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DEZ
Presto
Veloce
F O R T I S S I M O N º 2 4 / 2 0 1 9
P R O G R A M A
RICHARD WAGNER Tannhäuser: Música da montanha de Vênus
HECTOR BERLIOZ Cleópatra
I N T E R VA L O
NIKOLAI RIMSKY-KORSAKOV
Sheherazade, op. 35 Largo e maestoso – Allegro non troppo
(O mar e o navio de Simbá)
Lento – Andantino – Allegro molto – Con moto
(A lenda do príncipe Kalender)
Andantino quasi allegretto – Pochissimo più mosso –
Come prima – Pochissimo più animato
(O jovem príncipe e a jovem princesa)
Allegro molto – Vivo – Allegro non troppo maestoso
(Festa em Bagdá – O mar – O navio se choca contra um
rochedo encimado por um guerreiro de bronze)
1 2 / 1 2
1 3 / 1 2
Presto
Veloce
FA B I O M EC H E T T I , R E G E N T E
E L I A N E C O E L H O , S O P R A N O
Ministério da Cidadania,Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N TA M
Anthony Flint, solos
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
Vênus, Cleópatra e Sheherazade
são exemplos marcantes do femi-
nino na música. Wagner, em seu
Tannhäuser, evoca a deusa sedu-
tora com sinuosidade melódica e
harmônica. Já Berlioz trata daquela
que, na história antiga, serviu como
modelo real da força de uma mulher
que pode influenciar civilizações.
Nossa grande diva, Eliane Coelho,
mostra a energia contida na obra
do compositor francês.
Ao finalizarmos as comemorações
dos 175 anos de nascimento de
Rimsky-Korsakov, evocaremos ou-
tra mulher que, com charme e sa-
bedoria, trocou a morte anunciada
por amor conquistado noite a noite.
Sheherazade, com sua riqueza me-
lódica e orquestração invejável, é
uma obra emblemática que confere
ao compositor russo lugar privile-
giado na história da música.
Hoje, muito especialmente, recebe-
mos de volta Anthony Flint, que foi
nosso spalla por uma década, tra-
zendo sua indiscutível contribuição
ao processo de desenvolvimento
de nossa Orquestra. A ele, nossos
profundos agradecimentos e votos
de sucesso e felicidade.
Também agradecemos a vocês pelo
continuado aplauso e incentivo du-
rante mais uma temporada, espe-
rando vê-los novamente em breve.
Desejamos a todos um Feliz Natal
e um harmonioso Ano Novo.
Muito obrigado.
FAB IO MECHET T I
FABIO MECHETTI
D I R E T O R A R T Í S T I C O
E R E G E N T E T I T U L A R
Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em 2008,
Fabio Mechetti posicionou a orques-
tra mineira no cenário mundial da
música erudita. Além dos prêmios
conquistados, levou a Filarmônica
a quinze capitais brasileiras, a uma
turnê pela Argentina e Uruguai e
realizou a gravação de nove álbuns,
sendo quatro para o selo interna-
cional Naxos. Ao ser convidado,
em 2014, para o cargo de Regente
Principal da Filarmônica da Malásia,
Fabio Mechetti tornou-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de
uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular das
sinfônicas de Syracuse e de Spokane,
da qual hoje é Regente Emérito.
Regente Associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington, com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Diego, foi Regente Residente. Fez
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Jersey. Continua dirigindo inúme-
ras orquestras norte-americanas e
é convidado frequente dos festivais
de verão norte-americanos, entre
eles os de Grant Park em Chicago e
Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington. No
seu repertório destacam-se produções
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterf ly , O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Suécia e Venezuela . No Brasi l ,
regeu todas as importantes orques-
tras brasileiras.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,
é Mestre em Regência e em Composição
pela Juilliard School de Nova York e
vencedor do Concurso Internacional de
Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
FOTO
: RAF
AEL
MO
TTA
Carioca, Eliane Coelho diplomou-se na
Escola Superior de Música e Teatro
de Hannover, para depois seguir uma
brilhante carreira internacional. De 1983
a 1991 esteve contratada pela Ópera
de Frankfurt e, em seguida, pela Ópera
de Viena, na qual recebeu o título de
Kammersängerin. Nesse prestigioso
espaço e em muitas outras cidades,
como Estocolmo, Munique, Berlim,
Dresden, Nice, Marselha, Copenha-
gue, Nápoles, Torino, Catânia, Sofia,
Bucareste, Praga, São Petersburgo,
Valência, Zurique, Tóquio, no Festival
Aix-en-Provence e nos teatros
La Scala e Bastille, atuou em nume-
rosos papéis. Entre eles, destacam-
-se Tosca, Butterfly, Turandot, Maria
Stuart, Fedora, Madeleine (Andrea
Chenier), Arabella, Margherita e Elena
(Mefistofele), Elettra (Idomeneo), Lady
Macbeth, Leonora (Trovatore), Aida,
Desdemona (Otello), Lina (Stiffelio),
Elena (Vespri Siciliani), Elisabetta
(Don Carlo), Elvira (Ernani), Abigaille
(Nabucco), Helene (Jerusalém). Teve
como companheiros de palco Plácido
Domingos, José Carreras, Leo Nucci,
Renato Bruson, Ferruccio Furlanetto
e Samuel Ramey; esteve sob a regên-
cia de Zubin Metha, Riccardo Chailly,
Sir Colin Davis e Donald Runnicles.
Apresentou-se com a Filarmônica de
Minas Gerais em 2009 e em 2015.
Uma de suas interpretações mais
marcantes foi o papel-título em
Salomé, de Richard Strauss. Elo-
giada internacionalmente, deu vida
e voz à princesa da Judeia centenas
de vezes, nos maiores teatros, por
todo o mundo, ao lado de artistas
como Bryn Terfel, Leonnie Rysanek,
Sigfried Jerusalem, Hans Zednik,
Bernd Weikl e Brigitte Fassbaender,
sob a regência de Zubin Mehta e
Donald Runnicles, entre outros.
Seu extenso repertório continua se
enriquecendo com novos papéis.
Nos últimos anos, abordou com
grande êxito Isolda, Brunnhilde (As
Valquírias e O crepúsculo dos deuses),
La Gioconda, Lucrezia Contarini (I due
Foscari), Lady Macbeth de Mtsensk,
Kostelnicka (Jenufa, de Janacek, no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro).
ELIANECOELHO
FOTO
: AN
TON
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UER
REI
RO
FOTO
: EU
GÊN
IO S
ÁVI
O
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
4 trompas, 3 trompetes,
3 trombones, tuba,
2 tímpanos, percussão,
harpa, cordas.
ED ITORA
Kalmus
PARA OUV IR
CD Wagner – The Complete
Overtures & Orchestral
Music from the Operas – The
Philharmonia – Yuri Simonov;
Francesco d’Avalos, regentes –
Brilliant Classics – 1990 (3 CDs)
PARA ASS IST IR
Orchestre National de France
– Emmanuel Krivine, regente
Acesse: fil.mg/wvenus
PARA LER
François-René Tranchefort –
Guia da Música Sinfônica –
Nova Fronteira – 1990
L E I P Z I G , A L E M A N H A , 1 8 1 3 V E N E Z A , I TÁ L I A , 1 8 8 3
Richard WAGNERFilho de um oficial da polícia de Leipzig, Wagner tinha
seis meses quando seu pai morreu. Aos dois anos
foi morar em Dresden, onde sua mãe se casou com
Ludwig Geyer, homem de múltiplas atividades: ator,
pintor, cantor e poeta. O amor e o carinho que esse
artista dedicou ao enteado sugeriu à maledicência
dos antiwagnerianos a lenda de que o compositor,
antissemita notório, seria filho ilegítimo do padrasto
de origem judaica. A vasta bibliografia wagneriana,
repleta de casos como esse, reúne, ao lado de uma
exegese apaixonada, obras de caráter filosófico, polí-
tico, exotérico; panfletos apologéticos divulgados pela
publicidade de Bayreuth; biografias que ressaltam o
lado inescrupuloso e egoísta de sua personalidade.
Fato inegável é que, em sua época, Wagner exerceu
influência profunda, como nenhum outro músico. Dois
marcos sinalizam sua carreira de cinquenta anos, dois
momentos decisivos para a história da Música: em
Tristão e Isolda (1859), ele emprega uma linguagem
musical cromática que leva à fronteira do sistema tonal.
Nesse limite crítico da harmonia romântica, Wagner
recuou. Volta-se, então, para terreno mais firme; e
na Abertura de Os mestres cantores de Nurenberg
(1867) escreve uma peça sinfônica em que a polifonia
instrumental torna-se protagonista e atinge extraor-
dinária e segura mestria.
Ainda criança, Wagner revelou idêntico interesse pelas
letras e pela música. Adolescente, mostrou aptidões
literárias notáveis – apaixonou-se
por Shakespeare, pela mitologia
greco-latina e chegou a escrever um
drama. Entre seus oito irmãos, quatro
também se dedicaram a carreiras
artísticas – foi o contrato assinado
por sua irmã Rosalie com o teatro
de Leipzig que levou a família de
volta à cidade natal. Nesse teatro,
Wagner assistiu a uma representa-
ção da peça Egmont, de Goethe. A
música de cena era de Beethoven
e impressionou-o profundamente.
Wagner decidiu então intensificar
seus estudos musicais. Na Tho-
masschule de Leipzig, sob a dire-
ção do mestre de capela Theodor
Weinlig, dedicou-se, maravilhado, às
partituras de Mozart, Beethoven e
Weber. Suas primeiras composições
são exercícios de estilo, segundo o
modelo desses clássicos vienenses
– peças para piano, um quarteto de
cordas, duas aberturas de concerto,
a Sinfonia em Dó maior... Wagner
começou, portanto, como compo-
sitor instrumental. Muitas dessas
composições se perderam e as que
nos chegaram pouco revelam do
posterior estilo pessoal do com-
positor. A verdadeira vocação de
Wagner era o teatro.
De fato, o repertório instrumental
wagneriano mais tocado em con-
certos é retirado de suas óperas:
aberturas, prelúdios, intermezzi e
finais. A música de Venusberg é
uma exceção. Foi escrita em 1861
para uma apresentação parisiense
de Tannhäuser (1845), atendendo
ao apelo do público francês, que
exigia um balé logo após a abertura
da ópera. Ninfas, sátiros e sereias
dançam para Vênus. Mas trata-se,
aqui, de uma Vênus medieval, não
grega; mais próxima do Inferno das
lendas germânicas que do Olimpo
mitológico.
PAULO SÉRG IO
MALHE IROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na
UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário
de Andrade e a arte do inacabado.
Apresenta o programa semanal Recitais
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
1 84 5 / 1 8 61 1 2 M I N U TO S
Tannhäuser:
Música da montanha de VênusPrimeira apresentação
com a Filarmônica
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
4 trompas, 2 trompetes,
3 trombones, tímpanos,
cordas.
ED ITORA
Breitkopf & Härtel
PARA OUV IR
CD Berlioz – Cléopâtre –
Orquestra Sinfônica de
Londres – Sir Colin Davis,
regente – Janet Baker, mezzo-
soprano – Polygram – 2002
PARA ASS IST IR
Colorado Symphony
Orchestra – Andrés Cárdenes,
regente – Michelle DeYoung,
soprano – Acesse:
fil.mg/bcleopatra
PARA LER
Melinda O’Neal – Experiencing
Berlioz – Rowman & Littlefield
– 2018
Hector BERLIOZA figura quase caricatural de Berlioz poderia parecer
pitoresca, hoje, se não fosse a sua verdadeira sinceri-
dade. A cabeleira farta e cuidadosamente desalinhada,
o nariz e o olhar agudos, a maneira emotiva e enfática
de expressar as suas paixões, um certo senso de hu-
mor, raro em uma figura tão cônscia de si, lhe dão um
aspecto de ator shakespeariano, entre o louco e o trá-
gico. Mesmo sua atividade frenética tem um certo traço
de impulsividade e exagero: investe sobre ministérios,
monta espetáculos, reúne orquestras monumentais,
organiza festivais de música. Como Schumann, Berlioz
também encontra na literatura e na crítica um canal
de ativismo estético, e sua produção é pródiga nesse
campo: escreveu desde suas memórias a ensaios so-
bre estética musical. Seu tratado de orquestração, até
hoje um clássico exemplar, mais que uma obra técnica,
é uma obra sobre estética, sobre a linguagem musi-
cal e sobre o Zeitgeist romântico. Por isso, vê-se que,
nas coisas sérias, ele retoma a lucidez e reencontra
o rigor intelectual.
Sua música é o espelho de sua personalidade, prin-
cipalmente no que se refere à inventividade melódi-
ca e ao virtuosismo orquestral, suas características
principais. Sua impetuosidade criativa, associada ao
brilho sinfônico, desenvolve, no campo da construção
melódica, a sua percepção das possibilidades rítmicas
e melódicas dos instrumentos da orquestra, o que fez
dele uma das referências para a orquestração moderna.
Até seu ativismo parece se refletir em sua música, na
medida em que recorre frequente-
mente ao emprego de ideias fixas,
ou temas característicos, dotados
de valor simbólico, que anunciam
o Leitmotiv de Wagner.
É natural que tal personalidade im-
pulsiva e um tanto egocêntrica não
fosse muito resiliente ao fracasso.
No entanto, Berlioz sofreu três. Três
vezes fracassou em ganhar o Grande
Prêmio de Roma até que, em 1830, o
conquistou. Tratava-se de um con-
curso de composição, dificílimo, no
qual, em uma das provas, se deveria
criar, em curto lapso de tempo, uma
obra original, proposta pela comissão
julgadora. Como prêmio, o compositor,
entre outras coisas, era convidado
a passar uma temporada na Itália,
na Villa dos Medici, para dedicar-se
inteiramente a seu trabalho.
Berlioz concorreu quatro vezes, com
quatro cantatas: La Mort D’Orphée,
Herminie, Cléopâtre e Sardanapale.
Passou de 1831 a 1832 na Villa dos
Medici, não por Cleópatra, mas por
Sardanapale. Cleópatra foi uma da-
quelas tentativas fracassadas. No
entanto, o interesse pela obra res-
surgiu no século XX e hoje é uma
de suas obras que mais desperta
curiosidade e admiração entre intér-
pretes e o público, tendo se tornado
peça quase obrigatória no repertório
das vozes mezzo-soprano.
Composta em 1829, mas estreada
apenas muitos anos depois, quan-
do Berlioz a conduziu em alguns
concertos que fez pela Alemanha,
essa Cena Lírica Dramática (como o
compositor a designou), com texto de
Pierre-Ange Vieillard, assombrou o
júri do Grande Prêmio de Roma por
sua ousadia. É que Berlioz, como
sempre, se afirmava em sua liber-
dade, sua personalidade criativa e
seu próprio estilo, o que fez dessa
obra um importante legado para os
anos que viriam.
MOACYR L ATERZA
F ILHO Pianista e cravista, Doutor
em Literaturas de Língua Portuguesa,
professor da Universidade do Estado
de Minas Gerais e da Fundação de
Educação Artística.
1 8 29 2 2 M I N U TO S
CleópatraPrimeira apresentação
com a Filarmônica
L A C ÔT E SA I N T-A N D R É , F R A N Ç A , 1 8 03 PA R I S , F R A N Ç A , 1 8 69
INSTRUMENTAÇÃO
2 piccolos, 2 flautas, 2 oboés,
corne inglês, 2 clarinetes,
2 fagotes, 4 trompas,
2 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
harpa, cordas.
ED ITORA
Kalmus
PARA OUV IR
CD Rimsky-Korsakov –
Shéhérazade; Russian easter
overture; Capriccio espagnol –
Philadelphia Orchestra –
Eugene Ormandy, regente –
Sony Classical – 1966
PARA ASS IST IR
Sinfónica de Galicia – Leif
Segerstam, regente | Acesse:
fil.mg/rksheherazade
PARA LER
Nikolai Rimsky-Korsakov –
Ma vie musicale – Pierre Lafitte
– 1914
Richard Taruskin – On Russian
music – Berkeley – University of
California Press – 2009
Nos anos 1860/1870, Rimsky-Korsakov fez parte do Grupo
dos Cinco, formado por jovens compositores que se reuniam
frequentemente em casa de Mily Balakirev, para estudar
música. Eram eles Alexander Borodin, César Cui, Modest
Mussorgsky e o próprio Rimsky-Korsakov. Após sua disso-
lução, um novo grupo pouco a pouco se formou em torno
do rico comerciante e mecenas Mitrofan Belyayev que, a
partir dos anos 1880, reunia alguns dos maiores artistas
de São Petersburgo. O grupo, conhecido como Círculo
Belyayev, tinha Rimsky-Korsakov como seu líder musi-
cal. Belyayev criou em 1886 a série Concertos Sinfônicos
Russos, destinada a permitir que os jovens composito-
res russos tivessem suas obras sinfônicas executadas.
Para essa série, Rimsky-Korsakov compôs algumas de
suas obras mais conhecidas: o Capricho Espanhol (1887),
Sheherazade (1888) e A Grande Páscoa Russa (1888).
Sheherazade é a protagonista das Mil e uma noites, coletânea
de contos populares medievais da Ásia ocidental e meri-
dional, originalmente escritos em árabe. Desde que foram
traduzidos para o francês, pela primeira vez, no início do
século XVIII, esses contos passaram a ser considerados na
Europa como a representação máxima do fantástico mundo
da fábula oriental. Algumas são populares ainda hoje. As
fábulas são ligadas, entre si, por meio de um conto base: o
sultão, traído por sua primeira esposa,
manda executá-la e decide casar-se
com uma jovem virgem a cada noite,
fazendo executá-la no dia seguinte
para se prevenir de uma futura in-
fidelidade. Sheherazade, filha mais
velha do vizir, decide casar-se com
o sultão. Na noite de núpcias, conta-
-lhe uma estória cujo final é deixado
para a noite seguinte, a fim de que o
sultão tivesse que adiar a sua execu-
ção para saber o desfecho. Na noite
seguinte, tão logo ela termina a estó-
ria, começa imediatamente outra, sem
terminá-la. E assim, sucessivamente,
Sheherazade prende o sultão por mil
e uma noites até que, como prova de
afeição, ele perdoa-lhe a sentença, e
ela lhe apresenta os três filhos que,
nesse período, dera à luz.
Para dar vida às fábulas das Mil e uma
noites e, ao mesmo tempo, preservar
o colorido russo, Rimsky-Korsakov
explorou ao máximo os timbres da
orquestra. Ao evitar a mera combina-
ção de folclore com música erudita,
ele se livrava de dois possíveis erros:
o de fazer degenerar a obra em ama-
dorismo, ao amarrá-la à entonação
folclórica; e o de sacrificar a própria
entonação folclórica para adequá-la
às demandas artísticas. Sua decisão
foi capturar a substância folclórica –
melódica e rítmica – e preservar sua
essência, sem adequá-la a parâmetros
estruturais eruditos. A matéria bruta
restaria praticamente intocada, e a ên-
fase seria dada ao colorido orquestral.
Nas palavras do compositor, a suíte
sinfônica Sheherazade foi inspirada
“em imagens singulares e episódios
separados das Mil e uma noites, dis-
tribuídas nos quatro movimentos da
suíte. Como ligação entre os quadros,
criei os breves trechos para violino
solo, que são atribuídos à sultana
Sheherazade”. Sua estreia se deu
em 3 de novembro de 1888, na série
Concertos Sinfônicos Russos, em
São Petersburgo, sob a regência
do compositor.
GU ILHERME
NASC IMENTO Compositor, Doutor
em Música pela Unicamp, professor na
Escola de Música da UEMG, autor dos
livros Os sapatos floridos não voam
e Música menor.
RIMSKY-KORSAKOVT I K H V I N , R Ú SS I A , 1 84 4 LYU B E N S K , R Ú SS I A , 1 90 8
Nikolai1 8 8 8 4 2 M I N U TO S
Sheherazade, op. 35
Última apresentação:
7 de março / 2013
Fabio Mechetti, regente
ILU
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ÇÃO
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MO
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temporada 20 20
Filarmônica, nosso encontro na Música.
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Nesse encontro, tivemos ao nosso lado o PÚBLICO, os AMIGOS DA
FILARMÔNICA e os PARCEIROS.
A VOCÊS, NOSSO MUITO OBRIGADO.
CA: 2018.13609.0021
INSPIRAMOS BELEZA, REUNIMOS TALENTOS E, JUNTOS, OCUPAMOS NOSSO LUGAR NA MÚSICA EM 2019.
CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito
Jacques Schwartzman
Presidente
Roberto Mário
Gonçalves Soares Filho
Conselheiros
Angela Gutierrez
Arquimedes Brandão
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Frederico César
Silva Melo
Iran Almeida Pordeus
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Mauricio Freire
Octávio Elísio
Sérgio Pena
DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente
Diomar Silveira
Diretor
Administrativo-
financeiro
Joaquim Barreto
Diretor de
Comunicação
Agenor Carvalho
Diretora de
Marketing e Projetos
Zilka Caribé
Diretor de Operações
Ivar Siewers
EQUIPE TÉCNICAGerente de
Comunicação
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Delgado
Gerente de
Produção Musical
Claudia da Silva
Guimarães
Assessora de
Programação Musical
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Produtor
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Analistas de
Comunicação
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Fernando Dornas
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Projetos — Larissa
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de Produção
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Auxiliar
de Produção
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EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente
Administrativo-
financeira
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Gerente Contábil
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Gerente de
Recursos Humanos
Quézia Macedo Silva
Analistas
Administrativos
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Letícia Cabral
Secretária Executiva
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Administrativa
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Assistente de
Recursos Humanos
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Recepcionistas
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Auxiliar Contábil
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Auxiliar
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Auxiliares de
Serviços Gerais
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Rose Mary de Castro
Mensageiro
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Jovem Aprendiz
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SALA MINAS GERAISGerente de
Infraestrutura
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Gerente de Operações
Jorge Correia
Técnicos de Áudio
e de Iluminação
Daniel Hazan
Diano Carvalho
Assistente Operacional
Rodrigo Brandão
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Regente Associado
MARCOS ARAKAKI
Diretor Artístico e Regente Titular
FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social
Lei 23.081 / Ago 2018
FORTISSIMO Dezembro nº 24 / 2019
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
Godinho Delgado
Edição de texto
Berenice Menegale
Capa Scheherazade,
desenho de Alberto
Vargas
O Fortissimo está
indexado aos
sistemas nacionais
e internacionais de
pesquisa. Você pode
acessá-lo também
em nosso site.
Este programa
foi impresso em
papel doado pela
Resma Papéis.
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint –
Spalla convidado
Rommel Fernandes –
Spalla associado
Ara Harutyunyan –
Spalla assistente
Ana Paula Schmidt
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Joanna Bello
Laura von Atzingen
Luis Andrés Moncada
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
Wesley Prates
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *
Hyu-Kyung Jung ***
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha Pacífico
Matheus Braga
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Mikhail Bugaev
Nathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *
Robson Fonseca ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emília Neves
Lina Radovanovic
Lucas Barros
William Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *
André Geiger ***
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
FLAUTASCássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *
Públio Silva ***
Israel Muniz
Maria Fernanda Gonçalves
CLARINETESMarcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *
Victor Morais ***
Francisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys -Lima *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBASEleilton Cruz *
Rafael Mendes ****
TÍMPANOSDaniel Lemos ***
PERCUSSÃORafael Alberto *
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
John Boudler ****
Danilo Valle ****
HARPAClémence Boinot *
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE
Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESHélio Sardinha
Jussan Meireles
Klênio Carvalho
* principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado
Fortíssimo – pagina simples 15 x 25 cm
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Rua Pium-í 229 – (31)3227-7764
Chef Silvana WatelBISTRÔ – BAR DE VINHOS
Uma viagem na França... sem pagar a passagem! Venha celebrar o fim
de ano no Albanos!
Boas Festas!Apresentando seu ingresso do concerto
peça um prato e ganhe outro!*
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RESERVAS: 31 3292-6221 | 31 9 8341-3817
Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante
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Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças menores de 8 anos.
NO CONCERTO
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Cruzeiro
Tel: 3227-7764
R. Rio de Janeiro, 2076
Lourdes
Tel: 3292-6221
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18 e 19 dez, 20h30 E S P E C I A L D E N ATA L
13 e 14 fev, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
5 e 6 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
14 mar, 18h F O R A D E S É R I E / S U Í T E S
19 e 20 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
26 e 27 mar, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
Para obter a dedução fiscal no seu Imposto de Renda 2020 (ano base 2019), a doação deve ser feita até 27 de dezembro.
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