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12 13 DEZ Presto Veloce FORTISSIMO Nº 24 / 2019

FORTISSIMO Nº 24 / 2019...François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 LEIPZIG, ALEMANHA, 1813 VENEZA, ITÁLIA, 1883 Richard WAGNER Filho

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Page 1: FORTISSIMO Nº 24 / 2019...François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 LEIPZIG, ALEMANHA, 1813 VENEZA, ITÁLIA, 1883 Richard WAGNER Filho

1213

DEZ

Presto

Veloce

F O R T I S S I M O N º 2 4 / 2 0 1 9

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P R O G R A M A

RICHARD WAGNER Tannhäuser: Música da montanha de Vênus

HECTOR BERLIOZ Cleópatra

I N T E R VA L O

NIKOLAI RIMSKY-KORSAKOV

Sheherazade, op. 35 Largo e maestoso – Allegro non troppo

(O mar e o navio de Simbá)

Lento – Andantino – Allegro molto – Con moto

(A lenda do príncipe Kalender)

Andantino quasi allegretto – Pochissimo più mosso –

Come prima – Pochissimo più animato

(O jovem príncipe e a jovem princesa)

Allegro molto – Vivo – Allegro non troppo maestoso

(Festa em Bagdá – O mar – O navio se choca contra um

rochedo encimado por um guerreiro de bronze)

1 2 / 1 2

1 3 / 1 2

Presto

Veloce

FA B I O M EC H E T T I , R E G E N T E

E L I A N E C O E L H O , S O P R A N O

Ministério da Cidadania,Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N TA M

Anthony Flint, solos

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CAROS AMIGOS E AMIGAS,

Vênus, Cleópatra e Sheherazade

são exemplos marcantes do femi-

nino na música. Wagner, em seu

Tannhäuser, evoca a deusa sedu-

tora com sinuosidade melódica e

harmônica. Já Berlioz trata daquela

que, na história antiga, serviu como

modelo real da força de uma mulher

que pode influenciar civilizações.

Nossa grande diva, Eliane Coelho,

mostra a energia contida na obra

do compositor francês.

Ao finalizarmos as comemorações

dos 175 anos de nascimento de

Rimsky-Korsakov, evocaremos ou-

tra mulher que, com charme e sa-

bedoria, trocou a morte anunciada

por amor conquistado noite a noite.

Sheherazade, com sua riqueza me-

lódica e orquestração invejável, é

uma obra emblemática que confere

ao compositor russo lugar privile-

giado na história da música.

Hoje, muito especialmente, recebe-

mos de volta Anthony Flint, que foi

nosso spalla por uma década, tra-

zendo sua indiscutível contribuição

ao processo de desenvolvimento

de nossa Orquestra. A ele, nossos

profundos agradecimentos e votos

de sucesso e felicidade.

Também agradecemos a vocês pelo

continuado aplauso e incentivo du-

rante mais uma temporada, espe-

rando vê-los novamente em breve.

Desejamos a todos um Feliz Natal

e um harmonioso Ano Novo.

Muito obrigado.

FAB IO MECHET T I

FABIO MECHETTI

D I R E T O R A R T Í S T I C O

E R E G E N T E T I T U L A R

Diretor Artístico e Regente Titular

da Orquestra Filarmônica de Minas

Gerais desde sua criação, em 2008,

Fabio Mechetti posicionou a orques-

tra mineira no cenário mundial da

música erudita. Além dos prêmios

conquistados, levou a Filarmônica

a quinze capitais brasileiras, a uma

turnê pela Argentina e Uruguai e

realizou a gravação de nove álbuns,

sendo quatro para o selo interna-

cional Naxos. Ao ser convidado,

em 2014, para o cargo de Regente

Principal da Filarmônica da Malásia,

Fabio Mechetti tornou-se o primeiro

regente brasileiro a ser titular de

uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve

quatorze anos à frente da Orquestra

Sinfônica de Jacksonville e, atual-

mente, é seu Regente Titular Emérito.

Foi também Regente Titular das

sinfônicas de Syracuse e de Spokane,

da qual hoje é Regente Emérito.

Regente Associado de Mstislav

Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Nacional de Washington, com ela

dirigiu concertos no Kennedy Center

e no Capitólio. Da Sinfônica de San

Diego, foi Regente Residente. Fez

sua estreia no Carnegie Hall de Nova

York conduzindo a Sinfônica de Nova

Jersey. Continua dirigindo inúme-

ras orquestras norte-americanas e

é convidado frequente dos festivais

de verão norte-americanos, entre

eles os de Grant Park em Chicago e

Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente

de ópera, estreou nos Estados Unidos

dirigindo a Ópera de Washington. No

seu repertório destacam-se produções

de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

Madame Butterf ly , O barbeiro de

Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem

ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,

Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-

lia, Japão, México, Nova Zelândia,

Suécia e Venezuela . No Brasi l ,

regeu todas as importantes orques-

tras brasileiras.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,

é Mestre em Regência e em Composição

pela Juilliard School de Nova York e

vencedor do Concurso Internacional de

Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

FOTO

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AEL

MO

TTA

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Carioca, Eliane Coelho diplomou-se na

Escola Superior de Música e Teatro

de Hannover, para depois seguir uma

brilhante carreira internacional. De 1983

a 1991 esteve contratada pela Ópera

de Frankfurt e, em seguida, pela Ópera

de Viena, na qual recebeu o título de

Kammersängerin. Nesse prestigioso

espaço e em muitas outras cidades,

como Estocolmo, Munique, Berlim,

Dresden, Nice, Marselha, Copenha-

gue, Nápoles, Torino, Catânia, Sofia,

Bucareste, Praga, São Petersburgo,

Valência, Zurique, Tóquio, no Festival

Aix-en-Provence e nos teatros

La Scala e Bastille, atuou em nume-

rosos papéis. Entre eles, destacam-

-se Tosca, Butterfly, Turandot, Maria

Stuart, Fedora, Madeleine (Andrea

Chenier), Arabella, Margherita e Elena

(Mefistofele), Elettra (Idomeneo), Lady

Macbeth, Leonora (Trovatore), Aida,

Desdemona (Otello), Lina (Stiffelio),

Elena (Vespri Siciliani), Elisabetta

(Don Carlo), Elvira (Ernani), Abigaille

(Nabucco), Helene (Jerusalém). Teve

como companheiros de palco Plácido

Domingos, José Carreras, Leo Nucci,

Renato Bruson, Ferruccio Furlanetto

e Samuel Ramey; esteve sob a regên-

cia de Zubin Metha, Riccardo Chailly,

Sir Colin Davis e Donald Runnicles.

Apresentou-se com a Filarmônica de

Minas Gerais em 2009 e em 2015.

Uma de suas interpretações mais

marcantes foi o papel-título em

Salomé, de Richard Strauss. Elo-

giada internacionalmente, deu vida

e voz à princesa da Judeia centenas

de vezes, nos maiores teatros, por

todo o mundo, ao lado de artistas

como Bryn Terfel, Leonnie Rysanek,

Sigfried Jerusalem, Hans Zednik,

Bernd Weikl e Brigitte Fassbaender,

sob a regência de Zubin Mehta e

Donald Runnicles, entre outros.

Seu extenso repertório continua se

enriquecendo com novos papéis.

Nos últimos anos, abordou com

grande êxito Isolda, Brunnhilde (As

Valquírias e O crepúsculo dos deuses),

La Gioconda, Lucrezia Contarini (I due

Foscari), Lady Macbeth de Mtsensk,

Kostelnicka (Jenufa, de Janacek, no

Theatro Municipal do Rio de Janeiro).

ELIANECOELHO

FOTO

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INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 3 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes,

4 trompas, 3 trompetes,

3 trombones, tuba,

2 tímpanos, percussão,

harpa, cordas.

ED ITORA

Kalmus

PARA OUV IR

CD Wagner – The Complete

Overtures & Orchestral

Music from the Operas – The

Philharmonia – Yuri Simonov;

Francesco d’Avalos, regentes –

Brilliant Classics – 1990 (3 CDs)

PARA ASS IST IR

Orchestre National de France

– Emmanuel Krivine, regente

Acesse: fil.mg/wvenus

PARA LER

François-René Tranchefort –

Guia da Música Sinfônica –

Nova Fronteira – 1990

L E I P Z I G , A L E M A N H A , 1 8 1 3 V E N E Z A , I TÁ L I A , 1 8 8 3

Richard WAGNERFilho de um oficial da polícia de Leipzig, Wagner tinha

seis meses quando seu pai morreu. Aos dois anos

foi morar em Dresden, onde sua mãe se casou com

Ludwig Geyer, homem de múltiplas atividades: ator,

pintor, cantor e poeta. O amor e o carinho que esse

artista dedicou ao enteado sugeriu à maledicência

dos antiwagnerianos a lenda de que o compositor,

antissemita notório, seria filho ilegítimo do padrasto

de origem judaica. A vasta bibliografia wagneriana,

repleta de casos como esse, reúne, ao lado de uma

exegese apaixonada, obras de caráter filosófico, polí-

tico, exotérico; panfletos apologéticos divulgados pela

publicidade de Bayreuth; biografias que ressaltam o

lado inescrupuloso e egoísta de sua personalidade.

Fato inegável é que, em sua época, Wagner exerceu

influência profunda, como nenhum outro músico. Dois

marcos sinalizam sua carreira de cinquenta anos, dois

momentos decisivos para a história da Música: em

Tristão e Isolda (1859), ele emprega uma linguagem

musical cromática que leva à fronteira do sistema tonal.

Nesse limite crítico da harmonia romântica, Wagner

recuou. Volta-se, então, para terreno mais firme; e

na Abertura de Os mestres cantores de Nurenberg

(1867) escreve uma peça sinfônica em que a polifonia

instrumental torna-se protagonista e atinge extraor-

dinária e segura mestria.

Ainda criança, Wagner revelou idêntico interesse pelas

letras e pela música. Adolescente, mostrou aptidões

literárias notáveis – apaixonou-se

por Shakespeare, pela mitologia

greco-latina e chegou a escrever um

drama. Entre seus oito irmãos, quatro

também se dedicaram a carreiras

artísticas – foi o contrato assinado

por sua irmã Rosalie com o teatro

de Leipzig que levou a família de

volta à cidade natal. Nesse teatro,

Wagner assistiu a uma representa-

ção da peça Egmont, de Goethe. A

música de cena era de Beethoven

e impressionou-o profundamente.

Wagner decidiu então intensificar

seus estudos musicais. Na Tho-

masschule de Leipzig, sob a dire-

ção do mestre de capela Theodor

Weinlig, dedicou-se, maravilhado, às

partituras de Mozart, Beethoven e

Weber. Suas primeiras composições

são exercícios de estilo, segundo o

modelo desses clássicos vienenses

– peças para piano, um quarteto de

cordas, duas aberturas de concerto,

a Sinfonia em Dó maior... Wagner

começou, portanto, como compo-

sitor instrumental. Muitas dessas

composições se perderam e as que

nos chegaram pouco revelam do

posterior estilo pessoal do com-

positor. A verdadeira vocação de

Wagner era o teatro.

De fato, o repertório instrumental

wagneriano mais tocado em con-

certos é retirado de suas óperas:

aberturas, prelúdios, intermezzi e

finais. A música de Venusberg é

uma exceção. Foi escrita em 1861

para uma apresentação parisiense

de Tannhäuser (1845), atendendo

ao apelo do público francês, que

exigia um balé logo após a abertura

da ópera. Ninfas, sátiros e sereias

dançam para Vênus. Mas trata-se,

aqui, de uma Vênus medieval, não

grega; mais próxima do Inferno das

lendas germânicas que do Olimpo

mitológico.

PAULO SÉRG IO

MALHE IROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor na

UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário

de Andrade e a arte do inacabado.

Apresenta o programa semanal Recitais

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

1 84 5 / 1 8 61 1 2 M I N U TO S

Tannhäuser:

Música da montanha de VênusPrimeira apresentação

com a Filarmônica

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INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes,

4 trompas, 2 trompetes,

3 trombones, tímpanos,

cordas.

ED ITORA

Breitkopf & Härtel

PARA OUV IR

CD Berlioz – Cléopâtre –

Orquestra Sinfônica de

Londres – Sir Colin Davis,

regente – Janet Baker, mezzo-

soprano – Polygram – 2002

PARA ASS IST IR

Colorado Symphony

Orchestra – Andrés Cárdenes,

regente – Michelle DeYoung,

soprano – Acesse:

fil.mg/bcleopatra

PARA LER

Melinda O’Neal – Experiencing

Berlioz – Rowman & Littlefield

– 2018

Hector BERLIOZA figura quase caricatural de Berlioz poderia parecer

pitoresca, hoje, se não fosse a sua verdadeira sinceri-

dade. A cabeleira farta e cuidadosamente desalinhada,

o nariz e o olhar agudos, a maneira emotiva e enfática

de expressar as suas paixões, um certo senso de hu-

mor, raro em uma figura tão cônscia de si, lhe dão um

aspecto de ator shakespeariano, entre o louco e o trá-

gico. Mesmo sua atividade frenética tem um certo traço

de impulsividade e exagero: investe sobre ministérios,

monta espetáculos, reúne orquestras monumentais,

organiza festivais de música. Como Schumann, Berlioz

também encontra na literatura e na crítica um canal

de ativismo estético, e sua produção é pródiga nesse

campo: escreveu desde suas memórias a ensaios so-

bre estética musical. Seu tratado de orquestração, até

hoje um clássico exemplar, mais que uma obra técnica,

é uma obra sobre estética, sobre a linguagem musi-

cal e sobre o Zeitgeist romântico. Por isso, vê-se que,

nas coisas sérias, ele retoma a lucidez e reencontra

o rigor intelectual.

Sua música é o espelho de sua personalidade, prin-

cipalmente no que se refere à inventividade melódi-

ca e ao virtuosismo orquestral, suas características

principais. Sua impetuosidade criativa, associada ao

brilho sinfônico, desenvolve, no campo da construção

melódica, a sua percepção das possibilidades rítmicas

e melódicas dos instrumentos da orquestra, o que fez

dele uma das referências para a orquestração moderna.

Até seu ativismo parece se refletir em sua música, na

medida em que recorre frequente-

mente ao emprego de ideias fixas,

ou temas característicos, dotados

de valor simbólico, que anunciam

o Leitmotiv de Wagner.

É natural que tal personalidade im-

pulsiva e um tanto egocêntrica não

fosse muito resiliente ao fracasso.

No entanto, Berlioz sofreu três. Três

vezes fracassou em ganhar o Grande

Prêmio de Roma até que, em 1830, o

conquistou. Tratava-se de um con-

curso de composição, dificílimo, no

qual, em uma das provas, se deveria

criar, em curto lapso de tempo, uma

obra original, proposta pela comissão

julgadora. Como prêmio, o compositor,

entre outras coisas, era convidado

a passar uma temporada na Itália,

na Villa dos Medici, para dedicar-se

inteiramente a seu trabalho.

Berlioz concorreu quatro vezes, com

quatro cantatas: La Mort D’Orphée,

Herminie, Cléopâtre e Sardanapale.

Passou de 1831 a 1832 na Villa dos

Medici, não por Cleópatra, mas por

Sardanapale. Cleópatra foi uma da-

quelas tentativas fracassadas. No

entanto, o interesse pela obra res-

surgiu no século XX e hoje é uma

de suas obras que mais desperta

curiosidade e admiração entre intér-

pretes e o público, tendo se tornado

peça quase obrigatória no repertório

das vozes mezzo-soprano.

Composta em 1829, mas estreada

apenas muitos anos depois, quan-

do Berlioz a conduziu em alguns

concertos que fez pela Alemanha,

essa Cena Lírica Dramática (como o

compositor a designou), com texto de

Pierre-Ange Vieillard, assombrou o

júri do Grande Prêmio de Roma por

sua ousadia. É que Berlioz, como

sempre, se afirmava em sua liber-

dade, sua personalidade criativa e

seu próprio estilo, o que fez dessa

obra um importante legado para os

anos que viriam.

MOACYR L ATERZA

F ILHO Pianista e cravista, Doutor

em Literaturas de Língua Portuguesa,

professor da Universidade do Estado

de Minas Gerais e da Fundação de

Educação Artística.

1 8 29 2 2 M I N U TO S

CleópatraPrimeira apresentação

com a Filarmônica

L A C ÔT E SA I N T-A N D R É , F R A N Ç A , 1 8 03 PA R I S , F R A N Ç A , 1 8 69

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INSTRUMENTAÇÃO

2 piccolos, 2 flautas, 2 oboés,

corne inglês, 2 clarinetes,

2 fagotes, 4 trompas,

2 trompetes, 3 trombones,

tuba, tímpanos, percussão,

harpa, cordas.

ED ITORA

Kalmus

PARA OUV IR

CD Rimsky-Korsakov –

Shéhérazade; Russian easter

overture; Capriccio espagnol –

Philadelphia Orchestra –

Eugene Ormandy, regente –

Sony Classical – 1966

PARA ASS IST IR

Sinfónica de Galicia – Leif

Segerstam, regente | Acesse:

fil.mg/rksheherazade

PARA LER

Nikolai Rimsky-Korsakov –

Ma vie musicale – Pierre Lafitte

– 1914

Richard Taruskin – On Russian

music – Berkeley – University of

California Press – 2009

Nos anos 1860/1870, Rimsky-Korsakov fez parte do Grupo

dos Cinco, formado por jovens compositores que se reuniam

frequentemente em casa de Mily Balakirev, para estudar

música. Eram eles Alexander Borodin, César Cui, Modest

Mussorgsky e o próprio Rimsky-Korsakov. Após sua disso-

lução, um novo grupo pouco a pouco se formou em torno

do rico comerciante e mecenas Mitrofan Belyayev que, a

partir dos anos 1880, reunia alguns dos maiores artistas

de São Petersburgo. O grupo, conhecido como Círculo

Belyayev, tinha Rimsky-Korsakov como seu líder musi-

cal. Belyayev criou em 1886 a série Concertos Sinfônicos

Russos, destinada a permitir que os jovens composito-

res russos tivessem suas obras sinfônicas executadas.

Para essa série, Rimsky-Korsakov compôs algumas de

suas obras mais conhecidas: o Capricho Espanhol (1887),

Sheherazade (1888) e A Grande Páscoa Russa (1888).

Sheherazade é a protagonista das Mil e uma noites, coletânea

de contos populares medievais da Ásia ocidental e meri-

dional, originalmente escritos em árabe. Desde que foram

traduzidos para o francês, pela primeira vez, no início do

século XVIII, esses contos passaram a ser considerados na

Europa como a representação máxima do fantástico mundo

da fábula oriental. Algumas são populares ainda hoje. As

fábulas são ligadas, entre si, por meio de um conto base: o

sultão, traído por sua primeira esposa,

manda executá-la e decide casar-se

com uma jovem virgem a cada noite,

fazendo executá-la no dia seguinte

para se prevenir de uma futura in-

fidelidade. Sheherazade, filha mais

velha do vizir, decide casar-se com

o sultão. Na noite de núpcias, conta-

-lhe uma estória cujo final é deixado

para a noite seguinte, a fim de que o

sultão tivesse que adiar a sua execu-

ção para saber o desfecho. Na noite

seguinte, tão logo ela termina a estó-

ria, começa imediatamente outra, sem

terminá-la. E assim, sucessivamente,

Sheherazade prende o sultão por mil

e uma noites até que, como prova de

afeição, ele perdoa-lhe a sentença, e

ela lhe apresenta os três filhos que,

nesse período, dera à luz.

Para dar vida às fábulas das Mil e uma

noites e, ao mesmo tempo, preservar

o colorido russo, Rimsky-Korsakov

explorou ao máximo os timbres da

orquestra. Ao evitar a mera combina-

ção de folclore com música erudita,

ele se livrava de dois possíveis erros:

o de fazer degenerar a obra em ama-

dorismo, ao amarrá-la à entonação

folclórica; e o de sacrificar a própria

entonação folclórica para adequá-la

às demandas artísticas. Sua decisão

foi capturar a substância folclórica –

melódica e rítmica – e preservar sua

essência, sem adequá-la a parâmetros

estruturais eruditos. A matéria bruta

restaria praticamente intocada, e a ên-

fase seria dada ao colorido orquestral.

Nas palavras do compositor, a suíte

sinfônica Sheherazade foi inspirada

“em imagens singulares e episódios

separados das Mil e uma noites, dis-

tribuídas nos quatro movimentos da

suíte. Como ligação entre os quadros,

criei os breves trechos para violino

solo, que são atribuídos à sultana

Sheherazade”. Sua estreia se deu

em 3 de novembro de 1888, na série

Concertos Sinfônicos Russos, em

São Petersburgo, sob a regência

do compositor.

GU ILHERME

NASC IMENTO Compositor, Doutor

em Música pela Unicamp, professor na

Escola de Música da UEMG, autor dos

livros Os sapatos floridos não voam

e Música menor.

RIMSKY-KORSAKOVT I K H V I N , R Ú SS I A , 1 84 4 LYU B E N S K , R Ú SS I A , 1 90 8

Nikolai1 8 8 8 4 2 M I N U TO S

Sheherazade, op. 35

Última apresentação:

7 de março / 2013

Fabio Mechetti, regente

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FOTO

: EU

GÊN

IO S

ÁVIO

Nesse encontro, tivemos ao nosso lado o PÚBLICO, os AMIGOS DA

FILARMÔNICA e os PARCEIROS.

A VOCÊS, NOSSO MUITO OBRIGADO.

CA: 2018.13609.0021

INSPIRAMOS BELEZA, REUNIMOS TALENTOS E, JUNTOS, OCUPAMOS NOSSO LUGAR NA MÚSICA EM 2019.

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CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito

Jacques Schwartzman

Presidente

Roberto Mário

Gonçalves Soares Filho

Conselheiros

Angela Gutierrez

Arquimedes Brandão

Berenice Menegale

Bruno Volpini

Celina Szrvinsk

Fernando de Almeida

Frederico César

Silva Melo

Iran Almeida Pordeus

Ítalo Gaetani

Marco Antônio Pepino

Mauricio Freire

Octávio Elísio

Sérgio Pena

DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente

Diomar Silveira

Diretor

Administrativo-

financeiro

Joaquim Barreto

Diretor de

Comunicação

Agenor Carvalho

Diretora de

Marketing e Projetos

Zilka Caribé

Diretor de Operações

Ivar Siewers

EQUIPE TÉCNICAGerente de

Comunicação

Merrina Godinho

Delgado

Gerente de

Produção Musical

Claudia da Silva

Guimarães

Assessora de

Programação Musical

Gabriela de Souza

Produtor

Luis Otávio Rezende

Analistas de

Comunicação

Carolina Moraes Santana

Fernando Dornas

Lívia Aguiar

Renata Romeiro

Analistas de

Marketing

Eventos — Lívia Brito

Projetos — Larissa

Scarpelli

Relacionamento —

Itamara Kelly

Assistente de

Marketing e

Relacionamento

Henrique Campos

Assistente

de Produção

Rildo Lopez

Auxiliar

de Produção

Jeferson Silva

EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente

Administrativo-

financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente Contábil

Graziela Coelho

Gerente de

Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas

Administrativos

João Paulo de Oliveira

Letícia Cabral

Secretária Executiva

Flaviana Mendes

Assistente

Administrativa

Cristiane Reis

Assistente de

Recursos Humanos

Jessica Nascimento

Recepcionistas

Meire Gonçalves

Vivian Figueiredo

Auxiliar Contábil

Pedro Almeida

Auxiliar

Administrativa

Geovana Benicio

Auxiliares de

Serviços Gerais

Ailda Conceição

Rose Mary de Castro

Mensageiro

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz

Sunamita Souza

SALA MINAS GERAISGerente de

Infraestrutura

Renato Bretas

Gerente de Operações

Jorge Correia

Técnicos de Áudio

e de Iluminação

Daniel Hazan

Diano Carvalho

Assistente Operacional

Rodrigo Brandão

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

Regente Associado

MARCOS ARAKAKI

Diretor Artístico e Regente Titular

FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social

Lei 23.081 / Ago 2018

FORTISSIMO Dezembro nº 24 / 2019

ISSN 2357-7258

Editora Merrina

Godinho Delgado

Edição de texto

Berenice Menegale

Capa Scheherazade,

desenho de Alberto

Vargas

O Fortissimo está

indexado aos

sistemas nacionais

e internacionais de

pesquisa. Você pode

acessá-lo também

em nosso site.

Este programa

foi impresso em

papel doado pela

Resma Papéis.

PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint –

Spalla convidado

Rommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt

Ana Zivkovic

Arthur Vieira Terto

Joanna Bello

Laura von Atzingen

Luis Andrés Moncada

Roberta Arruda

Rodrigo Bustamante

Rodrigo M. Braga

Rodrigo de Oliveira

Wesley Prates

SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *

Hyu-Kyung Jung ***

Gideôni Loamir

Jovana Trifunovic

Luka Milanovic

Martha Pacífico

Matheus Braga

Radmila Bocev

Rodolfo Toffolo

Tiago Ellwanger

Valentina Gostilovitch

VIOLASJoão Carlos Ferreira *

Roberto Papi ***

Flávia Motta

Gerry Varona

Gilberto Paganini

Katarzyna Druzd

Luciano Gatelli

Marcelo Nébias

Mikhail Bugaev

Nathan Medina

VIOLONCELOSPhilip Hansen *

Robson Fonseca ***

Camila Pacífico

Camilla Ribeiro

Eduardo Swerts

Emília Neves

Lina Radovanovic

Lucas Barros

William Neres

CONTRABAIXOSNilson Bellotto *

André Geiger ***

Marcelo Cunha

Marcos Lemes

Pablo Guiñez

Rossini Parucci

Walace Mariano

FLAUTASCássia Lima *

Renata Xavier ***

Alexandre Braga

Elena Suchkova

OBOÉSAlexandre Barros *

Públio Silva ***

Israel Muniz

Maria Fernanda Gonçalves

CLARINETESMarcus Julius Lander *

Jonatas Bueno ***

Ney Franco

Alexandre Silva

FAGOTESCatherine Carignan *

Victor Morais ***

Francisco Silva

TROMPASAlma Maria Liebrecht *

Evgueni Gerassimov ***

Gustavo Trindade

José Francisco dos Santos

Lucas Filho

Fabio Ogata

TROMPETESMarlon Humphreys -Lima *

Érico Fonseca **

Daniel Leal ***

Tássio Furtado

TROMBONESMark John Mulley *

Diego Ribeiro **

Wagner Mayer ***

Renato Lisboa

TUBASEleilton Cruz *

Rafael Mendes ****

TÍMPANOSDaniel Lemos ***

PERCUSSÃORafael Alberto *

Sérgio Aluotto

Werner Silveira

John Boudler ****

Danilo Valle ****

HARPAClémence Boinot *

TECLADOSAyumi Shigeta *

GERENTE

Jussan Fernandes

INSPETORAKarolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar

ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

ASSISTENTESClaudio Starlino

Jônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

MONTADORESHélio Sardinha

Jussan Meireles

Klênio Carvalho

* principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado

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RESERVAS: 31 3292-6221 | 31 9 8341-3817

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Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante

e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes

Se puder, devolva seu programa de concerto.

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças menores de 8 anos.

NO CONCERTO

Restaurantes parceiros

Rua Pium-í, 229

Cruzeiro

Tel: 3227-7764

R. Rio de Janeiro, 2076

Lourdes

Tel: 3292-6221

R. Rio Grande do Sul, 1236

Santo Agostinho

Tel: 2515-6092

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Hoje temos Amigos que fazem a diferença na vida de milhares de crianças e jovens ao possibilitar cada vez mais o acesso ao universo sinfônico.

Faça sua doação e ajude-nos na manutenção das nossas ações educacionais.

Conheça e veja como é fácil:FILARMONICA.ART.BR/AMIGOS 3219-9029

SUA DOAÇÃO FAZ A DIFERENÇA

18 e 19 dez, 20h30 E S P E C I A L D E N ATA L

13 e 14 fev, 20h30 P R E ST O E V E LO C E

5 e 6 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

14 mar, 18h F O R A D E S É R I E / S U Í T E S

19 e 20 mar, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

26 e 27 mar, 20h30 P R E ST O E V E LO C E

Para obter a dedução fiscal no seu Imposto de Renda 2020 (ano base 2019), a doação deve ser feita até 27 de dezembro.

FIQUE ATENTO (A)

PRÓXIMOS CONCERTOS

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