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FORTISSIMO Nº 23 / 2019 05 06 DEZ Allegro Vivace

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - 05 · 2019. 11. 28. · François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Émile Vuillermoz – Histoire

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Page 1: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - 05 · 2019. 11. 28. · François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Émile Vuillermoz – Histoire

F O R T I S S I M O N º 2 3 / 2 0 1 9

0506DEZ

Allegro

Vivace

Page 2: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - 05 · 2019. 11. 28. · François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Émile Vuillermoz – Histoire

P R O G R A M A

EMMANUEL CHABRIERSuíte Pastoral Idílio

Dança do vilarejo

Na floresta

Scherzo – Valsa

DMITRI SHOSTAKOVICHConcerto para violino nº 2 em dó sustenido menor,

op. 129 Moderato

Adagio

Adagio – Allegro

I N T E R VA L O

PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKYSinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “A Pequena Russa” Andante sostenuto – Allegro vivo

Andantino marziale, quasi moderato

Scherzo: Allegro molto vivace

Finale: Moderato assai – Alegro vivo

Ministério da Cidadania eGoverno de Minas GeraisA P R E S E N TA M

0 5 / 1 2

0 6 / 1 2

Allegro

Vivace

FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E

VA D I M G L U Z M A N , V I O L I N O

Page 3: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - 05 · 2019. 11. 28. · François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Émile Vuillermoz – Histoire

FOTO

: RAF

AEL

MO

TTA

CAROS AMIGOS E AMIGAS,

FABIO MECHETTI

Um dos maiores violinistas da atu-

alidade, Vadim Gluzman junta-se à

Filarmônica para a primeira execu-

ção mineira do Concerto nº 2 de

Shostakovich. Essa obra profunda-

mente emotiva reflete a angústia e

velada esperança de um compositor

que viveu sob o jugo soviético e que

usou de seu talento para manifestar

uma crítica audaz e dar a sua con-

tribuição à força da Música como

agente transformador da sociedade.

Outro russo, através de sua contagi-

ante Segunda Sinfonia, enaltece as

raízes de seu país, evocando a alegria

e a riqueza do folclore nacional da

região que hoje caracteriza a Ucrânia.

A Filarmônica presta ainda uma home-

nagem aos 125 anos da morte de

Emanuel Chabrier ao executar sua

singela, leve e descontraída Suíte

Pastoral.

Aproveitamos a oportunidade para

agradecer a todos vocês que nos

honraram com a sua presença e

seu aplauso durante a Temporada

2019. Esperamos vê-los em breve,

ao reiniciarmos as atividades com

mais celebrações e emoções em

nossa nova temporada.

Obrigado.

FAB IO MECHET T I

D I R E T O R A R T Í S T I C O

E R E G E N T E T I T U L A R

Diretor Artístico e Regente Titular

da Orquestra Filarmônica de Minas

Gerais desde sua criação, em 2008,

Fabio Mechetti posicionou a orques-

tra mineira no cenário mundial da

música erudita. Além dos prêmios

conquistados, levou a Filarmônica

a quinze capitais brasileiras, a uma

turnê pela Argentina e Uruguai e

realizou a gravação de nove álbuns,

sendo quatro para o selo interna-

cional Naxos. Ao ser convidado,

em 2014, para o cargo de Regente

Principal da Filarmônica da Malásia,

Fabio Mechetti tornou-se o primeiro

regente brasileiro a ser titular de

uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve

quatorze anos à frente da Orquestra

Sinfônica de Jacksonville e, atual-

mente, é seu Regente Titular Emérito.

Foi também Regente Titular das

sinfônicas de Syracuse e de Spokane,

da qual hoje é Regente Emérito.

Regente Associado de Mstislav

Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Nacional de Washington, com ela

dirigiu concertos no Kennedy Center

e no Capitólio. Da Sinfônica de San

Diego, foi Regente Residente. Fez

sua estreia no Carnegie Hall de Nova

York conduzindo a Sinfônica de Nova

Jersey. Continua dirigindo inúme-

ras orquestras norte-americanas e

é convidado frequente dos festivais

de verão norte-americanos, entre

eles os de Grant Park em Chicago e

Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente

de ópera, estreou nos Estados Unidos

dirigindo a Ópera de Washington. No

seu repertório destacam-se produções

de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Madame Butterf ly , O barbeiro de

Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem

ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,

Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-

lia, Japão, México, Nova Zelândia,

Suécia e Venezuela . No Brasi l ,

regeu todas as importantes orques-

tras brasileiras.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,

é Mestre em Regência e em Composição

pela Juilliard School de Nova York e

vencedor do Concurso Internacional de

Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

Page 4: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - 05 · 2019. 11. 28. · François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Émile Vuillermoz – Histoire

Reconhecido mundialmente como

um dos maiores artistas de hoje,

Vadim Gluzman traz à vida a glori-

osa tradição violinística dos sécu-

los XIX e XX. Seu vasto repertório

abrange a música nova; suas per-

formances são ouvidas em todo o

mundo através de transmissões ao

vivo e de um impressionante catálo-

go de gravações premiadas, lança-

das excusivamente pelo selo BIS.

O violinista israelense se apresentou

com a Filarmônica de Berlim, Sinfô-

nica de Boston, Orquestra de Paris,

Gewandhaus de Leipzig, Filarmônica

de Israel, Sinfônica de Londres,

Orquestra Real do Concertgebouw e

muitas outras. Vadim apresenta-se

regularmente com a Filarmônica de

Minas Gerais desde 2011. Ele cola-

bora com maestros proeminentes,

incluindo Riccardo Chailly, Christoph

von Dohnányi, Tugan Sokhiev, Sir

Andrew Davis, Neeme Järvi, Michael

Tilson Thomas, Semyon Bychkov,

Fabio Mechetti e Hannu Lintu. As

participações de Vadim em festi-

vais incluem Tanglewood, Verbier,

Ravinia, Lockenhaus e o Festival de

Música de Câmara North Shore, em

Illinois, fundado por Gluzman e a

pianista Angela Yoffe, sua esposa

e parceira em recitais.

Destaques da atual temporada

inc luem apresentações com a

Orquestra de Paris, Orquestra de

Câmara Orpheus, Filarmônica de

São Petersburgo, Sinfônica de

Detroit e a Orquestra de Câmara

ProMusica de Ohio, onde ele é

Parceiro Criativo e Artista Convidado

Principal. Gluzman realiza a estreia

mundial do Concerto de Erkki-Sven

Tüür com a Sinfônica da Rádio de

Frankfurt e da obra Mir mit Dir, de

Moritz Eggert. Estreia no Reino Unido

o Concerto Triplo de Sofia Gubaidulina

com a Filarmônica da BBC.

Gluzman é Artista Distinto em Resi-

dência no Conservatório de Peabody.

Ele se apresenta com o violino

Stradivarius de 1690 que pertenceu

ao célebre Leopold Auer. O instru-

mento lhe foi generosamente con-

cedido em empréstimo prolongado

pela Sociedade Stradivari de Chicago.

VADIM GLUZMAN

FOTO

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CHABRIERA M B E RT, F R A N Ç A , 1 84 1 PA R I S , F R A N Ç A , 1 894

Emmanuel

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, oboé,

2 clarinetes, 2 fagotes,

2 trompas, 2 trompetes,

3 trombones, tímpanos,

percussão, harpa, cordas.

ED ITORA

Kalmus

PARA OUV IR

CD Emmanuel Chabrier –

Orchestral Works – Orchestre

Philharmonique de Monte-

Carlo – Hervé Niquet, regente –

Jean-Marc Jordan, corne inglês

– Naxos – 1999

PARA LER

François-René Tranchefort –

Guia da Música Sinfônica –

Nova Fronteira – 1990

Émile Vuillermoz – Histoire

de la Musique – Librairie

Arthème Fayard – 1973

Filho único de um advogado de Ambert, Emmanuel Chabrier

seguiu a orientação paterna. Aos vinte anos encontrava-se

em Paris, trabalhando no Ministério do Interior, cargo que

ocuparia por duas décadas. Estudava seriamente piano,

harmonia e contraponto, com grandes mestres; compunha

muito; mas a falta de estudos “oficiais” rendeu-lhe a fama

de talentoso compositor diletante. Sua vida e sua carreira

estão repletas de contradições. Possuía temperamento

afável, terno, mas também um mordaz senso de humor.

Indagado sobre sua famosa rapsódia para orquestra, España,

Chabrier limitou-se a comentar: “é uma peça em Fá, nada

mais”. Admirava profundamente Wagner e, simultanea-

mente, lutava ao lado dos fundadores da Sociedade

Nacional de Música, defensora da tradição musical francesa.

Chabrier contava com a amizade de pintores e poetas.

Adulado pelos impressionistas, cujos quadros enfeitavam

sua casa, dedicou à esposa de Manet um Improviso para

piano. “Vivo como um pardal, melodioso como um rouxinol”,

assim o definia Verlaine, que lhe forneceu dois libretos de

ópera .Quanto aos músicos, apesar do reconhecimento

de Fauré, César Franck, Debussy e, sobretudo, Ravel,

Chabrier foi um grande esquecido da música francesa.

Uma vitória memorável para Chabrier, como compositor e

pianista, foi a estreia das dez Pièces pittoresques, no dia 9

de abril de 1881. Após o concerto na recém-fundada Société

Nationale de Musique, César Franck declarou: “acabamos

de ouvir algo extraordinário; esta música liga nosso tempo

ao de Couperin e Rameau”. Sob esse

aspecto, Chabrier insere-se na tradição

dos grandes tecladistas franceses e

confirma seu papel de precursor do

pianismo de Debussy e Ravel, ambos

seus admiradores declarados.

Seguindo o exemplo de Georges Bizet

que, em 1873, orquestrara cinco peças

de seus Jeux d’enfants (originalmente

para piano a quatro mãos), Chabrier

apresentou versões orquestrais de

sua Habanera, da Alegre Marcha e da

Suíte Pastoral. Essas orquestrações

foram regidas pelo autor em primei-

ra audição, na Associação Artística

de Angers, em 4 de novembro de

1888. Desde 1880, Chabrier parti-

cipava – ao lado de Franck, d’Indy,

Fauré – do comitê dessa instituição,

destinada à divulgação dos compo-

sitores franceses contemporâneos.

Para formar a Suíte Pastoral, ele

escolheu as peças de números 6, 7,

4 e 10 das Peças Pitorescas.

Idylle (Idílio), transposta um tom

acima do original para piano, con-

fia a fluidez de seu tema à flauta,

sobre acompanhamento das cordas

em pizzicato.

Danse Villegeoise (Dança do vilarejo)

oscila entre os modos maior e menor,

com o ritmo bem marcado, vivo, carac-

terístico da província de Auvergne,

região natal do compositor.

Sous-bois (Na floresta) utiliza a delica-

deza e a variedade de timbres para filtrar

os matizes das cores nos arbustos.

Scherzo-valse (Scherzo – Valsa), de

rústica alegria, conclui a Suíte com uma

festa tímbrica, justificando os elogios

de Ravel, ao reconhecer a importante

contribuição de Chabrier para o vocabu-

lário harmônico e a imaginação orques-

tral da moderna música francesa.

PAULO SÉRG IO

MALHE IROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor na

UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário

de Andrade e a arte do inacabado.

Apresenta o programa semanal Recitais

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

1 8 8 8 2 1 M I N U TO S

Suíte PastoralPrimeira apresentação

com a Filarmônica

Page 6: Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - 05 · 2019. 11. 28. · François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Émile Vuillermoz – Histoire

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, flauta, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes,

contrafagote, 4 trompas,

tímpanos, percussão, cordas.

ED ITORA

DSCH – Kompositor

Representante: Barry Editorial

PARA OUV IR

CD Shostakovich/Kondrashin –

Complete Symphonies; Concerto

for Violin and Orchestra No. 2

op. 129 – Moscow Philharmonic

Orchestra – Kirill Kondrashin,

regente – David Oistrakh, violino

– Melodiya – 2010

PARA ASS IST IR

Moscow Philharmonic

Orchestra – Kirill Kondrashin,

regente – David Oistrakh,

violino | Acesse:

fil.mg/sviolino2

PARA LER

Attila Csampai; Dietmar

Holland – Guia básico dos

concertos: música orquestral

de 1700 até os nossos dias –

Civilização Brasileira – 1995

Lauro Machado Coelho –

Shostakovitch: vida, música,

tempo – Perspectiva – 2006

O compositor russo Dmitri Shostakovitch dedicou

seus dois concertos para violino – op. 77 e op. 129

– ao amigo e compatriota David Oistrakh. Vinte anos

separam uma obra da outra: o primeiro foi composto

entre 1947 e 1948, enquanto o segundo é de 1967. O

Concerto nº 2 foi estreado no Teatro Bolshoi a 26 de

outubro de 1967, pelo violinista David Oistrakh junto à

Orquestra Filarmônica de Moscou sob a regência de

Kirill Kondrashin. Oistrakh também foi solista na estreia

norte-americana de 1968, com Leonard Bernstein

conduzindo a Filarmônica de Nova York.

Assim como ocorre nas demais obras concertantes

de Shostakovich – são dois concertos para piano, dois

para violino e dois para violoncelo –, a primeira obra

é mais brilhante e extrovertida do que a segunda e,

consequentemente, mais tocada e conhecida. Nesses

casos, o pessimismo e a introspecção das segundas

produções refletem um compositor acossado pela políti-

ca opressora do regime soviético, quando Shostakovich

foi obrigado a participar como “artista popular” e

“camarada”. Sob os olhos da censura, Shostakovich

inseria em sua música significados dissidentes e

subversivos. Nas vezes em que o Estado percebeu

isso, suas composições sofreram alteração de texto,

cortes e proibições. A mente liberal de Shostakovich

era contrária ao antissemitismo e a qualquer forma

de opressão – a qual ele também sofreu – e, como

resultado, demonstrou-se sensível

à situação do povo judeu por toda

a sua vida.

A primeira música de Shostakovich,

escrita aos onze anos, foi uma mar-

cha fúnebre para piano Em memória

dos heróis mortos na Revolução. O

altruísmo, a solidariedade e mesmo a

revolta com o sofrimento promovido

pela guerra refletiram-se em muitas

de suas obras. O discurso, cercado

de ambiguidade, retratava a época

na qual prevalecia o medo de dizer

o que se pensa ou sente. Em sua

Sinfonia-coral nº 13, op. 113, de 1962,

Shostakovich abordou o massacre

dos judeus ucranianos em Babi Yar.

Dois anos depois foi a vez de outra

obra coral, a provocativa cantata

A execução de Stepan Razin, op.

119, trazer à tona uma revolta do

século XVII. Shostakovich encarnou

a voz do jovem escritor Yevgeny

Yevtushenko e deu vida ao herói

cossaco Razin, morto por defender

seu povo do imperialismo opressor.

Esteticamente, abeiramos ao sin-

gular Concerto para violino nº 2, no

qual o material folclórico da cantata

Stepan Razin aparece claramente.

Menos um concerto tradicional e

mais uma sonata acompanhada,

no Concerto para violino nº 2 o so-

lista desfia um contínuo monólogo

emoldurado pela orquestra. A voz

humana, oprimida, sem poder falar,

canta através do instrumento. Para

Shostakovich, o material folclórico

judaico, especialmente, forneceria

ainda aspectos paradoxais da exis-

tência humana com os quais se

identificava e poderia se expres-

sar: “Parece que compreendo o que

distingue as canções judaicas”, disse

o compositor, “uma melodia feliz

construída em tons escuros. O ‘povo’

é uma única pessoa. Por que ele

canta uma música alegre? Porque

está triste de coração”.

MARCELO CORRÊA

Pianista, Mestre em Piano pela

Universidade Federal de Minas Gerais,

professor na Universidade do Estado

de Minas Gerais.

Primeira

apresentação

com a

Filarmônica

1 967 3 2 M I N U TO S

SHOSTAKOVICH SÃO PE T E RS BU RG O , R Ú SS I A , 1 906 M O S CO U , R Ú SS I A , 1 975

Dmitri

Concerto para violino nº 2

em dó sustenido menor, op. 129

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INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes,

4 trompas, 2 trompetes,

3 trombones, tuba, tímpanos,

percussão, cordas.

ED ITORA

Kalmus

PARA OUV IR

CD Tchaikovsky – Sinfonia nº 2

op. 17; A tempestade op. 18 –

Chicago Symphony Orchestra

– Claudio Abbado, regente –

Sony Classical – 1992

PARA ASS IST IR

BBC National Orchestra of

Wales – Mariss Jansons,

regente | Acesse:

fil.mg/tpequenarussa

Para Tchaikovsky, a sinfonia era, antes de tudo, uma obra

confessional, à qual confiava todo o seu mundo interior.

Nesse sentido, o universo de suas sinfonias apresenta

enorme riqueza e variedade de sentimentos. Por outro

lado, o compositor sempre encontrou dificuldade em

se moldar à tradicional e característica forma sonata,

que, entretanto, insistiu em cultivar por considerá-la um

poderoso fator de unidade e coerência musicais. Em

suas sinfonias, Tchaikovsky brilha principalmente pela

intuição do poder expressivo da instrumentação e pela

ciência magistral do equilíbrio sonoro de sua orquestra.

Suas peculiaridades nesse domínio manifestam-se

em detalhes, como o emprego do registro grave das

madeiras (responsável pelo obsessivo clima sombrio

que ressoa até em suas peças de inspiração mais

alegre), ou a especial predileção pela trompa solista.

Durante o verão de 1872, na residência de sua irmã

Alexandra, em Kamenka (Ucrânia, ou Pequena Rússia),

Tchaikovsky começou a composição de sua Segunda

Sinfonia. Inspirou-se em melodias da região, o que

explica o subtítulo da obra. Difere consideravelmente

das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o

caráter confessional característico – o chamado “ciclo

do fatum” – pelas alegres impressões de um músico

que passeia por aldeias e participa de festas e danças

populares. A estreia em Moscou constituiu um triunfo

memorável. Por seus elementos folclóricos, a Sinfonia

recebeu o apoio imediato dos compositores ligados ao

famoso Grupo dos Cinco, de tendência nacionalista.

Na lenta introdução ao primeiro mo-

vimento, Andante sostenuto – Allegro

vivo, a bucólica trompa cita uma vari-

ante da melodia ucraniana Descendo

o Volga, antes que a música culmi-

ne no brilho efetivo do Allegro. O de-

senvolvimento inclui elementos da

introdução em hábeis combinações

contrapontísticas.

O segundo movimento, Andantino

marziale, quasi moderato, introduz

uma marcha, de orquestração bem

dosada, típica dos pequenos con-

juntos instrumentais da Pequena

Rússia. Na parte central, uma melo-

dia relembra a lenta introdução da

Sinfonia, antes que a banda reapa-

reça, transfigurada por coloridas

variações orquestrais. O movimento

termina com o cortejo marcial se

afastando progressivamente.

O terceiro movimento, Scherzo:

Allegro molto vivace , possui a

convencional forma A-B-A. Trata-

se de página de enorme brilho. A

primeira parte A trabalha fragmentos

de temas populares, sobrepondo-os

uns aos outros, sugerindo uma dança

de aldeia ao som de balalaicas. O

trio B, simples e rústico, contrasta

com o clima dessa festa.

O Finale: Moderato assai – Allegro

vivo baseia-se na canção campestre

O grou (curiosamente, o mesmo te-

ma, variado ritmicamente, foi usado

por Beethoven no scherzo de sua

Nona Sinfonia. Provavelmente, o

compositor alemão o conheceu

pelas mãos do conde Razoumo-

vski). Tchaikovsky repete o tema oito

vezes, em uma série de variações

instrumentais, com exuberante vir-

tuosismo orquestral. Outro tema, de

beleza melódica cativante, coloca-se

em oposição ao anterior, até que

os dois, combinados, conduzam a

uma agitada dança aldeã, de alegria

comunicativa e brilhante conclusão.

PAULO SÉRG IO

MALHE IROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor na

UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário

de Andrade e a arte do inacabado.

Apresenta o programa semanal Recitais

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

Última apresentação:

12 de abril/2012

Fabio Mechetti, regente

1 872 , R E V I SÃO 1 879/ 1 8 8 0 3 2 M I N U TO S

TCHAIKOVSKY VOTKINSK, RÚSSIA , 1840 SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA , 1893

Piotr Ilitch

Sinfonia nº 2 em dó menor,

op. 17, “A Pequena Russa”

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CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito

Jacques Schwartzman

Presidente

Roberto Mário

Gonçalves Soares Filho

Conselheiros

Angela Gutierrez

Arquimedes Brandão

Berenice Menegale

Bruno Volpini

Celina Szrvinsk

Fernando de Almeida

Frederico César

Silva Melo

Iran Almeida Pordeus

Ítalo Gaetani

Marco Antônio Pepino

Mauricio Freire

Octávio Elísio

Sérgio Pena

DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente

Diomar Silveira

Diretor

Administrativo-

financeiro

Joaquim Barreto

Diretor de

Comunicação

Agenor Carvalho

Diretora de

Marketing e Projetos

Zilka Caribé

Diretor de Operações

Ivar Siewers

EQUIPE TÉCNICAGerente de

Comunicação

Merrina Godinho

Delgado

Gerente de

Produção Musical

Claudia da Silva

Guimarães

Assessora de

Programação Musical

Gabriela de Souza

Produtor

Luis Otávio Rezende

Analistas de

Comunicação

Carolina Moraes Santana

Fernando Dornas

Lívia Aguiar

Renata Romeiro

Analistas de

Marketing

Eventos — Lívia Brito

Projetos — Larissa

Scarpelli

Relacionamento —

Itamara Kelly

Assistente de

Marketing e

Relacionamento

Henrique Campos

Assistente

de Produção

Rildo Lopez

Auxiliar

de Produção

Jeferson Silva

EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente

Administrativo-

financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente Contábil

Graziela Coelho

Gerente de

Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas

Administrativos

João Paulo de Oliveira

Letícia Cabral

Secretária Executiva

Flaviana Mendes

Assistente

Administrativa

Cristiane Reis

Assistente de

Recursos Humanos

Jessica Nascimento

Recepcionistas

Meire Gonçalves

Vivian Figueiredo

Auxiliar Contábil

Pedro Almeida

Auxiliar

Administrativa

Geovana Benicio

Auxiliares de

Serviços Gerais

Ailda Conceição

Rose Mary de Castro

Mensageiro

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz

Sunamita Souza

SALA MINAS GERAISGerente de

Infraestrutura

Renato Bretas

Gerente de Operações

Jorge Correia

Técnicos de Áudio

e de Iluminação

Daniel Hazan

Diano Carvalho

Assistente Operacional

Rodrigo Brandão

PRIMEIROS VIOLINOS Rommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt

Ana Zivkovic

Arthur Vieira Terto

Joanna Bello

Laura von Atzingen

Luis Andrés Moncada

Roberta Arruda

Rodrigo Bustamante

Rodrigo M. Braga

Rodrigo de Oliveira

Wesley Prates

SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *

Hyu-Kyung Jung ***

Gideôni Loamir

Jovana Trifunovic

Luka Milanovic

Martha Pacífico

Matheus Braga

Radmila Bocev

Rodolfo Toffolo

Tiago Ellwanger

Valentina Gostilovitch

VIOLASJoão Carlos Ferreira *

Roberto Papi ***

Flávia Motta

Gerry Varona

Gilberto Paganini

Katarzyna Druzd

Luciano Gatelli

Marcelo Nébias

Mikhail Bugaev

Nathan Medina

VIOLONCELOSPhilip Hansen *

Robson Fonseca ***

Camila Pacífico

Camilla Ribeiro

Eduardo Swerts

Emília Neves

Lina Radovanovic

Lucas Barros

William Neres

CONTRABAIXOSNilson Bellotto *

André Geiger ***

Marcelo Cunha

Marcos Lemes

Pablo Guiñez

Rossini Parucci

Walace Mariano

FLAUTASCássia Lima *

Renata Xavier ***

Alexandre Braga

Elena Suchkova

OBOÉSAlexandre Barros *

Públio Silva ***

Israel Muniz

Maria Fernanda Gonçalves

CLARINETESMarcus Julius Lander *

Jonatas Bueno ***

Ney Franco

Alexandre Silva

FAGOTESCatherine Carignan *

Victor Morais ***

Francisco Silva

TROMPASAlma Maria Liebrecht *

Evgueni Gerassimov ***

Gustavo Trindade

José Francisco dos Santos

Lucas Filho

Fabio Ogata

TROMPETESMarlon Humphreys -Lima *

Érico Fonseca **

Daniel Leal ***

Tássio Furtado

TROMBONESMark John Mulley *

Diego Ribeiro **

Wagner Mayer ***

Renato Lisboa

TUBASEleilton Cruz *

Rafael Mendes ****

TÍMPANOSDaniel Lemos ***

PERCUSSÃORafael Alberto *

Sérgio Aluotto

Werner Silveira

HARPAClémence Boinot *

TECLADOSAyumi Shigeta *

GERENTE

Jussan Fernandes

INSPETORAKarolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar

ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

ASSISTENTESClaudio Starlino

Jônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

MONTADORESHélio Sardinha

Jussan Meireles

Klênio Carvalho

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

Regente Associado

MARCOS ARAKAKI

Diretor Artístico e Regente Titular

FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social

Lei 23.081 / Ago 2018

FORTISSIMO Dezembro nº 23 / 2019

ISSN 2357-7258

Editora Merrina

Godinho Delgado

Edição de texto

Berenice Menegale

Capa Selo da URSS com

miniatura eslava (1977)

O Fortissimo está

indexado aos sistemas

nacionais e internacionais

de pesquisa. Você pode

acessá-lo também

em nosso site.

Este programa foi

impresso em papel doado

pela Resma Papéis.

* principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado

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Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante

e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes

Se puder, devolva seu programa de concerto.

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças menores de 8 anos.

NO CONCERTO

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Restaurantes parceiros

Rua Pium-í, 229

Cruzeiro

Tel: 3227-7764

R. Rio de Janeiro, 2076

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Tel: 3292-6221

R. Rio Grande do Sul, 1236

Santo Agostinho

Tel: 2515-6092

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Conheça e veja como é fácil:FILARMONICA.ART.BR/AMIGOS 3219-9029

SUA DOAÇÃO FAZ A DIFERENÇA

12 e 13 dez, 20h30 P R E ST O E V E LO C E

18 e 19 dez, 20h30 E S P E C I A L D E N ATA L

13 e 14 fev, 20h30 P R E ST O E V E LO C E

5 e 6 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

14 mar, 18h F O R A D E S É R I E / S U Í T E S

19 e 20 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

Para obter a dedução fiscal no seu Imposto de Renda 2020 (ano base 2019), a doação deve ser feita até 27 de dezembro.

FIQUE ATENTO (A)

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/ F I L A R M O N I C A M G

Sala Minas Gerais

www.filarmonica.art.br

R UA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1 . 0 9 0 — B A R R O P R E TO

C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E LO H O R I Z O N T E – M G

T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 0 0 | FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 3 0

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