Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
F O R T I S S I M O N º 2 3 / 2 0 1 9
0506DEZ
Allegro
Vivace
P R O G R A M A
EMMANUEL CHABRIERSuíte Pastoral Idílio
Dança do vilarejo
Na floresta
Scherzo – Valsa
DMITRI SHOSTAKOVICHConcerto para violino nº 2 em dó sustenido menor,
op. 129 Moderato
Adagio
Adagio – Allegro
I N T E R VA L O
PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKYSinfonia nº 2 em dó menor, op. 17, “A Pequena Russa” Andante sostenuto – Allegro vivo
Andantino marziale, quasi moderato
Scherzo: Allegro molto vivace
Finale: Moderato assai – Alegro vivo
Ministério da Cidadania eGoverno de Minas GeraisA P R E S E N TA M
0 5 / 1 2
0 6 / 1 2
Allegro
Vivace
FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E
VA D I M G L U Z M A N , V I O L I N O
FOTO
: RAF
AEL
MO
TTA
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTI
Um dos maiores violinistas da atu-
alidade, Vadim Gluzman junta-se à
Filarmônica para a primeira execu-
ção mineira do Concerto nº 2 de
Shostakovich. Essa obra profunda-
mente emotiva reflete a angústia e
velada esperança de um compositor
que viveu sob o jugo soviético e que
usou de seu talento para manifestar
uma crítica audaz e dar a sua con-
tribuição à força da Música como
agente transformador da sociedade.
Outro russo, através de sua contagi-
ante Segunda Sinfonia, enaltece as
raízes de seu país, evocando a alegria
e a riqueza do folclore nacional da
região que hoje caracteriza a Ucrânia.
A Filarmônica presta ainda uma home-
nagem aos 125 anos da morte de
Emanuel Chabrier ao executar sua
singela, leve e descontraída Suíte
Pastoral.
Aproveitamos a oportunidade para
agradecer a todos vocês que nos
honraram com a sua presença e
seu aplauso durante a Temporada
2019. Esperamos vê-los em breve,
ao reiniciarmos as atividades com
mais celebrações e emoções em
nossa nova temporada.
Obrigado.
FAB IO MECHET T I
D I R E T O R A R T Í S T I C O
E R E G E N T E T I T U L A R
Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em 2008,
Fabio Mechetti posicionou a orques-
tra mineira no cenário mundial da
música erudita. Além dos prêmios
conquistados, levou a Filarmônica
a quinze capitais brasileiras, a uma
turnê pela Argentina e Uruguai e
realizou a gravação de nove álbuns,
sendo quatro para o selo interna-
cional Naxos. Ao ser convidado,
em 2014, para o cargo de Regente
Principal da Filarmônica da Malásia,
Fabio Mechetti tornou-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de
uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular das
sinfônicas de Syracuse e de Spokane,
da qual hoje é Regente Emérito.
Regente Associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington, com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Diego, foi Regente Residente. Fez
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Jersey. Continua dirigindo inúme-
ras orquestras norte-americanas e
é convidado frequente dos festivais
de verão norte-americanos, entre
eles os de Grant Park em Chicago e
Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington. No
seu repertório destacam-se produções
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterf ly , O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Suécia e Venezuela . No Brasi l ,
regeu todas as importantes orques-
tras brasileiras.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,
é Mestre em Regência e em Composição
pela Juilliard School de Nova York e
vencedor do Concurso Internacional de
Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
Reconhecido mundialmente como
um dos maiores artistas de hoje,
Vadim Gluzman traz à vida a glori-
osa tradição violinística dos sécu-
los XIX e XX. Seu vasto repertório
abrange a música nova; suas per-
formances são ouvidas em todo o
mundo através de transmissões ao
vivo e de um impressionante catálo-
go de gravações premiadas, lança-
das excusivamente pelo selo BIS.
O violinista israelense se apresentou
com a Filarmônica de Berlim, Sinfô-
nica de Boston, Orquestra de Paris,
Gewandhaus de Leipzig, Filarmônica
de Israel, Sinfônica de Londres,
Orquestra Real do Concertgebouw e
muitas outras. Vadim apresenta-se
regularmente com a Filarmônica de
Minas Gerais desde 2011. Ele cola-
bora com maestros proeminentes,
incluindo Riccardo Chailly, Christoph
von Dohnányi, Tugan Sokhiev, Sir
Andrew Davis, Neeme Järvi, Michael
Tilson Thomas, Semyon Bychkov,
Fabio Mechetti e Hannu Lintu. As
participações de Vadim em festi-
vais incluem Tanglewood, Verbier,
Ravinia, Lockenhaus e o Festival de
Música de Câmara North Shore, em
Illinois, fundado por Gluzman e a
pianista Angela Yoffe, sua esposa
e parceira em recitais.
Destaques da atual temporada
inc luem apresentações com a
Orquestra de Paris, Orquestra de
Câmara Orpheus, Filarmônica de
São Petersburgo, Sinfônica de
Detroit e a Orquestra de Câmara
ProMusica de Ohio, onde ele é
Parceiro Criativo e Artista Convidado
Principal. Gluzman realiza a estreia
mundial do Concerto de Erkki-Sven
Tüür com a Sinfônica da Rádio de
Frankfurt e da obra Mir mit Dir, de
Moritz Eggert. Estreia no Reino Unido
o Concerto Triplo de Sofia Gubaidulina
com a Filarmônica da BBC.
Gluzman é Artista Distinto em Resi-
dência no Conservatório de Peabody.
Ele se apresenta com o violino
Stradivarius de 1690 que pertenceu
ao célebre Leopold Auer. O instru-
mento lhe foi generosamente con-
cedido em empréstimo prolongado
pela Sociedade Stradivari de Chicago.
VADIM GLUZMAN
FOTO
: MA
RC
O B
OR
GG
REV
E
FOTO
: BR
UN
A B
RA
ND
ÃO
CHABRIERA M B E RT, F R A N Ç A , 1 84 1 PA R I S , F R A N Ç A , 1 894
Emmanuel
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, oboé,
2 clarinetes, 2 fagotes,
2 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tímpanos,
percussão, harpa, cordas.
ED ITORA
Kalmus
PARA OUV IR
CD Emmanuel Chabrier –
Orchestral Works – Orchestre
Philharmonique de Monte-
Carlo – Hervé Niquet, regente –
Jean-Marc Jordan, corne inglês
– Naxos – 1999
PARA LER
François-René Tranchefort –
Guia da Música Sinfônica –
Nova Fronteira – 1990
Émile Vuillermoz – Histoire
de la Musique – Librairie
Arthème Fayard – 1973
Filho único de um advogado de Ambert, Emmanuel Chabrier
seguiu a orientação paterna. Aos vinte anos encontrava-se
em Paris, trabalhando no Ministério do Interior, cargo que
ocuparia por duas décadas. Estudava seriamente piano,
harmonia e contraponto, com grandes mestres; compunha
muito; mas a falta de estudos “oficiais” rendeu-lhe a fama
de talentoso compositor diletante. Sua vida e sua carreira
estão repletas de contradições. Possuía temperamento
afável, terno, mas também um mordaz senso de humor.
Indagado sobre sua famosa rapsódia para orquestra, España,
Chabrier limitou-se a comentar: “é uma peça em Fá, nada
mais”. Admirava profundamente Wagner e, simultanea-
mente, lutava ao lado dos fundadores da Sociedade
Nacional de Música, defensora da tradição musical francesa.
Chabrier contava com a amizade de pintores e poetas.
Adulado pelos impressionistas, cujos quadros enfeitavam
sua casa, dedicou à esposa de Manet um Improviso para
piano. “Vivo como um pardal, melodioso como um rouxinol”,
assim o definia Verlaine, que lhe forneceu dois libretos de
ópera .Quanto aos músicos, apesar do reconhecimento
de Fauré, César Franck, Debussy e, sobretudo, Ravel,
Chabrier foi um grande esquecido da música francesa.
Uma vitória memorável para Chabrier, como compositor e
pianista, foi a estreia das dez Pièces pittoresques, no dia 9
de abril de 1881. Após o concerto na recém-fundada Société
Nationale de Musique, César Franck declarou: “acabamos
de ouvir algo extraordinário; esta música liga nosso tempo
ao de Couperin e Rameau”. Sob esse
aspecto, Chabrier insere-se na tradição
dos grandes tecladistas franceses e
confirma seu papel de precursor do
pianismo de Debussy e Ravel, ambos
seus admiradores declarados.
Seguindo o exemplo de Georges Bizet
que, em 1873, orquestrara cinco peças
de seus Jeux d’enfants (originalmente
para piano a quatro mãos), Chabrier
apresentou versões orquestrais de
sua Habanera, da Alegre Marcha e da
Suíte Pastoral. Essas orquestrações
foram regidas pelo autor em primei-
ra audição, na Associação Artística
de Angers, em 4 de novembro de
1888. Desde 1880, Chabrier parti-
cipava – ao lado de Franck, d’Indy,
Fauré – do comitê dessa instituição,
destinada à divulgação dos compo-
sitores franceses contemporâneos.
Para formar a Suíte Pastoral, ele
escolheu as peças de números 6, 7,
4 e 10 das Peças Pitorescas.
Idylle (Idílio), transposta um tom
acima do original para piano, con-
fia a fluidez de seu tema à flauta,
sobre acompanhamento das cordas
em pizzicato.
Danse Villegeoise (Dança do vilarejo)
oscila entre os modos maior e menor,
com o ritmo bem marcado, vivo, carac-
terístico da província de Auvergne,
região natal do compositor.
Sous-bois (Na floresta) utiliza a delica-
deza e a variedade de timbres para filtrar
os matizes das cores nos arbustos.
Scherzo-valse (Scherzo – Valsa), de
rústica alegria, conclui a Suíte com uma
festa tímbrica, justificando os elogios
de Ravel, ao reconhecer a importante
contribuição de Chabrier para o vocabu-
lário harmônico e a imaginação orques-
tral da moderna música francesa.
PAULO SÉRG IO
MALHE IROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na
UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário
de Andrade e a arte do inacabado.
Apresenta o programa semanal Recitais
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
1 8 8 8 2 1 M I N U TO S
Suíte PastoralPrimeira apresentação
com a Filarmônica
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, flauta, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
contrafagote, 4 trompas,
tímpanos, percussão, cordas.
ED ITORA
DSCH – Kompositor
Representante: Barry Editorial
PARA OUV IR
CD Shostakovich/Kondrashin –
Complete Symphonies; Concerto
for Violin and Orchestra No. 2
op. 129 – Moscow Philharmonic
Orchestra – Kirill Kondrashin,
regente – David Oistrakh, violino
– Melodiya – 2010
PARA ASS IST IR
Moscow Philharmonic
Orchestra – Kirill Kondrashin,
regente – David Oistrakh,
violino | Acesse:
fil.mg/sviolino2
PARA LER
Attila Csampai; Dietmar
Holland – Guia básico dos
concertos: música orquestral
de 1700 até os nossos dias –
Civilização Brasileira – 1995
Lauro Machado Coelho –
Shostakovitch: vida, música,
tempo – Perspectiva – 2006
O compositor russo Dmitri Shostakovitch dedicou
seus dois concertos para violino – op. 77 e op. 129
– ao amigo e compatriota David Oistrakh. Vinte anos
separam uma obra da outra: o primeiro foi composto
entre 1947 e 1948, enquanto o segundo é de 1967. O
Concerto nº 2 foi estreado no Teatro Bolshoi a 26 de
outubro de 1967, pelo violinista David Oistrakh junto à
Orquestra Filarmônica de Moscou sob a regência de
Kirill Kondrashin. Oistrakh também foi solista na estreia
norte-americana de 1968, com Leonard Bernstein
conduzindo a Filarmônica de Nova York.
Assim como ocorre nas demais obras concertantes
de Shostakovich – são dois concertos para piano, dois
para violino e dois para violoncelo –, a primeira obra
é mais brilhante e extrovertida do que a segunda e,
consequentemente, mais tocada e conhecida. Nesses
casos, o pessimismo e a introspecção das segundas
produções refletem um compositor acossado pela políti-
ca opressora do regime soviético, quando Shostakovich
foi obrigado a participar como “artista popular” e
“camarada”. Sob os olhos da censura, Shostakovich
inseria em sua música significados dissidentes e
subversivos. Nas vezes em que o Estado percebeu
isso, suas composições sofreram alteração de texto,
cortes e proibições. A mente liberal de Shostakovich
era contrária ao antissemitismo e a qualquer forma
de opressão – a qual ele também sofreu – e, como
resultado, demonstrou-se sensível
à situação do povo judeu por toda
a sua vida.
A primeira música de Shostakovich,
escrita aos onze anos, foi uma mar-
cha fúnebre para piano Em memória
dos heróis mortos na Revolução. O
altruísmo, a solidariedade e mesmo a
revolta com o sofrimento promovido
pela guerra refletiram-se em muitas
de suas obras. O discurso, cercado
de ambiguidade, retratava a época
na qual prevalecia o medo de dizer
o que se pensa ou sente. Em sua
Sinfonia-coral nº 13, op. 113, de 1962,
Shostakovich abordou o massacre
dos judeus ucranianos em Babi Yar.
Dois anos depois foi a vez de outra
obra coral, a provocativa cantata
A execução de Stepan Razin, op.
119, trazer à tona uma revolta do
século XVII. Shostakovich encarnou
a voz do jovem escritor Yevgeny
Yevtushenko e deu vida ao herói
cossaco Razin, morto por defender
seu povo do imperialismo opressor.
Esteticamente, abeiramos ao sin-
gular Concerto para violino nº 2, no
qual o material folclórico da cantata
Stepan Razin aparece claramente.
Menos um concerto tradicional e
mais uma sonata acompanhada,
no Concerto para violino nº 2 o so-
lista desfia um contínuo monólogo
emoldurado pela orquestra. A voz
humana, oprimida, sem poder falar,
canta através do instrumento. Para
Shostakovich, o material folclórico
judaico, especialmente, forneceria
ainda aspectos paradoxais da exis-
tência humana com os quais se
identificava e poderia se expres-
sar: “Parece que compreendo o que
distingue as canções judaicas”, disse
o compositor, “uma melodia feliz
construída em tons escuros. O ‘povo’
é uma única pessoa. Por que ele
canta uma música alegre? Porque
está triste de coração”.
MARCELO CORRÊA
Pianista, Mestre em Piano pela
Universidade Federal de Minas Gerais,
professor na Universidade do Estado
de Minas Gerais.
Primeira
apresentação
com a
Filarmônica
1 967 3 2 M I N U TO S
SHOSTAKOVICH SÃO PE T E RS BU RG O , R Ú SS I A , 1 906 M O S CO U , R Ú SS I A , 1 975
Dmitri
Concerto para violino nº 2
em dó sustenido menor, op. 129
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
4 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tuba, tímpanos,
percussão, cordas.
ED ITORA
Kalmus
PARA OUV IR
CD Tchaikovsky – Sinfonia nº 2
op. 17; A tempestade op. 18 –
Chicago Symphony Orchestra
– Claudio Abbado, regente –
Sony Classical – 1992
PARA ASS IST IR
BBC National Orchestra of
Wales – Mariss Jansons,
regente | Acesse:
fil.mg/tpequenarussa
Para Tchaikovsky, a sinfonia era, antes de tudo, uma obra
confessional, à qual confiava todo o seu mundo interior.
Nesse sentido, o universo de suas sinfonias apresenta
enorme riqueza e variedade de sentimentos. Por outro
lado, o compositor sempre encontrou dificuldade em
se moldar à tradicional e característica forma sonata,
que, entretanto, insistiu em cultivar por considerá-la um
poderoso fator de unidade e coerência musicais. Em
suas sinfonias, Tchaikovsky brilha principalmente pela
intuição do poder expressivo da instrumentação e pela
ciência magistral do equilíbrio sonoro de sua orquestra.
Suas peculiaridades nesse domínio manifestam-se
em detalhes, como o emprego do registro grave das
madeiras (responsável pelo obsessivo clima sombrio
que ressoa até em suas peças de inspiração mais
alegre), ou a especial predileção pela trompa solista.
Durante o verão de 1872, na residência de sua irmã
Alexandra, em Kamenka (Ucrânia, ou Pequena Rússia),
Tchaikovsky começou a composição de sua Segunda
Sinfonia. Inspirou-se em melodias da região, o que
explica o subtítulo da obra. Difere consideravelmente
das outras sinfonias do compositor, substituindo-lhes o
caráter confessional característico – o chamado “ciclo
do fatum” – pelas alegres impressões de um músico
que passeia por aldeias e participa de festas e danças
populares. A estreia em Moscou constituiu um triunfo
memorável. Por seus elementos folclóricos, a Sinfonia
recebeu o apoio imediato dos compositores ligados ao
famoso Grupo dos Cinco, de tendência nacionalista.
Na lenta introdução ao primeiro mo-
vimento, Andante sostenuto – Allegro
vivo, a bucólica trompa cita uma vari-
ante da melodia ucraniana Descendo
o Volga, antes que a música culmi-
ne no brilho efetivo do Allegro. O de-
senvolvimento inclui elementos da
introdução em hábeis combinações
contrapontísticas.
O segundo movimento, Andantino
marziale, quasi moderato, introduz
uma marcha, de orquestração bem
dosada, típica dos pequenos con-
juntos instrumentais da Pequena
Rússia. Na parte central, uma melo-
dia relembra a lenta introdução da
Sinfonia, antes que a banda reapa-
reça, transfigurada por coloridas
variações orquestrais. O movimento
termina com o cortejo marcial se
afastando progressivamente.
O terceiro movimento, Scherzo:
Allegro molto vivace , possui a
convencional forma A-B-A. Trata-
se de página de enorme brilho. A
primeira parte A trabalha fragmentos
de temas populares, sobrepondo-os
uns aos outros, sugerindo uma dança
de aldeia ao som de balalaicas. O
trio B, simples e rústico, contrasta
com o clima dessa festa.
O Finale: Moderato assai – Allegro
vivo baseia-se na canção campestre
O grou (curiosamente, o mesmo te-
ma, variado ritmicamente, foi usado
por Beethoven no scherzo de sua
Nona Sinfonia. Provavelmente, o
compositor alemão o conheceu
pelas mãos do conde Razoumo-
vski). Tchaikovsky repete o tema oito
vezes, em uma série de variações
instrumentais, com exuberante vir-
tuosismo orquestral. Outro tema, de
beleza melódica cativante, coloca-se
em oposição ao anterior, até que
os dois, combinados, conduzam a
uma agitada dança aldeã, de alegria
comunicativa e brilhante conclusão.
PAULO SÉRG IO
MALHE IROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na
UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário
de Andrade e a arte do inacabado.
Apresenta o programa semanal Recitais
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Última apresentação:
12 de abril/2012
Fabio Mechetti, regente
1 872 , R E V I SÃO 1 879/ 1 8 8 0 3 2 M I N U TO S
TCHAIKOVSKY VOTKINSK, RÚSSIA , 1840 SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA , 1893
Piotr Ilitch
Sinfonia nº 2 em dó menor,
op. 17, “A Pequena Russa”
ILU
STRA
ÇÃO
: CAR
OLI
NA
MO
RAES
SAN
TAN
A
temporada 20 20
Filarmônica, nosso encontro na Música.
Um ano inteiro de música para você e
para quem você gosta.
um lugar na Sala Minas Gerais,
mesmo em concertos esgotados
descontos de até 20% e parcelamento
em 6 vezes
aplicativo do Assinante
cartão de acesso exclusivo com
o nome do presenteado
www.filarmonica.art.br | (31) 3219-9009 | [email protected]
NESTE NATAL, DÊ UMA ASSINATURA
DE PRESENTE.
FOTO
: EU
GÊN
IO S
ÁVIO
Nesse encontro, tivemos ao nosso lado o PÚBLICO, os AMIGOS DA
FILARMÔNICA e os PARCEIROS.
A VOCÊS, NOSSO MUITO OBRIGADO.
CA: 2018.13609.0021
INSPIRAMOS BELEZA, REUNIMOS TALENTOS E, JUNTOS, OCUPAMOS NOSSO LUGAR NA MÚSICA EM 2019.
Fortíssimo – pagina simples 15 x 25 cm
O legítimobistrô francês
da capital
A maior ofertade vinhosem taça
-15% na conta com o seu
ingresso da noite
Rua Pium-í 229 – (31)3227-7764
Chef Silvana WatelBISTRÔ – BAR DE VINHOS
Uma viagem na França... sem pagar a passagem! Venha celebrar o fim
de ano no Albanos!
Boas Festas!Apresentando seu ingresso do concerto
peça um prato e ganhe outro!*
*Parceria válida em todos os dias de funcionamento da unidade BAR ALBANOS LOURDES.Rua Rio de Janeira, 2076 | Lourdes
RESERVAS: 31 3292-6221 | 31 9 8341-3817
CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito
Jacques Schwartzman
Presidente
Roberto Mário
Gonçalves Soares Filho
Conselheiros
Angela Gutierrez
Arquimedes Brandão
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Frederico César
Silva Melo
Iran Almeida Pordeus
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Mauricio Freire
Octávio Elísio
Sérgio Pena
DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente
Diomar Silveira
Diretor
Administrativo-
financeiro
Joaquim Barreto
Diretor de
Comunicação
Agenor Carvalho
Diretora de
Marketing e Projetos
Zilka Caribé
Diretor de Operações
Ivar Siewers
EQUIPE TÉCNICAGerente de
Comunicação
Merrina Godinho
Delgado
Gerente de
Produção Musical
Claudia da Silva
Guimarães
Assessora de
Programação Musical
Gabriela de Souza
Produtor
Luis Otávio Rezende
Analistas de
Comunicação
Carolina Moraes Santana
Fernando Dornas
Lívia Aguiar
Renata Romeiro
Analistas de
Marketing
Eventos — Lívia Brito
Projetos — Larissa
Scarpelli
Relacionamento —
Itamara Kelly
Assistente de
Marketing e
Relacionamento
Henrique Campos
Assistente
de Produção
Rildo Lopez
Auxiliar
de Produção
Jeferson Silva
EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente
Administrativo-
financeira
Ana Lúcia Carvalho
Gerente Contábil
Graziela Coelho
Gerente de
Recursos Humanos
Quézia Macedo Silva
Analistas
Administrativos
João Paulo de Oliveira
Letícia Cabral
Secretária Executiva
Flaviana Mendes
Assistente
Administrativa
Cristiane Reis
Assistente de
Recursos Humanos
Jessica Nascimento
Recepcionistas
Meire Gonçalves
Vivian Figueiredo
Auxiliar Contábil
Pedro Almeida
Auxiliar
Administrativa
Geovana Benicio
Auxiliares de
Serviços Gerais
Ailda Conceição
Rose Mary de Castro
Mensageiro
Douglas Conrado
Jovem Aprendiz
Sunamita Souza
SALA MINAS GERAISGerente de
Infraestrutura
Renato Bretas
Gerente de Operações
Jorge Correia
Técnicos de Áudio
e de Iluminação
Daniel Hazan
Diano Carvalho
Assistente Operacional
Rodrigo Brandão
PRIMEIROS VIOLINOS Rommel Fernandes –
Spalla associado
Ara Harutyunyan –
Spalla assistente
Ana Paula Schmidt
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Joanna Bello
Laura von Atzingen
Luis Andrés Moncada
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
Wesley Prates
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *
Hyu-Kyung Jung ***
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha Pacífico
Matheus Braga
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Mikhail Bugaev
Nathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *
Robson Fonseca ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emília Neves
Lina Radovanovic
Lucas Barros
William Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *
André Geiger ***
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
FLAUTASCássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *
Públio Silva ***
Israel Muniz
Maria Fernanda Gonçalves
CLARINETESMarcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *
Victor Morais ***
Francisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys -Lima *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBASEleilton Cruz *
Rafael Mendes ****
TÍMPANOSDaniel Lemos ***
PERCUSSÃORafael Alberto *
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
HARPAClémence Boinot *
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE
Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESHélio Sardinha
Jussan Meireles
Klênio Carvalho
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Regente Associado
MARCOS ARAKAKI
Diretor Artístico e Regente Titular
FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social
Lei 23.081 / Ago 2018
FORTISSIMO Dezembro nº 23 / 2019
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
Godinho Delgado
Edição de texto
Berenice Menegale
Capa Selo da URSS com
miniatura eslava (1977)
O Fortissimo está
indexado aos sistemas
nacionais e internacionais
de pesquisa. Você pode
acessá-lo também
em nosso site.
Este programa foi
impresso em papel doado
pela Resma Papéis.
* principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado
Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante
e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes
Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças menores de 8 anos.
NO CONCERTO
PRÓXIMOS CONCERTOS
Restaurantes parceiros
Rua Pium-í, 229
Cruzeiro
Tel: 3227-7764
R. Rio de Janeiro, 2076
Lourdes
Tel: 3292-6221
R. Rio Grande do Sul, 1236
Santo Agostinho
Tel: 2515-6092
FO
TO
: B
RU
NA
BR
AN
DÃ
O
Hoje temos Amigos que fazem a diferença na vida de milhares de crianças e jovens ao possibilitar cada vez mais o acesso ao universo sinfônico.
Faça sua doação e ajude-nos na manutenção das nossas ações educacionais.
Conheça e veja como é fácil:FILARMONICA.ART.BR/AMIGOS 3219-9029
SUA DOAÇÃO FAZ A DIFERENÇA
12 e 13 dez, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
18 e 19 dez, 20h30 E S P E C I A L D E N ATA L
13 e 14 fev, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
5 e 6 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
14 mar, 18h F O R A D E S É R I E / S U Í T E S
19 e 20 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
Para obter a dedução fiscal no seu Imposto de Renda 2020 (ano base 2019), a doação deve ser feita até 27 de dezembro.
FIQUE ATENTO (A)
/ F I L A R M O N I C A M G
Sala Minas Gerais
www.filarmonica.art.br
R UA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1 . 0 9 0 — B A R R O P R E TO
C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E LO H O R I Z O N T E – M G
T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 0 0 | FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 3 0
CO
MU
NIC
AÇ
ÃO
IC
F /
20
19
R E A L I Z A Ç Ã O
M A N T E N E D O R
D I V U L G A Ç Ã OA P O I O
compliance
compliance