos de aplicação financeira
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
Este questionário vem confirmar o que os autores expressam em sua teoria.
Segundo Maroni Neto (2011) o objetivo em formar uma poupança tem como
finalidade realizar um sonho de consumo a médio e longo prazo ou estruturar
patrimônio para gerar renda. Importante iniciar uma aplicação e realizar sempre
depósitos até formar um montante suficiente para migrar a uma aplicação com maior
rentabilidade.
O gráfico mostra que 82% dos jovens aplicariam na poupança que é uma
aplicação segura, de maior liquidez e mais conhecida, em contra partida a de menor
rentabilidade. Por outro lado, 7% desejam aplicar em ações que têm maior
rentabilidade, menor liquidez e por sua vez possui pouca segurança devido às
oscilações da bolsa serem grandes, de máximo de risco, proporcionando máximo de
ganho ou prejuízo.
De acordo com Martins (2004), “há uma correlação inversa entre segurança e
rentabilidade: quanto mais segura à aplicação, menor a taxa de juros paga; quanto
menos segura e mais arriscada à aplicação, maior a taxa de juros” o importante é o
indivíduo conhecer qual o grau de risco esta disposto a assumir em uma
determinada aplicação.
Valendo-me da afirmativa de Kiyosaki; Lechter (2000) que aplicar em uma
poupança mensal é uma atitude válida, o mais importante é estarem atentas às
mudanças de mercado e às grandes oportunidades de um ganho maior.
48
10) Pensando no futuro qual seu planejamento para a aposentadoria?
A maioria dos alunos desconhecem os tipos de previdência existente, 52%
efetivamente não tem conhecimento somando os 2% que não responderam e os 4%
que não pensam no futuro, indica que 58% dos entrevistados não se interessam
pelo assunto aposentadoria.
Gráfico XV: Planejamento para a aposentadoria
Fonte: Pesquisa de campo (2013)
A previdência é um tema importante a ser considerado pela instituição de
ensino, 42% dos jovens não tem conhecimento sobre o tema planejamento de
aposentadoria. Domingos (2011) argumenta que ao se aposentar o padrão de vida
diminui e começar a poupar mesmo antes de receber o primeiro salário criando uma
alternativa de longo prazo, já Maroni Neto (2011) informa que a justificativa para
existir o sistema previdenciário é gerar renda na fase da vida financeira onde diminui
o ganho e aumenta as despesas com saúde.
49
4 Considerações Finais
A análise dos dados revela a coerência com os conceitos apresentados, os
autores argumentam que os estudantes terminam a escola sem base financeira, o
que é comprovado nas respostas das questões dois e três, os alunos reconhecem
que não têm conhecimento da disciplina.
Pelo exposto da pesquisa, pode-se perceber que a grande maioria dos alunos
do Ensino Médio da ETEC - São Sebastião não tem conhecimento de educação
financeira, o que dificulta o desenvolvimento de suas habilidades financeiras, pois
dependem dos conhecimentos básicos adquiridos no Ensino Fundamental e Médio
para diferenciar os problemas e oportunidades futuras.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foi verificado que os conteúdos se
completam, auxiliando na tomada de decisão, portanto o fluxo de caixa examina as
receitas e despesas, atua para corrigir possíveis desperdícios que porventura
possam ocorrer e identifica as sobras a serem aplicadas ou consumidas de forma
consciente: comprar um determinado produto à vista e obter desconto ou comprar a
prazo e correr o risco de endividamento. A ligação com juros simples e compostos
ilustra o retorno de aplicações financeiras ou gastos com juros de empréstimos ou
financiamento.
Examinando o conteúdo discutido verifica-se que 65% das famílias dos jovens
realizam planejamento financeiro e sua participação aumenta conforme se aproxima
da maior idade. Este contexto familiar identifica que a forma de pagamento nas
compras acima de R$ 200,00 é em grande parte com o cartão de crédito, hábito
crescente do consumidor, como mostra as informações do questionário.
Já a pesquisa realizada pelo SPC Brasil; CNDL (2012) identifica esse
crescimento e mostra que 85% desconhecem as taxas de juros do cartão de crédito,
que vai ao encontro com o que Maroni Neto (2011, p.68) enfatiza que os cuidados
com o cartão de crédito estão no crédito rotativo que eleva o endividamento por ter
taxas de juros altas, entretanto uma das vantagens é comprar logo após o
fechamento da fatura onde a operadora disponibiliza de 35 a 40 dias para pagar.
O questionário identifica o tipo de aplicação que o jovem pretende investir seu
dinheiro no futuro, 82% tem a intenção de depositar na poupança apesar dos
diversos tipos de aplicação disponível no mercado. Outra questão é referente ao
50
planejamento da aposentadoria, 52% dos alunos não têm conhecimento do assunto,
mais um sinal de despreparo financeiro.
A educação financeira é um aprendizado contínuo, onde o indivíduo tem que
conhecer as mudanças do cenário econômico, a variação dos encargos e as taxas
em uma aplicação financeira, acompanhar as mudanças que possam ocorrem a
exemplo da medida provisória que alterou a remuneração da caderneta de
poupança em Maio de 2012, as linhas de crédito e suas taxas de juros, o mercado
imobiliário e possíveis alterações das regras vigentes, o mercado de ações que
altera sua configuração a todo instante com novos acontecimentos e notícias que
transformam o humor do mercado.
Analisando a pesquisa fica claro que a falta da disciplina de educação
financeira na escola pública de Ensino Médio dificulta a compreensão do mercado
financeiro e da organização da própria finança. O aprendizado de educação
financeira desde o ingresso no nível médio é importante para o crescimento
financeiro individual e coletivo da sociedade.
Para futuras investigações, sugere-se uma verificação da capacitação dos
professores para desenvolver atividades práticas referentes à educação financeira; e
uma aplicação de um estudo de caso em uma sala de aula para alunos do Ensino
Médio, implantando um projeto piloto que desenvolva, na prática, as situações
vividas no cotidiano e relacionado com a educação financeira.
51
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MEGLIORINI,Evandir; SILVA, Marco Aurélio Vallim Reis da. Administração financeira: uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
PREVIDÊNCIA SOCIAL. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/sppc.php? id_spc=915>. Acesso em: 18 abr. 2013
RECEITA FEDERAL. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/es tudotributarios/est atisticas/20Sistema AdministracaoTributaria.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CREDITO. Disponível em: <http://www.spcbrasil. org.br/imprensa/pesquisas/79-perfildoconsumidorcomesemdividasnobrasilinadimplen cianocartaodecredito>. Acesso em: 23 abr. 2013
VASCONCELLOS, Marcos Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel E. Fundamento de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução Daniel Grassi 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
ZENTGRAF, Walter. Matemática financeira: com emprego de funções e planilhas, modelo EXCEL. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
53
Anexos
Anexo I: Matriz Curricular – 2013 do Curso Técnico de Administração
Fonte: Escola Técnica Estadual de Júlio de Mesquita (ETEC) – (2013, p.13)
54
Anexo II: Plano de Curso do Ensino Médio Técnico em Administração
Fonte: Escola Técnica Estadual de Júlio de Mesquita (ETEC) – (2013, pp.42-55-56-68)
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Apêndices
Apêndice I: Formulário utilizado na pesquisa de campo
O intuito deste questionário é obter dados para a realização do trabalho de
Graduação com o tema EDUCAÇÃO FINANCEIRA. Esta pesquisa garante o
anonimato de quem é entrevistado.
Instituição de ensino / série: _____________________________________
Sexo: ( ) M ( ) F Idade: _____ anos
1) Você trabalha?
( ) Sim ( ) Não
2) Você já estudou matemática financeira?
( ) Sim ( ) Não
3) Quais matérias abaixo você tem conhecimento?
( ) Porcentagem
( ) Razão e Proporção
( ) Juros Simples
( ) Juros Compostos
( ) Fluxo de Caixa
4) Você aplica matemática financeira no seu dia a dia?
( ) Sim ( ) Não
5) Sua família realiza planejamento financeiro familiar?
( ) Sim ( ) Não
6) Qual sua participação nas decisões do planejamento financeiro familiar?
( ) Participo de todas as decisões.
( ) Tenho conhecimento das decisões.
( ) Não participo.
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7) Qual a forma de pagamento você e sua família utilizam com maior frequência nas compras
acima de R$ 200,00?
( ) Dinheiro
( ) Cheque
( ) Cartão de debito
( ) Cartão de credito
( ) Carnê
8) Qual o critério utilizado para realizar compras a prazo?
( ) Juros baixos
( ) Muitas prestações de valor baixas
( ) Diversas vezes no valor a vista
( ) Não verifico os juros apenas o valor das prestações
( ) Realizo apenas pagamento a vista
9) Qual tipo de aplicação financeira você pretende aplicar seu dinheiro?
( ) Poupança
( ) CDB (Certificado Depósito Bancário)
( ) Titulo do Tesouro Nacional
( ) Ações
( ) Imóveis
10) Pensando no futuro qual seu planejamento para a aposentadoria?
( ) Previdência Social (Governo)
( ) Previdência Privada (Bancos e Instituição Financeira)
( ) Previdência Complementar (Funcionários Públicos)
( ) Não tem conhecimento
( ) Não pensa no futuro
Se você tem interesse em receber o trabalho sobre Educação Financeira após ser concluído, favor
disponibilizar seu e-mail.
e-mail: ____________________________
Obrigado pela colaboração.