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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · história de Tristão e Isolda, prender a atenção dos ouvintes e levá-los a uma participação apreciativa antes, durante e após

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica

Título – A Contação de histórias como gênero oral ensinável mediado pela leitura

da obra TRISTÃO e ISOLDA

Autora Carmen Lorenzetti

Disciplina Língua Portuguesa

Escola de Implementação do

Projeto

Colégio Estadual Mário de Andrade – Ensino

Fundamental, Médio Normal e Profissional

Município Francisco Beltrão

Núcleo Regional de

Educação Francisco Beltrão

Professora Orientadora Profª. Me. Karin Cozer de Campos

Instituição de Ensino

Superior UNIOESTE

Relação Interdisciplinar Literatura, Arte e História

Resumo

A contação de histórias é o recurso metodológico

voltado para a linguagem na sua essência, pois

propicia interações, permite apropriação de

discursos que circulam nas sociedades de todos

os tempos e, torna a língua uma atividade criativa,

dinâmica e presente no desenvolvimento do

homem. Por isso a clássica história de Tristão e

Isolda mostra aos futuros professores, alunos do

Curso de Formação de Docentes, que a narração

de histórias, historicamente construída provém da

oralidade e salienta a importância da leitura como

um ato dialógico e interlocutivo. Estimular a prática

da leitura, da oralidade e da escrita, através da

contação de histórias é desenvolver o potencial

crítico dos interlocutores. É ajudá-los a pensar,

duvidar, se perguntar, questionar... É deixá-los

inquietos, cutucados, querendo saber mais e

melhor ou percebendo que podem mudar de

ideia... É ter vontade de (re) ler uma história ou,

simplesmente, deixá-la de lado de uma vez...

(ABRAMOVICH, 1993).

Palavras-chave Leitura; Oralidade; Contação de histórias; Tristão e

Isolda

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 3º ano do Curso Formação de Docentes

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1. APRESENTAÇÃO

Dentre as várias linguagens presentes no universo da comunicação, a verbal

ocupa posição de destaque, pois é através dela que o homem expressa seus

desejos, vontades e ideias, como também as de sua geração e da comunidade a

qual pertence. A necessidade de comunicação fez do homem um ser social e a

linguagem está, indissociavelmente, vinculada a este convívio.

Nesse sentido, a linguagem, segundo Bakhtin (2003) é constitutiva e

dialógica, isto é, o sujeito constrói seu pensamento a partir do pensamento e da

convivência com o outro. Por isso a necessidade de eleger os gêneros discursivos

como instrumentos para tornar a comunicação eficiente, pois sem eles a

comunicação seria impossível, uma vez que eles, segundo Bakhtin (2003, p.283)

estão à disposição do usuário da língua e fazem a mediação entre a prática social,

ela própria e as atividades de linguagem dos indivíduos.

A língua, seja falada ou escrita, mostra como determinada sociedade ou

grupo se organiza, revelando a comunicação entre eles por meio dos diversos

gêneros existentes. Para Bakhtin (2003) os gêneros do discurso materializam a

língua e ela, por sua vez, está vinculada à vida. Os gêneros portam-se, então, como

elo entre a língua e a vida.

A língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta e

sendo viva, também se modifica, sofre mudanças e adaptações de acordo com a

necessidade dos falantes, portanto, ela não é neutra, estanque, acabada e pronta.

E, por ser interativa, expõe as memórias, tradições e estilo de vida de determinado

grupo social revelando traços de sua cultura. É na interatividade, na comunicação

com os outros, que os homens se conhecem e, simultaneamente, participam do

processo de constituição da língua.

Antes mesmo de aprender a ler e a escrever o homem já se comunicava

através da fala. No entanto, o ensino da língua oral, ocupa espaço limitado nas

escolas, o que, de certa forma, é incoerente e ilógico. No início da escolarização, os

alunos já dominam a linguagem oral espontânea e quotidiana, porém é

imprescindível que o professor valorize os gêneros orais e faça interferências a fim

de ampliar e solidificar o comportamento linguístico de seus alunos diante de textos

orais que exigem maior grau de formalidade.

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O objetivo deste projeto não é o de priorizar este ou aquele gênero, mas de

mostrar aos alunos, futuros professores, através da contação de histórias, a

importância da leitura, oralidade e escrita, nas aulas de Língua Materna, como

também nas inúmeras situações da comunicação humana.

As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os Anos Finais do

Ensino Fundamental e Ensino Médio do Paraná (2008, p.35) destacam o ato de ler

como responsável pelas relações dialógicas, pela interação, pela construção de

sentido e indispensável à vida de qualquer cidadão. Nela, a leitura é compreendida

“como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas,

políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento”. Sendo

assim, “ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos

prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o

constituem” (PARANÁ, 2008, p.56).

Estimular a prática da leitura e da oralidade, através da contação de histórias

é trabalhar com a língua numa perspectiva sociointeracionista, permitindo que cada

um, através da troca de experiências com o outro, construa seu conhecimento,

enriqueça suas experiências desenvolvendo assim, diversas formas de linguagem.

Por isso a contação de histórias, será importante aliada no trabalho pedagógico com

a língua oral, a leitura e a língua escrita.

A escolha do Curso Formação de Docentes para o desenvolvimento desse

projeto não foi aleatória, pois é através das práticas pedagógicas dos professores

dos Anos Iniciais que, muitas crianças, terão o primeiro contato com o universo das

histórias, através da leitura ou da contação. Quando o professor é um leitor

entusiasta e assíduo, automaticamente, proporcionará aos seus alunos momentos

de êxtase, magia, encantamento e reflexão. Infelizmente poucos professores

acreditam piamente nisso.

2. RECONHECIMENTO DO GÊNERO: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

“Contar histórias é revelar segredos, é seduzir o ouvinte e convidá-lo a se apaixonar... pelo livro... pela história... pela leitura. E tem gente que ainda duvida disso”

(Grupo Morandubetá Contadores de Histórias) G

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Segundo Bakhtin (2003), toda a atividade humana está ligada ao uso da

linguagem e ela só vive e se concretiza na comunicação dialógica daqueles que a

usam. Compreender a contação de histórias como gênero oral e que deve ser

ensinado é acreditar que procedimentos apropriados de fala e de escuta, precisam

estar presentes nas aulas de Língua Materna e, dificilmente ocorrerão se a escola

não tomar para si a tarefa de ensiná-los.

A oralidade nem sempre foi compreendida como objeto de ensino ficando, na

maioria das vezes, a serviço da escrita. Prioriza-se esta em detrimento daquela pelo

fato das crianças já saberem falar quando chegam à escola, ficando subentendido

que a fala já está construída e que somente a escrita precisa ser ensinada. Porém,

uma serve de apoio para o uso da outra. As duas se completam, se findam e estão

intimamente ligadas. Sabemos que, quem lê mais escreve e fala melhor, pois o leitor

só ingressará e permanecerá nos diferentes universos linguísticos se for assíduo,

competente e comprometido.

Por isso, acreditamos que a arte de contar histórias aprimora a oralidade, a

escuta e a escrita, como também favorece o convívio social. São inúmeras as

situações vivenciadas pelos alunos que exigem o aperfeiçoamento da modalidade

oral tais como a de expressar e defender pontos de vista, ideias e direitos, falar em

público, contar histórias, participar de discussões, debates, entre outras, por isso

não podemos ignorar a importância dos gêneros textuais orais em nossas vidas,

haja vista que nos comunicamos a maior parte do tempo oralmente e, para sermos

parte integrante desse mundo letrado, é preciso mais do que o domínio do código,

requer que saibamos usar socialmente a leitura, a oralidade e a escrita.

O ensino de gêneros orais, ou o ensino da oralidade no Curso de Formação

de Docentes, deve ser visto de duas formas: como gêneros ensináveis aos próprios

alunos como objetos de ensino e também para que eles, futuros professores,

possam também ensinar. Além disso, ainda podemos destacar a necessidade de

compreensão das práticas orais e escritas, para a formação de sujeitos capazes de

utilizarem a oralidade e a escrita de modo que possam interagir em situações

diversas da comunicação humana e, de modo particular, na sua formação

profissional através do gênero oral contação de histórias.

A contação de histórias apresenta-se como caminho alternativo para estimular

o aluno a interessar-se pela leitura, uma vez que o interesse e o hábito pela leitura é

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um processo constante, que se inicia muito cedo, em casa, e é aperfeiçoado na

escola. Por isso, cabe a família e a escola ensinar a criança a ouvir, ler e a gostar de

ler histórias. ABRAMOVICH (1993) corrobora essa ideia ao enfatizar que:

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo. (ABRAMOVICH, 1993, p.16)

Os futuros professores, alunos do Curso de Formação de Docentes, precisam

conhecer e compreender a importância da contação de histórias para trabalharem

com seus futuros alunos, ou seja, as crianças da Educação Infantil e dos Anos

Iniciais do Ensino Fundamental. Pesquisas e práticas pedagógicas, nos últimos

anos, vêm ratificando que, na rotina da sala de aula, seja qual for a idade dos

alunos, é fundamental que sejam garantidos momentos diários de leitura pelo

professor e pelos alunos. O cotidiano da escola é rico em situações em que a

oralidade, a escrita e a leitura são necessárias e fazem sentido.

No Curso de Formação de Docentes, é mister ampliar a capacidade leitora

dos alunos, haja vista o compromisso que devem ter com o ato de ensinar o aluno a

ler. Através da contação de histórias abrir-se-á inúmeras possibilidades para a

criança perguntar, refletir, discutir, fazer descobertas e sentir-se parte integrante da

história, mas para isso, o professor, terá que buscar alternativas e amparo

pedagógico eficientes para a formação de leitores fluentes e apaixonados. Nesse

sentido, conhecer, ler e contar a história de Tristão e Isolda (1997) atende a um dos

maiores objetivos de uma contação de história: formar leitores.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Orientar os alunos do Curso de Formação de Docentes para a prática da

oralidade, leitura e escrita, incentivando-os a atuarem como contadores de histórias,

como também oferecer suporte teórico-metodológico que contribua para a sua

formação acadêmica e profissional.

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3.2 Objetivos específicos:

- Criar situações de leitura, de modo que os alunos se tornem, de fato, leitores.

- Aliar prática e teoria e repensar o trabalho com a oralidade e leitura, em sala de

aula.

- Promover leitura de clássicos da literatura, sobretudo a obra Tristão e Isolda.

- Favorecer o uso da linguagem oral na interação, em sala de aula, como

instrumento de ensino e aprendizagem.

- Desenvolver a oralidade, a leitura e a escrita através da interação com a história

contada.

- Explorar a contação de histórias com arte, imaginação e criatividade;

- Sensibilizar o talento criativo dos alunos do Curso de Formação de Docentes para

ler, ouvir e contar histórias;

- Aproximar os alunos do universo escrito.

- Enriquecer e ampliar o vocabulário.

- Desenvolver recursos orais relacionados à contação de histórias, em sala de aula,

de modo que os alunos utilizem as diferentes linguagens que lhes são

disponibilizadas.

- Fazer autoavaliação do processo de modo que, após as práticas, os alunos

possam reproduzir os conhecimentos transmitidos durante a efetivação da unidade

didática e também no decorrer de suas vidas.

4. UNIDADE DIDÁTICA

Os recursos e os métodos que usarei para contar em prosa e em versos a

história de Tristão e Isolda, prender a atenção dos ouvintes e levá-los a uma

participação apreciativa antes, durante e após a narração, descreverei a seguir.

Não há fórmulas prontas de como contar histórias e a eficácia da contação

depende de como o contador utilizará certos recursos. “O contador precisa estar

consciente de que a história é que é importante. Ele é apenas o transmissor, conta

o que aconteceu, deixando as palavras fluírem...” (COELHO, 1994, p.50)

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1ª ETAPA:

Preparação para a contação da história de Tristão e Isolda (04 aulas)

No dia anterior à apresentação, organizarei a sala de aula, ou outra que a

escola tiver disponível da seguinte forma:

1. Fixarei, nas paredes da sala escolhida, cartazes com frases significativas

referentes ao tema da obra contada. (o tema da obra Tristão e Isolda é o amor), por

isso:

“Te amei no passado

Te amo no presente

Se o futuro permitir

Te amarei Eternamente.”

“O amor não se vê

com os olhos e sim

com o coração”

Sabes por que os anjos estão

enfezados comigo? Porque em

vez de sonhar com eles, sonho

contigo!

Mas se a luz dos olhos teus

resiste aos olhos meus só pra me

provocar, meu amor juro por

Deus me sinto incendiar!

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Essas e outras serão encontradas no site: <http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://imagensface.com.br/imagens/frases-e-mensagens-frases-de-amor-lindas-> Acesso em 09/08/2013

2 - Decorarei o ambiente com flores, pétalas de rosas, velas, tapetes,

cadeira de balanço, caixas de presentes, baús, ursinhos de pelúcia, entre outros.

Foto do arquivo pessoal

Foto do arquivo pessoal

3 – Fixarei no teto balões com formato de coração.

4 - Disporei para os alunos sentarem, cadeiras em forma de círculo, assim

eles poderão apreciar, confortavelmente, de todos os momentos.

2ª ETAPA:

Contação do clássico TRISTÃO E ISOLDA (08 aulas)

1 – Recepcionarei os alunos ouvintes, com músicas românticas.

2 – Distribuirei aos ouvintes, poemas, trechos ou frases, escritos em

cartões, como recordação do “Dia da Contação” e da obra “Tristão e Isolda”. Isso

é apenas uma amostra.

“Se for pra me perder,

que seja em você!”

Você é o

sol que

brilha em

minha vida!

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3 – Antes de iniciar a contação do clássico TRISTÃO E ISOLDA falarei

sobre o tema da obra e lerei para eles o capítulo 13, versículos 1 a 8 da epístola

que Paulo fala, grandiosamente, sobre o amor.

4 - Pedirei para um aluno ler a última estrofe da Lira XIX, parte dois

da obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

O poema sobre o amor

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha.

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Ep%C3%ADstola_aos_Cor%C3%ADntios>

"(...) Somos como madressilva quando se enrola à

volta do ramo da aveleira: uma vez a ela ligada e

presa, ambas podem durar juntas eternamente,

mas, se as querem separar, a madressilva morre em

pouco tempo e o mesmo sucede à aveleira. Tal é o

nosso caso: nem vós sem mim, nem eu sem vós!”

Trecho do livro Tristão e Isolda, 1997 p.70

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Ou o poema “Amor é fogo que arde sem se ver“ de Luís Vaz de Camões.

Ou a música ”Eu Sei Que Vou Te Amar” de Vinícius de Moraes. Encontrado em:

letras.mus.b›Bossa Nova › Vinicius de Moraes http://www.google.com.br/#gs_rn=22&gs_ri=psy-

"Se queres ser piedoso, Procura o sítio em que Marília mora, Pinta-lhe o meu estrago, E vê, Amor, se chora. Se lágrimas verter, se a dor a arrasta, Uma delas me traze sobre as penas E para alívio meu só isto basta."

http://www.casadobruxo.com.br/poesia/t/lira2_19.htm>

Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói, e não se sente;

é um contentamento descontente,

é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

é um andar solitário entre a gente;

é nunca contentar-se de contente;

é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;

é servir a quem vence, o vencedor;

é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor?

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Contação da história propriamente dita.

Antes de contá-la, farei um breve comentário sobre a origem da obra

TRISTÃO E ISOLDA.

Leia a síntese para conhecê-la.

Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar A cada despedida eu vou te amar Desesperadamente Eu sei que vou te amar.

Tristão, excelente cavaleiro a serviço de sei tio, o rei Marcos da Cornualha,

viaja à Irlanda para trazer a bela princesa Isolda para casar-se com Marcos. Durante

a viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção de

amor mágica, originalmente destinada a Isolda e Marcos. Devido a isso, Tristão e

Isolda apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro. De

volta à corte, Isolda casa-se com Marcos, mas mantém, com Tristão, um romance

que viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos. Tristão é banido do

reino, e casa-se com Isolda das Mãos Brancas, princesa da Bretanha, mas seu amor

pela outra Isolda não acaba. Depois de muitas aventuras, Tristão é mortalmente

ferido por uma lança e manda buscar Isolda, a mulher do rei Marcos para curá-lo

das feridas. Enquanto ela vem, a esposa de Tristão engana-o, fazendo-o acreditar

que Isolda não viria. Tristão morre e, Isolda, ao encontrá-lo morto, morre de

tristeza e compaixão. (WIKIPÉDIA, ENCICLOPÉDIA LIVRE)

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Concluída a narração, explicarei aos alunos, que a versão contada da

clássica história de TRISTÃO E ISOLDA teve, provavelmente, origem na antiga

lenda celta do século IX. A lenda vem da tradição de se contar histórias

oralmente, através de poetas e músicos, conhecidos como travadores, por isso há

tantas versões diferentes da mesma história.

Pertencem a Tomás da Inglaterra e Béroul, dois poetas daquele período,

os textos mais populares. As recriações da lenda apresentam diferenças sutis,

porém possuem a mesma essência histórica. Essa belíssima história de amor e

paixão foi escrita em forma de poesia para ser lida em voz alta diante da plateia e

pertence a Tomás da Inglaterra (ou Tomás da Bretanha) o poema Tristan, uma

das primeiras versões conhecidas da lenda de Tristão e Isolda. O poema foi

escrito entre 1155 e 1170. Porém, segundo a história, apenas oito fragmentos da

obra sobreviveram aos nossos dias, especialmente o final da história, totalizando

3.300 versos. Calcula-se que isso represente cerca de um sexto do poema

original.

A história, traduzida para várias línguas, caiu no gosto popular e já passou

por inúmeras adaptações dentre as quais para o cinema, teatro, música e balé, o

que ratifica que os clássicos da literatura são atemporais.

Mostrarei a adaptação da história TRISTÃO E ISOLDA, em forma de

poema, que escrevi em fevereiro de 2003.

Contar e encantar é o desejo de

todo contador de histórias. O

encantamento pode estar não só no

que se conta, mas também na forma de

contar. Há inúmeras maneiras de contar

histórias e, dentre elas, está a narrativa

em versos.

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1 Um reino muito distante Chamado Cornualha Foi invadido pelos mouros E palco de muitas batalhas

2 Em auxilio ao Rei Marcos Veio o jovem Rivalino Expulsou os seus rivais Do mais velho ao pequenino.

3 Encantou-se por Brancaflor Irmã mais nova de Marcos Que escondida de todos Visitava-o no quarto.

4 Além de vencer a batalha Rivalino ganhou a amada Que fugiu em seu navio Não levando quase nada.

5 Carregava em seu ventre O fruto desse amor Que depois de nove meses Nasceu com muito vigor.

6 Brancaflor morre no parto Dando a vida a Tristão Que viveu sem o amor dos pais Na completa solidão.

7 O pai muito deprimido Não quis saber do menino Que foi criado pelas amas E depois por um amigo.

8 Numa batalha sangrenta Morre o Rei Rivalino E o Reino de Leônis é destruído Por soldados destemidos

9 Tristão e Governal Seguem o seu destino Vão para Cornualha À procura de abrigo.

10 Mostrando sua sabedoria Tristão é admitido E luta com prazer Num país desconhecido.

11 Ganhou a simpatia do rei E de todos os cornualhenses Quando completou vinte anos

Recebeu dois lindos presentes.

12 Uma espada e um cargo Dois presentes de valia E mostrou para o povo A sua grande valentia.

13 Esse jovem muito belo Corajoso e valente Ajudou o país de Cornualha A livrar-se de um gigante.

TRISTÃO E ISOLDA

Contada em versos

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14

Morholt da Irlanda

Uma dívida veio cobrar

Só que não imaginava

Que com Tristão iria lutar.

15

Tristão foi ferido gravemente

E sentindo muita dor

Veio em seu auxílio Curandeiro, vidente e doutor.

cura

16 Nenhum deles conseguiu Sua dor aliviar Pediu logo um barquinho E foi lançado ao mar.

17 O barquinho o levou Para um reino bem distante Aportou num banco de areia Na terra do valente gigante.

18 Medicado pela rainha Uma famosa feiticeira Que neutralizou o veneno Curando-o da bicheira.

20 Saudado com todas as honras Pelo rei e sua gente Foi considerado um herói Pois lutou tão bravamente.

19 No reino da Irlanda Tristão foi bem acolhido Curado voltou para seu país Antes de ser reconhecido.

21 Os barões daquele reino Dominados pela ambição Sucumbidos pela inveja Tentam matar Tristão.

22 Exigiram de rei Marcos Um herdeiro para o trono Não aceitando o herói Comandante de seu povo.

23 O rei muito aflito Não achando solução Pediu um determinado prazo

Pra pensar na situação.

24 Esgotados os quarenta dias E não sabendo o que fazer Trouxe um fio de cabelo Pra poder se defender.

25 Tristão muito astuto E não querendo confusão Disse então para o povo - Eu achei a solução.

26 Escolheu vários homens E partiu para a batalha Precisa trazer Isolda Como rainha de Cornualha.

27 Não sabia como agir Nem que atitude tomar Para conquistar Isolda E levá-la para o mar.

28 Salvou a Irlanda Da completa devastação Lutou bravamente Matando um temível dragão.

29 Como recompensa A princesa ele ganhou Não a quis para si E para o tio a levou.

30 No trajeto para casa Dentro do navio aportado Tomaram uma poção mágica E ficaram apaixonados.

31 Quando o rei viu Isolda Ficou muito impressionado Pela beleza da moça E seus cabelos dourados.

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32 Casamento antecipado Ai, ai, ai que correria E para enganar o velho Foi escolhida Brangia.

33 A serviçal aceitou Enganar o pobre diabo Que não percebeu a troca Pois estava embriagado.

34 Os amantes viam-se todos os dias E o tempo transcorria normal Pois eram ajudados Por Brangia, Pérines e Gorvernal.

35 Os espiões do reino Que gostavam da desgraça Contaram para o rei A verdadeira trapaça.

36 O pobre enfurecido Lutou como um gigante Para descobrir a verdade

Que envolvia os amantes.

37 Inúmeras tentativas Sem sucesso, todas em vão O rei apelou pelos poderes Do conhecido anão.

38 Descoberto o delito Pelo anãozinho vidente O rei estarrecido

Transformou-se em serpente.

39 Condenados a morrer Sem defesa, nem piedade Ficaram algumas horas Presos e incomunicáveis.

40 Chegou o dia fatídico Que seriam executados Foram levados à clareira Para serem queimados.

41 Sob os olhares do povo Que rezava sem cessar Tristão pulou num penhasco

E do fogo conseguiu se livrar.

42 Isolda foi entregue Para ser contagiada Mas do bando de leprosos Por Tristão foi libertada.

43 Esconderam-se na mata E passaram privações Mas existia algo forte Dentro de seus corações.

44 O amor era imenso Lindo e avassalador E o culpado disso tudo Era o filtro do amor.

45 Dois anos se passaram E resolveram voltar Pois a miséria era tanta Que chegava a machucar.

46 O rei recebeu a rainha Com festa e muita alegria Mas o seu amado sobrinho No castelo não queria.

47 Encontravam-se diariamente E jurado amor eterno Tristão permaneceu no reino Vivendo num inferno.

48 Disfarçado de leproso Para assistir ao juramento Carregou a rainha nas costas Igualzinho a um jumento.

49 A rainha foi posta a prova E corria risco de morte E pra livrar-se do fogo Contou outra vez com a sorte.

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53 Lutou, lutou muito Guerreava e matava Mas nas horas de solidão Pra Isolda ele cantava.

54 Cansado do sofrimento Da angústia e da solidão Quebrou o juramento Feito à sua única paixão.

55 A linda e morena Isolda Balançou seus sentimentos Aceitou então casar-se Para aliviar o seu tormento.

56 Casou-se com a outra Isolda E arrependeu-se do que fez Quando o anel caiu O encanto se desfez.

57 Desprezou sua esposa E não quis o seu carinho Cada dia que passava Sentia-se mais sozinho.

58 Pressionado pelo cunhado Chorou sua desilusão E para não ser sacrificado Partiram para a confirmação.

59 A loura, veio ao seu encontro Sempre bela e formosa Pôs fim as dúvidas do amigo

Que aceitou a sua prova.

60 Tristão ficou ali Para rever o seu amor Sentiu na pele o desprezo Aumentando a sua dor.

61 Voltando para a Bretanha Construiu uma fortaleza Esculpiu muitas estátuas Ostentadas de beleza.

62 Isolava-se no seu mundo E seus pensamentos vagavam Mas era em Cornualha

Que eles sempre aportavam.

64 Kaerdhin pediu ajuda Pra rever a amante Surpreendidos pelo marido A luta foi desastrante.

65 Gorvernal perdeu a vida Pra desespero do amigo Que só e num país distante Corria grave perigo.

66 Ao encalço do assassino Tristão também foi ferido Uma lança envenenada Mudou o seu destino.

67 O veneno agia rapidamente E Tristão quase sem vida Suspirava o tempo todo E chamava a sua querida.

63 Triste e desiludido Para a mulher sempre voltava Mas ao aproximar-se dela Da rainha ele lembrava.

50 Puxa vida que sorte Tiveram os dois dessa vez Enganaram os presentes Inclusive os dois reis.

51 Após vingar-se dos barões Causadores de tanto mal Tristão foi para a Bretanha Escondido numa nau.

52 Como era difícil ficar Longe de sua amada E na solidão, a Loura Em sua mente voltava.

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Gincana com perguntas e respostas sobre a obra Tristão e Isolda.

68 Kaerdhin foi buscar a loura Para curar a ferida E Tristão lutava muito Para conservar sua vida.

69 Uma inesperada tempestade Atrasou sua chegada Tristão num fio de vida Chamava por sua amada.

70 Isolda das mãos brancas Que jurou se vingar Troca a cor das velas E impede o marido de lutar.

71 Ao aportar na Bretanha Isolda ouve os sinos badalarem E o povo que vem correndo Chorando sem cessar.

72 Dizem-lhe o que aconteceu Ela não consegue acreditar Pois veio de muito longe Só para Tristão curar.

73 Vai ao quarto do amado Sem lágrimas e sem cor Expulsa a rival de lá E se agarra a seu amor.

74 Deita em cima do seu corpo E lamenta seu triste fim - Por que você foi embora E nem esperou por mim?

75 A morte separou os dois Que se amavam de verdade Mas Deus reservou-lhe um cantinho Lá longe, na eternidade.

76 O rei Marcos ficou comovido Com a carta de Kaerdhin E mandou enterrar os amantes Lado a lado no jardim.

77 Plantou dois lindos arbustos No túmulo dos amantes Que cresceram com vigor Entrelaçando-se firmemente.

78 Essa história é verdadeira E nos ensina uma lição Quando amamos de verdade Nem a morte separa os corações.

79 Que pena que a história Acabou tão triste assim Eu que torci por eles Não queria esse fim.

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Dividir a turma em grupos de três componentes. Cada grupo receberá as

questões referentes à história. Cada acerto valerá 1,0 ponto (um ponto) e a

equipe que tiver maior número de acertos vencerá a gincana.

1 – A história ocorreu em:

Cornualha Cornalha Corvalha Curnoalha

2– Os pais de Tristão chamavam-se:

Rivalvino e Flor Rivalino e Flor de Liz

Rivalino e Brancaflor Rivaldino e Brancaflor

3 – Tristão nasceu:

No Reino de Cornualha No Reino de Morois

No reino de Leônis No reino da Irlanda

4 – Antes de morrer, Brancaflor entregou a Rouault uma jóia preciosa que deveria ser

entregue a criança quando essa nascesse. Que jóia era essa?

colar anel cordão medalhão

5– A mãe de Tristão morreu no(a)

mar guerra fogo parto

6 – O escudeiro, amigo inseparável de Tristão, chamava-se:

Bounerval Gorvenal Venerval Benerval

7 – Qual a idade de Tristão, quando seu pai, o rei Rivalino, morreu vítima de uma cilada?

13 anos 14 anos 15 anos 16 anos

8 – Morholt veio da Irlanda cobrar, de Rei Marcos, uma dívida. Que dívida era essa?

300 moedas de ouro e 300 rapazes 300 moedas de cobre

300 moedas de prata e 300 moças 300 rapazes e 300 moças

9–Tristão foi ferido mortalmente por Morholt. Qual a arma utilizada para feri-lo?

faca facão lança espada

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10 – Que instrumento musical Tristão tocava para acalmar a angústia e aliviar a dor,

enquanto seu barquinho seguia para terras desconhecidas?

violino violão sanfona harpa

11 – Quem curou Tristão do ferimento causado pela lança de Morholt?

Brancaflor Brangia Isolda Flor de Liz

12 - Qual barão, sobrinho de rei Marcos, queria a morte de Tristão?

Gormond Audret Dimas Morholt

13 – O rei da Irlanda prometeu para quem fosse nobre e matasse o dragão uma

recompensa. Que recompensa era essa?

metade da riqueza do reino e a princesa toda a riqueza do reino

riquezas, a princesa e o exército a filha, riquezas e dois navios

14 – Ao abater o dragão, Tristão cortou-lhe:

a cabeça o coração a orelha a língua

15 – A rainha Isolda, prevendo a infelicidade da filha, no Reino de Cornualha, fez uma

poção mágica, chamada:

vinho do amor vinho da paixão filtro do amor filtro da paixão

16 – Que festa era comemorada quando os dois barcos que seguiam para Cornualha

aportaram para que as mulheres, acompanhantes de Isolda, descansassem?

São Pedro São João Santo Antônio Santo Estevão

17 – Quem deu a poção mágica para Tristão e Isolda tomarem?

Périnis Gorvenal Isolda Brangia

18– O que Isolda não pode oferecer ao marido na noite de núpcias?

vinho presentes pureza jóias

19 – O primeiro a contar a Marcos que Isolda o traia foi:

Kariado Périnis Audret Frocin

20 – Com a ajuda do anão vidente, rei Marcos ficou escondido entre as ramagens de um:

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eucalipto pinheiro cedro jacarandá

21 – Quantas emboscadas, Rei Marcos armou para pegar os dois amantes em flagrante?

uma duas três quatro

22 – O que o anão Frocin espalhou entre as camas de Tristão e Isolda?

Farinha serragem folhas tinta

23 – Após serem descobertos, Tristão e Isolda receberam a sentença de morte. O rei

decretou que eles seriam:

afogados no mar devorados pelos leões

lançados no penhasco queimados vivos

24 – A ser levado para a pira, Tristão pede para rezar. Em qual local?

na igreja no quarto no castelo na capela

25 – Isolda escapou do fogo, mas foi entregue aos:

leprosos barões vassalos serviçais

26 – Quantos anos Tristão, Isolda e Gorvenal viveram na floresta?

um dois três quatro

27 – Quem Gorvenal matou na floresta e levou a cabeça de presente para Tristão?

barão rei cachorro veado

28 – O rei foi avisado sobre o esconderijo dos amantes. Quem o avisou?

monge anão barão florestal

29 – O que havia entre os corpos de Tristão e Isolda que fez o rei, mais uma vez,

acreditar na inocência deles?

uma lança envenenada um pedaço de pau uma espada um galho de oliveira

30 – Por que os amantes resolveram voltar para o castelo, em Cornualha?

estavam com fome e o frio foram descobertos pelo rei

estavam doentes a duração do filtro do amor acabou

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31 – Quem escreveu a carta a rei Marcos pedindo permissão para os amantes voltarem

ao castelo após viverem na floresta?

Tristão Ogrin Isolda Gorvenal

32 – Que presente Isolda deu a Tristão no momento da despedida, na cabana de Ogrin?

um anel de pedra preta um anel de pedra azul

um anel de pedra vermelha um anel de pedra verde

33 – Que disfarce Tristão usou para ir ao julgamento da rainha?

soldado louco mendigo leproso

34 – Quem era o presidente da Távola Redonda e presidiu o julgamento de Isolda?

Conde Keu Rei Arthur Rei Marcos Rei Gormond

35 – Quantos barões Tristão matou, numa única noite, quando foi se encontrar com a

rainha?

um dois três quatro

36 – Após ferir-se gravemente pelas foices colocadas no quarto da rainha, Tristão vai

para:

Grécia Irlanda Reino de Leônis Bretanha

37 – Além de Gorvenal, quem também se torna amigo inseparável de Tristão?

Benjamin Joaquim Kaherdin Dagostin

38 – Tristão casa com Isolda das Mãos Brancas, porém, na noite de núpcias, perdeu todo

o encantamento pela esposa. Por quê?

Recebe uma carta de Isolda, a loura

Gorvenal conta a Isolda das Mãos Brancas que Tristão ama outra mulher

Cai do dedo de Tristão o anel de pedra verde

O rei Höel, pai de Isolda das Mãos Brancas, briga com Tristão e não o quer como

genro

39 – Quem contou para Isolda, a loura, que Tristão casou na Bretanha?

Marcos Brangia Périnis Kariado

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40 – Para ajudar Kaherdin a encontrar-se com a amante, Tristão foi ferido mortalmente.

Quem foi chamada para curá-lo?

Brangia Isolda, a loura Isolda das Mãos Brancas Isolda, a feiticeira

41 – A viagem de Isolda, a loura, para curar Tristão atrasou dois dias. Por quê?

Isolda não queria ir a Bretanha o navio estragou

ocorreu uma tempestade o marinheiro errou a rota

42 – Tristão não resistiu ao ferimento e a mentira da esposa. O que disse ela para levá-

lo à morte?

a cor da vela é preta a cor da vela é branca

o navio naufragou Kaherdin está sozinho

43 – Isolda, a loura, morre após ver seu amado sem vida. Qual a causa da sua morte?

cansaço doença envenenamento tristeza

44 – Os corpos de Tristão e Isolda foram enterrados em que país?

Bretanha Cornualha Irlanda Reino de Leônis

45 – No túmulo de Isolda, Marcos plantou uma roseira:

branca vermelha amarela rosa

3ª etapa Após a contação e, em pequenos grupos, os alunos desenvolverão as

seguintes atividades e depois apresentarão as produções do grupo, para a turma. (04 aulas)

a) Confecção e exposição de cartazes, contendo um comentário crítico sobre

a história contada;

b) Produção e apresentação de propaganda que aguce a curiosidade de

outros alunos para a leitura da obra “TRISTÃO E ISOLDA”;

c) Escrever uma notícia, relatando a “morte dos amantes”, personagens de

Tristão e Isolda, para ser publicada no jornal da cidade;

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d) Criar uma receita (estrutura da receita culinária) que indique procedimentos

para conquistar um amor verdadeiro, parecido com o vivido pelos

personagens;

e) Modificar o final da história;

f) Escrever uma carta ao rei, noticiando a morte da esposa e do sobrinho;

g) Escrever uma carta aos pais, ou padrinhos, ou amigo, pedindo o livro

“TRISTÃO E ISOLDA” como presente de aniversário e explicando o porquê

da escolha;

h) Compor um poema retratando a história, ou parte dela.

i) A partir do ritmo de uma música do momento, escrever uma nova letra

baseada no tema ou no enredo da história contada e cantá-la para a turma.

j) Produzir um cartaz sobre o livro lido, seguindo a estrutura de uma bula,

com composição, informações técnicas e informações ao paciente (leitor),

indicações, contra-indicações, precauções, reações adversas e posologia.

4ª etapa

A sequência de atividades que segue resulta de pesquisa bibliográfica

acerca de metodologias voltadas à leitura e a contação de histórias, algumas

teorias que sustentam o ato de leitura em si e ao ensino da oralidade na escola.

Neste momento, os alunos já se inteiraram sobre o valor da contação de

histórias na formação do leitor, ouviram, discutiram e trabalharam com a obra

Tristão e Isolda, reavivaram histórias lidas ou ouvidas na infância e leram outras.

Portanto, espera-se que estejam motivados para seguir com as atividades.

Para trabalhar as atividades propostas a seguir sugerimos 05 oficinas, com

duração de três aulas cada, algumas em período contrário, para ouvir, ler,

selecionar textos e aprender técnicas de contação. Com o uso das técnicas, os

contadores ficarão mais confiantes e terão melhor domínio das histórias. Pois, de

acordo com Abramovich (1993), para contar uma história é importante saber

como se faz.

Contar uma história não pode ser feita de qualquer jeito, pegando qualquer

livro, sem nenhum preparo. O contador tem que ter preparo, percepção, direção,

noção de tempo e de espaço, ritmo, força, energia. Eis, então, algumas dicas

importantes.

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OFICINA 1

RESPONDER ORALMENTE

1 - Na sua infância, alguém costumava contar histórias para você? Se a resposta

é positiva, quem?

2 - Qual (is) histórias contavam?

3 - Onde e em qual horário?

4 - Você sabe o que é uma fábula, lenda ou conto de fadas?

5 - Sabe como essas histórias se originaram? Como nascem as histórias

populares?

6 - Quem já leu algumas dessas narrativas tradicionais? Qual?

Após reflexão sobre “Por que contar e a importância da

contação de histórias” é fundamental verificar os conhecimentos que

os alunos possuem sobre elas, ou seja, a dinâmica é motivar os

alunos a pensarem a respeito da presença das histórias em suas

vidas, sejam os tradicionais contos de fadas, fábulas ou parábolas.

Para compreender melhor a importância da contação de histórias,

sugerimos os vídeos:

1 -Literatura Infantil e Contação de Histórias - Contação de Histórias

<https://www.youtube.com/watch?v=npey844NHI8>. Duração 2.46. Acesso em

30/08/2013.

2 - TV PUC. A arte de contar história.

<http://www.youtube.com/watch?v=QsCnVE3wjqw > .Duração 12.03. Acesso

em 30/08/2013.

3 – Dicas para contar histórias.

<http://www.youtube.com/watch?v=TvDBIbutaLg>. Duração 5.52. Acesso em

30/08/2013.

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7 - Se já leu, em que tipo de material? (livro, jornal, revista...) 8 - Você gosta de ler, contar ou ouvir histórias? 9 - Que outro tipo de texto gosta de ler?

10 – Por que a criança gosta tanto de ouvir histórias?

11- Por que para a criança é importante ouvir e contar histórias?

12 – Conhecem obras literárias indicadas para as crianças? Quais?

13 - Sugerir que alguns alunos contem uma dessas histórias.

PARA LER E REFLETIR

A psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão destaca, no artigo

intitulado Leitura nos olhos dos outros, publicado pela Folha de São Paulo, no

dia 06/11/2012 as principais dificuldades vividas pela família e pela escola em

relação à leitura. Para ler o artigo na íntegra acesse:

<http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/1180449-leitura-nos-olhos-dos outros.shtml> Acesso em 05/09/2013

Leitura nos olhos dos outros

Recentemente foi comemorado o Dia Nacional do Livro. A data lembrou a

importância da leitura na vida das crianças e de todos nós. Esse é um bom motivo

para refletirmos sobre a contribuição que o mundo adulto dá para que os mais

novos tenham a chance de desenvolver o gosto pela leitura. [...] Mas será que ler

é mesmo bom? Se é, por que temos de repetir tanto essa recomendação e nem

assim conseguimos resultados? Talvez porque obrigação não combine com

prazer e ler deveria ser uma questão de prazer. Muita gente se preocupa em

desenvolver o hábito da leitura. Prova disso é que nossas crianças ficam com a

agenda abarrotada de coisas para ler.

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Entretanto, hábito é coisa bem diferente de vontade. Em relação à leitura, o

que podemos fazer é plantar nos mais novos a vontade de ler, mostrando as

emoções que essa experiência proporciona. [...] Se ler é tão bom assim, por que é

que nós, os adultos, lemos tão pouco? Pesquisas mostram que o índice de leitura

espontânea no Brasil é de pouco mais de um livro por ano! Muito pouco, quase

nada, na verdade. Isso significa que, depois que o jovem sai da escola, ele

simplesmente deixa de ler. O que podemos fazer para que os jovens encontrem

seu próprio caminho no mundo dos livros? Para que desenvolvam um gosto

verdadeiro pela leitura?

Os pais podem, por exemplo, ler e contar histórias para os filhos pequenos.

Muitas famílias já cultivam o momento da história, lendo para os filhos de até seis

anos antes de a criança se recolher. A questão é que eles não sabem como

seguir com esse ritual depois que a criança cresce. [...] Entretanto, ouvir e contar

histórias para os filhos é um hábito que poderia seguir até o fim da infância como

um grande incentivador não apenas do gosto pela leitura, mas também como um

elemento intensificador das relações familiares [...].

Ler sempre - mesmo que por pouco tempo-, comentar sobre os livros que

estão lendo e incluir alguns exemplares na bagagem das férias são atitudes que

os pais podem adotar para mostrar aos filhos, na prática, que ler é bom de

verdade.

E as escolas? Essas têm um enorme potencial para desenvolver com seus

alunos o interesse pela leitura. A maioria tem optado pelos caminhos mais fáceis

e menos produtivos: responsabilizar as famílias por isso e obrigar os alunos a ler.

Poucas são as escolas particulares que têm uma biblioteca atraente. Aliás, aí está

uma boa questão para os pais que procuram escolas para os filhos: visitar a

biblioteca escolar e saber como ela é usada por alunos e professores.

E, por falar em professor, quantos deles demonstram aos alunos que têm

paixão pela literatura? Se ler é mesmo bom, vamos provar isso aos mais novos.

PARA RESPONDER EM GRUPO:

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1 – Sabemos que, na maioria das vezes, as pessoas têm, na sua infância, o

primeiro contato com a literatura e com os contos infantis que podem ser lidos ou

transmitidos pela oralidade, como antigamente. Em sua opinião, como essa

literatura se mantém atual e quais temas são contemplados por ela?

2 – O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) mostra que os

alunos estão cada vez menos interessados nos livros e, o público feminino lê mais

que o masculino. Como despertar, nas crianças e nos adolescentes, o interesse

pela leitura?

3 – Segundo Magda Soares (2001) “O hábito da leitura é criado a partir de

estímulos em idade adequada e, a forma como esta é trabalhada, colabora muito

para se criar uma geração habituada a ler”. O que você, futuro (a) professor (a),

irá fazer para que a leitura seja efetivada na sua sala de aula?

4 – Em relação à leitura em sala de aula, que método, em sua opinião, os

professores devem adotar para obter resultados satisfatórios?

5 – O professor deve gostar de ler e ser um leitor competente só assim, atrairá

seus alunos para o universo da leitura, motivando-os para essa prática. Você

concorda com essa afirmação? Justifique.

6 – Contar e ouvir histórias são atividades tão antigas, na história da humanidade,

quanto a linguagem. Além de divertir, quais outros benefícios a contação de

histórias traz para os ouvintes?

7 - Por mais que saibamos que contação de histórias seja uma atividade

predominantemente dirigida ao público infantil, como fazer para que a arte de

contar histórias motive também leitores maiores?

8 – Além da escola, a quem mais cabe o estímulo e a formação do sujeito-leitor?

Justifique.

9 – O que estamos fazendo para resgatar o gosto pelo imaginário nas crianças?

10 – Você, futuro (a) professor (a), gosta de ler? Lê com que frequência? Que

tipo de leitura você prefere? Visita a biblioteca de sua escola e conhece o seu

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acervo? Fora do ambiente escolar, quando se faz necessário utilizar a leitura?

Por quê?

OFICINA 2

Antes de iniciar as atividades dessa oficina, assistiremos ao filme O

CONTADOR DE HISTÓRIAS, o qual retrata a trajetória de Roberto Carlos

Ramos, um garoto que aos seis anos, por conta de problemas familiares, é

enviado por sua mãe para uma recém inaugurada instituição para crianças - a

FEBEM. Após várias fugas e muitas decepções é amparado por uma pedagoga

que, além de tirá-lo do mundo do crime e da droga, devolve-lhe a dignidade e

forma-o professor. Ele volta à FEBEM não com interno, mas como professor e

contador de histórias levando àquelas crianças um pouco de amor e ajudando-

as, através de suas narrativas, a suportarem as injustiças que a vida lhes oferece

gratuitamente.

Em 2001, Roberto Carlos Ramos foi eleito como um dos dez maiores

contadores de histórias da atualidade em Seattle, nos Estados Unidos. Durante

o evento, destacou a importância de se contar histórias. Para ele contar histórias

Em seguida, em forma de exposição oral, os alunos

deverão socializar suas respostas e opiniões defendendo o

ponto de vista do grupo. O objetivo dessa atividade será a

troca de experiências, o acréscimo de informações, o debate e

a conversação sobre a importância e os benefícios da leitura

na vida de cada um e, principalmente, na formação dos

futuros (as) professores (as).

opiniões defendendo o ponto

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é ”uma oportunidade de educar por meio da inteligência emocional. A iniciativa

permite que crianças entrem em contato com histórias de nossa cultura.” Enfatiza

que, ao contarmos uma história, “A garotada é estimulada a criar suas próprias

fantasias. Daí por diante, é um efeito dominó: estimula-se o senso crítico, a

memória e a criatividade – o que é uma forma de ensinar e resgatar as histórias

ou o histórico de um povo ou de uma comunidade”. Então, através da contação

de histórias também podemos reviver aspectos históricos, sociais e individuais

importantes para o desenvolvimento da humanidade.

FILME: O CONTADOR DE HISTÓRIAS

FICHA TÉCNICA

Título Original: O Contador de histórias Origem: Brasil, 2009 Direção: Luiz Villaça Roteiro: Mauricio Arruda, José Roberto Torero, Mariana Veríssimo e Luiz Villaça. Produção: Francisco Ramalho Jr. e Denise Fraga. Fotografia: Lauro Escorel. Edição: Umberto Martins e Maria Altberg. Música: André Abujamra e Marcio Nigro.

http://wwws.br.warnerbros.com/ocontadordehistorias. Acesso em 17 de outubro de 2013.

Análise coletiva do filme O CONTADOR DE HISTÓRIAS, como também o

entrelaçamento do enredo com as atividades desenvolvidas até esse momento.

Contar histórias é importante, mas para contá-las é preciso gostar e, acima de

tudo, ser leitor.

Comentar com a turma sobre a importância da leitura e escuta das

histórias na Educação Infantil, pois são fundamentais na formação

educacional da criança, em especial no início da escolaridade. E, por ser

considerada uma atividade tão importante na Educação Infantil, expor à

turma os passos para contar uma história.

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“Contar histórias é uma arte”. E, para contá-las “é bom saber como se

faz. Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música

e com a sonoridade das frases, dos nomes... Se capta o ritmo, a cadência do

conto, fluindo como uma canção... Ou se brinca com a melodia dos versos, com

o acerto das rimas, com o jogo das palavras...”(ABRAMOVICH, 1993, p.18). Elas

(fábulas, lendas, contos de fadas...) “oferecem significado em tantos níveis

diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro

pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuição que elas dão à vida

da criança” (BETTELHEIM, 1980, p.20).

Para a criança, o momento da contação, deve ser significativo e

memorável; para o contador é necessário planejamento, preparação, objetivos

definidos e conhecimentos acerca da arte de contar histórias. A criança, ao

chegar à escola, tem grande capacidade de inventar, de ouvir e de contar

história, por isso, faz-se necessário, em nossa prática diária, abrir espaços para

revitalizar a capacidade da criança de confabular, de mergulhar na fantasia,

compreendendo e analisando as histórias contadas, lidas ou ouvidas na infância.

Cabe ao professor, então, criar o contexto e o momento propício para a

contação, como também é dele o papel de oferecer às crianças o prazer de ouvir

uma história contada com prazer (GIRARDELLO, 2004, p.130).

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Por que contar histórias.

Há muitos motivos para se contar histórias e dentre eles podemos

destacar:

1. As histórias formam o gosto pela leitura - Quando a criança aprende a

gostar de ouvir historias contadas ou lidas, ela adquire o impulso inicial que mais

tarde a atrairá para a leitura. A escuta de histórias, pode tornar-se um

encaminhamento para a construção da leitura.

2. As histórias são um poderoso recurso de estimulação do desenvolvimento

psicológico e moral que pode ser utilizado como recurso auxiliar na manutenção

da saúde mental do indivíduo em crescimento.

3. As histórias instruem - Por enriquecer e ampliar o vocabulário elas,

certamente, contribuem para superar possíveis dificuldades de leitura e

interpretação, além de desenvolver a linguagem e a sequência lógica do

pensamento infantil.

4. As histórias educam e estimulam o desenvolvimento da atenção, da

socialização, imaginação, observação, memória, concentração, reflexão e

linguagem.

5. As histórias cultivam a sensibilidade, e isso significa educar o espírito. A

literatura dirige a criança para a descoberta de sua identidade e comunicação,

colocando-a em contato com suas próprias emoções, como também sugere as

experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais o seu caráter.

6. As histórias facilitam a adaptação da criança ao meio ambiente, pela

incorporação de valores sociais e morais que ela capta da vida de seus

personagens, por isso as histórias são importantes, por possibilitarem a

incorporação de novos valores, tornando os ouvintes mais críticos e criativos.

7. As histórias recreiam, distraem, descarregam as tensões, aliviam

sobrecargas emocionais e auxiliam, muitas vezes, a resolver conflitos emocionais

próprios, além de proporem diálogo entre as diferentes dimensões humanas.

http://partilhandoideiasideais.blogspot.com.br/2011/06/recursos-para-contar-historias_08.html

Acesso em 23 de outubro de 2013.

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Como toda arte, a de contar histórias também possui

segredos e técnicas. Vejamos algumas:

1 - Nunca conte uma história que não interessa ao nível da classe.

2 - É muito importante que as crianças estejam fisicamente bem próximas ao

professor.

3 - Nunca quebrar a narração para fazer comentários (mesmo ligados à história)

nem mesmo para chamar a atenção de alguma criança.

4 - Conhecer bem a história a ser narrada.

5 - Planejar a apresentação, treinando antes a sequência dos fatos, ligando- os à

apresentação das gravuras ou cartazes a serem utilizados durante a narrativa.

6 - Verificar se a história contém passagens que necessitem de anterior

explicação.

7 - Verificar se a história ainda não é de conhecimento das crianças. O prévio

conhecimento diminuiria muito o interesse.

8 - Não ponha ênfase em pormenores sem importância. Além de cansar, tiraria o

valor das partes principais.

9 - Contar com naturalidade, usando uma linguagem simples e correta. A

linguagem deve estar à altura do entendimento das crianças.

10 - Modular a voz, encarando os ouvintes, sem fixar- se em nenhum.

11 - Nunca interrompa a narrativa e conte a história com velocidade crescente.

12 - Verificar se as crianças estão bem acomodadas. Acúmulo de crianças tende

a quebrar o interesse.

13 - Fale sempre em tom agradável, nem depressa e nem devagar.

14 - Evite comentários inúteis, pois cansam a criança.

15 - Evite hesitação e timidez.

16 - Evite cacoetes: Dizer sempre ao fim da frase...Não é? Certo? Entende?

Compreende? Aliás... entre outros.

Fonte: Evangelização Infantil Volume 1. Mariluz Valadão Vieira. Editora Aliança, 1988.

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OFICINA 3

Características do bom contador de histórias:

a) Conhecer o enredo seguramente, evitando quebras de atenção e desconfiança

por parte das crianças.

b) Confiar em si mesmo, preparando convenientemente.

c) Contar com toda naturalidade.

d) Não ter gestos bruscos, movimentando-se tranquilamente.

e) Evitar tiques, estribilhos e cacoetes a fim de não distrair a atenção dos

pequenos.

f) Atender a todos com igualdade.

g) Contar a história com voz adequada, clara, agradável e não cansativa.

h) Sentir, ou melhor, viver a história; ter a expressão viva, ardente, sugestiva,

permanecendo atento aos fatos.

i) Dar à narrativa um cunho de realidade.

j) Narrar com vivacidade, entusiasmo, fugindo da monotonia.

l) Dominar o auditório, isto é, o auditório deve sentir-se dominado pelo interesse

da narrativa.

Fonte: A arte de ler e contar histórias. Malba Tahan 5ª edição. Conquista,

1966.

Requisitos necessários para a contação:

A história, para merecer a atenção dos

ouvintes, deve atender a alguns requisitos.

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1 – Compreensão fácil – nada de situações confusas, conflitos sem sentido,

imagens nebulosas, multiplicidade de personagens.

2 – Enredo simples e atraente – o narrador deve oferecer um enredo com altos e

baixos, para melhor prender a atenção dos ouvintes.

3 – Riqueza de imaginação – É indispensável que o enredo seja repleto de

surpresas.

4 - Desfecho imprevisível – As histórias que mais agradam são aquelas que

oferecem desfechos imprevisíveis para o ouvinte.

Fonte: Cecy Cordeiro Thofehrn. In: A arte de ler e contar histórias – Malba Tahan 5ª edição. Conquista, 1966. p.102-103.

A criança necessita ouvir muitas histórias para desenvolver a imaginação, a

observação e a linguagem oral e escrita, por isso é indiscutível que ela esteja

rodeada, em seu ambiente familiar, por pessoas que apreciam a leitura e, ao

ingressar na escola, encontre no professor um bom leitor e que este proporcione

aos alunos, o convívio diário com a leitura. As histórias são fundamentais na

formação educacional da criança, em especial no início da escolaridade.

Para atrair o pequeno leitor para o mundo encantado das histórias, deve

ocorrer todo um planejamento, por isso, sugerimos aos professores que lidam

com crianças dessa fase, algumas orientações necessárias, as quais poderão

beneficiar e, consequentemente, propiciar o desenvolvimento da linguagem.

Atente para essas

orientações. Elas são

fundamentais.

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ORIENTAÇÕES IMPORTANTES

1 – Crianças têm verdadeiro fascínio por histórias. Gostam de ouvi-las

diariamente;

2 - Dependendo do interesse da turma, as histórias poderão ser repetidas;

3 – Alguns critérios devem ser seguidos, como; livros com poucos textos,

linguagem simples, maior número de ilustrações, sendo essas grandes e

sugestivas e que satisfaçam o desejo dos alunos. A história é assimilada de

acordo com o desenvolvimento da criança, por isso faz-se necessário respeitar as

peculiaridades e interesses predominantes em cada faixa etária. Betty Coelho,

1994, p.15, dá dicas sobre o que ler em cada faixa etária.

a) Crianças de até três anos gostam de histórias de bichinhos, brinquedos,

objetos, seres da natureza (humanizados) e histórias de crianças, com

muito ritmo e repetição.

b) Crianças de três a seis anos gostam de histórias de fadas, conversa com

os brinquedos e com amiguinhos invisíveis.

c) Crianças de sete anos apreciam histórias de crianças, animais e

encantamento, aventuras e contos de fadas.

d) Crianças de oito anos se interessam por histórias de fadas com enredo

mais elaborado e histórias humorísticas.

e) Crianças de nove anos têm interesse por histórias de fadas, como

também as vinculadas à realidade.

f) Crianças de dez anos em diante gostam de histórias de aventuras,

narrativas de viagens, explorações e invenções. Gostam também de

fábulas, mitos e lendas.

4 – Muitas histórias ajudam na compreensão e reflexão de um problema ou

conflito. Baseando em informações passadas por pais em relação ao aluno,

contar histórias que ajudem a resolver um problema em questão, como por

exemplo: alimentação, higiene respeito, entre outros.

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5 – Para o sucesso da contação de histórias, determinados aspectos são

fundamentais e devem ser analisados;

• Local: O espaço destinado a contação não deve ser somente a sala de aula,

ambientes diferenciados tornam o momento mais agradável (pátio, quadra, jardim,

praça, sentados em degraus, entre outros).

• Posição: Os alunos devem estar sentados confortavelmente e o professor deve

estar em uma posição que permita aos alunos a visualização do livro e sua

dramatização.

• Apresentação da história: É extremamente importante que o professor

conheça a história, e que a conte com suas próprias palavras, utilizando uma

linguagem simples, um tom moderado e agradável.

• Horário: Não deve existir um horário estipulado para o momento da história, ela

deve ser contada de acordo com a necessidade e até mesmo de forma

surpreendente para o aluno.

• Motivação: Cabe ao professor deixar como suspense a história a ser contada,

de forma que venha despertar a curiosidade em seus alunos bem como a

motivação do momento.

http://educador.brasilescola.com/orientacoes/como-contar-historias.htm Acesso em

28 de outubro de 2013.

COMO CONTAR HISTÓRIAS

A narração de uma história poderá ter diversas técnicas como suporte.

Vejamos alguns exemplos:

* Usar o próprio livro: Se a história for baseada em um livro com ilustrações,

este poderá ser apresentado, apontando-se as figuras correspondentes ao

momento da narrativa. Narrar com o livro não é, propriamente, ler a história, é sim

contar sem titubeios, vacilações ou consultas ao texto.

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* Gravuras: Fazer uma sequência de quadros (cópias ampliadas do próprio livro,

ou projetadas em slides), que serão expostas à medida que a narração evolui.

* Figuras sobre o cenário: O cenário será um quadro básico, e as figuras (talvez

cada personagem em algumas posições diferentes) irão compondo as cenas.

* Desenhos: Contar histórias acompanhadas de desenhos feitos no quadro de giz

ou, na falta deste, em papel em metro. Essa técnica aguça a curiosidade dos

ouvintes e é um recurso atraente, quando a história tiver poucos personagens e

traços rápidos.

* Fantoches: São muito apreciados pelas crianças e podem ser usadas por mais

de um narrador.

* Avental: Excelente recurso para contar histórias. Com um avental pode-se

contar várias outras histórias. Além de ser um recurso lúdico-educativo, ainda

estimula a criatividade, imaginação e oralidade dos pequenos.

* Teatro de sombras: Uma luz projeta figuras em uma superfície opaca. A

sombra de bichinhos feita com as mãos ou a sombra com figuras recortadas

exercem grande fascínio sobre as crianças. Elas são muito fáceis de fazer e a

apresentação pode conter músicas e efeitos especiais.

* Dobraduras: Outra arte que pode representar tantas figuras quanto nossa

imaginação possa alcançar.

* Maquete: Também traz bons resultados. E é mais simples do que parece: uma

floresta de papel crepom, uma casinha de papelão e pequenos bonecos de feltro

comandados por um contador habilidoso operarão maravilhas.

* Marionetes: São bonecos comandados por fios presos na cabeça, nas mãos e

nos pés. A cena desenrola-se no chão e os operadores ficam colocados atrás de

um pequeno cenário. As histórias com bastante movimento, engraçadas, são as

que melhor se ajustam a esta técnica.

* Interação com a narração: Poderá ser feita uma canção para ser usada em

momentos-chaves: no perigo ou quando aparece determinando personagem.

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* Dedoches: São pequenos fantoches utilizados nos dedos. A vantagem é que

têm um custo de material muito baixo, o que permite ter uma grande variedade

deles. Também podem ser feitos e posteriormente apresentados pelas próprias

crianças. Não há limites para a criatividade. Coisas simples, quando usadas na

hora apropriada, enriquecerão a história.

* Inclusão de um objeto real que faz parte do enredo fantasioso da história:

O suspense aumenta se, no interior do círculo, o narrador colocar uma misteriosa

caixa.

* A tecnologia eletrônica: – Televisão, vídeo cassete, máquina de calcular,

gravador e computador – podem ser utilizados para gerar situações de

aprendizagem com maior qualidade, ou seja, para criar ambientes de

aprendizagem em que a problematização, a atividade reflexiva, atitude crítica,

com capacidade decisória e a autonomia sejam privilegiadas.

* Gravador: O gravador é um recurso auditivo bastante interessante e de grande

aceitação, pois pode ser utilizado na sala de aula em situações variadas. A

gravação em fita magnética proporciona um registro e, em seguida, a sua

audição, pode ser utilizada várias vezes a mesma fita. Ela permite ao professor ou

ao aluno parar e voltar atrás na gravação, ou reproduzi-la quantas vezes desejar,

para melhor assimilar o conteúdo apresentado.

*Televisão: Os aparelhos de televisão estão, hoje no centro da vida doméstica,

como meio de entretenimento e fonte de informação permanente para toda

família; Assistir as histórias na TV pendrive ou assistir desenhos animados na TV

convencional, também agrada.

* Cineminha: É um recurso antigo e simples, mas que desperta o interesse e a

curiosidade da criança, já que a história aparece em pequenos pedaços. A

história pode ser desenhada ou podem ser utilizadas as gravuras do próprio livro,

quando se presta para isso.

* Álbum sanfonado: É feito em pedaços de papel – cartão é dobrado em forma

de sanfona. É semelhante ao álbum seriado, em que a história é contada em

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sequência. Ao ser usado cria suspense, expectativa e envolvimento, despertando

o interesse e a curiosidade da criança. Este recurso ao ser aberto vai mostrando

as cenas em sequência das figuras e o aluno vai criando sua história

* Álbum seriado: As imagens da história devem ser pintadas ou desenhadas em

folhas de papel; quanto maior as ilustrações, melhor será a visibilidade da criança.

* Slides (PowerPoint): Recurso de grande interesse do aluno, pois existem

vários textos acompanhados de imagens.

* Transparência: As gravuras ou ilustrações poderão ser passadas para a

transparência (usada no retroprojetor) e o professor vai contando a história

enquanto vai projetando. Num segundo momento, os alunos poderão recontar a

história.

* Música: A música tem como finalidade auxiliar o professor em suas tarefas

diárias. Ajuda o aluno em seu desenvolvimento intelectual, motor e social.

Também ajuda a combater a agressividade, pois canaliza o excesso de energia;

ajuda a enfrentar o isolamento; desenvolve o espírito de iniciativa e funciona

como higiene mental. Portanto, a música é um grande benefício para a formação,

o desenvolvimento do equilíbrio e da personalidade da criança

* Flanelógrafo: O flanelógrafo é um recurso didático barato e de fácil criação,

usado para evitar a monotonia das aulas. As figuras ou cenas são apresentadas

de maneira progressiva e dinâmica, estimulando a participação ativa dos alunos.

* Computador: Muitas escolas já utilizam os computadores na sua prática diária.

Na verdade é um ótimo instrumento didático para ser utilizado em determinados

conteúdos programáticos, como também pesquisa e na leitura dos contos

tradicionais ou atuais.

* Corpo, voz e memória: Esta é a mais utilizada e a mais fascinante de todas as

formas de contar uma história. O narrador não usa nenhum acessório senão a

própria voz, postura, expressão corporal e o olhar. Voz – é um elemento

dramático e essencial; é o instrumento de trabalho do contador. Expressão

corporal – é muito importante; o corpo, o olhar, os gestos e a postura devem

transmitir o que está sendo contado, para deixar a história mais atrativa, mas sem

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exageros. Memória– Não se deve contar uma história como ela vem escrita; é

preciso passá-la para a linguagem oral. É preciso saber contá-la e não apenas

decorá-la.

http://www.fichasdesenhos.com/recursos-para-contao-de-histrias.html Vania Dohme (Ed. Informal) Acesso em 03 de novembro de 2013. http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/multimeios-na-literatura-infantil/Autor: Karla Jandyra Esmerio de Araujo. Acesso em 03 de novembro de 2013.

OFICINA 4

Para a realização dessa atividade serão distribuídos livros com histórias

populares, escolhidas entre os variados gêneros da esfera literária, tais como:

contos, fábulas, lendas, mitos, entre outros. Cada aluno, após estudar sua

história, escolherá a melhor forma ou recurso mais adequado para apresentá-la à

turma que observará:

a) timbre de voz;

b) dicção, clareza e correção de linguagem;

c) criatividade para recriar o texto com originalidade;

d) movimentação, expressão facial e corporal;

e) técnica e recurso utilizado.

“Quem se propõe a contar uma história, e a estuda tendo em vista as

características dos elementos que a compõem, adquire maior confiança,

familiariza-se com os personagens, vivencia emoções que poderá transmitir,

fazendo as adaptações convenientes e trabalhando cada elemento com a devida

técnica” (COELHO, 1994, p.26).

Agora os alunos vão experimentar o prazer de contar uma história. A

contação desenvolve, no ouvinte, a linguagem, a memória, o raciocínio, melhora

a concentração, provoca habilidades importantes de ouvir e falar, além de

despertar-lhe o imaginário e a fantasia.

Uma das maneiras mais apreciadas de tomar contato com narrativas é

ouvir alguém contando histórias. Mas, para realizar a contação é preciso

preparação, leitura, disposição e, muita, muita criatividade do contador.

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Para contar uma história é necessário que o “contador” siga algumas

orientações. Ei-las:

a) Escolha uma história curta e interessante;

b) Antes de contar a história, treine a maneira como vai narrá-la.

c) Procure observar a sequência em que os fatos acontecem;

d) Identifique os papéis dos personagens (protagonista, antagonista e

personagens secundários) e suas características mais marcantes;

e) Lembre-se de que os ouvintes dependem das descrições para “dar asas

à imaginação”;

f) Decida quais recursos empregará para envolver o leitor. Para prender a

atenção dos ouvintes, narre a história com expressividade e entusiasmo,

utilizando gestos, mímicas, expressões faciais e até efeitos sonoros

produzidos com a boca, com as mãos, com os pés, entre outros.

g) Não se esqueça de adequar a linguagem e os recursos empregados ao

interlocutor; procure falar pausadamente e use um tom de voz adequado,

não muito baixo nem alto demais.

h) Pronuncie as palavras de forma correta e com clareza e evite a repetição

de expressões como aí, daí, né, tá entendendo.

i) Veja como fará a ambientação para a apresentação da história: cenário,

música, iluminação...

j) O sucesso da contação é o desempenho do contador. É preciso elaborar

a fala e memorizar a sequência da história;

(Livro Didático Público – Vontade de saber português, 6º ano)

Sugestões de Histórias:

A PEQUENA VENDEDORA DE FÓSFOROS (Hans Christian Andersen)

A GALINHA RUIVA (Lenda do Folclore Inglês)

O SOLDADINHO DE CHUMBO (Hans Christian Andersen)

O PEQUENO POLEGAR (Irmãos Grimm)

UMA IDEIA TODA AZUL (Marina Colasanti)

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A TARTARUGA E A FRUTA AMARELA (Ricardo Azevedo)

A PORQUINHA DE RABO ESTICADINHO (Rubem Alves)

ROLIM (Ziraldo Alves Pinto)

O JOELHO JUVENAL (Ziraldo Alves Pinto)

A VELHA MISTERIOSA (Ana Maria Machado)

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA (Ana Maria Machado)

BISA BIA, BISA BEL (Ana Maria Machado)

CONTOS DE GRIMM (Tradução de Heloísa Jahn)

UM LOBO INSTRUÍDO (Pascal Biel)

O GATO DE BOTAS (Charles Perrault)

O SEGREDO DA LAGARTIXA (Leticia Dansae Selmo Dansa)

BETO, O CARNEIRO (Ana Maria Machado)

A BRUXA QUE ROUBOU O SOL (Mariana Monteiro Cardoso)

A MENINA E O PÁSSARO ENCANTADO (Rubem Alves)

O CARTEIRO CHEGOU (Janet & Allan Ahlberg)

GUILHERME AGUSTO ARAUJO FERNANDES (Mem Foz e Julie Vivas)

A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS TRÊS PORQUINHOS (Jon Scieszkaf)

ATÉ AS PRINCESAS SOLTAM PUM (Ilan Brenman e Lonit Zilberman)

A FESTA NO CÉU (Angela Lago)

O REIZINHO MANDÃO (Ruth Rocha)

O ROUXINOL DO IMPERADOR (Hans Christian Andersen)

A VELHINHA QUE DAVA NOME À COISAS (Cynthia Rylant)

A PIPA E A FLOR (Rubem Alves)

QUAL É A COR DO AMOR? (Linda Strachan)

QUAL O SABOR DA LUA? (Michael Grejniec)

BOM DIA TODAS AS CORES (Ruth Rocha)

MARIA VAI COM AS OUTRAS (Sylvia Orthof)

CHAPEUZINHO AMARELO (Chico Buarque)

ADIVINHA O QUANTO EU TE AMO (Sam McBratney)

A CASA SONOLENTA (Audrey Wood)

NA NOITE EM QUE VOCÊ NASCEU (Nancy Tillman)

O HOMEM QUE AMAVA CAIXAS (Stephen Michael King)

COM A PULGA ATRÁS DA ORELHA (Christiane Gribel)

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O REIZINHO MANDÃO (Ruth Rocha)

OS TRÊS PORQUINHO POBRES (Érico Veríssimo)

O MENINO DO DEDO VERDE (Maurice Druon)

REINAÇÕES DE NARIZINHO (Monteiro Lobato)

O PEQUENO PRÍNCIPE (Antoine De Saint - Exupéry)

OFICINA 5

Aliando teoria à prática

A prática de narrar histórias deve estar presente, principalmente, na rotina

do professor dos Anos Iniciais, pois nessa fase os pequenos ainda não dominam

a escrita, apenas são capazes de ler a linguagem oral, imagens e gestos.

Após participarem das oficinas de contação de histórias chegou o momento

dos alunos do Curso de Formação de Docentes contarem histórias, isto é,

colocarem em prática o que vivenciaram durante a contação da obra “TRISTÃO E

ISOLDA” e das oficinas oferecidas.

Para a efetivação da atividade haverá pesquisa, seleção da história,

leitura, preparação, ensaio, escolha de recursos externos e internos para a

narração da história e estudo de técnicas voltadas à contação.

Sabemos que uma história bem preparada, ao ser narrada, é capaz de

envolver o interlocutor, por isso é fundamental que o contador goste da história e

a conte com naturalidade, clareza e intensidade na voz.

Cada aluno participante da oficina fará a apresentação de sua história aos

demais alunos da turma, e estes deverão ficar atentos para avaliar a atuação dos

contadores: os recursos de interpretação usados, o ritmo, a pronúncia das

palavras, os gestos, entre outros, através dos seguintes questionamentos:

1 – Foi agradável ouvir a história? Ela prendeu a atenção dos ouvintes? O

narrador memorizou o enredo? O enredo está adequado a idade/série?

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2 – A entonação e a altura da voz mudaram nos diferentes momentos da

narrativa? O narrador conseguiu encaixar pausas à narrativa para que os ouvintes

construíssem suas imagens? Houve clareza na pronúncia das palavras?

5ª etapa: Avaliação

Os alunos do Curso de Formação de Docentes, futuros professores, serão

avaliados durante todo o período da implementação pedagógica da Unidade

Didática. Esta avaliação terá como base a observação e a participação nas

atividades propostas. Durante todo esse processo serão observados os seguintes

aspectos:

a) Interesse dos alunos no desenvolvimento das atividades orais e

escritas;

b) Participação nas oficinas;

c) Apresentação dos trabalhos realizados nas oficinas;

d) Desenvoltura na contação da história para a turma;

e) Comprometimento e realização das atividades em grupo e/ou individual;

f) Pesquisas realizadas;

g) Interesse dos alunos na busca por novas leituras.

AVALIAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA

Analisar com os alunos os seguintes aspectos: (da contação da história feita

pelo professor e pelos alunos)

1 - A linguagem utilizada (padrão formal, informal, coloquial, muito informal, com

gírias, regionalismos, estrangeirismos)

2 - A importância de trabalhar com gestos e o som.

3 - Comparar a diferença entre contar, ouvir e assistir uma história, nos diferentes

aparatos tecnológicos;

4 - Refletir sobre o fato de que ouvir histórias contadas pelos pais ou na própria

escola está sendo abandonado.

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5 - Discutir a importância da sonoridade e da entonação.

6 - Contextualizar obras e autores a clássicos para melhor compreensão do

processo histórico de contar histórias e assim compreender distintas obras.

7 - Questionar com os alunos a importância de circulação dos gêneros literários

narrativos como romance, conto, fábula ou novela de modo oral para criar a

cultura da leitura e da contação, uma vez que ambos os processos estão

atrelados.

8 – Discutir o que eles não sabiam sobre a CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS e

passaram a saber, e no que eles avançaram em relação ao que já sabiam.

1 - GOSTOSURAS E BOBICES (Fanny Abramovich)

2 - A ARTE DE ATOR: DA TÉCNICA À REPRESENTAÇÃO ( Luís Otávio Burnier) 3 - CONTAR E ENCANTAR: PEQUENOS SEGREDOS DA NARRATIVA (Cléo

Busatto)

4 - A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS NO SÉCULO XXI ( Cléo Busatto)

5 - CONTAR HISTÓRIAS, UMA ARTE SEM IDADE (Betty Coelho)

6- ACORDAIS: FUNDAMENTOS TEÓRICOS-POÉTICOS DA ARTE DE CONTAR ( Regina Machado) 7 - BAÚS E CHAVES DA NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS (Gilka Girardello)

8 - A PALAVRA DO CONTADOR DE HISTÓRIAS ( Gislayne Avelar Matos)

9- A RENOVAÇÂO DO CONTO: EMERGÊNCIA DE UMA PRÁTICA ORAL

( Maria de Lourdes Patrini)

Se quiser maior aprofundamento teórico

na arte de contar histórias é só dar uma

olhadinha na bibliografia abaixo.

Boa leitura!

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6. REFERÊNCIAS:

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1993

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

COELHO, Betty. Contar histórias – Uma arte sem idade. 5ª Ed. São Paulo. Ática, 1994.

FIGUEIREDO, Maria do Anjo Braamcamp. Tristão e Isolda. 11ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A. 1997.

GIRARDELLO, Gilka. Baús e chaves da narração de histórias. Florianópolis: SESC/SC, 2004.

MACHADO, Regina. Acordais: fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias. São Paulo: DCL, 2004.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.

TAHAN, Malba. A arte de ler e contar histórias. 5ª edição. Conquista, 1966.

TAVARES, Rosemeire Aparecida Alves, GRUGNEROTTO, Tatiane. Vontade de saber português, 6º ano (Ensino Fundamental) 1ª ed. São Paulo: FTD, 2012.

THOFEHRN, Cecy Cordeiro In: TAHAN, Malba. A arte de ler e contar histórias. 5ª edição. Conquista, 1966..

VIEIRA, Mariluz Valadão. Evangelização Infantil. Volume 1. Editora Aliança, 1988.

10 - QUER OUVIR UMA HISTÓRIA? ( Heloísa Prieto)

11 - TEXTOS E PRETEXTOS SOBRE A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS (Celso

Sisto)

12 – A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS (Bruno Bettelheim)